mãe na massa

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1 MÃE NA MASSA

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Mãe na massa

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1M Ã E N A M A S S A

2 P O L I A N A C O R R Ê A L E A L

Mãe na massaA importância d

a mãe

na arte de educar

Mãe na massaA importância d

a mãe

na arte de educar

Poliana Corrêa Leal

Editora Mensagem Para TodosCaixa Postal 91- CEP 12.914-970Bragança Paulista - SPFone/Fax: (11) 4033-6636/ 4035-7575 www.familiaegraca.com.br

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Copyright (c) 2009 PolianaCorrêa Leal

Todos os direitos reservados a

Falar com o autor:

Poliana Corrêa Leal (2009)Mãe na MassaEducação / Poliana Corrêa LealEditora Mensagem Para Todos, 2009

Editora

Coordenação Editorial

Capa

Editoração

Revisão

Preparação

Impressão e Acabamento

Mensagem Para Todos

Rousemary Maia

Yourdesign

Douglas Maia

Valéria Gonçalves

Poliana Corrêa Leal

Gráfica Betânia

AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus, que me deu uma família para cuidar com amor, e me pro­porcionou a realização dessa conquista.

Ao Pastor Josué Gonçalves pela refe­rência como escritor e homem de Deus.

Uma parte sincera de gratidão vai para o meu marido que me deu muito apoio, permitiu que tirasse tempo para es­crever e voluntariamente leu e dialogou comigo sobre o meu manuscrito.

Estendo meus agradecimentos à minha mãe Maria Dalva que é um exemplo de mãe presente na vida de seus filhos, à minha querida avó Josefa (in memo­riam) que sonhou e desejou a minha carreira, ao meu pai Ildefonso que cola­borou para minha formação acadêmica.Vencer os desafios de escrever um livro fez com que o meu sonho se tornasse realidade.

DEDICATÓRIA

A Deus, que me concedeu direção e sabedoria para utilizar as “letras” com temor.

À minha maior herança – minha filha Ana Clara, a qual, enviada por Deus, me proporcionou uma luz em forma de co­nhecimento para a realização desta obra.E ao meu maior incentivador, meu marido Inácio Leal, que me encorajou e acreditou no meu sonho.

A AUTORA

Poliana Corrêa Leal é professora de Língua Por­tuguesa e Inglesa, graduada em Letras, Especialista em Língua Inglesa e Educação Infantil, Psicopeda­goga em formação e escritora. Esposa de Inácio Leal, o qual é pastor da Igreja Metodista do Brasil e mãe de Ana Clara – minha linda herança!

ÍNDICE

Prefácio, 11

Introdução, 13

Ingredientes Básicos para um desenvolvimento infantil saudável, 19

Segurança, 21

Disciplina x Permissividade, 37

Aceitação e Tolerância, 51

Disciplina Espiritual, 55

A Seriedade no Brincar, 61

Conforto, 69

Mãe x Carreira, 75

Escolhendo uma creche ou pré-escola, 85 Conclusão, 91

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PREFÁCIO

Este é um livro que há muito tempo estava em minha mente para ser escrito, e então me motivei a escrevê­lo quando Deus enviou a Sua herança para mim – minha filha Ana Clara.

A importância da mãe no desenvolvimento es­piritual, físico, intelectual e moral da criança, bem como seu cuidado, carinho, zelo, atenção, respeito e paciência para educar e disciplinar são alguns dos ingredientes necessários contidos na receita de um “bolo” delicioso com aroma de felicidade (que aqui será comparado com a educação).

“Mãe na massa!” Convida você a prestar mais atenção em sua família como um todo, mostrando que ao preparar uma massa para o bolo, por exem­plo, é necessário colocar as mãos para o preparo, da

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mesma forma na educação dos nossos filhos, é nossa responsabilidade e dever como mãe estarmos à dis­posição para educar e para isso nos colocarmos na massa, ou seja, na vida da criança.

Faremos também uma metáfora com os termos “massa” e “ingredientes” os quais serão associados às crianças e às suas necessidades básicas respec­tivamente, tais como itens a serem utilizados para fazer um “bolo”, ou seja, para preparar uma educa­ção segundo os princípios de Deus.

