luis barragan

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Fundação Edson Queiroz Universidade de Fortaleza - UNIFOR Centro de Ciências Tecnológicas - CCT Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo I Professora: Ana Cecília S. B. Vasconcélos Alunos: Edeane Rodrigues Gomes José Honório da Silva Filho Rochelle Silveira Lima Vida e Obra de Luís Barragán

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Page 1: Luis Barragan

Fundação Edson QueirozUniversidade de Fortaleza - UNIFORCentro de Ciências Tecnológicas - CCTArquitetura e UrbanismoDisciplina: Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo IProfessora: Ana Cecília S. B. VasconcélosAlunos:Edeane Rodrigues Gomes José Honório da Silva FilhoRochelle Silveira Lima

Vida e Obra de Luís Barragán

Page 2: Luis Barragan

Sumário

I. Introcução

II. Contexto Histórico

III. Biografia

IV. Contribuições Teóricas

V. Obras

VI. Análise da Casa Estudio de Luís Barragán

VII. Comparação: Casa Gonzáles Luna x Casa Estúdio de Luís Barragán

VIII. Conclusão

IX. Resultados

X. Referências Bibliográficas

Fundação Edson QueirozUniversidade de Fortaleza - UNIFOR

Centro de Ciências Tecnológicas - CCT

Arquitetura e Urbanismo

Disciplina: Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo I

Trabalho destinado a análise da vida e obra do Arquiteto Luís Barragán

Professora: Ana Cecília S. B. Vasconcélos

Alunos:Edeane Rodrigues Gomes José Honório da Silva FilhoRochelle Silveira Lima

Page 3: Luis Barragan

I. Introdução

Luís Barragán, arquiteto mexicano nascido em Guadalajara, Jalisco, é considerado um dos arquitetos mais importantes do século XX e o responsável pela abertura de novos caminhos na arquitetura mexicana mediante a fusão da tradição com a inovação.

Barragán nasceu no início do século XX, e tem o decorrer de sua vida influenciado pelas ideias desse período, onde a arquitetura passa por uma renovação estética e uma discussão arquitetônica e social entre as vanguardas artísticas e a arquitetura ligada a tradição, período conhecido como Arquitetura Moderna.

Sua obra foi inspirada na combinação do estilo e as cores tradicionais de seu país de origem, e nas inovações modernistas europeias. O que trouxe a ele um estilo próprio e único, que traz emoção pela presença de textura, contrastes, luz, sombra e cores vibrantes. Fascinado por paisagismo, a presença da natureza e da água em suas obras são uma constante.

Para um melhor estudo a cerca de Luis Barragán e sua arquitetura de estilo único, é necessário que conheçamos como foi o decorrer de sua vida e as influências sofridas por ele no período em que viveu. Além de, conhecermos suas obras nos seus diversos estilos: residencial, comercial e paisagística. Por fim, um estudo mais aprofundado a cerca de sua principal obra: a Casa de Luís Barragán – Casa Estúdio, e uma comparação desta com outra obra sua: a Casa Golzales Luna.

II. Contexto Histórico

Luis Barragán nasceu em 1902 e morreu em 1988, intervalo vivido dentro do século XX.

Assim sendo, Barragán foi influenciado pelos acontecimentos históricos e socioculturais desse

período.

Historicamente, o século XX vivenciava transformações trazidas pela Revolução

Industrial, com o desenvolvimento da tecnologia e a modernização das indústrias, o

desenvolvimento do capitalismo e a recém-descoberta de noção de design. Surgindo, assim, um

novo modo de vida, que traziam mudanças na estrutura e nas relações sociais.

O século XX também ficou marcado como período de grandes guerras. Já que nesse século

tivemos a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e a Guerra

Fria (1945-1991).

Tratando-se de arquitetura, a Arquitetura Moderna foi o estilo dominante no início do

século XX, principalmente entre as décadas de 10 e 50. Marcada pela discursão entre as vanguardas

artísticas europeias (Cubismo, Futurismo, Expressionismo, Dadaismo, etc) e a arquitetura

tradicional. As manifestações do Movimento Modernista surgiram a partir da necessidade de

romper com o passado (eliminando as referências históricas) e surgir o novo (reinvindicação da

originalidade).

Entre 1919 e 1928, surge a Bauhaus, onde seu maior mentor, Gropius, buscou eliminar o

ensino da história na formação do arquiteto, e tentou reformular o processo metodológico de

projetar.

Residências e construções comerciais passaram a se destacar arquitetonicamente,

havendo a eliminação dos ornamentos e priorizando a finalidade da obra. A repulsa ao ornamento é

exemplificada pela obra de Adolf Loos, Ornamento é Crime (1908), um dos pioneiros do Movimento

Moderno. Juntamente com as vanguardas artísticas das décadas de 10 e 20 buscou-se a criação de um

espaço e objetos geométricos, abstratos e mínimos.

Page 4: Luis Barragan

Os arquitetos que representaram e foram as principais influencias da arquitetura

modernista, são: Le Corbusier, Frank Lloyd Wright, Walter Groupius e Mies van der Rohe.

