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^2.065 Dezembro de 1957 - Ano LIII ] /||\^L^>v / ^ CR$ 5,00 -~i ______

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^2.065 — Dezembro de 1957 - Ano LIII ] J£ /||\^L^>v /

^ CR$ 5,00-~i

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ii pi ii f* \ i a u A_# / l/lilKI n l /) j >

São sete, asdiferenças entreum e outro.Procure-as beme confira coma solução no ro-da pé.

Os dois qua-dros desta pág1'na são, aparen-temente, iguais

z___iii_i___.iL \\ \\ ^swaTL(Pequenos defeitos de impressão, falhas e manchas,

não devem ser considerados diferenças).¦os vm »p 2ia vi» op

¦mji»l ou sopuiut»! stop vfj (/ -sviiaijio iu3j virisa »nb j.njjmu y (i) -opo-uipui souíiu ?)S3 opuvtvp viàwou q (c -oainj » vxipo vp ouvj q (p: -oiitqo vis» vijijtp v vtoqojvp y (g osoti iun m»s 3]ap mpnvo vp stujy (% -oinu swut 3 0)v3 o vjjdiuv snb oppjoo q ([ ^SVISOJSSU

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mmMeus netinhos:

HENRIQUE II da França, que

reinou de 1547 a 1559, tinhagrande estima por Henrique deMesmes, um dos magistrados maisíntegros e inteligentes de sua época.

Chamou-o um dia a palácio eofereceu-lhe o alto posto de advo-gado geral, que então era muito co-bicado.

Mas — retrucou Mesmes, —embora agradeça infinitamente aVossa Majestade a honra que meconcede, devo advertir-vos queesse posto ainda não se encontravago.

Eu sei — disse o monarca. —Contudo, afastarei dele o que atual-mente o ocupa e que vale muitomenos que vós.

— Desculpai-me, senhor — replicou Mesmes, — que eu não seja devossa opinião. O advogado citado, é um homem de grande critério e re-conhecida honestidade e que honra o emprego que ocupa. E antes deeu obter esse posto graças a uma injustiça, prefiro arrancar pedrascom os dentes.

O rei, assombrado dian-te daquele gesto, prome-teu a Mesmes que não re-moveria o advogado-geraldo seu cargo. Este soubedo episódio e foi agrade-cer ao magistrado.

— Por que? — excla-mou Mesmes, admirado.— Eu nada mais fiz quecumprir o meu dever!

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^<i^márM[J%l_§]IA

São Francisco por um caminho agreste, com alguns companheiros»quando, numa árvore, viu um bando de pássaros que enchiam o -»com a melodia encantadora de seus gorjeios.

Ao se lhe deparar tão belo quadro, quedou maravilhado o santo e disse-

— Esperai-me aqui na estrada que eu vou pregar às irmãs aves-E, aproximando-se da árvore, começou a falar a duas ou três aves-

nhas, que casualmente haviam pousado no chão. Imediatamente, jrdas as outras desceram de seus ramos e puseram-se, muito quieta5»a escutar.

E o santo dizia:

— "Aves, minhas irmãs, muitos favores deveis a Deus e rnuiWdeveis louvá-lo, pois que file vos deu a liberdade de voar por toda p8/'te, e as penas com que nos vestis, e o espaço que habitais. Vós1, nasemeais, nem ceifais e, não obstante, Deus vos sustenta. E dá-voságua dos rios e das fontes para a vossa sede. E os montes e os vaies-para vosso refúgio. E as árvores altas e copadas para os vossos nin-1^E muito embora não saibais fiar nem coser, veste-vos Deus e a vosS°sfilhos. Muito, sem dúvida, vos ama o Criador, visto que assim v°.beneficia. Guardai-vos, portanto, minhas irmãs, do pecado da ing-"aBdão. E timbrai sempre em louvar o Senhor".

Eram essas as bondosas palavras que São Francisco dirigi** *aves que o rodeavam no caminho agreste. Se as aves ouviram, co»?tanta devoção, a predica do Santo, por que não hás de ouvir, tambem*meu amigo, os bons e sábios conselhos dos mestres ?

Lembra-te de que com duas asas o homem se eleva acima das c°'sas da terra: a simplicidade e a pureza.

A simplicidade deve consistir na intenção; a pureza, no afeto.A simplicidade procura Deus, a pureza O alcança.Nenhuma boa-ação te causará embaraço, se, no intimo, estive*68

livre de afeições desordenadas.Se nada mais desejarés que o beneplácito de Deus e a utilid--"

do próximo, gozarás de absoluta liberdade interior.Se o teu coração fosse reto, encontrarias em todas as criaturas ^

espelho de vida e um livro de santa doutrina.Não há criatura tão pequena, e tão vil, que não dê testemunho <-*

bondade de Deus.

(Do livro "Lendas do Céu e da Terra" de MALBA TAHAN)O TICO-TI--'0

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¦DEZEMBRO — 1957

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fl. 5( y*. RDRPTfíÇfíO E DESENHOS Iy^^y^Cy Ámm.y yfà DE m M0REIRR J

r£-W^I«/j&é_te _^^«\_/i__V _* \ _^/lt^vi(_-5t__^I\ mW^^S^LWy^lV -^Y í *mm+AmMKYmiyWrWm^i à__ _.

ERA UMA VEZ UM REI VIÚVO QUE SE TORNOU A CASAR. TINHA DA PRIMEIRA MULHER UMFILHO MUITO QUERIDO. A NOVA RAINHA, PORÉM, NAO O TOLERAVA E INTENTAVA POR TODOSOS MEIOS AFASTA-LO DO CORAÇÃO DO REI. COMO ISTE NAO A ESCUTASSE, ELA VIVIA CHEIADE DESPEITO, DECIDIDA A DESEMBARAÇAR-SE DO PRÍNCIPE DE QUALQUER MANEIRA.

—.-..... . ¦¦ ... -¦ —iy" i _—,.¦¦¦__¦—.., i-i T^yyyy

O TICO-TICO

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UM DIA, EM QUE O REI TINHA IDO CA-CAR, EU PEGOU NA TAÇA DE OURO EM QUEÉSTE COSTUMAVA BEBER, ENCHEU-A DE Hl-DROMEL E PINGOU DENTRO ALGUMAS GO-TAS DE VENENO.

VT- *\ 1je nao acreditais, no que digo, dai\***• hidromel a um dos vossos cães « f~

^**feis o que sucede. >/ s—-\

. 1/ \f Bem, vou tirar a^

VA NOITE O REI CHEGOU MAL-HUMORA-

DO, PORQUE UMA ONÇA ESTRIPARA O SEUCAVALO FAVORITO. ENTÃO A RAINHA "N

Reparai no que fê_ vosso filho ingrato.Vós, que o defendei* sempre defende lo-eis tam-bém agora? Espiando pelo buraco da fechadura,eu surpreendi pondo veneno em vosso hidromel.

\t——-zij l Isso é impossível \ )

___r ^\ w __. /A-rrA/A^A^^^____¦ 5^_______A** ^HBí ' r/rV 1 \iãy ^*__/\ l»

___r -__ <L/ÉBkm ^^ÍmisÁà\yJ fl\ "Tf^\. \ fc^

____s3^-_________É_______l T_____S_____ f-V^li \là^LXL- y^^Xrl^E MISTUROU, ENTÃO O HIDROMEL COM

A COMIDA DO CACHORRO. LOGO QUE O PO-BRE ANIMAL COMEÇOU A COMER, CAIU!MORTO !