A criança sente necessidade de ser cuidada, e quando percebe que a mãe está lhe dando algo que tanto precisa – tempo, ela percebe quão amada ela é, fazendo bem para sua autoestima.

Convido você agora a descobrir os ingredientes para que sua “receita” seja feita com sucesso, claro que você deverá ler atentamente todos os itens, e acima de tudo ter vontade de se dedicar ao maior projeto de Deus – a Família bem como cuidar da sua maior herança, que é seu filho (a).

A autora São Bernardo do Campo

Primavera/2008.

“Não há influência mais significativa na vida de uma criança do que aquela exercida pela mãe.”

(Jaime Kemp)

INTRODUÇÃO

RETROSPECTIVA HISTÓRICA DAS CRECHES

Vivemos em um mundo em que o tempo está cada vez mais escasso na vida das pessoas, princi­palmente no cotidiano das mães, as quais, por volta de 1875, tiveram seu marco no mercado de trabalho por não terem condições financeiras para suprir as necessidades básicas de seus filhos.

É bom entendermos um pouco melhor sobre esse universo educacional, pois temos assistido a mui­tos fatos desagradáveis na televisão relacionados à creche e pré­escola, muitas mães têm sofrido na pele, até mesmo com a perda de seus filhos.

Primeiramente, iremos discutir o surgimento das

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creches, qual foi a intenção destas, a quem e às quais classes sociais eram destinadas e o papel da mãe an­tes e depois da industrialização, para que possamos analisar de uma maneira crítica o comportamento das mães na sociedade atual bem como verificar o comportamento das crianças e, com isso, apresen­tar algumas soluções para a crise existente entre as mães nos dias atuais – conciliar família, trabalho e sucesso profissional, dentre outras atividades.

Ao analisarmos a história da Educação Infantil, mais especificamente, o surgimento das creches da primeira infância no Brasil, a qual veio para solucio­nar o problema das mães pobres que necessitavam trabalhar, perceberemos, no entanto, que a creche foi criada principalmente com o intuito de evitar que as famílias pobres abandonassem seus filhos na roda dos expostos, por falta de opção, que era o que acontecia antes da lei do ventre livre. Com a instau­ração dessa lei, o governo viu­se obrigado a tomar providências para evitar este problema.

A difusão das instituições de Educação Infantil ocorreu a partir de 1875 devido à grande industria­lização da época e a consequente urbanização. A partir de então a Educação Infantil passou por mui­tas trajetórias, em 1943, com a Consolidação das Leis do Trabalho, o acesso à creche pelas trabalha­doras ganhou novos contornos, pois, no início da creche-empresa no Brasil, era grande a dificuldade

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de encará­la como um direito, uma conquista dos trabalhadores; a criação de creche por parte do em­pregador nos locais de trabalho era, até então, con­siderada um ato de bondade e recompensa.

Em 1950, o ministério do trabalho, passou a de­saconselhar a instalação de creches pelas empresas, considerando inadequado o ambiente nas indústri­as e muito dispendiosa a sua instalação. Em 1969 foram estabelecidas normas para a instalação de creches em locais de trabalho e para a realização dos convênios, como, por exemplo, o número mínimo de mulheres trabalhadoras nas empresas – 30 e a faixa etária – 16 a 40 anos. A creche tinha a função as­sistencialista, ou seja, destinada a cuidar da criança, liberando o tempo da mãe para atividades profissio-nais, não havia preocupação em educar, desenvolver habilidades cognitivas, diferentemente da função de algumas propostas pedagógicas em creche hoje em dia, as quais têm por finalidade a promoção da inte-gração entre os aspectos físicos, emocionais, afeti­vos, cognitivos e sociais da criança.

Entre 1875 e 1900, aproximadamente, a criança na faixa etária de 0 a 6 anos deveria ser criada prefe­rencialmente pela mãe. Naquela época era sinônimo de estar bem economicamente, a mãe que cuidava de seu filho ou filha, ficando a creche destinada so­mente às mães que necessitavam de trabalhar, neces­sitar aqui significa ter que trabalhar para ter com o

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que alimentar seus filhos, dar-lhes abrigo. O termo “preciso trabalhar” é muito subjetivo, depende do que a pessoa considera prioridade, ele tem sido usa­do deliberadamente, muitas vezes sem analisar o que é de fato “necessitar”.

