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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUVERAVA FACULDADE DR. FRANCISCO MAEDA NOME DO AUTOR LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELA ITUVERAVA 2013

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Page 1: LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELAbrasileiro com luxação lateral da patela direita. Segundo Souza et al (2009), o diagnóstico é realizado através de exame ortopédico e deve

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUVERAVA

FACULDADE DR. FRANCISCO MAEDA

NOME DO AUTOR

LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELA

ITUVERAVA

2013

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NOME DO AUTOR

LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELA

Trabalho de Conclusão de Curso e Relatório

de Estágio Curricular apresentado à

Faculdade “Dr. Francisco Maeda”. Fundação

Educacional de Ituverava, para obtenção do

título de Médico Veterinário.

Orientadora: Prof. Dra. Elzylene Léga Palazzo

ITUVERAVA

2013

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Dedico esse trabalho aos meus pais,

familiares e professores que me

apoiaram, desde o início, e tornaram

possível um sonho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço...

......................

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SUMÁRIO

I TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ................................................... 13

II RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR.................................................... 36

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NOME DO AUTOR

LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

à Faculdade “Dr. Francisco Maeda”.

Fundação Educacional de Ituverava, para

obtenção do título de Médica Veterinária.

Orientador(a): Prof. Dr. Nome do

orientador(a)

ITUVERAVA

2013

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NOME DO AUTOR

LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

à Faculdade “Dr. Francisco Maeda”.

Fundação Educacional de Ituverava, para

obtenção do título de médica veterinária.

Orientadora: Prof. Dra. Elzylene Léga Palazzo

Ituverava, 18 de Novembro de 2013.

Orientadora:________________________________

Prof. Dra. Nome

Examinadora:________________________________

Prof. Dra. Nome

Examinadora:________________________________

Prof. Dra. Nome

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RESUMO

A luxação de patela é uma das enfermidades ortopédicas que mais acometem cães, sendo a

luxação de patela lateral mais rara e normalmente está relacionada a cães de grande porte.

Esse trabalho relata o caso de uma cadela SRD com um ano de idade que foi levada para

Clínica Veterinária Pet Planet em Piracicaba – SP, apresentando dificuldades ao caminhar.

Depois de realizado o exame físico e exames complementares foi diagnosticado luxação

patelar lateral bilateral de grau IV. Para correção dessa enfermidade foram indicadas duas

cirurgias, uma em cada membro, realizadas em oportunidades diferentes. Este trabalho

descreve a primeira delas realizada através de artrotomia, trocleoplastia, desmotomia medial e

lateral, ostectomia do fêmur, transposição medial da tuberosidade da tíbia e liberação do

quadríceps, bem como sua recuperação pós-operatória.

Palavras-chave: Joelho. Ostectomia. Fêmur. Cão.

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SUMMARY

The lateral patellar dislocation is rare and is usually related to large dogs. This paper reports

the case of a dog SRD one year old that was taken to Veterinary Clinic Pet Planet in

Piracicaba - SP, presenting difficulties when walking. After performing the orthopedic exam

and laboratory tests was diagnosed bilateral lateral patellar luxation grade IV. To fix this

disease were given two surgeries, one in each member held in different opportunities. This

paper describes the first one performed by arthrotomy, trochleoplasty release of the lateral

retinaculum, desmotomy medial and lateral ostectomy of femur, medial transposition of the

tibial tuberosity and lateral transposition of the quadriceps and their postoperative recovery.

Keywords: Knee. Ostectomy. Femur. Dog.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Imagem adaptada da anatomia da articulação Femoro- Tibio- Patelar........... 15

Figura 02 Imagem adaptada da anatomia do joelho demonstrando o alinhamento

quadríceps femoral, patela, tróclea, ligamento patelar e tuberosidade da

tíbia.................................................................................................................. 16

Figura 03 Imagem elucidando a diferença entre coxa vara e valga................................. 17

Figura 04 Imagem fotográfica de uma fêmea canina, filhote, com luxação de patela

grau IV, atendida na Clínica Veterinária Pet Planet em Piracicaba, SP, 2013 20

Figura 05 Imagens fotográficas de procedimento cirúrgico para correção de luxação

de patela grau IV em uma fêmea canina de um ano e onze meses de idade.

Clínica Veterinária Pet Planet. Piracicaba, SP, 2013...................................... 21

Figura 06 Imagens fotográficas de procedimento cirúrgico para correção de luxação

de patela grau IV em uma fêmea canina de um ano e onze meses de idade.

Clínica Veterinária Pet Planet. Piracicaba, SP, 2013...................................... 22

Figura 07 Imagens radiográficas em vista ventrodorsal, das articulações do joelho em

cadela SRD de um ano e onze meses de idade, com luxação lateral de

patela grau IV. Clinica Veterinária Pet Planet. Piracicaba, SP, 2013.............. 24

Figura 08 Imagens radiográficas do joelho de uma cadela após cirurgia para correção

de luxação de patela grau IV. Clínica Veterinária Pet Planet Piracicaba, SP,

2013................................................................................................................. 26

Figura 09 Imagem fotográfica do animal submetido a tratamento fisioterapêutico com

TENS no joelho durante pós-operatório para correção de luxação de patela

grau IV. Clínica Veterinária Pet Planet em Piracicaba, SP, 2013................... 26

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Classificação das luxações patelares em cães para diagnóstico: sinais

clínicos e respectivas complicações................................................................ 18

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SUMÁRIO

I RELATO DO CASO DE INTERESSE

INTRODUÇÃO........................................................................................................... 13

1 REVISÃO DA LITERATURA.................................................................................. 14

2 MATERIAL E MÉTODO....................................................................................... 20

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................ 24

CONCLUSÃO............................................................................................................. 27

REFERÊNCIAS........................................................................................................... 28

ANEXO........................................................................................................................ 29

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I TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

INTRODUÇÃO

A luxação patelar é uma das afecções que mais acometem cães, sem predileção por

raça, sexo ou idade, podendo se apresentar de forma medial ou lateral e sua etiologia, apesar

de ainda não estar bem definida, pode ser congênita ou traumática. A luxação medial é a mais

comum na clínica médica de pequenos animais, sendo cães de pequeno porte e fêmeas os

mais acometidos. Já a luxação lateral normalmente ocorre em cães de grande porte. Esses

animais podem sentir dores e apresentar claudicação permanente ou intermitente dos

membros pélvicos.

É dividida em quatro graus, associados à severidade da lesão, onde o quarto grau é o

mais grave, envolvendo anormalidades em tecidos ósseos e moles, sendo necessária uma ou

mais técnicas cirúrgicas para a correção. O pós-operatório é longo e deve ser seguido

rigidamente pelo proprietário, inclui passeios utilizando guias e em alguns casos pode ser

necessário sessões de fisioterapia. O prognóstico costuma ser bom para os graus mais leves e

reservado para o grau IV.

