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LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO LÓGICA NEBULOSA – CASO PETRÓPOLIS Fátima Regina Neves Lima TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL. Aprovada por: ________________________________________________ Prof. Alexandre Gonçalves Evsukoff, Dr. ________________________________________________ Profa. Beatriz de Souza Leite Pires de Lima, D. Sc. ________________________________________________ Profa. Maria Cristina Moreira Alves, D. Sc. ________________________________________________ Profa. Alessandra Magrini D. Sc. RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL MARÇO DE 2005

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LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO LÓGICA NEBULOSA –

CASO PETRÓPOLIS

Fátima Regina Neves Lima

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS

PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS

PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA

CIVIL.

Aprovada por:

________________________________________________

Prof. Alexandre Gonçalves Evsukoff, Dr.

________________________________________________ Profa. Beatriz de Souza Leite Pires de Lima, D. Sc.

________________________________________________

Profa. Maria Cristina Moreira Alves, D. Sc.

________________________________________________

Profa. Alessandra Magrini D. Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

MARÇO DE 2005

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ii

LIMA, FÁTIMA REGINA NEVES

Localização de Aterros Sanitários –

Utilizando Lógica Nebulosa –

Caso Petrópolis [ Rio de Janeiro] 2005

XXII, 98 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc.,

Engenharia Civil, 2005)

Tese - Universidade Federal do

Rio de Janeiro, COPPE

1. Localização de aterros sanitários

2. Utilização de Lógica Nebulosa

I. COPPE/UFRJ II. Título (série)

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iii

Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus filhos, por sempre terem um sorriso nos olhos e

serem meus melhores amigos...

Os filhos são um capitulo a parte em nossas vidas...uma parte meio nebulosa em que

usamos todo o nosso conhecimento, mas que nenhuma experiência é capaz de explicar...

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iv

Agradecimentos

Agradeço a Deus por permitir que eu continuasse a luta apesar de tantas

adversidades.

A Nossa Senhora por ter me “segurado” tantas vezes para que eu continuasse no

meu caminho.

Aos meus filhos Luís e Hugo por serem tão bons meninos e se mostrarem sempre

prestativos.

Aos professores, principalmente aos professores Alexandre e Beatriz por me

dispensarem tamanha atenção e disponibilidade e o Prof. Nelson por sua simpatia.

Ao Ian (Nascimento Vieira), que eu tive a grata satisfação de conhecer e que apesar

de sua pouca idade demonstra tanta serenidade e dedicação por tudo que faz.

A Beth, Jairo e ao Thelmo do Programa de Civil e a Sandra do Planejamento

Energético, por suas ajudas providenciais.

Aos colegas da COPPE, pelo apoio, trocas de conhecimentos, bons momentos.

Aos colegas da Prefeitura de Petrópolis, Alfredo, Álvaro, Danilo, Homero e Maria,

que tantas vezes trocaram os seus horários para me ajudarem.

Aos da FASE pelo incentivo, principalmente o Prof. Maurício, Prof. Carlos,

Profa.Ana Auller, Monique e Luiz.

A tantos outros, Janaina – minha irmã, mãe, pai, Robson, Fernanda e as caronas

para o Rio, aos meus alunos pelo carinho, aos que sempre tiveram uma palavra de carinho,

aos que chegaram por agora...Pedro.

Ao Eng. Plácido e o Hamilton da COMDEP, que sempre foram tão prestativos e

disponibilizaram dados para que eu pudesse realizar o trabalho em Petrópolis.

A colega, Engenheira Adriana Felipetto, que se mostrou tão prestativa ao me

fornecer os dados e fotos do aterro de Nova Iguaçu.

A todos que participaram desta caminhada o meu muito obrigada!.

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v

Resumo da Tese apresentada a COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a

obtenção do grau de Mestre em Ciências (M. Sc.).

LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO LÓGICA NEBULOSA

CASO PETRÓPOLIS

Fátima Regina Neves Lima

Março/2005

Orientadores: Alexandre Gonçalves Evsukoff

Beatriz de Souza Leite Pires de Lima

Programa: Engenharia Civil

Este trabalho teve como proposta apresentar um sistema de apoio à decisão na

escolha da melhor localização para a instalação de um aterro sanitário. Para a criação do

sistema foi utilizada a lógica nebulosa, as técnicas já consagradas, normas, manuais

pertinentes a implementação de um aterro sanitário e o conhecimento de especialistas. A

utilização da lógica nebulosa deveu-se a sua facilidade em transformar valores numéricos

em valores que podem ser expressos lingüisticamente, fazendo, portanto, uma ligação entre

o raciocínio matemático e a realidade.

Para a analise do sistema proposto foram levantados dados de aterros sanitários já

em funcionamento e em fase de implantação. Para a certificação do sistema foram

utilizados os dados de Nova Iguaçu, que indicou a mesma localidade apresentada por

estudos anteriores, corroborando o método utilizado.O estudo de caso escolhido foi para a

cidade de Petrópolis, onde se pretende instalar um aterro sanitário.

Page 6: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

vi

Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements

for the degree of Master of Science (M.Sc.)

LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO LÓGICA NEBULOSA

CASO PETRÓPOLIS

Fátima Regina Neves Lima

March/2005

Advisors: Alexandre Gonçalves Evsukoff

Beatriz de Souza Leite Pires de Lima

Department: Civil Engineering

This work proposed to present a system of support the decision of choice of

the best place for the installation of a landfill. It was utilized the fuzzy logic, the already

renowned techniques, related norms, manuals about landfills and the knowledge of experts.

The utilization of logic fuzzy is due to it easiness in transforming numeric values into

values that can be expressed linguistically, therefore creating a connection between the

mathematical reasoning and the reality.

In order to investigate the referred system, data from fully function and in

implementation phase landfills has been collected. To certify the system, data from Nova

Iguaçu has been utilized, the same location presented by former studies has been pointed

out, corroborating the method. The chosen case study is the city of Petrópolis, where a

landfill is intended to be implanted.

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vii

ÍNDICE

Capítulo 1 .............................................................................................................................. 1

INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1

1.1 Motivação e Justificativa .............................................................................................. 2 1.2 Organização .................................................................................................................. 3

Capítulo 2 .............................................................................................................................. 5

O PROBLEMA DE LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS .......................... 5

2.1 – Introdução.................................................................................................................. 6 2.2 Definições..................................................................................................................... 8 2.3 Responsabilidade.......................................................................................................... 9 2.4 Classificação:.............................................................................................................. 10 2.5 Estatística da produção de lixo no Brasil ................................................................... 13 2.6 Destinação .................................................................................................................. 15 2.7 Aterro Sanitário .......................................................................................................... 16 2.8 Formas de construção ................................................................................................. 19 2.9 Leis Ambientais.......................................................................................................... 23 2.10 Histórico de Petrópolis ............................................................................................. 26 2.11 Zoneamento atual ..................................................................................................... 27 2.12 Cenário atual de Petrópolis....................................................................................... 29 2.13 Locais pré-selecionados no Município de Petrópolis ............................................... 31

2.13.1 Aterro no Km 78 da Estrada BR 040................................................................. 31 2.13.2 Aterro na Estrada da Posse ................................................................................ 32

Capítulo 3 ............................................................................................................................ 33

SISTEMA NEBULOSO..................................................................................................... 33

3.1 Introdução................................................................................................................... 33 3.2 Fundamentos de Lógica Nebulosa.............................................................................. 33 3.2.2 Operações entre conjuntos nebulosos...................................................................... 35 3.2.3 Funções e Regras no conjunto dos números nebulosos........................................... 36 3.2.4 Sistemas de Inferência Nebulosos ........................................................................... 39 3.3.Sistemas de Apoio a Decisão ..................................................................................... 43 3.3.1 Sistemas gerais de Apoio a Decisão ........................................................................ 43 3.3.2 Sistemas Nebulosos de Apoio a Decisão................................................................. 45 3.4 Sistema utilizado de Apoio à decisão......................................................................... 46

Page 8: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

viii

Capítulo 4 ............................................................................................................................ 48

Descrição do Sistema.......................................................................................................... 48

4.1 Descrição das variáveis .............................................................................................. 48 4.1.1 Critérios Ambientais ............................................................................................ 49 4.1.2 Critérios Sociais................................................................................................... 49 4.1.3 Critérios Econômicos........................................................................................... 51

4.2 Descrição das etapas do sistema................................................................................. 52 4.2.1 Fuzzificação......................................................................................................... 52 4.2.2 Inferência das regras............................................................................................ 55 4.2.3 Agregação............................................................................................................ 59 4.2.4 Saída .................................................................................................................... 61 4.2.5. Verificação do Sistema....................................................................................... 61 4.2.5.1 Análise do aterro projetado para Nova Iguaçu ................................................. 61

Capítulo 5 ............................................................................................................................ 63

Estudo de caso..................................................................................................................... 63

5.1 Dados de entrada......................................................................................................... 63 Telas do Sistema de entrada de dados .......................................................................... 65 Exemplo do Relatório Final.......................................................................................... 67 Local 2:Posse - Com intervenção ................................................................................. 67

5.2 Resultados................................................................................................................... 68 5.2.1 Município de Petrópolis ...................................................................................... 68

Capítulo 6 ............................................................................................................................ 70

Conclusões ........................................................................................................................... 70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ............................................................................ 72

Anexos.................................................................................................................................. 78

Anexo 1 – Fotos e esquemas do aterro de Nova Iguaçu .................................................. 78

Anexo 2 – Fotos das localidades analisadas para Petrópolis .......................................... 81

Aterro controlado de Pedro do Rio................................................................................... 81

Anexo 3 – Fotos das localidades analisadas para Petrópolis .......................................... 86

Estação de transbordo no Duarte da Silveira – BR040 .................................................... 86

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ix

Anexo 4 – Fotos das localidades analisadas para Petrópolis .......................................... 87

Localidade da BR040 ....................................................................................................... 87

Anexo 5 – Telas do sistema para as localidades analisadas em Petrópolis.................... 89

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Capítulo 1

INTRODUÇÃO

A questão do lixo nos grandes centros é um problema que deve ser resolvido não

somente pelos órgãos públicos, mas também pela população de um modo geral. O que

significa, que devam ser estudadas políticas de implantação que visem a um menor

consumo de materiais descartáveis. Com isso trava-se uma luta entre grandes empresas e a

própria sociedade, que não conseguem perceber que são tão responsáveis quanto os órgãos

públicos, e estes, que não investem o suficiente em políticas ambientais.

Quando se pensa em lixo, imagina-se que cada um de nós não produza tanta

quantidade assim. É um paradoxo, a existência de um volume enorme de resíduos sólidos,

que ninguém produz, pois todos são responsáveis apenas por pequenas parcelas. É

necessário que este material seja depositado em algum lugar seguro, cujo destino

idealmente, são os aterros sanitários.Ele se torna, portanto, o grande vilão da estória. Pois

apesar de necessário, é rejeitado em todos os lugares planejados para ele. Nenhuma

comunidade deseja um aterro sanitário próximo a sua residência. Os aterros estão se

tornando cada vez mais distantes das cidades, aumentando o custo de transportes. Novos

aterros sofrem da síndrome conhecida como "NIMBY: not in my backyard" - não em meu

quintal. As maiores parte dos aterros sanitários hoje disponíveis estão com sua vida útil

limitada. O uso inadequado de aterros vem acarretando sérios impactos no meio ambiente,

principalmente poluição do solo e águas subterrâneas pela infiltração de líquidos

percolados, e das águas superficiais pelo escoamento de líquidos percolados ou

carreamento de resíduos das águas de chuva.

Nas grandes cidades, cada indivíduo é responsável por aproximadamente 1000 g de

resíduo sólido por dia. Este valor multiplicado pelo número de habitantes de cada cidade

resulta em um número muito grande de resíduos, que são toneladas de material que devem

receber uma destinação final apropriada.

Apesar de se tratar de um volume elevado de resíduos, nesta contagem estão apenas

sendo considerados: o lixo doméstico – residências, escritórios e comércio; lixos

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2

provenientes das varrições e o lixo verde. Os resíduos dos hospitais e indústrias devem ter

sua destinação em separado e por conta dos próprios geradores. Finalmente verifica-se que

o volume total produzido é muito alto, cerca de 228.413 toneladas de resíduos sólidos

diariamente, sendo 125.258 toneladas referentes aos resíduos domiciliares (JUCÁ, 2003).