É necessário pensarmos nas conseqüências que nossos filhos poderão sofrer, porém devemos colo­car na balança a nossa vontade de ser bem­sucedida ou de adquirir bens materiais e o preço que nosso(a) filho(a) pode pagar.

No decorrer deste livro, iremos tentar responder algumas perguntas, tais como: A mulher no mercado de trabalho – progresso ou não? Conciliar casa, famí­lia e trabalho – uma tarefa fácil e compensadora? Como encontrar o equilíbrio? Será que não estamos trocando os papéis dentro do nosso lar? O que vale mais a pena ­ família bem­sucedida ou o seu em­prego? Se você tivesse que escolher entre sacrificar seu filho (a) ou sua carreira, pelo que você optaria?

Claro que, para responder tais questões, não nos pautaremos em padrões da sociedade, ou algo pare­cido, nos posicionaremos diante daquilo que a pa­lavra de Deus juntamente com alguns aspectos psi­cológicos nos diz.

O convite está feito para que aprendamos a utili­zar alguns ingredientes necessários básicos para uma boa educação para a criança, a fim de que a “massa do bolo” que iremos preparar, ou seja, o caráter e a

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personalidade da criança que iremos ajudar a moldar despertem o desejo da nossa família e que seja mo­tivo de orgulho para todos.

Podemos perceber que há determinados ingredi­entes que são comuns a muitas receitas, tais como açúcar, trigo e ovos. Estes que vamos ler a seguir são comuns a toda e qualquer excelente educação, pois além de serem aspectos abordados pela Psicologia, são pautados na Palavra de Deus.

“No momento em que uma criança nasce a mãe também nasce. Ela nunca existiu antes. A mulher exis tia, mas a mãe, nunca. Uma mãe é algo absolu-tamente novo.” (Rajneesh)

INGREDIENTES BÁSICOS PARA UM DESENVOLVIMENTO

INFANTIL SAUDÁVEL

Iniciaremos mostrando algumas necessidades da criança indispensáveis para uma “receita” bem­sucedida, ou seja, para o seu bom desenvolvimento, necessidades estas se não cumpridas, poderão acar­retar sérios problemas no caminhar dos anos e levar ao fracasso quando a criança se tornar um adulto.

01 SEGURANÇA

01 SEGURANÇA

“Os pais não dão segurança cercando o filho de coisas materiais, mas envolvendo-o nos braços do amor” Charles Kingsley

Essa é uma das primeiras necessidades básicas que experimentamos ao chegar nesse mundo. Essas vão além da provisão física, alimentar e de vesti­menta. Desde seu nascimento, a criança experimenta a segurança, bem como a mãe experimenta a prática de dar segurança.

Ao tomar os primeiros banhos, a criança precisa se sentir segura nos braços de quem os dá, caso con­trário ela poderá chorar. De forma alguma podemos deixá­la na banheira para atender a um telefone ou campainha, devemos verificar a água do banho se está muito quente ou fria, não podemos deixá­la

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muito tempo sozinha, devemos sempre que ela sen­tir fome estar presente para alimentá-la, verificar se ela está se sentindo confortável com a roupa que es­colhemos (se está sentindo calor ou frio), enfim são muitos os cuidados que devemos tomar para propor­cionar segurança para a criança desde seus primeiros dias conosco e com o mundo.

Normalmente, encontramos mães um pouco an­siosas para cumprir essa obrigação, porém devemos enfatizar o equilíbrio, buscado em Deus, para lidar com essa necessidade, pois proteger demais não é uma atitude saudável e sábia, uma vez que poderá causar problemas em muitas áreas na vida da crian­ça. Essa superproteção, muitas vezes, é uma neces­sidade psicológica da mãe e pode indicar uma mul­her emocionalmente insegura. Não devemos sufocar nosso (a) filho (a) por desejar a segurança para eles, pois equilibrar a proteção com o treinamento para que eles sejam independentes até o ponto corres­pondente à sua idade é um desafio que precisamos buscar em Deus e na Sua palavra para enfrentá­lo e obter sucesso.

O QUE PROMOVE SEGURANÇA?

Poderíamos iniciar com aspectos que geram in­segurança, porém faremos o contrário para que pos­samos memorizar alguns fatores positivos que pro­movem segurança na infância.

