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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA CENTRO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL VALORAÇÃO DO SERVIÇO DE DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS GERADOS PELA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DO SALVADOR – BA Maria Cristina Gomes Sanches Orientadora: Profª Dra. Suzi Huff Theodoro Dissertação de Mestrado Brasília–DF: Outubro/2004

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA CENTRO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

VALORAÇÃO DO SERVIÇO DE DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS GERADOS PELA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

CIVIL NO MUNICÍPIO DO SALVADOR – BA

Maria Cristina Gomes Sanches

Orientadora: Profª Dra. Suzi Huff Theodoro

Dissertação de Mestrado

Brasília–DF: Outubro/2004

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA CENTRO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

VALORAÇÃO DO SERVIÇO DE DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS GERADOS PELA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DO SALVADOR – BA

Maria Cristina Gomes Sanches

Orientadora: Profª Dra. Suzi Huff Theodoro

Dissertação de Mestrado

Brasília–DF: Outubro/2004

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA CENTRO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

VALORAÇÃO DO SERVIÇO DE DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS GERADOS PELA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DO SALVADOR – BA

Maria Cristina Gomes Sanches

Dissertação de Mestrado submetida ao Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade

de Brasília, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Grau de Mestre em

Desenvolvimento Sustentável, área de concentração em Política e Gestão Ambiental, opção

Profissionalizante.

Aprovado por:

___________________________________________________________Profa. Dra. Suzi Huff Theodoro (Universidade de Brasília - UnB) (Orientadora)

___________________________________________________________Prof. Dr. José Aroudo Mota (Universidade de Brasília - UnB) (Examinador Interno)

___________________________________________________________Prof. Dr. Saulo Rodrigues Pereira Filho (Universidade de Brasília - UnB) (Examinador Externo)

Brasília – DF, 15 de outubro de 2004.

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SANCHES, MARIA CRISTINA GOMES

Valoração do serviço público de destinação final dos resíduos gerados pela indústria da construção civil no município do Salvador – BA, 221 p., 297 mm, (UnB-CDS, Mestre, Política e Gestão Ambiental, 2004).

Dissertação de Mestrado – Universidade de Brasília. Centro de Desenvolvimento Sustentável.

1. Resíduos da Construção Civil 2. Gestão de Resíduos da Construção

3. Método de Valoração Contingente 4. Desenvolvimento Sustentável

I. UnB-CDS II. Título (série)

É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta dissertação e

emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor

reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte desta dissertação de mestrado pode ser

reproduzida sem a autorização por escrito do autor.

______________________________ Maria Cristina Gomes Sanches

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida e por me carregar nos braços nos momentos mais difíceis.

Ao meu marido Antônio, amigo e companheiro, pelo amor incondicional, apoio constante, cumplicidade, dedicação, paciência incomparável e carinho incomensurável.

Aos meus pais, pela dedicação de toda uma existência.

À minha irmã Cristiane, pela preocupação diária e palavras de carinho.

Ao Centro de Recursos Ambientais, pelo apoio institucional e por acreditar no potencial dos seus funcionários.

À minha orientadora Profª Dra. Suzi Huff Theodoro, pela compreensão, postura solidária e palavras de conforto, me acalmando nos momentos difíceis; pelo comprometimento, pela atenção e pelos ensinamentos pertinentes. E finalmente, pela confiança na minha capacidade de trabalho.

Ao Prof. Dr. José Aroudo Mota, pela atenção e colaboração decisiva.

Ao colega Geneci Braz de Sousa, pela ajuda na elaboração do questionário de pesquisa e pela cessão de materiais de estudo.

À arquiteta Ana Vieira, da Limpurb, pela colaboração e gentileza.

A Luiz César Marques Gil, pela compreensão e apoio.

À Sandra Sande, superintendente da Sinduscon – BA, pela gentileza em colaborar com a pesquisa de campo.

Aos estudantes que realizaram as entrevistas, em especial a Fabiana, graduanda em Filosofia.

Aos construtores e funcionários que se dispuseram a colaborar com a pesquisa de campo.

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RESUMO

A proposta desta dissertação foi estudar o setor da construção civil no município do Salvador – BA e os determinantes da disponibilidade a pagar pelo serviço público de disposição final dos resíduos da construção civil (RCCs) no município, estimando a sua demanda por meio da aplicação do método de valoração contingente. Adicionalmente, foi descrito o processo de gestão diferenciada desses resíduos em Salvador, caracterizadas as percepções socioeconômicas e ambientais do setor, analisados os aspectos da sustentabilidade decorrentes daquela gestão e sugeridos valores de cobrança pelo serviço público de disposição final dos RCCs no município. O trabalho apresenta o panorama atual da gestão dos resíduos da construção civil em alguns países e no Brasil, demonstrando a evolução da importância dada à criação de novas tecnologias e procedimentos que minimizem a geração dos resíduos da construção civil. O diagnóstico do setor da construção civil no Estado da Bahia e a caracterização dos resíduos gerados pela atividade no município do Salvador são apresentados. O histórico da gestão desses resíduos no município é descrito, nos últimos vinte e quatro anos. A metodologia utilizada consistiu na coleta de dados secundários por meio de pesquisa bibliográfica, documental e observação direta. Os dados primários foram obtidos de coleta de informações por meio de entrevistas estruturadas, com a aplicação de questionário de pesquisa, dirigidas aos agentes das construtoras que atuam no município do Salvador. Os dados obtidos foram cadastrados, sistematizados e analisados quantitativa e qualitativamente. Duas hipóteses foram estabelecidas no trabalho: i) em que medida a determinação de um valor pelo uso do serviço de disposição final dos resíduos da construção civil, em Salvador, implicará na diminuição dos impactos socioeconômicos e ambientais? ; ii) a gestão diferenciada desses resíduos, atualmente implantada no município, tem contribuição efetiva na busca de uma gestão sustentável?A partir destas hipóteses, foi possível caracterizar atitudes capazes de influenciar a estimativa da disposição a pagar de uma amostra de construtores do setor de edificações em geral e captar as percepções socioeconômicas e ambientais desses construtores. Como resultado, foi estimado um valor de uso pelo serviço de destinação final dos resíduos da construção civil e constatado que a gestão desses resíduos no município do Salvador não atende, na prática, a princípios do desenvolvimento sustentável, devendo ser reformulado conforme constatado nas análises sobre as dimensões da sustentabilidade do modelo de gestão.

PALAVRAS CHAVE: Resíduos da Construção Civil, Gestão de Resíduos da Construção,

Método de Valoração Contingente, Desenvolvimento Sustentável.

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ABSTRACT

The purpose of this essay is to study the civil engineering sector in the city of Salvador-BA and the determiners of the availability on paying for the civil engineering residues public collecting service (RCCs) in the city, considering its demand by applying the contingent valuation method. Furthermore, the differentiated managing process of those residues in the city of Salvador is described, and the social-economic as well as the environment perceptions due to that process are characterized and analyzed with charging values being suggested for the public collecting service.This essay presents the actual scenario of civil engineering residues management in some countries and in Brazil showing the evolving of the importance given to creating new technologies and processes to minimize the generation of civil engineering residues. The diagnosis of Bahia civil engineering sector in the State of Bahia and the categorization of the residues generated by the activity in the city of Salvador are also presented. A journal of the last 24 years history of the management of those residues in the city is detailed. The methodology used consisted of collecting secondary data through bibliographical research, document scanning and direct observation. The primary data were collected by structured interviews with survey questionnaires directed towards the civil engineering agents that operate in the city of Salvador. All obtained data was filed, systematized, and analyzed concerning quality and quantity. Two hypotheses were established in this work: i) in which way the establishing of a value for the use of the collecting and final disposition of the civil engineering residues in the city of Salvador will implicate in the decrement of the social economic and environment impact? ii) the differentiated management of these residues actually in use in the city of Salvador is somehow contributing to an effective search of a self-sustaining management? From these hypotheses was possible to identify and characterize actions capable of influencing the estimation of the willingness to pay, for the services, by a sample of constructors of the civil engineering sector as well as identify their social-economic, and environment perceptions. As a conclusion to all the study, a value for the use of the service of final disposition of the civil engineering residues was estimated, and was also verified that the management of those residues in the city of Salvador is so far, not actually attending to the sustaining growth. Thus, needing to be reformulated as verified in the analysis on the dimension of the sustaining management model.

Key Words: Construction and Demolition Waste, Construction Waste Management, Contingent Valuation Method, Sustainable Development.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTO

RESUMO

ABSTRACT

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE QUADROS LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 016

1 – REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................... 022 1.1 - RESÍDUOS SÓLIDOS: A CRISE CONTEMPORÂNEA .......................................... 022

1.2 - CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUO SÓLIDO ....................................... 026

1.2.1 - Nível Estadual ........................................................................................................... 033

1.3 - ASPECTOS LEGAIS DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS ............................................. 033

1.3.1 - Nível Estadual ........................................................................................................... 040

1.3.2 - Nível Municipal ........................................................................................................ 041

1.4 - A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................................... 042

1.4.1 - Bases Legais .............................................................................................................. 043

1.4.2 - Proposição de Modelos de Gestão............................................................................ 047

2 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .................................. 050 2.1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS E ORIGEM DA CIDADE DO SALVADOR ........... 050

2.2 - ASPECTOS FÍSICOS E INSERÇÃO TERRITORIAL ................................................ 052

2.3 - ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ........................................................................... 060

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3 - RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................ 060 3.1 - ORIGEM E CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 060

3.2 - GERAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ........................................ 074

3.3-HISTÓRICO DO SERVIÇO DE COLETA E DISPOSIÇÃO FINAL DOS

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM SALVADOR ................................................ 078

3.3.1 - Considerações sobre o Setor da Construção Civil na Bahia ................................. 085

3.4 - CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM

SALVADOR .......................................................................................................................... 088

4 – MÉTODOS E PROCEDIMENTOS........................................................ 094 4.1 - UNIVERSO DA PESQUISA......................................................................................... 095

4.2 - QUESTIONÁRIO DE PESQUISA................................................................................ 097

4.2.1 - Descrição das Variáveis ............................................................................................ 098

4.3 - VALORAÇÃO AMBIENTAL ...................................................................................... 100

4.3.1 - Bem Público ............................................................................................................... 100

4.3.2 - Valor Econômico Total ............................................................................................. 102

4.3.3 - Método de Valoração Contingente .......................................................................... 106

4.3.4 - Modelo Econométrico Proposto............................................................................... 110

5 - GESTÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO

MUNICÍPIO DO SALVADOR – BA ............................................................ 113 5.1 - ASPECTOS PRELIMINARES...................................................................................... 113

5.2 - MODELO DE GESTÃO DIFERENCIADA ................................................................. 115

5.3 - GESTÃO DIFERENCIADA DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM

SALVADOR – BA................................................................................................................. 118

6 – RESULTADOS.......................................................................................... 124 6.1 MODELO ECONOMÉTRICO ........................................................................................ 124

6.2 DISCUSSÃO SOBRE ASPECTOS DA SUSTENTABILIDADE DO MODELO DE

GESTÃO DIFERENCIADA EM SALVADOR – BA .......................................................... 126

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6.2.1 Aspectos Socioeconômicos e Ambientais dos Construtores Civis do Município

do Salvador – BA .................................................................................................................. 126

6.2.2 Considerações sobre a Sustentabilidade da Gestão Diferenciada em Salvador

– BA........................................................................................................................................ 147

RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÃO....................................................... 157

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 159

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO NA PESQUISA DE

CAMPO............................................................................................................ 168

APÊNDICE B - Matriz de correlação entre as variáveis numéricas ......... 176

APÊNDICE C - Histograma e curva P - P plot da DAP ............................. 177

APÊNDICE D - Resultados do Modelo Linear ............................................ 178

APÊNDICE E - Análise estatística das variáveis em categorias de

núcleos de limpeza........................................................................................... 180

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Mapa da situação geográfica do município do Salvador ........................................051

Figura 2.2 – Mapa geomorfológico da Região Metropolitana do Salvador (RMS) ....................053

Figura 2.3 – Mapa de vegetação da Região metropolitana do Salvador (RMS) .........................054

Figura 2.4 – Novo Macrozoneamento do município do Salvador...............................................058

Figura 3.1 – Fluxograma da metodologia da caracterização do entulho gerado em

Salvador ..................................................................................................................090

Figura 5.1 – Localização dos Postos de Descarga de Entulho (PDE) e da Base de

Descarga de Entulho (BDE), no município do Salvador ........................................122

Figura 6.1 – Faturamento mensal das empresas ..........................................................................126

Figura 6.2 – Porte das empresas ..................................................................................................127

Figura 6.3 – Sexo dos entrevistados ............................................................................................127

Figura 6.4 – Tempo de atuação da empresa no mercado.............................................................128

Figura 6.5 – Número de funcionários da empresa.......................................................................128

Figura 6.6 – Declaração dos entrevistados quanto à utilização de RCC reciclado .....................129

Figura 6.7 – Freqüência de coleta dos RCCs na obra..................................................................130

Figura 6.8 – Segregação dos RCCs na obra ................................................................................131

Figura 6.9 – Tipo de problema que o RCC representa para os entrevistados..............................131

Figura 6.10 – Maior problema causado pelos RCCs na obra. .....................................................132

Figura 6.11 – Situação atual da degradação ambiental causada pelos RCCs no

município do Salvador. .........................................................................................132

Figura 6.12 – Opinião dos entrevistados sobre o investimento da Prefeitura do

Salvador na atividade de reciclagem.....................................................................133

Figura 6.13 – Nível de conhecimento dos entrevistados sobre a Resolução nº 307/2002

do Conama ............................................................................................................134

Figura 6.14 – Percepção do entrevistado quanto à disponibilidade de áreas, no

município do Salvador para a disposição final dos RCCs ....................................135

Figura 6.15 – Percepção do entrevistado quanto ao comprometimento da sociedade e

do meio ambiente, com o descaso relativo ao destino dos RCCs .........................135

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Figura 6.16 – Percepção dos entrevistados quanto ao descarte dos RCCs em locais

apropriados, sendo lá esquecidos ..........................................................................136

Figura 6.17 – Viabilidade econômica do aproveitamento do RCC reciclado .............................136

Figura 6.18 – Percepção do entrevistado quanto ao aumento do custo da obra com o

uso do RCC reciclado ...........................................................................................137

Figura 6.19 – Percepção do entrevistado sobre à responsabilidade exclusiva do Poder

Público na a solução dos problemas sociais..........................................................138

Figura 6.20 – Percepção do entrevistado quanto à insignificância da degradação

ambiental causada pela indústria da construção civil ...........................................138

Figura 6.21 – Percepção dos entrevistados quanto à necessidade da minimização da

geração dos resíduos pela sociedade atual, na garantia do meio ambiente

saudável para as futuras gerações .........................................................................139

Figura 6.22 – Opinião dos entrevistados sobre o empenho insatisfatório da Prefeitura

do Salvador, quanto à gestão dos RCCs ...............................................................140

Figura 6.23 – Importância do entrevistado sobre a segregação dos resíduos no canteiro

de obras .................................................................................................................141

Figura 6.24 – Importância do entrevistado sobre o reaproveitamento e a reciclagem dos

RCCs .....................................................................................................................141

Figura 6.25 – Importância do entrevistado sobre a criação de novos empregos com a

adoção da reciclagem............................................................................................142

Figura 6.26 – Nota atribuída pelo entrevistado ao sistema de coleta de RCC no

município do Salvador ..........................................................................................143

Figura 6.27 – Importância do entrevistado quanto aos problemas ambientais gerados

pelo RCC, no município do Salvador ...................................................................143

Figura 6.28 – Conhecimento dos entrevistados sobre a estrutura organizacional da

Prefeitura do Salvador...........................................................................................144

Figura 6.29 – Nota atribuída pelo entrevistado sobre o rigor da fiscalização da

Prefeitura do Salvador quanto à disposição irregular dos RCCs ..........................145

Figura 6.30 – Opinião dos entrevistados sobre a responsabilidade da coleta e

destinação final dos RCCs ....................................................................................145

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Figura 6.31 – Distribuição das construtoras entrevistadas em categorias de Núcleos de

Limpeza.................................................................................................................146

Figura 6.32 – Correlação cruzada entre as variáveis: importância com a criação de

novos empregos para a população coma adoção da reciclagem e

utilização do RCC reciclado pelo entrevistado .....................................................149

Figura 6.33 – Correlação cruzada entre as variáveis: investimento da Prefeitura de

Salvador na atividade de reciclagem e custo do material convencional em

relação ao RCC reciclado......................................................................................151

Figura 6.34 – Correlação cruzada entre as variáveis: importância com os problemas

ambientais e situação atual da degradação ambiental em Salvador......................152

Figura 6.35 – Correlação cruzada entre as variáveis: rigor da Prefeitura do Salvador

quanto à disposição irregular dos RCC e destinação final dos RCCs

gerados pelos entrevistados...................................................................................154

Figura 6.36 – Conhecimento dos entrevistados sobre significado e localização dos

PDEs e da BDE.....................................................................................................154

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LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1 - Novo Macrozoneamento do município do Salvador. ..........................................055

Quadro 2.2 - Novos elementos constituintes da mancha urbana do município do Salvador. ...056

Quadro 2.3 - Área territorial e estimativa da população da Região Metropolitana do Salvador

(RMS) no ano de 2003.........................................................................................061

Quadro 2.4 - Área territorial, população e geração de resíduos sólidos por Região

Administrativa (RA), no município do Salvador em 1996, 2000 e 2002. ...........062

Quadro 2.5 - Rendimento médio real efetivamente recebido pelas pessoas, de 10 anos ou mais

de idade, ocupadas no trabalho principal - a preços de Junho de 2004, nas Regiões

Metropolitanas do Salvador, Belo Horizonte e São Paulo...................................064

Quadro 2.6 - Distribuição das pessoas em idade ativa na Região Metropolitana do

Salvador (%) ........................................................................................................065

Quadro 2.7 - Grupamento das pessoas ocupadas por trabalho principal na Região Metropolitana

do Salvador (%) ...................................................................................................066

Quadro 2.8 - Taxa de desemprego na RMS e no município do Salvador .................................068

Quadro 3.1 - Composição média dos RCDs gerados em diferentes localidades no mundo......072

Quadro 3.2 - Produção e taxa de geração de RCD em vários locais do Brasil e do

mundo (modificado – PINTO, 1999)...................................................................075

Quadro 3.3 - Produção de resíduos de construção e demolição nos países da UE-15, à exceção

de Portugal ...........................................................................................................076

Quadro 3.4 - Estimativa da geração de RCD em construções nos EUA em 1996 (rodovias,

pontes e escavações não estão incluídas).............................................................077

Quadro 3.5 - Localização dos PDE em funcionamento em 1999..............................................084

Quadro 3.6 - Composição média do entulho gerado no município do Salvador.......................088

Quadro 4.1 - Relação das atividades referentes ao setor da construção civil, segundo a

Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) do

Ministério da Fazenda..........................................................................................095

Quadro 4.2 - Relação das atividades referentes ao subsetor da construção de edifícios

e obras de engenharia civil, segundo a Classificação Nacional de

Atividades Econômicas (CNAE) do Ministério da Fazenda ...............................096

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Quadro 4.3 - Análise da estatística descritiva de variáveis da pesquisa....................................110

Quadro 4.4 - Relação das variáveis consideradas na composição do preço da

disposição dos RCCs nas áreas licenciadas .........................................................111

Quadro 5.1 - Localização dos pontos de descarga de entulho (PDEs) e da base de

descarga de entulho (BDE), com referência aos núcleos de limpeza (NL) .........120

Quadro 6.1 - Descrição dos parâmetros calculados para as variáveis independentes e

suas estatísticas t ..................................................................................................124

Quadro 6.2 - Resultado do Modelo Econométrico. ..................................................................125

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS1

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

Ademi – Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia

AEA - Agência Européia do Ambiente

Alca – Área de Livre Comércio das Américas

ASTM – American Society for Testing And Materials

BDE – Base de Descarga de Entulho

BIRD – Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento

BNH – Banco Nacional de Habitação

CEE – Comissão Econômica Européia

CEPED – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Estado da Bahia

CIA – Centro Industrial de Aratu

CIWMB – California Integrated Waste Management Board

CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas

CNEM – Comissão Nacional de Energia Nuclear

Coopcicla– Cooperativa de Agentes Autônomos de Reciclagem

Conama – Conselho Nacional de Meio Ambiente

Conder – Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia

CRA – Centro de Recursos Ambientais

DCOP – Departamento de Conservação e Obras Públicas

DEUL – Departamento de Urbanismo e Edificação

EPA – Environmental Protection Agency

FIEB – Federação das Indústrias do Estado da Bahia

FMLF – Fundação Mário Leal Ferreira

HSWA – Hazardous and Solid Waste

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LEA – Local Enforcement Agency

Limpurb – Empresa de Limpeza Urbana do Salvador

1 INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNICA E TECNOLOGIA. Manual de normas de editoração do IBICT. 2 ed. Brasília, 1993. 41p.

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Mercosul – Mercado Comum do Sul

MPO – Ministério do Planejamento e Orçamento

NL – Núcleo de Limpeza

OCDE – Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico

ONU – Organização das Nações Unidas

PAIC – Pesquisa Anual sobre a Indústria da Construção Civil

PDDU – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano

PDE – Posto de Descarga de Entulho

PER – Postos de Entrega de Reciclados

PEV – Pontos de Entrega Voluntária

PIB – Produto Interno Bruto

PL – Projeto de Lei do Senado

Planasa – Plano Nacional de Saneamento

PLC – Projeto de Lei do Congresso

PLS – Projeto de Lei do Senado

PMSS – Projeto de Modernização do Setor de Saneamento

PNMA – Política Nacional de Meio Ambiente

Qualiop – Programa de Qualidade das Obras Públicas da Bahia

RA – Região Administrativa

RCC – Resíduo da Construção Civil

RCD – Resíduo de Construção e Demolição

RCRA – Resource Conservation and Recovery Act

RMS – Região Metropolitana do Salvador

Seara – Sistema Estadual de Administração dos Recursos Ambientais

Secomp – Secretaria de Combate à Pobreza do Estado da Bahia

SEI – Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia

Seplam – Secretaria Municipal do Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente

Seplantec – Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia

Sepurb – Secretaria de Política Urbana

Sesp – Secretaria de Serviços Públicos

SFS – Sistema Financeiro de Financiamento

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Sinduscon – BA – Sindicato das Indústrias de Construção do Estado da Bahia

Sisnama – Sistema Nacional do Meio Ambiente

Sisnares – Sistema Nacional de Resíduos

SPJ – Superintendência de Parque e Jardins

Sucon – Superintendência de Controle do Uso e Ordenamento do Solo Municipal

UE – União Européia

Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura

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INTRODUÇÃO

DELIMITAÇÃO DO TEMA

A sociedade global ainda não conseguiu desenvolver uma coexistência sustentável

com o meio ambiente. No contexto brasileiro, o problema ambiental tem tomado grandes

proporções e até o presente momento as soluções são paliativas. Um dos casos mais

emblemáticos é o dos resíduos sólidos que causam uma série de problemas de ordem social,

econômica e ambiental. A administração de tais problemas, pelo poder público, não tem sido

satisfatória, facilitando freqüentes prejuízos à saúde e ao bem-estar da população, decorrentes da

degradação dos cursos d’água, do ar e do solo. A mudança do panorama atual passa pela

mudança de estilo de vida e conscientização de cada cidadão do seu papel dentro da coletividade.

O engajamento do poder público é a mola propulsora de uma mudança, que seria

facilmente viabilizada por meio da formulação de políticas públicas efetivas, visando uma gestão

dos resíduos sólidos que incorpore instrumentos e práticas adequadas as realidades locais. Neste

caso, as alternativas para o equacionamento da problemática do processo produção-destinação

final dos resíduos sólidos depende muito mais de fatores da política municipal.

A indústria da construção civil é responsável por uma parcela considerável dos

resíduos sólidos gerados no espaço urbano. No município de Salvador, do volume de lixo

coletado diariamente (cerca de 5 517 t), o resíduo da construção civil (ou entulho) representa

49,77%, demonstrando, assim, que a quantidade gerada é superior ao lixo domiciliar do

município, que representa 46,04% do total de lixo coletado (QUADROS; OLIVEIRA, 2001,

p.123). Desde 1991 o poder público vem buscando alternativas de gerenciamento do resíduo da

construção civil, uma vez que estes são os responsáveis diretos pelo desequilíbrio ambiental de

áreas urbanas utilizadas como locais de descarte aleatório, tais como: vias públicas, margem de

rios e canais, encostas e outros. Esses resíduos são coadjuvantes na poluição ambiental,

dividindo com o esgoto e os resíduos domésticos a responsabilidade pelo comprometimento do

ambiente físico, bem como pela degradação do meio social.

A grande preocupação dos gestores públicos reside no desequilíbrio entre geração

crescente dos resíduos sólidos e indisponibilidade de áreas com características ambientais

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aceitáveis para a sua disposição. Também está associado esse desequilíbrio a carência de

tecnologia disponível para transformar os resíduos da construção civil em matéria prima a ser

reutilizada no processo produtivo. A reciclagem desses materiais poderia representar uma fonte

de receita para a administração pública, ao mesmo tempo que seria uma solução, no médio prazo,

para a redução das áreas de descarte desse material.

Porém, a viabilidade para transformação do resíduo da construção civil em negócio

está diretamente relacionada com o gerenciamento eficiente do sistema de coleta, que precisaria

utilizar mecanismos de regulação e controle, bem como instrumentos econômicos disponíveis no

processo de uma gestão diferenciada e sustentável de tais resíduos.

O foco desta pesquisa é o estudo da disponibilidade dos construtores a pagar pelo

serviço público de destinação final dos resíduos da construção civil gerados no município do

Salvador. Com os indicadores elencados no estudo foi possível identificar alguns aspectos da

sustentabilidade do serviço de coleta de entulho com a adoção da gestão diferenciada.

OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo geral estudar os determinantes da disponibilidade, dos

construtores do município, a pagar pelo serviço público de disposição final dos resíduos da

construção civil no município do Salvador – BA, estimando a sua demanda por meio da aplicação

do método de valoração contingente, aplicando um survey (questionário) composto das variáveis

socioeconômicas e ambientais.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Sabe-se que a valoração do serviço de coleta de resíduos da construção civil é uma

tarefa complexa, entretanto, na pesquisa buscou-se alcançar os seguintes objetivos específicos:

descrever o processo da gestão diferenciada dos resíduos da construção civil

em Salvador;

caracterizar e analisar os impactos socioambientais e econômicos decorrentes

dessa gestão ;

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sugerir valores de cobrança pelo serviço público de destinação final dos

resíduos da construção civil no Município;

RELEVÂNCIA DA PESQUISA

No final do século XX, a atividade da construção civil apresentou um crescimento

considerável, o que levou ao aparecimento de grande número de construtoras que atendem ao

mercado voltado à classe média/alta, além da própria dinâmica da urbanização resultante da

explosão demográfica característica dos grandes centros. Esta atividade desenvolveu-se

rapidamente, propiciou aumento do número de empregos e possibilitou o crescimento da

demanda por materiais de construção civil, conseqüentemente maior geração de rejeitos durante e

no final do processo produtivo.

No entanto, esta atividade desencadeou um problema no que se refere à coleta e

destinação dos seus resíduos. Atualmente, em Salvador, já existe um número significativo de

construtoras atuando em diversos empreendimentos, aumentando consideravelmente as sobras de

materiais resultantes da implantação, manutenção, demolição e reformas de empreendimentos.

O município vive as conseqüências de uma realidade mundial: a produção desenfreada

de resíduos e o esgotamento de áreas para disposição final. A Agenda 21 brasileira, no seu

capítulo 21, menciona a possibilidade da produção de resíduos quintuplicar até o ano de 2025, se

forem mantidos os atuais padrões insustentáveis de produção e consumo. Segundo informações

do Projeto Entulho Bom, a indústria da construção civil utiliza em torno de 20% a 50% dos

recursos naturais que são consumidos pela sociedade e sua atividade no Brasil corresponde a 14%

da economia.

Para minimizar essas externalidades, vários países vêm adotando políticas específicas

relacionadas à atividade construção civil. O International Council for Research and Inovation in

Building and Construction – CIB, órgão de fomento à pesquisa no setor de construção na Europa,

adotou o Desenvolvimento Sustentável como prioridade em suas pesquisas e elaborou a Agenda

21 para a construção civil, cujas ações devem considerar aspectos de gestão, reciclabilidade,

conservação dos recursos naturais, impactos ambientais, aspectos sociais, culturais e econômicos,

dentre outros (JOHN, 2001, p.34).

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Dentro desse contexto, coloca-se a disposição a pagar pelo serviço de disposição final

dos resíduos da construção civil como importante instrumento de gestão desses resíduos, visto

que será possível inferir sobre a medida do bem estar da população em relação ao serviço

prestado, como também estabelecer o valor da disposição a pagar – DAP como subsídio para a

gestão municipal no estabelecimento de uma forma de taxa utilizada para garantir o nível

desejado de uso do serviço público.

A indústria da construção civil é a principal geradora de resíduos na economia. A

quantidade de resíduo da construção produzido em grandes municípios por essa atividade é da

ordem da massa de lixo urbano gerada, em torno de 400 a 500 kg/hab/ano, “cerca de 50% do

peso total dos resíduos sólidos urbanos produzidos diariamente em grandes cidades brasileiras,

com mais de 500 mil habitantes” (CONAMA, 2000 apud BLUMENSCHEIN, 2001). Grande

parte dos resíduos é depositada ilegalmente, geralmente em áreas com inclinação considerável

como em encostas, locais propícios a deslizamentos, ou em regiões de depressão ou margens de

rios e canais, causando sérios problemas ambientais. Os potencias problemas advindos do

descarte ilegal, demandam grandes esforços da sociedade e dos órgãos públicos, principalmente

em nível local. Conforme disposto no art. 30, incisos I e V da Constituição Federal de 1988,

compete ao município "legislar sobre assuntos de interesse local [...] organizar e prestar,

diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local

[...]" (BRASIL, 1988a).

Em Salvador, a destinação final dos resíduos sólidos oriundos da construção civil,

comumente chamado de entulho, seja do setor formal, seja do informal, constitui um grande

desafio para a gestão pública do município. A geração dos resíduos dessa atividade tem início na

implantação do empreendimento e se prolonga por toda a sua vida útil, visto que operações de

manutenção e reformas, ainda que não previstas, são inevitáveis ao longo do tempo. A geração de

grandes volumes desses resíduos é uma característica atual da atividade do setor de construção

civil em várias cidades e, também, em Salvador. Desde 1981, a administração municipal vem

elaborando planos e programas visando a retirada dos entulhos e estabelecendo o monitoramento

dos pontos de descarga clandestinos distribuídos nos diferentes bairros, na tentativa de minimizar

as externalidades negativas próprias da atividade. Em 1992, foi implantado o Projeto Coleta

Diferenciada que estabelecia critérios para coleta e disposição do entulho por meio da criação de

Postos de Descarga de Entulho (PDE) e Bases de Descarga de Entulho (BDE) cujo aporte legal

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instituído pelo Decreto nº 10.869/94 regulamentou o processo de coleta, transporte, destinação

final dos resíduos, bem como definiu infrações e instituiu penalidades. Ainda assim, entre 1996 e

2000 os resíduos continuavam a ser depositados em áreas não preparadas tecnicamente, causando

impactos ambientais, principalmente, em áreas de encostas e baixadas. O número de pontos

clandestinos de deposição de entulho passou de 420, em 1996, para 220 em 1997, reduzindo

progressivamente até o ano de 2001.

Apesar do avanço, os custos com a coleta desses resíduos atingiam um valor mensal de

aproximadamente R$558 754,00 (QUADROS; OLIVEIRA, 2001), além da existência de outros

custos de difícil mensuração (programas e operações para remediação dos impactos gerados pela

gestão inadequada). Essa melhoria foi decorrência direta da implantação do Projeto de Gestão

Diferenciada do Entulho de Salvador, baseado no modelo proposto pelo Prof. Tarcísio Pinto,

viabilizado pelo Decreto Municipal. nº 12 133/98. Foram disponibilizados à população, Postos de

Descarga de Entulho – PDE e Bases de Descarga de Entulho – BDE, criteriosamente instalados

em pontos estratégicos da cidade, onde os munícipes (pequenos e grandes geradores) descartam

os resíduos da construção sem qualquer tipo de cobrança pelo serviço. Porém, os novos

procedimentos inerentes ao modelo de gestão diferenciada introduzem novos custos, oriundos da

utilização de equipamentos adequados, de operadores treinados e da reciclagem como alternativa

ao aterramento dos resíduos da construção e demolição (RCD). Na primeira fase de implantação

do projeto, que teve início em 1997, a meta foi transformar o descarte clandestino em deposição

correta. Na segunda fase, a partir de 2001, o objetivo foi viabilizar o processo de reciclagem do

entulho.

HIPÓTESE

Este trabalho consiste na verificação de uma hipótese principal e uma secundária.

1. em que medida as percepções socioeconômicas e ambientais dos construtores

implicarão na determinação de um valor de uso pelo serviço de disposição final

dos resíduos da construção civil em Salvador.

2. a gestão diferenciada desses resíduos, atualmente implantada no município, tem

contribuição efetiva na busca de uma gestão sustentável.

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ESTRUTURAÇAO DA DISSERTAÇÃO

Esta Dissertação está estruturada em cinco capítulos, além da introdução e da parte

final onde são apresentadas as conclusões e recomendações. Após as referências bibliográficas,

foram adicionados documentos nos Apêndices.

O primeiro capítulo apresenta a conceituação e classificação dos resíduos sólidos na

sociedade contemporânea, bem como as normas legais que disciplinam e regulam a geração e a

gestão desses resíduos, bem como aspectos da gestão pública dos resíduos sólidos como um todo.

e descrição histórica do serviço de coleta dos resíduos da construção civil no município de

Salvador.

O segundo capítulo caracteriza a área de estudo. O terceiro capítulo trata da

caracterização e geração dos resíduos oriundos da construção civil, no Brasil e no mundo, da

descrição histórica do serviço de coleta desses resíduos, e apresenta considerações sobre o setor

da construção civil no Estado da Bahia.

A metodologia utilizada na pesquisa para levantamento e tratamento dos dados está no

quarto capítulo. O quinto capítulo trata do modelo de gestão dos resíduos da construção civil no

município. Os resultados são apresentados no sexto capítulo, bem como os aspectos da

sustentabilidade da gestão dos resíduos da construção civil adotada no município.

Por fim, são apresentadas as conclusões e recomendações.

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CAPÍTULO 1

REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 RESÍDUOS SÓLIDOS: A CRISE CONTEMPORÂNEA

O mundo está passando por uma crise nesta mudança de século, desenhando claramente

uma transição de paradigmas cujas bases conceituais, apesar de não estarem definidas, vêm

delineando uma tendência que nos reporta à noção de mundo comum. Surge o reconhecimento de

que se faz necessária uma profunda mudança de percepção e de metas para garantir a nossa

sobrevivência e a das espécies com as quais convivemos. Um marco importante dessa tomada de

consciência foi a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo,

na Suécia, em 1972, quando foi firmado um entendimento sobre as relações entre o ambiente

físico o desenvolvimento humano (MEADOWS E OUTROS, 1972).

Na década seguinte, com a evolução das discussões sobre o tema ambiental, a

elaboração do Relatório de Brundtland (BRUNDTLAND, 1987), conhecido como Nosso Futuro

Comum, mostrou que os dois grandes problemas da humanidade eram o crescimento

populacional e a pobreza. Tal constatação levou os países desenvolvidos a criarem mecanismos

de regulação para as relações de mercado, e os menos desenvolvidos a empreenderem políticas de

inserção no novo contexto que surgia. A partir daí uma avalanche de conferências e movimentos

ocorreu, em nível mundial, na busca de novos rumos para o desenvolvimento, que passava a ser

entendido como uma tríade econômica-social-ambiental cuja fórmula para o equilíbrio ótimo tem

como resultado o Desenvolvimento Sustentável. Alcançar este objetivo constitui-se, até hoje, o

grande desafio dos governos e da sociedade global.

O imenso abismo que existe entre o mundo desenvolvido e o emergente, explica as

dificuldades encontradas por estes para estabelecer diretrizes orientadoras de políticas

socialmente justas, economicamente viáveis e ambientalmente corretas, como sugere Sachs. Em

contrapartida, os países do terceiro mundo têm a possibilidade de “pular etapas” (SACHS, 2000)

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na solução do binômio formado entre a conservação ambiental e a produtividade econômica,

constituindo-se em potências mundiais de biodiversidade. Entretanto, a desorganização dos

modelos institucionais e gerenciais adotados por tais países, aliados à falta ou inexistência de um

modelo de gestão capaz de implementar estratégias e planos de desenvolvimento de longo prazo,

são responsáveis pelo aumento dos problemas socioambientais. Dentre estes, são considerados

mais graves a pobreza, a fome, a contaminação de rios e de mananciais, por lançamento de

efluentes sanitários in natura e resíduos sólidos1, ocupação territorial desordenada, dentre outros

traços do mundo não desenvolvido.

Adicionalmente, a atual fase de internacionalização de capitais exige a elaboração de

políticas públicas integradas, visto que a ação antrópica tem conseqüências que ultrapassam as

fronteiras geopolíticas, criando situações de difícil solução, face à inexistência de instrumentos

capazes de disciplinar e regular os conflitos emergentes. A questão das políticas ambientais é um

exemplo característico da necessidade de homogeneização de regulamentos que disciplinem o

uso dos recursos naturais do planeta. São exemplos que traduzem a necessidade da formulação de

políticas ambientais em nível mundial: o acidente com o navio Amoco-Cádiz, em 1978, no Canal

da Mancha, que liberou durante nove meses, 261 milhões de litros de óleo no mar, contaminou

centenas de quilômetros da costa da Inglaterra, causando um desastre ecológico cujos efeitos

permaneceram por mais de uma década; o acidente em Tchernobil, em 1986, na Ucrânia, onde a

explosão de um reator nuclear espalhou radiação por vários países da Europa (REMOND-

GOUILLOUD, 1994); e mais recentemente, em novembro de 2002, o acidente com o petroleiro

Prestige, na costa espanhola, que afundou com 70 mil toneladas de petróleo, sendo considerado o

mais grave acidente do gênero, ocorrido no mundo.

Como mencionado anteriormente, os problemas crescentes de degradação ambiental têm

motivado a criação de fóruns e de debates em todo o mundo, onde são elaboradas declarações e

convenções internacionais com vistas a proteção do meio ambiente. Entretanto, a validade de

uma convenção depende da ratificação dos países, o que limita a ação das políticas ambientais

sustentáveis em nível internacional.

1 Neste trabalho resíduo sólido é considerado o termo técnico que designa qualquer subproduto do processoprodutivo que tem utilidade e possui valor econômico agregado, possibilitando o seu reaproveitamento no próprio processo produtivo (DEMAJOROVIC, 1995). O autor diferencia os termos “resíduo sólido” e “lixo” considerandoeste último como qualquer material descartado destituído de valor.

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Para somar a estes esforços, os princípios do desenvolvimento sustentável devem estar

inseridos no âmbito das políticas ambientais também em nível nacional, estadual e municipal, de

forma harmônica, para garantir a conservação ambiental local e, por conseqüência a globalmente.

Em contraposição aos princípios do modelo neoliberal2, imposto a quase todos os países,

observa-se o crescimento das instituições estatais quando se trata de planejamento e gestão de

recursos naturais. Ademais, é notório que a degradação ambiental (que demanda a criação de

novas instituições públicas para gestão do meio ambiente) interfere diretamente nas relações de

mercado, como por exemplo, a proposição de comercialização de créditos de carbono entre

países, da instituição do selo verde para produtos ecologicamente corretos, ou mesmo pelo

aumento dos preços de bens e serviços devido à escassez dos recursos naturais não renováveis.

No Brasil, as discussões ambientais, no contexto das políticas públicas, produziram

efeitos positivos, como a instituição da Política Nacional de Meio Ambiente, em 1981, e a Lei de

Crimes Ambientais, em 1998, dentre outras. Apesar do avanço do aparato legal ocorrido no

Brasil nos últimos 20 anos, as instituições públicas que atuam na solução da problemática

ambiental ainda não trabalham de forma integrada. Esse procedimento certamente traduz o

resultado das instituições políticas fragmentadas e sem continuidade. Como referencial para tal

discussão citam-se as políticas públicas para os serviços de saneamento, cuja eficácia interfere

diretamente no equilíbrio do meio ambiente.

A poluição das águas, seja por esgoto sanitário, seja por resíduos sólidos, compromete

negativamente o desenvolvimento socioeconômico da área de influência direta e indireta da fonte

degradadora. O fato que corrobora a afirmativa de desarticulação das ações políticas nesta área é

a existência, no Congresso Nacional, de dois projetos de lei, quais sejam, PL nº 2 763/00 (e seu

apenso PL 4 147/2001) que dispõe sobre a Política Nacional de Saneamento e o PL nº 203/91 (e

seus apensos) que dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A primeira preserva as

mesmas metas políticas do projeto de lei PL 53/91 (PLC 199/93), aprovado no Congresso

Nacional, e vetado integralmente pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1995, também

tratava da coleta e da destinação final de resíduos sólidos.

2 O modelo neoliberal começou a ser implementado após a Segunda Guerra mundial, no Oeste da Europa e naAmérica do Norte. Ele traduz uma forte reação teórica e política contra o intervencionismo estatal e o Estado social(Welfare State). Friedrich August von Hayek, publicou em 1944, a obra "The Road to Serfdom", traduzido como "OCaminho da Servidão” que constitui a carta de fundação do neoliberalismo.

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Do ponto de vista técnico, parece lógica a noção de que a matéria resíduos sólidos3 é

uma das componentes do saneamento e, que portanto, deve estar contemplada pelas diretrizes e

objetivos gerais daquela Política Nacional. Apesar da complexidade das matérias citadas, a

instituição de um diploma legal único, considerando o pressuposto universal do desenvolvimento

sustentável, constitui um compromisso com a interdisciplinaridade, de modo a superar as ações

políticas fragmentadas, ainda que sejam instituídos regulamentos específicos para gestão das

diversas atividades.

Na pauta da Agenda 21 brasileira, o capítulo vinte e um trata, especialmente, do manejo

ambientalmente saudável dos resíduos sólidos, demonstrando a urgência no tratamento da

questão. Apesar desta orientação, o que se observou no Brasil foi o fenômeno de suplantação de

interesses difusos sobre os interesses públicos. Particularmente, o interesse difuso configurou-se

na posição do governo de Fernando Henrique Cardoso, que privatizou parte dos setores públicos

essenciais, como o de saneamento. Neste período, ficou estabelecido como meta institucional da

política nacional do governo para o setor, a aprovação do Projeto de Lei do Senado, PLS 266/96.

Nele ficou estabelecido que cabe aos Estados o exercício da titularidade dos serviços de interesse

local, atribuição constitucional dos municípios, facilitando o processo de privatização.