Os dados, da cidade de Petrópolis, apontam para números da ordem de 210

toneladas/mês de resíduos sólidos. Hoje, a cidade conta com um sistema de coleta de lixo

no 1o. Distrito que é feito por uma empresa conveniada à empresa responsável pelo lixo –

COMDEP. Este material coletado é levado até uma estação de transbordo, onde é lançado

em caçambas de caminhões e transportado para o aterro controlado situado em Pedro do

Rio (4o. Distrito), o que equivale percorrer aproximadamente 27 Km de distância.

O sistema de coleta na cidade de Petrópolis vem sofrendo carência de maiores

recursos a vários anos. O aterro controlado de Pedro do Rio, foi recebendo melhorias nos

últimos 2 anos e meio. Ele vem sendo adaptado para que se prolongue sua vida útil e que

tenha melhorada sua situação anterior. A realidade é que se têm feito um bom trabalho no

sentido de tentar preservar ao máximo as condições do local, apesar de ter sido iniciado de

maneira incorreta.

O município de Petrópolis, como tantos outros municípios vêm sofrendo com a

realidade que se mostra cada vez mais presente: o que fazer com todo o lixo que a cidade

produz. Como tratar de maneira correta um problema que atinge a todos sem distinção? A

localização de um aterro sanitário envolve, desde os aspectos econômicos e técnicos,

passando pelos aspectos sociais até os aspectos ambientais. A combinação de todos esses

fatores é que se torna o grande problema da escolha de um local para a instalação de um

aterro sanitário.

No município de Petrópolis existem algumas possibilidades de localização, porém

em todas encontraremos entraves, quer seja da parte econômica ou topográfica, mas

principalmente da parte ambiental da questão.

1.1 Motivação e Justificativa

A proposta desse trabalho foi apresentar um sistema de apoio à decisão na escolha

da melhor localização para a instalação de um aterro sanitário em algumas possíveis

localidades na cidade de Petrópolis. Para que se pudesse efetuar essa escolha, foram

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3

utilizados os dados dos locais, em um sistema que engloba os manuais e normas pertinentes

e a lógica nebulosa. Esta lógica é baseada em valores que podem ser expressos

lingüisticamente, fazendo, portanto, uma ligação entre o raciocínio matemático e a

realidade.

Vários estudos já foram realizados para a identificação de áreas para implantação de

aterros sanitários. Alguns empregando metodologias que também foram baseados na lógica

Nebulosa, Calijuri et al (2002, pp. 231-250) apresentaram um trabalho em que foram

utilizados a análise multicritério e sistemas de informação geográfica (SIG). Neste trabalho,

foram feitos levantamentos e a análise de condicionantes operacionais legais, ambientais e

socioeconômicos, além da aquisição, armazenamento, descrição e análise em nível espacial

dos dados georreferenciados. As conclusões apresentadas mostraram que se fossem

utilizadas somente as operações booleanas (apta/não apta) haveria uma falha 35% maior do

que com a utilização da lógica nebulosa, além de permitir a integração das informações

espaciais para a implantação de empreendimentos impactantes.

Karavezyris et al (2002, pp.1-8) desenvolvem um modelo abstrato e conceitual de

gestão de resíduos onde são definidos elementos chaves para quantificar fatores e hipóteses

e suas interações. Estes fatores incluem comportamento ambiental, custo do tratamento dos

resíduos, quantidades de resíduo coletado, tratado e reciclado. Estes fatores compõem um

sistema que descreve a influência de um fator sobre outro. Estes elementos chave são

quantificados como variáveis, e suas influências são formuladas matematicamente. O

modelo emprega também lógica nebulosa, através de variáveis lingüísticas para representar

as influências e estimativas descritas por especialistas no assunto.

O sistema utilizado nessa tese teve como finalidade buscar uma solução que se fosse

de fácil utilização. Apresentando resultados para as três localidades pré-escolhidas pelo

município de Petrópolis.

1.2 Organização

No presente capítulo 1 foi feita uma introdução ao tema escolhido, bem como a

apresentação das justificativas e motivações quanto ao trabalho pretendido.

Page 14: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

4

No capitulo 2, serão apresentadas as definições sobre coleta e recolhimento dos

resíduos sólidos, bem como a devida competência do município, suas leis e normas, além

de dados de Petrópolis e a situação atual do município.

No capitulo 3, será apresentada a metodologia de apoio a decisão, conjuntos

nebulosos, das regras e dos sistemas nebulosos de apoio a decisão

No capitulo 4, será apresentada a aplicação do sistema, onde são definidas as

variáveis, o conjunto nebuloso, e as regras utilizadas, assim como os resultados da

calibração do sistema..

No capitulo 5, será apresentado o estudo de caso e os resultados obtidos com a

utilização do sistema..

No capitulo 6 serão indicadas as conclusões sobre o trabalho, a utilização da lógica

nebulosa e o resultado encontrado para o caso estudado.

Não se pretende com o presente trabalho esgotar as possibilidades ou apresentar

uma solução que seja definitiva, o que se busca é uma metodologia prática, levando em

consideração o que está nas normas e os dados do local pretendido.

Page 15: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

5

Capítulo 2

O PROBLEMA DE LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS

Este capítulo tem por objetivo apresentar dados relativos a resíduos sólidos, suas

definições, competências e as normas relativas ao assunto, as formas de disposição dos

resíduos, o que irá determinar como será o aterro sanitário, bem como a situação do

município de Petrópolis.

A produção de lixo nas cidades está associada à urbanização, à variação

populacional e a capacidade de crescimento de sua economia. Quanto maior a densidade

demográfica e o poder aquisitivo, maior é a demanda por bens de consumo. A produção

desses bens tem seu preço: a extração de matéria prima da natureza, além de um maior

volume de diferentes resíduos. Os habitantes querem de alguma maneira se livrar desse

material, sem imaginar que estão aumentando o passivo ambiental e que este irá influenciar

a vida de todos, independente do nível de consumo.

O que se observa é que com a inexistência de um Sistema de Gestão de Resíduos

Sólidos que valorize este setor público, há vários anos vêm acontecendo sucateamentos de

material, de pessoal, de investimentos em saneamento, dando origem a um cenário onde se

observa:

• Disposição de resíduos sólidos em locais improvisados, a céu aberto,

resultando em maiores problemas para a população de entorno, tais como:

o Vetores de doenças;

o Poluição do ar, do solo e da água;

o Proliferação de catadores de lixo;

o Conflitos com a população estabelecida no local;

o Entre outros.

• Falta de um planejamento, ocasionando serviços improvisados, com baixa

eficiência e por vezes ineficazes.

• Em algumas situações o lixo é transportado para cidades vizinhas,

acarretando maiores custos e em certas situações problemas com estes

municípios.

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6

2.1 – Introdução

Segundo o Manual do IBAM1, no Brasil, o serviço sistemático de limpeza urbana

foi iniciado oficialmente em 25 de novembro de 1880, na cidade de São Sebastião do Rio

de Janeiro, então capital do Império. Nesse dia, o imperador D. Pedro II assinou o Decreto

nº 3024, aprovando o contrato de "limpeza e irrigação" da cidade, que foi executado por

Aleixo Gary e, mais tarde, por Luciano Francisco Gary, de cujo sobrenome origina-se a

palavra gari, que hoje se denomina os trabalhadores da limpeza urbana em muitas cidades

brasileiras. Dos tempos imperiais aos dias atuais, os serviços de limpeza urbana

vivenciaram momentos bons e ruins. Hoje, a situação da gestão dos resíduos sólidos se

apresenta em cada cidade brasileira de forma diversa, prevalecendo, entretanto, uma

situação nada alentadora.

Considerado um dos setores do saneamento básico, a gestão dos resíduos sólidos

não tem recebido a atenção necessária por parte do poder público. Com isso, compromete-

se cada vez mais a já combalida saúde da população, bem como se degradam os recursos

naturais, especialmente o solo e os recursos hídricos. A interdependência dos conceitos de

meio ambiente, saúde e saneamento é hoje bastante evidente, o que reforça a necessidade

de integração das ações desses setores em prol da melhoria da qualidade de vida da

população brasileira.

Como um retrato desse universo de ação, há de se considerar que mais de 70% dos

municípios brasileiros possuem menos de 20 mil habitantes, e que a concentração urbana da

população no país ultrapassa a casa dos 80%. Isso reforça as preocupações com os

problemas ambientais urbanos e, entre estes, o gerenciamento dos resíduos sólidos, cuja

atribuição pertence à esfera da administração pública local.

Projetos de saneamento, que envolvam tratamento de resíduos sólidos, são os menos

valorizados, pois é sabido que há necessidade de dar uma destinação aos resíduos, porém

são pouco priorizados pelas autoridades.

O lixo pode ser considerado tudo aquilo que não serve mais, porém isso nem sempre

é verdade, pois o que para uns é lixo pode ser de grande valia para outros.A partir do

momento que a economia de escala dominou o mercado, a grande quantidade de material

descartado passou a ser um problema para a sociedade e para os municípios.

1 IBAM = Instituto Brasileiro de Administração Municipal

Page 17: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

7

Hoje em dia se entende que os materiais têm um tempo de vida curta, ou seja, tudo

pode ser descartado e não se percebe que há um grande gasto de energia na produção dos

bens e um enorme desperdício de material, algumas vezes até mesmo de recursos naturais.

Os bens estão se tornando obsoletos e desgastados num menor espaço de tempo, o que

conseqüentemente gera mais lixo.

Como nem sempre os municípios estão preparados para receber uma quantidade tão

grande de lixo, ou na maioria das vezes, nunca tiveram essa preocupação, acabam dispondo

os resíduos de maneira incorreta, sem critério, causando com isso um prejuízo maior, de

ordem social e ambiental e que tem como conseqüência uma baixa na qualidade de vida dos

seus moradores.

O que se deve buscar é a diminuição da quantidade de material que segue para as

caçambas de lixo, fazendo o reaproveitamento desses resíduos. Essa atitude não só

diminuirá os gastos com a coleta e disposição do mesmo como poderá representar

oportunidade de trabalho e renda para várias famílias, havendo menos riscos de

contaminação dos rios, do solo e dos lençóis freáticos.

Para essa solução, pode-se aplicar o 3R – reduzir, reutilizar e reciclar. Reduzir a

quantidade de lixo, através da conscientização, da mudança de hábitos de padrão de

consumo. Reutilizar o material como já foi feito no passado, tais como: garrafas de

refrigerante, cerveja e outras. Reciclar o papel, vidro e latas, que geram uma economia

significativa de material e de energia. Alguns estados do Brasil vêm implantando

programas de educação ambiental no intuito de criar uma nova mentalidade na sociedade.

Dentre os programas podemos citar (IT. 1.302/94CECA2):

a) Programas de controle de desperdício, visando a conscientização e conservação

ambiental, voltados à minimização da geração de resíduos;

b) Programas de redução de resíduos, em cumprimento à Lei nº 2.011, de 10/07/92,

que poderão abranger as seguintes alternativas:

• Adoção de tecnologia limpa ou menos poluente;

• Substituição de matéria-prima;

• Alteração das características do produto final e de sua embalagem;

2 IT – CECA do Rio de Janeiro = Instrução Técnica da CECA – Companhia Estadual de Controle Ambiental – Criada pelo Decreto n. 9 de 15 de março de 1975 – Competências e atribuições - no Decreto-Lei n. 134 de 15 de junho de 1975

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8

• Reciclagem de materiais nas etapas de produção;

• Reaproveitamento de resíduos na própria empresa ou por terceiros;

• Melhoria da qualidade de combustíveis e aumento da eficiência energética;

• Implantação de sistemas de circuito fechado.

c) Programas de reciclagem:

• Promover a reciclagem direta dos resíduos gerados através de seu

reaproveitamento quer seja pela própria atividade geradora, quer seja por

terceiros.