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1.1 - BOM-RElACIONAMENTO ENTRE O PAI E MãE

O amor que o pai e a mãe sentem um pelo outro é o mais importante desses fatores. Discussões cons­tantes na presença dos filhos tiram a segurança deles.

O Dr. David Goodman afirma a respeito do rela­cionamento entre pai e mãe: “Seu filho sorrirá para você e mais tarde para o mundo, se vocês dois ja-mais deixarem de sorrir um para o outro. Nenhum ponto de educação de filhos é mais verdadeiro ou importante do que este.”

Um estudo comprovou que muitas crianças de­linquentes vêm de toda espécie de lares menos uma. Jamais se encontrou um menor delinqüente em cujo lar reinasse harmonia entre marido e mulher.

1.2- AMOR E AfETO CONTíNUOS DOS PAIS PElO fIlHO

Desde o ventre, a criança já pode sentir o amor dos pais para com ela. Seja pelo toque, aos seis me­ses de gestação pelo ouvir, pela manifestação de carinho ao cuidar dos preparativos para sua chegada, que após alguns anos será conferida em fotos, enfim, a criança desde seus primeiros movimentos, ainda como feto pode sentir, ou não, o amor de seus pais para com ela.

Após o nascimento, o amor deve se estender e

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aumentar, pois a criança é extremamente sensível ao fato de não ser desejada. Para sentir­se segura ela precisa ser amparada, abraçada e ouvir palavras de afeto. O amor ajuda a criança a enfrentar o que vier.

A rejeição, mesmo que inconsciente, traz conse­qüências sérias na vida de uma criança. Segundo o Mestre e Psicólogo Hiran Pinel (2003): “As crianças rejeitadas aprendem a desconfiar do mundo; vêem-no como um lugar ameaçador. O efeito da rejeição infantil é a tendência na meninice, a ser medroso, inseguro, necessitado de atenção, ciumento, agres-sivo, hostil e solitário.”

Quando falamos que uma criança é afetada, esse termo sugere só mal­estar, mas uma criança pode ser afetada por uma relação de bem­estar ou mal­estar, os pais devem estar atentos para proporcionar uma relação de bem­estar.

Ao procurar uma instituição educacional, por exemplo, pais e mães devem prestar atenção nos princípios de tal, se condizem com os seus, ficar atentos ao comportamento da criança, às queixas para perceber se elas estão sendo bem tratadas, ou seja, se estão sendo afetadas por uma relação de bem­estar. Mais adiante, você terá algumas dicas importantes para a escolha de uma boa instituição escolar para seu filho (a).

A influência dos pais na vida da criança assume

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duas formas distintas. Gottfried, Fleming; Gottfried (1998) e Ninio (1980, citado por Atkinson, 2002) afirmam:

“As ações dos pais para com a criança são as mais evidentes. Os pais que conversam e lêem para seus fil-hos, regularmente, com frequência produzem crianças com vocabulários mais amplos, escores de inteligên-cia mais altos e melhores notas acadêmicas”.

A família tem um poder incontestável no desen­volvimento das crianças, isto pode ser evidenciado numa pesquisa feita por um grupo de cientistas, re­alizada com mais de 1.000 crianças de 10 cidades diferentes nos Estados Unidos. Algumas destas cri­anças foram criadas em casa e algumas frequenta­ram creches durante períodos variados de tempo. Kagan (1998, citado por Atkinson, 2002, p. 127) re­latam: “O principal resultado foi que a família tinha a influência mais importante na personalidade e no caráter da criança de três anos”.

É importante, no entanto, analisar se vale à pena abrir mão desse período de formação de caráter e personalidade da criança, uma vez que como descri­to acima, foi constatado cientificamente que a famí­lia exerce influência mais importante na personali­dade e caráter da criança de até três anos. Esta é uma idade aconselhável para se colocar a criança numa escolinha, pois já se comunica, expressa sentimentos e já influenciamos positivamente e de forma crucial

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em sua personalidade e caráter.

O papel dos pais também é importante no desen­volvimento da autoestima e da autoconfiança da cri­ança com relação ao seu desenvolvimento.

Claro que estamos falando de pais e, principal­mente mães, que estejam dispostos a participar da educação de seu filho (a), cumprindo a missão que Deus os designou.

