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Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul | ano XIV | nº 99 | Setembro 2016
MAIS MÉDICOS
COMEÇA A MUDAR
Campanha para prevenção do suicídio e defesa da vida (pág. 20)
Cremers emite nota sobre declaração de óbito (pág.18)
SETEMBRO AMARELO
ATESTADO
Governo reforça e qualifica
o programa com mais vagas
para médicos brasileiros
Páginas 4 a 7
Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do SulAvenida Princesa Isabel, 921 • CEP 90620-001 • Porto Alegre/RSFone: (51) 3219.7544 • Fax: (51) 3217.1968 [email protected] • www.cremers.org.br
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CONSELHEIROS Antonio Celso Koehler Ayub • Arthur da Motta Lima Netto • Céo Paranhos de Lima • Cláudio Balduíno Souto Franzen • Douglas Pedroso • Ércio Amaro de Oliveira Filho • Euclides Viríssimo Santos Pires • Fernando Weber da Silva Matos • Isaias Levy • Iseu Milman • Ismael Maguilnik • Jefferson Pedro Piva • Joaquim José Xavier • Maria Lúcia da Rocha Oppermann • Mário Antônio Fedrizzi • Mauro Antônio Czepielewski • Newton Monteiro de Barros • Regis de Freitas Porto • Rogério Wolf de Aguiar • Sílvio Pereira Coelho • Tomaz Barbosa Isolan • Airton Stein • Asdrubal Falavigna • Clotilde Druck Garcia • Diego Millan Menegotto • Dirceu Francisco de Araújo Rodrigues • Isabel Helena F. Halmenschlager • Jair Rodrigues Escobar • João Alberto Larangeira • Jorge Luiz Fregapani • Léris Salete Bonfanti Haeffner • Luiz Carlos Bodanese • Luiz Alexandre Alegretti Borges • Ney Arthur Vilamil de Castro Azambuja • Paulo Amaral • Paulo Henrique Poti Homrich • Philadelpho M. Gouveia Filho • Raul Pruinelli • Ricardo Oliva Willhelm • Sandra Helen Chiari Cabral • Tânia Regina da Fontoura Mota
CONSELHO EDITORIAL Rogério Wolf de Aguiar • Fernando Weber Matos • Ismael Maguilnik • Isaias Levy • Cláudio Balduíno Souto Franzen
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Intercambistas cubanos seguem abandonando o
Mais Médicos
Uma intercambista cubana do programa Mais Médicos abandonou o posto de trabalho em Maracajá (SC), no início de setembro. Ela deixou uma carta apenas afirmando que o apartamento onde morava estava em dia, sem nenhuma dívida de água, luz e aluguel, mas não revelou o motivo da fuga, nem seu destino.
Yuneili Quillen Carballo chegou para trabalhar no município em dezembro de 2013. A Secretaria da Saúde informou que o contrato da médica com o programa Mais Médicos terminaria no final do ano e que ela teria a opção de continuar no Brasil ou voltar para Cuba. Formada há 10 anos, a intercambista é natural de Pinar Del Rio, em Cuba.
A prefeitura informou ainda que comunicou o Ministério da Saúde sobre o caso e vai aguardar orientações. A substituição é feita pelo governo federal, mas não tem prazo definido.
No Dia do Médico, a Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina inicia um projeto para os acadêmicos chamado Literatura & Medicina. Os encontros serão mensais, e o primeiro terá como tema “Moacyr Scliar, o médico e o escritor”, com o palestrante o acadêmico Blau Fabrício de Souza. A atividade ocorre no dia 18 de outubro, às 16 horas, na Sede da Academia (Rua Bernardo Pires, 280 – Sala 402), com estacionamento no Cremers. Inscrições diretamente com a Academia, no fone (51) 3217.0666.
Dia do Médico
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NOTAS
Dr. Rogério Wolf de AguiarPresidente do Cremers
Mercado de trabalho, Mais Médicos e Carreira de Estado
Com aproximadamente 20 mil médicos ingressando no mercado de trabalho a cada ano (em torno de mil no Rio Grande do Sul), é muito positiva a iniciativa do governo em ampliar a presença de médicos brasileiros – especialmente os formados no país – no polêmico programa federal.
Nesses tempos de corte de recursos para a saúde, o que afeta diretamente os hospitais e a geração de empre-gos no setor, o Mais Médicos é um novo mercado que se descortina. A remuneração, que a partir de janeiro/2017 irá passar para R$ 11,5 mil mensais, mais um bônus de R$ 2.750 e outras vantagens, se torna atraente, em espe-cial aos jovens médicos.
Por enquanto, a realidade que o médico encontra ao buscar seu espaço não é das mais alentadoras. Em algu-mas regiões do país chega a ser preocupante, assustadora mesmo. São comuns os contratos precários ou mesmo acordos verbais, a venda de plantões e, em boa parte dos casos, remuneração aviltante, incompatível com a dimen-são e a responsabilidade do seu trabalho.
Tudo isso não é de hoje. Tem origem na abertura desenfreada de escolas médicas, principalmente privadas. Política estimulada por governos pouco preocupados com a qualidade do ensino e da formação dos profissionais. Os números são eloquentes: desde o ano 2000, até agora, foram abertas 168 faculdades, para um total de 271. Esse dado aponta claramente um projeto irresponsável de mer-cantilização cada vez mais acentuada do ensino médico.
A própria Medida Provisória 621, de 8 de julho de 2013, que posteriormente se tornou a Lei 12.781/2013, não ficou restrita à importação de profissionais para trabalhar no programa. A Lei avançou para reforçar o projeto de abrir cursos de medicina sem sustentabilidade garantida (áreas de estágio, residência médica qualificada, professores, bibliotecas, etc.).
Em julho do ano passado, o governo anunciou o resultado do primeiro edital para abertura de vagas de cursos de graduação de medicina em instituições privadas de ensino superior no âmbito do Mais Médicos. Nessa seleção foi autorizada a criação de 2.290 vagas em cursos de medicina em 36 municípios, quatro no RS. A meta dos idealizadores do programa – e que vai de encontro à luta das entidades médicas – é criar 11.447 novas vagas de cursos de graduação em medicina até 2018.
Infelizmente, o programa, que ao ser lançado tinha um escancarado objetivo eleitoral, não prevê abertura de novos leitos para desafogar as emergências, nem agilida-de para que os pacientes possam realizar exames que não podem esperar e muito menos investimento para que o acesso a médicos especialistas seja facilitado.
O curioso é que o Mais Médicos, apesar de seu alto custo (em torno de R$ 7 bilhões em três anos) e de ter liberado o trabalho médico a intercambistas sem diploma revalidado, afrontando a legislação, pode ser o embrião para criação da Carreira de Estado no sistema público de saúde, proposta que defendemos há anos como forma de levar atendimento médico, resolutivo e com boa estrutu-ra, aos municípios mais distantes e às aldeias indígenas.
Enfim, cabe agora ao governo olhar também para mais perto, para os grandes centros urbanos, onde milhões de pessoas sofrem, vítimas de uma assistência de saúde precária e, por vezes, desumana.
Nesse caos em que se transformou a saúde pública nosso reconhecimento aos médicos, que, apesar de tudo, seguem fazendo a sua parte. Profissionais que superam as adversidades diárias e seus próprios limites, nem sempre com o devido reconhecimento.
Por isso, em 18 de outubro, Dia do Médico, nosso abraço solidário e fraternal a todos os médicos que exer-cem a medicina com ética, dedicação e amor ao próximo.
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EDITORIAL
Contestado pelas entidades
médicas desde o seu lançamento, o
programa Mais Médicos completou
três anos em julho, dia 8, quando
foi editada a Medida Provisória 621
(hoje Lei 12.781/2013). As críticas
prosseguem, atacando principal-
mente a não exigência da revali-
dação do diploma, o que afronta a
legislação. Também é questionado
o volume de recursos aplicados no
programa para trazer, em especial,
intercambistas cubanos.
O fato de o governo não ter
apresentado aos médicos brasilei-
ros a mesma proposta feita aos
profissionais oriundos do exterior
(R$ 10.513,00 de bolsa, além de
vantagens como auxílio moradia)
também foi atacada pelas entidades.
Neste ano, isso foi corrigido e já é
expressivo o número de médicos for-
mados no país e com inscrição nos
Conselhos de Medicina que estão
ingressando no programa.
Além disso, o Conselho Federal
de Medicina e os Conselhos Regionais
continuam cobrando uma solução
mais definitiva e consistente, que
seria a criação de um plano de car-
reira para os médicos do Sistema
Único de Saúde a partir de um pro-
grama sério para realmente resolver a
questão da carência de médicos nos
lugares mais afastados.
Mais Médicos completa três anos ainda sendo questionado
Resistência dos Conselhos à falta do RevalidaO Conselho Federal de Medicina e os CRMs sempre
destacaram que o Mais Médicos ao ser lançado tinha
intenção política, visando principalmente a eleição pre-
sidencial de 2014, em detrimento de legítimos e relevan-
tes interesses sociais.
O Cremers foi um dos conselhos mais combativos,
inclusive recorrendo à Justiça Federal. A sede da entidade
chegou a sofrer ameaça de invasão sob a alegação de
que o Cremers estava demorando demais para analisar a
documentação apresentada pelos profissionais oriundos
do exterior. “Sempre temos o maior cuidado na análise
dos diplomas e outros documentos”, comenta o presiden-
te Rogério Wolf de Aguiar, acrescentando que o objetivo
do Cremers sempre foi o de resguardar a sociedade,
verificando a verdadeira formação e qualificação do pro-
fissional que quer trabalhar no Estado.
O Ministério da Saúde acabou tomando para si a
avaliação e inscrição dos intercambistas.
Médicos e estudantes protestaram pedindo plano de carreira no SUS
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TRABALHO MÉDICO
Mais Médicos completa três anos ainda sendo questionado
Dr. Rogério Wolf de Aguiar
Mais vagas para brasileiros no programaDiante de constantes críticas da comu-
nidade médica e da sociedade, o governo
federal começou a adotar medidas para
que a proporção de profissionais brasileiros
no programa Mais Médicos aumentasse.
Ações como um bônus de 10% na prova de
residência e editais em que apenas brasilei-
ros possam participar.
O presidente do Cremers, Rogério Wolf
de Aguiar, se mostrou satisfeito com essa
abertura para os médicos diplomados no país:
“Estávamos esperando essas medidas
que o governo adotou recentemente. Nos
últimos editais, começaram a priorizar
médicos brasileiros. O cenário come-
çou a mudar, especialmente depois que
o governo também ofereceu algumas
vantagens, bônus na residência médi-
ca. Esperamos que o programa continue
dessa forma e haja uma transição natural
até que não seja mais necessária a presen-
ça de cubanos no país”.
Médicos com registro qualificam o projetoMais 376 médicos brasileiros – todos com formação
reconhecida – começaram a atuar em todas as regiões do
país por meio do programa Mais Médicos, atingindo apro-
ximadamente um milhão de pessoas. Os médicos foram
selecionados na primeira chamada do edital de reposição,
publicado em julho deste ano. Os profissionais com CRM
do Brasil que não conseguiram ser alocados terão novas
chances de ingresso no Programa.