• Promover a reciclagem indireta dos resíduos através do seu pré-tratamento e

posterior reutilização como matéria-prima pela própria atividade geradora ou

por terceiros.

• Participar do programa BOLSA DE RESÍDUOS da FEEMA, ou similar.

d) Programas com soluções integradas de destinação:

• Poderão ser adotadas soluções integradas entre empresas para tratamento e

destinação de resíduos industriais.

e) Transferência de Resíduos:

• A transferência de resíduos entre empresas de duas ou mais unidades da

federação deverá ser precedida da aprovação dos órgãos ambientais pertinentes.

2.2 Definições

O lixo passa a ser denominado resíduo sólido a partir do momento em que precisa

de uma destinação. Podemos utilizar as seguintes definições para resíduo sólido:

Resíduos sólidos ou semi-sólidos, que resultam das atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu

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lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.(NBR 10004/1987).

A definição da FEEMA3 descreve da seguinte forma, na DZ 1311: “são os resíduos

sólidos e semi-sólidos gerados num aglomerado urbano, excetuados os resíduos industriais,

os hospitalares sépticos e aqueles advindos de aeroportos e portos”.

“No Brasil, de acordo com a PNSB4 (2000), se coleta cerca de 228.413 toneladas de

resíduos sólidos diariamente, sendo 125.258 toneladas referentes aos resíduos

domiciliares”.(JUCÁ, 2003).

No Brasil são encontrados valores conforme a Tabela 2.1, que apresenta a

população e a sua respectiva distribuição regional, a quantidade de resíduos sólidos gerados

diariamente e a geração por pessoa em cada região.(JUCÁ, 2003):

Tabela 2.1- População x Geração de Resíduos

População Total Geração de Resíduos

Valor Percentual

(%) Valor Percentual (%)

Geração percapita

(Kg/hab.dia)

Brasil 169.799.170 228.413 100,0 1,35 Norte 12.900.704 7,6 11.087 4,8 0,88 Nordeste 47.741.711 28,1 41.558 18,2 0,87 Sudeste 72.412.411 42,6 141.617 62,0 1,98 Sul 25.107.616 14,8 19.875 8,7 0,79 Oeste 11.636.728 6,9 14.297 6,3 1,23 Fonte: PNSB (IBGE, 2000)

2.3 Responsabilidade

A gestão do lixo é um serviço publico que terá sempre o Estado como definidor de

política, regulador e controlador. A sociedade nem sempre é conhecedora de como se dá a

gestão desses serviços, seus custos e benefícios. Se houvesse uma maior integração, esta

poderia criticar, sugerir e intervir de maneira eficaz.

3 FEEMA = Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro 4 PNSB – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico

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10

Os municípios, conforme os incisos I e V do art 30 da Constituição Federal, são

responsáveis pelo gerenciamento dos serviços de limpeza urbana, ou seja, pela coleta dos

resíduos resultantes da coleta domiciliar, da comercial ou de serviços e da varrição.Esse é

um serviço essencial, sendo por essa razão um dever da administração e não um serviço

facultativo.Quanto aos outros resíduos, industriais, hospitalares, terminais rodoviários,

ferroviários, aeroportos e portos, constituem obrigação do gerador realizar o seu

acondicionamento, transporte e destinação final.

Além da Constituição Federal essa determinação também esta regulamentada pelo

Decreto Federal n. 49.974-A de 21/01/61 – Código Nacional de Saúde – em seu Art. 40:

cabe aos governos municipais a coleta, o transporte, o tratamento e a disposição final dos

resíduos sólidos urbanos – lixo domiciliar, comercial e público -, produzidos no município,

em condições que não tragam malefícios ou inconvenientes a saúde, ao bem estar público e

a estética.

2.4 Classificação:

Existem maneiras diferenciadas de classificação dos resíduos sólidos, e isso irá

determinar que tipo de aterro sanitário será construído. A seguir serão apresentadas

algumas classificações:

Segundo a norma NBR10004/1987, os resíduos são classificados da seguinte forma:

1)Resíduos classe I – perigosos;

2)Resíduos classe II – não –inertes;

3)Resíduos classe III – inertes.

1) Resíduos Classe I – perigosos

São aqueles que apresentam periculosidade. Característica apresentada por um

resíduo, que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode

apresentar:

a) Risco à saúde pública, provocando, ou acentuando, de forma significativa

um aumento de mortalidade ou incidência de doenças, e/ou;

b) Riscos ao meio ambiente, quando o resíduo é manuseado ou destinado de

forma inadequada.

Page 21: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

11

Quando as características de um resíduo não puderem ser determinadas nos termos

desta norma, por motivos técnicos ou econômicos, a classificação desse resíduo caberá aos

órgãos estaduais e federais de controle de proteção e preservação ambiental.

Os resíduos perigosos serão assim classificados, conforme uma das características a

seguir:

a) Inflamabilidade;

b) Corrosividade;

c) Reatividade;

d) Toxicidade;

e) Patogenicidade.

2) Resíduos Classe II – não-inertes

São aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I –

perigosos ou de resíduos Classe III – inertes, nos termos desta norma. Os resíduos de

Classe II – não-inertes podem ter propriedades, tais como: combustibilidade,

biodegradabilidade ou solubilidade em água.

3) Resíduos Classe III – inertes

Quaisquer resíduos que, quando amostrados de forma representativa, segundo (NBR

10007) – Amostragem de resíduos, e submetidos a um contato estático ou dinâmico com

água destilada ou delonizada5, à temperatura ambiente, conforme teste de solubilização,

segundo NBR 100066 – Solubilização de resíduos, não tiverem nenhum de seus

constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água,

excetuando-se os padrões de aspecto, cor turbidez e sabor. Como exemplo desses materiais,

pode-se citar rochas, tijolos, vidros e certos plásticos e borrachas que não são decompostos

prontamente.

5 delonizada = deionizada 6

NBR 10006 Solubilização de Resíduos Procedimento NBR 10007 Amostragem de Resíduos Procedimento

Page 22: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

12

Outra importante forma de classificar o lixo é quanto a sua origem, definições dadas

pelo Manual de Gerenciamento Integrado do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas,

2000):

1) residencial;

2) comercial;

3) varrição;

4) feiras livres;

5) serviços de saúde e hospitalares;

6) portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários;

7) industriais;

8) agrícolas;

9) entulhos.

Existe ainda a definição e classificação encontrada no Vocabulário Básico do Meio

Ambiente (1992) dada pelo Banco Mundial em 1978: “material inútil, indesejado ou

descartado, cuja composição ou quantidade de líquido não permita que escoe livremente”;

apresentando uma classificação para resíduo de acordo como o agente gerador:

1) resíduos sólidos agrícolas;

2) resíduos sólidos industriais;

3) resíduos sólidos institucionais;

4) resíduos sólidos de pesticidas;

5) resíduos sólidos residenciais;

6) resíduos sólidos comerciais;

7) resíduos sólidos municipais – considerados como resíduos residenciais e

comerciais gerados pela comunidade do município.

Pode-se resumir essa classificação, quanto ao tipo de lixo e o seu responsável

conforme a Tabela 2.2 abaixo:

Page 23: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

13

Tabela 2.2 – Responsabilidade de destinação

Tipos de residuos Responsável Residencial Prefeitura Comercial Prefeitura Público (varrição) Prefeitura Saúde e hospitalares Gerador Industriais Gerador Aeroportos, portos eterminais

Gerador

2.5 Estatística da produção de lixo no Brasil

As características do lixo diferem de acordo com as diferentes regiões do país. Ele

sofre todos os tipos de ações, quer sejam as naturais: chuva, sol, frio ou calor, quer sejam as

questões relativas ao padrão de consumo, hábitos e costumes da comunidade que o produz.

Apesar das várias definições apresentadas anteriormente, o lixo poderá sofrer modificações

de acordo com a região a ser analisada. Dentro de um mesmo município pode-se encontrar

várias comunidades com hábitos bastante diferenciados, o que irá produzir um lixo diverso

dependendo do poder aquisitivo.

De forma geral produz-se muito lixo, seja na região Norte, seja na região Sul.

Segundo o levantamento realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano da

Presidência da República, em1998, obteve-se os seguintes valores, apresentados na Tabela

2.3:

Tabela 2.3

Região Geração percapita

(Kg/hab.dia)Norte 0,58

Nordeste 1,08 Sudeste 1,30

Sul 0,89 Centro - Oeste 0,95

Em relação à geração de resíduos domiciliares, o valor médio nacional, segundo o

PNSB (Pesquisa Nacional de Saneamento Básico) é de 0,74 kg por habitante por dia

(JUCÁ, 2003).

Page 24: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

14

Aqui o que se verifica é que não há um consenso quanto à quantidade de lixo per

capta, pois na tabela 2.1, segundo os dados do IBGE de 2000, é apresentado o valor de 1,35

como média Brasil.

Uma outra maneira de correlacionar a quantidade de resíduos gerados é a relação

entre o PIB, população e geração de resíduos sólidos por região. A Figura 2.1 mostra essa

relação e apresenta a região Sudeste como responsável por 62 % dessa geração, seguida das

regiões Nordeste 18,25%, Sul 8,7%, Centro-oeste 6,3% e Norte 4,9%.

8,6%

28,3%

42,6%

14,8%

6,9%4,5%

13,1%

58,3%

17,8%

5,4%4,5%

18,2%

62,0%

8,7%5,3%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro - Oeste

PopulaçãoPIBGeração de resíduos

Fonte: Jucá (2003b)

Figura 2.1 – Percentual da População, PIB e geração de resíduos por região.

O volume de lixo está ligado diretamente ao maior ou menor poder aquisitivo.

Quando o país passa por um momento de declínio do seu índice inflacionário há um maior

aumento de consumo.

O lixo que produzimos tem a sua composição física determinada através da analise

de seus componentes mais comuns, tais como: matéria orgânica, papel, vidro, plástico,

metais, etc. E essa determinação física pode ser expressa pela sua umidade, densidade e

poder calórico e por parâmetros químicos pelos teores dos seus elementos – carbono,

nitrogênio, enxofre, potássio e fósforo, que se encontram nos resíduos.

Segundo dados coletados no Manual do IPT de 2000, utilizando fonte de Philippi

Júnior (1999), pode-se caracterizar a composição percentual média do lixo domiciliar no

Brasil de acordo com a Tabela 2.4:

Page 25: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

15

Tabela 2.4

No Manual do IPT de 2000, também são apresentados os dados referentes ao Estado

do Rio de Janeiro – Fonte: Scholz (1993), como apresentado na Tabela 2.5 a seguir: Tabela 2.5

* Incluído nesse percentual a matéria orgânica.

Alguns municípios vêm implantando programas de coleta seletiva, pois

notoriamente se observa uma grande perda em material que poderia, sendo corretamente

manuseado, ser reciclado.

2.6 Destinação

A destinação final do lixo é sempre o solo. Portanto, deve-se ter um cuidado

especial em como realizar essa disposição, considerando principalmente os fatores

ambientais. A preocupação deve ser com uma destinação adequada, sendo o lixo totalmente

aterrado. Mais uma vez deve ser considerado o consumo excessivo e o que pode ou não ser

aterrado. Na gestão dos recursos destinados a disposição dos resíduos, a comunidade deverá

estar envolvida para que tenha uma real visão do quanto se produz de lixo. Nesse aspecto

serão levantados assuntos de ordem ambiental, social e econômico.

Quando se pensa em lixo, na Gestão ou Gerenciamento dos Resíduos Sólidos são

levantadas várias hipóteses, quanto à coleta, horário de coleta, como deve ser disposto o

lixo – caçambas, latões, sacos de lixo, dimensionamento da frota, etc. Porém, o mais

BRASIL Composição Percentual (%)

Matéria orgânica 52,5 Papel/papelão 24,5

Plástico 2,9 Metal 2,3 Vidro 1,6 Outros 16,2

RIO DE JANEIRO Composição Percentual (%)Papel/papelão 22,2

Plástico 16,8 Vidro 3,7 Metal 2,8 Outros 54,6*

Page 26: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

16

importante é o estudo de metas, de como diminuir a quantidade de lixo. Neste estudo deve

ser feito um planejamento de alternativas para a diminuição da quantidade que todo dia é

despejada nos caminhões. A comunidade deve estar envolvida, aprender a reciclar,

reaproveitar e reutilizar, pois se tomarem consciência de que nem tudo deve ser descartado

acabará criando uma consciência que chegará até as indústrias que optarão por embalagens

reutilizáveis e outros processos de aproveitamento de resíduos serão desenvolvidos.