No meio desse embate que vem se estendendo há anos, surgem diversas propostas e

projetos de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos com diretrizes e instrumentos próprios,

sem levar em consideração a articulação com as políticas de saneamento urbano, de saúde e

social, de forma a viabilizar sua implementação. Fazendo uma leitura mais apurada do conteúdo

do projeto de lei que propõe diretrizes nacionais para o tratamento da matéria resíduos sólidos,

percebe-se que o legislador tratou do assunto de forma muito específica, conferindo ao

documento um caráter mais normatizador que orientador de princípios norteadores de políticas

públicas, com função de regulamento mais que de política nacional.

Portanto reafirma-se o imperativo do processo de planejamento de longo prazo, capaz de

inibir ações ou alterações de elites governantes e de grupos de interesse privado sem a devida

3 São muitos os conceitos de resíduos sólidos adotados na literatura corrente e que serão apresentados e discutidosneste capítulo. Tradicionalmente, os autores que tratam do assunto consideram resíduo sólido todo material sólido ousemi-sólido indesejável e considerado inútil por aquele que o descarta.

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participação e anuência da coletividade (stakeholders4), garantindo uma ação formulada de baixo

para cima.

A história recente tem mostrado que as ações do governo estão diretamente relacionadas

às crises econômicas, administrativas e, mais recentemente, ambientais. O século XXI desponta

com a condicionante ambiental para a viabilizar a continuidade do desenvolvimento. O Estado

como interventor e regulador assume um papel imperativo para um desenvolvimento de cunho

sustentável, que contenha alguns pressupostos que sugiram a continuidade, a transparência, a

solidariedade, a coerência e a universalidade.

1.2 CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Dois fatores essenciais contribuíram para o aumento contínuo da geração de resíduos: o

crescimento populacional que impulsionou sobremaneira a produção de resíduos, na busca da

satisfação do supérfluo, e o desenvolvimento tecnológico, que acelerou a troca do consumo

comum pelo consumo patrocinado pelo mercado global. Santos (1994) enfatiza que a sociedade

atual é controlada por uma forma de poder que estabelece as suas necessidades, por meio de um

processo de dependência regulado pelo mercado. A síntese dessa idéia fica clara no texto:

O que parece ser novo neste domínio é o aumento exponencial da exportação da

cultura de massas produzida no centro para a periferia e com ela das “estruturas

de preferências” pelos objetos de consumo ocidental. Está se criando, assim,

uma ideologia global consumista que se propaga com relativa independência em

relação às práticas concretas de consumo de que continuam arredadas as grandes

massas populacionais da periferia. Estas são duplamente vitimizadas por este

dispositivo ideológico: pela privação do consumo efetivo e pelo aprisionamento

no desejo do ter. Pior que reduzir o desejo ao consumo é reduzir o consumo ao

desejo do consumo (SANTOS, 1994).

4 O termo “stakeholders” foi criado para designar todas as pessoas ou empresas que, de alguma maneira, sãoinfluenciadas pelas ações de uma organização.

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Observa-se cotidianamente a utilização de estratégias de vendas e de publicidades que

associam novos estilos de vida e de bem-estar ideal ao consumo de seus produtos. Essa lógica de

pensamento escapa da realidade das limitações das reservas naturais existentes no nosso planeta e

incentiva o gasto excessivo de matéria e de energia. Com o adensamento das cidades e o

crescimento populacional das sociedades atuais, o padrão de consumo é incompatível com a

oferta de matéria prima disponível na natureza. A quantidade de resíduos sólidos gerados é o

retrato do desperdício. Neste grupo destacam-se os grandes geradores dos resíduos, como é o

caso do setor da construção civil, que utiliza grandes quantidades de matérias-primas retiradas

exclusivamente da natureza, como areia, saibro, arenoso, brita, argila, cal além de produtos como

cimento e tinta que demandam uma grande quantidade de energia para o seu processamento

industrial. O estímulo a mudanças de postura no trato dos resíduos, considerando a sua

reutilização e reciclagem, é uma iniciativa essencial para a minimização da sua geração e,

conseqüentemente, para a manutenção das reservas naturais remanescentes. A implementação de

políticas que garantam práticas sustentáveis no trato dos resíduos sólidos é o passo inicial para

que ocorram mudanças significativas nos padrões de produção e consumo da sociedade e na

percepção do resíduo sólido como matéria prima potencial.

Existe uma diversidade conceitual sobre o tema resíduos. Neste trabalho é considerado o

termo técnico, o qual designa qualquer subproduto do processo produtivo que tem utilidade e

possui valor econômico agregado, possibilitando o seu reaproveitamento no próprio processo

produtivo (DEMAJOROVIC, 1995). A definição do termo resíduo é importante para a

caracterização e categorização do objeto ao qual se deseja regulamentar e regular. Serão

apresentadas, a seguir, uma série de definições, e consequentemente diferentes interpretações de

resíduos (YAKOWITZ5, 1985, apud BENAVIDES, 1997), com o objetivo de elaborar um estudo

comparativo da noção que se tem dessa matéria no Brasil e em outros países.

A Comissão Econômica Européia – CEE, por meio da Diretiva 78/319 de 20 de março

de 1978, considera resíduo “qualquer substância ou objeto de que o detentor se desfaz ou tem a

obrigação de se desfazer por força das disposições nacionais em vigor”. Essa definição gerou

diferentes interpretações por parte dos Estados Membros da Organização sendo estabelecida a

5 YAKOWITZ, H. Hazardous waste management: an international overview. In: Conference on NationalStrategies for Managing Hazardous Waste, Melbourne, 1985.

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diretiva 91/156 que em seu art. primeiro define resíduos como “ quaisquer substâncias ou objetos

abrangidos pelas categorias fixadas pelo anexo I de que o detentor se desfaz ou tem a intenção ou

a obrigação de se desfazer”. Onde o anexo I apresenta uma lista com várias categorias de resíduos

onde estão excluídos os efluentes gasosos, resíduos radioativos, minerais, agrícolas dentre outros.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), em

fevereiro de 1995, recomendou a seguinte definição para resíduo: “se refere a qualquer material

considerado como desprezível, ou legalmente definido como resíduo no país onde se situa, ou

através do qual é transportado”.

Na legislação japonesa, Lei 137/70, resíduo sólido é: “refugo de pequeno e grande porte,

cinza, lama, excreções humanas, resíduos de óleo, resíduos alcalinos e ácidos, carcaças e outras

asquerosas e desnecessárias matérias que estejam no estágio sólido ou líquido (excluindo os

resíduos radioativos)”.

A Alemanha estabelece que a denominação resíduos “se refere a objetos móveis dos

quais o dono deseja livrar-se ou está obrigado a desprezar para assegurar o bem estar da

comunidade”, consoante a Lei Federal de 1972.

Na França, a Lei nº 77 633, de 75, conceitua resíduo sólido como: “todo resto de um

processo de produção, transformação ou utilização, toda substância, material, produto ou,

geralmente, todo bem móvel abandonado ou que seu detentor destine ao abandono”. Essa

legislação inclui resíduos líquidos e gasosos.

Nos EUA a definição oficial de um resíduo sólido não é baseada na característica física

do material, mas no fato de que se constitui em um desperdício. Lá o Congresso decretou, em

1976, o Resource Conservation and Recovery Act – RCRA que é gerenciado pela U.S.

Environmental Protection Agency – EPA, com objetivos de proteger a saúde humana e o meio

ambiente dos perigos potenciais da eliminação de resíduos, conservar a energia e recursos

naturais e reduzir a geração de resíduos, para assegurar que os desperdícios sejam controlados de

forma sustentável. Segundo o RCRA, Lei 94-580 de 1976, resíduo sólido é qualquer lixo, refugo,

lama de planta de tratamento de água ou gerado por equipamentos de controle da poluição do ar,

e outros materiais descartados, incluindo sólido, líquido, semi-sólido ou qualquer material gasoso

contido, resultante de operações industriais, comerciais, de mineração, de agricultura e de

atividades da comunidade (ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY, 1976). Em 1984, o

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congresso decretou as emendas dos resíduos perigosos (HSWA6) que expandiram

significativamente o espaço e as exigências do RCRA.

Na Finlândia, a Lei nº 673 de 31 de agosto de 1978 determina que resíduo “se refere a

todos os objetos e substâncias dispostos depois do uso, e de pouco ou nenhum valor, assim como

a outros objetos ou substâncias que tenham sido coletados ou levados a lugares reservados para

transporte, armazenamento, desintoxicação ou outro tratamento” (YAKOWITZ, 1985, apud

BENAVIDES, 1997).

No Reino Unido existem duas definições para resíduo, conforme estabelece o

Regulamento nº 1 709, de 1980, da Lei sobre o Controle da Contaminação, de 1974: 1. resíduo é

qualquer substância que se constitui em matéria desprezível ou um efluente ou outra substância

não desejada gerada na aplicação de qualquer processo; 2. resíduo é qualquer substância ou artigo

que necessita ser disposto porque está roto, gasto, contaminado ou em decomposição, não inclui

as substâncias explosivas. Qualquer substâncias ou artigo que seja descartado ou manipulado

como resíduo será considerado como tal a menos que se prove o contrário (YAKOWITZ, 1985,

apud BENAVIDES, 1997).

Segundo a autora, na Noruega, resíduos são todos os objetos ou substâncias descartados

e inclui os objetos supérfluos e substâncias provenientes de atividades de serviços, produção,

instalações de controle de contaminação, etc, de acordo com a Lei nº 06 de 1981.

Na Itália, resíduo se refere a qualquer substância ou objeto, produto da atividade humana

ou de eventos naturais, que são descartados ou se tem intenção de descartar, conforme consta no

Decreto nº 915 de 1982, segundo a autora.

No México, a Lei Geral do Equilíbrio Ecológico, de 1988, considera que o termo resíduo

se refere a qualquer material gerado nos processos de extração, benefício, transformação,

consumo, utilização, controle ou tratamento cuja qualidade não permita utiliza-lo novamente no

processo que o gerou (YAKOWITZ, 1985, apud BENAVIDES, 1997).

No Brasil, segundo a ABNT (1987), resíduos sólidos são definidos como aqueles nos

estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem. Podem ser de

origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços de varrição. Ficam

6 Hazardous and Solid Waste Amendments.

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30

incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles

gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos

cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos

d'água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis, em face à melhor

tecnologia disponível. Já nas normas da ABNT (1993), resíduo sólido é qualquer material

desprovido de utilidade pelo seu possuidor. A resolução Conama nº 05, de 25 de agosto de 1993,

considera a definição adotada pela ABNT (1987) supracitada.

Segundo o art. 2º do Substitutivo ao Projeto de Lei Nº 203, de 1991, versão II

(SENADO, 2002), que tramita no Congresso Nacional Brasileiro e propõe a Política Nacional de

Resíduos Sólidos, resíduos são definidos como resultantes de atividades humanas, e que se

apresentam no estado sólido e os particulados. No Parágrafo único daquele artigo menciona-se:

Para os fins desta lei, equiparam-se aos resíduos sólidos, os resíduos semi-

sólidos e os efluentes líquidos cujas particularidades tornem inviável seu

lançamento final em rede pública de esgotos ou corpos d’água ou exijam, para

isto, soluções tecnicamente ou economicamente inviáveis; e os resíduos gasosos

contidos em recipientes (SENADO, 2002).

O legislador expande a definição adotada pela ABNT (1987), incluindo como resíduos

sólidos, os efluentes líquidos e gasosos com características específicas.

Na Bahia, a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), conceitua

lixo como “restos ou resíduos provenientes das atividades humanas, considerados como inúteis,

indesejáveis ou descartáveis.” (CONDER, 1994), ratificando a diferença entre lixo e a definição

de resíduo sólido aqui considerada.

A literatura corrente classifica os resíduos sólidos quanto à sua origem e quanto aos

riscos potenciais de contaminação do meio ambiente. quanto à origem tem-se a seguinte

classificação: doméstico ou residencial; comercial; público (entulho) e de fontes especiais

(industriais, radioativos, dos serviços de saúde, agrícolas e de portos, aeroportos e terminais

rodoviários).

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A ABNT (1987) apresenta a seguinte classificação quanto à sua periculosidade:

Resíduos Classe I - Perigosos: resíduos sólidos ou mistura de resíduos com

características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.

Resíduos Classe II - Não Inertes: resíduos sólidos ou mistura de resíduos sólidos que não

se enquadram na Classe I (perigosos) ou na Classe III (inertes). Podem ter propriedades, tais

como: combustibilidade, biodegradabilidade, ou solubilidade em água.

Resíduos Classe III - inertes: resíduos sólidos ou mistura de resíduos sólidos que,

submetidos a testes de solubilização não tenham nenhum de seus constituintes solubilizados, em

concentrações superiores aos padrões de potabilidade de águas, excetuando-se os padrões:

aspecto, cor, turbidez e sabor.

A versão II do Substitutivo ao Projeto de Lei7 Nº 203, de 1991, art. 3º, classifica os

resíduos sólidos quanto a sua origem, ou quanto à forma de gerenciamento, em resíduos comuns

e resíduos especiais, conforme segue (SENADO, 2002):

I - resíduos comuns, consistem em: a) resíduos urbanos: provenientes de residências ou

qualquer outra atividade que gere resíduos com características domiciliares, bem como os

resíduos de limpeza pública urbana.

II - resíduos especiais, subdivididos em: a) resíduos industriais: provenientes de

qualquer atividade no âmbito da indústria, bem como nas pesquisas das atividades industrias; b)

resíduos minerais: provenientes de qualquer atividade de âmbito extrativo, do beneficiamento dos

minerais, e da recuperação de solos e áreas contaminadas; c) resíduos de serviços de saúde:

provenientes de qualquer unidade que execute atividades de natureza médico-assistencial às

populações humana ou animal, centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área

de farmacologia e saúde, bem como os medicamentos vencidos ou deteriorados; d) resíduos de

atividades rurais: provenientes da atividade agrosilvopastoril, inclusive os resíduos dos insumos

utilizados nestas atividades; e) resíduos de serviços de transporte: decorrentes da atividade de

transporte e os provenientes de portos, aeroportos, terminais rodoviários, ferroviários e portuários

e postos de fronteira; f) rejeitos radioativos: materiais resultantes de atividades humanas que

contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados de

7 Neste trabalho, o termo Projeto de Lei será designado pela abreviatura PL.

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acordo com norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, e que sejam de

reutilização imprópria ou não prevista; g) entulhos, rejeitos e materiais, oriundos das atividades

da construção civil em geral; h) resíduos de serviços: provenientes de atividades comerciais e

serviços (bancos, lojas, escolas, centros de lojas, postos volantes de venda, oficinas, shoppings,

postos de gasolinas e similares, escritórios, farmácias e outras); i) resíduos tecnológicos:

provenientes da indústria da informática, os eletro-eletrônicos, ou automotiva, ou de

comunicação, e outros que, após o encerramento de sua vida útil, por suas características,

necessitem de destinação final adequada; j) resíduos da indústria bélica; k) resíduos de

embalagem; l) resíduos perigosos.

O substitutivo não classifica os resíduos segundo a sua nocividade, entretanto prevê que

tal classificação seja elaborada por órgão competente do Sistema Nacional de Meio Ambiente

(Sisnama).

Apesar de abrangente, é importante que a Lei apresente propostas de definição e

classificação de resíduos em consonância com aquelas adotadas em outros países ou

estabelecidas por organizações internacionais, para que sejam possíveis o intercâmbio de

informações e a uniformização dos estudos relativos à matéria, com vistas a mercados de blocos

como o Mercado Comum do Sul (Mercosul), a União Européia e, possivelmente, a Área de Livre

Comércio das Américas (Alca). A inexistência de normas que padronizem os estudos de

classificação e categorização dos constituintes dos resíduos sólidos, constitui-se em uma grande

barreira no momento da comparação entre dados levantados nos diferentes países,

impossibilitando, assim, a troca de informações. Só para citar um exemplo, na França existe uma

classificação de resíduos industriais em especiais e banais, sendo que o primeiro subdivide-se em

tóxicos (ou perigosos), inertes e resíduos últimos (cuja definição é função do contexto técnico e

econômico) (SILVA, 2002). Tal classificação não encontra similaridade com o que está proposto

na Lei que tramita no Congresso Nacional Brasileiro.

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1.2.1 - Nível estadual

No Estado da Bahia, o Decreto Nº 7 967 de 2001 (BAHIA, 2001b), que regulamenta a

Lei Estadual Nº 7.799 de 2001 que institui a Política Estadual de Administração dos Recursos

Ambientais (BAHIA, 2001a), considera que:

resíduo sólido qualquer lixo, refugo, lodos, lamas e borras nos estados

sólido e semi-sólido, bem como determinados líquidos que pelas suas

particularidades não podem ser tratados em sistema de tratamento

convencional, tornando inviável o seu lançamento na rede pública de

esgotos ou corpos de água (BAHIA, 2001b, p. 51)

O Decreto classifica os resíduos sólidos quanto à categoria e quanto à natureza. Quanto à

categoria, tem-se os resíduos: a) urbanos, b) industriais, c) de serviço de saúde, d) de atividade

rural, e) de serviços de transportes, f) rejeitos radioativos. Quanto à natureza, a legislação baiana

segue a seguinte classificação para os resíduos: a) classe I; b) classe II, c) classe III. Esta

classificação é similar àquela adotada pela ABNT (1987). Comparativamente, o substitutivo ao

PL nº 203/91 e a legislação estadual apresentam classificações diferentes. O primeiro considera a

forma de gerenciamento como critério principal para a classificação, enquanto o segundo adota a

categoria e a natureza do resíduo. Tal divergência de classificação certamente causará

incompatibilidade no caso de se adotar um cadastro nacional de resíduos sólidos, integrados ao

cadastro estadual, principalmente devido à não adoção do nível de periculosidade dos resíduos na

classificação adotada no substitutivo ao PL nº 203/91.

1.3 – ASPECTOS LEGAIS DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS

A instituição de documentos legais que disciplinam o descarte, a coleta, o tratamento e

destinação final dos resíduos sólidos está relacionada com a história das políticas públicas

direcionadas ao saneamento básico. Essa premissa, no entanto, não tem sido considerada desde o

início das discussões sobre a matéria no Brasil, o que ocorreu a partir da década de sessenta, do

século XX.

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Naquele período foram criados dois instrumentos de intervenção pública na área de

saneamento: o Sistema Financeiro de Saneamento (SFS) e o Plano Nacional de Saneamento

(Planasa), criados em 1968 e 1971, respectivamente. Entretanto, somente o Planasa foi

implantado, sob a gestão do Banco Nacional de Habitação (BNH).

A ausência de diretrizes para o desenvolvimento urbano, a falta de

integração do planejamento setorial e o alijamento dos municípios da

formulação das políticas federal e estadual de saneamento, resultaram

num conflito de prioridades que culminou com a implantação do Planasa

(TROCOLI, 2000, p. 24).

O pressuposto da gestão do saneamento no Brasil era o fortalecimento das empresas

estaduais de saneamento para a exploração dos serviços de abastecimento de água, coleta e

tratamento de esgoto sanitário de forma complementar às políticas nacionais de habitação e

desenvolvimento urbano (TROCOLI, 2000).

A interpretação da variável saneamento básico do Planasa era bastante limitada aos

serviços de água e esgoto, não caracterizando a componente “resíduos sólidos” como integrante

do complexo e abrangente campo de atuação das políticas e normas legais que disciplinam o

saneamento.

O modelo centralizador do Planasa não resistiu à crise política e econômica, que

caracterizou a transição do paradigma vigente na sociedade brasileira. Com a crise do petróleo na

década de 70, o aumento da inflação e o declínio do crescimento econômico no Brasil

nacionalista, da era militar, o país foi transformado, paulatinamente, no país dos erros, cuja

solução, para muitos, seria a minimização do tamanho e da presença do Estado. Como

conseqüência desse cenário se deu a extinção do BNH, em meados da década de 80. Ainda

segundo Trocoli (2000), “[...] a falência do modelo Planasa, vincula-se ao processo de

‘abertura’ política, à volta da participação comunitária e ainda à crise econômica, aliada à

tradição brasileira de tratar de forma setorial os seus problemas, sem considerar a dimensão

espacial das políticas econômicas e sociais” (TROCOLI, 2000, p. 27). Foi neste cenário

complexo, de difícil análise, regido pelo desenvolvimento industrial e tecnológico, caracterizado

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pelo consumo mercadorizado global das décadas de 80 e 90, que se estabeleceu a problemática

das condições socioeconômicas e ambientais conflitantes, observadas principalmente nas grandes

cidades dos países emergentes, como o Brasil.

Apesar da elaboração crescente de documentos legais para a proteção do meio ambiente,

principalmente nas duas últimas décadas do século XX, onde se destacam a Lei nº 6.938 de 1981,

que institui a política nacional de meio ambiente, da Constituição Federal de 1988 e da Lei nº

9.608/98 que trata dos crimes ambientais; faltam regras específicas sobre o gerenciamento e a

gestão dos resíduos sólidos, principalmente a definição de padrões de qualidade para sua

disposição final.

A primeira tentativa de instituir um documento legal para a regulamentação das

atividades de destinação final dos resíduos sólidos foi o Projeto de Lei nº 203/91(PL 203/91), do

senado federal, que tratava exclusivamente dos resíduos do serviço de saúde. Dispunha sobre

conceitos, classificação, caracterização da fonte geradora, procedimentos a serem adotados,

infrações e sanções legais. De 1991 a 2002, setenta e quatro projetos de lei que tratam da matéria

foram apensos ao PL 203/91 dos quais cinco merecem destaque:

1) O Projeto de Lei nº 3 333/92 (PL 3 333/92) de autoria do Deputado Fábio

Feldman que apresenta os pressupostos básicos, os instrumentos e os

objetivos da política nacional de resíduos sólidos, classificação,

gerenciamento, acondicionamento, coleta, transporte, disposição final dos

resíduos, bem como a imputação de penalidades;

2) O Projeto de Lei nº 3 029/97 (PL 3 029/97) do Deputado Luciano Zica que

institui a política nacional de resíduos sólidos, propõe a criação do sistema

nacional de resíduos – Sisnares para integrar união, estados e municípios no

tratamento e gestão dos resíduos, além de estabelecer padrões de lançamento

de poluentes atmosféricos;

3) O Projeto de Lei nº 4 502/98 (PL 4 502/98) do Deputado Ivan Valente que

também propõe uma política nacional de resíduos e apresenta uma

classificação que considera os resíduos da construção civil e estabelece

normas para reciclagem de resíduos;

4) O Projeto de Lei nº 4 730/98 (PL 4 730/98) de autoria do Deputado Padre

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Roque que além da política nacional, trata do plano de gerenciamento de

resíduos e das penalidades a serem aplicadas adotando a Lei 9 605/98;

5) O Projeto de Lei nº 3 606/00 (PL 3 606/00) do Deputado Ronaldo

Vasconcellos, que propõe a política nacional, e trata do gerenciamento dos

vários resíduos, dentre eles o entulho e os materiais oriundos da construção

civil.

Esses Projetos de Lei (PL) foram analisados e discutidos exaustivamente por uma

comissão proposta pelo deputado Emerson Kapaz desde julho de 2001, sendo elaborado um

relatório inicial que foi apresentado em audiências públicas. O relatório final apresenta a

formulação da política nacional de resíduos sólidos cujo relator é o próprio deputado e encontra-

se no Congresso para ser votado.

Entretanto, é importante mencionar que em 1991 esteve em tramitação na Câmara

Federal, o Projeto de Lei nº 53, denominado Projeto de Lei na Câmara nº 199 (PLC nº 199), que

versava sobre a política nacional de saneamento e visava suprir as necessidades institucionais

causadas pela falência do Planasa. Este projeto foi amplamente discutido durante quatro anos

com entidades representativas do setor de saneamento e foi aprovado pela Câmara e pelo Senado

Federal. Como salientado anteriormente, o então Presidente Fernando Henrique Cardoso vetou-o,

três dias após a sua posse como Presidente da República. Segundo foi argumentado naquela

época, o projeto era contrário aos interesses públicos. Oliveira Filho e Moraes (1999, apud

TROCOLI, 2000) interpretam essa medida como um claro sinal do governo de não desagradar

aos financiadores internacionais da área e, regar a semente, da privatização que, foi plantada, em

13 de fevereiro de 1995, quando foi sancionada pelo presidente da república a Lei nº 8 987, mais

conhecida como Lei de Concessões. No rol dos financiadores internacionais mencionados pela

autora, está o Banco Mundial (BIRD), formulador e executor do Projeto de Modernização do

Setor de Saneamento (PMSS), que passou a ser adotado a partir de então. Esse projeto ajustava-se

à doutrina neoliberal da referida instituição financeira internacional, interessada na consolidação

e ampliação do projeto como proposta de política nacional de saneamento do governo federal da

época.

Em seguida, a estratégia do governo federal foi apresentar o Projeto de Lei do Senado

266/96 (PLS 266), de autoria do Senador José Serra, ex-ministro do Ministério do Planejamento e

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Orçamento – MPO, ex-chefe da equipe da Secretaria de Política Urbana – Sepurb e do PMSS e

ex-ministro do Ministério da Saúde, que "estabelece diretrizes para o exercício do poder

concedente e para o inter-relacionamento entre a união, estados, distrito federal e municípios em

matéria de serviços públicos de saneamento, e dá outras providências". Esse PLS encontra-se

atualmente em tramitação e incorpora pontos relativos às diretrizes básicas para as concessões

dos ante-projetos da Sepurb (FEDERAÇÃO NACIONAL DOS URBANITÁRIOS, 2003).

Para o governo, tornava-se necessário o estabelecimento de regras que

eliminassem a possibilidade de riscos para a atuação da iniciativa privada nos

serviços de saneamento. Pode-se inferir que este é o objetivo real do PLS,

quando seu autor conclui sua justificação com o parágrafo: "o arcabouço

institucional que ora propomos oferece instrumentos adequados para que as

ações de saneamento das diversas esferas de governo possam ser exercidas de

forma eficiente, permitindo, também, que a execução de tais serviços se torne

atrativa para a iniciativa privada, mediante regras estáveis e transparentes para as

concessões na área de saneamento" (grifo nosso). O interesse principal do PLS é

transferir a titularidade, ou seja, a atribuição/responsabilidade do município para

organizar e prestar os serviços de saneamento do município, garantida pela

Constituição Federal (art. 30, inciso v), para o Estado (FEDERAÇÃO

NACIONAL DOS URBANITÁRIOS, 2003).

A Constituição Brasileira estabelece que a União tem a competência concorrente com os

Estados para a criação de normas gerais, conforme consta no seu art. 24, §§ 1º e 2º, garantindo a

competência suplementar dos estados, sobre a proteção do meio ambiente e controle da poluição

(inciso VI). Nesse âmbito, situa-se a componente resíduo sólido. Na ausência dessa norma geral,

nada existe que impeça os estados e os municípios de formularem os seus próprios documentos

legais. Devido à ausência de uma Lei Nacional, tal procedimento vem sendo adotado pelos

Estados e Municípios, em consoante ao art. 23 da Carta Magna. Não cabe competência privativa

da União sobre a matéria resíduo sólido.

O ordenamento jurídico federal disponível para o disciplinamento da matéria resíduos

sólidos encontra-se disperso em leis, decretos, portarias e resoluções, dificultando a sua aplicação

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e causando grande confusão jurídica.

A Lei nº 6 938/81, que formula a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) é

utilizada nos casos em que o armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final dos

resíduos causam degradação do meio ambiente como um todo, colocando em risco os meios

físico, biótico e antrópico. Atualmente o poder judiciário faz uso das grandes linhas do direito

como a Responsabilidade Civil Objetiva e a Responsabilidade Penal quando se trata de conduta

lesiva ao meio ambiente oriunda da disposição final inadequada de resíduos. Essa Lei apresenta

um dispositivo muito utilizado nas questões jurídicas na imputação de penalidades aos geradores

de danos ambientais que é o princípio do poluidor-pagador, expresso no seu art. 4º, inciso vii. Tal

mecanismo que obriga o poluidor a reparar o dano causado por sua conduta, independente da

demonstração de culpa ou dolo, caracterizando a Responsabilidade Civil Objetiva expressa no

art. 927 do Código Civil.

A Lei nº 9 605/98, denominada lei de crimes ambientais responsabiliza aquele que

colocar em risco a vida e a saúde da espécie humana, mas, também, aquele que atentar contra o

meio ambiente, por isso também aplicável à matéria resíduo sólido.

A Lei nº 9 795/99 que institui a política nacional de educação ambiental prevê como um

dos seus objetivos fundamentais “o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e

responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa do

equilíbrio ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania” (inciso IV do art.

5º), premissa que guarda relação direta com o tema resíduo sólido.

Existem outros instrumentos legais de proteção ao meio ambiente como a Ação Civil

Pública, estabelecida na Lei nº 7 347/85, onde a ação poderá ter por objeto a condenação em

dinheiro (indenização) ou o cumprimento de obrigação de fazer (recuperação do ambiente

degradado, por exemplo) ou não fazer, conforme consta no seu art. 3º. Esta Lei também prevê

que os órgãos públicos legitimados poderão tomar do poluidor um compromisso pelo qual este se

obrigará, sob determinadas condições, a ajustar sua conduta às exigências estabelecidas na

legislação ambiental, com força de título executivo extrajudicial, é o chamado Termo de

Ajustamento de Conduta (TAC).

A Lei nº 10.257/01, denominada Estatuto da Cidade, que regulamenta os artigos 182 e

183 da Constituição Federal, no parágrafo único do art. 1º “estabelece normas de ordem pública

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e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da

segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental”, portanto, deve

condicionar a sua aplicação a regulações e procedimentos pertinentes às atividades inerentes à

geração dos resíduos sólidos.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama, instituído pela Lei 6 938/81, é um

órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama, que vêm

continuamente legislando, por meio de resoluções, as atividades que interferem de alguma forma,

no equilíbrio do meio ambiente. No entanto, as ações do Conama têm sido questionadas por não

se tratar de lei e sim de simples atos administrativos, cujos conteúdos ferem alguns princípios

básicos do direito. O primeiro deles é o princípio da legalidade, inscrito no inciso II do art. 5° da

Constituição Federal, que assegura que qualquer obrigação, responsabilidade, intervenção na

propriedade do cidadão só pode ser imposta por lei, no seu sentido formal, como ato emanado

pelo Congresso Nacional. O segundo é o princípio da segurança jurídica, situado entre as

garantias fundamentais do estado de direito, que assegura aos cidadãos que determinadas relações

ou situações jurídicas não serão modificadas por motivos circunstanciais. O terceiro é o princípio

da tipicidade, cuja regra é que não há crime (ou infração) sem prévia definição legal, na verdade

inserido no princípio da legalidade. Entretanto, há que se considerar que o Conama tem

desempenhado um papel de grande importância no estabelecimento da responsabilidade pós-

consumo dos geradores de resíduos e na elaboração de normas que objetivam garantir a

manutenção da qualidade do meio ambiente. Este fato tem sido importante, principalmente,

quando a legislação em vigor não disciplina sobre matérias específicas e atuais, emergentes da

própria evolução tecnológica, cujo desenvolvimento não pode esperar pela elaboração de

regulamentos para que seja possível a sua efetivação. Várias resoluções referentes a resíduos

sólidos foram e têm sido editadas.

No Brasil, o regulamento mais recente que trata do gerenciamento e disposição final dos

resíduos da construção civil é a Resolução nº 307 do Conama, de 05 de julho de 2002, que

estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.

Esses resíduos são classificados em classes A, B, C E D, conforme as suas constituições e

possibilidades de reaproveitamento e reciclagem. É instituído o plano integrado de gerenciamento

de resíduos da construção civil, a ser elaborado pelos municípios, como instrumento de gestão

municipal que deve contemplar diretrizes técnicas e procedimentos para elaboração dos

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programas municipais e projetos de gerenciamento desses resíduos, estes a serem elaborados

pelos grandes construtores. Prevê o cadastramento de áreas para recebimento, triagem e

armazenamento dos resíduos, conforme as classes às quais pertencem, com o devido

licenciamento ambiental. Os municípios tiveram o prazo até 02 de janeiro de 2004 para a

elaboração do plano integrado de gerenciamento de resíduos da construção civil e até 02 de julho

de 2004 para a sua implementação, e conseqüente cessação de disposição irregular desses

resíduos. Os construtores têm o prazo até 02 de janeiro de 2005 para incluírem seus projetos de

gerenciamento de resíduos da construção civil nos projetos de obras a serem submetidos à

aprovação do órgão público competente.

1.3.1 - Nível estadual

Em outubro de 1989 foi promulgada a Constituição do Estado da Bahia que faz uma

breve referência à geração, transporte e destinação final de resíduos, sobretudo os de origem

industrial e nuclear, sendo proibido o transporte e o depósito deste último no território estadual.

Trata da gestão do meio ambiente nos artigos 212 a 216, que serão discutidos no sub-item 1.4.

A legislação ambiental do Estado está instituída na lei nº 7 799 de 2001, regulamentada

pelo Decreto nº 7 967 de 2001. A matéria resíduo sólido é tratada no título III, capítulo V, seção

X, subseção I, art. 130, onde são definidas nove diretrizes para a gestão dos resíduos sólidos, das

quais destacam-se:

I – a não geração, minimização, reutilização e reciclagem com o desenvolvimento de

tecnologias limpas;

II – desenvolvimento de programas de gerenciamento integrado de resíduos sólidos;

III – uso de embalagens retornáveis e sua reutilização;

IV – estabelecimento de parcerias objetivando otimizar a gestão dos resíduos sólidos;

V – incentivo à criação de novos mercados e a ampliação dos já existentes para os

produtos reciclados;

VI – articulação institucional entre os gestores visando a cooperação técnica e

financeira, especialmente na área de saneamento, meio ambiente e saúde.

Os princípios da não geração, da minimização da geração, da reutilização, da

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reciclagem, do tratamento e da disposição final são os pressupostos da gestão dos resíduos

sólidos a ser adotada no estado. O regulamento estadual expressa o princípio do poluidor-pagador

no artigo 134, que se aplica aos geradores, seus sucessores ou aos atuais proprietários. Fixa a

obrigatoriedade do licenciamento ambiental das unidades receptoras de resíduos. A elaboração do

plano de gerenciamento de resíduos sólidos é obrigatória e parte integrante do processo de

licenciamento ambiental. Estabelece a responsabilidade solidária entre gerador, transportador e

receptor pelos incidentes que ocorram como conseqüência da manipulação de resíduos.

O Conselho Estadual de Meio Ambiente (Cepram) do Estado da Bahia é o órgão

superior do Sistema Estadual de Administração dos Recursos Ambientais (Seara) e foi criado

pela Lei nº 3 163 de 1973 para deliberar sobre diretrizes, políticas, normas e padrões relacionados

à preservação e conservação ambiental (BAHIA, 2001b).

1.3.2 - Nível municipal

O artigo nº 30 da Constituição Federal atribui ao município a competência de legislar

sobre assuntos de interesse local (inciso I) e de legislar, de forma suplementar, à União e aos

Estados, no que couber (inciso II). Os serviços de limpeza são considerados como de interesse

local.

Atualmente o município do Salvador dispõe de uma nova diretriz para o desenvolvimento

do município para os próximos anos. Depois de muita polêmica e discussões, foi finalmente

sancionado pelo prefeito Antônio Imbassahy, em 2004, o novo Plano Diretor de

Desenvolvimento Urbano do município (PDDU) – Lei 6 586, de 03 de agosto de 2004, em

substituição ao anterior, instituído pela Lei 3 525, de 11 de setembro de 1985 e não mais atendia

às atuais características de desenvolvimento urbanístico do salvador. O artigo nº 75 da Lei

Orgânica do Município determina que “o executivo municipal deverá promover a revisão e

atualização do plano diretor a cada decurso de oito anos após a sua aprovação pela câmara

municipal, [...]” (SALVADOR, 1990). Entretanto, o Ministério Público do Estado vinha

questionando a legítima participação popular na aprovação das alterações e inovações

apresentadas no novo texto, exigindo audiências públicas para a discussão do PDDU, que em

suma é o projeto do município para o futuro e deve estabelecer diretrizes para o desenvolvimento

local sustentável. O novo texto define e estabelece, no seu artigo nº 159, a elaboração de planos e

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instrumentos técnicos para o planejamento municipal, dentre eles o plano municipal de limpeza

urbana (SALVADOR, 2004).

A Lei Orgânica do Município, em seu artigo nº 221 determina que o município:

Instalará, na forma da Lei, o Conselho Municipal de Meio Ambiente, em

prazo máximo de seis meses após promulgada esta Lei, órgão superior de

administração de qualidade ambiental, proteção, controle e

desenvolvimento do meio ambiente e uso adequado dos recursos naturais,

para organizar, coordenar e integrar as ações de organismos da

administração pública e da iniciativa privada (SALVADOR, 1990).

Esse é um importante instrumento para a implementação da estrutura administrativa do

município, sobretudo na regulamentação das atividades de transporte, coleta e destinação final

dos resíduos sólidos. Esta Lei estabelece ainda que esse Conselho deverá ser consultado sempre

que licenças para atividades potencialmente impactantes forem concedidas. Entretanto, apesar de

constituído, o Conselho não executa as funções para as quais foi designado.

1.4 - A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Como exposto, o Brasil carece de uma política nacional de resíduos sólidos e de

saneamento que possa ser adotada em todo o país. São mais de 5 mil municípios distribuídos

entre os 26 estados brasileiros, com diferenças sociais e culturais marcantes que se manifestam na

forma de tratar os resíduos sólidos. Nas regiões mais desenvolvidas, como o sul e o sudeste e

Brasília, já existe nas instituições públicas e privadas a conscientização do manejo correto dos

resíduos sólidos, onde ações voltadas à coleta seletiva, ao reaproveitamento e à reciclagem fazem

parte do cotidiano local. Ainda assim, há muito que se investir na atividade para que se tenham

resultados positivos. O Estado do Rio de Janeiro é um exemplo da aplicação incorreta de

investimentos, pois implantou nos últimos vinte anos, 15 plantas de separação e tratamento de

resíduos sólidos, das quais apenas uma funciona (FLORISBELA DOS SANTOS, 2000). Na

grande maioria dos estados não existe preocupação das instituições, sejam públicas ou privadas,

com a gestão ambiental dos resíduos, sendo esta a causa do colapso dos sistemas de limpeza

urbana adotados no país. É urgente o estabelecimento de uma diretriz nacional para orientação de

todos os municípios de forma equânime.

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1.4.1 - Bases Legais

A Constituição da Bahia determina em seu artigo nº 212 e nos seguintes que cabe ao

Estado o planejamento e a administração dos recursos ambientais, a primeira ferramenta

essencial para uma gestão sustentável, no intuito de desenvolver ações articuladas com todos os

setores da administração pública e de acordo com a política formulada pelo Conselho Estadual

de Meio Ambiente. Insere também a participação da iniciativa privada e da coletividade na

organização, coordenação e integração das ações para a execução das políticas públicas, visando

um sistema de administração da qualidade ambiental. A elaboração do Plano Estadual de Meio

Ambiente e a organização, coordenação e integração das atividades do Poder Público e da

iniciativa privada ficam sob a responsabilidade do órgão coordenador do Sistema de

Administração da Qualidade Ambiental do Estado. A implementação das diretrizes da Política e

do Plano Estadual de Meio Ambiente fica sob o encargo dos órgãos executores. Assegura a

necessidade da articulação política entre o Estado e os municípios na promoção da

conscientização pública para a proteção do meio ambiente e na viabilização de programa

sistemático de educação ambiental em todos os níveis de ensino e nos meios de comunicação.

Cria o Fundo de Recursos para o Meio Ambiente, a ser gerido pelo órgão coordenador do

Sistema Estadual do Meio Ambiente e destinado a custear a execução da política estadual do

setor.

No que se refere à ação institucional na gestão dos resíduos sólidos, a Constituição

Estadual determina no seu artigo 224 que as “empresas concessionárias de serviços públicos

deverão atender rigorosamente às normas de proteção ambiental em vigor, não sendo permitida

a renovação da concessão ou permissão, nos casos de reincidência de infrações intencionais”.

É vedada, nos termos do artigo 226 da Constituição Estadual, a implantação de usinas

nucleares no Estado, bem como o depósito de resíduos nucleares ou radioativos gerados em

outros estados. É proibida, consoante inciso V do artigo supracitado,

a instalação do aterro sanitário, usina de reaproveitamento, depósito de lixo e

qualquer outro equipamento para destinação final de resíduos sólidos urbanos,

sem que seja garantida a segurança sanitária ambiental, no perímetro urbano, de

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núcleos residenciais, em quaisquer áreas de reservas biológicas e naturais, da

orla marítima, dos rios e seus afluentes, e quaisquer mananciais, através de

obediência na implantação a projetos específicos para cada caso, aprovados

previamente pelos organismos oficiais estaduais com competência técnica,

jurídica e normativa sobre proteção ambiental (BAHIA, 1989).

Há que se ter cuidado com a implantação de centrais de resíduos ou centrais

recicladoras de resíduos por se tratarem de indústrias cujo método de gerenciamento poderá

classificá-la ou não como potencialmente degradadora.

Em atendimento às diretrizes estabelecidas na Carta Magna, a Lei nº 7 799 de 07 de

fevereiro de 2001, Lei Ambiental do Estado da Bahia, institui o Sistema Estadual de

Administração dos Recursos Ambientais (Seara) para a defesa e melhoria do meio ambiente,

tendo como premissa a Política de Desenvolvimento Integral do Estado. Nesse sistema tem-se a

Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia (Seplantec), como órgão central; o Conselho

Estadual de Meio Ambiente (Cepram) como órgão superior e o Centro de Recursos Ambientais –

CRA como órgão coordenador e executor, além de secretaria executiva do Cepram. A lei

ambiental elencou onze instrumentos da Política Estadual de Administração dos Recursos

Ambientais, quais sejam: o Plano Estadual de Meio Ambiente, o Sistema Estadual de

Informações Ambientais, Educação Ambiental, o Zoneamento Ambiental, a Criação de Espaços

Especialmente Protegidos, a Avaliação da qualidade ambiental, Normas e padrões de emissão e

de qualidade ambiental, a Avaliação de impacto ambiental, o Licenciamento ambiental, o

Autocontrole ambiental e Fiscalização e penalidades.

Os objetivos e princípios da Política Estadual de Administração dos Recursos

Ambientais estão elencados no Regulamento da Lei nº 7 799, aprovado por meio do Decreto

Estadual nº 7 967 e têm como pressupostos os princípios do Desenvolvimento Sustentável.

Assegura o dever do Poder público e da coletividade de defender o meio ambiente, garantindo

sua qualidade para uso das gerações atuais e futuras, mediante planejamento, administração,

medidas de precaução, prevenção, controle e uso racional dos recursos ambientais visando a

qualidade de vida (saúde, segurança, igualdade, dignidade humana e bem estar social). Prevê a

participação da coletividade no processo de tomada de decisão e garante a ela o acesso à

informação ambiental. Os custos para a proteção do meio ambiente deverão ser assumidos pelo

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usuário e cabe a ele adotar medidas para redução, reutilização e reciclagem dos materiais com

vistas a minimizar o desperdício dos recursos. Ao poder público cabe incentivar a adoção dessas

práticas. Uma das diretrizes importantes na gestão dos resíduos sólidos é o incentivo do Estado

para a realização de atividades conjuntas e articuladas pelos órgãos estaduais e municipais para

prevenção e controle da degradação ambiental, bem como a integração harmoniosa entre os

diversos níveis de governo na garantia da qualidade dos serviços ambientais prestados à

sociedade.