Com o surgimento de novos materiais, como: o ferro, o vidro, o concreto, pôde-se

construir grandes arranha-céus. A chamada arquitetura moderna racionalista surge justamente das

novas necessidades da sociedade industrial com uma nova estética.

Considerada uma das formas de arte e ciência mais antigas do mundo, a arquitetura do

século XX agregou novas técnicas e conceitos que trouxeram transformações tão significativas que a

marcaram para sempre.

A partir da década de 50, transformações ligadas ao segundo pós-guerra que

influenciaram os movimentos culturais dessa década, marcaram a transição do Movimento Moderno

para o Movimento Pós-moderno.

Esse período foi marcado pelo desaparecimento de grandes nomes do movimento

moderno e do surgimento de uma nova vanguarda de arquitetos que propunham novos projetos

inéditos, inspirados no resgate do passado. O contexto histórico dessa época de transição é marcado

pelos movimentos estudantis parisienses e a Primavera de Praga, que buscam enaltecer uma postura

enfática da existência de uma nova escola.

O período pós-moderno surgem na década de 60 do século XX. Ele traz uma fase de total

transformação que contrapõe as ideias defendidas pelo movimento moderno. Dessa forma, passando

a criticar o estilo internacional, ao mesmo tempo que reavaliava a necessidade do resgate das

referências históricas no desenvolvimento de novos projetos arquitetônicos.

Dentre os profissionais que se destacaram nesse período estão: Robert Venturi, Charles

Moore, Aldo Rossi, Michael Graves, Robert Stren, Leon Krier.

Da pluralidade de ideias desenvolvidas no período pós-moderno, surgiram diferentes

correntes arquitetônicas, com diversas tendências. Algumas dessas correntes são: Archigram,

Metabolistas Japoneses, Neo-produtivistas, Alta Tecnologia, Arquitetura comunicativa, Arquitetura

sustentável, etc.

Com a pós-modernidade, as novas ideias de construção arquitetônicas fizeram surgir

novos tipos de representação de projetos, não sendo mais utilizado os recursos convencionais da

geometria e passando a utilizar a geometria dos fractais, a geometria topológica e a geometria biônica,

Contexto Histórico no México – Século XX

No México, até 1910, a sociedade era marcada por uma ditadura de Porfírio Diaz de mais

de 30 anos e tentava se adaptar ao capitalismo que trouxe transformações ao país. Nesse mesmo ano

teve início o período que ficou conhecido como Revolução Mexicana, que lutava pelo fim da ditadura.

Após a Segunda Guerra Mundial, a infraestrutura do país e o setor industrial desenvolveram-se,

trazendo evolução econômica ao país.

Quanto à arquitetura, a partir do século XIX começou a ser introduzida no México

diversas correntes europeias que estavam em alta, principalmente as da Itália e da França, havendo

um destaque ao estilo Neoclássico. Já no século XX a arquitetura mexicana sofre transformações com

as propostas inovadores de Luis Barragán e Villagrán García. Passando a existir uma mescla da

arquitetura colonial mexicana e a arquitetura moderna.

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III. Biografia

Barragán nasceu na segunda maior cidade do México, Guadalajara em 9 de março de 1902 e morre em 22 de novembro de 1988, na Cidade do México.

Durante o curso de engenharia hidráulica, o qual se formou, nasce nele o interesse pela arquitetura. A partir daí, impulsionado por esse fascínio, ele passa a cursar disciplinas paralelas e assistir aulas do curso de formação em Arquitetura, chegando até mesmo a entregar o projeto final de conclusão de graduação, porém em detrimento de uma viajem que ele fizera logo após concluir o curso de engenharia, impossibilitou que o mesmo recebesse o título de arquiteto, tornando-se assim arquiteto por vocação.

Em 1924, Juan José Barragán, pai de Luís Barragán, o presenteia com uma viagem a Europa, para que se aprimorem seus contatos com outras culturas e enriqueça seu filho de conhecimento. Nesta viajem Barragan, participou de eventos de arquitetura, de arte, conheceu e vivenciou as mais variadas experiências multiculturais do mundo europeu. Conheceu alguns arquitetos e artistas de renome como, Le Corbusier e Picasso. Visitou obras de Ferdnand Bac, onde o mesmo desempenhou um papel catalisador no interesse de Barragán pelo paisagismo. Trazendo em sua bagagem de conhecimentos, movimentos como o estilo internacional e art déco.

Em 1926, quando volta à sua cidade natal vai trabalhar no escritório de seu irmão, Juan Jose, já aplicando as experiências adquiridas na viajem que realizou à Europa, como o estilo internacional que era o movimento vanguardista modernista da época, mas sempre associado à tradição, cultura e arquitetura de seu país.

Em 1931, faz uma viajem à Nova Iorque onde passa uma estadia de 3 meses. Seguindo para Paris, onde conhece Le Corbusier. No Tribunal belas das Myrtles, Barragán criou interesse pelo campo do paisagismo, encantado com o estilo de Ferdinand Bac.

Ele também viajou para o Norte de África, onde ficou impressionado com a arquitetura mediterrânea e árabe. “Com a construção de Marrocos, eu volto para o interior escuro, o jogo de luz favorecido pelas janelas pequenas e a integração da construção da paisagem”.

