macrofauna epÍgea de besouros coprÓfilos em sistema...

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ - UTFPR DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - DAGRO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA - PPGAG JORGE JAMHOUR MACROFAUNA EPÍGEA DE BESOUROS COPRÓFILOS EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA TESE PATO BRANCO 2016

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ - UTFPR

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - DAGRO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA - PPGAG

JORGE JAMHOUR

MACROFAUNA EPÍGEA DE BESOUROS COPRÓFILOS EM SISTEMA

DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA

TESE

PATO BRANCO

2016

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ – UTFPR

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - DAGRO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA - PPGAG

JORGE JAMHOUR

MACROFAUNA EPÍGEA DE BESOUROS COPRÓFILOS EM SISTEMA

DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA

TESE

PATO BRANCO

2016

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JORGE JAMHOUR

MACROFAUNA EPÍGEA DE BESOUROS COPRÓFILOS EM SISTEMA

DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduaçãoem Agronomia da Universidade Tecnológica Federaldo Paraná, Câmpus Pato Branco, como requisitoparcial à obtenção do título de Doutor em Agronomia- Área de Concentração: Produção Vegetal(Integração Lavoura-pecuária).

Orientadora: Profª. Drª. Tangriani Simioni AssmannCoorientadores: Prof. Dr. Edson Roberto Silveira

Prof. Dr. Arnaldo Colozzi Filho

PATO BRANCO

2016

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J31m Jamhour, JorgeMacrofauna epígea de besouros coprófilos em sistema de integração

lavoura-pecuária / Jorge Jamhour. – 201687 f. : il. ; 30 cm.

Orientadora: Profa. Dra. Tangriani Simioni AssmannCoorientador: Prof. Dr. Edson Roberto SilveiraCoorientador: Prof. Dr. Arnaldo Colozzi FilhoTese (Doutorado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Pato Branco, PR, 2016.Bibliografia: f. 68 – 77

1. Pastagens. 2. Besouro. 3. Milho. 4. Relação inseto-planta. I.Assmann, Tangriani Simioni, orient. II. Silveira, Edson Roberto, coorient. III.Colozzi Filho, Arnaldo, coorient. IV. Universidade Tecnológica Federal doParaná. Programa de Pós-Graduação em Agronomia. V. Título.

CDD (22.ed.): 630

Ficha Catalográfica elaborada porSuélem Belmudes Cardoso CRB9/1630Biblioteca da UTFPR Câmpus Pato Branco

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Ministério da EducaçãoUniversidade Tecnológica Federal do Paraná

Câmpus Pato BrancoDiretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

Programa de Pós-Graduação em Agronomia

TERMO DE APROVAÇÃO

Título da Tese n° 018

Macrofauna Epígea de Besouros Coprófilos em Sistema de Integração

Lavoura-Pecuária

por

Jorge Jamhour

Tese apresentada às oito horas do dia vinte de abril de dois mil e dezesseis comorequisito parcial para obtenção do título de DOUTOR EM AGRONOMIA, Linha dePesquisa – Produção Vegetal, Programa de Pós-Graduação em Agronomia (Área deConcentração: Integração Lavoura-Pecuária) da Universidade Tecnológica Federaldo Paraná, Câmpus Pato Branco. O candidato foi arguido pela Banca Examinadoracomposta pelos professores abaixo designados. Após deliberação, a BancaExaminadora considerou o trabalho APROVADO.

Banca examinadora:

Prof. Dr. Arnaldo Colozzi FilhoIAPAR/Londrina

Prof. Dr. Edson Roberto SilveiraUTFPR/Pato Branco

Profª. Drª. Betania BrumUTFPR/Pato Branco

Profª. Drª. Tangriani SimioniAssmann

UTFPR/Pato BrancoOrientadora

Prof. Dr. Giovani BeninUTFPR/Pato Branco

Coordenador do PPGA

“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Programa”

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Aos meus filhos, por eles desisti de tudo

e tudo busquei novamente...

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AGRADECIMENTOS

Os agradecimentos principais são direcionados aos meus

Orientadores, Tangriani Simioni Assmann, Edson Roberto Silveira e Arnaldo Colozzi

Filho1 pela amizade, dedicação e apoio, principalmente quando faltavam as pernas

para continuar.

Ao Prof. Dr. Lindolfo Storck2 pelos imprescindíveis conselhos e revisões

que me permitiram construir um bom projeto.

Aos meus amigos e colegas de curso e experimento Marcieli Maccari e

Marcos Antonio de Bortolli, que sem seu apoio seria difícil chegar aonde chegamos.

À Profª. Drª. Betania Brun, pelas análises estatísticas e pela dedicação

em buscar as soluções necessárias.

Ao Sr. Caetano Munhoz da Rocha Pacheco3, por acreditar em nosso

projeto, cedendo-nos funcionários, propriedade, tempo e recursos, é de pessoas

assim, que pensam e veem mais a frente, que precisamos ao nosso lado.

Às minhas alunas, Isabela Gomes e Heloisa Pollonio Machado, por

dedicarem seu tempo, quase sempre em condições aromáticas não tão agradáveis,

para auxiliar no processo de separação e classificação dos morfotipos.

Ao Prof. Gilberto Santos Andrade, pelas sugestões de redação e apoio.

Aos meus colegas de trabalho, pela preocupação, conselhos e

incentivo.

1 IAPAR Londrina < http:j jwww.iapar.brjmodulesjconteudojconteudo. php ?conteudo=298>.2 Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1D - CA AG – Agronomia.3 C. M. Pacheco Agropecuária, Clevelândia-PR e Fazenda Agropecuária Pacheco, Abelardo Luz-SC

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"Se escuto...

esqueço!

Se vejo...

recordo!

Se FAÇO...

SEI!!!

(Provérbio Chinês)

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RESUMO

JAMHOUR, Jorge. MACROFAUNA EPÍGEA DE BESOUROS COPRÓFILOS EMSISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA. 87 f. Tese (Doutorado emAgronomia) – Programa de Pós-Graduação em Agronomia (Área de Concentração:Produção vegetal), Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2016.

A macrofauna do solo (organismos ≥ 2,0 mm) tem como principal função atuarindiretamente na decomposição da matéria orgânica e controlar a população demicrorganismos. Este trabalho tem por objetivo avaliar a densidade e riqueza debesouros coprófilos, em diferentes níveis de adubação nitrogenada e pressão depastejo em sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e sua contraposição aosmorfotipos presentes na mata nativa da região. Foi utilizada uma área no municípiode Abelardo Luz, na divisa entre o oeste do Estado de Santa Catarina e a regiãosudoeste do Paraná, a 26° 31' 18.8832" de latitude sul e 52° 15' 3.4986" de longitudeoeste e elevação de 862 m, para a instalação do experimento, onde já é realizada aatividade de agricultura e pecuária de corte. O estudo faz parte do Projeto Integradode Longa Duração do Grupo GISPA da UTFPR, que avalia a pressão de pastejo eépoca de adubação implantado em abril de 2013. O delineamento experimental foide blocos completos ao acaso, em arranjo fatorial 2x2, com três repetições. Osfatores foram “Aplicação de Nitrogênio” (NP = N na pastagem e NG = N aplicado nacultura do milho) e “Altura de Pastejo” (alta e baixa). A Mata nativa, que forneceu osparâmetros para avaliação do grau de conservação, dista 700 metros a nordeste daárea experimental. Armadilhas de queda pitfall modificadas foram utilizadas ao níveldo solo, com isca sobre a armadilha e o conjunto coberto para evitar a desidratação.Foram realizadas 36 coletas na mata nativa, no período de um ano a partir de 26 deabril de 2013, nas quais obteve-se um total de 16.301 indivíduos e 28 morfotipos. Naárea de ILP os espécimens foram coletados nos meses de junho a setembro de2014, perfazendo 23 coletas, 74.586 indivíduos e 30 morfotipos. Para a realizaçãodas análises estatísticas e faunísticas, foram utilizados os programas GENES,ANAFAU, NTIA/EMBRAPA e SigmaPlot versão 12.5. A maioria das correlaçõesobservadas (90%) entre as variáveis de insetos e condições ambientais foisignificativa. O maior número de insetos teve relação direta com o aumento detemperatura. Houve correlação positiva entre a aplicação de nitrogênio e aocorrência de coprófilos. Houve correlação positiva entre o número de insetos e abaixa altura de pastejo. Verificou-se também que parte dos insetos migram dacultura para a área de mata nativa após atingir seu pico populacional. A grandesimilaridade de resultados observados na mata nativa e no Sistema ILP indica osbenefícios ecológicos da adoção dessa tecnologia.

Palavras-chave: ILP. Rola-bosta. Pastagem. Milho. Coprófagos. Fezes animais.

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ABSTRACT

JAMHOUR, Jorge. EPIGEAL MACROFAUNA OF COPROPHILIC DUNG BEETLESIN CROP-LIVESTOCK INTEGRATION SYSTEM. 87 f. Thesis (Ph.D. in Agronomy) -Graduate Program in Agronomy (Concentration Area: Plant Production), FederalUniversity of Technology Paraná. Pato Branco, 2016.

The soil macrofauna (organisms ≥ 2.0 mm) main function is to act indirectly on thedecomposition of organic matter and control the population of microorganisms. Thisstudy aims to evaluate the density and richness of coprphilic dung beetles at differentlevels of nitrogen fertilization and grazing pressure on Crop-Livestock IntegrationSystem (ILP) and his opposition to morphotypes present in the native forests of theregion. Was used a rural area in Abelardo Luz city, western state of Santa Catarina,on the border of southwest of Paraná, 26° 31' 18.8832" south latitude and 52° 15'3.4986' west longitude and elevation 862 m for the installation of the experiment,which is already carried out the activity of agriculture and livestock. The study is partof the Integrated Project of Long Duration GISPA UTFPR Group, which evaluates thegrazing pressure and time of fertilization deployed in April 2013. The experimentaldesign was a randomized complete block design in a 2x2 factorial arrangement withthree replications. The factors were "Nitrogen Application" (NP = N in the pasture andNG = N applied in corn) and "Height Grazing" (high and low). The native forest, whichprovided the parameters for assessing the degree of conservation, lies 700 metersnortheast of the experimental area. Modified pitfall traps were used at ground level,on the bait trap and covered together to prevent dehydration. They were carried out36 collections in bushland, within one year from 26 April 2013, in which we obtaineda total of 16,301 individuals and 28 morphotypes. In ILP area specimens werecollected from June to September 2014, totaling 23 collections, 74,586 individualsand 30 morphotypes. To carry out the statistics and faunal analysis, GENESprograms were used, ANAFAU, NTIA/EMBRAPA and SigmaPlot version 12.5. Mostof the correlations observed (90%) between the variables of insects andenvironmental conditions was significant. The largest number of insects was directlyrelated to the temperature rise. There was a positive correlation between theapplication of nitrogen and the occurrence of coprophilous. There was a positivecorrelation between the number of insects and low grazing height. It was also foundthat some of the insects migrate from the culture to the area of native forest afterreaching their peak population. The great similarity of results observed in the nativeforest and the ILP System indicates the ecological benefits of adopting thistechnology.

Keywords: Crop-Livestock integration. Pasture. Corn. Coprophagous. Wasteanimals.

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RÉSUMÉ

JAMHOUR, Jorge. MACROFAUNE EPIGAEOUS COLÉOPTÈRES COPROPHILESDANS SYSTÈME D'INTÉGRATION DES CULTURES-BÉTAIL. 87 f. Thèse (Doctoraten Agronomie) - Programme D'études Supérieures en Agronomie (ConcentrationQuartier: production végétale), Université Technologique Fédérale de Paraná. PatoBranco, 2016.

La macrofaune du sol (organismes ≥ 2,0 mm) de la fonction principale est d'agirindirectement sur la décomposition de la matière organique et de contrôler lapopulation de micro-organismes. Cette étude vise à évaluer la densité et la richessedes coprophages coléoptères à différents niveaux de fertilisation azotée et de lapression de pâturage sur le système Intégration agriculture-élevage (ILP) et sonopposition à spécimens présents dans les forêts indigènes de la région. Une zone aété utilisée dans la ville de Abelardo Luz, à la frontière entre l'État occidental deSanta Catarina et sud-ouest de Paraná, 26° 31' 18,8832" de latitude sud et 52° 15'3,4986" de longitude ouest et l'élévation 862 m pour l'installation de l'expérience, quiest déjà réalisée l'activité de l'agriculture et de l'élevage. L'étude fait partie du projetintégré de longue durée Groupe GISPA UTFPR, qui évalue la pression de pâturageet le temps de la fécondation déployée en Avril 2013. La conception expérimentaleétait un bloc complet randomisé dans un arrangement factoriel 2x2 avec troisrépétitions. Les facteurs étaient "azote Application" (NP = N dans le pâturage et NG =N appliquée dans le maïs) et "pâturage en hauteur" (haute et basse). La forêtindigène, qui a fourni les paramètres pour évaluer le degré de conservation, se situeà 700 mètres au nord-est de la zone expérimentale. Pièges à fosse de fossemodifiés ont été utilisés au niveau du sol, sur le piège à appâts et recouvertsensemble pour prévenir la déshydratation. Elles ont été réalisées 36 collections dansla brousse, dans l'année à partir du 26 Avril 2013, dans lequel nous avons obtenu untotal de 16.301 insectes et 28 spécimens. Dans ILP spécimens de la région ont étérecueillies de Juin à Septembre 2014, un montant total de 23 collections, 74.586insectes et 30 spécimens. Pour mener à bien les statistiques et l'analyse faunistique,les programmes de GENES ont été utilisés, ANAFAU, NTIA/EMBRAPA et SigmaPlotversion 12,5. La plupart des corrélations observées (90%) entre les variablesd'insectes et des conditions environnementales est importante. Le plus grandnombre d'insectes était directement liée à la montée en température. Il existait unecorrélation positive entre l'application de l'azote et de l'apparition de coprophages. Il yavait une corrélation positive entre le nombre d'insectes et de faible hauteur depâturage. Il a également été constaté que certains des insectes migrent de la culturedans la région de la forêt indigène, après avoir atteint leur pic de population. Lagrande similitude des résultats observés dans la forêt indigène et le système ILPindique les avantages écologiques de l'adoption de cette technologie.

Mots-clés: Crotte coléoptères. Coprophages. Maïs. Pâturage. Intégrationagriculture-élevage.

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RESUMEN

JAMHOUR, Jorge. MACROFAUNA EPÍGEA DE ESCARABAJOS COPRÓFILOS ENEL SISTEMA DE INTEGRACIÓN ENTRE CULTIVOS Y GANADO. 87 f. Tesis(Doctorado en Agronomía) - Programa de Posgrado en Agronomía (Área deConcentración: Producción de Planta), Universidad Tecnológica Federal de Paraná.Pato Branco, 2016.

