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n.º 42 · Julho 2012 Boletim Informativo empresas de projecto e consultoria Este Boletim está também disponível no site da APPC no formato pdf Mais e Melhor Apoio à Internacionalização do Sector A sustentabilidade das economias, em ambiente de livre comércio, implica capacidade das empresas para competir em mercado aberto e concorrencial, produzindo com qualidade, a preço adequado e, assim, satisfazendo os clientes. Nos serviços, em geral, e nos sectores de engenharia, arquitectura e ambiente, em particular, cada vez mais a satisfação dos clientes passa por prestar serviços em parceria ou, no mínimo, proximidade com o cliente, internacio- nalizando a produção, em detrimento da exportação pura de serviços. A aposta na internacionalização da actividade das empresas do Sector é, por isso, uma aposta vital, que deverá reforçar-se ao longo dos próximos anos. A APPC tem vindo a acompanhar esse movimento desde sempre, e agora com redobrada atenção. As exportações do Sector da Consultoria em engenharia e arquitectura representaram cerca de 20% da sua actividade global em 2010 e estamos certos de que os anos de 2011 e 2012 vêm reforçando a proporção dos serviços exportados em relação à actividade global. Não pode, todavia, pensar-se que esta tendência é sustentável com as actuais condições de competitividade do país. As empresas confrontam-se, nos mercados, com empresas oriundas de países concorrentes que beneficiam de condições privilegiadas para a sua actividade internacional. Trata-se, regra geral, de verem as suas intervenções em mercados externos de alguma forma alavancadas por: 1) incentivos atribuídos pela Cooperação para a abordagem de novos mercados com interesse estratégico; 2) estabilidade na obtenção de vistos de trabalho e reconhecimento de competências para o exercício das profissões; 3) facilidades no financiamento das exportações e necessidades associadas em matéria de garantias bancárias inerentes ao estabelecimento dos contratos e ao caucionamento dos adiantamentos contratualmente estabelecidos; 4) clareza e pré-determinação no que respeita aos benefícios fiscais em sede de IRS relativos a trabalhadores deslocados em operações de exportação de serviços; 5) créditos fiscais em sede de IRC por contrapartida de investimentos no exterior e acordos para evitar a dupla tributação efectivamente protectores das suas empresas; 6) disponibilidade de grande capacidade de financiamento ao desenvolvimento através de bancos nacionais de investimento ou recurso a linhas de financiamento frequentemente garantidas por petróleo, gás ou carvão. Como exemplo e prova da desvantagem competitiva, em matéria fiscal das empresas por- tuguesas, vejamos o caso do acordo para evitar a dupla tributação celebrado com o Brasil, o qual desde há muito vem sendo assinalado como um mau exemplo de negociação deste tipo de instrumentos. O acordo em si é o normal. Todavia, foi celebrado um Protocolo adicional que permite, tão-somente, que a intervenção das empresas de consultoria portuguesas no Brasil (prestação de assistência técnica e de serviços técnicos) seja assimilada a royalties e como tal submetida a uma retenção de 15%. São casos como este que importa rever. É sabido que é por motivos desta natureza que muitos investimentos de empresas portuguesas são feitos a partir de outros países (designadamente a Holanda) que dispõem de acordos para evitar a dupla tributação com condições mais favoráveis para o repatriamento de rendimentos, juros, dividendos, etc. Estamos todos muito empenhados em aumentar as exportações. Por desígnio nacional e como forma de desenvolver o nosso tecido empresarial. Mas, é muito difícil fazê-lo de forma sustentada nas actuais circunstâncias. A actividade internacional deste sector, portadora de influência e conhecimento, pode incrementar a presença internacional de outros sectores nacionais. O Sector dos Serviços promove-se essencialmente com influência diplomática e com a superação de barreiras e desvantagens competitivas. Eng. Victor Carneiro, Presidente Metropolitano de Lisboa – Estação do Aeroporto www.appconsultores.org.pt Em memória de Fernando Silveira Ramos O Eng. Fernando Silveira Ramos faleceu na madrugada do dia 14 de Julho. De personalidade forte e engenho na profissão, marcou bastante a evolução da APPC, a cuja Direcção presidiu ao longo de 3 mandatos, de 1998 a 2006, após alguns mandatos de envolvimento na Direcção e em outros Órgãos Sociais da APPC, em representação da Consulmar. A APPC muito beneficiou da sua acção em prol do reforço associativo e da capacidade de intervenção nos assuntos que interessam às empresas do sector. Determinado, frontal, arrojado e persistente como poucos, impôs-se como objectivo o reconhecimento da APPC pelas empresas do Sector, junto dos clientes e por parte dos poderes públicos relevantes para o Sector. Aqui fica o registo e reconhecimento por parte da Direcção, demais Órgãos Sociais e colaboradores da APPC. Actualização das Fichas das empresas associadas no site da APPC Como é habitual, no 2.º trimestre do ano a APPC solicita aos Associados a actualização e/ou revisão das respectivas Fichas. Assim informamos que foram recentemente colo- cadas “online” as novas versões.

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Page 1: Mais e Melhor Apoio à Internacionalização do Sector ... · A aposta na internacionalização da actividade das empresas do Sector é, por isso, ... Como exemplo e prova da desvantagem

Seminário sobre Exportaçãode Serviços de Consultoria

Face à boa adesão das empresas associadas ao Grupo de Trabalho sobre a Actividade Internacional, foi o mesmo dividido em 2 grupos operacionais: um mais orientado para o suporte da Direcção no que respeita às políticas de apoio à internacionalização do Sector e um outro que visa a preparação de um conjunto de bases de informação útil para as empresas que pretendam iniciar e/ou reforçar a sua actividade internacional.Neste quadro, prevê-se para Novembro a realização de um Seminário sobre a Exportação de Serviços de Consultoria, nele se pretendendo afirmar a capacidade do Sector, a par de outras sessões em que se apresentarão os instrumentos de suporte que vêm sendo preparados.Estamos certos do interesse destas iniciativas para o conjunto das empresas associadas.

5O.o Aniversário da COBA

A COBA festejou no passado dia 28 de Junho o seu 50.º aniversário.Em cerimónia realizada no CCB estiveram presentes colaboradores, clientes, parceiros e entidades institucionais relacionadas com o Sector.Na ocasião, foram tecidas referências importantes à APPC, estando presentes uma boa parte das empresas suas associadas.Parabéns à COBA.

Assembleia Geral da APPC, 4 de Maio 2012

Os principais assuntos tratados na Assembleia Geral deste ano foram a aprovação das Contas de 2011 e do Plano de Actividades para 2012 e a revisão dos Estatutos. Relativamente a este processo, que teve em vista proceder à modernização geral do documento, importa salientar os pontos que sofreram alterações mais profundas: previsão de competências da Direcção para agir em juízo em defesa da Associação ou dos seus Associados e o funcionamento e profissionalização da APPC.

Seguro de Responsabilidade Civil Profissional da APPC

Há 7 anos a APPC lançou um Seguro de Grupo que cobre a actividade das empresas de Consultoria e Projecto, ao qual apenas podem aderir os Associados.Ao longo destes anos tem havido uma adesão muito satisfatória de empresas.Para obterem mais informações, os Associados deverão consultar a Área Reservada do site da APPC. As empresas não associadas poderão solicitar o envio de um documento com as Condições do Seguro.

n.º 42 · Julho 2012 Boletim Informativoempresas de projecto e consultoria

proprIedade e edIção associação portuguesa de projectistas e Consultores dIreCtoreng. Victor Carneiro

CoordeNador edItorIal dr. Manuel Baptista

proJeCto GrÁFICo atelier Henrique Cayatte

paGINação e prodUção GrÁFICa Nastintas – design e Comunicação

exeMplares 2500

dIFUsãoeste Boletim é regularmente enviado às seguintes entidades,organizações e empresas:

• administração Central: Ministérios, secretarias de estado, direcções-Gerais, Institutos públicos e outras entidades equiparadas• administração regional: Governos regionais dos açores e Madeira• administração local: Câmaras Municipais• empresas contratantes• organizações de interesse público• Meios de Comunicação social• empresas do sector

appCav. antónio augusto de aguiar, 126 - 7.º1050-020 lisboatel 213 580 785/6Fax 213 150 [email protected]

Este Boletim está também disponível no site da APPC no formato pdf

FIlIações INterNaCIoNaIs da appC

Federação Europeia das Associações de Consultores de Gestãowww.feaco.org

Federação Europeia das Associaçõesde Consultores de Engenhariawww.efcanet.org

Federação Internacional dos Engenheiros Consultoreswww.fidic.org

Mais e Melhor Apoio à Internacionalização do SectorA sustentabilidade das economias, em ambiente de livre comércio, implica capacidade das empresas para competir em mercado aberto e concorrencial, produzindo com qualidade, a preço adequado e, assim, satisfazendo os clientes. Nos serviços, em geral, e nos sectores de engenharia, arquitectura e ambiente, em particular, cada vez mais a satisfação dos clientes passa por prestar serviços em parceria ou, no mínimo, proximidade com o cliente, internacio-nalizando a produção, em detrimento da exportação pura de serviços.A aposta na internacionalização da actividade das empresas do Sector é, por isso, uma aposta vital, que deverá reforçar-se ao longo dos próximos anos.A APPC tem vindo a acompanhar esse movimento desde sempre, e agora com redobrada atenção. As exportações do Sector da Consultoria em engenharia e arquitectura representaram cerca de 20% da sua actividade global em 2010 e estamos certos de que os anos de 2011 e 2012 vêm reforçando a proporção dos serviços exportados em relação à actividade global.Não pode, todavia, pensar-se que esta tendência é sustentável com as actuais condições de competitividade do país.As empresas confrontam-se, nos mercados, com empresas oriundas de países concorrentes que beneficiam de condições privilegiadas para a sua actividade internacional.Trata-se, regra geral, de verem as suas intervenções em mercados externos de alguma forma alavancadas por: 1) incentivos atribuídos pela Cooperação para a abordagem de novos mercados com interesse estratégico; 2) estabilidade na obtenção de vistos de trabalho e reconhecimento de competências para o exercício das profissões; 3) facilidades no financiamento das exportações e necessidades associadas em matéria de garantias bancárias inerentes ao estabelecimento dos contratos e ao caucionamento dos adiantamentos contratualmente estabelecidos; 4) clareza e pré-determinação no que respeita aos benefícios fiscais em sede de IRS relativos a trabalhadores deslocados em operações de exportação de serviços; 5) créditos fiscais em sede de IRC por contrapartida de investimentos no exterior e acordos para evitar a dupla tributação efectivamente protectores das suas empresas; 6) disponibilidade de grande capacidade de financiamento ao desenvolvimento através de bancos nacionais de investimento ou recurso a linhas de financiamento frequentemente garantidas por petróleo, gás ou carvão.Como exemplo e prova da desvantagem competitiva, em matéria fiscal das empresas por-tuguesas, vejamos o caso do acordo para evitar a dupla tributação celebrado com o Brasil, o qual desde há muito vem sendo assinalado como um mau exemplo de negociação deste tipo de instrumentos. O acordo em si é o normal. Todavia, foi celebrado um Protocolo adicional que permite, tão-somente, que a intervenção das empresas de consultoria portuguesas no Brasil (prestação de assistência técnica e de serviços técnicos) seja assimilada a royalties e como tal submetida a uma retenção de 15%.São casos como este que importa rever. É sabido que é por motivos desta natureza que muitos investimentos de empresas portuguesas são feitos a partir de outros países (designadamente a Holanda) que dispõem de acordos para evitar a dupla tributação com condições mais favoráveis para o repatriamento de rendimentos, juros, dividendos, etc.Estamos todos muito empenhados em aumentar as exportações. Por desígnio nacional e como forma de desenvolver o nosso tecido empresarial. Mas, é muito difícil fazê-lo de forma sustentada nas actuais circunstâncias. A actividade internacional deste sector, portadora de influência e conhecimento, pode incrementar a presença internacional de outros sectores nacionais.O Sector dos Serviços promove-se essencialmente com influência diplomática e com a superação de barreiras e desvantagens competitivas.

Eng. Victor Carneiro,Presidente

Metropolitano de lisboa – estação do aeroporto

www.appconsultores.org.pt

Em memória de Fernando Silveira Ramos

O Eng. Fernando Silveira Ramos faleceu na madrugada do dia 14 de Julho.

De personalidade forte e engenho na profissão, marcou bastante a evolução da APPC, a cuja Direcção presidiu ao longo de 3 mandatos, de 1998 a 2006, após alguns mandatos de envolvimento na Direcção e em outros Órgãos Sociais da APPC, em representação da Consulmar.

A APPC muito beneficiou da sua acção em prol do reforço associativo e da capacidade de intervenção nos assuntos que interessam às empresas do sector.

Determinado, frontal, arrojado e persistente como poucos, impôs-se como objectivo o reconhecimento da APPC pelas empresas do Sector, junto dos clientes e por parte dos poderes públicos relevantes para o Sector.

Aqui fica o registo e reconhecimento por parte da Direcção, demais Órgãos Sociais e colaboradores da APPC.

Actualização das Fichas das empresas associadas no site da APPC

Como é habitual, no 2.º trimestre do ano a APPC solicita aos Associados a actualização e/ou revisão das respectivas Fichas. Assim informamos que foram recentemente colo-cadas “online” as novas versões.

Federação Pan-Americana de Consultoreswww.fepac.org

Como tornar-se associado

- consulte o menu “admissão” do site da appC

Revisão do Código dos Contratos Públicos

Foi publicado no dia 12 de Julho o Decreto-Lei n.º 149/2012 que aprovou a revisão do CCP.

Verifica-se que esta revisão foi feita nesta altura fundamentalmente para acolher recomendações de alteração contidas no Memorando de Entendimento estabelecido entre o Governo Português e a CE/BCE/FMI.

Lamentavelmente, e não considerando uma boa parte das recomendações de alteração razoavelmente consensualizadas em sede da Comissão de Acompanhamento do CCP, não foram incluídas algumas alterações que contribuiriam para melhorar o ambiente de contratação dos nossos serviços.

Efectivamente, nenhuma disposição foi tomada para evitar o permanente aviltamento dos preços e que prossiga a política de contratação exclusivamente com base no Preço. Aliás, recordemos, nem por há bem pouco tempo ter sido denunciado publicamente e reconhecido pelo Governo a perversidade de contratações de serviços de natureza intelectual por aplicação destes princípios (recordemos o caso da compra de horas de enfermeiros por parte do Ministério da Saúde) foram introduzidos mecanismos de avaliação que privilegiem a qualidade das propostas em detrimento do factor preço. Um outro aspecto que muito contribuiria para mitigar a adversidade da aplicação do factor preço em quase exclusivo factor de avaliação das propostas, seria a consideração dos preços como anormalmente baixos a partir do ponto em que reduzissem em mais de 25% o limiar do preço base. Finalmente, teria importado ainda reconhecer, em harmonia com a recomendação do mais elementar senso comum, que em matéria de erros e omissões deveria existir uma flexibilidade de, digamos que 5%, em reconhecimento de que um projecto não pode ser “medido” de forma exacta.

Embora se tenha perdido a oportunidade de rectificar estes aspectos que muito penalizam o ambiente de negócios das nossas empresas, importa assinalar algumas alterações positivas que foram incluídas na Revisão do CCP feita pelo DL n.º 149/2012, a saber:

• Foi revogado o n.º 4 do Art. 20.º, passando o limite do Ajuste Directo aplicável a projectos no domínio da engenharia e arquitectura a ser semelhante ao normal, ou seja, 75.000 €;

• Foi flexibilizado o regime dos Impedimentos previsto no Art. 55.º, abando-nando a total rigidez do disposto em matéria de Impedimentos. Explicita que este impedimento apenas existirá enquanto tal quando o facto de já ter sido prestada assessoria ou apoio técnico confira ao concorrente vantagem que falseie as condições normais de concorrência;

• Foi acolhido no Art. 219.º o princípio de que, em concursos de concepção, o grau de desenvolvimento do projecto seja o programa base, quando antes se obrigava a que fosse o estudo prévio;

• Foi alargado o campo da Revisão de Projecto, nos termos do n.º 2 do Art. 43.º. Explicita que a Revisão de Projecto é obrigatória em obras de categoria III ou superior ou quando o preço base equivaler à classe 3 de alvará de construção. Note-se que esta alteração só produz efeitos depois de estabelecido o regime aplicável à revisão do projecto de execução.

A APPC continuará a dar conta das dificuldades que a permanência das restrições assinaladas no início desta notícia acarreta para as empresas do Sector, com inegáveis consequências, a prazo, para a fragilização do Sector e para a economia dos empreendimentos.

Conferência Mundial Anual e Assembleia Geral da FIDIC 2012Este evento realiza-se na capital da Coreia do Sul, Seul, de 9 a 12 de Setembro, e será subordinado ao tema “Beyond Green: A New Paradigm”.

Nota sobre a actividade das Empresas Associadas

É sabido que o mercado dos serviços de consultoria tem vindo a sofrer um enorme decréscimo. Alguns subsectores existem, no mercado dos serviços de engenharia e arquitectura, em que os operadores sinalizam para 2012 decréscimos de 70 a 80% dos respectivos mercados, quando comparados com 2009.

É também conhecido o enorme esforço que as empresas vêem fazendo no mercado internacional, conseguindo atingir níveis interessantes de crescimento das exportações.

Temos, portanto, de considerar 2 tendências de sinal contrário, a saber, o forte decréscimo do mercado interno e o significativo reforço da actividade internacional.

Claro está que, globalmente, a evolução tem vindo a ser negativa. Efectivamente, ainda que considerando que as exportações terão crescido 51% de 2009 para 2010 (dados do INE), passando a representar 19,5% da actividade do sector em 2010, contra 14,2% em 2009, e que em 2011 essa dinâmica de crescimento das exportações se terá mantido, embora de forma menos acentuada, certamente que o decréscimo observado no mercado interno se sobrepôs, sendo 2011 um ano globalmente negativo em termos de actividade das empresas do Sector.

Dados preliminares relativos a 110 empresas associadas da APPC, representando um volume de prestação de serviços de 327 milhões de Euros, demonstram que 2/3 das empresas viram a sua actividade decrescer em 2011 quando comparada a actividade com o ano de 2010, número que passa a 75% quando feita a comparação com o ano de 2009.

Sabendo-se que o ano de 2012 vai ser reconhecidamente mais desfavorável, fácil é com-preender a difícil situação em que se encontram muitas das empresas do nosso Sector.

Note-se que, considerando as empresas que viram a sua actividade decrescer em relação a 2010, 22% decresceram menos de 10%, 14% decresceram entre 10 e 20%, 19% decresceram entre 20 e 30%, 27% viram a sua actividade decrescer entre 30 e 40%, sendo que as restantes 18% decresceram em mais de 40% a sua actividade em relação a 2010.

Tendo em consideração que estes números incorporam já o resultado positivo das exportações, fácil é discorrer sobre o que se passa ao nível do mercado interno.

Acresce, também, que os números acima apresentados já não incluem as empresas que entretanto se apresentaram à insolvência, bem como as que decidiram encerrar a sua actividade dada a falta de trabalho.

É este quadro geral que tem levado a APPC a alertar os poderes públicos para a grave situação do Sector e a incerteza que paira sobre o futuro.

Bem pode dizer-se que o futuro está no reforço da actividade internacional. Certamente que sim, mas é preciso criar condições e dar tempo às empresas para poderem ser bem sucedidas em matéria de exportação de serviços. Não pode ignorar-se que não há estratégia de internacionalização de um sector de produção de serviços intelectuais que não passe pela existência de um mercado doméstico que permita a consolidação das equipas, a inovação e a formação dos quadros. Sem essa base mínima, poderão até obter-se alguns resultados durante algum tempo mas não haverá sustentação dessa estratégia no tempo. Se assim acontecer, os quadros mais jovens e com maior potencial tenderão a instalar-se nos mercados em que são chamados a intervir, sendo bastante provável que tendam a desvincular-se da empresa que os inseriu no mercado, dada a ausência de perspectiva de valorização da sua carreira profissional nas circunstâncias actuais.

Importa que, em termos nacionais, se proteja a capacidade instalada e se mantenha o mercado em funcionamento, sob pena de, dentro de alguns anos, poder não haver capacidade de resposta e tendo entretanto sido desprezado um capital de conhecimento adquirido ao longo de décadas, fruto do bem sucedido esforço de modernização do país.

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Profissionais europeus da engenharia reuniram-se em Lisboa.

Decorreu no dia 25 de Maio a Conferência anual da EFCA, subordinada ao tema “Developing the Engineering World – Winning Strategies”.

Na véspera realizou-se uma reunião do Board da EFCA, o Fórum dos Young Professionals e a Assembleia Geral anual da EFCA.

A APPC reputa de bem sucedida esta co-organização com a EFCA, proporcio-nando uma interessante reflexão sobre as tendências de evolução dos modelos de negócio das empresas do sector, numa abordagem global.

A Conferência dividiu-se em 4 sessões, abordando os seguintes tópicos:

Conferência e Assembleia Geral da EFCA– Federação Europeia das Associaçõesde Consultores de Engenharia de 2012– Lisboa, 24 e 25 de Maio

Encontro Nacional da Construção e do Imobiliário– Lisboa, 5 Junho

• Uma primeira sessão de contextualização, com 2 apresentações relevantes, na perspectiva de análise da “indústria” feita por um banco, num contexto de um mercado europeu maduro, pleno de incertezas económicas e de crescente concorrência, e na perspectiva de um Cliente de serviços de consultoria, neste caso a EDP, focada em explorar aquilo que um cliente espera do Sector;

• Um 1.º painel temático abordando o tema “Do we know how to grow in our business? (moving from engineering projects to developing the initiation of projects)”, reflectindo a visão da indústria de consultoria de engenharia, a par da visão de enti-dades relacionadas com os mercados modernos, a saber, a banca de investimento (neste caso a Caixa BI) e o sector segurador;

• Um 2.º painel evoluindo para a lógica de “Do we know how to satisfy our clients? (product leadership, internationalisation and enginee-ring contracting, winning strategies?)”, nele participando empresas do sector com enfoque em mercados internacionais (designadamente a COBA) e clientes da área industrial;

• Finalmente, um 3.º painel interrogando sobre “Are we prepared for winning strategies?”, nele estando presente a visão da consultoria de engenharia, a visão da consultoria de arquitectura e a visão da Universidade (neste caso o IST).

Tratando-se da Conferência realizada no ano em que se comemoram os 20 anos da EFCA, foi fomentado o debate entre gerações, envolvendo designadamente o 1.º Presidente da EFCA e o actual, bem como os Jovens Profissionais (cerca de 30) que haviam reunido no Fórum dos “Young Professionals” na véspera.A Conferência envolveu, como previsto, cerca de 125dirigentes das Associações e Empresas de 24 países.Tratou-se de uma importante oportunidade de afirmação do sector empresarial português e de uma interessante discussão sobre as estratégias de negócio das empresas do sector.As apresentações, cuja consulta se recomenda, encontram-se disponíveis no website da Conferência, em www.efca-conference2012.com, no menu PRESENTATIONS.A mensagem de boas vindas dirigida pelo Engº Victor Carneiro aos participantes, com a preocupação de apresentar a actual situação e perspectivas do sector em Portugal, encontra-se reproduzida junto a esta notícia.

EFCA CONFERENCE 2012DEVELOPING THE ENGINEERING WORLD – WINNING STRATEGIES

Welcome speech of APPC’s President, Victor Carneiro

Ladies and Gentlemen,

On behalf of the Portuguese Association of Engineering and Management Consultants, I have the greatest pleasure to welcome you to Lisbon to the Conference “Developing the Engineering World - winning strategies”.

This conference coincides with the 20th anniversary of our Federation, a remarkable milestone in the Federation life. In addition, this conference takes place during challenging times for our industry, this requiring APPC and EFCA’s increased co-responsibility.

Our economies are facing significant slowdown, in some cases, and even recession in other cases. Globally, we may say that Europe is not growing as it should when compared with other regions.

I would like to take this opportunity to, although at a glance, give a short view of the situation of the Portuguese economy and the outcome for our companies.

Portugal is under economic and financial assistance since a year ago and is implementing a very hard fiscal adjustment. The deficit of our national budget has been cut from around 10% of GDP in 2009 (with the economic stimulus measures taken on the sequence of the financial crisis of 2008) to 4,5% of GDP this year and is expected to be less than 3% in 2013.

The private sector and consumption have been subject to an exceptional drop of banking finance and a significant increase of taxes. As a consequence, Portugal is under recession. GDP has decreased 1,9% in 2011 and an additional decrease of 2,8% is foreseen in 2012.

Unemployment has increased from 10,8% in 2010 to 12,7% in 2011 and the last figures, related to April, show almost 15%. Unfortunately, unemployment will continue to raise, during next months, to a rate not very far from 20%. Construction is responsible for a significant part of these figures.

The Portuguese consulting companies are facing a dramatic collapse due to noninvestment in construction, both in public and private sectors, and some of our member firms are already entering into insolvency.

In spite of the above bad news, the Portuguese people are facing the reform policies with an enormous degree of comprehension and peaceful conduct. But, of course, everybody hopes that, shortly, it can be implemented a strategy not only based on austerity but also on development policies in order to, at least, tackle unemployment.

But we do also have good news.

We are very proud of the strong efforts that, at the same time, are being made by many companies of our sector to strengthen international activities. This is shown by the percentage of external business. In the past 3 years the exports in our sector grew more than 150%, which means a strong wish and a strong capacity to work and make business in the international market. When the domestic market falls around 50%, this is a very good reaction. This year, we estimate that more than 35% of the companies’ turnover will be made in the international market and a lot of companies will have much more than 50% of its activity in the foreign markets. These figures show the importance and success of the results obtained.

Therefore, the theme of our conference is also of the utmost importance and fits well to the Portuguese situation. More and more, the companies face new challenges and look for winning strategies to compete on a demanding and competitive world, in different geographies where investment, being scarce, is however available.

We congratulate ourselves for this Conference and look forward to a successful exchange of experiences between owners, risk managers, financing arrangers and engineers. At the end of the Conference, we will certainly be better prepared to understand Clients and to organize our companies to satisfy their demand, increasing confidence in our industry.

Thank You.

Welcome to Lisbon and to this Conference.

A EFCA criou há alguns anos o grupo de “Jovens Profissionais” (Young Professionals - YP), organizando desde 2010 inclusive um encontro anual entre os membros do grupo, que decorre em simultâneo com a Conferência anual da EFCA.

O grupo de YP da EFCA destina-se sobretudo a permitir a troca de experiências entre profissionais das empresas integradas nas diversas Associações dos países europeus integrados na EFCA, no sentido de aumentar a interacção entre as diversas culturas de trabalho e aumentar a interpenetração entre as diversas empresas europeias.

Na manhã do passado dia 24 de Maio de 2012 decorreu no Hotel Altis em Lisboa o Encontro Anual do grupo. O Encontro foi moderado pelo Eng. José Amorim Faria, Director da APPC. No encontro participaram 28 YP, bem como a coordenadora do grupo, em representação da EFCA, Julia Ridsdale-Saw.

Cristina Santos, Engenheira Civil e colaboradora da SOPSEC S.A., empresa associada da APPC, foi uma das galardoadas com menção honrosa na edição 2012 da “Young Professionals Competition” da EFCA - European Federation of Engineering Consultancy Associations. A competição deste ano contou com o maior número de participantes de sempre. Foram admitidas a concurso dezenas de candidaturas de participantes de 11 nacionalidades diferentes, pelo que a APPC não pode deixar de congratular a Eng. Cristina Santos por este êxito da jovem engenharia portuguesa. Os prémios foram entregues na Conferência da EFCA ”Developing the Engineering World - Winning Strategies”, realizada no dia 25 de Maio de 2012 em Lisboa.

A candidatura da Eng.ª Cristina Santos foi baseada no trabalho desenvolvido no seio da empresa e intitulou-se “Development of a new business area based on the improvement of water use efficiency in buildings”. Entre outros aspectos, a candidatura descreve a investigação para desenvolvimento de uma solução de baixo custo para reutilização de águas cinzentas em edifícios (patente na imagem ao lado), a execução de uma ferramenta de apoio à decisão para dimen-sionamento e análise de viabilidade económica de sistemas de aproveitamento e reutilização de águas e a implementação de soluções deste tipo em edifícios projectados na empresa.

O trabalho desenvolvido na empresa e descrito na candidatura integra a dis-sertação de doutoramento desenvolvida pela Eng. Cristina Santos em ambiente empresarial, resultado de uma parceria entre a SOPSEC S.A. e a FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, com o apoio da Fundação para a

Conferência da EFCA 2012 - Fórum e Competiçãodos Jovens Profissionais (“Young Professionals”)

Como ponto principal do encontro, foi feita uma apresentação formativa pelo Dr. Aart C. Bontekoning, doutorado em Psicologia das Organizações e oriundo dos Países Baixos. Apresentou a Conferência “ The Impact of Successive Generations on Upgrading Corporate Intelligence” a que se seguiu uma discus-são interactiva e de carácter formativo com todos os participantes e que decorreu animada, tendo recebido retorno muito positivo dos participantes.

O encontro contou também com diversas apresen-tações de trabalhos profissionais, feitas por muitos dos participantes. Os trabalhos apresentados referiram-se aos principais trabalhos premiados na Competição YP EFCA 2012. Finalmente, no Encontro foram feitos pontos de situação das iniciativas em curso por 4 membros do Comité de Gestão (“Steering Committee”) do Grupo.

A APPC apela mais uma vez à participação nacional neste grupo, através da secção portuguesa, criada em 2012 (contactar o secretariado da APPC para esse efeito). Julga-se que esta participação é do maior interesse da maioria das empresas portuguesas associadas da APPC e envolvidas cada vez mais em processos de internacionalização.

Ciência e a Tecnologia por atribuição de bolsa de Doutoramento em Empresa. Como resultado do trabalho desenvolvido, a Eng. Cristina Santos obteve o grau de doutora em Engenharia Civil pela Universidade do Porto a 23 de Maio de 2012.

A APPC participou na iniciativa promovida pela CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, cuja Direcção integra, visando promover o denominado Encontro Nacional da Construção e do Imobiliário.

O Encontro realizou-se no passado dia 5 de Junho e visou reunir os empresários do Sector no sentido de dar visibilidade pública à grave situação por que vêem passando as empresas dos sectores que integram a fileira da construção e do imobiliário.

O Encontro reuniu cerca de 2000 partici-pantes, representando empresas da Fileira da Construção e do Imobiliário, incluindo algumas Empresas Associadas da APPC que corresponderam positivamente à divulgação que havia sido feita pela APPC e que assim quiseram manifestar a sua preocupação em relação à situação do Sector.

Na ocasião, intervieram os Presidentes das 19 Associações que integram a CPCI, dando conta da situação, perspectivas e preocupações dos diferentes sectores que integram a fileira.

A intervenção proferida pelo Presidente da Direcção da APPC encontra-se reproduzida junto a esta notícia.

Em sequência, foi produzido um documento contendo a síntese das conclusões e reco-mendações, oportunamente entregue ao Governo e Grupos Parlamentares.

Posteriormente, foi discutido na Assembleia da República um Projecto de Resolução apre-sentado pelo PCP visando o estabelecimento de um “Programa de Emergência para a Construção Civil e Obras Públicas”.

A CPCI, a APPC e demais Associações da fileira tudo têm feito e continuarão a fazer por forma a apresentar publicamente a situ-ação de grave ameaça de colapso do Sector, mercê de políticas erráticas, de um quadro geral de indefinição e da drástica redução do investimento.

Intervenção do Eng. Victor Carneirono Encontro Nacional da Construção e Imobiliário

Caros participantes no Encontro Nacional da Construção e Imobiliário:

É com profunda preocupação relativamente à situação das empresas do Sector que me dirijo a esta audiência.

A APPC - Associação Portuguesa de Projectistas e Consultores é a Associação Empresarial que reúne empresas no domínio da Engenharia e Arquitectura, envolvendo cerca de 170 empresas que representam cerca de 25% do mercado.

A situação que este Sector vive é muito delicada. O Sector da Consultoria em Engenharia e Arquitectura tem mais de 8000 empresas que geram um volume de emprego especializado superior a 30 mil pessoas.

Vários factores conduziram à situação grave que as empresas atravessam. Desde logo, fenómeno que de há muito se vem repetindo, a falta de estabilidade das decisões dos poderes públicos.

Efectivamente, desde há muito que vimos assistindo ao anúncio de investimentos que muitas vezes são adiados, reconfigurados ou até abandonados, muitas vezes com discussões na praça pública tecnicamente não fundamentadas.

Por outro lado, em 2008 surgiu o novo Código da Contratação Pública. Ao pretender que as regras da contratação de serviços de natureza conceptual, com uma forte componente intelectual, não padronizáveis e dificilmente parametrizáveis, tenha as mesmas regras que a aquisição de lápis, resmas de papel ou serviços de limpeza, incorre-se num grave erro. As condições de contratação vêm-se deteriorando, o factor preço tem vindo a ser o único critério de avaliação das propostas, o aviltamento dos preços impera no mercado. Estamos certos, e dizemo-lo com clareza, que as condições de contratação vigentes virão a subverter o desígnio de qualidade que devia imperar na contratação pública neste sector.

Finalmente, o total bloqueamento de investimentos de há muito programados, para os quais as empresas se haviam preparado e muito tinham investido, conduz à quase inexistência de mercado, ou seja, de trabalho.

Está-se assim a destruir um Sector que provou ser capaz e competente no processo de modernização do país.

Quando mais adiante se pretender retomar o investimento, talvez a fragilidade que o sector enfrenta não permita a execução dos trabalhos que então serão urgentes.

Nada justifica a falta de atenção sobre este sector. Esta fase poderia, com toda a vantagem, ser aproveitada para planear adequadamente o ciclo de investimentos futuros, procurar as soluções tecnicamente mais correctas, verificar variantes possíveis, o mesmo é dizer programar com qualidade e com economia de custos.

Isto não vem sendo feito, assiste-se a uma total indefinição do que se pretende vir a fazer.

As empresas não conseguem sobreviver numa situação destas.

Temos resultados muito positivos na exportação de serviços. As empresas usam todas as suas energias em direcção aos mercados externos. Mas, atenção, a actividade internacional não é sustentável sem uma base de trabalho no mercado doméstico. É preciso olhar para este Sector e para esta Fileira com uma visão não imediatista, é preciso ver mais, ver futuro.

Lisboa, 5 Junho 2012

– ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PROJECTISTAS E CONSULTORES

Cristina Santos, da SOPSEC S.A., recebe menção honrosa

Page 3: Mais e Melhor Apoio à Internacionalização do Sector ... · A aposta na internacionalização da actividade das empresas do Sector é, por isso, ... Como exemplo e prova da desvantagem

Profissionais europeus da engenharia reuniram-se em Lisboa.

Decorreu no dia 25 de Maio a Conferência anual da EFCA, subordinada ao tema “Developing the Engineering World – Winning Strategies”.

Na véspera realizou-se uma reunião do Board da EFCA, o Fórum dos Young Professionals e a Assembleia Geral anual da EFCA.

A APPC reputa de bem sucedida esta co-organização com a EFCA, proporcio-nando uma interessante reflexão sobre as tendências de evolução dos modelos de negócio das empresas do sector, numa abordagem global.

A Conferência dividiu-se em 4 sessões, abordando os seguintes tópicos:

Conferência e Assembleia Geral da EFCA– Federação Europeia das Associaçõesde Consultores de Engenharia de 2012– Lisboa, 24 e 25 de Maio

Encontro Nacional da Construção e do Imobiliário– Lisboa, 5 Junho

• Uma primeira sessão de contextualização, com 2 apresentações relevantes, na perspectiva de análise da “indústria” feita por um banco, num contexto de um mercado europeu maduro, pleno de incertezas económicas e de crescente concorrência, e na perspectiva de um Cliente de serviços de consultoria, neste caso a EDP, focada em explorar aquilo que um cliente espera do Sector;

• Um 1.º painel temático abordando o tema “Do we know how to grow in our business? (moving from engineering projects to developing the initiation of projects)”, reflectindo a visão da indústria de consultoria de engenharia, a par da visão de enti-dades relacionadas com os mercados modernos, a saber, a banca de investimento (neste caso a Caixa BI) e o sector segurador;

• Um 2.º painel evoluindo para a lógica de “Do we know how to satisfy our clients? (product leadership, internationalisation and enginee-ring contracting, winning strategies?)”, nele participando empresas do sector com enfoque em mercados internacionais (designadamente a COBA) e clientes da área industrial;

• Finalmente, um 3.º painel interrogando sobre “Are we prepared for winning strategies?”, nele estando presente a visão da consultoria de engenharia, a visão da consultoria de arquitectura e a visão da Universidade (neste caso o IST).

Tratando-se da Conferência realizada no ano em que se comemoram os 20 anos da EFCA, foi fomentado o debate entre gerações, envolvendo designadamente o 1.º Presidente da EFCA e o actual, bem como os Jovens Profissionais (cerca de 30) que haviam reunido no Fórum dos “Young Professionals” na véspera.A Conferência envolveu, como previsto, cerca de 125dirigentes das Associações e Empresas de 24 países.Tratou-se de uma importante oportunidade de afirmação do sector empresarial português e de uma interessante discussão sobre as estratégias de negócio das empresas do sector.As apresentações, cuja consulta se recomenda, encontram-se disponíveis no website da Conferência, em www.efca-conference2012.com, no menu PRESENTATIONS.A mensagem de boas vindas dirigida pelo Engº Victor Carneiro aos participantes, com a preocupação de apresentar a actual situação e perspectivas do sector em Portugal, encontra-se reproduzida junto a esta notícia.

EFCA CONFERENCE 2012DEVELOPING THE ENGINEERING WORLD – WINNING STRATEGIES

Welcome speech of APPC’s President, Victor Carneiro

Ladies and Gentlemen,

On behalf of the Portuguese Association of Engineering and Management Consultants, I have the greatest pleasure to welcome you to Lisbon to the Conference “Developing the Engineering World - winning strategies”.

This conference coincides with the 20th anniversary of our Federation, a remarkable milestone in the Federation life. In addition, this conference takes place during challenging times for our industry, this requiring APPC and EFCA’s increased co-responsibility.

Our economies are facing significant slowdown, in some cases, and even recession in other cases. Globally, we may say that Europe is not growing as it should when compared with other regions.

I would like to take this opportunity to, although at a glance, give a short view of the situation of the Portuguese economy and the outcome for our companies.

Portugal is under economic and financial assistance since a year ago and is implementing a very hard fiscal adjustment. The deficit of our national budget has been cut from around 10% of GDP in 2009 (with the economic stimulus measures taken on the sequence of the financial crisis of 2008) to 4,5% of GDP this year and is expected to be less than 3% in 2013.

The private sector and consumption have been subject to an exceptional drop of banking finance and a significant increase of taxes. As a consequence, Portugal is under recession. GDP has decreased 1,9% in 2011 and an additional decrease of 2,8% is foreseen in 2012.

Unemployment has increased from 10,8% in 2010 to 12,7% in 2011 and the last figures, related to April, show almost 15%. Unfortunately, unemployment will continue to raise, during next months, to a rate not very far from 20%. Construction is responsible for a significant part of these figures.

The Portuguese consulting companies are facing a dramatic collapse due to noninvestment in construction, both in public and private sectors, and some of our member firms are already entering into insolvency.

In spite of the above bad news, the Portuguese people are facing the reform policies with an enormous degree of comprehension and peaceful conduct. But, of course, everybody hopes that, shortly, it can be implemented a strategy not only based on austerity but also on development policies in order to, at least, tackle unemployment.

But we do also have good news.

We are very proud of the strong efforts that, at the same time, are being made by many companies of our sector to strengthen international activities. This is shown by the percentage of external business. In the past 3 years the exports in our sector grew more than 150%, which means a strong wish and a strong capacity to work and make business in the international market. When the domestic market falls around 50%, this is a very good reaction. This year, we estimate that more than 35% of the companies’ turnover will be made in the international market and a lot of companies will have much more than 50% of its activity in the foreign markets. These figures show the importance and success of the results obtained.

Therefore, the theme of our conference is also of the utmost importance and fits well to the Portuguese situation. More and more, the companies face new challenges and look for winning strategies to compete on a demanding and competitive world, in different geographies where investment, being scarce, is however available.

We congratulate ourselves for this Conference and look forward to a successful exchange of experiences between owners, risk managers, financing arrangers and engineers. At the end of the Conference, we will certainly be better prepared to understand Clients and to organize our companies to satisfy their demand, increasing confidence in our industry.

Thank You.

Welcome to Lisbon and to this Conference.

A EFCA criou há alguns anos o grupo de “Jovens Profissionais” (Young Professionals - YP), organizando desde 2010 inclusive um encontro anual entre os membros do grupo, que decorre em simultâneo com a Conferência anual da EFCA.

O grupo de YP da EFCA destina-se sobretudo a permitir a troca de experiências entre profissionais das empresas integradas nas diversas Associações dos países europeus integrados na EFCA, no sentido de aumentar a interacção entre as diversas culturas de trabalho e aumentar a interpenetração entre as diversas empresas europeias.

Na manhã do passado dia 24 de Maio de 2012 decorreu no Hotel Altis em Lisboa o Encontro Anual do grupo. O Encontro foi moderado pelo Eng. José Amorim Faria, Director da APPC. No encontro participaram 28 YP, bem como a coordenadora do grupo, em representação da EFCA, Julia Ridsdale-Saw.

Cristina Santos, Engenheira Civil e colaboradora da SOPSEC S.A., empresa associada da APPC, foi uma das galardoadas com menção honrosa na edição 2012 da “Young Professionals Competition” da EFCA - European Federation of Engineering Consultancy Associations. A competição deste ano contou com o maior número de participantes de sempre. Foram admitidas a concurso dezenas de candidaturas de participantes de 11 nacionalidades diferentes, pelo que a APPC não pode deixar de congratular a Eng. Cristina Santos por este êxito da jovem engenharia portuguesa. Os prémios foram entregues na Conferência da EFCA ”Developing the Engineering World - Winning Strategies”, realizada no dia 25 de Maio de 2012 em Lisboa.

A candidatura da Eng.ª Cristina Santos foi baseada no trabalho desenvolvido no seio da empresa e intitulou-se “Development of a new business area based on the improvement of water use efficiency in buildings”. Entre outros aspectos, a candidatura descreve a investigação para desenvolvimento de uma solução de baixo custo para reutilização de águas cinzentas em edifícios (patente na imagem ao lado), a execução de uma ferramenta de apoio à decisão para dimen-sionamento e análise de viabilidade económica de sistemas de aproveitamento e reutilização de águas e a implementação de soluções deste tipo em edifícios projectados na empresa.

O trabalho desenvolvido na empresa e descrito na candidatura integra a dis-sertação de doutoramento desenvolvida pela Eng. Cristina Santos em ambiente empresarial, resultado de uma parceria entre a SOPSEC S.A. e a FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, com o apoio da Fundação para a

Conferência da EFCA 2012 - Fórum e Competiçãodos Jovens Profissionais (“Young Professionals”)

Como ponto principal do encontro, foi feita uma apresentação formativa pelo Dr. Aart C. Bontekoning, doutorado em Psicologia das Organizações e oriundo dos Países Baixos. Apresentou a Conferência “ The Impact of Successive Generations on Upgrading Corporate Intelligence” a que se seguiu uma discus-são interactiva e de carácter formativo com todos os participantes e que decorreu animada, tendo recebido retorno muito positivo dos participantes.

O encontro contou também com diversas apresen-tações de trabalhos profissionais, feitas por muitos dos participantes. Os trabalhos apresentados referiram-se aos principais trabalhos premiados na Competição YP EFCA 2012. Finalmente, no Encontro foram feitos pontos de situação das iniciativas em curso por 4 membros do Comité de Gestão (“Steering Committee”) do Grupo.

A APPC apela mais uma vez à participação nacional neste grupo, através da secção portuguesa, criada em 2012 (contactar o secretariado da APPC para esse efeito). Julga-se que esta participação é do maior interesse da maioria das empresas portuguesas associadas da APPC e envolvidas cada vez mais em processos de internacionalização.

Ciência e a Tecnologia por atribuição de bolsa de Doutoramento em Empresa. Como resultado do trabalho desenvolvido, a Eng. Cristina Santos obteve o grau de doutora em Engenharia Civil pela Universidade do Porto a 23 de Maio de 2012.

A APPC participou na iniciativa promovida pela CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, cuja Direcção integra, visando promover o denominado Encontro Nacional da Construção e do Imobiliário.

O Encontro realizou-se no passado dia 5 de Junho e visou reunir os empresários do Sector no sentido de dar visibilidade pública à grave situação por que vêem passando as empresas dos sectores que integram a fileira da construção e do imobiliário.

O Encontro reuniu cerca de 2000 partici-pantes, representando empresas da Fileira da Construção e do Imobiliário, incluindo algumas Empresas Associadas da APPC que corresponderam positivamente à divulgação que havia sido feita pela APPC e que assim quiseram manifestar a sua preocupação em relação à situação do Sector.

Na ocasião, intervieram os Presidentes das 19 Associações que integram a CPCI, dando conta da situação, perspectivas e preocupações dos diferentes sectores que integram a fileira.

A intervenção proferida pelo Presidente da Direcção da APPC encontra-se reproduzida junto a esta notícia.

Em sequência, foi produzido um documento contendo a síntese das conclusões e reco-mendações, oportunamente entregue ao Governo e Grupos Parlamentares.

Posteriormente, foi discutido na Assembleia da República um Projecto de Resolução apre-sentado pelo PCP visando o estabelecimento de um “Programa de Emergência para a Construção Civil e Obras Públicas”.

A CPCI, a APPC e demais Associações da fileira tudo têm feito e continuarão a fazer por forma a apresentar publicamente a situ-ação de grave ameaça de colapso do Sector, mercê de políticas erráticas, de um quadro geral de indefinição e da drástica redução do investimento.

Intervenção do Eng. Victor Carneirono Encontro Nacional da Construção e Imobiliário

Caros participantes no Encontro Nacional da Construção e Imobiliário:

É com profunda preocupação relativamente à situação das empresas do Sector que me dirijo a esta audiência.

A APPC - Associação Portuguesa de Projectistas e Consultores é a Associação Empresarial que reúne empresas no domínio da Engenharia e Arquitectura, envolvendo cerca de 170 empresas que representam cerca de 25% do mercado.

A situação que este Sector vive é muito delicada. O Sector da Consultoria em Engenharia e Arquitectura tem mais de 8000 empresas que geram um volume de emprego especializado superior a 30 mil pessoas.

Vários factores conduziram à situação grave que as empresas atravessam. Desde logo, fenómeno que de há muito se vem repetindo, a falta de estabilidade das decisões dos poderes públicos.

Efectivamente, desde há muito que vimos assistindo ao anúncio de investimentos que muitas vezes são adiados, reconfigurados ou até abandonados, muitas vezes com discussões na praça pública tecnicamente não fundamentadas.

Por outro lado, em 2008 surgiu o novo Código da Contratação Pública. Ao pretender que as regras da contratação de serviços de natureza conceptual, com uma forte componente intelectual, não padronizáveis e dificilmente parametrizáveis, tenha as mesmas regras que a aquisição de lápis, resmas de papel ou serviços de limpeza, incorre-se num grave erro. As condições de contratação vêm-se deteriorando, o factor preço tem vindo a ser o único critério de avaliação das propostas, o aviltamento dos preços impera no mercado. Estamos certos, e dizemo-lo com clareza, que as condições de contratação vigentes virão a subverter o desígnio de qualidade que devia imperar na contratação pública neste sector.

Finalmente, o total bloqueamento de investimentos de há muito programados, para os quais as empresas se haviam preparado e muito tinham investido, conduz à quase inexistência de mercado, ou seja, de trabalho.

Está-se assim a destruir um Sector que provou ser capaz e competente no processo de modernização do país.

Quando mais adiante se pretender retomar o investimento, talvez a fragilidade que o sector enfrenta não permita a execução dos trabalhos que então serão urgentes.

Nada justifica a falta de atenção sobre este sector. Esta fase poderia, com toda a vantagem, ser aproveitada para planear adequadamente o ciclo de investimentos futuros, procurar as soluções tecnicamente mais correctas, verificar variantes possíveis, o mesmo é dizer programar com qualidade e com economia de custos.

Isto não vem sendo feito, assiste-se a uma total indefinição do que se pretende vir a fazer.

As empresas não conseguem sobreviver numa situação destas.

Temos resultados muito positivos na exportação de serviços. As empresas usam todas as suas energias em direcção aos mercados externos. Mas, atenção, a actividade internacional não é sustentável sem uma base de trabalho no mercado doméstico. É preciso olhar para este Sector e para esta Fileira com uma visão não imediatista, é preciso ver mais, ver futuro.

Lisboa, 5 Junho 2012

– ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PROJECTISTAS E CONSULTORES

Cristina Santos, da SOPSEC S.A., recebe menção honrosa

Page 4: Mais e Melhor Apoio à Internacionalização do Sector ... · A aposta na internacionalização da actividade das empresas do Sector é, por isso, ... Como exemplo e prova da desvantagem

Profissionais europeus da engenharia reuniram-se em Lisboa.

Decorreu no dia 25 de Maio a Conferência anual da EFCA, subordinada ao tema “Developing the Engineering World – Winning Strategies”.

Na véspera realizou-se uma reunião do Board da EFCA, o Fórum dos Young Professionals e a Assembleia Geral anual da EFCA.

A APPC reputa de bem sucedida esta co-organização com a EFCA, proporcio-nando uma interessante reflexão sobre as tendências de evolução dos modelos de negócio das empresas do sector, numa abordagem global.

A Conferência dividiu-se em 4 sessões, abordando os seguintes tópicos:

Conferência e Assembleia Geral da EFCA– Federação Europeia das Associaçõesde Consultores de Engenharia de 2012– Lisboa, 24 e 25 de Maio

Encontro Nacional da Construção e do Imobiliário– Lisboa, 5 Junho

Uma primeira sessão de contextualização, com 2 apresentações relevantes, na perspectiva de análise da “indústria” feita por um banco, num contexto de um mercado europeu maduro, pleno de incertezas económicas e de crescente concorrência, e na pers-pectiva de um Cliente de serviços de consultoria, neste caso a EDP, focada em explorar aquilo que um cliente espera do Sector;

Um 1.º painel temático abordando o tema “Do we know how to grow in our business? (moving from engineering projects to developing the initiation of projects)”, reflectindo a visão da indústria de con-sultoria de engenharia, a par da visão de entidades relacionadas com os mercados modernos, a saber, a banca de investimento (neste caso a Caixa BI) e o sector segurador;

Um 2.º painel evoluindo para a lógica de “Do we know how to satisfy our clients? (product leadership, internationalisation and engineering contracting, winning strategies?)”, nele participando empresas do sector com enfoque em mercados internacio-nais (designadamente a COBA) e clientes da área industrial;

Finalmente, um 3.º painel interrogando sobre “Are we prepared for winning strategies?”, nele estando presente a visão da consultoria de engenharia, a visão da consultoria de arquitectura e a visão da Universidade (neste caso o IST).

Tratando-se da Conferência realizada no ano em que se comemoram os 20 anos da EFCA, foi fomentado o debate entre gerações, envolvendo designadamente o 1.º Presidente da EFCA e o actual, bem como os Jovens Profissionais (cerca de 30) que haviam reunido no Fórum dos “Young Professionals” na véspera.

A Conferência envolveu, como previsto, cerca de 125dirigentes das Associações e Empresas de 24 países.

Tratou-se de uma importante oportunidade de afirmação do sector empresarial português e de uma interessante discussão sobre as estratégias de negócio das empresas do sector.

As apresentações, cuja consulta se recomenda, encontram-se disponíveis no website da Conferência, em www.efca-conference2012.com, no menu PRESENTATIONS.

A mensagem de boas vindas dirigida pelo Engº Victor Carneiro aos participantes, com a preocupação de apresentar a actual situação e perspectivas do sector em Portugal, encontra-se reproduzida junto a esta notícia.

EFCA CONFERENCE 2012DEVELOPING THE ENGINEERING WORLD – WINNING STRATEGIES

Welcome speech of APPC’s President, Victor Carneiro

Ladies and Gentlemen,

On behalf of the Portuguese Association of Engineering and Management Consultants, I have the greatest pleasure to welcome you to Lisbon to the Conference “Developing the Engineering World - winning strategies”.

This conference coincides with the 20th anniversary of our Federation, a remarkable milestone in the Federation life. In addition, this conference takes place during challenging times for our industry, this requiring APPC and EFCA’s increased co-responsibility.

Our economies are facing significant slowdown, in some cases, and even recession in other cases. Globally, we may say that Europe is not growing as it should when compared with other regions.

I would like to take this opportunity to, although at a glance, give a short view of the situation of the Portuguese economy and the outcome for our companies.

Portugal is under economic and financial assistance since a year ago and is implementing a very hard fiscal adjustment. The deficit of our national budget has been cut from around 10% of GDP in 2009 (with the economic stimulus measures taken on the sequence of the financial crisis of 2008) to 4,5% of GDP this year and is expected to be less than 3% in 2013.

The private sector and consumption have been subject to an exceptional drop of banking finance and a significant increase of taxes. As a consequence, Portugal is under recession. GDP has decreased 1,9% in 2011 and an additional decrease of 2,8% is foreseen in 2012.

Unemployment has increased from 10,8% in 2010 to 12,7% in 2011 and the last figures, related to April, show almost 15%. Unfortunately, unemployment will continue to raise, during next months, to a rate not very far from 20%. Construction is responsible for a significant part of these figures.

The Portuguese consulting companies are facing a dramatic collapse due to noninvestment in construction, both in public and private sectors, and some of our member firms are already entering into insolvency.

In spite of the above bad news, the Portuguese people are facing the reform policies with an enormous degree of comprehension and peaceful conduct. But, of course, everybody hopes that, shortly, it can be implemented a strategy not only based on austerity but also on development policies in order to, at least, tackle unemployment.

But we do also have good news.

We are very proud of the strong efforts that, at the same time, are being made by many companies of our sector to strengthen international activities. This is shown by the percentage of external business. In the past 3 years the exports in our sector grew more than 150%, which means a strong wish and a strong capacity to work and make business in the international market. When the domestic market falls around 50%, this is a very good reaction. This year, we estimate that more than 35% of the companies’ turnover will be made in the international market and a lot of companies will have much more than 50% of its activity in the foreign markets. These figures show the importance and success of the results obtained.

Therefore, the theme of our conference is also of the utmost importance and fits well to the Portuguese situation. More and more, the companies face new challenges and look for winning strategies to compete on a demanding and competitive world, in different geographies where investment, being scarce, is however available.

We congratulate ourselves for this Conference and look forward to a successful exchange of experiences between owners, risk managers, financing arrangers and engineers. At the end of the Conference, we will certainly be better prepared to understand Clients and to organize our companies to satisfy their demand, increasing confidence in our industry.

Thank You.

Welcome to Lisbon and to this Conference.

A EFCA criou há alguns anos o grupo de “Jovens Profissionais” (Young Professionals - YP), organizando desde 2010 inclusive um encontro anual entre os membros do grupo, que decorre em simultâneo com a Conferência anual da EFCA.

O grupo de YP da EFCA destina-se sobretudo a permitir a troca de experiências entre profissionais das empresas integradas nas diversas Associações dos países europeus integrados na EFCA, no sentido de aumentar a interacção entre as diversas culturas de trabalho e aumentar a interpenetração entre as diversas empresas europeias.

Na manhã do passado dia 24 de Maio de 2012 decorreu no Hotel Altis em Lisboa o Encontro Anual do grupo. O Encontro foi moderado pelo Eng. José Amorim Faria, Director da APPC. No encontro participaram 28 YP, bem como a coordenadora do grupo, em representação da EFCA, Julia Ridsdale-Saw.

Cristina Santos, Engenheira Civil e colaboradora da SOPSEC S.A., empresa associada da APPC, foi uma das galardoadas com menção honrosa na edição 2012 da “Young Professionals Competition” da EFCA - European Federation of Engineering Consultancy Associations. A competição deste ano contou com o maior número de participantes de sempre. Foram admitidas a concurso dezenas de candidaturas de participantes de 11 nacionalidades diferentes, pelo que a APPC não pode deixar de congratular a Eng. Cristina Santos por este êxito da jovem engenharia portuguesa. Os prémios foram entregues na Conferência da EFCA ”Developing the Engineering World - Winning Strategies” realizada no dia 25 de Maio de 2012 em Lisboa.

A candidatura da Eng.ª Cristina Santos foi baseada no trabalho desenvolvido no seio da empresa e intitulou-se “Development of a new business area based on the improvement of water use efficiency in buildings”. Entre outros aspectos, a candidatura descreve a investigação para desenvolvimento de uma solução de baixo custo para reutilização de águas cinzentas em edifícios (ilustrada na imagem ao lado), a execução de uma ferramenta de apoio à decisão para dimen-sionamento e análise de viabilidade económica de sistemas de aproveitamento e reutilização de águas e a implementação de soluções deste tipo em edifícios projectados na empresa.

O trabalho desenvolvido na empresa e descrito na candidatura integra a dis-sertação de doutoramento desenvolvida pela Eng. Cristina Santos em ambiente empresarial, resultado de uma parceria entre a SOPSEC S.A. e a FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, com o apoio da Fundação para a

Conferência da EFCA 2012 - Fórum e Competiçãodos Jovens Profissionais (“Young Professionals”)

Como ponto principal do encontro, foi feita uma apresentação formativa pelo Dr. Aart C. Bontekoning, doutorado em Psicologia das Organizações e oriundo dos Países Baixos. Apresentou a Conferência “ The Impact of Successive Generations on Upgrading Corporate Intelligence” a que se seguiu uma discus-são interactiva e de carácter formativo com todos os participantes e que decorreu animada, tendo recebido retorno muito positivo dos participantes.

O encontro contou também com diversas apresen-tações de trabalhos profissionais, feitas por muitos dos participantes. Os trabalhos apresentados referiram-se aos principais trabalhos premiados na Competição YP EFCA 2012. Finalmente, no Encontro foram feitos pontos de situação das iniciativas em curso por 4 membros do Comité de Gestão (“Steering Committee”) do Grupo.

A APPC apela mais uma vez à participação nacional neste grupo, através da secção portuguesa, criada em 2012 (contactar o secretariado da APPC para esse efeito). Julga-se que esta participação é do maior interesse da maioria das empresas portuguesas associadas da APPC e envolvidas cada vez mais em processos de internacionalização.

Ciência e a Tecnologia por atribuição de bolsa de Doutoramento em Empresa. Como resultado do trabalho desenvolvido, a Eng. Cristina Santos obteve o grau de doutora em Engenharia Civil pela Universidade do Porto a 23 de Maio de 2012.

A APPC participou na iniciativa promovida pela CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, cuja Direcção integra, visando promover o denominado Encontro Nacional da Construção e do Imobiliário.

O Encontro realizou-se no passado dia 5 de Junho e visou reunir os empresários do Sector no sentido de dar visibilidade pública à grave situação por que vêem passando as empresas dos sectores que integram a fileira da construção e do imobiliário.

O Encontro reuniu cerca de 2000 partici-pantes, representando empresas da Fileira da Construção e do Imobiliário, incluindo algumas Empresas Associadas da APPC que corresponderam positivamente à divulgação que havia sido feita pela APPC e que assim quiseram manifestar a sua preocupação em relação à situação do Sector.

Na ocasião, intervieram os Presidentes das 19 Associações que integram a CPCI, dando conta da situação, perspectivas e preocupações dos diferentes sectores que integram a fileira.

A intervenção proferida pelo Presidente da Direcção da APPC encontra-se reproduzida junto a esta notícia.

Em sequência, foi produzido um documento contendo a síntese das conclusões e reco-mendações, oportunamente entregue ao Governo e Grupos Parlamentares.

Posteriormente, foi discutido na Assembleia da República um Projecto de Resolução apre-sentado pelo PCP visando o estabelecimento de um “Programa de Emergência para a Construção Civil e Obras Públicas”.

A CPCI, a APPC e demais Associações da fileira tudo têm feito e continuarão a fazer por forma a apresentar publicamente a situ-ação de grave ameaça de colapso do Sector, mercê de políticas erráticas, de um quadro geral de indefinição e da drástica redução do investimento.

Intervenção do Eng. Victor Carneirono Encontro Nacional da Construção e Imobiliário

Caros participantes no Encontro Nacional da Construção e Imobiliário:

É com profunda preocupação relativamente à situação das empresas do Sector que me dirijo a esta audiência.

A APPC - Associação Portuguesa de Projectistas e Consultores é a Associação Empresarial que reúne empresas no domínio da Engenharia e Arquitectura, envolvendo cerca de 170 empresas que representam cerca de 25% do mercado.

A situação que este Sector vive é muito delicada. O Sector da Consultoria em Engenharia e Arquitectura tem mais de 8000 empresas que geram um volume de emprego especializado superior a 30 mil pessoas.

Vários factores conduziram à situação grave que as empresas atravessam. Desde logo, fenómeno que de há muito se vem repetindo, a falta de estabilidade das decisões dos poderes públicos.

Efectivamente, desde há muito que vimos assistindo ao anúncio de investimentos que muitas vezes são adiados, reconfigurados ou até abandonados, muitas vezes com discussões na praça pública tecnicamente não fundamentadas.

Por outro lado, em 2008 surgiu o novo Código da Contratação Pública. Ao pretender que as regras da contratação de serviços de natureza conceptual, com uma forte componente intelectual, não padronizáveis e dificilmente parametrizáveis, tenha as mesmas regras que a aquisição de lápis, resmas de papel ou serviços de limpeza, incorre-se num grave erro. As condições de contratação vêm-se deteriorando, o factor preço tem vindo a ser o único critério de avaliação das propostas, o aviltamento dos preços impera no mercado. Estamos certos, e dizemo-lo com clareza, que as condições de contratação vigentes virão a subverter o desígnio de qualidade que devia imperar na contratação pública neste sector.

Finalmente, o total bloqueamento de investimentos de há muito programados, para os quais as empresas se haviam preparado e muito tinham investido, conduz à quase inexistência de mercado, ou seja, de trabalho.

Está-se assim a destruir um Sector que provou ser capaz e competente no processo de modernização do país.

Quando mais adiante se pretender retomar o investimento, talvez a fragilidade que o sector enfrenta não permita a execução dos trabalhos que então serão urgentes.

Nada justifica a falta de atenção sobre este sector. Esta fase poderia, com toda a vantagem, ser aproveitada para planear adequadamente o ciclo de investimentos futuros, procurar as soluções tecnicamente mais correctas, verificar variantes possíveis, o mesmo é dizer programar com qualidade e com economia de custos.

Isto não vem sendo feito, assiste-se a uma total indefinição do que se pretende vir a fazer.

As empresas não conseguem sobreviver numa situação destas.

Temos resultados muito positivos na exportação de serviços. As empresas usam todas as suas energias em direcção aos mercados externos. Mas, atenção, a actividade internacional não é sustentável sem uma base de trabalho no mercado doméstico. É preciso olhar para este Sector e para esta Fileira com uma visão não imediatista, é preciso ver mais, ver futuro.

Lisboa, 5 Junho 2012

– ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PROJECTISTAS E CONSULTORES

Cristina Santos, da SOPSEC S.A., recebe menção honrosa

Page 5: Mais e Melhor Apoio à Internacionalização do Sector ... · A aposta na internacionalização da actividade das empresas do Sector é, por isso, ... Como exemplo e prova da desvantagem

Seminário sobre Exportaçãode Serviços de Consultoria

Face à boa adesão das empresas associadas ao Grupo de Trabalho sobre a Actividade Internacional, foi o mesmo dividido em 2 grupos operacionais: um mais orientado para o suporte da Direcção no que respeita às políticas de apoio à internacionalização do Sector e um outro que visa a preparação de um conjunto de bases de informação útil para as empresas que pretendam iniciar e/ou reforçar a sua actividade internacional.Neste quadro, prevê-se para Novembro a realização de um Seminário sobre a Exportação de Serviços de Consultoria, nele se pretendendo afirmar a capacidade do Sector, a par de outras sessões em que se apresentarão os instrumentos de suporte que vêm sendo preparados.Estamos certos do interesse destas iniciativas para o conjunto das empresas associadas.

5O.o Aniversário da COBA

A COBA festejou no passado dia 28 de Junho o seu 50.º aniversário.Em cerimónia realizada no CCB estiveram presentes colaboradores, clientes, parceiros e entidades institucionais relacionadas com o Sector.Na ocasião, foram tecidas referências importantes à APPC, estando presentes uma boa parte das empresas suas associadas.Parabéns à COBA.

Assembleia Geral da APPC, 4 de Maio 2012

Os principais assuntos tratados na Assembleia Geral deste ano foram a aprovação das Contas de 2011 e do Plano de Actividades para 2012 e a revisão dos Estatutos. Relativamente a este processo, que teve em vista proceder à modernização geral do documento, importa salientar os pontos que sofreram alterações mais profundas: previsão de competências da Direcção para agir em juízo em defesa da Associação ou dos seus Associados e o funcionamento e profissionalização da APPC.

Seguro de Responsabilidade Civil Profissional da APPC

Há 7 anos a APPC lançou um Seguro de Grupo que cobre a actividade das empresas de Consultoria e Projecto, ao qual apenas podem aderir os Associados.Ao longo destes anos tem havido uma adesão muito satisfatória de empresas.Para obterem mais informações, os Associados deverão consultar a Área Reservada do site da APPC. As empresas não associadas poderão solicitar o envio de um documento com as Condições do Seguro.

n.º 42 · Julho 2012 Boletim Informativoempresas de projecto e consultoria

proprIedade e edIção associação portuguesa de projectistas e Consultores dIreCtoreng. Victor Carneiro

CoordeNador edItorIal dr. Manuel Baptista

proJeCto GrÁFICo atelier Henrique Cayatte

paGINação e prodUção GrÁFICa Nastintas – design e Comunicação

exeMplares 2500

dIFUsãoeste Boletim é regularmente enviado às seguintes entidades,organizações e empresas:

• administração Central: Ministérios, secretarias de estado, direcções-Gerais, Institutos públicos e outras entidades equiparadas• administração regional: Governos regionais dos açores e Madeira• administração local: Câmaras Municipais• empresas contratantes• organizações de interesse público• Meios de Comunicação social• empresas do sector

appCav. antónio augusto de aguiar, 126 - 7.º1050-020 lisboatel 213 580 785/6Fax 213 150 [email protected]

Este Boletim está também disponível no site da APPC no formato pdf

FIlIações INterNaCIoNaIs da appC

Federação Europeia das Associações de Consultores de Gestãowww.feaco.org

Federação Europeia das Associaçõesde Consultores de Engenhariawww.efcanet.org

Federação Internacional dos Engenheiros Consultoreswww.fidic.org

Mais e Melhor Apoio à Internacionalização do SectorA sustentabilidade das economias, em ambiente de livre comércio, implica capacidade das empresas para competir em mercado aberto e concorrencial, produzindo com qualidade, a preço adequado e, assim, satisfazendo os clientes. Nos serviços, em geral, e nos sectores de engenharia, arquitectura e ambiente, em particular, cada vez mais a satisfação dos clientes passa por prestar serviços em parceria ou, no mínimo, proximidade com o cliente, internacio-nalizando a produção, em detrimento da exportação pura de serviços.A aposta na internacionalização da actividade das empresas do Sector é, por isso, uma aposta vital, que deverá reforçar-se ao longo dos próximos anos.A APPC tem vindo a acompanhar esse movimento desde sempre, e agora com redobrada atenção. As exportações do Sector da Consultoria em engenharia e arquitectura representaram cerca de 20% da sua actividade global em 2010 e estamos certos de que os anos de 2011 e 2012 vêm reforçando a proporção dos serviços exportados em relação à actividade global.Não pode, todavia, pensar-se que esta tendência é sustentável com as actuais condições de competitividade do país.As empresas confrontam-se, nos mercados, com empresas oriundas de países concorrentes que beneficiam de condições privilegiadas para a sua actividade internacional.Trata-se, regra geral, de verem as suas intervenções em mercados externos de alguma forma alavancadas por: 1) incentivos atribuídos pela Cooperação para a abordagem de novos mercados com interesse estratégico; 2) estabilidade na obtenção de vistos de trabalho e reconhecimento de competências para o exercício das profissões; 3) facilidades no financiamento das exportações e necessidades associadas em matéria de garantias bancárias inerentes ao estabelecimento dos contratos e ao caucionamento dos adiantamentos contratualmente estabelecidos; 4) clareza e pré-determinação no que respeita aos benefícios fiscais em sede de IRS relativos a trabalhadores deslocados em operações de exportação de serviços; 5) créditos fiscais em sede de IRC por contrapartida de investimentos no exterior e acordos para evitar a dupla tributação efectivamente protectores das suas empresas; 6) disponibilidade de grande capacidade de financiamento ao desenvolvimento através de bancos nacionais de investimento ou recurso a linhas de financiamento frequentemente garantidas por petróleo, gás ou carvão.Como exemplo e prova da desvantagem competitiva, em matéria fiscal das empresas por-tuguesas, vejamos o caso do acordo para evitar a dupla tributação celebrado com o Brasil, o qual desde há muito vem sendo assinalado como um mau exemplo de negociação deste tipo de instrumentos. O acordo em si é o normal. Todavia, foi celebrado um Protocolo adicional que permite, tão-somente, que a intervenção das empresas de consultoria portuguesas no Brasil (prestação de assistência técnica e de serviços técnicos) seja assimilada a royalties e como tal submetida a uma retenção de 15%.São casos como este que importa rever. É sabido que é por motivos desta natureza que muitos investimentos de empresas portuguesas são feitos a partir de outros países (designadamente a Holanda) que dispõem de acordos para evitar a dupla tributação com condições mais favoráveis para o repatriamento de rendimentos, juros, dividendos, etc.Estamos todos muito empenhados em aumentar as exportações. Por desígnio nacional e como forma de desenvolver o nosso tecido empresarial. Mas, é muito difícil fazê-lo de forma sustentada nas actuais circunstâncias. A actividade internacional deste sector, portadora de influência e conhecimento, pode incrementar a presença internacional de outros sectores nacionais.O Sector dos Serviços promove-se essencialmente com influência diplomática e com a superação de barreiras e desvantagens competitivas.

Eng. Victor Carneiro,Presidente

Metropolitano de lisboa – estação do aeroporto

www.appconsultores.org.pt

Em memória de Fernando Silveira Ramos

O Eng. Fernando Silveira Ramos faleceu na madrugada do dia 14 de Julho.

De personalidade forte e engenho na profissão, marcou bastante a evolução da APPC, a cuja Direcção presidiu ao longo de 3 mandatos, de 1998 a 2006, após alguns mandatos de envolvimento na Direcção e em outros Órgãos Sociais da APPC, em representação da Consulmar.

A APPC muito beneficiou da sua acção em prol do reforço associativo e da capacidade de intervenção nos assuntos que interessam às empresas do sector.

Determinado, frontal, arrojado e persistente como poucos, impôs-se como objectivo o reconhecimento da APPC pelas empresas do Sector, junto dos clientes e por parte dos poderes públicos relevantes para o Sector.

Aqui fica o registo e reconhecimento por parte da Direcção, demais Órgãos Sociais e colaboradores da APPC.

Actualização das Fichas das empresas associadas no site da APPC

Como é habitual, no 2.º trimestre do ano a APPC solicita aos Associados a actualização e/ou revisão das respectivas Fichas. Assim informamos que foram recentemente colo-cadas “online” as novas versões.

Federação Pan-Americana de Consultoreswww.fepac.org

Como tornar-se associado

- consulte o menu “admissão” do site da appC

Revisão do Código dos Contratos Públicos

Foi publicado no dia 12 de Julho o Decreto-Lei n.º 149/2012 que aprovou a revisão do CCP.

Verifica-se que esta revisão foi feita nesta altura fundamentalmente para acolher recomendações de alteração contidas no Memorando de Entendimento estabelecido entre o Governo Português e a CE/BCE/FMI.

Lamentavelmente, e não considerando uma boa parte das recomendações de alteração razoavelmente consensualizadas em sede da Comissão de Acompanhamento do CCP, não foram incluídas algumas alterações que contribuiriam para melhorar o ambiente de contratação dos nossos serviços.

Efectivamente, nenhuma disposição foi tomada para evitar o permanente aviltamento dos preços e que prossiga a política de contratação exclusivamente com base no Preço. Aliás, recordemos, nem por há bem pouco tempo ter sido denunciado publicamente e reconhecido pelo Governo a perversidade de contratações de serviços de natureza intelectual por aplicação destes princípios (recordemos o caso da compra de horas de enfermeiros por parte do Ministério da Saúde) foram introduzidos mecanismos de avaliação que privilegiem a qualidade das propostas em detrimento do factor preço. Um outro aspecto que muito contribuiria para mitigar a adversidade da aplicação do factor preço em quase exclusivo factor de avaliação das propostas, seria a consideração dos preços como anormalmente baixos a partir do ponto em que reduzissem em mais de 25% o limiar do preço base. Finalmente, teria importado ainda reconhecer, em harmonia com a recomendação do mais elementar senso comum, que em matéria de erros e omissões deveria existir uma flexibilidade de, digamos que 5%, em reconhecimento de que um projecto não pode ser “medido” de forma exacta.

Embora se tenha perdido a oportunidade de rectificar estes aspectos que muito penalizam o ambiente de negócios das nossas empresas, importa assinalar algumas alterações positivas que foram incluídas na Revisão do CCP feita pelo DL n.º 149/2012, a saber:

• Foi revogado o n.º 4 do Art. 20.º, passando o limite do Ajuste Directo aplicável a projectos no domínio da engenharia e arquitectura a ser semelhante ao normal, ou seja, 75.000 €;

• Foi flexibilizado o regime dos Impedimentos previsto no Art. 55.º, abando-nando a total rigidez do disposto em matéria de Impedimentos. Explicita que este impedimento apenas existirá enquanto tal quando o facto de já ter sido prestada assessoria ou apoio técnico confira ao concorrente vantagem que falseie as condições normais de concorrência;

• Foi acolhido no Art. 219.º o princípio de que, em concursos de concepção, o grau de desenvolvimento do projecto seja o programa base, quando antes se obrigava a que fosse o estudo prévio;

• Foi alargado o campo da Revisão de Projecto, nos termos do n.º 2 do Art. 43.º. Explicita que a Revisão de Projecto é obrigatória em obras de categoria III ou superior ou quando o preço base equivaler à classe 3 de alvará de construção. Note-se que esta alteração só produz efeitos depois de estabelecido o regime aplicável à revisão do projecto de execução.

A APPC continuará a dar conta das dificuldades que a permanência das restrições assinaladas no início desta notícia acarreta para as empresas do Sector, com inegáveis consequências, a prazo, para a fragilização do Sector e para a economia dos empreendimentos.

Conferência Mundial Anual e Assembleia Geral da FIDIC 2012Este evento realiza-se na capital da Coreia do Sul, Seul, de 9 a 12 de Setembro, e será subordinado ao tema “Beyond Green: A New Paradigm”.

Nota sobre a actividade das Empresas Associadas

É sabido que o mercado dos serviços de consultoria tem vindo a sofrer um enorme decréscimo. Alguns subsectores existem, no mercado dos serviços de engenharia e arquitectura, em que os operadores sinalizam para 2012 decréscimos de 70 a 80% dos respectivos mercados, quando comparados com 2009.

É também conhecido o enorme esforço que as empresas vêem fazendo no mercado internacional, conseguindo atingir níveis interessantes de crescimento das exportações.

Temos, portanto, de considerar 2 tendências de sinal contrário, a saber, o forte decréscimo do mercado interno e o significativo reforço da actividade internacional.

Claro está que, globalmente, a evolução tem vindo a ser negativa. Efectivamente, ainda que considerando que as exportações terão crescido 51% de 2009 para 2010 (dados do INE), passando a representar 19,5% da actividade do sector em 2010, contra 14,2% em 2009, e que em 2011 essa dinâmica de crescimento das exportações se terá mantido, embora de forma menos acentuada, certamente que o decréscimo observado no mercado interno se sobrepôs, sendo 2011 um ano globalmente negativo em termos de actividade das empresas do Sector.

Dados preliminares relativos a 110 empresas associadas da APPC, representando um volume de prestação de serviços de 327 milhões de Euros, demonstram que 2/3 das empresas viram a sua actividade decrescer em 2011 quando comparada a actividade com o ano de 2010, número que passa a 75% quando feita a comparação com o ano de 2009.

Sabendo-se que o ano de 2012 vai ser reconhecidamente mais desfavorável, fácil é com-preender a difícil situação em que se encontram muitas das empresas do nosso Sector.

Note-se que, considerando as empresas que viram a sua actividade decrescer em relação a 2010, 22% decresceram menos de 10%, 14% decresceram entre 10 e 20%, 19% decresceram entre 20 e 30%, 27% viram a sua actividade decrescer entre 30 e 40%, sendo que as restantes 18% decresceram em mais de 40% a sua actividade em relação a 2010.

Tendo em consideração que estes números incorporam já o resultado positivo das exportações, fácil é discorrer sobre o que se passa ao nível do mercado interno.

Acresce, também, que os números acima apresentados já não incluem as empresas que entretanto se apresentaram à insolvência, bem como as que decidiram encerrar a sua actividade dada a falta de trabalho.

É este quadro geral que tem levado a APPC a alertar os poderes públicos para a grave situação do Sector e a incerteza que paira sobre o futuro.

Bem pode dizer-se que o futuro está no reforço da actividade internacional. Certamente que sim, mas é preciso criar condições e dar tempo às empresas para poderem ser bem sucedidas em matéria de exportação de serviços. Não pode ignorar-se que não há estratégia de internacionalização de um sector de produção de serviços intelectuais que não passe pela existência de um mercado doméstico que permita a consolidação das equipas, a inovação e a formação dos quadros. Sem essa base mínima, poderão até obter-se alguns resultados durante algum tempo mas não haverá sustentação dessa estratégia no tempo. Se assim acontecer, os quadros mais jovens e com maior potencial tenderão a instalar-se nos mercados em que são chamados a intervir, sendo bastante provável que tendam a desvincular-se da empresa que os inseriu no mercado, dada a ausência de perspectiva de valorização da sua carreira profissional nas circunstâncias actuais.

Importa que, em termos nacionais, se proteja a capacidade instalada e se mantenha o mercado em funcionamento, sob pena de, dentro de alguns anos, poder não haver capacidade de resposta e tendo entretanto sido desprezado um capital de conhecimento adquirido ao longo de décadas, fruto do bem sucedido esforço de modernização do país.

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Seminário sobre Exportaçãode Serviços de Consultoria

Face à boa adesão das empresas associadas ao Grupo de Trabalho sobre a Actividade Internacional, foi o mesmo dividido em 2 grupos operacionais: um mais orientado para o suporte da Direcção no que respeita às políticas de apoio à internacionalização do Sector e um outro que visa a preparação de um conjunto de bases de informação útil para as empresas que pretendam iniciar e/ou reforçar a sua actividade internacional.Neste quadro, prevê-se para Novembro a realização de um Seminário sobre a Exportação de Serviços de Consultoria, nele se pretendendo afirmar a capacidade do Sector, a par de outras sessões em que se apresentarão os instrumentos de suporte que vêm sendo preparados.Estamos certos do interesse destas iniciativas para o conjunto das empresas associadas.

5O.o Aniversário da COBA

A COBA festejou no passado dia 28 de Junho o seu 50.º aniversário.Em cerimónia realizada no CCB estiveram presentes colaboradores, clientes, parceiros e entidades institucionais relacionadas com o Sector.Na ocasião, foram tecidas referências importantes à APPC, estando presentes uma boa parte das empresas suas associadas.Parabéns à COBA.

Assembleia Geral da APPC, 4 de Maio 2012

Os principais assuntos tratados na Assembleia Geral deste ano foram a aprovação das Contas de 2011 e do Plano de Actividades para 2012 e a revisão dos Estatutos. Relativamente a este processo, que teve em vista proceder à modernização geral do documento, importa salientar os pontos que sofreram alterações mais profundas: previsão de competências da Direcção para agir em juízo em defesa da Associação ou dos seus Associados e o funcionamento e profissionalização da APPC.Seguro de Responsabilidade Civil Profissional da APPCHá 7 anos a APPC lançou um Seguro de Grupo que cobre a actividade das empresas de Consultoria e Projecto, ao qual apenas podem aderir os Associados.Ao longo destes anos tem havido uma adesão muito satisfatória de empresas.Para obterem mais informações, os Associados deverão consultar a Área Reservada do site da APPC. As empresas não associadas poderão solicitar o envio de um documento com as Condições do Seguro.

n.º 42 · J ulho 2012 Boletim Informativoempresas de projecto e consultoria

proprIedade e edIção associação portuguesa de projectistas e Consultores dIreCtoreng. Victor Carneiro

CoordeNador edItorIal dr. Manuel Baptista

proJeCto GrÁFICo atelier Henrique Cayatte

paGINação e prodUção GrÁFICa Nastintas – design e Comunicação

exeMplares 2500

dIFUsãoeste Boletim é regularmente enviado às seguintes entidades,organizações e empresas:

• administração Central: Ministérios, secretarias de estado, direcções-Gerais, Institutos públicos e outras entidades equiparadas• administração regional: Governos regionais dos açores e Madeira• administração local: Câmaras Municipais• empresas contratantes• organizações de interesse público• Meios de Comunicação social• empresas do sector

appCav. antónio augusto de aguiar, 126 - 7.º1050-020 lisboatel 213 580 785/6Fax 213 150 [email protected]

Este Boletim está também disponível no site da APPC no formato pdf

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Federação Europeia das Associações de Consultores de Gestãowww.feaco.org

Federação Europeia das Associaçõesde Consultores de Engenhariawww.efcanet.org

Federação Internacional dos Engenheiros Consultoreswww.fidic.org

Mais e Melhor Apoio à Internacionalização do SectorA sustentabilidade das economias, em ambiente de livre comércio, implica capacidade das empresas para competir em mercado aberto e concorrencial, produzindo com qualidade, a preço adequado e, assim, satisfazendo os clientes. Nos serviços, em geral, e nos sectores de engenharia, arquitectura e ambiente, em particular, cada vez mais a satisfação dos clientes passa por prestar serviços em parceria ou, no mínimo, proximidade com o cliente, internacio-nalizando a produção, em detrimento da exportação pura de serviços.A aposta na internacionalização da actividade das empresas do Sector é, por isso, uma aposta vital, que deverá reforçar-se ao longo dos próximos anos.A APPC tem vindo a acompanhar esse movimento desde sempre, e agora com redobrada atenção. As exportações do Sector da Consultoria em engenharia e arquitectura representaram cerca de 20% da sua actividade global em 2010 e estamos certos de que os anos de 2011 e 2012 vêm reforçando a proporção dos serviços exportados em relação à actividade global.Não pode, todavia, pensar-se que esta tendência é sustentável com as actuais condições de competitividade do país.As empresas confrontam-se, nos mercados, com empresas oriundas de países concorrentes que beneficiam de condições privilegiadas para a sua actividade internacional.Trata-se, regra geral, de verem as suas intervenções em mercados externos de alguma forma alavancadas por: 1) incentivos atribuídos pela Cooperação para a abordagem de novos mercados com interesse estratégico; 2) estabilidade na obtenção de vistos de trabalho e reconhecimento de competências para o exercício das profissões; 3) facilidades no financiamento das exportações e necessidades associadas em matéria de garantias bancárias inerentes ao estabelecimento dos contratos e ao caucionamento dos adiantamentos contratualmente estabelecidos; 4) clareza e pré-determinação no que respeita aos benefícios fiscais em sede de IRS relativos a trabalhadores deslocados em operações de exportação de serviços; 5) créditos fiscais em sede de IRC por contrapartida de investimentos no exterior e acordos para evitar a dupla tributação efectivamente protectores das suas empresas; 6) disponibilidade de grande capacidade de financiamento ao desenvolvimento através de bancos nacionais de investimento ou recurso a linhas de financiamento frequentemente garantidas por petróleo, gás ou carvão.Como exemplo e prova da desvantagem competitiva, em matéria fiscal das empresas por-tuguesas, vejamos o caso do acordo para evitar a dupla tributação celebrado com o Brasil, o qual desde há muito vem sendo assinalado como um mau exemplo de negociação deste tipo de instrumentos. O acordo em si é o normal. Todavia, foi celebrado um Protocolo adicional que permite, tão-somente, que a intervenção das empresas de consultoria portuguesas no Brasil (prestação de assistência técnica e de serviços técnicos) seja assimilada a royalties e como tal submetida a uma retenção de 15%.São casos como este que importa rever. É sabido que é por motivos desta natureza que muitos investimentos de empresas portuguesas são feitos a partir de outros países (designadamente a Holanda) que dispõem de acordos para evitar a dupla tributação com condições mais favoráveis para o repatriamento de rendimentos, juros, dividendos, etc.Estamos todos muito empenhados em aumentar as exportações. Por desígnio nacional e como forma de desenvolver o nosso tecido empresarial. Mas, é muito difícil fazê-lo de forma sustentada nas actuais circunstâncias. A actividade internacional deste sector, portadora de influência e conhecimento, pode incrementar a presença internacional de outros sectores nacionais.O Sector dos Serviços promove-se essencialmente com influência diplomática e com a superação de barreiras e desvantagens competitivas.

Eng. Victor Carneiro,Presidente

Metropolitano de lisboa – estação do aeroporto

www.appconsultores.org.pt

Em memória de Fernando Silveira Ramos

Fernando Silveira Ramos faleceu na madrugada de dia 14 de Julho.

De personalidade forte e engenho na profissão, marcou bastante a evolução da APPC, a cuja Direcção presidiu ao longo de 3 mandatos, de 1998 a 2006, após alguns mandatos de envolvimento na Direcção e em outros Órgãos Sociais da APPC, em representação da Consulmar.

A APPC muito beneficiou da sua acção em prol do reforço associativo e da capacidade de intervenção nos assuntos que interessam às empresas do sector.

Determinado, frontal, arrojado e persistente como poucos, impôs-se como objectivo o reconhecimento da APPC no seio das empresas do Sector, junto dos clientes e por parte dos poderes públicos relevantes para o Sector.

Aqui fica o registo e agradecimento por parte da Direcção, demais Órgãos Sociais e colaboradores da APPC.

Actualização das Fichas das empresas associadas no site da APPC

Como é habitual, no 2.º trimestre do ano a APPC solicita aos Associados a actualização e/ou revisão das respectivas Fichas. Assim informamos que foram recentemente colo-cadas “online” as novas versões.

Federação Pan-Americana de Consultoreswww.fepac.org

Como tornar-se associado

- consulte o menu “admissão” do site da appC

Revisão do Código dos Contratos Públicos

Foi publicado no dia 12 de Julho o Decreto-Lei n.º 149/2012 que aprovou a revisão do CCP.

Verifica-se que esta revisão foi feita nesta altura fundamentalmente para acolher recomendações de alteração contidas no Memorando de Entendimento estabelecido entre o Governo Português e a CE/BCE/FMI.

Lamentavelmente, e não considerando uma boa parte das recomendações de alteração razoavelmente consensualizadas em sede da Comissão de Acompanhamento do CCP, não foram incluídas algumas alterações que contribuiriam para melhorar o ambiente de contratação dos nossos serviços.

Efectivamente, nenhuma disposição foi tomada para evitar o permanente aviltamento dos preços e que prossiga a política de contratação exclusivamente com base no Preço. Aliás, recordemos, nem por há bem pouco tempo ter sido denunciado publicamente e reconhecido pelo Governo a perversidade de contratações de serviços de natureza intelectual por aplicação destes princípios (recordemos o caso da compra de horas de enfermeiros por parte do Ministério da Saúde) foram introduzidos mecanismos de avaliação que privilegiem a qualidade das propostas em detrimento do factor preço. Um outro aspecto que muito contribuiria para mitigar a adversidade da aplicação do factor preço em quase exclusivo factor de avaliação das propostas, seria a consideração dos preços como anormalmente baixos a partir do ponto em que reduzissem em mais de 25% o limiar do preço base. Finalmente, teria importado ainda reconhecer, em harmonia com a recomendação do mais elementar senso comum, que em matéria de erros e omissões deveria existir uma flexibilidade de, digamos que 5%, em reconhecimento de que um projecto não pode ser “medido” de forma exacta.

Embora se tenha perdido a oportunidade de rectificar estes aspectos que muito penalizam o ambiente de negócios das nossas empresas, importa assinalar algumas alterações positivas que foram incluídas na Revisão do CCP feita pelo DL n.º 149/2012, a saber:

• Foi revogado o n.º 4 do Art. 20.º, passando o limite do Ajuste Directo aplicável a projectos no domínio da engenharia e arquitectura a ser semelhante ao normal, ou seja, 75.000 €;

• Foi flexibilizado o regime dos Impedimentos previsto no Art. 55.º, abando-nando a total rigidez do disposto em matéria de Impedimentos. Explicita que este impedimento apenas existirá enquanto tal quando o facto de já ter sido prestada assessoria ou apoio técnico confira ao concorrente vantagem que falseie as condições normais de concorrência;

• Foi acolhido no Art. 219.º o princípio de que, em concursos de concepção, o grau de desenvolvimento do projecto seja o programa base, quando antes se obrigava a que fosse o estudo prévio;

• Foi alargado o campo da Revisão de Projecto, nos termos do n.º 2 do Art. 43.º. Explicita que a Revisão de Projecto é obrigatória em obras de categoria III ou superior ou quando o preço base equivaler à classe 3 de alvará de construção. Note-se que esta alteração só produz efeitos depois de estabelecido o regime aplicável à revisão do projecto de execução.

A APPC continuará a dar conta das dificuldades que a permanência das restrições assinaladas no início desta notícia acarreta para as empresas do Sector, com inegáveis consequências, a prazo, para a fragilização do Sector e para a economia dos empreendimentos.

Conferência Mundial Anual e Assembleia Geral da FIDIC 2012Este evento realiza-se na capital da Coreia do Sul, Seul, de 9 a 12 de Setembro, e será subordinado ao tema “Beyond Green: A New Paradigm”.

Nota sobre a actividade das Empresas Associadas

É sabido que o mercado dos serviços de consultoria tem vindo a sofrer um enorme decréscimo. Alguns subsectores existem, no mercado dos serviços de engenharia e arquitectura, em que os operadores sinalizam para 2012 decréscimos de 70 a 80% dos respectivos mercados, quando comparados com 2009.

É também conhecido o enorme esforço que as empresas vêem fazendo no mercado internacional, conseguindo atingir níveis interessantes de crescimento das exportações.

Temos, portanto, de considerar 2 tendências de sinal contrário, a saber, o forte decréscimo do mercado interno e o significativo reforço da actividade internacional.

Claro está que, globalmente, a evolução tem vindo a ser negativa. Efectivamente, ainda que considerando que as exportações terão crescido 51% de 2009 para 2010 (dados do INE), passando a representar 19,5% da actividade do sector em 2010, contra 14,2% em 2009, e que em 2011 essa dinâmica de crescimento das exportações se terá mantido, embora de forma menos acentuada, certamente que o decréscimo observado no mercado interno se sobrepôs, sendo 2011 um ano globalmente negativo em termos de actividade das empresas do Sector.

Dados preliminares relativos a 110 empresas associadas da APPC, representando um volume de prestação de serviços de 327 milhões de Euros, demonstram que 2/3 das empresas viram a sua actividade decrescer em 2011 quando comparada a actividade com o ano de 2010, número que passa a 75% quando feita a comparação com o ano de 2009.

Sabendo-se que o ano de 2012 vai ser reconhecidamente mais desfavorável, fácil é com-preender a difícil situação em que se encontram muitas das empresas do nosso Sector.

Note-se que, considerando as empresas que viram a sua actividade decrescer em relação a 2010, 22% decresceram menos de 10%, 14% decresceram entre 10 e 20%, 19% decresceram entre 20 e 30%, 27% viram a sua actividade decrescer entre 30 e 40%, sendo que as restantes 18% decresceram em mais de 40% a sua actividade em relação a 2010.

Tendo em consideração que estes números incorporam já o resultado positivo das exportações, fácil é discorrer sobre o que se passa ao nível do mercado interno.

Acresce, também, que os números acima apresentados já não incluem as empresas que entretanto se apresentaram à insolvência, bem como as que decidiram encerrar a sua actividade dada a falta de trabalho.

É este quadro geral que tem levado a APPC a alertar os poderes públicos para a grave situação do Sector e a incerteza que paira sobre o futuro.

Bem pode dizer-se que o futuro está no reforço da actividade internacional. Certamente que sim, mas é preciso criar condições e dar tempo às empresas para poderem ser bem sucedidas em matéria de exportação de serviços. Não pode ignorar-se que não há estratégia de internacionalização de um sector de produção de serviços intelectuais que não passe pela existência de um mercado doméstico que permita a consolidação das equipas, a inovação e a formação dos quadros. Sem essa base mínima, poderão até obter-se alguns resultados durante algum tempo mas não haverá sustentação dessa estratégia no tempo. Se assim acontecer, os quadros mais jovens e com maior potencial tenderão a instalar-se nos mercados em que são chamados a intervir, sendo bastante provável que tendam a desvincular-se da empresa que os inseriu no mercado, dada a ausência de perspectiva de valorização da sua carreira profissional nas circunstâncias actuais.

Importa que, em termos nacionais, se proteja a capacidade instalada e se mantenha o mercado em funcionamento, sob pena de, dentro de alguns anos, poder não haver capacidade de resposta e tendo entretanto sido desprezado um capital de conhecimento adquirido ao longo de décadas, fruto do bem sucedido esforço de modernização do país.