A RAINHA, POIS, ESTAVA COM A RA-ZÃO ... NÃO HAVIA DÚVIDA !yvz^w--]

f^ \o o o " J( OhÜ \ - -^\<mzM

.____Uv ______w_-i____. _ sSÍ ^***m*-\l >7 ¦^X. 1^*A

I / l^^N. ____i_pYe* __í^^^_r^^V> AV f V^VIiJ-Sr f-J__¦_¦ 2__v A. \ I ____. ~y"^^^k. __rX_____. §^^^JL\m^Êmmm/

(^3______i-~)0 t-S^S^ ____=_=cSW^_xc=j! ^^=^ <__z_z_^__^CA^

°EZEMBRO — 1957

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( Mee-'? Y Afc, «--wo! for <-•A TOS ftõO QU» OSVff ou-

O REI MANDOU, ENTÃO, CHAMAR O Fl-LHO. O PRÍNCIPE. EM VAO PROTESTOU SUAINOCÊNCIA. POIS DESTA VEZ O REI ACRE-DITOU NA TRAIÇOEIRA RAINHA.

) / Lerai-o ae móis dante do flofecto e\¦£_ r-»V eortai-lhe o cabeça ! E trazei-me teu eo-

_J^ l/l ração e toa língua, como prova de tua

COMEÇARAM OS SOLDADOS ACAMINHAR COM O PRÍNCIPE NOMEIO DELES E ATRAVESSARAM AS-SIM TODA A CAPITAL DO REINO.O POVO SE AMONTOAVA PARAVÊ-LO E LHE BEIJAR AS MÃOS, POISELE ERA MUITO QUERIDO, E NIN-GUEM ACREDITAVA QUE FOSSECULPADO.

O TICO-TICO

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ALGUNS CHORAVAM. TINHAM TAMBÍM0 CORAÇÃO OPRIMIDO. MAS, QUE PODIAMFAZER? UMA ORDEM £ UMA ORDEM. EMVAO LHES ROGAVA O PRÍNCIPE QUE O DEI-XASSEM COM VIDA GARANTINDO LHES QUENINGUÉM SABERIA E ELE IRIA PARA MUITOLONGE E NÀO REGRESSARIA NUNCA MAIS.

V Dt muito boo ******* -o» o**mm\*mn\ o\vido, mos o r*i «sigc que m* le»—oi ymsocoração t vaao dágua. Su nõo obedecermosseremos enforcodos !

Apauhui mu cachorro, oegotai-ooo rei »u coração c tua

. Eu «tau iitoceata. Foi obrai «tinha madrasto !

>7T I ******

£a—*iV\ ~**mmmw*m* _V^ _JB MP—

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OS SOLDADOS, CONTENTES POR EVITARASSIM UM CRIME QUE DE ANTEMÃO LHES PE-SAVA NAS CONSCIÊNCIAS, SEGUIRAM OCONSELHO DO PRÍNCIPE E DEIXARAM-NOFICAR SOZINHO NO MEIO DA FLORESTANAO SEM LHE SUPLICAR QUE JAMAIS VOL-TASSE A CAPITAL DO REINO.

—*<•¦«.."«••<"¦•*<•• '**"'•._. .I» I" í jh,%

O PRÍNCIPE INTERNOU-SE PELA FLORES-TA E FOI ANDANDO, FOI ANDANDO ... NAOSABIA QUE DESTINO HAVERIA DE TO-MAR.

Mm TM' **$ hySk^

(CONTINUA) (4>T—n r£3.DEZEMBRO — 1857

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PROMETE A TI MESMO:— Ser tão forte que nada possa perturbar a paz de tua mente.— Falar a todos de felicidade, de saúde e prosperidade.— Dar a todos os teus amigos a sensação de que têm valor.— Olhar todas as coisas pelo seu lado luminoso e atualizar teu otimismo

em realidade.<— Pensar somente ne melhor, trabalhar unicamente pelo melhor e esperar

sempre o melhor.8 — Ser tão justo e tão entusiasta com respeito ao êxito dos outros como o

és com respeito ao teu próprio êxito.— Esquecer os erros do passado e concentrar tuas energias nas conquistas

do futuro.— Manter sempre o semblante alegre e ter um sorriso para todos os que a

ti se dirijam.— Empregar o maior tempo no aperfeiçoamento de ti mesmo, e nenhum

tempo em criticar os outros.10 — Ser grande demais para sentir desassossêgo; nobre demais para sent

cólera; forte demais para sentir temor e feliz demais para sentir con-tr ani edade.

11 — Ter uma boa opinião sobre ti mesmo e proclamá-la perante o mundo —mas não com palavras altisonantes e sim com boas obras.

12 — Ter a firme convicção de que o mundo estaprá do teu lado, enquanto temantiveres fiel ao que há de melhor em ti.

Jgf VOLTA DA FONTE -

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10 O TICO-TICO

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tmouomnwoMAIS DE CEMPÁGINAS DEBOA E ALEGRE

LEITURA

PREÇO

40CRUZEIROS

W liMMÍf^^Ti y^llj Ifâ g[

Pedidos pelo Reembolso Postal à S. A. "O MALHO«CAIXA POSTAL SM — RIO

DEZEMBRO — 1957 11

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12

PASTAVA um touro enorme e forte, à beira d'água.

Vendo-o tão grande, a rã, cheia de inveja e máguaDisse: "Por que razão hei de ser tão pequena,Que aos outros animais só faço nojo e pena?Vamos! quero ser grande! Incharei tanto, tanto,Que, imensa, causarei às outras rãs espanto !"

Pfa-ce a comer e a inchar. E às rãs interrogava:"Já vos pareço um touro?" E inchava, inchava, inchava !Mas em vão! Tanto inchou que, num tremendo estouro,Rebentou e morreu, sem ficar como o touro.

Essa tola ambição da rã que quer ser forte, .Muitos homens condas ao desespero e à morte.Gente pobre, invejando a gente que é mais rica,Quer como eia gastar e ioda mais potrre fica:Gasta tudo que tem, o que não tem :tonsomé,'.:;E, por querer ter mais, vem a morrer _e fonseÀ

OLAVO BILAC

O TICO-TICO

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?Q*QW)t Quese 012:

"POMO DEDISCÓRDIA"

A i expressão "pomo de discór-dia" aplica-se, com frequên-

cia, para designar o motivo deuma disputa. Segundo parece, aexpressão originou-se num an-tigo mito grego.

Na boda de Tetis e Peleo, reu-niram-se todos os deuses. Tetis era uma divindade marinha. Peleoera o rei de Yolcos, cidade da Tessália de onde sairam os argonau-tas para conquistar o espaço.

A Discórdia, que também era uma deusa, lançou sobre a mesado banquete nupcial uma maçã de ouro destinada à mais formosadas divindades presentes. Juno, Minerva e Venus candidataram-se a receber o prêmio. A primeira era filha de Saturno, esposa deJúpiter e deusa do matrimônio, a segunda era a deusa da sabedo-ria; a terceira era a deusa da beleza.