La macrofauna del suelo (organismos ≥ 2,0 mm) su principal función es la de actuarindirectamente sobre la descomposición de la materia orgánica y controlar lapoblación de microorganismos. Este estudio tiene como objetivo evaluar la densidady riqueza de escarabajos coprófilos en diferentes niveles de fertilización nitrogenaday la presión de pastoreo sobre el Sistema de Integración de cultivos y ganadería(ILP) y su oposición a morfotipos presentes en los bosques nativos de la región. Seutilizó una zona rural en la ciudad de Abelardo Luz, en la frontera entre el estadooccidental de Santa Catarina y al suroeste de Paraná, 26° 31' 18,8832" de latitud sury 52° 15' 3,4986' de longitud oeste y elevación 862 m para la instalación delexperimento, que ya se llevó a cabo la actividad de la agricultura y ganadería. Elestudio forma parte del Proyecto Integrado de larga duración Gispa UTFPR Grupo,que evalúa la presión de pastoreo y el momento de la fecundación desplegado enabril de 2013. El diseño experimental fue de bloques completos al azar en un arreglofactorial 2x2 con tres repeticiones. Los factores fueron "la aplicación de nitrógeno"(NP = N en el pasto y NG = N aplicado en el maíz) y "pastoreo de altura" (alta ybaja). El bosque nativo, que proporciona los parámetros para evaluar el grado deconservación, se encuentra a 700 metros al noreste del área experimental. Trampasde caída modificados fueron utilizados a nivel del suelo, en la trampa de cebo y secubren en conjunto para prevenir la deshidratación. Ellos se llevaron a cabo 36colecciones en matorrales plazo de un año desde el 26 de abril de 2013, en la quese obtuvo un total de 16 301 coleópteros y 28 morfotipos. En la zona del ILPespecímenes fueron recogidos de junio a septiembre de 2014, por un total de 23colecciones, 74.586 coleópteros y 30 morfotipos. Para llevar a cabo las estadísticasy el análisis de la fauna, se utilizaron los programas GENES, ANAFAU,NTIA/EMBRAPA y SigmaPlot versión 12.5. La mayoría de las correlacionesobservadas (90%) entre las variables de insectos y de las condiciones ambientalesfue significativa. El mayor número de insectos estaba directamente relacionado conel aumento de la temperatura. Hubo una positiva correlación entre la aplicación denitrógeno y la aparición de coprófilos. Hubo una correlación positiva entre el númerode insectos y la baja altura de pastoreo. También se encontró que algunos de losinsectos migran a partir del cultivo de la superficie de bosque nativo después dealcanzar su pico de población. La gran similitud de los resultados observados en elbosque nativo y el Sistema ILP indica los beneficios ecológicos de la adopción deesta tecnología.

Palabras clave: Pastizales. Maíz. Escarabajos de estiércol. Desecho de Animales.Coprófagos.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 – Propriedade de implantação do experimento com a localização das armadilhas na MataNativa (MN) e parcelas experimentais de integração lavoura-pecuária (ILP), no municípiode Abelardo Luz-SC. Fonte: adaptado de GoogleMaps, 2014..........................................34

Figura 02 – Dados meteorológicos observados no período de janeiro de 2013 a abril de 2014, nomunicípio de Abelardo Luz-SC. Dados relativos à média diária para cada item, tabuladosde hora em hora. PPT = precipitação média diária, T MÉDIA = Temperatura média diáriado ar (ºC), T MÁXIMA = Temperatura máxima diária do ar (ºC), T MÍNIMA = Temperaturamínima diária do ar (ºC), UR MÉDIA = Umidade relativa média diária do ar (mm)...........35

Figura 03 – Armadilha “pitfall”: A) Montagem (a-pote, b-pote furado enterrado, c-grade circular,d-plástico de proteção, e-balde com mistura de fezes); B) Armadilha descoberta; C)Armadilha sem o PAT-artificial; D) Material coletado e pronto para ser triado nolaboratório. Abelardo Luz-SC, 2013..................................................................................36

Figura 04 – Temperatura do ar (ºC) no agrossistema de lavoura: máxima, mínima e média;temperatura da placa fecal (ºC); e, temperatura média do ar (ºC), na mata, em diferentesdatas de coleta de coleópteros. Abelardo Luz, 2013-2014...............................................40

Figura 05 – Principais ocorrências dos morfotipos de besouros coprófilos na área de Mata Nativa,abril 2013 a abril 2014 - Abelardo Luz - SC......................................................................43

Figura 06 – Foto da propriedade com a localização da área onde foram implantadas as parcelasexperimentais (ILP) e das armadilhas na Mata Nativa (MN), no município de AbelardoLuz-SC.............................................................................................................................. 48

Figura 07 – Dados meteorológicos observados durante o período experimental (janeiro/2013 aabril/2014) no município de Abelardo Luz.........................................................................49

Figura 08 – Levantamento planialtimétrico da área onde foi implantado o experimento em AbelardoLuz – SC (Autor: Daniel Carvalho Granemann)................................................................50

Figura 09 – Linha do tempo de rotação de culturas e tratamentos da área onde foi implantado oexperimento em Abelardo Luz – SC.................................................................................50

Figura 10 – Distribuição dos tratamentos e armadilhas nas parcelas experimentais, na área deIntegração Lavoura-Pecuária. Abelardo Luz-SC...............................................................53

Figura 11 – Detalhe das armadilhas de solo na pastagem, A) armadilha coberta, B) Cerca deisolamento da pastagem, C) cerca elétrica.......................................................................53

Figura 12 – Distribuição das armadilhas de solo na área protegida por cerca elétrica na pastagem.. .54

Figura 13 – Número de insetos em dois ecossistemas (lavoura e mata) em função do tempo: lavoura -interação entre nitrogênio e datas de coleta em um experimento trifatorial, 2 x 2 x 23(Fator A : alturas de pastejo – alta e baixa; Fator C: nitrogênio – nitrogênio na pastagem enitrogênio no grão; e, Fator D: datas de coleta – 23), conduzido no delineamento blocosao acaso, em esquema de parcelas subdivididas no tempo, com três repetições para asvariáveis número de insetos e número de morfotipos. As colunas tracejadas indicam omomento de aplicação do Nitrogênio. Abelardo Luz, 2013-2014......................................57

Figura 14 – número de insetos, tanto em presença quanto ausência de N, com pico máximoocorrendo, aproximadamente aos 190 dias, em ambas as curvas, o que corresponde avalores observados de 859 e 813 insetos, na curva com NP e NG, respectivamente......58

Figura 15 – Número de morfotipos em função das datas de coleta, nos ecossistemas mata e ILP,onde um experimento trifatorial, 2 x 2 x 23 (alturas de pastejo – alta e baixa; nitrogênio –nitrogênio na pastagem e no grão; e, datas de coleta – 23), conduzido no delineamentoblocos ao acaso, em esquema de parcelas subdivididas no tempo, com três repetições

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para as variáveis número de insetos e número de morfotipos. Abelardo Luz, 2013-2014........................................................................................................................................... 59

Figura 16 – Principais ocorrências dos morfotipos de besouros coprófilos na área de ILP, junho 2013 amarço 2014 - Abelardo Luz - SC.......................................................................................62

Figura 17 – Ocorrência de morfotipos nas áreas de Mata Nativa (oval) e ILP (retangular). A interseçãomostra os morfotipos que ocorrem nos dois ambientes....................................................63

Figura 18 – Morfotipos dominantes de besouros coprófilos na área de Mata Nativa e ILP, abril 2013 aabril 2014 - Abelardo Luz - SC..........................................................................................65

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Estimativas das correlações de Pearson entre as variáveis: N-ins – número de insetoscoletados por morfotipo, N-sp – número de morfotipos coletadas, T-placa – Temperaturado PAT-artificial no momento da coleta, T-amb – Temperatura do ambiente e UR-amb –Umidade Relativa (média de 3 medidas durante o momento de coleta), no período 2013-2014, Abelardo Luz-SC.....................................................................................................39

Tabela 2 – Correlação, valores de qui-quadrado, graus de liberdade e probabilidade da análise decorrelação canônica entre os grupos de variáveis de: insetos e condições ambientais damata nativa no período 2013-2014, Abelardo Luz-SC......................................................41

Tabela 3 – Cargas canônicas da análise de correlação canônica entre os grupos de variáveis de:insetos (N-ins e N-sp) e condições climáticas (T-placa, T-amb e UR-amb). Mata nativa noperíodo 2013-2014, Abelardo Luz-SC...............................................................................41

Tabela 4 – Dominância, método de Laroca & Mielke e pelo método de Sakagami e Laroca;Abundância, Frequência e Constância no ecossistema de mata nativa. Abelardo Luz –SC, 2013-2014..................................................................................................................42

Tabela 5 – Analise de solo caracterização por blocos, Abelardo Luz-SC.............................................51

Tabela 6 – Análise de variância do experimento trifatorial, 2 x 2 x 23 (Fator A : alturas de pastejo – altae baixa; Fator C: nitrogênio - nitrogênio na pastagem e nitrogênio no grão; e, Fator D:datas de coleta – 23), conduzido no delineamento blocos ao acaso, em esquema deparcelas subdivididas no tempo, com três repetições para as variáveis número de insetose número de morfotipos. Abelardo Luz, 2013-2014..........................................................56

Tabela 7 – Número de morfotipos, Número total de insetos, Índices de diversidade (Shannon-Weanere Margalef) e Uniformidade ou equitabilidade em dois ecossistemas (lavoura comsistema de integração lavoura pecuária e mata) no município de Abelardo Luz – SC.2014.................................................................................................................................. 60

Tabela 8 – Dominância (número de morfotipos) de Coleopteros, método de Laroca e Mielke e métodode Sakagami e Larroca em dois ecossistemas (lavoura com sistema de integraçãolavoura-pecuária e mata) no município de Abelardo Luz – SC. 2014...............................60

Tabela 9 – Frequência (número de espécies) de Coleopteros, em dois ecossistemas (lavoura comsistema de integração lavoura pecuária e mata) no município de Abelardo Luz – SC.2014.................................................................................................................................. 61

Tabela 10 – Constância de Coleopteros (número de espécies), em dois ecossistemas (lavoura comsistema de integração lavoura pecuária e mata) no município de Abelardo Luz – SC.2014.................................................................................................................................. 61

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÔNIMOS

Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaGISPA Grupo de Integração Solo-Planta-AnimalIAPAR Instituto Agronômico do ParanáILP Integração Lavoura-pecuáriaPAT Placa fecalPAT-artificial Placa fecal artificialSEAB Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do ParanáPR Unidade da Federação – ParanáUTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná

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LISTA DE SÍMBOLOS

ha Hectare - Unidade de áreamL Mililitro - versão diferencial aprovada na Portaria n° 590, de 02 de

dezembro de 2013 do INMETRO e 16ª CGPM (1979, Resoluçãon° 6)

kg Quilograma°C Unidade de temperatura grau Celsius

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................18

1.1 HIPÓTESE............................................................................................................19

1.2 OBJETIVOS..........................................................................................................19

1.2.1 Geral...................................................................................................................19

1.2.2 Específicos.........................................................................................................19

2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................21

2.1 A INTEGRACÃO LAVOURA-PECUÁRIA..............................................................21

2.2 INSETOS E A ADUBAÇÃO NITROGENADA........................................................22

2.2.1 Influência dos dejetos animais (bovino) sobre os insetos.................................23

2.3 A MACROFAUNA EPÍGEA DO SOLO..................................................................24

2.3.1 A Biodiversidade e os Bioindicadores................................................................25

2.4 OS BESOUROS COPRÓFILOS...........................................................................27

2.4.1 Fatores Bioecológicos........................................................................................27

2.4.2 Importância no Agroecossistema Integração Lavoura-Pecuária.......................28

2.4.3 Aspectos Econômicos da Ação dos Besouros Coprófilos.................................29

2.4.4 Besouros Coprófilos e sua Relação com Fungos e Bactérias no Solo Segundo o Conceito das Cadeias Tróficas................................................................................30

3 BESOUROS COPRÓFILOS EM MATA NATIVA COMO PARÂMETRO BIOINDICADOR PARA ÁREAS MANEJADAS.........................................................32

RESUMO.....................................................................................................................32

ABSTRACT..................................................................................................................32

3.1 INTRODUCÃO......................................................................................................33

3.2 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................34

3.2.1 Descrição da Área de Mata Nativa....................................................................34

3.2.2 Instalação de Armadilhas para Coleta dos Espécimens na Mata Nativa..........35

3.2.3 Análises dos Dados...........................................................................................37

3.2.3.1 Relações lineares simples e multivariadas.....................................................37

3.2.3.2 Análises faunísticas.........................................................................................38

3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................38

3.3.1 Morfotipos Encontrados.....................................................................................38

3.3.2 Relações Lineares Simples Entre Variáveis de Insetos e Condições Ambientais.....................................................................................................................................39

3.4 CORRELACÕES CANÔNICAS............................................................................40

3.5 ANÁLISE FAUNÍSTICA.........................................................................................41

3.6 CONCLUSÕES.....................................................................................................44

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4. MACROFAUNA EPÍGEA DE BESOUROS COPRÓFILOS EM ABELARDO LUZ-SC: SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA X MATA NATIVA...........45

RESUMO.....................................................................................................................45

ABSTRACT..................................................................................................................46

4.1 INTRODUÇÃO......................................................................................................47

4.2 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................48

4.2.1 Descrição da Área Experimental.......................................................................48

4.2.2 Histórico da Área Experimental - Adubação da Área e Implantação da Pastagem....................................................................................................................51

4.2.3 Delineamento Experimental e Tratamentos.......................................................52

4.2.4 Análises Estatísticas..........................................................................................54

4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................55

4.3.1 Análise dos Morfotipos Dominantes na Área de Mata Nativa e ILP..................63

4.4 CONCLUSÕES.....................................................................................................66

5 CONSIDERACÕES FINAIS.....................................................................................67

REFERÊNCIAS...........................................................................................................68

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181 INTRODUÇÃO

As atividades agrícolas na região do sudoeste do Paraná permitiram,

ao longo dos anos, aumento da oferta de alimentos, trabalho e renda à população,

sendo uma das regiões brasileiras com alto índice de desenvolvimento humano

(IDHM) de 0,782 em 2010 (ATLASBRASIL, 2013), por outro lado, a simplificação

nesses agroecossistemas em detrimento a vegetação natural afeta a macro e

microfauna do solo e, em consequência, a sustentabilidade em longo prazo das

atividades econômicas nesta região. Isto se deve, por exemplo, às modificações nas

propriedades edáficas e cobertura do solo pelo tráfego de animais e máquinas, em

consequência, modifica características como porosidade, circulação de água e de ar,

qualidade e quantidade da matéria orgânica, o que interfere no ciclo de carbono e

nitrogênio.

A gestão e conservação dos recursos naturais devem ser de forma a

garantir a obtenção e satisfação contínua das necessidades humanas para as

gerações presentes e futuras com atitudes admissíveis e viáveis, apropriadas

tecnicamente e sem degradação do ambiente.

O sistema integração lavoura-pecuária (ILP) apresenta condições mais

favoráveis para os organismos do solo do que a agricultura convencional, trazendo

provavelmente, aumento nesta biodiversidade. Se houver harmonia entre o trabalho

humano com a natureza, haverá maior habilidade para estabelecer uma melhor

gestão dos recursos ambientais, o qual será benéfico para todos os participantes do

ecossistema, incluindo ser humano. O desenvolvimento sustentável requer a

conservação dos solos, da água e dos recursos genéticos animais e vegetais.

Vários trabalhos de pesquisa têm sido feitos no agroecossistema da

integração lavoura-pecuária retratando, principalmente, a influência sobre as

condições químicas e físicas do solo, espécies de pastagens e o rendimento das

lavouras, contemplando muito pouco os componentes biológicos, tornando-se

necessárias maiores pesquisas sobre o que acontece com a população de insetos

influenciados pela sucessão pastagem-lavoura.

A parataxonomia, através do uso de morfotipos, possibilita um estudo

amplo dos impactos da ação antrópica em agroecossistemas, considerando as

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19complexidades taxonômicas entre muitas espécies, a rápida resposta e a escassez

de taxonomistas. A confiabilidade desta unidade parataxonômica aumenta baseada

no conhecimento prévio do nicho ecológico desempenhado por determinados

grupos. Neste sentido, besouros coprófilos têm ação na melhoria do solo,

favorecendo a fertilidade, a aeração e a infiltração da água. Pretende-se, assim,

melhor entender a composição e riqueza de morfotipos no taxón de Coleoptera em

sistemas de integração lavoura-pecuária, utilizando-os como indicadores,

contribuindo na avaliação e redução de impactos negativos decorrentes de sistemas

de exploração e nos ambientes naturais da Região.

1.1 HIPÓTESE

O aumento da pressão de pastejo (baixa altura de dossel) provoca

aumento de dejetos na área e, consequentemente, incremento na população dos

insetos. O acréscimo das doses de nitrogênio aumenta a diversidade e o número de

indivíduos pelo aumento de massa verde.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral

Avaliar a população de besouros coprófilos existente na mata nativa

como parâmetro bioindicador para áreas manejadas, confrontando esses dados com

um sistema de integração lavoura-pecuária, também verificar se a população de

besouros coprófilos varia pela ação da adubação nitrogenada e pela pressão de

pastejo.