O presente trabalho teve como objetivo relatar um caso de baixa incidência na rotina

veterinária, onde uma cadela sem raça definida (SRD), porte pequeno de um ano de idade

com luxação de patela lateral de grau IV, foi submetida à cirurgia e sessões de fisioterapia

durante o pós-operatório.

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1 REVISÃO DA LITERATURA

O joelho do cão funciona como uma dobradiça fazendo movimentos de flexão, com

ajuda do músculo poplíteo, suprido pelo nervo tibial, e movimentos de extensão com principal

participação da patela e do músculo quadríceps suprido pelo nervo femoral (BRANDÃO,

1997).

O cão em posição quadrupedal mantém a articulação do joelho flexionada, mesmo

quando está em movimento a extensão nunca ocorre completamente, o ângulo caudal

dificilmente se abre além dos 150º (FIGUEIREDO, 1997).

Para realizar esses movimentos, o joelho composto pela articulação femorotibial que

se encontra entre os côndilos femoral e tibial, a qual tem como função a sustentação do peso,

e a articulação femoropatelar que aumenta a eficiência do grupo muscular quadríceps e

facilita a função dos extensores (VASSEUR, 2007). A correção das incongruências articulares

são realizadas por estruturas formadas por fibrocartilagem presentes entre o fêmur e a tibia

chamados meniscos (KÖNIG; LIEBICH, 2002).

Toda a articulação é revestida por uma cápsula articular com duas camadas, a lâmina

fibrosa e a lâmina sinovial, e é ainda reforçada pelo retináculo patelar (KÖNIG; LIEBICH,

2002).

A patela é um osso sesamóide, envolto pelo tendão do quadríceps. A superfície

articular interna é lisa e curvada (SCHULTZ, 2008). Em sua anatomia e biomecânica normal,

desliza firmemente em um sulco troclear profundo, localizado na extremidade distal do fêmur

(COLVILLE; BASSERT, 2010), durante o movimento ajuda na nutrição da sua própria

estrutura e da tróclea, além disso, é essencial para o mecanismo de extensão do joelho

(SCHULTZ, 2008).

Os responsáveis para o joelho se manter estável, com movimentos livres restritos à

flexão e extensão, são ligamentos cruzados cranial e caudal, ligamento colateral medial e

lateral; ligamento patelar; ligamentos femoropatelares medial e lateral; ligamento

meniscofemoral; ligamentos tibiais cranial e caudal; ligamento transverso do joelho e

ligamento poplíteo oblíquo (Figura 01) (KÖNIG; LIEBICH, 2002).

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Figura 01 Imagem adaptada da anatomia da articulação Femoro- Tibio- Patelar

Fonte: Adaptado de Hill's Pet Nutrition (2013)

As estruturas como quadríceps femoral, patela, tróclea, ligamento patelar e

tuberosidade da tíbia (Figura 02) devem estar alinhados, para assim, manter um

funcionamento normal e adequado do joelho. No caso de um desalinhamento de uma ou mais

estruturas citadas, pode ocorrer um deslocamento intermitente ou permanente da patela e o

sulco troclear, enfermidade chamada de luxação patelar (SCHULTZ, 2008). Tal deslocamento

pode ser medial ou lateral, e sua etiologia pode ser congênita ou traumática (ARNOCZKY;

TARVIN, 1996).

As lesões e disfunções de patela são as causas mais frequentes de claudicação de

membros posteriores em cães (ARNOCZKY; TARVIN, 1996) e pode ocorrer em cães de

ambos os sexos e de qualquer idade (SCHULTZ, 2008). De acordo com Souza et al (2009)

em casos de luxação medial, as fêmeas são mais acometidas que os machos.

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Figura 02 Imagem adaptada da anatomia do joelho demonstrando o alinhamento

quadríceps femoral, patela, tróclea, ligamento patelar e tuberosidade da tíbia.

Fonte: Adaptado de Hill's Pet Nutrition (2013)

Os dados obtidos por Souza et al (2009) foram semelhantes aos de Villanova Jr; Caron

(2010), nos quais cerca de 75% dos cães avaliados tinham luxação de patela medial, enquanto

apenas 25% deles tinham luxação lateral, coincidindo com os dados obtidos por Piermattei;

Flo (1999), o que confirma assim a maior incidência de luxação patelar medial.

Arnoczky; Tarvin (1996) descreveram que a forma medial, normalmente é congênita e

ocorre principalmente em animais de pequeno porte, causando anormalidades mínimas a

severas durante a locomoção. A deformação vara da coxa (Figura 03), o deslocamento medial

do tendão do quadríceps, a torção femoral externa, o desvio medial do fêmur distal, o

arrasamento do sulco troclear, a rotação interna e o desvio medial da tíbia proximal podem

estar relacionados a essa etiologia.

Já a luxação patelar lateral, é comumente observada em raças de grande porte, de

origem traumática ou congênita (ARNOCZKY; TARVIN, 1996) pode estar relacionada à

anteversão ou à coxa valga (Figura 3C) da articulação coxofemoral (SCHULTZ, 2008).

Para Arnoczky; Tarvin (1996) algumas enfermidades isoladas também podem causar

luxação lateral como o deslocamento lateral do tendão do quadríceps, torção femoral interna,

afrouxamento da fáscia medial, contração da fáscia lateral, rotação externa e desvio lateral da

tíbia proximal.

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Figura 03 Imagem elucidando a diferença entre coxa vara e coxa valga. (A) articulação

normal; (B) Coxa vara; (C) Coxa valga.

Fonte: Dorland's Medical Dictionary for Health Consumers (2007)

Schultz (2008) afirmou que a luxação lateral ainda não fora descrita em gatos, porém,

Mendes; Brasil (2011) descreveu um relato de caso em um felino macho da raça pelo curto

brasileiro com luxação lateral da patela direita.

Segundo Souza et al (2009), o diagnóstico é realizado através de exame ortopédico e

deve ser feito o exame radiográfico de membros pélvicos para definir grau de deformidade e

doença articular degenerativa.

Durante o exame físico, deve-se observar instabilidade patelar lateral ou medial, grau

de rotação da tuberosidade tibial, rotação do membro ou angulação, presença de crepitação,

redução da patela e localização da mesma na tróclea (PAVAN, 2009).

Os animais com esta afecção apresentam claudicação intermitente, com sustentação do

peso e podem manter o membro flexionado por alguns passos tanto para luxação patelar

medial quanto para lateral (SCHULTZ, 2008).

Alguns animais podem apresentar anormalidades musculoesqueléticas como torção do

fêmur e tíbia, deslocamento do grupo muscular quadríceps e instabilidade rotacional da

articulação do joelho em consequência da gravidade da luxação patelar (PAVAN, 2009).

O diagnóstico e tratamento podem ser classificados em 4 graus associados à

severidade da lesão (Tabela 01). A escolha do tratamento depende também do histórico,

achados clínicos, frequência de luxação e idade do paciente, podendo ser cirúrgico ou

conservativo, através de medicamentos e fisioterapia (SCHULTZ, 2008).