Os candidatos inscritos poderão escolher entre as
121 cidades que contam, conjuntamente, com 126 vagas
remanescentes. O ministro da Saúde, Ricardo Barros,
enfatiza a importância de se dar nova oportunidade para
os médicos com registro no país. “Nós já preenchemos
75% das vagas com médicos brasileiros, mas, como
algumas cidades são mais concorridas que outras, alguns
médicos não conseguirem ser alocados em suas opções
na primeira chamada”, explica.
REPOSIÇÃOO Ministério da Saúde garante a reposição constante
de todas as desistências, por meio de editais trimestrais
para preenchimento dessas vagas. Em todos os editais de
reposição, entre 70 e 100% das vagas foram ocupadas
por médicos com registro no país.
Já as vagas pertencentes à cooperação tornadas
ociosas são preenchidas diretamente pela Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS), que trouxe, no mês de
agosto, 1.200 médicos cubanos ao Brasil para reposição.
INTERCAMBISTASOs médicos brasileiros e estrangeiros formados no
exterior interessados no Programa deverão se inscrever,
por meio do sistema do Mais Médicos. Esses profissionais
ocuparão eventuais vagas remanescentes da segunda
chamada dos médicos com CRM do Brasil. Dessa forma,
a escolha de municípios ocorrerá apenas após o final da
fase atual dos brasileiros.
O edital já segue as regras da Medida Provisória
723/2016 aprovada pelo Congresso Nacional. O texto
acolhido retira a exigência do índice médico/habitante
do país de origem como critério classificatório para os
brasileiros formados no exterior.
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Programa federal é prorrogado por mais três anos
Os prazos de atuação dos profissionais do programa Mais Médicos contratados por meio de intercâmbio foram prorrogados por mais três anos. É o que estabelece a Lei 13.333/2016, sancionada pela Presidência da República e publicada no Diário Oficial da União no dia 13 de setembro. A lei tem origem no Projeto de Lei de Conversão 16/2016 (Medida Provisória 723/2016), aprovado pelo Plenário do Senado em 24 de agosto
Os prazos dos contratos, que acabariam em outu-
bro de 2016, irão até outubro de 2019. Serão benefi-
ciados profissionais brasileiros formados no exterior e
estrangeiros que trabalham no programa sem diploma
revalidado no país.
A MP, editada pela ex-presidente Dilma Rousseff, tam-
bém prorroga por igual período o visto temporário conce-
dido aos médicos intercambistas estrangeiros inscritos no
programa do governo federal. De acordo com o Ministério
da Saúde, a medida permitirá que sete mil profissionais
permaneçam no país.
SEM REVALIDAÇÃOPara o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), é um
absurdo que os médicos estrangeiros que vêm para o
Brasil não sejam reavaliados. Caiado afirma que a exi-
gência de uma revalidação do diploma seria um ato de
respeito aos cidadãos e aos pacientes que, segundo ele,
necessitam qualificação na área da saúde.
CARÊNCIAO Mais Médicos conta atualmente com cerca de 13 mil
profissionais estrangeiros devido à baixa procura pelos médi-
cos formados no Brasil. A lei que criou o programa prevê a
necessidade de exame de revalidação do diploma para o
médico estrangeiro poder atuar no Brasil fora do programa.
A prorrogação da autorização para exercer Medicina no
âmbito do Mais Médico evitará que o profissional deixe o
programa para atuar em regiões onde há menos carência se
ele optar pelo exame de revalidação do diploma.
Criado em 2013, o Mais Médicos conta com 18.240
médicos, que atuam em 4.058 municípios e 34 postos de
saúde voltados para a população indígena, nos distritos
sanitários especiais indígenas.
Tribunal de Contas constatou problemasAlém de tudo isso o Tribunal de Contas da União, ao
analisar o Programa constatou diversos problemas, entre eles:
os equívocos no sistema de supervisão e tutoria da iniciativa,
que, no período avaliado, permitia distorções na prática; o
despreparo dos portadores de diplomas de Medicina obtidos
no exterior para atender a população; o impacto limitado e
negativo do Programa que, segundo mostra o TCU, em 49%
dos primeiros municípios inseridos teve o total de médicos
diminuído e em outros 25% o volume de consultas reduzido.
De acordo com o órgão de fiscalização, os números
indicariam que prefeituras podem ter dispensado profis-
sionais que atuavam pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
e substituído as vagas por integrantes do Mais Médicos
– ação condenada pelo governo federal.
Os técnicos do TCU analisaram o período de junho
de 2013 a março de 2014. Baseado nisso, apontaram
que em 161 cidades que receberam bolsistas houve
redução de médicos.
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TRABALHO MÉDICO
TOTAL DE MÉDICOS:
18.240**
Fonte: Ministério da Saúde.
*Médicos formados no exterior.**Inclui vagas de médicos que se desligaram nos últimos meses e estão sendo repostas no momento.
11.6295.010
1.601
CUBANOS
BRASILEIROSFORMADOSNO PAÍS
INTERCAMBISTASINDIVIDUAIS*
RAIO-X DO PROGRAMA
MAIS MÉDICOS
Custo do programa vai superar os R$ 7 bilhões até o final do ano
No primeiro ano de funcionamento, a partir de agosto
de 2013, os recursos destinados pelo governo federal ao
programa Mais Médicos foram de R$ 540 milhões. Esse
montante saltou para R$ 1,9 bilhão no ano seguinte. No
exercício de 2013, quando foi implementado o programa,
o Ministério da Saúde era o único executor dos recursos
repassados para o Mais Médicos. Em 2014, os ministérios
da Educação e Defesa também foram contemplados com
verba para iniciativas do programa.
Em 2015, foram aplicados no Mais Médicos R$ 2,6
bilhões. O orçamento do programa federal para este ano
é de R$ 2,7 bilhões. Desses valores, os intercambistas
cubanos recebem em torno de R$ 3 mil. A maior parte
dos recursos fica com o governo cubano e com a OPAS
(Organização Pan-Americana de Saúde), que interme-
diou o negócio.
2013
2014
20152016
0,5 Bilhões
1,9Bilhões
2,6Bilhões
2,7Bilhões
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Exame Revalidacom baixa abstenção
Um total de 7.183 pessoas realizaram a pré-inscrição
no Revalida 2016 e pagaram as respectivas taxas. Destes,
6.271 tiveram suas inscrições homologadas, já que o res-
tante não apresentou a documentação exigida no edital
no ato da inscrição. Na sequência, 250 conseguiram limi-
nares na justiça para participar da aplicação das provas.
Serão considerados aprovados na primeira etapa os
participantes que alcançarem, no mínimo, 77 de 150 pon-
tos (contagem correspondente à soma dos pontos obtidos
nas provas objetiva e discursiva). A divulgação dos resul-
tados está prevista para o dia 14 de outubro.
A segunda fase deve acontecer nos dias 12 e 13
de novembro, em local a ser divulgado. O candidato
deverá passar por uma avaliação prática de habilidades
clínicas, com tarefas específicas distribuídas em dez
estações de trabalho.
REVALIDAPara atuar como médico no Brasil, o profissional
formado em instituições de educação superior estran-
geiras precisa revalidar o diploma. O Exame Nacional
de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por
Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida)
foi criado para simplificar esse processo. Sua implementa-
ção está sob a responsabilidade do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Em 2016, a abstenção durante a primeira etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida) foi considerada
pequena. As provas foram aplicadas no dia 11 de setembro, em dez capitais brasileiras, contou com a participação de 6.521 candidatos. A abstenção foi de apenas 6,08%
QUANTO À NACIONALIDADENa primeira fase, países que apresentaram
o maior número de inscritos
Brasil Bolívia46,32% 44,97%
24,70% 32,54%
14,37% 8,38%
3,55% 3,33%
2,52% 2,77%
2,13% 2,72%
1,13%
Cuba Cuba
Bolívia Paraguai
Colômbia Colômbia
Peru Argentina
Venezuela Venezuela
Argentina
QUANTO À ORIGEM DO DIPLOMAInscritos de diferentes nacionalidades
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FORMAÇÃO MÉDICA
Resgate da história das Delegacias Seccionais
As Delegacias Seccionais do Cremers
são órgãos que representam o Conselho
no interior do Estado, tornando a relação
entre médicos e instituição mais próxima.
Criadas em 1984, em uma atitude pioneira
do Cremers que teve repercussão nacional,
vieram mais tarde a ser reconhecidas pelo
Conselho Federal de Medicina e adotadas
em outros estados.
O vice-presidente Fernando Matos res-
ponde pela coordenação das Delegacias e
está à frente do trabalho de recuperação da
história das seccionais. “Estamos muito pró-
ximos da meta de todas as delegacias terem
uma sede. É o desejo do Conselho desde
que elas foram criadas”, explica o dirigente,
ressaltando que das 28 seccionais existentes,
somente quatro ainda não têm sede definida.
O resgate histórico se dá em come-
moração à proximidade da concretização
deste objetivo. “O trabalho vai gerar uma
publicação em que consta nossa home-
nagem a todos os médicos que atuaram
nas delegacias, dedicando tempo de sua
atividade para levar a palavra da ética e
da qualificação profissional aos colegas
do Interior”, revela Matos.
As Delegacias são dirigidas atual-
mente por um delegado seccional, dois
secretários e três suplentes. Entre suas
atribuições estão estreitar o contato
dos médicos com o Conselho, orientar
os colegas nas questões relacionadas
à ética e ao exercício profissional, e
fiscalizar a observância do Código de
Ética Médica.
Dr. Fernando Matos
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HISTÓRIA
Fórum Nacional de Integração do Médico Jovem
Preocupações e avanços na Residência MédicaEm mesa redonda presidida pelo conselheiro do
Cremers, Paulo Amaral, ficou evidente a preocupação
com rumos impostos a partir da Lei do Mais Médicos
(Lei 12.871/2013), que trouxe profundas transformações
na área, como a imposição da titulação de Medicina
Geral de Família e Comunidade como pré-requisito
para a participação na maioria das residências.
O médico João Durval Ramalho Júnior, secretário-
geral da Associação Nacional de Médicos Residentes
(ANMR), abordou o sistema atual de Residência Médica e
algumas ações do Movimento Nacional pela Valorização
da Residência Médica.
O Movimento foi lançado em agosto do ano passado
durante o VI Fórum de Ensino Médico, promovido pelo
CFM. Dentre outros pontos defendidos pela iniciativa, estão
um plano de carreira para os preceptores, isonomia da bolsa
Residência com os médicos do Programa de Valorização
dos Profissionais da Atenção Básica (Provab) e do programa
Mais Médicos, e um plano de carreira dos médicos do SUS.
O vice-presidente da ANMR, José Carlos Arrojo
Júnior, apresentou as principais denúncias recebidas
pela Associação e também pela Comissão Nacional de
Residência Médica nos últimos anos. Segundo ele, no
topo das reclamações está a falta de preceptores ou
deficiência no desenvolvimento da preceptoria.
Outro problema comum é a falta de infraestrutura
das unidades de saúde, cortes nos recursos federais
destinados aos programas de Residência e assédio
moral no ambiente de ensino e trabalho.