A difícil decisão de determinar qual delas era a mais bela foiehtregue a Paris, filho de Priamo, que, por motivo do rapto da for-mosa Helena, dera origem à guerra de Tróia. Paris deu a vitória aVenus — o que causou grande irritação as outras duas deusas que,por vingança, destruíram Tróia, a terra de Paris... Tudo isso seteria evitado se não fosse o "pomo de Discórdia...

ftfsSoX NAO FALHA

FAZ DOS FRACOS FORTES. INFALÍVEL NOSCASOS DE ESGOTAMENTO:

ANEMIADEBILIDADE NERVOSA — INSÔNIAFALTA DE APETITE

E OUTROS SINTOMAS DE FRAQUEZA ORGA-NICA DE CRIANÇAS E ADULTOS.

DEZEMBRO 1957 13

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-Ar

A A F I L H A D ADO "S H E R I F F"

\kÍC + + + ÍC + ÍC'k'k& + + + **-'KnK'K,kvi T AMES Hall entrou*?" y como um raio.^ — Sílvia, depressa!? Prepare-me alguma"^* roupa, que preciso"*"

tomar o trem dentro*" de duas horas.Tenho

•^ *¥¦¦¥'•¥¦¥"¥•'¥"¥' ¦¥"¥•-¥'•¥"¥"¥"¥"¥' apenas tempo de se-lar o cavalo e sair correndo para a estação: e como é longe esta danadaestação ! Ponha apenas alguma roupa de baixo e duas toalhas. Esta-rei de volta depois de amanhã à tarde. Ah! Não se esqueça de minhanavalha-

E, saindo como havia entrado, foi pessoalmente arrear o cavalo.Afagou o belo animal antes de lhe pôr a sela no lombo. Em seguida, ameia voz, chamou:

Nat!Pronto, patrão!

Um homem baixo, gordo, barrigudo, com aspecto rude e bronco,mas de uma agilidade incrível, quase de um salto transpôs as táboasque formavam o muro do curral.

Nat, vou partir no trem das cinco em missão oficial. Não tenhotempo para explicações. Cuide do rancho. Quanto a Sílvia, não lhepreciso recomendar que olhe por ela: sua mulher e você já não sabemmais o que inventar para mimá-la.

Um sorriso iluminou o rosto jovial do gordo cow-boy.Ela é tão bonita e boazinha! — exclamou com voz estentórea.

Fale mais baixo! Senãovocê espantará "Tempestade"...Vou deixá-lo com Rocky Faberem Sendler-City e apanhá-lo-ei navolta.

Puxou "Tempestade" pela ré-dea e caminhou para a casa.

Sílvia esperava-o à porta, comuma valise na mão.

Obrigado, Sílvia!Boa viagem, padrinho. Vol-

te depressa; vou sentir, sua falta !Qual o que! — replicou êle.

Pulou na sela e partiu a ga-lope.

14 DEZEMBRO 1957

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I IIItefY/£ «Innin aiTV arrl»* » I vi / ?f -JauCV

HAVIA uma quinzena, três in-

divíduos, que se diziam auto-rizados por um grupo de financis-tas, andavam a examinar a re-gião, oferecendo a seus habitantesa possibilidade de realizar um es-'plèndido negócio: tratava-se dolevantamento de uma estrada deferro unindo Austrin ao porto deGalveston. Esta estrada deveriapassar por Hilmarillo, onde seriaconstruída uma estação. A com-panhia seria formada por ações,e cada habitante das localidades atravessadas era convidado a ser acio-nista mediante, bem entendido, o pagamento imediato de certa quantiaem dinheiro- Muitos já haviam respondido ao apelo dos três homens,que possuiam a tagarelice e a lábia dos caixeiros viajantes, e por istonão tiveram dificuldades em os convencer, principalmente por teremprometido grande indenização aos proprietários por cujas terras pas-saria a estrada de ferro.

Diziam-se irmãos e chamarem-se: Will, John e Clark Sorell.O "sheriff" de Hilmarillo não compartilhava do entusiasmo geral

em relação ao projeto. As garantias apresentadas pelo trio pareciam-lhe problemáticas. Comunicou suas suspeitas a várias pessoas em Hil-marillo.

— Os Sorell já pagaram indenizações pelos terrenos que serão de-sapropriados, alegavam.

— Oh! Isto é apenas uma pe-quena quantia, em relação à quefoi por eles recebidas ! — objeta-va James Hall.

Em suma, após a deliberação,ficou decidido que o "sheriff" iriaa Austrin a fim de fazer indaga-gações junto aos financistas queos Sorell diziam representar.

James Hall partia tranqüilo:sabia que Sílvia seria bem trata-da durante .sua ausência.

(Conclui no próximo número*

mt- JimM1'^ -__*>,^ +ammmm\\\:*r:~

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O TICO-TICO 15

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ARRANHA-CÉUST^ENHUM edifício, ou monu--^ mento, no mundo, têm altu-ra maior de 400 metros. Mas futu-ramente vai haver um, nos Esta-dos Unidos, com essa altura.

Os primeiros arranha-céus gi-gantescos foram construidos em1883, em New York. Foi o ar-quiteto Jenney quem teve primei-ro essa idéia. Pensou em agrupar,num espaço reduzido, o máximode escritórios e estabelecimentosde negócio, bancos, bolsas, etc. Osolo da cidade, que é construidasobre uma rocha, numa ilha àembocadura do Hudson, presta-va-se para isso. E os primeiros ar-ranha-céus foram erguidos nomundo, formados de estruturasmetálicas e de tijolos argamassa-dos, tijolos ocos, para maior leve-za. Os grandes, porém, os gigan-tescos, só apareceram em 1930 e1931.

O Chrysler Building (buildingquer dizer edifício) atingia 323metros, mais alto um pouco que aTorre Eiffel, o mais alto monu-mento do mundo, que mede 300metros. Quanto ao Empire StateBuilding, alcançava já a 381 me-tros.

Agora os americanos querembater o seu próprio record, fazen-do um prédio de 400 metros, queserá o maior do mundo.

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16

O «Empire State Building» de Nova York

O TICO-TICO

.

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QUE CALOR!- Monólogo deMAUBICIO MAIA

(Entra abanando-se com um grande leque)

Quando chega o verão nesta terra0 calor i o assunto obrigado;Não se fala de crise ou de guerra.Outro tema não i... ventilado...Só se tomam refrescos, sorvetes,Põe-se a andar todo ventiladorE só estas palavras se escutam:

Que calor .'.'..

Ninguém tem apetite, não. come,Ficam todos suando a valer.Vem a sede tremenda que obrigaCopos dágua, em seguida, a beber.Em lugar de: — "Bom dia", ou boa-tardcl...Há quem diga, com grande furor:

Oh ! Que tempo terrível!... Que in-Iferno !...

Que calor ! ...

Se ê em casa o mormaço ê medonhoE também não se agüenta na rua.Em qualquer um lugar onde estejaO infeliz, nesta terra, só... sua !...Põe-se o rádio a vibrar e se escutaA voz grave de algum locutorA dizer: — Ah I meus caros ouvintes,

Que calor !...

Conhecido e erudito engenheiroFez, há dias, com grande assistência.Sobre o tema do frio na indústriaUma bela e feliz conferência.Pois, senhores, chegando à tribuna.Disse assim, desde logo, o orador:

Vou falar sobre o frio. Entretanto...

Que calor I...