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Tabela 01 Classificação das luxações patelares em cães para diagnóstico: sinais clínicos

e respectivas complicações.

Sinais clínicos e complicações

Grau I Geralmente não apresentam claudicação, durante a avaliação física a patela pode

ser deslocada manualmente, mas a redução é espontânea depois que a pressão é

liberada.

Grau II Claudicação discreta ou intermitente, a patela pode ser deslocada manualmente

ou pode luxar com a flexão da articulação do joelho, a redução é realizada

manualmente ou até que o animal desfaça a rotação da tíbia. Deformidades

angulares leves, rotação da tuberosidade tibial até 30º.

Grau III Claudicação moderada, com alivio de peso no membro luxado. A patela

permanece luxada a maior parte do tempo, pode ser reduzida manualmente, mas

logo resultará em nova luxação. Podem estar presentes anormalidades dos

tecidos moles de suporte da articulação do joelho, tróclea rasa, anormalidades

em fêmur e rotação da tuberosidade tibial de 30º a 60º.

Grau IV Incapacidade de estender completamente as articulações dos joelhos. Luxação

patelar permanente e irredutível, desvio da tuberosidade tibial de 80 a 90º,

tróclea rasa ou ausente, deformidades do grupo muscular quadríceps,

anormalidades dos tecidos moles de suporte da articulação do joelho e as

deformidades em fêmur. Fonte: Adaptado de SCHULTZ. (Apud FOSSUM, 2008)

A correção cirúrgica depende da frequência de claudicação e da deficiência física. A

realização da correção exige o realinhamento do mecanismo extensor e a estabilização da

patela na tróclea femoral (VASSEUR, 2007). Normalmente, utilizam-se a combinação de

técnicas de reconstrução de tecidos ósseos e tecidos moles para reposicionar a patela, como a

trocleoplastia, transposição da tuberosidade tibial e técnicas anti-rotacionais (SCHULTZ,

2008).

De acordo com Pavan (2009) as correções cirúrgicas que podem ser realizadas para

luxação patelar de grau I incluem as técnicas de superposição da fáscia lata ou retinacular,

sutura anti-rotacional da tíbia, transposição da tuberosidade tibial e capsulectomia Nos graus

intermediários II e III, as técnicas que podem ser aplicadas são trocleoplastia, desmotomia,

transposição da tuberosidade tibial, capsulectomia, superposição do retináculo ou de fáscia

lata e suturas anti-rotacionais patelar e tibial. Já para luxações de grau IV, as técnicas para

correção incluem todas as anteriores, além de liberação do quadríceps, osteotomia femoral e

tibial e artrodese.

Após a cirurgia, deve-se esperar a cicatrização dos tecidos antes de iniciar a

reabilitação. Logo nas primeiras semanas é indicado crioterapia e anti-inflamatórios não

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esteroidais, além de encorajar o animal com exercícios de apoio de peso ou natação, e na

utilização do membro com caminhadas leves com guia evitatando saltos. Após algumas

semanas, são indicados exercícios para fortalecimento como a fisioterapia (LEVINE et al,

2008).

Vasseur (2007) e Schultz (2008) sugeriram para pós-operatório, curativos com

ataduras acolchoadas por até três dias e atividades restritas, como caminhadas breves com

coleira de quatro a seis semanas e retorno gradativo das atividades normais.

O prognóstico costuma variar de acordo com o grau da luxação patelar, sendo de

reservado a bom, tanto em grandes como em pequenos animais para luxações laterais e

mediais (SCHULTZ, 2008).

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2 MATERIAL E MÉTODO

No mês de julho de 2013, foi atendida na Clínica Veterinária Pet Planet na cidade de

Piracicaba-SP, uma fêmea da espécie canina, SRD, de um ano e onze meses de idade, pesando

6 kg, com histórico de dificuldade para caminhar, por não apoiar adequadamente os membros

pélvicos.

Durante a anamnese, o proprietário relatou que a cadela fora encontrada na cidade de

São Paulo com aproximadamente dois meses, com dificuldade de locomoção, sendo que já

havia sido levada a outros colegas que se negaram a conduzir o caso. O animal era

devidamente vermifugado e vacinado.

O animal foi submetido a exame físico evidenciando flexão permanente do joelho

(Figura 04), após o mesmo, foi solicitado exame radiográfico dos membros pélvicos e

hemograma cujos resultados levaram a indicação do tratamento cirúrgico através das técnicas

de artrotomia, trocleoplastia, desmotomia medial e lateral, ostectomia do fêmur, transposição

medial da tuberosidade da tíbia e liberação do quadríceps para correção da luxação patelar.

Figura 04 Imagem fotográfica de uma fêmea canina, filhote, com luxação de patela grau

IV, atendida na Clínica Veterinária Pet Planet em Piracicaba, SP, 2013.

Fonte: Arquivo pessoal (2013)

No dia 17 de julho de 2013, o animal foi submetido ao procedimento cirúrgico sob

protocolo pré-anestésico com 0,5ml de cloridrato de tramadol e 0,3ml de cloridrato de

acepromazina 0,2% intramuscular; indução anestésica com 3ml da associação de 8ml de

propofol e 1ml de midazolam via intravenosa, sendo mantido na anestesia geral inalatória

com isofluorano. Após o animal ser intubado e devidamente preparado com antissepsia e

tricotomia prévias do campo operatório, foi realizada incisão da pele parapatelar craniomedial

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do membro direito, em seguida a divulsão dos tecidos adjacentes à cápsula articular para se

completar a artrotomia com finalidade de visualização da tróclea.

Foi realizada a trocleoplastia, com aprofundamento do sulco troclear, com auxílio de

um osteótomo, objetivando estabilizar a patela. Em seguida, foi realizada a desmotomia

lateral e medial. Com o osteótomo novamente, foi desinserido o tendão patelar para realizar a

transposição da tuberosidade tibial, quando foi verificado que o tamanho do tendão patelar

não era suficiente para reposicionar a patela na tróclea, mesmo após ser realizada a liberação

do quadríceps. Assim, optou- se a realização de uma ostectomia do fêmur direito com auxílio

de serra, retirando um centímetro e oito milímetros da porção distal (Figura 05). A

osteossíntese foi realizada com uma placa de auto-compressão bloqueada e seis parafusos

2mm.

Figura 05 Imagens fotográficas de procedimento cirúrgico para correção de luxação de

patela grau IV em uma fêmea canina de um ano e onze meses de idade. Clínica

Veterinária Pet Planet. Piracicaba, SP, 2013. (A) antissepsia e tricotomia do

joelho direito com isolamento do campo operatório. (B) Divulsão dos tecidos

adjacentes à capsula articular. (C) Trócleoplastia. (D) Ostectomia do fêmur

direito.