Em todos os municípios do Brasil o lixo é disposto, quer seja de maneira adequada

quer seja inadequadamente no solo. Os sistemas utilizados são: o aterro controlado e o

aterro sanitário. Pode-se em alguns casos usar outras técnicas de destinação final: a

incineração e a compostagem.

A forma mais utilizada no Brasil é o lixão, em que a destinação é feita diretamente

no solo sem nenhum tipo de cuidado, colocando em risco à saúde e a segurança da

população. Neste tipo de disposição, totalmente inadequada, ocorrem vários problemas, tais

como a poluição do solo, do ar e da água. Isso acarreta aumento de doenças, que são

transmitidas através dos vetores como ratos e outros animais. Não pode ser descartada a

hipótese de ocorrência de fogo e de deslizamentos. O lixão além desses problemas ocasiona

outros, de caráter estético, e quem convive com isso são as comunidades carentes para onde

o lixão é destinado. Nesses locais costuma acontecer um ciclo vicioso de pobreza, onde a

comunidade é obrigada a conviver com essa miséria e ela torna-se parte da sobrevivência

da comunidade local que trabalha como catador buscando assim o seu sustento.

Em segundo lugar está o aterro controlado onde uma cobertura diária de material

inerte é colocada sobre o lixo depositado. Nesse tipo de destinação já se nota uma melhoria

nos impactos provocados, pois não se observa a incidência de vetores transmissores de

doenças.

E por último, apenas 10% da destinação do lixo domiciliar vai para aterros

sanitários.

2.7 Aterro Sanitário

Por mais que se promova a reciclagem, a transformação dos resíduos sólidos,

mediante a compostagem, incineração ou outros processos de tratamento, haverá sempre a

necessidade de implantação de aterros sanitários para dispor materiais e rejeitos não

aproveitáveis, cinzas ou materiais não comercializados, etc.

Page 27: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

17

Aterro sanitário é um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo, particularmente lixo domiciliar que, fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas, permite um confinamento seguro em termos de controle de poluição ambiental e proteção à saúde publica.(IPT, 2000).

Outra definição também apresentada pelo IPT:

Forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos no solo, mediante confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente solo, segundo normas operacionais especificas, de modo a evitar danos e ou risco a saúde pública e a segurança, minimizando os impactos ambientais.

O aterro sanitário deve ser planejado como uma obra de engenharia em que se deve

levar em consideração vários fatores. As condições mínimas para projeto de um aterro

sanitário podem ser encontradas nas Normas:

• NBR 13896/1997- Aterros de resíduos não perigosos - Critérios para projeto,

implantação e operação:

• NBR 8419 – Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos

urbanos – Procedimento;

• NBR 10004 – Amostragem de resíduos – Classificação;

• NBR 10007 – Líquidos livres – Verificação em amostra de resíduos – Método de

ensaio;

• NBR 13895 – Construção de poços de monitoramento e amostragem –

Procedimento.

A Norma NBR 13896/1997 apresenta várias definições que devem ser levadas em

consideração no projeto de um aterro sanitário, tais como: chuva de pico de cinco anos;

coeficiente de permeabilidade; impermeabilização; monitoramento de gases; plano de

emergência; plano de fechamento; entre outros. A adequada localização de aterros

sanitários de resíduos sólidos não perigosos deve ser de tal maneira que:

a) O impacto ambiental a ser causado pelo aterro seja minimizado;

b) A aceitação da instalação pela população seja maximizada;

c) Esteja de acordo com o zoneamento da região;

Page 28: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

18

d) Possa ser utilizado por um longo espaço de tempo, necessitando apenas de

um mínimo de obras para início da operação.

Para atender essas condições mínimas, é preciso que diversas considerações

técnicas sejam estabelecidas (NBR 13896/1997):

a) Topografia – recomendam-se locais com declividade superior a 1% e

inferior a 30%;

b) Geologia e tipos de solos – considera-se desejável no local, um depósito

natural extenso e homogêneo de materiais com coeficiente de permeabilidade

inferior a 10-6 cm/s e uma zona não saturada com espessura superior a 3,0m;

c) Recursos Hídricos – deve ser localizado a uma distância mínima de 200m de

qualquer coleção hídrica ou curso de água;

d) Acessos – fator de relevância, uma vez que serão utilizados não somente na

construção mas na utilização do aterro;

e) Tamanho disponível e vida útil – fatores inter-relacionados recomendando-

se a construção de aterros com vida útil mínima de 10 anos;

f)Distância mínima a núcleos populacionais – recomenda-se que esta distância

seja superior a 500m.

Além destas condições, também deverá ser levada em consideração a área

escolhida, de maneira que obedeça obrigatoriamente aos seguintes critérios (NBR

13896/1997):

1. o aterro não deve ser executado em áreas sujeitas a inundações em períodos

de recorrência de 100 anos;

2. entre o nível inferior do aterro e o mais alto nível do lençol freático deve

haver uma camada natural de espessura mínima de 1,50m de solo insaturado;

3. o aterro deve ser construído em áreas onde haja predominância no subsolo

de material com coeficiente de permeabilidade inferior a 5 x 10-5 cm/s;

4. os aterros só podem ser construídos em áreas de uso conforme a legislação

local de uso de solo.

Page 29: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

19

2.8 Formas de construção

O aterro sanitário deve ser construído obedecendo às leis, decretos e normas

previstas além das técnicas de engenharia. Aterros sanitários são aqueles construídos com

base em normas técnicas, de segurança e que buscam atender também os parâmetros sociais

e econômicos da região envolvida. Os aterros podem ser classificados de várias maneiras,

quanto à forma de disposição: os aterros controlados e os aterros sanitários.

Podem também ser classificados quanto à forma de operação (LEME, 1984 e

LIMA, 1985 apud LUCY):

1) Aterros de superfície: são aqueles executados em regiões

planas. Existindo três formas gerais de preparar os

aterros de superfície: método da trincheira, método da

rampa e método da área.

2) Aterros de depressão – aqueles executados em locais de

baixo valor comercial ou de topografia já degradada.

Segundo o IPT (2000 p.280) – Figura 2.2: o processo de aterramento pode ser

executado sob uma das formas tradicionalmente empregadas:

• Método da trincheira ou vala: consiste na abertura de valas, onde o lixo é disposto,

compactado e posteriormente coberto com solo. As valas podem ser de pequena

(operação manual) ou grandes dimensões (permitindo a entrada de equipamentos

maiores em seu interior).

• Método da rampa: conhecido também como método de escavação progressiva, é

fundamentado na escavação da rampa, onde o lixo é disposto e compactado pelo

trator e posteriormente coberto pelo solo. É empregado em áreas de meia encosta,

onde o solo natural ofereça boas condições para ser escavado e de preferência, possa

ser utilizado como material de cobertura.

• Método da área: é empregado geralmente em locais de topografia plana e lençol

freático raso. É uma técnica adequada para zonas baixas, onde dificilmente o solo

local pode ser utilizado como cobertura. Será necessário retirar o material de jazidas

que, para economia de transporte, devem estar localizadas o mais próxima possível

do local a ser aterrado. No mais, os procedimentos são idênticos ao método da

rampa.

Page 30: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

20

Figura 2.2 - Métodos de aterramento

Fonte: IPT – 2000

A opção por um ou outro método irá depender das condições físicas e geográficas

da área e da quantidade de lixo a ser depositado.

Page 31: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

21

O terreno onde será implantado o aterro sanitário deverá ser isolado das áreas de

entorno a fim de se manter a segurança e a integridade do local, evitando a entrada de

elementos estranhos ao trabalho, que poderão ocasionar e sofrer danos quando da utilização

das máquinas e equipamentos. A única entrada/saída possível do aterro contará com um

portão de acesso para pessoas e veículos e respectiva balança para pesagem dos veículos

coletores. Também deverão estar previstas áreas de apoio para o pessoal administrativo,

além de refeitório, vestiários, cozinha e banheiros.

Na concepção do aterro sanitário deverão ser levados em conta, todas as

possibilidades de contaminação, do ar do solo e da água, providenciando o seu controle

para que sejam evitadas, ao máximo, condições que possam trazer danos ao meio ambiente.

Entre as obras que deverão ser executadas estão (manual do IPT, 2000):

a) Implantação de lotes operacionais: o processo é o da utilização do aterro em

lotes preestabelecidos;

b) Impermeabilização dos lotes operacionais: através de manta ou de solo não

permeável compactado;

c) Drenagem de fundo: antes da implantação de manta de impermeabilização,

através de drenos subterrâneos, constituídos por drenos principais e

secundários;

d) Drenagem superficial: o objetivo é controlar o fluxo das águas pluviais, para

que evite o máximo do contato desta com o lixo;

e) Implantação de estradas de serviço: para garantir o acesso, utilizando vias

com largura em que sejam possíveis a circulação e manobras dos veículos

coletores;

f) Sistema de cobertura dos resíduos: o sistema diário, intermediário e final

com a função de proteger o aterro;

g) Sistema de drenagem e tratamento dos líquidos percolados: captação do

chorume através de técnicas escolhidas em projeto e seu tratamento,

podendo parte desse líquido ser utilizado, recirculado na massa de lixo, bem

como nas vias de acesso internas, através de aspersão por caminhão pipa.

Em alguns aterros parte do chorume após sofrer tratamento poderá ser

direcionado a rios e bacias locais;

Page 32: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

22

h) Sistema de drenagem e queima de gás: deverão ser construídos poços de

coleta vertical, com espaçamento determinado em projeto. Na parte superior

poderão ser colocados queimadores que, em alguns casos, poderá utilizar o

gás como fonte de energia;

i) Monitoramento das águas: O monitoramento da águas deverá ser constante,

ou seja, antes do início das obras, durante a sua utilização e após o

encerramento do aterro sanitário. Deverão ser utilizados poços a montante e

a jusante do aterro.

Nas figuras 2.3 e 2.4 estão apresentados esquemas de como devem ser apresentadas

as obras para execução de um aterro sanitário.

Figura 2. 3 – Modelo de estrutura de um aterro sanitário.

Fonte: IPT – 2000

Page 33: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

23

Figura 2.4. – Cinturão verde em torno da área de disposição.

Fonte: IPT – 2000-

2.9 Leis Ambientais

Legislações relacionadas ao meio ambiente sofreram um grande avanço a partir de

1981, com a Lei 6938 de 31 de agosto. Esta lei estabelece a Política Nacional do Meio

Ambiente, que qualifica o estudo de impacto ambiental como um dos instrumentos de

gestão ambiental (art. 9°, incisos III e IV) e também determina (art.10) a exigência de

prévio licenciamento ambiental do órgão estadual competente, integrante do Sistema

Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, sem prejuízo de outras licenças das atividades

causadoras de degradação ambiental.

No Estado do Rio de Janeiro a Lei 1356/1988, dispõe sobre os procedimentos

vinculados a elaboração, análise e aprovação dos estudos de impacto ambiental. Em seu

inciso XI do art.1º estabelece que dependerá da elaboração de estudo de impacto ambiental

e do respectivo relatório de impacto ambiental – RIMA, a serem submetidos à aprovação da

Page 34: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

24

CECA7 todos os licenciamentos que tratem da implantação de aterros sanitários. Ainda na

mesma Lei, no seu art 2º, dispõe que a FEEMA orientará a realização de cada estudo de

impacto ambiental através da instrução técnica – IT específica. A elaboração da IT deverá

seguir os critérios estabelecidos pela DZ – 041.R13 – Diretriz para a Realização de Estudo

de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA,

aprovada pela Deliberação CECA nº 3663/97. No Rio de Janeiro a IT é a de nº 1302

aprovada pela Deliberação CECA 3326/94. O item 3 desta Deliberação contempla algumas

definições, dentre elas, resíduos e aterros, fazendo uma distinção entre aterro industrial e

aterro sanitário sendo que o licenciamento e o critério de destinação alternativa são

diferenciados para os dois tipos de aterro, com exigências maiores para os industriais.