As alterações na Residência Médica pelas novas
legislações e suas consequências ficaram a cargo da
coordenadora do Programa de Residência em Clínica
Médica da Universidade de São Paulo (USP), Maria do
Patrocínio Tenório Nunes. Entre os pontos destacados
por ela estão a independência funcional e financeira da
atual CNRM, uma carreira de preceptoria em saúde e a
manutenção da autonomia do processo de seleção nos
programas de Residência Médica.
Realizado em Brasília, dias 10 e 11 de agosto, o I Fórum Nacional de
Integração do Médico Jovem provocou reflexões sobre a formação dos
médicos brasileiros. Representantes de entidades médicas, estudantes e autoridades abordaram temas
relacionados ao ensino e residência médica no Brasil
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MERCADO DE TRABALHO
Ensino médico: 24 mil vagas por anoO debate sobre o papel dos diversos atores no
Ensino Médico no Brasil teve destaque na programa-
ção. Os números atuais apontam a existência de 269
cursos de Medicina, que, por ano, oferecem vagas para
mais de 24 mil novos estudantes.
O conselheiro do CFM, Lúcio Flávio, destacou que
60% das escolas de Medicina no país são particulares
com mensalidades que chegam a R$ 12 mil.
Estudo do Ministério da Educação aponta que 59%
das escolas avaliadas tiveram conceitos insuficientes.
Mesa-redonda sobre o tema concluiu que os estu-
dantes de Medicina precisam ter acesso a um corpo
docente qualificado, instalações físicas com condições
adequadas e organização didático-pedagógica que pro-
picie formar médicos que correspondam às exigências
técnicas e sociais.
Jovem médico: depressão e privação do sonoO jovem médico depara-se com uma série de ques-
tões iminentes da Medicina logo no início de sua carreira
e, apesar de uma rotina estressante que afeta sua saúde
física e mental, muitos tendem a não procurar ajuda.
O problema da saúde física e mental do médico já
é observado também na residência médica. De acordo
com o professor da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), Luiz Antônio Martins, há sintomas depressi-
vos em 28,9% dos Residentes, em seu primeiro ano. “A
depressão e a privação do sono são os mais significati-
vos problemas que afetam os residentes e são conside-
rados, respectivamente, como a principal reação ao trei-
namento e um dos mais importantes fatores estressantes.
A privação do sono poderá levar comprometimento do
desempenho clínico, maior incidência de erros e aumen-
to do tempo necessário para exercer tarefas”, alertou.
Os problemas mais comuns que acometem os
médicos que lidam diariamente com situações de alto
nível de exigência física e mental, são a dependência de
álcool ou de drogas, as doenças afetivas, distúrbios ali-
mentares, demências e/ou delirium tremens provocados
pelo consumo de álcool e transtornos de personalidade.
Baixa remuneração e más condições de trabalhoSegundo o conselheiro dos Conselhos Federal e
Regional de Medicina do Piauí, Leonardo Luz, que
pesquisa sobre o tema, o mercado de trabalho médico,
principalmente nas últimas décadas, tem visto seus pro-
fissionais serem submetidos a jornadas de trabalho cada
vez maiores a fim de poderem manter um padrão de vida
digno com o status social que a profissão lhe traduz.
– A baixa remuneração praticada por planos de saúde
e por serviços públicos, a pouca autonomia profissional e
deficientes condições de trabalho têm levado os médicos
a trabalharem até 60 horas semanais em cerca de três ou
mais vínculos empregatícios. Essa realidade tem gerado
altos níveis de estresse e insatisfação.
Para Luz, admitir o médico como sujeito vulnerável
na relação de cuidador-cuidado é propiciar a abertura
de horizontes que permitem a prática de um cuidado
ou até de uma ética do cuidado em relação a esses
profissionais. “Resgatar a dignidade e humanizar esses
profissionais deve ser uma busca incessante. E a função
da ética não é simplesmente teorizar, mas sim tomar
decisões, as quais fiquem claras sobre o que se deve ou
não fazer”, concluiu o psiquiatra.
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Comissão do Médico Jovem
Integrantes da Comissão:Drs. Paulo Amaral, Diego Millán Menegotto, Eduardo Lopes Machado, Túlio Cícero Franco Farret, Paulo Ricardo Mottin Rosa e Rodrigo Carlos Veadrigo
Desde o ingresso na faculdade no contato primeiro
com a realidade fria encarada nas aulas de anatomia à
ansiedade gerada na pergunta do paciente à beira do leito
se irá ficar curado, aprendemos o quão transformador é
a profissão que escolhemos. E justamente nos primeiros
anos de graduado é que essa metamorfose ocorre com
mais vigor, onde solidificamos a maneira como iremos
agir dentro da nossa profissão.
Na última década a Medicina experimentou transfor-
mações por intermédio da abertura de inúmeras faculda-
des sem condições de ensino adequado, o sucateamento
cada vez mais constante do sistema único de saúde, o
avanço de várias áreas no campo da Medicina, que atin-
gem principalmente os médicos nos seus primeiros anos.
Sensível a esse momento que ocorre principalmente
no período de dez anos de formado é que o Conselho
criou a Comissão do Médico Jovem. Segundo dados
do senso do CFM o número de médicos dentro desse
período no país já superou os 50%. Essa Comissão é
integrada por membros do Conselho, por jovens lide-
ranças integrantes de associações de residentes, e outros
participantes com iniciativa e vontade de contribuir nas
discussões e ações desenvolvidas em prol da Medicina
realizada no nosso estado.
A Comissão do Médico Jovem do Cremers, se junta a
outras comissões de outros estados como a de São Paulo,
Pernambuco, Rio de Janeiro e Brasília na direção de se
aproximar do médico no seu momento de maior incerte-
za. Nesse sentido é que essa Comissão foi apresentada no
I Fórum do Médico Jovem – CFM em agosto do corrente
ano, destacando suas ações em traçar o perfil desse pro-
fissional que se envolve em processos dentro do Cremers,
para que ações preventivas e educativas possam ser tra-
çadas; além de buscar alterações e inclusões de artigos
na revisão do Código de Ética Médica que contemplem
os problemas que afligem todo o médico no início da sua
carreira apontando suas soluções.
Essa Comissão se torna, também, um instrumento de
consulta pelo Cremers a todas as resoluções e medidas
que possam ser adotadas por esse órgão em assuntos que
alcançarem principalmente a população médica com-
preendida na definição de médico jovem.
As portas estão abertas a toda comunidade médica
que necessite de um canal direto com o Conselho, visando
principalmente àqueles que estão no início para que não
trilhem sozinhos o seu caminho e tenham no Cremers, atra-
vés dessa Comissão um aliado para que a Medicina seja
exercida da maneira mais ética e correta possível.
Dr. Paulo AmaralConselheiro do Cremers
12 | REVISTA CREMERS | 2016 | Ed. 99
MERCADO DE TRABALHO
Relatório do TCE aponta falhas na saúde pública
O trabalho, que tem como base o ano de 2014, foi
divulgado pelo jornal Zero Hora no dia 10 de agosto. A
auditoria teve como finalidade "identificar os principais
problemas que afetam a qualidade da cadeia de servi-
ços de atenção básica oferecidos em unidades básicas
de saúde (UBSs)".
O exame do atendimento prestado pelo SUS se
valeu de fontes como auditorias e estudos acadêmicos
anteriores, entrevistas com gestores e profissionais da
saúde, pesquisa com secretários municipais da área e
visitas a 11 secretarias e 25 UBSs. Os auditores dividiram
a análise em quatro áreas principais: gestão de pessoas,
monitoramento e avaliação, planejamento e articulação, e
financiamento. Em todos, foram observadas deficiências.
ALGUNS DOS PROBLEMAS• Gestão de pessoas: falta de profissionais e variadas
formas de relação de trabalho e padrões de remuneração,
o que gera instabilidade funcional, desfavorece a constru-
ção de vínculo entre os profissionais e os usuários e com-
promete a qualidade do serviço. Foi identificada "fragili-
dade" dos indicadores utilizados para avaliar itens como a
satisfação do usuário do SUS e dos profissionais de saúde
no setor de saúde pública.
• Planejamento: é considerada lenta a ampliação
da cobertura proporcionada por equipes de Saúde da
Família. No exercício de 2015, o serviço atingiu 56,66%
de abrangência no estado, enquanto o Plano Estadual de
Saúde previa como meta 70% ao final do ano passado.
• Monitoramento: são classificados como insufi-
cientes o planejamento, o monitoramento e a avaliação
da atenção básica, "de maneira a verificar a qualidade e
consistência dos dados, realização de análise para efeito
da programação, execução e divulgação de resultados”.
• Financiamento: distorções na distribuição de recur-
sos federais e estaduais aos municípios prejudicam as
cidades que registram piores condições socioeconômicas
e, em consequência, têm populações em maior vulnera-
bilidade social e contam com os serviços do SUS como
única fonte de assistência à saúde.
• Municípios com pior condição financeira por vezes
não conseguem aderir a programas federais e estaduais,
como o de Saúde da Família, devido à falta de recursos
para contrapartidas e pelo limite com despesa de pessoal
imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Um relatório inédito do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre a situação da saúde pública no Rio Grande do Sul aponta cenário de falta de pessoal, distorções
no financiamento e falhas de planejamento
Ed. 99 | 2016 | REVISTA CREMERS | 13
ASSISTÊNCIA DE SAÚDE
Manifestação pede paz e mais segurança
Familiares, amigos e colegas da oftalmologista
Graziela Müller Lerias promoveram manifestação no dia
16 de agosto para protestar contra a violência que assola
o Estado ceifando vidas. O ato foi realizado como forma
de buscar justiça e homenagear a médica, de apenas 32
anos, covardemente assassinada dois dias antes.
Aproximadamente cem pessoas participaram da
mobilização ocorrida em frente ao Museu de História
da Medicina do RS, no Centro Histórico de Porto Alegre.
Colegas de trabalho no Hospital Banco de Olhos, ami-
gos e familiares usavam camisas brancas e seguravam
balões da mesma cor. Um dos momentos mais emocio-
nantes aconteceu quando os balões foram soltos.
Depois, o grupo, portando faixas e cartazes, se diri-
giu ao Palácio Piratini pedindo paz e segurança. Em fren-
te à sede do governo estadual pediram pelo governador
Ivo Sartori. Integrantes da manifestação foram recebidos
pelo chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, que apresentou
propostas de enfrentamento da violência.
NOTA DE PESARNa véspera, o Cremers publicou nota de pesar nos
principais jornais repudiando a violência que tirou a vida
de uma jovem médica e se solidarizando com a família
enlutada. “Mais do que nunca, a população está refém de
criminosos que desprezam o valor da vida. Cada final de
semana em Porto Alegre termina com um trágico saldo de
assassinatos e, desta vez, uma jovem colega, com um futu-
ro promissor, foi tomada de sua família e de seus pares”,
lamentou o presidente do Cremers Rogério Wolf de Aguiar.
Assassinato de jovem médica mobiliza familiares, amigos e colegas contra a violência
14 | REVISTA CREMERS | 2016 | Ed. 99
SOLIDARIEDADE
Revisão do atual Código de Ética Médica
O Conselho Federal de Medicina (CFM) e os Conselhos
Regionais de Medicina (CRMs), com a participação de
médicos e suas entidades e de movimentos organizados
da sociedade, iniciaram no primeiro semestre de 2016, o
processo de revisão do atual Código de Ética Médica, em
vigor desde 13 de abril de 2010.