O Fagundes é um tipo... bizarro

Que náo gosta de contas pagar...Quando chega o verão êle encontraVm motivo pra se desculpar.Se na rua, contente, a passeio,Ele avista, de longe, um credorLhe'diz logo, com um ar galho feiro:

Que calor !...

0 Pafuncio ê, também, muito esperto,E mil coisas tem sempre a fazer...Ele diz que seu "tempo é dinheiro"E não pode um minuto perder.Quando encontra um "cacete" que o prendeE que quer do seu tempo dispor.Ele o deixa sozinho e lhe diz:

Que calor !...

Pra comprar óleo puro de focaQue ê remédio que faz ficar forte,O Pafuncio, uma vez, foi pararMuito além do glacial Polo Norte I...

Quando viu, muito sério, um pingüim,Com feições de sizudo senhor.Pelo velho costume, lhe disse:

' — Que calor !...

(Consulta o relógio)

A conversa está boa, entretanto,Ê já tarde, reparo eu agora.Peço que me desculpem porque...Tenho encontro marcado... lá fora...Certamente, ao me verem sair.Dirão todos, sem ser por favor:— Êle tinha razão, com efeito...

Que calor !...

(Sai «empre se abanando)^v^#w^*vv^r»n^a-^,rfvy^a*vwspwv^a%na^,wv^¦

O TICO-TICO 17

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/óleo de ovo ^»V |PMarca Registrada **£~- 'V.

Cabelos sedosos II fle ondulados |

—^XP. 1908 - EXPÍ922^-^1 DIPLOMA DE HONRA ^mammt*Blt^mmmm'^â*fattmtt^}C! «A EXPOSIÇÃO DO CENTENÁRIO "<xV ^^aB9^^ ^^^**M*±.

io»—-j- <=-^It1 Exija o legítimo tle ^\ò O LEGITIMO CARLOS BARBOSA A

JDLELm LEITE que traz o nome y

7CARLOS BARBOSA LEITE?I&L-, atí cV»io.oo_e^|

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O TICO-TICO

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MARQUES DE SÀO VICENTE

JOSÉ

Antônio Pimenta Bueno, marquês deSão Vicente, estadista e jurista eminente,é uma figura de grande projeção na his-

tória política do segundo reinado, estando seunome ligado ao movimento abolicionista.

Nasceu Pimenta Bueno a 4 de dezembrode 1804. Como Feijó, foi um engeitado.Acolheu-o o dr. José Antônio PimentaBueno. Formou-se em Direito pela Facul-dade de São Paulo.

Começou como juiz de fora em Santos ejuiz da Alfândega da mesma localidade. De-pois juiz de Direito no Paraná, desembarga-dor no Maranhão, aposentando-se como mi-nistro do Supremo Tribunal de Justiça.

Nesse ínterim foi presidente do Mara-nhão, ministro plenipotenciário no Paraguai,e, após sua aposentadoria, deputado por SãoPaulo, presidente do Rio Grande do Sul eorganizador do Ministério de 1870

* >.. *

Pimenta Bueno alistou-se, ao começar a sua vida pública, no Partida Libe-fal, que abandonou em 1843, ingressando no Partido Conservador, sofrendo du-ras criticas pela sua atitude.

Diplomata, prestou relevantes serviços ao Brasil como enviado do nossogoverno junto ao do Paraguai, do qual era presidente Carlos Solano Lopez, paido ditador que declarou guerra ao Brasil. Nesse posto, Pimenta Bueno foi umconselheiro de Lopez, ajudando-o na elaboração de leis do seu país.

Parlamentar de primeira linha, orador de recursos brilhantes, destacou-seentre os seus pares, pela elegância com que argumentava, com que discordavados adversários.

__ÍÉ_iiI

Membro do Conselho do Imperador, Pimenta Bueno foi autor de váriosProjetos importantes: a emancipação dos escravos, a abertura do Amazonas, areforma do Conselho e, a organização de Conselhos das Presidências. Foi doProjeto de Pimenta Bueno que nasceu a lei que libertava os filhos da mulherescrava.

Deixou obras que dinda hoje são consultadas e citadas: "O Direito PúblicoBrasileiio e Análise da Constituição do Império", "O Direito InternacionalPrivado e Aplicação dos seus Princípios com Referências às Leis do Brasil" etc.

Recebeu sempre do Imperador a maior consideração. Deu-lhe o monarcao título de marquês de São Vicente e mais os seguintes: Oficial da Ordem daRosa, Conselheiro de Estado Extraordinário e Conselheiro de Estado Ordinário.

Quando Pedro II o .quis condecorar com a Grã-Cruz da Ordem do Cruzeiro,como prêmio pelos serviços diplomáticos junto ao presidente da Argentina, re-eusou a honraria alegando "que a ninguém fora ela concedida até então, anão ser a Caxias e ao marquês de Hervai".

Pimenta Bueno morreu a 19 de fevereiro de 1878.

AMÉRICO PALHA

DEZEMBRO — 1957 19

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HAVIA uma vez um pobre lenhador,

chamado José, que trabalhava mui-tas horas por dia para poder sustentar amulher e três filhos menores. Morava emuma cabana, onde tinha apenas o indis-pensável, no que se refere a mobiliário,roupa e outras utilidades. Mesmo assimJosé não se sentia infeliz.

Certa manhã, quandoestava cortando lenha, ou- , 4l\\

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TRADUÇÃO deMARIAMATILDE

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latidos de cães a pouco distancio de onde se encontrava, e, em seguida, um veadinhoCo'u exausto a seus pés. José compreendeu logo que os cães queriam caçar o veadinho ePegou-o nos braços. Correu até à cabana e disse à esposa:

— Cuida deste veadinho; uma matilha o estava acuando.Irene, — assim se chamava o mulher do lenhador — com o auxílio dos filhos, reoni-

IBou o desfalecido animal, deu-lhe leite e envolveu-o em uma manta de lã, deixando-o

('comododo em um caixote. Ali permaneceu o animalzinho, abrindo, de vez em quando,ij* olhos para olhar os seus amigos, como que agradecendo o benefício que lhe presrovam.^ePois adormeceu.

^ — Ficorá aqui em casa — disse Joséricara aqui em casa — aisse jose.E dessa maneira o veadinho passou a formor parte da família, com o nome de Luli.O lenhador o acariciava e quando via que o veadinho queria acomponhó-lo em suas

K,0S «o bosque, dizia-lhe como se o estivesse fazendo o uma pessoa:Não, Luli. Podes encontrar os cães que te perseguiram da outra vez.

*s vezes, quando o leite era pouco, Dona Irene preferia deixar de o tomar, a privar0 Cadinho daquele alimento. E já o animalzinho começava a comer ervos fresquinhas,Ue os meninos lhe traziam, pois não saía do currolzinho, que tinham feito para êle, todocoberto.

Uma manhã, ao passar carinhosamente a mão pelo veadinho, notou D. Irene um ca-

^Ço no corpo do animal. Apalpou o pêlo e viu olgo parecido com uma cabeça de prego

furado. Tomando entre os dedos o que lhe parecia ser um prego, puxou com todas as

[ 'Ços, tentando arrancá-lo.

Imediatamente, uma luz deslumbrante se espalhou no ombiente e, dionte dos olhosdegolados da senhora, apareceu um jovem, ricamente vestido, que se dirigiu a ela di-*endo:

Agradecido, minha boa senhora. Finalmente recobrei minha forma humana !..."m feiticeiro perverso me enfeitiçou, transformando-me em um veadinho.