Na Bahia, o órgão que atua na gestão dos resíduos sólidos é a Companhia de

Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), criada pela Lei Delegada nº 8, de 1974,

modificada pela Lei nº. 7 435, de 1998 e pelo Decreto nº 8 557 de 2003, vinculada à Secretaria de

Desenvolvimento Urbano, com personalidade jurídica de direito privado, patrimônio próprio,

autonomia administrativa e financeira, que tem por finalidade promover, coordenar e executar a

política estadual de desenvolvimento urbano, metropolitano e habitacional do Estado da Bahia

(CONDER, 2004). Apesar da gestão dos resíduos sólidos não estar explícita no corpo de suas

competências legais, ela está implícita particularmente em planejar, programar, coordenar e

controlar a execução de serviços de interesse urbano e metropolitano, promovendo sua

unificação, integração, implantação e operação, bem como elaborar e executar programas e

projetos de desenvolvimento de áreas urbanas, além de planos de recuperação ambiental de áreas

degradadas e planos de melhorias habitacionais, visando a erradicação de doenças em áreas

urbanas e localidades.

O Centro de Recursos Ambientais (CRA) como órgão executor e coordenador do Seara

também tem a competência de atuar na gestão dos resíduos sólidos na estância estadual.

Na esfera do município do Salvador, a Empresa de Limpeza Urbana do Salvador

(Limpurb) é responsável pelo serviço de limpeza pública. Foi criada por meio da Lei Municipal

nº 3 034, de 25 de maio de 1979. Tem personalidade jurídica de direito privado, empresa pública

da administração indireta do município, possui patrimônio próprio, autonomia administrativa e

financeira. A Lei nº 5 245, de 06 de fevereiro de 1997, que modifica a estrutura organizacional da

Prefeitura, estabelece a vinculação administrativa da Limpurb à Secretaria de Serviços Públicos

(Sesp), conforme estabelece o inciso III do parágrafo único do artigo 30. Apesar da sua

autonomia institucional, a empresa sempre foi vulnerável às descontinuidades administrativas

tendo como conseqüência a dificuldade na implantação de projetos importantes, em sua maioria

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desenvolvidos por técnicos de carreira da empresa. Nos últimos anos, a Limpurb vem garantido a

manutenção dos serviços e implantando projetos e programas de grande importância para a

população, certamente devido à maior estabilidade administrativa, permitindo um tratamento

mais consistente do planejamento e da gestão municipal da limpeza urbana.

Tais transtornos levam a pressupor que a legislação municipal de Salvador não tem a

perspectiva do desenvolvimento sustentável tal qual a legislação estadual. A primeira dificuldade

na elaboração de políticas públicas voltadas à gestão de resíduos sólidos é a não vinculação do

órgão responsável pela limpeza pública a uma secretaria executora das funções de planejamento

urbano e ambiental. A Lei nº 5 245/97 estabelece em seu artigo 33 que à Secretaria Municipal de

Planejamento, Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico cabe a “definição, coordenação e

execução das políticas, diretrizes e metas relacionadas com o planejamento urbano” (inciso I); a

“proposição de normas necessárias ao controle, prevenção e correção da poluição ambiental”

(inciso IX); controle de ordenamento do uso do solo e definição da política de uso e ocupação do

solo, sua administração e fiscalização (incisos XIV e XV), dentre outras atribuições.

Diante do exposto, pode-se afirmar que para que haja eficiência na construção e

aplicação das políticas direcionadas à gestão dos resíduos sólidos, deverão existir ações

articuladas e estratégicas entre esta Secretaria e o órgão responsável pela limpeza urbana

(Limpurb), vinculado à Secretaria de Serviços Públicos. Do contrário, é provável a existência de

conflitos nos documentos legais sancionados pelas referidas secretarias. Compõem o corpo da

legislação específica sobre resíduos sólidos, em nível municipal: o Decreto Municipal nº 7

700/86 que regulamenta o serviço de limpeza urbana; o Decreto nº 12 133/96 que dispõe sobre

manejo, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos da

construção civil; a Lei nº 5 262/98 que cria a taxa de lixo e o Decreto nº 12 066/98 que padroniza

os acondicionadores de lixo.

No âmbito municipal, não há um arcabouço legal que estabeleça diretrizes e objetivos

para uma política municipal de gestão dos resíduos sólidos. Todas as iniciativas para a criação de

procedimentos e ações decorrem de propostas técnicas, com a aprovação da presidência do órgão.

Sendo o município do Salvador o núcleo central de uma grande metrópole que se formou no seu

entorno, cabe analisar uma proposta de modelo de gestão de resíduos sólidos mais abrangente,

formando uma teia de gestão que incorpore outros municípios, cujas ações sejam articuladas,

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respeitando os limites legais de ação dos municípios e instituindo novos instrumentos de controle

para essa nova configuração.

1.4.2 - Proposição de Modelos de Gestão

Em estudo realizado pela Conder em 1998, sobre a gestão de resíduos sólidos vigentes na

Região Metropolitana do Salvador – RMS, foram caracterizados três modelos de gestão do ponto

de vista jurídico-institucional, quais sejam: setorial descentralizado, setorial centralizado e

integrado (BAHIA, 1998).

O modelo setorial descentralizado considera a atuação dos municípios metropolitanos em

todas as fases dos serviços relacionados aos resíduos sólidos, freqüentemente praticado nas

grandes metrópoles do país. O maior grau de descentralização ocorre com a distribuição de

competências privativas, aos municípios, referentes ao conjunto integral das atividades

normativas, atividades de controle e atividades operacionais, não excluindo a competência do

Estado de estabelecer diretrizes gerais sobre a gestão dos resíduos. Este é o modelo mais

praticado no Estado da Bahia, ao qual cabe apenas o controle e a fiscalização ambiental das

atividades relacionadas aos resíduos sólidos. São os municípios que controlam todas as fases dos

serviços do setor de limpeza pública. Esse modelo de gestão apresenta uma série de dificuldades

na sua execução, pois depende do compromisso dos gestores municipais com o setor de resíduos

sólidos, principalmente com as medidas adotadas para o seu tratamento e destinação final. Muitas

áreas, com características que não atendem a critérios técnicos necessários, são escolhidas para

destinação final de resíduos sólidos, tendo como conseqüência a sua degradação contínua e do

seu entorno, e adicionalmente, problemas administrativos e de ordem social, características

incompatíveis com os pressupostos do desenvolvimento sustentável.

A gestão setorial centralizada é caracterizada pelo modelo que concentra todas as

atividades operacionais dos serviços, como competência privativa do Estado, com exceção da

coleta domiciliar. Trata-se de um modelo de gestão defasado, sem respaldo na Constituição de

1988, pois dentre outras características, não respeita a competência de natureza privativa do

município na gestão dos serviços de interesse local.

Segundo a Conder (BAHIA, 1998), o modelo integrado compreende a articulação dos

agentes públicos locais e regionais da região metropolitana, considerando o planejamento

integrado, a coordenação, o controle e a fiscalização de forma participativa e descentralizada,

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evitando a concentração e a fragmentação das ações. O planejamento do setor de resíduos sólidos

deve ser elaborado, localmente, de forma concomitante com os setores de saneamento ambiental,

de saúde, de recursos hídricos e do meio ambiente, e regionalmente, com o planejamento

metropolitano. Nesse modelo, as ações de regulação e controle dos serviços de resíduos sólidos

são unificadas regionalmente, onde as fases de transbordo, transporte secundário, tratamento e

disposição final dos resíduos seriam considerados de interesse regional, posto que são fases que

exigem uma análise do diagnóstico ambiental no entorno dos municípios, podendo causar

impactos potenciais em municípios vizinhos. As fases de coleta domiciliar e do transporte

primário devem ser consideradas como de interesse local, podendo ser executadas pelo próprio

poder municipal ou por terceiros mediante concessão ou outorga legal. Esse modelo pressupõe a

criação de um conselho regional metropolitano de caráter normativo e deliberativo, composto

pelos municípios metropolitanos e pelo Estado. Em resumo, o modelo de gestão integrada é o

mais democrático dos três apresentados e exige um nível ótimo de articulação técnica e política

entre os entes municipais metropolitanos e o Estado. Está em consonância com os princípios do

Desenvolvimento Sustentável na medida em que permite a participação efetiva dos poderes locais

no planejamento e execução das políticas públicas direcionadas ao disciplinamento das atividades

relativas aos resíduos sólidos. Segundo Nunesmaia (2001), a gestão integrada tem várias

interpretações, dentre as quais o fortalecimento de cooperações municipais é uma delas. A autora

cita a lei francesa denominada Loi Chevènement, que visa a concessão de poder de negociação

entre as regiões francesas, tendo por base o planejamento administrativo com diretrizes para todo

o território francês, sendo adotados planos departamentais para os resíduos urbanos e planos

regionais para os resíduos industriais (NUNESMAIA, 2001).

Observa-se que o grande problema na gestão dos resíduos sólidos é a fragmentação das

instituições responsáveis pela implementação das políticas públicas referentes à matéria. Ao

envidar esforços para administrar as atividades referentes aos resíduos sólidos, as instituições

estabelecem fronteiras que delimitam a área de ação sob o seu domínio legal comprometendo o

processo de integração que é uma das premissas do Sistema Estadual de Administração dos

Recursos Ambientais (Seara), da Constituição Estadual, da Política Estadual de Meio Ambiente e

da Lei Orgânica do município, conforme descrito nos parágrafos anteriores. O modelo integrado

de gestão é o que melhor se ajusta aos pressupostos sociais, culturais e políticos da

sustentabilidade, uma vez que admite a possibilidade da trasversalidade das ações propostas no

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plano de desenvolvimento local e o envolvimento das instituições públicas estaduais e

municipais, das instituições privadas e dos atores sociais na implementação do plano de gestão. A

descentralização da administração estadual e municipal é o primeiro passo para a viabilização

desse processo de gestão participativa onde as ferramentas são construídas de forma integrada

visando a eficiência funcional. Para isso, o planejamento como a principal ferramenta da gestão

integrada deve incorporar os postulados do planejamento estratégico e do desenvolvimento

sustentável, quais sejam, visão de longo prazo, abordagem sistêmica, tratamento multidisciplinar,

negociação política e participação social (BUARQUE, S., 1999).

Em se tratando da gestão dos resíduos sólidos resultantes da construção nos espaços

urbanos, a metodologia com proposta de caráter sustentável para o manejo de instrumentos

eficazes na ação de ordenamento da coleta e destinação final desses resíduos, foi desenvolvida

pelo Prof. Doutor Tarcísio Pinto e aplicada em alguns municípios brasileiros (PINTO, 1999).

Trabalhos acadêmicos importantes sobre valoração econômica dos recursos naturais têm

sido apresentados nos últimos anos, onde metodologias específicas de valoração podem ser

aplicadas a diversos bens e serviços, inclusive os serviços de coleta e disposição final de resíduos

sólidos, como instrumentos importantes na gestão desses bens e serviços. Mota (2001) apresenta

vários aspectos de valoração dos recursos naturais, tais como: econômico, social, ambiental, ético

e holístico. Trata-se de uma importante referência para os estudos ambientais.

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CAPÍTULO 2

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

2.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS E ORIGEM DA CIDADE

O município do Salvador, capital do Estado da Bahia, situa-se na porção leste do Estado

e localiza-se entre os paralelos 12º e 13º de latitude sul, e os meridianos 38º e 39º de longitude

oeste. Tem como coordenadas oficiais de localização, a latitude 12º58’16” S e a longitude

38º30’39” W. Abrange uma superfície de 707 Km2. Limita-se ao norte com os municípios de

Simões Filho, Candeias e Madre de Deus, ao sul com o oceano Atlântico, ao leste com o

município de Lauro de Freitas e a oeste com a Baía de Todos os Santos, conforme mostra a

Figura 2.1. O território do Município é composto por uma parte continental e uma parte insular,

na Baía de Todos os Santos, que são integradas pelas Ilhas dos Frades, Bom Jesus do Passos,

Santo Antônio e de Maré e as ilhotas de Santos e Pagãos, totalizando 30.956,35 ha8. Segundo a

delimitação oficial, Lei Municipal nº 2 454/73 e Lei Estadual nº 5 016/89, Salvador confronta-se

com a orla oceânica e nove municípios - Candeias, São Francisco do Conde, Madre de Deus,

Itaparica, Vera Cruz, Saubara, Salinas da Margarida, Lauro de Freitas e Simões Filho (Figura 2.1)

(SALVADOR, 2002).

Salvador foi fundada pelo português Tomé de Souza, em 1549, permanecendo como

capital do Brasil até 1763. Thomé de Souza foi governador até julho de 1553, quando voltou a

Lisboa. Foi substituído pelo governador-geral D. Duarte da Costa. Com a chegada dos escravos

africanos no final do século XVI, vindos da Nigéria, Senegal, Angola, Moçambique, Congo,

Benin e Etiópia, a cidade prosperou por influência econômica das atividades portuárias, da

produção de açúcar, do fumo e da criação de gado no Recôncavo9.

8 O hectare (ha) é uma medida de superfície. Um ha corresponde a 10.000 metros quadrados.

9 Área geográfica do entorno da Baía de Todos os Santos.

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A Cidade divide-se em duas partes. A Cidade Baixa, que se caracteriza como uma faixa

estreita de planície litorânea, a qual se estende ao longo da orla da Baía de Todos os Santos até a

península Itapagipana (vide Figura 2.1). A Cidade Alta situa-se a partir de uma escarpa de altura

aproximada de 60 a 80 metros e caracteriza-se por um relevo acidentado (SALVADOR, 2002).

Figura 2.1 – Mapa da situação geográfica do município do Salvador. Fonte: Plano Diretor de Limpeza Urbana, 2004.

O conjunto arquitetônico colonial de Salvador é de grande importância a ponto de

possuir o Título de "Patrimônio Histórico e Artístico da Humanidade", conferido pela

Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

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O cidadão nascido em Salvador denomina-se soteropolitano, que vem de Soterópolis,

que é a “helenização do nome da cidade do Salvador” (originada de dois termos gregos: sotérion,

que significa salvação e polis que significa cidade), segundo o dicionário Aurélio (FERREIRA,

1999).

2.2 ASPECTOS FÍSICOS E INSERÇÃO TERRITORIAL

O clima da cidade do Salvador é classificado como quente e úmido. Segundo a

classificação climática de Köppen10, trata-se de um clima do tipo Af (quente e úmido, sem

estação seca). A temperatura é relativamente elevada durante todo o ano, com médias em torno

de 25 graus centígrados (25º C). Os meses mais quentes são fevereiro e março, com média de

26,8º C. Julho e Agosto são os mais frios com temperaturas médias de 23,6º e 23,5º C

respectivamente (BAHIA, 1992)

Apresenta um regime pluvial do tipo mediterrâneo, com a concentração das chuvas

ocorrendo no outono e inverno (43% nos meses de abril, maio e junho). Os índices

pluviométricos superiores a 1 900 mm anuais. A amplitude pluviométrica anual média é da

ordem de 236,7 mm. A umidade relativa média é em torno de 80%, com pequena variação ao

longo do ano, mesmo nos meses mais secos (SEI, 2004).

Dois domínios geológicos caracterizam o município do Salvador: Domínio dos Planaltos

Cristalinos e Domínio das Bacias e Coberturas Sedimentares. O primeiro domínio está

relacionado às rochas de alto grau metamórfico como os gnaisses, gnaisses granitizados,

migmatitos e granulitos da idade Pré-Cambriana11. O relevo caracteriza-se por terrenos

rebaixados, com altitudes decrescentes em relação ao litoral, com cota menos elevada coincidente

com o nível do mar (cota zero), e a cota mais elevada, 115 metros, na porção continental, situada

no ponto de coordenadas planas 561 211,95 E e 8 578 031,91N. Nas partes insulares das Ilhas

dos Frades e de Maré ocorrem os pontos de máxima cota, atingindo 121 e 95 metros,

10 A classificação climática de Köppen leva em conta fatores como relevo, regime de chuvas, temperatura entreoutros, sendo representada com letras características de temperatura e regime de chuvas nas diversas estações do ano.

11 Gnaisses, gnaisses granitizados, migmatitos e granulitos da idade Pré-Cambriana – rochas que sofreramtransformação por processos de que envolvem altas temperaturas e pressões no período anterior a 600 milhões deanos.

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respectivamente. O direcionamento da drenagem, e das linhas de cumeada no sentido SSO-NNE,

caracterizam um controle estrutural (BAHIA, 1992)

O segundo Domínio ocorre na parte noroeste do município do Salvador e caracteriza-se

por relevos dissecados em colinas rebaixadas de vertentes com aspecto côncavo e de restos de

tabuleiros. Abrange litologias cretáceas12 arenosas e argilosas do Grupo Ilhas e da Formação São

Sebastião. Numa parte estreita do litoral ocorre o Domínio dos Depósitos Sedimentares

(sedimentos quaternários arenosos, siltíticos e lamosos, consolidados ou inconsolidados)

relacionados a processos de sedimentação recente, flúvio-marinhos e eólicos. As feições

geomorfológicas estão apresentadas no mapa da Figura 2.2.

Figura 2.2 – Mapa geomorfológico da Região Metropolitana do Salvador (RMS).

Fonte: Centro de Recursos Ambientais, 2004.

12 Litologias cretáceas – rochas formadas em períodos mais recentes (cerca de 120 milhões de anos).

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O município do Salvador está inserido no domínio da Floresta Pluvial Litorânea (Mata

Atlântica), entretanto, devido à excessiva intervenção humana no território, principalmente pela

expansão urbana desordenada, o desmatamento descaracterizou a vegetação, restando apenas

resquícios de Mata Atlântica no entorno da Avenida Luiz Viana Filho (Avenida Paralela), nos

Parques de Pituaçu e de São Bartolomeu, localizados nos bairros de Boca do Rio e Pirajá,

respectivamente. A Figura 2.3 mostra o mapa de vegetação do município.

Figura 2.3 – Mapa de vegetação da Região metropolitana do Salvador (RMS).

Fonte: Centro de Recursos Ambientais, 2004.

Bacias hidrográficas recortam toda a parte continental do território municipal, cuja

drenagem é função da morfologia e da estrutura geológica. A falha de Salvador13 tem direção

SW-NE e atua como um divisor de águas que direciona o fluxo das águas ou para o oceano

Atlântico ou para a Baía de Todos os Santos. Para o Atlântico correm as águas efluentes das

13 Falha é uma estrutura geológica formada a partir de rupturas ou deslocamentos horizontais ou verticais da crostacontinental.

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bacias dos rios Joanes (760 Km2), Ipitanga (59 km²), Jaguaribe (58 km²), Camurugipe (37 km²),

Pituaçú (28 km²) e Lucaia (18 km²) e Pedras. Para a Baía afluem as águas da bacia do Cobre (17

km²) e dos riachos Periperi, Macaco e Cotegipe.

Salvador, juntamente com outros nove municípios14 do Recôncavo Baiano, forma uma

região metropolitana bem caracterizada, denominada Região Metropolitana do Salvador (RMS).

A RMS foi criada pela Lei Complementar Federal nº 14 de 08 de junho de 1973 e teve seu

conselho deliberativo e consultivo formalizado pela Lei Estadual nº 3 192, de 22 de novembro de

1973 (BAHIA, 1998).

Até 12 de julho de 2004, o município do Salvador era regido pelo Plano Diretor de

Desenvolvimento Urbano aprovado pela Lei nº 3 525 de 1985. Atualmente, conforme o Plano

Diretor de Desenvolvimento Urbano do município (PDDU) - Lei nº 6 586 de 2004, o território

municipal ficou dividido em sete Macrozonas, estabelecidas de acordo com as condições do

desenvolvimento socioeconômico e espacial do município, que contém as delimitações das

Regiões Administrativas – RAs, como mostra o Quadro 2.1. O interior das Macrozonas é

constituído por elementos característicos da mancha urbana, conforme apresentado no Quadro

2.2. O mapa da Figura 2.4 apresenta a distribuição espacial do Macrozoneamento.

Quadro 2.1 – Novo Macrozoneamento do município do Salvador. Macrozona Regiões Administrativas

IRA I–Centro

RA II–Itapagipe

II

RA III–São Caetano

RA IV–Liberdade

RA V–Brotas

RA VI–Barra

RA VII–Rio Vermelho

RA VIII–Pituba

14 Lauro de Freitas, Camaçari, Simões Filho, Dias D’Ávila, Candeias, São Francisco do Conde, Itaparica, Madre deDeus (desmembrado de Salvador em 1989) e Vera Cruz.

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56

III

RA XI–Cabula

RA XII–Tancredo Neves

RA XIII–Pau da Lima

RA XIV–Cajazeiras

IV RA XVI–Valéria

RA XVII–Subúrbios Ferroviários

V RA IX–Boca do Rio / Patamares

RA X–Itapuã

VI RA XV–Ipitanga

VII RA XVIII–Ilhas

Fonte: Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município do Salvador, 2004.

Quadro 2.2 – Novos elementos constituintes da mancha urbana do municípiodo Salvador. Tipo de Áreas Elementos constituintes

Correntes

Áreas Rurais Núcleos de Assentamentos Urbanos em

Áreas Rurais

Base Naval de Aratu/Setor Militar Naval de

Salvador

Base Aérea/Aeroporto Internacional Luiz

Eduardo Magalhães

Setor Militar Urbano de Salvador – SMUS /

19º BC – Batalhão de Caçadores

Centro Administrativo da Bahia – CAB

Complexo Penitenciário

Áreas Urbanas de Uso

Específico

Parque de Exposições Agropecuárias

Parques da Natureza – PNÁreas Excluídas de

Assentamentos Urbanos, Parques Urbanos – PU

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57

correspondentes a grandes

extensões de espaços

destinados a Parques

Parques de Recreação – PR

Área de Proteção Ambiental – APA –

Joanes/Ipitanga, conforme delimitada no

Decreto Estadual n.º 7.596, de 05 de junho

de 1999

Área de Proteção Ambiental – APA – Lagoa

da Paixão/Bacia do Cobre, conforme

limitada no Decreto Estadual nº 7.970, de

e junho de 2001

de

05 d

Área de Proteção Ambiental – APA – da

Baía de Todos os Santos, conforme

delimitada no Decreto Estadual nº 7.595, de

05 de junho de 1999

Áreas Urbanas Especiais

Submetidas a Fortes

Condicionamentos de

Ocupação

Área de Proteção Ambiental – APA – das

Lagoas e Dunas do Abaeté, conforme

delimitada no Decreto Estadual nº 351, de 22

de setembro de 1987

Fonte: Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município do Salvador, 2004.

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58

Figura 2.4 – Novo Macrozoneamento do município do Salvador. Fonte: Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município do Salvador, 2004.

O novo PDDU apresenta as seguintes diretrizes para o setor de limpeza pública e disposição dos

resíduos sólidos:

Ampliar o serviço de coleta e implantar o programa de separação, coleta seletiva e

aproveitamento industrial de resíduos;

Implantar sistemas regionais de manejo, tratamento e disposição final de resíduos

sólidos;

Erradicar aterros clandestinos, lixões e pontos de descarga aleatória de resíduos;

Reabilitar aterros sanitários;

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59

Incentivar e apoiar a formação de cooperativas que atuem de forma complementar e

integrada nas diferentes etapas dos processos do sistema de limpeza urbana;

Aperfeiçoar os instrumentos legais referentes aos procedimentos de gestão do Poder

Público Municipal às funções de contratação, acompanhamento, fiscalização e controle

das empresas prestadoras de serviços terceirizados;

Formular legislação específica sobre manejo, tratamento e disposição final de resíduos

sólidos de âmbito municipal e metropolitano.

Das proposições associadas às diretrizes elencadas, cabe destacar seis delas que se relacionam

com os resíduos da construção civil e por seu caráter sustentável:

Implantação de 22 postos de descarga de entulho e quatro bases de descarga de entulho;

Identificação do potencial de reciclagem de resíduos e estimativa da capacidade de

absorção pelo mercado;

Articulação de parcerias para o desenvolvimento e implantação do programa;

Desenvolvimento de programas específicos de incentivo e apoio à formação de

cooperativas, visando a sua viabilização, para que possam atuar de forma complementar e

sistemática nas etapas dos processos do sistema de limpeza urbana;

Priorização de atividades complementares para atuação das cooperativas, de forma

autônoma ou mediante parcerias, nas etapas dos processos de separação, coleta seletiva e

aproveitamento industrial de resíduos;

Articulação e identificação do interesse comum entre agentes públicos, privados e da

sociedade civil, consolidando-o através de regulamentações sobre a gestão de resíduos.

O PDDU aprovado ainda é pouco consistente, quando se considera a amplitude dos

problemas relacionados à gestão dos resíduos sólidos no Município. Apresenta como base

cartográfica para a gestão dos resíduos, um mapa onde estão distribuídas as Regiões

Administrativas, situando os seis postos de descarga de entulho (PDE), a base de descarga de

entulho (BDE), a Cooperativa de Agentes Autônomos de Reciclagem (Coopcicla) e as Estações

de Transbordo Sul e Norte, ambas a serem implementadas, conforme uma das proposições

constantes no plano.

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60

O PDDU atual compreende um total de 18 Regiões Administrativas, uma a mais que o

PDDU anterior, incluindo a RA de Ipitanga como RA XV (conforme mostra o Quadro 2.1 retro).

2.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS

A partir de 1970 houve um crescimento no número de condomínios residenciais

construídos em Salvador direcionados á classe média, como conseqüência direta da implantação

da Petrobrás, do Centro Industrial de Aratu (CIA) e do Polo Petroquímico de Camaçari. O

mercado imobiliário soteropolitano teve um impulso significativo gerando novos postos de

trabalho na construção civil e no serviço doméstico. Atraídos pelo desenvolvimento da capital

baiana, moradores de outros municípios foram atraídos para a metrópole que não possuía a

infraestrutura habitacional necessária. Esses migrantes, a maioria de baixa renda, foram ocupando

terrenos nas margens da zona urbana e em áreas centrais da cidade com topografia acidentada. A

feição espacial do Salvador passou a caracterizar-se por um contraste estético onde coexistem

condomínios verticais de médio e alto padrão construtivo com bolsões de pobreza no seu entorno.

Com a crise econômica da década de 1980, que vem se arrastando até hoje, caracterizada

pelos altos índices de inflação, desaceleração dos investimentos, decrescimento do Produto

Interno Bruto (PIB), perda do potencial de crescimento produtivo, dentre outros fatores, ocorreu a

interrupção prematura do processo de industrialização baiano, com o fechamento de muitas

indústrias do CIA e do Polo Petroquímico de Camaçari. Ainda assim, as famílias migrantes

mantiveram domicílio na cidade, aumentando consideravelmente a taxa de desemprego no

município. Em meados da década de 1990 iniciou-se o processo de migração de moradores de

Salvador para outras cidades.

Segundo o mais recente levantamento censitário realizado pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2000, Salvador possuía 2 443 107 habitantes,

distribuídos pelos 707 km2, que correspondia a uma densidade demográfica de 3 455,60 hab/km2.

Em 2003, a população estimada era de 2 556 429 habitantes. Atualmente, residem em Salvador

80,31% da população estimada da Região Metropolitana do Salvador (RMS), sendo o índice mais

representativo da região, conforme mostra o Quadro 2.3.

Em 1996, a participação relativa do município do Salvador na RMS era de 81,63%

(SEI/CRH, 1999 apud V & S, 2000), contra 80,31 em 2003, o que mostra que a sua participação

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61

na RMS vem diminuindo ao longo dos últimos anos. Essa ocorrência deve-se a duas situações: à

transferência de pessoas de baixo poder aquisitivo para outros municípios vizinhos a Salvador,

em decorrência do agravamento das condições socioeconômicas pela falta de políticas voltadas à

oferta de emprego, renda e habitação; ou ainda à busca, por parte da população das classes média

e alta, por melhores condições de vida em condomínios construídos fora dos limites territoriais do

município (V & S, 2000).

Quadro 2.3 – Área territorial e estimativa da população da Região Metropolitana do Salvador

(RMS) no ano de 2003.

Municípios Área (Km2) População

estimada (hab)

População

relativa (%)

Densidade

(hab/km2)

Camaçari 760 176.541 5,55 232,29

Candeias 264 79.507 2,50 301,16

Dias D’Ávila 208 49.668 1,56 238,79

Itaparica 116 20.143 0,63 173,65

Lauro de

Freitas

60 127.182

4,00 2119,70

Madre de Deus 11 12.915 0,41 1174,09

Salvador 707 2.556.429 80,31 3615,88

São F. do

Conde

267 28.144

0,88 105,41

Simões Filho 192 100.702 3,16 524,49

Vera Cruz 253 32.096 1,01 126,86

RMS 2838 3.183.327 100,00 1121,68

Fonte: Modificado de IBGE, 2003.

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62

Em contraposição, observa-se o crescimento da população na área interna do município

do Salvador, na direção do seu centro geográfico e do seu limite norte. Conforme dados da

Prefeitura Municipal, pode-se inferir sobre o crescimento da população nas regiões

administrativas (RA15) do município, apontando quais apresentaram maior crescimento.

Comparativamente, é possível fazer uma análise da geração de resíduos sólidos nessas regiões. A

RA que apresentou maior crescimento nos anos analisados foi a RA XV – Valéria, bairro

localizado na periferia do município.

Em 2001, o IBGE fez o levantamento de carências habitacionais no município de

Salvador, sendo constatadas 184 favelas com 93 483 domicílios além do registro de cortiços,

loteamentos clandestinos e loteamento irregulares. A convivência na cidade entre pessoas de

classes sociais tão distintas gera conseqüências sociais de interdependência entre os moradores,

na medida em que a classe pobre, necessitada de emprego, representa mão-de-obra disponível

para a classe mais abastada.

Quadro 2.4 – Área territorial, população e geração de resíduos sólidos por Região

Administrativa (RA), no município do Salvador em 1996, 2000 e 2002.

Região

Administrativa

(RA)

Área (ha) População

em 1996

(hab)

População

em 2000

(hab)

Crescimento da

população das

RAs entre 1996

e 2000 (%)

Lixo

Coletado

em 2002

(t)

I – Centro 693,11 84.923 76.090 -10,4 74.355

II – Itapagipe 697,02 147.620 149.451 1,2 77.333

III – São Caetano 907,41 203.003 220.086 8,4 62.796

IV – Liberdade 674,57 178.357 181.999 2,0 79.968

V – Brotas 1122,60 181.707 200.779 10,5 76.029

VI – Barra 530,43 67.245 65.414 -2,7 65.089

VII- Rio Vermelho 676,43 170.162 177.745 4,5 80.675

15 Os dados se referem às Regiões Administrativas do antigo PDDU.

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63

VIII – Pituba 815,4 68.373 74.858 9,5 40.768

IX – Boca do Rio 1324,16 92.882 105.731 13,8 51.972

X – Itapuã 8293,53 158.521 187.610 18,4 85.486

XI – Cabula 1010,72 121.186 140.074 15,6 48.939

XII- Tancredo Neves 1423,87 169.043 194.343 15,0 51.805

XIII – Pau da Lima 2388,12 164.204 193.458 17,8 54.105

XIV – Cajazeiras 2248,47 114.990 134.899 17,3 58.117

XV – Valéria 2288,32 54.095 65.052 20,3 24.529

XVI-Subúrbio

Ferroviário

4081,27232.556

257.74710,8

92.974

XVII – Ilhas 2252,49 2.075 2.391 15,2 31

Fonte: Limpurb, 2002; IBGE, 1996.

Por outro lado, a precária infra-estrutura governamental para o acesso da classe baixa

aos serviços de educação, saúde, habitação e lazer provoca uma reação natural de conflito

potencial entre as diferentes classes, que se traduz em ações de violência e intolerância, com

conseqüências sociais graves. Como no resto do país, a implementação de políticas públicas de

desenvolvimento bem estruturadas e continuadas, voltadas para a inserção dos excluídos

reduziria em grande medida esses embates. O Estado da Bahia como um todo é considerado um

dos mais pobres do Brasil. Os dados do IBGE sobre o rendimento médio real efetivamente

recebido pelas pessoas ocupadas na Região Metropolitana do Salvador, para os meses de

referência entre 2002 e 2004, são apresentados no Quadro 2.5.

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64

Quadro 2.5 - Rendimento médio real efetivamente recebido pelas pessoas, de 10 anos ou

mais de idade, ocupadas no trabalho principal - a preços de Junho de 2004, nas Regiões

Metropolitanas do Salvador, Belo Horizonte e São Paulo.

Meses de

referência

Rendimento na Região

Metropolitana de

Salvador (R$)

Rendimento na Região

Metropolitana de Belo

Horizonte (R$)

Rendimento na Região

Metropolitana de São

Paulo (R$)

2002 - - -

Fevereiro 713,55 797,18 1.137,34

Março 771,5 806,26 1.143,62

Abril 761,93 846,8 1.195,90

Maio 759,13 872,46 1.178,47

Junho 782,79 844,32 1.204,90

Julho 758,69 854,39 1.168,66

Agosto 731,17 873,44 1.162,15

Setembro 742,61 898,49 1.171,79

Outubro 771,27 856,72 1.174,83

Novembro 779,97 833,49 1.214,56

Dezembro 896,7 999,41 1.387,62

2003 - - -

Janeiro 735,17 797,19 1.112,26

Fevereiro 717,91 805,03 1.060,52

Março 675,91 789,25 1.088,42

Abril 646,28 763,62 1.023,49

Maio 675,39 790,75 1.024,08

Junho 666,63 754,61 1.006,33

Julho 697,31 747,38 1.023,07

Agosto 701,58 759,46 989,8

Setembro 671,22 780,58 989,45

Outubro 679,55 769,92 999,43

Novembro 741,15 770,75 1.026,18

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65

Dezembro 795,7 905,5 1.181,86

2004 - - -

Janeiro 696,83 767,4 1.028,10

Fevereiro 709,21 783,24 1.026,26

Março 706,26 778,04 1.006,57

Abril 679,32 757,22 1.028,52

Maio 684,59 778,29 1.044,46

Fonte: Modificado de IBGE, 2004.

O Quadro 2.5 mostra que as famílias da região vivem em uma situação econômica

defasada em relação a outras regiões do país, como a Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte

e São Paulo. Mostra, também, que o poder aquisitivo das pessoas ocupadas na RMS é

consideravelmente menor que o dos trabalhadores da região sudeste, sendo decrescente nos

quatro últimos meses de 2004, diferentemente das outras duas regiões metropolitanas

apresentadas.

O Quadro 2.6 apresenta dados sobre a atividade econômica da população na RMS,

evidenciando o índice alto e crescente de pessoas sem atividade econômica entre os anos de 2003

e 2004, representando quase 50% das pessoas em idade ativa para o trabalho.

Quadro 2.6 - Distribuição das pessoas em idade ativa na Região Metropolitana do

Salvador (%).

Parcela da População Junho de 2003 Maio de 2004 Junho de 2004

Economicamente ativas

(Taxa de Atividade) 57,8 56,7 56

Pessoas ocupadas 47,5 47,5 47,6

Pessoas desocupadas 10,3 9,2 8,4

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Pessoas não

economicamente ativas 42,2 43,3 44

Total 100 100 100

Fonte: Modificado de IBGE, 2004

O perfil socioeconômico apresentado para a população da RMS, cujo município do

Salvador representa 80,31% da população, reflete o nível de desemprego na cidade e tem como

conseqüência o crescimento do mercado informal como alternativa da população de baixa renda.

Das atividades formais desempenhadas no município, a da construção é a que ofereceu menos

postos de trabalho entre 2003 e 2004, consoante apresentado no Quadro 2.7.

Quadro 2.7 – Grupamento das pessoas ocupadas por trabalho principal na Região

Metropolitana do Salvador (%)

Grupamento de

atividade

Junho de 2003 Maio de 2004 Junho de 2004

Ind. Ext. e de

Transf., e Prod. e

Dist. de Eletr., Gás e

Água

10,9 10,5 11,0

CONSTRUÇÃO 8,4 8,2 8,0

Com., Rep.Veic.

Aut. e de

Obj.Pessoais e

Dom. e Com. a

Varejo de

Combustíveis

20,8 22,0 21,3

Intermediação

Financ. e Ativ. 12,5 13,5 13,1

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67

Imob., Aluguéis e

Serv.Prest. à

Empresa

Adm. Pública,

Defesa, Seguridade

Social, Educação,

Saúde e Serviços

Sociais

18,1 18,2 18,6

Serviços

Domésticos10,3 8,7 8,7

Outros Serviços 18,2 18,1 18,6

Outras atividades 0,9 0,8 0,7

Total 100 100 100

Fonte: Modificado de IBGE, 2004

Associado às taxas de desemprego está a taxa de analfabetismo, que no Nordeste é a

segunda maior do país, seja na população urbana ou rural, superado apenas pela região Norte. Em

pesquisa mensal realizada pelo IBGE, divulgada no mês de julho de 2004, foi registrado na RMS

o índice de desemprego de 14,9% para o mês de junho, sendo o maior entre as regiões

metropolitanas do país. Este índice está acima da média nacional, que é de 11,7% (IBGE, 2004).

Salvador possui o título de capital nacional do desemprego desde 1999, quando um em cada

quatro trabalhadores da cidade encontrava-se desempregado. Os dados do Quadro 2.8 mostram

que essa realidade persiste até hoje, com a taxa de desemprego variando em torno de 25%,

apresentando leve diminuição nos últimos meses de maio de Junho de 2004. Taxa considerada

alta, posto que a média nacional no mês de março de 2004 foi de 12,8%, segundo dados do

IBGE. Mesmo tendo sido identificado e diagnosticado esse cenário negativo no município e em

seu entorno, poucas ações governamentais efetivas têm sido realizadas.

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Quadro 2.8 – Taxa de desemprego na RMS e no município do Salvador.

Taxas de DesempregoMeses de 2004 Total

RMS Salvador Demaismunicípios

Janeiro 26,0 25,6 28,1Fevereiro 26,6 25,8 30,1Março 26,7 25,8 30,8Abril 26,7 25,6 31,2Maio 25,7 24,6 30,4Junho 25,5 24,6 29,5Fonte: Modificado de PED RMS-SEI/SETRAS/UFBA/DIEESE/SEADE.

Segundo Buarque (BUARQUE, C., 1999) as intenções, planos e programas sociais não

são efetivos na luta contra a pobreza se não forem adotadas medidas concretas para a eliminação

dos vícios da sociedade que continuamente vem adotando propostas pautadas em políticas

econômicas que resultam em aumento das desigualdades sociais. Segundo o autor:

A revolução das soluções simples tem que se basear em medidas e não em

intenções: concretas e não teóricas; simples, que possam ser facilmente

compreendidas e executadas; e diretas, indo ao centro do problema e não

procurando caminhos com base em políticas intermediárias. A luta contra a

pobreza tem que ser feita por medidas concretas, simples e diretas, em geral

pequenas ações que conseguem solucionar o problema específico a que se

propõem (BUARQUE, C., 1999).

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69

CAPÍTULO 3

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

3.1 ORIGEM E CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A construção civil é um dos setores da economia brasileira que mais gera emprego para

a classe de trabalhadores com baixo nível de instrução, desempenhando uma importante função

social. O aproveitamento e a reciclagem dos resíduos gerados nas obras de construção configura-

se como um instrumento eficaz para a implementação de políticas de desenvolvimento e de

geração de empregos diretos e indiretos. O conhecimento das características dos resíduos de

construção gerados no município é fator decisivo para uma proposta de mercado para esses

resíduos e conseqüentemente, de trabalho e renda baseado nos pressupostos do desenvolvimento

sustentável.

Os resíduos da construção civil (RCC), ou resíduos da construção e demolição (RCD),

ou ainda entulho16 são expressões que representam os resíduos sólidos gerados pelas atividades

de construção e demolição no setor da construção civil. Muitos autores mencionam que este setor

é um dos maiores geradores de resíduos. A seguir são apresentadas algumas definições que são

adotadas no Brasil e em outros países para esse tipo de resíduo.

Conforme as Regulamentações do Departamento de Conservação de Nova Iorque

(NOVA IORQUE, 1988), RCDs são resíduos sólidos não contaminados, provenientes da

construção, reforma, reparos e demolição de estruturas e estradas, e resíduos sólidos não

contaminados resultantes da limpeza e escavação de solos. Em tais resíduos, incluem-se, mas não

se limitam, blocos, concreto e outros materiais de alvenaria, solo, rocha, madeira (incluídas as

pintadas, tratadas, revestidas e produtos de madeira), forros, argamassa, gesso, encanamentos,

telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos que não camuflem outros resíduos, fiação elétrica e

16 Sempre que referida neste trabalho, a palavra entulho tem o mesmo significado de resíduos da construção civil(RCCs).

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70

equipamentos que não contenham resíduos perigosos e tubos e metais que estiverem em um dos

itens acima.

Na Conferência realizada em 2002, o Conselho de Gerenciamento Integrado de

Resíduos da Califórnia (CIWMB) e a Agência local de Resíduos Sólidos (LEA), definiram RCD

como uma fonte de materiais para reutilização ou reciclagem, que resultam da construção,

reforma, reparo, demolição de construções e de outras estruturas, de característica inerte e que

contém não mais que um por cento de resíduos putrescível por volume calculado mensalmente e

que essa parcela não constitua um problema, conforme definido em legislação específica

(CALIFÓRNIA, 2002).

Em trabalho realizado em 1997, Tchobanoglous (TCHOBANOGLOUS E OUTROS,

1977, apud ZORDAN, 1997), apresenta uma definição para resíduos da construção e outra para

resíduo de demolição, conforme segue:

Resíduos de edificações, reformas e reparos de residências individuais,

construções comerciais, e outras estruturas, são classificadas como resíduos de

construção.

Resíduos da destruição de construções e outras estruturas são classificados de

resíduos de demolição (TCHOBANOGLOUS E OUTROS, 1977, apud

ZORDAN, 1997).

Segundo a resolução do Conama nº 307, de 05 de julho de 2002,

Resíduos da construção civil: são os provenientes de

construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil,

e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como:

tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais,

resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso,

telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica

etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha

(BRASIL, 2002).

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Apesar da NBR 10004 classificar os RCDs como inertes, pode-se considerar que esses

resíduos são constituídos de materiais inertes, não inertes e perigosos resultantes das atividades

de demolição, reforma, construção e escavação. Os resíduos provenientes da produção dos

materiais de construção, como os refugos das indústrias cerâmicas que produzem blocos, tijolos e

revestimentos, os resíduos da indústria de cimento e de cal, os refugos da indústria de tubos e

conexões, bem como as demais indústrias que manipulam matéria prima para produção dos

materiais utilizados na construção civil não são classificados como RCDs e sim como resíduo

industrial, conforme classificação ABNT.

A maior parte dos RCDs é inerte, como pedaços de blocos, restos de brita e de concreto,

areia, dentre outros. Podem ser reutilizados e reciclados para reuso em obras de construção. Já os

RCDs não-inertes ou relativamente não perigosos compreendem uma menor parcela dos resíduos

gerados na obra e constituem-se de materiais contaminados por outros materiais que diminuem a

possibilidade de seu reuso e reciclagem, como por exemplo as madeiras envernizadas ou pintadas

e pedaços de parede revestida com gesso ou algum impermeabilizante. As madeiras tratadas

podem gerar emanações tóxicas se incineradas e o gesso, quando enterrado e submetido ao

contato com a água, pode sofrer uma reação química capaz de modificar a físico-química da

água, além de apresentar reações expansivas com o cimento, limitando a sua utilização na

reciclagem de agregados para utilização em argamassas.