1.3 - UNIãO NA fAMílIA

Esse fator gera segurança e estabilidade na vida da criança, quando esta percebe uma forte ligação em seu lar.

As pesquisas revelam que as crianças começam a andar com pessoas erradas, turminhas, quando não sentem união na família.

Numa série de conferências sobre família, uma mulher suíça contou sua experiência. Quando me­nina, sua família não tinha muitas condições finan­ceiras. O amor poucas vezes se manifestava aber­tamente, porém uma lembrança que guardou acima de todas as outras foi o dia em que a mãe tirou uma tarde inteira para fazer uma boneca de pano para ela.

Num dos almoços que eu e meu marido (Pr. Iná­cio Leal) costumávamos ir aos domingos em São Paulo, esse mais precisamente ocorreu em Santos­

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SP na casa de um pastor, me recordo de uma conver­sa sobre criação de filhos (vale aqui uma ressalva: filhos muito bem educados já na sua fase adulta) a esposa desse pastor nos contou que fazia bolo para comemorar o aniversário das bonequinhas de sua fi-lha, batia parabéns, enchia bexigas. Que tempo pre­cioso essa mãe lançou mão e dessa forma, se “lançou na massa” promovendo união e laços únicos entre elas!

1.4- ROTINA

É muito trabalhoso organizar­se para criar uma rotina para nossos filhos, porém vale à pena, pois horas certas para fazer as atividades na família pro­movem segurança. Mais uma vez enfatizo o equilí­brio, o lar não se trata de um campo militar, onde regras devem ser obedecidas a qualquer custo sem flexibilidade, mas a rotina é essencial para o equilí­brio emocional e segurança da criança.

Horário para o café da manhã, almoço, hora de dormir, fazer as atividades escolares (de acordo com a faixa etária da criança) e brincar deve ser construí­do para proporcionar relacionamentos sadios, orga­nização e segurança para as crianças.

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1.5 - O PODER DO TOQUE

“A maioria das mães compreende que o bebê precisa ser tocado, acariciado, abraçado e ouvir palavras carinhosas.” O Dr. Burke continua: “Todas essas coisas são agradáveis, suaves e reforçam a se-gurança da criancinha... Acredito que o fato de sentir as mãos e os braços amorosos dos pais fica impresso na mente dela; e embora aparentemente esquecido, ele tem uma tremenda influência sobre o ego da criança e o tipo de adolescente que vai tornar-se.”

Ao amamentar, por exemplo, um pediatra con­ceituado fala que não se deve colocar o bebê na cama deitado para alimentá-lo, e sim a mãe deve ficar numa posição sentada acariciando e tocando seu bebê, ora isso comprova que não basta alimentar, além dessa ser uma necessidade muito básica e importante, o afeto e o carinho que a criança precisa receber junto com o alimento são indispensáveis para um bom re­lacionamento futuro entre mãe e filho (a).

O amor vindo da mãe, no seu primeiro ano de vida da criança, é um marco para o desenvolvim­ento sadio individual, evitando problemas de perso­nalidade posteriores, evitando acarretar, até mesmo, dificuldades de aprendizagem na escola.

Amor e carinho são ingredientes muito impor­tantes para um bom desenvolvimento da criança. Segundo a psicopedagoga Maria José Silva, “Uma

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carícia pode valer mais do que mil palavras. Um bom contato amoroso aprofunda vínculos e garante uma convivência saudável. As crianças aprendem a sentir-se seguras de si mesmas cada vez que suas necessidades de afeto, alimentação e cuidados são atendidas.”

Procuremos então rechear de amor todas as nos­sas relações físico­afetivas.

“O amor vindo da mãe, no seu primeiro ano de vida, é um marco para o desenvolvimento sadio in-dividual, evitando problemas de personalidade e es-colares.” Poliana Corrêa Leal

1.6 - TEMPO – A MAIOR HERANÇA QUE UM fIlHO (A) PODE RECEBER

“A melhor herança que um pai pode dar ao filho é alguns minutos de seu tempo a cada dia.” (O. A. Battista)

Além das atitudes já citadas até aqui, outras como carregar a criança, colocar a mão em seu om­bro quando estiver andando – tudo isso ajuda a criar proximidade e um relacionamento sólido. Essa ati­tude de amor não pode ser substituída por objetos materiais, como brinquedos, os quais o dinheiro pode comprar, no entanto, tais maneiras menciona­das precisam de tempo, e isso está cada vez mais

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difícil de ser proporcionado pelas famílias (princi­palmente pela mãe) nos dias atuais.