No município de Petrópolis, o Plano Diretor, Lei 4870/91, revisto pela Lei

6070/2003, alterado em 18/12/2003, estabelece, no Capitulo referente à Política Setorial de

Meio Ambiente e Patrimônio Cultural, entre suas diretrizes, assegurar que o licenciamento

de empreendimentos e obras de grande porte seja precedido, obrigatoriamente, de estudo de

impacto ambiental, social e cultural, assim como, designar áreas próprias para a disposição

e a acomodação dos resíduos domiciliares, além do devido estudo de compatibilização

ambiental.

• Lei 5.393 de 28.05.98 – estabelece as normas para atividades de uso, parcelamento

e ocupação do solo do município de Petrópolis.

• Decreto nº 167 de 2001 – retificado pelo Decreto nº 192 de 2001 – declara de

utilidade pública para fins de desapropriação uma das áreas previstas para o futuro

aterro sanitário de Petrópolis.

Além das leis e normas citadas acima, existem outras que deverão ser apreciadas

para a implantação de um aterro sanitário:

7 CECA – Companhia Estadual de Controle Ambiental – Criada pelo Decreto n. 9 de 15 de março de 1975 – Competências e atribuições - no Decreto-Lei n. 134 de 15 de junho de 1975

Page 35: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

25

Tabela 2.6

Lei/No. Esfera Federal

6938/81 Estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente

6.902, de 27/04/81 Dispõe sobre a criação de Estação Ecológica, Áreas de

Proteção Ambiental, e dá outras providências.

decreto n° 24.643 de

10.07.34

Código de Águas

4.771 de 15.09.65, Código Florestal – Lei regulamentada pelos decretos nºs.

97.628 de 10.04.89 e 97.365 de 10.04.89

5.197 de 03.01.67 Lei da Fauna – Lei regulamentada pelo decreto nº

97.633/90

Lei 9.605 de 12.02.98 Lei dos Crimes Ambientais

519 de 16.04.84 Proíbe depósitos de lixo a céu aberto

650 de 11.01.83 - Política e Defesa de Bacias Fluviais

2.794 de 17.09.97 Dispõe sobre aterros sanitários no que diz respeito a

distância a cabeceira de aeroportos

Decreto nº 750 de 10.02.93 Dispõe sobre corte, exploração e supressão de vegetação

primária ou nos estágios avançado e médio de

regeneração de Mata Atlântica.

ResoluçãoCONAMAnº 01,

de 23.01.86

Estabelece as diretrizes gerais para a implementação da

Avaliação de Impacto Ambiental - AIA.

Resolução CONAMA n° 05

de 05.08.93

Dispõe sobre o tratamento de resíduos sólidos oriundos

de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde,

portos e aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários.

Resolução CONAMA n° 10

de 01.10.93

Estabelece os parâmetros básicos para análise de estágios

de sucessão de Mata Atlântica.

Resolução CONAMA n°

283 de 12.06.2001

Dispõe sobre a destinação final dos resíduos de saúde

Resolução CONAMA n°

303 de 20.03.2002

Dispõe sobre parâmetros e limites de Áreas de

Preservação Permanente.

Page 36: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

26

Tabela 2.7

Lei/No. Esfera Estadual

1356/1988 Dispõe sobre os procedimentos vinculados a elaboração,

análise e aprovação dos estudos de impacto ambiental no

Estado do Rio de Janeiro

DZ 41.R13 Diretriz para a Realização de Estudo de Impacto

Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto

Ambiental – RIMA

784 de 1984 Estabelece as normas de concessão para projetos de

parcelamento do solo para fins urbanos nas áreas

declaradas de interesse especial à proteção ambiental

1.130 de 1987 Define as áreas de interesse especial no estado do Rio de

Janeiro;

Decreto-Lei nº 134, de

16.07.1975

Dispõe sobre a Prevenção e o Controle da Poluição no

Estado do Rio de Janeiro

Lei/No. Esfera Municipal

4870/91 Plano Diretor - revisto pela Lei 6070/2003, alterado em

18/12/2003.

5.393 de 28.05.98 Estabelece as normas para atividades de uso, parcelamento

e ocupação do solo do município de Petrópolis.

Decreto nº 167 de 2001,

retificado pelo Decreto nº

192 de 2001.

Declara de utilidade pública para fins de desapropriação

uma das áreas previstas para o futuro aterro sanitário de

Petrópolis

2.10 Histórico de Petrópolis

A história de Petrópolis iniciou-se, como parte do caminho para as Minas Gerais,

conhecido como “Caminho Novo das Minas”, que partia do Rio de Janeiro e chegava a Vila

Rica, atualmente Ouro Preto. Tratava-se de um caminho bastante acidentado, fazendo com

Page 37: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

27

que a viagem demorasse entre 25 e 30 dias. Houve, portanto, a necessidade de se encurtar

essa distância, tendo sido criado o “Caminho do Inhomirim”, que diminuía a viagem em

cerca de 4 a 5 dias; oferecendo melhores condições, pois se tratava de um caminho menos

acidentado.

Por todo o caminho percorrido, as fazendas serviam de ponto de hospedagem e

abastecimento dos viajantes. Na região que hoje é o município de Petrópolis, a fazenda que

mais se destacava era a “Fazenda do Padre Correia”, onde D. Pedro I costumava passar

temporadas com a família. Tanto que em 1830 ele resolveu comprar a fazenda vizinha,

“Córrego Seco”, que hoje é o centro histórico de Petrópolis.

Porém somente em 1843, D. Pedro II, começou a dar forma a idéia de um povoado

em Petrópolis, recebendo orientação do mordomo da casa Imperial e administrador de sua

majestade, Paulo Barbosa e do major engenheiro Júlio Frederico Koeler. Com a orientação

deles e a vontade de D. Pedro II, em 16 de março de 1843 o Imperador assinou decreto que

criava Petrópolis, a primeira cidade planejada do Brasil. Koeler fez um planejamento

dividindo a fazenda em vilas, áreas centrais próximas ao palácio, procurando dimensionar

os lotes para que permitissem a subsistência das famílias. O principal ponto do projeto era

proporcionar qualidade de vida aos moradores.

A idéia era trazer pessoas de fora do país para povoar a cidade. Foi planejada uma

quantidade limitada de colonos alemães, agricultores, para participarem do projeto

idealizado por Koeler. Porém, o acordo firmado não foi respeitado, pois como a Alemanha

vinha passando por uma grave crise econômica, os 600 casais previstos no acordo foram

transformados em famílias, chegando ao final a mais de 2000 pessoas.

Também vieram para Petrópolis, colonos italianos e portugueses, bem como de

outras nacionalidades. 2.11 Zoneamento atual

Lei Municipal

O zoneamento municipal está previsto na Lei Municipal no. 5393/98 e no Plano

Diretor de Petrópolis – Lei 6070/2003 que revê a Lei 4870/1991, onde foram estabelecidas

normas para as atividades de uso, parcelamento e ocupação do solo de Petrópolis. Voltando

a idéia inicial de Koeler, essa Lei busca a adequada distribuição espacial da população, das

atividades sócio-econômicas e interesses urbanos e comunitários, buscando ao mesmo

Page 38: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

28

tempo proteger, preservar e recuperar as áreas urbanas, rurais, o meio ambiente e o

patrimônio histórico, artístico, cultural, natural e paisagístico.

O município foi dividido em zonas e estas em setores. A área do município

apresenta características específicas e especiais, o que acarreta uma discussão constante não

só dos órgãos municipais, como também estaduais e federais. Dentro da área do município

encontra-se a Unidade de Conservação Parque Serra da Estrela, Reserva Biológica de

Araras, Zona de Vida Silvestre da APA8 em Araras, Zona de Vida Silvestre da APA na

Maria Comprida, Reserva Ecológica da Alcobaça, Reserva Biológica do Tinguá e Parque

Nacional da Serra dos Órgãos.

Condições Atuais do Município de Petrópolis

O município de Petrópolis tem uma área de 811 km2, constando de uma área central,

onde está localizado o centro histórico e os demais distritos: Cascatinha, Itaipava, Pedro do

Rio e Posse. A população do município de Petrópolis, segundo o Censo Demográfico do

IBGE de 2000, soma mais de 286.000 habitantes.

A economia do município apresenta uma diversidade de atividades, estando em

maior número a atividade de prestação de serviços, sendo seguida pelas atividades de

indústria, comércio, agropecuário e turismo.

Quanto aos serviços de educação, saúde, transportes, comunicações, energia

elétrica, etc, o município vem se destacando em toda a região serrana com índices que

mostram um crescimento positivo, estando entre os melhores municípios do Rio de Janeiro,

segundo o IQM – Índice de Qualidade de Municípios.

Os indicadores de saneamento são constituídos dos serviços de abastecimento de

água, tratamento do esgoto sanitário, coleta e destinação final do lixo. Esses indicadores são

de fundamental importância, pois a falta de infra-estrutura em qualquer um desses serviços

pode acarretar riscos para a saúde da população, contribuindo para a degradação ambiental

e comprometendo a qualidade de vida da população local. Petrópolis conta hoje com uma

subconcessão para o tratamento de água e esgoto. Quanto à coleta, a remoção de resíduos

domiciliares, hospitalares e públicos, os serviços de limpeza, varrição de logradouros,

serviços de capina e roçada, limpeza de bocas de lobo, remoção de terra, entulhos, lavagem

8APA – Área de Proteção Ambiental

Page 39: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

29

de feiras livres, manutenção de áreas verdes, disposição final do lixo, apreensão de animais,

dragagem de rios e serviços diversos são de competência da COMDEP – Companhia

Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis.

Hoje a disposição final do lixo, é feita no Aterro Controlado de Pedro Rio, que tem

uma área de 30.000 m2, estando situado à margem direita da rodovia BR-040, sentido Juiz

de Fora – Rio de Janeiro, distando cerca de 40 km da região central de Petrópolis, o que faz

com que se utilize uma estação de transbordo, localizada no km 70 da BR-040 próxima a

uma das áreas onde se pretende construir o Aterro Sanitário. Esta estação tem capacidade

para aproximadamente 300 toneladas/dia, sendo que o município recolhe em média 210

toneladas/dia.O atendimento de coleta regular que atende praticamente toda a cidade,

segundo dados do IBGE do Censo de 2000, chega a 96,4% dos domicílios locais, seja

através de coleta direta (53,1%) ou pelo uso de caçambas (43,3 %).

O aterro sanitário a ser implantado na cidade de Petrópolis deverá ter capacidade

para receber os resíduos sólidos gerados no município por um período de pelo menos 15

anos e deverá contar com tecnologias em que se possam utilizar usinas de triagem e

compostagem, além de tratamento de chorume e outras definidas em projeto.

Recursos Naturais

O município de Petrópolis tem uma vasta rede hídrica, sendo que os principais rios

são o Piabanha, o Palatino e o Quitandinha. O Rio Piabanha é o principal receptor dos

despejos industriais e domésticos, sendo que apresenta uma baixa vazão média, agravando

em muito as suas condições sanitárias.

Quanto aos solos, há um predomínio de solos com significativa suscetibilidade a

erosão, principalmente a causada pelo intenso regime de chuvas que é característico da

região. Aliado às constantes chuvas, um crescente desmatamento, aumenta a suscetibilidade

a erosão, o que favorece a queda de blocos e movimentos de massa.

2.12 Cenário atual de Petrópolis

Como já mencionado anteriormente se faz necessário a implantação de um aterro

sanitário, pois o aterro controlado existente em Pedro do Rio já não comporta a demanda

atual.

Page 40: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

30

Este aterro controlado não foi implantado com todos os dispositivos que são

necessários para que se tenha uma operação segura, tanto do ponto de vista sanitário quanto

ambiental. Houve por parte da atual gestão municipal uma busca de adequação da

operação, no intuito de minimizar os riscos de uma eventual contaminação, traçando um

projeto que busca a recuperação e o monitoramento do atual aterro, porém como não foram

efetuados impermeabilização do fundo e um sistema de drenagem subterrânea para a coleta

do chorume, há sérias criticas a sua operação. Existe hoje, um sistema que busca minimizar

esses danos, principalmente quanto à coleta e tratamento do chorume, porém a

impermeabilização do fundo é de todo inviável, não só economicamente, mas também

tecnicamente.