Dentre os RCDs considerados perigosos estão o amianto, resíduos de pintura, solventes,

resinas e impermeabilizantes e quantitativamente representam uma parcela muito pequena dos

RCDs.

A falta de dados estatísticos confiáveis sobre a composição e produção dos RCDs nos

diversos países dificulta uma análise consistente da caracterização desses resíduos. Geralmente

são utilizados dados de espaços amostrais limitados, sendo necessária a utilização de ferramentas

estatísticas para determinação de estimativas e extrapolações.

A composição do RCD é a sua característica mais importante por ser variável conforme:

1 – o local da atividade, pela disponibilidade de matéria prima no espaço

geográfico onde o RCD é gerado;

2 – a origem dos resíduos, se de atividades de demolição, construção ou

reforma;

3 – o tipo de construção, se residencial, industrial, de infraestrutura, etc.

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72

4 – a tecnologia adotada; e

5 – a política de gestão de resíduos vigente no país.

O Quadro 3.1 mostra a composição média dos RCDs gerados em diferentes localidades,

evidenciando a variabilidade da sua composição em função do local de origem. Segundo Pinto

(1999), o Quadro 3.1 mostra que o local da geração dos resíduos e a tradição construtiva são

variáveis que interferem na composição dos RCDs, evidenciando os diferentes valores

encontrados para um mesmo tipo de resíduo. O autor ressalta o grande potencial de reciclagem da

maioria dos resíduos gerados nos canteiros de obra, como argamassa, concreto, materiais

cerâmicos e plástico.

Quadro 3.1 – Composição média dos RCDs gerados em diferentes localidades no mundo.

Composição

percentual

Composição de

RCD em obras

brasileiras típicas

Composição

típica de RCD

em Hong Kong

Composição

típica na

Bélgica

Composição

típica de RCD

em Toronto

Composição

média de RCD na

Comunidade

Autônoma de

Madri*

Argamassa 64 - - - -

Asfalto - 2,2 - - 5

Materiais

asfálticos- - 10,2 - -

Concreto 4,2 31,2 38,2 - 12

Alvenaria - - 45,2 - -

Madeira 0,1 7,9 2,1 34,8 4

Entulho,

agregado e

cerâmicos

- - - 24,1 -

Entulho - 7,7 - - -

Componentes

cerâmicos11,1 - 2,9 - 54

Blocos de

concreto0,1 0,8 - - -

Tijolos 18,0 5,2 - - -

Ladrilhos de

concreto0,4 - - - -

Pedra 1,4 11,5 - - 5

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Areia - 3,2 - - 4

Cimento

amianto0,4 - - - -

Gesso - - 0,2 - 0,2

Metais - 3,3 0,2 7,7 2,5

Vidro - 0,3 - 2,8 0,5

Papel cartão - - - 4,3 -

Papel - - - 3,5 0,3

Papel e

orgânicos0,2 - - - -

Outros

orgânicos- 1,7 - 0,6 -

Plástico - - 0,4 2,5 1,5

Tubos plásticos - 0,6 - - -

Acessórios - 0,1 - - -

Têxteis - - - 0,7 -

Borracha e

couro- - - 0,5 -

Finos - - - 1,9 -

Outros

materiais de

construção

- - - 16,6 -

Solo 0,1 - - - -

Lixo, solo e

barro- 23,8 - - 7

Bambu e

árvores- 0,4 - - -

Sucata - 0,1 - - -

Outros - - 0,6 4

TOTAL 100 100 100 100 100

* Dados do Plano Nacional de Resíduos Sólidos da Espanha (ESPANHA, 2001).

Fonte: Modificado de Pinto (1999).

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74

3.2 GERAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A indústria da construção civil é responsável por uma parcela considerável dos resíduos

sólidos gerados no espaço urbano. Segundo John (2001), a quantidade de RCD gerada, registrada

na bibliografia internacional, varia entre 163 e 3 000 kg/hab/ano. Entretanto os valores médios

situam-se entre 400 e 500 quilos por habitante ao ano. Em países como os EUA os valores são

desencontrados, onde cada estado apresenta dados característicos do local. Segundo EPA (1998),

o estado da Flórida registrou, em 1995, a geração de 2,01 libras por habitante ao dia

(aproximadamente 0,91 quilo por habitante ao ano), que é um valor que destoa da realidade

mundial. Na Europa, alguns países como Alemanha, Holanda, Dinamarca e Inglaterra, têm

tradição na gestão dos RCDs e por isso apresentam valores mais representativos para a geração

desses resíduos. A limitação do espaço geográfico disponível para a destinação final dos RCDs e

a iminente extinção das reservas de matérias-primas para a construção civil motivaram os países

da União Européia a criarem instrumentos de gestão e tecnologia para o controle da geração dos

RCDs, uma vez que alguns países europeus apresentam altos índices de geração desses resíduos.

O Quadro 3.2 apresenta valores de geração de RCDs em peso e per capita para países da União

Européia.

No Brasil, o primeiro estudo significativo sobre o tema foi apresentado por Pinto (1999),

contendo dados sobre população, áreas licenciadas para construção por município, consumidores

de energia elétrica, domicílios municipais, equipamentos coletores de RCD, geração de RCDs

pelos setores formal e informal, características das empresas coletoras de RCDs, disposições

irregulares, volumes coletados, custos de coleta, custos de gestão dentre outros parâmetro de

relevante importância para o diagnóstico do setor da construção civil. Neste levantamento foram

apresentados cinco municípios do Estado de São Paulo e um do Estado da Bahia. O autor definiu

a participação percentual dos RCDs na massa total de resíduos urbanos e estabeleceu taxas de

geração de resíduos para aqueles municípios. A taxa de geração de RCDs é um parâmetro

importante na definição de ações para a gestão desses resíduos, além de ser muito útil em estudos

comparativos com outros locais. O Quadro 3.2 com informações do trabalho de Pinto (1999) e

Aguilar (1997) mostra taxas de geração de RCDs para alguns municípios do Brasil, países da

União Européia, Japão e Hong Kong.

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Quadro 3.2 – Produção e taxa de geração de RCD em vários locais do Brasil e do mundo

(modificado – Pinto, 1999).

LocalProdução

(Mton/ano)

Parcela de RCD na massa

total de resíduos sólidos

urbanos (%)

Taxa de geração

(Kg/hab/ano)Observações

Alemanha 53,0 - 880 (1)

Bélgica 7,0 - 700 (1)

Dinamarca 6,5 - 1.275 (1)

Espanha 11,0 - 285 (1)

França 30,4 - 580 (1)

Grécia Nd - Nd (1)

Holanda 14,0 - 940 (1)

Irlanda 0,4 - 110 (1)

Itália 2,8 - 50 (1)

Luxemburgo 0,048 - 185 (1)

Portugal 0,4 - 45 (1)

Reino Unido 50,0 - 900 (1)

Europa ocidental - -66 700 a 1.000 (2)

Suíça - -45 -450 (2)

Alemanha - >60 - (2)

EUA - 39 - (2)

Japão - - -680 (2)

Hong Kong - - -1500 (2)

Santo André (SP) - 54 510 (2)

S.José do Rio

Preto/SP

- 58 660 (2)

S. José dos

Campos/SP

- 67 470 (2)

Ribeirão Preto

(SP)

- 70 710 (2)

Jundiaí (SP) - 62 760 (2)

Vit. da

Conquista/BA

- 61 400 (2)

Belo Horizonte

(MG)

- 54 340 (2)

Campinas (SP) - 64 620 (2)

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Salvador (BA) - 61 230 (2)

Fontes:(1) Aguilar (1997) e (2) Pinto (1999)

A confiabilidade dos dados apresentados varia muito conforme a metodologia adotada e

a freqüência com que esses dados são reavaliados. A validade dos dados depende de vários

fatores como a política de gestão do país, incentivos à pesquisa e do interesse dos geradores no

controle de desperdício e conseqüente minimização dos gastos. Pela tradição na elaboração de

políticas voltadas à gestão sustentável dos resíduos sólidos, pode-se inferir que os dados

apresentados pela Holanda e Dinamarca são os mais confiáveis.

Em trabalho mais recente realizado por Ruivo e Veiga (2004), foram apresentados dados

obtidos pela Agência Européia do Ambiente (AEA) que indicam a zona da União Européia (UE)

como responsável pela produção anual de aproximadamente 180 milhões de toneladas de RCC,

excluído solo e asfalto, conforme mostra o Quadro 3.3. A taxa média de reciclagem na UE é de

28%.

Quadro 3.3 - Produção de resíduos de construção e demolição nos países da UE-15, à

exceção de Portugal. País Ano Quantidade

Alemanha 2000 250,8a

Reino Unido 2000 72b

França 1999 24c

Itália 1999 23,9a

Espanha 1999 12,8d

Holanda 2001 19,5a

Bélgica 1995 7,3a

Áustria 1999 27,5a

Dinamarca 2000 3,1e

Bélgica 1997 1,8b

Suecia 1999 10f

Finlandia 1998 1,35d

Irlanda 1999 2,71b

Luxemburgo 2000 7,17a

Fonte: (a) Eurostat/OCDE; (b) Fonte: Environmental Agency Survey of Construction and Demolition Waste;(c)Fonte: Ministério do Ordenamento do Território e do Ambiente de França; (d) Fonte: Report by Symonds; (e)Fonte: Agência de Protecção do Ambiente Dinamarquesa; (f) Fonte: Rilem Report 22. (RUIVO E VEIGA, 2004)

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O Quadro 3.3 mostra que houve alteração nos valores de RCC gerados nos países da UE,

principalmente na Itália e Alemanha, sendo que neste último o volume gerado desse resíduo

passou de 53 megatoneladas ao ano, em 1997, para 250,8 megatoneladas no ano em 2000,

aproximadamente um aumento cinco vezes maior. Na Dinamarca verificou-se a redução da

geração de RCC praticamente à metade em relação ao dado apresentado por Aguilar (1997). Essa

ocorrência já era de se esperar devido à implementação de políticas sérias voltadas à redução e

reciclagem dos resíduos sólidos, em particular dos RCC.

A atividade de demolição é sem dúvida a principal fonte de RCD, pois toda a estrutura é

transformada em resíduo. Especial atenção deve ser dada a esse tipo de procedimento no que se

refere à forma de executar a demolição. O aproveitamento da maior parte do escombro deve ser a

meta estabelecida com vistas ao reaproveitamento e a reciclagem. Para isso um processo de

demolição seletiva e racional é essencial para a minimização dos resíduos a serem encaminhados

aos aterros ou bases de descarga licenciados. A demolição seletiva deve ser executa conforme um

plano de demolição elaborado previamente considerando que a desmontagem da construção deve

ser feita de modo a maximizar o reuso dos materiais que a constitui. Quadro 3.4 apresenta dados

de uma pesquisa realizada em 1996 pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, 1998),

onde são estimados os RCDs gerados por atividades de demolição, reforma e construção em

obras residenciais e não residenciais. Das 136 milhões de toneladas estimadas, 48% são devidas à

atividade de demolição, seguida de reforma com 44% e construção com 8%.

Quadro 3.4 – Estimativa da geração de RCD em construções nos EUA em 1996 (rodovias,

pontes e escavações não estão incluídas).

Atividade Residencial Não residencial Totais

Mton* % MTon % MTon %

Construção 6.560 11 4.270 6 10.830 8

Reforma 31.900 55 28.000 36 59.900 44

Demolição 19.700 34 45.100 58 64.800 48

Total 58.160 100 77.370 100 135.530 100

Percentual 43 57 100

*Mton significa mega tonelada = 106 x ton

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Fonte: Agência de Proteção Ambiental dos EUA, 1998 (EPA, 1998, p. 32)

Nas obras de construção, a característica dos resíduos varia conforme as fases

construtivas da obra, quais sejam, a fundação, a concretagem, a alvenaria, o revestimento e o

acabamento. Nessa atividade, parte das perdas está incorporada na própria obra devido ao uso

excessivo de materiais, como por exemplo, a grande quantidade de argamassa utilizada nos

rebocos e embossos. Tais perdas são devidas a várias causas como a própria qualidade dos

materiais utilizados na obra, à mão-de-obra sem a necessária qualificação, tecnologias arcaicas do

processo produtivo da construção e, sobretudo, à forma de gerenciamento adotada.

Segundo Blumenschein (2000), no Brasil, trabalhos vêm sendo realizados nas obras de

construção civil para medir o desperdício por material, e não com base no global da obra, como

feito por Picchi17. Este último, ao estudar o desperdício na construção, chegou um índice em

torno de 30% (PICCHI,1989). Já Blumenschein (2000) ressalta que essa estatística não é aceita

pelos empresários da indústria da construção, como por exemplo, o Sindicato da Indústria da

Construção Civil do Estado do Paraná, que publicou, em 1995, três artigos rebatendo aquele

percentual. A autora informa que, para Schuchovski (1995), esta estatística não é verdadeira e

apresenta o percentual de 3,33% como sendo um “índice de médio porte e um pecado

econômico” (SCHUCHOVSKI, 1995). Segundo Zordan (1997), Schuchovski faz distinção entre

perdas e desperdícios, considerando que o índice de 30% deve ser considerado como perda e os

3,5% (em relação ao custo final da obra) como desperdício (este considerado como descuido e

mau gerenciamento). Ainda segundo Zordan, mesmo se o valor de 3,5% estiver correto “[...], os

30% de perdas não podem ser desprezados, pois ambos representam prejuízos causados pela falta

de qualidade, e tanto ‘perdas’ como ‘desperdícios’ são aspectos negativos perante os custos de

uma obra e, portanto, que se desejam eliminar”.

3.3 HISTÓRICO DO SERVIÇO DE COLETA E DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS

DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM SALVADOR

A necessidade de providências imediatas para solução do problema de destinação final do

RCC em Salvador partiu da constatação da quantidade crescente desses resíduos que estava sendo

17 PICCHI, F. A. Sistemas de qualidade: uso em empresas de construção de Edifícios. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Tese (Doutorado). 1993. 462 p.

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gerada no município, a partir do final da década de 1970 e início da década de 1980. Nesse

período, o Brasil vivia sob o regime de ditadura militar. Entre 1979 e 1981, o município do

Salvador foi governado pelo prefeito biônico18 Mário Kertész. Em 1981, foi formada uma

comissão constituída pela Limpurb e por integrantes dos seguintes órgãos municipais:

Departamento de Urbanismo e Edificação (DEUL), Departamento de Conservação e Obras

Públicas (DCOP), Secretaria de Serviços Públicos (Sesp) e Superintendência de Parque e Jardins

(SPJ), com a finalidade de elaborar o primeiro Plano de Entulho para o município, com o objetivo

de identificar os locais de disposição irregular dos RCCs, apresentar soluções para o problema e

sugerir locais apropriados para destinação final desses resíduos. Como resultado foram

identificados 18 pontos de descarte clandestinos onde foram propostas e executadas medidas para

recuperação desses locais. Foram propostos seis pontos para disposição regular dos resíduos,

estrategicamente próximos daqueles identificados como irregulares. A coleta do entulho era

realizada pelo gerador e pela Limpurb. A implantação do plano teve duração de um ano e seis

meses, sendo suspensa devido à descontinuidade administrativa (LIMPURB, 1997).

Nos períodos de 1982 a 1983 e 1983 a 1986, assumiram a Prefeitura os Srs. Renan

Baleeiro e Manoel Castro, respectivamente. Nenhum monitoramento da geração de RCC foi

realizado. Em 1987, a Limpurb coletava 83% do entulho gerado e o gerador realizava 17% da

coleta. A parcela de entulho representava 22,56% de todo o lixo coletado pela Limpurb. Em

1988, o serviço de limpeza urbana foi terceirizado e a distribuição percentual da coleta de entulho

foi a seguinte: serviço terceirizado (27,81%), Limpurb (50,10%) e gerador (2,09%), em um total

de 28,49% do lixo coletado, o que representa um aumento de 5,93% da parcela de entulho.

Em 1989, o município tinha o seu primeiro prefeito eleito pela população, o Sr. Fernando

José Rocha que governou o município até 1992. A frota da Limpurb foi renovada e destinada

exclusivamente à coleta de resíduos domiciliares. O gerador teve papel importante na coleta,

onde 24,85% do entulho foi coletado pela Limpurb, 9,03% pela terceirizada e 66,86% pelo

gerador. Houve uma diminuição na coleta de entulho de 26,90% em relação ao ano anterior,

representando 1,59% do total de lixo coletado. Essa diminuição na coleta ocorreu por decisão

administrativa do órgão de somente recolher o lixo doméstico.

18 O prefeito biônico era nomeado por governadores que por sua vez eram nomeados por autoridades militares do regime de ditadura militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985.

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Em 1990, houve suspensão do contrato com o serviço terceirizado, sendo que a Limpurb

coletou 98,29% do entulho gerado e o produtor 1,76%. Houve crescimento de 2,83% do volume

de entulho coletado, representando este 4,42% do lixo coletado. Em 1991, a Limpurb passa por

um período de crise administrativa e o plano de entulho de 1981 é retomado, havendo indicação

de quatro áreas para a descarga autorizada de entulho. Entretanto, a nova implantação do plano

foi cancelada devido a mudanças na diretoria do órgão. Nesse ano, houve um acréscimo de

17,44% na coleta de entulho em relação ao ano anterior, representando 21,87% do lixo coletado.

Em 1992 a Limpurb tem nova gestão. Foi elaborado o Projeto de Coleta de Entulho,

baseado no Projeto Entulho elaborado pela Limpurb, em 1981 e no Projeto Estação de Entulho

implantado no município de Santo André, em São Paulo, no ano de 199019. O Projeto tinha como

objetivo criar áreas alternativas para descarte dos RCCs, onde pudesse ser executada a sua

triagem para posterior reaproveitamento. Foram criados os postos de descarga de entulho (PDEs)

, onde o volume máximo de resíduo depositado por pessoa era de um metro cúbico, destinado

para os pequenos geradores, e as bases de descarga de entulho (BDEs) –, para onde seriam

encaminhados todos os RCCs oriundos dos PDEs, bem como receberia aqueles resíduos

provenientes dos grande geradores. O projeto contemplava toda a infra-estrutura necessária para

implantação dos PDEs, tais como guarita, escritório, área de descarga e triagem, área de

classificação, baias de armazenamento, área para rejeito e para equipamentos. Por serem

próximos de residências, contemplava também um projeto paisagístico para minimização do

impacto visual. Foram projetados 15 PDEs distribuídos nos 17 Núcleos de Limpeza (NL) do

município. O projeto não chegou a ser implantado e novo contrato de terceirização da limpeza

urbana é celebrado com outra empresa. Nesse mesmo ano, foi elaborada uma proposta para coleta

diferenciada dos resíduos produzidos no município de Salvador, denominado “Sistema Integrado

de Manejo, Tratamento e Destino Final dos Resíduos Sólidos de Salvador20”, que tinha como

objetivo diminuir a heterogeneidade dos resíduos sólidos coletados por meio de separação prévia

na origem, visando a coleta seletiva, inicialmente em alguns bairros da cidade, onde seriam

instalados Postos de Entrega de Reciclados (PER). Além dos resíduos domiciliares, a proposta

contemplava a coleta de entulho (RCC) e dos resíduos do serviço de saúde. Para a coleta dos

19 SANTO ANDRÉ. Prefeitura Municipal. Programa “Estação Entulho”. Gestão diferenciada dos resíduos deconstrução gerados em Santo André Diagnóstico geral. out. 1997.

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RCCs foi mantido o projeto elaborado nesse mesmo ano, descrito anteriormente, com a inclusão

de outras ações como reciclagem de entulho para aplicação na construção civil em habitações de

baixa renda, fabricação de pisos e aterramento de oito áreas degradadas para implantação de

Pontos de Entrega Voluntária (PEV).

No que se refere ao gerenciamento dos RCC, foram definidas duas linhas de ação para

estabelecimento do Sistema Integrado de Manejo, Tratamento e Destino Final dos Resíduos

Sólidos de Salvador. A primeira foi a proposta emergencial com ações de implantação imediata.

Consistiu na transformação de uma área do antigo aterro sanitário de Canabrava na primeira

unidade integrada de tratamento, constituída de unidades com funções específicas para

segregação, catação, reciclagem e aterro de RCCs, dentre outras. O aterro de Canabrava localiza-

se no Núcleo de Limpeza 13, no bairro de Pau da Lima, distante aproximadamente 20 km do

centro de Salvador.

A segunda linha de ação foi a proposta global que contemplava a segunda unidade

integrada de tratamento que seria localizada na área onde hoje se encontra implantado o Aterro

Metropolitano Centro. Atualmente todos os resíduos domiciliares dos municípios de Salvador,

Lauro de Freitas e Simões Filho são encaminhados para esse aterro, que não recebe RCC.

Mais uma vez o projeto não foi implantado, entretanto, no mês de outubro de 1992 foram

inauguradas duas centrais, quais sejam, a Central de Podas e a Central de Entulho, ambas no

aterro de Canabrava. Nesse ano, a coleta de entulho teve um acréscimo de 5,32% em relação ao

ano anterior e representou 27,18% do lixo coletado pelo município, sendo 97,05% da coleta

realizada pela Limpurb e 2,95% pelo gerador.

No ano de 1993, toma posse a nova prefeita da cidade, a Sra. Lídice da Mata. A geração

de entulho continuava crescente. A Limpurb tinha muitos problemas operacionais no

gerenciamento desses resíduos devido à fragilidade da gestão administrativa, à falta de

equipamentos adequados e suficientes e constatava o crescente número de pontos de descarte

clandestinos, além de assumir quase a totalidade dos serviços de coleta e disposição dos RCCs.

A coleta de entulho cresceu 2,90% em relação ao ano de 1992 e representou 30,09% do lixo

coletado pela Limpurb. Foi adotado o sistema comboio, denominação dada à coleta mecanizada

do entulho por meio de pás carregadeiras e caçambas, que encaminhou mensalmente à Central de

20 Adoção de um conjunto articulado de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento, a seremdesenvolvidas pela administração municipal, baseando-se em critérios sanitários, ambientais e econômicos para a

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Entulho em torno de 18 111 toneladas de RCC. Não havia nenhum beneficiamento do volume de

RCC depositado na central. Nesse ano foi apresentado o Plano Diretor de Limpeza Urbana da

área central da Região Metropolitana de Salvador (CONDER, 1992), elaborado pela empresa

Geohidro, solicitado pela Conder, conforme contrato celebrado entre as partes, cujo conteúdo

apresenta a caracterização da área objeto do plano, proposições gerais para operação e

gerenciamento dos sistemas de limpeza urbana e suas tendências. O Plano abrange os municípios

de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho.

Em 1994 é aprovado o Decreto nº 10 869, que regulamenta o manejo, a coleta o

transporte e destinação final de entulho e de granéis sólidos para a construção civil, onde é

concedido às empresas privadas o serviço de coleta de entulho. Quatro anos depois é substituído

pelo Decreto nº 12 133 de 1998. Visando a melhoria do sistema de limpeza pública municipal, no

mês de novembro foi assinado um convênio entre a Conder e a Prefeitura do Salvador para a

construção de uma central de entulho no bairro de Sussuarana, com financiamento do Banco

Mundial, conforme termo de referência constante no convênio, mas o financiamento não foi

liberado. Neste mesmo ano a central de entulho do aterro de Canabrava foi desativada devido a

inexistência de equipamentos adequados. A coleta de entulho aumentou 0,92% em relação ao ano

de 1993, sendo 74,99% coletado pela Limpurb e 25,01% pela terceirizada. O entulho coletado

nesse ano representou 31,01% do total do lixo coletado no município.

Em 1995, a situação era caótica, além de não haver equipamentos, o RCC estava sendo

depositado em células destinadas aos resíduos domiciliares, e devido ao grande volume de RCC

coletado, havia comprometimento de espaço, reduzindo a vida útil do aterro de Canabrava que já

estava operando no seu limite de capacidade para disposição final e gerando sérios problemas ao

meio ambiente. Houve diminuição de 2,45% na coleta de entulho em relação ao ano anterior,

representando 28,56% de todo o lixo coleto no município.

Devido à falta de ações eficientes no controle da disposição irregular de entulho no

município, em levantamento realizado pela Limpurb, em 1996, foram constatados 420 pontos de

descarte clandestino desses resíduos. Isto motivou o órgão a fazer uma parceria com a Conder

para retirada dos entulhos das ruas da cidade, por meio de uma operação emergencial

denominada operação faxinaço, realizada entre os meses de dezembro de 1996 e março de 1997.

realização da coleta, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos.

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Quatro meses após a operação foi realizado outro levantamento dos locais de disposição

irregular, quando ficou constatada a existência de 220 pontos distribuídos pela cidade. Em 1996,

a quantidade de entulho coletado aumentou 1,69%, representando 30,25% do lixo recolhido na

cidade.

Em janeiro de 1997, assumiu a Prefeitura, o Sr. Antônio José Imbassahy da Silva que

encontrou o sistema de limpeza pública em estado de caos. A administração pública entendeu que

ações pontuais não solucionariam o problema da existência de pontos clandestinos de descarte de

entulho. Um novo modelo de gestão que fosse auto-suficiente deveria ser definido, apresentado,

implementado e monitorado a geração de RCC de forma continuada para que possíveis ações

negativas fossem retiradas do processo e substituídas por outras, continuamente, até que fosse

encontrada a melhor alternativa de gerenciamento desses resíduos.

A primeira ação para estabelecimento de um novo modelo de gestão foi a concepção do

Projeto Gestão Diferenciada de Entulho (LIMPURB, 1997), que tinha por base a descentralização

do tratamento e da destinação final dos RCC. O objetivo principal do projeto era criar estrutura

eficiente para segregação dos RCC na origem, por meio do estabelecimento de áreas autorizadas

de descarte localizadas próximo ao centro de massa dos geradores. Foi aprovado o Decreto nº 11

664 de 1997, que criou um grupo de trabalho para elaborar o Projeto de Gestão Diferenciada de

Entulho na cidade de Salvador, composto de profissionais da Limpurb, da Fundação Mário Leal

Ferreira (FMLF), da Secretaria Municipal de Saneamento Habitação e Infraestrutura Urbana

(Semin), da Superintendência de Controle do Uso e Ordenamento do Solo Municipal (Sucom) e

da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Sesp). Nesse ano, o entulho coletado representou

35,52% de todo o lixo recolhido na cidade, ou seja, um aumento de 5,27% na coleta em relação

ao ano anterior.

Em 1998, várias ações para operacionalização do projeto Gestão Diferenciada de

Entulho foram realizadas. Foi aprovado o Decreto nº 12 133 de 1998, marco legal importante

para a regulamentação do processo de gestão da geração, transporte e destinação final dos

resíduos da construção civil no município de Salvador. O documento legal define entulho,

pequeno gerador, grande gerador, posto de descarga de entulho e base de descarga de entulho,

caracteriza infratores e infrações às disposições do Decreto e estabelece que o proprietário da

obra é o responsável pela coleta e transporte do entulho por ele gerado, seja ele pessoa física ou

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jurídica, e penalidades de multa, embargo, apreensão, suspensão da atividade e cassação do

alvará. O Decreto nº 12 066 de 1998, que dispõe sobre acondicionamento de resíduos, foi

aprovado, determinando no seu artigo sexto o tipo de acondicionamento para o RCC. Foi

implantado o PDE do bairro do Nordeste de Amaralina (NL 07), com capacidade para receber

diariamente dez toneladas de RCC. Nesse ano foi celebrado contrato de assessoria técnica apara

implantação da primeira unidade de reciclagem de entulho no Estado. A coleta de entulho

aumentou 5,97% em relação ao ano de 1997, representando 41,49% de todo o lixo coletado.

Em 1999, foram implementadas ações importantes para a gestão eficiente dos RCC. Foi

realizado um estudo pioneiro, denominado Projeto Entulho Bom, juntamente com o Grupo de

Estudos de Materiais de Construção da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia,

para a caracterização do RCC gerado no município do Salvador, que mais tarde resultou na

publicação do livro Reciclagem de Entulho para a Produção de Materiais de Construção

(CASSA et al, 2001). Houve redução do número de pontos de disposição irregular que passou de

220 (1997) para 144 (1999). Foram implantados seis PDEs com localização e produtividade

apresentadas no Quadro 3.5.

Quadro 3.5 – Localização dos PDE em funcionamento em 1999. Núcleo de Limpeza – NL Localização (bairro) RCC recebido (t/dia)

04 Fazenda Grande 2,005 Luis Anselmo 1205 Federação 8,407 Nordeste de Amaralina 1208 Itaigara 3509 Boca do Rio 30

TOTAL 99,4Fonte: Modificado de LIMPURB,1999.

A Limpurb, juntamente com as empresas terceirizadas, coletou 61% das 511.008

toneladas de entulho gerado no município, em 1999. O percentual restante (39%), que

corresponde a 199 293 toneladas, foi coleto pelo próprio gerador. A coleta do entulho nesse ano

sofreu uma diminuição de 2,01%.

Os resultados da gestão dos RCC, a partir do ano 2000, são conseqüências da

implantação do Projeto de Gestão Diferenciada, em 1998. Foi constatada diminuição do número

de pontos de descarte irregular de entulho, que passou de 144 (1999) para 61 (2000). Nesse ano

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houve participação significativa dos geradores na coleta e transporte do entulho, sendo esses

responsáveis pela coleta anual de 508 732 t. Nesse ano, o total de entulho coletado foi de 832.007

t, aproximadamente 50% do total do lixo recolhido no município, o que representou aumento de

10,30% na coleta desse resíduo. Esse aumento considerável na coleta foi devido ao início das

obras do metrô de Salvador. Com vistas ao controle da geração de entulho, a Limpurb elaborou

um cadastro com seis empresas para coleta e transporte de entulho.

Em 2001, foi constatada diminuição na coleta do entulho de aproximadamente 4,42%,

sendo recolhido um total de 45,36% do entulho. Em 2002, a coleta de entulho teve pequena

diminuição de 0,33%, representando este 45,03% de todo o lixo coletado.

No mês de julho, do ano de 2003, foi inaugurado o Parque Socioambiental de

Canabrava, onde funciona a BDE do município e onde está implantada a unidade de reciclagem

de RCC, dentre outras atividades de gerenciamento, consolidando o trabalho de gestão ambiental

integrada dos resíduos sólidos pela Limpurb. Foi assinado um protocolo de intenções entre a

Limpurb, a Fundação Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia (Somesb) e a

Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi) para

cooperação técnica, científica e pedagógica no gerenciamento dos RCCs. Este protocolo prevê,

dentre outras ações, a criação de um Selo Verde para empreendimentos que desenvolvam práticas

ecologicamente corretas em seus procedimentos construtivos. Ainda nesse ano foi realizado

monitoramento contínuo das coletas de RCC, durante nove meses. Dentre as atividades

desenvolvidas em 2003, uma das mais importantes foi a parceria institucional proposta entre a

Limpurb e a Secretaria de Combate à Pobreza do Estado da Bahia (Secomp), com o objetivo de

melhorar as condições de trabalho e moradia da população de baixa renda, por meio da

implementação de atividades de reaproveitamento e reciclagem do RCC, com a operação da

unidade de reciclagem e da fábrica de artefatos reciclados de concreto, ambas previstas para o

ano de 2004.

3.3.1 Considerações sobre o Setor da Construção Civil na BahiaA indústria da construção civil é um dos segmentos industriais mais importantes da

economia do país, entretanto, a sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vem

sofrendo reduções consideráveis, sendo registradas quedas nos anos de 2001, 2002 e 2003 de

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2,6%, 1,8% e 8,6%, respectivamente (IBGE, 2004a). Desde 1990, o nível de emprego no setor

tem sido reduzido, apesar de ser o que mais gera emprego na indústria. Entretanto, desde janeiro

de 2004 observa-se um crescimento gradual na criação de postos de trabalho no setor, com o

surgimento de quase 68 mil vagas em todos os segmentos da construção, sendo o de edificações

responsável por 75% dessas (IBGE, 2004a).

A estrutura produtiva da economia baiana é prioritariamente caracterizada por três

categorias que compõem aproximadamente 40% do PIB baiano, quais sejam: a indústria de

transformação, com 19%; a agropecuária, com 12% e a construção civil, com 11% de

participação (SEI, 2003). Segundo informações da Superintendência de Estudos Econômicos e

Sociais da Bahia (SEI), a contribuição da atividade da construção civil no PIB baiano, no ano de

2002, foi de 8,8%.

Não existe uma pesquisa atual sobre o diagnóstico da indústria da construção civil no

Estado da Bahia e, conseqüentemente, na cidade do Salvador. As informações aqui apresentadas

se referem a uma pesquisa sobre o diagnóstico competitivo dessa indústria no Estado, realizada

pela Escola de Administração, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), por solicitação do

Sindicato da Indústria da Construção Civil da Bahia (SINDUSCON – BA), em 1988 e publicada

em 1999 (SINDUSCON – BA, 1999).

Já no início da pesquisa, houve grande dificuldade em se definir o número de empresas

que compunham o universo da indústria da construção civil na Bahia. Esse número varia

consideravelmente conforme a fonte adotada. A pesquisa adotou como base de dados, o cadastro

da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), dos anos de 1995 e 1996, adotando como

universo um total de 402 empresas distribuídas no Estado e dividiu as mesmas em sub-setores,

conforme segue: terra e pavimentação; incorporação imobiliária, saneamento, energia e

telecomunicações, edificações em geral, instalações e montagem.

Considerando o capital social das empresas de construção civil, constatou-se uma grande

variabilidade quanto ao porte, sendo as maiores delas pertencentes ao sub-segmento de terra e

pavimentação e, as menores, relacionadas ao de energia e telecomunicações. Os demais

apresentaram uma relativa equivalência (SINDUSCON – BA, 1999).

O número de funcionários das empresas foi tanto maior quanto maior o seu porte, sendo

o setor de edificação em geral o que apresentou menor número. Com relação à gestão, a pesquisa

detectou que a maioria dos diretores das empresas era engenheiro, representando 84% do total

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contra 13% de administradores. A maioria dos mestres de obras (mais de 50%) tinha o primeiro

grau como nível de escolaridade e idade entre 41 e 50 anos.

A pesquisa constatou redução do mercado da construção civil no Estado da Bahia, no

período pesquisado. O sub-setor que sofreu maior impacto foi o de habitação, tanto popular

quanto de luxo. Os sub-setores de saneamento e de terra e pavimentação também sofreram fortes

impactos por dependerem de investimentos públicos.

Na análise sobre o custo médio da construção na Bahia, constatou-se que o valor médio

que as empresas baianas pagavam, no período da pesquisa, por metro quadrado, era inferior ao

custo médio no Brasil, em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Os salários médios no

Estado só eram superiores à média brasileira.

Quanto à existência e implementação de estratégias empresariais, 54% dos pesquisados

declararam não possuir ou disseminar essas estratégias, entretanto todos declararam encontrar

dificuldades em realizar planejamento nas suas atividades. Tais dificuldades eram devidas,

principalmente, à falta de políticas governamentais estáveis para o setor. As empresas que

declararam adotar estratégias empresariais justificaram, para isso, a retração do mercado, a

escassez do crédito, as exigências dos consumidores e as regulamentações públicas. A pesquisa

constatou que uma característica marcante das empresas da indústria da construção civil na Bahia

foi o atraso de suas práticas técnico-operacionais. “Algumas empresas consideraram um equívoco

a canalização de expressivo volume de recursos para a implementação de programas de

qualidade, por exemplo. O argumento é que, com a crise, a mão-de-obra treinada seria

dispensada” (SINDUSCON – BA, 1999) e isso representaria desperdício de recursos para as

empresas. Ficou caracterizado que as empresas utilizavam mais recursos próprios e crédito

privado do que crédito público para financiar suas atividades. Foi inexpressiva a recorrência a

formas de associação para obtenção de recursos.

Finalmente, a pesquisa concluiu a urgente necessidade de investimentos empresariais no

treinamento de mão-de-obra, bem como na atualização e modernização dos métodos de produção

e gestão. Recomenda uma reestruturação no sistema de regulamentação e regulação do setor e

introdução de novas sistemáticas de financiamento, principalmente para a habitação.

3.4 CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM SALVADOR

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No item 3.1 foi apresentada a composição dos RCCs em diversos países e em algumas

obras realizadas no Brasil. No município do Salvador, a caracterização do entulho foi realizada

com amostras obtidas dos RCCs coletados em diferentes áreas da cidade, diferentemente da

pesquisa elaborada por Pinto (1986) que selecionou obras diferentes para obter a caracterização

desses resíduos. Esse trabalho, pioneiro no Nordeste do país, foi realizado em 1999, pela

Limpurb em parceria com o Projeto Entulho Bom, desenvolvido pela Escola Politécnica da

Universidade Federal da Bahia (UFBA), com recursos financeiros da Caixa Econômica Federal.

A metodologia adotada consistiu em classificar o entulho de duas formas, a saber: conforme o

porte (pequeno ou grande) e o padrão de renda (pequeno, médio ou alto) do gerador

(CARNEIRO et al, 2001). A Figura 3.1 mostra o fluxograma da metodologia adotada pelo autor.

Como resultado, o entulho gerado em Salvador, tanto pelo grande quanto pelo pequeno

gerador, tem distribuição granulométrica superior a 50 milímetros em mais de 40% de todo o

RCC gerado, conferindo ao mesmo potencial para geração de agregados graúdos reciclados. A

composição média do entulho gerado em Salvador, conforme determinado por Carneiro et al

(2001), está apresentada no Quadro 3.6.

Quadro 3.6 - Composição média do entulho gerado no município do Salvador. Material constituinte Composição (%)

Concreto e argamassa 53

Solo e areia 22

Cerâmica vermelha 9

Cerâmica branca 5

Rocha 5

Plástico 4

Outros 2

Fonte: Carneiro et al (2001).

Fazendo uma análise comparativa entre os dados do Quadro 3.6 e os do Quadro 3.1,

pode-se observar que nas obras realizadas em São Carlos e Santo André, em 1986 e 1990,

respectivamente, as parcelas de argamassa (64%) e concreto (4,2%) presentes no entulho

representam 68% do total de RCC, ou seja, 15% a mais que o valor encontrado para Salvador. Já

a parcela de areia e solo (22%), em Salvador, é bem superior ao percentual de solo e areia (0,1%)

constatado no entulho gerado nas duas cidades paulistas. Esse resultado pode ter várias

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interpretações, pois podem decorrer da aplicação de diferentes metodologias ou, à primeira vista,

poder-se-ia afirmar que o entulho gerado em Salvador e em São Paulo tem composições

consideravelmente diferentes no que se refere à componente solo. Possivelmente essa

discrepância esteja relacionada à origem do entulho, pois na metodologia adotada em Salvador o

entulho foi coletado de pontos de descarte aleatório, ao passo que na outra experiência o entulho

foi coletado de obras típicas. As parcelas de materiais cerâmicos também não são parecidas,

sendo 14% (cerâmica branca e cerâmica vermelha) para Salvador e 29,1% (componentes

cerâmicos e tijolos) para as cidades paulistas.

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Análise da amostra,registro e análise dosdados

Homogeneização,quarteamento e obtençãoda amostra final

Identificação, pesagem eproteção da amostra inicial

Levantamento das condições de tempo (sol echuva)

Escolha e preparo dolocal de recebimento

Pré-dimensionamento da amostra inicial

Escolha da amostra inicial para cada classificação

Classificação do entulho (baixo, médio e alto poderde renda)

Classificação do entulho (pequeno e grandegerador)

Figura 3.1 - Fluxograma da metodologia da caracterização do

entulho gerado em Salvador.

Fonte: Modificado de Carneiro (2001).

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É interessante a colocação de Lima (1999):

Os agregados reciclados apresentam composições diferenciadas conforme região

geográfica, tipos de obras geradoras dos resíduos, modo de captação e manejo dos

resíduos etc. Para um mesmo local, resíduos captados em períodos diferentes podem

apresentar diferenças significativas na composição( LIMA, 1999, p. 130).

Em virtude da dificuldade em se comparar os resultados obtidos de caracterizações de

entulhos gerados em localidades com características físicas, sociais e econômicas diferentes, faz-

se necessário que se estabeleça uma padronização para as parcelas constituintes dos RCCs. No

trabalho realizado por Zordan (1997), para caracterização do RCC obtido na usina de reciclagem

de entulho da cidade de Ribeirão Preto, estado de São Paulo, é apresentada a composição desses

resíduos nas seguintes parcelas: argamassa, cerâmica, cerâmica polida, concreto, pedra e outros

(madeira, metais, plástico, amianto, torrões de terra ou de cal, trapos, etc.). Esta composição para

os RCCs também não é a mais indicada para ser adotada em nível nacional, pois ela coloca, por

exemplo, o item plásticos como “outros” (menos que 0,5%), ao passo que, em Salvador, a parcela

de plástico representa 4% da composição total do entulho, sendo, portanto, uma componente

considerável em comparação com aquele citado pelo autor. Os dados obtidos por Zordan (1997),

assim como aqueles encontrados por Pinto (1986) não registraram parcelas de solo e areia que

fossem suficientes para constar na caracterização.

Apesar das diferentes composições do entulho encontradas por Carneiro et al (2001) e

Zordan (1997), os autores determinaram valores semelhantes para a sua massa específica

aparente, por meio dos procedimentos constantes na NBR 725121, quais sejam, 1,35 quilos por

decímetro cúbico e 1,39 quilos por decímetro cúbico, respectivamente, valores próximos

daqueles encontrados para os agregados comumente utilizados na fabricação do concreto normal,

conforme Metha e Monteiro(199422, apud ZORDAN, 1997).

Além da composição do entulho, a pesquisa de Carneiro et al (2001) caracterizou o

agregado reciclado resultante da trituração e peneiramento do entulho bruto, obtendo dois tipos

de agregado: o agregado reciclado miúdo (aqueles que passam na peneira com abertura de 4,8

21 ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7251 - Agregado em estado solto. Determinação damassa unitária - Método de ensaio. Rio de Janeiro, 1982.

22 MEHTA, P. K., MONTEIRO, P. J. M. Concreto. Estrutura, propriedades e materiais. 1. ed. São Paulo: Pini, 1994.573 p. ISBN 85-7266-040-2.

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mm) e o agregado reciclado graúdo (aqueles que passam na peneira com abertura de 19

milímetros e ficam retidos na peneira de 4,8 milímetros de abertura). Esses agregados foram

submetidos a todos os ensaios de caracterização aplicados a agregados naturais. Os ensaios foram

realizados nos Laboratórios de Materiais de Construção, Geotecnia e Restauração da UFBA e no

Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Estado da Bahia (Ceped). Como resultado, o autor

constatou que os valores da massa específica aparente dos agregados miúdos e graúdos foram

1,30 quilos por decímetros cúbicos e 1,07 quilos por decímetros cúbicos, respectivamente.

