luzescrita - nmaisum.com.br€¦ · no antológico ensaio “o elogio da sombra”, o crítico...

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    organização Daniel Rangel

    Arnaldo Antunes | Fernando Laszlo | Walter Silveira

    LUZESCRITA

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    O ELOGIO DA LUZQual o enigma da sombra? Como o jogo de claro e escuro cria justaposições de imagens? Que poética reside na escuridão? Como dissipar sombras e jogar luz no que é essencial? No antológico ensaio “O Elogio da Sombra”, o crítico japonês Junichiro Tanizaki discorre sobre esses antagonismos e complementariedades que nos ajudam a jogar luz sobre esta mostra.

    A exposição Luzescrita, com suas sessenta obras – incluindo vídeos, objetos, fotografias e instalações –, promove a confluência de opostos, atualiza tradições e revela a potência da experimentação transdisciplinar.

    Luzescrita nasceu no início dos anos 2000, a partir da ideia de Fernando Laszlo de, com Arnaldo Antunes e Walter Silveira, traduzir visualmente a escrita poética. Assim, desenvolveu-se do verbo à luz – desde a escolha de poemas e palavras, passando por intervenções físicas e, por fim, retornando transfigurada pela mediação da câmera de Laszlo.

    Esse uso de diversos meios, do intelectual até os mecânicos, reitera o fato de que as questões presentes – luz e sombra, imagem e palavra, palavra e ideia, claro e escuro – compõem, na verdade, um mesmo fenômeno, cuja complexidade é aqui organizada pelo curador Daniel Rangel com engenhosa simplicidade.

    A poesia de Antunes e Silveira não é menos concreta que as marcas feitas com materiais como pólvora, vidro e metal; a palavra, quando atinge o espírito, é tão sólida quanto qualquer objeto. Já a imagem do objeto, tão sólido e presente, leva o observador a flanar por ideias abstratas ou narrativas pessoais; desmaterializa-se em pensamento.

    Sem pretensões acadêmicas, a mostra nos convida a refletir sobre os significados originais de poesia e fotografia. A tradição impôs noções quase opostas para uma e outra; Luzescrita nos lembra de sua etimologia irmã, que quase nos permite intercambiá-las: fazer poesia é, antes de tudo, simplesmente fazer, naquilo que um ato tem de mais fundamental – gerar sentido(s); já fotografar é escrever com imagens.

    A natureza multifacetada de Luzescrita está também na própria trajetória dos artistas, com reconhecidas carreiras na fotografia, na música, na literatura e no audiovisual. Esta é a primeira vez em que o projeto é apresentado na cidade natal dos três, e não poderia haver casa mais adequada, pois as diversas linguagens artísticas confluem para criar experiências de reflexão e sensibilização.

    Rodrigo Villeladiretor executivoespaço cultural porto seguro

    THE PRAISE OF LIGHT What is the enigma of the shadow? How does the play of light and dark create juxtapositions of images? What poetics lies in darkness? How do we dispel shadows and shed light onto what is essential? In the anthological essay “The Praise of Shadows”, Japanese critic Junichiro Tanizaki discusses these antagonisms and complementarities which help us to shed light on this exhibition.

    With its sixty works – including videos, objects, photographs and installations –, Luzescrita [Lightwriting] promotes the coming together of opposites, updating traditions and revealing the potential of transdisciplinary experimentation.

    Luzescrita was born in the early 2000s, from Fernando Laszlo’s idea to visually translate poetic writing alongside Arnaldo Antunes and Walter Silveira. Thus, it developed from word to light – from the selection of poems and words, through physical interventions, and, finally, returning transfigured through the mediation of Laszlo’s camera.

    This use of various mediums, from intellectual to mechanic, reiterates the fact that the present issues – light and shadow, image and word, word and idea, light and dark – actually make up one single phenomenon, whose complexity is organized by curator Daniel Rangel with ingenious simplicity.

    The poetry of Antunes and Silveira is no less concrete than the marks made with materials such as gunpowder, glass and metal; when the word reaches the spirit, it is as solid as any object. The image of the object, on the other hand, so solid and present, leads the observer through abstract ideas or personal narratives; it dematerializes itself in thought.

    Without academic pretensions, the exhibition invites us to reflect on the original meanings of poetry and photography. Tradition has imposed almost opposite notions to each of them; Luzescrita reminds us of its sister etymology, which almost allows us to alternate between them: making poetry is, first and foremost, making, in a way which is most fundamental in an act – to generate meaning(s); while photographing is writing with pictures.

    The multifaceted nature of Luzescrita is also in the very paths of the artists, with renowned careers in photography, music, literature and audiovisual. This is the first time that the project is presented in the hometown of all three artists, and there could be no better place, for the different artistic languages come together to create experiences of reflection and awareness.

    Rodrigo Villelaexecutive directorespaço cultural porto seguro

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    LUZESCRITAFotografia é uma palavra que deriva do grego, photographia. Traduzida literalmente, significa “escrita de luz”, mas, para alguns especialistas, é explicada também como

    “poesia da imagem”. Em Luzescrita, essas duas ideias se aproximam e se expandem com o encontro dos artistas Arnaldo Antunes, Fernando Laszlo e Walter Silveira.

    O poeta, tradutor e artista Augusto de Campos cita, na introdução de sua série seminal da poesia concreta, “Poetamenos”, de 1953, a vontade de possuir uma representação gráfica de letras luminosas, que denominou “filmletras”, um prenúncio ao dinamismo presente nas obras de Luzescrita.

    “Luz, câmera, ação!” Essa frase clássica do meio cinematográfico se encaixaria perfeitamente aqui. Experimentos que utilizam pólvora, lâmpadas, fita adesiva, fogo, espelho, ferro, cartolina e refletores. Poemas de Arnaldo e Walter se fundem às imagens de Fernando em um processo de elaboração coletiva que busca soluções para fazer uma poesia luminosa.

    Imagens que surgem do instante eternizado pelo registro fotográfico das ações e dos objetos-poéticos elétricos, típicas engenhocas luminosas do inventivo professor Pardal. Os poemas são “tiradas” rápidas e instantâneas, espécies de haicais brasileiros, com forte ambiguidade e muito senso de humor, herdeiras ressignificadas da poesia concreta e visual brasileira e em diálogo estreito com as artes visuais. Um processo sobretudo artesanal, que resulta em fotografias, vídeos, objetos e instalações de poética singular e visualidade única.

    As fotos, à primeira vista, possuem uma imagética tecnológica que parece ter sido criada digitalmente. Contudo, são reproduções diretas das in(ter)venções poéticas.

    O processo de construção da imagem é o mesmo utilizado pelos “fotógrafos agricultores”, termo cunhado pelo artista canadense Jeff Wall para designar aqueles que constroem as cenas previamente à realização da fotografia, que se torna, ao final, um suporte para a formalização de uma ideia. Conceito que é o contraponto do “fotógrafo caçador”, mencionado pelo fotógrafo Ansel Adams, em alusão ao uso da câmera como uma espingarda que busca “caçar” o instante mágico e perfeito a ser registrado.

    A contemporaneidade de Luzescrita está calcada sobretudo no limite tênue das fronteiras entre linguagens e estilos – uma pesquisa iniciada em 2002 e que, em 2010,

    LUZESCRITAPhotography is a word that derives from the Greek photographia. Translated literally, it means “writing from light”, but some experts define it as “poetry of the image”. In Luzescrita [Lightwriting], these two ideas converge and expand through the works of Arnaldo Antunes, Fernando Laszlo and Walter Silveira.

    Poet, translator and artist Augusto de Campos cites in the introduction to his seminal series of concrete poetry, “Poetamenos”, 1953, the desire to possess a graphic representation in luminous letters, which he called “filmletras”, a harbinger of the dynamism present in the works of Luzescrita.

    “Lights, camera, action!” This classic phrase from the film industry would fit perfectly here. Experiments using gunpowder, lamps, tape, fire, mirror, iron, cardboard and reflectors. Poems by Arnaldo and Walter merge with Fernando’s images, in a process of collective elaboration that seeks solutions for creating luminous poetry.

    Images that emerge from the moment that is eternalized by the photographic record of actions and electric poetic-objects – typical luminous gadgets of the inventive Gyro Gearloose. The poems are short, instantaneous, witty “Brazilian haikus” full of ambiguity and humor, the resignified heirs of Brazilian concrete and visual poetry, and in close dialogue with the visual arts. An overall artisanal process which results in photographs, videos, objects and installations of singular poetics and unique visuality.

    At first glance, the photos have a technological imagery that seems to have been digitally created. However, they are direct reproductions of the poetic in(ter)ventions.

    The process of constructing the image is the same as the one used by the “farmer- photographer”, a term coined by Canadian artist Jeff Wall to designate those who construct their scenes prior to photographing, which then become the basis for the formalization of an idea. This concept is a counterpoint to the “hunter-photographer” that Ansel Adams talks about, in an allusion to using the camera like a shotgun, to shoot the perfect moment.

    The contemporaneity of Luzescrita is based mainly on the tenuous boundaries between languages and styles – a research that began in 2002 and was first formatted as an exhibition in 2010, initiating a process of continuous feedback and gradual increase of its materiality.

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    foi formatada pela primeira vez como exposição, dando início a um processo de contínua retroalimentação e aumento gradual de sua materialidade.

    Na primeira mostra, realizada em Salvador, havia cerca de vinte fotografias e quinze objetos de luz. Após ser montada em Curitiba, Brasília, Rio de Janeiro, Paraty e Vila Nova de Cerveira (Portugal), com a adição gradual de novas obras e a realização de novas fotografias, chegou a São Paulo com cerca de sessenta obras, completando um processo construtivo-poético-visual que atinge quinze anos.

    Os artistas são híbridos, por natureza, e possuem trajetórias distintas, para além do mundo das artes visuais. Arnaldo, além de artista visual, é escritor, compositor e cantor. Walter é um dos pioneiros da videoarte no Brasil, tendo dirigido incontáveis canais de tv e vídeos de naturezas diversas, além de possuir uma carreira individual no meio das artes. Fernando tem uma sólida trajetória como fotógrafo.

