macroeconomia cap3-1 o consumo e a poupanÇa. 1. consumo privado e poupança das família 2. a...
TRANSCRIPT
MACROECONOMIA
CAP3-1O CONSUMO E A POUPANÇA
O CONSUMO E A POUPANÇA
1. Consumo privado e poupança das família 2. A função de consumo Keynesiana 3. A teoria do consumo no modelo: aproximação
linear à função keynesiana geral 4. O consumo e as perspectivas de rendimento
futuro Teoria do rendimento permanente
(Friedman, Nobel da Economia, 1976) Teoria do ciclo de vida (Modigliani, Nobel
da Economia, 1985) Teoria microeconómica clássica ( I. Fisher)
Consumo privado É a despesa em bens e serviços de consumo (final), feita pelas
famílias é uma variável de fluxo
( mede-se para um período em u.m./u.t. ,5 mil euros por ano)
Em Portugal, representa cerca de 60 por cento do PIB
Poupança É a parcela do rendimento disponível não utilizado no consumo
Riqueza das famílias Valor dos seus activos, líquidos das responsabilidades
financeiras (dívidas) Automóveis, casas e recheio, jóias, dinheiro no banco,
acções, etc. Menos empréstimos bancários contraídos e outras
dívidas É uma variável de stock
mede-se num determinado momento em u.m. (250 mil euros em 27 de Março de 2003).
A poupança constitui um aumento da riqueza As teorias do consumo orientadas para o futuro relacionam
consumo com riqueza
1. CONSUMO PRIVADO, POUPANÇA E RIQUEZA
Quais os determinantes das despesas em consumo por parte das famílias? Rendimento disponível corrente
Rendimento corrente Impostos directos
Remuneração da poupança (taxa de juro) Riqueza Crédito Dívida privada Inflação Perspectivas de rendimento no futuro Estrutura etária, educação, ocupação, composição
das famílias
DETERMINANTES DO CONSUMO DAS FAMÍLIAS
C=f(Y,T,r,W,Cr,Cp,…)
Consumo privado (C) e rendimento disponível das famílias (Yd) Nem todo o rendimento dos factores primários (rendimento
primário ou PIB) fica disponível para ser gasto em consumo. A poupança das famílias (S) é a parte não gasta em consumo
do seu rendimento disponível.dS Y C
O CONSUMO PRIVADO E O RENDIMENTO DISPONÍVEL
O que é o rendimento disponível? Rendimento que as famílias dispõem no presente = Rendimento primário (terra, trabalho, capital) + Operações aditivas
prestações sociais (reforma, invalidez, subsídio de desemprego) transferências do resto do mundo
- Operações subtractivas impostos sobre o rendimento contribuições para a segurança social transferências para o resto do mundo
O consumo privado surge empiricamente relacionado com o rendimento disponível
Fonte: Comissão Europeia (2005)
Consumo Privado e Rendimento Disponível das Famílias
40
45
50
55
60
65
70
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Portugal (preços constantes de 1995)
10^9
Eu
r. 1
995
C Yd
Acréscimos nos preços acompanhados de acréscimos em igual proporção no rendimento nominal não deveriam influenciar o consumo: nessas condições, o rendimento real
permanece constante; no entanto, os consumidores podem sofrer de
“ilusão monetária”. Ilusão monetária: doença do foro económico em
que variações nominais são tomadas erradamente por variações reais...
O consumo e a inflação
2. A FUNÇÃO KEYNESIANA DO CONSUMO
Hipóteses sobre os comportamentos: 1) Trata-se de uma função contínua e diferenciável:
2) Esta função só tem sentido económico para um valor positivo do consumo privado e do rendimento disponível:
dC C Y
0 , 0d dC Y Y com
A função consumo keynesiana relaciona o consumo com o rendimento disponível corrente
Assume que o rendimento disponível real corrente das famílias é o principal determinante do comportamento do consumo privado (pode-se ignorar os outros).
3) Quanto maior o rendimento real, maiores serão as intenções de despesa das famílias em bens de consumo:
' 0dd
dCC Y
dY
Esta hipótese também é referida como assumindo uma Propensão Marginal a Consumir (dC/dYd) positiva.
4) Cada u.m. adicional de rendimento disponível não será totalmente gasta em consumo:
' 1dd
dCC Y
dY
Esta hipótese também é referida como assumindo uma Propensão Marginal a Consumir (dC/dYd) menor que a unidade.
As propensões marginal e média a consumir
Aproximação linear à função keynesiana geral:
. dC C c Y 10 c C – intenções de despesa em consumo privado,
medidas em u.m. (do ano base)/u.t. Yd – rendimento disponível das famílias, medido em
u.m. (do ano base)/u.t. c – propensão marginal a consumir, número puro. - consumo autónomo, medido em u.m. (do ano
base)/u.t. É a parte do consumo que não depende do rendimento
disponível. Representa a influência de outras determinantes do consumo. Geometricamente, é a ordenada na origem da função de
consumo.
C
4. O CONSUMO E A POUPANÇA NO MODELO SIMPLES
Representação gráfica: versão linear
C
Yd0
45º
. dC C c Y
Representação gráfica da função consumo
c, propensão marginal a consumir
0;1d
dCc
dY
Quando o rendimento disponível aumenta em 1 u.m./u.t. …
… as intenções de consumo privado aumentam em c u.m./u.t.
c é o declive da curva que representa a função de consumo (constante, neste caso linear).
4. A TEORIA DO CONSUMO NO MODELO SIMPLES
C/Yd , propensão média a consumir
cY
C
Y
C
dd
Varia com o rendimento disponível (não é constante), mesmo neste caso linear.
É maior (menor) que a propensão marginal a consumir se o consumo autónomo for positivo (negativo).
C = -0,64 + 0,96.Yd
Função de Consumo Keynesiana Linear para Portugal (1995-2003)
50
52
54
56
58
60
62
64
66
68
55 57 59 61 63 65 67
Yd (10^9 Eur. 1995)
C (1
0^9
Eur
199
5)
Poupança das Famílias: parte do seu rendimento disponível que não é consumida: S = Yd - C
Com a função de consumo keynesiana linear obtemos:
(1 ).
.
d
d
d
S Y C
S C c Y
S C s Y
O consumo e a poupança das famílias
Função de poupança keynesiana linear:. dS C s Y s - propensão marginal a poupar (dS/dYd):
Montante pelo qual as intenções de poupança das famílias aumentam quando o rendimento disponível aumenta em 1 u.m./u.t.
De notar que s = (1 - c), ou s + c = 1. Nada impede que a poupança das famílias (S) seja negativa
num determinado período. Neste caso a família gastou mais em consumo do que o que
“ganhou”. Endividou-se ou usou património.
Representação gráfica das funções de consumo e poupança keynesianas, versão linear
C
Yd0
45º
S
Yd0
. dC C c Y
. dS C s Y
As funções consumo e poupança
Função de Poupança keynesiana Linear para Portugal (1995-2003), a Partir da Função de Consumo
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
55 57 59 61 63 65 67
Yd (10^9 Eur. 1995)
S (1
0^9
Eur
199
5)
S = 0,64 + 0,04.Yd
Teoria do rendimento permanente (Friedman, Nobel da Economia, 1976)
Teoria do ciclo de vida (Modigliani, Nobel da Economia, 1985)
Teoria microeconómica clássica ( I. Fisher)
4. O CONSUMO E AS PERSPECTIVAS DE RENDIMENTO FUTURO
O problema da análise de Keynes As variações do consumo são menos voláteis do que
as variações do rendimento disponível: o alisamento do consumo
O consumo e as perspectivas de rendimento futuro
O consumo depende do rendimento permanente: C=cYp Rendimento permanente
Rendimento “médio” que as famílias esperam receber ao longo das suas vidas Tomando apenas dois periodos seria Yp= Y0+θ(Y1-Y0)
θ é a probabilidade da variação de Y ser permanente(1- θ)(Y1-Y0) é o rendimento transitório
Rendimento anormalmente elevado: As famílias aproveitam para poupar
Rendimento anormalmente baixo: As famílias recorrem a poupanças anteriores (ou pedem emprestado)
As famílias preferem um padrão estável de consumo O consumo não depende estritamente do rendimento
corrente A PMC o rendimento permanente é elevada A PMC o rendimento transitório aproxima-se de zero
A teoria do rendimento permanente
TEORIA DO CICLO DE VIDA
Poupança
Poupança Negativa
0 WL NL Tempo
C
WRmáx
YL
Activos
Período da vida activa VERSUS Período da reforma Manutenção de um padrão estável de consumo
Implica que se poupe durante a vida activa ... utilizando a poupança acumulada durante a
reforma
O ciclo de vida com riqueza
Se um individuo possui uma riqueza WR no ponto T, a restrição orçamental virá:
C.(NL-T) = WR+(WL-T).YL. A função consumo pode agora escrever-se:
C = aWR+cYL O coeficiente c, , é a propensão marginal a consumir o rendimento e é muito elevado.
O coeficiente a, , é a propensão marginal a consumir a
riqueza e é de valor reduzido. As variações da riqueza (valorização dos activos em bolsa, por
exemplo) só têm uma influência limitada no consumo corrente, diluindo-se os seus efeitos ao longo do tempo de vida.
TNL
1a
TNL
TWLc
Argumentos contra as teorias do rendimento permanente e do ciclo de vida: Os consumidores têm uma grande “preferência
pelo presente” Os consumidores não conseguem obter
empréstimos em períodos de baixo rendimento (“restrições de liquidez”)
Os consumidores são “míopes” (não são racionais e “não vêem bem ao longe”)
E como se mede o rendimento permanente?
Dificuldades das teorias do RP e CV
O CONSUMO E POUPANÇA EM FISHER
I2
Primeiro períodoO
C2
C1
I1
I3
I4
S E G U N D o P E R I O D O •O ÓPTIMO DO CONSUMIDOR
O CONSUMO E POUPANÇA EM FISHER
I1
Restrição orçamental anterior
I2
Primeiro período
C2
S E G U N D O p E R Í O D o
Nova Restrição
orçamental
EFEITO DE UMAUMENTO DO RENDIMENTO
C1
O consumo e a taxa de juro A taxa de juro real remunera a poupança Podemos observar os efeitos de um aumento da tada de juro, r2>r1
através das duas linhas de orçamento.
Pelo efeito-substituição obtem-se um maior retorno em consumo futuro por cada unidade monetária poupada no período 1, levando ao adiamento do consumo que se reduz no período 1.
Pelo efeito-rendimento, ao elevar-se o rendimento do conjunto dos períodos, o consumo deveria subir em ambos.
A resultante destes efeitos depende das formas das curvas de indiferença.
Geralmente admite-se que o efeito-substituição é dominante. Assim: o consumo depende negativamente da taxa de juro. Problema: não é verificável empiricamente.
))(1( 1122 CYrC ))(1( 1112 CYrC
O CONSUMO E POUPANÇA EM FISHER
Y2
Y1
C2
C1
Nova Restrição orçamental
Restrição orçamental anterior
Primeiro período
S e g u n d o p e r i 0 d o
ΔC1
ΔC2
EFEITO DO AUMENTO DA TAXA DE JURO