Assim, o Código de Ética Médica vigente, que
trouxe importantes inovações como a previsão de cui-
dados paliativos, o reforço à autonomia do paciente e à
abordagem de regras para reprodução assistida passará
por profunda análise com o objetivo principal de aper-
feiçoá-lo em função dos mais recentes avanços técnico-
científicos ocorridos no âmbito das relações humanas,
profissionais e sociais.
Dentro desse processo, foi criado o hotsite:
www.rcem.cfm.org.br
Esta plataforma é um espaço destinado à classe
médica e aos devidos interessados para acompanha-
mento passo a passo dos trabalhos em curso, bem como
apresentação dos responsáveis pelo seu andamento e
acolhimento de contribuições que visem à defesa dos
princípios éticos e bioéticos das práticas médicas e seu
aperfeiçoamento.
MÉDICOS E ENTIDADES ORGANIZADAS DA SOCIEDADE CIVIL
Com o objetivo de garantir participação qualificada,
um processo de Consulta Pública foi aberto para que
médicos e entidades organizadas da sociedade civil inte-
ressados possam expressar suas opiniões e sugestões.
O CFM reafirma seu compromisso com o diálogo e
com a construção de um Código de Ética Médica que
esclareça, oriente e auxilie os médicos brasileiros na
busca de uma prática embasada em princípios éticos e
regras morais dignas de sua profissão. Desejamos inspirar
e sensibilizar os demais setores da sociedade para o com-
promisso pela promoção e defesa da dignidade humana
e alta qualidade de vida.
COMO CONTRIBUIR?Você pode contribuir sugerindo alteração ou exclu-
são de artigos existentes e inclusão de novos artigos. De
posse do e-mail cadastrado e sua senha, faça o login no
sistema utilizando os campos localizados à direita. Na
tela do formulário serão exibidos os capítulos do atual
CEM. Clique no capítulo desejado e aparecerá a tela de
alteração de seus artigos.
www.rcem.cfm.org.br
Ed. 99 | 2016 | REVISTA CREMERS | 15
ÉTICA
Aplicativo para reunir grupo de médicos
O Parecer 24/16 do Conselho Federal de Medicina
estabelece que a “criação de aplicativo de chat para
divulgação de assunto médico pode ser feita desde que
respeite o previsto nas Resoluções dos Conselhos Federal
e Regionais de Medicina”.
O parecer tem origem em consulta feita por uma
médica interessada em desenvolver aplicativo para dis-
cussão de casos e troca de informações, fotos e casos
clínicos entre médicos (seria necessário o cadastro do
CRM para comprovação). O objetivo é facilitar o diagnós-
tico de patologias mais raras, encaminhar pacientes para
especialistas e aproximar a classe médica.
O conselheiro relator José Fernando Maia Vinagre
comenta: “Nos dias atuais, a utilização das redes sociais
para divulgação de assuntos médicos é uma realidade.
Chats podem ser criados entre um grupo de pessoas
ou empresas que desejam trocar informações sobre
determinado assunto, e sua utilização entre médicos
ou empresas médicas é perfeitamente possível e viável
desde que obedeça ao disposto nas Resoluções do
CFM, em especial a 1.643/02, 1.974/2011, 2.126/2015 e
1.931/2009 (Código de Ética Médica)”.
Diante disso, a conclusão é a seguinte: “...
Entendemos que não fere a ética a criação de chat com
a finalidade citada pela consulente desde que sejam
respeitadas as Resoluções do CFM, assim como enten-
demos que não é necessário, no momento, o cadastro
do chat no Conselho de Medicina, mesmo que para sua
criação seja necessário um administrador que, no caso
da consulta, deverá ser um médico. É necessário que,
o médico participante do chat, tenha a sua inscrição
regular no CRM”.
16 | REVISTA CREMERS | 2016 | Ed. 99
ORIENTAÇÃO
CFM faz cadastramento especial de médicos
Os médicos inscritos nos Conselhos Regionais
de Medicina (CRMs) já podem informar se são por-
tadores de alguma deficiência. O acréscimo dessa
informação nas inscrições faz parte de uma iniciativa
do Conselho Federal de Medicina (CFM) para saber
quantos são e onde estão esses profissionais. A autar-
quia também lançou uma campanha para incentivar
a atualização do registro.
De acordo com o último Censo (IBGE, 2010), 47,6
milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência,
sendo 6,7% com curso superior. Artigos científicos
citam presença de algum tipo de deficiência em 2,6%
dos médicos e em 0,25% dos estudantes de Medicina.
Mantida a proporção, o Brasil teria hoje 10.400 profis-
sionais e alunos nessa condição.
ATUALIZAÇÃO DE DADOSPELA INTERNET
Essas informações estão sendo solicitadas dos
egressos que se inscreveram nos CRMs desde julho.
Para quem já está inscrito e quer incluir informação de
deficiência. O sistema já está disponível.
Desde que a nova ferramenta foi incluída nos sis-
temas dos CRMs, 815 novos médicos se inscreveram,
sendo seis com alguma deficiência. Esse dado é pedido
quando o profissional preenche o Pré-Médico – ques-
tionário disponível nos portais dos conselhos regionais
como etapa do processo de inscrição do médico. No
questionário, o médico informa se tem deficiência, se
ela é visual, auditiva, motora ou outra; se é congênita
ou adquirida e se o médico está adaptado.
Em caso de dúvidas, os interessados em parti-
cipar do processo podem encaminhar e-mail para
[email protected]. Os médicos deverão se
cadastrar na plataforma do Estado de sua inscrição.
brasileiros têm algum tipo de deficiência
citam presença de algum tipo de deficiência em
dos médicos
dos estudantesde Medicina
O número hoje no Brasilde profissionais e alunosnessa condição
CENSO (IBGE, 2010)
ARTIGOS CIENTÍFICOS
possuemcurso superior
47,6 MILHÕES
6,7%
2,6%
0,25%
10.400
Ed. 99 | 2016 | REVISTA CREMERS | 17
ATUALIZAÇÃO CADASTRAL
Em 2016 o Brasil completa 10
anos de uma política cujo objetivo pri-
mordial é garantir à população acesso
aos chamados Serviços de Verificação
de Óbito (SVOs), estruturas oficiais res-
ponsáveis pela realização de necrop-
sias em pessoas que morreram sem
assistência médica ou com diagnóstico
de moléstia mal definida.
Em uma década, não foram atin-
gidos nem dois terços da meta de 74
SVOs de diversos portes, instalados,
com apoio financeiro do Ministério
da Saúde, em todas as unidades
da federação – meta definida pelo
próprio órgão do Poder Executivo
federal para ser alcançada em qua-
tro anos. Muitos dos estados mais
populosos do país, como Bahia,
Minas Gerais e Rio Grande do Sul,
por exemplo, continuam sem servi-
ço integrado à rede, ou, até mesmo,
sem nenhum serviço disponível.
Os SVOs são peças fundamen-
tais para a agilidade na liberação
da declaração de óbito (DO), docu-
mento imprescindível para o enca-
minhamento burocrático da morte e
para o sistema de vigilância epide-
miológica no país.
Aloísio Souza Felipe da Silva,
pesquisador da Universidade de São
Paulo (USP) e membro da Sociedade
Brasileira de Patologia (SBP), explica
que a ausência do serviço e seu con-
trole gera uma lacuna importante na
definição das causas de morte, com
repercussões em vários âmbitos, como
epidemiológico legal, de cidadania e
direitos. Segundo ele, “as causas do
óbito nos atestados são uma enorme
fonte de informação epidemiológica
para a gestão da saúde pública. Uma
porcentagem alta de óbitos de causa
indeterminada prejudica o direciona-
mento de recursos”.
Serviços de verificação de óbito no Brasil
CREMERS PUBLICA NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE A DECLARAÇÃO DE ÓBITO
Distribuição desordenada, vazios de acesso e improvisação compõem a realidade brasileira
18 | REVISTA CREMERS | 2016 | Ed. 99
ORIENTAÇÃO
Declaração de Óbito
O médico pode fornecer a Declaração em caso de suspeita de morte por causas externas?
Quando há “suspeita objetiva” de violência, o
médico não pode fornecer a declaração de óbito. Deve
ser lembrado que “morte suspeita” não é mera poten-
cialidade ou mero desconhecimento da causa morte. A
suspeita é algo definido e deve estar adequadamente
documentada pelo médico.
O que o médico deve fazer diante do caso com suspeita de morte violenta?
Quando o médico se depara com o caso que
identifica a suspeita objetiva de violência, ele deve
acionar a Polícia Civil e fornecer, ele próprio, as
informações necessárias para que sejam iniciadas
as investigações pertinentes. Além disso, ele deve
documentar adequadamente as suas suspeitas em
guia própria para o encaminhamento aos órgãos de
segurança pública e, se existir, no prontuário médico.
Sem esses dados, a investigação criminal fica extre-
mamente prejudicada.
Qual o procedimento em casos de morte natural em moradias? Nesse caso, quem deve fornecer o atestado?
O fornecimento da declaração de óbito é regi-
do pela Resolução do Conselho Federal de Medicina
1.779/2005. Na normativa, de conhecimento obrigató-
rio para médicos e gestores de saúde, constam várias
situações distintas. Por exemplo, nas mortes sem assis-
tência médica e sem suspeita de violência, em locali-
dade sem serviço de verificação de óbito, a obrigação
de fornecer a declaração de óbito é dos “médicos do
serviço público de saúde mais próximo do local onde
ocorreu o evento”.
O que precisa ser feito para qualificar esse serviço, facilitando para os médicos e demais agentes de saúde, e também para amenizar a dor dos familiares nesse momento tão sofrido?
A necessidade mais urgente a ser resolvida pelos
responsáveis pela gestão da saúde pública é a disponibi-
lização de um número de telefone que fique acessível 24
horas, para que as pessoas que precisem da declaração
de óbito recebam a orientação adequada acerca de como
devem proceder para poder sepultarseus familiares. Outra
sugestão é que os vários órgãos de saúde responsáveis
unam esforços, otimizando seus recursos. Há várias alter-
nativas para solucionar o problema: escalas entre os dife-
rentes órgãos públicos de saúde; uma equipe (médico, um
assistente social e um veículo, por exemplo) que atenda
uma determinada região geográfica e que seria mantida
por vários munícipios, etc. O importante é que a informa-
ção para os cidadãos que necessitem obter a declaração
de óbito esteja centralizada nos órgãos públicos de saúde
e que o número de telefone para referência seja divulgado
em cada município.
Lembramos que a ausência de um serviço de
verificação de óbito não impede o fornecimento da
declaração de óbito pelos órgãos públicos de saúde,
vez que há a possibilidade de se fornecer a declaração
sem a necropsia informando, quando for o caso, a
causa morte como “morte de causa indeterminada sem
suspeita conhecida de violência”.
Presidente da Câmara Técnica de Medicina Legal do Cremers, Manoel Constant Neto, esclarece as principais dúvidas referentes à Declaração de Óbito
Ed. 99 | 2016 | REVISTA CREMERS | 19
Mês de prevenção ao suicídio
A sociedade ocidental encara a morte como um tabu.