Em 1954, Barragán começa a fazer o convento de Tlálpan, trabalho esse que se estendeu por quatro anos. No convento pode-se constatar a presença do contato que ele teve com Le Corbusier. Consagra a obra em suas aberturas. Dentro do edifício a luz caminha maneira planejada, sendo peça indispensável na composição da construção, priorizando que a luz penetre no ambiente sem prejudica-lo no que tange temperatura e a sensibilidade aos olhos.

Em 1957, Barragán inicia as Torres Satélite, na Cidade do México associado com Mathias

Goerthis. Essa obra de Barragán foi sem dúvida uma das primeiras obras urbanísticas de grande dimensão.

A inspiração de Luis Barragan para suas obras, consideradas regionalistas, mas possuindo um caráter universal, são provenientes de sua infância, quando criança ele passava as férias na fazenda de sua família e mantinha contato direto com a natureza e o modo do campo de se viver, contudo na vida adulta é lançado a um mundo de multiculturas e conhecimento em suas viagens pelo mundo, aspectos que definiram seu estilo como arquiteto.

IV. Contribuição Teórica

Habitações unifamiliares, jardins particulares, reformas de habitações e habitações multifamiliares, essas e algumas outras foram as obras de Barragán antes de 1945. Adiante esse período, Barragán torna sua arquitetura moderna, de cores vibrantes, texturas, contrastes, luz e sombra. Seu encanto pelo paisagismo o conduz a uma arquitetura de entornos naturais, onde a água se torna um elemento presente.

A arquitetura de Luis Barragan é considerada completa pois, possui características como o respeito pela natureza aliado a síntese da arquitetura internacional e tradicional mexicana.

Em virtude disso, 1976 ele recebeu o Prêmio Nacional de Artes, e torna-se membro do Instituto Americano de Arquitetos, em 1984, sendo nomeado membro honorário da Academia Americana e Instituto de Artes e Letras, em Nova York, durante esse ano, a Universidade de Guadalajara foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa, em 1985, ele recebeu o prêmio anual de Arquitetura Jalisco.

Em 1980, Luis Barragán foi agraciado com o Prêmio Pritzker, criado pela Fundação Hyatt para homenagear arquiteto vivo cujo trabalho demonstra talento, visão e compromisso, e que tem contribuído significativamente para a humanidade na criação do ambiente através da arquitetura.

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V. Obras

As viagens e os contatos estabelecidos por Luís Barragán tem desempenho indispensável nas suas concepções e conceitos arquitetônicos. Em detrimento disso, Barragán teve a oportunidade de conhecer e vivenciar as mais variadas experiências no campo da cultura, arte e arquitetura dos países os quais visitou, o que é possível constatar em suas obras a presença significativa dessas experiências.

Apesar do desenvolvimento de seu leque de experiências, Barragán restringiu a maioria de suas obras ao território da América Latina, tendo poucas obras significativas em outros países o que dificultou a divulgação do seu trabalho. Em detrimento disso, perante as correntes modernistas, que implantavam uma arquitetura internacional, ele posicionava-se com um olhar regionalista, voltado a sua cultura e sua realidade.

As obras de Barragán se ramificam em três vertentes significativas: suas obras “comerciais”, as “casas” e suas contribuições paisagísticas, de modo que cada uma delas engloba particularidades que as tornam únicas na perspectiva do modernismo mais “regionalista” criado por ele.

Obras:

Paisagismo – O jardineiro Mexicano:

Uma das características mais marcantes da personalidade Barragán retratada por amigos no decorrer de sua vida, era a sua plenitude, seu silêncio, desde sempre dedicado aos livros e de comportamento bem quieto e recluso. Em seus jardins encontram-se o ápice desse comportamento, configurando espaços de ócio, de beleza, de contato direto com a natureza, priorizando a privacidade, a contemplação do ar bucólico e da natureza efêmera da vida.

Seu interesse pelo paisagismo surge primordialmente em 1924, quando realiza sua primeira viagem a Europa, tendo um encanto nos jardins de Alambra, em Granada. Posteriormente ele tem contato com grandes nomes do paisagismo e arquitetura como Le Corbusier, Ferdinand Bac, entre outros.

Dentre suas contribuições paisagística que podem ser destacadas encontram-se:

1. Paque Revolucion Guadalajara

O centro do projeto consiste na realidade em um uma grande penitenciária, que possuía a proposta de ser uma construção moderna e eficiente, tornando-se exceção do padrão comum de detenção de criminosos. Contudo, a mesma fora destruída três anos após sua construção, dando lugar ao Parque Revolucíon de Guadalajara, fundado pelo próprio Governador do Estado Sebatian Allede, em 28 de fevereiro de 1935.

O projeto foi idealizado por Juan José e Luís Barragán. Por seu caráter tão simbólico a praça é simples e remonta em alguns aspectos a dureza da antiga obra que existia no terreno (a penitenciária), que ao mesmo tempo é rompida pelo colorido dos seus mobiliários urbanos.