Fonte: Arquivo pessoal (2013)

A B

DC

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Com a patela reposicionada, pode-se corrigir o desvio lateral do tubérculo tibial, causado pela

rotação lateral da tíbia, consequente à luxação lateral da patela, fixando-se o tubérculo em sua

nova posição com dois pinos de Kirschner 1,2mm.

A síntese da cápsula articular foi feita com fio poliglactina 2-0 em padrão Sultan. No

tecido subcutâneo foi utilizado fio poliglactina 2-0 e sutura Cushing para reduzir o espaço

morto e a dermorrafia foi feita em padrão simples interrompido com nylon 2-0 (Figura 06).

Figura 06 Imagens fotográficas de procedimento cirúrgico para correção de luxação de

patela grau IV em uma fêmea canina de um ano e onze meses de idade. Clínica

Veterinária Pet Planet. Piracicaba, SP, 2013. (A) Osteossíntese com placa e

parafuso. (B) Transposição da crista da tíbia fixada com pino ortopédico. (C)

Sutura. (D) Aspecto da ferida cirúrgica e angulação do joelho operado.

Fonte: Arquivo pessoal (2013)

No pós-operatório imediato foi realizado novo exame radiográfico e administrado

0,3ml de enrofloxacina, via endovenosa e 0,3ml de dipirona via subcutânea, sendo prescritos:

cloridrato de tramadol 12mg (meio comprimido a cada 12 horas por 10 dias), Carprofeno

25mg (meio comprimido a cada 12 horas por 14 dias), Cefalexina 300mg (meio comprimido

cada 12 horas por 12 dias) e Clorexidine tópico sobre a ferida cirúrgica, além da

recomendação da fisioterapia.

A B

DC

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Foram realizados exames radiográficos para acompanhar a cicatrização durante o

período de recuperação do animal e dez sessões de fisioterapia, utilizando o método a laser no

joelho operado; neuroestimulação elétrica transcutânea (TENS) em ambos os joelhos;

mobilização passiva e alongamento nos membros posteriores e hidroesteira. A partir da sexta

sessão foi acrescentado circuito com obstáculos.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante a avaliação dos membros pélvicos ao exame físico, pôde-se notar que não era

possível estender os membros completamente; as patelas se encontravam aparentemente

luxadas lateralmente e era impossível a redução. O animal quando em descanso, se

apresentava em posição de flexão dos joelhos, sinal clínico descrito por Schultz (2008).

Para diagnosticar, definir grau de deformidade e descartar enfermidades como ruptura

de ligamento cruzado, ligamentos colaterais e degeneração articular, foi realizado exame

radiográfico, assim como sugeriram Souza et al (2009) confirmando a suspeita inicial de

luxação patelar grau IV (Figura 07).

Após a confirmação do diagnóstico, foi realizado hemograma, que revelou padrões

dentro da normalidade para a espécie, sendo então o animal encaminhado para cirurgia.

Figura 07 Imagens radiográficas em vista ventrodorsal, das articulações do joelho em uma

cadela SRD de um ano de idade, com luxação lateral de patela bilateral grau IV.

Clínica veterinária Pet Planet. Piracicaba, SP. 2013. (A) Antes e (B) Após o

procedimento cirúrgico no membro direito.

Fonte: Acesso pessoal (2013)

Durante a artrotomia, pôde-se perceber que não havia degenerações ósseas, os

meniscos e os ligamentos cruzados estavam íntegros. O sulco troclear se encontrava raso, por

talvez nunca ter estado em seu local fisiológico, como relatou Schultz (2008) mas não é

possível afirmar que seja afecção congênita, já que o animal não foi acompanhado nos seus

primeiros meses de vida.

A B

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Após realizada a trocleoplastia, percebeu-se que esta não era suficiente, pois além do

grau de atrofia muscular ser muito grande, o tendão patelar não tinha tamanho suficiente para

reposicionar a patela, mesmo depois de realizar desmotomia medial e lateral e a liberação do

quadríceps, por isso optou-se por fazer uma ostectomia, através da qual 1,8 cm do fêmur

foram removidos. Técnicas essas indicadas por Piermattei e Flo (1999), Schultz (2008) e

Pavan (2009), para graus IV de luxação patelar com deformidades graves.

A crista da tíbia estava desviada lateralmente, por isso foi reposicionada com a técnica

de transposição da mesma. Havia outras anormalidades ósseas e de tecidos moles secundárias

à luxação patelar como a torção do fêmur, corrigida com a realização da ostectomia.

Para aumentar a estabilidade da patela foram feitas algumas suturas de reforço

utilizando fio poliglactina, pois este permite uma maior formação de fibrose e consequente

melhor cicatrização.

No período de recuperação, foram prescritos anti-inflamatórios não esteroidais

conforme indicado por Levine (2009), mas não houve necessidade da realização de ataduras

acolchoadas, como sugerido por Vasseur (2007) e Schultz (2008), apenas curativos,

atividades restritas e fisioterapia.

Foram realizados exames radiográficos para acompanhar a cicatrização óssea, como

indicado por Schultz (2008), mas como houve necessidade de uma ostectomia, o controle foi

realizado em um intervalo menor de tempo, sendo o primeiro realizado após cinco dias da

cirurgia, o segundo um mês após a cirurgia, quando foi constatado que havia formação de calo

ósseo, e o terceiro com cerca de dois meses e meio após a cirurgia, com calcificação do fêmur

(Figura 08). Os pontos foram removidos dezessete dias após a cirurgia.

O calo ósseo exagerado que estava se formando após dois meses de cirurgia foi

preocupante, já que não é frequente encontrar esse tipo de cicatrização quando realizada

osteossíntese com placa e parafuso.

Cerca de dois meses e meio após a cirurgia, foi acompanhado o último retorno e a

cadela já apoiava o membro com firmeza. Apesar do calo ósseo exagerado, a união óssea

estava completa e não havia sinais de luxação patelar, o que pôde ser constatado pelo exame

radiográfico.

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26

Figura 08 Imagens radiográficas do joelho de uma cadela após cirurgia para correção de

luxação de patela grau IV. Clínica Veterinária Pet Planet Piracicaba, SP, 2013.

(A) Cinco dias de pós- operatório. (B) 30 de pós- operatório. (C) 75 dias de pós-

operatório.

Fonte: Acesso pessoal (2013)

Porém, apesar do acompanhamento fisioterapêutico (Figura 09), que permitiu uma

melhora na extensão dos dois membros pélvicos, recomendado por Levine (2008) a

ambulação ainda estava dificultada pela luxação do joelho contralateral. O proprietário relatou

que, para andar, a cadela se apoia no membro tratado, já para correr, ela ainda apoiava no

membro luxado. Daí salienta-se a importância de fazer correção semelhante neste membro,

porém, tal procedimento não foi acompanhado durante o estágio.

O animal recebeu alta e será realizada a cirurgia para o membro esquerdo.