O delicado assunto costuma ser tratado em voz baixa,
com muitos eufemismos e grande carga religiosa. De
preferência, em ambiente hospitalar. Mesmo os médicos,
com seu extenso treinamento sobre a natureza finita da
humanidade, muitas vezes consideram como fracasso a
perda de um paciente, carregando consigo a responsabili-
dade por uma luta impossível de ser vencida.
A morte autoinfligida ultrapassa o status de tabu: o ins-
tinto humano é pela preservação da vida a qualquer custo,
como pode alguém tirar a própria? Respostas a esse ques-
tionamento são abafadas pelo silêncio, como se ele fosse
capaz de fazer o problema desaparecer. Para romper esse
ciclo, entidades ligadas ao tema promovem o Setembro
Amarelo, mês de conscientização e prevenção ao suicídio.
A campanha, criada pela Organização Mundial da
Saúde (OMS), foi trazida para o Brasil há três anos pela
Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), e conta com a
adesão de entidades como CFM, AMB, Fenam e Centro
de Valorização da Vida (CVV). A meta da iniciativa é
combater o estigma que envolve o tema, trabalhando
juntamente com a mídia para informar a população e
promover o debate.
DIÁLOGOO diálogo pode evitar um suicídio. O diálogo pode
acabar com o estigma do medo, da vergonha e do pre-
conceito que envolvem o assunto. O Setembro Amarelo
alerta a população para a importância de identificar
condutas que possam indicar comportamentos suicidas.
Médicos também têm seu papel reforçado na campanha,
intensificando a preocupação com o correto diagnóstico
da depressão e outros transtornos mentais.
Não somente o potencial suicida precisa de ajuda,
mas famílias que sobrevivem a esse trauma também. A
iniciativa busca conscientizar a população de que existe
socorro e ele pode ser buscado de várias maneiras – sem-
pre envolvendo o diálogo.
SETEMBRO AMARELO
Centro de Valorização da Vida (CVV)
Atendimento:Fone: 188 - Ligação para o RS e
141 - Ligação para o Brasil
Outros meios: no site www.cvv.org.br
ou pessoalmente em uma das 72 unidades do CVV no país
20 | REVISTA CREMERS | 2016 | Ed. 99
PARTICIPAÇÃO
O CVV é uma das entidades mais engajadas no
assunto, dedicando-se exclusivamente a oferecer apoio
emocional e prevenção do suicídio há 54 anos. Os
atendimentos são eminentemente telefônicos (no RS,
pelo número 188), mas também podem ser realizados
por e-mail, site (www.cvv.org.br) chat, carta, Skype ou
pessoalmente, em uma das 72 unidades espalhadas pelo
país. Todas as formas de comunicação preservam o sigilo.
NÚMEROS• 32 brasileiros se suicidam por dia, taxa superior às
vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer.
• O Rio Grande do Sul contabiliza mais de mil
mortes por suicídio a cada ano, conforme dados do
Ministério da Saúde. A maioria das vítimas são homens
entre 40 e 59 anos.
• Quase todos os suicídios envolvem algum diagnóstico
de transtorno mental: 96,8% dos casos. 35,8% sofriam de
transtornos de humor (depressão e transtorno bipolar são os
mais comuns); 22,4% tinham histórico de abuso de álcool
e drogas; 10,6% sofriam de esquizofrenia, segundo a ABP.
• De 15% a 25% das pessoas que tentam suicídio
cometem nova tentativa no ano seguinte e 10% delas
conseguem se matar nos 10 anos seguintes, de acor-
do com o Guia de Prevenção ao Suicídio editado pela
Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, em parceria
com o Ministério da Saúde.
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIAA tentativa de suicídio consta na Lista Nacional de
Notificação Compulsória de doenças, agravos e even-
tos de saúde pública nos serviços de saúde públicos
e privados em todo o território nacional, conforme a
Portaria 1.271, de 6 de junho de 2014, do Ministério
da Saúde. O médico tem a obrigação legal de notificar
as autoridades de saúde sobre os casos que atender
em até 24 horas do primeiro atendimento, pelo meio
mais rápido disponível.
quebra tabu e amplia debates
Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) firmaram parceria para combater os altos índices de suicídio no Brasil. Hoje, 17% das pessoas no Brasil já pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida. No Brasil, são 32 mortos por dia. O Rio Grande do Sul lidera com mil casos por ano, média de três óbitos diariamente.
Por isso, as duas entidades se empenharam em criar uma cartilha para orientar os médicos e profissionais da área de saúde em casos de tentativa de suicídio ou para identificarem possíveis casos em seus pacientes.
A publicação, lançada no final do ano passado, foi uma iniciativa do Conselho Federal de Medicina e pela Comissão de Estudos e Prevenção de Suicídio da ABP. A cartilha Suicídio: informando para prevenir fala sobre como abordar um paciente, explica de que forma as doenças mentais podem estar relacionadas ao suicídio, os fatores psicossociais e dados atualizados sobre o tema.
Para mais informações: entre em contato com o e-mail [email protected]
Cartilha ‘Suicídio: informando para prevenir’
Ed. 99 | 2016 | REVISTA CREMERS | 21
Ao participar do II Encontro Nacional de Conselhos
de Medicina 2016, realizado em Campo Grande (MT), de
14 a 16 de setembro, a psiquiatra Alexandrina Meleiro,
membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP),
relatou que estudos internacionais indicam que os médi-
cos se suicidam cinco vezes mais que a população geral.
O risco de suicídio, no entanto, seja na população
geral ou entre médicos é quase sempre reconhecível e
previsível, garantiu a palestrante. Entre os principais moti-
vos para a alta taxa de suicídio dos profissionais médi-
cos, segundo avaliação de Alexandrina, estão o acesso
a meios mais eficazes de letalidade, isolamento social
– desde a faculdade –, situação conjugal insatisfatória e
precária situação empregatícia.
– O médico é facilmente frustrado em suas necessi-
dades de realização e reconhecimento. E isto é suficiente
para produzir a ansiedade, a depressão, a hipocondria, o
abuso de álcool e outras substâncias, que, infelizmente,
podem culminar no suicídio.
SINAISEstudos apresentados pela psiquiatra sugerem que os
anestesistas e os psiquiatras são os mais vulneráveis quando
o assunto é suicídio. Entre os alunos de Medicina, o grupo
de alto risco se concentra naqueles que demonstram melhor
performance escolar, são mais exigentes, têm pouca tolerân-
cia a falhas, sentem mais culpa pelo que não sabem, ficam
paralisados pelo medo de errar, dentre outras características.
– Alguns sinais podem indicar o quadro de depressão no
médico, tais como a interferência no funcionamento inter-
pessoal, social e profissional, o isolando da convivência
com colegas e familiares, as mudanças de comportamento,
a redução no ritmo de atendimento e, principalmente, a difi-
culdade de tomar decisões –, alertou Alexandrina.
PREVENÇÃOPara o psiquiatra José Raimundo da Silva Lippi, que
participou das discussões durante o Encontro, o simples
ato de conversar é uma das formas mais eficazes de
se prevenir o suicídio. “É preciso falar sobre o assunto
e assim quebrar tabus, esclarecer, conscientizar e esti-
mular a prevenção para reverter esse cenário”. Ele cita
como estratégia bem-sucedida a iniciativa do Centro de
Valorização da Vida (www.cvv.org.br), uma associação
civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como
de utilidade pública federal desde 1973.
TRATAMENTOEncaminhar o médico para um profissional especia-
lizado, nesse caso o psiquiatra, e tratar doenças exis-
tentes com medicação e psicoterapias são as formas
mais adequadas de conduzir o paciente que apresenta
sinais de depressão, inclusive os médicos. A orienta-
ção é do conselheiro federal pelo estado do Piauí e
membro da Câmara Técnica de Psquiatria do CFM,
Leonardo Sérvio Luz.
“Sabemos que o médico tem muita dificuldade de
pedir ajuda por não querer se mostrar vulnerável, mas é
preciso conquistar a adesão do médico-paciente ao trata-
mento e evitar a autoprescrição”, salientou.
REABILITAÇÃOE como aqueles que não tiveram ‘sucesso’ na ten-
tativa de suicídio devem ser recebidos pela sociedade e
pelos colegas de profissão? Para responder a esse desafio,
o conselheiro regional de Medicina de Mato Grosso do
Sul e também membro da CT de Psiquiatria do CFM,
Juberty Antônio de Souza, propõe que o médico reinte-
grado seja alvo permanente de vigilância.
“É natural que após a tentativa de suicídio, a pessoa
se sinta impotente, fracassada, sem perspectiva ou espe-
rança e com vergonha. O médico é uma pessoa, e como
tal deve ser tratado. Precisamos ajudá-lo a encontrar
satisfação na vida e, para isso, necessita de atendimento
e assistência talvez com maior controle, justamente pela
sua profissão”, defendeu.
SETEMBRO AMARELO Suicídio entre médicos
22 | REVISTA CREMERS | 2016 | Ed. 99
PARTICIPAÇÃO
IV Fórum de Medicina do TrabalhoO IV Fórum de Medicina do Trabalho do Conselho
Federal de Medicina teve como um de seus pontos altos
o espaço aberto para apresentação dos trabalhos reali-
zados pelas Câmaras Técnicas de Medicina do Trabalho
dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). O Cremers
esteve representado pelos conselheiros Iseu Milman,
Dirceu Rodrigues e João Alberto Montes.
Questões atuais que permeiam o exercício da espe-
cialidade, como os riscos relacionados à emissão do
Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) expostos por
Carlos Magno Dalapicola – membro da Câmara Técnica
de Medicina do Trabalho (CTMT) do CFM. O ASO, docu-
mento rotineiramente feito em todo o país, deve ser regis-
trado em prontuário médico e emitido exclusivamente por
profissional médico.
Documentação referente a riscos ausentes ou existen-
tes, solicitação de exames para aferição da qualidade de
vida, definição de apto ou inapto – não existindo a desig-
nação de profissional apto com ressalvas. Informações
simples e necessárias como essas foram apresentadas e
esclarecidas durante a terceira mesa-redonda.
O impacto do e-social nas rotinas da saúde e da
segurança do trabalho foi o tema abordado por Dante
Jose Lago, gerente de saúde, segurança e meio ambien-
te da Volvo do Brasil. Sistema implantado pelo governo
federal, o e-social fornece ao governo informações
tributárias, trabalhistas e previdenciárias cadastradas
pelas empresas.
No e-social, não é possível, por exemplo, fazer o
ASO em data posterior à contratação do empregado e na
tabela S-2220 há o monitoramento da saúde e da segu-
rança do trabalhador por meio do registro de informações
padronizadas pelo sistema.
O Parecer CFM 17/2015 também traz orientações
sobre atuação médica no preenchimento do e-social e
pode ser acessado no link a seguir: www.goo.gl/5oGr5O
Consumo de agrotóxicose a Medicina
O consumo de agrotóxicos químicos no Brasil, como
aqueles identificados com característica carcinogênica
provável em humanos pela Agência Internacional de
Pesquisa para o Câncer (IARC), foi abordado pelo conse-
lheiro do Cremers, Dirceu Francisco Rodrigues, durante o
IV Fórum de Medicina do Trabalho do CFM, realizado dia
12 de agosto em Brasília.