Implantação do Aterro Sanitário

Para o estudo da presente hipótese foram levados em consideração às intervenções,

alterações e os fenômenos ambientais decorrentes das fases de implantação, operação e

encerramento do Aterro Sanitário.

1. Fase de Implantação:

• Instalação de canteiro de obras;

• Vias de acessos internos;

• Mão de obra;

• Execução de obras de terraplenagem e preparo do terreno;

• Construção das instalações de apoio e infra-estrutura;

• Implantação de sistema de drenagem superficial.

2. Fase de Operação

• Operação do novo aterro.

3. Fase de Encerramento

• Encerramento do aterro sanitário.

Page 41: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

31

2.13 Locais pré-selecionados no Município de Petrópolis

2.13.1 Aterro no Km 78 da Estrada BR 040

Uma das áreas previstas para o novo aterro sanitário de Petrópolis, encontra-se na

zona de preservação especial, junto a Reserva Biológica do Tinguá, o que requer bastante

atenção para o projeto, bem como e principalmente para a implantação e uso da referida

área. O terreno localiza-se as margens da BR-040, no km 76, sentido Rio-Juiz de Fora. A

área situa-se no 1o. Distrito, no bairro do Quarteirão Medina Cidane, possuindo uma área de

207.345,43 m2, encontrando-se em processo de desapropriação, sendo ocupado por somente

uma casa. O terreno está situado a beira da Estrada BR 040 – dentro do Município de

Petrópolis, região serrana do Estado do Rio de Janeiro, região caracterizada por montanhas

com vales encaixados. É uma região com alto índice pluviométrico, principalmente, na área

em que se pretende instalar o aterro sanitário.

Conforme informações constantes no estudo da empresa Resol, foram realizados

furos a trado, que revelaram um solo argilo-arenoso, 50 a 70% de argila e o resto de areia

média. Foi encontrado nível d’água entre 60 e 80 cm de profundidade. A região onde se

pretende instalar o aterro recebe a contribuição de várias nascentes, inclusive de bueiros de

coleta, nascentes do outro lado da rodovia BR-040, além do próprio talvegue sobre o qual

será construído o aterro. Para que se possa realizar o empreendimento algumas medidas

deverão ser tomadas, tais como: desvio das águas contribuintes junto à rodovia BR 040 e

junto a Reserva Biológica aos fundos do terreno.No terreno há uma região alagada, onde,

sob a camada superficial encontram-se resíduos vegetais moles.Estes resíduos deverão ser

removidos e substituídos por aterro compactado. Nesta região também deverão ser criados

drenos de fundo com pedras de mão para receber as águas provenientes do fundo do vale.

No talvegue existe uma barragem que coleta suas águas, formando um pequeno lago. Como

haverá modificações na conformação do local, com o desvio das águas, não haverá mais

necessidade da barragem, que já se encontra com problemas em alguns pontos, devendo,

portanto, ser demolida.

O terreno encontra-se parcialmente cercado com moirões de madeira e arame

farpado. Nos lugares onde a cerca apresenta mal estado de conservação, a mesma será

Page 42: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

32

consertada com moirões de madeira ou concreto e arame farpado. Na entrada do aterro será

implantado um pórtico para evitar a entrada indevida e para o controle dos caminhões.

Uma possível escolha por esse terreno se deve ao fato de o mesmo apresentar

desnível em relação à estrada. Essa diferença de altura facilitará a estética, ou seja, como

ficará num nível abaixo da rodovia, evitará que os passantes avistem diretamente o aterro.

Será implantada uma barreira vegetal em trechos pré-determinados, na área limite à rodovia

BR 040, contribuindo para impedir a visão externa e reduzindo a poluição do ar e a

dispersão de odores, ruídos e particulados.

2.13.2 Aterro na Estrada da Posse

O terreno da Posse é um terreno de boas dimensões, o que permitiria com que o

novo aterro pudesse ter uma vida útil de mais de 20 anos, sendo bastante desejável, pois

existe uma dificuldade muito grande em se conseguir terrenos que possam atender a

implantação de um aterro sanitário. O terreno está situado numa região ainda rural da

cidade de Petrópolis, distanciando em 40 Km do centro de Petrópolis e a 4 Km do centro da

Posse. Não existe nenhuma infra-estrutura para o mesmo. Existem rodovias próximas, o

que facilitaria a chegada e saída de caminhões, não havendo, portanto, dificuldades por ser

o mais distante dos terrenos, no que se refere ao centro principal de coleta que é o centro e

os bairros junto ao mesmo.

O terceiro local a ser considerado no estudo de casos é o local onde se encontra o

aterro controlado de Pedro do Rio.

Page 43: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

33

Capítulo 3

SISTEMA NEBULOSO

3.1 Introdução

Lógica, de acordo com o dicionário Webster, é a ciência dos princípios formais

normativos do raciocínio. Neste sentido, a lógica nebulosa trata dos princípios formais do

raciocínio aproximado, com o raciocínio preciso visto como um caso limitante.

Em termos mais específicos, o principal sobre a lógica fuzzy é que, diferente dos sistemas lógicos clássicos, ela tenta modelar os modos imprecisos de raciocínio que têm um papel essencial na extraordinária habilidade humana de fazer decisões racionais num ambiente de incerteza e imprecisão. Esta habilidade depende, por sua vez, de nossa habilidade de deduzir uma resposta aproximada de uma questão baseada em um acumulado de conhecimento que é inexato, incompleto ou não totalmente confiável.(ZADEH, 1988)

A lógica nebulosa tem se constituído no que é chamado de computação flexível –

soft computing. Ela, diferentemente da computação clássica – lógica boolena, pode melhor

se amoldar à imprecisão existente no mundo real. Segundo Zadeh (1994): “o principio que

guia a computação flexível é: explorar a tolerância à imprecisão, a incerteza e a veracidade

parcial para alcançar tratabilidade, robustez e baixo custo de solução”.

Neste capitulo são apresentados os conceitos que fundamentam a lógica nebulosa,

bem como a lógica nebulosa para apoio a decisão.

3.2 Fundamentos de Lógica Nebulosa

Segundo Zadeh (Fuzzy Sets, 1965 ): “a noção de conjuntos nebulosos tal como uma

generalização de conjuntos ordinários pode ser considerada sobre um domínio, porém

diferem dos ordinários por não apresentarem uma fronteira claramente definida”. Além

disso, podemos perceber que a transição entre um elemento pertencente ou não-pertencente

é gradual. Nos conjuntos ordinários a função recebe o valor 1 para os pertencentes e 0 para

os não-pertencentes, enquanto nos conjuntos nebulosos a função recebe valores no intervalo

entre 0 e 1.

Page 44: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

34

O conjunto nebuloso pode ser representado como uma generalização da noção de

conjunto ordinário. O conjunto nebuloso, tal como o conjunto ordinário, pode ser definido

sobre um domínio, ou conjunto universo de discurso, porém difere do mesmo porque não

possue uma fronteira distinta, claramente definida. O conjunto nebuloso trabalha num

intervalo e não pontualmente. Nos conjuntos nebulosos seus elementos podem ter uma

pertinência parcial e a transição entre a pertinência ou não do elemento se dá de forma

gradual. O que observamos nesse conjunto é que o seu conceito central é o de função de

pertinência, que representa o grau que um elemento pertence ou não a um conjunto. A

função de pertinência é que mapeia o grau de pertinência do elemento no conjunto universo

com valores entre 0 e 1. Se considerarmos o conjunto ordinário, essa função irá considerar

para os elementos não-pertencentes o valor 0 e para os elementos pertencentes o valor 1.

Com isso podemos considerar o conjunto ordinário como um caso particular do conjunto

nebuloso.

O conjunto nebuloso pode ser representado por um conjunto de pares ordenados em

que estão definidos o elemento e o seu grau de pertinência:

A = {x,µ(x)}/ x∈ U

Onde:

• U é o conjunto domínio de todos os fatores considerados;

• x é o elemento do conjunto nebuloso;

• µ(x) a função de pertinência associada ao conjunto A.

A função de pertinência µ(x), pode ser representada matematicamente por:

µ(x):U [0,1].

No mundo real, as noções de incerteza, das formas lingüísticas, tais como: “ele é

alto”, “a água está quente”, “o carro ia rápido”, podem ser representadas de maneira

matemática e a função de pertinência é quem define o limite desses conjuntos. As funções

de pertinência podem ser representadas de várias maneiras, porém o que mais se utiliza são

as formas trapezoidais e triangulares. A seguir, na figura 3.1, estão representadas algumas

formas de informações imprecisas e incertas através de conjuntos nebulosos:

Page 45: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

35

µ ( )Α xA

X0

X

µ ( )Α xA

X0 X

µ ( )Α x

XX1 X2

A

µ ( )Α x

XX1 X2

A

µ ( )Α x

X

A

X0

µ ( )Α x

X

A

X0

“O valor de é ”x X0 “O valor de é aproximadamente ”x X0

“O valor de está entre e ”x X X1 2 “O valor de está aproximadamente no intervalo [ ; ]”

xX X1 2

“O valor de deve ser ”x X0 “O valor de deve ser aproximadamente ”x X0 Fonte: Introdução à lógica fuzzy - CPC 755

Figura 3.1

3.2.2 Operações entre conjuntos nebulosos

As operações entre conjuntos nebulosos são definidas por operadores que agem

sobre as funções de pertinência. São apresentados a seguir os operadores de união e

interseção de conjuntos nebulosos.

União:

C = A U B ↔µC (x) = max(µA (x),µB (x)) = µA(x) ∨ µB (x)

Interseção:

C = A ∩ B ↔µC (x) = min(µA (x),µB (x)) = µA(x) ∧ µB (x)

Page 46: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

36

Os operadores união e interseção satisfazem a dualidade de Morgan, de forma que: _____ __ __

A U B = A ∩ B _____ __ __

A ∩ B = A U B

Então, de acordo com as duas proposições, pode-se dizer que a pertinência de união

é obtida como o valor máximo entre as funções de pertinência de A e B. Isto é consistente,

tal como a noção de possibilidade de ocorrência: da realização de A ou B é equivalente à

realização do mais fácil ou daquele que tem a máxima possibilidade de ocorrência. Já a

função de pertinência de interseção, ou seja acontecer A e B ao mesmo tempo, se dá numa

condição de mínima existência. Foram apresentadas as duas operações que mais aparecem

no mundo real, pois quando lidamos num plano de incertezas e aproximações tendemos

para comparações de máximos e mínimos.

3.2.3 Funções e Regras no conjunto dos números nebulosos

Ao se trabalhar com os números nebulosos, primeiro se faz necessário saber como

transformar as variáveis lingüísticas em valores que possam ser utilizados nas funções de

pertinência.

Para se realizar operações aritméticas com números nebulosos, é necessário que

suas funções de pertinência sejam convexas. As formas triangular e trapezoidal possuem

esta propriedade.

0

1

0 a1 a = a 2 3 a4 a5 Figura 3.2

As funções de pertinência do tipo trapezoidal apresentam os valores de a1, a2, a3, a4,

como limites para a escala: pequeno(P), médio(M) e grande(G). Ao se empregar funções de

pertinência do tipo triangular, considera-se a2 igual a 3.

Page 47: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

37

O conjunto dos números ordinários e seus modelos matemáticos tradicionais utiliza-

se de variáveis numéricas que pertencem a tais conjuntos, porém com o conjunto dos

números nebulosos surgem situações em que aparecem as variáveis lingüísticas. Essas

variáveis são as que assumem os conceitos expressos em linguagem do dia a dia, “quente”,

“rápido”, “alto”, etc. Na lógica nebulosa esses conceitos podem ser representados e terem

suas limitações definidas. Uma variável lingüística apresentará um numero de funções de

pertinência, em que cada uma delas signifique o valor que o conceito pode assumir, ou seja,

entre que limites cada função pode ser representada.