Figura 09 Imagem fotográfica do animal submetido a tratamento fisioterapêutico com

TENS no joelho durante pós-operatório para correção de luxação de patela grau

IV. Clínica Veterinária Pet Planet em Piracicaba-SP 2013.

Fonte: Acesso pessoal (2013)

A B C

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CONCLUSÃO

Nas condições em que este relato de caso foi desenvolvido é possível concluir que, a

paciente com luxação lateral de patela de grau IV apresentava postura agachada e ambulação

anormal, e a escolha das técnicas cirúrgicas que envolvem tecidos moles e ósseos, sugeridas

na literatura, depende do grau de luxação, sendo que as técnicas de artrotomia, trocleoplastia,

desmotomia medial e lateral, ostectomia do fêmur, transposição medial da tuberosidade da

tíbia e liberação do quadríceps usadas no caso relatado com luxação grau IV foi satisfatória na

recuperação do animal até a presente data.

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28

REFERÊNCIAS

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29

VILLANOVA JR., J. A; CARON, V. F. Trocleoplastia por ressecção associada à

transposição da tuberosidade tibial e sobreposição da fáscia lata para o tratamento da

luxação patelar em cães. Archives of Veterinary Science, v. 15, n. 1. 2010. Disponível em:

<http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/veterinary/article/view/13123>. Acesso em: 05 Nov.

2013.

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ANEXO

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31

NOME DO AUTOR

LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELA

Relatório de Estágio Curricular apresentado à

Faculdade “Dr. Francisco Maeda”. Fundação

Educacional de Ituverava, para obtenção do

título de Médica Veterinária.

Orientadora: Prof. Dra. Nome

ITUVERAVA

2013

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Imagem fotográfica da fachada da Clínica Veterinária Pet Planet

Piracicaba, SP, 2013........................................................................................ 36

Figura 02 Imagem fotográfica da recepção da Clínica Veterinária Pet Planet

Piracicaba, SP, 2013........................................................................................ 36

Figura 03 Imagem fotográfica da sala de atendimento clínico e vacinações. Clínica

Veterinária Pet Planet Piracicaba, SP, 2013.................................................... 37

Figura 04 Imagem fotográfica dos equipamentos utilizados para exames laboratoriais.

Clínica Veterinária Pet Planet Piracicaba, SP, 2013....................................... 37

Figura 05 Imagem fotográfica do equipamento de radiologia do setor de diagnostico

por imagem. Clínica Veterinária Pet Planet Piracicaba, SP, 2013,,,,,,,,,,,,,,,,,, 38

Figura 06 Imagem fotográfica das gaiolas de internação para gatos. Clínica

Veterinária Pet Planet Piracicaba, SP, 2013.................................................... 38

Page 33: LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELAbrasileiro com luxação lateral da patela direita. Segundo Souza et al (2009), o diagnóstico é realizado através de exame ortopédico e deve

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Casuística das afecções do Sistema Tegumentar acompanhadas em

pequenos animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica

Veterinária Pet Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de

outubro de 2013............................................................................................... 38

Tabela 02 Casuística das afecções do Sistema Digestório acompanhadas em pequenos

animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica Veterinária

Pet Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de outubro de

2013................................................................................................................. 40

Tabela 03 Casuística das afecções do Sistema Respiratório acompanhadas em

pequenos animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica

Veterinária Pet Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de

outubro de 2013............................................................................................... 41

Tabela 04 Casuística das afecções das afecções Neuromusculares e Ortopédicas,

acompanhadas em pequenos animais, durante o estágio supervisionado

realizado na Clínica Veterinária Pet Planet, Piracicaba, SP, no período de

01 de julho a 20 de outubro de 2013............................................................... 42

Tabela 05 Casuística das afecções Oftálmicas e Otológicas acompanhadas em

pequenos animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica

Veterinária Pet Planet, Piracicaba, SP, no período de 01de julho a 20 de

outubro de 2013............................................................................................... 43

Tabela 06 Casuística das afecções Sistema Cardiovascular acompanhadas em

pequenos animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica

Veterinária Pet Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de

outubro de 2013............................................................................................... 44

Tabela 07 Casuística das afecções de Sistema Genitourinário acompanhadas em

pequenos animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica

Veterinária Pet Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de

outubro de 2013............................................................................................... 44

Tabela 08 Casuística das afecções Oncológicas acompanhadas em pequenos animais,

durante o estágio supervisionado realizado na Clínica Veterinária Pet

Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de outubro de 2013... 45

Tabela 09 Casuística de Procedimentos Cirúrgicos de Tecidos Moles acompanhados

em pequenos animais, durante o estágio supervisionado realizado na

Clínica Veterinária Pet Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a

20 de outubro de 2013..................................................................................... 46

Tabela 10 Casuística de Procedimentos Cirúrgicos Ortopédicos acompanhados em

pequenos animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica

Veterinária Pet Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de

outubro de 2013............................................................................................... 47

Page 34: LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELAbrasileiro com luxação lateral da patela direita. Segundo Souza et al (2009), o diagnóstico é realizado através de exame ortopédico e deve

34

Tabela 11 Casuística de Procedimentos Cirúrgicos Oftálmicos acompanhados em

pequenos animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica

Veterinária Pet Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de

outubro de 2013............................................................................................... 48

Tabela 12 Casuística das atividades correlatas acompanhados em pequenos animais,

durante o estágio supervisionado realizado na Clínica Veterinária Pet

Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de outubro de 2013.. 48

Tabela 13 Casuística dos Exames Complementares acompanhados ou solicitados em

pequenos animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica

Veterinária Pet Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de

outubro de 2013............................................................................................... 49

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35

SUMÁRIO

II RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR

1 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO................................................................... 36

2 DESENVOLVIMENTO DA CASUÍSTICA................................................................. 39

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................... 50

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II RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

1 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O presente relatório descreve as atividades desenvolvidas durante o estágio obrigatório

curricular realizado na Clínica Veterinária Pet Planet (Figura 01 e 02) em Piracicaba – SP, no

período de 01 de julho a 20 de outubro de 2013, perfazendo um total de 490 horas, sob

supervisão do Dr. Leandro Henrique N. C. Oliveira (CRMV/SP 15.276).

Figura 01 Imagem fotográfica da fachada da Clínica Veterinária Pet Planet Piracicaba, SP,

2013.

Fonte: Arquivo pessoal (2013)

Figura 02 Imagem fotográfica da recepção da Clínica Veterinária Pet Planet Piracicaba,

SP, 2013. Farmácia ( ). Balança ( )

Fonte: Arquivo pessoal (2013)

Page 37: LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELAbrasileiro com luxação lateral da patela direita. Segundo Souza et al (2009), o diagnóstico é realizado através de exame ortopédico e deve

37

A equipe acompanhada conta, atualmente, com seis veterinários, sendo Dr. Leandro

Henrique N. C. Oliveira atuante nas áreas de Clínica Médica e Cirúrgica Geral, Reprodução e

Dermatologia canina; Dra. Fabiana B. S. Oliveira atuante na área de Clínica Médica de

Felinos; Dra. Luciana Nunes Silva atuante em Ultrassonografia de Pequenos Animais; Dr

André Muniz, atuante em Radiologia; Dra. Fernanda Sansigolo, atuante em Oncologia

Veterinária e Dr. Matheus F. S. Balan também atuante em Clínica médica Geral.