2. Jardines Del Pedregal

A obra é conhecida como o “milagre do México”, pois consiste na revitalização de uma área antes tomada pelo caminho de lavas de um antigo vulcão. De forma que, a obra precisava vencer a entrâncias e desníveis do terreno causado pela deposição de inúmeras camadas de lava.

Dessa forma Luís Barragán, como paisagista e Diego Riviera, como arquiteto e urbanista, utilizam então o jardim em diferentes níveis, e as casas que o rodeiam além de valorosos conceito arquitetônicos, possuem um dinamismo que é evidente no jogo de volumes delas, que conversa diretamente com a irregularidade do terreno e os arranjos dos jardins. A disposição de lagos, fontes, e demais detalhes do jardim é feita de modo a preservar a estrutura original do terreno, permitindo que suas formas rochosas se evidenciem ao longo da manta verde.

3. La Fuente de los dos amantes

Consagra o trabalho de Barragán como paisagista, a fonte é situada em parte do parque Los Clubes, projetado também por ele e localizado no município de Atizapán de Zaragoza, em 1964. O projeto engloba juntamente a la Cuadra de San Cristóbal e la Casa Egerstrom, direcionado a tratadores de cavalos, concluídos em 1969.

O projeto se destaca primordialmente pelo uso da água que caminha sobre as formas tão rígidas das peças geométricas da fonte, mas que mesmo assim quebra esse semblante sisudo dando-lhes uma leveza, com a queda d'água da fonte.

A fonte fora projetada para desempenhar a função de um local de descanso e reflexão para as pessoas e um próprio bebedouro para os cavalos. Mas o projeto tomou maior importância sendo o ponto principal do projeto do parque e atraindo a atenção de todos os visitantes, para a imponente construção em que movimento (água) e forma (fonte) se unem.

Fonte das imagens-da esquerda para direita; figura1:http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=669292&page=2; figura2: http://farm4.static.flickr.com/3197/2827590309_f6b61d3c5c.jpg; figura3: http://www.panoramio.com/photo/7698096

Fonte das figuras: http://patronatopedregal.blogspot.com.br/2010/01/patronato-para-la-defensa-del.html

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Fonte das figuras: Cabreira, Carlos Andrea, Historia de La Arquitectura IV, Universidade de San Pedro Sula.

Construções “Comerciais” – Mudando a escala

Grande parte da obra de Barragán se concentra em casas e o paisagismo, que é o ofício exercido por ele em uma totalidade de suas obras, independente da função exercida por ela.

Mas durante o período em que reside na Cidade do México, Barragán dedica-se a uma etapa de suas obras que possuem um caráter mais industrial, comercial, destinada a atingir uma escala de pessoas maior do que somente a construções unifamiliares.

Devido às casas de Barragán serem em primazia voltadas para o interior delas, o jogo de cores vibrantes utilizado por ele se restringe um tanto a parte interna, contudo nessa nova etapa comercial desenvolvida por ele, é possível presenciar a sua aquarela de cores em construções de maior porte.

Dentre suas inúmeras obras como complexos de apartamentos, prédios comerciais, destacam-se:

Fonte das figuras: http://www.tumblr.com/tagged/torres-de-satelite

1. Torres de los satélites

Consistem em um símbolo da Cidade Satélite do México. Considerada a primeira escultura de grandes dimensões do México, iniciou-se 1957, idealizado pelo escultor Mathias Goeritz e Luís Barragán, com colaboração do pintor Jesús Reyes Ferreira.

O projeto compreende 5 torres em uma palheta de cores vibrantes, características das obras de Barragán. Por localizar-se em um local amplo e plano, atua como principal foco de atenção destacando-se das demais construções.

2. Convento de las capuchinas del purisimo corazón de María

Devido à relação dualista de Barragan com a religião, propiciada pela criação católica e tradição familiar, em constante disputa com a bagagem construída por ele no decorrer de suas viagens e convívio com outras culturas e religiões, a construção de um convento coloca a prova todo esse fervor de opiniões.

O Convento de las cupuchinas del purismo corazón de Mária configura a exploração das experiências adquiridas na visita a conventos e igrejas na Europa e suas próprias referências religiosas familiares.

No projeto são aproveitados muros da construção que passam a serem paredes, concebendo de novo somente a capela. Barragán impõem seu misticismo no jogo de luz e cores pensado para cada ambiente do convento.

Fonte das figuras: Cabreira, Carlos Andrea, Historia de La Arquitectura IV, Universidade de San Pedro Sula.

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As casas de Barragán:

Barragán desde o princípio de sua carreira como arquiteto tem em “suas casas” explorado da melhor forma a aplicação de seus conceitos.

Tendo de forma geral, a influência de várias culturas, estando mais presente a arquitetura colonial mexicana, o racionalismo das obras modernistas europeias e a cultura muralista árabe, possibilitando a ele a concepção de uma arquitetura que associa diretamente a tradição, as conceituações modernas da época.

Suas obras esquivavam-se do conceito generalizado de “estilo internacional” pregado pelo modernismo, a fórmula cartesiana de produções modernas, Barragán desenvolveu obras que se aplicassem a realidade latina americana, da valorização da cultura mexicana, juntamente com a aplicação de cores que remontavam a natureza e a relação do homem com o ambiente que o cerca.