Apesar dos diferentes enfoques das pesquisas de Zordan (1997) e Carneiro et al (2001),

é pertinente empreender uma análise comparativa entre as duas pesquisas. Zordan (1997)

encontrou 1,41 quilos por decímetros cúbicos e 1,09 quilos por decímetros cúbicos para as

massas específicas aparentes dos agregados miúdos (material passante pela peneira 4,8 mm) e

graúdos (material passante pela peneira 38 mm e retido na 4,8 mm), portanto muitíssimo próxima

daquela determinada por Carneiro et al (2001). Este encontrou altos valores de absorção de água

para ambos agregados, comparados com os comumente encontrados para agregados naturais (em

torno de 3 a 4 vezes maior). Zordan (1997) também constatou maior valor na relação

água/cimento para concretos confeccionados com entulho do que aqueles feitos com agregados

naturais, para um mesmo traço (em torno de 1,36 vezes mais água).

Foi encontrado um coeficiente de 45% no ensaio de abrasão Los Angeles para o

agregado graúdo na pesquisa de Carneiro et al (2001). Esse valor é alto em comparação com

valores de abrasão encontrados para agregados naturais utilizados em concreto (britas), que são

da ordem de 18 % a 20%. Entretanto, segundo a American Society for Testing And Materials

(ASTM), em sua norma ASTM C33, sobre agregados para concreto, é estabelecido que o

desgaste do agregado por abrasão Los Angeles deve ser de no máximo 50%. Segundo este dado,

o valor encontrado por Carneiro et al (2001) é aceitável para utilização em concretos. Na

pesquisa realizada por Zordan (1997) para determinação da resistência à abrasão do concreto com

agregado reciclado, os corpos de prova apresentaram menor desgaste do que aqueles

confeccionados com concreto convencional. Nos testes para medir a resistência à compressão, o

autor constatou que quanto menor a quantidade de cimento na constituição do concreto, maior é a

resistência mecânica, chegando, nesta situação, a valores próximos da resistência mecânica

obtida com concretos convencionais. Entretanto há que se ter um controle rigoroso na reciclagem

dos RCCs devido à presença de materiais cerâmicos devido a sua forma lamelar que diminui o

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seu atrito com o cimento, criando zonas de fraqueza no concreto capazes de diminuir

consideravelmente a sua resistência mecânica. Esse cuidado deve ser observado no RCC

reciclado no município de Salvador, onde a parcela de material cerâmico é da ordem de 14% da

composição média do entulho, conforme mostrado anteriormente no Quadro 3.6. Essa análise

comparativa entre Carneiro et al (2001) e Zordan (1997) confirma o grande potencial do entulho

reciclado de Salvador para uso em camadas de pavimentos, concreto não estrutural, argamassas,

tijolos, blocos e outras aplicações em pisos e drenagens (CARNEIRO et al, 2001).

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CAPÍTULO 4

MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

Para alcançar os objetivos específicos propostos nesta pesquisa foram executados alguns

procedimentos metodológicos, com o objetivo de estudar quais são os determinantes da

disponibilidade a pagar, do setor da construção civil, pelo serviço público de disposição final do

entulho no Município do Salvador – BA.

Coleta de dados secundários por meio de:

Pesquisa bibliográfica sobre: resíduos, resíduos sólidos, resíduos da construção civil

(RCC), desenvolvimento sustentável, legislação aplicada ao meio ambiente, políticas

públicas, gestão ambiental, impacto ambiental, município do Salvador e instrumentos de

valoração econômica;

Pesquisa documental sobre: resíduos sólidos, resíduos da construção civil, município do

Salvador, gestão de resíduos sólidos, legislação e normas;

Pesquisa cartográfica (mapas);

Consulta a profissionais da Empresa de Limpeza Urbana (Limpurb) e da Secretaria

Municipal do Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente da Prefeitura do Salvador

(Seplam);

Observação direta.

Elaboração de questionário de pesquisa (survey23);

Coleta de informações por meio de entrevistas estruturadas24 (aplicação do survey) com

aos representantes das construtoras que atuam no município do Salvador;

Sistematização dos dados;

Aplicação do Método de Valoração Contingente25;

23 Neste estudo, survey é uma palavra de origem inglesa que significa: observar, examinar, estudar, vistoriar. È usadano meio acadêmico para expressar a aplicação de um questionário de pesquisa.

24 São entrevistas que obedecem a um plano sistemático, ou estruturado, constituído por uma série de questõespreviamente escolhidas e integradas num questionário.

25 Ferramenta de valoração ambiental adotada neste trabalho, conforme explicitado no item 4.3.3 seguinte.

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Análise dos dados.

4.1 O UNIVERSO DA PESQUISA

Existe uma grande dificuldade na definição do número das empresas que compõem o

conjunto da indústria da construção civil no Estado da Bahia. O Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE) adotou a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) em sua

Pesquisa Anual sobre a Indústria da Construção Civil (PAIC), cuja última versão é do ano de

2001. As atividades referentes à construção civil encontram-se na seção F – construção, da

classificação, na divisão 45 – construção, que contém seis grupos, conforme mostra o Quadro 4.1.

Quadro 4.1 – Relação das atividades referentes ao setor da construção civil,

segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) do

Ministério da Fazenda.

Atividade de ConstruçãoSeção F – Divisão 45

Grupo Atividades451 Preparação do terreno452 Construção de edifícios e obras de engenharia civil 453 Obras de infra-estrutura para energia elétrica e para

telecomunicações454 Obras de instalações 455 Obras de acabamento456 Aluguel de equipamentos de construção e demolição com

operáriosFonte: Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).

Cada grupo é dividido em classes, perfazendo um total de 17 classes que se dividem em

subclasses, totalizando 513 atividades relacionadas à construção civil. As classes do grupo 452

são mostradas no Quadro 4.2.

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96

Quadro 4.2 – Relação das atividades referentes ao subsetor da construção de

edifícios e obras de engenharia civil, segundo a Classificação Nacional de

Atividades Econômicas (CNAE) do Ministério da Fazenda.

Construção de edifícios e obras de engenharia civil Grupo 452

Classes Atividades4521-7 Edificações (residenciais, industriais, comerciais e de serviços)4522-5 Obras viárias4523-3 Obras de arte especiais 4525-0 Obras de montagem4529-2 Obras de outros tipos Fonte: Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).

A classe 4521-7 – Edificações é a que mais se aproxima das empresas pesquisadas no

presente trabalho. Segundo o IBGE, no ano de 2001, existiam 236 empresas da indústria da

construção civil, na Bahia (IBGE, 2001).

A Fundação João Pinheiro subdivide a indústria da construção civil em: edificações,

construção pesada e montagem industrial (SINDUSCON – BA, 1999). Já o Sinduscon – BA

propõe a seguinte estratificação: edificações em geral, incorporação imobiliária, saneamento,

energia e telecomunicações, terra e pavimentação, instalação e montagens, e obras públicas de

habitação. Segundo essa classificação, as empresas objetos da pesquisa sobre valoração dos

resíduos gerados pela indústria da construção civil no município do Salvador estão inclusas no

sub-segmento edificações em geral. Segundo o Sinduscon – BA, existem 126 empresas da

indústria da construção civil associadas no Estado da Bahia.

O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado da Bahia

(CREA – BA) possui um cadastro com 539 empresas construtoras registradas no Estado,

excluindo as demais atividades do setor.

Devido à abrangência das empresas relacionadas ao setor da construção civil, o presente

trabalho restringiu-se a pesquisar as empresas que desempenham a atividade de construir

edificações em geral. Portanto, sempre que a expressão “indústria da construção civil” for

mencionada na análise e na conclusão da pesquisa, entenda-se que a mesma se refere às empresas

construtoras de edificações em geral.

O tamanho da amostra foi definido em função do número de construtoras cadastradas em

três fontes, a saber: construtoras filiadas ao Sindicato das Indústrias da Construção Civil do

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Estado da Bahia (Sinduscon-BA), construtoras associadas à Associação de Dirigentes de

Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA) e construtoras integrantes do Programa

de Qualidade das Obras Públicas da Bahia (Qualiop).

Procedeu-se à seleção aleatória de 120 construtoras de um total de 196. Dos

questionários aplicados, apenas 100 foram considerados satisfatórios para o estudo. A escolha

aleatória das construtoras possibilitou distinguir as preferências e disponibilidades a pagar pelo

serviço de disposição final do RCC em função das características diferenciadas de cada uma.

4.2 QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

Para obter informações sobre os aspectos socioambientais e econômicos do serviço de

destinação final dos RCCs no município do Salvador, a partir da percepção e das preferências dos

construtores que atuam no município, foi aplicado um survey (questionário), apresentado no

APÊNDICE A, com variáveis dimensionadas para captar, além de aspectos socioambientais,

econômicos e de gestão, a disposição dos construtores para pagar pelo serviço de destinação final

dos RCCs por eles gerados. A técnica utilizada para a coleta dos dados da pesquisa foi a

entrevista estruturada, uma vez que se pretendeu obter dados qualitativos e quantitativos.

Antes da aplicação do survey foram encaminhadas cartas às construtoras informando

sobre a elaboração e os objetivos da pesquisa. Em seguida, foram selecionados e treinados alunos

dos cursos de Filosofia, Psicologia e Museologia da Universidade Federal da Bahia, para atuarem

como entrevistadores da pesquisa, sendo que cada aluno recebeu uma relação de construtoras

com endereço e telefone para marcação das entrevistas, três cartões de respostas para auxiliar os

entrevistados nas respostas às variáveis idade, faturamento (ambas estruturadas em intervalos de

classes) e às variáveis atitudinais. Os entrevistadores foram instruídos de forma a não interferir

nas respostas. As questões foram elaboradas em linguagem simples, embora dirigidas a pessoas

com conhecimento das atividades inerentes ao setor da construção civil. As entrevistas foram

realizadas com os representantes das empresas, ou por seus funcionários.

Inicialmente foram aplicados dez questionários pilotos para testar as variáveis elencadas

no survey e detectar possíveis vieses ocasionados pelos métodos adotados ou por

comportamentos não previstos que interfiram na representatividade dos valores obtidos, pois,

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segundo Trivinos (199426, apud PIROLO et al, 2004, p. 08), “a organização das perguntas é

resultado das teorias que fundamentam o estudo, e as informações obtidas durante as entrevistas

retroalimentam o projeto dando-lhe novas dimensões”. Como resultado, foi elaborada uma

segunda versão do questionário, com os ajustes necessários.

A pesquisa de campo foi realizada entre os meses de março e julho de 2004.

Finalmente, os dados obtidos do survey foram cadastrados e sistematizados para análise

quantitativa e qualitativa.

4.2.1 Descrição das Variáveis

O survey é composto de 54 variáveis que foram agrupadas em cinco categorias distintas,

conforme segue: 1) variáveis socioeconômicas; 2) variáveis de gestão dos RCCs; 3) variáveis

ambientais/atitudinais; 4) variáveis comportamentais; e 5) variáveis relacionadas à disposição a

pagar pelo serviço de disposição final dos RCCs (vide APÊNDICE A). Das 54 variáveis, 53 são

consideradas variáveis independentes e apenas a variável da disposição a pagar pelo serviço de

disposição final do RCC é dependente.

As variáveis socioeconômicas são aquelas que detectam as características e atributos do

entrevistado e da empresa que está sendo observada, no intuito de inferir sobre como esses dados

afetam as demais variáveis, sobretudo à variável dependente. Foram elaboradas 11 variáveis

socioeconômicas descritas a seguir:

Sexo do entrevistado

Bairro onde situa-se a empresa

Idade do entrevistado

Profissão do entrevistado

Cargo que ocupa na empresa

Faturamento total da empresa

Tempo de atuação da empresa no mercado

Número de funcionários da empresa

Entidades as quais a empresa pertence

Porte da empresa

26 TRIVINOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais. São Paulo: Atlas, 1994.

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As variáveis de gestão dos RCCs são aquelas que buscam captar informações sobre o

nível organizacional da empresa com relação ao gerenciamento desses resíduos, sobre os volumes

de resíduos gerados, bem como avaliar o nível de conhecimento dos entrevistados sobre os

procedimentos legais para gestão dos RCCs. A seguir, consta o teor das 17 variáveis de gestão.

Destinação do entulho gerado na empresa

Conhecimento sobre a existência de postos de descarga de RCC e sua localização

Utilização dos postos de descarga de RCC

Conhecimento sobre a existência de bases de descarga de RCC e sua localização

Utilização das bases de descarga de RCC

Tipo de transporte do RCC

Preço cobrado pelo transporte do RCC

Freqüência de coleta do RCC

Geração mensal com a coleta de RCC

Gasto mensal com a destinação do RCC

Separação do RCC na obra

Aproveitamento do RCC na obra

Comercialização do RCC gerado na obra

Utilização de RCC reciclado na obra

Planos de gerenciamento de RCC na obra

As variáveis ambientais/atitudinais captam o conhecimento dos entrevistados sobre a

degradação ambiental real e potencial existentes na área objeto de estudo, e as suas percepções

socioambientais. São 16 as variáveis ambientais/atitudinais e, segue abaixo, o enfoque dado a

essas variáveis:

Problemas gerados pelos RCC

Nível de degradação ambiental no município

Campanhas de educação ambiental desenvolvidas pela empresa

Investimento municipal na atividade de reciclagem

Conhecimento sobre a mais recente Resolução do Conama que trata sobre os RCCs

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Opiniões diversas sobre as relações socioeconômicas e ambientais

As oito variáveis comportamentais foram projetadas para medir quantitativamente as

percepções ambientais/atitudinais e a satisfação do entrevistado quanto ao serviço municipal de

gestão dos RCC.

As variáveis relacionadas à disposição a pagar pelo serviço de disposição final dos

RCCs são duas: uma dependente, que busca captar do usuário o valor monetário que ele estaria

disposto a pagar pelo serviço; e uma independente e qualitativa, que busca captar do usuário a sua

preferência pelo tipo de gerenciamento das áreas selecionadas para disposição final dos RCC.

4.3 VALORAÇÃO AMBIENTAL

4.3.1 Bem Público

Em vários países europeus, como Holanda, Espanha e Reino Unido já existem

mecanismos de cobrança do serviço de disposição final dos RCCs. Essas taxas funcionam como

instrumentos de regulação das atividades da construção civil, na medida em que obrigam os

geradores de resíduos a adotarem alternativas para a sua redução. Investimentos em novas

tecnologias de reciclagem de RCC são crescentes e necessários, seja pela escassez das matérias

primas para a confecção de elementos para a construção civil, seja pela quase inexistência de

áreas disponíveis para depositar esses resíduos.

No Brasil não há tradição na criação de áreas específicas para a disposição final dos

RCCs, sendo estes colocados em lixões, terrenos baldios ou em aterros. Com a aprovação da

Resolução nº 307/02 do Conama, os municípios ficam obrigados, a partir de 02 de julho de 2004,

a implementar os Planos Integrados de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil que

devem conter “o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para recebimento, triagem

e armazenamento temporário de pequenos volumes, em conformidade com o porte da área

urbana municipal” (CONAMA, 2002), com vistas à destinação posterior dos resíduos oriundos

de pequenos geradores às áreas de beneficiamento. O município do Salvador já dispõe de áreas

destinadas para esse fim, os PDEs (para pequenos geradores) e a BDE (para pequenos e grandes

geradores) administrados pela Limpurb. Essas áreas de disposição podem ser utilizadas por

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quaisquer indivíduos e sem cobrança, o que, teoricamente, caracteriza esse serviço como um bem

público, ou seja, atende aos princípios de não-rivalidade e não-exclusão, conforme conceito

apresentado por Byrnes e Stone (1996): “os bens públicos são não-rivais, porque podem ser

consumidos simultaneamente por inúmeras pessoas, e não-exclusivos, porque negar às pessoas o

acesso a tais bens é proibitivamente dispendioso”. A existência de bens públicos é considerada

um fenômeno que impede a economia de alcançar o ótimo de Pareto27, ou seja, o estado de bem

estar social através do livre mercado, sem interferência do governo, em outras palavras, uma

falha de mercado. Vale ressaltar que apesar das muitas definições de bens e serviços públicos,

nem sempre correspondentes na literatura ou no Direito, o traço básico de distinção de outras

atividades é o fato de ser essencial, e quem, efetivamente, define as atividades consideradas como

serviços públicos é o Estado, por meio de normas legais.

A inexistência do direito exclusivo de uso do bem ou serviço dificulta o

estabelecimento de um preço para o seu uso. Da mesma forma, esse preço só poderá ser

determinado pela valoração de cada usuário do serviço. Segundo Belluzzo (1995), qualquer

discussão sobre o valor de um bem público deve “considerar que este valor só pode ser

entendido como a expressão monetária dos benefícios derivados de sua provisão, sob a ótica

pessoal de cada indivíduo, agregados através de todos os indivíduos na sociedade”. Como o

valor econômico total de um bem ou serviço público não é revelado pelo mecanismo de livre

mercado, o valor a ele atribuído é o excedente do consumidor, que é a diferença entre o preço que

o indivíduo está disposto a pagar por aquela unidade especifica do bem e o preço que realmente é

pago, ou seja, o valor dos benefícios monetários auferidos pelos próprios usuários do serviço,

uma vez que não existe preço de mercado a ele associado. Na literatura corrente, o conceito de

excedente do consumidor representa um indicador de bem estar.

4.3.2 Valor Econômico Total

A Agenda 21 brasileira estabelece em seu capítulo 21 que “o manejo ambientalmente

saudável dos resíduos se encontrava entre as questões mais importantes para a manutenção da

qualidade do meio ambiente da Terra e, principalmente, para alcançar um desenvolvimento

sustentável e ambientalmente saudável em todos os países” (BRASIL, 2000). A Conferência

27 O produto é um ótimo de Pareto se, somente se, nenhum agente ou situação pode estar em uma posição melhorsem fazer com que outro agente ou situação assuma uma posição pior.

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sobre meio ambiente e desenvolvimento, realizada em 1992, no Rio de Janeiro, reconheceu que

as atividades relacionadas ao gerenciamento dos resíduos sólidos possuem valores econômicos,

sociais e ambientais.

A seguir, o sub-item 21.3 da Agenda define que “os resíduos sólidos, para os efeitos do

presente capítulo, compreendem todos os restos domésticos e resíduos não perigosos, tais como

os resíduos comerciais e institucionais, o lixo da rua e os entulhos de construção”. (BRASIL,

2000, grifo nosso). Complementando, um dos objetivos estabelecidos para a redução do mínimo

dos resíduos, explícito no sub-item 21.8, alínea b, do documento supracitado, destaca a

necessidade de utilizar instrumentos econômicos na gestão dos resíduos, conforme indica a

transcrição:

Reforçar os procedimentos para determinar a quantidade de resíduos e asmodificações em sua composição com o objetivo de formular políticas de minimização dos resíduos, utilizando instrumentos econômicos ou de outrotipo para promover modificações benéficas nos padrões de produção e consumo.(BRASIL, 2000, grifo nosso).

Finalmente, como meio de implementação da maximização ambientalmente saudável do

reaproveitamento e da reciclagem dos resíduos, a Agenda sugere, no sub-item 21.24, alínea c, que

os países devem “Empregar instrumentos econômicos e regulamentadores, inclusive incentivos

fiscais, para apoiar o princípio de que os que produzem resíduos devem pagar por seu

depósito”. (BRASIL, 2000, grifo nosso).

Assim, a Agenda buscou demonstrar, como estratégia de medidas para deter e inverter

os efeitos da degradação do meio ambiente e para promover o desenvolvimento sustentável. O

manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos, especificamente à sua disposição final,

deverá ser associado um valor econômico e que a utilização de critérios econômicos é relevante

na sua implementação.

A tendência atual e futura é embasar as decisões de políticas públicas em considerações

econômicas, seja no conhecimento dos valores econômicos associados à preservação e

conservação ambiental, seja na determinação desses valores para os serviços que satisfazem

concretamente às necessidades coletivas. Segundo Mota (2001), o papel da valoração é de suma

importância na correção de distorções existentes nas políticas públicas em vigor e enfatiza:

“devendo os governos formularem políticas compensatórias que incluam a valoração como um

dos fatores corretivos” (MOTA, 2001).

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Atualmente, a Economia Ambiental, fundamentada na Teoria Econômica Neoclássica,

surgiu nas décadas de 50 e 60, nos EUA se propondo a estudar métodos de valoração que

buscassem integrar as dimensões da sustentabilidade, de forma a determinar os valores

econômicos de bens e serviços que não têm preço no mercado. Trata-se da denominada valoração

integrada que avalia um ativo ambiental ou um bem ou serviço pelas perspectivas ecológicas e

econômicas, considerando as variáveis socioeconômicas e ambientais (MOTA, 2001).

A valoração integrada permite mensurar o valor monetário do recurso natural

pelas óticas do valor instrumental (valor econômico) e do valor intrínseco (valor

ecológico). O primeiro é o valor de uso do ativo natural pela abordagem

antropocêntrica, de conteúdo puramente utilitarista, do recurso natural. O

segundo está intimamente ligado à ética do usuário em relação ao meio

ambiente. Portanto, o valor intrínseco tem forte ligação com a percepção e as

atitudes das pessoas, no que se refere à sustentabilidade do ativo natural, em

relação a conservá-lo/preserva-lo para as futuras gerações. (MOTA, 2001)

A valoração econômica consiste na mensuração da disposição a pagar de um grupo e

indivíduos pelo usufruto de um bem ou serviço ambiental. A todo bem ou serviço ambiental pode

ser associado um valor econômico, posto que a sua existência interfere no bem estar da

comunidade. O conceito de valor econômico total de um bem ou serviço ambiental é composto

de quatro parcelas, quais sejam: valor de uso direto, valor de uso indireto, valor de opção e valor

de existência. Os três primeiros podem ser considerados como valor de uso e o quarto como valor

de não-uso. Segundo Pearce (1995, apud MOTA, 2001), esses valores econômicos têm os

seguintes significados:

Valor de uso direto: refere-se ao uso direto, imediato do recurso ambiental como fonte

primária da matéria prima, de lazer, de recursos naturais, de educação, dentre outros. A

viabilidade do serviço de disposição final de resíduos depende diretamente da

disponibilidade de áreas de grandes dimensões, cujo valor de uso direto é determinante na

composição final da valoração do serviço.

Valor de uso indireto: caracteriza-se pelos benefícios proporcionados pela função

ecológica do ativo ambiental, pois determinados recursos armazenam muitas espécies que

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são responsáveis pela manutenção da biodiversidade, como a proteção de bacias

hidrográficas, preservação de habitat para espécies migratórias, estabilização climática,

seqüestro de carbono. Os benefícios atuais conseqüentes da disposição regular dos

resíduos sólidos, podem ser caracterizados como a diminuição ou eliminação da

degradação de corpos hídricos e do solo, da conservação das áreas públicas e da

minimização da poluição visual, dentre outros.

Valor de opção: relaciona-se com a disposição a pagar declarada pelas pessoas, com a

finalidade de conservar o recurso ambiental e, também, com a tendência humana de evitar

o risco, isto é, a possibilidade de que os recursos não estejam mais disponíveis no futuro,

ou seja, deriva da opção de usar o recurso no futuro. A disposição de resíduos da

construção civil no solo, visando a preservação de materiais segregados de forma a

possibilitar seu uso futuro quando forem desenvolvidas tecnologias para o seu

reaproveitamento, visa, no futuro, a preservação dos recursos naturais utilizados como

matérias-primas.

Valor de existência: baseia-se na parcela do valor econômico do recurso ambiental

somente pela sua existência, que independe do seu uso presente ou futuro. Representa os

princípios éticos, morais, religiosos e culturais inerentes ao recurso.

Vários métodos têm sido utilizados para calcular o valor econômico de um bem público.

As várias abordagens são dividas em métodos indiretos e métodos diretos.

Os métodos indiretos são aqueles que inferem um valor econômico do bem utilizando as

informações de mercado existentes sobre o seu uso, ou seja, a partir do comportamento do

indivíduo em mercados de bens complementares ou substitutos. Dentre esses métodos, destacam-

se:

Método do Custo de Viagem: estima o valor de uso recreativo por meio de análises dos

gastos dos visitantes associados à viagem. Geralmente aplicam-se questionários aos

visitantes do lugar com informações sobre origem do visitante, hábitos e gastos.

Relacionam-se esses dados com a freqüência de visitas de modo que uma relação de

demanda seja estabelecida. Essa função de demanda é então utilizada para estimar o valor

de uso do lugar.

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O princípio básico desse modelo é que a quantidade de visitas feitas por

recreacionistas ao ativo ambiental é uma função dos gastos, de variáveis

socioeconônicas e atitudinais, de forma que uma curva de demanda seja

estimada para esse mercado hipotético e o excedente do consumidor seja

calculado. (MOTA, 2001).

Mercado de Preço Hedônico: estima a demanda individual por atributos ambientais

característicos de bens que têm a natureza de bens públicos. O preço das qualidades

ambientais é derivado da comparação do preço do bem em questão com o preço de outros

bens substitutos. Os dois principais mercados hedônicos são o mercado imobiliário e o

mercado de trabalho.

Para estimar a função de hedônicos é necessário obter dados de preços dos

imóveis e todas as características do imóveis que sejam relevantes para a

formação do preço de mercado. Ao derivarmos parcialmente essa função pelas

características obtemos os preços implícitos que, amenos de uma função linear,

variarão com nível das características. [...] Para que os preços implícitos possam

ser considerados custos marginais, a hipótese que está por trás é que todo o

indivíduo está em equilíbrio no mercado de imóveis, ou seja, para cada

característica, esses indivíduos compraram exatamente a quantidade que iguala

seu custo marginal com seu benefício marginal (MOTA, 2001).

A inexistência de mercado no consumo dos bens públicos torna impossível a aplicação

dos métodos indiretos. Nesse caso, a estimativa do valor econômico para esses bens é por meio

da utilização de métodos diretos.

Os métodos diretos inferem as preferências individuais por bens e serviços não

transacionados no mercado, a partir de perguntas feitas diretamente às pessoas, criando assim um

mercado hipotético e utilizam essas informações para derivar o valor do bem ou serviço. O

principal método direto é o Método de Valoração Contingente, que foi o instrumento de

valoração econômica adotado na presente pesquisa, cuja conceituação está apresentada a seguir.

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4.3.3 Método de Valoração Contingente

No início do ano de 1947 ocorreu a primeira publicação sobre o método de valoração

contingente, quando o economista Ciriacy-Wantrup28 sugeriu o uso do método para medir os

benefícios da prevenção de erosão do solo. Na década de 60, visando a sua tese de doutoramento

na Universidade de Harvard, o economista Davis Knetsch aplicou o método entrevistando 121

caçadores e recreacionistas da Floresta do Maine, nos EUA. (MOTA, 2001). Em 1967, Ronald

Ridker aplicou o método para estudar a poluição do ar. Na década de 70 muitos economistas

utilizaram o método para avaliar o valor recreacional de recursos naturais (ESPEDITO, 2002).

Outro trabalho pioneiro foi a tese de doutorado de Hanenmann, em 1978, quando ele determinou

a disposição a pagar pela melhoria da qualidade da água das praias de Boston, nos EUA

(ESPEDITO, 2002). Segundo Carrera-Fernadez e Menezes (2000), “Foi a partir da formulação

teórica de Hanemann (1984)29, através de um modelo de maximização da utilidade, que o MAC

ganhou sustentação metodológica”. A partir desse autor, foi possível estimar monetariamente as

mudanças no bem-estar dos usuários do bem ou serviço não existente no mercado real.

O método de avaliação contingente consiste em estimar o valor da disposição a pagar

dos usuários de bens ou serviços públicos por meio de surveys estrategicamente estruturados para

extrair desses indivíduos as suas preferências pelo bem/serviço, criando um mercado hipotético.

Essas preferências são captadas por meio de entrevistas pessoais, onde os indivíduos revelam a

sua disposição a pagar para assegurar um benefício; disposição a aceitar abrir mão de um

benefício; disposição a pagar para evitar uma perda e disposição a aceitar uma perda (PEARCE,

D. W.;TURNER, R. K.,199030, apud MOTA, 2001).

Existem duas técnicas utilizadas para obtenção da disposição a pagar: a técnica de

questões abertas e a técnica de questões fechadas. A primeira técnica consiste em abordar o

entrevistado perguntando diretamente, qual seria a sua disposição a pagar por um determinado

bem ou serviço. Esta foi a técnica adotada na presente pesquisa, onde inicialmente foi

apresentado ao entrevistado um cenário criado com o objetivo de apresentar informações gerais

28 Em 1952 o autor publicou o livro Resource Conservation: economics and policies. Bekerley: University ofCalifórnia Press, que tratava do assunto (ESPEDITO, 2002).

29 HANEMANN, W. M. Welfere evaluation in contingent valuation experiments with discrete response data.American Journal of Agricultural Economics. V. 66, n. 3, 1984.

30 PEARCE, D. W.;TURNER, R. K. Economics of natural resources and the environment. Baltimore: The JohnsHopkins University Press, 1990.

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sobre o serviço proposto. Segundo Mitchel e Carson31 (1993, apud ESPEDITO, 2001), existem

informações sobre o objeto de estudo que os entrevistados devem conhecer para que não ocorram

interferências na confiabilidade dos dados resultantes da aplicação da avaliação contingente.

Estas informações são as seguintes: o nível de utilidade de referência; a natureza do bem público;

a relevância dos preços de outros bens; a condição de provisão dos bens e formas de pagamento e

a natureza da disposição a pagar pretendida.

Com relação ao nível de utilidade de referência, considerou-se importante esclarecer ao

entrevistado sobre o direito e à responsabilização do uso do serviço. Não foi considerado

relevante inferir sobre as restrições orçamentárias do usuário, pois estes são empreendedores que

visam a minimização dos custos em suas atividades. O serviço de disposição final do RCC foi

bem caracterizado, bem como as inovações e modificações que devem ocorrer no sistema atual,

em virtude da Resolução Conama nº 307/02, já em vigor. Foi informado sobre a aplicação de

taxas semelhantes em outros países, sem declarar o valor cobrado nesses locais, nem mesmo

aquele que se pretende cobrar no município, para não criar o viés do ponto inicial, que será

explicado mais adiante. A forma de pagamento e a natureza da disposição a pagar também foram

devidamente esclarecidas. Após a apresentação do cenário, a questão aberta formulada foi a

seguinte:

Para que o serviço de disposição final do RCC seja mantido, quanto você estaria disposto a

pagar, em R$, por cada metro cúbico (m3) de RCC depositado nas áreas licenciadas?

A técnica de questões abertas tende a produzir respostas nulas ou nenhuma resposta

devido à inexistência de um valor de referência, por se tratar de um serviço que não é disponível

no mercado.

A técnica de questões fechadas apresenta ao entrevistado um valor ou uma lista de

valores como dados de referência para que ele possa expressar a sua disposição a pagar pelo

serviço.

31 MITCHELL, R. C.; CARSON, R. T. Using surveys to value public goods: the contingent valuation methods. 3 ed.Washington: Resources for the Futures, 1993.

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Segundo Hanley; Shogren e White (199732, apud MOTA, 2001), são cinco os estágios

de desenvolvimento do método de valoração contingente:

Criação do mercado hipotético: consiste em descrever, por meio de um survey de

pesquisa, o fluxo de serviço que se deseja avaliar, indicando-se as qualidades do

bem/serviço natural, suas características e as variáveis a serem mensuradas pelos usuários.

Obtenção dos dados: nesse estágio, o survey é administrado para captar as atitudes das

pessoas em relação ao recurso natural em análise; as equipes de pesquisa devem ser

treinadas; o instrumento de pesquisa é simulado em teste de campo (questionário piloto);

a coleta de dados pode ser feita por entrevista pessoal ou outro mecanismo, tendo como

suporte o cartão de pagamento, questão aberta ou questão de referendum.

Estimação da disposição a pagar: estabelece-se uma função utilidade para cada pessoa,

assim: U=U (Q,Y,X), onde Q é o vetor de variáveis que expressa a qualidade ambiental,

Y é o vetor renda e X é o vetor de características socioeconômicas dos usuários do

recurso natural. Escolhe-se, então o mecanismo tipológico da disposição a pagar.

Investigação da função estocástica da disposição a pagar: a disposição a pagar é a partir

de um conjunto de variáveis explanatórias, ou seja, DAP = f(Si,Ai), em que a matriz Si é

formada pelas variáveis socioeconômicas e a matriz Ai é formada pelas variáveis que

refletem as atitudes dos usuários em relação ao recurso natural; analisa-se a adequação

dos vetores de variáveis independentes à disposição a pagar por meio de testes

paramétricos para a os modelos estatísticos selecionados.

Dedução do valor da disposição a pagar: com base no modelo escolhido, infere-se para a

população, objeto de estudo, o valor médio da disposição a pagar.

Existe um consenso de que algum tipo de viés pode ocorrer na utilização da valoração

contingente, se os estágios de desenvolvimento do método não forem desenvolvidos

cuidadosamente. Nos parágrafos seguintes, é apresentada a descrição dos principais vieses que

podem afetar a confiabilidade do método de avaliação contingente (FREEMAN III (1994);

ABELSON (1996) e BOWERS (1997), apud, MOTA (2001)).

32 HANLEY, N.; SHOGREN, J. F.; E WHITE, B. Environmental economics: in theory and practice. London:Macmillan, 1997.

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109

O viés estratégico ocorre quando o entrevistado influencia o resultado da resposta, não

revelando suas verdadeiras preferências, revelando um valor abaixo da sua disposição a pagar.

Esse viés pode ter ocorrido na presente pesquisa, pois qualquer tipo de taxação do serviço de

destinação final do RCC interferirá no incremento dos gastos das atividades dos entrevistados

(construtores civis).

O viés do ponto inicial refere-se à influência na disposição a pagar que um valor inicial

de referência pode causar quando é sugerido pelo entrevistador. Esse viés não ocorreu no

presente trabalho, pois a técnica adotada de questão aberta não ofereceu ao entrevistado nenhum

valor de escolha.

O viés do instrumento de pagamento caracteriza-se pela escolha da forma de pagamento

da disposição a pagar. Nesse trabalho não deve ocorrer esse viés, pois os entrevistados já

conhecem a forma de pagamento por metro cúbico de resíduo gerado devido à existência de

serviço de coleta de RCC cujo tipo de cobrança é similar, apesar de apresentar componentes de

custos totalmente diferentes dos custos oriundos da disposição final desses resíduos.

O viés da informação está relacionado à qualidade da informação que é fornecida ao

entrevistado, por meio do survey e do cenário apresentado. No desenvolvimento da pesquisa

houve o cuidado de informar sobre o seu objeto de forma sistemática, de modo que todos os

entrevistados recebessem a mesma informação. Supondo que os entrevistadores executaram todos

os procedimentos conforme demonstrado nos treinamentos, possivelmente esse viés não tenha

ocorrido.

O viés hipotético decorre da construção do mercado hipotético que não é familiar para o

usuário. Relaciona-se à dificuldade do entrevistado em entender esse mercado hipotético. Este

viés pode ter sido insignificante no presente trabalho, uma vez que a unidade de mensuração do

serviço proposto (R$/m3) é familiar ao entrevistado.

O viés de protesto ocorre quando o entrevistado protesta quanto ao serviço avaliado ou

proposto se declarando contra o pagamento daquele serviço, alegando vários motivos como

incompetência administrativa, altos tributos cobrados pelo Estado, etc. A ocorrência desse viés

foi minimizada no presente trabalho, pois, prevendo a ocorrência desses protestos, os

entrevistados foram questionados sobre a razão de não estarem dispostos pagar pelo serviço.

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110

4.3.4 Modelo Econométrico Proposto

Para alcançar o objetivo geral proposto na presente pesquisa, foram analisados os

determinantes da disponibilidade a pagar do setor da construção civil, especificamente do sub-

setor de edificações em geral, pelo serviço público de disposição final dos resíduos da construção

civil (RCC), no Município do Salvador – BA, por meio da valoração contingente.

O Quadro 4.3 mostra a análise descritiva de algumas variáveis da pesquisa, das quais a

disposição a pagar apresentou média igual a 2,75 reais por metro cúbico e mediana igual a 1,00

real por metro cúbico, com desvio padrão de 4,00 reais por metro cúbico. Considerando, por

aproximação, que a produção anual de RCC no ano de 2004 seja a mesma do ano de 2003 (610

998 t), e sabendo-se que a massa unitária de amostras de RCC analisadas em Salvador é igual a 1

345 kg/m3, infere-se que o gasto anual dos construtores do município com a disposição final dos

RCC será de R$ 1 249 252,42.

Quadro 4.3: Análise da estatística descritiva de variáveis da pesquisa.

Estatísticas Variáveis

Faturamentomensal da empresa (reais)

Tempo de atuação da empresanomercado(anos)

Número de funcionários da empresa

Preçocobradopelometrocúbico(reais)

Gasto mensalcom a destinação do RCC (reais)

Disposição a pagar pela disposiçãofinal do RCC (reais)

Média 473 800,00 15 93,44 9,24 880,90 2,75Mediana 175 000,00 10 56,50 10,00 455,00 1,00Desviopadrão 743 632,00 12,98 92,74 4,91 1 205,53 4,00

Inicialmente foi construída a matriz de correlação entre as variáveis numéricas

apresentadas no Quadro 4.4. Constatou-se que a variável DAP (variável resposta) se correlaciona

de forma significante apenas com a variável IMPAREC.

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111

Quadro 4.4 – Relação das variáveis consideradas na composição do preço da disposição dos RCCs nas áreas licenciadas.

Variável Nome da variável

Faturamento mensal da empresa. RENDAImportância com a possibilidade da criação de novos empregos com a adoção da reciclagem.

IMPAREC

Importância com a segregação do RCC no canteiro de obras IMPSEG

Importância com o reaproveitamento e a reciclagem IMPRREC

Importância com os problemasambientais no município IMPPAMB

Nota para o sistema de coleta de RCC no município COLSAL

Nota para o rigor da fiscalização da Prefeitura quanto a disposição irregulardos RCCs.

RIGOR

Conhecimento da estrutura da prefeitura do município CONHEC

Freqüência de coleta do entulho na obra. FREQCOLPreço cobrado pelo metro cúbico do entulho coletado. PM3

Tempo de atuação da empresa no mercado, em anos. TEMPM

Disposição a pagar pela disposição do RCC nas áreas licenciadas. DAP

Os gráficos apresentados no APÊNDICE C mostram que a variável DAP tem

distribuição aproximadamente normal. Foi construído um modelo de regressão linear que melhor

se ajustou aos dados.

Assim, a disponibilidade a pagar pelo serviço de disposição final do RCC nas áreas

licenciadas é representada pelo seguinte modelo de regressão linear múltipla:

Yi = XiT . i + i,(4.1)

Onde Yi representa a disponibilidade a pagar, XiT é o vetor transposto das variáveis que

formam o preço da disposição a pagar, i é o vetor de parâmetros a determinar e i é o distúrbio

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112

resultante da diferença entre a DAP observada e a DAP calculada. Esse distúrbio é admitido ser

independente e normalmente distribuído, com média zero e variância 2.

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113

CAPÍTULO 5

GESTÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DO

SALVADOR/BA

5.1 ASPECTOS PRELIMINARES Na literatura corrente, o conceito de gestão pode ser entendido como o processo de

administração que consiste em orientar, dirigir e controlar os esforços de um grupo de indivíduos

para um objetivo comum. Para Theodoro et al (2004), a gestão ambiental tem a função de

planejar, controlar, coordenar e formular ações para que se atinjam os objetivos previamente

estabelecidos para um dado local, região ou país. Na maioria das vezes, a gestão ambiental

comporta-se como uma importante prática para se alcançar o equilíbrio dos mais diversos

ecossistemas. Equilíbrio este, que envolve as questões naturais, mas, também, as dimensões

econômicas, sociais, políticas, culturais, entre outras.

Na gestão dos resíduos sólidos, o modelo mais utilizado pelas instituições responsáveis

pela regulamentação, controle e fiscalização das atividades a eles relacionadas, é o chamado

modelo de gestão integrada de resíduos sólidos. Esse modelo consiste em conceber, implementar

e administrar sistemas de limpeza pública considerando uma ampla participação dos setores da

sociedade na perspectiva do desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade do modelo é vista

de forma abrangente, envolvendo as dimensões ambientais, sociais, culturais, políticas,

econômicas e institucionais. O processamento do modelo pressupõe a articulação de políticas e

programas de vários setores da administração pública e de vários níveis de governo, envolvendo

o poder legislativo e a comunidade local, a busca de recursos financeiros, a garantia da

continuidade das ações e a adoção de tecnologias e soluções adequadas à realidade local. Para

garantir a sustentabilidade da gestão integrada dos resíduos sólidos, pode-se elencar metas

essenciais para esse propósito, tais como: redução ao mínimo da geração, aumento ao máximo da

reutilização e da reciclagem, promoção do depósito e do tratamento ambientalmente saudáveis

dos resíduos e a universalização do atendimento.

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114

A gestão correta dos resíduos da construção civil (RCC) depende da construção de um

modelo de gestão que pressupõe o conhecimento de todo o processo produtivo, desde a origem da

geração até a sua disposição final. A viabilidade de um bom modelo de gestão depende de várias

ações, tais como: a instituição de um arcabouço legal que possibilite a sua implementação, o

estabelecimento de instrumentos econômicos como a criação de taxas de deposição final em

aterros licenciados, cujo valor deve ser proporcional ao potencial de reuso ou de reciclagem,

planos de gestão, a adoção de políticas voltadas à disseminação da demolição seletiva, a adoção

do sistema de gestão ambiental e a análise do ciclo de vida dos produtos da construção civil. Tal

modelo deve considerar ações em conformidade com as obrigações ambientais, com a gestão da

qualidade, da saúde e da segurança, configurando um sistema de gestão integrada dos RCC. Não

existe um modelo único a ser aplicado em todos os lugares e em todas as situações, pois o fator

determinante na elaboração de modelos de gestão de resíduos, em particular de RCC, é a sua

característica local (cultural, social e econômica). Ainda assim, se faz necessário o conhecimento

das práticas adotadas em países mais desenvolvidos com experiência de gestão desses resíduos. A

União Européia (UE) estabeleceu um conjunto de princípios gerais que um modelo de gestão de

resíduos deve atender (COMISSÃO EUROPÉIA, 2000), quais sejam:

Princípio da prevenção – minimizar e prevenir a produção de resíduos;

Princípio da precaução – prevê problemas potenciais;

Princípio da proximidade – os resíduos devem ser eliminados o mais próximo possível

dos locais de origem;

Princípio do poluidor-pagador – os poluidores deve pagar pelos danos ambientais que

provocam.

A União Européia enuncia como estratégia a adoção de ações voltadas para a prevenção

de resíduos, o reuso e a reciclagem, e a otimização da destinação final. Nota-se que o modelo

proposto pela União Européia baseia-se no modelo de gestão integrada apresentado

anteriormente.

Como apresentado no Capítulo 3.3 desta pesquisa, o município do Salvador tem

exercitado várias tentativas de gestão de RCC nos últimos vinte anos, onde prevaleceu, até o final

do século XX, o modelo de gestão corretiva, baseado no monitoramento de pontos clandestinos

de disposição final desses resíduos, e sua conseqüente retirada, por meio de caminhões.

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115

Entretanto, a experiência e os fatos demonstraram se tratar de um modelo ultrapassado e

ineficiente.