1.2.2 Específicos

Determinar as relações entre os morfotipos de besouros coprófilos

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20existentes e o ecossistema, por meio de correlações, análises faunísticas e índices

de similaridade na área de preservação permanente e área experimental com

sistema de integração lavoura-pecuária.

Verificar os morfotipos de besouros coprófilos da macrofauna epígea

do solo existentes nos tratamentos.

Determinar o grau de similaridade entre os morfotipos de besouros

coprófilos nos tratamentos e na área de preservação permanente, em função de

níveis de adubação e pressão de pastejo em sistema de integração lavoura-

pecuária.

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212 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A INTEGRACÃO LAVOURA-PECUÁRIA

A Integração lavoura-pecuária pode ser entendida como um sistema de

tomada de decisão para o planejamento a curto, médio e longo prazo das atividades

agropecuárias, visando maximizar potenciais agrícolas, econômicos e ambientais

em uma propriedade, através da inovação e desenvolvimento de práticas agrícolas

(CICEK et al., 2015; SUJATHA; BHAT, 2015; TIRITAN et al., 2016), como alternativas

de rotação que possam intensificar o uso da terra, aumentar a sustentabilidade dos

sistemas de produção e melhorar a renda (MORAES et al., 2002). Essa atividade

possui como uma das vantagens a produção de grãos e carne, simultaneamente, e

de forma programada, em que há benefícios mútuos e ambas beneficiam os

aspectos físicos, biológicos e químicos do solo (BROCH; PITOL; BORGES, 2000).

A inclusão de forrageiras sob pastejo dentro de um sistema agrícola

proporciona uma série de benefícios que se traduzem pela manutenção das

propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, uso mais eficiente dos recursos

ambientais, racionalização na aplicação de adubos e defensivos, melhor controle de

erosão, de poluição, de plantas daninhas, pragas e doenças, maior produtividade de

grãos e animal por unidade de área e maior rentabilidade e estabilidade para a

propriedade (BONA FILHO, 2002).

Trata-se, portanto de um sistema multi-cultivo envolvendo pastagens e

animais com culturas de grãos na mesma área, permitindo melhor utilização do solo

e dos fatores ambientais de produção (FRANCIS, 1989). Este sistema tem permitido

melhor utilização dos fatores de produção, minimização dos riscos, pela

diversificação da produção, e aumento da renda na propriedade rural (BONA FILHO,

2002).

A exploração de áreas de inverno para a produção de carne ou leite

pode aumentar a renda líquida da propriedade otimizando, desta forma, os custos de

implantação de lavouras (ASSMANN, 2001). Os sistemas integrados lavoura-

pecuária nunca foram largamente adotados nos trópicos, não obstante os esforços

de pesquisadores e extensionistas. A integração lavoura-pecuária está sendo

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22utilizada em várias regiões do país, mas numa adesão aquém do necessário e do

esperado. Isso se deve ao fato de a maioria dos pecuaristas praticarem uma

pecuária extensiva, extrativista e de baixo investimento, e do receio dos agricultores

em utilizar animais em pisoteio em suas nobres áreas de lavoura.

A integração lavoura-pecuária apresenta uma grande complexidade,

envolvendo a relação solo-planta-animal (BONA FILHO, 2002) e para que a mesma

possa ser utilizada, de forma a se traduzir em resultados econômicos desejáveis,

obtidos pela redução dos custos e pela alta produtividade animal e vegetal,

necessário um melhor entendimento dos aspectos que compõe o sistema.

A sucessão lavoura-pastagem aparece como estratégia promissora

para desenvolver sistemas de produção menos intensivos no uso de insumos e, por

sua vez, mais sustentáveis no tempo. Trabalhos (DALAL et al., 2004; DÍAZ

ROSSELLÓ, 2001; STUDDERT; ECHEVERRíA; CASANOVAS, 1997; HOSSAIN et

al., 1996) mostram o efeito depressor acarretado por vários anos de agricultura

contínua sobre propriedades do solo, enquanto o efeito é invertido à medida que

aumenta o número de anos sucessivos com pastagens. Áreas modificadas para

agricultura tornam-se sujeitas a pesados danos, tanto maior quanto mais modificada.

A reparação só é possível pela restauração dos elementos da biodiversidade

(ALTIERI, 1999).

2.2 INSETOS E A ADUBAÇÃO NITROGENADA

São poucos os estudos de parâmetros ecológicos em sistemas de

integração lavoura-pecuária e a relação da dinâmica das comunidades de

invertebrados com os atributos físicos e químicos do solo (PORTILHO et al., 2011).

A biota do solo participa nos processos de transformação e fluxo de

nutrientes. Sua atividade e diversidade refletem o tipo de solo e suas características

(MARTINHO et al., 2004).

A resposta de insetos quanto à adição de nitrogênio em pastagens foi

avaliada por 14 anos por Haddad; Haarstad; Tilman (2000). Os estudos demonstram

que o uso deste elemento em grandes quantidades por um longo período afeta tanto

a comunidade de plantas quanto a de insetos presentes. O uso excessivo de

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23nitrogênio, por longo tempo em pastagens, reduz a riqueza das espécies, aumenta

sua abundância e aumenta a biomassa das plantas. A diversidade de insetos

herbívoros e predadores foram significativamente negativamente relacionadas com a

quantidade de adição de nitrogênio. As espécies detritívoras aumentaram com o

aumento de N, e os parasitoides não demonstraram resposta. A quantidade de

insetos herbívoros e detritívoros foram significativamente positivamente relacionadas

com a taxa de adição de nitrogênio.

A fertilização nitrogenada eleva o nitrogênio solúvel e a concentração

de aminoácidos nos tecidos das plantas, alimentos básicos para insetos herbívoros,

bem como a resposta à interação predador – presa, pode provocar aumento das

espécies de insetos predadores (HADDAD; HAARSTAD; TILMAN, 2000).

O manejo de sistemas agropecuários, com uso de coberturas vegetais,

tem mostrado benefícios para a sustentabilidade e a manutenção das propriedades

do solo (LOURENTE et al., 2007).

O uso da terra, seja para produção de grãos, ou como pastagem,

acarreta mudanças em seus organismos, sejam eles animais ou vegetais, portanto,

o uso da terra deve estar associado à manutenção de condições semelhantes às

naturais (MORAIS et al., 2010). O sistema de integração lavoura-pecuária favorece a

manutenção da diversidade da fauna invertebrada, a formação dos agregados

estáveis e a fertilidade do solo (PORTILHO et al., 2011).

2.2.1 Influência dos dejetos animais (bovino) sobre os insetos

Invertebrados associados ao esterco de gado favorecem o ecossistema

decompondo as placas fecais, o que pode ser afetado negativamente quando da

utilização de produtos para o controle de parasitas do gado (anti-helmínticos).

Esterco de gado tratado com ivermectina pode agir como uma armadilha ecológica,

criando um ambiente de baixa qualidade aos invertebrados associados que venham

a colonizá-lo, prejudicando o ecossistema de decomposição desse esterco

(BEYNON et al., 2012). Bovinos necessitam de tratamento com anti-helmínticos para

controlar parasitas gastrointestinais. Até 90% da dose inicial, que pode ser tópica,

via oral ou subcutânea, pode passar inalterada no esterco (FLOATE, 2006), onde

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24continua a exercer um efeito tóxico sobre os invertebrados não-alvo, incluindo os

insetos funcionalmente importantes (WALL; STRONG, 1987).

Na ausência de organismos processadores, o esterco pode

permanecer na superfície de pastagem durante mais de um ano. Cada bovino

produz por dia esterco capaz de cobrir 0,8 m2 (BEYNON et al., 2012). Um adicional

de 6 a 12% da área de grama ao redor da placa também não é pastejada pelo gado

(FINCHER, 1991). A remoção rápida de estrume aumenta o rendimento de forragem,

reduz a propagação de parasitas, e evita a perda de solo da pastagem (BEYNON et

al., 2012).

Ao se alimentar do esterco, os coleópteros ingerem micro-organismos.

Com a alimentação e atividade de tunelamento (abertura de galerias) de adultos e

larvas, prolifera-se a disseminação desses micro-organismos de PAT (placa fecal)

para PAT, aumentando a decomposição microbiana (YOKOYAMA; AIST; BAYLES,

1991). Ao removerem fisicamente o esterco, enterrando-o em câmaras escavadas

abaixo da superfície do solo, os besouros coprófagos podem aumentar as taxas de

crescimento da forragem pastejável (BANG et al., 2004).

2.3 A MACROFAUNA EPÍGEA DO SOLO

A fauna edáfica tem importante papel na sustentabilidade do sistema

através dos seus efeitos nos processos do solo, e possui grande sensibilidade às

interferências no ecossistema, tais como, alterações da cobertura vegetal e o

manejo, sendo, portanto, um bom indicador da qualidade do solo (CORDEIRO et al.,

2004).

A composição da biota divide-se em microfauna (animais < 0,2 mm)

representados pelos protozoários e nematodes; mesofauna (tamanhos entre 0,2 a

2,0 mm) onde destacam-se os Acari e Collembola; e a macrofauna, animais com

tamanhos que variam de 2 a 20 mm (PETERSEN; LUXTON, 1982).

A macrofauna é composta por Oligochaeta (minhocas), Hymenoptera

(formigas, vespas e abelhas), Araneae (aranhas) e Coleoptera (besouros), com

maior abundância, e em menor abundância: Diptera (moscas, mosquitos);

Hemiptera-Heteroptera (percevejos); Hemiptera-Auchenorrhyncha (cigarra,

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25cigarrinha); Hemiptera-Sternorrhyncha (pulgões e cochonilhas); Thysanoptera (trips),

Orthoptera (gafanhoto, grilo, esperança, paquinha); Psocoptera; Blattodea (barata);

Dermaptera (tesourinha); Isopoda (tatuzinho de jardim); Diplopoda (gongolo ou

piolho de cobra); Symphyla; Chilopoda (lacraias e centopéias); Pseudoscorpionida;

Opilionida (opiliões); Gastropoda (lesmas e caracóis); Isoptera (cupins).

A macrofauna atua indiretamente na decomposição da matéria

orgânica e no controle da população de microrganismos (HÖFER et al., 2001).

Dentre esses, os besouros que compõe a macrofauna epígea, contribuem também,

através do processo de bioturbação, abrindo galerias e controlando a população de

parasitas (RODRIGUES, 1989). O acúmulo de carbono em ecossistemas de

pastagens ocorre principalmente abaixo do solo, devido à rizodeposição ativa

(JONES; DONNELLY, 2004) e à atividade de minhocas que promovem a formação

de macro-agregados (SIX et al., 2002, BOSSUYT; SIX; HENDRIZ, 2005).

2.3.1 A Biodiversidade e os Bioindicadores

A região sul, oeste e central brasileira representam as mais importantes

áreas para incremento de atividades agrícolas produtivas. No entanto, grande parte

das terras da região sul perderam a sua vegetação natural, dando lugar a

monoculturas. Estas devem propiciar tanto o aumento da oferta de alimento e de

divisas, quanto à oferta de trabalho e de renda para uma população, compatíveis

com os avanços dos conhecimentos e valores científicos, tecnológicos e humanistas

atuais. No entanto, o incremento da produção agrícola não pode ser feito em

detrimento da aptidão das terras e das complexas relações existentes entre

características de solo e diversidade biológica.

Os ambientes naturais, através das associações bióticas e abióticas,

tem se sustentado por milhares de anos. Alguns grupos animais possuem maior

sensibilidade que outros. Poucos são os trabalhos na área de biodiversidade e

bioindicadores, dentre esses, menos ainda nos dão parâmetros aplicáveis a todos os

sistemas de cultivo.

A identificação de bioindicadores é de longo prazo, o que torna urgente

sua execução em função das decisões que devem ser tomadas para a conservação

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26do meio ambiente (McGEOCH, 1998).

Na Romênia, a estrutura da fauna do solo é influenciada pela extração

da madeira ou por perturbações naturais, promovendo o aparecimento de espécies

oportunistas como Orchesella pontica (Collembola) e em ordem decrescente de

riqueza de espécies de Carabidae (Coleoptera) (NITU et al., 2010).

O uso de bioindicadores é um método para avaliar o manejo ambiental,

incluindo poluição, uso excessivo de agroquímicos e disposição inapropriada de

embalagens, contaminações, etc. (PAOLETTI, 1999). Esse método usa organismos

biológicos e a biodiversidade como ferramentas para averiguar a condição ambiental

particular ou um conjunto de situações do ambiente (McGEOCH, 1998).

Os artrópodes que vivem na superfície do solo (principalmente

carabídeos e aranhas) são mais frequentemente usados para inventários faunísticos

em áreas agrícolas, pois: 1) A maioria das espécies são predadoras polífagas e,

portanto consideradas como um grupo de organismos benéficos; 2) Esses

artrópodes são facilmente coletados em armadilhas de solo e, portanto permitem

amostragem padronizada e interpretação comparativa; 3) A coleta em muitos tipos

de habitats contém altos números de espécies e indivíduos para facilitar análise

estatística. Como estes artrópodes frequentam invariavelmente todos os habitats

agrícolas, eles são bons candidatos para uma avaliação da biodiversidade

quantitativa (DUELLI; OBRIST; SCHMATZ, 1999).

Vários trabalhos demonstram que certos grupos de organismos

específicos podem caracterizar o grau de conservação ou degradação do ambiente,

tais como micro-organismos do solo que atuam nos processos de decomposição da

matéria orgânica (BALOTA et al., 1998). Dentre os grupos de insetos, os coleópteros

fimícolas, pela sua atuação junto aos excrementos, têm sido os mais estudados com

fins especulativos (OLIVEIRA et al., 1996). A maioria dos besouros coprófagos não

percorrem longas distâncias para encontrar comida e têm uma distribuição

estenotopica (espécie restritamente localizada, com pequena distribuição) em

relação aos tipos de vegetação. Devido a isso, eles geralmente são muito sensíveis

às mudanças ambientais e são considerados adequados como organismos

bioindicadores (DURAES; MARTINS; VAZ DE MELLOS, 2005).

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272.4 OS BESOUROS COPRÓFILOS

Primeiramente, é importante salientar que o termo coprófago, refere-se

aos seres que se alimentam de fezes, entretanto, uma placa fecal apresenta toda

uma comunidade de seres com diferentes hábitos, tanto alimentares quanto sociais.

Coprófilos (copro = excremento + filos = amigo) abrange todos esse seres que vivem

nos excrementos, portanto, como o trabalho abrange todos os coleópteros que

vivem no ambiente da placa fecal usar-se-á o termo besouros coprófilos.

Os besouros coprófilos, mais conhecidos como coprófagos ou rola-

bosta, realizam atividades ligadas a processos ecológicos, tais como incorporação

de matéria orgânica no solo, bioturbação (deslocamento e mistura de partículas do

sedimento), controle no estrume de moscas e parasitas hematófagos

gastrointestinais que afetam animais domésticos e seres humanos, dispersão de

sementes.

2.4.1 Fatores Bioecológicos

O interesse de pesquisadores e pecuaristas pelos besouros coprófilos

foi estimulado a partir de 1960, quando 30 milhões de toneladas de excrementos de

bovinos acumulavam-se anualmente na superfície das pastagens australianas. A

Austrália tem mais de 250 espécies de besouros adaptadas que desintegram e se

alimentam de excrementos de marsurpiais (cangurus), entretanto, não são efetivas

na decomposição dos de bovinos (RODRIGUES, 1989).

A grande quantidade de excrementos acumulados nas pastagens fez

aumentar a populações de helmintos e da mosca dos chifres, acarretando grandes

danos aos pecuaristas australianos, que iniciaram um programa de controle

biológico de parasitas do rebanho bovino com a utilização de besouros coprófagos

(RODRIGUES, 1989).