Dentre as casas de Barragán que podem exemplificar os diferentes períodos passados por ele na sua trajetória como arquiteto encontram-se:

1. Casa Gonzales Luna (1929)

A casa projetada para Efraín Gonzales Luna, figura influente de Guadalajara, marca o início da carreira de Barragán, sendo uma das suas primeiras grandes obras. A casa localizada em um bairro burguês possuí um terreno generoso de 1750m², o que possibilitou a ele criar espaços amplos, e mesclar os volumes da casa de modo a criar diferentes orientações para os ambientes.

O projeto da casa divide-se em duas etapas, de modo que a primeira consiste no primeiro pavimento, sendo a área destinada a “vivência”, quartos, cozinha, áreas de serviço, garagem e a segunda etapa compreende o segundo pavimento que trás uma característica forte da personalidade de Barragán, a presença de uma biblioteca e oratório. A existência de um local para reflexão, prática do ócio e o silêncio são indispensáveis em sua obra, localizando-se em jardins, pátios internos, ante- salas, que desempenhem essa função.

Em seus projetos, Barragán prioriza a privacidade, de modo que a fachada principal apesar de parecer não ter limite de separação com o jardim, devido à criação de ambientes de passagem gradual: O pátio -> A varanda -> A porta principal. Ele cria a independência dos ambientes mais reservados, como o caso do segundo pavimento, que possui uma escada seguida pela porta, o que idealiza a transição do espaço público para o privado.

Em virtude de sua grandeza, de suas paredes fortes, de seu semblante de “fortificação”, as aberturas e janelas projetas rompem essa rigidez, propiciando a manipulação da iluminação na parte interna da casa, e novamente reafirmando a privacidade dos moradores.

Apesar de todo o contato da casa com a natureza do terreno que a cerca, o projeto possui um pátio interno dotado de fonte, pergolado e árvores, que dão a ideia de um paraíso particular, tirado da influência das construções árabes, que idealizam seus pátios internos, como oásis particulares, onde a natureza é plena para apreciação.

Fonte das figuras: Texeira, Maria Moreira, Tres Casas de Luís Barragán, Universidade Politecnica da Cataluña.

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2. Casa para dos Familias ( 1936-1937 )

Visualmente a impressão que se tem, é que lidamos apenas com uma casa, entretanto no projeto Casa para dos Familias, contudo Barragán desenvolve duas casa em um estreito terreno, no qual a construção desenvolve-se por 10,30 de frente e 18,75 de profundidade.

O projeto de ambas a famílias possui programa de necessidades similar o que possibilitou o aproveitamento de local de banheiros e cozinha rebatidos. A casa desenvolve-se de maneira vertical, de forma que no primeiro pavimento encontram-se ambientes de serviço, como área de serviço e quarto de emprega, no segundo pavimento estão cozinha e sala de estar, terceiro, dormitórios e banheiros e no quarto e último pavimento, como não poderia deixar de ser, estão biblioteca e terraços que funcionam também como coberta para os andares inferiores.

Na fachada a única divisão existente é uma pequena diferenciação de níveis, aproveitada seguindo o desnível da rua que segue, de modo que uma das casas é saltada pouco a frente da outra.

Diferentemente da obra anterior, evidência- se nesta casa já uma liberdade maior da construção, com janelas maiores que se expõem para a rua, dando uma ideia menos sisuda da construção uma amplitude dos ambientes e o maior aproveitamento da luz, influências evidentes do contato com Le Corbusier.

Fonte das figuras: Texeira, Maria Moreira, Tres Casas de Luís Barragán, Universidade Politecnica da Cataluña.

3. Casa Gilardi (1975-1977)

Após sete anos sem envolvimento em projetos, Barragan interessa-se pela proposta de projeto de Gilardi. Em virtude de algumas restrições e exigências de Gilardi, o terreno possuí árvores que ele desejava manter no projeto e a necessidade de uma piscina que fosse o ponto focal da obra.

Em detrimento das proporções reduzidas o projeto comportava-se então como um desafio, estendendo-se por 10 metros de fachada e 36 metros de comprimento.

A fachada comporta-se tímida com poucas aberturas para o exterior, apesar da cor vibrante da mesma. E é a partir dessa fachada, ao atravessar a porta principal que é possível se deparar com o jogo de luz e a disposição poética dos cômodos que levam a piscina. A casa se estende em três andares, no primeiro pavimento estão as áreas destinadas a serviço, no segundo sala de estar e dormitório e no terceiro dois dormitórios.

Logo na entrada, a atenção é voltada a um corredor repleto de clarabóias, iluminando um corredor amarelo que o conduz ao local da piscina onde a água se mistura ao azul das paredes, como se ambos os planos por um momento se fundissem em um só, mas logo essa fusão é quebrada por uma coluna vermelha, que contrasta diretamente com o jogo de cores do ambiente.

O jogo de cores utilizado na casa e pontos de entrada de luz permitem que o ambiente fique mais amplo quebrando a restrição das dimensões do terreno.