    A dialética está presente em toda a proposta da exposição, refletida nesta publicação. As relações entre digital e analógico, claro e escuro, abstrato e concreto, low-tech e high-tech, efêmero e eterno são exploradas na concepção dos trabalhos, tanto no conteúdo quanto na forma.

    Essa tensão se acentua pela proposta curatorial da montagem, que divide a mostra em dois espaços: a Sala Clara, onde estão expostas as fotografias; e a Sala Escura, que abriga os objetos e instalações de luz. Uma alusão também às salas clara/escura do processo de revelação da fotografia analógica, onde a imagem surge por meio de processos químicos e manuais, ou à caverna de Platão, que, filosoficamente, retrata uma realidade sem nunca ser ela mesma.

    A publicação busca manter o mesmo roteiro da mostra, primeiro exibindo as imagens formalizadas como fotografia para depois revelar os objetos de luz e as ações processuais que foram fotografadas. Agradecemos muito especialmente pela colaboração textual e o apurado olhar de Lucia Santaella, e pelo poema-texto-luz homenagem do mestre Augusto de Campos ao nosso trio de poetas luminosos. No final do livro, apresentamos ainda um pequeno texto sobre o percurso de Luzescrita até o presente, que conta também com imagens de diferentes montagens realizadas nos últimos anos.

    Foram tantas maneiras diferentes de se chegar à “escrita luminosa” que os artistas decidiram por uma espécie de “bula”, explicando os métodos de criação de cada obra. O resultado reside na fronteira das linguagens, no limite híbrido entre a literatura e as artes visuais, território habitado por artistas-poetas que imaginam a obra, explorando-lhe a forma para ampliar seu significado. Ao final, são fotografias e objetos de “instala-ações” poéticas que sugerem um conceito estético e uma nova forma de escrita, com luz.

    Daniel Rangelcurador e organizador

    At the first exhibition, in Salvador, there were about twenty photographs and fifteen objects of light. After the exhibitions in Curitiba, Brasilia, Rio de Janeiro, Paraty and Vila Nova de Cerveira (Portugal), with the gradual addition of new works and new photographs, it arrived in São Paulo with about sixty works, completing a fifteen-year constructive-poetic-visual process.

    The artists are hybrid by nature and have established different paths for themselves that go beyond the visual arts. Besides being a visual artist, Arnaldo is also a writer, composer and singer. Walter is one of the pioneers of video art in Brazil, having directed numerous tv channels and videos of varying nature, as well as having a solo career in the arts. Fernando is an established photographer.

    Dialectics is present throughout the exhibition, reflected in this publication. The relationships between digital and analog, light and dark, abstract and concrete, low-tech and high-tech, ephemeral and eternal are explored in the conception of the works, in both content and form.

    This tension is accentuated by the curatorial proposal over the exhibition set-up, which divides it into two spaces: the Light Room, where the photographs are exhibited; and the Dark Room, with the objects and light installations. That is also an allusion to the light/dark rooms used in film development, where the image emerges through chemical and manual processes, or to Plato’s cave, which, philosophically, portrays a reality without ever being it.

    This publication seeks to keep the same arrangement of the exhibition, first showing the images formalized as photographs, to reveal afterwards the objects of light and the processual actions that were photographed. Our special acknowledgements are offered to Lucia Santaella, for her keen eyes and textual collaboration, and to master Augusto de Campos, for his poem-text-light tribute to our luminous poets. At the end of the book, there is a short timeline of Luzescrita from the beginnings to the present days, which also contains images of different shows produced in the last few years.

    There were so many different paths for arriving at “luminous writing” that the artists decided on a set of “guidelines” explaining the methods for creating each work. The result lies in the boundary of languages, in the hybrid limitations between literature and the visual arts, a territory inhabited by artist-poets who imagine the work, exploring its form in order to amplify its meaning. In the end, they are photographs and objects of poetic “install-actions” that suggest an aesthetic concept and a new way of writing, with light.

    Daniel Rangelcurator and editor

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    ABRIR ALAS PARA A LUZDixitque Deus: Fiat lux: et facta est lux.

    Que haja luz! let there be light!

    Mehr Licht, mais luz, foram as últimas palavras de Goethe. Tanto no sentido literal – abrir as janelas para que a luz possa entrar – quanto no sentido figurado

    − as luzes da alma e do pensamento em estado de iluminação −, a expressão é poderosa no instante da morte e carrega, ao fim e ao cabo, vinda da boca de Goethe, a mensagem de que, mesmo quando lidam com as trevas, os artistas não buscam e não trazem outra coisa senão luz.

    Para McLuhan, a luz é um meio despido de conteúdo, pois seu conteúdo é tudo aquilo que ela ilumina. É o meio de todos os meios, paradoxalmente invisível para tornar possível o visível.

    Pensar sobre a força originária e criadora da luz é oportuno diante das obras batizadas de Luzescrita, dos artistas Arnaldo Antunes, poeta e músico, Fernando Laszlo, fotógrafo, e Walter Silveira, poeta e videoartista, que se juntaram para a realização de uma intersemiose de talentos diferenciados que resultaram numa curiosa alquimia de que só a arte é capaz.

    Escrever com a luz, escritura de luz, inscrever a luz, assinatura da luz, “luzgrafia” é uma experiência à beira do contrassenso, pois a inscrição, por sua própria natureza, reclama pela solidez de uma superfície na qual possa se fixar e se vingar da fugacidade do tempo. Feita com luz, a inscrição nada contra a corrente, vai a contrapelo ao encontro de seu contrário: abraçar o efêmero. Então, a fotografia vem em seu socorro e resgata a escritura para a fixidez a que ela faz jus. Mas, ao fazê-lo, o que acaba sendo flagrado é o jogo de ambivalências que se aninha no cerne destas imagens produzidas a três mãos: de um lado, a subversão da busca imemorial pela duração e eternidade da escritura; de outro, a fotografia, real grafia da luz, com seu poder de congelar para sempre a evanescência do instante, restitui a escritura à sua perenidade, dando razão a Shakespeare, glosado por Borges, de que as palavras são mais eternas do que os mármores e os metais.

    Não obstante essa complexidade subjacente, olhando para as obras, tudo parece não passar de brincadeiras espirituosas, espontâneas e felizes, travessuras

    MAKE WAY FOR LIGHTDixitque Deus: Fiat lux: et facta est lux.

    Que haja luz! let there be light!

    Mehr Licht, more light – these were Goethe’s last words. Both in the literal sense – open the windows for the light to enter – and figuratively – the lights of the soul and of thought in a state of enlightenment –, this powerful utterance, from Goethe’s very mouth, at the moment of death, ultimately carries the message that even when dealing with shadows, artists neither seek nor carry anything other than light.

    For McLuhan, light is a medium stripped of all content, for its content is everything that it illuminates. It is the medium of all mediums, paradoxically invisible to make the visible possible.

    Thinking about the origin and creative force of light is fitting within the context of the works titled Luzescrita [Lightwriting] by poet and musician Arnaldo Antunes, photographer Fernando Laszlo, and poet and video artist Walter Silveira, three artists who came together to produce an intersemiosis of talents that have resulted in a curious alchemy that only art can produce.

    Writing with light, light writing, inscribing light, signing with light, “lightgraphy” is an experiment on the edge of nonsense, for inscription, by its very nature, calls for the solidity of a surface where it can become affixed and thus overcome the fleetingness of time. Made with light, the inscription swims against the tide, it goes against the grain, to encounter its opposite: embracing the ephemeral. Then, photography comes to the rescue of writing, lending it the fixity it deserves. In so doing, however, it sheds light on the game of ambivalences nestled at the core of these images produced by the three artists working in tandem: on the one hand, the subversion of the immemorial search to make writing durable and eternal; on the other, photography, true writing with light, with its power to freeze the evanescence of the moment, to restore writing to its perpetuity, thereby proving Shakespeare’s assertion (duly noted by Borges), that words are more eternal than marble or metal.

    Notwithstanding this underlying complexity, looking at the works, they seem like nothing more than witty, spontaneous and happy play, clever mischief, resulting

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    prenhes de engenhosidade, resultantes da “força estranha” que irrompe dos arcanos da alma lúdica dos artistas, que reluz em suas testas e resplandece em seus feitos de luz.

    “A mistura é o espírito”, já dizia Valéry. Nesta poética do indecidível, tudo se mistura, deixando no ar curiosidades não saciadas: como isso pode ter sido feito? O que é mesmo que as palavras estão querendo dizer? Restam no olhar especulante do observador adivinhações, hipóteses, conjecturas.

    O indecidível resulta dos sortilégios dos interstícios. Entre a poesia e as artes, entre o visual e as reverberações que são próprias do som. Tradução intersemiótica da luz que se propaga à maneira do som que reverbera. Entre ser objetos e ser signos: quase signos. Entre o volátil e o perene. Entre o gesto da palavra no ar e sua captura no instante irreversível da foto. Entre a espontaneidade artesanal e o perfeccionismo tecnológico. Entre o visceral e o artifício. Entre o enigma e a bula. Entre o primeiro esforço investido na arte do fazer e o segundo esforço para ocultar o esforço como se tudo brotasse diretamente dos relâmpagos, prodígios da luz.

    Pouca repetição, muita diversidade de meios, de fatura, de execução e de efeitos. Uma verdadeira enciclopédia das transmutações estéticas da luz. Um convite para pensar brincando. “O que em mim sente está pensando”:

    O espelho impossível da luz na areia. Luzes que incidem inside.Beijos no parque de diversões dos poros.A ilusinha que nos ilude em cada comutador.Música soando debaixo da pele.Explosões das luzes de um big bang no centro da Terra.Letras que se engalfinham como corpos entrelaçados.Combinações nada amigáveis do fogo e da água.A palavra luz faz o que diz − irradia luz.Inscrições nas formas voluptuosas do fogo.Palavras em chamas.Luzes com cheiro de poesia.Palavras voláteis ao vento.A sede também tem fome.Palavra-bicho que rasteja sobre formas geométricas.Uma arquitetura de luzes impressas sem pressa.Black/Flash-Out/Back.Sombras e luzes para vencer a escuridão.

    from the “strange force” that erupts from the arcana of the artists’ playful souls, which glistens on their foreheads and shines in their feats of light.