A Clínica Veterinária Pet Planet foi fundada em fevereiro de 2003 e hoje oferece

serviços de vacinações, clínica médica (figura 03) e cirúrgica geral, além das especialidades

em oftalmologia, odontologia, ortopedia, oncologia, exames laboratoriais (figura 04) e

diagnósticos por imagem (figura 05), além de internação para cães e gatos (figura 06).

Figura 03 Imagem fotográfica da sala de atendimento clínico e vacinações. Clínica

Veterinária Pet Planet em Piracicaba, SP, 2013.

Fonte: Arquivo pessoal (2013)

Figura 04 Imagem fotográfica dos equipamentos utilizados para exames laboratoriais.

Clínica Veterinária Pet Planet Piracicaba, SP, 2013.

Fonte: Arquivo pessoal (2013)

Page 38: LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELAbrasileiro com luxação lateral da patela direita. Segundo Souza et al (2009), o diagnóstico é realizado através de exame ortopédico e deve

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Figura 05 Imagem fotográfica do equipamento de radiologia do setor de diagnostico por

imagem. Clínica Veterinária Pet Planet em Piracicaba, SP, 2013.

Fonte: Arquivo pessoal (2013)

Figura 06 Imagem fotográfica das gaiolas de internação para gatos. Clínica Veterinária Pet

Planet em Piracicaba, SP, 2013.

Fonte: Arquivo pessoal (2013)

Page 39: LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELAbrasileiro com luxação lateral da patela direita. Segundo Souza et al (2009), o diagnóstico é realizado através de exame ortopédico e deve

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2 DESENVOLVIMENTO DA CASUÍSTICA

As atividades realizadas durante o estágio supervisionado incluíram o acompanhamento

dos pacientes em consultas clínicas, exames complementares, internamento, auxílio em

cirurgias e outras atividades correlatas, cuja casuística está sumarizada nas tabelas 01 a 13.

Tabela 01

Casuística das afecções do Sistema Tegumentar acompanhadas em pequenos

animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica Veterinária

Pet Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de outubro de 2013.

Afecção Nº de casos Porcentagem (%)

Abscesso 1 02,86

Angioedema 4 11,42

Cheyletiellose 1 02,86

Demodiciose 6 17,14

Dermatite alérgica 24 57,14

Dermatite bacteriana 3 08,57

Dermatite seborreica 2 05,71

Lesão de continuidade por mordedura 4 11,42

Malasseziose 2 05,71

Miíase 1 02,86

Sarna sarcóptica 1 02,86

Total 35 100,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

Durante o período do estágio, pode-se observar que mais de 50% dos problemas

dermatológicos acompanhados eram alérgicos. Alguns deles, ainda apresentavam dermatites

bacterianas secundárias e/ou malasseziose. Apesar de todos serem diagnosticados

terapeuticamente, poucos proprietários aceitaram realizar a imunoterapia, indicada para

especificar melhor a afecção.

O ácaro Cheyletiella spp foi encontrado através de raspado de pele, em um coelho com

sinais de alopecia e prurido.

Dentre as dermatites bacterianas, um pastor alemão foi atendido com a síndrome da

celulite e foliculite, sendo esta, uma raça predisposta.

Page 40: LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELAbrasileiro com luxação lateral da patela direita. Segundo Souza et al (2009), o diagnóstico é realizado através de exame ortopédico e deve

40

Tabela 02 Casuística das afecções do Sistema Digestório acompanhadas em pequenos

animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica Veterinária Pet

Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de outubro de 2013.

Afecção Nº de casos Porcentagem (%)

Cálculo dentário 6 10,52

Colangeohepatite 1 01,75

Colite 4 07,01

Diabetes mellitus 1 01,75

Erliquiose 12 21,05

Eventração inguinal 1 01,75

Fístula de glândula perianal 1 01,75

Gastrite linfoplasmocitária 1 01,75

Gastroenterite alimentar 2 03,50

Gastroenterite bacteriana 8 14,03

Gastroenterite parasitaria 3 05,26

Gastroenterite viral 3 05,26

Hemobartonelose 1 01,75

Hérnia perineal 2 03,50

Inflamação da glândula perianal 3 05,26

Insuficiência pancreática exócrina 1 01,75

Intoxicação medicamentosa 2 03,50

Micoplasmose 2 03,50

Obstrução do ducto da vesícula biliar 1 01,75

Pancreatite aguda 1 01,75

Parvovirose 1 01,75

Total 41 100,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

Das afecções do trato gastrointestinal, cães com sintomas de diarreia e vômito se

mostraram em alta frequência. As gastroenterites e colites parasitárias foram mais observadas

em filhotes, assim como as virais. Já as gastroenterites alimentares e bacterianas, acometeram

cães de qualquer idade. Tais gastroenterites tiveram diagnóstico provisório pelos exames

complementares, mas nem todos tiveram confirmação por cultura.

Page 41: LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELAbrasileiro com luxação lateral da patela direita. Segundo Souza et al (2009), o diagnóstico é realizado através de exame ortopédico e deve

41

Em um caso particular, uma cadela de dois anos não apresentava vômito ou diarreia,

mas apresentava hiporexia e dor abdominal; após ser submetida a exames radiográficos

contrastados, ultrassonografia, perfis hematológicos e bioquímicos, os resultados foram

inconclusivos e o animal foi então submetido à endoscopia seguida de biopsia gástrica, cujo

fragmento coletado foi enviado a exame histopatológico que revelou gastrite

linfoplasmocitária, tratando-se de uma doença autoimune que merece controle por tempo

indeterminado.

Durante o estágio, foi observado que apesar da erliquiose canina ser a afecção mais

frequente, nos últimos meses a incidência de cinomose aumentou, com taxa de mortalidade

maior àquela observada para erliquiose.

Tabela 03 Casuística das afecções do Sistema Respiratório acompanhadas em pequenos

animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica Veterinária Pet

Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de outubro de 2013.

Afecção Nº de casos Porcentagem (%)

Colapso de traqueia 1 04,54

Complexo respiratório viral felino 7 31,81

Efusão pleural 2 09,09

Hérnia diafragmática 1 04,54

Pneumonia bacteriana 3 13,63

Pneumotórax 4 18,18

Rinotraqueíte 1 04,54

Traqueobronquite infecciosa canina 3 13,63

Total 22 100,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

Nos casos das afecções respiratórias, o complexo respiratório viral felino, conhecido

como gripe felina foi a de maior incidência, sendo considerada extremamente contagiosa para

gatos e pode demorar semanas para o animal se recuperar completamente, da mesma forma, a

traqueobronquite infecciosa canina, conhecida como tosse dos canis, é uma afecção bastante

comum.