Diante do que foi apresentado, pode-se afirmar que a correta gestão dos RCC passa pela

implementação de um modelo que, aliado a um conhecimento profundo da realidade local no que

se refere aos RCC, deverá incluir as várias fases de todo o processo construtivo, desde a sua

produção até a recolha, passando pelo seu processamento até se chegar ao seu destino final. A

implementação desse modelo não é tarefa fácil, pois pressupõe o envolvimento de toda a cadeia

produtiva dos materiais de construção civil, pois deverão assumir a responsabilidade de adotar

tecnologias limpas e de reciclagem voltadas para a fabricação de materiais alternativos e seguros,

bem como receber todos os resíduos resultantes da sua produção que não tenham destinação

legalmente determinada, como embalagens de produtos químicos (tintas, impermeabilizantes,

resinas, etc); passando por toda a sociedade civil, principalmente pelos construtores e prestadores

de serviços, que deverão se responsabilizar pela segregação dos RCCs na origem para destinação

conforme as classes de resíduos regulamentadas; até os órgãos públicos cuja função é oferecer

condições legais, políticas e técnicas para a viabilidade do modelo.

5.2 MODELO DE GESTÃO DIFERENCIADA

A caracterização e os pressupostos do modelo de gestão diferenciada aplicada aos

resíduos da construção civil (RCC) estão descritos por (PINTO, 1999) e serão aqui

reapresentados. Em seguida, serão discutidas as conseqüências de sua aplicação no município de

Salvador.

O modelo proposto pelo autor busca instituir um modelo sustentável de gestão dos RCC

baseado na ampliação dos serviços públicos. Constitui-se de três ações básicas, segundo o autor,

capazes de criar um novo serviço público, quais sejam: 1) maximização da captação dos RCC

diferenciado-se grandes e pequenos geradores; 2) reciclagem dos RCC em áreas pré-

determinadas e 3) alteração de procedimentos e culturas. Os objetivos do modelo são

apresentados a seguir:

reduzir os custos municipais com a limpeza urbana, com a destinação dos resíduos e com

a correção dos impactos decorrentes na Gestão Corretiva;

dispor de forma facilitada os pequenos volumes de RCC gerados;

descartar racionalmente os grandes volumes gerados;

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116

preservar o sistema de aterros como condição para a sustentação do desenvolvimento;

melhorar a limpeza urbana;

incentivar à presença e consolidação de novos agentes de limpeza urbana;

preservar o meio ambiente com a redução dos impactos por má deposição, reduzir o

volume aterrado e reduzir a exploração de jazidas naturais de agregados para a construção

civil;

preservar a paisagem e a qualidade de vida nos ambientes urbanos;

incentivar as parcerias para captação, reciclagem e reutilização de RCC;

incentivar a redução da geração nas atividades construtivas.

Além desses, o autor considera ainda como objetivo do modelo a busca de mecanismos

reguladores e econômicos que responsabilizem os geradores.

Para alcançar os objetivos propostos, o autor estabelece como condição a implementação

integrada das seguintes diretrizes básicas: 1) facilitação total da disposição dos RCC e de outros

resíduos encontrados na sua geração; 2) diferenciação integral dos resíduos captados e 3)

alteração da destinação dos resíduos captados, por meio da reciclagem.

O autor coloca como característica intrínseca do modelo, a aplicação integrada das

diretrizes:

[...] permitindo a necessária integração entre resíduos que costumam ter

destinos comuns, integração entre agentes (geradores e coletores, públicos e

privados), integração entre processos que têm que ser articulados: coleta

extensiva de resíduos, reciclagem eficiente da mais ampla gama de tipos

possível, uso intenso de resíduos reciclados em obras e serviços públicos e

privados (PINTO, 2001).

A facilitação total da disposição baseia-se na seleção de áreas públicas para implantação

de pontos oficiais de descarte de RCC. São considerados dois tipos de áreas: as pequenas áreas,

com aproximadamente 300 metros quadrados, para disposição de pequenos volumes e as áreas

médias, com 3 000 a 5 000 metros quadrados, para recepção de grandes volumes, oferecendo

toda a infra-estrutura necessária para as atividades de reciclagem desses resíduos. Em ambos os

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117

casos, deverão ser definidas redes de atração em função das características culturais locais,

garantido a maior proximidade dos geradores, atendendo aos dispositivos ambientais legais.

Segundo o autor, a diferenciação na captação é fundamental no processo de gestão dos

RCC, pois permite a separação, com o uso de equipamentos especiais, de outros tipos de resíduos

que comumente estão contidos na massa de RCC coletada. Essa fase é importante, pois garante o

aterramento de resíduos exclusivamente oriundos das atividades de construção civil.

A alteração da destinação é considerada pelo autor a mola propulsora da sustentabilidade

do modelo, na medida em que os resíduos reaproveitáveis serão destinados às centrais de

reciclagem implantadas na própria área de triagem, evitando o seu aterramento e o conseqüente

esgotamento prematuro das áreas de destinação final.

O modelo pressupõe a articulação entre o poder público e a iniciativa privada com vistas

ao estabelecimento de um mercado futuro de materiais reciclados, contribuindo para a

manutenção dos recursos naturais.

Um forte indutor da presença de operadores privados é, certamente, a possibilidade de superposição de diversas fontes de recursos na mesma atividade- taxas de descarte, comercialização de reciclados e redução de custos de transporte pela utilização otimizada dos mesmos equipamentos para captação deresíduos e distribuição de produtos (PINTO, 2001).

Outras diretrizes são consideradas importantes na implementação do modelo de gestão

diferenciada, das quais podemos citar: as ações e informações voltadas à educação ambiental; a

redução da geração dos resíduos na fonte; e a criação de um núcleo gerencial específico, pelo

Poder Público, para transformar as ações propostas em procedimentos rotineiros. \a seguir são

mostradas algumas assertivas que caracterizam o modelo, consoante determinado pelo autor

(PINTO, 1999):

A adoção da Gestão Diferenciada dos RCD é de competência dos gestores locais,

constituindo expressão dos deveres impostos pelas leis maiores, municipal e federal,

devendo ser licenciada em instâncias locais, sem exigência de estudo de impacto

ambiental e relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA).

A implementação da Gestão Diferenciada e das diretrizes para facilitação e disciplinação

dos agentes, são expressões da competência privativa do poder público municipal e do seu

necessário papel regulador.

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118

O modelo de Gestão Diferenciada dos RCC, objetivando a alteração de procedimentos de

captação, remoção e destinação desses resíduos, pressupõe a evolução do processo de

forma que a iniciativa privada seja incentivada a processar o RCC e canalizar

significativas parcelas dos produtos da reciclagem para o mercado de materiais e

componentes para a construção.

A parceria das municipalidades com a iniciativa privada pode se dar nos investimentos

para implantação das Centrais de Reciclagem e no próprio processo de remoção dos

resíduos captados nas pequenas áreas, que irão constituir a matéria-prima das Centrais.

A permissão de serviço público é o regime jurídico mais adequado e ágil para as

municipalidades alcançarem com parcerias a necessária extensão das soluções

introduzidas pela Gestão Diferenciada dos RCC, permitindo em plenitude a manutenção

da titularidade do Poder Público sobre o serviço e a sua retomada quando a execução pelo

permissionário se mostrar contrária ao interesse público.

A adoção da Gestão Diferenciada dos RCD requer novos instrumentos jurídicos,

formulados com ênfase em algumas abordagens: exercício do poder de compra por parte

da administração pública; responsabilização do gerador; privilégio às atividades

recicladoras.

Os Custos Operacionais e Investimentos para a gestão diferenciada resumem-se em:

Investimentos em obras civis nas áreas selecionadas para triagem e disposição final dos

RCC; valores dos investimentos em equipamentos para remoção diferenciada; valores dos

investimentos em equipamentos para reciclagem; custos operacionais para o

funcionamento das áreas de recebimentos dos resíduos.

5.3 GESTÃO DIFERENCIADA DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM

SALVADOR - BA

No Capítulo 3.3 deste trabalho encontra-se o histórico do serviço de coleta e destinação

final dos resíduos da construção civil (RCC) gerados no município do Salvador, onde foi descrito

todo o processo de concepção e implantação da gestão diferenciada dos RCC. Nessa seção serão

descritos o processo de implantação do sistema de gestão no município do Salvador e as

perspectivas para o futuro.

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119

No intuito de iniciar a construção desse modelo complexo, o município de Salvador vem

implementando ações voltadas à implantação do Modelo de Gestão Diferenciada, inicialmente

com a adoção do projeto de Gestão Diferenciada de Entulho, em 1997, e em seguida com ações

consistentes para operacionalização do modelo. De fato, os princípios desse modelo de gestão

foram concebidos na Limpurb em 1981, aplicado nos municípios de Santo André, em São Paulo,

e Belo Horizonte, em Minas Gerais, e formalizado como modelo de gestão de PINTO (2001).

Apesar de não ser tão abrangente como o modelo ideal, foi construído com base na gestão

integrada, partido da geração do resíduo até a sua destinação final.

A implantação do Projeto de Gestão Diferenciada de Entulho em Salvador pode ser

dividida em duas fases. A primeira fase teve início em 1997 e teve como meta transformar o

descarte clandestino em disposição correta. A segunda fase, a partir de 2001, teve como objetivo

viabilizar o processo de reciclagem do entulho.

Na primeira fase houve o marco da implantação da gestão diferenciada no Município,

em 1998, com a aprovação do Decreto nº 12 133/98 que dispõe sobre regulamentação do

processo de gestão da geração, transporte e destinação final dos resíduos da construção civil no

município. Nesse Decreto ficaram estabelecidas as seguintes definições:

I. Entulho – material resultante das construções, terraplenagens, escavações, movimentos

de terra, reformas, reparos gerais, consertos, demolições, obras de construção civil e do

manejo de materiais de construção, excluídos os materiais provenientes da limpeza ou

dragagem dos rios, córregos, canais, bem como materiais retirados de fossas e outros

contaminantes e não inertes;

II. Gerador de entulho – todo cidadão proprietário ou responsável por obra de construção

civil ou dos empreendimentos com movimentos de terra que produzem resíduos sólidos,

classificado como:

a. Pequeno gerador – aquele que gera entulho até o limite de dois metros cúbicos;

b. Grande gerador – aquele que gera entulho com volume superior a dois metros

cúbicos;

III. Posto de descarga de entulho (PDE) – área preparada e disponibilizada para receber

entulho, com limite de recepção por transportador de até dois metros cúbicos com o objetivo

de transferi-lo para a Base de Descarga de entulho – BDE;

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120

IV. Base de descarga de entulho (BDE) – área preparada para a disponibilização para

receber, reutilizar, reciclar e dar a destinação final ao entulho, sem limite de recepção;

V. Sistema de destino final – conjunto de unidades, processos e procedimentos que visam a

deposição de resíduos nos locais adequados, garantindo a proteção da saúde pública e a

qualidade do meio ambiente.

O Projeto contemplava, para a primeira fase, a implantação de cinco BDEs e vinte e dois

PDEs, a fiscalização intensiva da deposição clandestina, a remediação das áreas degradadas e a

implementação de programas de monitoramento e educação ambiental com vistas à disposição

correta dos resíduos (QUADROS; OLIVEIRA, 2001). O Projeto foi devidamente aprovado pelo

órgão ambiental estadual. Entretanto, só foram implantados seis PDEs e uma BDE. Esses

equipamentos foram distribuídos em pontos estratégicos de descarte, próximos aos centros de

massas produtores dos resíduos. Adicionalmente foram instaladas vinte e três caixas estacionárias

em vinte e um pontos de descarga aleatória, para remediar a falta dos PDEs ainda não

implantados. O Quadro 5.1 mostra a localização dos PDEs e da BDE em operação, bem como a

quantidade diária de resíduos recebida no ano de 2003. A localização dos PDEs e da BDE é

mostrada na Figura 5.1.

Quadro 5.1: Localização dos pontos de descarga de entulho (PDEs) e da base de descarga de entulho (BDE), com referência aos núcleos de limpeza (NL).

Núcleo de Limpeza (NL) Localização dos PDEs Produtividade

(t/dia)

04 Av San Martim. Fazenda Grande. 2,0

05 Loteamento Santa Tereza. Luiz Anselmo.* -

07 Rua Sérgio Carvalho, Vale da Muriçoca. Federação 8,4

07 Rua São Policarpo. Nordeste de Amaralina. 12,0

08 Rua Wanderley de Pinho. Itaigara. 35,0

09 Estrada do Curralinho. Boca do Rio. 30,0

TOTAL 87,4Núcleo de Limpeza (NL) Localização da BDE Produtividade (t/dia)

13 Parque Socioambiental de Canabrava. Canabrava. 2.016,0

* PDE fora de operação por razão de ordem judicial.

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121

Fonte: Limpurb, 2004.

Todos os pequenos geradores, ao chegarem nos referidos PDEs, com volume de RCC

inferior a dois metros cúbicos, respondem a um formulário de controle diário de descarga de

entulho, preenchido pelo controlador do PDE, com informações sobre o nome do gerador, local

da obra e volume de resíduo coletado. Esses resíduos são colocados, de forma manual, em caixas

estacionárias com cinco metros cúbicos de capacidade, padronizadas conforme especificações

municipais. Quando a capacidade das caixas está esgotada, o controlador do PDE fica

responsável em substituí-la comunicando, por meio de telefones públicos instalados próximos a

todos os PDEs, às empresas terceirizadas que prestam serviços de coleta de RCC ao município.

Essas empresas substituem as caixas estacionárias com a utilização de poliguindastes e

encaminham os resíduos para a Base de Descarga de Entulho (BDE), localizada em Canabrava.

A BDE recebe todos os RCCs gerados no município de Salvador, principalmente dos

grandes geradores. Esses resíduos são oriundos ou de empresas privadas, ou provenientes da

coleta dos RCCs dos PDEs e das caixas coletoras padronizadas, espalhadas em pontos

estratégicos da cidade, e coletados por transportes próprios ou por empresas especializadas em

transporte de RCC, credenciadas pela Empresa de Limpeza Urbana do Salvador. Ao chegar na

BDE, os veículos são pesados, sendo registrado o seu peso e sua origem. Esses resíduos são

despejados na base de descarga, onde uma pá carregadeira distribui os resíduos na área da base.

Os componentes do RCC com valor agregado são incorporados aos processos de triagem da

coleta seletiva; os que não são recicláveis são aterrados e o RCC bruto é encaminhado ao núcleo

de reciclagem (QUADROS; OLIVEIRA, 2001).

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Itaigara

Itinga

Parque Socioambientalde Canabrava

Fazenda Grande

Luiz Anselmo

Federação Boca do Rio

NORDESTE DE

AMARALINA

Posto de Descarga deEntulho - PDE

Base de Descarga deEntulho - BDE

Aterro Centro

Figura 5.1 – Localização dos Postos de Descarga de Entulho (PDE) e da Base de Descarga

de Entulho (BDE), no município do Salvador.

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123

Para atender aos requisitos da Resolução nº 307/2002 do Conama, faz-se necessário que

essa base disponha de uma área separada para a disposição dos resíduos da construção civil da

classe A. Os RCC da classe B deverão ser dispostos em áreas de armazenamento temporário, os

da classe C deverão ser armazenados até que sejam desenvolvidas tecnologias para o seu

aproveitamento, e os da classe D deverão ser destinados em conformidade com as normas

técnicas vigentes para resíduos perigosos, ou reaproveitados, desde que exista tecnologia

ambientalmente segura para esse fim.

Segundo informações de Quadros e Oliveira (2001), foram bons os resultados obtidos na

primeira fase de implantação do projeto de gestão, onde pode-se destacar a redução da

disposição clandestina de RCC em 61,66% entre os anos de 1996 e 2000 e o aumento da

participação do gerador na coleta e transporte do RCC, em 58% no período citado, resultando em

economia para o município, o que reflete a conscientização do cidadão quanto ao seu papel como

gerador de resíduo.

A segunda fase consistiu da concepção e elaboração de dois projetos importantes, quais

sejam: o projeto da primeira unidade recicladora de RCC e o projeto da fábrica de componentes

reciclados para a construção civil. Ambos foram implementados com a implantação da central de

reciclagem de RCC no Parque Socioambiental de Canabrava, porém, ainda não estão em

operação.

Na central de reciclagem será feita a recepção e classificação dos RCCs, sua

descontaminação, britagem, peneiramento e armazenamento provisório do agregado reciclado.

Na fábrica de componentes, o produto resultante da central de reciclagem será utilizado para a

fabricação de componentes de concreto reciclado para utilização em obras públicas e particulares.

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124

CAPÍTULO 6

RESULTADOS

6.1 MODELO ECONOMÉTRICO

Aplicando o modelo linear aos dados observou-se que a disposição a pagar tem o seu

comportamento influenciado pelas variáveis TEMPM e IMPAREC, sendo a variável IMPAREC

(importância com a criação de novos empregos) a de maior significância estatística (3,6%).

A estimativa dos parâmetros está descrita no Quadro 6.1. Vale ressaltar que neste

modelo o intercepto (constante) foi incluído apesar do mesmo não ser estatisticamente

significante.

Quadro 6.1 – Descrição dos parâmetros calculados as variáveis independentes e suas

estatísticas t.

Variáveisindependentes

Parâmetro Estatística t Significância da Estatística t

Constante -0,60 -0,31 0,76Tempo de atuação da empresa no mercado(TEMPM)

-0,04 -1,44 0,152

Importânciacom a possibilidade da criação de novos empregos com aadoção da reciclagem(IMPAREC)

0,46 2,13 0,036

R2 = 0,25 F = 3,22; N = 99

O resultado do Modelo Econométrico está apresentado no Quadro 6.2.

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125

Quadro 6.2 – Resultado do Modelo Econométrico.

Usuáriosdo serviço

Função de demanda*

N = 99 DAP = -0,6 - 0,04 . TEMPM – 0,462 . IMPAREC (-0,31) (-1,44) (2,13)

R2 = 0,25 F = 3,22 Sig. F = 0,044* Os valores entre parênteses representam as estatísticas t.

A equação ajustada revela que a disposição dos construtores a pagar pelo serviço de

disposição final dos resíduos da construção civil aumenta com a diminuição do tempo de atuação

da construtora no mercado, e com a diminuição do nível de importância que os construtores dão à

criação de novos empregos.

A instituição de uma taxa de cobrança pela disposição final dos RCCs é uma ação que

tem como conseqüência direta a valorização das atividades de reaproveitamento e reciclagem

desses resíduos e a conseqüente proteção do meio ambiente. È um importante instrumento para a

implementação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável e

concomitantemente atua como garantia do princípio do poluidor – pagador, na medida em que os

geradores de RCC passarão a pagar pela disposição dos seus resíduos. A valoração contingente

determina um valor de cobrança pela destinação do resíduo levando em conta a preferência dos

usuários, o que torna esse valor mais próximo da realidade do que simplesmente estabelecê-lo em

função de critérios técnicos ou administrativos, uma vez que valores altos de cobrança poderão

incentivar a disposição irregular dos resíduos. Vários países europeus adotam a cobrança pela

disposição dos RCCs em áreas licenciadas, a exemplo da Dinamarca que cobra 17,48 euros por

tonelada do RCC que ainda não dispõe de tecnologia para reciclagem (LAURITZEN E HAHN,

1997). Na cidade de Madri é cobrado o valor de 3 euros por metro cúbico pela disposição final de

RCCs, conforme estabelecido pela Lei 6/2003, de 20 de março de 2003, em seu artigo 15

(ESPANHA, 2003). Para Salvador, este trabalho propõe a cobrança de uma taxa que pode ser

representada, ou pelo valor médio da DAP declarada pelos construtores (2,75 4,00 reais), ou

pela equação econométrica proposta (DAP = -0,6 - 0,04 . TEMPM – 0,462 . IMPAREC).

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126

6.2 DISCUSSÃO SOBRE ASPECTOS DA SUSTENTABILIDADE DO MODELO DE

GESTÃO DIFERENCIADA EM SALVADOR - BA

6.2.1 Aspectos Socioeconômicos e Ambientais dos Construtores Civis do Município do

Salvador – BA

Nesta seção busca-se apresentar as percepções sociais, econômicas e ambientais dos

construtores civis do município do Salvador, em particular do sub-setor de edificações em geral,

utilizando como base de informações os dados coletados na pesquisa de campo, por meio das

entrevistas, realizada no município, entre os meses de março e julho de 2004. Todos os

procedimentos adotados para realização da pesquisa estão explicitados no Capítulo 4 desta

dissertação. A pesquisa contemplou aspectos qualitativos e quantitativos. Para análise dos dados

e obtenção de resultados consistentes, foram empregadas análises descritivas e gráficas.

Considerando o aspecto socioeconômico das construtoras, das 100 respondentes do

questionário de pesquisa, constatou-se que o faturamento médio é de R$473 800,00, com desvio

padrão de R$743 632,01. A mediana encontrada foi de R$150 000,00, o que indica que 50% das

construtoras faturam acima desse valor, mensalmente. Houve uma grande dificuldade dos

entrevistadores em obter a resposta para essa variável, pois 33% dos respondentes preferiram não

fornecer essa informação, como mostra o gráfico da Figura 6.1, mesmo sendo informados que os

questionários não seriam identificados.

Faturamento Mensal

33%

21%23%

23%

Não revelouAté 175000Entre 175000 e 575000Acima de 575000

Figura 6.1 – Faturamento mensal das empresas.

Observou-se que 75% das empresas atuam no mercado soteropolitano há mais de 6 anos

e possuem em média 93 funcionários. Quanto ao porte, 54% consideram-se de médio porte,

sendo 37,4 % associadas ao Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado da Bahia –

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127

Sinduscon-BA e à Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia –

Ademi-BA. Do total, 59% dos entrevistados se declararam profissionais com nível superior

completo e especialista. Desses, a grande maioria é do sexo masculino, representando 95% do

total dos entrevistados.

Porte da empresa

54%

11%

35%

PequenoMédioGrande

.

Figura 6.2 – Porte das empresas

Sexo do Entrevistado

5%

95%

FemMasc

Figura 6.3 – Sexo dos entrevistados.

No histograma mostrado na Figura 6.4 observa-se uma pequena concentração de

construtoras com menos de seis anos no mercado. O gráfico da Figura 6.5 mostra uma

concentração de funcionários em torno das primeiras faixas, onde está localizada a média.

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128

Anos

60,055,0

50,045,0

40,035,0

30,025,0

20,015,0

10,05,0

0,0

Tempo de atuação da empresa no mercado

Freq

üênc

ia

40

30

20

10

0

Std. Dev = 12,98Mean = 15,0

N = 99,00

Figura 6.4 – Tempo de atuação da empresa no mercado.

500,0450,0

400,0350,0

300,0250,0

200,0150,0

100,050,0

0,0

Número de funcionários da empresa

Freq

üênc

ia

50

40

30

20

10

0

Std. Dev = 92,74

Mean = 93,4

N = 100,00

Figura 6.5 – Número de funcionários da empresa.

Analisando os aspectos de gestão dos resíduos da construção civil, 42% dos

entrevistados declararam destinar no Aterro de Canabrava, os RCCs que geram e 25% revelaram

destiná-los em áreas de bota-fora. Quando questionados sobre a base de descarga de entulho

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129

(BDE), 85% revelaram desconhecer essa unidade e a sua localização. Esse resultado tem grande

significância na análise da percepção dos construtores quanto à gestão municipal dos RCCs, visto

ser no Aterro de Canabrava onde funciona a única base de descarga de entulho em operação no

município. Isto revela que a parcela dos entrevistados que declararam destinar os seus resíduos no

Aterro de Canabrava não tem conhecimento sobre a denominação formal que esse aterro recebe

em termos de gestão de resíduos da construção civil. Portanto, esses construtores utilizam o

serviço de destinação final dos seus resíduos da construção, mas desconhecem que o local que

utilizam para esse fim é a própria BDE.

Constatou-se que apenas 28% das construtoras revelaram conhecer os postos de

descarga de entulho (PDEs) existentes na cidade e onde eles se localizam. No entanto, apenas 2%

destinam seus entulhos nestes locais.

Das construtoras pesquisadas, 84% revelaram contratar empresas para realizar o

transporte de seu entulho, que cobram, em média, R$9,24 por metro cúbico de RCC transportado.

As construtoras estimam que gastam, em média, R$ 880,90 pela coleta e destinação final

dos RCC que geram. A disposição média a pagar pelo descarte, revelada pelos entrevistados, está

em torno dos 2,75 reais.

O gráfico da Figura 6.6 mostra que a maioria dos respondentes declarou que utilizariam

RCC reciclado em suas obras, revelando que parte representativa do setor tem interesse em

diversificar os modos de produção da empresa.

Utilizaria RCC reciclado?

64%

17%

19% Sim

Talve

Figura 6.6 – Declaração dos entrevistados quanto à utilização

de RCC reciclado.

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130

Dentre as construtoras que participaram da pesquisa, 13% possuem um plano de

gerenciamento de entulho e 55% não o possuem, mas demonstraram interesse em desenvolvê-lo.

Este resultado mostra que faltam instrumentos que incentivem as construtoras a elaborarem

procedimentos direcionados ao gerenciamento dos resíduos nas obras. Certamente, se os órgãos

públicos responsáveis pela aprovação dos projetos exigissem a apresentação dos planos de

gerenciamento dos resíduos produzidos pelas empresas, o resultado seria bem diferente do que

foi obtido nesta pesquisa.

A maioria das construtoras (37,8%) declarou coletar os seus RCC semanalmente,

seguida por uma parcela de 25,5% que coleta a cada 10 m3 de RCC gerado, como mostra a Figura

6.7.

Freqüência da coleta dos RCCs naobra (%)

2 13,3

25,537,8

4,1116,3

a cada 2 metroscúbicosa cada 5 metroscúbicosa cada 10 metroscúbicossemanalmente

quinzenalmente

mensalmente

outro

Figura 6.7 – Freqüência de coleta dos RCCs na obra.

A variável que capta a informação sobre a segregação dos RCCs na obra representa um

bom indicador da predisposição das construtoras em reaproveitar os resíduos ou mesmo

comercializá-los. O gráfico da Figura 6.8 mostra que apenas 29,3% das construtoras promovem a

segregação dos RCCs na própria obra, 47,5% não o faz mas demonstram interesse em adotar esse

procedimento e 23,2% não executam a segregação e não têm interesse em fazê-lo.

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131

A empresa segrega os RCCs naobra? (%)

29,3

47,5

23,2 1

sim

não, mas teminteressenão, e não teminteressenão computado

Figura 6.8 – Segregação dos RCCs na obra.

Com relação às percepções ambientais dos construtores do município do Salvador, ao

serem questionados, de uma forma geral, sobre a dimensão do problema que os RCCs

representam para eles, obteve-se como resultado que 88% consideram esses resíduos como um

problema, sendo que 46% o consideram um grande problema e 42% um problema de relativa

importância, como mostra o gráfico da Figura 6.9. Em contraposição, 12% não consideram os

RCC como um problema. Esta constatação é um indicativo de que o setor da construção urge por

medidas alternativas que se proponham a mudar o atual cenário gerado pela produção desses

resíduos.

O que o RCC representa para osconstrutores

46%

42%

12%

um grandeproblema

um problema derelativaimportâncianão é umproblema

Figura 6.9 – Tipo de problema que o RCC representa para os

entrevistados.

Quando perguntados sobre qual seria o maior problema causado pelos RCCs, das

respostas ao questionário, 44,4% acham que o espaço ocupado pelos resíduos na obra é o maior

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132

problema, seguido por 28,3% que acham que os altos custos gerados por esses resíduos é o maior

problema, como indicado no gráfico da Figura 6.10.

Qual o maior problema causado peloRCC na obra? (%)

5,1

44,428,3

15,27,1 nenhum

ocupa espaço na obra

gera altos custos

degradação ambiental

outro

Figura 6.10 – Maior problema causado pelos RCCs na obra.

Observa-se que os aspectos relacionados ao espaço físico e ao custo, que representam

72,7% do total, são preponderantes em relação à degradação ambiental causada pela disposição

irregular do RCC.

O gráfico da Figura 6.11 mostra que apesar do resultado anterior, mais da metade dos

entrevistados consideram que a degradação ambiental causada pela disposição irregular do RCC,

no município de Salvador, ou aumentou ou continua a mesma. Por outro lado, 31% consideram

que essa degradação diminuiu.

Qual a situação da degradaçãoambiental causada pelo RCC, no

município do Salvador

32%

21%31%

16% aumentoucontinua a mesmadiminuiunão sabe

Figura 6.11 – Situação atual da degradação ambiental

causada pelos RCCs no município do Salvador.

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133

A grande maioria dos respondentes declarou que a Prefeitura do município deve investir

na atividade de reciclagem dos RCC, conforme mostra o gráfico da Figura 6.12.

A Prefeitura do Salvador deve investirna atividade de reciclagem? (%)

94,9

5,1

simnão

Figura 6.12 – Opinião dos entrevistados sobre o

investimento da Prefeitura do Salvador na atividade de

reciclagem.

Este dado confirma o resultado obtido anteriormente sobre a dimensão do problema que

o RCC representa para os entrevistados. Os 88% que consideram esse resíduo como um

problema, consideram como uma possibilidade de solução o investimento da Prefeitura do

município em atividades de reciclagem. Mesmo considerando a geração atual de RCC como um

problema, a maioria dos entrevistados declarou não ter conhecimento da Resolução nº 307/2002

(Figura 6.13), que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da

construção civil, em vigor desde o mês de janeiro de 2003. Este resultado significa que não são

suficientes as iniciativas de divulgação da norma por parte das associações e sindicatos do setor.

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134

Nível de conhecimento dos entrevistadossobre a Resolução CONAMA nº 307/2002

66%

19%

10% 5%

não tem conhecimento

tem conhecimento dapublicação, mas não doseu conteúdo

conhece o conteúdo

conhece o conteúdo eatende ao que a normaestabelece

Figura 6.13 – Nível de conhecimento dos entrevistados sobre a

Resolução nº 307/2002 do Conama.

Para captar as atitudes dos entrevistados diante de questões socioeconômicas e

ambientais, foram apresentadas proposições verdadeiras ou falsas, em seguida, os respondentes

escolheram uma das cinco opções apresentadas, quais sejam: concorda totalmente, concorda,

discorda totalmente, discorda ou não tem opinião. Na análise das variáveis atitudinais, foram

constatados os resultados apresentados a seguir.

Proposição 01: Com o aumento da construção de empreendimentos imobiliários em

Salvador, a geração de entulho vem crescendo consideravelmente, entretanto existe área

suficiente no município para a disposição desses resíduos.

Para a proposição 01 obteve-se o percentual de 44% dos respondentes que discordaram e

36% concordaram. Infere-se desse resultado que os entrevistados não têm certeza da

disponibilidade de espaço físico, no município, para disposição final de resíduos. Na prática, esse

não é um resultado esperado, pois se considera que empreendedores da construção civil, que

trabalham com ocupação territorial, tenham noção relativa da disponibilidade de áreas para esse

fim. Reflete também a despreocupação de 42% dos entrevistados com um dos objetivos da gestão

diferenciada de RCC que é a minimização da geração (Figura 6.14).

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135

O município do Salvador dispõe deárea suficiente para disposição final

dos RCCs

6%

36%

9%

44%

5% concorda totalmente

concorda

discorda totalmente

discorda

não tem opinião

Figura 6.14 – Percepção do entrevistado quanto à

disponibilidade de áreas, no município do Salvador para a

disposição final dos RCCs.

Proposição 02: O descaso com relação ao destino do entulho gera sérios

comprometimentos à sociedade, dentre os quais a degradação do meio ambiente, diminuindo a

sensação de bem estar da população. A grande maioria dos entrevistados ou concordou ou

concordou totalmente com essa proposição, o que é um resultado esperado.

O descaso com o destino dos RCC compromete a sociedade e o meio

ambiente

44%

45%

8% 1%2%concorda totalmente

concorda

discorda totalmente

discorda

não tem opinião

Figura 6.15 – Percepção do entrevistado quanto ao

comprometimento da sociedade e do meio ambiente, com o

descaso relativo ao destino dos RCCs.

Proposição 03: A geração de entulho é inevitável devido à intervenção humana sobre o

meio, por isso eles devem ser depositados em locais apropriados e esquecidos.

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136

Os RCCs devem ser descartados emlocais apropriados e esquecidos

14%

31%

12%

43%

concordatotalmente

concorda

discordatotalmente

discorda

Figura 6.16 – Percepção dos entrevistados quanto ao

descarte dos RCCs em locais apropriados, sendo lá

esquecidos.

Nessa proposição, 55% discordam e 45% concordam. Esse resultado mostra que quase

metade dos entrevistados não se preocupa, no presente, com o reaproveitamento desses resíduos.

Proposição 04: Existe viabilidade econômica no aproveitamento do entulho reciclado.

Existe viabilidade econômica no aproveitamento do RCC reciclado.

37%

53%

3% 7%

concordatotalmente

concorda

discordatotalmente

discorda

Figura 6.17 – Viabilidade econômica do aproveitamento do

RCC reciclado.

Observa-se que 90% dos respondentes concordam com a proposição 04. Certamente, se

um conjunto de iniciativas para a promoção de mecanismos que impulsionem ações nesse sentido

forem adotadas, então é possível um estabelecimento natural desse mercado de resíduos.

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137

Proposição 05: O custo do material de construção convencional é menor que o custo do

material reciclado, por isso a utilização do entulho reciclado implicaria em aumento de custo para

o construtor.

O uso do RCC reciclado implica emaumento de custo para o construtor

6% 9%14%

50%

21% concorda totalmente

concorda

discorda totalmente

discorda

não tem opinião

Figura 6.18 – Percepção do entrevistado quanto ao aumento

do custo da obra com o uso do RCC reciclado.

Conforme os estudos apresentados por Pinto (2001), os custos para a produção do RCC

reciclado são significativamente menores que os materiais naturais de construção civil. Em

pesquisa realizada pelo autor, naquele ano, o valor da tonelada de agregado reciclado produzido

em usinas brasileiras era da ordem de R$ 5,00, enquanto que, no Brasil, o preço médio dos

agregados britados variava entre R$ 11,00 e R$30,00, sendo de R$20,00 na capital baiana. O

resultado apresentado na Figura 6.18 mostra que 64% dos entrevistados discordam da proposição,

o que indica que os mesmos tem noção de que os agregados reciclados geram custos menores na

construção. Talvez essa seja a principal razão pela qual 90% dos entrevistados concordem que há

viabilidade econômica no aproveitamento dos RCCs, como mostrado no gráfico da Figura 6.17.

Proposição 06: A solução dos problemas sociais, tais como o desemprego, é de

responsabilidade exclusiva do poder público.

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138

A solução dos problemas sociais é deresponsabilidade exclusiva do Poder

Público

6% 13%

17%63%

1% concorda totalmente

concorda

discorda totalmente

discorda

não tem opinião

Figura 6.19 – Percepção do entrevistado sobre à

responsabilidade exclusiva do Poder Público na a solução

dos problemas sociais.

Quanto à percepção social dos entrevistados, os resultados mostram que a grande

maioria demonstra possuir responsabilidade social, posto que 80% discordam da assertiva,

indicando que a sociedade também é responsável pela solução dos problemas sociais.

Proposição 07: A degradação ambiental causada pela indústria da construção civil é

insignificante.

A degradação ambiental causada pelaindústria da construção civil é

insignificante

2% 15%

24%53%

6%concorda totalmente

concorda

discorda totalmente

discorda

não tem opinião

Figura 6.20 – Percepção do entrevistado quanto à

insignificância da degradação ambiental causada pela

indústria da construção civil.

A proposição 07 mostra que os entrevistados discordam da assertiva, com 77%

considerando significante a degradação ambiental causada pela indústria da construção civil.

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139

Apesar disso, existe uma parcela (17%) que não demonstra preocupação com a degradação

ambiental causada pelas suas atividades.

Proposição 08: A condição para que as futuras gerações disponham de um meio

ambiente saudável é que a sociedade atual se responsabilize pela minimização da geração dos

resíduos.

Um meio ambiente saudável para asfuturas gerações depende da

minimização da geração dos resíduospor parte da sociedade atual

38%

51%

9%2% concorda totalmente

concorda

discorda

não tem opinião

Figura 6.21 – Percepção dos entrevistados quanto à

necessidade da minimização da geração dos resíduos pela

sociedade atual, na garantia do meio ambiente saudável para

as futuras gerações.

Apenas 9% dos respondentes discordam da proposição 08, indicando que a maioria dos

mesmos demonstra preocupação com o bem estar das gerações futuras.

Proposição 09: O empenho da prefeitura de Salvador na solução dos problemas de

gestão dos RCCs não tem sido satisfatório.

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140

O emprenho da Prefeitura do Salvador na gestão dos RCCs não

tem sido satisfatório

15%

40%28%

17% concorda totalmente

concorda

discorda

não tem opinião

Figura 6.22 – Opinião dos entrevistados sobre o empenho

insatisfatório da Prefeitura do Salvador, quanto à gestão dos

RCCs.

O gráfico da Figura 6.22 mostra que 55% dos respondentes acha que a Prefeitura do

Salvador não tem desempenhado bem a gestão dos RCCs no município, contra 28% que acham

que o poder municipal desempenha bem a gestão desses resíduos. Esse é um indicador de que a

gestão diferenciada adotada no município não está atendendo às expectativas dos usuários dos

serviços de coleta e disposição final dos RCCs.

Para captar o comportamento dos entrevistados diante de questões socioeconômicas e

ambientais, foram apresentadas questões sobre a importância que os respondentes davam a

determinadas situações, mediante notas de um a dez, por eles atribuídas. Os resultados estão a

seguir apresentados.

A Figura 6.23 mostra que a maioria dos entrevistados acha importante promover a

separação dos resíduos no canteiro de obras. A nota média que representa esse nível de

importância é 7,36.

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141

31 1

7

0

710

18 18

10

25

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Notas

Importância que o entrevistado dá à segregaçãodos resíduos no canteiro de obras (%)

Figura 6.23 – Importância do entrevistado sobre a segregação dos resíduos

no canteiro de obras.

O gráfico da Figura 6.24 mostra que os entrevistados se importam com iniciativas de

reaproveitamento e reciclagem do RCC gerado nas suas obras. A nota média que representa esse

nível de importância é 7,55.

30 1

3 2

13

6

1215

19

26

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Notas

Importância que o entrevistado dá aoreaproveitamento e à reciclagem do RCC (%)

Figura 6.24 – Importância do entrevistado sobre o reaproveitamento e a

reciclagem dos RCCs.

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142

Com relação à importância da geração de empregos com a adoção da reciclagem dos

RCCs, a maioria dos respondentes consideram que essa atividade é potencialmente capaz de

gerar empregos para a população (Figura 6.25), sendo a nota média desse nível de importância

igual a 8,62.

0 0 1 1 3 25

1016

13

49

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Notas

Importância que o entrevistado dá à criação denovos empregos com a adoção da reciclagem (%)

Figura 6.25 – Importância do entrevistado sobre a criação de novos

empregos com a adoção da reciclagem.

O sistema de coleta de RCC não foi bem avaliado pelos entrevistados, pois a maioria

deu nota cinco a esse sistema, refletindo que o mesmo não atende satisfatoriamente às suas

expectativas. A nota média atribuída ao sistema de coleta foi 4,97.

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143

7

2

79

12

24

1210 11

42

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Notas

Nota que o entrevistado dá ao sistema de coleta deRCC no município do Salvador (%)

Figura 6.26 – Nota atribuída pelo entrevistado ao sistema de coleta de RCC no

município do Salvador.

Confirmando os resultados anteriores, a exemplo da proposição 7, os respondentes

demonstram relativa preocupação com os problemas ambientais que a sua atividade causa. A nota

média que representa essa preocupação é 7,15. A Figura 6.27 mostra o resultado dessa variável.

31 0

2

79

14 1513

18 18

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Notas

Importância que o entrevistado dá aos problemasambientais gerados pelo RCC no município do

Salvador (%)

Figura 6.27 – Importância do entrevistado quanto aos problemas ambientais

gerados pelo RCC, no município do Salvador.

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144

O gráfico da Figura 6.28 demonstra que os construtores têm muito pouco conhecimento

da estrutura organizacional da Prefeitura Municipal do Salvador. A nota mais freqüente foi cinco

e a menos freqüente foi dez, com freqüência zero. A nota média que representa esse nível de

conhecimento é 4,41. Desde dado infere-se que os gestores municipais dos RCCs devem criar

meios para promover a interface com os construtores que atuam no município e vice-versa. É

importante que os empreendedores conheçam a organização municipal para que relações de troca

possam ser estabelecidas e parceiras sejam criadas no intuito de tornar o modelo de gestão de

RCC eficiente e eficaz.

10

5

11

7

14

20

8

15

64

00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Notas

Conhecimento dos entrevistados sobre a estrutura organizacional da Prefeitura do

Salvador (%)

Figura 6.28 – Conhecimento dos entrevistados sobre a estrutura organizacional da

Prefeitura do Salvador.

Ainda com relação à Prefeitura Municipal do Salvador, os entrevistados consideram que

a mesma não é suficientemente rigorosa na fiscalização da disposição irregular dos RCCs. Este é

um bom indicador para a Prefeitura empreender modificações no seu sistema de fiscalização, ou

detectar qual o problema de ordem operacional que tem levado os construtores a ter essa opinião,

representada pela nota média 4,8.

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145

8

2

912 13

17

1310 10

1

5

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Notas

Nota que o entrevistado dá ao rigor da fiscalização da Prefeitura do Salvador quanto à

disposição irregular dos RCCs (%)

Figura 6.29 – Nota atribuída pelo entrevistado sobre o rigor da fiscalização da Prefeitura

do Salvador quanto à disposição irregular dos RCCs.

Ao serem perguntados sobre a responsabilidade pela coleta e destinação dos RCCs, os

respondentes declararam que a Prefeitura e o geradores são co-responsáveis por essas atividades,

correspondendo essa escolha a 48% do total. Entretanto, sabe-se que todo resíduo que não é de

origem domiciliar é de responsabilidade do gerador. Apenas 26% declararam ser o gerador o

único responsável pelos resíduos por ele gerado.

Responsabilidade pela coleta edestinação final dos RCCs

8%26%

48%

17% 1% Prefeitura

gerador

Prefeitura e gerador

sociedade

outros

Figura 6.30 – Opinião dos entrevistados sobre a

responsabilidade da coleta e destinação final dos RCCs.

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146

Os dados obtidos na pesquisa foram estratificados conforme o Núcleo de Limpeza (NL)

ao qual pertencem. A Figura 6.31 mostra a distribuição das construtoras em categorias de

Núcleos de Limpeza (NL), sendo o NL 8 com maior concentração de empresas entrevistadas, nos

bairros Caminho da Árvores e Pituba , seguido pelo NL 7, no bairro do Rio Vermelho. Todas as

variáveis sócio-econômicas e ambientais foram analisadas estatisticamente em categorias de

Núcleos de Limpeza. Os resultados estão apresentados no APÊNDICE E

11

52

45

11

215

1766

1455

111

21

31

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Número de construtoras

NazaréFazenda Garcia

BrotasVasco da Gama

OndinaBarraGraçaVitória

Chame-chameRio Vermelho

PitubaItaigara

IguatemiCaminho das Árvores

Costa AzulParalela

ImbuíJardim Armação

PatamaresStella MaresPernambuésSete de Abril

Pirajá

NL

1N

L 5

NL

6N

L 7N

L 8

NL

9N

L 10N

L 11N

L 13N

L 15

Distribuição das construtoras entrevistadas em Núcleos de Limpeza (NL)

Figura 6.31 – Distribuição das construtoras entrevistadas em categorias de Núcleos de Limpeza.