    “Mixture is the spirit”, as Valéry said. In this poetics of the undecidable, everything is mixed, leaving insatiate curiosities in the air: how could this have been done? What do the words really mean? There remains, in the viewer’s speculative gaze, divinations, hypotheses, and conjectures.

    The undecidable arises from the enchantments that lie within the interstices. Between poetry and the arts, between the visual and the reverberations proper to sound. An intersemiotic translation of light that propagates like sound reverberates. They are between being objects and being signs: quasi-signs. Between the volatile and the permanent. Between the gesture of the word in the air and its capture in the irreversible instant of the photo. Between artisanal spontaneity and technological perfectionism. Between the visceral and the skillful. Between the enigma and the guidelines. Between the first force applied in making art and the second force made to conceal the first, as if everything sprouted directly from the bright flashes, the marvels of light.

    Little repetition, a wide range of mediums, present in the making, execution, and effects. A true encyclopedia of the aesthetic transmutations of light. An invitation to think playfully. “What feels in me is thinking”:

    The impossible mirror of light on the sand.Lights that fall inside.Kisses in the amusement park of the pores.The little illusion that eludes us at each switch.Music playing under the skin.Explosions of the lights of a big bang at the center of the Earth.Letters entangled like interlaced bodies.Unfriendly combinations of fire and water.The light-word does what it says – radiates light.Inscriptions on the voluptuous shapes of fire.Words in flames.Lights with the smell of poetry.Volatile words in the wind.Thirst is also hungry.A word-animal that crawls on geometric shapes.An architecture of lights printed without haste.Black/Flash-Out/Back.Shadows and lights to defeat the darkness.

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    Carnaval de luzes à moda do grafite.Lâmpada negra onde se espera a luz.Espelhos da mente entre luz e não luz.O fruto, o ventre e a semente dobrando a esquina.Peito feito em espelho no azul e no vermelho.Transparências de cima para baixo/de baixo para cima.Luzes em danças ondulantes.Bolhas de luzazul junto a letras-fios elétricos.Reciclar o oxigênio oblíquo.Palavras tridimensionaisLuz cega contida no aZUL.Bytes no dilema entre o apagado e o aceso.

    No apogeu da pós-modernidade, por volta dos anos 1980, Arthur Danto diagnosticou o fim da arte. Tudo que veio depois desse fim, na falta de um nome melhor, passamos a chamar de arte contemporânea. Entre os traços mais relevantes, mas inegavelmente visíveis dessa arte, encontram-se a pluralidade, a multiplicidade, a diversidade. Quaisquer materiais, quaisquer suportes, quaisquer técnicas ou tecnologias, quaisquer métodos, quaisquer resultados podem se candidatar ao panteão das artes.

    Graças a Duchamp, os artistas foram alforriados para estar à altura de sua liberdade. Desde então, muitos escolheram a luz como seu tema, seu material e seu fim. Esta obra triconcebida Luzescrita coloca-se na esteira de suas antecessoras, com a diferença de que agora se trata de capturar luzes fugidias na escritura, tarefa quase tão aventurosa quanto agarrar e congelar as nuvens.

    Outro traço fundamental da arte contemporânea encontra-se no hibridismo: todos os gêneros, todas as artes, todos os sons, todas as formas, todas as línguas podem se misturar para festejar suas complementaridades, sentindo o cheiro, o gosto e apalpando suas similaridades e diferenças. Vivemos em um tempo estético em que fronteiras foram transpostas e tendem a se apagar sem perder a memória de suas origens. Fato desafiante que a arte vem realizando com consequências radicais e salutares.

    Exemplo disso aqui está na Luzescrita desses três artistas que não temem ousar e fazer a luz acontecer.

    Lucia Santaella kassel, julho 2013

    A carnival of lights in graffiti style.A black light bulb where light is expected.Mirrors of the mind between light and non-light.The fruit, the womb and the seed turning the corner.Valor made in a mirror in the blue and red.Transparencies from high to low/from low to high.Lights in undulating dances.Sparkles of blue light together with electrical wire-letters.Recycling the oblique oxygen.Tridimensional words.Blind light contained in the blue.Bytes in the dilemma between off and on.

    At the height of postmodernity, around the 1980s, Arthur Danto diagnosed the end of art. Everything that came after that we call contemporary art, for lack of a better name. Among the most relevant but undeniably visible traits of this art are plurality, multiplicity, and diversity. Any material, any medium, any technique or technology, any method, any result is eligible for inclusion in the pantheon of the arts. Thanks to Duchamp, the artists were emancipated to live up to their freedom. Since then, many have chosen light as their theme, their material and their end. A work conceived by a trio of artists, Luzescrita comes in the wake of its forerunners, with the difference that now the aim is to capture fleeting lights in writing, a task nearly as adventurous as grasping and freezing the clouds.

    Another fundamental feature of contemporary art lies in its hybridism: all genres, all arts, all sounds, all forms, all languages can be mixed to celebrate their complementarities, smelling, tasting, and touching their similarities and differences.

    We live in an aesthetic time where boundaries have been transposed, and tend to be erased, without losing memory of their origins. This is a challenging feat that art has been accomplishing with radical and salutary consequences. An example of this is here, in the Luzescrita of these three artists who dare to be bold and make light happen.

    Lucia Santaella kassel, july 2013

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    abrilho ferrolho [2017] pp. 36-7Poema de Arnaldo Antunes. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Arte feita com corte a laser em aço sae carbono sae 1008 / 12 espessura de 10 mm, aquecida em fogueira de carvão mineral. Fotografado com câmera Canon 5d Mark ii. Impressão em jato de tinta com pigmento mineral, 45 × 64cm.

    Poem by Arnaldo Antunes. Photography / montage by Fernando Laszlo. Art made with sae steel sae carbon 1008 / 12 10 mm thick laser cut, heated in a coal fire. Photographed with a Canon 5d Mark ii camera. Printed in inkjet with mineral pigment, 45 × 64cm.

    absoluto [2006] p. 19Poema de Walter Silveira. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Feito com régua de letras e gelatinas coloridas coladas em cartolina preta e iluminadas por Dedolight. Filme Fuji 4 × 5 rtp 64 asa, revelação normal. Foto lambda, 140 × 110 cm.

    Poem by Walter Silveira. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Made using a letter ruler and color gels placed on black cardboard and illuminated by Dedolight. Fujifilm 4 × 5 rtp 64 asa, normal developing. Lambda photo, 140 × 110 cm.

    ar [2004] p. 38Arnaldo Antunes. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Escrito na calçada com pólvora, fotografado no lusco-fusco. Filme 4 × 5 Kodak 6105, diafragma 22, revelação e6 normal. Foto lambda, 83,84 × 66 cm.

    Arnaldo Antunes. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Written on the sidewalk with gunpowder, photographed during twilight. Kodak 6105 4 × 5 film, aperture value f22, normal e6 developing. Lambda photo, 83,84 × 66 cm.

    BULA | GUIDELINES

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    em cada poro um beijo [2002] pp. 22-3Poema de Arnaldo Antunes. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Placa de policarbonato preto, furada com broca, iluminada por luz de projetor de slide na curva do fundo infinito. Filme 4 × 5 Kodak 6105, revelação normal, 50 × 62 cm.

    Poem by Arnaldo Antunes. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Black polycarbonate sheet, drilled, illuminated by a slide projector on the curve of the infinite background. Kodak 6105 4 × 5 film, normal developing, 50 × 62 cm.

    entre [2006] p. 59Poema e caligrafia de Walter Silveira. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Placa de policarbonato azul, fio Rexlace fosforescente, cola quente e 120 flashadas. Filme epy 4 × 5, 40 × 50 cm.

    Poem and calligraphy by Walter Silveira. Photography / montage by Fernando Laszlo. Blue polycarbonate sheet, phosphorescent Rexlace, hot glue and 120 flashes. epy 4 × 5 film, 40 × 50 cm.

    eyes [2006] p. 25Poema e caligrafia de Walter Silveira. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Fio Rexlace fosforescente e tela de bordar, duas tochas de flash Mako – 110 flashadas. Filme 4 × 5 Kodak 6105, 40 × 50 cm.

    Poem and calligraphy by Walter Silveira. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Phosphorescent Rexlace and embroidery fabric, two Mako studio flash units – 110 flashes. Kodak 6105 4 × 5 film, 40 × 50 cm.

    filha da pilha [2005] p. 34Poema de Walter Silveira. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Recipiente de metal de 20 litros e 35 × 25 × 25 cm, furado com broca elétrica e iluminado internamente por lâmpada de 100w transparente. Filme 4 × 5 Kodak 6105. Foto lambda, 142 × 102 cm.

    Poem by Walter Silveira. Photograph / montage by Fernando Laszlo. 20-liter metal container measuring 35 × 25 × 25 cm, drilled and illuminated internally by a 100w transparent light bulb. Kodak 6105 4 × 5 film. Lambda photo, 142 × 102 cm.

    alguma coisa aconteceu ali [2017] pp. 118-21Instalação e vídeo de Fernando Laszlo e Walter Silveira. Adesivo aplicado em chapa de acrílico transparente, iluminado por spots que projetam a sombra em cortina de tecido movimentada por ventiladores. Uma câmera de vídeo capta e transmite, ao vivo, em circuito interno para outro ambiente a imagem assombraluz.

