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MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

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Page 1: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

MACROECONOMIA

CAP3-3O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Page 2: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Definição e funções do orçamento do Estado

Despesas e Receitas Saldos orçamentais e poupança

pública O saldo orçamental e o rendimento Os efeito da politica fiscal sobre o

saldo orçamental A dívida Pública

Page 3: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

John Maynard Keynes, 1883-1946

Milton Friedman, 1912-2006

Adam Smith, 1723-1790

INTERVENÇÃO DO ESTADO OU LIBERALISMO?

Page 4: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

O papel do Estado na economia: Permanente discussão na teoria económica: agente regulador. “Liberais”: o Estado deve limitar-se

regulação do funcionamento dos mercados. agente interveniente. “Intervencionistas”: maior

intervenção do Estado Entre estes destacam-se os “keynesianos”.

Funções do Estado Afectação de recursos e crescimento - eficiência Redistribuição do rendimento - equidade Estabilização - estabilidade

FUNÇÕES E PAPEL DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO OU LIBERALISMO?

Page 5: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Finanças Públicas Confronto entre:

Despesas do Estado (bens e serviços, investimento, transferências, juros da dívida pública, etc.)

Receitas do Estado (impostos, contribuições para a segurança social, lucros de participações, etc.)

Orçamento do Sector Público Administrativo (SPA) SPA = Administração Central, Administração Local e

Segurança Social Orçamento: previsão das receitas e das despesas a

realizar num determinado período de tempo Lei do Orçamento

Autorização dada pela Assembleia da República para o exercício da actividade financeira do Estado num dado ano.

1. Definição e funções do Orçamento do Estado

Page 6: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Despesas correntes: Fazem-se no decurso de um ano e esgotam-se nesse mesmo ano:

Vencimentos dos funcionários Aquisição de bens não duradouros Transferências correntes Juros da dívida pública

Despesas de capital Realizam-se num determinado ano mas os efeitos prolongam-se nos

anos seguintes Investimentos em capital fixo (infraestruturas, equipamentos, etc.) Compras de acções Reembolsos de empréstimos Transferências de capital

2. Despesa e Receitas

Page 7: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Classificação funcional das despesas públicas Funções gerais de soberania

Serviços gerais da Administração Pública, defesa, segurança e ordem pública

Funções sociais Educação, saúde, segurança a acção sociais,

habitação e serviços colectivos, serviços culturais, recreativos e religiosos

Funções económicas Agricultura, indústria, transportes, comércio e

turismo Outras funções (e. g. operações da dívida pública)

Despesa pública

Page 8: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Fonte: Comissão Europeia (2006)

Despesa do Sector Público Administrativo

20%

30%

40%

50%

1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005

Portugal (% do PIB)

Despesa Total

Despesa Corrente

Despesa pública

Page 9: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Despesa pública em percentagem do PIB

30

35

40

45

50

55

60

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Euro area (13 countries)

Denmark

Germany

Spain

France

Netherlands

Portugal

Sweden

United Kingdom

Page 10: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Receitas Públicas Receitas patrimoniais ou voluntárias

Vendas, rendas, juros e lucros. Receitas coercivas ou obrigatórias

Taxas Impostos Contribuições para a Segurança Social Multas, coimas, etc.

Os impostos são a principal receita do Estado!

Receita pública

Page 11: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Classificações dos impostos: Quanto à incidência redistributiva:

Progressivos (a taxa média aumenta com o rendimento dos contribuintes).

Regressivos (a taxa média diminui com o rendimento dos contribuintes).

Porporcionais (a taxa média não se altera com o rendimento dos contribuintes).

Quanto à base de incidência: Directos:

Incidem directamente sobre o rendimento ou património.

IRS e IRC são impostos directos.

Indirectos: Incidem sobre os bens e serviços transaccionados no

mercado. O IVA é um imposto indirecto.

Page 12: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Saldo Orçamental (SO) = Receitas – Despesas Se SO > 0 temos um superávite (ou excedente). Se SO < 0 temos um défice. O saldo orçamental vem: Ou

Mas uma alteração dos instrumentos de política orçamental provoca alterações no saldo orçamental.

Essas alterações têm consequências sobre o stock de dívida pública. O saldo orçamental é uma variável endógena porque depende:

das variáveis de política orçamental; do produto de equilíbrio.