O besouro coprófago, Digitonthophagus gazella, espécie exótica, foi

introduzido no Brasil em 1989. O impacto da introdução do besouro coprófago D.

gazella sobre a fauna coprófila nativa em pastagens foi avaliado, constatando-se

que a diversidade de espécies nativas diminuiu drasticamente, ao ponto de espécies

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28bastante comuns, não mais serem capturadas, ou quando, em números muito

baixos (FLECHTMANN; BERISFORD, 2003).

Massas fecais bovinas são alimentos a uma fauna rica de insetos,

principalmente coleópteros, dípteros e isópteros, além de vários nematóides e

moscas de importância veterinária, destacando-se a mosca dos chifres, Haematobia

irritans L., espécie exótica, constituindo-se numa das principais pragas do rebanho

bovino e uma séria ameaça à pecuária nacional (RODRIGUES, 1989).

A fêmea de coprófilos paracoprídeos escava túneis, abaixo ou ao redor

do bolo fecal, que podem terminar em câmaras situadas em profundidades que

variam geralmente de 30 cm a 1,0 m, de acordo com a compactação do solo. O

macho corta pequenos pedaços de excremento e os entrega à fêmea, que leva o

excremento para o fundo e, após moldagem apropriada, deposita um ovo em cada

ninho. A rapidez com que os besouros aparecem ao primeiro sinal da deposição de

excrementos é impressionante. Em Selvíria-MS, numa placa fecal bovina com duas

horas após a deposição, registrou-se mais de 1.000 indivíduos distribuídos em 12

espécies diferentes de besouros. O odor é fator determinante na orientação dos

besouros e o estímulo inicial pode ocorrer a uma grande distância da fonte

(FLECHTMANN; BERISFORD, 2003).

Enquanto algumas espécies de coprófilos enterram os excrementos

quase na superfície do solo (3 cm), outras o fazem em grandes profundidades (1,5

m), onde o besouro Dichotomius anaglypticus efetua o enterrio dos excrementos

numa faixa de profundidade de 30 a 40 cm (ALVES; NAKANO, 1978). Não se

conhecem trabalhos sobre o comportamento de enterrio e da estrutura de ninhos

dos coprófilos nas condições de solo e clima do Sudoeste do Paraná e Oeste de

Santa Catarina.

2.4.2 Importância no Agroecossistema Integração Lavoura-Pecuária

A rapidez com que ocorre a desestruturação e a incorporação dos

excrementos é importante para aumentar a fertilidade do solo e também para

permitir uma utilização mais eficiente das pastagens. Os benefícios da presença dos

besouros decorrem da melhoria da fertilidade do solo, redução das populações de

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29vermes e moscas, consideradas pragas do gado, e melhoria da capacidade de

absorção de água pelo solo (ALVES; NAKANO, 1978).

Perde-se entre 70 a 80% do nitrogênio contido nas fezes dos bovinos

quando permanecem expostos ao ar. Entretanto, quando os excrementos são

incorporados ao solo logo após terem sido excretados, esta perda pode ser reduzida

(GILLARD, 1967). Observou-se que um casal de Dichotomius longiceps incorporou

165 g de esterco e revolveu 371 g de solo em 14 dias, portanto, a incorporação de

excrementos melhora as características físicas e biológicas do solo. Ao escavar o

solo, os besouros coprófagos aceleram a taxa de reciclagem de minerais nas

pastagens e contribuem para aumentar o fluxo e a retenção de nutrientes no sistema

solo-planta-animal (ALVES, 1976).

Os excrementos podem ser completamente incorporados ao solo

dentro de 40 a 50 horas após o mesmo ter sido excretado, quando as condições

ambientais favorecem a atuação dos coprófilos (FINCHER, 1991). Ao incorporarem

massas fecais, liberam área para desenvolvimento de pastagem, sendo agentes de

controle biológico de dípteros e nematoides de importância veterinária. Efeitos

benéficos indiretos incluem melhora na fertilidade, estrutura, aeração e

permeabilidade da água no solo (FLECHTMANN; BERISFORD, 2003).

Os besouros coprófagos constituem agentes efetivos no controle de

parasitas externos e internos dos animais, os quais ainda contribuem para a

transmissão de doenças que dependem das fezes para completar seu ciclo de vida.

A população de certas espécies de moscas pode ser bastante reduzida quando as

fezes são ingeridas ou enterradas dentro de 1 a 2 dias após serem excretadas.

2.4.3 Aspectos Econômicos da Ação dos Besouros Coprófilos

Apesar de incontestável importância ecológica da fauna fimícola (que

vivem no esterco) para as pastagens, são bastante raros os trabalhos que

apresentam informações econômicas que permitam estimar os benefícios

resultantes para o sistema solo-planta-animal.

Cada bovino adulto produz em média 12 placas de fezes por dia e

estas, na ausência de besouros podem permanecer nas pastagens por vários anos,

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30cobrindo entre 5 a 10% da área por ano. Considerando o pasto periférico à placa,

que o gado não pasteja de maneira efetiva, mais 10% de pasto pode ser inutilizado

por um bovino em um ano. Com base nestes levantamentos, pode-se então projetar

que 20% das pastagens ficam indisponíveis para os animais (WATERHOUSE,

1974). Numa matemática simples, para cada hectare são 2.000 m2 de pastagens

indisponíveis.

Calculou-se que os benefícios resultantes da ação dos coprófagos,

através da reciclagem de nutrientes, controle de insetos e doenças e aumento da

área útil para pastejo, superariam os sete bilhões de dólares ano (FINCHER, 1991).

2.4.4 Besouros Coprófilos e sua Relação com Fungos e Bactérias no Solo Segundo o Conceito das Cadeias Tróficas

Insetos coprófilos (Adj.) que ou o que vive nos excrementos; escatófilo;ontófilo; copro (excremento) + -filo (amigo)

Os estudos quantitativos de insetos, realizados ao nível específico

(chegando ao nível de espécie) são valiosos. Os chamados “estudos ecológicos”

com base em "macrotaxonomia", onde se considera apenas os dados quantitativos

referentes a "macrotaxa" (Classes, ordens), e não os estudos quantitativos

realizados no nível de espécie, são superficiais e inconclusivos para estudos

ecológicos. (NITU et al., 2010).

Os diferentes Taxons que se associam no ambiente do solo distribuem-

se nas seguintes categorias tróficas: fitófagos, myceto/xilo- mycetophagous,

mixophagous, de xilo- e cambio- xylemophagous, saproxylophagous, detritívoros

(Sapro-, copro- e necrófagas), predadores/parasitóides. Os coleópteros representam

o único grupo taxonômico com representantes em todas as categorias tróficas (todos

collembolas são decompositores e todos Araneae são predadores) (NITU et al.,

2010).

Em madeira morta de floresta na Noruega foram identificados,

conforme os estágios de decomposição, a sucessão de diferentes espécies de

besouros (NITU et al., 2010; CEIANU, 1978). Os autores afirmam que, o maior

número de espécies envolvidas nessa sucessão reflete a diversidade, abundância e

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31a continuidade do sistema ecológico.

Conforme apresentado, uma sucessão semelhante deve ocorrer com a

placa fecal, dada às características tróficas dos besouros coprófilos, que atuam em

todas as fases da placa fecal. Conforme o tempo passa ocorre a distribuição das

diferentes espécies conforme suas categorias tróficas e as preferências de micro

habitat.

Conhecer essa cadeia trófica no Brasil, ainda é um desafio a ser

vencido.

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323 BESOUROS COPRÓFILOS EM MATA NATIVA COMO PARÂMETRO BIOINDICADOR PARA ÁREAS MANEJADAS

RESUMO

A macrofauna do solo (organismos ≥ 2,0 mm) atua indiretamente na decomposiçãoda matéria orgânica e, ao que tudo indica, controla a população de microrganismos.Ela é composta principalmente por espécies de Oligochaeta, Hymenoptera, Araneaee Coleoptera. O trabalho teve por objetivo registrar a densidade e riqueza debesouros coprófilos presentes na região e avaliar as relações lineares simples emultivariadas entre fatores ambientais e o número de insetos e espécies noecossistema mata. Foi utilizada uma área de preservação permanente em umapropriedade rural no município de Abelardo Luz, na divisa entre o oeste do Estadode Santa Catarina e a região sudoeste do Paraná a 26° 31' 18.8832" de latitude sul e52° 15' 3.4986" de longitude oeste e elevação de 862 m. Armadilhas de queda pitfallmodificadas foram utilizadas ao nível do solo com isca placa fecal artificial (PAT-artificial), formado por 50% de fezes suínas e 50% de fezes bovinashomogeneizada. Foram 36 coletas na mata nativa, no período de 26 de abril de2013 a 22 de abril de 2014. Um total de 16.301 indivíduos e 28 morfotipos foramcoletados. A maioria das correlações observadas (90%) entre as variáveis de insetose condições ambientais foi significativa. O aumento no número de insetos e deespécies na mata é determinado pelo aumento de temperatura do ar e datemperatura do PAT-artificial. Nove morfotipos apresentaram dominância, sendo omorfotipo 02 o mais dominante com 27,5% do total capturado.

Palavras-chave: Macrofauna. Coprófagos. Rola-bosta. Coprófilo.

ABSTRACT

JAMHOUR, Jorge. COPRPHILIC DUNG BEETLES IN NATIVE FOREST ASBIOINDICATOR BENCHMARK FOR MANAGED AREAS. 87 f. Thesis (Ph.D. inAgronomy) - Graduate Program in Agronomy (Concentration Area: Crop), FederalUniversity of Technology - Paraná. Pato Branco, 2016.

Soil macrofauna (organisms ≥ 2.0 mm) acts indirectly on the decomposition oforganic matter and, it seems, controls the population of microorganisms. It is mainlycomposed of species of Oligochaeta, Hymenoptera, Araneae and Coleoptera. Thestudy aimed to record the density and richness of coprphilic dung beetles, present inthe region and evaluate simple and multivariate linear relationships betweenenvironmental factors and the number of insects and species in the ecosystemforest. A permanent preservation area was used on a farm in the city of Abelardo Luz,on the border between the western state of Santa Catarina and the southwest regionof Parana state to 26° 31' 18.8832" south latitude and 52° 15' 3.4986" west longitudeand elevation of 862 m. Modified pitfall traps were used to drop to ground level with

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33bait artificial faecal plate (PAT-artificial), formed by 50% of porcine feces and 50%bovine homogenized stool. There were 36 collections in the native forest, from 26April 2013 to 22 April 2014. A total of 16,301 individuals and 28 morphotypes werecollected. Most of the correlations observed (90%) between the variables of insectsand environmental conditions was significant. The increase in the number of insectspecies and the killing is determined by the air temperature increase and PAT-artificial temperature. Nine types have dominance, and the morphotype 2 the mostdominant with 27.5% of the total catch.

Keywords: Macrofauna. Dung beetles. Waste animals. Coprophilous.

3.1 INTRODUCÃO

Espécies da ordem Coleoptera representam 1/3 dos insetos (GALLO et

al., 2002; GULLAN; CRASTON, 2012). Dado a essa diversidade, observa-se a

exploração de diferentes nichos ecológicos importantes para a sustentabilidade de

agroecossistemas. No entanto, as atividades humanas na produção de alimentos e

fibra podem impactar sobre as populações destes organismos, em consequência do

modelo de exploração agrícola predominante (BUTLER; VICKERY; NORRIS, 2007).

Por outro lado, o conhecimento das atividades desempenhadas por invertebrados

são subestimadas e pouco valorizadas no sistema de produção agrícola, que limita

seus serviços biológicos (MANNING et al., 2016).

Considerando a diversidade de besouros, esses podem ser utilizados

como bioindicadores da pertubação ambiental e serem utilizados para monitorar

atividades humanas impactantes, dado a sua sensibilidade às pertubações naturais

ou antrópicas (KORASAKI et al., 2013; FILGUEIRAS; IANNUZZI; LEAL, 2011),

sendo um parâmetro para a gestão da conservação de habitats (ALDHAFER et al.,

2016).

A fauna edáfica tem importante papel na sustentabilidade do sistema

através dos seus efeitos nos processos do solo, e possui grande sensibilidade às

interferências no ecossistema. A fauna do solo é sensível a alterações da cobertura

vegetal e ao manejo, sendo, portanto, um bom indicador da qualidade do solo

(CORDEIRO et al., 2004).

Este trabalho teve por objetivo determinar os morfotipos de besouros

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34coprófilos da macrofauna epígea do solo na área de preservação permanente,

levantando os dados de correlações, análise faunística e índices de similaridade.

3.2 MATERIAL E MÉTODOS

3.2.1 Descrição da Área de Mata Nativa

O experimento foi realizado em área, localizada no município de

Abelardo Luz, Santa Catarina (Figura 01). A área de mata nativa, com ocorrência de

Araucaria angustifolia, teve as armadilhas dispostas a 26° 31' 18,8832" de latitude

sul e 52° 15' 3,4986" de longitude oeste e elevação de 862 m. O clima da região é

classificado como CFb (subtropical úmido), segundo classificação de Köppen

(MAACK, 1968). O solo é classificado como Latossolo Bruno Textura Argilosa e o

relevo suave ondulado.

Figura 01 – Propriedade de implantação do experimento com a localização das armadilhas na MataNativa (MN) e parcelas experimentais de integração lavoura-pecuária (ILP), no municípiode Abelardo Luz-SC. Fonte: adaptado de GoogleMaps, 2014.

Os dados meteorológicos registrados para o município de Abelardo

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35Luz/SC, durante o período experimental, são apresentados na Figura 02. A

temperatura média do mês mais quente na mata foi de 22,43 ºC, e a do mês mais

frio 13,17 ºC, sendo a máxima registrada em 07 de fevereiro de 2014, com 25,3 ºC,

e a mínima de 11,2 ºC em 21 de junho de 2013. A Umidade Relativa média foi de

69,42%. A temperatura média da placa fecal artificial (PAT-artificial) foi de 18,21 ºC

(APÊNDICE B).

Figura 02 – Dados meteorológicos observados no período de janeiro de 2013 a abril de 2014, nomunicípio de Abelardo Luz-SC. Dados relativos à média diária para cada item, tabuladosde hora em hora. PPT = precipitação média diária, T MÉDIA = Temperatura média diáriado ar (ºC), T MÁXIMA = Temperatura máxima diária do ar (ºC), T MÍNIMA = Temperaturamínima diária do ar (ºC), UR MÉDIA = Umidade relativa média diária do ar (mm).

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2015).

3.2.2 Instalação de Armadilhas para Coleta dos Espécimens na Mata Nativa

Armadilhas pitfall (Figura 03) constituídas de copos plásticos com 1.200

mL de volume, diâmetro de 14 centímetros e altura de 9,0 centímetros perfuradas no

fundo foram utilizadas para a captura dos morfotipos de besouros. Dentro desses,

outro copo semelhante, no qual foi colocada uma solução de 250 mL pré-preparada

com água, 0,005% de detergente e 4% de formol, a fim de imobilizar e conservar os

artrópodos coletados em seu interior. Ao nível do solo foi colocada uma isca (PAT-

artificial) depositada sobre a armadilha. O conjunto foi coberto com uma placa de

plástico para evitar a desidratação. O PAT-artificial foi composto de um bolo fecal

formado pela mistura de 50% de fezes suínas e 50% de fezes bovinas

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36homogeneizado. O estrume de porco foi usado para tornar a isca mais atraente e

aumentar a probabilidade de amostragem da diversidade completa da fauna de

escaravelhos (GIRALDO et al., 2011). Esse bolo artificial foi armado sobre uma

grade metálica circular concêntrica de 2,0 cm entre os anéis (BEYNON et al., 2012).

Optou-se pela redução do diâmetro do PAT-artificial (de 347,5 g para 148,4 g) pois,

os besouros caminhavam pela placa e iniciavam a escavação pela parte central.

Retornando com a “bolota” por sobre a placa. A placa-fecal velha foi descartada a

partir do terceiro mês de coleta, pois uma quantidade insignificante de insetos foram

capturados. Esse procedimento reduziu e agilizou a quantidade de material a ser

triado.