    Installation and video by Fernando Laszlo and Walter Silveira. Adhesive applied on transparent acrylic sheet, illuminated by spotlights that project the shadow onto a fabric curtain moved by fans. A video camera captures the assombraluz image and transmits it live, through an internal circuit, to another environment.

    código morse [2017] pp. 126-27Fernando Laszlo e Walter Silveira. Fotografia de André Andrade, Fernando Laszlo e Gabriela Bernd. Edição e finalização de Gabriela Bernd. Sonorização de Cid Campos. Filmado em Santos e o Código Morse em estúdio e depois aplicado na edição. Tempo do vídeo: 2 min (aproximadamente).

    Fernando Laszlo and Walter Silveira. Photograph by André Andrade, Fernando Laszlo and Gabriela Bernd. Editing and finalizing by Gabriela Bernd. Sound by Cid Campos. Shot in Santos and the Morse Code filmed in a studio and added during the editing process. Video length: 2 min (approximately).

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    fogo n’água [2008] p. 41Fotografia de Fernando Laszlo. Gasolina pegando fogo no mar, 66 × 84 cm.

    Photograph by Fernando Laszlo. Gasoline on fire at sea, 66 × 84 cm.

    fome de sede [2004] pp. 42-3Poema e caligrafia de Arnaldo Antunes. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Letras escritas com tijolo na calçada e sobrepostas com pólvora. Cada letra foi incendiada e fotografada individualmente por uma câmera posicionada no telhado. Filme 4 × 5 Kodak 6105, diafragma 32, revelação normal. Foto lambda, 159 × 117 cm.

    Poem and calligraphy by Arnaldo Antunes. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Letters written with a brick on the sidewalk and overlaid with gunpowder. Each letter was individually set on fire and photographed with a camera positioned on the roof. Kodak 6105 4 × 5 film, aperture value f32, normal developing. Lambda photo, 159 × 117 cm.

    gargalhada [2002] p. 57Poema e caligrafia de Walter Silveira. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Letras confeccionadas com massa de modelar Fimo fosforescente. Foram utilizados três planos com placas de acrílico transparente e três alterações de foco durante a exposição. Foram realizados 80 disparos de flash feitos com o obturador fechado, sendo aberto para utilizar apenas o bafo do flash recém-disparado. Filme Kodak 4 × 5 6105, revelação normal, diafragma 5.6, 79 × 64 × 15 cm.

    Poem and calligraphy by Walter Silveira. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Letters made with Fimo phosphorescent clay. Three transparent acrylic sheets were used, with three changes of focus during the exposure. The flash went off 80 times with the shutter closed, being open only to use the aftermath of the flash. Kodak 6105 4 × 5 film, normal developing, aperture value f 5.6, 79 × 64 × 15 cm.

    gen et [2002] p. 26Poema de Arnaldo Antunes. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Placa de policarbonato preta, furada com broca elétrica, iluminada com Fresnel de 2000w, projetada em uma parede branca. Filme 4 × 5 Kodak 6118, revelação e6 normal. Foto lambda, 40 × 50 cm.

    Poem by Arnaldo Antunes. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Black polycarbonate sheet, drilled and illuminated with a 2000w Fresnel light, projected onto a white wall. Kodak 6118 4 × 5 film, normal e6 developing. Lambda photo, 40 × 50 cm.

    gota a gota [2010] pp. 52-3Poema-objeto de Walter Silveira. Fotografia de Fernando Laszlo. Tubo de pvc com 29 cm de diâmetro × 153 cm de altura, furado, com luz fria dentro e fotografado com câmera digital em longa exposição, no tripé e com movimentação de câmera. Foto em metacrilato, 4 fotos de 40 × 30 cm cada.

    Object-poem by Walter Silveira. Photograph by Fernando Laszlo. pvc tube measuring 29 cm in diameter × 153 cm in height, drilled, with a cold light inside and photographed with a digital camera on a tripod, using long exposure and camera movement. Photo on methacrylate, 4 photos measuring 40 × 30 cm each.

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    inferno que invenço [2002] pp. 46-7Poema e caligrafia de Walter Silveira. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Black foil furado por estilete, montado numa caixa de Led vermelhos e laranjas. Câmera Canon Mark ii. Impressão em jato de tinta com pigmento mineral, 50 × 71 cm.

    Poem and calligraphy by Walter Silveira. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Black foil pierced with an x-Acto knife, assembled in a case of red and orange leds. Canon Mark ii camera. Printed in inkjet with mineral pigment, 50 × 71 cm.

    imagigabytes [2002] pp. 49-51Poema de Arnaldo Antunes. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Placa de policarbonato preta, furada com broca elétrica. Os furos foram iluminados por lanterna Sure Fire, com a luz direcionada para a lente da câmera. Filme 4 × 5 Kodak 6105 e Tri-x, revelações normais em e6, c41 e d76. Foto em metacrilato, 9 fotos de 42 × 32 cada, formando um painel.

    Poem by Arnaldo Antunes. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Black polycarbonate sheet with drilled holes lit by a Sure Fire flashlight pointed at the camera lens. Kodak 6105 4 × 5 film and Tri-X, normal e6, c41 and d76 developing. Photo on methacrylate, 9 photos measuring 42 × 32 each, forming a panel.

    lusco fusco [2017] p. 81Fernando Laszlo. Fotografada com câmera Canon Mark ii. LuscoFusco é a fusão de duas imagens. Lusco fotografado em 02 / 01 / 2017 ao alvorecer (05:42 hs) e Fusco fotografado em 02 / 01 / 2017 ao anoitecer (19:06 hs) e transformada digitalmente em preto e branco. Os escritos são letras brancas em layer com opacidade 10%. Impressão em jato de tinta com pigmento mineral, 48 × 72 cm.

    Fernando Laszlo. Photographed with a Canon Mark ii camera. LuscoFusco is the fusion of two images. Lusco photographed on 01 / 02 / 2017 at dawn (5:42 a.m.) and Fusco photographed on 01 / 02 / 2017 at dusk (7:06 p.m.) and digitally transformed into black and white. The letters are white letters in layer with 10% opacity. Printed in inkjet with mineral pigment, 48 × 72 cm.

    ...isc... [2006] pp. 54-5Poema de Walter Silveira. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Escrito com cabeças de fósforo moídas numa placa de metal colocada sobre o fogo. Num ambiente escuro, a câmera ficou com o obturador aberto, com diafragma 22, até a pólvora se incendiar por inteiro. Filme Kodak e100g 135 mm, revelação e6 normal. Foto lambda, 2 fotos de 49 × 71 cm.

    Walter Silveira. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Written with ground match-heads on a metal plate placed over the fire. In a dark setting, the camera shutter was left open, with an aperture value of f22, until the gunpowder was completely burned. Kodak e100g 135 mm film, normal e6 developing. Lambda photo, 2 photos measuring 49 × 71 cm.

    ilusinha [2010] p. 94Poema-objeto de Arnaldo Antunes. Fotografia de Fernando Laszlo. Fotografado com câmera digital Canon Mark ii. Luminária 8 × 8 × 2 cm. Foto lambda, 66 × 100 cm.

    Object-poem by Arnaldo Antunes. Photograph by Fernando Laszlo. Photographed with a Canon Mark ii digital camera. Light fixture 8 × 8 × 2 cm. Lambda photo, 66 × 100 cm.

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    luz de roma [2017] p. 83Foto de Fernando Laszlo. Lâmpada achada e fotografada com Canon Mark ii, diafragma 11 e velocidade 0.5 s. Impressão em jato de tinta com pigmento mineral, 33 × 50 cm.

    Photograph by Fernando Laszlo. Lamp found and photographed with Canon Mark ii, aperture value f11, shutter speed 0.5 s. Printed in inkjet with mineral pigment, 33 × 50 cm.

    luzescrita [2003] p. 73Poema de Walter Silveira. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Letras de acrílico espelhado coladas em placa preta, refletindo a luz do sol na areia. Filme Kodak epp 35 mm. Foto lambda, 66 × 100 cm.

    Poem by Arnaldo Antunes and Walter Silveira. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Reflective acrylic letters placed on a black sheet, reflecting the light of the sun on the sand. Kodak epp 35 mm film. Lambda photo, 66 × 100 cm.

    luz inside incide light [2010] pp. 30-1Poema-objeto de Arnaldo Antunes. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Caixa de acrílico transparente com neon dentro e recorte de letras em fita refletiva por fora, 51 × 50 × 30 cm. Registro fotográfico com câmera Canon 5d Mark ii. Foto em metacrilato, 66 × 100 cm.

    Object-poem by Arnaldo Antunes. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Transparent acrylic case with neon on the inside and letters cut out from reflective tape on the outside, 51 × 50 × 30 cm. Photograph taken with a Canon 5d Mark ii camera. Photo on methacrylate, 66 × 100 cm.

    luz preta [2010] p. 17Foto de Fernando Laszlo. Lâmpada de 150w pintada com tinta para alta temperatura Krylon High Heat e Radiator. Fotografado com flash em estúdio utilizando diafragma 45. Filme 4 × 5 Fuji Provia 100f, revelação e6 normal, lente 180 mm. Foto em metacrilato, 50 × 40 cm.

    Photograph by Fernando Laszlo. 150w light bulb painted with Krylon High Heat and Radiator paint. Photographed in a studio using flash and an aperture value of f45. Fuji Provia 100f 4 × 5 film, normal e6 developing, 180 mm lens. Photo on methacrylate, 50 × 40 cm.

    moondo [2009] pp. 64-5Poema de Arnaldo Antunes. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Três cabeças de Dedolight alinhadas paralelamente à parede, projetando os círculos levemente desfocados. O filme foi revelado no processo e6 normal e depois riscado por Arnaldo Antunes com estilete. Filme Fuji 4 × 5 Provia 100f, lente de 180 mm. Foto lambda, 127 × 160 cm.

    Poem by Arnaldo Antunes. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Three Dedolight heads aligned parallel to the wall, projecting slightly blurry circles. The film was developed by the normal e6 process and later scratched by Arnaldo Antunes with an x-Acto knife. Fuji Provia 100f 4 × 5 film, 180 mm lens. Lambda photo, 127 × 160 cm.

    muita luz cega [2006] p. 33Poema-objeto de Arnaldo Antunes. Fotografia de Fernando Laszlo. Caixa de acrílico preta, recortada a laser e iluminada por lâmpadas de luz fria, 92 × 45 × 45 cm. Filme Kodak epp 120. Foto lambda, 40 × 50 cm.