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O acervo de Barragán

No seu decorrer de seus 56 anos de atuação no ofício da arquitetura seja ele como paisagista, urbanista ou arquiteto, Barragán desenvolveu uma série de obras que evidenciam como o caráter dos dogmas modernos podiam ser absorvidos pela cultura latino-americana, sem que se perdesse sua tradição e caráter primordial.

Todas as obras de Barragán:1928

- Casas de alquiler propiedad de Emiliano Robles León, Guadalajara, Jalisco).- Casa Harper, (Guadalajara, Jalisco).- Casa de Efraín González Luna (Actual Casa ITESO Clavijero),(Guadalajara,Jalisco).- Casa de Enrique Aguilar,(Guadalajara, Jalisco).

1929

- Casa de G. Cristo, (Guadalajara, Jalisco).- Jardín de recreo infantil, (Parque de la Revolución, Guadalajara, Jalisco).- Casas para alquilar de Ildefonso Franco, (Av. La Paz 2207 y Simón Bolívar 224,Guadalajara, Jalisco).

1931

- Restauración de la casa Barragán (con Juan Palomar y Arias), (Chapala, Jalisco).

1936

- Casa para dos familias, (Avenida parque México 141 y 143, ColoniaCondesa,México, D. F.).- Dos casas de alquiler (Avenida Mazatlán, Colonia Condesa, México, D. F.).

36 - 1940

- Edificio de apartamentos, (calle Río Lerma 147, Colonia Cuauhtémoc, México, D.F.),(en colaboración con el Arq. Max Cetto).- Casa para alquilar (calle Río Guadiana, Colonia Cuauhtémoc, México, D. F.).- Edificio de apartamentos, (avenida Río Mississippi, Colonia Cuauhtémoc, México,D. F.).- Edificio de apartamentos (plaza Melchor Ocampo, Colonia Cuauhtémoc, México,D. F.), (en colaboración con José Creixell).- Edificio de apartamentos y casa unifamiliar anexa, (dvenida Río Mississippi,Colonia Cuauhtémoc, México, D. F..- Edificio de estudios para pintores, (en la plaza Melchor Ocampo, ColoniaCuauhtémoc, México, D. F.), (en colaboración con el Arq. Max Cetto).1937- Casa Pizarro Suárez, (Lomas de Chapultepec, México, D. F.).

1945

- Plan Maestro, accesos, plaza de las Fuentes y tres jardines muestra, ( Jardines delPedregal de San Ángel, México, D. F.).- Cuatro jardines particulares, (avenida de los Constituyentes y calle GeneralFrancisco Ramírez, Tacubaya, México, D. F.).- Tres jardines particulares, (avenida de San Jerónimo, ( Jardines del Pedregal de SanÁngel, México, D. F.1947- Casa Estudio Luis Barragán,16 (calle General Francisco Ramírez #14, Tacubaya,1México, D. F.).

1950

- Casa Prieto López,17 ( Jardines del Pedregal de San Ángel, México, D. F.).- Casa Muestra, Av. de las Fuentes #10, hoy #130, (Jardines del Pedregal de SanÁngel, México, D. F.), (en colaboración con el Arq. Max Cetto ).1955- Capilla del convento de las Capuchinas Sacramentarias del Purísimo Corazón deMaría,17 (centro de Tlalpan, México, D. F.).- Jardines del hotel Pierre Márquez, (Acapulco, Guerrero).- Casa Gálvez,17 (calle Pimentel, 10, Chimalistac, San Ángel, México, D. F.).

1957

- Torres de Ciudad Satélite, (Anillo Periférico Norte, Ciudad Satélite, Estado deMéxico), (en Colaboración con Mathias Goeritz).1958- Plan Maestro y restricciones del fraccionamiento "Las Arboledas", Las Arboledas,(Atizapán, Estado de México).

Page 11: Luis Barragan

1959

- Plaza del Campanario, Las Arboledas, (Atizapán, Estado de México).1964- Plan Maestro de "Los Clubes", restricciones y jardinería, Las Arboledas, (Atizapán,Estado de México).

1966

- Fuente de Los Amantes ("Los Clubes", Las Arboledas, Atizapán, Estado deMéxico).1968- Casa, alberca y establos Egerstrom,17 ("Los Clubes", Las Arboledas, Atizapán,Estado de México) (en colaboración con Andrés Casillas).1969- Puerta de servicio "Los Clubes", Las Arboledas,Atizapán, Estado de México).- Plan Maestro de Cano, (Tepotzotlán, Estado de México).

1976

- Casa Gilardi,17 (calle General León 81, Tacubaya, México, D. F.).

1984

- Faro del Comercio (Macroplaza, Monterrey, Nuevo Leon).

VI. Análise da Casa Estudio de Luís Barragán

Dentre as obras que consagram o trabalho de Luís de Barragán, a sua Casa Estudio, devido o caráter particular e íntimo da residência, é possível denotar claramente seu estilo.

A casa fora construída em 1948 e reconhecida pela UNESCO, em 2004, como patrimônio mundial. A obra traz consigo traços arquitetônicos que abrangem os dogmas da vanguarda do modernismo, sintetizando-os em uma única obra, configurando a obra modernista de maior significância na América latina.

A obra encontra-se no melhor estado de conservação possível, integrando o museu de visitação composto pela casa onde morava o arquiteto e seu ateliê de trabalho.