Membro também da Câmara Técnica de Medicina
do Trabalho do Cremers e do CFM, Rodrigues apresentou
dados sobre os produtos agrícolas e, de forma exemplifi-
cativa, informou que, em 2015, 80% de todo morango e
pepino consumidos, assim como 67% da cenoura esta-
vam contaminados.
O uso do inseticida Malathion para combate do mos-
quito Aedes Aegypti também foi tema de debate. Segundo
Dirceu Rodrigues, o produto "é absorvido por todas as
vias humanas conhecidas e é um provável cancerígeno. O
desenvolvimento ambiental, social, cultural e economica-
mente sustentável é primordial. E a proibição de pulveri-
zação aérea de produtos tóxicos é necessária. O controle
químico de endemias só deve ser utilizado em último caso,
quando houver risco iminente de epidemia e atendendo a
todas as normas de segurança", concluiu.
Drs. Dirceu Rodrigues, João Alberto Montes e Iseu Milman
Ed. 99 | 2016 | REVISTA CREMERS | 23
EVENTO
Conforme a Revista Cremers destacou em suces-sivas edições, grande parte das UPAS anunciadas pelo governo federal ainda não estão prestando atendimento à população. Algumas sequer saíram do papel. O fato é que prossegue muito baixo o índice de entrega das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) previstas na segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
Recente trabalho divulgado pelo CFM em junho mostra que apenas 20,9% das obras previstas no início do PAC 2, em 2011, foram efetivamente concluídas e entregues à população até junho do ano passado. Das 13.792 UBSs e UPAs projetadas, apenas 2.880 ficaram prontas. Das obras planejadas, 1.055 ainda estavam no papel, sendo 690 em ações preparatórias e 365 em lici-tação. As obras que estavam em andamento somavam 9.857 projetos.
No total, das 13.238 UBSs projetadas, apenas 2.830 (21%) foram entregues. A situação das UPAs é ainda
pior: foram previstas 554 e entregues apenas 50 (9%). O Distrito Federal apresentou o pior desempenho e não conseguiu concluir nenhuma das quatro Unidades de Pronto Atendimento prometidas. A melhor avaliação ficou com o Acre, que conseguiu terminar 35,7% das obras – 14 UBSs (de 39) e uma UPA (de três). O segundo lugar ficou com o Paraná, que obteve um índice de 29,4% das 652 obras previstas, 189 UBSs e três UPAs.
HISTÓRICO DO FRACASSODesde o lançamento do PAC o governo federal tem
feito anualmente um balanço das obras concluídas. Com base nesses dados o CFM acompanha, há pelo menos quatro anos, a entrega das ações previstas na área da saúde. Em todos os anos a conclusão dessas obras ficou aquém do esperado. No 11º balanço do PAC, por exem-plo, divulgado em 2015 e referente às obras concluídas até outubro de 2014, haviam sido entregues apenas 12% das UBSs e 8% das UPAs programadas.
13.238 UBSs projetadas
554 UPAsprevistas
apenas 2.830 entregues (21%)
apenas 50 entregues (9%)
O atraso na entrega das unidades, corroborado no 11º balanço do PAC, já havia sido constatado ano passado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em auditoria específica que fiscalizou o andamento das construções de 119 UBSs e 35 UPAs, orçadas em R$ 137 milhões. De acordo com o TCU havia atraso injustificado em 95% das unidades pesquisadas e paralisação de 21 construções, além de falhas de qualidade, inobservância a requisitos legais e de acessibilidade, fiscalização deficiente e, o que é pior, ausência de providências para a retomada das construções inacabadas. O TCU também apontou que os preços cobrados pelas construtoras por metro quadrado estavam 20%
acima do valor de mercado. Em alguns casos este sobrepreço estava 73% acima de média regional e 11% da média nacional.Para o TCU uma das causas para a baixa execução na construção de UPAs e UBSs está no repasse "fundo a fundo", em que o Ministério da Saúde transfere para os estados e municípios os valores acertados. O TCU defende que transferências voluntárias como essas, só poderiam ocorrer após a prévia celebração de convênios. Como forma de coibir novos desperdícios, o Tribunal determinou que o Ministério da Saúde somente realize transferências de recursos destinadas a novas obras de UPA e UBA caso sejam formalizados convênios.
Monitoramento do TCU
Apenas 21% das UBSs e UPAs previstas saíram do papel
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SAÚDE PÚBLICA
O Departamento de Fiscalização do Cremers já
contabilizou um total de 37 vistorias neste ano. Foram
vistoriados hospitais, postos de saúde, PAs, Samu e labo-
ratórios já com a nova ferramenta, que tem como objeti-
vo padronizar e tornar mais ágil o trabalho em todos os
Conselhos de Medicina do país.
Integrante do Departamento de Fiscalização do CFM
e coordenador do Defis do Cremers, o conselheiro
Antonio Celso Ayub, diz que essa nova ferramenta, que
consiste em um programa para tablet, foi desenvolvida
durante mais de quatro anos.
– O programa abrange qualquer tipo de unidade
de saúde, como hospitais e ambulatórios, e também as
diversas especialidades médicas. O médico fiscal acessa
o programa e vai preenchendo as informações solicitadas,
conforme um roteiro previamente definido, relata Ayub,
acrescentando que a grande vantagem é que a ferramenta
uniformiza a fiscalização em
todos os Estados.
As vistorias são realizadas
pelos médicos fiscais Alexandre
Prestes e Mário Henrique Osanai.
De acordo com Prestes, o CFM
tem trabalhado bastante na busca
do aperfeiçoamento do sistema,
que está em fase de implantação.
Em reunião realizada no dia 15 de setembro na sede do
Cremers, a Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM)
recebeu representantes das operadoras Postal Saúde e SulAmérica
Saúde. No encontro, foram discutidas questões no tocante aos
valores das consultas destas operadoras e demais assuntos técnicos
acerca dos trabalhos das instituições ali representadas com relação
aos médicos. Na reunião também foram discutidos os preparativos
para a realização II Fórum Gaúcho de Saúde Suplementar, que
ocorrerá no dia 19 de novembro deste ano. Estiveram presentes na
reunião o Dr. Iseu Milman (Cremers), Dr. Jorge Luiz Eltz de Souza
e Sra. Simone Justo Hahn (Simers) e Dr. Jorge Utaliz Guimarães
Silveira e Sra. Maria da Graça Schneider (Amrigs).
Fiscalização com nova ferramenta nas vistorias
Comissão de Honorários programa o fórum de Saúde Suplementar
Dr. Antônio Celso Koehler Ayub
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CFM denuncia exercício ilegal da Medicina
O CFM emitiu, em abril, um comunicado no qual acusa o Conselho
Federal de Farmácia de usurpar sua competência ao instituir as
Resoluções CFF 585 e 586/2013, que determinam sobre atribuições
clínicas do farmacêutico. O CFM acredita que essas determinações
invadem o campo de atuação do médico.
Confira a íntegra da nota:
NOTA AOS MÉDICOS E À SOCIEDADE
Confira os artigos
¹§1º do artigo 4º da Lei 12.842/13 dita: diagnóstico nosológico é a determinação da doença que acomete o ser humano, aqui definida como interrupção, cessação ou distúrbio da função do corpo, sistema ou órgão, caracterizada por, no mínimo, 2 (dois) dos seguintes critérios: I – agente etiológico reconhecido; II – grupo identificável de sinais ou sintomas e III – alterações anatômicas ou psicopatológicas.
²parágrafo único do artigo 2º da Lei 12.842/13 dita: o médico desenvolverá suas ações profissionais no campo da atenção à saúde para: I – a promoção, a proteção e a recuperação da saúde; II – a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das doenças e III – a reabilitação dos enfermos e portadores de deficiências.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) vem a públi-
co se manifestar sobre mais um gravíssimo problema de
saúde pública que aflige o País e coloca em risco a saúde
da população. Trata-se do exercício ilegal da Medicina,
defendido por instituições públicas que deveriam pautar
seus passos pelo princípio da legalidade.
Com a edição da Lei 12.842/2013 (Lei do Ato Médico),
restou definitivamente estabelecido que o diagnóstico
nosológico¹ e o tratamento de doenças são competências
restritas ao médico², posto que, não há lei regulamentar de
outras profissões que tenha semelhante autorização.
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) ao ins-
tituir as Resoluções CFF 585 e 586/2013 usurpa
sua competência legal e invade indevidamente as
atribuições dispostas de maneira exclusiva ao profis-
sional médico.
Nos casos concretos desse exercício ilegal de
profissão, os Conselhos Federal e Regionais de
Medicina tomarão as medidas judiciais cabíveis e
necessárias contra essa prática ilícita e a decorrente
propaganda enganosa que coloca em risco a saúde
da população brasileira.
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ATO MÉDICO
Com o intuito do contínuo aprimoramento do ambiente de trabalho, da integração entre os funcionários e do atendimento aos médicos, o Cremers promove, do dia 1º de setembro ao dia 8 de novembro, a segunda edição do Workshop de Trabalho em Equipe. A atividade conta com a presença de funcionários e estagiários e é realizada pela psicóloga e coach Eliane Böttcher, da empresa Lidcom.“No primeiro treinamento tivemos muitas avaliações positivas, algumas áreas relataram melhorias no trabalho e pudemos proporcionar reflexões, por isso que essa atividade faz parte do plano de treinamento do ano aqui no Cremers. Essa segunda edição é uma continuação
do que fizemos ano passado”, afirma Rosângela Callegari, assessora de gestão do Conselho.Cada funcionário e estagiário participará de 8 horas de atividades na sede do Cremers, divididos em três turmas ao longo dos meses de setembro, outubro e novembro.
Cremers promove integração entre funcionários
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Encaminhe suas perguntas à Ouvidoria do Cremers através do telefone 3219.7544, ramal 242; e-mail [email protected]; ou pessoalmente
O atendimento é prestado pelos conselheiros Ércio Amaro de Oliveira Filho (coordenador), Céo Paranhos de Lima e Maria Lúcia Oppermann
A solicitação de exames pode ser feita por outros profissionais da área da Saúde?A solicitação de exames complementares só pode ser
feita por médico, porque é complementação do exame
clínico, e, portanto, parte integrante do diagnóstico
médico, o qual somente pode ser realizado por profissio-
nal legalmente habilitado (art. 17 da Lei 3.268/57), respei-
tada a legislação que regula a atividade dos odontólogos.
O responsável pelas assinaturas nas Autorizações de Internação Hospitalar é o Diretor Clínico ou o Diretor Técnico?
A AIH (Autorização de Internação Hospitalar) deve
ser preenchida pelo médico responsável pela solici-
tação de internação do paciente.
Professores de educação física podem dar atestados para prática de esportes?
Não. A avaliação da capacidade física é atributo
do médico.
Ouvidoria: perguntas frequentes
SERVIÇO
II ENCM em Campo Grande de 14 a 16 de
Setembro
Qualificação em cirurgia plástica Entre os inúmeros temas importantes abordados no II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina/2016, em Campo Grande (MT), esteve a cirurgia plástica. Mais exatamente os riscos para a saúde da população e para a imagem da Medicina causados pela realização de procedimentos em cirurgia plástica por médicos que não têm especialização na área ou até por profissionais de outras categorias
Os expositores foram o presidente da Sociedade de
Cirurgia Plástica (SBCP), Luciano Ornelas Chaves, e o pre-
sidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos
Vital. O debate foi conduzido pelo 1º vice-presidente
do CFM, Mauro Britto Ribeiro, e pelo coordenador da
Câmara Técnica de Cirurgia Plástica, Pedro Nader.