Quatro armadilhas de solo (pittfall) foram distribuídas em transecto

linear na área de mata nativa a 50 metros da bordadura da mesma. As armadilhas

foram dispostas no sentido Norte-Sul e espaçadas a dois metros uma da outra.

Essas foram revisadas a cada 10 dias, sendo recolhidos os espécimens com o PAT-

artificial antigo. O material identificado foi lavado com jato leque sobre uma peneira

de malha 2 mm em laboratório. Os insetos foram depositados em frascos plásticos

com tampa e álcool 70%, identificados segundo data e posição da armadilha no

transecto. A armadilha foi remontada com outro pote contendo nova solução de

água, detergente e formol, e coberta com um novo PAT-artificial.

Figura 03 – Armadilha “pitfall”: A) Montagem (a-pote, b-pote furado enterrado, c-grade circular,d-plástico de proteção, e-balde com mistura de fezes); B) Armadilha descoberta; C)Armadilha sem o PAT-artificial; D) Material coletado e pronto para ser triado nolaboratório. Abelardo Luz-SC, 2013.

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37Os insetos foram triados segundo morfotipos de acordo com caracteres

morfológicos externos, com uso de lupas, chaves analíticas (RATCLIFFE;

JAMESON, 2002), comparação e/ou imagens. Esses morfotipos foram montados e

secos em estufa a 36 °C. Em seguida receberam uma etiqueta de coleta, contendo

Cidade-UF, data de coleta, número da armadilha, posição da armadilha e nome do

coletor.

Os demais exemplares foram contados e separados conforme

morfotipo, local e data de coleta em envelopes. Os demais insetos semelhantes aos

morfotipos foram triados, contados e acomodados em manta de algodão. Essa

manta foi acondicionada em um envelope com data, local de coleta, número da

armadilha e o número de insetos coletados, sendo um envelope para cada morfotipo

e armadilha.

Complementarmente foram realizadas medições da temperatura do

PAT-artificial no momento imediatamente anterior à coleta dos exemplares

capturados, bem como temperatura e umidade relativa do ar no horário da coleta.

3.2.3 Análises dos Dados

3.2.3.1 Relações lineares simples e multivariadas

Foi realizada análise de correlação linear simples de Pearson

(CARVALHO et. al., 2001) entre as variáveis número de insetos, número de

morfotipos, temperatura do ar, da placa e umidade relativa do ar.

Em seguida, utilizando-se a matriz de correlações descrita

anteriormente, realizou-se a análise de correlações canônicas (CRUZ; REGAZZI,

1997; HAIR, et al., 1998; MINGOTI, 2007; JOHNSON; WICHERN, 2007),

distribuindo-as em dois grupos de variáveis: grupo 1 – número de insetos e de

morfotipos e grupo 2: temperatura do ar, da placa e umidade relativa do ar, para

verificar qual (is) variável (eis) de ambiente determina (m) o número de insetos e/ou

morfotipos.

Os pressupostos da correlação canônica: normalidade dos resíduos

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38homogeneidade de variâncias, linearidade e multicolinearidade; as correlações

lineares simples de Pearson e as correlações canônicas foram realizadas utilizando-

se o aplicativo computacional estatístico Genes (CRUZ, 2013).

3.2.3.2 Análises faunísticas

Os dados coletados foram tabulados conforme data, local de coleta,

número de morfotipos e de insetos; e, também, conforme o morfotipo coletada e sua

ocorrência.

Para realização da análise faunística foram utilizados os dados obtidos

na Mata Nativa, no período de 26 de abril de 2013 a 22 de abril de 2014, num total

de 36 coletas.

Utilizando-se os dados de número de insetos e de espécies das 36

coletas foi realizada análise faunística, na qual foram calculados: dominância pelo

método de Sakagami & Laroka, abundância, frequência, constância, índice de

diversidade de Sannon-Weaner, índice de diversidade de Margalef e índice de

uniformidade ou equitabilidade.

3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.3.1 Morfotipos Encontrados

Os espécimens da mata nativa foram coletados pelo período de um

ano, de 26 de abril de 2013 a 22 de abril de 2014, num total de 36 coletas com

16.301 exemplares na mata nativa. Foram encontrados 29 morfotipos, numerados

conforme ocorriam, dos quais, 13 foram classificados em espécies. Os morfotipos

agrupam-se nas famílias Scarabaeidae (65,63%), Staphilinidae (9,38%), Histeridae

(6,25%), Tenebrionidae (6,25%), Carabidae (3,13%), Elateridae (3,13%), Silphidae

(3,13%) e Trogidae (3,13%) (APÊNDICE D).

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393.3.2 Relações Lineares Simples Entre Variáveis de Insetos e Condições Ambientais

A maioria das correlações observadas entre as variáveis de insetos e

condições ambientais foram significativas (90%; nove coeficientes de correlação

significativos em 10 coeficientes totais) (Tabela 1), indicando que o ambiente

influencia no número de insetos e morfotipos.

Os coeficientes de correlação simples observados (Tabela 1) entre as

variáveis de insetos e condições ambientais, excetuando-se a Umidade Relativa,

são considerados regular a muito forte (0,3 < r < 1,0). Esse resultado indica que,

possivelmente, as variáveis de temperatura explicam a captura de insetos. E a

Umidade Relativa tem relação significativa e inversa, porém fraca, com o número de

morfotipos (espécies) (r=-0,29).

Tabela 1 – Estimativas das correlações de Pearson entre as variáveis: N-ins – número de insetoscoletados por morfotipo, N-sp – número de morfotipos coletadas, T-placa – Temperaturado PAT-artificial no momento da coleta, T-amb – Temperatura do ambiente e UR-amb –Umidade Relativa (média de 3 medidas durante o momento de coleta), no período 2013-2014, Abelardo Luz-SC.

N-ins N-sp T-placa T-amb UR-amb

N-ins 1,00

N-sp 0,76** 1,00

T-placa 0,52** 0,61** 1,00

T-amb 0,45** 0,53** 0,92** 1,00

UR-amb -0,19 -0,29** -0,22* -0,44** 1,00

* Significativo em nível de 5% de probabilidade de erro.** Significativo em nível de 1% de probabilidade de erro.

As maiores correlações (variando de 0,45 a 0,92) foram observadas

entre número de insetos coletados por morfotipo (N-ins), número de morfotipos

coletadas (N-sp), temperatura do PAT-artificial no momento da coleta (T-placa),

temperatura do ambiente (T-amb) (Tabela 1 e Figura 04).

Temperatura, umidade, precipitação e disponibilidade de alimentos são

fatores ecológicos que atuam sobre a distribuição e abundância dos insetos (GALLO

et al., 2002). Para Costa et al. (2008), a temperatura tem ação direta no

desenvolvimento e comportamento dos insetos, e indireta, agindo sobre a

alimentação. A temperatura ambiente é fator regulador da temperatura dos

besouros, que por serem ectotérmicos, ou seja, animais de sangue frio, onde a

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40temperatura corporal se mantém próxima à do ambiente, a temperatura interfere

diretamente na população dos coprófilos.

Figura 04 – Temperatura do ar (ºC) no agrossistema de lavoura: máxima, mínima e média;temperatura da placa fecal (ºC); e, temperatura média do ar (ºC), na mata, em diferentesdatas de coleta de coleópteros. Abelardo Luz, 2013-2014.

3.4 CORRELACÕES CANÔNICAS

Na Tabela 2, observa-se que as correlações canônicas entre variáveis

de insetos e condições ambientais, apresentaram significância pelo teste qui-

quadrado, em nível de 5% de probabilidade de erro (p< 0,05) apenas no par

canônico de primeira ordem, portanto, somente este par canônico é de interesse do

estudo. Também observa-se que a correlação total para esse par foi elevada (r=

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410,67) e que os grupos avaliados não são independentes. Quanto ao segundo par

canônico as variáveis são consideradas independentes entre si.

Tabela 2 – Correlação, valores de qui-quadrado, graus de liberdade e probabilidade da análise decorrelação canônica entre os grupos de variáveis de: insetos e condições ambientais damata nativa no período 2013-2014, Abelardo Luz-SC.

Par canônico Correlação Qui-quadrado(*) Graus deLiberdade

Probabilidade (%)

1 0,67 48,35 6 1,01x 10-6*

2 0,08 0,53 2 76,64

* significativo em nível de 5% de probabilidade de erro.

As relações expressas na Tabela 3, para o primeiro par canônico,

mostram que, as relações intergrupos são estabelecidas em ordem decrescente de

grandeza, por condições climáticas com maior Temperatura do PAT-artificial no

momento da coleta (T-placa) e Temperatura do ambiente (T-amb) são determinantes

para captura do maior número de insetos (N-ins) e número de morfotipos coletados

(N-sp).

Tabela 3 – Cargas canônicas da análise de correlação canônica entre os grupos de variáveis de:insetos (N-ins e N-sp) e condições climáticas (T-placa, T-amb e UR-amb). Mata nativa noperíodo 2013-2014, Abelardo Luz-SC.

Variáveis Cargas canônicas

Insetos

Número de insetos coletados por morfotipo (N-ins) 0,83

Número de morfotipos coletadas (N-sp) 0,99

Condições Climáticas

Temperatura do PAT-artificial no momento da coleta (T-placa) 0,91

Temperatura do ambiente (média de 3 medidas durante o momento de coleta) (T-amb)

0,79

Umidade Relativa do ambiente (média de 3 medidas durante o momento de coleta) (UR-amb)

-0,42

Correlação Total 0,67

3.5 ANÁLISE FAUNÍSTICA

Nas 36 coletadas efetuadas na mata nativa foram encontrados 16.301

indivíduos e 28 morfotipos, cujos resultados são apresentados no Tabela 4.

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42

Tabela 4 – Dominância, método de Laroca & Mielke e pelo método de Sakagami e Laroca;Abundância, Frequência e Constância no ecossistema de mata nativa. Abelardo Luz –SC, 2013-2014.

MorfotipoNúmero deindivíduos

Númerode

coletas

Dom.Laroca &

Mielke

Dom.Sakagami& Laroca

Abundância Frequência Constância

mf02 4484 33 D D ma MF W

mf05 2081 31 D D ma MF W

mf03 2003 32 D D ma MF W

mf14 1382 29 D D ma MF W

mf01 1306 36 D D ma MF W

mf07 1120 33 D D ma MF W

mf18 913 20 D D c F Y

mf12 791 34 D D c F W

mf04 675 26 D D c F W

mf21 323 19 D ND c F Y

mf06 300 33 D ND c F W

mf26 215 13 D ND c F Z

mf08 178 24 D ND d PF W

mf20 109 18 D ND d PF Y

mf11 103 19 D ND d PF Y

mf15 71 18 D ND r PF Y

mf10 66 12 D ND r PF Z

mf09 63 16 D ND r PF Y

mf16 26 13 D ND r PF Z

mf13 20 9 D ND r PF Z

mf29 20 7 D ND r PF Z

mf23 13 8 D ND r PF Z

mf22 12 6 D ND r PF Z

mf19 10 9 D ND r PF Z

mf17 9 7 D ND r PF Z

mf25 3 3 ND ND r PF Z

mf24 2 1 ND ND r PF Z

mf31 2 1 ND ND r PF Z

mf27 1 1 ND ND r PF ZD= dominante; ND= Não dominante; ma= muito abundante. c=comum; d=dominante; r= raro; PF=pouco frequente; F= frequente; MF= muito frequente; W= constante; Y= acessória; Z= acidental.

Os índices de dominância pelo método de Sakagami e Laroca

(LAROCA, 1995) são mais restritivos, e portanto, mais adequados a uma análise

inicial da população. Por esse método, os morfotipos mf02 (27,5%), mf05, mf03,

mf14, mf01, mf07, mf18, mf12 e mf04 (Figura 05) apresentaram dominância sobre

os demais, somando 14.755 indivíduos. Os demais 19 morfotipos (mf21, mf06, mf26,

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43mf08, mf20, mf11, mf15, mf10, mf09, mf16, mf13, mf29, mf23, mf22, mf19, mf17,

mf25, mf24 e mf31), são não dominantes, somando 1.545 indivíduos.

Figura 05 – Principais ocorrências dos morfotipos de besouros coprófilos na área de Mata Nativa,abril 2013 a abril 2014 - Abelardo Luz - SC

Os índices de abundância e frequência são semelhantes, sendo os

morfotipos mf02, mf05, mf03, mf14, mf01 e mf07 muito abundantes e muito

frequentes, mf18, mf12, mf04, mf21, mf06 e mf26 comuns e frequentes, sendo os

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44demais raros e pouco frequentes, à exceção dos morfotipos mf08, mf20 e mf11 que

se apresentaram dispersos no que tange à abundância.

3.6 CONCLUSÕES

Foram encontrados 30 morfotipos. Nove morfotipos apresentaram

dominância, sendo o morfotipo 02 o mais dominante, 27,5% do total de insetos

capturados. A temperatura da mata e da placa fecal apresentou correlação positiva

com o número de insetos e morfotipos.

A Umidade relativa do ambiente apresentou pequena correlação

negativa em relação ao número de insetos e morfotipos.

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454. MACROFAUNA EPÍGEA DE BESOUROS COPRÓFILOS EM ABELARDO LUZ-SC: SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA X MATA NATIVA

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo determinar os morfotipos de besouros coprófilos damacrofauna epígea do solo, que atuam sobre os bolos fecais depositados nascombinações de diferentes níveis de adubação e pressão de pastejo em sistema deintegração lavoura-pecuária (ILP) (26° 31' 29,6754" de latitude sul e 52° 15' 35,7732"de longitude oeste), e no ecossistema Mata Nativa. O trabalho foi realizado empropriedade rural no município de Abelardo Luz, oeste de Santa Catarina, divisa como Sudoeste do Paraná. Iniciou-se com a cultura do sorgo, seguida da aveia preta(Avena strigosa) consorciada com azevém (Lolium multiflorum); em sucessão, foisemeado o milho. A Mata nativa, que forneceu os parâmetros para avaliação do graude conservação, dista 700 metros a nordeste da área experimental. O delineamentoexperimental, na área de ILP foi de blocos completos ao acaso, em arranjo fatorial,com três repetições. Os fatores foram “Aplicação de Nitrogênio” (N na Pastagem e Nno Grão); “Pressão de Pastejo” (alta e baixa altura de pastejo), totalizando, 12parcelas (2 alturas de pastejo x 2 épocas de aplicação de nitrogênio x 3 repetições).Em cada parcela, em pontos isolados por cerca elétrica, foram implantadas duasarmadilhas de queda tipo pitfal iscadas com massa fecal, coberta, para captura dosbesouros coprófilos, num total de 24 armadilhas por dia de coleta. Os espécimensforam coletados a cada 10 dias, perfazendo 23 coletas, nos meses de junho asetembro de 2014, as datas eram coincidentes com as coletas da área de matanativa (36 coletas em um ano). Foram capturados 74.586 indivíduos distribuídos em30 morfotipos. A análise dos resultados foi efetuada através de análise de variânciaem esquema trifatorial, em parcelas subdivididas no tempo: 2 (alturas de pastejo) x 2(épocas de aplicação de N) x 23 (datas de coleta) utilizando-se o programaNTIA/EMBRAPA. Sete morfotipos apresentaram dominância, perfazendo 87,62%dos indivíduos coletados, sendo o morfotipo 02 o mais dominante com ocorrência de26,15%. Os índices de abundância e frequência são semelhantes. Houve correlaçãopositiva entre a aplicação de Nitrogênio e a ocorrência de coprófilos, o que permitemaior liberdade no que diz respeito a adubação a ser aplicado no Sistema ILP.Verificou-se também que parte dos insetos migram da cultura para a área de matanativa após atingir seu pico populacional. A grande similaridade entre a mata nativae o Sistema ILP indica os benefícios ecológicos da adoção dessa tecnologia sobreos demais manejos.

Palavras-chave: ILP. Rola-bosta. Pastagem. Coprófagos.