    Object-poem by Arnaldo Antunes. Photograph by Fernando Laszlo. Black acrylic case, laser cut and illuminated by cold light bulbs, 92 × 45 × 45 cm. Kodak epp 120 film. Lambda photo, 40 × 50 cm.

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    olhuz [2002] p. 69Poema de Arnaldo Antunes. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Placa de policarbonato preta furada com broca elétrica, iluminada com Fresnel de 2000w. Fumaça de baforadas de cigarro na frente. Filme 4 × 5 Kodak 6118, revelação normal. Foto em metacrilato, 40 × 50 cm.

    Poem by Arnaldo Antunes. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Black polycarbonate sheet, drilled and lit with a 2000w Fresnel light. Smoke from cigarettes in front. Kodak 6118 4 × 5 film, normal developing. Photo on methacrylate, 40 × 50 cm.

    oxigênio reciclável [2002] p. 45Poema de Arnaldo Antunes. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Placa de policarbonato furada e fresnel de 2000w. Filme 4 × 5 Kodak 6118, 40 × 50 cm.

    Poem by Arnaldo Antunes. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Drilled polycarbonate sheet and 2000w fresnel light. Kodak 6118 4 × 5 film, 40 × 50 cm.

    perna horizontal[2002] p. 21Poema de Arnaldo Antunes. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Placa de policarbonato recortada e fresnel de 2000w. Filme 4 × 5 Kodak 6105 revelado no processo c41, 40 × 50 cm.

    Poem by Arnaldo Antunes. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Cut polycarbonate sheet and 2000w fresnel light. Kodak 6105 4 × 5 film developed using the c41 process, 40 × 50 cm.

    pingo enxuto [2002] pp. 28-9Poema e caligrafia de Walter Silveira. Fotografia / montagem de Fernado Laszlo. Escrita em chão de cimento com tinta de bastões sinalizadores de várias cores. Processo de quimiluminescência. Filme 8 × 10 Kodak 6105. Foto em metacrilato, 125 × 158 cm.

    Calligraphy by Walter Silveira. Photograph / montage by Fernado Laszlo. Written on cement floor with the liquid from different colored glow sticks. Process of chemical luminescence. Kodak 6105 8 × 10 film. Photo on methacrylate, 125 × 158 cm.

    pupilaberta [2017] p. 67Arnaldo Antunes. Fotografia de Fernando Laszlo. Fotografado com Canon Mark iii, lente 100 macro. O desenho da fechadura foi trabalhado em Photoshop. Impressão em jato de tinta com pigmento mineral, 40 × 60 cm.

    Arnaldo Antunes. Photograph by Fernando Laszlo. Photographed with Canon Mark iii, 100 mm Macro Lens. The drawing of the lock was worked on using Photoshop. Printed in inkjet with mineral pigment, 40 × 60 cm.

    sempressa [2002] p. 75Poema de Arnaldo Antunes. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Placa de policarbonato preta, recortada, iluminada com Dedolight, projetada em quina de parede branca. Filme 4 × 5 Kodak 6118 e Tri-x, revelação normal d76 e e6. Foto lambda, 142 × 102 cm.

    Poem by Arnaldo Antunes. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Black polycarbonate sheet, cut out and lit by Dedolight, projected onto the corner of a white wall. Kodak 6118 4 × 5 film and Tri-x, normal d76 and e6 developing. Lambda photo, 142 × 102 cm.

    temente [2002] pp. 62-3Poema de Walter Silveira. Fotografia / montagem de Fernado Laszlo. Escrito com pedaços de fita isolante preta colados no vidro de uma janela e projetado na parede pela luz da rua. Filme negativo Tri-x 4 × 5. Foto lambda, 142 × 102 cm.

    Poem by Walter Silveira. Photograph / montage by Fernado Laszlo. Written with pieces of black electrical tape on a window and projected onto the wall by a street light. Tri-x 4 × 5 negative film. Lambda photo, 142 × 102 cm.

    transpirant transparente [2003] p. 76Poema de Arnaldo Antunes. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Papel preto recortado com estilete sobreposto por uma lâmina de vidro com gotas de água colocada a 3 centímetros de distância. O papel foi posicionado sobre um retroprojetor e o poema projetado em papel branco. Filme 4 × 5 Kodak 6118, revelação e6 normal. Foto lambda, 40 × 30 cm.

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    Poem by Arnaldo Antunes. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Black paper cut out with an x-Acto knife overlaid by a glass pane with drops of water placed 3 cm apart. The paper was placed on an projector and the poem was projected onto white paper. Kodak 6118 4 × 5 film, normal e6 developing. Lambda photo, 40 × 30 cm.

    watermater [2017] pp. 122-23Poema-objeto de Arnaldo Antunes. Instalação em acrílico. Edição de vídeo de Anna Turra.

    Object-poem by Arnaldo Antunes. Acrylic installation. Video editing by Anna Turra.

    6 dedos [2005] p. 60Desenho de Walter Silveira. Fotografia / montagem de Fernando Laszlo. Cinefoil preto furado com agulha. Os furos foram iluminados por lanterna Sure Fire, com a luz direcionada para a lente da câmera. Filme Fuji 120 rtp 64 asa, revelação e6 normal. Foto em metacrilato, 50 × 40 cm.

    Drawing by Walter Silveira. Photograph / montage by Fernando Laszlo. Black cinefoil pierced with a needle. The holes were lit by a Sure Fire flashlight pointed toward the camera lens. Fuji 120 rtp 64 asa film, normal e6 developing. Photo on methacrylate, 50 × 40 cm.

    11 / 09 / 04 [2004] p. 79Fotografia de Fernando Laszlo. Fachos de luz no local do World Trade Center, Nova York. Filme agfa Scala 135 mm. Foto lambda, 125 × 83 cm.

    Photograph by Fernando Laszlo. Light beams at the World Trade Center site, New York. agfa Scala 135 mm film. Lambda photo, 125 × 83 cm.

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    2002 a faíscaEm 2002, Arnaldo Antunes e Fernando Laszlo são convidados pela Revista S/N a realizar um trabalho em parceria. Surge, então, a ideia de escrever poemas com luz, utilizando-se de distintas fontes de iluminação, montagens plásticas artesanais e fotografia para formalização das propostas poéticas.

    Após a publicação das primeiras experiências na revista, os dois artistas convocam Walter Silveira para juntos conceberem um livro de poesia que explore esta escrita de luz – imagens visuais com poemas de Arnaldo e Walter, fotografados por Fernando, elaborados em diferentes processos artesanais de grafismo luminoso, a maioria pensada coletivamente pelo trio.

    Chapas de policarbonato perfuradas, diferentes tipos de refletores, mecanismos e recursos da fotografia analógica são incorporados ao processo de criação imagética e à feitura destes primeiros trabalhos. Neste primeiro ano, é produzida cerca de uma dezena de trabalhos, que têm em comum o fato de serem registros de ações efêmeras, eternizadas pelo momento fotográfico.

    2003-2007 “fiat lux”Em 2003, Walter concebe o poema “luzescrita”, unindo as duas palavras em uma única grafia, que é a tradução literal de fotografia (photo/luz; graphia/escrita). Assim, de antemão, “Luzescrita” é adotado como nome para o livro que ainda estava em fase de planejamento.

    Neste período, surgem os primeiros objetos poéticos de luz, concebidos com a ideia exclusiva de serem fotografados e, posteriormente, publicados. Diferentes recipientes com lâmpadas e grafismos recortados em materiais diversos são as bases destes trabalhos, que também contam com latas de tinta, caixas de ferro, lâmpadas incandescentes, tubos de PVC, lâmpadas diversas, além das experiências efêmeras de escrever com fogo, utilizando pólvora, palitos de fósforo e gasolina.

    2002 the sparkIn 2002, Arnaldo Antunes and Fernando Laszlo are invited by S/N Magazine to create pieces of art work together. From there emerges the idea of writing poems with light, using different light sources, handmade plastic assemblies and photography for formalizing the poetic proposals.

    After the publication of their first experiences in the magazine, Walter Silveira is invited to join the team and put together a book of poetry that explores this writing with light – visual images with poems by Arnaldo and Walter, photographed by Fernando, elaborated in different artisanal processes of luminous graphics, collectively conceived by the trio.

    Perforated polycarbonate sheets, different types of reflectors, mechanisms and features of analog photography are incorporated into the creative imaging process and execution of these early works. Around a dozen works are produced in this first year, all of which are records of ephemeral actions, eternalized by the photographic moment.

    2003-2007 “fiat lux”In 2003, Walter writes the poem “luzescrita” [Lightwriting], uniting two words into one; a literal translation of the Greek photographia (photo/light; graphia/writing). “Luzescrita” was thereby adopted as the title of the book that was still in the planning phase.

    The first poetic objects of light appear during this period, thought out with the sole purpose of being photographed and subsequently published. Different containers with light bulbs and graphics cut out using varying materials are the bases for these works, that also include cans of paint, iron boxes, incandescent light bulbs, PVC pipes, assorted light bulbs, as well as the ephemeral experiences of writing with fire, using gunpowder, matches and gasoline.

    PERCURSO LUZESCRITALUZESCRITA TIMELINE

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    2008-2009 nova luzEm 2008, Daniel Rangel é apresentado a Walter. É a partir da aproximação entre eles que o curador toma conhecimento da riqueza da produção de Luzescrita e propõe transformar em exposição a ideia inicial de se fazer uma publicação.

    A proposta curatorial divide a mostra em dois espaços, chamados de Sala Clara e Sala Escura, aludindo a questões fundamentais do processo de revelação fotográfica e reforçando a dialética presente em todo o processo.