Em sua fala, o representante da SBCP criticou a “inva-
são" na área da cirurgia plástica por parte de profissionais
não especializados, o que, segundo ele, tem colocado em
risco também a credibilidade de toda a classe médica.
"Vemos um número cada vez maior de sequelas causadas
pela falta de especialização e de capacidade”, disse, ao
revelar que a bandeira de resgate da imagem da cirurgia
plástica não é apenas brasileira, mas mundial.
FORMAÇÃO QUALIFICADA Segundo o presidente da Sociedade, a formação
regular e reconhecida, na Residência Médica, tem como
pré-requisito dois anos em cirurgia-geral e cumprimento
de mais três anos na especialidade propriamente dita.
Somente a conclusão desse período de formação é capaz
de capacitar um profissional na área, disse Chaves.
Ele criticou o alastramento de cursos de pós-gradua-
ção lato sensu pelo país, os quais não conferem aos médi-
cos participantes o direito de se inscrever nos conselhos
de Medicina como especialistas na área, o que os impede
de se anunciarem como cirurgiões plásticos.
Em junho deste ano, representantes do CFM, da SBCP
e da Associação Médica Brasileira (AMB) apresentaram ao
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, documento
que formaliza a preocupação das entidades com esse cená-
rio. O relatório entregue apontava que, entre setembro de
2015 e junho de 2016, várias situações denunciadas pela
imprensa, onde a formação do médico seria causa possível
de mortes e sequelas. A SBPC estima que, atualmente, mais
de 12 mil profissionais exerçam procedimentos de cirurgia
plástica e estéticos sem preparação adequada.
MUDANÇAS NA LEI O presidente do CFM, Carlos Vital, reiterou que a legis-
lação brasileira permite que qualquer médico, após forma-
do, faça todos os atos médicos. “A Constituição Federal,
no art. 5º, inciso XIII, deixa claro que qualquer limitação ao
exercício profissional só pode ser estabelecido por lei, res-
tando evidente assim o livre exercício da profissão”, disse,
citando reiteradas e recentes decisões do Supremo Tribunal
Federal que referendam esse entendimento.
Para o presidente do CFM, a autarquia não tem
nenhuma divergência em relação ao valor moral e ético
das reivindicações da SBCP. Vital reforçou, porém, que o
debate não deve se esgotar no âmbito dos Conselhos de
Medicina, mas precisa se estender ao Poder Legislativo, se
possível com o apoio do Ministério Público.
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II ENCM
Academia de Medicina debate a saúde no Estado
A reunião de agosto realizada no
Cremers, dia 27, contou com a pre-
sença da Profa. Dra. Newra Tellechea
Rotta, e do secretário da Saúde do
Estado, João Gabbardo dos Reis, que
abordou o tema “Desafios da Saúde
no Rio Grande do Sul”.
O secretário, que é médico for-
mado pela UFRGS, falou sobre as
dificuldades do financiamento da
saúde: “Vivemos uma crise fiscal,
de investimentos, que é a pior de
todo nosso período”. Além disso,
Gabbardo colocou que o repasse
federal que o Rio Grande do Sul
recebe para a saúde, que está em
R$ 216 milhões mensais, é insuficiente,
já que representa apenas 19 reais por
habitante do estado.
Na outra palestra da manhã, a Dra.
Newra Tellechea Rotta falou sobre
uma de suas pesquisas mais significa-
tivas: “Transtorno do Espectro Autista:
Passado, Presente e Futuro”.
A palestrante possui um extenso
currículo. Formada em Medicina pela
UFRGS, com especialização na USP,
foi pioneira e líder do primeiro grupo
de médicos neurologistas dedicados à
Pediatria, especialmente em relação aos
transtornos do aprendizado, deficiência
de atenção entre outros. A Dra. Newra
prestou importante contribuição para a
pediatria gaúcha e brasileira.
Título de Acadêmico Honorário
A Profa. Dra. Newra Tellechea Rotta
tomou posse, dia 30 de julho, como
Acadêmica Honorária, tendo em vista sua
contribuição decisiva para a Medicina gaú-
cha, especialmente na Neuropediatra.
A programação da reunião incluiu,
na sequência, a conferência “Cirurgia da
Calvície – uma evolução de 35 anos”,
pelo Prof. Dr. Carlos Oscar Uebel, que
recentemente recebeu o Certificado de
Excelência pela Sociedade Americana
de Cirurgia Plástica pela sua técnica de
referência mundial sobre Micro Implante
Capilar e seus Fatores de Crescimento.
Dr. Carlos Oscar Uebel
Dr. João Gabbardo dos Reis
Dra. Newra Tellechea Rotta com Dr. Luiz F. Jobim
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ACADEMIA
Confira os eventosde outubro e novembro
02 A 05
NOVEMBRO
46º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial Local: Centro de Convenções de Goiânia – Goiânia (GO)Informações: www.46cbo.com.br
21 E 22
OUTUBRO
XIII Congresso Brasileiro de CardiogeriatriaLocal: Centro de Convenções Hotel SERHS – Natal (RN)Informações: departamentos.cardiol.br/decage/congresso2016
29 OUTUBRO A
1º NOVEMBRO
7º Congresso Brasileiro de Densitometria, Osteoporose e OsteometabolismoLocal: Centro de Convenções e Exposições Expoville – Joinville (SC)Informações: www.bradoo.com.br
XLIII Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia Local: Expo Unimed Curitiba – Curitiba (PR)Informações: www.congressoalergia2016.com.br
28 SETEMBRO A
1º OUTUBRO
65º Congresso Brasileiro de ColoproctologiaLocal: Sheraton WTC – São Paulo (SP)Informações: www.coloproctologia2016.com.br
08 A 11
OUTUBRO
XV Semana Brasileira do Aparelho DigestivoLocal: ExpoMinas – Belo Horizonte (MG)Informações: www.sbad2016.com.br
29 OUTUBRO A
02 NOVEMBRO
09 A 12 XV Congresso Brasileiro de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar Local: MinasCentro – Belo Horizonte (MG)Informações: www.controledeinfeccao2016.com.br
NOVEMBRO
XV Fórum Brasileiro de Neuropsiquiatria GeriátricaLocal: Hotel Deville – Porto Alegre (RS)Informações: www.ccmew.com/abnpg2016
07 E 08
OUTUBRO
16 A 19 XXXIV Congresso Brasileiro de PsiquiatriaLocal: Transamérica Expo Center – São Paulo (SP)Informações: www.cbpabp.org.br
NOVEMBRO
11 A 15 XXXVIII Congresso Brasileiro de Pneumologia e TisiologiaLocal: Riocentro – Rio de Janeiro (RJ)Informações: www.sbpt.org.br/sbpt2016
OUTUBRO
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AGENDA
OutubroRosa
Outubro é o mês dedicado à prevenção do câncer
de mama. O movimento Outubro Rosa procura divul-
gar informações gerais sobre a doença e a importância
de seu diagnóstico precoce. Instituições ligadas ao
tratamento do câncer promovem ações para ampliar
o conhecimento e estimular a postura de atenção das
mulheres em relação às suas mamas e à necessidade de
investigação oportuna das alterações suspeitas.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer
José Alencar Gomes da Silva (Inca), a importância da
campanha está em ampliar a compreensão sobre os
desafios no controle do câncer de mama não só para
pacientes, mas também para médicos e profissionais da
saúde. Esse controle não depende apenas da realização
da mamografia, mas também do autoexame, do acesso
ao diagnóstico e ao tratamento com qualidade e no
tempo oportuno.
O movimento surgiu em 1990, na primeira Corrida
pela Cura, realizada em Nova York, com o objetivo de
estimular a participação da população no controle do
câncer de mama. A data é celebrada anualmente. Em
Porto Alegre, capital com maior incidência de casos, a
Caminhada das Vitoriosas acontece no dia 23 de outu-
bro, promovida pelo Instituto da Mama do RS (Imama).
MINISTÉRIO DA SAÚDEO Ministério da Saúde elabora, anualmente, uma
cartilha gratuita com orientações sobre a prevenção e
detecção precoce do câncer de mama. Além de explicar
o que é a doença e seus principais sintomas, também
aponta fatores de risco, como fazer o autoexame e como
funciona a mamografia. Em 2016, a estimativa é de apro-
ximadamente 58 mil novos casos no Brasil.
A recomendação do Ministério é a realização da
mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem
sintomas) em mulheres de 50 a 69 anos, uma vez a cada
dois anos. A mamografia diagnóstica (quando há lesões
suspeitas) pode ser solicitada em qualquer idade, a critério
médico. Ainda assim, a mamografia diagnóstica geralmen-
te não é solicitada em mulheres jovens, pois nessa idade
as mamas são mais densas e o exame apresenta muitos
resultados incorretos. O SUS oferece exame de mamo-
grafia para todas as idades, quando há indicação médica.
Câncer? Nem quero falar disso!É preciso
Não dá para saber se temos câncer ou não.
É possível
Não dá para evitar o câncer.
É possível
prevenir
Eu não tenho direito ao tratamento de câncer.
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INTEGRAÇÃO
32 | REVISTA CREMERS | 2016 | Ed. 99
Para o Conselho Federal de Medicina (CFM), o
paciente com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) provável
ou definida sofre de doença irreversível e incapacitante.
A partir dessa definição, dada no Parecer CFM 03/2016, o
médico perito ou assistente terá mais segurança para emi-
tir o laudo que dará ao paciente o direito de reivindicar a
aposentadoria e a isenção do imposto de renda.
“O portador da ELA geralmente requer muitos cuida-
dos. É humanitário que receba todos os benefícios fiscais
e previdenciários previstos na lei”, defende o relator do
parecer, neurologista Hideraldo Cabeça.
A Portaria Interministerial MPAS/MS 2.998/01, que
enumera as doenças passíveis de assegurar a concessão
de auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez ao
segurado do Regime Geral de Previdência Social, e a
Lei 7.713/88, que dá isenção do imposto de renda para
aposentados e pensionistas portadores daquelas mes-
mas doenças, estabelecem que as pessoas com paralisia
irreversível e incapacitante terão direito aos benefícios
previdenciários e fiscais.
“Quando explicamos no parecer que a ELA provável
ou definida é equivalente à doença irreversível e incapa-
citante, estamos dizendo que o seu portador tem direito a
requerer benefícios”, explica Hideraldo Cabeça.
SEXO MASCULINO O MAIS AFETADO Esclerose Lateral Amiotrófica afeta mais o sexo mas-
culino e tem um grande impacto socioeconômico sobre
o paciente, seus familiares e a sociedade. A causa da
doença não está totalmente esclarecida. Provavelmente,
há a presença de fator genético, que desencadearia a
degeneração dos neurônios cerebrais após um gatilho
(processo inflamatório, exposição a agentes tóxicos, ati-
vidade física excessiva).