Uvou-me paro o bosque e lá me deixou abandonado. Minha vida passou a ser umCo"Hnuo sobressalto, pois muitas vezes tive que fugir dos cães e caçadores.

Agora, que volto a ser o que era antes, quero provar-lhes o meu agradecimento. Fo-

| Q,B bons para mim e receberão a recompensa.Ainda estava falando assim quondo entrou José, o lenhador, a quem o jovem disse:

Sou o veadinho que socorreste. Estova enfeiriçado e tua mulher me salvou, ar-bicando o cravo de ouro que tinha em meu corpo. Quero recompensá-los por isso. De

Se em diante virão todos morar em meu castelo, e serás o meu administrador.E assim aconteceu. O bom José e o fomília se instalaram no castelo do Principe

\ F|orestan e este, groto aos seus salvadores, cumulou-os de benefícios, enquanto viveu.

O lenhador foi um administrador modelar, do qual ninguém jamais teve a mínimagueixa.

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OS VIZINHOS DOSANOESINHOS

p STE é um lançamentoÍ-Mas Edições Melhora-mentos, que, como tan-tos outros, vai despertargrande interesse entre oleitores.

A história, de autoriade William Donahay, ealém de engraçada, ins"trutiva, e prende a aten-ção do leitor desde o co-mêço até o fim do décim0capítulo. Nela se agitai*1Bastião, o comandante, °China, Tom Mix, ZuW.o Peralta, Ticho, o Coe-lho Rimador e outros per'sonagens do barulho. Valea pena conhecer êste óti-mo livro.

xrA coleção Horas FeU'* ^ zes, tem lugar de des-taque o n. 28: "Passeiosalegres", que mostra osvariados tipos de veículosde outrora e de hoje.

O colorido — como °de todos os volumes dasEdições Melhoramentos— é belíssimo. As legen-das são todas em versos.Um bonito álbum, em ve-sumo.

22 O TICO-TICO

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QUEM FOI

PÉRICLES|0R espaço de quinze anos, Péricles foi

o chefe da democracia de Atenas e osoberano de todas as esperanças do impérioateniense. A par de muitos defeitos graves,este homem amável tinha a paixão das be-Ias coisas, e à sua iniciativa deve-se umadas mais belas do mundo: — o Parthenon.

O amigo e conselheiro de Péricles, emtudo que dizia respeito ao embelezamentode Atenas, foi o escultor Phidias.

Rodeado por um grupo de artistas, dos quais alguns, comoos arquitetos Ictinos e Callicratas, eram homens superiores,Phidias dirigia, e vigiava todos os trabalhos:

Phidias não foi o autor de todas as obras que inspirava, masnelas deixou o sinal do seu gênio.

A divindade tutelar de Atenas era Athena Parthenos, istoé, a Virgem. O seu templo, que era a sua morada, chamava-seParthenon.

Existira sobre a Acrópole, um velho Parthenon de pedra,que foi destruido pelos Persas no ano 480 A. C. Péricles quis cons-truir um outro, maior e mais suntuoso. Durante vinte anos aspedreiras da Attica forneceram os mais belos mármores a mi-ihares de operários e artistas. Os trabalhos, favorecidos por umalonga época de paz, estavam terminados em 453.

TOSSi ? CODEINOL

Ef ^J'-> M w*

NUNCAFALHA

PREFERIDO PELAS CRIANÇAS POR SERDE GOSTO AGRADÁVEL.PREFERIDOS PELOS MÉDICOS POR SER OREMÉDIO QUE ALIVIA, ACALMA E CURA.

Infalivel contra resfriados, asma e bronquite.

DEZEMBRO — 1957 23

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ALGUMAS NOÇÕES ÚTEISSOBRE OSMINERAI5 *

RaymundoGalvão

PLATINAPLÍNIO,

o velho, em suo História Natural, imensa obra de compilação composta de 37livros, refere-se a determinada substância com a designação de "aluto",

que ai-

guns autores supõem tratar-se da platina.Esse metal nobre, todavia, foi descoberto em 1735, nas areias auríferas de rios do

Colômbia, sendo a palavra "platina" um diminutivo do vocábulo espanhol "plata".

Nesse mesmo ano ela foi levada à Europa, por um certo C. Wood, e só muito mais tar-de, em 1824, foi encontrada nos Urais, Rússia, de onde provém, atualmente, a maiorprodução mundial.

A platina nunca é encontrada isoladamente, mas associada a cinco outros me-tais, todos raros, constituindo o chamado "grupo da. platina", e que são: Osmio e Irí-dio, descobertos por Tennant, em 1803; Ródio e Paládio, em 1804, por Wollaston e, porfim, o Rutênio, descoberto por Claus, em 1845.

A separação deles, entre si, é operação sumamente difícil, não somente pelo fatode possuírem propriedades semelhantes como, ainda, porque isolados, por vezes, elesse comportam de um modo e, juntos, de outro. O Irídio, por exemplo, não é dissolvidopela água regia; misturado com a platina, porém, parle dele é digerida. A in-dústria, no entanto, contornou tais dificuldodes, opresentando-os já em relativos esta-do de pureza.

Todos os metais do "grupo da platina" têm características semelhantes, tais comoa coloração e o ponto de fusão que, em todos, é altíssima.

A platina pura é de coloração branco-acinzentada, dúctil e muito maleável, po-dendo ser distendida em fios com diâmetrode dois milésimos de milímetro, somentevisível por incandescincia. E' mais dura queo cobre, a prata e o ouro, fundindo-se a 1.755

graus.Como a prata, quando fundida, absorve

considerável quantidade de oxigênio, razãoporque tem largo emprego como catalizadorde reações químicas diversas.

-w>24 DEZEMiiRO — 1957

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O fato de não ser atacada pelo ar nem pelos ácidos fortes, ao lado de seu alto índicede fusibilidade, fizeram-na o elemento ideal para a confecção de cápsulas, crisóis, ca-dinhos e alambiques, tão necessários aos laboratórios.

O coeficiente de -Natação da platina é quasi o mesmo do vidro, podendo, pois, sercom êle fundido. Tal característica logo foi aproveitada tendo-se em conta a boacondutibilidade elétrica que também possui.

Pequenos pedaços de arame de platino são soldados com o vidro, ha base das lâm-padas e daí, em conexão com o filamento. Feito o vácuo e fechada a ampôla, as pon-'tas externas são ligadas ao fio condutor da corrente elétrica.

Desse modo, o filamento é aquecido sob pressão reduzida, gerando-se a chamada"luz elétrica de incandescência".

A maior parte da produção mundial de platina é consumida pela cirurgia den-tária, conquanto tenha largo emprego, também, em fotografia, na fabricação de ins-trumentos científicos, na manufatura de produtos químicos e, pela medicina, na re-constituição e substituição de ossos fraturados.

Como catalizador e oxidante das reaç5es químicas, ela pode ser empregada sobos modalidades conhecidas como "negro de platina",

"esponja de platina" e "amianto

platinado".Assim, por exemplo, é obtido o aldeído fórmico, ou seja o formal, mediante a cota-

Hzação dos vapores do álcool metílico, pela esponja de platina, em presença do ar.