Imagem retirada do Google Mapas.

Page 12: Luis Barragan

O projeto

A casa orientasse para o poente, nos números 12 e 14, da Rua General Francisco Ramirez, localizada em um subúrbio da Cidade do México. Este bairro apesar do desenvolvimento dos investimentos mobiliários da região, manteve-se com o padrão de imóveis de pequeno porte, em sua maioria residências, o que destaca a casa de Barragán, que salta aos olhos de quem percorre a pacata rua.

A fachada principal alinha-se diretamente a calçada seguindo o padrão das demais casas, entretanto a fachada que comporta-se como muro, integra também a casa, como parede da residência. Esta caracterização pode ser vista da arquitetura muralistas, arábe, onde os as paredes da casa se comportam como os muros da mesma, dando- lhe um ar de fortificação e possibilitando que as atenções da casa se voltem para dentro, geralmente direcionadas a um pátio interno.

Para que se estabeleça a separação do espaço público da rua, da entrada da casa, é criada uma espécie de portaria, que se reduz a um corredor, de cores vibrantes e iluminação trabalhada, quebrando diretamente a ideia que se tem da parte externa da casa. O corredor funciona acima de tudo como espaço de transição gradual, para que seja estabelecido o ponto em que se começa a residência. Nesta portaria está presente uma mistura de materiais que antecipa o estilo mesclado entre o moderno e o tradicional-regional do arquiteto, nela encontram-se pedra, madeira e paredes com acabamento simples e sem adornos.

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Semelhantes a está portaria encontram-se saguões que se misturam a malha da casa, de modo a marcar a transição de espaços. Juntamente com a transição dos espaços feita a partir dos saguões, é usando a cor, que Barragán, juntamente com o projeto de Mathias Goeritz, faz seus ambientes conversarem entre si. Na entrada o amarelo vibrante das paredes faz a ruptura com o ambiente externo e à medida que se adentra a casa surgem as cores, lilás, roxo, vermelho, que devido ao tom, comunicam-se, como se pertencessem a um mesmo plano “a casa”, diferente da portaria associada “a rua”.

O uso da luz de maneira a privilegiar, determinados ambientes é possível em virtude do ousado jogo de aberturas que é presente em toda a construção. A associação de janelas com posicionamentos estratégicos e a implantação da casa, permitem a determinados ambientes uma iluminação de alta qualidade em diversos horários do dia.

Na sua busca por ambientes para reflexão, trabalho ou até mesmo simplesmente ócio, como não deixem de faltar nos projetos de Barragán, encontramos a biblioteca. Hoje no espaço de exposição muitas das obras literárias do arquiteto foram mantidas intactas, e fica presente no projeto o aconchego do ambiente, com um pé direito menor, e a sensação de acolhimento passada pelo local.

É característica marcante na obra de Barragán a inserção de suas construções na natureza que a rodeia. Tomando partido disso, a presença de pátios e locais em que a natureza encontra-se, mesmo que singela, como um local de contemplação da mesma.

Como exemplo disso está o Pátio de Potes, pequeno jardim reservado na saída próximo a oficina de trabalho, onde se encontram uma fonte, plantas e potes decorativos. O ambiente apesar de simples, funciona como uma fuga dos demais espaços da casa, para um pequeno espaço de reclusão.

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O posicionamento estratégico das aberturas e janelas projetados por Barragán, não se restringe somente ao aproveitamento de luz, mas a uma forma de contemplação da natureza, de observação das passagens das horas do dia, da percepção da natureza efêmera das coisas.

Os ambientes de alimentação são locais de exemplo. A sala de jantar e uma ante sala de almoço são posicionados de forma que a luz não seja a única a entrar pela janela, mas a natureza também.

Na parte mais íntima do projeto, ao que se destinam os dormitórios, é possível ver no segundo pavimento a presença dos quartos de hóspedes, que não existiam no primeiro projeto, dando lugar a um terraço, mas que foram adicionados ao projeto antes da concepção do mesmo.

Os ambientes de comportam de maneira simples, com poucos objetos, e preservando a intimidade ao máximo, como pode ser notado nas janelas que permitem variadas possibilidades de abertura.

Diferentemente dos demais dormitórios, o quarto de Barragán, também conhecido como “o quarto branco”, possui uma iluminação direta, por uma frondosa janela direcionada a cama. O quarto é de uma sutileza, adornado com detalhes sacro que evidenciam o seu caráter religioso mas ao mesmo tempo místico.

Para completar a composição de ambientes, encontram-se os terraços que desempenham também a função de coberta dos demais pavimentos. Para obra de Barragán os terraços e pátios, são mais do que áreas de lazer, são espaços de reflexão, que desempenham com eficiência essa função, apesar da simplicidade dos ambientes.

Em sua casa o terraço é destacado por cores vibrantes que se cruzam e convergem para pilares que denotam a volumetria expressiva da obra.

Descrição de plantas, cortes e fachadas

Planta baixa

Na planta baixa do primeiro pavimento é possível presenciar a separação feita dos ambientes de serviço concentrados neste primeiro momento da casa.