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147

6.2.2 Considerações sobre a Sustentabilidade da Gestão Diferenciada em Salvador – BA

O conceito de Desenvolvimento Sustentável emergiu, como já mencionado

anteriormente, de um movimento de mudanças de pensamentos, atitudes e valores que se

solidificou com o Relatório da Comissão Brundtland de 1987, inserindo a vertente holística no

conceito de desenvolvimento, que até então seguia os modelos econômicos consolidados. Nessa

nova visão, o Desenvolvimento Sustentável assumiu o seguinte conceito:

Um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos

investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança

institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de

atender as necessidades e aspirações humanas (BRUNDTLAND, 1987).

Segundo Sachs (1993), para planejar o desenvolvimento na perspectiva da

sustentabilidade é imperativo considerar as suas cinco dimensões, quais sejam: sustentabilidade

social, sustentabilidade econômica, sustentabilidade ecológica, sustentabilidade espacial e a

sustentabilidade cultural (SACHS, 1993). Bursztyn (2001) completa a idéia de Sachs, colocando

a dimensão político-institucional como complementar e precedente às demais por estabelecer as

diretrizes necessárias ao desenvolvimento sustentável, por meio de normas, programas e políticas

que garantam a proteção social e ambiental (SHOBER; EVANGELISTA, 2002). Para Jara (1998)

as seguintes idéias estão implícitas no conceito de Desenvolvimento Sustentável: a preocupação

com as condições das pessoas e das comunidades, a manutenção dos recursos naturais e o

princípio de solidariedade com a vida humana e com a natureza, no presente e no futuro.

Conclui-se das afirmativas apresentadas que qualquer projeto ou modelo que se propõe a

ser sustentável, deve atender aos postulados de sustentabilidade que caracterizam o

desenvolvimento sustentável.

Essa pesquisa analisará os aspectos da sustentabilidade da gestão diferenciada dos

RCCs, praticada no município do Salvador, com base nos resultados obtidos da aplicação do

questionário de pesquisa sobre valoração do serviço de destinação dos RCCs gerados pela

indústria da construção civil, em particular, pelas empresas do sub-setor de edificações em geral.

Segundo Jara (1998), o desenvolvimento municipal sustentável tem como pressupostos a

modernização institucional, o fortalecimento da gestão local na busca de estratégias, programas e

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148

projetos de desenvolvimento, a prática contínua de aprendizagem e aperfeiçoamento do corpo

institucional e a mudança da cultura organizacional da máquina municipal.

A sustentabilidade social, como uma das bases do desenvolvimento municipal

sustentável, só pode ser construída se os fundamentos econômicos levarem em consideração o

princípio da equidade na distribuição de renda e de bens.

Segundo Sachs (1993), a sustentabilidade social tem como meta a construção de uma

sociedade com igualdade de distribuição de renda e bens, para que as diferenças sociais entre

ricos e pobres sejam minimizadas.

Este processo de desenvolvimento está atrelado à mobilização interna da comunidade e à

capacidade do governo em articular suas ações em conformidade com as aspirações da

comunidade. A sustentabilidade social é construída pelos diversos atores sociais atuando a partir

de interesses próprios. Ao Estado cabe atuar na malha social como provedor de motivações e

regulações para garantir o crescimento econômico pautado no desenvolvimento social.

O modelo de gestão diferenciada de RCC adotado em Salvador apresenta-se como um

conjunto de procedimentos com bases legais e técnicas que respaldam a sua aplicação.

Entretanto, considerando os pressupostos da sustentabilidade social, carece de inovações que

promovam a justiça social. È certo que campanhas de educação ambiental visando à

sensibilização da população foram empreendidas, mas no sentido de conscientizar as pessoas que

geram esses resíduos quanto a garantia do meio ambiente saudável. Faz-se necessário que as

comunidades nas quais os postos e as bases de descarga estão localizados, sejam envolvidas no

planejamento e na implementação dos procedimentos de gerenciamento dos resíduos destinados

àquelas unidades, a fim de que meios de reaproveitamento dos RCCs sejam concebidos a partir

do conhecimento da própria comunidade, e com o apoio institucional do poder público, novas

formas de reaproveitamento sejam desenvolvidas e revertidas para a própria comunidade. Com o

início da operação da central de reciclagem, localizada no Aterro de Canabrava, prevista para o

final do ano de 2004, as possibilidades de retorno econômico para tais comunidades tornam-se

mais consistentes.

Adicionalmente, para que a participação comunitária seja efetiva, associações, conselhos

administrativos ou cooperativas devem ser instituídos no sentido de controlar a quantidade dos

resíduos gerados nos postos de descarga que se localizam na sua vizinhança e reverter os

produtos reciclados gerados na central, provenientes desses postos, em benefício da comunidade

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149

gestora. O apoio das construtoras a essa iniciativa é fundamental, na medida em que as

comunidades atuarão como parceiras na coleta e no reaproveitamento dos RCCs, ao mesmo

tempo que serão agentes fiscalizadores das suas ações. A Figura 6.32 mostra que a maior parcela

de entrevistados que declarou que utilizaria RCC reciclado (38%) acha muito importante a

criação de novos empregos para a população com a adoção da reciclagem.

Importância da criação de novosempregos para a população com a

adoção da reciclagem (%)

26

84

38

11 13

sim talvez não

Declaração do entrevistado quanto à possívelutilização de RCC reciclado

importantemuito importante

Figura 6.32 – Correlação cruzada entre as variáveis: importância da criação de

novos empregos para a população com a adoção da reciclagem e utilização do RCC

reciclado pelo entrevistado.

O poder público em parceria com a iniciativa privada, como ação de responsabilidade

social, poderá promover o financiamento de programas de pesquisa para a criação de unidades

artesanais de reciclagem de RCC em benefício das comunidades locais. Essas são algumas ações

socialmente sustentáveis que bem planejadas serão contínuas, posto que as atividades de

construção, reforma e demolição de imóveis são constantes e, portanto, a matéria prima para a

reciclagem estará sempre disponível.

A sustentabilidade econômica torna-se possível quando os meios de produção são

capazes de gerar riqueza e distribuí-la entre a comunidade, de forma contínua, por meio de uma

gestão mais eficiente dos recursos, sejam eles públicos ou privados, tendo como pressuposto a

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150

conservação ambiental. Para Sachs (1993), “a eficiência econômica deve ser avaliada em termos

macrossociais, e não apenas através do critério da rentabilidade empresarial de caráter

macroeconômico”.

A forma de concepção do modelo de gestão diferenciada de RCC poderá ter

sustentabilidade econômica, se forem empregados tecnologias limpas para a reciclagem de RCC

e incentivos à reutilização e reciclagem para a viabilização de sistemas produtivos locais, com a

valorização do ser humano e das potencialidades locais. A exploração econômica do RCC

reciclado ainda não foi posta em prática no município do Salvador, mas é uma proposição do

modelo de gestão diferenciada adotado. A tarefa não é simples, mas é inovadora, visto que o

mercado de RCC reciclado deverá ser construído por meio de estratégias que garantam o acesso

democrático à distribuição de riqueza e à propriedade produtiva, com salvaguardas a favor da

natureza.

È indispensável que os novos atores da gestão dos resíduos sejam treinados e

capacitados para mobilizar a cadeia produtiva potencial e proporcionar a concretização da mão

invisível do mercado de RCC reciclado. Atrelada a essas ações está a garantia de todo aporte

legal e institucional que estimule o desenvolvimento de mercado para esses resíduos, capaz de

assegurar o desencadeamento das ações na perspectiva do desenvolvimento sustentável. A Figura

6.33 mostra que a maioria dos entrevistados que acha o custo do RCC reciclado menor que o

material de construção convencional (61,3%), entende que a Prefeitura deve investir na atividade

de reciclagem desses resíduos.

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151

Pertinência do investimento daPrefeitura do Salvador na atividade

de reciclagem (%)

6,1 8,213,3

48

19,4

1 2 2

concordatotalmente

concorda discordatotalmente

discorda não temopinião

Opnião do entrevistado sobre o custo do material convencional serinferior ao do RCC reciclado

simnão

Figura 6.33 – Correlação cruzada entre as variáveis: investimento da

Prefeitura de Salvador na atividade de reciclagem e custo do material

convencional em relação ao RCC reciclado.

A sustentabilidade ecológica pode ser entendida como a capacidade de uma comunidade

em ocupar um determinado ecossistema e explorar seus recursos naturais sem ameaçar a

integridade ecológica do meio ambiente. Essa ocupação deverá ser sustentável ao longo do

tempo, garantido o acesso aos recursos naturais para as futuras gerações de seres vivos. Segundo

Jara (1998), “qualquer ameaça contra o equilíbrio ecológico impede o desenvolvimento

sustentável, traduzindo-se, por sua vez, em uma ameaça, não apenas à produção, mas à própria

subsistência humana”. Dentre as ferramentas apresentadas por Sachs (1993), destaca-se uma que

se aplica à gestão dos resíduos sólidos: “reduzir o volume de resíduos e de poluição, através da

conservação de energia e de recursos e da reciclagem”.

O modelo de gestão diferenciada é pautado, dentre outros, na reciclagem, na

conservação ambiental e no ordenamento do espaço urbano, evitando o esgotamento das áreas

urbanas disponíveis. A sustentabilidade ecológica do modelo poderia ser caracterizada pela

adoção de áreas criteriosamente selecionadas para a disposição legal dos RCCs, evitando a

criação de áreas irregulares para essa disposição, freqüentemente escolhidas aleatoriamente pela

população, em encostas ou próximo a corpos hídricos. Essa escolha, no entanto, não extingue a

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152

contaminação do solo na medida em que os resíduos, de característica heterogênea, são

confinados nas áreas oficiais. Essas áreas por sua vez não terão garantidas a sua capacidade de

suporte e regeneração diante dos impactos existentes, fato que compromete a sustentabilidade

ecológica do modelo. Falta ao modelo um movimento cíclico e contínuo de matéria que só será

acionado quando as estratégias de reciclagem socialmente sustentáveis forem colocadas em

prática. Os dados obtidos na pesquisa mostram, sob a percepção dos construtores, que 53% dos

entrevistados consideram que a degradação ambiental no município, causada pelos RCCs, ou

aumentou ou diminuiu, sendo que 49% do total dão muita importância aos problemas ambientais

(Figura 6.34).

Nível de importância que o entrevistadoatribui aos problemas ambientais no

município do Salvador (%)

11 11

20

9

21

10 11

7

aumentou continua a mesma diminuiu não sabe

Opinião do entrevistado quanto a situação atual da degradação ambientalem Salvador causada pelos RCCs

importante

muito importante

Figura 6.34 – Correlação cruzada entre as variáveis: importância com os problemas

ambientais e situação atual da degradação ambiental em Salvador.

Esse dado é um indicador de que o modelo de gestão diferenciada não está atendendo

aos pressupostos da sustentabilidade ecológica, na medida em que parcela considerável dos

construtores entrevistados percebe que os RCCs estão causando degradação ambiental na cidade

e se preocupam com isso.

A sustentabilidade espacial é alcançada por meio de uma distribuição territorial rural e

urbana equilibrada, segundo Sachs (1993), utilizando-se de novas tecnologias na indústria e na

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153

agricultura, garantindo a manutenção dos ecossistemas e da biosfera, por meio da criação de

reservas naturais. Pressupõe a sustentabilidade político-institucional, cuja continuidade das ações

deve garantir o controle e o ordenamento do solo, atendendo aos anseios da comunidade com

racionalidade e solidariedade.

Como apresentado anteriormente, o modelo de gestão diferenciada pressupõe o

ordenamento do solo, posto que as unidades de descarga de resíduos são planejadas antes de sua

implantação. O ordenamento do solo, urbano ou rural, assim como as demais dimensões da

sustentabilidade, têm como pré-requisito a sustentabilidade político-institucional, que para

Bursztyn (2001) constitui um imperativo para o desenvolvimento sustentável. Para o autor, o

Estado deve atuar “na regulamentação, na gestão dos contratos sociais, na promoção de

instrumentos e políticas indutoras de estratégias planejadas, na garantia da proteção social”

(BURSZTYN, 2001).

Nesse sentido, a concretização da sustentabilidade espacial do modelo de gestão

diferenciada está sob a guarda do poder municipal, cabendo a ele regular e fiscalizar as ações pré-

estabelecidas pelo modelo. Nesse aspecto, a Prefeitura do Salvador tem criado instrumentos de

controle, já apresentados neste trabalho, entretanto, algumas falhas foram detectadas nas suas

aplicações, na percepção dos entrevistados. A Figura 6.35 mostra que dos construtores que

descartam seus resíduos no Aterro de Canabrava, a maioria considera que o rigor da fiscalização

da Prefeitura do Salvador é mínimo. Os que declararam não saber a destinação ou destinar seus

resíduos em bota-fora, têm a mesma opinião. O rigor médio consta como a segunda opção mais

freqüente. Este dado é um indicador de que a instituição deve melhorar sua capacidade

fiscalizadora para fortalecer o controle da atividade. Outros dados importantes estão apresentados

na Figura 5.37, onde 57% dos entrevistados declararam não saber o que é um PDE e 85%

alegaram não saber o que é uma BDE.

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154

Rigor da fiscalização da Prefeitura do Salvador quanto à disposição irregular dos

RCCs (%)

41 1 2

12

2

26

1 1

117

2

14

2 1 25

2 1 1 1 1

bota

-fora

terre

noba

ldio

PDE

Ater

ro d

eC

anab

rava

Ate

rroC

entro

outro

mun

icíp

io

outro

loca

l

não

sabe

Destino final do RCC

nenhummínimomédiopleno

Figura 6.35 – Correlação cruzada entre as variáveis: rigor da Prefeitura do

Salvador quanto à disposição irregular dos RCC e destinação final dos RCCs

gerados pelos entrevistados.

Conhecimento dos entrevistadossobre PDE e BDE (%)

2815

57

6 9

85

sim sabe o que émas não sabe

onde selocalizam

não sabe sim sabe o que émas não sabe

onde selocalizam

não sabe

Conhecimento sobre os PDEs e sualocalização

Conhecimento sobre a BDE e a sua localização

Figura 6.36 – Conhecimento dos entrevistados sobre significado e

localização dos PDEs e da BDE.

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155

Esses dados demonstram que os usuários do serviço de destinação final de RCC não

conhecem as células definidoras da gestão diferenciada de RCC no município do Salvador.

Qualquer modelo que se propõe ser sustentável deve ter características intrínsecas de

envolvimento, participação e pertencimento dos atores envolvidos pelo modelo. Nesse aspecto, a

concretização da sustentabilidade político-institucional fica comprometida, e por conseqüência

todas as demais dimensões que dela dependem.

A sustentabilidade cultural é a dimensão da riqueza de um povo. Seu alcance se dá por

meio de ações integradas à diversificação cultural de cada comunidade, respeitando suas

peculiaridades locais, onde os modos de produção sejam introduzidos nas comunidades como

uma extensão dos seus conhecimentos.

A sustentabilidade cultural, vinculada à sustentabilidade social, se caracteriza pelo

respeito ao modo de vida dos componentes da comunidade e à valorização de suas culturas

tradicionais por meio da informação e do conhecimento. O modelo de gestão diferenciada não

alcança a sustentabilidade cultural, pois não está associado aos elementos das comunidades

locais.

Enfim, o desenvolvimento sustentável é uma meta que a sociedade almeja alcançar, mas

encontra barreiras, criadas pelo paradigma atual, que são de difícil remoção. Todas as dimensões

da sustentabilidade exigem mudanças na base de desenvolvimento estabelecido no presente

momento. O grande desafio é como empreender o primeiro passo para o desencadeamento das

ações.

Nesta pesquisa foi possível concluir que parece ser mais fácil criar nichos de

desenvolvimento sustentável, em pequenas atividades, para que as diversas práticas em conjunto

articulem uma rede de sustentabilidade por onde as demais iniciativas tomarão corpo e se

multiplicarão. Considerando o pressuposto da sustentabilidade político-institucional, o município

é a menor célula política da sociedade capaz de criar instrumentos de promoção do

desenvolvimento sustentável local. Baseado nisso, Jara (1998) define “a municipalização como

estratégia para transformar cada município num pequeno país independente, seguindo seu

próprio modelo de desenvolvimento”. O modelo de gestão diferenciado adotado no município do

Salvador é o ponto de partida para o alcance futuro de algumas características da

sustentabilidade. Entretanto, muito há que ser elaborado e modificado na sua estrutura,

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156

principalmente no que concerne à inclusão da variável sócio-cultural como um dos parâmetros

iniciais do modelo.

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157

RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÃO

Nesta dissertação foram estudados e caracterizados os aspectos socioeconômicos e

ambientais declarados pelos agentes da indústria da construção civil, especificamente do subsetor

de edificações em geral, bem como a influência na disponibilidade do setor a pagar pelo serviço

público de disposição final dos resíduos da construção civil (RCCs) no município do Salvador. A

gestão diferenciada desses resíduos foi estudada e sua aplicação no município foi analisada sob a

ótica da sustentabilidade.

De acordo com o desenvolvimento apresentado constatou-se que várias percepções

socioeconômicas e ambientais dos construtores do município influenciaram a determinação de

um valor de uso pelo serviço de disposição final dos RCCs, entretanto, apenas duas variáveis têm

predomínio significante sobre a construção daquele valor: são as variáveis tempo de atuação da

empresa no mercado e importância com a possibilidade da criação de novos empregos com a

adoção da reciclagem. Esse resultado foi apresentado no Capítulo 6 e mostra que os

entrevistados podem não ter revelado suas reais preferências pelo fato de não acreditarem que

suas respostas possam se transformar em uma política de cobrança para provisão de bens e

serviços públicos. Ainda assim, fica confirmada a hipótese principal proposta no início do

trabalho, qual seja: As percepções socioeconômicas e ambientais dos construtores implicarão

na determinação de um valor de uso pelo serviço de disposição final dos resíduos da

construção civil em Salvador.

Por outro lado, um estudo comparativo entre a aplicação do método de gestão

diferenciada no município do Salvador e a análise das percepções socioeconômicas e ambientais

indicaram que apesar da implantação do modelo de gestão diferenciada no município, os

construtores, que são os usuários do serviço de disposição final dos RCCs, não têm conhecimento

formal da metodologia empregada pela gestão municipal e demonstram preocupação com a

geração crescente desses resíduos. A análise dos critérios de sustentabilidade apresentada na

seção 6.2.2 indica que o modelo de gestão diferenciada dos RCCs no município apresenta alguns

pressupostos da sustentabilidade. Entretanto a sua aplicação prática não atende às diretrizes da

gestão sustentável e, portanto, fica refutada a hipótese secundária proposta neste trabalho, ou

seja: a gestão diferenciada desses resíduos, atualmente implantada no município, ainda não

tem contribuição efetiva na busca de uma gestão sustentável.

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158

È recomendável que mudanças estruturais sejam elaboradas no modelo de gestão

diferenciada considerando as seguintes diretrizes:

Criar mecanismos de intercâmbio contínuo entre a Prefeitura do município e os

construtores visando a consolidação e ampliação do sistema de gestão, inserindo

as dimensões da sustentabilidade;

Promover a valorização dos RCCs como matéria prima por meio de um

gerenciamento integrado, com ênfase no reaproveitamento, na reciclagem e no

desenvolvimento e pesquisa de tecnologias limpas no seu tratamento, com vistas

ao estabelecimento de um mercado de resíduos da construção civil;

Empreender, de maneira formal, a responsabilidade social das atividades

geradoras de RCCs, inserindo permanentemente a participação das comunidades

locais, vizinhas aos PDEs, no ciclo de gestão integrada dos resíduos;

Estabelecer valores de cobrança para os grandes geradores atendendo às suas

disponibilidades de pagamento para viabilizar um processo de gestão sustentável;

Inserir no modelo de gestão a cooperação intermunicipal visando a disseminação

das ações da gestão sustentável, garantido a ampliação efetiva dos seus limites de

ação;

Desenvolver pesquisas mais amplas sobre a disposição a pagar (DAP), do setor da

construção, pela disposição final dos seus resíduos, envolvendo a presidência das

entidades ligadas à construção civil, conjuntamente com o poder público

municipal e estadual, no sentido de esclarecer os usuários sobre a relevância dos

resultados obtidos na pesquisa, para a tomada de decisão dos gestores públicos

quanto a determinação de um valor de uso pela disposição final dos RCCs que

atenda aos anseios dos construtores, às necessidades do poder público e aos

interesses da comunidade.

Enfim, enseja-se que o presente trabalho contribua de forma positiva na elaboração de

propostas para a estimativa de valores de cobrança para serviço de disposição final dos RCC dos

grandes geradores e colabore para a implementação de medidas sustentáveis no modelo de gestão

diferenciada adotado no município do Salvador – BA.

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159

REFERÊNCIAS

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BAHIA. Lei nº 3 163, de 04 de outubro de 1973. Cria, na Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia, o Conselho Estadual de Proteção Ambiental - CEPRAM, e dá outras providências.Diário Oficial do Estado da Bahia, BA, 04 out. 1973.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO NA PESQUISA DE CAMPO

VALORAÇÃO DO SERVICO DE DISPOSIÇÃO

FINAL DO ENTULHO EM SALVADOR - BA No. ............... Data:................/................/................Entrevistador................................................................

1. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS

1.1. Sexo do empreendedor (sexo) (1) Feminino (2) Masculino

1.2. Sede da empresa (bairro) Código ( )

1.3. Qual é a sua idade? (idade)(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13) (14)

(15) (16) (17) (18) (19) (20) (21) (22) (23) (24) (25) (26) (27)..........

1.4. Qual o seu grau de

escolaridade? (escola)

(1) até 8ª série (2) Ensino Médio incompleto

(3) Ensino Médio completo (4) Nível Superior incompleto

(5) Nível Superior completo (6) Especialização (7) Mestrado

(8) Doutorado

1.5 Qual a sua profissão? (prof)

(1) mestre de obras (2) técnico de nível médio (3) engenheiro (4) arquiteto (5)administrador

(6) advogado (7) outro. Qual?_________________

1.6 Qual o seu cargo na empresa? (cargo)

(1) encarregado (2) gerente (3) administrador (6) diretor (7) presidente

(8) outro. Qual?______________________

1.7 Qual o faturamento mensal da empresa? (em mil Reais) (renda)(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12)

(13) (14) (15) (16) (17) (18) (19) (20) (21) (22) (23) (24)

..............

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1.8 Há quantos anos esta empresa atua no mercado? (tempm) ________________________________

1.9 Qual o número de funcionários da empresa? (func) ______________________________________

1.10 A que entidade a empresa é associada? (entidad)

(1) Sinduscon(2) Ademi(3) ambas

(4)Outra (qual?) ____________________(5) nenhuma

1.11 Como você classificaria a sua empresa quanto ao porte? (porte)

(1) pequeno(2) médio(3) grande(4) excepcional

2. ASPECTOS DE GESTÃO

2.1 Prioritariamente, para onde é destinado o entulho gerado na obra? (destent)

(1) bota-foras(2) terrenos baldios(3) postos de descarga de entulho – PDE

(4) aterro de Canabrava (5) aterro Centro

(6) outros municípios. Quais? ___________(7) outro local (Qual?)________________(8) não sei

2.2 Você sabe o que é PDE (posto de descarga de entulho) e onde se localizam? (pde)

(1) sei o que é e onde se localizam(2) sei o que é mas não sei onde se localizam(3) não sei

2.3 Se sim, já utilizou esses postos para descarga de entulho? (pde1)

(1) sim(2) não(3) não sei

2.4 Você sabe o que é BDE (base de descarga de entulho) e onde se localiza? (bde)

(1) sei o que é e onde se localizam(2) sei o que é mas não sei onde se localizam(3) não sei

2.5 Se sim, já utilizou essa base para descarga de entulho? (bde1)

(1) sim(2) não(3) não sei

2.6 O serviço de transporte do entulho gerado na obra é executado, exclusivamente, pela própria empresa? (transp) (1) sim(2) não

2.7 Se não, que (quais) empresa(s) transporta (m) o entulho? (emptran)

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____________________________________________________________

2.8 Qual o preço cobrado por metro cúbico coletado? (pm3)

R$_____________

2.9 Com que freqüência o entulho é coletado da obra para sua destinação final? (freqcol)

(1) a cada 2 m3(2) a cada 5 m3(3) a cada 10 m3(4) semanalmente

(5) quinzenalmente(6) mensalmente(7) outro. Qual? ____________________

2.10 Qual a estimativa da quantidade de entulho gerada mensalmente? (quantent)(1) menos que 10 m3(2) entre 10 m3 e 20 m3(3) entre 20 m3 e 30 m3

(4) entre 30 m3 e 40 m3 (5) entre 40 m3 e 50 m3(6) entre 50 m3 e 100 m3

(7) entre 100 m3 e 150 m3(8) entre 150 m3 e 200 m3(9) acima de 200 m3

2.11 Qual é o gasto mensal da empresa com a destinação do entulho? (gastent) R$ _______________

2.12 Nas obras, a empresa executa a separação do entulho em tipos diferentes? (sepent)

(1) sim (2) não, mas há interesse (3) não, e não há interesse

2.13 O entulho gerado é aproveitado na obra? (aprent)

(1) sim (2) não (3) as vezes

2.14 A empresa comercializa o entulho gerado nas obras? (comerc)

(1) sim (2) não(3) as vezes

2.15 Se sim, qual o valor arrecadado com este serviço? (especificar) R$____________________(valarrec)

2.16 Atualmente, existe tecnologia para reciclagem de entulho, transformando-o em material a ser utilizado novamente na construção civil. Você utilizaria entulho reciclado em suas obras? (utentrec)

(1) sim (2) talvez (3) não

2.17 A empresa tem plano/projeto de gerenciamento de entulho? (plang)(1) sim (2) não, mas há interesse (3) não e não há interesse

3. ASPECTOS AMBIENTAIS

3.1 Para você, o entulho: (probl)

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171

(1) é um grande problema (2) é um problema de relativa importância (3) não é um problema

3.2 Para você, qual o maior problema causado pelo entulho? (maiorpr)

(1) nenhum(2) ocupa espaço na obra e obstrui o fluxo dos equipamentos(3) gera custos consideráveis para a sua remoção(4) degradação ambiental(5) outro (especifique) ________________________________________

3.3 Para você, a degradação (poluição) ambiental causada pelo descarte do entulho, em Salvador: (degrad)

(1) aumentou(2) continua a mesma (3) diminuiu (4) não sei

3.4 A empresa promove campanha de educação ambiental orientando os funcionários quanto à destinação correta do entulho? (campamb)

(1) sim (2) não, mas há interesse (3) não e não há interesse

3.5 Você acha que a Prefeitura de Salvador deve investir na atividade de reciclagem de entulho? (prefent)(1) sim. Por quê?_______________________________________________________________

(2) não. Por quê?_______________________________________________________________

3.6 Qual o seu conhecimento com relação à Resolução nº 307/02 do CONAMA? (conama)(1) não tenho conhecimento(2) tenho conhecimento da sua publicação, mas não conheço o seu conteúdo (3) conheço o seu conteúdo (4) conheço o seu conteúdo e já iniciei a adequação das rotinas de trabalho às exigências da

norma

Por favor, responda as questões a seguir analisando as suas atitudes da seguinte forma:

1. Concordo totalmente 2. Concordo 3. Discordo totalmente 4. Discordo 5. Não tenho

opinião

a) Com o aumento da construção de empreendimentos imobiliários em Salvador, a geração

de entulho vem crescendo consideravelmente, entretanto existe área suficiente no município

para a disposição desses resíduos.

( ) (aread)

b) O descaso com relação ao destino do entulho gera sérios comprometimentos à sociedade,

dentre os quais a degradação do meio ambiente, diminuindo a sensação de bem estar da

população.

( ) (descaso)

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172

c) A geração de entulho é inevitável devido à intervenção humana sobre o meio, por isso

eles devem ser depositados em locais apropriados e esquecidos.

( ) (gerhum)

d) Existe viabilidade econômica no aproveitamento do entulho reciclado. ( ) (viabec)

e) A atividade de reciclagem é muito importante na geração de emprego para a população

de baixa renda.

( ) (gebr)

f) O custo do material de construção convencional é menor que o custo do material

reciclado, por isso a utilização do entulho reciclado implicaria em aumento de custo para o

construtor .

( ) (mcmr)

g) A solução dos problemas sociais, tais como o desemprego, é de responsabilidade

exclusiva do poder público.

( ) (probsoc)

h) A degradação ambiental causada pela indústria da construção civil é insignificante. ( ) (daic)

i) A condição para que as futuras gerações disponham de um meio ambiente saudável é que

a sociedade atual se responsabilize pela minimização da geração dos resíduos.

( ) (minres)

j) O empenho da prefeitura de Salvador na solução dos problemas de gestão dos entulhos

não tem sido satisfatório.

( ) (epss)

4. O SEU COMPORTAMENTO EM RELAÇÃO À DESTINACAO DO ENTULHO4.1 De zero a dez, qual o nível de importância que você dá a separação do entulho no canteiro de obras?

(atribua uma nota na escala abaixo) (impseg)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nenhuma Muita

Importância Importância

4.2 De zero a dez, qual o nível de importância que você dá ao reaproveitamento e a reciclagem de

entulho? (imprrec)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nenhuma Muita

Importância Importância

4.3 De zero a dez, qual o nível de importância que você dá à possibilidade da criação de novos empregos

para a população com a adoção da reciclagem? (imparec)

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173

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nenhuma Muita

Importância Importância

4.4 De zero a dez, que nota você dá ao sistema de coleta de entulho em Salvador? (colsal)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Mínima Máxima

5. SEU PONTO DE VISTA SOBRE A COLETA DE ENTULHO 5.1 De zero a dez, qual o nível de importância que você dá aos problemas ambientais gerados pelos

resíduos em Salvador? (imppamb)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nenhuma Muita

Importância Importância

5.2 De zero a dez, qual o seu nível de conhecimento que você tem da estrutura da Prefeitura Municipal de

Salvador (órgãos, exigências, corpo técnico)? (conhec)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nenhum Muito

Conhecimento Conhecimento

5.3 De zero a dez, que nota você dá ao rigor da fiscalização da prefeitura quanto à disposição irregular do

entulho? (rigor)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Pouco Muito

Rigorosa Rigorosa

6. Você acha que a responsabilidade pela coleta e destinação final do entulho é: (respent)

(1) da Prefeitura (2) do gerador do entulho (3) do gerador e da Prefeitura

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174

(4) da sociedade em geral(5) Outros_______________________________________

7. SUA ESCOLHA

7.1. DISPOSIÇÃO A PAGAR ESPONTÂNEA

Você sabia que a quantidade de entulho gerada em Salvador é superior à quantidade de lixo domiciliar (49,77% de entulho contra 46,04% de resíduo domiciliar)? A geração excessiva desseresíduo constitui um risco para o meio ambiente e conseqüentemente para o bem estar da população. A legislação brasileira estabelece que o gerador de entulho é responsável pela sua coleta, transporte e destinação final. A resolução Conama nº 307/02 determina que a partir dejulho de 2004 os municípios estão proibidos de dispor entulho nos aterros sanitários devendo indicar áreas destinadas para beneficiamento e disposição final desses resíduos. Essas áreas serão licenciadas pelo poder público, podendo ser administrada pelo próprio município ou porempresas privadas, sendo que em ambos os casos será cobrada uma taxa pelo serviço de disposição final do entulho, assim como já ocorre na Europa, Canadá, EUA e Japão. Para que oserviço de disposição final seja mantido, QUANTO VOCE ESTARIA DISPOSTO A PAGAR, EM R$, POR CADA METRO CÚBICO (M3) DE ENTULHO DEPOSITADONAS ÁREAS LICENCIADAS? (dap)

R$ por m3 (dap)

Você acha que o gerenciamento dessas áreas deveria ser concedido a empresas privadas? (empri)

(1) sim.

Por quê?______________________________________________________________________

(2) não.

Por quê?______________________________________________________________________

Se você pudesse escolher não pagar essa taxa, qual seria o motivo do não pagamento?

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175

QUAL É O FATURAMENTO MENSAL DA EMPRESA ?(EM REAIS)

(1) de 5.000 a 25.000 (13) de 550.000 a 600.000

(2) de 25.000 a 50.000 (14) de 600.000 a 650.000

(3) de 50.000 a 100.000 (15) de 650.000 a 700.000

(4) de 100.000 a 150.000 (16) de 700.000 a 750.000

(5) de 150.000 a 200.000 (17) de 750.000 a 800.000

(6) de 200.000 a 250.000 (18) de 800.000 a 850.000

(7) de 250.000 a 300.000 (19) de 850.000 a 900.000

(8) de 300.000 a 350.000 (20) de 900.000 a 950.000

(9) de 350.000 a 400.000 (21) de 950.000 a 1.000.000

(10) de 400.000 a 450.000 (22) de 1.000.000 a 1.500.000

(11) de 450.000 a 500.000 (23) de 1.500.000 a 2.000.000

(12) de 500.000 a 550.000 (24) Acima de 2.000.000

Especificar...................

QUAL É A SUA IDADE EM ANOS?

(1) 18 a 20 (10) 36 a 38 (19) 54 a 56

(2) 20 a 22 (11) 38 a 40 (20) 56 a 58

(3) 22 a 24 (12) 40 a 42 (21) 58 a 60

(4) 24 a 26 (13) 42 a 44 (22) 60 a 62

(5) 26 a 28 (14) 44 a 46 (23) 62 a 64

(6) 28 a 30 (15) 46 a 48 (24) 64 a 66

(7) 30 a 32 (16) 48 a 50 (25) 66 a 68

(8) 32 a 34 (17) 50 a 52 (26) 68 a 70

(9) 34 a 36 (18) 52 a 54 (27) mais de 70

Especificar..........

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176

APÊNDICE B – MATRIZ DE CORRELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS

NUMÉRICAS.

CORRELACÕES

1,000 -,216* -,019 -,022 ,005 ,342** -,191, ,031 ,851 ,832 ,963 ,001 ,057

100 100 100 98 100 99 100-,216* 1,000 -,062 ,088 ,031 ,030 ,204*,031 , ,541 ,392 ,760 ,767 ,042100 100 100 98 100 99 100

-,019 -,062 1,000 ,057 ,061 ,096 -,007,851 ,541 , ,578 ,545 ,344 ,943

100 100 100 98 100 99 100

-,022 ,088 ,057 1,000 ,036 -,018 ,031,832 ,392 ,578 , ,723 ,860 ,765

98 98 98 98 98 97 98,005 ,031 ,061 ,036 1,000 ,061 -,065,963 ,760 ,545 ,723 , ,550 ,518100 100 100 98 100 99 100

,342** ,030 ,096 -,018 ,061 1,000 -,137,001 ,767 ,344 ,860 ,550 , ,178

99 99 99 97 99 99 99-,191 ,204* -,007 ,031 -,065 -,137 1,000,057 ,042 ,943 ,765 ,518 ,178 ,100 100 100 98 100 99 100

Pearson CorrelationSig. (2-tailed)NPearson CorrelationSig. (2-tailed)NPearson CorrelationSig. (2-tailed)N

Pearson CorrelationSig. (2-tailed)NPearson CorrelationSig. (2-tailed)NPearson CorrelationSig. (2-tailed)NPearson CorrelationSig. (2-tailed)N

Faturamento mensal daempresa

Importância da criaçãode novos empregos

Nota para o rigor daprefeitura

Qual a frequência decoleta do entulho naobra?

Qual o preço cobradopelo metro cúbico?

Tempo de atuação daempresa no mercado

Qual a disposição apagar pela disposição?

Faturamentomensal daempresa

Importânciada criação de

novosempregos

Nota parao rigor daprefeitura

Qual afrequência

de coleta doentulho na

obra?

Qual o preçocobrado pelometro cúbico?

Tempo deatuação daempresa no

mercado

Qual adisposição apagar pela

disposição?

Correlação significante ao nível de 0.05.*.

Correlação significante ao nível de 0.01.**.

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177

APÊNDICE C – HISTOGRAMA E CURVA P - P PLOT DA DAP

Regression Standardized Residual

6,506,00

5,505,00

4,504,00

3,503,00

2,502,00

1,501,00

,500,00-,50

-1,00

Histogram

Dependent Variable: Qual a disposição a pagar pela disposição?Fr

eque

ncy

40

30

20

10

0

Std. Dev = ,99Mean = 0,00

N = 99,00

Normal P-P Plot of Regression Standardized Residual

Dependent Variable: Qual a disposição a pagar pela disposição?

Observed Cum Prob

1,0,8,5,30,0

Exp

ecte

d C

um P

rob

1,0

,8

,5

,3

0,0

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178

APÊNDICE D – RESULTADOS DO MODELO LINEAR

Model Summaryb

,251a ,063 ,043 3,92135Model1

R R SquareAdjustedR Square

Std. Error ofthe Estimate

Predictors: (Constant), Importância da criação denovos empregos, Tempo de atuação da empresa nomercado

a.

Dependent Variable: Qual a disposição a pagar peladisposição?

b.

ANOVAb

99,042 2 49,521 3,220 ,044a

1476,190 96 15,3771575,232 98

RegressionResidualTotal

Model1

Sum ofSquares df Mean Square F Sig.

Predictors: (Constant), Importância da criação de novos empregos, Tempo deatuação da empresa no mercado

a.

Dependent Variable: Qual a disposição a pagar pela disposição?b.

A estatística F estimada de 3,22 é superior ao ponto crítico de F3, 85 ( 5%) = 2,68 (ponto de umaF de Snedecor de 3 e 85 graus de liberdade ao nível de significância de 5% ), assim concluímosque alguma das variáveis independentes explicam a variabilidade da disposição a pagar .

Coefficientsa

-,595 1,953 -,305 ,761

-,044 ,031 -,143 -1,445 ,152 ,999 1,001

,462 ,217 ,210 2,129 ,036 ,999 1,001

(Constant)Tempo de atuação daempresa no mercadoImportância da criaçãode novos empregos

Model1

B Std. Error

UnstandardizedCoefficients

Beta

StandardizedCoefficients

t Sig. Tolerance VIFCollinearity Statistics

Dependent Variable: Qual a disposição a pagar pela disposição?a.

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179

25,0R3,22F2,131,44-0,31-

.46,0.04,06,0

2

tIMPARECTEMPMdap

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180

APÊNDICE E – ANÁLISE ESTATÍSTICA DAS VARIÁVEIS EM

CATEGORIAS DE NÚCLEOS DE LIMPEZA.