Muitos objetos, sejam eles de metal, vidro ou porcelana, podem ganhar beleza evalorização, mediante um processo de platinado a que são submetidos.

Um dos muitos sais de platina, o platino cianureto de bário, de coloração esver-deada, serve de base para a fabricação dos écrans fluoroscópicos, sem o que não se-riam possíveis os exames radioscópicos pelos raios X.

Como se não bas-tossem todas as uti-lidades citadas,uma existe quediz respeito a todosnós. Já repararam,acaso, na penade suas canetas au-tomáticas? Notaram

que seus bordos late-rais são de um metaldiferente do ouro ?Pois ali está presentea platina, guarnecen-doa, numa liga du-ríssima com o irídio eo ósmio.

DEZEMBRO — 1957 25

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Ir==f^^8__s_k_ J .// 7 QUE___£___ ______ __BI__R____k\ 1_-® I í_ÍL___r

kwSR^^É^IíH teriai!fc_ví^r^^M_^^ HAVIDO^^^^"r^p^J AQUI?

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Alguma coisa aconteceu, mas só recompondo o quadro vocêpoderá saber o que foi. Recorte os pedaços e recomponha-o,para ver logo o resultado.

Não precisa mandar solução.

UMA GRANDE VERDADEToda a vida humana, por mais religiosa que seja, se nao

trouxer sempre diante dos olhos o fim para que nasceu, é naviosem norte, é cego sem guia, é dia sem-sol, é noite sem estrelas, erepública sem lei, é labirinto sem fio, é armada sem farol, eexército sem bandeira; enfim, é vontade às escuras sem luz deentendimento que lhe mostre o mal e o bem, e lhe dite o que hade querer, ou fugir. — Pe. Antônio Vieira.

26 DEZEMBRO — l^57

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O TICO-TICO 27

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COUSAS BOAS DE APRENDERVocês conhecem, pelo me-

nos através das gravuras quetemos publicado, o graciosobeija-flor, não é verdade ?Pois, entre os sclvícolas, êleé chamado "guanumbl". Ogrande José de Anchietachamava-lhe "pequeno par-dal".

Embora atravessem asgrandes alturas sem aquece-Ias, os raios do sol aquecema terra quando a atingem. E,se não íôsse êle, a vida se-ria impossível. Ficaria tudogelado!

Qualquer lagarta come,num só dia, de duas a trêsveies o seu próprio peso!Quem, das criaturas, conse-gulria faser frente a essamonstruosidade ?...

A honestidade foi e serásempre a arma decidldamen-

REVISTA INFANTIL MENSALFundada «m 1905

UMA 'LUUCAÇÃO OA S.A."O MALHO"

•ditara da TIQUINHO",-CIRANDINHA" a "PINGUINHO"

DIRETOR:

ANTÔNIO A. DE SOUZA t SILVA

RWaffe. H«« Salutar IMnuu. 15 ¦ í.' uAar.HlIlM B-M71 — RIO.

NUMERO AVULSO: CRS S.M

AMIN ATURA: CRS M,M

(lt número» Mb registra portal)

te mais forte paratodas as lutas dahumanidade quevive e progride —justas e belas pala-de E. Ferri.

O pinheiro do Pa-raná é uma árvorede grande beleza,que chega até a ai-cançar a altura de50 metros!

A palavra Telefo-nema é masculina:

o telefonema.

A cana de açúcarpertence à famíliabotânica das gramí-neas. O seu caulechega a oito metrosde altura, fortnan-do touceiras; con-têm certa medula deonde se tira o açúcarE' uma planta bemtropical.

Murmúrio, sim, enão murmurío.Tam-bém ste pode usarmurmurinho.

E' bom lembrarque a fundação daCidade de Sao Se-bastião do Rio deJaneiro foi em pri-meiro de março de1565.

O algodão temumas cápsulas, quesão os frutos. Nelasexistem as sementesenvolvidas por uma

penugem — é exatamente •algodão !

E* desta penugem quequaiS:

mal»ramos as fibras, asfiadas e tecidas, têm aampla utilização no ves,"-f*rio. Note-se que o 9»/°a*„brasileiro está af amado nomundo inteiro.

O certo é Villegagnon, semnenhum I entre o A e o

Os sertanejos chamai». *palmeira de carnaúba, »vore da» vida", porque *»*oferece uma porção de nl,Sadades de valor. A produÇ»"brasileira de cera de carna»ba é muito grande.

Lf^lUSO E NÃO MUDOJuventude

ALEXANDRE

28 O TICO-TICÕ

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ÍCOMO NASCERAM AS NOSSAS CIDADES ]

i ^^^ /TEXTO B D-StKHOS'DC DINfX. MOURA

lÊÈÊÈSÊÈum pequeno número de imigrantes e deu logo início,

no parte meridional da baia, a uma vila a aue deu onome de Espírito Santo. Essa é a opinião da maioriados historiadores (Joboatão, Varnhagem, HenriqueMartins, Rio Branco, Mons. Pizarro e Araújo). Segundo

Rafael Golor.fi a chegada se deu a 16 de maio.A historiadora capixaba Dona Maria Stella dc

Movais é de opinião que o primeiro nome da primeiracapital teria sido "Vila de Nossa Senhora da Vitória";

depois de arrasada pelo gentio, teria sido reconstruída

e então com o nome de Espirito Santo. Baseia-se paraisso na seguinte passagem da História do Brasil de

Southey sobre a chegada de Vasco Fernandes: "Prós-

pera foi o viagem, e chegados ao lugar do seu destino,

começaram os colonos a edificar uma vila que tomou a

N ÃO é fácil escrever a história da fon***"

Vitória, pois há muitos controvérsias o

de fotos e dotos. Que o Espirito Santo teve duo»

pitais, não resta a menor dúvida. As principoisvérsias são: 1) os nomes das duas cidades i> .g

chegada de Vasco Fernandes Coutinho 3) o

vitória decisiva sobre os indígenas. . < i foiA Baía de Sonta Luzia (otual Boia de V',0"?(lM

descoberto em 13 de dezembro de 1501 <<<"> ie ¦

Luzia) pela expedição de André Goneolves- "

to por móis de trinta anos ficou sem ser co

Só a 23 de moio de 1535 chegou o donatário <fo ^

fania, Vosco Fernandes Coutinho. Desembo^ü,

«w _éáfctà&\ I3ac^éH»<-^l__7

s^||||jj|p85

invocação de Nossa Senhora do Vitória, ainda or»

se pelejar a batalho". ..3^aJustificando a sua afirmação, lembro .^j

historiadora que o culto de Nossa Senhora do ^^

era tradicional entre os portugueses. O ceie"

teiro da Batalha foi «rígido em honra a Nossa

do Vitória, em cumprimento ao voto que "z"

da batalha de Aljubarrota o rei D. João I (l385 ' ,

Mas deixemos os historiadores com soas'

voltemos à Vila do Espirito Santo (ou de Nossa a*

da Vitória): a vila, construída no sopé do mo"0 _^

posteriormente se fundaria o Convento do '•* ' ^

começou a progredir. Vasco Fernandes eonstru

forte e as primeiras habitações foram surgindono. Nas cercanias foram instalados quatro •r,a

30 O TICO-TIC0

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Tendo, entretanto, Vaico Coutinho voltado a Por-

tugol a fim de conseguir recursos para explorar o ler-

tão, foi a vila atacada pelos tupiniquins e goitacases,

que a arrasaram. Os representantes do donatário, D.