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46ABSTRACT

JAMHOUR, Jorge. MACROFAUNA EPIGAEOUS OF COPROPHILOUS BEETLES INABELARDO LUZ-SC: CROP-LIVESTOCK INTEGRATION SYSTEM X NATIVEFOREST. 87 f. Thesis (Ph.D. in Agronomy) - Graduate Program in Agronomy(Concentration Area: Crop), Federal University of Technology - Paraná. Pato Branco,2016.

This study aims to determine the coprófilos beetles morphotypes of epigaeous soilmacrofauna, acting on the dung deposited in combinations of different levels offertilization and grazing pressure on crop-livestock integration system (ICL) (26° 31'29.6754" south latitude and 52° 15' 35.7732" west longitude), and the Native Forestecosystem. The study was conducted in rural area in Abelardo Luz city, western stateof Santa Catarina, on the border of southwest of Paraná state. It began with thesorghum crop, followed by black oat (Avena strigosa) intercropped with ryegrass(Lolium multiflorum); in succession, it was sown corn. The native forest, whichprovided the parameters for assessing the degree of conservation, lies 700 metersnortheast of the experimental area. The experimental design in ILP area wasrandomized complete block in factorial arrangement with three replications. Thefactors were "Nitrogen Application" (N in Grassland and N in the Grain); "Pressuregrazing" (high and low grazing height), totaling 12 plots (2 grazing heights x 2nitrogen application times x 3 repetitions). In each plot, in isolated spots for electricfence, were set two traps drop type pitfal baited with fecal mass, covered, forcapturing coprófilos beetles, a total of 24 traps per collection day. The specimenswere collected every 10 days, totaling 23 collections, from June to September 2014,the dates were coincident with the collections of native forest (36 collections in ayear). They were captured 74,586 individuals in 30 morphotypes. The analysis wasperformed using analysis of variance in trifactorial scheme in split plot: 2 (grazingheight) x 2 (N application times) x 23 (collection dates) using the NTIA/EMBRAPAprogram. Seven morfotypes have dominance, accounting for 87.62% of the totalsample, and the morphotype 02 the most dominant with occurrence of 26.15%. Theindices of abundance and frequency are similar. There was a positive correlationbetween the application of nitrogen and the occurrence of coprophilous, which allowsgreater freedom with regard to fertilizer to be applied in the ILP system. It was alsofound that some of the insects migrate from the culture to the area of native forestafter reaching their peak population. The great similarity between the native forestand the ILP System indicates the ecological benefits of adopting this technology overother managements.

Keywords: ICL. Dung beetles. Waste animals. Pasture.

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474.1 INTRODUÇÃO

Coprófilos naturalmente tem distribuição desigual, mesmo na ausência

de barreiras físicas, devido à interação entre as suas exigências ecológicas e

características do habitat (BROUAT et al., 2003).

A transição entre os ambientes adjacentes pode ser aguda ou gradual

e ser caracterizada por condições bióticas e abióticas diferentes dos habitats

adjacentes, chamados coletivamente efeitos de borda. Besouros coprófilos compõe

espécies de organismos relacionados às placas fecais, com taxonomia e

funcionalmente bem definido, especialmente adequados para estudos da

comunidade. São eficientes na localização e remoção de detritos, controle de

parasitas e dispersantes de sementes.

A Placa fecal ou “Patches” de estrume fornecem ilhas de um recurso

alimentar energeticamente rico, e são muitas vezes utilizados para acasalamento e

oviposição, entretanto, a maioria dos besouros coprófagos não se deslocam em

longas distâncias para encontrar comida e têm uma distribuição estenotópica, ou

seja, são restritamente localizadas, suportando pequena variação de fatores

ecológicos e restrita a determinados ambientes em relação aos tipos de vegetação.

Devido a isso, eles geralmente são muito sensíveis às mudanças ambientais e são

considerados bem adequados como organismos bioindicadores (MARTINS et al.,

2009).

Quanto à adubação nitrogenada, a diversidade de morfotipos de

insetos, como os morfotipos herbívoros e predadores devem ser negativamente

relacionadas com a quantidade de adição de nitrogênio. Os morfotipos detritívoros

devem aumentar com o aumento de N, e os parasitoides devem manter sua

população (HADDAD; HAARSTAD; TILMAN, 2000).

O objetivo desse trabalho foi determinar os morfotipos de besouros

coprófilos da macrofauna epígea do solo, que atuam sobre os bolos fecais

depositados nas combinações de diferentes níveis de adubação e pressão de

pastejo em sistema de integração lavoura-pecuária (ILP), bem como a comparação

faunística entre uma área de mata e a área de ILP.

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484.2 MATERIAL E MÉTODOS

4.2.1 Descrição da Área Experimental

Esse trabalho foi realizado na propriedade do Sr. Caetano Pacheco,

(Figura 06) localizada no município de Abelardo Luz, oeste de Santa Catarina, divisa

com o Sudoeste do Paraná. A área experimental está a 26° 31' 29,6754" de latitude

sul e 52° 15' 35,7732" de longitude oeste, a uma altitude de 851 m no cento da área

do experimental.

Figura 06 – Foto da propriedade com a localização da área onde foram implantadas as parcelasexperimentais (ILP) e das armadilhas na Mata Nativa (MN), no município de AbelardoLuz-SC.

Fonte: Imagem adaptada de Google Maps <https://maps.google.com.br/>.

O clima da região é classificado como CFb (subtropical úmido),

segundo classificação de Köppen (MAACK, 1968). O solo é um Latossolo Bruno

Textura Argilosa, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos

(EMBRAPA, 2006) e o relevo apresenta-se Suave Ondulado.

Os dados meteorológicos registrados para o município de Abelardo

Luz-SC, durante o período experimental, são apresentados na Figura 07.

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49

Figura 07 – Dados meteorológicos observados durante o período experimental (janeiro/2013 aabril/2014) no município de Abelardo Luz.

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia, INMET (2015).

O experimento foi implantado em uma área previamente utilizada no

sistema de Integração lavoura-pecuária em sistema de plantio direto. Iniciou-se com

a semeadura do sorgo, em seguida a cultura da aveia preta (Avena strigosa)

consorciada com azevém (Lolium multiflorum). Em sucessão, foi semeado (Figura

09). O levantamento planialtimétrico da área onde foi implantado o experimento é

apresentado na Figura 08.

Foram utilizados 12 piquetes os quais constituíram as unidades

experimentais. A área experimental possui 15 hectares, dos quais 10 ha compõe as

parcelas e cinco hectares são utilizados para manutenção dos animais reguladores.

O dimensionamento do tamanho dos piquetes foi realizado de modo a permitir a

manutenção de no mínimo três animais “testers” na pastagem de sorgo, conforme

apresentado na Figura 10. A área dos piquetes foi determinada de acordo com os

tratamentos, variando de 16.360 m2 a 7.424,12 m2. Foi proporcionado livre acesso

ao sal e água para todos os animais. Os animais de raça acharolezados. A Mata

nativa dista 700 metros a nordeste da área experimental. O estudo fez parte do

Projeto Integrado de Longa Duração, que avalia a Pressão de pastejo e Nível de

adubação.

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50

Figura 08 – Levantamento planialtimétrico da área onde foi implantado o experimento em AbelardoLuz – SC (Autor: Daniel Carvalho Granemann).

Figura 09 – Linha do tempo de rotação de culturas e tratamentos da área onde foi implantado oexperimento em Abelardo Luz – SC.

Legenda: BA - Baixa altura do dossel, AA - Alta altura do dossel, 150NP - Com aplicação de 150kg.ha-1 de Nitrogênio em cobertura na pastagem, 200NC - Com aplicação de 200 kg.ha -1 deNitrogênio em cobertura na cultura agrícola, 0N-Sem Nitrogênio em cobertura.

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514.2.2 Histórico da Área Experimental - Adubação da Área e Implantação da

Pastagem

A adubação de base na área foi realizada conforme recomendação da

Comissão de Química e Fertilidade do Solo (CQFS, 2004), a partir dos resultados de

análises de solo, realizadas em amostras retiradas na camada de 0 a 20 cm, antes

da implantação dos experimentos (Tabela 5).

Na implantação da pastagem foram utilizados 530 kg do adubo NPK

(08-20-20), correspondendo a 42,4 kg de N ha -1, 106 kg de P2O5 ha-1 e 106 kg de

K2O ha-1.

Tabela 5 – Analise de solo caracterização por blocos, Abelardo Luz-SC

BlocoM.O. P K Ca Mg pH CTC V m

g dm-3 ----mg dm-3 ---- ---- Cmolc –-- (CaCl2) % %

1 5,09 3,84 89,93 5,24 3,67 5,30 14,15 64,59 0,00

2 3,75 3,47 70,38 4,69 3,24 5,20 13,46 60,25 0,00

3 4,69 4,96 97,75 1,18 0,90 5,10 6,94 33,57 2,92

Média 4,51 4,09 86,02 3,70 2,60 5,20 11,52 52,80 0,97

Foi realizada a dessecação da área para implantação do experimento

no dia 15/10/2012 utilizando herbicida (Glyfosate®). A semeadura da pastagem foi

realizada no dia 07/11/2012 em sistema plantio direto, utilizando uma semeadoura

adubadora. Para a pastagem de sorgo foi utilizado o híbrido de sorgo forrageiro

mutante BMR – ADV 2800, utilizando uma população de 450.000 plantas por

hectare. No dia 20/12/2012, quando a pastagem estava com, aproximadamente, 90

cm de altura ocorreu o rebaixamento da pastagem para 30 cm e 60 cm, para entrada

dos animais.

No dia 15/01/2013 a fim se assegurar as alturas pretendidas (30 ou 60

cm) foi realizada uma roçada mecanizada a 50 cm de altura. Após este

procedimento realizou-se a adubação nitrogenada em cobertura utilizando 200 kg de

N ha-1, na forma de ureia (45% de N) nos piquetes onde foi avaliado o efeito do N em

cobertura. Todos os animais foram retirados da área, para a realização da adubação

nitrogenada, sendo novamente alocados nos piquetes no dia 08/02/2013.

No dia 08/02/2013 foi realizada a entrada dos animais nos piquetes a

fim de iniciar o período experimental. A carga animal era ajustada de forma a chegar

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52à altura pretendida de cada piquete.

O método de pastejo foi o de lotação contínua com taxa de lotação

variável (MOTT; LUCAS, 1952) usando novilhos cruzados entre as raças nelore e

charolês. A entrada e saída dos animais reguladores da pastagem eram

dependentes da distância entre o valor real de altura da pastagem e o valor

preconizado para cada altura do dossel. A cada 21 dias os animais foram presos em

curral para jejum de sólidos e líquidos, de 12 h, para sua pesagem, a fim de calcular

o ganho de peso e a carga animal. Cada unidade experimental (piquete) contou com

três animais “testers” distribuídos nas unidades experimentais.

4.2.3 Delineamento Experimental e Tratamentos

O delineamento experimental adotado para a condução do experimento

foi de blocos completos casualizados em esquema fatorial (2 X 2), com três

repetições. Cada unidade experimental foi constituída por um piquete (um lote de

animais). O primeiro fator considerado foi a altura de pastejado (30 e 60 cm). O

segundo fator foi constituído por dois níveis de adubação nitrogenada em cobertura:

0; 150 kg.ha-1 de Nitrogênio em cobertura na pastagem (NP); 200 kg.ha -1 de

Nitrogênio em cobertura na cultura agrícola (NG).

O delineamento experimental é de blocos completos ao acaso, em

arranjo fatorial, com três repetições, conforme Figura 10. Os fatores são “Aplicação

de Nitrogênio” (NG e NP) e “Altura de Pastejo” (alta e baixa). Constituindo-se dessa

forma em 12 parcelas.

Os espécimens das parcelas experimentais foram coletados a cada 10

dias, nos meses de julho a setembro, quando da presença de gado pastejando.

Em cada uma das 12 parcelas, em pontos isolados por cerca elétrica

(Figura 10), foram implantadas duas armadilhas de queda tipo pitfal (SILVEIRA,

2007; ZERBINO; MORÓN, 2003) iscadas com massa fecal, coberta com uma isca

atrativa PAT-artificial (GIRALDO et al., 2011), mesclando-se assim as metodologias

empregadas, para captura dos besouros coprófilos, num total de 24 armadilhas por

dia de coleta, conforme metodologia descrita no capítulo anterior (Figura 11 e

Figura 12).

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53Foi anotada a temperatura da placa fecal no momento da coleta.

Figura 10 – Distribuição dos tratamentos e armadilhas nas parcelas experimentais, na área deIntegração Lavoura-Pecuária. Abelardo Luz-SC.

Legenda: BL - Bloco, BA - Baixa altura do dossel, AA - Alta altura do dossel, NP - Com aplicação de150 kg.ha-1 de Nitrogênio em cobertura na pastagem, NG - Com aplicação de 200 kg.ha -1 deNitrogênio em cobertura na cultura agrícola. Os pontos vermelhos indicam a localização dasarmadilhas (Imagem adaptada de Google Maps <https://maps.google.com.br/>).

Figura 11 – Detalhe das armadilhas de solo na pastagem, A) armadilha coberta, B) Cerca deisolamento da pastagem, C) cerca elétrica.

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54

Figura 12 – Distribuição das armadilhas de solo na área protegida por cerca elétrica na pastagem.

No Laboratório de Entomologia da UTFPR, o material foi lavado com

jato leque sobre uma peneira e após a limpeza inicial, os insetos foram depositados

em frascos plásticos com tampa e álcool 70%, devidamente identificados segundo

data e parcela em que foi coletada para desinfecção e armazenagem.

Para identificação os insetos foram separados por morfotipos,

conforme identificadas na Mata Nativa, contados, tabulados e secos; em seguida,

acondicionados em envelopes devidamente identificados para depósito. Os

morfotipos que não tiveram correspondência com os coletados na mata nativa, até

cinco exemplares foram alfinetados, montados e secos para depósito como

referência na Coleção.

4.2.4 Análises Estatísticas

Após verificado o atendimento aos pressupostos da análise de

variância para as variáveis número de espécies e de insetos, os dados foram

submetidos a análise de variância (alfa= 5%) em esquema trifatorial 2 x 2 x 23, em

parcelas subdivididas no tempo (duas épocas de aplicação de nitrogênio x duas

alturas de pastejo x 23 datas de coleta), conforme delineamento blocos ao acaso.

Quando significativa, as interações entre os fatores quali e quantitativos

foram desdobradas via análise de regressão (alfa= 5%) para o fator quantitativo em

cada um dos fatores qualitativos. Em caso de interação não significativa, para o fator

quantitativo (datas de coleta) foi ajustada análise de regressão (alfa= 5%).

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55A verificação dos pressupostos da análise de variância foi realizada no

aplicativo computacional estatístico Genes (CRUZ, 2013). As análises de variância

foram realizadas no aplicativo computacional estatístico NTIA/EMBRAPA

(EMBRAPA, 1997).

O ajuste de modelos para a interação entre nitrogênio e datas de coleta

da variável número de insetos e para as datas de coleta para a variável número de

espécies foram realizados no SigmaPlot versão 12.5. Os critérios para escolha do

melhor modelo foram o maior coeficiente de determinação e a verificação de ajuste

dos pontos no gráfico.

4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observou-se nos testes iniciais, que uma maior concentração de

animais impede a manutenção de placas fecais íntegras, que, em geral, acabam

sendo desagregadas pelo próprio trânsito do gado na lavoura (observação pessoal)

o que deve diminuir a população dos coprófilos endocoprídeos, ou seja, aqueles que

se desenvolvem dentro da placa fecal, besouros de menor porte que mantém o

processo de degradação da placa nos períodos de desenvolvimento da lavoura.

Obtendo-se 74.586 espécimens coletados, num total de 30 morfotipos.

Em média, 271 insetos e 15 morfotipos por parcela por coleta, no experimento. A

variabilidade percentual em torno da média foi de 16,72% e 16,74% para as

variáveis número de insetos e morfotipos, respectivamente (Tabela 6).