    2010 luzescrita salvadorRealizada na galeria Solar Ferrão no Pelourinho, a primeira versão da exposição Luzescrita é produzida pela produtora Al Dente, com apoio da Diretoria de Museus da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

    São expostas dezessete fotografias na Sala Clara e doze objetos de luz na Sala Escura. Um manual com o processo detalhado de feitura de cada uma das obras, intitulado “Bula”, é impresso como sinalização e exibido entre as duas salas.

    A mostra surpreende pela contemporaneidade da proposta e atrai um grande número de visitantes ao longo dos quatro meses em que ficaria em cartaz. Durante esse período, percebe-se a possibilidade de se realizar um crescimento gradativo do conteúdo, a partir da produção de novos trabalhos em cada exposição, fossem eles novas fotos ou objetos de luz.

    2008-2009 new lightIn 2008, Daniel Rangel is introduced to Walter. It is from their rapprochement that the curator becomes aware of the richness of Luzescrita’s production, and proposes to create an exhibition from the initial idea of a publication.

    The curatorial proposal divides the exhibition into two spaces, the Light Room and the Dark Room, alluding to fundamental aspects of photographic processing and reinforcing the dialectic present throughout the process.

    2010 luzescrita salvadorHeld at Solar Ferrão gallery in Pelourinho, Salvador – ba, the first Luzescrita exhibition is produced by Al Dente, supported by the Division of Museums of the Department of Culture in Bahia.

    The exhibition features seventeen photographs in the Light Room and twelve objects of light in the Dark Room. A set of “guidelines”, entitled “Bula”, with the detailed process for making each of the works, is printed and displayed between the two rooms.

    The works on exhibit amazes the public due to the contemporaneity of their proposals and attracts a great number of visitors over the course of four months. During this period, the possibility of creating new works for each new exhibition becomes apparent, whether they were photos or objects of light.

    Performance Luzescrita,

    Salvador, 2010

    Luzescrita, Salvador, 2010

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    performance luzescrita O mesmo edifício em que Luzescrita foi montada, o Centro Cultural Solar Ferrão, abrigava uma mostra de longa duração com instrumentos ou “plásticas sonoras” de Walter Smetak, músico suíço radicado em Salvador, que viveu até meados dos anos 1980 e foi um dos principais introdutores da música dodecafônica no país, tendo sido referência para muitos talentos fundamentais da música brasileira, como Caetano Veloso e Gilberto Gil.

    Daniel Rangel, curador de ambas as mostras, propõe, então, unir os conteúdos sonoros das duas exposições, sugerindo uma performance poético-musical com leituras de poemas por Arnaldo e Walter acompanhados pela música microtonal de Walter Smetak, executada por um de seus discípulos diretos, Tuzé de Abreu, e por outro jovem seguidor, Mateus Viana.

    2011 luzescrita curitibaEm 2011, a convite de Celise Niero, gerente do sesc Paço da Liberdade em Curitiba, Luzescrita atravessa o país e chega ao Sul, exibida em um belíssimo prédio de estilo eclético. A cidade de Paulo Leminsky, poeta que inspirou, conviveu e trabalhou com os três artistas, é a segunda a receber a exposição.

    Em Curitiba é apresentado pela primeira vez o vídeo “luzescrita” e, apesar de não ter acontecido a performance poético-musical, em seu lugar ocorre um bate-papo com os três artistas e o curador, momentos antes da abertura da exposição, a qual permaneceria em cartaz por outros quatro meses.

    luzescrita performanceThere was a long-running show on view at the same place where Luzescrita was exhibited, the Centro Cultural Solar Ferrão [Solar Ferrão Cultural Center], with instruments or “sound plastics” by Walter Smetak, a Swiss musician based in Salvador, who lived until the mid-80s and was one of the main introducers of twelve-tone music in the country, having been a reference for many important musicians in Brazil, like Caetano Veloso and Gilberto Gil.

    Daniel Rangel, curator of both shows, proposes to unite the sound contents of these two exhibitions, suggesting a poetic-musical performance with poetry readings by Arnaldo and Walter accompanied by Walter Smetak’s microtonal music, performed by one of his direct disciples, Tuzé de Abreu, and another young follower, Mateus Viana.

    2011 luzescrita curitibaIn 2011, at the invitation of Celise Niero, manager of the sesc Paço da Liberdade in Curitiba, Luzescrita travels cross-country and arrives in the South, exhibited in a beautiful building with an eclectic style. The city of Paulo Leminsky, a poet who inspired, lived and worked with all three artists, is the second to hold the exhibition.

    In Curitiba, the video “luzescrita” is presented for the first time and, although the poetic-musical performance did not occur, there is a talk with the three artists and curator right before the opening of the exhibition, which would remain on view for another four months.

    2011 luzescrita cerveiraAt the invitation of Augusto Canedo, Artistic Director for the 14th International Art Biennial of Cerveira, Portugal, a condensed version of the exhibition is shown for the first time outside of Brazil. Despite Portuguese being spoken in both countries, regional linguistic differences allow for new readings of the works. An example of this can be seen in a comment made by one of the visitors regarding the work “peito feito” [set chest], which in Portugal means “to go with courage to face something”, while in Brazil it could mean “to go with an open heart”.

    2013 luzescrita rio de janeiroThe exhibition in Rio de Janeiro is exhibited by ICCo – Instituto de Cultura Contemporânea [Institute of Contemporary Culture], which takes on the project with the main objectives of enabling the itinerancy of the exhibition throughout the country, the production of new works and the publication of a catalogue.

    Luzescrita, Curitiba, 2011

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    2011 luzescrita cerveiraA convite de Augusto Canedo, Diretor Artístico da 14ª Bienal Internacional de Cerveira, em Portugal, a mostra é exibida, de forma compacta e reduzida, pela primeira vez fora do país. Apesar da mesma língua falada nos dois países, as diferenças linguísticas regionais permitem novas leituras aos trabalhos. Exemplo disso é o comentário de uma das convidadas com relação à obra “peito feito”, que em Portugal significa “ir com coragem para enfrentar algo”, enquanto no Brasil poderia significar “ir de peito aberto”.

    2013 luzescrita rio de janeiroA exposição no Rio de Janeiro é produzida pelo ICCo – Instituto de Cultura Contemporânea, que assume o projeto com o objetivo principal de circular a mostra pelo país e assim viabilizar a produção de novos trabalhos e a almejada publicação de um catálogo.

    A exposição acontece no espaço da Caixa Cultural, localizada no centro da cidade, havendo sido contemplada pelo edital de ocupação da instituição, o que possibilita a impressão de outras fotografias e a produção de novos trabalhos.

    Finalmente é produzido um catálogo, desenhado por Noris Lima, onde, além do texto curatorial, é publicado um ensaio crítico de Lucia Santaella, pós-doutora especialista em semiótica. Na publicação, é possível se aproximar do processo de criação de alguns dos trabalhos, tanto por meio da leitura da “Bula” quanto pelas imagens dos momentos de produção.

    Durante a abertura, que acontece concomitante à inauguração da feira ArtRio na cidade, é realizada a segunda versão da Performance Luzescrita. Mais uma vez se dá a união entre a música dodecafônica e a poesia oralizada. Arnaldo e Walter são acompanhados novamente por Tuzé, que interpreta diferentes instrumentos smetakianos, em parceria com o músico convidado Tato Taborda, pianista que se apresenta com uma versão do “piano-preparado” de John Cage.

    The exhibition takes place at Caixa Cultural, at the city center. The institution also grants financial support to the project, which allows for new photographic prints and for the production of new works.

    The awaited catalogue, designed by Noris Lima, is finally produced, which, in addition to the curatorial text, includes a critical essay by Lucia Santaella, postdoctoral specialist in semiotics. In the publication, it is possible to learn more about the creation process of some of the works through the “Bula” and through images taken during the process of production.

    The second Luzescrita Performance takes place during the opening of the exhibition, concurrent with the inauguration of ArtRio fair. Giving way, once again, to the union between twelve-tone music and spoken word, Arnaldo and Walter are accompanied by Tuzé, playing different smetakian instruments, in partnership with guest musician Tato Taborda, a pianist who presents himself with a version of one of John Cage’s “prepared pianos”.

    2014 luzescrita brasíliaThe second Luzescrita exhibition produced by ICCo, also in partnership with Caixa Cultural, takes place in Brazil’s capital, where Walter lived. Once again, the artists take the opportunity to update and produce new works, showing great carefulness for the exhibition space and spectator.

    Luzescrita, Rio de Janeiro, 2013

    Performance Luzescrita, Rio de Janeiro, 2013

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    2014 luzescrita brasíliaA segunda mostra Luzescrita produzida pelo ICCo, também em parceria com a Caixa Cultural, acontece na capital federal, cidade onde vivia Walter. Os artistas aproveitam novamente a oportunidade para atualizar e produzir novos trabalhos, nos quais se percebe grande cuidado com relação ao espaço expositivo e ao público da exposição.

    Na mostra de Brasília, que a esta altura contava com cerca de quarenta e cinco trabalhos, a performance não acontece; no entanto, realiza-se uma visita guiada coletiva com os artistas e o curador. Uma nova versão de catálogo é publicada, desta vez desenhado por Ana Turra. Inicia-se, então, a busca por patrocínio e por um local adequado para viabilizar a montagem da exposição em São Paulo.

    2016 luzescrita paratyA convite do sesc Paraty, por meio de Daniel Ferenczi, Luzescrita acontece novamente em versão compacta, em um casarão no centro histórico da cidade do litoral fluminense. O ambiente literário da flip – Feira Literária Internacional de Paraty é o pano de fundo perfeito para o conteúdo da mostra, que em seu cerne propõe o encontro da palavra com a imagem, das artes visuais com a literatura.

    A abertura acontece durante a semana da flip, quando ocorre a terceira versão da Performance Luzescrita, mantendo a proposta conceitual original. As leituras de Arnaldo e Walter são mais uma vez acompanhadas pelos experimentalismos smetakianos realizados por Tuzé de Abreu, que desta vez recebe a companhia musical de Daniel Rangel (que, além de curador, é músico nas horas vagas).