Page 42: LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELAbrasileiro com luxação lateral da patela direita. Segundo Souza et al (2009), o diagnóstico é realizado através de exame ortopédico e deve

42

Tabela 04 Casuística das afecções Neuromusculares e Ortopédicas acompanhadas em

pequenos animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica

Veterinária Pet Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de outubro

de 2013.

Afecção Nº de casos Porcentagem (%)

Acidente vascular cerebral 1 02,12

Botulismo 2 04,25

Bursite 1 02,12

Cinomose 4 08,51

Deformidade de crescimento do rádio e ulna 2 04,25

Disfunção cognitiva 5 10,63

Displasia coxofemoral 5 10,63

Displasia de cotovelo 1 02,12

Fratura da cabeça do fêmur 1 02,12

Fratura da pelve 1 02,12

Fratura de costelas 1 02,12

Fratura de dígitos 1 02,12

Fratura de fêmur 1 02,12

Fratura de tíbia e fíbula 1 02,12

Fratura de vértebra lombar 1 02,12

Fratura radioulnar 3 06,38

Hérnia de disco intervertebral 3 06,38

Hidrocefalia 1 02,12

Hipocalcemia 1 02,12

Meningoencefalite granulomatosa 1 02,12

Miosite 1 02,12

Protrusão de disco intervertebral 1 02,12

Ruptura do ligamento cruzado 2 04,25

Ruptura parcial do ligamento cruzado 1 02,12

Síndrome da cauda equina 2 04,25

Síndrome Vestibular 1 02,12

Subluxação sacroíliaca 1 02,12

Tendinite escapular 1 02,12

Total 47 100,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

Page 43: LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELAbrasileiro com luxação lateral da patela direita. Segundo Souza et al (2009), o diagnóstico é realizado através de exame ortopédico e deve

43

Quanto às afecções nos membros acompanhadas nos membros, as fraturas mostraram

maior incidência, seguidas das luxações patelares e outras afecções articulares. Já para coluna,

a protrusão ou extrusão de disco são as mais comuns, bem como a síndrome da cauda equina.

As afecções de sistema nervoso estão entre as de maior dificuldade para o diagnóstico

clínico na Medicina Veterinária. Alguns exames são realizados na tentativa de estabelecer o

foco da lesão e grau de comportamento, mas na maioria das vezes, os diagnósticos ficam

inconclusivos, sendo necessários exames específicos, que normalmente são onerosos e se

encontram apenas em grandes cidades. Por causa dessa dificuldade, muitos proprietários

optam por não fazer tais exames.

Não foi o caso de uma Pitbull de 15 anos, que teve por dois dias inúmeras crises

convulsivas, sendo diagnosticada com acidente vascular cerebral, e de uma Yorkshire com

cerca de dois anos, diagnosticada com meningoencefalite granulomatosa e hidrocefalia por

meio de ultrassonografia transcraniana.

Tabela 05 Casuística das afecções Oftálmicas e Otológicas acompanhadas em pequenos

animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica Veterinária Pet

Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de outubro de 2013.

Afecção Nº de casos Porcentagem (%)

Catarata 5 13,51

Ceratite pigmentar 3 08,10

Ceratoconjuntivite seca 2 05,40

Clamidiose felina 1 02,70

Conjuntivite 1 02,70

Diamond eyes 1 02,70

Entrópio 3 08,10

Esclerose de retina 1 02,70

Exoftalmia 1 02,70

Florida spots 3 08,10

Otite bacteriana 5 13,51

Otohematoma 4 10,81

Protrusão da glândula da 3º pálpebra 3 08,10

Úlcera de córnea 4 10,81

Total 37 100,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

Page 44: LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELAbrasileiro com luxação lateral da patela direita. Segundo Souza et al (2009), o diagnóstico é realizado através de exame ortopédico e deve

44

De todos os casos de afecções oftálmicas, cães braquicéfalicos e de pequeno porte

foram os que apresentaram mais problemas em pálpebras.

Um caso de catarata juvenil foi observado em um Bulldog Francês, cão predisposto à

essa afecção, como descrito na literatura.

As úlceras de córnea são bastante comuns na rotina veterinária, e não têm predileção

por espécie, raça ou idade, sendo normalmente causadas por traumas.

A otite é comum tanto em cães como em gatos e em alguns casos, os animais podem

apresentar otohematomas e normalmente são encaminhados à cirurgia.

Tabela 06 Casuística das afecções do Sistema Cardiovascular, acompanhadas em pequenos

animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica Veterinária Pet

Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de outubro de 2013.

Afecção Nº de casos Porcentagem (%)

Anemia hemolítica imunomediada 1 12,50

Cardiomiopatia hipertrófica 1 12,50

Endocardiose 4 50,00

Tromboembolia aórtica 2 25,00

Total 8 100,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

No sistema cardiovascular, houve dois casos de tromboembolia aórtica em gatos,

ambos foram a óbito, mas em apenas um foi realizada necrópsia, confirmando a suspeita, pois

o trombo estava localizado na bifurcação aórtica, o outro caso mostrou sinais clínicos

semelhantes, mas sem confirmação do diagnóstico.

Tabela 07 Casuística das afecções de Sistema Genitourinário acompanhadas em pequenos

animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica Veterinária Pet

Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de outubro de 2013.

Afecção Nº de casos Porcentagem (%)

Mastite 1 10,00

Piometra 3 30,00

Pseudociese

Urolitíase

2

4

20,00

40,00

Total 10 100,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

Page 45: LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELAbrasileiro com luxação lateral da patela direita. Segundo Souza et al (2009), o diagnóstico é realizado através de exame ortopédico e deve

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Tabela 08 Casuística das afecções Oncológicas acompanhadas em pequenos animais, durante

o estágio supervisionado realizado na Clínica Veterinária Pet Planet, Piracicaba,

SP, no período de 01 de julho a 20 de outubro de 2013.

Afecção Nº de casos Porcentagem (%)

Carcinoma espinocelular 2 07,69

Carcinoma perianal 2 07,69

Fibrossarcoma 2 07,69

Leydigocitoma 1 03,84

Linfoma 2 07,69

Lipoma 3 11,53

Mastocitoma 5 19,23

Neoplasia cerebral a esclarecer 1 03,84

Neoplasia de glândula apócrina 1 03,84

Neoplasia de glândula de meibômio 1 03,84

Neurofibrossarcoma 3 11,53

Pólipo em pavilhão auricular 2 07,69

Tumor venéreo transmissível 1 03,84

Total 26 100,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

Dentre as afecções oncológicas, vale citar um caso em um felino com sinais de

incoordenações motoras, déficit de propriocepção e cegueira. A suspeita clínica inicial foi de

neoplasia cerebral. Depois de algumas semanas, o animal que já estava sendo medicado em

domicílio, apresentou sangramento em ouvido, e foi diagnosticado um pólipo em bula

timpânica, assim que esse pólipo rompeu o animal voltou a enxergar, e suas funções motoras

voltaram ao normal, sendo indicada cirurgia para retirada do pólipo.