Para a variável número de insetos (besouros coprófilos) (Tabela 6)

houve efeito significativo para o erro A e para a interação entre o fator C (nitrogênio

na pastagem NP e nitrogênio no grão NG) e D (datas de coleta), em nível de 5% de

probabilidade de erro. Também se observa interação entre bloco e as datas de

coletas, indicando que a estimativa da variância dessa interação (Bloco x D) é maior

do que a variabilidade do erro experimental, no entanto, isso não constitui problema

na análise, pois a estimativa da variância da interação C X D foi suficientemente

superior, a ponto de ser significativa.

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56Tabela 6 – Análise de variância do experimento trifatorial, 2 x 2 x 23 (Fator A : alturas de pastejo – alta

e baixa; Fator C: nitrogênio - nitrogênio na pastagem e nitrogênio no grão; e, Fator D:datas de coleta – 23), conduzido no delineamento blocos ao acaso, em esquema deparcelas subdivididas no tempo, com três repetições para as variáveis número de insetose número de morfotipos. Abelardo Luz, 2013-2014.

Causas de variaçãoGraus deliberdade

Número de insetos Número de morfotipos

Quadrados médiosBloco 2 40,3585ns 11,5036 ns

A 1 12,4122 ns 0,0326 ns

C 1 3,4010 ns 0,0906 ns

A*C 1 1,7844 ns 3,9457 ns

Erro A 6 32,4781* 5,0882 ns

D 22 501,3769* 92,1884*

A*D 22 9,9161 ns 2,0402 ns

C*D 22 12,2419* 3,5982 ns

A*C*D 22 4,8894 ns 3,2866 ns

Bloco*D 44 16,8972* 3,0718 ns

Erro 132 6,1872 3,3129

Total 275 - -

Média geral - 271 15

Coeficiente de variação (%) - 16,72 16,74

Para o número de morfotipos (Tabela 6), não houve nenhuma interação

significativa, sendo assim, foi ajustada equação para as datas de coleta.

O modelo que melhor explica a interação entre nitrogênio (na pastagem

e no grão) nas diferentes datas de coleta é o lognormal (JAMHOUR; LAROCA,

2004) é apresentado na Figura 13. O modelo lognormal representa comunidades

com muitos morfotipos, funcionalmente heterogêneas (PRESTON, 1948). De acordo

com o autor, neste modelo, poucos morfotipos apresentam grande e pequena

abundância e a maioria dos morfotipos apresentam abundância intermediária.

Em ambas as curvas (Figura 13), observa-se que em presença da

cultura da aveia, do primeiro dia de coleta (realizado sete dias após a implantação

da cultura) até o dia 120 houve menor número de insetos coletados e menor

variabilidade entre as coletas, em relação a cultura do milho (coleta 147 a 274). A

partir da coleta realizada aos 147 dias, observa-se crescimento exponencial no

número de insetos, tanto em presença quanto ausência de N, com pico máximo

ocorrendo, aproximadamente aos 190 dias, em ambas as curvas, o que corresponde

a valores observados de 859 e 813 insetos, na curva com NP e NG,

respectivamente. Provavelmente o aumento de número de insetos, provocado pela

aplicação de N, deva-se ao aumento de produção de matéria seca e ao aumento de

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57resíduos animais adicionados a área, uma vez que o nitrogênio afeta diretamente

estas características.

Figura 13 – Número de insetos em dois ecossistemas (lavoura e mata) em função do tempo: lavoura- interação entre nitrogênio e datas de coleta em um experimento trifatorial, 2 x 2 x 23(Fator A : alturas de pastejo – alta e baixa; Fator C: nitrogênio – nitrogênio na pastageme nitrogênio no grão; e, Fator D: datas de coleta – 23), conduzido no delineamento blocosao acaso, em esquema de parcelas subdivididas no tempo, com três repetições para asvariáveis número de insetos e número de morfotipos. As colunas tracejadas indicam omomento de aplicação do Nitrogênio. Abelardo Luz, 2013-2014.

Observa-se que houve um aumento na temperatura durante o período,

o que corresponde um incremento na população de coprófilos (Figura 14). Essa

situação também foi observada nos trabalhos de Thiele (2012) e Kromp (1999), nos

quais a ocorrência de carabídeos depende de condições ambientais como

temperatura, umidade e cobertura vegetal.

Salienta-se que houve pequena variação positiva na ocorrência de

insetos ou dos morfotipos, quando da alteração nas doses de Nitrogênio, o que foi

constatado por Haddad; Haarstad; Tilman (2000). Esse resultado, por um lado

corrobora com a hipótese deste trabalho, por outro, permite maior liberdade no que

diz respeito ao tratamento (presença ou ausência de nitrogênio) a ser aplicado no

Sistema ILP, sem riscos de prejuízo aos coprófilos que a visitam.

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Figura 14 – número de insetos, tanto em presença quanto ausência de N, com pico máximoocorrendo, aproximadamente aos 190 dias, em ambas as curvas, o que corresponde avalores observados de 859 e 813 insetos, na curva com NP e NG, respectivamente.

A partir deste ponto (190 dias) são observados decréscimos

exponenciais, com queda brusca do número de insetos coletados a partir do dia 224,

possivelmente pela ausência de animais, e por consequência, fezes na área.

A variação temporal do número de morfotipos nas culturas de aveia

(data sete a 120 de coleta) e de milho (data 147 a 274) é representada por um

modelo cúbico (Figura 15).

Na lavoura, o ponto de mínimo ocorre aos 59 dias e corresponde a sete

morfotipos, enquanto que o ponto de máximo ocorre aos 224 dias, com 12

morfotipos (Figura 15). Os pontos de máximo e mínimo para a mata resultaram em

valores fora do intervalo de estudo, sendo assim não possuem interpretação prática

adequada. Uma análise meteorológica mostra que as maiores temperaturas

influenciam nos níveis populacionais, salienta-se que a temperatura da placa fecal,

acompanhou a temperatura ambiente da mata nativa, mesmo estando localizadas

no ambiente de lavoura/pastagem, onde os picos climáticos são mais elevados.

Observa-se grande similaridade entre o número de morfotipos

encontradas na área de ILP, em comparação com a Mata nativa (Tabela 7e Figura

15), o que mostra o grau de conservação/preservação que é dado pelo Sistema ILP

em contraponto ao Sistema “convencional”. Resultado semelhante foi relatado por

Martins et al. (2009), que encontraram índices mais elevados de diversidade de

espécies e de equitabilidade de carabídeos e estafilinídeos entre os besouros

capturados nas áreas de SPD (Sistema de Plantio Direto), mas não tão elevados

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59como no fragmento florestal adjacente.

Figura 15 – Número de morfotipos em função das datas de coleta, nos ecossistemas mata e ILP,onde um experimento trifatorial, 2 x 2 x 23 (alturas de pastejo – alta e baixa; nitrogênio –nitrogênio na pastagem e no grão; e, datas de coleta – 23), conduzido no delineamentoblocos ao acaso, em esquema de parcelas subdivididas no tempo, com três repetiçõespara as variáveis número de insetos e número de morfotipos. Abelardo Luz, 2013-2014.

A proximidade da área do experimento com a Mata favoreceu o

aumento de diversidade, o que é corroborado por Klein (1989), que observou que a

riqueza e a abundância de escaravelhos estudados em fragmentos florestais

reduziram quando comparadas aos caravelhos estudos em area de floresta contínua

na Amazônia Central. O mesmo ocorreu com Duraes; Martins; Vaz de Mellos (2005),

quando do estudo entre floresta e cerrado. Ao longo de um ecótono floresta aberta-

floresta tropical na Austrália, Hill (1996) observa um aumento acentuado na riqueza

de besouros na direção da floresta.

Ao se analisar as populações de insetos do ecossistema ILP e da Mata

Nativa, observa-se que a mata recebe esses insetos após o pico que ocorre no ILP

(Figura 13). Após implantação da lavoura de milho, houve significativa mudança nos

insetos capturados, aumentaram os de pequeno porte e diminuíram os de grande

porte, que se deslocaram para a região de mata.

Ao se observar as ocorrências dos morfotipos dominantes segundo

Sakagami & Laroca (APÊNDICE C), 86,62% do total capturado na área de ILP (mf02

(26,15%), mf24, mf14, mf10, mf11, mf03 e mf07), de julho de 2013 a março de 2014

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60(Figura 16), temos um pico de população entre dezembro e janeiro, período de

verão, altas temperaturas e coincidindo com a cultura do milho, o que permite dois

questionamentos: primeiro, os morfotipos possuem hábitos alimentares de produtos

secundários do processo de decomposição da placa fecal (coprofilia); segundo, os

morfotipos possuem hábitos coprófagos e/ou das fases iniciais de decomposição

dessa placa fecal, e nesse caso, uma área de pastagem deve ser implementada,

próximo às áreas de lavoura, para melhor aproveitamento dessa população.

Existe homogeneidade entre as áreas de mata e a área de integração

lavoura-pecuária (Tabela 7) em relação aos morfotipos de besouros coprófilos, os

quais também apresentam índices de diversidade e equitabilidade semelhante nos

dois ecossistemas, mostrado que ILP tem boa conservação dos recursos naturais.

Tabela 7 – Número de morfotipos, Número total de insetos, Índices de diversidade (Shannon-Weanere Margalef) e Uniformidade ou equitabilidade em dois ecossistemas (lavoura comsistema de integração lavoura pecuária e mata) no município de Abelardo Luz – SC.2014.

Ecossistema Nº morfotipos Nº insetosDiversidadeShannon-Weaner

DiversidadeMargalef

Uniformidade ouequitabilidade

Lavoura 30 74586,00 2,13 2,58 0,62

Mata 29 16301,00 2,35 2,89 0,70

Observa-se associação não significativa entre a dominância (Tabela 8),

frequência (Tabela 9) e constância (Tabela 10) dos coleópteros e o ecossistema em

nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste Qui-Quadrado para duas amostras

independentes, ou seja, não há relação entre os referidos indices e o ecossitema.

Tabela 8 – Dominância (número de morfotipos) de Coleopteros, método de Laroca e Mielke e métodode Sakagami e Larroca em dois ecossistemas (lavoura com sistema de integraçãolavoura-pecuária e mata) no município de Abelardo Luz – SC. 2014.

EcossistemaDominância (L&M)

TotalDominância (S&L)

TotalD1 ND2 D1 ND2

Lavoura 25 5 30 7 23 30

Mata 25 4 29 9 20 29

Total 50 9 59 16 43 59

p-valor Teste 2 0,9559 ns 0,7097 1D= Dominante. 2ND= Não Dominante. ns= Associação não significativa entre a dominância doscoleópteros e o ecossistema em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste Qui-Quadrado paraduas amostras independentes.

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61A ocorrência ou não de simetria entre os índices ambientais pode ser

um problema sério por exercer forte influência sobre as estimativas dos parâmetros

de regressão conduzindo a resultados enganosos (SILVA, 1995). Entretanto,

Pacheco et al. (2002) demonstram que quando se fez a comparação entre índices

ambientais dentro de genótipos, para um mesmo grupo de genótipos, as

(co)relações podem ser identificados como previsíveis.

Tabela 9 – Frequência (número de espécies) de Coleopteros, em dois ecossistemas (lavoura comsistema de integração lavoura pecuária e mata) no município de Abelardo Luz – SC.2014.

EcossistemaFrequência

TotalMF1 F1 PF3

Lavoura 5 6 19 30

Mata 6 6 17 29

Total 11 12 36 59

p-valor Teste 2 0,9116 ns 1MF= Muito Frequente. 2F= Frequente. 3PF= Pouco Frequente. ns= Associação não significativa entrea frequência dos coleópteros e o ecossistema em nível de 5% de probabilidade de erro pelo testeQui-Quadrado para duas amostras independentes.

Tabela 10 – Constância de Coleopteros (número de espécies), em dois ecossistemas (lavoura comsistema de integração lavoura pecuária e mata) no município de Abelardo Luz – SC.2014.

EcossistemaConstância

TotalW1 Y2 Z3

Lavoura 19 4 7 30Mata 10 6 13 29Total 29 10 20 59

p-valor Teste 2 0,0830 ns 1W= Constante. 2Y= acessória. 3z= acidental. ns= Associação não significativa entre a constância doscoleópteros e o ecossistema em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste Qui-Quadrado paraduas amostras independentes.

Os parâmetros faunísticos que caracterizam a área de integração

lavoura-pecuária (Tabelas 7 a 10) mostram as vantagens do sistema por sua

semelhança com a mata, em relação ao aumento da biodiversidade, o que permite

controle de ectoparasitas, aumento na ciclagem de nutrientes, aumento na área de

pastejo e, consequentemente maior lucro ao agricultor.

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Figura 16 – Principais ocorrências dos morfotipos de besouros coprófilos na área de ILP, junho 2013a março 2014 - Abelardo Luz - SC

Em relação a ocorrência de morfotipos nas áreas de Mata Nativa e ILP

(Figura 17 e Tabelas 8, 9 e 10), indica-se a vantagem da adoção do sistema de ILP

pelo grande número de morfotipos comuns às áreas, o que demonstra o alto grau de

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63similaridade com o ambiente nativo, e em consequência, mais adequado.

Figura 17 – Ocorrência de morfotipos nas áreas de Mata Nativa (oval) e ILP (retangular). A interseçãomostra os morfotipos que ocorrem nos dois ambientes.

4.3.1 Análise dos Morfotipos Dominantes na Área de Mata Nativa e ILP

Observa-se (Figura 18) que entre os morfotipos dominantes (Método

de Sakagami e Larroca) de besouros coprófilos na área de Mata Nativa (mf02 >

mf01 > mf18 > mf05 > mf03 > mf14 > mf07 > mf12 (D)), comparados com sua

ocorrência na área de ILP, no geral, apresentam maiores concentrações

populacionais na área de ILP.

No caso do morfotipo mf02, dominante e constante na mata nativa,

observa-se um deslocamento populacional da mesma para a área de ILP nos

períodos de julho e dezembro-janeiro. O mesmo padrão ocorre com os morfotipos

mf03, mf14. Já os morfotipos mf01, mf07 e mf12 apresentam menor avanço às

áreas de ILP no período dezembro-janeiro.

O morfotipo mf05 simplesmente desloca-se à área de ILP em fevereiro,

possivelmente impulsionado pela concorrência por alimentos na mata nativa, o

mesmo padrão ocorre com o mf18 no período dezembro-janeiro. Souza, Hernandez

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64e Martins (2005) obtiveram o mesmo resultado na Reserva Biológica Guaribas; os

autores sugerem também que a área de entorno da Mata ou área de Transição,

poderia funcionar como uma área "tampão" para os morfotipos da Mata, ou seja,

uma área de suporte de recursos e que, dessa forma, torna-se muito importante

para a conservação dos fragmentos de Mata Atlântica (SOUZA; HERNANDEZ;

MARTINS, 2005).

Em contraponto, uma pequena parte da população dos morfotipo mf11

e 15 (Dominantes na ILP) deslocam-se da área de ILP para a de mata nativa a partir

de setembro, sugerindo que a usam como área de alimentação secundária. Os

morfotipos mf23 e mf24 raramente deslocam-se das áreas de ILP, o que indica sua

preferência pelo ambiente de campo/pastagem/lavoura.

Um estudo mais aprofundado dos morfotipos não dominantes,

principalmente analisando-se seus hábitos alimentares, deve estar relacionado com

a evolução da placa fecal (PAT), no que se refere aos processos de decomposição e

degradação, o que é corroborado por Nitu et al. (2010).

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Figura 18 – Morfotipos dominantes de besouros coprófilos na área de Mata Nativa e ILP, abril 2013 aabril 2014 - Abelardo Luz - SC

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664.4 CONCLUSÕES

Sete morfotipos apresentaram dominância na área de ILP, perfazendo

87,62% dos indivíduos coletados, sendo o morfotipo 02 o mais dominante com

ocorrência de 26,15%. Os índices de abundância e frequência são semelhantes

entre a mata e a área de ILP. Houve correlação positiva entre a aplicação de

Nitrogênio e a ocorrência de coprófilos, o que permite maior liberdade no que diz

respeito a adubação a ser aplicado no Sistema ILP. Verificou-se também que parte

dos insetos migram da cultura agrícola para a área de mata nativa após atingir seu

pico populacional. A grande similaridade entre a mata nativa e o Sistema ILP indica

os benefícios ecológicos da adoção dessa tecnologia sobre os demais manejos.

