m u n d o l o c o
DESCRIPTION
Este é um projeto que teve por objetivo desenvolver um videoclipe experimental para a música Mundo Loco, da rapper curitibana Karol Conka, explorando o Design Audiovisual como potencializador da experiência emocional no público consumidor. O projeto fundamenta-se a partir dos conceitos de Design Audiovisual e Design Emocional. Após pesquisas com o público consumidor e testes baseados em processos sinestésicos, o projeto passou por uma etapa de experimentação, onde realizou-se estudos gráficos, inspirados nos trabalhos de profissionais das artes plástica e digital, afim de determinar um caminho para as etapas de produção do objeto final. O resultado é focado no estímulo sensorial do nível visceral do cérebro, captando respostas emocionais automáticas através da interação entre som e imagem.TRANSCRIPT
V I D E O C L I P E E X P E R I M E N T A L
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
LUAN SILVA CAMPOS
ORIENTADORA - PROF. RITA SOLIERI BRANDT
CURItIbA - 2014
AGRADECIMENtOS
Agradeço à vida e as forças do universo, pelo que fui,
sou e o que quero ser.
Aos meus pais e irmãos, que mesmo sem entenderem
muito bem minhas escolhas profissionais, sempre
acreditaram em mim, me enchendo de amor e
energias positivas.
A Carol Pizatto, Felipe Silva e Noraah Audi, por
serem os melhores amigos do mundo. Obrigado pela
constante preocupação e por me fazerem tão feliz.
Amo vocês.
A Ju Coelho, pelo carinho, ajuda e por ter estado
presente durante todo o processo deste projeto,
sendo a pessoa mais paciente do mundo ao me
aguentar fazendo mil perguntas a cada minuto.
A Fer Wojcik, por ter sido um dos meus maiores
exemplos de comprometimento e dedicação durante
estes 5 anos de universidade. Thanks!
A Guilherme Appolinário e Natan Schäfer pela
amizade sincera e por não deixarem que este projeto
me consumisse. Obrigado pelas conversas e cervejas.
A mis increíbles amigos del intercambio: Eugenia,
Lucas, Thays, Nico, Maxi, Valen, Lu y Gabi. Gracias por
haberme enseñado tanto sobre el amor, la sensibilidad
y la importancia de vivir nuevas experiencias.
Agradeço à minha professora orientadora Rita Solieri
pela confiança e apoio, não só neste projeto, mas
durante todo o curso. Obrigado por todos os conselhos
e por se mostrar tão apaixonada pelo que faz.
Aos professores da banca, André Luiz Battaiola e
Daniella Munhoz, por aceitarem e acreditarem no
meu projeto.
Agradeço aos amigos Sissa Oliveira, Adhara Garcia,
Gus Oenning, Carol Zanelatto, Humberto Holtz, Laís
Passos, Maria Eugenia Serratti e Marcelo Guis, por
estarem sempre dispostos a me ajudar.
A todos que participaram de alguma forma neste
projeto, seja por meio de pesquisas, testes ou
filmagens.
E por fim, agradeço a Karol Conka e a todos os artistas
e músicas que me inspiram a cada dia. Obrigado!
RESUMO
Este projeto tem por objetivo desenvolver um
videoclipe experimental para a música Mundo
Loco, da rapper curitibana Karol Conka, explorando
o Design Audiovisual como potencializador da
experiência emocional no público consumidor. O
projeto fundamenta-se a partir dos conceitos de
Design Audiovisual e Design Emocional.
Após pesquisas com o público consumidor e testes
baseados em processos sinestésicos, o projeto passa
por uma etapa de experimentação, onde realizou-se
estudos gráficos afim de determinar um caminho para
as etapas de produção do objeto final. O resultado é
focado no estímulo sensorial do nível visceral do
cérebro, através da interação entre som e imagem.
AbStRACt
This project aims to develop an experimental music
video for the song Mundo Loco from Karol Conka, a
rapper curitibana, exploring audiovisual design as
potentiating emotional experiences in the public.
The project is based on the concepts of Audiovisual
Design and Emotional Design.
After research with the public and testing processes
based on synesthetic, the project goes through a
stage of experimentation, which took place with
graphic studies in order to determine a path to the
stages of production to the final object. The result is
focused on sensory stimulation in the visceral level
of the brain, through the interaction between music
and image.
L I S tA
D E
F I G U R A S
1. “Um homem com uma câmera”, 1929. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=fkwuA9T3oeM
2. “Berlin, Sinfonia da Metrópole”, 1927. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=HZgcVmUV_Xg
3. “Vertigo”. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=4CZfSc6nJ8U
4. “The man with the golden age”. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=sS76whmt5Yc
5. Elvis Presley em “Jailhouse Rock”. Fonte: http://goo.gl/tlWa7z
6. David Bowie em “Space Oddity”. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=D67kmFzSh_o
7. Queen em “Bohemian Rhapsody”. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=fJ9rUzIMcZQ
8. Michael Jackson em “Beat it”. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Ym0hZG-zNOk
9. Ney Matogrosso. Fonte: http://goo.gl/y6t32P
10. Videoclipe “Minha Alma”. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=vF1Ad3hrdzY
11. “Amarelo, Vermelho e Azul” Wassily Kandinsky. Fonte: http://goo.gl/UgCeyH
12. Karol Conka. Fonte: http://goo.gl/y1IHgZ
13. Karol Conka. Fonte: http://goo.gl/YaDkhh
14. Capa do álbum “Batuk Freak”. Fonte: http://goo.gl/sBkw46
15. Mood Board de perfil do público. Acervo pessoal.
16. Videoclipe “Pode Acreditar”, Marcelo D2. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=v0UHvoLy85o
17. Videoclipe “Easy”, Copacabana Club. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=GuwzJJHVlIY
18. Videoclipe “Fella”, Marcelo D2. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=sIeZndLC5hg
19. Videoclipe “Qual é o andar?”, Mika. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=-he4EKhs6S4
20. Videoclipe “Gringo”, Banda Uó. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=LH2uyBWsuhg
21. Videoclipe “Apocalypse”, Tidus. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=LqHyqDl8Bdg
22. Videoclipe “Rude Boy”, Rihanna. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=e82VE8UtW8A
23. Videoclipe “Scorpio”, Jape. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=TtyHzJRUD5M
24. Videoclipe “The Sun”, The Naked and Famous. Fonte: http://goo.gl/8hcqFo
25. Videoclipe “Desert of Pop”, The Ruby Suns. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=6SaneO1NRXI
26. Videoclipe “Boa Noite”, Karol Conka. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=t-toaipdUdw
27. Videoclipe “Gandaia”, Karol Conka. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=EXvRois3tlM
28. Videoclipe “Toda Doida”, Karol Conka. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=_8XBjVPjhVg
29. Material para teste. Acervo pessoal.
30. Abstrato 1. Fonte: http://goo.gl/MIpNoM
31. Literal 1. Fonte: http://goo.gl/OPh3xV
32. Abstrato 2. Fonte: http://goo.gl/lHSFlN
33. Literal 2. Fonte: http://goo.gl/wbnj2c
34. Abstrato 3. Fonte: http://goo.gl/6csOIk
35. Literal 3. Fonte: http://goo.gl/WMkIKI
36. Abstrato 4. Fonte: http://goo.gl/TObAmI
37. Literal 4. Fonte: http://goo.gl/kPDMU2
38. Abstrato 5. Fonte: http://goo.gl/68Zyq0
39. Literal 5. Fonte: http://goo.gl/LqT3lp
40. Material para teste. Acervo pessoal.
41. Teste de expressão gráfica. Acervo pessoal.
42. Resultado teste 1. Acervo pessoal.
Todas as fontes desta
lista, foram acessadas
no período de Março
a Agosto de 2014 e
estão pontuadas neste
documento através do
seguinte ícone:
00
43. Resultado teste 2. Acervo pessoal.
44. Resultado teste 3. Acervo pessoal.
45. Resultado teste 4. Acervo pessoal.
46. Resultado teste 5. Acervo pessoal.
47. Trabalho Ruffmercy. Fonte: http://goo.gl/FYAf5l
48. Trabalho Ruffmercy. Fonte: http://goo.gl/FldYDg
49. Trabalho Ruffmercy. Fonte: http://goo.gl/GJCeeQ
50. Trabalho Ruffmercy. Fonte: http://goo.gl/IR76Lj
51. Obra André Mendes. Fonte: http://goo.gl/ga1XPs
52. Obra André Mendes. Fonte: http://goo.gl/vBpIol
53. Cores - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/FDkibG
54. Cores - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/RTv0W7
55. Cores - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/auwQjV
56. Cores - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/ZbvvCB
57. Cores - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/ABRxkR
58. Cores - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/XS5UPr
59. Cores - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/ni2BDj
60. Cores - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/YyGilS
61. Estilo de cena - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/1fhVGL
62. Estilo de cena - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/87VjQS
63. Estilo de cena - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/cJckAo
64. Estilo de cena - Estudo 01. Fonte: http://goo.gl/TBvYj9
65. Estilo de cena - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/ABRxkR
66. Estilo de cena - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/XS5UPr
67. Estilo de cena - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/Y10yNg
68. Estilo de cena - Estudo 02. Fonte: http://goo.gl/5Rak0l
69. Desconstrução da imagem - Estudo 01. Acervo pessoal.
70. Desconstrução da imagem - Estudo 02. Acervo pessoal.
71. Máscaras de recorte - Estudo 01. Acervo pessoal.
72. Máscaras de recorte - Estudo 02. Acervo pessoal.
73. Conclusão - Cenas com letra. Acervo pessoal.
74. Conclusão - Cenas com letra. Acervo pessoal.
75. Conclusão - Cenas com letra. Acervo pessoal.
76. Conclusão - Cenas instrumentais e refrões. Acervo pessoal.
77. Conclusão - Cenas instrumentais e refrões. Acervo pessoal.
78. Conclusão - Cenas instrumentais e refrões. Acervo pessoal.
79. Equipamento. Fonte: http://goo.gl/FKqppK
80. Estúdio Chroma Key. Acervo pessoal.
81. Rua São Francisco. Acervo pessoal.
82. Rua São Francisco. Acervo pessoal.
83. Rua São Francisco. Acervo pessoal.
84. Rua São Francisco. Acervo pessoal.
85. Rua São Francisco. Acervo pessoal.
86. Museu Oscar Niemeyer. Acervo pessoal.
87. Museu Oscar Niemeyer. Acervo pessoal.
88. Museu Oscar Niemeyer. Acervo pessoal.
89. Museu Oscar Niemeyer. Acervo pessoal.
90. Museu Oscar Niemeyer. Acervo pessoal.
91. Paradis Club. Acervo pessoal.
92. Paradis Club. Acervo pessoal.
93. Paradis Club. Acervo pessoal.
94. Paradis Club. Acervo pessoal.
95. Paradis Club. Acervo pessoal.
96. Largo da Ordem. Acervo pessoal.
97. Largo da Ordem. Acervo pessoal.
98. Largo da Ordem. Acervo pessoal.
99. Largo da Ordem. Acervo pessoal.
100. Casa Hoffmann. Acervo pessoal.
101. Casa Hoffmann. Acervo pessoal.
102. Casa Hoffmann. Acervo pessoal.
103. Praça 29 de Março. Acervo pessoal.
104. Praça 29 de Março. Acervo pessoal.
105. Praça 29 de Março. Acervo pessoal.
106. Praça 29 de Março. Acervo pessoal.
107. Praça 29 de Março. Acervo pessoal.
108. Shopping Itália. Acervo pessoal.
109. Shopping Itália. Acervo pessoal.
110. Shopping Itália. Acervo pessoal.
111. Shopping Itália. Acervo pessoal.
112. Shopping Itália. Acervo pessoal.
113. Estúdio Chroma Key. Acervo pessoal.
114. Estúdio Chroma Key. Acervo pessoal.
115. Outras locações. Acervo pessoal.
116. Outras locações. Acervo pessoal.
117. Outras locações. Acervo pessoal.
118. Outras locações. Acervo pessoal.
119. Outras locações. Acervo pessoal.
120. Formas estáticas. Acervo pessoal.
121. Forma de preenchimento. Acervo pessoal.
122. Cena 01. Acervo pessoal.
123. Cena 02. Acervo pessoal.
124. Cena 03. Acervo pessoal.
125. Cena 04. Acervo pessoal.
126. Cena 05. Acervo pessoal.
127. Cena 06. Acervo pessoal.
128. Cena 07. Acervo pessoal.
129. Cena 08. Acervo pessoal.
130. Cena 09. Acervo pessoal.
131. Cena 10. Acervo pessoal.
132. Cena 11. Acervo pessoal.
133. Cena 12. Acervo pessoal.
134. Cena 13. Acervo pessoal.
135. Cena 14. Acervo pessoal.
136. Cena 15. Acervo pessoal.
137. Cena 16. Acervo pessoal.
138. Cena 17. Acervo pessoal.
139. Cena 18. Acervo pessoal.
140. Cena 19. Acervo pessoal.
141. Cena 20. Acervo pessoal.
142. Cena 21. Acervo pessoal.
143. Cena 22. Acervo pessoal.
144. Cena 23. Acervo pessoal.
145. Cena 24. Acervo pessoal.
146. Cena 25. Acervo pessoal.
147. Cena 26. Acervo pessoal.
148. Cena 27. Acervo pessoal.
149. Cena 28. Acervo pessoal.
150. Cena 29. Acervo pessoal.
151. Cena 30. Acervo pessoal.
152. Cena 31. Acervo pessoal.
153. Cena 32. Acervo pessoal.
154. Cena 33. Acervo pessoal.
155. Cena 34. Acervo pessoal.
156. Cena 35. Acervo pessoal.
157. Cena 36. Acervo pessoal.
158. Cena 37. Acervo pessoal.
159. Cena 38. Acervo pessoal.
160. Cena 39. Acervo pessoal.
161. Cena 40. Acervo pessoal.
162. Cena 41. Acervo pessoal.
163. Cena 42. Acervo pessoal.
164. Cena 43. Acervo pessoal.
165. Cena 44. Acervo pessoal.
166. Cena 45. Acervo pessoal.
167. Cena 46. Acervo pessoal.
168. Tratamento de imagem. Acervo pessoal.
169. Tratamento de imagem. Acervo pessoal.
170. Tratamento de imagem. Acervo pessoal.
171. Tratamento de imagem. Acervo pessoal.
172. Cenas com letra - Grupo 01. Acervo pessoal.
173. Cenas com letra - Grupo 01. Acervo pessoal.
174. Cenas com letra - Grupo 01. Acervo pessoal.
175. Cenas com letra - Grupo 01. Acervo pessoal.
176. Cenas com letra - Grupo 02. Acervo pessoal.
177. Cenas com letra - Grupo 02. Acervo pessoal.
178. Cenas com letra - Grupo 02. Acervo pessoal.
179. Cenas com letra - Grupo 02. Acervo pessoal.
180. Cenas com letra - Grupo 03. Acervo pessoal.
181. Cenas com letra - Grupo 03. Acervo pessoal.
182. Cenas com letra - Grupo 03. Acervo pessoal.
183. Cenas com letra - Grupo 03. Acervo pessoal.
184. Cenas com letra - Grupo 04. Acervo pessoal.
185. Cenas com letra - Grupo 04. Acervo pessoal.
186. Cenas com letra - Grupo 04. Acervo pessoal.
187. Cenas com letra (refrões) - Grupo 01. Acervo pessoal.
188. Cenas com letra (refrões) - Grupo 01. Acervo pessoal.
189. Cenas com letra (refrões) - Grupo 01. Acervo pessoal.
190. Cenas com letra (refrões) - Grupo 01. Acervo pessoal.
191. Cenas de encerramento - Grupo 01. Acervo pessoal.
192. Cenas de encerramento - Grupo 01. Acervo pessoal.
193. Cenas de encerramento - Grupo 01. Acervo pessoal.
194. Cenas de encerramento - Grupo 01. Acervo pessoal.
195. Créditos. Acervo pessoal.
196. Créditos. Acervo pessoal.
S U M Á
R I O
INtRODUÇÃO
PROCESSO
FASE ANALÍtICA
FUNDAMENtAÇÃO tEÓRICA
1. DESIGN AUDIOVISUAL
1.1. A linguagem audiovisual
1.1.1. A relação imagem e som
1.2. O design gráfico no audiovisual
1.3. Videoclipes
1.3.1. O papel da TV na história do videoclipe
1.3.2. Mídia, produção e consumo
2. DESIGN EMOCIONAL
2.1. Percepção
2.2. Sinestesia
2.3. Emoção
2.3.1. Design e Emoção
DEFINIÇÃO DO ObJEtO
1. APRESENtAÇÃO
2. KAROL CONKA
2.1. Mundo Loco
PESQUISA COM PÚbLICO CONSUMIDOR
ANÁLISE DE SIMILARES
1. ObJEtIVO E PARÂMEtROS DA ANÁLISE
2. VIDEOCLIPES SIMILARES
2.1. Resultados
3. VIDEOCLIPES - KAROL CONKA
3.1. Resultados
FASE CRIAtIVA
tEStE COM PÚbLICO CONSUMIDOR
1. EtAPAS
1.1. Etapa 1 - Associação cromática
1.1.1. Resultados
19
21
25
27
27
27
30
32
34
37
41
42
42
43
46
46
48
48
48
49
50
52
52
53
63
63
67
69
71
71
71
72
1.2. Etapa 2 - Associação imagética
1.2.1. Resultados
1.3. Etapa 3 - Experimentação gráfica
1.3.1. Resultados
ANÁLISE DO ObJEtO
1. ANÁLISE
1.1. Resultados
EXPERIMENtAÇÃO
1. INSPIRAÇÃO
2. EStUDOS
2.1. Conteúdo filmado
2.2. Formas
2.3. Cores
2.4. Deconstrução da imagem
2.5. Máscaras de recorte
3. CONCLUSÃO
MAtERIAIS E tECNOLOGIAS
1. EQUIPAMENtOS
1.1. Câmera e filmadora digital
1.2. Estúdio Chroma Key
2. SOFtWARES
FASE EXECUtIVA
PRÉ-PRODUÇÃO
1. DECUPAGEM DA MÚSICA
2. LOCAÇÕES PARA FILMAGEM
PRODUÇÃO
1. CENAS
2. ELEMENtOS GRÁFICOS
2.1. Formas estáticas
2.2. Formas animadas (traço)
2.3. Formas animadas (preenchimento)
PÓS-PRODUÇÃO
1. EDIÇÃO DE CENAS
2. tRAtAMENtO DE IMAGEM
72
74
74
75
79
79
81
82
82
83
83
84
85
86
87
87
90
90
90
90
91
93
95
95
98
99
99
102
102
104
106
108
108
119
3. EStRUtURA DO VIDEOCLIPE
3.1. Grupos de efeitos sonoros
3.2. Parâmetros de Montagem
3.2.1. Introdução
3.2.2. Cenas com letra
3.2.3. Cenas com letra (refrões)
3.2.4. Cena de encerramento
3.3. Composição
RESULtADO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS bIbLIOGRÁFICAS
ANEXOS
120
120
122
122
123
125
127
128
129
131
132
137
19
MUNDO LOCO - INTRODUÇÃO
I N t R O
D U Ç Ã O
Este é um projeto que analisa questões sobre a multidisciplinaridade entre
as áreas do Design Audiovisual e o Design Emocional, e seu objetivo geral é
desenvolver um videoclipe experimental para a música Mundo Loco, da rapper
curitibana Karol Conka, explorando o Design Audiovisual como potencializador
da experiência emocional no público consumidor.
Karol Conka, nasceu e viveu a maior parte de sua vida, no bairro do Alto
Boqueirão na cidade de Curitiba, Paraná. A artista, em sua música, hoje
repercurtida a nível internacional, faz questão de retratar tudo o que viu e viveu
na periferia curitibana, através de uma personalidade singular, mesclando
o estilo hip-hop com fortes influências da cultura afro americana. Esta
singularidade, a rendeu premiações como o “Artista Revelação “do Prêmio
Multishow (2013) e o convite para fazer de uma de suas canções, música oficial
do jogo FIFA 2014. A música selecionada para ser utilizada neste projeto é
“Mundo Loco”, do primeiro e único albúm de Conka, Batuk Freak, lançado no
ano de 2013.
O projeto fundamenta-se a partir da contextualização do conceito do Design
Audiovisual, que segundo Ráfols e Colomer [2006], se trata de uma disciplina
do Design, que se baseia na interação entre linguagens do design gráfico e da
produção audiovisual. Este novo conceito, tem ganhado atenção nas últimas
décadas, com o avanço tecnológico dos meios de comunicação e a evolução
de ferramentas digitais para a experimentação imagética e sonora. Tendo sua
origem no cinema, o Design Audiovisual, passa pela televisão e hoje em dia, se
plorifera com a internet e a fácil aquisição de computadores e câmeras de foto/
vídeo portáteis; influênciando de maneira significativa a expressão e identidade
de certos artistas, como é o caso dos músicos, através de seus videoclipes, tema
de objetivo deste projeto.
O videoclipe, nasceu através de uma necessidade publicitária da indústria
fonográfica para a divulgação de novos artistas e músicas (Conter e Kilpp,
2007), porém alguns artistas, como David Bowie, acreditavam neste gênero
audiovisual como uma nova oportunidade de extensão de sua arte, utilizando
de processos experimentais e novas tecnologias, para a produção de sentido
no público consumidor. Seguindo este caminho, buscou-se teorias para a
melhor compreensão de como, a união do design com o produto audiovisual
20
MUNDO LOCO - INTRODUÇÃO
de um videoclipe, poderia potencializar o estímulo sensorial e emocional em
um determinado público. A partir de processos sinestésicos como o do artista
Wassily Kandinsky, que pintava suas obras através do estímulo musical e teorias
de Design e Emoção de Donald Norman (2004), focando no que o autor chama
de nível visceral do processamento cerebral, desenvolveu-se alguns testes com
o público consumidor do trabalho da cantora Karol Conka, afim de compreender
quais são seus estímulos de primeiro impacto (de natureza, visual, sonora e
gestual) ao interagirem com a canção “Mundo Loco”, selecionada para este
projeto.
Após unir os resultados dos testes, com os da análise de videoclipes similares e
referências dadas pelo público em pesquisa prévia para determinação de perfil,
conseguiu-se materiais suficientes para a segunda etapa do projeto, a fase
criativa.
Nesta fase, foi eleito, após análise do conteúdo musical, o conceito da dança
para representar visualmente o conteúdo do clipe; conceito este já apresentado
em videoclipes da rapper Karol Conka e destacado por Vianna (2005) como “um
registro de vida e expressão”.
Inspirado em duas fortes influências do Design Audiovisual e da Arte Urbana
e Contemporânea, Ruffmercy e André Mendes, foram desenvolvidos estudos
gráficos, com o objetivo de determinar caminhos, estilos visuais, materiais e
tecnologias para a fase de execução do videoclipe, que consiste em sua pré-
produção, produção e pós-produção.
Nesta última fase do projeto, as cenas do videoclipe definidas, coletadas e
editadas, o contéudo gráfico criado e a música já estruturada, juntaram-se afim
de criar um objeto final completo, em que a relação apresentada entre som e
imagem atingisse o objetivo geral proposto.
21
MUNDO LOCO - PROCESSO
P R O
C E S S O
Para a construção desse trabalho, foram selecionados dois processos de
design, Munari [1981] e Archer [1966], com o intuito de estabelecer aspectos
positivos e negativos presentes em cada um e adaptando-os de maneira que se
enquadrassem melhor no objetivo geral do projeto.
Segundo Munari [1981], todo problema é passível de solução, caso contrário,
não se trata de um problema. Em seu livro “Das coisas nascem coisas”, Munari
apresenta uma metodologia de design, onde a estrutura resulta em etapas bem
organizadas definidas.
Porém, ao analisar a metodologia de Munari aplicada em um projeto
experimental, sentiu-se a necessidade de torná-la mais ampla. Para isso,
conceitos da metodologia de Archer (1966), que é dividida em três grandes fases,
foram aplicados ao de Munari.
MEtODOLOGIA DE MUNARI (1981) APLICADA
À MEtODOLOGIA DE ARCHER (1966)
P
DP
CP
CD
AD
C
Mt
E
M
V
DF
S
PROBLEMA
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
COMPONENTES DO PROBLEMA
COLETA DE DADOS
ANáLISE DE DADOS
CRIATIVIDADE
MATERIAIS E TECNOLOGIAS
EXPERIMENTAÇÃO
MODELO
VERIFICAÇÃO
DESENHO FINAL
SOLUÇÃO
FASE
ANALÍtICA
FASE
CRIAtIVA
FASE
EXECUtIVA
22
Fundamentação Teórica
Pesquisa com público consumidor
Análise de similares
Análise do objeto
Experimentação
Materiais e tecnologias
FASEANALÍtICA
FASECRIAtIVA
Teste com público consumidor
Desenvolvimento: História e ideias
Pré-produção: Desafios técnicos
Produção: Fazendo o filme
Pós-produção: Polindo o produto final
MUNDO LOCO - PROCESSO
As fases de Archer têm por objetivo, permitir que o designer percorra entre etapas
de um mesmo grupo, tornando o processo mais flexível. Contudo, uma nova
necessidade foi destacada, a de adaptar as etapas, para que estas se adequassem
ao tipo de projeto proposto e traçassem o melhor caminho para o cumprimento de
seu objetivo geral. Para isso, uma adaptação foi realizada com base no modelo de
produção dos estúdios Pixar, que divide o processo nas seguintes etapas:
Além disso, cores e formas foram escolhidas para representar cada fase, afim de
ajudar e direcionar o leitor durante o percurso deste documento.
Segue a metodologia definida e um resumo do que será abordado em cada etapa
do projeto:
ALVES [2012] apud PIXAR [2010]
Estas duas primeiras fases,
correspondem neste projeto, ao
que seria no processo de produção
audiovisual dos estúdios Pixar, a etapa
de Desenvolvimento.
23
MUNDO LOCO - PROCESSO
Pré-produção
Produção
Pós-produção
Resultado
FASEEXECUtIVA
A fase analítica é composta das sequintes etapas:
Fundamentação teórica: determinação de como o tema será abordado
e razões para a escolha do tema, determinação das áreas de estudo,
busca de referências bibliográficas, catalogação de referências, leitura e
análise das partes relevantes de cada referência e construção do texto de
fundamentação teórica.
Definição do objeto: definição da música a ser utilizada na criação do
videoclipe.
Pesquisa com público consumidor: Estruturação de pesquisa piloto
para pesquisar dados sobre perfil, consumo e estilo de vida do público
consumidor e compilação desses dados.
Análise de similares: busca de similares diretos e indiretos e definição de
parâmetros para a análise de similares.
A fase criativa, se divide em:
teste com público consumidor: estruturação do teste baseado em conceitos
do Design Emocional com público consumidor; aplicação desses testes e
compilação dos resultados obtidos.
Análise do objeto: definição de parâmetros para a análise do objeto e
detalhamento.
Experimentação: separação de referências, estudo e definição de estilos
visuais.
24
MUNDO LOCO - PROCESSO
Materiais e tecnologias: definição de tecnologias necessárias para a
produção do objeto.
A última fase é a executiva, formada por:
Pré-produção: decupagem da música e definição de locação, equipamentos
e objetos necessários para a produção.
Produção: coleta de imagens e vídeos (conteúdo) e construção de elementos
gráficos.
Pós-produção: edição de cenas e construção da estrutura do videoclipe,
animação de conteúdo gráfico e determinação de fotografia e tratamento
de conteúdo.
Resultado: apresentação e divulgação do resultado.
Concluimos em relação ao processo, que a definição de tarefas específicas
dentro de cada etapa, faz com que o monitoramento de atividades a serem
cumpridas seja mais eficaz, resultando em uma melhor organização.
FA S E
A N A L Í t I C A
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
27
F U N D A
M E N tA
Ç Ã O
T E Ó R I C A
1. DESIGN AUDIOVISUAL
Tendo por objetivo do projeto desenvolver um videoclipe experimental, que
explora o design gráfico no campo audiovisual, este capítulo traz teorias que
auxiliam no entendimento das linguagens e conceitos que regem esta área do
design em específico, chamada de Design Audiovisual. Além disso nos levando a
compreender como esta, vem sido praticada ao decorrer da história e qual a sua
relação com o objeto final do projeto, o videoclipe.
1.1. A linguagem audiovisual
“ANTES DE QUE FOSSE POSSíVEL A REPRODUÇÃO TéCNICA DE IMAGENS
E SONS ATRAVéS DE MEIOS MECâNICOS E ELETRôNICOS, Já EXISTIA
A SIMULAÇÃO AUDIOVISUAL QUE OCORRIA DE FORMA ARTESANAL OU
ARTíSTICA, CUJAS EXPERIêNCIAS SE ACUMULAVAM AO LONGO DE MILêNIOS
E PARA A QUAL COLABORARAM AS MAIS DIFERENTES CULTURAS.”
[HAGEMEyER, 2012]
Segundo Hagemayer [2012], antes mesmo do cinema, já existia uma “cultura
audiovisual” baseada na maneira como os homens enxergavam o mundo a sua
volta, dando sentido as coisas e respondendo à questões sobre sua existência
através de um conjunto de práticas e representações simbólicas. Artistas ao longo
da história já utilizavam do poder de simulação do real, estabelecendo uma junção
entre som e imagem, como é o caso dos espetáculos de ópera.
é durante a década de 30, durante a depressão econômica nos Estados Unidos,
que se inicia a expansão das artes e da indústria cultural, causando a explosão da
indústria cinematográfica. [Ramos e Bueno, 2001]
A partir da evolução do cinema, surge a linguagem audiovisual, que conforme
Abruzzese (2006), aparece com o cinema falado e a tv, com o objetivo de
superar a imagem fixa, o cinema mudo e o rádio, trazendo o desafio de utilizar
simultâneamente duas linguagens distintas (visual e sonora) e fundamentais do
corpo humano.
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
28
Com o passar do tempo, estudos foram definindo e classificando os elementos
para a análise e a produção de conteúdos audiovisuais. Atualmente, de acordo com
Galeotti e Mazzilli [2012] apud Durand [2009], a linguagem audiovisual é composta
de quatro grandes grupos: morfologia, sintaxe, estilística e dramaturgia.
Morfologia: é subdividida em campo, plano, posição de câmera e movimentos.
Campo: é o que está na área de visão da câmera, abrange os seguintes
itens: quadro (imagem formada através da projeção que este campo faz
sobre o filme ou tela digital); ângulo de visão (medida do ângulo formado
pela vértice da área do campo visual, esta que está ligada diretamente à
objetiva¹ utilizada no equipamento de captação); ponto de vista e câmera
subjetiva (de onde sai o princípio das vértices que compõem o campo de
visão, inserido ao personagem este passa a ser subjetivo, a famosa “visão
em primeira pessoa”); eixo (dividido entre eixo visual e eixo dramático,
o primeiro se refere à direção para a qual a câmera está apontada, já o
segundo, à relação entre personagens que se entre olham); profundidade
de campo (dimensão do campo no sentido do eixo de visão) e off (toda a
ação que ocorre fora do campo de visão, mas que interfere diretamente no
conteúdo, seja por som ou efeitos).
Plano: é o enquadramento do objeto filmado, tendo o referêncial humano
como dimensão, e se divide em: plano geral (engloba uma grande parcela do
espaço, uma paisagem por exemplo, não tendo personagens identificáveis);
plano de conjunto (pode mostrar um determinado grupo de personagens e
o ambiente em que se encontram); plano médio (enquadra personagens por
inteiro); plano americano (corta personagens aproximadamente na altura
da cintura); primeiro plano (enquadra os personagens do busto para cima),
primeiríssimo plano (se delimita apenas ao rosto do personagem) e plano
close-up (foca somente em partes específicas do corpo ou de objetos).
Posição de câmera: se reparte em, plongée (câmera posicionada em nível
acima do objeto) e contra-plongée (câmera pocionada em um nível abaixo
do objeto).
Movimentos se ramificam em: panorâmico (rotação de eixo realizada pela
¹ A objetiva é classificada
de acordo com o ângulo
horizontal de seu quadro,
com âgulo de 40°, recebe
o nome de “normal”;
com ângulo menor,
“teleobjetiva”; e quando
maior, “grande angular”.
[DURAND, 2009]
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
29
câmera, podendo ser tanto de cima para baixo, quanto de um lado para
outro); chicote (panorâmica em velocidade alta); travelling (descocamento,
em qualquer sentido, da câmera); zoom (alteração progressiva do ângulo
de visão).
Sintaxe: se divide em plano, cena, sequência e relações entre planos.
Plano: diferente do plano morfológico, este representa a unidade de filme
inclusa entre dois cortes.
Cena: compostas por um ou mais planos, é a união entre estas unidades
separadas devido ao mesmo espaço ou tempo em que ocorrem.
Sequência: é compreendida pelo encadeamento de uma mesma ação,
podendo ser construída através da ligação de uma ou mais cenas. Estas
são classificadas como: plano sequência (ligação sem corte) ou montagem
paralela (planos sequências que ocorrem sincronicamente, porém em
espaços distintos).
As Relações entre planos, abrangem: campo / contra-campo (intercalação
entre planos dentro de um mesmo eixo); plano autônomo (ação ocorrida
independente à todas outras) e o efeito kuleshov (união de determinados
planos com o objetivo de criar um significado específico através da
montagem).
Estilística: englobam as figuras de linguagem, entre elas Durand seleciona
a elipse, a metonímia e a gradação como as mais importantes da produção
audiovisual.
Elipse: retirada de determinado intervalo de tempo ou espaço, que mantêm
o sentido.
Metonímia: meio em que algo maior é representado por apenas uma parte.
Gradação: alteração na intensidade dramática.
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
30
Dramaturgia: diz respeito à representação através da ação, personagem, conflito,
peripécia e desenlace.
Ação: todo elemento que pode gerar uma reação por parte de algum
personagem ou objeto.
Personagem: qualquer ser, animado ou inanimado, possível de gerar
determinada ação.
Conflito: ações adversas entre personagens.
Peripécia: alteração inesperada no sentido do drama.
Desenlace: solução final ao conflito dramático.
Essas definições e classificações, têm o objetivo de nos auxiliar na leitura e análise
de um conteúdo audiovisual, por se tratar de uma linguagem complexa, contituída
a partir de sistemas de signos diversos, como a imagem e o som, resultando
no que Santaella (1996) chama de “uma margem de imponderabilidade quase
impossível de ser controlada”.
1.1.1. A relação imagem e som
“A SOCIEDADE CONTEMPORâNEA APRESENTA UMA EXTENSA GAMA
DE PRODUTOS AUDIOVISUAIS, PORéM INTEGRA SUAS LINGUAGENS
CONSTITUINTES EM DIFERENTES NíVEIS DE RESOLUÇÃO. NA ERA
DENOMINADA DA IMAGEM, ASSISTIMOS E ESCUTAMOS A DIFERENTES
FORMAS DE RELAÇÃO ENTRE SOM E IMAGEM: EM ALGUNS CASOS A
SUBMISSÃO DOS SONS à IMAGEM, EM OUTROS O DOMíNIO DO SOM E, EM
POUCOS O DIáLOGO ENTRE ESSAS EXPRESSõES.”
[bELLEbONI, 2004]
Antes de analisarmos os aspectos que regem esta relação já existente entre
imagem e som, nos cabe perceber em que momento a imagem se aproxima da
linguagem sonora, afim de estruturar o que hoje, chamamos de audiovisual.
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
31
Camargo [2004] parte do pensamento de que a imagem trata-se de um recorte
do mundo natural, criado pelo homem com a finalidade de interpretar algo,
atendendo a interesses específicos em tempo e espaço distintos na história.
Portanto, a distinção entre tempo/espaço faz com que as imagens possam variar
através do intuito de suprir uma necessidade simbólica ou prática, podendo ser
representadas de maneira natural, realista, arbitrária ou abstrata, sendo assim
idealizadas dependentes de suas funções e contextos culturais.
Essas diferentes funções, podem ser facilmente perceptíveis com a inserção da
imagem na mídia, que originariamente tinha por finalidade conceituar e registrar
determinados acontecimentos, porém com o surgimento do cinema, da tv, da
internet e da fotografia digital, acabam se expressando de maneiras e finalidades
completamente distintas.
Assim como as imagens, o experimento do som acontece em decorrência de
avanços tecnológicos, com a vontade cada vez maior de produzir o real, tendo,
segundo Carrasco (2010), sua origem de aproximação com a imagem na insersão
da música ao vivo durante a projeção do filme mudo; passando de um simples
acompanhamento das cenas à um elemento fundamental na apresentação
cinematográfica, definindo o que chamamos hoje de trilha sonora.
De acordo com Galleotti e Mazzilli [2012] a trilha sonora é constituída de três
elementos indispensáveis: a voz humana, a música e os efeitos de som. A voz
repete o comportamento e as ações humanas, fazendo com que estes queiram
interpretá-la em primeira ordem. A música, serve para criar determinado
vínculo emocional com a situação e contexto em que se encontra, podendo ser
empática, participando da transmissão do sentimento, ou anempática, sem essa
participação. Por último, os efeitos de som, que reforçam a ideia de tempo e
espaço, assim como as características estilísticas da linguagem audiovisual.
Todas essas características de som e imagem, inseridas juntas no contexto
tecnológico atual, onde possuímos inumeras ferramentas digitais, geram uma
quantidade incalculável de possibilidades de experimentação, fazendo com que
novas linguagens comecem a surgir.
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
32
1.2. O design gráfico no audiovisual
O Design Audiovisual, segundo Ráfols e Colomer [2006], se trata de uma nova
disciplina do Design, que se baseia na interação entre linguagens do design
gráfico e da produção audiovisual. Este conceito ganha força a partir da constante
evolução tecnológica nas etapas de produção do conteúdo audiovisual.
Com a evolução de ferramentas digitais, softwares para elaboração de conteúdo
criativo, bem como a facilidade de tratamento de imagens, tanto as estáticas
quanto as em movimento, fazem com que nos deparemos com uma série de
possibilidades de experimentação, gerando novos conteúdos e conceitos.
Ráfols e Colomer também teorizam que no conteúdo do design audiovisual,
o design gráfico conserva suas características formais e seu mesmo processo
metodológico para determinada mensagem, porém é inserido em um novo
conceito de tempo e espaço, auxiliando o som e a imagem em movimento, na
construção de uma determinada estrutura narrativa ou mesmo estética.
O Design Audiovisual se deriva do cinema, assim como toda a produção audiovisual,
principalmente do cinema experimental, com a prática dos desenhos quadro
a quadro, a partir dos anos 20. Outra forte influência para esta vertente são os
cineastas Dziga Vertov e Walther Ruttman, que em filmes como “Um Homem
com uma Câmera” (1929) e “Berlin - Sinfonia da Metrópole” (1927), estruturam
montagem, efeitos e audio de forma mais livre, fugindo da linearidade presente
na literatura e no teatro da época, desempenhando assim um papel importante na
história cinematográfica.
CENA DO FILME “UM HOMEM COM
UMA CÂMERA” (1929), COM ROTEIRO
MAIS LIVRE, EXPLORA CORTES COMO
FERRAMENTA DE SENTIDO.
01
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
33
CENA DO FILME “BERLIN - SINFONIA
DA METÓPOLE” (1927)
As primeiras aparições do Design Audiovisual surgem na década de 50, onde o
cinema torna-se uma indústria do entretenimento, observando a necessidade de
expandir o uso de recursos gráficos, que anteriormente eram aplicados somente
na elaboração de peças de divulgação e promoção, para a introdução e créditos
dos filmes produzidos.
O designer gráfico Saul Bass, foi um dos primeiros representantes deste novo
conceito, usando a animação em títulos e fichas técnicas de filmes para expressar a
essência estética destas peças cinematográficas. Entre seus trabalhos destacam-
se: “The man with the golden arm” do diretor Otto Preminguer e “Vertigo” de Alfred
Hitchcock.
TÍTULO DO FILME “VERTIGO” QUE EM SUA
ANIMAÇÃO, JÁ DEMONSTRA CARACTERÍSTICAS
DE INTERAÇÃO COM A IMAGEM
TÍTULO DO FILME “THE MAN WITH THE GOLDEN
ARM”, COMBINA ANIMAÇÕES ENTRE FORMAS E
TEXTO.
02
03 04
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
34
Conforme Bohórquez e Velazco [2011], desde a década de 50, com o fortalecimento
da televisão como meio de comunicação massivo, o Design Audiovisual ganha
força na construção da identidade, articulação e promoção dos canais, bem como
na forma de persuasão da evolução publicitária com este meio.
Em seu estudo de análise das relações audiovisuais em tv, Schiavoni [2011] relata
que o design inserido na produção de vinhetas televisivas, têm por objetivo colocar
em evidência o conteúdo a ser apresentado por determinado programa e firmar
contratos com o telespectador sobre sua programação. Porém, a linguagem
abordada é dependente do tipo de produção, como exemplo, os canais voltados
a públicos específicos, onde esta pode adquirir um carácter mais experimental,
diferente dos canais para a grande mídia, que acabam tendo toda sua programação
criada com base na identidade da emissora, afim de estabelecer uma confiança
com o telespectador. Paralelo a este conceito de identidade televisiva, Yoshiura
[2007] destaca o surgimento do VCR (gravador de imagem e som) como influência
em um novo conceito de experimentação do design audiovisual, que mais tarde
passaria a interferir no conteúdo transmitido pela tv, o video-arte. O VCR era
capaz de receber a programação de uma emissora, permitindo uma montagem
do conteúdo apresentado, que depois da inserção de uma trilha sonora, tinha
para muitos a finalidade de se expressar. E foi na década de 60, influenciado pela
Pop Art, que este conceito, chamado de “zap”, acabou despertando o interesse de
muitos artistas, principalmente músicos, na elaborarão de videoclipes.
1.3. Videoclipes
Gênero do audiovisual que associa música, imagem e na maioria dos casos
montagem, o videoclipe nasce da necessidade de divulgar novos músicos e
músicas. Foi influênciado pelo cinema musical americano do início dos anos 50,
que começou a reduzir o grau de importância do enredo em cenas de performance
musical, fazendo com que estas pudessem ser recortadas do todo e apresentadas
a parte. Um dos percursores desse tipo de recorte cinematográfico, foi o da canção
Jailhouse Rock (1957), interpretada por Elvis Presley, artista este que contribuiu
para o surgimento do rock como gênero da música popular americana no início
da mesma década. Entretanto, recortes como este não podem ser chamados de
videoclipes, visto que não foram produzidos como vídeo propriamente dito, eram
apenas trechos de peças cinematográficas. [Conter e Kilpp, 2007]
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
35
ELVIS PRESLEY EM CENA DE SEU FILME
“JAILHOUSE ROCK”, INTERPRETANDO A
MÚSICA QUE LEVA O MESMO NOME
05
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
36
A partir dos anos 60, o vídeo musical passa a ser produzido com um carácter
publicitário, visando levar ao mundo, o nome de novos artistas, porém ainda
sem o intuíto de vender uma canção em específico. A banda inglesa The
Beatles, enxergou o vídeo como um grande aliado ao sucesso, gravando
performances musicais e as diponibilizando para canais televisivos, assim
poderiam estar em mais lugares ao mesmo tempo. Estes vídeos assumiam
uma estética muito parecida com as performances musicais já televisionadas
na época, caracterizada principalmente pela presença de todos membros da
banda tocando seus respectivos instrumentos. [Holzbach e Nercolini, 2009]
Através da oportunidade alavancada pela banda The Beatles, outros músicos
e bandas européias sentem-se inspirados para explorar a área audiovisual,
como é o caso de David Bowie. Com o vídeo de carácter experimental
para a canção Space Oddity (1969), Bowie acreditava no audiovisual não
como uma ferramenta de divulgação, mas como extensão de sua arte.
O seminário New Musical Express (NME), determinou o número musical da canção
“Bohemian Rhapsody” (1975), da banda inglesa Queen, como o início do videoclipe.
Dirigido por Bruce Gowers e Jon Roseman, o vídeo de “Bohemian Rhapsody” foi
produzido para divulgar a música, objetivo inicial da linguagem videoclipe, mas
destacava-se por conter um roteiro definido, utilizar-se de efeitos especiais e da
tentativa de combinação entre imagem e ritmo musical, afim de provocar reações
sinestésicas. Este clipe fez com que outros músicos começassem a investir
nesse tipo de produção, algo que alguns anos depois, fosse fator determinante
para o nascimento da MTV (Music Television), um canal americano de tv com
programação especializado em videoclipes. [Holzbach e Nercolini, 2009]
DAVID BOWIE EM VÍDEO PARA A
CANÇÃO “SPACE ODDITY”
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MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
37
BANDA QUEEN EM
“BOHEMIAN RHAPSODY”
CONSIDERADO O
COMO VANGUARDISTA
DA LINGUAGEM
VIDEOCLIPE
1.3.1. O papel da tV na história do videoclipe
Em agosto de 1981 nasce a MTV, com o objetivo de suprir a necessidade de um
espaço na televisão para o crescente número de produções de videoclipes. De
acordo com Soares (2004), o surgimento da MTV, está ligado à crise das rádios
norte-americanas no final dos anos 70, que possuiam uma programação voltada
ao público adulto, não atendendo a grande demanda do público jovem e dos novos
gêneros da música popular; alavancando em uma grande queda no faturamento
da indústria fonográfica.
A MTV “[...] alterou profundamente certas concepções de fazer e ver TV e [...]
conseguiu detectar e reforçar certos traços e estilos da contemporaneidade [...].
Um desses traços é o da presença, junto à imagem, do som. Não apenas o som,
mas o som musical. A música. E não a música-pano de fundo, mas a música como
constituinte essencial da imagem”. (Coelho Netto, 1995)
Pensar nessa relação música e imagem, era um grande desafio na época, pois
para isso foi necessário alterar a lógica de produção e consumo de música;
pois a partir daquele momento, além de pensar somente em suas músicas, as
gravadoras tiveram que pensar em como estas seriam representadas visualmente.
Neste período, gêneros como o punk rock, o new pop e a dance music, trazem
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MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
38
consigo a importância à imagem e à performance do artista, bem como o uso da
tecnologia para a criação de novos sons. A articulação desses elementos com a
nova televisão musical, resulta em um novo tipo de experiência audiovisual e a
linguagem dos videoclipes se desenvolve de maneira mais experimental; uso de
efeitos especiais, pequenas animações, planos rápidos, imagens impactantes e
outros elementos sem nenhuma relação simbólica com as letras das canções.
Orientados pela linguagem do videoclipe, novos programas preenchem a
programação da MTV, criando uma estética própria da emissora, baseadas na
estratégia de produzir novos sentidos no público jovem e consumidor da música
popular massiva. [SOARES, 2004]
Em meio aos inúmeros videoclipes beseados na estética MTV, surgem artistas com
novas propostas. Michael Jackson, o primeiro negro a ter um videoclipe veiculado
na mídia televisiva, produziu para canções como “Thriller” (1983) e “Beat It” (1983),
videoclipes mais próximos à linguagem cinematográfica, com narrativas bem
estruturadas, diálogos e pausas na música. Estas características, quebravam os
limites de interação entre as mídias (cinema, televisão e videoclipe), englobando
uma parcela maior de públicos consumidores, fator este que foi essencial para a
expanção da MTV para o mundo. [Conter e Kilpp, 2007]
MICHAEL JACKSON EM
CENA DO VIDEOCLIPE
PARA A CANÇÃO
“BEAT IT”, ONDE
MOSTRA DE FORMA
NARRATIVA UMA
BATALHA EM GANGUES
AMERICANAS
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MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
39
No Brasil, a MTV chega no começo dos anos 90, mas o videoclipe já era
divulgado e produzido pelo programa Fantástico, da TV Globo desde a
década de 70. Em sua maioria, eram videoclipes de artistas famosos
cujas trilhas estavam presentes em alguma novela da emissora.
O primeiro clipe nacional produzido pela emissora foi o da canção “América do
Sul” (1975), interpretado por Ney Matogrosso. Outros videoclipes, como “Tempos
Modernos” (1982) de Lulu Santos, “Você não soube me amar” (1982) da banda
Blitz, e “Melô do marinheiro” (1986) dos Paralamas do Sucesso também foram
veículados para todo o Brasil, na tentativa de propagar e valorizar o rock e pop
nacional.
NEY MATOGROSSO
EM MATÉRIA PARA
A REVISTA POP
(NOVEMBRO DE 1974)
09
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
40
Segundo Soares (2004), o surgimento da MTV Brasil, se torna uma nova referência
ao público jovem e um grande incentivo ao nascimento de novas bandas e estilos
musicais. Bandas como, O Rappa, Cidade Negra, Raimundos e Skank, começaram
a fazer sucesso após terem seus videoclipes veículados pela emissora. Esta
crescente produção do videoclipe nacional, fez com que gravadoras investissem
mais na qualidade estética do material apresentado e na identidade dos próprios
artistas; e baseados nesse investimento surge em 1995, o VMB (Video Music
Brasil), a mais importante premiação de videoclipes nacionais, abrindo espaço
para outros gêneros musicais, como o rap, este que foi o maior vencedor da
premiação. De acordo com Lusvarghi (2002), o rap foi o gênero que mais conseguiu
alinhar a estética MTV à realidade social brasileira em seus clipes. Um dos grandes
sucessos deste gênero foi o videoclipe de “Minha Alma” (2000), do grupo O Rappa,
que em seu ano de lançamento foi indicado e prêmiado em 6 categorias no VMB.
No final dos anos 90, ao perceber que o grande consumo fonográfico brasileiro estava
voltado a gêneros como o axé, o pagode e a música sertaneja, a MTV resolve abrir um
maior espaço para estes em sua programação, porém achando que teria se desviado
muito de sua proposta inicial, resolve retomar o foco para os gêneros pop e rock.
Com parte de sua programação reduzida especificamente a videoclipes, estes
passam a ser pré-selecionados por questões como investimento de promoção
e popularidade da banda, o que para bandas e músicos com uma proposta
experimental soava como uma certa censura.
Em entrevista para um canal de entretenimento do site Uol em 2013, Rafael
Kent, diretor de clipes de grupos de rap como Racionais MC’s e Cone Crew
VIDEOCLIPE DE “MINHA ALMA” DA
BANDA O RAPPA, ONDE MOSTRA
CENAS DE UMA CRIANÇA EM MEIO A
VIOLÊNCIA DE UMA FAVELA 10
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
41
Diretoria, disse “Com o tempo percebi que a MTV não tinha mais muitos
parâmetros para o que era passado por lá [...] acredito que a MTV ajudou,
infelizmente, a afundar a produção audiovisual brasileira e isso é triste.
Bastava a banda ter audiência que tava lá e pior, ganhava-se prêmios, muitos.”
Uma nova oportunidade para artistas alternativos, independentes ou com uma
proposta de cunho experimental, que fugisse dos padrões Music Television, foi a
internet banda larga, trazendo consigo novas possibilidades de interação com o
público consumidor.
1.3.2. Mídia, produção e consumo
De acordo com Lemos (2009), a cultura de massa criou o “consumo para todos”
e a nova cultura “pós-massiva” cria a igualdade de palavra para todos. Alinhado
a essa ideia, percebemos que a internet surge como uma quebra de barreiras
para o conteúdo audiovisual, onde artistas cujos videoclipes não teriam espaço
na mídia televisiva, encontram na rede, uma possibilidade livre de divulgação dos
seus trabalhos.
Ao analisar a internet como um dos maiores veículos de distribuição audiovisual
no mundo atual, descobrimos que de acordo com a empresa americana de
ferramentas para análise de informações da web, Alexa, o site de compartilhamento
de vídeos Youtube está entre os cinco sites mais acessados do Brasil, e segundo
dados da ComScore (companhia de análises tecnológicas da internet), o canal
VEVO, especializado em divulgação de videoclipes, é o mais acessado do site.
Seguindo a mesma linha de pesquisa, observamos que conforme o site de listas e
rankings Top10+², entre os 30 vídeos mais vistos no Youtube, durante seu período
no ar, somente um desses não se trata de um videoclipe, e do restante somente
um videoclipe é brasileiro (mesmo clipe presente no topo da lista dos 10 videos
brasileiros mais acessados no Youtube, segundo mesmo site).
Chegamos à conclusão de que videoclipes fazem parte do consumo audiovisual de
milhões de brasileiros, e sendo assim, um objeto de estudo instigante. A ANCINE
(Agência Nacional do Cinema), o OCA (Observatório Brasileiro do Cinema e do
Audiovisual) e a SAV (Secretaria do Audiovisual) apresentam em seus sites poucos
dados de pesquisa nesta área do videoclipe em específico.
² Atualizado
automaticamente de
acordo com API (Application
Programming Interface) do
Youtube.
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
42
2. DESIGN EMOCIONAL
Este capítulo tem por objetivo, trazer teorias e conceitos para a melhor
compreensão da produção de sentido e estímulos emocionais no público
consumidor de videoclipes. Além de explorar o poder sinestésico existente na
união de linguagens, como a visual, a sonora e a verbal, em um mesmo objeto.
2.1. Percepção
Segundo Merleau-Ponty (1999) a percepção se trata da criação e de expressão da
linguagem pelo cérebro, que se dá através de determinados fatores. Kawasaki
(2009) analisou estes fatores através do design e os dividiu em dois grupos,
um relacionado ao ser humano, receptor, e outro ao objeto de design em si. No
grupo com relação ao ser humano, os fatores que levam à uma determinada
interpretação ou reação, se subdividem em fisiológico, cultural - repertório de
design, cultural - tempo/espaço e emocional.
Fator Fisiológico: A percepção pode sofrer algumas variações por ordem
fisiológica, como por exemplo, pessoas sinestetas, daltônicas ou portadoras de
algum problema de imprecisão visual.
Fator Cultural - Repertório de Design: Uma peça de design podem conter
linguagens muito variadas em sua composição, podendo não ser de fácil
compreensão para alguns receptores. Estes devem possuim um repertório das
linguagens utilizadas em um objeto, pois assim poderá compreender a mensagem
pretendida pelo emissor. Direcionar uma peça de design a um público específico, é
visto pelo autor, como uma tentativa de minimizar o erro de compreensão, porém
sempre haverá diferença entre os repertórios, criando novas interpretações,
significados e sensações.
Fator Cultural - tempo/Espaço: A interpretação e sensibilização através de um
determinado estímulo visual também pode variar de acordo com sua relação
tempo e espaço. Por exemplo, um vídeo, considerado inovador por um momento,
pode vir a ser considerado ultrapassado depois de algum tempo.
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
43
Fator Emocional: O estado de espírito do observador também pode o deixar
propenso a certas reações e interpretações. Segundo Kawasaki, pessoas felizes,
enxergam fatores positivos em determinada mensagem, enquanto pessoas
fragilizadas, se sensibilizam com maior facilidade a um certo conteúdo dramático
ou social.
Já no grupo com relação ao objeto de design, Kawasaki apresenta quatro
dimensões semióticas: hílico, sintaxe, semântica e pragmática.
Dimensão do hílico: refere-se a matéria prima e as características do material
da peça.
Dimensão sintática: diz sobre a estrutura e a definição física do objeto.
Dimensão pragmática: trata da utilidade e função prática do objeto de design.
Dimensão semântica: refere-se ao sentido da peça, o que ela expressa, qual a sua
mensagem.
Este projeto, que se trata de um objeto de design audiovisual, focará nas dimensões
sintática e semântica, visto que a estrutura de composição dos seus elementos,
em conjunto com o significado que estes possam transmitir, será essencial na
formação de percepções no usuário.
2.2. Sinestesia
“SOMOS TODOS SINESTETAS, EMBORA SOMENTE ALGUNS EXPERIMENTEM A
SINESTESIA CONSCIENTEMENTE.”
[bASbAUM, 2003]
Segundo Basbaum (2003), a palavra “sinestesia”, proveniente da junção das
palavras gregas “syn” (simultâneas) e “aesthesis” (sensação), expressa o ato de
ser exposto a um determinado estímulo sensorial, porém experimentar outro
estímulo em área sensorial diferente. Digamos por exemplo, que um certo
sinesteta, possa enxergar formas e cores ao escutar determinado som.
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
44
De acordo com Kawasaki (2009) apud Marshall McLuhan (1999), a separação dos
sentidos no processo de comunicação, surgiu através da invenção da prensa de
tipos móveis de Guttemberg, que fez com que o processo de percepção visual fosse
priorizado em relação aos demais. A partir disso, inúmeros relatos de pessoas
que conseguiam fazer associações sinestésicas surgiram, porém como não
havia um certo padrão nessas associações, pesquisas na área foram diminuindo.
Contudo, com os avanços das ciências neurocognitivas, estudos sobre o cérebro e
o aumento de recursos tecnológicos das últimas décadas, fez com que crescesse
os interesses em pesquisas na área da sinestesia.
Na área artística, processos sinestésicos são utilizados com o intuito de criar uma
experiência sensorial mais rica. Destacam-se nomes como o do russo Wassily
Kandinsky, que pintava suas obras inspirado por sons e músicas, retratando no
visual aquilo que sentia no sonoro. Para o pintor, que trabalhava a expressão
sinestésica com a música principalmente em relação ao uso de cores e disposição
de elementos, a racionalidade não fazia sentido em sua obra, o que importava era
explorar um mundo sensorial desconhecido.
“ENTREGUE SEUS OUVIDOS à MúSICA, ABRA SEUS OLHOS à PINTURA, E...
PARE O PENSAMENTO!”
[KANDINSKy, 1910]
OBRA “AMARELO,
VERMELHO E AZUL”
(1925) DO ARTISTA
WASSILY KANDINSKY,
PERCURSOR DA
ARTE ABSTRATA E
SINESTÉSICA
11
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
45
O estudo da sinestesia em relação ao design gráfico, surge a partir da ideia que
este, possui como uma de suas principais funções a comunicação, só possuindo
algum valor quando interado a outras pessoas. é essencial para o designer,
entender as relações que se estabelecem entre o objeto e o receptor, e quais os
resultados dos estímulos sensoriais causados por esta.
O design gráfico antes estritamente visual, atualmente também é composto pela
união de estímulos sonoros, táteis e até olfativos. Vídeos musicais, websites,
materiais de diferentes texturas e cheiros, entre outras peças, estabelecem
relações literais ou subjetivas com as pessoas, e estas por sua vez, ao assimilar
diferentes tipos de linguagens juntas, tentam as associar de alguma maneira.
[Kawasaki, 2009]
Neste projeto, o foco será na área sinestésica entre a visão e a audição, já que
na linguagem do design audiovisual, os estímulos gráficos passarão a interagir
diretamente com o som, estimulando a produção de sentido. [Carvalho, 2006]
De acordo com os estudos de Kawasaki [2009], a sinestesia visão/audição no design,
pode ser gerada a partir de cores, formas e texturas, espaço e diagramação. Estes
estudos revelam que:
Cores: quanto mais clara e menos saturada, mais agudo o som e quanto mais
escuro e mais saturado, mais grave o som.
Formas e texturas: os sons graves correspondem a formas e texturas arredondadas,
grossas e pesadas, enquanto sons agudos podem ser representados por formas
pontiagudas, finas e texturas leves.
Espaço e diagramação: o equilíbrio de elementos em uma composição pode
passar a sensação de silêncio ao receptor, como a assimetria e movimento de
formas pode gerar a sensação de barulho e ruído.
O intuito é que estes elementos do design em conjunto com os elementos do
audiovisual, como movimento de câmera, performance do artista, edição de
imagens e efeitos de pós produção, possam se articular aos elementos musicais,
como tempo, ritmo e letra, afim de gerar o que Goodwin (1992) chama de
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
46
“musicologia da imagem”, tendo a sinestesia como peça fundamental na estrutura
de um videoclipe.
2.3. Emoção
Damásio (1996) nos apresenta a emoção como um conjunto de respostas motoras,
enviadas do cérebro ao corpo em resposta a algum acontecimento.
Casos apresentados por Damásio, como o de Phineas Gage em 1848, que sofreu
um dano cerebral, debilitando sua reatividade emocional e tendo dificuldades na
tomada de decisões, nos revelam que a emoção está ligada ao nosso raciocínio
lógico, estabelecendo repertórios e selecionando opções.
Segundo o autor, existem as emoções primárias e as emoções secundárias,
sendo as primárias, disposições instintivas para responder a certos estímulos,
como o prazer, o medo, a surpresa; já as secundárias, são emoções aprendidas,
nas quais categorizamos baseados nos estímulos do nosso passado, avaliando-os
como bons ou ruins, como o ciúme, a inveja e o orgulho por exemplo. Todas essas,
influenciadas por fatores biológicos, aspectos culturais e experiências pessoais.
Ao projetar uma peça de design audiovisual, lidamos com um resultado dinâmico,
que por sua vez necessita de respostas rápidas e inconscientes do público consu-
midor, sendo o foco obter emoções primárias destes.
2.3.1. Design e Emoção
Segundo Tonetto e Da Costa (2011) o estudo das emoções na área do design surge
a partir da necessidade de aproximar o designer do consumidor final. Criadores,
que na maioria das vezes não são os usuários de suas criações, acabam gerando
objetos baseados em suas próprias experiências e vivencias, propensos a não
atingir exatamente o seu objetivo.
Norman (2004), com o intuito de melhorar a conexão entre os objetos de
design e as pessoas, dividiu as emoções em três níveis de processamento
cerebral: o nível visceral, atuando sobre a aparência do objeto através
MUNDO LOCO - FASE ANALÍTICA - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
47
de um primeito impacto de natureza visual (ou audiovisual, no caso deste
projeto); o nível comportamental, controlando os aspectos funcionais
de um objeto; e o nível reflexivo, ligado ao significado que estes objetos
representam as pessoas, construído na maioria das vezes em longo prazo.
Como tentativa de descobrir e compreender respostas automáticas e possíveis
reações sinestásicas do público consumidor, focaremos na análise do nível
visceral, segundo estudo de Norman.
De acordo com Norman (2004), todos os sinais emocionais recebidos pelos seres
humanos, são interpretados automaticamente no nível visceral, porém, mesmo
sendo um nível correspondente a uma parte superficial do cérebro, está sujeito
a variadas condições já programadas genéticamente. Algumas dessas condições
podem produzir afetos positivos, como o caso de lugares bem iluminados, pessoas
atraentes, cheiros doces, cores vibrantes, batidas rítmicas etc; e também afetos
negativos, como frio extremo, sons discordantes, cheiro de alimentos podres,
gosto amargo, escuridão, vômito etc.
Projetar um objeto de design para o nível visceral, segundo o autor, não é uma
tarefa tão difícil, já que a produção dos afetos emocionais segue um padrão já
programado na maioria das pessoas. Porém, é necessário entender que as
diferenças culturais dos usuários podem influênciar sobre o que é desejado,
através de suas preferências. Ao projetar neste caso, é importante que o designer,
mantenha o foco em um grupo específico de usuários, afim de que a experiência
deixe de cumprir somente sua função estética, mas que crie também uma
experiência agradável ao consumidor final. [Norman, 2004]
48
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - DEFINIÇÃO DO OBJETO
D E F I
N I Ç Ã O
D O
O b J E t O
2. KAROL CONKA
Nascida na cidade de Curitiba, Paraná, Karoline dos Santos de Oliveira, 1987,
cresceu no bairro do Alto Boqueirão, na zona sul da cidade. O bairro, segundo
relatório estatístico da Secretaria de Estado da Segurança Pública, é um dos mais
maiores da cidade na questão de ocorrências criminais.
Marcada por memórias cheias de violência, preconceito e trauma, encontrou no
rap uma forma de protesto contra a tristeza, a baixa autoestima e a depressão.
Inspirada pela cantora Lauryn Hill, Karol tem levado seu talendo, sua música
e o nome da cidade de Curitiba a lugares de destaque da música nacional e
internacional. (Revista Ler&Cia, 2014)
1. APRESENtAÇÃO
Após busca de possíveis artistas e músicas que pudessem se adequar à proposta
deste projeto, foi definida a utilização da faixa Mundo Loco, da rapper, cantora e
compositora curitibana Karol Conka, como objeto para a criação do videoclipe.
“ESTOU LEVANDO MEU NOME E
O DA MINHA CIDADE A LUGARES
QUE POUCA GENTE CHEGOU.”
[CONKA, 2014]
RAPPER, CANTORA E COMPOSITORA
CURITIBANA, KAROL CONKA12
49
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - DEFINIÇÃO DO OBJETO
Conka foi indicada ao prêmio de “Artista Revelação” do VMB (Video Music Brasil)
em 2011, antes mesmo de lançar seu primeiro cd. Logo após o lançamento de
Batuk Freak, primeiro e único albúm da rapper, em 2013, recebeu o prêmio
Multishow de “Artista Revelação” e convites para fazer de uma de suas canções,
música oficial do jogo FIFA 2014 e conceber outra especial para uma propaganda
da marca Adidas.
Atualmente, a cantora volta de sua segunda turnê na Europa, onde também foi
convidada para se apresentar no BBC Radio 1Xtra Live Lounge, programa que
leva diversos nomes da música para apresentações acústicas, sendo a primeira
convidada a cantar em outra língua a não ser a inglesa na rádio BBC.
KAROL EM
APRESENTAÇÃO NA
RÁDIO INGLESA BBC
(À ESQUERDA) E CAPA
DO PRIMEIRO ÁLBUM
DA CANTORA, “BATUK
FREAK” (À DIREITA)
2.1. Mundo Loco
Em entrevista ao site da emissora MTV, em outubro de 2013, Karol Conka revela
que a faixa de número 8 do álbum Batuk Freak (2013), Mundo Loco, é sua preferida,
justamente por ter melodias soltas como ela e transcrever a sensação de viver em
sua própria fábula. A música foi selecionada para o projeto por trazer um clima
libertário e sensorial, retratando o “mundo” de origem e inspiração da cantora.
“EU SEMPRE OUVI DE AMIGOS, PROFESSORES, FAMILIARES E
DESCONHECIDOS QUE EU NÃO ERA DESSE MUNDO. ENTÃO RESOLVI
MERGULHAR NA MINHA FáBULA E TRANSCREVER AQUELA SENSAÇÃO BOA. é
UMA MúSICA CONVIDATIVA PRA DANÇAR E SENTIR A NATUREZA.”
[CONKA, 2013]
13 14
50
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - PESQUISA COM PúBLICO CONSUMIDOR
P E S
Q U I S A
C O M
P Ú b L I C O
C O N S U
M I D O R
Essa pesquisa tem por objetivo, conhecer melhor o perfil do público consumidor
do trabalho da artista Karol Conka e auxiliar no direcionamento do projeto, bem
como na elaboração de alternativas visuais na fase criativa do processo de design
através de referências, comportamentos e estilos.
Para obter as informações desejadas, foi utilizada a técnica de questionário,
que tem por vantagem a abrangência maior de participantes, a objetividade nas
informações obtidas e a facilidade de compilação dos dados.
Foram selecionados oito participantes através da página oficial da artista
Karol Conka na rede social Facebook, afim de focar a pesquisa diretamente
no público final do material de objetivo deste trabalho. O questionário
[ANEXO 2] por sua vez, foi aplicado de maneira individual via internet.
Os resultados da pesquisa [ANEXO 3-10], resultaram em um mood board (painel
semântico) esclarecendo as referências visuais, estéticas e os conceitos, que
possam vir a ser exploradas durante o processo do trabalho.
15
51
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - PESQUISA COM PúBLICO CONSUMIDOR
Percebemos que este público, está numa faixa de jovens entre 21
e 25 anos, recém formados ou estudantes do ensino superior, com
intensidade de vida noturna intensa, usuários de redes sociais e que têm
o costume de assistir a videoclipes. Além disso, destacam seu interesse
na artista Karol Conka, graças a sua personalidade e presença de palco.
Este público também, além de possuir interesses em uma quantidade variada
de áreas, tais como: arte urbana, arte contemporânea, cinema, fotografia, moda,
design, dança, música, tecnologia e cultura popular; destacam-se por escutar
variados gêneros musicais, deixando clara sua sensibilidade e abertura à novas
propostas, conceitos e experimentos.
52
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
A N Á L I S E
D E
S I M I
L A R E S
1. ObJEtIVO E PARÂMEtROS DA ANÁLISE
Esta etapa tem por objetivo compreender a construção de videoclipes similares
diretos, bem como suas características de linguagem audiovisual mais utilizadas
e suas tendências na área do Design Audiovisual.
Em seu livro “Video-arte, videoclipe: investidas contra a boa forma”, Yoshiura
[2007], apresenta um modelo de análise de vídeos, contruído a partir dos seguintes
parâmetros: sequências de significação (unidades de contexto), características
da imagem (cromáticas, morfológicas, cinéticas e topológicas), efeitos técnicos
e características de desmaterialização da imagem. Em seu estudo, Yoshiura tem
por objetivo decupar e comparar dois vídeos com conceitos diferentes, fato este
que despertou uma necessidade de adaptação dos parâmetros de análises, afim
de aproximá-los mais dos objetivos específicos dessa proposta.
A adaptação dos parâmetros exerceu influência nos conceitos da linguagem
audiovisual apresentadas na fundamentação teórica deste documento (ver item
1.1 da fundamentação teórica). Os parâmetros definidos foram:
Videoclipe (Nome do intérprete e música)
País de origem
Gênero musical
Principais características cromáticas
Principais características morfológicas
Principais características de sintaxe
Principais características estilísticas
Principais características dramatúrgicas
Efeitos de edição digital
Relação letra / vídeo
Narrativa
53
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
2. VIDEOCLIPES SIMILARES
Foram selecionados, dez videoclipes, sendo cinco nacionais e cinco internacionais,
tendo como parâmetro obrigatório para seleção, o fato de utilizar dos recursos do
Design Audiovisual. Segue análise dos videoclipes selecionados:
Marcelo D2 - Pode Acreditar
Brasil
Gênero musical
Hip Hop / Rap
Principais características cromáticas
Video em baixa saturação com animações coloridas
Principais características morfológicas
Personagem principal (cantor) sempre mostrado de frente para a câmera em
primeiro plano. A câmera se movimenta junto com o personagem.
Principais características de sintaxe
Tomada única de cena.
Principais características estilísticas
Não possui.
Principais características dramatúrgicas
Muitos personagens, porém sem ações importantes.
Efeitos de edição digital
Ilustrações animadas (figurativas) tendo por influência os movimentos dos
personagens e o que é cantado.
Relação letra / vídeo
Somente em relação aos efeitos e não à narrativa.
Narrativa
Sim
16
54
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
Copacabana Club
Brasil
Gênero musical
Indie
Principais características cromáticas
Cores quentes e saturadas, filtros das cores amarelo e rosa sobre as imagens.
Principais características morfológicas
Não há padrão na forma em que é mostrado o ambiente e os personagens.
Possui muito movimentos de travelling na câmera.
Principais características de sintaxe
Planos medianos com quantidade grande de cenas. Sequência não definida e
pouca relação entre planos.
Principais características estilísticas
Gradação.
Principais características dramatúrgicas
Personagens com desempenho gradativo de ações ao longodo vídeo.
Efeitos de edição digital
Ilustrações animadas (abstratas e figurativas) tendo por influência a linguagem
corporal e ações dos personagens.
Relação letra / vídeo
Não, somente em algumas palavras que aparecem animadas.
Narrativa
Sim
17
55
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
Marcelo D2 - Fella
Brasil
Gênero musical
Hip Hop / Rap
Principais características cromáticas
Colorido, com predominância de tons frios.
Principais características morfológicas
Personagens mostrados em primeiro ou prImeiríssimo plano. Câmera estática.
Principais características de sintaxe
Muitos cortes secos dentro de poucas cenas.
Principais características estilísticas
Não possui.
Principais características dramatúrgicas
Poucos personagens, sem ações importantes.
Efeitos de edição digital
Ilustrações animadas (figurativas) tendo por influência os movimentos dos
personagens.
Relação letra / vídeo
Não, somente em algumas palavras que aparecem animadas.
Narrativa
Não
18
56
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
Mika - Qual é o andar?
Brasil
Gênero musical
Pop
Principais características cromáticas
Video todo em preto e branco.
Principais características morfológicas
Não há padrão na forma em que são mostrados os objetos, elementos e
personagens. Câmera estática.
Principais características de sintaxe
Planos medianos com grande quantidade de cenas. Sequência não definida.
Principais características estilísticas
Não possui.
Principais características dramatúrgicas
Poucos personagens, sem ações importantes.
Efeitos de edição digital
Ilustrações animadas (figurativas) tendo por influência a letra da música.
Relação letra / vídeo
Somente em relação à alguns elementos animados.
Narrativa
Sim
19
57
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
banda Uó - Gringo
Brasil
Gênero musical
Trash / Brega
Principais características cromáticas
Colorido com alta saturação.
Principais características morfológicas
Não há padrão na forma em que são mostrados os personagens. Câmera
estática.
Principais características de sintaxe
Planos rápidos, com muitas cenas. Sem sequência e relações entre planos
definida.
Principais características estilísticas
Não possui.
Principais características dramatúrgicas
Poucos personagens, sem ações importantes.
Efeitos de edição digital
Ilustrações animadas (abstratas) somente no fundo dos personagens. Utilização
de efeito chroma key.
Relação letra / vídeo
Não
Narrativa
Não
20
58
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
tidus - Apocalypse
Estados Unidos
Gênero musical
Hip Hop / Rap
Principais características cromáticas
Colorido com experimentação de muitos recursos de edição de imagem.
Principais características morfológicas
Personagem principal (cantor) sempre mostrado de frente para a câmera em
primeiríssimo plano. A câmera é estática.
Principais características de sintaxe
Cena única.
Principais características estilísticas
Não possui.
Principais características dramatúrgicas
Um único personagem, sem ações importantes.
Efeitos de edição digital
Imagem totalmente desmaterializada com intervenções gráficas abstratas a todo
momento.
Relação letra / vídeo
Não.
Narrativa
Não.
21
59
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
Rihanna - Rude boy
Estados Unidos
Gênero musical
Pop
Principais características cromáticas
Colorido com experimentação de muitos recursos de edição de imagem.
Principais características morfológicas
Não há padrão na forma em que são mostrados os objetos, elementos e
personagens. Câmera estática.
Principais características de sintaxe
Planos rápidos com muitas cenas. Sem sequência e relações entre planos
definida.
Principais características estilísticas
Não possui.
Principais características dramatúrgicas
Um personagem com ação invariável do início ao fim.
Efeitos de edição digital
Imagem totalmente desmaterializada com intervenções gráficas abstratas a todo
momento.
Relação letra / vídeo
Não.
Narrativa
Não.
22
60
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
Jape - Scorpio
Suécia
Gênero musical
Rock / Pop
Principais características cromáticas
Colorido com experimentação de muitos recursos de edição de imagem. Uso de
projeção.
Principais características morfológicas
Não há padrão na forma em que é mostrado o personagem. Em sua maioria, a
câmera pemanece estática.
Principais características de sintaxe
Poucas cenas, com sequência de planos definida pela música.
Principais características estilísticas
Gradação.
Principais características dramatúrgicas
Um único personagem com ação invariável.
Efeitos de edição digital
Ilustrações animadas (abstratas) tendo por influência a linguagem corporal do
personagem e o ritmo da música.
Relação letra / vídeo
Não.
Narrativa
Não.
23
61
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
the Naked and Famous - the Sun
Nova Zelândia
Gênero musical
Tecnopop
Principais características cromáticas
ColorIdo, porém com algumas partes em preto e branco.
Principais características morfológicas
Não há padrão na forma em que são mostrados os objetos, elementos e
personagens. Câmera estática.
Principais características de sintaxe
Planos rápidos com muitas cenas. Sem sequência e relações entre planos
definida.
Principais características estilísticas
Gradação.
Principais características dramatúrgicas
Dois personagens com ação invariável do início ao fim.
Efeitos de edição digital
Formas abstratas animadas, com instensidade gradativa ao longo do vídeo.
Relação letra / vídeo
Não.
Narrativa
Não.
24
62
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
the Ruby Suns - Desert of Pop
Nova Zelândia
Gênero musical
Indie
Principais características cromáticas
Colorido com experimentação de muitos recursos de edição de imagem.
Principais características morfológicas
Não há padrão na forma em que são mostrados os objetos, elementos e
personagens. Uso de variados movimentos de câmera.
Principais características de sintaxe
Mistura de poucas cenas comportas por uma grande quantidade de planos
rápidos, com pequenas animações. Sequência não definida.
Principais características estilísticas
Não possui.
Principais características dramatúrgicas
Poucos personagens, sem ações importantes.
Efeitos de edição digital
Ilustrações animadas (abstratas e figurativas).
Relação letra / vídeo
Não.
Narrativa
Não.
25
63
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
2.1. Resultados
Em síntese, os resultados da análise com os dez vídeos foram satisfatórios.
A princípio destacamos a dificuldade de encontrar similares nacionais, nos
mostrando que a área do Design Audiovisual para videoclipes ainda é pouco
explorada no Brasil.
A maioria dos videoclipes analisados possuem uma vasta variedade cromática
e na experimentação de recursos de edição e pós produção de imagem. Quanto
as características morfológicas, são em sua maioria compostos de planos mais
fechados, não possuem padrões na forma em que são apresentados e utilizam
muito da câmera estática para a captação de imagens.
Em relação as características de sintaxe, o que se destaca na maioria dos
videoclipes é o uso de cenas únicas e aos efeitos de edição digital, imagens
desmaterializadas, intervenções abstratas e grande influência da linguagem
corporal dos personagens e ritmo da música na elaboração de efeitos animados.
Como aspectos negativos, temos a falta de exploração das características
estilísticas, sendo que a única utilizada por alguns vídeos foi a gradação, mesmo
essa muito relacionada à evolução do ritmo da música.
O não uso da relação entre a letra da música e a imagem apresentada no video,
não chega a ser considerado um aspecto negativo para este projeto, visto que
ele foca na percepção do usuário somente no nível visceral do processamento
cerebral. Já que a narração de uma história, entraria de acordo com Norman
[2004], dentro no último nível de processamento, o reflexivo.
3. VIDEOCLIPES - KAROL CONKA
Afim de compreender um pouco mais sobre o que a artista vem produzindo na
área audiovisual, e de como a mesma relaciona imagem e som, bem como o que o
público já conhece de seu trabalho, despertou a necessidade da análise de alguns
videoclipes já lançados por Karol Conka nas mídias.
Segue a análise de três videoclipes da cantora:
64
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
boa Noite - Karol Conka
Brasil
Gênero musical
Rap / Hip Hop
Principais características cromáticas
Colorido porém sem experimentação de recursos de edição de imagem.
Principais características morfológicas
Não há padrão na forma em que são mostrados os objetos, elementos e
personagens. Uso de variados movimentos de câmera.
Principais características de sintaxe
Planos rápidos com muitas cenas. Sem sequência e relações entre planos
definida.
Principais características estilísticas
Não possui.
Principais características dramatúrgicas
Muitos personagens dançando durante todo o vídeo.
Efeitos de edição digital
Apenas cortes sincronizados com o ritmo da música. Não possui efeitos
especiais.
Relação letra / vídeo
Sim.
Narrativa
Não.
26
65
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
Gandaia - Karol Conka
Brasil
Gênero musical
Rap / Hip Hop
Principais características cromáticas
Colorido porém sem experimentação de recursos de edição de imagem.
Principais características morfológicas
Não há padrão na forma em que são mostrados os objetos, elementos e
personagens. Uso de variados movimentos de câmera.
Principais características de sintaxe
Planos rápidos com muitas cenas. Sem sequência e relações entre planos
definida.
Principais características estilísticas
Não possui.
Principais características dramatúrgicas
Muitos personagens dançando durante todo o vídeo.
Efeitos de edição digital
Apenas cortes sincronizados com o ritmo da música. Não possui efeitos
especiais..
Relação letra / vídeo
Sim.
Narrativa
Não.
27
66
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
toda Doida - boss in Drama feat. Karol Conka
Brasil
Gênero musical
Pop
Principais características cromáticas
Colorido porém sem experimentação de recursos de edição de imagem.
Principais características morfológicas
Não há padrão na forma em que são mostrados os objetos, elementos e
personagens. Uso de variados movimentos de câmera.
Principais características de sintaxe
Planos rápidos com muitas cenas. Sem sequência e relações entre planos
definida.
Principais características estilísticas
Não possui.
Principais características dramatúrgicas
Muitos personagens dançando durante todo o vídeo.
Efeitos de edição digital
Apenas cortes sincronizados com o ritmo da música. Não possui efeitos
especiais.
Relação letra / vídeo
Sim.
Narrativa
Não.
28
67
MUNDO LOCO - FASE ANALíTICA - ANáLISE DE SIMILARES
3.1. Resultados
Ao analisar os três videoclipes de Karol Conka, identificamos uma forte tendência
de estilo, não possuindo grandes variações entre cada um. Todos os vídeos,
retratam uma festa, onde o importante é sentir a música e dançar, possuindo forte
ligação com as letras das músicas, porém não literalmente, e sim de forma mais
subjetiva, não chegando a seguir uma narrativa ou roteiro definido.
Quanto as características morfológicas, intercalam desde os planos mais
fechados ao plano de conjunto, porém não possuem padrões na forma em que são
apresentados e utilizam dos mais variados movimentos de câmera.
Em relação as características de sintaxe o que se destaca é o uso de cenas variadas,
divididas em vários planos e cortes rápidos, sem uma sequência definida, porém
destacando-se em todos os videoclipes, devido à grande sincronia entre o ritmo
das músicas.
Como aspectos negativos, tendo em vista o objetivo deste projeto, temos a não
utilização da linguagem do Design Audiovisual, já que nenhum dos videoclipes da
cantora, utilizam interferências gráficas sobre os vídeos.
FA S E
C R I At I V A
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR
71
t E S t E
C O M
P Ú b L I C O
C O N S U
M I D O R
Esse teste foi elaborado com o objetivo de coletar respostas sinestésicas do público
consumidor, bem como possíveis caminhos para a etapa de experimentação,
baseado e inspirado no processo criativo de Kandinsky.
1. EtAPAS
As etapas do teste focam na interação do participante com a música Mundo Loco,
através do nível visceral da percepção, obtendo reações instintivas e automáticas
do cérebro.
Foram selecionados cinco participantes, dentre os oito já inclusos na etapa de
pesquisa, que num segundo questionário prévio, já haviam demonstrado interesse
na realização desta atividade. O teste foi dividido em três etapas: associação
cromática, associação imagética e expressão gráfica.
1.1. Etapa 1 - Associação cromática
Nesta etapa, um trecho da música (referente a 15 segundos) foi dividido em cinco
partes. Um circulo cromático foi colocado sobre uma mesa, com cinco alfinetes
numerados de 1 a 5. A tarefa era que o participante, ao escutar determinda
parte do trecho musical, colocasse o alfinete, com número correspondente,
instantâneamente em uma cor, completando as cinco associações.
O trecho selecionado, já com suas divisões, foi:
Embalados pelo aroma de “nag champa”
Cada rua tem uma estampa
Você gira, gira e não se cansa tipo uma criança
Vagalumes voam em sincronia assim criando um clima que vicia
Pura magia pisar num caminho iluminado que arrepia
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR
72
MATERIAIS PARA O
TESTE DE ASSOCIAÇÃO
CROMÁTICA
1.1.1. Resultados
Após a compilação dos resultados obtidos na etapa de associação cromática
(gráfico abaixo), podemos concluir que não houve um padrão significativo nas
respostas, deixando clara a grande variação de cores e a ideia de que este tipo
de estímulo é diferente para cada participante, porém podemos identificar que
são cores saturadas, estas que possuem uma relação com sons fortes e graves,
conforme teoria já apresentada.
1
1 2 3 4 5
2
3
4
5
PARtE DA
MÚSICA
PARtICIPANtE
1.2. Etapa 2 - Associação imagética
Neste segundo momento, o mesmo trecho musical inicial (dividido em cinco partes
na etapa anterior) foi utilizado como base, porém ao escutá-los o participante
deveria escolher automaticamente entre duas imagens.
29
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR
73
Embalados pelo aroma de “nag champa”
Cada rua tem uma estampa
Você gira, gira e não se cansa tipo uma criança
ABSTRATO
ABSTRATO
ABSTRATO
LITERAL
LITERAL
LITERAL
Foram selecionadas previamente, dez imagens, e divididas em cinco duplas, cada
uma referente a um dos sons que seriam escutados. O objetivo desta etapa, foi
identificar se a percepção da música seguia por um caminho mais subjetivo ou
não. Uma representava a letra da música de forma mais abstrata e a outra, de
forma mais literal.
As imagens selecionadas para cada som, foram:
30
32
34
31
33
35
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR
74
Pura magia pisar num caminho iluminado que arrepia
Vagalumes voam em sincronia assim criando um clima que vicia
ABSTRATO
ABSTRATO
LITERAL
LITERAL
PARTICIPANTE
MARCANDO UMA DAS
IMAGENS
1.2.1. Resultados
Nos resultados obtidos na segunda etapa, temos 76% das marcações em imagens
que representavam o abstrato, destacando assim que ao escutar a letra da música,
o participante não seguia uma narrativa literal ou racional.
1.3. Etapa 3 - Experimentação gráfica
Na terceira e última etapa do teste, os participantes receberam uma folha de
papel no formato A3 e alguns materiais de expressão criativa, como tintas, pincéis,
canetas coloridas, entre outros. O objetivo desta etapa, foi o de captar visualmente
36
38
37
39
40
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR
75
1.3.1. Resultados
Estes foram os resultados de expressão gráfica dos participantes:
os estímulos sentidos pela música em cada participante. Ao escutar a música
inteira (3’29”), cada um tinha esse tempo para imergir e se expressar da maneira
que quisesse.
FIGURA 01
PARTICIPANTE REALIZANDO A
TERCEIRA ETAPA DO TESTE
RESULTADO DE
EXPRESSÃO GRÁFICA
DO PARTICIPANTE 01
41
42
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR
76
RESULTADO DE
EXPRESSÃO GRÁFICA
DO PARTICIPANTE 02
RESULTADO DE
EXPRESSÃO GRÁFICA
DO PARTICIPANTE 03
43
44
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR
77
RESULTADO DE
EXPRESSÃO GRÁFICA
DO PARTICIPANTE 04
RESULTADO DE
EXPRESSÃO GRÁFICA
DO PARTICIPANTE 0546
45
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - TESTE COM PÚBLICO CONSUMIDOR
78
Ao observar o desenvolvimento desta etapa, bem como as experimentações finais
de cada participante, temos resultados muito satisfatórios para o desenvolvimento
do projeto. Durante a introdução da música, onde não há letra e o ritmo da música
é mais lento, a maioria dos participantes utilizaram a cor preta para construir
traços contínuos ou mais uniformes. Na entrada da letra e mudança do ritmo,
eles automaticamente mudaram de cor e composição na folha, e se expressam
em uma velocidade mais rápida, com movimentos repetidos e não uniformes; o
mesmo foi se repetindo para cada troca perceptível de instrumento e melodia,
criando assim, alguns grupos de cores, formas e gestos.
Podemos também destacar o fato dos participantes não preencherem todos os
espaços da folha, deixando várias áreas de respiro. Além disso, os participantes
não sentiram a necessidade de se expressar textualmente ou desenhar formas
figurativas, fato este que concorda com o resultado da segunda etapa, onde os
mesmos participantes fizeram associações mais abstratas.
Nos cabe neste momento, juntando estes resultados com uma análise da música,
definir caminhos para a etapa de experimentação.
79
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - ANáLISE DO OBJETO
A N Á L I S E
D O
O b J E t O
1. ANÁLISE
Segundo estudos Gonzales [2003], podemos analisar um texto em sua dimensão
semântica³, através de figuras de linguagem, como:
Vou te contar venho de um mundo loco
Onde é permitido ser o que quiser
Cada dia um estouro, sem mau agouro
Vou até onde eu puder
O céu é roxo a grama é azul
Os pássaros cantam Erykah Badu
Quando a noite chega tudo em volta brilha
Tem uma passagem para Istambul
árvores ficam florescentes
Batucadas dominam mentes quem entra na roda sente
Fica a vontade se apega a essência e às cores se rende
Paradoxo: união de ideias contraditórias, aparentemente absurdas.
Antítese: uso de termos de sentidos opostos.
Sinestesia: qualidade de um sentido sensorial atribuido a outro.
Comparação: paralelo estabelecido entre dois termos com o uso de um conectivo.
Metáfora: produz comparações através da relação de semelhança entre elementos.
Hipérbole: consiste em passar um ideia de forma exagerada do real.
Personificação: atribuição de sentimentos e ações humanas a animais ou objetos inanimados.
Eufemismo: usada para suavisar um contexto.
Os trechos em que as figuras de linguagem aparecem descritas na música, foram
destacados a seguir, seguindo a legenda de cores como apoio:
LEGENDA
PARADOXO
ANTÍTESE
SINESTESIA
COMPARAÇÃO
METÁFORA
HIPÉRBOLE
PERSONIFICAÇÃO
EUFEMISMO
³ Apresentada no
sub-capítulo 2.1. da
Fundamentação Teórica.
80
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - ANáLISE DO OBJETO
Isso é frequente nesse lugar ninguém é diferente
O riso é fluente uma população contente
Cheia de disposição pra pegar no batente
Embalados pelo aroma de nag champa
Cada rua tem uma estampa
Você gira, gira e não se cansa tipo uma criança
Vagalumes voam em sincronia assim criando um clima que vicia
Pura magia pisar num caminho iluminado que arrepia
Nasci em outro lugar, nananananana
Melodias ao vento convidando pra dançar
No meu lugar eu vou morar, no meu lugar vou ficar
Deitar na grama e olhar o céu e brisar
Deitar e brisar
Esperei o dia aparecer uma água de coco pra beber
Vi a paisagem florescer, dá gosto de viver
Cada um com seu jeito de ser, mamãe natureza tem poder
Tá fácil de perceber, festa ao entardecer
Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã
Descanso no divã
Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã
Pra colher no amanhã de manhã
Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã
Descanso no divã
Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã
Pra colher no amanhã de manhã
Nasci em outro lugar, nananananana
Melodias ao vento convidando pra dançar
No meu lugar eu vou morar, no meu lugar vou ficar
Deitar na grama e olhar o céu e brisar
Deitar e brisar
LEGENDA
PARADOXO
ANTÍTESE
SINESTESIA
COMPARAÇÃO
METÁFORA
HIPÉRBOLE
PERSONIFICAÇÃO
EUFEMISMO
81
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - ANáLISE DO OBJETO
1.1. RESULtADO
Ao analisar a música Mundo Loco através das figuras de linguagem, identificamos
uma quantidade destacável de sinestesia. Porém visto que a Sinestesia, já é um
dos temas estudados e propostos neste projeto, essa análise só nos faz defender
a escolha da música.
Sentindo a necessidade de um tema central para a produção de conteúdo do
videoclipe, foi realizada uma retomada dos resultados de todas as etapas, afim
de encontrar um conceito em comum, que pudesse unir o vídeo à experimentação
gráfica. Assim surgiu o tema “dança”, já destacado por Karol Conka, ao descrever
a canção Mundo Loco como um “convite para dançar”, onde também aparece como
área de interesses na maioria dos resultados da pesquisa com o consumidor, bem
como na análise tanto dos videoclipes similares, quanto nos já produzidos pela
cantora.
Concluindo, nos resta agora trazer este conceito já trabalhado por Karol Conka
em suas músicas e clipes, para a realidade e objetivo deste projeto.
“A DANÇA é UM REGISTRO DE VIDA, DE FORÇA E
DE EXPRESSÃO - ESTAR NO MUNDO.”
[VIANNA, 2005]
82
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO
E X P E R I
M E N tA
Ç Ã O
Esta etapa tem por objetivo, desenvolver estilos gráficos e experimentar novas
ferramentas visuais para a execução do videoclipe Mundo Loco.
1. INSPIRAÇÃO
A experimentação segue inspiração no trabalho já desenvolvido por dois
profissionais, cujo os nomes surgiram no projeto durante a pesquisa com o
público consumidor. O primeiro é Ruffmercy, diretor e animador inglês, que
produz especialmente vidioclipes de artistas voltados aos gêneros rap e hip-
hop. Desenvolvendo projetos para a MTV no começo de sua carreira, Ruffmercy
foi desenvolvendo uma estética muito particular em seus videos, graças à sua
habilidade de desmaterializar e deformar cenas, bem como a enorme quantidade
de elementos e formas animadas sincronizadas com o ritmo das músicas.
[Director Notes, 2014]
ALGUNS DOS
TRABALHOS DO
DIRETOR E ANIMADOR,
RUFFMERCY
A segunda inspiração, é no designer gráfico e artista plástico curitibano André
Mendes, que explora um lado não convencional da arte contemporênea, através
do conceito de deconstrução. André mostra em suas obras de diferentes formatos
e materiais, ideias baseadas nas possibilidades e tentativas de um artista.
Fortemente ligado ao movimento street art, é conhecido por seus grandes murais,
coloridos e cheios de formas abstratas, espalhados na cidade de Curitiba.
47 48
49 50
83
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO
Obras do artista plástico e designer André Mendes.
2. EStUDOS
Os estudos dessa etapa, visam definir o melhor caminho visual para atingir o
objetivo deste projeto. Afim de facilitar a compreensão de quais experimentos
foram realizados e escolhidos, dividiu-se o conteúdo através dos subtópicos:
2.1. Conteúdo filmado
CORES
ESTUDO 01
Cenas coloridas Cenas em preto e branco
ESTUDO 02
51 52
53 5754 58
55 5956 60
84
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO
2.2. Formas
ESTUDO 01
Formas vetoriais
(traço uniforme)
Formas gestuais
(traço não uniforme)
ESTUDO 02
ESCOLHA
Optou-se pelo EStUDO 2, por criar melhor unidade visual das cenas, além disso,
para destacar e facilitar a percepção do conteúdo gráfico da pós produção.
ESCOLHA
Foi definido o EStUDO 2, como estilos das cenas a serem produzidas, por melhor
representar o conteúdo que Karol Conka já apresenta em seus videoclipes.
EStILO DE CENA
ESTUDO 01
Danças coreografadas
(espetáculos e festivais)
Danças espontâneas
(gestos, performances de rua e festas)
ESTUDO 02
61 6562 66
63 6764 68
85
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO
ESCOLHA
O EStUDO 2, também foi definido como o ideal para este tópico, visto que melhor
representa o conceito de movimento livre e natural da dança, ao ser explorado
com formas feitas a mão.
2.3. Cores
ESTUDO 01
Mais saturadas Menos saturadas
ESTUDO 02
86
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO
2.4. Descontrução da imagem
ESCOLHA
Em relação ao padrão cromático, optou-se pelo EStUDO 01, já que cores saturadas
segundo Kawasaki (2006) representam som mais fortes e graves, características
estas já identificadas pelo teste com o público consumidor neste projeto. Porém,
não foi definida uma paleta de cores específica a ser seguida, ficando apenas
como critério de escolha, o nível de saturação das cores.
ESTUDO 01
Imagens fragmentadas Imagens deformadas
ESTUDO 02
ESCOLHA
Foi definido o EStUDO 01, por contrastar com o padrão gestual das formas,
criando uma maior distinção entre o conteúdo que é animado e o filmado. Este
efeito tem por objetivo destacar pequenos sons dentro da música
69 70
87
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO
2.5. Máscaras de recorte
ESTUDO 01
Partes da imagem (silhuetas) Formas
ESTUDO 02
ESCOLHA
O EStUDO 02 foi definido como uso prioritário na maioria das cenas, já que nos
testes de experimentação gráfica, os resultados mostram que os participantes
sentem a necessidade de áreas em branco. Porém, ao analisar o EStUDO 01,
identificamos um momento de destaque para determinada ação do vídeo, recurso
este interessante para pequenos momentos com ritmos distintos na música, por
exemplo, partes só instrumentais ou refrões.
3. CONCLUSÃO
Concluimos que mesmo em um projeto experimental, é necessário que se
estabeleça alguns caminhos a serem seguidos durante a etapa de produção
do conteúdo. E também, que após estudos e difinição de cada tipo de elemento
presente no videoclipe, podemos compreender melhor qual será seu estilo gráfico
e assim, ter uma pequena prévia do objeto final.
71 72
88
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO
Foram criadas algumas imagens para ilustrar como ficará a junção destes
caminhos em uma única tela.
CENAS PARA PARtES COM LEtRA NA MÚSICA
(EXCEtO REFRÕES)
AS PRINCIPAIS
CARACTERÍSTICAS SÃO
AS IMAGENS RECORTADAS
EM FORMAS
73
74
75
89
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - EXPERIMENTAÇÃO
CENAS PARA PARtES INStRUMENtAIS DA MÚSICA E REFRÕES
SEM ÁREAS DE RESPIRO, USO
DE DISTORÇÕES E PARTES
DA IMAGEM RECORTADAS E
SOBREPOSTAS
76
77
78
90
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - MATERIAIS E TECNOLOGIAS
M At E
R I A I S
E
t E C N O
L O G I A S
O objetivo desta etapa, é especificar os principais equipamentos e softwares que
serão utilizados durante a produção e pós-produção deste projeto.
1. EQUIPAMENtOS
1.1. Câmera e filmadora digital
Para a captação de imagens se optou pela utilização de uma câmera Canon,
modelo EOS Rebel T3i, com lente objetiva de 50mm e abertura f/1.8. O equipamento
permite captação de vídeos no formato full hd (1920x1080px de resolução) em
30 quadros por segundo ou hd (1280x720px de resolução) em 60 quadros por
segundo. Por ser um modelo leve e compacto, esta câmera facilita na captação de
movimentos e deslocamento para variados ambientes, como festas por exemplo.
Com a grande abertura da objetiva escolhida, podemos captar em lugares com
pouca luminosidade, além de explorar uma maior gama de distâncias focais para
destacar elementos em cena.
1.2. Estúdio Chroma Key
Um estúdio Chroma Key4, com 2,2m x 6m, foi criado para auxiliar na captação de
algumas imagens onde será preciso excluir o fundo, trabalhando com elementos
em segundo plano. Para iluminação destas cenas, será utilizado também um
conjunto de dois iluminadores halógenos, modelo Vídeo Light 100C, com lâmpadas
palito de 1000W de potência e telas difusoras.
CÂMERA CANON EOS
REBEL T3i COM LENTE
50MM F/1.8
4 O efeito Chroma Key,
consiste em identificar
determinada cor
capturada pela câmera
coo “transparente”. Muito
utilizado em gravações
de estúdio, através de um
fundo da cor azul ou verde.
(Conter e Klipp, 2007)
79
91
MUNDO LOCO - FASE CRIATIVA - MATERIAIS E TECNOLOGIAS
2. SOFTWARES
Três sofwares da marca Adobe foram definidos para a construção do videoclipe:
Photoshop, Premiere e After Effects. O primeiro para a construção dos elementos
gráficos, o segundo para cortar e editar conteúdo filmado e o terceiro, para a
construção das cenas, animações, efeitos especiais e renderização final.
FUNDO CHROMA KEY
COM ILUMINAÇÃO
HALÓGENA 80
FA S E
E X E C U t I V A
95
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRé-PRODUÇÃO
P R É - P R O
D U Ç Ã O
1. DECUPAGEM DA MÚSICA
Como forma de auxílio na captação do conteúdo filmado, foi realizada uma
decupagem da música Mundo Loco, determinando a quantidade exata de cenas
necessárias para a produção do objeto final. A letra foi dividida de acordo com
rimas e pausas de respiro, resultando na seguinte estrutura:
00:00:00
00:14:53
00:16:47
00:18:33
00:20:19
00:22:23
00:24:21
00:26:09
00:29:58
00:31:52
00:33:50
00:37:57
INTRODUÇÃO
Vou te contar venho de um mundo loco
Onde é permitido ser o que quiser
Cada dia um estouro,
Sem mau agouro
Vou até onde eu puder
O céu é roxo a grama é azul
Os pássaros cantam Erykah Badu
Quando a noite chega tudo em volta brilha
Tem uma passagem para Istambul
árvores ficam florescentes
Batucadas dominam mentes
Quem entra na roda sente
Fica a vontade se apega a essência e às cores se rende
Isso é frequente nesse lugar ninguém é diferente
O riso é fluente
INStRUMENtAL
INÍCIO DA CENA
REFERÊNCIA COM A LEtRA DA MÚSICA
96
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRé-PRODUÇÃO
00:41:54
00:46:07
00:48:49
00:50:57
00:54:00
00:57:46
01:01:33
01:05:31
01:09:09
01:10:58
01:18:52
01:23:30
01:26:30
01:31:35
01:33:32
01:35:28
01:37:08
01:39:08
01:40:57
Uma população contente
Cheia de disposição pra pegar no batente
Embalados pelo aroma de nag champa
Cada rua tem uma estampa
Você gira, gira e não se cansa tipo uma criança
Vagalumes voam em sincronia assim criando um clima que vicia
Pura magia pisar num caminho iluminado que arrepia
Nasci em outro lugar, nananananana
Melodias ao vento convidando pra dançar
No meu lugar eu vou morar,
No meu lugar vou ficar
Deitar na grama e olhar o céu e brisar
Deitar e brisar
Brisar
No meu lugar vou ficar
Deitar na grama e olhar o céu e brisar
Esperei o dia aparecer
Uma água de coco pra beber
Vi a paisagem florescer,
Dá gosto de viver
Cada um com seu jeito de ser,
Mamãe natureza tem poder
REFRÃO
97
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRé-PRODUÇÃO
01:42:52
01:44:50
01:47:15
01:55:10
02:02:32
02:10:13
02:17:51
02:21:38
02:25:07
02:26:53
02:34:57
02:39:09
02:42:20
02:50:05
03:21:07
Tá fácil de perceber,
Festa ao entardecer
Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã
Descanso no divã
Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã
Pra colher no amanhã de manhã
Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã
Descanso no divã
Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã
Pra colher no amanhã de manhã
Nasci em outro lugar, nananananana
Melodias ao vento convidando pra dançar
No meu lugar eu vou morar,
No meu lugar vou ficar
Deitar na grama e olhar o céu e brisar
Deitar e brisar
Brisar
No meu lugar vou ficar
Deitar na grama e olhar o céu e brisar
ENCERRAMENTO
Brisar
REFRÃO
INStRUMENtAL
FINAL
98
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRé-PRODUÇÃO
Ao realizar a decupagem, foram totalizadas 46 cenas, sendo 29 cenas para partes
com letra de música (exceto refrões) e 17 cenas para partes instrumentais e
refrões. Esta divisão, em dois tipos de cena, surgiu na etapa de Experimentação
do projeto, com o objetivo de quebrar uma possível monotomia no ritmo do vídeo,
criando um contraste visual entre algumas cenas.
2. LOCAÇÕES PARA FILMAGEM
Com o objetivo de captar cenas de dança, em específico performances, danças de
rua, gestos e festas, alguns lugares foram listados por possuírem ligação direta
com o tema ou por terem um espaço interessante para a filmagem. Alguns dos
lugares listados previamente foram:
Mesmo definindo locais fixos de locação para as filmagens, não foi excluída a possibilidade de utilização de outros lugares, visto que momentos interessantes ao projeto poderiam surgir durante a fase de produção das cenas.
Museu Oscar Niemeyer (Curitiba): Além de museu é lugar de ensaio de alguns grupos de dança.
Casa Hoffmann (Curitiba): Sede do Centro dos Estudos do Movimento.
Paradis Club (Curitiba): Casa noturna.
Shopping Itália (Curitiba): Ponto de encontro de “bboys”, dançarinos da breakdance, um estilo de dança de rua, que faz parte da cultura hip-hop.
Rua São Francisco (Curitiba): Lugar de forte destaque na cena jovem, alternativa e artística da cidade.
Largo da Ordem (Curitiba): Centro histórico da cidade.
Praça 29 de Março (Curitiba): A praça foi projetada pelo arquiteto Jaime Lermer e reúne obras de Poty Lazzarotto, como outras sobre o folclore do estado do Paraná.
Estúdio Chroma Key: Montado especificamente para este projeto com o objetivo de auxiliar na captação de algumas cenas.
99
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO
P R O
D U Ç Ã O
1. CENAS
As cenas foram coletadas de acordo com os locais pré-definidos anteriormente.
Como foi definida a necessidade de captação de 46 cenas, foram filmadas várias
em uma mesma locação, afim gerar conteúdo suficiente para o cumprimento de
toda a decupagem realizada.
Buscou-se uma diversidade não só entre os tipos de cena, mas também entre os
estilos de ações dos personagens filmados. Segue informações sobre a captação
em cada locação:
Na Rua São Francisco, foram realizadas cenas de festas diurnas e performances
de dança contemporânea. Buscou-se a variação de planos, utilizando os planos:
médio, americano e close-up.
RUA SÃO FRANCISCO
MUSEU OSCAR NIEMEyER
81
86
84
89
82
87
85
90
83
88
100
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO
No Museu Oscar Niemeyer, foram filmadas cenas de ensaios de grupos de street
dance e performances de dança contemporânea, utilizando os planos: de conjunto,
médio e close-up.
Na Paradis Club, foram captadas cenas de festa, utilizando os planos: primeiro,
americano e close-up.
No Largo da Ordem foram filmadas cenas de performances de dança
contemporânea e capoeira. Para esta locação foram utilizados os planos: primeiro,
americano e close-up.
Na Casa Hoffmann, foram captadas cenas de estudos de contato e improvisação,
utilizando os planos: primeiro e americano.
PARADIS CLUb
LARGO DA ORDEM
CASA HOFFMANN
91
94
96
100
98
102
92
95
97
101
99
93
101
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO
No estúdio Chroma Key, foram captados vídeos de gestos em fundo verde no
plano close-up, porém sem o objetivo de criar cenas, e sim o de utilizá-los como
elementos de destaque para algumas cenas do videoclipe.
EStÚDIO CHROMA KEY
Na Praça 29 de Março, foram filmadas performances de street dance e alguns
movimentos de dança afro. Utilizou-se para estas cenas, somente o plano médio.
No Shopping Itália foram registradas cenas de breakdance, utilizando os planos:
primeiro e close-up.
PRAÇA 29 DE MARÇO
SHOPPING ItÁLIA
103
108
106
111
113
104
109
107
112
114
105
110
102
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO
Outros locais foram utilizados para algumas cenas por apresentarem um evento
que surgiu durante o processo de produção, como é o caso da Praça Santos
Andrade, onde foi captada a cena de um show de rap. Também foram realizadas
cenas em locais que apresentavam uma estética interessante ao projeto, como
uma janela de um quarto, o Paço Municipal de Curitiba e o Centro Cultural São
Paulo. Para todas estas cenas, foram captadas performances de danças variadas,
utilizando os planos: de conjunto, médio e primeiro.
Foram criadas um total de 42 formas estáticas, em uma diversidade de cores e
posicionamentos na composição. Cada elemento foi construído em um arquivo de
formato 1280x720px.
OUtRAS LOCAÇÕES
2.1. Formas estáticas
2. ELEMENtOS GRÁFICOS
Os elementos gráficos têm o objetivo de fazer a articulação entre a imagem e o
som, representando o ritmo e as batidas da música. Para esta etapa, foi construída
uma variedade de elementos de acordo com os estudos gráficos, pré-definidos na
fase de experimentação deste documento. Estes elementos formam 3 grupos:
115
118
116
119
117
103
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO
104
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO
Foram construídas 7 formas diferentes em documento de formato 900x900px,
resultando em mais 10 opções cromáticas cada, totalizando 70 formas.
2.2. Formas animadas (traço)
FORMA
01
VARIÁVEL CROMÁtICA
CONJUNTO DE FORMAS ESTÁTICAS
120
105
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO
Estas formas foram animadas frame a frame, seguindo como base seu próprio traço,
porém ao completarem seus desenhos praticam o movimento reverso, afim de
impedir um corte seco na animação, tornando as finalizações de seus movimentos
mais suaves. Segue exemplo dos frames de uma forma de traço animada:
FORMA
02
FORMA
03
FORMA
04
FORMA
05
FORMA
06
FORMA
07
VARIÁVEL CROMÁtICA
106
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO
EXEMPLO DE ANIMAÇÃO DE FORMA DE TRAÇO
Para este grupo, foram desenhadas 5 formas variadas em documento de formato
900x500px, resultando em mais 10 opções cromáticas cada, totalizando 50 formas.
2.3. Formas animadas (preenchimento)
VARIÁVEL CROMÁtICA
FORMA
01
FORMA
02
FORMA
03
107
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PRODUÇÃO
EXEMPLO DE ANIMAÇÃO DE FORMA DE PREENCHIMENTO
VARIÁVEL CROMÁtICA
FORMA
04
FORMA
05
Estas formas também foram animadas frame a frame, porém diferente das
animadas através do desenho do traço, estas foram animadas de acordo com sua
área de preenchimento, tendo seu desenho final o último frame da animação,
finalizando com um corte seco. Segue exemplo dos frames de uma forma de
preenchimento animada:
121
108
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
P Ó S - P R O
D U Ç Ã O
1. EDIÇÃO DE CENAS
Nesta etapa, as cenas coletadas na fase de produção, foram selecionadas,
cortadas e encaixadas na música decupada anteriormente, afim de montar um
vídeo contínuo facilitando a inserção dos elementos gráficos. Algumas destas
cenas, também receberam uma mascára de recorte para as diferenciar de outras,
conforme definido na etapa de experimentação deste documento. Segue estrutura
de cenas definida para o videoclipe:
tipo de cena: Introdução
Início da cena: 00:00:00
Descrição: Mãos fazendo alguns gestos
Locação: Paradis Club
Letra da música: Instrumental
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:14:53
Descrição: Pessoa dançando em frente a um grafite
Locação: Rua São Francisco
Letra da música: Vou te contar venho de um mundo loco
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:16:47
Descrição: Pessoa dançando no meio de um grupo
Locação: Rua São Francisco
Letra da música: Onde é permitido ser o que quiser
CENA 01
CENA 02
CENA 03
122
123
124
109
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:18:33
Descrição: Grupo de pessoas dançando
Locação: Museu Oscar Niemeyer
Letra da música: Cada dia um estouro,
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:22:23
Descrição: Pessoa fazendo passos de dança no chão
Locação: Shopping Itália
Letra da música: O céu é roxo a grama é azul
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:20:19
Descrição: Par fazendo movimentos
Locação: Casa Hoffmann
Letra da música: Sem mau agouro / Vou até onde eu puder
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:24:21
Descrição: Mãos fazendo alguns gestos
Locação: Grupo de pessoas em um show
Letra da música: Os pássaros cantam Erykah Badu
CENA 04
CENA 06
CENA 05
CENA 07128
127
126
125
110
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:26:09
Descrição: Trio fazendo passos de dança
Locação: Praça 29 de Março
Letra da música: Quando a noite chega tudo em volta brilha
Tem uma passagem para Istambul
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:31:52
Descrição: Pessoa dançando em festa
Locação: Rua São Francisco
Letra da música: Batucadas dominam mentes
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:29:58
Descrição: Performance de dupla em uma parede
Locação: Praça 29 de Março
Letra da música: árvores ficam florescentes
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:33:50
Descrição: Pessoa dançando no meio de um grupo
Locação: Shopping Itália
Letra da música: Quem entra na roda sente
Fica a vontade se apega a essência e às cores se rende
CENA 08
CENA 10
CENA 09
CENA 11
129
130
131
132
111
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:37:57
Descrição: Grupo de pessoas dançando
Locação: Museu Oscar Niemeyer
Letra da música: Isso é frequente nesse lugar ninguém é diferente
O riso é fluente
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:46:07
Descrição: Pessoas dançando em grupo
Locação: Museu Oscar Niemeyer
Letra da música: Embalados pelo aroma de nag champa
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:41:54
Descrição: Pessoa fazendo movimento de ponta cabeça
Locação: Shopping Itália
Letra da música: Uma população contente
Cheia de disposição pra pegar no batente
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:48:49
Descrição: Pessoa dançando na rua
Locação: Rua São Francisco
Letra da música: Cada rua tem uma estampa
CENA 12
CENA 14
CENA 13
CENA 15
133
134
135
136
112
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:50:57
Descrição: Pessoa fazendo giros no chão
Locação: Shopping Itália
Letra da música: Você gira, gira e não se cansa tipo uma criança
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:57:46
Descrição: Reflexo de pessoas dançando
Locação: Museu Oscar Niemeyer
Letra da música: Pura magia pisar num caminho iluminado que arrepia
tipo de cena: Letra
Início da cena: 00:54:00
Descrição: Pessoa dançando em festa
Locação: Paradis Club
Letra da música: Vagalumes voam em sincronia assim criando um clima que vicia
tipo de cena: Letra - Refrão
Início da cena: 01:01:33
Descrição: Pessoa fazendo passos de dança
Locação: Shopping Itália
Letra da música: Nasci em outro lugar, nananananana
CENA 16
CENA 18
CENA 17
CENA 19
137
138
139
140
113
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
tipo de cena: Letra - Refrão
Início da cena: 01:05:31
Descrição: Grupo de pessoas fazendo movimentos
Locação: Casa Hoffmann
Letra da música: Melodias ao vento convidando pra dançar
tipo de cena: Letra - Refrão
Início da cena: 01:10:58
Descrição: Pessoa dançando em uma praça
Locação: Praça 29 de Março
Letra da música: No meu lugar vou ficar
Deitar na grama e olhar o céu e brisar
tipo de cena: Letra - Refrão
Início da cena: 01:09:09
Descrição: Pessoa fazendo movimento de ponta cabeça
Locação: Shopping Itália
Letra da música: No meu lugar eu vou morar
tipo de cena: Letra - Refrão
Início da cena: 01:18:52
Descrição: Pessoa fazendo movimentos sentada em uma escada
Locação: Largo da Ordem
Letra da música: Deitar e brisar
CENA 20
CENA 22
CENA 21
CENA 23
141
142
143
144
114
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
tipo de cena: Letra - Refrão
Início da cena: 01:23:30
Descrição: Detalhe de movimentos de pés em festa
Locação: Paradis Club
Letra da música: Brisar
tipo de cena: Letra
Início da cena: 01:31:35
Descrição: Pessoa fazendo um giro em frente a uma janela
Locação: Paço Municipal de Curitiba
Letra da música: Esperei o dia aparecer
tipo de cena: Letra - Refrão
Início da cena: 01:26:30
Descrição: Pessoa dançando no meio de um grupo
Locação: Shopping Itália
Letra da música: No meu lugar vou ficar
Deitar na grama e olhar o céu e brisar
tipo de cena: Letra
Início da cena: 01:33:32
Descrição: Pessoa fazendo movimento com os braços
Locação: Shopping Itália
Letra da música: Uma água de coco pra beber
CENA 24
CENA 26
CENA 25
CENA 27
145
146
147
148
115
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
tipo de cena: Letra
Início da cena: 01:35:28
Descrição: Dupla fazendo movimento com os braços
Locação: Casa Hoffmann
Letra da música: Vi a paisagem florescer
tipo de cena: Letra
Início da cena: 01:39:08
Descrição: Contra-luz de trio dançando
Locação: Museu Oscar Niemeyer
Letra da música: Cada um com seu jeito de ser
tipo de cena: Letra
Início da cena: 01:37:08
Descrição: Pessoa girando
Locação: Centro Cultural São Paulo
Letra da música: Dá gosto de viver
tipo de cena: Letra
Início da cena: 01:40:57
Descrição: Detalhe de pés em movimento no chão
Locação: Largo da Ordem
Letra da música: Mamãe natureza tem poder
CENA 28
CENA 30
CENA 29
CENA 31
149
150
151
152
116
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
tipo de cena: Letra
Início da cena: 01:42:52
Descrição: Grupo fazendo passos de dança
Locação: Centro Cultural São Paulo
Letra da música: Tá fácil de perceber
tipo de cena: Letra
Início da cena: 01:47:15
Descrição: Mãos fazendo alguns gestos
Locação: Largo da Ordem
Letra da música: Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã
Descanso no divã
tipo de cena: Letra
Início da cena: 01:44:50
Descrição: Pessoa fazendo movimentos no chão
Locação: Shopping Itália
Letra da música: Festa ao entardecer
tipo de cena: Letra
Início da cena: 01:55:10
Descrição: Dupla fazendo alguns movimentos
Locação: Praça 29 de Março
Letra da música: Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã
Pra colher no amanhã de manhã
CENA 32
CENA 34
CENA 33
CENA 35
153
154
155
156
117
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
tipo de cena: Letra
Início da cena: 02:02:32
Descrição: Pessoa contra-luz fazendo movimentos
Locação: Janela de um quarto
Letra da música: Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã
Descanso no divã
tipo de cena: Letra - Refrão
Início da cena: 02:17:51
Descrição: Grupo de pessoas dançando
Locação: Museu Oscar Niemeyer
Letra da música: Nasci em outro lugar, nananananana
tipo de cena: Letra
Início da cena: 02:10:13
Descrição: Pessoa dançando dentro de uma gaiola em festa
Locação: Paradis Club
Letra da música: Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã
Pra colher no amanhã de manhã
tipo de cena: Letra - Refrão
Início da cena: 02:21:38
Descrição: Detalhe dos pés de pessoa dançando na rua
Locação: Rua São Francisco
Letra da música: Melodias ao vento convidando pra dançar
CENA 36
CENA 38
CENA 37
CENA 39
157
158
159
160
118
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
tipo de cena: Letra - Refrão
Início da cena: 02:25:07
Descrição: Pessoa pulando
Locação: Shopping Itália
Letra da música: No meu lugar eu vou morar
tipo de cena: Letra - Refrão
Início da cena: 02:34:57
Descrição: Pessoa fazendo movimentos em frente a paredes de vidro
Locação: Largo da Ordem
Letra da música: Deitar e brisar
tipo de cena: Letra - Refrão
Início da cena: 02:26:53
Descrição: Pessoa dançando em frente a um muro
Locação: Praça 29 de Março
Letra da música: No meu lugar vou ficar
Deitar na grama e olhar o céu e brisar
tipo de cena: Letra - Refrão
Início da cena: 02:39:09
Descrição: Pessoa dançando em uma festa
Locação: Paradis Club
Letra da música: Brisar
CENA 40
CENA 42
CENA 41
CENA 43
161
162
163
164
119
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
tipo de cena: Letra - Refrão
Início da cena: 02:42:20
Descrição: Pessoa girando de ponta cabeça
Locação: Shopping Itália
Letra da música: No meu lugar vou ficar
Deitar na grama e olhar o céu e brisar
tipo de cena: Final
Início da cena: 03:21:07
Descrição: Cor preta
Locação: Sem locação
Letra da música: Brisar
tipo de cena: Encerramento
Início da cena: 02:50:05
Descrição: Pessoa dançando em uma praça
Locação: Praça 29 de Março
Letra da música: Instrumental
CENA 44
CENA 46
CENA 45
2. tRAtAMENtO DE IMAGEM
Após a montagem de toda base do videoclipe, as cenas passaram por uma etapa
de tratamento de imagem, que teve por objetivo a criação de uma unidade visual
entre as cenas, visto que estas haviam sido coletadas em locais distintos. Para
isso, utilizou-se de ferramentas presentes no programa de edição de vídeos Adobe
Premiere.
165
166
167
120
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
Primeiramente foram retirados os níveis de saturação em todas as cenas, deixando-
as em preto e branco, conforme estudos definidos na etapa de experimentação
deste documento. Em seguida, foram ajustados os níveis de contraste, deixando-
os com 20%, reforçando a iluminação e definindo melhor os contornos. Seguem
exemplos dos resultados de algumas cenas com o tratamento:
3. EStRUtURA DO VIDEOCLIPE
Esta etapa, tem por objetivo definir toda a estrutura do objeto final, estipulando
parâmetros para a combinação da base do videoclipe já editada, com as
interferências gráficas.
Após análise da música Mundo Loco, destacaram-se 4 grupos de efeitos de som:
3.1. Grupos de efeitos sonoros
GRUPO 01
O primeiro grupo consiste-se em um conjunto de 4 batidas instrumentais
que se repetem durante todas as cenas com letra (mesmo refrões) e cena de
encerramento. Cada conjunto dura 34 frames, sendo que as 3 primeiras batidas
possuem 8 frames cada e a última 10 frames, e possuem um intervalo entre cada
conjunto de 11 frames, como no exemplo a seguir:
168
170
169
171
121
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
GRUPO 02
O segundo grupo, é formado por sons isolados, não formando um conjunto,
que se repetem durante todas as cenas com letra (inclusive refrões) e cena de
encerramento. é composto por uma batida trêmula e frenética que dura um total
de 55 frames. Estes sons surgem sempre após 7 repetições do GRUPO 01, como
no exemplo:
GRUPO 03
O terceiro grupo, é formado por sons isolados que se repetem durante todas as
cenas com letra (inclusive refrões) a cada 42 frames, tendo uma duração de 20
frames. Este conjunto aparece na música de forma pararela aos dois primeiros
grupos, criando uma sobreposição de sons, como no exemplo abaixo:
8 frames 8 frames8 frames
GRUPO 01 GRUPO 01
8 frames8 frames 8 frames11 frames
55 frames 55 frames55 frames 55 frames 55 frames55 frames 55 frames 55 frames 55 frames
11 frames 11 frames
BATIDA 01
GRUPO 01
GRUPO 01
GRUPO 01
GRUPO 01
GRUPO 01
GRUPO 01
GRUPO 01
GRUPO 02
GRUPO 02
BATIDA 01
INTERVALO
BATIDA 03
BATIDA 03
BATIDA 02
BATIDA 02
BATIDA 04
BATIDA 04
55 frames 55 frames
20 frames 20 frames
11 frames
INTERVALO
INTERVALO INTERVALOGRUPO 03
GRUPO 03
GRUPO 01
GRUPO 01
122
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
GRUPO 04
O quarto grupo representa um conjunto de 3 pequenos efeitos de back vocal, que
se repetem 2 vezes, uma durante a cena 34 e outra durante a cena 36. Cada um
destes efeitos dura 15 frames e possuem um intervalo entre eles de 6 frames,
totalizando para o conjunto 57 frames. conforme exemplo:
3.2.1. Introdução
Na cena introdutória, definiu-se que não seriam utilizados nenhum tipo de
interferência gráfica, visto que esta não possui efeitos sonoros de destaque, e foi
interpretada pelos participantes dos testes com público consumidor (consultar
o item 1.3.1 da Fase Criativa deste documento), como uma cena sem fortes
expressões gráficas.
CENA 34
CENA 36
INTERVALO
INTERVALO
EFEITOO1
EFEITOO1
EFEITOO2
EFEITOO2
EFEITOO3
EFEITOO3
15 frames
15 frames
15 frames
15 frames
15 frames
15 frames
Esta etapa tem por objetivo, estabelecer parâmetros e regras para a união da
imagem e elementos gráficos, com os efeitos de som já definidos na etapa
anterior. Para facilitar o desenvolvimento da montagem e a compreensão deste
documento, foram analisados cada tipo de cena separadamente.
3.2. Parâmetros de Montagem
123
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
3.2.2. Cenas com letra
Para estas cenas, foram utilizados todos os 4 grupos de efeitos sonoros como
base para a inserção de elementos.
No primeiro grupo foram definidas formas animadas (traço)
para representarem as batidas de número 01, formas estáticas
para representarem as batidas de número 02, cores sólidas por
trás das máscaras de recorte para representarem as batidas de
número 03, e cores sólidas na frente das máscaras de recorte para
representarem as batidas de número 04 (tendo estas últimas, a
regra de utilização obrigatória a ferramenta de Blend Mode, com os
efeitos de overlay ou multiply).
Exemplo:
8 frames
01
03
02
04
8 frames
GRUPO 01
8 frames 11 frames
BATIDA 01
FORMAANIMADA(TRAÇO)
FORMAESTÁTICA
CORATRÁS
CORNA FRENTE
BATIDA 03
BATIDA 02
BATIDA 04
172
174
173
175
124
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
No segundo grupo, foram definidas cores sólidas para representarem
os sons. Estas cores aparecem 5 vezes em cada efeito de som deste
grupo, sendo que para última aparição foi definido como regra, o
uso da ferramenta de Blend Monde, difference.
No terceiro grupo, utilizou-se formas animadas (preenchimento)
para representar os efeitos de som, podendo estas formas,
aparecerem atrás ou em frente as máscaras de recorte.
Exemplo:
Exemplo:
GRUPO 02
GRUPO 03
GRUPO 02
COR COR COR COR COR EM DIFFERENCE
55 frames
8 frames
CENA CENACOR COR EM DIFFERENCE
8 frames 8 frames 8 frames 28 frames
20 frames
GRUPO 03
FORMAS ANIMADAS(PREENCHIMENTO)
176 177 178 179
180 181 182 183
125
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
No quarto grupo, utilizou-se de recortes de cenas filmadas em
estúdio chroma key, para representar os efeitos de back vocal das
cenas 64 e 66.
Exemplo:
GRUPO 04
RECORTEO1
EFEITOO1
RECORTEO2
EFEITOO2
RECORTEO3
EFEITOO3
15 frames
01 02 03
15 frames 15 frames
3.2.3. Cenas com letra (Refrões)
Para estas cenas, foram utilizados os grupos 01 e 02 de efeitos sonoros como
base para a inserção de elementos.
No primeiro grupo foram definidas formas animadas (traço) para
representarem as batidas de número 01, silhuetas em cores
sólidas (de personagens ou pontos de destaque nas cenas) para
representarem as batidas de número 02, formas animadas (traço)
para representarem as batidas de número 03, e fragmentos
geométricos (conforme estudos de desconstrução da imagem, na
fase de experimentação deste documento) para representarem as
batidas de número 04.
GRUPO 01
184 185 186
126
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
Exemplo:
8 frames
01
03
02
04
5 frames 8 frames 11 frames
BATIDA 01
FORMAANIMADA(TRAÇO)
FORMAANIMADA(TRAÇO)
SILHUETA FRAGMENTO
BATIDA 03
BATIDA 02
BATIDA 04
No segundo grupo, foram definidos sólidos brancos como
representação dos sons. Os sólidos aparecem 5 vezes em cada
efeito de som deste grupo e preenchem toda área do vídeo.
GRUPO 02
GRUPO 02
BRANCO BRANCO BRANCO BRANCO BRANCO
55 frames
8 frames 8 frames 8 frames 8 frames 28 frames
187
189
188
190
127
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
Exemplo:
01 02
BATIDA 01
FORMAESTÁTICA
FORMAESTÁTICA
FORMAESTÁTICA
RECORTECHROMA KEY
BATIDA 03
BATIDA 02
BATIDA 04
3.2.4. Cena de encerramento
Para esta cena, foram utilizados os grupos 01 e 02 de efeitos sonoros como base
para a inserção de elementos.
No primeiro grupo foram definidas formas estáticas para
representarem as batidas de número 01, 02 e 03; recortes de cenas
filmadas em estúdio chroma key, para representarem as batidas de
número 04. Contudo, foi definido que o surgimento de um elemento,
não excluiria o outro, ou seja, todos ficariam sobreexpostos, até a
entrada de um novo grupo de efeito sonoro. Este último parâmetro,
tem como objetivo, a utilização da característica estilística gradação
(consultar item 1.1 da etapa de Fundamentação Teórica deste
documento).
GRUPO 01
191 192
128
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - PÓS-PRODUÇÃO
03 04
No segundo grupo, foram definidos sólidos brancos como
representação dos sons. Os sólidos aparecem 5 vezes em cada
efeito de som deste grupo e preenchem toda área do vídeo, assim
como nos refrões da música.
GRUPO 02
GRUPO 02
BRANCO BRANCO BRANCO BRANCO BRANCO
55 frames
8 frames 8 frames 8 frames 8 frames 28 frames
Após montagem do videoclipe, criou-se uma relação entre os elementos e o
espaço de fundo, visando como resultado uma composição menos rígida. Foram
analisados conceitos de contraste (para quebrar a estaticidade, valorizar a
animação e dar maior destaque aos efeitos de sons), proporção (para preencher
melhor os espaços, reforçar a hierarquia dos elementos e assegurar um bom
acabamento ao resultado), disposição espacial (para estabelecer uma relação
entre formas animadas e ações do personagem) e ritmo (para orientar o olhar do
espectador e criar uma unidade sólida entre as cenas). [CHINEN, 2009]
3.3. Composição
193 194
129
Finalizada a montagem e os ajustes de composição, foram inseridos créditos com
os nomes da música, artista e do designer criador do videoclipe. Nestes nomes
(exceto nome da artista), utilizou-se da família tipográfica Din, mesma utilizada
neste documento, afim de reforçar a identidade do projeto. No nome da música,
também foram inseridas características gráficas presentes no videoclipe.
MUNDO LOCO - FASE EXECUTIVA - RESULTADO
R E S U L
tA D O
O objeto final teve seu arquivo renderizado no formato 1280x720px com 30fps, em
qualidade de alta definição, e será disponibilizado nos canais de compartilhamento
de vídeo Youtube e Vimeo, estes que foram destacados na pesquisa com público
consumidor, como os maiores meios de acesso a videoclipes.
[Videoclipe diSpoNiBiliZAdo eM VIMEO.COM/LUANCAMPOS/MUNDOLOCO]
NOME DA MÚSICA E DA ARTISTA
CRÉDITO AO DESIGNER
195
196
131
MUNDO LOCO - CONSIDERAÇõES FINAIS
C O N S I
D E R A
Ç Õ E S
F I N A I S
Ao analisar a união das áreas do Design Audiovisual e do Design Emocional,
descobrimos uma gama incalculável de possibilidades a se trabalhar, fato este
que pode ser perigoso em projetos experimentais. Para isso, foi preciso que se
estabelecesse e seguisse um processo, com fases e etapas bem definidas.
A produção de testes e determinação de referências visuais, também auxiliaram
nesse processo, visto que o projeto foca em público consumidor ainda restrito.
Acredita-se que desenvolver um projeto em áreas ainda pouco exploradas no
Brasil, principalmente para uma artista que representa atualmente a cidade
de Curitiba no cenário nacional e internacional da música, como Karol Conka,
pode render bons frutos, não só para o estudante, como para o crescimento da
produção audiovisual no Paraná e no resto do país.
Destaca-se também que a não existência de um processo de produção próprio
para vídeos experimentais, foi interessante na prática, porém gerou dificuldades
na documentação do que foi realizado, já que em muitas vezes as etapas da fase
executiva estavam sendo realizadas paralelamente.
Em síntese, acredita-se que o objeto final atingiu o objetivo proposto, apenas
deixando os pontos negativos como experiência para próximos projetos e evolução
de possíveis estudantes que tenham interesses em áreas de estudo abordadas
neste projeto.
132
MUNDO LOCO - REFERêNCIAS BIBLIOGRáFICAS
R E F E
R Ê N C I A S
B I B L I O
G R Á
F I C A S
ARtIGOS
AlVeS, Marcia Maria. Design de animações educacionais: Recomendações de
conteúdo, apresentação gráfica e motivação para aprendizagem. Universidade
Federal do paraná, 2012.
BASBAUM, Sérgio Roclaw. Sinestesia e percepção digital. Toronto, 2003.
BelleBoNi, luciene. A difícil relação entre imagem e som no audiovisual
contemporâneo. ii encontro Nacional da Rede Alfredo de carvalho, Florianópolis,
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BoHÓRQUeZ, Miguel e VelAZco, Jhony. El diseño audiovisual. entre Artes,
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cAMARGo, isaac Antonio. IMAGEM, MOVIMENTO E SOM: APREENSÃO E
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coNTeR, Marcelo Bergamin e Kilpp, Suzanna. Videoclipe: da canção popular à
imagem-música. São leopoldo, 2007.
GAleoTTi, Anamaria Rezende e MAZZilli, clice Toledo S. UM MODELO
133
MUNDO LOCO - REFERêNCIAS BIBLIOGRáFICAS
POSSÍVEL PARA O DESIGN AUDIOVISUAL - A ESPUMA: A LINGUAGEM DO
DESIGN AUDIOVISUAL DIGITAL. V World congress on communication and Arts,
2012.
HolZBAcH, Ariane diniz e Nercolini, Marildo José. Videoclipe: em tempos
de reconfigurações. 5º encontro de estudos Multidisciplinares em cultura.
Salvador, 2009.
KAWASAKi, Yuji. Design Gráfico Sinestésico: a relação da visão com os demais
sentidos na comunicação. São paulo, 2009.
lUSVARGHi, luiza cristina. A MTV no Brasil - a padronização da cultura na
mídia eletrônica mundial. ecA - escola de comunicação e Artes da Universidade
de São paulo, 2002.
RAMoS, José Mario ortiz e BUeNo, Maria lucia. Cultura Audiovisual e Arte
Contemporânea. São paulo em perspectiva, 2001.
ScHiAVoNi, Jaqueline esther. Relações audiovisuais: em busca de uma
metodologia de análise. Salvador, 2011.
SoAReS ,Fabio Montalvão. AUDIOVISUAL, COGNIÇÃO E CRIAÇÃO: A
PERSPECTIVA DO ESPECTADOR. 5º congresso de estudantes de pós-graduação
em comunicação, Universidade Federal Fluminense, Niterói. 2012.
SoAReS, Thiago. Estratégias de produção de sentido nos videoclipes: A canção
popular massiva e os “ganchos visuais” na atividade analítica. XXiX congresso
Brasileiro de ciências da comunicação – UnB, 2006.
SoAReS, Thiago. O videoclipe como articulador dos gêneros televisivo e
musical. iX congresso Brasileiro de ciências da comunicação da Região
Nordeste, Salvador, Bahia, 2007.
ToNeTTo, leandro Miletto e dA coSTA, Filipe campelo Xavier. Design
Emocional: conceitos, abordagens e perspectivas de pesquisa. UNiSiNoS, 2011.
134
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audiovisual. São paulo, Studios Nobel, 2006.
ARcHeR, l. Bruce. Métodos Sistemáticos para Desenhadores. 1966.
BASBAUM, Sérgio Roclaw. Sinestesia, arte e tecnologia: fundamentos da
cromossomia. São paulo, Annablume, 2002.
cHiNeN, Nobu. Curso Completo de Design Gráfico. São paulo, editora escala,
2009.
coelHo NeTTo, José Teixeira. Moderno pós moderno: Modos & Versões. São
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137
MUNDO LOCO - ANEXOS
A N E X O S ANEXO 01 - LEtRA DA MÚSICA “MUNDO LOCO”
Vou te contar venho de um mundo loco
Onde é permitido ser o que quiser
Cada dia um estouro, sem mau agouro
Vou até onde eu puder
O céu é roxo a grama é azul
Os pássaros cantam Erykah Badu
Quando a noite chega tudo em volta brilha
Tem uma passagem para Istambul
árvores ficam florescentes
Batucadas dominam mentes quem entra na roda sente
Fica a vontade se apega a essência e às cores se rende
Isso é frequente nesse lugar ninguém é diferente
O riso é fluente uma população contente
Cheia de disposição pra pegar no batente
Embalados pelo aroma de nag champa
Cada rua tem uma estampa
Você gira, gira e não se cansa tipo uma criança
Vagalumes voam em sincronia assim criando um clima que vicia
Pura magia pisar num caminho iluminado que arrepia
Nasci em outro lugar, nananananana
Melodias ao vento convidando pra dançar
No meu lugar eu vou morar, no meu lugar vou ficar
Deitar na grama e olhar o céu e brisar
Deitar e brisar
Esperei o dia aparecer uma água de coco pra beber
Vi a paisagem florescer, dá gosto de viver
Cada um com seu jeito de ser, mamãe natureza tem poder
Tá fácil de perceber, festa ao entardecer
Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã
Descanso no divã
Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã
138
MUNDO LOCO - ANEXOS
Pra colher no amanhã de manhã
Casas amarelas, nas janelas tortas de maçã
Descanso no divã
Beco e vielas, trilhas com plantação de hortelã
Pra colher no amanhã de manhã
Nasci em outro lugar, nananananana
Melodias ao vento convidando pra dançar
No meu lugar eu vou morar, no meu lugar vou ficar
Deitar na grama e olhar o céu e brisar
Deitar e brisar
disponível em: ‹ http://www.vagalume.com.br/karol-conka/mundo-loco >
139
MUNDO LOCO - ANEXOS
SexoMasculinoFeminino
Idade15 - 2021 - 2526 - 3030 +
Grau de escolaridadeensino médio (cursando)ensino médio (completo)ensino superior (cursando)ensino superior (completo)outros
Profissão
Costuma assistir a videoclipes?NuncaRaramenteAs vezesFrequentementeSempre
O que te faz assistir a um videoclipe?
Em que contexto assiste a videoclipes?TVcanais de Youtube/VimeoRedes Sociais
Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka?SimNão
Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a
rapper Karol Conka?
ANEXO 02 - QUEStIONÁRIO APLICADO COM PÚbLICO CONSUMIDOR
Como classifica a intensidade de sua vida noturna? (Escala)1 - Trancado em casa5 - Badalando
Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar?
Quais genênos musicais você costuma escutar?Axé / Blues / clássica / eletrônica / Folk / Funk / Gospel / Hip Hop / indie / Jazz / latina / MpB / Nacional Alternativo / pagode / pop / Rap / Reggae / Rock / Samba / Sertaneja / Trash-Brega / outros
Qual o seu videoclipe favorito?
Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s).
Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida.
Dos itens abaixo, quais são de seu interesse?Arte urbana / Arte contemporânea / cinema / Fotografia / Moda / design / dança / Música / Tecnologia / cultura popular
Utiliza quais das redes sociais abaixo?Facebook / Twitter / Youtube / Vimeo / pinterest / Soundcloud / Flickr / instagram / Vine
Tem possível interesse em participar de testes?SimNão
140
MUNDO LOCO - ANEXOS
SexoMasculino
Idade21 - 25
Grau de escolaridadeensino superior (completo)
Profissãoengenheiro Ambiental
Costuma assistir a videoclipes?Sempre
O que te faz assistir a um videoclipe?Representação da música através da imagem.
Em que contexto assiste a videoclipes?canais de Youtube/VimeoRedes Sociais
Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka?Sim
Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka?A Karol conká é uma artista singular. pra mim ela consegue ser um pacote completo de estilo, arte e música.do candomblé ao cotidiano do gueto: é íncrivél como suas influências e referências vem de diversos cantos, abrindo o leque pra uma experência músical sensacional. Além da sua
notoria presença de palco, suas batidas me divertem e conseguem transmitir mensagens positivas.
Como classifica a intensidade de sua vida noturna? (Escala)5
Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar?Missy elliott, igga Azalea, M.i.A, SNJ, Racionais Mcs, emicida.
Quais genênos musicais você costuma escutar?Folk, indie, Jazz, MpB, Nacional Alternativo, pop, Rap, Rock, Samba, Trash / Brega
Qual o seu videoclipe favorito?The libertines - “What became of the likely lads”
Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s).Sia - chandelier (official Video)lana del Rey - Rideladybug and the wolf - ‘Under my chair’The Ruby Suns - desert of popThe peach Kings - “Be Around”Sigur Rós - Fjögur píanó
Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida.www.nowness.com
Dos itens abaixo, quais são de seu interesse?Arte urbana, Arte contemporânea, cinema, Fotografia, Moda, design, dança, Música, Tecnologia, cultura popular
ANEXO 03 - RESULtADO DA PESQUISA - PARtICIPANtE 1
Utiliza quais das redes sociais abaixo?Facebook, Twitter, Youtube, Vimeo, pinterest, Soundcloud, Flickr, instagram, Vine
Tem possível interesse em participar de testes?Sim
141
MUNDO LOCO - ANEXOS
SexoMasculino
Idade21 - 25
Grau de escolaridadeensino superior (completo)
Profissãoempresário
Costuma assistir a videoclipes?Sempre
O que te faz assistir a um videoclipe?curiosidade, interesse pela narrativa do som.
Em que contexto assiste a videoclipes?canais de Youtube/VimeoRedes Sociais
Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka?Sim
Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka?curto o gênero musical e as composições. A personalidade massa da Karol também ajuda.
Como classifica a intensidade de sua vida noturna? (Escala)4
Que outros músicos do rap / hip hop você costuma
escutar?criolo, emicida, Mc eltin
Quais genênos musicais você costuma escutar?clássica, eletrônica, Folk, Hip Hop, indie, latina, MpB, Nacional Alternativo, pop, Rap, Reggae, Rock, Samba
Qual o seu videoclipe favorito?Sia - chandelier (official Video)
Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s).Saca a videografia do Stromae. Tem tudo que eu acho legal nos clipes dele.
Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida.www.useleiaute.com
Dos itens abaixo, quais são de seu interesse?Arte urbana, Arte contemporânea, cinema, Fotografia, Moda, design, dança, Música, Tecnologia, cultura popular
Utiliza quais das redes sociais abaixo?Facebook, Youtube, Vimeo, instagram
Tem possível interesse em participar de testes?Sim
ANEXO 04 - RESULtADO DA PESQUISA - PARtICIPANtE 2
142
MUNDO LOCO - ANEXOS
SexoMasculino
Idade21 - 25
Grau de escolaridadeensino superior (cursando)
Profissãodesigner Gráfico
Costuma assistir a videoclipes?Sempre
O que te faz assistir a um videoclipe?descobrir diferentes possibilidades de enxergar os sons
Em que contexto assiste a videoclipes?TVcanais de Youtube/VimeoRedes Sociais
Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka?Sim
Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka?A proposta de fazer um rap alegre, alto astral, divertido e dançante. Sua forte personalidade e como ela a expressa em tudo o que ela faz, desde o modo como se veste até sua performance em cima de um palco.
Como classifica a
intensidade de sua vida noturna? (Escala)4
Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar?iggy Azalea, M.i.A., Flora Matos, Frank ocean, Racionais Mc, The Fugees, Kanye West, entre outros.
Quais genênos musicais você costuma escutar?Hip Hop, indie, latina, Nacional Alternativo, pop, Trash / Brega
Qual o seu videoclipe favorito?Sia - chandelier (official Video)The Sun - The Naked and Famous
Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s).Gosto do trabalho dos diretores Antony Mandler e Melina Matsoukas, também de uma produtora RuffMercy. Ultimamente tenho gostado do clipe All off Me do John legend.
Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida.sensibilidade & ousadia.
Dos itens abaixo, quais são de seu interesse?Arte urbana, Arte contemporânea, cinema, Fotografia, Moda, design, dança, Música, Tecnologia, cultura popular
Utiliza quais das redes sociais abaixo?Facebook, Twitter, Youtube, Vimeo, pinterest, Soundcloud, Flickr, instagram, Vine
ANEXO 05 - RESULtADO DA PESQUISA - PARtICIPANtE 3
Tem possível interesse em participar de testes?Sim
143
MUNDO LOCO - ANEXOS
SexoMasculino
Idade15 - 20
Grau de escolaridadeensino superior (cursando)
Profissãoestudante - letras
Costuma assistir a videoclipes?Sempre
O que te faz assistir a um videoclipe?A transposição de uma arte noutra.
Em que contexto assiste a videoclipes?canais de Youtube/VimeoRedes Sociais
Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka?Sim
Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka?A ideia que o pobre também tem seu lugar.
Como classifica a intensidade de sua vida noturna? (Escala)2
Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar?criolo, la Femme
Quais genênos musicais você costuma escutar?clássica, eletrônica, Folk, indie, MpB, Nacional Alternativo, Samba
Qual o seu videoclipe favorito?-
Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s).lykke li, Toro y Moi ambos clipes num geral.
Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida.http://2.bp.blogspot.com/-Qdc8fURguTe/Uid5jqfh9li/AAAAAAAAHf0/cHex1_uciXw/s1600/Theo+gosselin.jpeg
Dos itens abaixo, quais são de seu interesse?Arte urbana, Arte contemporânea, cinema, Fotografia, Moda, design, dança, Música, Tecnologia, cultura popular
Utiliza quais das redes sociais abaixo?Facebook, Twitter, Youtube, Vimeo, Facebook, Youtube, Vimeo, pinterest, Soundcloud, Flickr, instagram
Tem possível interesse em participar de testes?Sim
ANEXO 06 - RESULtADO DA PESQUISA - PARtICIPANtE 4
144
MUNDO LOCO - ANEXOS
SexoFeminino
Idade21 - 25
Grau de escolaridadeensino superior (completo)
Profissãodesigner Gráfica
Costuma assistir a videoclipes?As vezes
O que te faz assistir a um videoclipe?o poder do audiovisual
Em que contexto assiste a videoclipes?TV, canais de Youtube/Vimeo, Redes Sociais
Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka?Sim
Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka?Acho dançante, autêntico e positivo. Gosto da linguagem dela, das gírias. Me identifico culturalmente justamente pelas expressões como “cazamiga loca eu vou me jogar”. Gosto das roupas que ela usa e ela é uma artista incrível no palco.
Como classifica a intensidade de sua vida
noturna? (Escala)4
Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar?criolo, Flora Matos
Quais genênos musicais você costuma escutar?eletrônica, indie, Jazz, latina, MpB, Nacional Alternativo, pop, Samba, post rock
Qual o seu videoclipe favorito?Sigur Rós - Fjögur píanóel Guincho - Bombay
Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s).Air Review - Youngpull&Bear SS2014levis Revel
Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida.bomju.tumblr.com
Dos itens abaixo, quais são de seu interesse?Arte urbana, Arte contemporânea, cinema, Fotografia, Moda, design, dança, Música, Tecnologia, cultura popular
Utiliza quais das redes sociais abaixo?Facebook, Twitter, Youtube, Vimeo, pinterest, Soundcloud, Flickr, instagram
Tem possível interesse em participar de testes?Sim
ANEXO 07 - RESULtADO DA PESQUISA - PARtICIPANtE 5
145
MUNDO LOCO - ANEXOS
SexoFeminino
Idade21 - 25
Grau de escolaridadeensino superior (cursando)
Profissãodesigner Gráfica
Costuma assistir a videoclipes?Frequentemente
O que te faz assistir a um videoclipe?Gostar da música ou do artista, sugestão de amigos ou de sites de música
Em que contexto assiste a videoclipes?canais de Youtube/Vimeo, Redes Sociais
Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka?Sim
Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka?Rapper curitibana que mistura influencias muito diversas da música negra para lançar um album super foda :> e roupas maneiras, cabelo de algodão doce! e muito carisma ao vivo :>
Como classifica a intensidade de sua vida
noturna? (Escala)2
Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar?Beyoncé, Missy elliott, Flora Mattos, Jay-Z, Kanye West, chance the Rapper, pharrell, curumin, drake, iggy Azalea, James Blake, Kendrick lamar, M.i.A., The Weeknd, lauryn Hill, Justin Timberlake (Alguns dos artistas são mais influenciados e usam as batidas do hip hop ou parcerias do gênero mas eu coloco tudo junto mesmo)
Quais genênos musicais você costuma escutar?Hip Hop, indie, MpB, Nacional Alternativo, pop
Qual o seu videoclipe favorito?Human Behaviour da Bjork
Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s).Venus as a Boy, da Bjork; praise You do Fatboy Slim. clipes do Gondry!
Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida.pluto - Never forget
Dos itens abaixo, quais são de seu interesse?Arte urbana, Arte contemporânea, cinema, Fotografia, design, dança, Música
Utiliza quais das redes sociais abaixo?Facebook, Youtube, pinterest
ANEXO 08 - RESULtADO DA PESQUISA - PARtICIPANtE 6
Tem possível interesse em participar de testes?Sim
146
MUNDO LOCO - ANEXOS
SexoFeminino
Idade15 - 20
Grau de escolaridadeensino superior (cursando)
Profissãodesigner Gráfica
Costuma assistir a videoclipes?Sempre
O que te faz assistir a um videoclipe?-
Em que contexto assiste a videoclipes?TV, canais de Youtube/Vimeo, Redes Sociais
Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka?Sim
Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka?Acho ela divertida
Como classifica a intensidade de sua vida noturna? (Escala)3
Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar?kanye west, jay z, eminem, wiz khalifa, M.i.A
Quais genênos musicais você costuma escutar?Folk, Hip Hop, indie, Jazz, pop, Rap, Rock, Samba
Qual o seu videoclipe favorito?leS`- SoMNiA
Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s).Sigur Rós - leaning Towards Solace ft. dauoalogn, Varuo; the xx - islands; Gabrielle Aplin - Home (ep version); Stromae - Tous les Memes; Best coast - our deal; lykke li - No Rest For the wiked
Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida.A arte de Alexandra levasseur
Dos itens abaixo, quais são de seu interesse?Arte urbana, Arte contemporânea, cinema, Fotografia, Moda, design, dança, Música, Tecnologia, cultura popular
Utiliza quais das redes sociais abaixo?Facebook, Youtube, Vimeo, pinterest, Flickr, instagram
Tem possível interesse em participar de testes?Sim
ANEXO 09 - RESULtADO DA PESQUISA - PARtICIPANtE 7
147
MUNDO LOCO - ANEXOS
SexoFeminino
Idade21 - 24
Grau de escolaridadeensino superior (completo)
Profissãodesigner de Moda
Costuma assistir a videoclipes?As vezes
O que te faz assistir a um videoclipe?gostar da música
Em que contexto assiste a videoclipes?TV, canais de Youtube/Vimeo, Redes Sociais
Conhece algum videoclipe da rapper Karol Conka?Sim
Fale um pouco da razão pela qual você escuta ou se identifica com a rapper Karol Conka?letras e estilo musical
Como classifica a intensidade de sua vida noturna? (Escala)3
Que outros músicos do rap / hip hop você costuma escutar?emicida, flora mattos, rael da rima, sabotage, racionais
Quais genênos musicais você costuma escutar?Hip Hop, Nacional Alternativo, Rap, Rock, Samba
Qual o seu videoclipe favorito?-
Cite outro(s) vídeo(s) que acha interessante(s).Beastie Boys - Sabotage
Deixe aqui uma referência (imagem, vídeo, site, blog, conceito, texto etc) que expressa seu estilo de vida.http://www.thedaintysquid.com/
Dos itens abaixo, quais são de seu interesse?Arte urbana, Arte contemporânea, cinema, Fotografia, Moda, design, Música, Tecnologia
Utiliza quais das redes sociais abaixo?Facebook, Twitter, Youtube, Vimeo, pinterest, instagram
Tem possível interesse em participar de testes?Sim
ANEXO 10 - RESULtADO DA PESQUISA - PARtICIPANtE 8