    The performance does not happen at the exhibition in Brasília, but there is a guided group tour with the artists and the curator. A new version of the catalogue is published, designed by Ana Turra. At this point, the exhibition is comprised of around forty-five works and the search for sponsorship and an exhibition space in São Paulo begins.

    2016 luzescrita paratyAt the invitation of sesc Paraty, through Daniel Ferenczi, a condensed version of Luzescrita goes on view once again, at a mansion in the historical center of the coastal town of the State of Rio de Janeiro. The literary environment of flip – Feira Literária Internacional de Paraty [International Literary Fair of Paraty] is the perfect backdrop for the content of the show, that at its core proposes the encounter of word and image, of visual arts and literature.

    The opening takes place during the week of flip, when the third Luzescrita Performance takes place, maintaining the same conceptual proposal as before. The poetry readings by Arnaldo and Walter are once again accompanied by the smetakian experimentalisms of Tuzé de Abreu, accompanied by Daniel Rangel (who, besides being a curator, is also a musician in his spare time).

    2017 luzescrita são pauloIn mid-2016, after the exhibition in Paraty, Daniel and the other two directors at ICCo at the time, Roberto Bertani and Têra Queiroz, opened a new company together: n+1 arte cultura [n+1 art culture], which ends up inheriting some of ICCo’s projects, including Luzescrita.

    Luzescrita, Brasília, 2014

    Performance Luzescrita,

    Paraty, 2016

  • 152 153

    2017 luzescrita são pauloEm meados de 2016, após a realização da mostra em Paraty, Daniel e os outros dois diretores do ICCo naquele momento, Roberto Bertani e Têra Queiroz, abrem uma nova empresa em conjunto: a n+1 arte cultura, que acaba herdando alguns projetos do ICCo, incluindo o Luzescrita.

    Um dos objetivos iniciais da n+1 é justamente a realização da exposição em São Paulo, e após alguns meses de conversas com diferentes instituições, o Espaço Cultural Porto Seguro oficializa o convite e a intenção de patrocínio para a realização da mostra na cidade natal dos três artistas.

    Sem dúvidas, é a maior e mais completa versão já realizada de Luzescrita, com mais que o dobro de obras se comparada com a primeira da mostra em Salvador, totalizando trinta e uma fotos, quatro vídeos, quatro instalações de site-specific e dezenove obras de luz. A estrutura da distribuição espacial mantém-se a mesma, com a mostra dividida em Sala Clara e Sala Escura, mas com espaços expositivos distribuídos em diferentes andares do edifício.

    O Governo Federal, através do Ministério da Cultura e da Lei Rouanet, a Porto Seguro, o Espaço Cultural Porto Seguro, e a N+1 arte cultura possibilitaram finalmente esta publicação de poemas “Luzescrita”, contendo os resultados poéticos de escrever com luz de Arnaldo, Fernando e Walter organizados por Daniel Rangel, desenho de Flávia Castanheira, coordenação editorial de Têra Queiroz, e textos especiais de Augusto de Campos e Lucia Santaella, encerrando, assim, mais uma etapa do projeto que já dura quinze anos e com certeza seguirá sua trajetória com novos desenvolvimentos nos próximos que virão.

    One of n+1’s first objectives is precisely to bring the exhibition to São Paulo and, after months talking to different institutions, the Espaço Cultural Porto Seguro [Porto Seguro Cultural Space] formally invites and offers sponsorship for the exhibition to take place in the hometown of all three artists.

    It is, undoubtedly, the largest and most comprehensive exhibition of Luzescrita to date, comprising more than the twice the number of works if compared to the first show in Salvador, summing up to thirty-one photographs, four videos, four installations and nineteen objects of light. The spatial structure remains the same, with the show divided into a Light Room and a Dark Room, with various exhibit spaces distributed on the different levels of the building.

    The Federal Government, through the Ministry of Culture and the Rouanet Act, along with Porto Seguro, the Espaço Cultural Porto Seguro, and N+1 arte cultura enabled this publication of poems “Luzescrita”, containing the poetry of light by Arnaldo, Fernando and Walter organized by Daniel Rangel, design by Flavia Castanheira, editorial coordination by Têra Queiroz, and special texts by Augusto de Campos e Lucia Santaella, concluding another stage of this fifteen-year project that surely will keep following its path through new developments in the years to come.

    Luzescrita, São Paulo, 2017

    Luzescrita, São Paulo, 2017

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    arnaldo antunesNasceu em São Paulo em 1960. Integrou o grupo Titãs de 1982 a 1992. Em carreira solo desde 1992, lançou 14 discos. Tem vários livros publicados no Brasil, entre eles “Psia” (Ed. Expressão, 1986; Ed. Iluminuras, 1991), “Tudos” (Ed. Iluminuras, 1990), “As Coisas” (Ed. Iluminuras, 1992, Prêmio Jabuti de Poesia),

    “2 Ou + Corpos no Mesmo Espaço” (Ed. Perspectiva, 1997), “ET Eu Tu” (com imagens de Márcia Xavier, Cosac Naify, 2003, Prêmio Jabuti de Projeto Gráfico),

    “Agora Aqui Ninguém Precisa de Si” (Ed. Cia das Letras, 2015, Prêmio Jabuti de Poesia), e antologias em Portugal, Espanha, Argentina e Uruguai.Participou de diversas mostras de arte e de poesia visual, entre elas Transfutur, Visuelle Poesie, Kassel, Alemanha (1990); p0es1e, digitale dichtkunst, Munique, Alemanha (1992); Dentro Brasil, Long Beach Museum of Art, Califórnia, Estados Unidos (1995); vi Bienal de Havana, Cuba (1997); xxiv Bienal de São Paulo, São Paulo (1998); ii Bienal de Artes Visuais do Mercosul, Porto Alegre (1999). Realizou, entre outras, as exposições individuais Palavra Desordem, instalação no Espaço Labirintho, Porto, Portugal (2001); Cérebro Sexo, Galeria Portinari, Fundación Centro de Estudos Brasileiros, Buenos Aires, Argentina (2002); Escrita à Mão, caligrafias, Centro Universitário Maria Antonia, São Paulo (2003); Palavra Imagem, Galeria Bolsa de Arte, Porto Alegre (2005); Arnaldo Antunes, Galeria Laura Marsiaj, Rio de Janeiro (2008); Ler Vendo Movendo, Paço da Liberdade, sesc-pr, Curitiba (2009); e Palavra em Movimento (2015/16), reunindo 30 anos de sua produção, que vem itinerando por São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Florianópolis e Fortaleza.

    fernando laszlo Nasceu em São Paulo em 1964. Foi fotógrafo do Pelotão de Investigações Criminais da Polícia do Exército durante o serviço militar obrigatório e, no começo da carreira, trabalhou como assistente de fotografia de moda e still life. Atualmente, mora em São Paulo e atua como fotógrafo. Participou de várias coletivas e fez mostras em parceria com outros artistas, como

    Dados (Galeria Millan, São Paulo), com Walter Silveira. Realizou duas exposições individuais: Zool (Pinacoteca do Estado de São Paulo) e SafetyNet (Henry Urbach Architecture Gallery, Nova York, Estados Unidos). Em parceria com Bob Wolfenson, assinou a curadoria da exposição Otto Stupakoff: Fotografias 55-05 (Pavilhão da Bienal, São Paulo, e Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador). Foi também curador da exposição Stirring Stillness – Fotografias de Otto Stupakoff – Arquitetura Moderna Brasileira e Ouro Preto nos Anos 50/60 (Espasso, Nova York, Estados Unidos). Tem trabalhos nas coleções Pinacoteca do Estado de São Paulo, Joaquim Paiva, Museum of Fine Arts Houston (Estados Unidos) e Banco Privado Português.

    walter silveiraNasceu em São Paulo em 1955. É graduado em Rádio e tv pela eca/usp, tendo trabalhado em diversas emissoras de tv como diretor de conteúdo e programação em São Paulo; tv Gazeta e tv Cultura, na Bahia; tve, no Rio de Janeiro; e tv Brasil, em Brasília. Foi fundador da The Academia Brasileira de Vídeo, primeira escola de vídeo do país. A partir da década de 1970, iniciou a curadoria de várias exposições e de eventos de poéticas visuais em São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Salvador. Seus vídeos integram a coletânea

    “Made in Brasil – 30 Anos da Videoarte no Brasil”, organizada por Arlindo Machado. Desde 2004, realiza com outros artistas apresentações do espetáculo de poesia, imagem e música poemixbr. Com o poeta Augusto de Campos e o músico Cid Campos, desenvolveu o espetáculo de poesia, música e vídeo Poesia é Risco, apresentado em várias cidades do Brasil, Estados Unidos, França e Suíça. Publicou a coletânea “Posterbook Walt B. Blackberry”, com 14 trabalhos visuais. Desde maio de 2013 apresentou em São Paulo, Brasília e Curitiba a exposição Blackberry palavra e imagem, com curadoria de Daniel Rangel. Em 2015, participou da Amostragem da Poesia Brasileira da Era Pós-Verso em Lisboa, Portugal, com curadoria de Omar Khouri. Atualmente, vive e trabalha em Brasília.

    arnaldo antunesBorn in São Paulo in 1960, Arnaldo Antunes was a member of the band Titãs from 1982 to 1992. In a solo career since 1992, he released 14 records. He has published various books in Brazil, including “Psia” (Ed. Expressão, 1986; Ed. Iluminuras, 1991), “Tudos” (Ed. Iluminuras, 1990),