Mesmo que a criança fique em uma excelente creche, o amor da mãe dificilmente será substituído (refiro-me aqui à mãe que ama seu filho (a) e tem interesse em proporcioná­lo (a) uma boa educação).

O que percebemos no mundo pós-moderno que vivemos hoje é que ora a criança está com a mãe (uma parte pequena do dia), outra (a maior parte, num horário integral, por exemplo,) ela está em um ambiente diferente com outras pessoas, as quais por mais que ela se afeiçoe, não preenchem a neces­sidade de estar com sua mãe no período inicial de sua vida. Sem contar, que muitas crianças saem da creche e não vão para seus lares e sim para casas de suas avós. Qual a referência maior dessas crianças? A referência familiar de seus pais? Com certeza não. Depois não se sabe o porquê do (a) filho (a) se com­portar de forma tão diferente e inadequada.

Não sou contra creches e escolas, mesmo porque sou uma educadora, porém percebo que está ha­vendo um desequilíbrio, pois muitas mães colocam seus filhos (as) em creches, e muitas vezes o salário que recebem em seu emprego vão diretamente para pagar a creche, pois as pré­escolas e creches particu­lares são dispendiosas, restando­lhe pouco dinheiro e pouco tempo para ficarem com seus filhos, visto

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que a carga horária de trabalho no nosso País é de oito horas, na maioria das vezes.

Faço aqui uma ressalva, pois há alguns casos em que as mulheres não têm uma família muito estrutu­rada e que necessitam deixar seus filhos numa creche, e quando o fazem, contam com as creches estaduais e municipais, pois caso contrário, não terão o que dar de comer aos seus filhos. Para que isso seja evi­tado, é necessária uma conscientização de se ter um filho (a) num momento propício, com um lar esta-belecido, por exemplo.

É certo de que o tempo deva ser de qualidade, e não necessariamente de quantidade, no entanto, devemos ser verdadeiras conosco mesmas para verificar se estamos usando essa expressão como desculpa. Além disso, deveríamos responder se: “ao chegarmos a casa após um dia exaustivo de tra­balho, somos capazes de proporcionar algum tempo de qualidade para nossos filhos? Se os mesmos es­tão dispostos para brincar ou para ser disciplinado após ter ficado um longo dia na escola ou creche? Seja sincera consigo mesma e comece a avaliar, pois chegar a casa após um dia de trabalho com um pre­sente na mão não compensa o tempo ausente, essa atitude é apenas uma desculpa, um consolo para si mesma e para seu filho (a).

São poucas as mulheres que conseguem conciliar seus empregos com a tarefa de ser mãe, cuidar do lar

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etc., provavelmente trabalham meio período e pos­suem uma profissão. Há algumas profissões que per­mitem flexibilidade.

Portanto, não há uma “receita” pronta indicando se você deve ou não trabalhar, apenas considere os itens descritos neste livro, avalie suas prioridades, condições e comportamento de seu filho (a), pois este (a) deve ser cuidado com todo carinho e res­ponsabilidade. Particularmente, acho que antes de resolvermos ter um filho (a), devemos verificar se conquistamos alguma profissão, pois depois que a criança nasce, necessitando muito de nossos cuida­dos em seus períodos iniciais, fica um pouco difícil conciliar, uma vez que o (a) filho (a) deve ser prio­ridade.

Lembre-se: Toda criança tem direito de ficar com a mãe; assim como o direito de nascer; direito ao sono; direito de mamar; direito à proteção; direito de ter limites; direito de ser feliz e de ser criança!

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“Anéis e jóias não são presentes, mas desculpas em lugar de presen-tes. O único presente verdadeiro é

uma parte de si mesmo”. Emerson

“Toda criança tem direito de ficar com a mãe; assim como o direito de nascer; direito ao sono; direito de mamar; direito à proteção; direito

de ter limites; direito de ser feliz e de ser criança!”

Poliana Corrêa Leal

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