Diferentes conceitos de saldo orçamental: Saldo Corrente = Receitas Correntes – Despesas Correntes Saldo Global (ou convencional) = Receitas totais (sem emissão

de dívida) – Despesas totais (sem amortização de dívida) Saldo Primário = Saldo Global – Juros da dívida pública

TRGtYTTRGT SO

3. Saldos orçamentais e poupança pública

PublSO T G TR I

Page 13: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS
Page 14: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

4. EFEITOS DOS INSTRUMENTOS DA POLITICA FISCALSOBRE O SALDO ORÇAMENTAL

•O so saldo orçamental vem: TRGtYTTRGT SO •O eo efeito da variação dos gastos públicos sobre o saldo orçamental é:

1

G

Yt

G

SORR e como

)1(1

1

tcG

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1

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G

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•O eo efeito de uma variação das transferências sobre o saldo orçamental é:

1RT

Yt

RT

SO

1

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ct

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1

tc

ctcct

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1

tc

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0

•O eo efeito da variação da taxa de imposto sobre o saldo orçamental é:

Yt

Yt

t

SO

e como )1(1 tc

cY

t

Y

e

2)1(1 tc

Ac

t

SO

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A0

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então

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tc

YtcctY

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tc

Yc

•O eo efeito de uma variação dos impostos autónomos sobre o saldo orçamental é:

T

Yt

T

SO1

)1(1

1tc

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tc

cttc

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1

tc

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1

tc

c

Page 15: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Representação gráfica do saldo orçamental de equilíbrio:

SO

Y

0

PublSO = T -G -TR - I + t.Y

PublT -G -TR - I

5. O saldo orçamental e o nível do produto

Page 16: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Saldo orçamental e produto

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Sop

SO

Soca

produto

Page 17: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Saldo orçamental em percentagem do PIB

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Euro area (13 countries)

Denmark

Germany

Spain

France

Netherlands

Portugal

United Kingdom

Page 18: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Relação entre saldo orçamental, poupança e dívida públicas:

A poupança do Estado iguala o saldo orçamental. Se SO < 0 (défice), há necessidade de financiamento do Estado. A variação da dívida pública é o simétrico do Saldo Orçamental

(nominal): Um corredor para a gestão do orçamento: défice equilibrado ou

rácio da dívida constante

DOSOBBB ttt 1

6. A Dívida Pública

Page 19: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Vamos também admitir que só existe um tipo de receita pública: Impostos (nominais): Tt

Interessa-nos, muitas vezes, o peso destas variáveis no PIB: Pacto de Estabilidade e Crescimento SOt/Yt > -0,03; Limite da UEM para dívida Bt/Yt < 0,60)

Por vezes interessa estudar o saldo primário então usamos a expressão:

Para simplificar, vamos admitir que só há três tipos de despesa pública: Consumo público (nominal): Gt

Transferências do Estado para as famílias (nominais):TRt

Juros da dívida pública: it.Bt-1

11 ttttttt iBTTRGBBB

Page 20: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

A sustentabilidade do défice: o défice nulo

A restrição orçamental é:

O equilíbrio: saldo nulo

O rácio da dívida reduz-se com o crescimento do rendimento

BDO

BTTRG

AMBTTRG

00

Y

Bb

BDO

0

Page 21: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

O rácio da dívida constante vem:

O défice sustentável depende da taxa de crescimento nominal

bgd

,

gY

B

Y

DO

BgDOY

YBDO

Y

YBBou

Y

B

Y

B

A sustentabilidade do défice: o rácio da dívida constante

Page 22: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

O CRESCIMENTO DO PRODUTO E O SALDO ORÇAMENTALPORTUGAL

-10,0

-8,0

-6,0

-4,0

-2,0

0,0

2,0

4,0

6,0

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

PIB SO

Page 23: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

A variação do rácio da dívida e o saldo primário

t

t

t

t

t

t

t

t

Y

Bi

Y

DOp

Y

B

Y

B 11 t

t

t

t

t

t

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t

Y

B

Y

Bi

Y

DOp

Y

B 11 t

t

t

t

t

t

Y

Bi

Y

DOp

Y

B 1)1(

1

1

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t

t

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t

Yg

Bi

Y

DOp

Y

B

1

1

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t

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t

t

Yg

Bi

Y

DOp

Y

B1)1(

)1(

t

t

tt b

g

i

Y

DOpb

1)1( tt

tt bgi

Y

DOpb

1)1( ttt

t bgibY

DOp

A variação do rácio da dívida depende num determinado período t:

do peso do défice primário no PIB;

da diferença entre a taxa de crescimento do PIB a taxa de juro real;

do coeficiente da dívida no final do período anterior.O saldo primário vem:

Com rácio constante temos.

Da restrição orçamental com explicitação do saldo primário vem:

)( gibY

DOpt

t

t

Page 24: MACROECONOMIA CAP3-3 O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS

Retirado de: A Economia Portuguesa, DGEP, 2006.

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