Os tumores descritos na tabela 7 são apenas aqueles provenientes de excisões

cirúrgicas que foram para análise. Outros procedimentos de exérese de nódulos foram

acompanhados, mas suas biopsias não foram autorizadas pelo proprietário.

Os casos de linfoma foram de fácil diagnóstico clínico, pois todos os linfonodos

estavam muito aumentados, sendo realizadas citologias e confirmadas as suspeitas.

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Tabela 09 Casuística de Procedimentos Cirúrgicos em Tecidos Moles acompanhados em

pequenos animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica

Veterinária Pet Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de outubro

de 2013.

Afecção Nº de casos Porcentagem (%)

Abdominocentese 2 01,69

Ablação do conduto auditivo 1 00,84

Cesária 3 02,54

Cistotomia 1 00,84

Colecistoduodenostomia 1 00,84

Correção de otohematoma 4 03,38

Dermorrafia 6 05,08

Desobstrução uretral 3 02,54

Enteropexia 1 00,84

Enxerto de pele 1 00,84

Exérese de nódulo de pele 12 10,16

Exérese parcial do palato mole 2 01,69

Gastropexia 2 01,69

Gastrotomia 2 01,69

Herniorrafia diafragmática 1 00,84

Herniorrafia perineal 1 00,84

Herniorrafia umbilical 3 02,54

Lavagem gástrica 2 01,69

Mastectomia 4 03,38

Orquiectomia 23 19,49

Ovariohisterectomia 27 22,88

Saculectomia 3 02,54

Toracocentese 4 03,38

Tratamento periodontal 9 07,62

Total 104 100,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

Durante o estágio, mais de 30 animais entre cães e gatos, foram submetidos à

castração. Normalmente antes das castrações particulares, ou seja, aquelas que não têm

convênio com a Associação Protetora dos Animais de Piracicaba, são feitas consultas prévias

Page 47: LUXAÇÃO LATERAL DE PATELA EM CADELAbrasileiro com luxação lateral da patela direita. Segundo Souza et al (2009), o diagnóstico é realizado através de exame ortopédico e deve

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de avaliação do animal. Desta forma aproximadamente 20 animais estavam aptos à realização

cirúrgica.

Tabela 10 Casuística de Procedimentos Cirúrgicos Ortopédicos acompanhados em pequenos

animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica Veterinária Pet

Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de outubro de 2013.

Afecção Nº de casos Porcentagem (%)

“Toggle pin” 4 08,69

Amputação de membro pélvico direito 1 02,17

Artrotomia femoro-tibial 4 08,69

Avanço da tuberosidade tibial 2 04,34

Caudectomia 9 19,56

Colocefalectomia 2 04,34

Denervação coxofemoral 4 08,69

Fenestração 4 08,69

Interligação extracapsular femoro- fabelo-tibial 4 08,69

Ostectomia de fêmur 1 02,17

Osteossíntese de pelve 1 02,17

Osteossíntese de rádio e ulna 1 02,17

Osteossíntese de tíbia e fíbula 1 02,17

Transposição da crista da tíbia 4 08,69

Trocleoplastia 4 08,69

Total 46 100,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

Dos procedimentos cirúrgicos ortopédicos acompanhados, pôde-se observar que as

fraturas e afecções do joelho são as mais comuns e para correção são descritas inúmeras

técnicas, portanto, o veterinário junto ao proprietário do animal devem definir qual a melhor

opção para cada caso.

Durante o estágio foi possível observar estabilização de fratura utilizando fixadores

internos e externos, tais como métodos de placas bloqueadas, pinos intramedulares, ilizarov,

entre outros.

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Tabela 11 Casuística de Procedimentos Cirúrgicos Oftálmicos acompanhados em pequenos

animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica Veterinária Pet

Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de outubro de 2013.

Afecção Nº de casos Porcentagem (%)

Blefaroplastia 1 08,33

Cantotomia 2 16,66

Desobstrução de ducto lacrimal 2 16,66

Enucleação 1 08,33

Exérese adenoma de glândula Meibomius 1 08,33

Flap conjuntival 360º 2 16,66

Sepultamento da glândula da 3º pálpebra 3 25,00

Total 26 100,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

Como há especialistas oftálmicos que realizam cirurgias na clínica veterinária, foi

interessante separar das outras cirurgias.

Tabela 12 Casuística de atividades correlatas acompanhados em pequenos animais, durante o

estágio supervisionado realizado na Clínica Veterinária Pet Planet, Piracicaba, SP,

no período de 01 de julho a 20 de outubro de 2013.

Afecção Nº de casos Porcentagem (%)

Corte de unhas 4 01,44

Curativos 23 08,30

Eutanásia 3 01,08

Fluidoterapia 25 09,02

Inseminação artificial 2 0,72

Retirada de fixador externo 3 01,08

Retirada de pontos 20 07,22

Retorno 86 31,04

Transfusão sanguínea 6 02,16

Vacinação 65 23,46

Vermifugação 40 14,44

Total 277 100,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

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Tabela 13 Casuística dos Exames Complementares acompanhados ou solicitados em

pequenos animais, durante o estágio supervisionado realizado na Clínica

Veterinária Pet Planet, Piracicaba, SP, no período de 01 de julho a 20 de outubro

de 2013.

Afecção Nº de casos Porcentagem (%)

Citologia aspirativa por agulha fina 4 01,74

Citologia vaginal 5 02,18

Dosagem sérica de enzimas hepáticas* 15 06,55

Dosagem sérica de enzimas renais** 23 10,04

Dosagem sérica de tiroxina (T4) 6 02,62

Ecocardiograma 2 00,87

Eletrocardiograma 3 01,31

Endoscopia 2 00,87

Exame histopatológico 15 06,55

Exame radiográfico 42 18,34

Exame ultrassonográfico 22 09,60

Hemograma 67 29,25

Raspado de pele 4 01,74

Ressonância magnética 4 01,74

Tomografia 2 00,87

Total 229 100,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

* Fosfatase alcalina, amilase, bilirrubina total, colesterol, glicose, triglicérides.

** Uréia, creatinina.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio curricular em clínica médica e cirúrgica de pequenos animais é de grande

importância para a formação profissional do acadêmico em medicina veterinária, pois

proporciona maior contato com a rotina clínica e as diversas especialidades, complementando

os estudos teóricos obtidos no curso de graduação.

Aprendemos que às vezes há necessidade de adaptações em protocolos descritos na

literatura, seja pela falta dos medicamentos indicados ou pela dificuldade do proprietário de

comprar e administrar o fármaco.

A convivência com profissionais experientes permitiu trocar informações, praticar e

aperfeiçoar o raciocínio clínico.