    “As Coisas” (Ed. Iluminuras, 1992, Prêmio Jabuti de Poesia), “2 Ou + Corpos no Mesmo Espaço” (Ed. Perspectiva, 1997), “ET Eu Tu” (with images by Márcia Xavier, Cosac Naify, 2003, awarded a Prêmio Jabuti for Graphic Design), “Agora Aqui Ninguém Precisa de Si” (Ed. Cia das Letras, 2015, awarded Prêmio Jabuti for Poetry) and anthologies of his poetry have been published in Portugal, Spain, Argentina and Uruguay. He has participated in various shows of art and visual poetry, including Transfutur, Visuelle Poesie, Kassel, Germany (1990); p0es1e, digitale dichtkunst, Munich, Germany (1992); Dentro Brasil, Long Beach Museum of Art, California, United States (1995); vi Bienal de Havana, Cuba (1997); xxiv Bienal de São Paulo, São Paulo (1998); ii Bienal de Artes Visuais do Mercosul, Porto Alegre (1999). His solo shows have included Palavra Desordem, an installation at the Espaço Labirintho, Porto, Portugal (2001); Cérebro Sexo, Galeria Portinari, Fundación Centro de Estudos Brasileiros, Buenos Aires, Argentina (2002); Escrita à Mão, caligrafias, Centro Universitário Maria Antonia, São Paulo; Palavra Imagem, Galeria Bolsa de Arte, Porto Alegre (2005); Arnaldo Antunes, Galeria Laura Marsiaj, Rio de Janeiro (2008); Ler Vendo Movendo, Paço da Liberdade, sesc-pr, Curitiba (2009); and Palavra em Movimento (2015/16), which gathers 30 years of his works and has been travelling through São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Florianópolis and Fortaleza.

    fernando laszloBorn in São Paulo in 1964, Fernando Laszlo was a photographer for the Army Police Criminal Investigation Platoon during his obligatory military service stint, and at the beginning of his career he worked as a fashion and still-life photography assistant. He currently lives in São Paulo and works as a photographer. He has participated in various group exhibitions and has held shows in

    partnership with other artists, such as Dados (Galeria Millan, São Paulo), with Walter Silveira. He has held two solo shows: Zool (Pinacoteca do Estado de São Paulo) and SafetyNet (Henry Urbach Architecture Gallery, New York, United States). In partnership with Bob Wolfenson, he curated the exhibition Otto Stupakoff: Fotografias 55-05 (Pavilhão da Bienal, São Paulo, and Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador). He also curated the exhibition Stirring Stillness – Fotografias de Otto Stupakoff – Arquitetura Moderna Brasileira e Ouro Preto nos Anos 50/60 (Espasso, New York, United States). He has works in the collections of the Pinacoteca do Estado de São Paulo, Joaquim Paiva, the Museum of Fine Arts Houston (United States) and Banco Privado Português.

    walter silveiraBorn in São Paulo in 1955, Walter Silveira holds a degree in Radio and tv from eca/usp, having worked for various broadcasters as director of programming and content in São Paulo. He has also worked for tv Gazeta and tv Cultura, in the State of Bahia; tve, in Rio de Janeiro; and tv Brasil, in Brasília. He was a founder of The Academia Brasileira de Vídeo, the first video school in Brazil. Beginning in the 1970s, he started to work as a curator of various exhibitions and events of visual poetics in São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte and Salvador. His videos are part of the collectanea “Made in Brasil – 30 Anos da Videoarte no Brasil”, edited by Arlindo Machado. Since 2004, he has worked in partnership with other artists to present the poemixbr shows of poetry, image and music. With the poet Augusto de Campos and musician Cid Campos, he developed the show of poetry, music and video Poesia é Risco, presented in various cities of Brazil, the United States, France and Switzerland. He published the collectanea “Posterbook Walt B. Blackberry”, with 14 visual works. Since May 2013, he has held the exhibition Blackberry palavra e imagem, curated by Daniel Rangel. In 2015, he participated in the poetry show Amostragem da Poesia Brasileira da Era Pós-Verso, in Lisbon, Portugal, curated by Omar Khouri. He currently lives and works in Brasília.

  • espaço cultural porto seguro

    direção geraldirector-general

    Marco Griesi

    direção executivaexecutive director

    Rodrigo Villela

    direção de comunicação director of communication

    Marco Rangel

    programação paralela cultural agenda

    Felipe do Amaral

    assessoria institucional institutional assistant

    Guga Queiroga

    coordenação de produção production coordinator

    Rodrigo Lourenço

    produçãoproduction

    Camila Brandão, Rodrigo Vitulli, William Keri

    coordenação de operações operational coordinator

    Carolina Teixeira

    coordenação geral do núcleo educativo

    general coordinator of the educational program

    Talita Paes

    educadoreseducational mediators

    Camila Yumi, João Claro Frare

    coordenação do ateliê experimental coordinator of the experimental studio

    Nori Figueiredo

    instrutores do ateliê experimental experimental studio instructors

    Mayara Poliser, Rodrigo Lobo

    coordenação do portofablab portofablab coordinator

    Juliana Henno

    instrutores do portofablab portofablab instructors

    Tiago Pessoa, Vinícius Juliani

    conteúdo e redes sociais content and social media

    Hiago Silva

    criaçãocreation

    Bianca Berti, Pedro Cury, Fernando Perez

    on-lineonline

    Fábio Montesanti

    assessoria de imprensapress office

    Adriana Balsanelli

    administrativoadministrative staff

    Rosy Farias, Deise Concetto

    recursos humanoshuman resources

    Jéssica Almeida

    financeirofinance

    Natacha Mendonça

    assessoria jurídicalegal advice

    Marisa Tomazela

    recepçãoreception

    Adriana Ferreira, Jéssica Telles, Heloisa Camargo, Marta Quintelhano, Regina Santos

    bilheteria ingresso rápido ticket office

    Deise Silva

    gerente de facilitiesfacilities manager

    Fabiano Ribeiro

    coordenação de manutenção maintenance coordination

    Valdeci Bernardo

    equipe de manutenção maintenance staff

    Valter Bonfim, Rogério Cláudio, Alla César, Francisco Heráclito, Heitor Soares, Jucivan Santos, Lena Silva

    agentes de segurança security staff

    André Serra, Fernando Torres, Lucas Evangelista, Lucas Finamor, Rafael Coimbra, Talita Nishikaku, Thalita Gagliardi, Vinícius Brandão

    atendentesattendants

    Inara Vechina, Glaucia Andrade

    exposição | exhibitionluzescrita

    idealizaçãoconcept

    N+1 arte cultura

    curadoriacurator

    Daniel Rangel

    coordenação geralgeneral coordinator

    Têra Queiroz

    arquiteturaarchitecture

    (fazemos arquitetura)Juan Cabello Arribas, Gustavo Migliari

    produção executivaexecutive production

    N+1 arte cultura

    coordenação administrativa administrative coordinator

    Roberto Bertani

    coordenação de comunicação communication coordinator

    Thais Gouveia

    assistência de produçãoproduction assistant

    Victoria Ariel

    assessoria jurídicalegal advice

    Neufeld Cestari Advogados

    assessoria de imprensapress office

    A4&Holofote Comunicação

    design gráficographic design

    Anna Turra

    iluminaçãolighting

    (Design da Luz Estúdio)Fernanda Carvalho, Charly Ho

    cenotecniaset-up execution

    Cenotech

    produção objetos e instalações objects and installations production

    Maurício Zelada

    produção fotografiasphotography production

    Labô, Jacarandá Montagens, Fine Art Factory

    tratamento de imagensimage editing

    (Claro Escuro) Renato Cury

    montagem finahandling

    Gala Art

    montagem audiovisualaudiovisual set-up

    Fusion Áudio

    sinalizaçãosignalling

    Mamulti

    eletricistaelectrical maintenance

    Mauro César da Silva, Pedro dos Santos

    apoio culturalcultural support

    ICCo - Instituto de Cultura Contemporânea, Clé Reserva Contemporânea

    publicaçãopublication

    poemas visuaisvisual poems

    Arnaldo AntunesFernando Laszlo Walter Silveira

    ediçãoedited by

    N+1 arte cultura

    organizaçãoorganization

    Daniel Rangel

    textos texts

    Augusto de CamposDaniel Rangel Lucia Santaella

    coordenação editorial editorial coordinator

    Têra Queiroz

    design gráfico graphic design

    Flávia Castanheira

    fotografias photography

    Fernando Laszlo

    produção executiva executive production

    N+1 arte cultura Gabinete de Cultura

    produção gráfica graphic production

    Aline Valli

    assistência de edição editorial assistants

    Carol Anelli, Ana Roman

    tradução e revisão translation and proofreading

    Todo Texto

    agradecimentosacknowledgements

    Aaron Kawai, Ali Karakas, André Andrade, André Santana, Anne Courtois, Antonio Navarro, Adriano Gonfiantini, Augusto de Campos, Bob Wolfenson, Bruna Callegari, Caco Monteiro, Celise Niero, Charly Ho, Christelle Gautschoux, Christian Laszlo, Cid Campos, Cristina Botelho, Diogo Telles Ribeiro, Flávia Soledade, Gabriela Bernd, Gil Inoue, Guilherme Young, Haluk Akakce, Heloisa Aranha, João Paulo Charleux, Lenora de Barros, Laercio Ramos, Lucia Santaella, Marcos Vilas Boas, Magú Marioto, Marcia Xavier, Marc Leboiteux, Maurizio Zelada, Mauro Restiffe, Nilton Ribeiro, Pedro Costa, Rachel Sena, Rafael Buosi, Rafael Muner, Regina Echeverria, Renato Cury, Rochelle Costi, Rodrigo Vinhas, Peetssa, Sahada Josephina, Sebastian Lucrecio, Sergio Saraiva e Thelma Vilas Boas

    Antunes, Arnaldo [1960 - ]

    Luzescrita: Arnaldo Antunes, Fernando Laszlo, Walter SilveiraOrganização: Daniel RangelTextos: Augusto de Campos, Lucia SantaellaSão Paulo: N+1 Arte Cultura, 2017176 pp., ils.Edição bilíngue: português / inglês

    isbn 978-85-93972-00-3

    1. Arte brasileira - Século xxi 2. Arte - Exposições 3. Espaço Cultural Porto Seguro i. Título ii. Laszlo, Fernando iii. Silveira, Walter iv. Rangel, Daniel, org.

    cdd 700

    patrocínio apoio idealização realização

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