A pressão de pastejo não influiu na presença de coprófilos.

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675 CONSIDERACÕES FINAIS

O uso das armadilhas combinadas com atrativos (PAT-artificial), se

mostrou 10 vezes mais eficiente na captura de coprófilos que os processos até

então usados, o que abre novos horizontes científicos, onde a especificidade de

coleta permite análises sobre o foco de interesse, no caso os besouros coprófilos, o

que também nos traz mais segurança nas avaliações. Também reduziu a quantidade

de material a ser triado, dos dois quilogramas por placa fecal para menos de 400

gramas por armadilhas.

Como sugestão para novos trabalhos, recomenda-se estudar

processos de pré-remoção de sólidos e diferentes composições de PAT-artificial,

visando garantir maior fluidez durante o processo de lavagem, facilitando assim a

triagem, bem como avaliar os potenciais de bioturbação dos diferentes morfotipos de

coprófilos capturados e formas de incrementar sua participação no Sistema ILP.

Outra sugestão é avaliar a evolução das espécies, segundo seu grupo trófico, ao

longo da evolução da placa fecal (PAT) desde a deposição até sua total

decomposição.

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78ÍNDICE DE APÊNDICES E ANEXOS

APÊNDICE A – Análise de solo final do verão 2014, Abelardo Luz-SC...............80

APÊNDICE B – Dados climáticos da mata nativa no período de abril de 2013 a abril de 2014, Abelardo Luz-SC................................................................................82

APÊNDICE C - Dominância, método de Laroca & Mielke e pelo método de Sakagami e Laroca; Abundância, Frequência e Constância no ecossistema de integração lavoura-pecuária. Abelardo Luz - SC, 2013-2014................................83

APÊNDICE D – Morfotipos, família e respectivas espécies, encontrados nas áreas de Mata nativa e ILP, em Abelardo Luz – SC, no período 2013/2014.........84

ANEXO A - Classificação do coeficiente de correlação linear de Pearson.........87

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79

APÊNDICES

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80APÊNDICE A – Análise de solo final do verão 2014, Abelardo Luz-SC.

PiqueteProfun-didade

M.O. P K Ca Mg pH CTC V m

g dm-3 ----mg dm-3 ---- ---- Cmolc –-- (CaCl2) % %

1

0 - 5 36,19 6,00 50,83 3,29 0,87 4,50 9,64 44,50 5,51

5 - 10 17,42 0,69 31,28 2,16 0,92 4,90 6,84 46,20 1,56

10 - 20 33,51 1,33 39,10 3,52 1,26 5,00 8,85 55,14 1,01

20 - 40 50,93 14,94 234,60 4,24 1,29 4,60 12,11 50,62 4,81

40 - 60 26,80 1,33 19,55 1,83 1,31 4,40 9,40 33,94 25,12

2

0 - 5 29,48 1,33 19,55 2,11 1,43 4,60 9,35 38,40 11,58

5 - 10 48,25 11,06 78,20 6,36 2,85 5,40 13,38 70,33 0,00

10 - 20 36,19 6,00 39,10 4,45 2,11 5,00 12,01 55,45 0,75

20 - 40 46,91 8,12 324,53 5,55 2,91 5,10 13,26 70,06 0,00

40 - 60 41,55 1,33 78,20 3,85 2,77 4,80 11,78 57,89 1,16

3

0 - 5 38,87 7,41 136,85 7,10 2,72 5,60 13,59 74,83 0,00

5 - 10 40,21 5,31 70,38 5,08 2,44 5,20 11,38 67,66 0,00

10 - 20 45,57 6,70 58,65 4,42 1,71 4,70 12,04 52,16 1,87

20 - 40 30,83 1,33 31,28 4,13 2,64 5,20 10,27 66,70 0,00

40 - 60 56,29 9,57 215,05 6,74 2,19 5,20 12,70 74,65 0,00

4

0 - 5 33,51 0,69 19,55 2,23 0,89 4,40 8,52 37,21 17,88

5 - 10 29,48 1,97 58,65 1,95 1,74 4,70 8,45 45,44 2,78

10 - 20 40,21 19,93 50,83 4,63 1,48 4,80 10,52 59,32 0,95

20 - 40 25,46 0,69 11,73 1,68 0,50 4,40 7,97 27,73 25,08

40 - 60 32,17 0,69 19,55 1,83 1,44 4,40 7,93 41,87 16,79

5

0 - 5 26,80 0,69 19,55 2,96 1,57 4,80 8,86 51,69 3,38

5 - 10 49,59 3,96 58,65 5,22 3,00 5,10 12,05 69,46 0,00

10 - 20 25,46 1,33 19,55 1,99 1,45 4,80 6,91 50,51 1,97

20 - 40 33,51 0,69 11,73 1,87 1,17 4,50 8,42 36,46 22,28

40 - 60 34,85 2,63 50,83 4,60 1,50 5,00 9,91 62,87 0,64

6

0 - 5 42,89 7,41 109,48 4,55 3,25 5,10 12,05 67,05 0,00

5 - 10 48,25 5,31 168,13 6,42 2,79 5,20 13,32 72,37 0,00

10 - 20 46,91 6,70 363,63 4,77 2,42 5,10 12,09 67,16 0,00

20 - 40 22,78 1,33 50,83 3,90 2,68 5,10 10,39 64,58 0,00

40 - 60 50,93 3,29 31,28 3,25 1,31 4,60 9,65 48,08 6,83

7

0 - 5 37,53 5,31 78,20 6,74 3,35 5,30 13,71 75,05 0,00

5 - 10 28,14 3,29 50,83 4,66 2,81 5,10 11,02 68,97 0,00

10 - 20 49,59 9,57 324,53 4,82 3,02 5,10 12,35 70,20 0,00

20 - 40 20,10 2,63 19,55 2,31 1,49 4,70 7,82 49,23 2,53

40 - 60 18,76 1,33 19,55 1,74 1,15 4,40 6,12 48,04 10,37

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81

8

0 - 5 42,89 5,31 89,93 7,34 2,70 5,70 13,45 76,36 0,00

5 - 10 30,83 5,31 58,65 4,28 3,30 5,00 10,68 72,38 0,00

10 - 20 46,91 10,31 175,95 2,80 1,41 5,30 7,84 59,44 0,00

20 - 40 49,59 8,12 207,23 5,65 3,05 5,30 12,91 71,49 0,00

40 - 60 26,80 1,33 31,28 2,16 1,22 4,50 8,42 41,09 7,49

9

0 - 5 28,14 3,29 109,48 3,08 1,74 4,80 10,45 48,80 1,54

5 - 10 25,46 1,33 19,55 1,59 1,18 4,60 7,43 37,95 5,69

10 - 20 32,17 3,29 39,10 3,88 1,31 4,70 10,64 49,72 1,49

20 - 40 50,93 11,06 226,78 5,56 2,65 5,00 12,01 73,19 0,00

40 - 60 30,83 2,63 31,28 6,41 3,99 5,60 13,66 76,72 0,00

10

0 - 5 46,91 5,31 168,13 4,25 1,64 5,10 10,29 61,42 0,00

5 - 10 30,83 0,69 19,55 2,05 1,81 4,50 9,26 42,22 12,72

10 - 20 48,25 11,06 441,83 5,33 3,18 5,10 13,92 69,25 0,00

20 - 40 33,51 0,69 39,10 3,56 2,03 4,50 9,37 60,73 0,87

40 - 60 40,21 1,33 50,83 4,67 3,12 5,20 12,20 64,92 0,00

11

0 - 5 45,57 2,63 39,10 3,79 1,76 5,20 11,41 49,52 1,40

5 - 10 22,78 0,69 39,10 1,45 1,27 4,90 7,78 36,25 14,80

10 - 20 20,10 0,69 19,55 2,23 1,86 4,50 8,75 47,31 3,72

20 - 40 58,97 6,00 215,05 5,50 1,94 4,90 11,83 67,54 0,87

40 - 60 37,53 3,96 156,40 4,86 1,89 5,20 11,76 60,80 1,38

12 0 - 5 25,46 0,69 39,10 1,65 1,12 4,90 7,83 36,65 20,50

5 - 10 42,89 1,33 39,10 3,54 1,89 4,40 9,81 56,37 1,95

10 - 20 33,51 0,69 19,55 2,00 0,61 4,90 8,42 31,59 28,49

20 - 40 46,91 2,63 89,93 4,36 2,04 4,40 10,60 62,55 0,90

40 - 60 45,57 8,12 70,38 5,50 2,41 5,00 12,37 65,40 0,98

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82APÊNDICE B – Dados climáticos da mata nativa no período de abril de 2013 a abrilde 2014, Abelardo Luz-SC.Data T-placa T-mata UR-mata T-média T-máx T-mín N-ins N-spAbr_2013 19,25 18,90 69,00 16,54 23,80 10,98 67,00 7,50Mai_2013 14,21 13,17 85,33 12,34 18,80 8,30 34,42 6,75Jun_2013 13,57 14,75 76,00 13,77 18,63 9,45 18,00 3,81Jul_2013 14,28 14,60 73,90 12,35 17,57 8,63 33,75 6,00Ago_2013 15,95 17,57 59,67 17,95 22,03 11,77 49,17 6,67Set_2013 17,45 19,40 67,33 18,32 22,63 13,73 99,83 10,00Out_2013 18,69 20,60 55,50 15,52 20,65 10,95 166,13 11,13Nov_2013 20,07 20,53 69,33 20,89 27,53 16,20 233,92 13,33Dez_2013 20,83 22,43 67,00 20,41 28,23 15,37 197,00 13,25Jan_2014 20,81 20,00 81,20 21,31 28,87 16,60 188,58 14,83Fev_2014 18,97 20,67 62,43 20,59 27,20 15,43 263,25 16,58Mar_2014 20,42 21,33 73,57 20,47 27,60 16,03 51,00 10,25Abr_2014 22,23 22,20 62,20 20,75 27,75 16,80 75,63 13,00Média 18,21 18,93 69,42 17,79 23,95 13,10 113,67 10,24Maior Média 22,23 22,43 85,33 21,31 28,87 16,80 263,25 16,58Menor Média 13,57 13,17 55,50 12,34 17,57 8,30 18,00 3,81Máxima 23,6 25,3 91 25,5 32,1 19,4 464 19Mínima 10,2 11,2 39,7 8,78 14,2 3 0 0

Legenda: T-placa – Temperatura da Placa Fecal Artificial (PAT-artificial); T-mata – Temperaturaambiente; UR-mata – Umidade Relativa; T-média – Temperatura média; T-máx – Temperaturamáxima; T-mín – Temperatura mínima; N-ins – Número de insetos coletados; N-sp - Número demorfotipos coletadas.

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83APÊNDICE C - Dominância, método de Laroca & Mielke e pelo método deSakagami e Laroca; Abundância, Frequência e Constância no ecossistema deintegração lavoura-pecuária. Abelardo Luz - SC, 2013-2014.

MorfotipoNúmero deindivíduos

Númerode

coletas

Dom.Laroca &

Mielke

Dom.Sakagami& Laroca

Abundância Frequência Constância

mf02 19510 23 D D ma MF Wmf24 18360 21 D D ma MF Wmf14 8626 22 D D ma MF Wmf10 5827 23 D D ma MF Wmf11 5780 23 D D ma MF Wmf03 3687 22 D D c F Wmf07 3562 23 D D c F Wmf23 2419 22 D ND c F Wmf28 2249 23 D ND c F Wmf15 2070 19 D ND c F Wmf30 769 17 D ND c F Wmf01 524 18 D ND d PF Wmf25 403 20 D ND d PF Wmf12 191 17 D ND d PF Wmf16 119 17 D ND r PF Wmf09 113 12 D ND r PF Wmf32 95 16 D ND r PF Wmf19 89 14 D ND r PF Wmf08 58 14 D ND r PF Wmf18 33 8 D ND r PF Ymf31 28 10 D ND r PF Ymf20 24 11 D ND r PF Ymf26 21 9 D ND r PF Ymf05 11 5 D ND r PF Zmf06 9 3 D ND r PF Zmf21 3 2 ND ND r PF Zmf13 2 2 ND ND r PF Zmf29 2 2 ND ND r PF Zmf04 1 1 ND ND r PF Zmf22 1 1 ND ND r PF Z

D= dominante; ND= Não dominante; ma= muito abundante. c=comum; d=dominante; r= raro; PF=pouco frequente; F= frequente; MF= muito frequente; W= constante; Y= acessória; Z= acidental.

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84APÊNDICE D – Morfotipos, família e respectivas espécies, encontrados nas áreasde Mata nativa e ILP, em Abelardo Luz – SC, no período 2013/2014.

Morfo-tipo

Família Subfamília Espécie Grupo TróficoCarnívoro, Detritívoro

ou Fungívoro

Foto

mf01 ScarabaeidaeLatreille, 1802

Dichotomius Dichotomius assifer (ESCHSCHOLTZ, 1822)GBIF ID 1092981

Detritívoro ouHerbívoro

mf02 Scarabaeidae Detritívoro ouHerbívoro

mf03 Scarabaeidae Canthon amabilis Detritívoro ouHerbívoro

mf04 Scarabaeidae Eurysternus Eurysternus caribaeus (Herbst, 1789) GBIF ID4997972

copro-necrófaga

mf05 Scarabaeidae Eurysternus Eurysternus parallelus HERBST, 1789/Castelnau, 1840 GBIF ID 4997968

copro-necrófaga

mf06 Staphilinidae

mf07 Staphilinidae Predador (larvasDiptera)

Carnívoro, Detritívoroou Fungívoro

mf08 Histeridae Carnívoro

mf09 Staphilinidae

mf10 Histeridae Predador (larvasDiptera)

Carnívoro

mf11 Scarabaeidae Detritívoro ouHerbívoro

mf12 Scarabaeidae Uroxys sp1 copro-necrófaga

mf13 Trogidae

mf14 Scarabaeidae Canthidium aff. trinodosum Boheman, 1858 Detritívoro ouHerbívoro

mf15 Scarabaeidae Detritívoro ouHerbívoro

mf16 Scarabaeidae Canthon chalybaeus Blanchard, 1843

mf17 Scarabaeidae Deltochilum brasiliense Castelnau, 1840

mf18 Scarabaeidae Scarabaeinae Dichotomius sp.

mf19 Carabidae PredadorCarnívoro

mf20 Scarabaeidae Canthon latipes Blanchard, 1843 GBIF ID1092705

mf21 Scarabaeidae

mf22 Scarabaeidae Deltochilum morbillosum Burmeister, 1848

mf23 Scarabaeidae Dichotomius bicuspis (GERMAR, 1824)GBIF ID 1093049

Detritívoro ouHerbívoro

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85mf24 Silphidae Necrófagas/micófagas

/saprófagas(vg)Detritívoro

mf25 Tenebrionidae Predador noturnoCarnívoro

mf26 Scarabaeidae Coprophanaeus ???Sulcophanaeus???

mf27 Scarabaeidae

mf28 Scarabaeidae Sulcophanaeus menelas Detritívoro ouHerbívoro

mf29 Scarabaeidae

mf30 Elateridae saprófagas, fitófagasou predadoras

Herbívoro, Carnívoroou Fungívoro

mf31 Scarabaeidae Detritívoro ouHerbívoro

mf32 Tenebrionidae

Fonte: GBIF.org (2015). Free and open access to biodiversity data <http://www.gbif.org/> 28 abr. 2015;Scarabaeinae dung beetles <http://scarabaeinae.myspecies.info/taxonomy/term/18856>

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ANEXOS

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87ANEXO A - Classificação do coeficiente de correlação linear de Pearson.

Fonte: Carvalho, Lorencetti e Benin (2004).