Jorge de Menezes e Simão Castelo Branco, foram mor-

tos durante a luta, e muitos habitantes fugiram paraoutras capitanias e para a Ilha de Duarte da Lemos,

no meio da baía.A vila foi reedifiçada (agora com o nome de Es-

pirito Santo, segundo D. Maria Stella Novais). Conti-

nuando, entretanto, o assédio dos indígenas, seus habi-

tantes transferiram-se para a Ilha de Duarte de Lemos

(primitivamente Ilha de Santo Antônio, doada porVasco Coutinho o Duarte de Lemos em 1537, quandopassou a ter esse nome; atualmente é chamada Ilha doEspírito Santo).

De volta de Portugal, Vasco Fernandes funda nes-*> ilha a Vila Nova do Espirito Santo (atual cidade deVitoria), provavelmente a 2 de abril de 1551. Em virtu-*¦* disso, a primeira vila passou a ser chamada ''VilaVe'ha', nome que conservou por muito tempo.

A nova vila sa instalou nas vizinhanças do semi-"«rio Jesuíta erigido nesse mesmo ano pelo PadreAfonso Brás.

O nome de Vila Novo foi mudado para o da Vila** Nossa Senhora da Vitoria, depois de um importantecombate em que foram repelidos os índios que o cer-cavam, segundo informa Jaboatão.

Como já se disse, a dota desse acontecimento émotivo de controvérsia. Para alguns escritores (entre•b» Malheiro Dias, Bordo do Rio Branco e Costa Rubim)

lil^lllllBBP5?!!!!^

"""""^ ^ ^^^^^______l________r^________N/

_Bv_vi ^ ^v\.'"*" \ /____ ¦*

i^i|___l_^_3-__B_ídezembro — 1957

foi em 1558. Nos "Efeméridos Brasileiras", Rio Bronco

registra no dia 8 de Setembro de 1558: "Diogo de Mou-

ro, que escapara do desastre do Cricor é, (22 de maio)

e chegara com os derrotados ao Espírito Santo, vence

os índios que cercavam a Vilo Nova. Essa povooçõo fi-

cou tendo desde aí o nome de Vitória". Segundo outros,

entretanto, a viraria teria sido conseguida 7 anos on-

tes, isto é, o 8 de setembro de 1551, noda tendo por-

tonto a ver com o Combate de Cricaré. Nesse combate,

em que morreu Fernão de Sá, filho do Governador Mem

de Sá, as fôrços portuguesas que vieram em socorro do

Capitania foram derrotadas pelos indígenas na foz do

Cricaré (atuol São Mateus), ontes de chegarem à vilo.

Em 1558 um piedoso fronciscano, frei Pedro Po-

lácios se estabelece numa gruta ao pé de um morro,

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gredindo aos poucos. Já em 1566 puderam ot colonos,enviar valioso auxilio para a expulsão dot francetes doRio de Janeiro. Do Vila Velha partiu com seus bravosfemininos o chefe Araribóia.

Entretanto nem depois de afastado o perigo indí-cena, pôde o Espirito Santo gozar ot benefícios da paz:surgiram os piratas holandeses e ingleses que naquelaépoca assolavam as cidades litorâneas do Brasil. VilaVelha e Vitória tiveram que lutar heroicamente contraSta. Repelidos em 1625 e 1640, voltaram a atacar em1653e1658.

Digna de registre é a derrota que ali sofreu o cé-lebre' pirata inglês Tomaz Cavendish e teu aliadoRobert Morgan. £sse pirata apelidado o "Tigre Verme-lho", autor da terceira viagem de circunavegação, e

nos vizinhanças da Vila Velha. Nesse local, diante ie

um painel de Nossa Senhora da Penha, que trouxe'0 o»

Europa, reunia o povo para as suas pregações. C°

a lenda que o painel diversas vezes desaparece*nicho onde fora colocada, sendo encontrado sempre

alto do morro, entre duas palmeiras. Então frei P-'oC

resolveu construir neste local uma capela, qu* *

nou conhecida como a "Ermid. das Palmeiras ¦

Em 1651 foi iniciada a construção do Mosteiro

Penha, cuja conclusão te deu em 1658. E' um d»! «"*

numantot históricos do Espírito Santo e em torno

muitas lendas interessantes foram criadas pelo "n°9

nação popular.Apesar das desgraças que acometeram o inforrr

nado Vasco Fernandes e tua obra, a Capitania foi f

^^^^^??^^^^-^^^^^^^^^^^^^^^^^^ admirado no Europa por nes façanhas, sofreu no

3t-í /"C-__^!t?. nfflMn..' lllÈli ¦ P°» heróicos da colonização é a

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pírito Santo inúmeras I

gem de volta.Com o tempo Vitória progrediu, sobrepujo"

tua vizinha do continente.Uma instituição capixaba que remonto aos

Santa Coso da M^

ricórdla, _ qual, por alvará de 1.° de julho de

rei Filipe II de Portugal (e Etponha) concedeu os *

mos privilégio» da da Lisboa. Essa Misericórdia de*"

pareceu, nem se sabendo mais o lugar exato e»

existia. No século seguinte, entretanto, foi fundado* tra, que até hoje mantém os suas tradições.

Por ordem do Conde de Sobugoto taram in** f

em 1726 obras de defesa em Vitória Ifortol-za de V*

32 O TICO-TIC0

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* em 1872 passaram a ser a gás. Data de 1874 o telé-«fofo.

Até princípios do século atual, Vitorio era aindaum° cidade colonial, sem água encenada nem rede dees8õtos. Possuía cerca de 15 mil habitantes. Hoje éMl*o bela cidade, com ruas largas e jardins, pontes li-9ont)o-a a0 continente, etc., o que justifica plenamen-** o nome de "Cidade Presépio" que lhe puseram. E'^osa também pela beleza da sua baía, onde o "Pe-

*«*>" foz lembrar o "Pâo de Açúcar" da Guanobara.Afora isso, terá a cidade um futuro promissor como

Peto de saída do minério de ferro de Minas Gerais,"oro isso já tem um moderno pírto, devidamente apo-

olhado. A figura ao lodo reproduz uma vista das suas«stolações.

João, e fortes de Nossa Senhora da Vitória, do Carmo,

Santo Inácio e S. Diogo). A primeira planta da cidade

dota de 1314. Em 1820, em virtude do surto de progres-so, é criada uma alfândega provisório.

Per decreto de 183 foi elevada á categoria de

cidade, capital da Província do Espírito Santo.Em 1847 registra-se em Vitória um acontecimento

sensacional: a inauguração da iluminoção pública, queconstava de 40 lampiões de azeite de peixe ou de ma-

mona.Em 1854 instalou-se o "Liceu de Vf tória", e no ano

seguinte foi inaugurada a primeira bíblioteco, forma-

da inicialmente por cerca de 400 volumes doados porBraz da Costa Robim. E a iluminação foi progredindo:em 1865 eram inaugurados os lampiões de querozene

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33Dezembro —1957

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mÈL° S_MARAV1LH0S0SI} E/J= DA-ÁGUA~"

EM todos os tempos se bebeu água. Em todos os tempos a água

serviu para lavar. Mas, foi só recentemente que se chegou flconclusão sobre o efeito maravilhoso da água no tratamento dasaúde. Usada como agente de cura, a água se tem mostrado tão ati-va, com efeitos tão diversos e tão contraditórios algumas vezes»que a hidroterapia parece ser menos uma ciência que uma arte ereclama do médico um tino especial.