Bairro da sede da construtora

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,05 71,4 71,4 71,42 28,6 28,6 100,07 100,0 100,04 30,8 30,8 30,85 38,5 38,5 69,21 7,7 7,7 76,91 7,7 7,7 84,62 15,4 15,4 100,0

13 100,0 100,015 100,0 100,0 100,017 39,5 39,5 39,56 14,0 14,0 53,56 14,0 14,0 67,4

14 32,6 32,6 100,043 100,0 100,05 41,7 41,7 41,75 41,7 41,7 83,31 8,3 8,3 91,71 8,3 8,3 100,0

12 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,03 100,0 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

NazaréFazensa GarciaTotal

Valid

BrotasVasco da GamaTotal

Valid

OndinaBarraGraçaVitóriaChame-chameTotal

Valid

Rio VermelhoValidPitubaItaigaraIguatemiCaminho das ÁrvoresTotal

Valid

Stiep, Costa AzulParalelaImbuíJardim ArmaçãoTotal

Valid

PatamaresStella MaresTotal

Valid

PernambuésValidSete de abrilValidPirajáValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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181

Idade em categorias

2 100,0 100,0 100,01 14,3 14,3 14,33 42,9 42,9 57,12 28,6 28,6 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,01 7,7 7,7 7,74 30,8 30,8 38,57 53,8 53,8 92,31 7,7 7,7 100,0

13 100,0 100,05 33,3 33,3 33,33 20,0 20,0 53,35 33,3 33,3 86,72 13,3 13,3 100,0

15 100,0 100,018 41,9 41,9 41,910 23,3 23,3 65,110 23,3 23,3 88,4

4 9,3 9,3 97,71 2,3 2,3 100,0

43 100,0 100,03 25,0 25,0 25,01 8,3 8,3 33,33 25,0 25,0 58,35 41,7 41,7 100,0

12 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

36 - 45Valid<= a 3536 - 4546 - 5556 - 65Total

Valid

<= a 3536 - 4546 - 5556 - 65Total

Valid

<= a 3536 - 4546 - 5556 - 65Total

Valid

<= a 3536 - 4546 - 5556 - 65 >= a 66Total

Valid

<= a 3536 - 4546 - 5556 - 65Total

Valid

36 - 4546 - 5556 - 65Total

Valid

46 - 55Valid36 - 4546 - 5556 - 65Total

Valid

<= a 35Valid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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182

Grau de escolaridade do entrevistado

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,01 14,3 14,3 14,31 14,3 14,3 28,61 14,3 14,3 42,91 14,3 14,3 57,11 14,3 14,3 71,41 14,3 14,3 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,01 7,7 7,7 7,74 30,8 30,8 38,51 7,7 7,7 46,26 46,2 46,2 92,31 7,7 7,7 100,0

13 100,0 100,01 6,7 6,7 6,75 33,3 33,3 40,01 6,7 6,7 46,75 33,3 33,3 80,03 20,0 20,0 100,0

15 100,0 100,01 2,3 2,3 2,35 11,6 11,6 14,03 7,0 7,0 20,9

22 51,2 51,2 72,111 25,6 25,6 97,7

1 2,3 2,3 100,043 100,0 100,0

1 8,3 8,3 8,32 16,7 16,7 25,01 8,3 8,3 33,33 25,0 25,0 58,33 25,0 25,0 83,32 16,7 16,7 100,0

12 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

Ensino médio completoEspecializaçãoTotal

Valid

até 8ª sérieEnsino médio incompletoEnsino médio completoNível superior incompletoNível superior completoEspecialização17Total

Valid

Ensino médio incompletoEnsino médio completoNível superior incompletoNível superior completoEspecializaçãoTotal

Valid

até 8ª sérieEnsino médio completoNível superior incompletoNível superior completoEspecializaçãoTotal

Valid

até 8ª sérieEnsino médio completoNível superior incompletoNível superior completoEspecializaçãoMestradoTotal

Valid

Ensino médio incompletoEnsino médio completoNível superior incompletoNível superior completoEspecializaçãoMestradoTotal

Valid

até 8ª sérieEnsino médio completoTotal

Valid

Ensino médio incompletoValidEnsino médio incompletoNível superior completoTotal

Valid

Nível superior incompletoValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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183

Profissão do entrevistado

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,01 14,3 14,3 14,33 42,9 42,9 57,11 14,3 14,3 71,42 28,6 28,6 100,07 100,0 100,01 7,7 7,7 7,71 7,7 7,7 15,46 46,2 46,2 61,51 7,7 7,7 69,24 30,8 30,8 100,0

13 100,0 100,02 13,3 13,3 13,32 13,3 13,3 26,77 46,7 46,7 73,31 6,7 6,7 80,01 6,7 6,7 86,72 13,3 13,3 100,0

15 100,0 100,01 2,3 2,3 2,3

27 62,8 62,8 65,16 14,0 14,0 79,13 7,0 7,0 86,06 14,0 14,0 100,0

43 100,0 100,02 16,7 16,7 16,71 8,3 8,3 25,06 50,0 50,0 75,03 25,0 25,0 100,0

12 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

engenheirooutroTotal

Valid

mestre de obrasengenheiroarquitetooutroTotal

Valid

mestre de obrastécnico de nível médioengenheiroarquitetooutroTotal

Valid

mestre de obrastécnico de nível médioengenheiroarquitetoadministradoroutroTotal

Valid

técnico de nível médioengenheiroarquitetoadministradoroutroTotal

Valid

mestre de obrastécnico de nível médioengenheiroadministradorTotal

Valid

mestre de obrasoutroTotal

Valid

mestre de obrasValidmestre de obrasengenheirooutroTotal

Valid

arquitetoValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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184

Qual o cargo na empresa

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,04 57,1 57,1 57,13 42,9 42,9 100,07 100,0 100,01 7,7 7,7 7,74 30,8 30,8 38,53 23,1 23,1 61,55 38,5 38,5 100,0

13 100,0 100,02 13,3 13,3 13,33 20,0 20,0 33,34 26,7 26,7 60,06 40,0 40,0 100,0

15 100,0 100,02 4,7 4,7 4,7

14 32,6 32,6 37,21 2,3 2,3 39,5

11 25,6 25,6 65,11 2,3 2,3 67,4

14 32,6 32,6 100,043 100,0 100,0

1 8,3 8,3 8,36 50,0 50,0 58,31 8,3 8,3 66,74 33,3 33,3 100,0

12 100,0 100,03 100,0 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

encarregadogerenteTotal

Valid

gerenteoutroTotal

Valid

encarregadogerentediretoroutroTotal

Valid

encarregadogerentediretoroutroTotal

Valid

encarregadogerenteadministradordiretorpresidenteoutroTotal

Valid

encarregadogerentediretoroutroTotal

Valid

encarregadoValidoutroValidgerenteadministradoroutroTotal

Valid

outroValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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185

Entidade a qual é associada

2 100,0 100,0 100,01 14,3 14,3 14,31 14,3 14,3 28,64 57,1 57,1 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,02 15,4 15,4 15,44 30,8 30,8 46,27 53,8 53,8 100,0

13 100,0 100,05 33,3 33,3 33,32 13,3 13,3 46,75 33,3 33,3 80,01 6,7 6,7 86,72 13,3 13,3 100,0

15 100,0 100,011 25,6 26,2 26,212 27,9 28,6 54,814 32,6 33,3 88,1

3 7,0 7,1 95,22 4,7 4,8 100,0

42 97,7 100,01 2,3

43 100,05 41,7 41,7 41,73 25,0 25,0 66,74 33,3 33,3 100,0

12 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

AmbasValidSindusconAdemiAmbasnenhumaTotal

Valid

SindusconAdemiAmbasTotal

Valid

SindusconAdemiAmbasOutranenhumaTotal

Valid

SindusconAdemiAmbasOutranenhumaTotal

Valid

SystemMissingTotal

SindusconAdemiAmbasTotal

Valid

SindusconAdemiTotal

Valid

AdemiValidSindusconAdemiTotal

Valid

AmbasValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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186

O porte da empresa

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,02 28,6 28,6 28,64 57,1 57,1 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,02 15,4 15,4 15,4

10 76,9 76,9 92,31 7,7 7,7 100,0

13 100,0 100,05 33,3 33,3 33,39 60,0 60,0 93,31 6,7 6,7 100,0

15 100,0 100,017 39,5 39,5 39,521 48,8 48,8 88,4

5 11,6 11,6 100,043 100,0 100,0

6 50,0 50,0 50,05 41,7 41,7 91,71 8,3 8,3 100,0

12 100,0 100,03 100,0 100,0 100,01 100,0 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

PequenoGrandeTotal

Valid

PequenoMédioGrandeTotal

Valid

PequenoMédioGrandeTotal

Valid

PequenoMédioGrandeTotal

Valid

PequenoMédioGrandeTotal

Valid

PequenoMédioExcepcionalTotal

Valid

MédioValidMédioValidPequenoMédioTotal

Valid

GrandeValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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187

Qual o destino final do entulho

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,02 28,6 28,6 28,65 71,4 71,4 100,07 100,0 100,02 15,4 15,4 15,47 53,8 53,8 69,24 30,8 30,8 100,0

13 100,0 100,03 20,0 20,0 20,02 13,3 13,3 33,37 46,7 46,7 80,03 20,0 20,0 100,0

15 100,0 100,013 30,2 30,2 30,2

1 2,3 2,3 32,61 2,3 2,3 34,9

15 34,9 34,9 69,82 4,7 4,7 74,42 4,7 4,7 79,19 20,9 20,9 100,0

43 100,0 100,03 25,0 25,0 25,01 8,3 8,3 33,35 41,7 41,7 75,02 16,7 16,7 91,71 8,3 8,3 100,0

12 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

Aterro de Canabravanão sabeTotal

Valid

bota-forasAterro de CanabravaTotal

Valid

bota-forasAterro de Canabravanão sabeTotal

Valid

bota-forasterrenos baldiosAterro de Canabravanão sabeTotal

Valid

bota-forasterrenos baldiosPDEAterro de CanabravaAterro CentroOutro localnão sabeTotal

Valid

bota-forasterrenos baldiosAterro de CanabravaAterro CentroOutros municípiosTotal

Valid

PDEnão sabeTotal

Valid

bota-forasValidbota-forasAterro de CanabravaOutro localTotal

Valid

Aterro de CanabravaValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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188

Sabe o que é PDE e onde se localizam?

2 100,0 100,0 100,03 42,9 42,9 42,94 57,1 57,1 100,07 100,0 100,01 7,7 7,7 7,7

1 7,7 7,7 15,4

11 84,6 84,6 100,013 100,0 100,0

5 33,3 33,3 33,3

2 13,3 13,3 46,7

8 53,3 53,3 100,015 100,0 100,014 32,6 32,6 32,6

9 20,9 20,9 53,5

20 46,5 46,5 100,043 100,0 100,0

2 16,7 16,7 16,7

3 25,0 25,0 41,7

7 58,3 58,3 100,012 100,0 100,0

2 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

não sabeValidsimnão sabeTotal

Valid

simnão sabe ondese localizamnão sabeTotal

Valid

simnão sabe ondese localizamnão sabeTotal

Valid

simnão sabe ondese localizamnão sabeTotal

Valid

simnão sabe ondese localizamnão sabeTotal

Valid

simnão sabeTotal

Valid

não sabeValidsimnão sabeTotal

Valid

não sabeValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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189

Se sim, já utilizou o PDE?

2 100,02 28,6 66,7 66,71 14,3 33,3 100,03 42,9 100,04 57,17 100,01 7,7 100,0 100,0

12 92,313 100,0

2 13,3 33,3 33,34 26,7 66,7 100,06 40,0 100,09 60,0

15 100,09 20,9 39,1 39,1

11 25,6 47,8 87,03 7,0 13,0 100,0

23 53,5 100,020 46,543 100,0

1 8,3 33,3 33,31 8,3 33,3 66,71 8,3 33,3 100,03 25,0 100,09 75,0

12 100,01 33,3 50,0 50,01 33,3 50,0 100,02 66,7 100,01 33,33 100,01 100,01 33,3 100,0 100,02 66,73 100,01 100,0

SystemMissingnãonão sabeTotal

Valid

SystemMissingTotal

nãoValidSystemMissing

TotalsimnãoTotal

Valid

SystemMissingTotal

simnãonão sabeTotal

Valid

SystemMissingTotal

simnãonão sabeTotal

Valid

SystemMissingTotal

nãonão sabeTotal

Valid

SystemMissingTotal

SystemMissingnãoValidSystemMissing

TotalSystemMissing

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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190

Sabe o que é BDE e onde se localizam?

2 100,0 100,0 100,0

1 14,3 14,3 14,3

6 85,7 85,7 100,07 100,0 100,0

1 7,7 7,7 7,7

12 92,3 92,3 100,013 100,0 100,0

3 20,0 20,0 20,012 80,0 80,0 100,015 100,0 100,0

3 7,0 7,0 7,0

5 11,6 11,6 18,6

35 81,4 81,4 100,043 100,0 100,0

2 16,7 16,7 16,7

10 83,3 83,3 100,012 100,0 100,0

3 100,0 100,0 100,01 100,0 100,0 100,03 100,0 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

não sabeValidnão sabe ondese localizamnão sabeTotal

Valid

não sabe ondese localizamnão sabeTotal

Valid

simnão sabeTotal

Valid

simnão sabe ondese localizamnão sabeTotal

Valid

não sabe ondese localizamnão sabeTotal

Valid

não sabeValidnão sabeValidnão sabeValidnão sabeValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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191

Se sim, já utilizou a BDE?

2 100,01 14,3 100,0 100,06 85,77 100,0

13 100,02 13,3 66,7 66,71 6,7 33,3 100,03 20,0 100,0

12 80,015 100,0

1 2,3 12,5 12,55 11,6 62,5 75,02 4,7 25,0 100,08 18,6 100,0

35 81,443 100,012 100,0

3 100,01 100,03 100,01 100,0

SystemMissingnãoValidSystemMissing

TotalSystemMissingnãonão sabeTotal

Valid

SystemMissingTotal

simnãonão sabeTotal

Valid

SystemMissingTotal

SystemMissingSystemMissingSystemMissingSystemMissingSystemMissing

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9Núcleo de Limpeza 10Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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192

O transporte de entulho é realizado pela empresa?

2 100,0 100,0 100,07 100,0 100,0 100,02 15,4 16,7 16,7

10 76,9 83,3 100,012 92,3 100,0

1 7,713 100,0

3 20,0 20,0 20,012 80,0 80,0 100,015 100,0 100,0

5 11,6 11,6 11,638 88,4 88,4 100,043 100,0 100,0

1 8,3 8,3 8,311 91,7 91,7 100,012 100,0 100,0

1 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

nãoValidnãoValidsimnãoTotal

Valid

SystemMissingTotal

simnãoTotal

Valid

simnãoTotal

Valid

simnãoTotal

Valid

simnãoTotal

Valid

simValidsimnãoTotal

Valid

simValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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193

Qual o preço cobrado pelo metro cúbico?

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,01 14,3 14,3 14,32 28,6 28,6 42,92 28,6 28,6 71,41 14,3 14,3 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,03 23,1 23,1 23,13 23,1 23,1 46,23 23,1 23,1 69,21 7,7 7,7 76,91 7,7 7,7 84,61 7,7 7,7 92,31 7,7 7,7 100,0

13 100,0 100,03 20,0 20,0 20,01 6,7 6,7 26,71 6,7 6,7 33,31 6,7 6,7 40,02 13,3 13,3 53,31 6,7 6,7 60,01 6,7 6,7 66,71 6,7 6,7 73,31 6,7 6,7 80,03 20,0 20,0 100,0

15 100,0 100,06 14,0 14,0 14,01 2,3 2,3 16,33 7,0 7,0 23,33 7,0 7,0 30,22 4,7 4,7 34,9

11 25,6 25,6 60,52 4,7 4,7 65,11 2,3 2,3 67,44 9,3 9,3 76,76 14,0 14,0 90,72 4,7 4,7 95,31 2,3 2,3 97,71 2,3 2,3 100,0

43 100,0 100,01 8,3 8,3 8,31 8,3 8,3 16,71 8,3 8,3 25,01 8,3 8,3 33,35 41,7 41,7 75,01 8,3 8,3 83,3

9,0014,00Total

Valid

8,0010,0012,0014,0018,00Total

Valid

,007,008,008,5011,5012,0015,00Total

Valid

,004,337,008,009,009,8710,0011,0014,0015,00Total

Valid

,005,006,008,009,0010,0012,0013,0014,0015,0016,0016,6017,50Total

Valid

,005,007,508,0010,0011,00

Valid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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194

Qual a frequência de coleta do entulho na obra?

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,01 14,3 14,3 14,31 14,3 14,3 28,63 42,9 42,9 71,41 14,3 14,3 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,02 15,4 16,7 16,72 15,4 16,7 33,35 38,5 41,7 75,01 7,7 8,3 83,32 15,4 16,7 100,0

12 92,3 100,01 7,7

13 100,01 6,7 6,7 6,72 13,3 13,3 20,04 26,7 26,7 46,75 33,3 33,3 80,01 6,7 6,7 86,72 13,3 13,3 100,0

15 100,0 100,05 11,6 11,9 11,99 20,9 21,4 33,3

20 46,5 47,6 81,02 4,7 4,8 85,76 14,0 14,3 100,0

42 97,7 100,01 2,3

43 100,02 16,7 16,7 16,75 41,7 41,7 58,34 33,3 33,3 91,71 8,3 8,3 100,0

12 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

a cada 5 metros cúbicosa cada 10 metros cúbicosTotal

Valid

a cada 5 metros cúbicosa cada 10 metros cúbicossemanalmentequinzenalmenteoutroTotal

Valid

a cada 5 metros cúbicosa cada 10 metros cúbicossemanalmentequinzenalmenteoutroTotal

Valid

SystemMissingTotal

a cada 2 metros cúbicosa cada 5 metros cúbicosa cada 10 metros cúbicossemanalmentemensalmenteoutroTotal

Valid

a cada 5 metros cúbicosa cada 10 metros cúbicossemanalmentequinzenalmenteoutroTotal

Valid

SystemMissingTotal

a cada 5 metros cúbicosa cada 10 metros cúbicossemanalmenteoutroTotal

Valid

a cada 2 metros cúbicosa cada 10 metros cúbicosoutroTotal

Valid

outroValida cada 10 metros cúbicosoutroTotal

Valid

a cada 10 metros cúbicosValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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195

Qual a quantidade gerada mensalmente?

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,02 28,6 28,6 28,61 14,3 14,3 42,91 14,3 14,3 57,11 14,3 14,3 71,42 28,6 28,6 100,07 100,0 100,0

2 15,4 16,7 16,7

2 15,4 16,7 33,31 7,7 8,3 41,72 15,4 16,7 58,32 15,4 16,7 75,01 7,7 8,3 83,31 7,7 8,3 91,71 7,7 8,3 100,0

12 92,3 100,01 7,7

13 100,03 20,0 20,0 20,01 6,7 6,7 26,72 13,3 13,3 40,05 33,3 33,3 73,33 20,0 20,0 93,31 6,7 6,7 100,0

15 100,0 100,0

7 16,3 17,1 17,1

9 20,9 22,0 39,05 11,6 12,2 51,25 11,6 12,2 63,45 11,6 12,2 75,65 11,6 12,2 87,84 9,3 9,8 97,61 2,3 2,4 100,0

41 95,3 100,02 4,7

43 100,0

1 8,3 9,1 9,1

1 8,3 9,1 18,22 16,7 18,2 36,43 25,0 27,3 63,62 16,7 18,2 81,82 16,7 18,2 100,0

11 91,7 100,01 8,3

12 100,0

2 66,7 66,7 66,7

1 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,0

1 100,0 100,0 100,0

de 10 e 20de 20 e 30Total

Valid

de 10 e 20de 20 e 30de 30 a 40de 40 a 50de 50 a 100Total

Valid

menos que 10metros cúbicosde 10 e 20de 20 e 30de 40 a 50de 50 a 100de 100 a 150de 150 a 200acima de 200Total

Valid

SystemMissingTotal

de 10 e 20de 20 e 30de 30 a 40de 40 a 50de 50 a 100de 100 a 150Total

Valid

menos que 10metros cúbicosde 10 e 20de 20 e 30de 30 a 40de 40 a 50de 50 a 100de 100 a 150acima de 200Total

Valid

SystemMissingTotal

menos que 10metros cúbicosde 10 e 20de 20 e 30de 30 a 40de 50 a 100de 100 a 150Total

Valid

SystemMissingTotal

menos que 10metros cúbicosde 10 e 20Total

Valid

de 30 a 40Validde 10 e 20de 20 e 30Total

Valid

menos que 10metros cúbicos

Valid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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196

A empresa separa o entulho na obra?

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,03 42,9 42,9 42,93 42,9 42,9 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,04 30,8 33,3 33,36 46,2 50,0 83,32 15,4 16,7 100,0

12 92,3 100,01 7,7

13 100,04 26,7 26,7 26,7

10 66,7 66,7 93,31 6,7 6,7 100,0

15 100,0 100,09 20,9 20,9 20,9

21 48,8 48,8 69,813 30,2 30,2 100,043 100,0 100,0

5 41,7 41,7 41,74 33,3 33,3 75,03 25,0 25,0 100,0

12 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

não, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

SystemMissingTotal

simnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simnão, e não há interesseTotal

Valid

não, mas há interesseValidsimnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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197

O entulho é aproveitado na obra?

2 100,0 100,0 100,03 42,9 42,9 42,94 57,1 57,1 100,07 100,0 100,02 15,4 16,7 16,76 46,2 50,0 66,74 30,8 33,3 100,0

12 92,3 100,01 7,7

13 100,01 6,7 6,7 6,7

12 80,0 80,0 86,72 13,3 13,3 100,0

15 100,0 100,06 14,0 14,0 14,0

25 58,1 58,1 72,112 27,9 27,9 100,043 100,0 100,010 83,3 83,3 83,3

2 16,7 16,7 100,012 100,0 100,0

2 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

nãoValidnãoas vezesTotal

Valid

simnãoas vezesTotal

Valid

SystemMissingTotal

simnãoas vezesTotal

Valid

simnãoas vezesTotal

Valid

nãoas vezesTotal

Valid

simas vezesTotal

Valid

as vezesValidsimnãoTotal

Valid

as vezesValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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198

A empresa comercializa o entulho gerado na obra?

2 100,0 100,0 100,06 85,7 85,7 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,0

12 92,3 100,0 100,01 7,7

13 100,015 100,0 100,0 100,0

2 4,7 4,7 4,740 93,0 93,0 97,7

1 2,3 2,3 100,043 100,0 100,012 100,0 100,0 100,0

3 100,0 100,0 100,01 100,0 100,0 100,03 100,0 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

nãoValidnãoas vezesTotal

Valid

nãoValidSystemMissing

TotalnãoValidsimnãoas vezesTotal

Valid

nãoValidnãoValidnãoValidnãoValidnãoValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9Núcleo de Limpeza 10Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

Se sim, qual o valor arrecadado com a venda?

2 100,07 100,0

13 100,01 6,7 100,0 100,0

14 93,315 100,043 100,012 100,0

3 100,01 100,03 100,01 100,0

SystemMissingSystemMissingSystemMissing1,00ValidSystemMissing

TotalSystemMissingSystemMissingSystemMissingSystemMissingSystemMissingSystemMissing

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5Núcleo de Limpeza 6Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8Núcleo de Limpeza 9Núcleo de Limpeza 10Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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199

Utilizaria entulho reciclado?

2 100,0 100,0 100,04 57,1 57,1 57,12 28,6 28,6 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,07 53,8 58,3 58,34 30,8 33,3 91,71 7,7 8,3 100,0

12 92,3 100,01 7,7

13 100,09 60,0 60,0 60,04 26,7 26,7 86,72 13,3 13,3 100,0

15 100,0 100,028 65,1 65,1 65,1

7 16,3 16,3 81,47 16,3 16,3 97,71 2,3 2,3 100,0

43 100,0 100,09 75,0 75,0 75,01 8,3 8,3 83,32 16,7 16,7 100,0

12 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

simValidsimtalveznãoTotal

Valid

simtalveznãoTotal

Valid

SystemMissingTotal

simtalveznãoTotal

Valid

simtalveznãonão seiTotal

Valid

simtalveznãoTotal

Valid

simnãoTotal

Valid

simValidsimtalveznãoTotal

Valid

simValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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200

A empresa possui plano de gerenciamento de entulho?

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,01 14,3 14,3 14,35 71,4 71,4 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,01 7,7 7,7 7,79 69,2 69,2 76,93 23,1 23,1 100,0

13 100,0 100,01 6,7 6,7 6,7

10 66,7 66,7 73,34 26,7 26,7 100,0

15 100,0 100,07 16,3 16,3 16,3

22 51,2 51,2 67,414 32,6 32,6 100,043 100,0 100,0

1 8,3 8,3 8,35 41,7 41,7 50,06 50,0 50,0 100,0

12 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

não, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

não, e não há interesseValidsimnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

não, mas há interesseValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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201

O que representa o entulho?

1 50,0 50,0 50,0

1 50,0 50,0 100,0

2 100,0 100,03 42,9 42,9 42,9

2 28,6 28,6 71,4

2 28,6 28,6 100,07 100,0 100,06 46,2 46,2 46,2

6 46,2 46,2 92,3

1 7,7 7,7 100,013 100,0 100,0

6 40,0 40,0 40,0

5 33,3 33,3 73,3

3 20,0 20,0 93,31 6,7 6,7 100,0

15 100,0 100,022 51,2 51,2 51,2

18 41,9 41,9 93,0

3 7,0 7,0 100,043 100,0 100,0

6 50,0 50,0 50,0

5 41,7 41,7 91,7

1 8,3 8,3 100,012 100,0 100,0

1 33,3 33,3 33,3

2 66,7 66,7 100,0

3 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

2 66,7 66,7 66,7

1 33,3 33,3 100,03 100,0 100,0

1 100,0 100,0 100,0

é um grande problemaé um problema derelativa importânciaTotal

Valid

é um grande problemaé um problema derelativa importâncianão é um problemaTotal

Valid

é um grande problemaé um problema derelativa importâncianão é um problemaTotal

Valid

é um grande problemaé um problema derelativa importâncianão é um problema5Total

Valid

é um grande problemaé um problema derelativa importâncianão é um problemaTotal

Valid

é um grande problemaé um problema derelativa importâncianão é um problemaTotal

Valid

é um grande problemaé um problema derelativa importânciaTotal

Valid

é um grande problemaValidé um problema derelativa importâncianão é um problemaTotal

Valid

é um problema derelativa importância

Valid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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202

Qual o maior problema causado pelo entulho?

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,01 14,3 14,3 14,35 71,4 71,4 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,01 7,7 7,7 7,72 15,4 15,4 23,13 23,1 23,1 46,25 38,5 38,5 84,62 15,4 15,4 100,0

13 100,0 100,07 46,7 46,7 46,74 26,7 26,7 73,33 20,0 20,0 93,31 6,7 6,7 100,0

15 100,0 100,02 4,7 4,8 4,8

18 41,9 42,9 47,612 27,9 28,6 76,27 16,3 16,7 92,93 7,0 7,1 100,0

42 97,7 100,01 2,3

43 100,01 8,3 8,3 8,39 75,0 75,0 83,32 16,7 16,7 100,0

12 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

ocupa espaço na obragera altos custosTotal

Valid

ocupa espaço na obragera altos custosoutroTotal

Valid

nenhumocupa espaço na obragera altos custosdegradação ambientaloutroTotal

Valid

ocupa espaço na obragera altos custosdegradação ambientaloutroTotal

Valid

nenhumocupa espaço na obragera altos custosdegradação ambientaloutroTotal

Valid

SystemMissingTotal

nenhumocupa espaço na obragera altos custosTotal

Valid

nenhumocupa espaço na obraTotal

Valid

ocupa espaço na obraValidocupa espaço na obragera altos custosTotal

Valid

ocupa espaço na obraValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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203

Como está a degradação ambiental em Salvador hoje?

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,03 42,9 42,9 42,92 28,6 28,6 71,42 28,6 28,6 100,07 100,0 100,05 38,5 38,5 38,54 30,8 30,8 69,24 30,8 30,8 100,0

13 100,0 100,06 40,0 40,0 40,04 26,7 26,7 66,73 20,0 20,0 86,72 13,3 13,3 100,0

15 100,0 100,013 30,2 30,2 30,28 18,6 18,6 48,8

14 32,6 32,6 81,48 18,6 18,6 100,0

43 100,0 100,03 25,0 25,0 25,03 25,0 25,0 50,04 33,3 33,3 83,32 16,7 16,7 100,0

12 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

aumentoudiminuiuTotal

Valid

aumentoudiminuiunão sabeTotal

Valid

aumentoucontinua a mesmadiminuiuTotal

Valid

aumentoucontinua a mesmadiminuiunão sabeTotal

Valid

aumentoucontinua a mesmadiminuiunão sabeTotal

Valid

aumentoucontinua a mesmadiminuiunão sabeTotal

Valid

aumentoudiminuiunão sabeTotal

Valid

continua a mesmaValiddiminuiunão sabeTotal

Valid

continua a mesmaValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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204

A empresa promove campanha ambiental?

2 100,0 100,0 100,01 14,3 14,3 14,35 71,4 71,4 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,06 46,2 50,0 50,06 46,2 50,0 100,0

12 92,3 100,01 7,7

13 100,06 40,0 40,0 40,08 53,3 53,3 93,31 6,7 6,7 100,0

15 100,0 100,09 20,9 20,9 20,9

27 62,8 62,8 83,77 16,3 16,3 100,0

43 100,0 100,05 41,7 41,7 41,74 33,3 33,3 75,03 25,0 25,0 100,0

12 100,0 100,03 100,0 100,0 100,01 100,0 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

não, mas há interesseValidsimnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simnão, mas há interesseTotal

Valid

SystemMissingTotal

simnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simnão, mas há interessenão, e não há interesseTotal

Valid

simValidsimValidsimnão, e não há interesseTotal

Valid

não, e não há interesseValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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205

Você acha que a Prefeitura deve investir na reciclagem do entulho?

2 100,0 100,0 100,06 85,7 85,7 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,0

13 100,0 100,0 100,013 86,7 86,7 86,71 6,7 6,7 93,31 6,7 6,7 100,0

15 100,0 100,042 97,7 100,0 100,01 2,3

43 100,011 91,7 91,7 91,71 8,3 8,3 100,0

12 100,0 100,03 100,0 100,0 100,01 100,0 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

simValidsimnãoTotal

Valid

simValidsimnão3Total

Valid

simValidSystemMissing

TotalsimnãoTotal

Valid

simValidsimValidsimnãoTotal

Valid

simValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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206

Qual o seu conhecimento sobre a Conama 307?

1 50,0 50,0 50,0

1 50,0 50,0 100,0

2 100,0 100,04 57,1 57,1 57,1

2 28,6 28,6 85,7

1 14,3 14,3 100,0

7 100,0 100,07 53,8 53,8 53,8

4 30,8 30,8 84,6

2 15,4 15,4 100,013 100,0 100,011 73,3 73,3 73,3

2 13,3 13,3 86,7

2 13,3 13,3 100,015 100,0 100,028 65,1 65,1 65,1

7 16,3 16,3 81,4

6 14,0 14,0 95,3

2 4,7 4,7 100,0

43 100,0 100,08 66,7 66,7 66,7

2 16,7 16,7 83,3

2 16,7 16,7 100,0

12 100,0 100,03 100,0 100,0 100,01 100,0 100,0 100,02 66,7 66,7 66,7

1 33,3 33,3 100,0

3 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

não tem conhecimentotem conhecimento dapublicação, mas nãodo conteúdoTotal

Valid

não tem conhecimentotem conhecimento dapublicação, mas nãodo conteúdoconhece o conteúdo eatende à normaTotal

Valid

não tem conhecimentotem conhecimento dapublicação, mas nãodo conteúdoconhece o conteúdoTotal

Valid

não tem conhecimentotem conhecimento dapublicação, mas nãodo conteúdoconhece o conteúdoTotal

Valid

não tem conhecimentotem conhecimento dapublicação, mas nãodo conteúdoconhece o conteúdoconhece o conteúdo eatende à normaTotal

Valid

não tem conhecimentotem conhecimento dapublicação, mas nãodo conteúdoconhece o conteúdo eatende à normaTotal

Valid

não tem conhecimentoValidnão tem conhecimentoValidnão tem conhecimentotem conhecimento dapublicação, mas nãodo conteúdoTotal

Valid

não tem conhecimentoValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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207

AREAD

2 100,0 100,0 100,01 14,3 14,3 14,35 71,4 71,4 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,05 38,5 38,5 38,57 53,8 53,8 92,31 7,7 7,7 100,0

13 100,0 100,06 40,0 40,0 40,01 6,7 6,7 46,77 46,7 46,7 93,31 6,7 6,7 100,0

15 100,0 100,04 9,3 9,3 9,3

11 25,6 25,6 34,95 11,6 11,6 46,5

22 51,2 51,2 97,71 2,3 2,3 100,0

43 100,0 100,01 8,3 8,3 8,36 50,0 50,0 58,32 16,7 16,7 75,02 16,7 16,7 91,71 8,3 8,3 100,0

12 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

concordaValidconcordadiscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concordadiscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concordadiscorda totalmentediscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscorda totalmentediscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscorda totalmentediscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concordadiscordaTotal

Valid

concordaValidconcorda totalmenteconcordaTotal

Valid

discorda totalmenteValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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208

DESCASO

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,02 28,6 28,6 28,65 71,4 71,4 100,07 100,0 100,05 38,5 38,5 38,58 61,5 61,5 100,0

13 100,0 100,06 40,0 40,0 40,07 46,7 46,7 86,71 6,7 6,7 93,31 6,7 6,7 100,0

15 100,0 100,025 58,1 58,1 58,113 30,2 30,2 88,4

5 11,6 11,6 100,043 100,0 100,0

4 33,3 33,3 33,35 41,7 41,7 75,03 25,0 25,0 100,0

12 100,0 100,03 100,0 100,0 100,01 100,0 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

concorda totalmenteconcordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscorda totalmentenão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscordaTotal

Valid

concordaValidconcorda totalmenteValidconcordadiscorda totalmenteTotal

Valid

concordaValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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209

GERHUM

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,01 14,3 14,3 14,32 28,6 28,6 42,91 14,3 14,3 57,13 42,9 42,9 100,07 100,0 100,01 7,7 7,7 7,75 38,5 38,5 46,21 7,7 7,7 53,86 46,2 46,2 100,0

13 100,0 100,02 13,3 13,3 13,36 40,0 40,0 53,31 6,7 6,7 60,06 40,0 40,0 100,0

15 100,0 100,05 11,6 11,6 11,68 18,6 18,6 30,27 16,3 16,3 46,5

23 53,5 53,5 100,043 100,0 100,05 41,7 41,7 41,74 33,3 33,3 75,01 8,3 8,3 83,32 16,7 16,7 100,0

12 100,0 100,03 100,0 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

concordadiscorda totalmenteTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscorda totalmentediscordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscorda totalmentediscordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscorda totalmentediscordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscorda totalmentediscordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscorda totalmentediscordaTotal

Valid

concordaValidconcordaValidconcordadiscordaTotal

Valid

discordaValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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210

VIABEC

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,04 57,1 57,1 57,13 42,9 42,9 100,07 100,0 100,05 38,5 38,5 38,57 53,8 53,8 92,31 7,7 7,7 100,0

13 100,0 100,02 13,3 13,3 13,39 60,0 60,0 73,34 26,7 26,7 100,0

15 100,0 100,015 34,9 34,9 34,925 58,1 58,1 93,0

2 4,7 4,7 97,71 2,3 2,3 100,0

43 100,0 100,06 50,0 50,0 50,05 41,7 41,7 91,71 8,3 8,3 100,0

12 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

concorda totalmenteconcordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordaTotal

Valid

concordaValidconcorda totalmenteconcordadiscordaTotal

Valid

concorda totalmenteValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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211

GEBR

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,04 57,1 57,1 57,13 42,9 42,9 100,07 100,0 100,07 53,8 53,8 53,86 46,2 46,2 100,0

13 100,0 100,05 33,3 33,3 33,39 60,0 60,0 93,31 6,7 6,7 100,0

15 100,0 100,017 39,5 39,5 39,521 48,8 48,8 88,4

3 7,0 7,0 95,32 4,7 4,7 100,0

43 100,0 100,01 8,3 8,3 8,39 75,0 75,0 83,31 8,3 8,3 91,71 8,3 8,3 100,0

12 100,0 100,03 100,0 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

concorda totalmenteconcordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concordaValidconcordaValidconcorda totalmenteconcordaTotal

Valid

concorda totalmenteValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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212

MCMR

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,01 14,3 14,3 14,31 14,3 14,3 28,64 57,1 57,1 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,01 7,7 7,7 7,7

10 76,9 76,9 84,62 15,4 15,4 100,0

13 100,0 100,01 6,7 6,7 6,71 6,7 6,7 13,31 6,7 6,7 20,07 46,7 46,7 66,74 26,7 26,7 93,31 6,7 6,7 100,0

15 100,0 100,03 7,0 7,1 7,12 4,7 4,8 11,9

11 25,6 26,2 38,119 44,2 45,2 83,3

7 16,3 16,7 100,042 97,7 100,0

1 2,343 100,0

2 16,7 16,7 16,71 8,3 8,3 25,04 33,3 33,3 58,35 41,7 41,7 100,0

12 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

concorda totalmenteconcordaTotal

Valid

concorda totalmentediscorda totalmentediscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concordadiscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscorda totalmentediscordanão tem opinião44Total

Valid

concorda totalmenteconcordadiscorda totalmentediscordanão tem opiniãoTotal

Valid

SystemMissingTotal

concordadiscorda totalmentediscordanão tem opiniãoTotal

Valid

discordanão tem opiniãoTotal

Valid

discordaValidconcordadiscordaTotal

Valid

concordaValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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213

PROBSOC

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,01 14,3 14,3 14,31 14,3 14,3 28,65 71,4 71,4 100,07 100,0 100,02 15,4 15,4 15,4

11 84,6 84,6 100,013 100,0 100,0

1 6,7 6,7 6,74 26,7 26,7 33,32 13,3 13,3 46,78 53,3 53,3 100,0

15 100,0 100,02 4,7 4,7 4,73 7,0 7,0 11,6

10 23,3 23,3 34,927 62,8 62,8 97,7

1 2,3 2,3 100,043 100,0 100,0

1 8,3 8,3 8,33 25,0 25,0 33,38 66,7 66,7 100,0

12 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

discorda totalmentediscordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscordaTotal

Valid

concordadiscordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscorda totalmentediscordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscorda totalmentediscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmentediscorda totalmentediscordaTotal

Valid

concordadiscordaTotal

Valid

concordaValidconcorda totalmentediscordaTotal

Valid

discorda totalmenteValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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214

DAIC

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,01 14,3 14,3 14,32 28,6 28,6 42,93 42,9 42,9 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,01 7,7 7,7 7,74 30,8 30,8 38,57 53,8 53,8 92,31 7,7 7,7 100,0

13 100,0 100,02 13,3 13,3 13,35 33,3 33,3 46,76 40,0 40,0 86,72 13,3 13,3 100,0

15 100,0 100,01 2,3 2,3 2,35 11,6 11,6 14,0

10 23,3 23,3 37,227 62,8 62,8 100,043 100,0 100,04 33,3 33,3 33,33 25,0 25,0 58,34 33,3 33,3 91,71 8,3 8,3 100,0

12 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

concordadiscordaTotal

Valid

concordadiscorda totalmentediscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concordadiscorda totalmentediscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concordadiscorda totalmentediscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscorda totalmentediscordaTotal

Valid

concordadiscorda totalmentediscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concordadiscordaTotal

Valid

não tem opiniãoValidconcorda totalmentediscordaTotal

Valid

discordaValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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215

MINRES

2 100,0 100,0 100,02 28,6 28,6 28,64 57,1 57,1 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,07 53,8 53,8 53,86 46,2 46,2 100,0

13 100,0 100,07 46,7 46,7 46,76 40,0 40,0 86,71 6,7 6,7 93,31 6,7 6,7 100,0

15 100,0 100,017 39,5 39,5 39,520 46,5 46,5 86,0

6 14,0 14,0 100,043 100,0 100,0

4 33,3 33,3 33,37 58,3 58,3 91,71 8,3 8,3 100,0

12 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

concordaValidconcorda totalmenteconcordadiscordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscordaTotal

Valid

concordanão tem opiniãoTotal

Valid

concordaValidconcorda totalmenteconcordaTotal

Valid

concordaValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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216

EPSS

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,01 14,3 14,3 14,35 71,4 71,4 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,02 15,4 15,4 15,45 38,5 38,5 53,84 30,8 30,8 84,62 15,4 15,4 100,0

13 100,0 100,01 6,7 6,7 6,79 60,0 60,0 66,72 13,3 13,3 80,03 20,0 20,0 100,0

15 100,0 100,07 16,3 16,3 16,3

14 32,6 32,6 48,813 30,2 30,2 79,1

9 20,9 20,9 100,043 100,0 100,0

2 16,7 16,7 16,73 25,0 25,0 41,75 41,7 41,7 83,32 16,7 16,7 100,0

12 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

discordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscordaTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscordanão tem opiniãoTotal

Valid

concorda totalmenteconcordadiscordaTotal

Valid

concordaValidconcorda totalmenteconcordadiscordaTotal

Valid

concordaValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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217

Importância da criação de novos empregos

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,01 14,3 14,3 14,32 28,6 28,6 42,94 57,1 57,1 100,07 100,0 100,01 7,7 7,7 7,72 15,4 15,4 23,13 23,1 23,1 46,27 53,8 53,8 100,0

13 100,0 100,01 6,7 6,7 6,71 6,7 6,7 13,31 6,7 6,7 20,02 13,3 13,3 33,32 13,3 13,3 46,78 53,3 53,3 100,0

15 100,0 100,01 2,3 2,3 2,31 2,3 2,3 4,71 2,3 2,3 7,02 4,7 4,7 11,67 16,3 16,3 27,97 16,3 16,3 44,25 11,6 11,6 55,8

19 44,2 44,2 100,043 100,0 100,0

1 8,3 8,3 8,31 8,3 8,3 16,71 8,3 8,3 25,02 16,7 16,7 41,77 58,3 58,3 100,0

12 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,32 66,7 66,7 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

47Total

Valid

8910Total

Valid

68910Total

Valid

4678910Total

Valid

345678910Total

Valid

257810Total

Valid

810Total

Valid

9Valid610Total

Valid

8Valid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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218

Importancia dos problemas ambientais

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,01 14,3 14,3 14,31 14,3 14,3 28,62 28,6 28,6 57,12 28,6 28,6 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,01 7,7 7,7 7,71 7,7 7,7 15,43 23,1 23,1 38,52 15,4 15,4 53,82 15,4 15,4 69,21 7,7 7,7 76,93 23,1 23,1 100,0

13 100,0 100,01 6,7 6,7 6,71 6,7 6,7 13,31 6,7 6,7 20,01 6,7 6,7 26,73 20,0 20,0 46,72 13,3 13,3 60,06 40,0 40,0 100,0

15 100,0 100,01 2,3 2,3 2,32 4,7 4,7 7,04 9,3 9,3 16,37 16,3 16,3 32,68 18,6 18,6 51,26 14,0 14,0 65,15 11,6 11,6 76,7

10 23,3 23,3 100,043 100,0 100,01 8,3 8,3 8,31 8,3 8,3 16,72 16,7 16,7 33,32 16,7 16,7 50,04 33,3 33,3 83,32 16,7 16,7 100,0

12 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

410Total

Valid

578910Total

Valid

35678910Total

Valid

3456789Total

Valid

Nenhuma importância45678910Total

Valid

Nenhuma importância156910Total

Valid

410Total

Valid

6ValidNenhuma importância78Total

Valid

4Valid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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219

De quem é a responsabilidade da coleta e destinação do entulho?

1 50,0 50,0 50,01 50,0 50,0 100,02 100,0 100,02 28,6 28,6 28,63 42,9 42,9 71,41 14,3 14,3 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,01 7,7 7,7 7,73 23,1 23,1 30,86 46,2 46,2 76,93 23,1 23,1 100,0

13 100,0 100,02 13,3 13,3 13,33 20,0 20,0 33,38 53,3 53,3 86,72 13,3 13,3 100,0

15 100,0 100,01 2,3 2,3 2,3

13 30,2 30,2 32,622 51,2 51,2 83,7

7 16,3 16,3 100,043 100,0 100,0

2 16,7 16,7 16,73 25,0 25,0 41,75 41,7 41,7 83,32 16,7 16,7 100,0

12 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

prefeitura e geradorsociedadeTotal

Valid

gerador do RCCprefeitura e geradorsociedadeoutrosTotal

Valid

prefeituragerador do RCCprefeitura e geradorsociedadeTotal

Valid

prefeituragerador do RCCprefeitura e geradorsociedadeTotal

Valid

prefeituragerador do RCCprefeitura e geradorsociedadeTotal

Valid

prefeituragerador do RCCprefeitura e geradorsociedadeTotal

Valid

prefeituraprefeitura e geradorsociedadeTotal

Valid

prefeituraValidgerador do RCCprefeitura e geradorTotal

Valid

prefeitura e geradorValid

Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1

Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

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220

O gerenciamento do entulho deveria ser concedido a empresas privadas?

2 100,0 100,0 100,04 57,1 57,1 57,13 42,9 42,9 100,07 100,0 100,08 61,5 61,5 61,55 38,5 38,5 100,0

13 100,0 100,012 80,0 80,0 80,0

3 20,0 20,0 100,015 100,0 100,026 60,5 61,9 61,916 37,2 38,1 100,042 97,7 100,0

1 2,343 100,0

7 58,3 58,3 58,35 41,7 41,7 100,0

12 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

simValidsimnãoTotal

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simnãoTotal

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SystemMissingTotal

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Núcleo de limpezaNúcleo de Limpeza 1Núcleo de Limpeza 5

Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

Núcleo de Limpeza 11Núcleo de Limpeza 13

Núcleo de Limpeza 15

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Page 224: Mª Cristina... · UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA CENTRO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL VALORAÇÃO DO SERVIÇO DE DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS GERADOS PELA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

221

Idade em faixas

2 100,0 100,0 100,01 14,3 14,3 14,33 42,9 42,9 57,12 28,6 28,6 85,71 14,3 14,3 100,07 100,0 100,01 7,7 7,7 7,74 30,8 30,8 38,57 53,8 53,8 92,31 7,7 7,7 100,0

13 100,0 100,05 33,3 33,3 33,33 20,0 20,0 53,35 33,3 33,3 86,72 13,3 13,3 100,0

15 100,0 100,018 41,9 41,9 41,912 27,9 27,9 69,8

8 18,6 18,6 88,44 9,3 9,3 97,71 2,3 2,3 100,0

43 100,0 100,03 25,0 25,0 25,01 8,3 8,3 33,33 25,0 25,0 58,35 41,7 41,7 100,0

12 100,0 100,01 33,3 33,3 33,31 33,3 33,3 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,02 66,7 66,7 66,71 33,3 33,3 100,03 100,0 100,01 100,0 100,0 100,0

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,001,002,003,00Total

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Núcleo de Limpeza 6

Núcleo de Limpeza 7

Núcleo de Limpeza 8

Núcleo de Limpeza 9

Núcleo de Limpeza 10

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Núcleo de Limpeza 15

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