Exemplo:

“João é alto”

A altura de João pode variar em função do universo que se analisa, ao se comparar

com a média dos homens, ser alto pode representar 1,80m, porém com o time de basquete

da NBA, “alto” deve estar na faixa dos 2,00m.

X

π(x)

1

1,7 1,8

Figura 3.3

Ao se analisar um mesmo conceito “altura” sob várias circunstâncias, percebe-se

que essa variável lingüística pode ser vista como uma função que mapeia o domínio de

valores da variável convencional no seu domínio de valores lingüísticos. Essa variável

passa a ser um instrumento que permite manipular e quantificar conceitos qualitativos.

Quando se passam esses conceitos qualitativos para conceitos quantitativos, é possível

caracterizar as incertezas, as aproximações e as imprecisões em problemas em que as

funções não são bem definidas.

Page 48: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

38

Cada combinação dessas variáveis representa uma regra Ai Bj escrita como:

Se x é Ai então Y é Bj. Ou SE <condições> ENTÃO <conclusão>

As condições relacionam-se a valores nebulosos lingüísticos de uma ou mais

variáveis, como por exemplo:

SE altura = pequeno ENTÃO resultado = baixo

A combinação de proposições é feita através de operadores lógicos “E” e “OU”.

Uma proposição nebulosa é denominada premissa ou antecedente quando descreve as

condições verificadas pela regra, e conclusão ou conseqüência quando descreve a ação

determinada por esta condição.

Este tipo de definição é atribuído a Mamdani (1975), que os utilizou para

determinar os modos imprecisos de raciocínio de sistemas de controle.

Se “pressão é alta” então “volume é pequeno”

Onde pressão e volume são variáveis lingüísticas, e alta e pequeno são

caracterizados por funções de pertinência apropriadas.

Um outro tipo de regra foi proposta por Takagi e Sugeno (1985), que se utilizou a

proposição nebulosa para descrever o antecedente, porém suas conclusões foram descritas

com expressões não nebulosas. Normalmente estas regras utilizam funções lineares das

variáveis lingüísticas antecedentes.

Se “x é A” e “y é B” então “w = p*x + q*y + c”

Onde x e y são as variáveis lingüísticas antecedentes, A e B são termos associados

as variáveis x e y, e p,q e c são constantes. Essas regras são ditas de primeira ordem.

Podemos também escrever regras de ordem zero, onde a conseqüência é expressa

como uma função constante:

Se “x é A” e “y é B” então “w = c”

Os dois tipos de regra têm sido largamente utilizadas em modelagem e sistemas de

controle. As regras do tipo Takagi e Sugeno são mais eficientes computacionalmente,

porém são mais complexas e menos intuitivas do que as regras de Mamdani.

As funções de pertinência e as regras sejam do tipo Mamdani ou do tipo Sugeno,

têm sido utilizados em sistemas, também conhecidos como Sistemas de Inferência

Nebulosos. Esses sistemas são utilizados para representar a interdependência entre as

Page 49: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

39

variáveis de entrada-independentes e as de saída – dependentes de um sistema real. Esse

sistema, segundo Barbalho apud Bárdossy (1995) tem como base um conjunto de regras

condicionais nebulosas, definidas a partir de um conjunto de entrada, e respostas a partir de

um conjunto de saída, todas dentro de um mesmo domínio. Um sistema de regras nebulosas

pode ser formalmente descrito, como:

SE X1 é Ai,1 ⊗ X2 é Ai,2 ⊗...⊗ Xk é Ai,k ENTÃO Y1 é Bi,1 ⊗…⊗ Ym é Bi,m , i = 1,n

Onde X1, X2,…, Xk e Y1,…, Ym são variáveis lingüísticas representando variáveis de

entrada e de saída; Ai,k e Bi,m são os termos lingüísticos associados a estas variáveis e

definidos por funções de pertinência µAi,k e µBi,m , respectivamente; ⊗ representam os

operadores lógicos - “E” ou “OU”.

Em um sistema, a base de dados – funções de pertinência lingüística e uma base de

regras nebulosas lingüística definem a base do conhecimento. A base do conhecimento

pode ser caracterizada por objetivos e as estratégias utilizadas por especialistas.

3.2.4 Sistemas de Inferência Nebulosos

Os sistemas de inferência nebulosos são aplicações do raciocínio aproximado para

funções não lineares. Os sistemas são baseados em regras, que traduzem conceitos

qualitativos, noções vagas e imprecisas do mundo real. Esses conceitos ou percepções são

provenientes de observações de pessoas ou operadores humanos. A partir dos dados

coletados são formuladas regras para os dados de entrada do sistema. As funções de

pertinência serão determinadas através de formulações de tentativa e erro, apurando-se a

saída para o que se é esperado, considerando o conhecimento envolvido.Em alguns

sistemas as variáveis podem ser totalmente nebulosas, não podendo ser quantificadas, onde

então, o conhecimento empírico será aplicado.

Segundo Shaw e Simões (2001 p.88-92): as formulações possíveis de se construir

sistemas baseados em regras nebulosas são as seguintes:

• Entrevistas com operadores humanos;

• Avaliação de princípios físicos;

• Variáveis inerentemente nebulosas.

Entrevistas com operadores humanos: um operador experiente observa as regras de

atuação, considerando os pontos de cruzamento, os valores de máximo e de mínimo do

Page 50: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

40

sistema em relação ao nível de referência e sugere ações de controle apropriadas em

cada ponto do sistema para resultar em respostas que impliquem na melhor atuação do

sistema.

Avaliação de princípios físicos: um projetista com base em sua avaliação dos princípios

físicos envolvidos no sistema pode gerar regras de controle.

Variáveis inerentemente nebulosas: em alguns sistemas, as variáveis são

intrinsecamente nebulosas, não há valores que os relacionem quantitativamente. O

projetista deve assumir funções de pertinência para tais variáveis. Como exemplo, o de

um aspirador de pó, fabricado por uma empresa japonesa, cujo objetivo é ajustar a

potência de sucção de acordo com as seguintes variáveis identificadas por

qualificadores lingüísticos:

• Tipo de piso (piso liso, piso de bambu fino, tapete fino ou grosso);

• Quantidade de pó (pode ser considerado com uma variável real);

• Tipo de pó (poeira, granulado, fios longos).

Podemos considerar a estrutura geral de um sistema nebuloso, conforme figura 3.2

abaixo:

Sendo as funções principais de cada módulo:

• Fuzzificação: transforma as medidas do processo em conjuntos nebulosos para

representar as incertezas dos sensores;

• Inferência: calcula as ações de controle a serem empregadas, de acordo com as

regras expressas na base de regras. O resultado é representado por um conjunto

nebuloso de saída.

FUZZIFIC

ÃO

DEFU

ZZIFICA

ÇÃ

O

INFERÊNCIA

BASE DE REGRAS

Figura 3.4 - :Estrutura de um sistema nebuloso Fonte: Análise Inteligente de Dados – COC786

ENTRADA SAÍDA

Page 51: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

41

• Defuzzificação: calcula uma saída numérica a partir do conjunto nebuloso de saída

calculado na inferência.

As definições das etapas do sistema de inferência apresentadas acima são detalhadas a

seguir (Evsukoff, A., 2002):

Fuzzificação:

A fuzzificação transforma uma entrada numérica em x0 ∈ X no conjunto nebuloso:

A’ ={(x, µA’ (x)), ∀x ∈ X}.

Geralmente duas alternativas são consideradas:

1. a entrada é considerada exata e é representada por um singleton:

X0

µ ( )Α x

X

A

“O valor de ”x é X0

⎩⎨⎧

≠⋅=⋅

=0

0' ,0

,1)(

xxsexxse

xAµ

Nesse caso o valor de ativação da regra (caso monovariável) é calculado como:

uk = sup (T(µA’ (x), µAi (x))) = µAi (x0)

2. A entrada contém incertezas, representadas por um conjunto nebuloso. Nesse

caso a entrada pode ser representada pelo conjunto nebuloso A’, cuja função de

pertinência µA’ (x) representa a distribuição de possibilidades do valor da

medida.

O valor de ativação da regra é calculado como:

uk = supx (T(µA’ (x), µAi (x)))

No caso multivariável, a premissa da regra é uma sentença composta como

Page 52: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

42

X1 é A1 AND X2 é A2 AND… AND Xp é Ap e o valor da ativação da regra é calculado

por:

uk = T [supx (T (µA’1 (x), µA1 (x))),…, supx (T (µA’p (x), µAp (x)))]

Fuzzificação segundo Shaw e Simões (2001):

É um mapeamento do domínio de números reais (em geral discretos) para o domínio fuzzy. Fuzzificação também representa que há atribuição de valores lingüísticos, descrições vagas ou qualitativas, definidas por funções de pertinências às variáveis de entrada. A fuzzificação é uma espécie de pré-processamento de categorias ou classes dos sinais de entrada, reduzindo grandemente o número de valores a serem processados.

Inferência:

Na inferência o conjunto nebuloso de saída B’ = {(y, µB’ (y))∀y ∈ Y} é calculado em

função do conjunto nebuloso de entrada A’ = {(x, µA’ (x))∀x ∈ X} através da relação:

R = {((x,y), µR (x,y)),∀(x,y)∈ X x Y} definida pela base de regras como: µB’ (y) = max [T (uk,µBj (y)] ∀y ∈ Y Defuzzificação:

Em diversas aplicações um valor numérico é requerido na saída. Desta forma na

defuzzificação o conjunto nebuloso de saída B’ = {(y, µB’ (y))∀y ∈ Y} é utilizado para

calcular um valor numérico y0∈Y representativo de B’.

Figura 3.5

A defuzzificação não é exatamente o processo inverso da fuzzificação. Diversos

métodos têm sido propostos na literatura, entre os quais podemos destacar:

• Centróide da área;

• Média dos máximos;

• Média dos centros.

Page 53: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

43

Podemos resumir as funções dos módulos de um sistema nebuloso como (EVSUKOFF,

2001):

Fuzzificação: transformação da informação quantitativa em informação qualitativa

é um processo de generalização.

Inferência: transformação da informação qualitativa em informação qualitativa é

um processo de conversão.

Defuzzificação: transformação de informação qualitativa em informação

quantitativa é um processo de especificação.

3.3.Sistemas de Apoio a Decisão

3.3.1 Sistemas gerais de Apoio a Decisão

Existem várias metodologias que estabelecem critérios para a escolha de locais para

a implantação de aterros sanitários. Vários autores apresentaram várias maneiras de se

estreitar à escolha, buscando ter subsídios para que o local escolhido apresente o menor

fator de problemas futuros, quer seja por fatores ambientais, quer seja sociais, além de se

buscar uma alternativa que tenha o menor custo de implantação e operação, ou seja, a

melhor relação custo/benefício.

Melo (2002, p.50-51) em seu trabalho apresenta vários autores e suas metodologias,

destacando-se:

Mc Bean et al (1995) com os métodos do fim específico (Ad Hoc method), método

da lista de conferência (Checklist method), método econômico, método cartográfico,

método da comparação conjunta (Pairwise comparison method) e método da matriz.

Método Ad Hoc é baseado em julgamento de especialistas, que em reuniões

discutem e decidem sobre a escolha.

Método Checklist comparação e avaliação de dados, tomados para alguns

critérios, tendo como resposta sim ou não.

Método econômico representação dos aspectos em termos monetários. É uma

escolha que sofre influência direta da vontade de se pagar pelos benefícios.

Método cartográfico trabalha utilizando mapas, normalmente na fase de

identificação de locais.

Page 54: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

44

Método da comparação conjunta comparação seqüencial de alternativas duas a

duas, para posterior ordenamento.

Método da matriz outro método que utiliza as informações de especialistas.

Consoni et al (1995), é um método que dá preferência a locais já pré-determinados

pelo município, descartando essa hipótese somente se os terrenos forem considerados não

recomendáveis. Ele se baseia na análise de levantamento de dados gerais, levantamento em

escala regional e por último a viabilização em escala local. Após essa análise as localidades

poderão ser consideradas: recomendáveis, recomendada com restrições e não

recomendado.