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Segundo pavimento

Em virtude deste andar comportar os dormitórios, ele comporta-se uma forma mais intima e restrita aos demais ambientes da casa.

Terceiro pavimento

Local de alojamento de funcionários e terraços.

Cortes.

Fachadas principais.

Todas as imagens inclusas neste item VI. Análise da Casa Estudio de Luís Barragán, foram retiradas do site ofical da rasidência: http://www.casaluisbarragan.org/

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VII. Comparação: Casa Gonzáles Luna x Casa Estúdio de Luís Barragán

Ao mergulhar no universo proporcionado pelas obras de Barragán, nota-se que suas construções apesar de semelhanças diretas com outras obras modernistas, se comportam de maneira inusitada e singular.

Sua interpretação de conceitos da vida urbana, moderna e contemporânea da América Latina, evidenciam um olhar diferenciado sobre a arquitetura. Este olhar, mais regionalista, mais caloroso pela cultura Latina, diferenciam sua obra das demais produções modernas do século XX.

Em detrimento desse olhar singular e do avanço que Barragán deu sobre suas obras, faz-se aqui a comparação de uma obra que marca o início de sua carreira como arquiteto e de outra que o consagra em seu estilo anos depois já amadurecido.

Casa Golzáles Luna x Casa Estudio Luis Barragán

As obras distinguem-se, além dos decorridos 20 anos que se seguiram de intervalo de construção das mesmas, as obras de Barragán descrevem dois períodos diferenciados de sua trajetória.

Na casa Luna é possível notar um projeto mais regionalista de certo modo tradicionalista, com as fachadas da casa, que remontam a arquitetura mexicana colonial. Um projeto cheio de ideais, que trabalha uma casa, com projeto incrementado, pertencente a uma família de influência, o que já imprimia na obra um caráter simbólico.

Em contra partida, a Casa Estudio de Barragán, que esbanja seu estilo como arquiteto amadurecido, suas obras mantém seu caráter regionalista e tradicional, mas faz menos referências a arquitetura mexicana colonial, como é o caso da casa Luna.

O projeto da Casa Estudio explora um ambiente mais particular de Barragán por tratar-se de uma obra para uso próprio, ele não tinha uma rigidez a seguir com um programa de necessidades específico, pois tratavam-se de suas necessidades, que se desenvolviam com o desenrolar do projeto.

Logo, a Casa Estudio de Barragán expressa a sua liberdade criativa, a possibilidade da mais variada experimentação de características, em um projeto, enquanto que, a Casa Luna é uma obra, mais limitante, no que tange a possibilidade de trabalho, entretanto marca a carreira de Barragán como arquiteto e abre a suas portas para o mundo das possibilidades de projeto.

Casa Gonzáles Luna

Casa Estudio Luís Barragán

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X. Referências Bibliográficas

1.Cabreira, Carlos Andrea. Historia de La Arquitectura IV. Universidade de San Pedro Sula

2.Texeira, Mariana Moreira. Tres casas de Luís Barragán. Universidade Politécnica da Cataluña.

3.Ricalde, Humberto. Uma Reflexión sobre Luís Barragán – Pensar, Edificar, Morar.

4.Undarraga, Cristián. Luís Barragán, La Belleza del silencio.

5.Revista: El Construtor, edição Agosto de 2010.

6 .http://arquitetandonanet.blogspot.com.br/2009/11/casa-e-atelie-luis-barragan-tacubaya.html

7. http://othaudoblog.blogspot.com.br/2012_06_01_archive.html

8. http://patronatopedregal.blogspot.com.br/2010/01/patronato-para-la-defensa-del.html

VIII. Conclusão

Apesar da arquitetura de Luis Barragán ter grande importância no século XX, tivemos, inicialmente, bastante dificuldade de encontrar informações a cerca de Barragán e suas obras. Muitas das pesquisas as quais foram referências de estudo encontravam-se em espanhol ou inglês.

Após iniciar o estudo a cerca do engenheiro, passamos a entender porque Luis Barragán tornou-se tão importante no sáculo XX e essencial para o desenvolvimento da arquitetura mexicana.

Com sua atitude crítica e as influencias vividas pelo mundo, principalmente na Europa, Barragán trouxe para a arquitetura um estilo único a partir da mescla da tradição com o moderno. Suas obras têm como características o uso de cores e texturas, e as formas remetem a influências minimalistas.

Segundo o autor do livro, Luis Barragán – The Quiet Revolution, Federica Zanco: “ Luis Barragán inventou uma reinterpretação vitalmente moderna da tradição mexicana. Um dos aspectos cruciais que permitiram a Luis Barragan descobrir este caminho foi a atitude crítica que manteve diante das tendências arquitetônicas que se desenrolaram no México dentro das primeiras décadas do século XX”.

Dentre os resultados obtidos com a análise da obra, para concluir o trabalho foi desenvolvido o estudo volumétrico da residência Casa Estudio de Luís barragán, onde fica evidente o dinamismo utilizado por ele para desenvolver o projeto, fica clara a dimensão e importância do pátio interno e o jogo de cores e texturas vibrantes da construção, além da utilização da água, localizada na fonte do pátio dos Potes.

IX. Resultados