A doença não afeta o raciocínio intelectual, visão,
audição, paladar, olfato e tato. Mas, os neurônios se des-
gastam ou morrem e não conseguem mandar mensagens
aos músculos, gerando enfraquecimento, contrações
involuntárias e incapacidade de mover os braços, as per-
nas e o corpo. A doença piora progressivamente. Quando
os músculos do tórax param de trabalhar, em uma fase
tardia da doença, é necessário o uso de um respirador
artificial. Recentemente, foi realizada uma campanha na
internet de celebridades tomando banhos gelados como
forma de chamar a atenção para a ELA.
Esclerose Lateral Amiotrófica: doença irreversível e incapacitante
SAIBA MAISA ELA é uma degeneração dos neurônios do
cérebro que provoca fraqueza muscular acompa-
nhada de endurecimento dos músculos (esclerose),
inicialmente em um dos lados do corpo, e atrofia
muscular (amiotrófica). A esclerose lateral refere-se ao
endurecimento da porção lateral da medula espinhal.
ATUALIZAÇÃO
Dr. Cláudio Balduíno Souto Franzen(Conselheiro do CFM)
Dr. Antônio Celso Ayub(Conselheiro Suplente do CFM)
OBRIGATORIEDADE DE EXAME
Em ação movida pelo Sindicato das Entidades Mantenedo-ras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de SP, o Juízo da 6ª Vara Federal de São Paulo reconheceu o descumprimento da decisão judicial proferida pelo TRF 3ª Região, pelo Cremesp, nos seguintes termos: 1) Em rela-ção ao dever de divulgação EM SUA PÁGINA INICIAL, de forma permanente e ostensiva, quanto à ausência de obri-
gatoriedade de submissão ao "Exame de Cremesp", desde 26/05/2015; 2) Em relação à afirmação sobre a obrigato-riedade de submissão ao Exame do Cremesp, reconheço o descumprimento do v. acórdão proferida em 03 (três) ocasiões, quais sejam (i) Resolução Cremesp 276/2015, (ii) Edital para realização do Exame do Cremesp 2015; e (iii) entrevista veiculada em programa de televisão.
TENTATIVA DE SUSPENDER CASSAÇÃO
Indeferimento de pedido de antecipação dos efeitos da tutela pela 8ª Vara Federal de São Paulo. Em sua decisão, o magistrado não vislumbrou a presença dos requisitos para a concessão da medida liminarmente, considerando que a pena de cassação do exercício profissional foi im-posta pelo CFM em 1985, ou seja, há mais de trinta anos. Argumentou também o magistrado “(...) Qual seria agora a urgência de resolver o caso em uma penada, por meio de tutela provisória, depois de trinta anos da cassação do
exercício profissional? Além disso, o perigo da demora é inverso. Entre o interesse individual do autor de voltar a exercer a profissão de médico e o interesse público na proteção da saúde da população que poderia ser prejudi-cada pela atuação profissional defasada do autor, pois ele não exerce a Medicina há mais de trinta anos, a proteção desta deve prevalecer, mantendo-se, por ora, a vedação de o autor exercer a Medicina. Indefiro o pedido de ante-cipação dos efeitos da tutela.”
PROFICIÊNCIA EM LÍNGUA PORTUGUESA
Ação Civil Pública sobre Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa – CELPE-BRAS –, seguindo as Reso-luções CFM 1.831/08 e 1832/08. O Juízo da 22ª Vara Fe-deral de São Paulo, ao conceder parcialmente a medida liminar na Ação Civil Pública, entendeu que a exigência do Certificado CELPE-BRAS para inscrição de médicos estrangeiros é legítima, pois se adequa ao princípio da ra-
zoabilidade, haja vista a necessidade de fluência verbal e escrita mínima dos estrangeiros que exercem a Medicina no Brasil. Porém, proibiu os Conselhos de Medicina de exigir o Certificado CELPE-BRAS em nível “intermediá-rio superior”, havendo a possibilidade de exigência desse certificado no nível “intermediário”. (LIMINAR DEFERI-DA TOTALMENTE NO TRF 3ª REGIÃO)
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CONSELHO FEDERAL
Cremers presta homenagem
Em sessões ordinárias realizadas nos dias 9 de agosto e 6 de setembro, o Corpo de Conselheiros do Cremers prestou homenagem a médicos do
Estado falecidos recentemente
Dr. ALFREDO DE MARCO CARVALHONascido em 18/11/1948, natural de Porto Alegre (RS). Forma-do pela Fundação Faculdade Católica de Medicina de Porto Alegre no ano 1974. Falecido em 20/04/2016, aos 67 anos.
Dr. FERNANDO WALLAUNascido em 21/02/1944, natural de Porto Alegre (RS). For-mado pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre no ano de 1969. Falecido em 10/06/2016, aos 72 anos.
Dra. GRAZIELA MÜLLER LERIASNascida em 28/06/1984, natural de Porto Alegre (RS). For-mada pela Universidade Federal de Pelota no ano de 2010. Falecida em 15/08/2016, aos 32 anos. Cremers 34.712.
Dr. JAIME KAHANNascido em 20/03/1933, natural de Porto Alegre (RS). For-mado pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre em 1957. Falecido em 09/04/2016, aos 83 anos.
Dra. JEANETTE BARBISAN DE SOUZANascida em 15/08/1949, natural de Passo Fundo (RS). For-mada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no ano 1973. Falecida em 09/05/2016, aos 66 anos.
Dr. JOAQUIM PEDRO VIEIRA PINTONascido em 01/12/1932, natural de Bagé (RS). Formado pela Faculdade de Medicina de Santa Maria no ano 1961. Falecido em 15/06/2016, aos 83 anos.
Dr. JUAREZ ANDRIGHETTO MAROSONascido em 28/06/1942, natural de Palmeira das Missões (RS). Formado pela Faculdade de Medicina da Universida-de Federal De Santa Maria no ano de 1968. Falecido em 14/06/2016, aos 73 anos. Cremers 3.909.
Dr. LUIZ ANTONIO PRESOTTONascido em 01/06/1952, natural de Sarandi (RS). Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no ano 1975. Falecido em 11/07/2016, aos 64 anos.
Dra. SOLANGE FONSECA DOS SANTOSNascida em 21/10/1947, natural de Pelotas (RS). Formada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de San-ta Maria no ano 1973. Falecida em 17/11/2013, aos 66 anos.
Dr. VALMIR GOMES SANCHESNascido em 23/10/1947, natural de Dom Pedrito (RS). Forma-do pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no ano de 1975. Falecido em 22/11/2012, aos 65 anos. Cremers 9.002.
Dr. VAZULMIRO DUTRA ARBONascido em 05/11/1953, natural de Palmeira das Missões (RS). Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Católica de Pelotas, no ano 1979. Falecido em 04/10/2013, aos 59 anos. Cremers 10.357.
Dr. PLÍNIO CAMARGO RUASNascido em 09/09/1933, natural de Soledade (RS). Formado pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre no ano de 1962. Falecido em 11/02/2015, aos 81 anos.
34 | REVISTA CREMERS | 2016 | Ed. 99
OBITUÁRIO
D E L E G A C I A S D O C R E M E R S
Seccional Delegado Fone Endereço | E-mail
Alegrete Dr. Luiz Carlos Diniz Barradas (55) 3422.4179 R. Vasco Alves, 431/402 | CEP 97542-600 | [email protected]
Bagé Dr. César Alfeu Iamin de Mello (53) 3242.8060 R. General Neto, 161/204 | CEP 96400-380 | [email protected]
Bento Gonçalves Dr. José Vitor Zir (54) 3454.5095 R. José Mário Mônaco, 349/701 | CEP 95700-066 | [email protected]
Cachoeira do Sul Dra. Leisa Maria Behr Gaspary (51) 3723.3233 R. Senador Pinheiro Machado, 1020/104 | CEP 96508-022 | [email protected]
Camaquã Dr. Tiago Bonilha de Souza (51) 3671.0751 Sem Sede | [email protected]
Carazinho Dr. Airton Luis Fiebig (54) 3330.1049 Sem Sede | [email protected]
Caxias do Sul Dr. Luciano Bauer Grohs (54) 3221.4072 R. Bento Gonçalves, 1759/702 | CEP 95020-412 | [email protected]
Cruz Alta Dr. João Carlos Stona Heberle (55) 3324.2800 R. Venâncio Aires, 614 /46 | CEP 98005-020 | [email protected]
Erechim Dr. Paulo Cesar Rodrigues Martins (54) 3321.0568 Av. 15 de Novembro, 78/305 | CEP 99700-308 | [email protected]
Ijuí Dra. Marília Raymundo Thomé da Cruz (55) 3332.6130 R. Siqueira Couto, 93/406 | CEP 98700-000 | [email protected]
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Passo Fundo Dr. Henrique Luiz Oliani (54) 3311.8799 R. Teixeira Soares, 885/505 | CEP 99010-081 | [email protected]
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Ed. 99 | 2016 | REVISTA CREMERS | 35
CONTATO
V Congresso Brasileiro de Medicina de Emergência
O V Congresso Brasileiro de Medicina de Emergência, realizado entre os dias 20 e 23 de setembro, debateu a realidade atual e previsões para a especialidade frente à recente homologação pelo CFM, em agosto. O evento foi promovido pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), e presidido pelo conselheiro do Cremers Luiz Alexandre Alegretti Borges.
Borges dedicou um agradecimento especial ao Cremers
por ter acreditado no projeto de reconhecimento da espe-
cialidade, tomando como sua prioridade a bandeira da
Medicina de Emergência. “Mais do que isso, o Cremers ser-
viu de casa da Emergência. Abriu suas portas e oportunizou
Fóruns Regionais e Nacional; criou a CT de Emergência, de
onde saíram diversas Resoluções de extrema importância
para a vida dos médicos emergencistas deste estado, que
mais tarde serviriam como modelo para as Resoluções
do CFM. Enfrentou crises e conflitos nas diversas
Emergências dos hospitais de Porto Alegre, sempre
colocou o seu tom conciliador e estimulou o aten-
dimento ético, digno, qualificado para os pacientes”,
ressaltou, destacando também as parcerias com o
CFM e a Sociedade Brasileira de Pediatria.
Foram homenageados o vice-presidente do
Cremers Fernando Matos (representado pelo
presidente Rogério Wolf de Aguiar); o tesoureiro do
Cremers e conselheiro federal, Cláudio Franzen; o
coordenador das CTs do Cremers, Jefferson Piva, no ato
representando o presidente do CFM; e o conselheiro
Luiz Alexandre.
PARCERIA COM CFMO conselheiro do Cremers, Jefferson Piva, falou em
nome do CFM, pontuando as ações da instituição em
favor da medicina de emergência. Piva ressaltou que o
CFM há muito tempo elegeu a emergência como priori-
dade, dada a importância da atividade tanto para médi-
cos como para os pacientes. Criou a Câmara Técnica de
Urgência e Emergência, publicou as Resoluções 2.077,
2.079, 2.110/2014 (Urgência Hospitalar, UPAS, SAMU),
reconheceu a especialidade em 2013 e a regulamentou em
agosto deste ano, e abrigou a discussão sobre Residência
em Emergência envolvendo sua CT, 20 instituições de ensi-
no do país, a CNRM e Ministério da Saúde.
Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT.