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de se diferenciarem, de exportarem e decriarem emprego, são prova disso mesmo.

Manuel Portugal, professor na área da Es-tratégia e do Comércio Internacional, tam-bém investigador no globADVANTAGE –Center of Research in International Business& Strategy (do Instituto Politécnico de Lei-ria), começa por reconhecer que este temanão é de fácil resposta. E sublinha, também,que não tem a certeza de que a diversida-

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Não é pelo tamanho que semede a qualidade de umaempresaDimensão O tecido empresarial da região de Leiria é composto maioritariamente porpequenas e médias empresas e, tal como sucede no resto do País, são poucas aquelas queenvergam grande dimensão. Mas, mais do que o tamanho, importa o nível de inovação ede riqueza que cada uma delas consegue imprimir no território

Daniela Franco [email protected]

z O tecido empresarial da região de Leiria éformado sobretudo por pequenas e médiasempresas (PME), de diversos sectores de ac-tividade e, à imagem do que acontecetambém pelo resto do País, são poucas asempresas que se apresentam com grandedimensão.

Micro, pequenas, médias ou grandes, to-das elas cumprem um papel relevante naeconomia regional e nacional e, salientamquer os empresários quer os investigado-res nas áreas da estratégia e de comércio in-ternacional, não é de modo algum o ta-manho de uma empresa que indica, por sisó, a sua qualidade, a sua capacidade deinovar e de gerar riqueza. Na região de Lei-ria, a dinâmica das PME, a sua capacidade

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de sectorial, que pauta a região de Leiria,seja necessariamente uma vantagem. “Umtecido empresarial composto de váriossectores permite alguma diversidade de co-nhecimentos que são acumulados nas pes-soas (trabalhadores) e gerados nas escolase nos institutos”, expõe o professor. “Tam-bém permite maior resiliência a crises es-pecíficas ou sectoriais”, acrescenta o do-cente, para quem estas são as “vantagensóbvias”. No entanto, contrapõe ManuelPortugal, “seria bem mais interessante sehouvesse maior integração dos sectores acompor o que se designa popularmente porfileiras. Ou com pólos de inovação que sedifundissem gerando maior valor”.

Para o investigador do Politécnico de Lei-ria, “talvez o que precisemos é entender, noquadro de uma política industrial, se é me-lhor promover a especialização ou se man-temos a diversidade sectorial”. Isto porque“há bons exemplos de sucesso de ambos osmodelos de desenvolvimento regional: osapoiados por grandes empresas que estãono centro, e de algum modo influenciam oque se faz, e os caracterizados por múltiplasPMEs sem liderança (os clusters tradicionaissão mais tipicamente deste tipo)”.

Manuel Portugal considera que, do pon-

Um tecido empresarialcomposto de váriossectores permite algumadiversidade deconhecimentos que sãoacumulados nas pessoas(trabalhadores) e geradosnas escolas e nos institutosManuel Portugal,professor

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to de vista de desenvolvimento regional, omais importante a fazer é pensar a riquezagerada (a financeira, obviamente, mastambém a de inovação/conhecimento).Ou seja, o professor não coloca necessa-riamente a questão em termos de PMEs ver-sus grandes empresas, “até porque, mun-do fora, a grande maioria das empresas sãoPME. Não é exclusivo da região, nem dePortugal”. Portanto, “olharmos para ainovação que as empresas geram parece-me fundamental como elemento cen-tral de valor. Nós tendemos a pensarque são especialmente as grandes em-presas que conseguem introduzir as ino-vações radicais, mas as PME podem e fa-zem inúmeras inovações incrementais”,realça o investigador.

Assim sendo, num território como onosso, onde tantas PME têm sabido comoinovar, gerar valor, que falta fazem as gran-des empresas? Manuel Portugal afirmaque sim, que as grandes empresas fazemfalta nesta região. “Mas, novamente, pre-

cisamos entender que tipo de empresa. Otamanho da empresa não é sinónimo dequalidade”, frisa o professor. “Empresas queapenas usem o trabalho ainda relativa-mente barato não me parecem trazer mui-tos benefícios, além do emprego pouco qua-lificado. Mas, seria bom conseguir atrair em-presas de alta tecnologia e que façam usode trabalhadores qualificados. E refiromesmo trabalhadores com qualificaçãoacadémica. Além de maior valor e de salá-rios mais altos (com os spillovers subjacen-tes), este tipo de empresa tem o potencialde mudar a região. De induzir um padrãode desenvolvimento de qualidade em mui-tas áreas”.

“Então, sim, seria óptimo termos em-presas grandes e de alto nível de sofistica-ção tecnológica com produções intensivasem conhecimento. Neste caso, eu até diriaque não interessa o sector, porque os outrosagentes económicos provavelmente surgemno mercado a colmatar as ineficiênciasinstitucionais e a proporcionar os recursos

Nós tendemos a pensarque são especialmente asgrandes empresas queconseguem introduzir asinovações radicais, mas asPME podem e fazeminúmeras inovaçõesincrementaisManuel Portugal,professor

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que estas empresas precisam. Isto além deprovavelmente gerarem inúmeros spin-offs em áreas complementares que maiscontribuem para a valorização do ecossis-tema económico regional”.

Esta é a exacta convicção de José Grácio,sócio-gerente da Icebel, uma empresa comtrês décadas, da Marinha Grande, que se es-pecializou em equipamentos “fim de linha”para vários sectores, sobretudo para a in-dústria vidreira, em especial equipamentospara transporte e para acondicionamento deembalagens.

Para o empresário, tão importante para aeconomia da região são as muitas PME queactuam nos mais diversos sectores de acti-vidade, como são também as grandes em-presas instaladas nesta região. E José Grá-cio passa a exemplificar com a realidade docluster do vidro, onde a Icebel se inclui.

“Na Marinha Grande existem felizmen-te algumas grandes empresas no sector dovidro. Empresas que são necessárias, na me-dida em que, à sua volta, têm nascido e cres-

cido muitas PME, que lhes prestam servi-ços e que lhes vendem produtos. Juntas for-mam um cluster, uma vez que cooperam eque dependem umas das outras”, realçaJosé Grácio.

O director-geral da Icebel sublinha que“essas grandes fábricas pertencem a mul-tinacionais que têm unidades fabris em vá-rios pontos do mundo”. Então, prossegueo empresário, “essas grandes empresasacabam por contribuir não só para o de-senvolvimento das PME localizadas naMarinha Grande e na região de Leiria,como também acabam por 'arrastá-las'para outros pontos do globo, precisamen-te para os locais onde essas multinacionaistêm outras unidades e onde também fazemfalta os produtos, os serviços ou mão-de--obra experiente com quem já se habitua-ram a trabalhar em parceria nesta região”.

As grandes empresas promovem, assim,a internacionalização das PME, sejam da-quelas empresas que montam fornos de vi-dro, das que fazem moldes para vidro, que

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Na Marinha Grande existemalgumas grandes empresasno sector do vidro. (...) sãonecessárias, na medida emque, à sua volta, têm nascidoe crescido muitas PME, quelhes prestam serviços e quelhes vendem produtos.Juntas formam um cluster,uma vez que cooperam eque dependem umas dasoutrasJosé Grácio,sócio-gerente da Icebel

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se dedicam ao tratamento térmico do vidro,ou daquelas que, como a Icebel, desen-volvem equipamentos de apoio ao trans-porte e ao acondicionamento de embala-gens, especifica o empresário.

“As grandes empresas geram emprego di-recto e fazem aumentar o número de tra-balhadores nas PME que delas depen-dem”, prossegue o director-geral da Icebel.

E por que razão não existem mais em-presas com esta grande dimensão na regiãode Leiria? José Grácio tem resposta pronta,pelo menos no que ao sector do vidro dizrespeito. “Não existem por cá muitas gran-des empresas, porque Portugal é um mer-cado de pequena dimensão. No caso da in-dústria vidreira, por exemplo, a quantida-de de vidro que é produzida nesta região jáé maior do que aquela que o País consome.Há que exportar. Mas o transporte do vidrosai caro. No máximo, o vidro viaja até Es-panha ou França. Para maiores distâncias,já compensa mais às grandes empresas cria-rem outra unidades produtiva próximado destino de consumo”, expõe o empre-sário.

Assim sendo, resume o responsável pelaIcebel, o ideal é conjugar neste território asgrandes e as PME. “As grandes promovemo aparecimento das PME, que gravitam à

José Frazão, empresário do ramo hote-leiro e administrador da Exposalão, centrode exposições da Batalha, encontra algumasjustificações para o baixo número de gran-des empresas nesta região, bem como na ge-neralidade do País. Mas mostra-se maispreocupado com a falta de capacidadepara criar condições para as PME, que têmdado provas de grande dinâmica nesteterritório, do que com a escassez de uni-dades de grande dimensão.

José Frazão começa por salientar que asempresas desta região são na sua maioriamuito recentes. “É um tecido empresarialrelativamente jovem, com empresas de20, de 30 anos. São empresas dinâmicas,mas talvez tenhamos de esperar para queos filhos dos fundadores as tornem maio-res”, aponta o empresário, para quem a di-mensão também poderá depender da pas-sagem do tempo.

“Mas, não sendo empresas grandes, asPME que existem nesta região são empre-sas inovadores, com empresários criativose que são muito determinados. São genteque não perde tempo à espera que os po-líticos façam o seu trabalho. São gente fo-cada no trabalho”, elogia o hoteleiro. “Ospróprios políticos reconhecem que a de-senvoltura das empresas deste território é

RICARDO GRAÇA

É um tecido empresarialrelativamente jovem, comempresas de 20, de 30anos. São empresasdinâmicas, mas talveztenhamos de esperar paraque os filhos dos fundadores as tornemmaioresJosé Frazão,administrador

sua volta. E as grandes são também, pelomenos em teoria, mais resistentes no casode uma crise. Já as PME, que também ge-ram muita riqueza, que são inovadoras, ca-racterizam-se também por uma maior fle-xibilidade e, em tempos adversos, podemadaptar-se a novos mercados”, remataJosé Grácio.

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Exemplos de grandes empresas e dos seus grandes impactosAurora Teixeira, professora da Faculdade deEconomia da Universidade do Porto e in-vestigadora em áreas como inovação ecrescimento económico, também não vêdesvantagens numa região como a de Lei-ria, onde a maioria das empresas são PMEde diversas actividades. Mas também nãodeixa de dar o exemplo de como, noutrosterritórios do País, a presença das grandesempresas tem promovido grandes im-pactos na economia regional e nacional.O importante, é que, independente-mente do seu tamanho, as grandes e asPME sejam competitivas a nível nacional

e internacional, defende a investigadorada Universidade do Porto.

A docente começa por afirmar queexistem grandes vantagens num tecidoempresarial como aquele que se verificana região de Leiria, que é composto es-sencialmente por PME de vários sectoresde actividade.

“Uma região mais diversificada estámais apta a reagir aos riscos e às incertezasque caracterizam uma economia globali-zada. A diversificação permite que os sec-tores com melhor desempenho substi-tuam aqueles que passam por maiores di-ficuldades, atenuando o eventual aumen-to do desemprego que daí advenha”, real-ça a professora. Aurora Teixeira frisa aindaque, “na linha da estratégia de especiali-zação inteligente, que tem vindo a ser im-plementada desde 2014, é importante quecada região aposte numa especialização di-versificada da actividade económica. Ouseja, que sejam identificados os sectores es-tratégicos ou domínios de vantagem com-petitiva existente e/ou potencial, em que aregião se possa especializar e criar capaci-dades distintivas face a outras regiões”.

Assim, prossegue a docente, “é críticoque na região operem PME de diversos sec-tores de actividade, sobretudo os que se in-tegram numa cadeia de valor caracteriza-da por níveis de competências cada vezmais complexas e valiosas”.

Por isso, “não existem em absoluto, naminha opinião, desvantagens de um regiãoter a sua base de actividade sustentada emPME”, considera a professora. “O impor-tante é que estas sejam competitivas na-cional e internacionalmente. A dimensãoper se não implica maior/menor competi-tividade. É importante ter em conta que asPME contribuem consideravelmente parao desenvolvimento económico de umaregião através da criação de novos empre-gos, proporcionando oportunidades deinvestimento e formando o capital econó-mico e o potencial crescimento económi-co sustentável”.

Tal como as PME, também as grandesempresas podem ter um papel de forte im-pacto nos territórios onde se inserem. “Nodistrito de Leiria existem empresas degrande dimensão, embora, tal como nosrestantes distritos, o seu número e peso sejarelativamente diminuto”, expõe Aurora

O importante, é que,independentemente doseu tamanho, as grandes e as PME sejamcompetitivas a nívelnacional e internacionalAurora Teixeira,investigadora

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Teixeira. E a professora especifica: “deacordo com os dados mais recentemente(em 2018) disponibilizados pelo INE (refe-rentes ao ano de 2016), existiriam no distritode Leiria 17 empresas de ‘grande dimensão’,isto é, com 250 ou mais trabalhadores ao ser-viço. Este número relativamente reduzidorepresenta cerca de 0,02% do total de em-presas não financeiras do distrito. O valorhomólogo para Portugal é também muitobaixo, 0,07%. Leiria, Caldas da Rainha e Ma-rinha Grande são os municípios do distritode Leiria com o maior número de grandesempresas que representam entre 0,04% e0,07% do respectivo total de empresas nãofinanceiras”.

E de Norte e Sul do País não faltamexemplos concretos de empresas que têmcontribuído para o desenvolvimento eco-nómico dos seus territórios: “No âmbito dosincentivos do Portugal 2020, estima-se que55 grandes empresas deverão criar mais de5 mil empregos directos e aumentar as ex-portações em quase 2 mil milhões de euros,com significativos impactos nas regiõesonde operam. Em termos macroeconó-micos, o acréscimo dos empregos directospermitiria absorver cerca de 1% da popu-lação desempregada e o acréscimo das ex-portações equivaleria a cerca de 3% doque Portugal vende todos os anos ao es-trangeiro”, salienta a docente. Aurora Tei-xeira refere que “cerca de 40% das expor-tações e 20% dos empregos estão associa-dos à fileira automóvel e a empresas comoa Faurecia (São João da Madeira), Conti-nental (Vila Nova de Famalicão), Borgwar-ner (Viana do Castelo), Coindu (Braga),Toyota (Porto), Preh (Trofa), Sakthi (Maia),Kathrein (Vila Real), Aspõck (Oliveira deAzeméis) ou Eurostyle (Viana do Castelo).Os investimentos da Embraer e da Me-cachrome no cluster aeronáutico de Évorarepresentam 10% das exportações e dos em-pregos, enquanto na fileira do papel, os in-vestimentos da Celtejo (Castelo Branco), Cel-bi (Figueira da Foz), Renova (Santarém),Suavecel (Viana do Castelo), Fortissue (Via-na do Castelo) ou Nunex (Viana do Caste-lo) representam mais de 20%”.

Vítor Hugo Ferreira, director executivo daD. Dinis- Business School, de Leiria, tambémreconhece que as grandes empresas pode-rão ter vantagens sobre PME. “Esta é umaquestão particularmente discutida na teo-

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ria de empresa, sobretudo na área de Eco-nomia de Empresa. Usualmente o debatepende, num País como Portugal, onde99,7% das empresas são PMEs, para asvantagens de ser pequeno, apontando-se aflexibilidade, a rapidez de reacção, a capa-cidade empreendedora como vantagens.Mas o outro lado do debate costuma ficaresquecido. E, do ponto de vista competiti-vo, uma das principais vantagens das gran-des empresas é que elas são capazes de es-tabelecer múltiplos fluxos de receita paraajudar a compensar as desacelerações eco-nómicas”, realça o director.

“O tamanho das grandes empresas sig-nifica que muitas vezes elas estão empe-nhadas em vender muitos tipos diferentesde produtos e serviços, o que ajuda a pro-tegê-las contra mudanças imprevistas naeconomia”, prossegue Vítor Hugo Ferreira,que dá exemplos : “uma grande empresa decomputadores que também vendesmartphones, tablets e software, estámais bem posicionada para sobreviver

quando as vendas de um produto oumercado declinarem”.

Além disso, prossegue, “as grandes em-presas também possuem recursos finan-ceiros para investir em mercados estran-geiros. Isso significa que eles podem esta-belecer subsidiárias no exterior e expandirsua participação de mercado sem ter quedepender do mercado interno para im-pulsionar suas perspectivas de crescimen-to. Como resultado, a diversificação é umadas vantagens mais importantes dos ne-gócios de larga escala”.

Por outro lado, explica o director execu-tivo da D. Dinis- Business School, “grandesempresas podem aplicar mais recursos ecriar departamentos especializados de I&D,Qualidade, Estratégia ou mesmo criar umdepartamento dedicado a prospectiva oucriatividade, algo impensável numa pe-quena empresa onde todos os recursossão escassos”

“Como tal – frisa Vítor Hugo Ferreira - asgrandes empresas vão beneficiar de eco-

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As grandes empresastambém possuem recursosfinanceiros para investir emmercados estrangeiros. Issosignifica que eles podemestabelecer subsidiárias noexterior e expandir suaparticipação de mercadosem ter que depender domercado interno (...)Vítor Hugo Ferreira,director-executivo da D. Dinis Business School

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nomias de escala e aglomeração destes de-partamentos, tornando-se mais competi-tivas. Embora as startups (novas pequenasempresas) possam ser muito criativas,nem todas têm recursos para investir emlaboratórios, doutorados e outros recursosespecializados. Desta forma, a questão daI&D é tão mais relevante já que as grandesempresas podem investir em I&D, em ca-pital humano altamente especializado ecriativo tornando-se efectivamente mo-tores da inovação e investigação do mun-do moderno (na maioria dos países estasempresas são responsáveis por 70% da I&Dem termos do PIB)”.

E as vantagens das grandes empresas so-bre as PME não terminam por aqui. “Noque se refere ao marketing, na era digital,'branding'tornou-se a palavra de ordem detodos os negócios, desde startups até or-ganizações multinacionais. Branding temtudo a ver com consciência, e uma das prin-cipais vantagens dos negócios em grandeescala é o reconhecimento mais forte damarca, que é definido como a percentagemde pessoas que conhecem o nome e os pro-dutos de uma empresa”, refere o especia-lista. “As grandes empresas geralmente co-meçam como organizações menores econstroem reconhecimento de marca pormeio de canais de social media, publicidadee fornecimento de um produto ou serviço

consistentemente bom. Um reconheci-mento de marca mais forte pode impul-sionar a base de clientes de uma grande em-presa, porque os consumidores pensarãonessas empresas primeiro ao tomar deci-sões de compra”, expõe do director exe-cutivo.

Acresce que “as grandes empresas tam-bém podem oferecer fortes pacotes de re-muneração quando fazem ofertas de em-prego, o que significa salários mais altos, bó-nus mais atraentes e outras vantagens. Issoajuda a garantir que essas empresas bene-ficiarão de um grupo de candidatos mais ta-lentosos e que escolherão os mais qualifi-cados para cargos em aberto. Por outro lado,as empresas menores tendem a ter recur-sos mais limitados, o que significa que nãopodem oferecer o mesmo tipo de pacote deremuneração forte”, aponta Vitor Hugo Fer-reira.

“Outra grande vantagem que as em-presas de grande porte têm são as eco-nomias de escala. É muito mais prová-vel que fornecedores providenciem des-contos para empresas que compramem grandes quantidades. Por outrolado, grandes empresas podem ter maio-res instalações, equipamentos maisavançados e modernos, repartindo cus-tos fixos por mais unidades, conse-guindo baixar os custos médios. Por ou-tro lado, a sua dimensão permite miti-gar riscos que pequenas empresas nãopoderiam incorrer”, explica o directorexecutivo da D. Dinis- Business School.E, “aproveitando as economias de es-cala, as grandes empresas conseguemreduzir o custo de fazer negócios e, aomesmo tempo, maximizar suas margensde lucro”, realça.

O especialista defende que “tambémé mais fácil para as empresas pedirem di-nheiro emprestado. Eles podem pedirempréstimos a uma taxa de juro menor,já que são menos propensos à falência etêm maior capacidade de negociação”.

Para rematar, nota o especialista, “doponto de vista socioeconómico, grandesempresas têm maior potencial de gerarefeitos de arrastamento noutros sectores,criar fileiras industriais, gerar mais em-prego, bem como outras vantagens dopontos de vista de externalidades deconhecimento”.

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Outra grande vantagemque as empresas de grandeporte têm são aseconomias de escala. Émuito mais provável quefornecedoresprovidenciem descontospara empresas quecompram em grandesquantidades Vítor Hugo Ferreira,director-executivo da D. Dinis Business School

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