Fria ou quente, ela acalma ou excita, reequilibra, estimula,descongestiona, resfria, desperta as atividades vitais, produz bemestar corporal e alegria mental, mas também perturba e se tor-

na perigosa se se prolongar além da n-e*dida a sua aplicação.

Não foi por acaso que a providênciapôs a água à superfície da terra, e se o bo-mem fosse mais atento, teria há n-ai-5tempo descoberto suas virtudes ocultas-Isso é tão verdadeiro como é certo que naofoi um sábio que a começou a adotar, n-a-5um camponês sem instrução.

Chamava-se êle Priessntz; viveu em 1825, na aldeia *-eGraefenberg, na Silésia austríaca.

Segundo uns, era um iletrado. Outros dizem que sabia te-*'escrever e contar. O que é certo é que não escreveu uma única u-nha sobre a ciência que fundou. Priessntz era pobre mas muitotrabalhador e caprichoso. Um dia levou uma queda e quebrou un-acostela. Passou tão mal que os médicos o largaram de mão e êle fo1procurar um curandeiro. Gomo todo remédio o charlatão se li-*01"tou a jogar sobre a ferida, diariamente grande quantidade ~-eágua fria, seguida de palavras e sinais cabalísticos.34 O TICO-TICO

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mk\ \ x~MJy- J.4****»*a*w**m\ y Aí

O doente logo percebeu que os si-,*ais e as palavras nada resolveram e co-pecou a fazer, sozinho, a aplicação da^a, obtendo uma cura perfeita.

¦

Começou então a recomendar a to-°s os doentes da vizinhança o uso da¦Sua clara e os resultados obtidos es-¦alharam pouco a pouco a sua reputação. Doentes vinham con-Wtá-los e êle jogava água fria em cima de todos eles e eles fica-^ bons.

O nosso médico rural percebeu que todas as pessoas atingi-*s de perturbação vaga, de canseira e langores morriam por cau-1 da inatividade muscular, da privação do ar e do sol e, também,toque a sua nutrição era mal escolhida. Receitava, então, exer-•*«>, trabalho, e a muitos chegava a dar um canto da sua caba-* e uma ponta da sua mesa, onde comia pão seco e nozes, levan-

*os à floresta e fazendo-os serrar madeira ou derrubar árvores,iuando estavam suados e cansados êle lhes jogava água fria.

Pessoas que tinham chegado quase morrendo, regressavamUradas, transfiguradas e rejuvenescidas.

Graças a isso Priessntz chegou a reu-nir milhões e tornou seu nome imortaLÊle tinha, sem o saber, criado um verda-deiro estabelecimento de cura, que hojechamaríamos "casa de saúde" e suas ai-tas faculdades de observação o levavama aperfeiçoar cada dia os próprios meto-dos. Teve discípulos e imitadores em todaa Europa.

E foi assim que nasceu a hidrotera-Y pia.

oi

[ÊZEMBRO — 1957

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36 O TICO-TlC°

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O CACAU,d. SILVEIRA THOMAZ

y~j r^*7 y y víi

caçou é que se fabrica o chocolate, uma dascoisas boas desta vida.

Lineu, o célebre botânico, quando classificou essa plan-to, deu-lhe o nome científico de theobroma, palavra que se

compõe de "deus" e alimento, manjar. Entre nós, a plantação de cacau data do séculoXVII, primeiro no Pará e, depois, na Bahia. Hoje em dio, entretanto, cultiva-se essa plan-ta por toda parte, no Espírito Santo, em Minas Gerais, em São Paulo e em outros Estadosdo Brasil. O vale do Rio Doce é, todavia, o lugar onde com mais abundância florescem oscacaueiros. Depois da África, é o Brasil o ma ior produtor de cacau, do Mundo.

Há duas espécies principais de cacau: o "crioulo", que data dos tempos pré-Colom-

bianos e o "forasteiro", que é a variedade silvestre brasileira. Este frutifica abundantemen-

¦'*- nas margens alagadiças e limosas do Amazonas e do Doce.O fruto do cacau contém em regra de 20 a 30 caroços; brancos uns, róseos outros,

conforme a espécie.Essas sementes, uma vez colhidas, são depositadas em tanques para fermentar e con-

'•'-quente destruição da polpa que as envolve. Concomitantemente, se desenvolve o alça-lóide — a teobromina — estimulante geral e diurético, em particular. Em seguida, é le-vado o cacau ao sol para secar.

O nosso cacau é de boa qualidade e nenhum outro no mundo o sobrepuja.A manteiga de cacau, de sabor doce e agradável, é mui-

to utilizado nas farmácias, nas perfumarias e nas fábricas desabonetes.

O cacaueiro é uma planta que requer clima quente eúmido. Para medrar necessita calor, sombra e umi-dade, três fatores que tornam a árvore exuberantee de farta frutificação.

O melhor cacau, todavia, que se conhece, pro-vém de Ilhéus, no Estado da Bahia.

Nesse município baiano, mil árvores chegam aproduzir, anualmente, mais de 4.500 quilos de cho-colate da melhor qualidade.

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DEZEMBRO — 1957 87

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c^a>j,a' *y^sy $ \ ? * *

38 0 TICO-TICO

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AVENTURAS DE CHIQUINHO— (Continuação da 4.a capa)

n/ íVHtt ••••i __Lili fez as mais belas poses possíveis.'0r'iu como a Marta Rocha o fechou um

[¦¦•nho, como a Morango. E Chiquinho "ro'Ndo", e dando ordens, como um verda-fato diretor: — "Sorria! Mostre os ...

. .. dentes, sem vergonha! Isso! Isso!'' Afinal, pa-raram. E quando Lili perguntou quando seria exi-bido o filme, éle perguntou, por sua vez; — Filme?Que filme? Eu estava só fazendo você treinar nu-mos caretas... E olhe que, como careteira, você ...

L- é mesmo "a maior! a mak>ral!" Lili, aí, se enfezou. — E' assim, sêo enjoado? Espere! — E1 »*ti dia aparelho de filmar! Se Chiquinho e Benjamim não tivessem boas pernas, teria ha-'° cabeça quebrada, aquele dia. Duas, até...

IO

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fÊ^^m^{Ph

A coisa parecia séria. Chiquinho e Benjamim, às voltas com um aparelho de filmar, anda-vam pela casa toda, estudando ângulos, planejando

"cortes" e falando uma linguagem danada de complicada.

Lili, que veio passar as férias em casa do priminho, observava de longe, sem muito coragem de se aproximar. E, como dissemos, a coisa parecia ser para valer

i,i,i —

Afinal, deram as operações por ter-minadas. E Benjamim manifestou seu en-

tusiasmo pelo "diretor", com alguns pu-

los e exclamando: "t o maior! E' o maior".

Então Lili perdeu a cerimônia e, cheia de vida,

pediu ao primo que fizesse uma filmagem com ei— Fique aí firme — disse Benjamimtre" já ajeita as coisas!

que o mes-

(Continua nu 3.* capa)

GRAFICA PIMENTA DE MELLO S. A. —