Lima (1999), considera para a escolha a análise do valor e a lógica nebulosa. A

análise do valor tem como intuito escolher o local que tenha o menor custo.O conhecimento

de especialistas é reunido ao método através da média ponderada na matriz de avaliação

funcional apresentando resultados do tipo: nível 1 – não aceito; nível 2 – aceito com

restrições e nível 3 – recomendado.

Andrade (1999) envolve parâmetros de inclusão e exclusão, análises de rede e

sobreposição topológica, em âmbito de um Sistema de Informação Geográfica

(SIG).Também são considerados os fatores ambientais, sociais e econômicos da localidade

além de normas e leis ambientais e técnicas.

Massunari et al (2000 ) trabalha em seu método em duas partes distintas, uma

primeira em que determina locais favoráveis a instalação de aterros e após a primeira

triagem, escolhe três localidades, atribuindo valores que variam de 1 a 10, em que, em cada

critério, quanto maior for a pontuação mais favorável é a área. Também são dados valores

de 1 a 5 conforme a importância do indicador.

Existem outros autores e métodos, tais como: Kataoka – para a escolha de áreas

para aterros sanitários industriais; Coelho; Aller et al, Cunha & Parzanese e etc.

Para a realização desse trabalho, não foram utilizadas metodologias para a escolha

inicial, pois já existiam algumas localidades pré-determinadas pela prefeitura, para a cidade

de Petrópolis, onde serão feitas as análises que apontarão para o local mais indicado para a

implantação do aterro sanitário.

A partir da idéia em se propor uma maneira mais barata e eficiente de se escolher a

localização para a implementação de aterros sanitários, foi criado um sistema baseado em

Page 55: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

45

lógica nebulosa. O sistema é composto de três módulos: módulo ambiental, módulo social e

módulo técnico-econômico. Cada um desses módulos é capaz de gerar uma nota, que

permitirá uma melhor comparação entre as localidades e, conseqüentemente, melhor

escolha da localização.

3.3.2 Sistemas Nebulosos de Apoio a Decisão

Com base em Evsukoff (2002), pode-se considerar conjuntos nebulosos Ai i= 1…n

de entrada de dados e conjuntos nebulosos Bj j= 1 …m de saída que possuem funções de

pertinência do tipo triangular e trapezoidais nos extremos. As partições A e B são definidas

pelos conjuntos de protótipos A = (a1… an) e B = (b1… bm). Cada combinação k =(i,j)

representa uma regra Ai Bj escrita como:

SE x é Ai ENTÃO y é Bj , k= 1…n

Nestes sistemas simplificados podemos considerar a base de regras representada

pela relação nebulosa Φ definida pelo produto cartesiano dos conjuntos A e B, de entrada e

saída, considerados no mesmo conjunto de domínio. Cada regra na base de regras pode ser

ponderada pelo valor de pertinência µΦ (Ai ,Bj) que representa o quanto o conjunto

nebuloso Ai está associado ao conjunto nebuloso Bj .

A base de regras pode ser representada por uma matriz do tipo:

onde n e m são respectivamente os números de conjuntos nebulosos nas partições de

entrada e saída.

Abaixo são apresentadas três representações da mesma base de regras:

Se x é A1 então y é B2 A1 B2

Se x é A2 então y é B1 A2 B1

Se x é A3 então y é B2 A3 B2

(rep. lingüística) (rep.simbólica) (rep.gráfica)

Nos modelos em que se utilizam sistemas nebulosos simplificados a saída y0 ∈Y é

calculada a partir de uma entrada exata x0 ∈ X nas três etapas genéricas:

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

ΦΦ

ΦΦ

),(),(

),(),(

1

111

mnn

m

BABA

BABA

µµ

µµ

ΛΜΜ

Λ

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

100110

Page 56: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

46

• Fuzzificação: onde o vetor de ativação das regras u é calculado para a

entrada x0 ∈ X a partir da partição de entrada A como:

u = (µA1 (x0 ),…,µAn (xo )) • Inferência: onde o vetor de pertinência de saída v é calculado a partir de u e

da base de regras Φ usando o operador composição-projeção:

v = u ο Φ • Defuzzificação: onde a saída y0 ∈Y é calculada a partir do vetor de

pertinência de saída v e do vetor b = (b1,…,bm) que define a partição de saída

B:

y0 = v.b

A saída numérica pode ser representada diretamente a partir do vetor de pertinência

de entrada e da base de regras como:

yo = u. Φ. B

O sistema nebuloso simplificado é mais eficiente computacionalmente devido à

utilização da multiplicação matricial na inferência e na defuzzificação. Além disso, ainda

permite a utilização de pesos nas regras e no vetor de pertinência de saída. Este tipo de

solução tem grande utilização nos problemas de apoio a decisão.

3.4 Sistema utilizado de Apoio à decisão

No sistema desenvolvido na tese, as variáveis foram empregadas separadamente

com valores qualitativos e quantitativos. As variáveis qualitativas representam valores

obtidos através do conhecimento de especialistas, e as variáveis quantitativas representam

valores obtidos das normas.

A figura 3.6 a seguir apresenta a representação esquematizada do sistema de apoio à

decisão empregado neste trabalho, onde fica evidenciado a utilização das variáveis nas

diferentes etapas. Como pode ser observado, as variáveis quantitativas sofrem um processo

de fuzzificação (F), enquanto as variáveis qualitativas já representam o conhecimento

através de sentenças lingüísticas.

A etapa (I) representa a inferência nebulosa, que contem uma base de regras obtida

do conhecimento extraído de especialistas. Nesta etapa são obtidas conclusões parciais (v),

que são finalmente agregadas na etapa (A).

Page 57: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

47

Figura 3.6

Descrição das etapas e variáveis:

• x1 a xn são as variáveis quantitativas.

• u1 a un são as variáveis quantitativas fuzzificadas.

• u n+1 a u n+m são as variáveis qualitativas.

• I é o processo de inferência que apresenta os resultados dos valores parciais das

variáveis:

o v1 a vn valor parcial das variáveis quantitativas.

o v n+1 a v n+m valor parcial das variáveis qualitativas.

o Resultado: v1 = u1 X fi1

Onde fi1 são as regras utilizadas no sistema.

• A é a Agregação das variáveis:

• S é a Saída

No capítulo seguinte, que trata da descrição do problema abordado, são

apresentadas as variáveis qualitativas empregadas, as variáveis quantitativas e seu processo

de fuzzificação, a inferência das regras e finalmente a agregação dos resultados parciais e a

obtenção de uma saída final.

Page 58: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

48

Capítulo 4

Descrição do Sistema

Sistema para localização de aterro sanitário

O programa computacional desenvolvido tem como objetivo principal desenvolver

um sistema de apoio à decisão para a escolha de localizações para Aterros Sanitários,

seguindo critérios ambientais, econômicos e sociais. Esse sistema visa reduzir o custo e

facilitar a escolha para pequenas cidades ou municípios, mas sem descartar a opinião de

especialistas no assunto.

Inicialmente o programa gerado abrangia todas as variáveis dos três critérios

mencionados acima conjuntamente e resultava em uma resposta única de saída, entretanto,

optou-se em separar estes critérios em três partes: Ambiental, Social e Econômico. Visto

que desta maneira há um maior controle sobre o comportamento de cada localização,

levando a uma melhor análise comparativa. Com o intuito de melhorar e facilitar a entrada

de dados e a visualização dos resultados foi desenvolvida uma interface gráfica em Visual

Basic 6.0.

Para a avaliação e certificação do sistema desenvolvido foram utilizados dados de

problemas já resolvidos de localização de aterros sanitários no município de Nova Iguaçu

(em fase de implantação). Pode-se comprovar que a resposta do sistema levou à escolha

adequada, mostrando estar apto para auxiliar na escolha de localização de aterros sanitários,

como no problema analisado nesta dissertação, na cidade de Petrópolis.

O município de Petrópolis possui três lugares onde podem ser construídos aterros

sanitários: Pedro do Rio, BR 040 e Posse. Estes locais foram analisados e foi possível,

portanto, indicar como resultado o melhor local para a implementação do aterro.

4.1 Descrição das variáveis

As variáveis utilizadas no sistema foram assim distribuídas:

Variáveis Quantitativas X1, X2, X3, X4, X5, X10, representam valores encontrados

na norma NBR 13896/1997.

Page 59: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

49

Variáveis Qualitativas X6, X7, X8, X9, X11, X12, X13, X14, representam valores

obtidos através do conhecimento de especialistas.

Estas variáveis se apresentam separadas por critérios ambientais, sociais e

econômicos que obedecem a normas, leis e resoluções disponíveis no Brasil. O sistema

desenvolvido inclui estes critérios e seus valores como apresentado a seguir.

4.1.1 Critérios Ambientais

As variáveis empregadas no sistema desenvolvido que se referem aos critérios

ambientais são apresentadas na Tabela 4.1 a seguir:

Tabela 4.1

X1 Proximidade de cursos d’água; X2 Permeabilidade do solo X3 Distância de lençol freático X4 Distância a aeroportos

A norma NBR 13896/1997, Manual do IBAM exigem os seguintes valores mínimos

para estas variáveis:

• PROXIMIDADE DE CURSOS D’ÁGUA: As áreas não podem se situar a menos de 200m

de corpos d’águas relevantes (qualquer coleção hídrica ou curso d`água).

• PERMEABILIDADE: É desejável que o solo tenha uma baixa condutividade hidráulica

afim de que se evite a percolação de chorume. O coeficiente de permeabilidade

esperado deve ser inferior a 5 x 10-5 cm/s e uma zona não saturada superior a 3,0 m.

• DISTÂNCIA DE LENÇOL FREÁTICO: Entre a superfície inferior do aterro e o mais alto

nível do lençol freático deve haver uma espessura mínima de 1,50m de solo

insaturado.

• DISTÂNCIA A AEROPORTOS: Áreas de aterros não devem se situar próximas a

aeroportos ou aeródromos, a distância mínima é de 3Km.

4.1.2 Critérios Sociais

As variáveis empregadas no sistema que se referem aos critérios sociais são

apresentadas na Tabela 4.2 a seguir:

Page 60: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

50

Tabela 4.2

X5 Proximidade de núcleos residenciais X6 Distância de núcleos de baixa renda X7 Ocupação das vias de acesso X8 Problemas com a comunidade local

A norma NBR 13896/1997, Manual do IBAM e o conhecimento de especialistas

exigem os seguintes valores mínimos para estas variáveis:

• PROXIMIDADE DE NÚCLEOS RESIDENCIAIS: Recomenda-se que esta distância seja

superior a 1000m*.

• DISTÂNCIA DE NÚCLEOS DE BAIXA RENDA: Depósitos de lixo são locais que atraem

pessoas desempregadas, de baixa renda ou sem qualificação profissional, que vêem

na catação do lixo, um meio de subsistir e que passam a viver desse tipo de trabalho

em condições insalubres, gerando uma série de responsabilidades sociais e políticas

para as prefeituras. Por isso, caso uma nova localização seja situada próximo a esses

núcleos, deverão ser criados mecanismos alternativos de geração de emprego.

• OCUPAÇÃO DAS VIAS DE ACESSO: É desejável que o trânsito de caminhões seja

encaminhado por áreas com baixa densidade demográfica.

• PROBLEMAS COM A COMUNIDADE LOCAL: É desejável que não haja problemas, com a

comunidade local, com organizações não governamentais (ONG’s) e com a mídia,

pois está indisposição com o poder público irá gerar reações negativas à instalação

do aterro.

* A NBR 13896/1997 recomenda como valor para distância mínima a núcleos

residenciais, valor superior a 500m (item 4.1.1 letra h), porém no sistema, optou-se por

utilizar um valor mais restritivo, de 1000m, baseado na tabela 19 do IBAM, no Manual de

Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

Page 61: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

51

4.1.3 Critérios Econômicos

As variáveis empregadas no sistema que se referem aos critérios econômicos são

apresentadas na Tabela 4.3 a seguir:

Tabela 4.3

X9 Disponibilidade de material de cobertura X10 Vida útil X11 Custo de aquisição do terreno X12 Investimento em infraestrutura X13 Acesso a veículos pesados X14 Distância ao centro de coleta X15 Uso do solo

A norma NBR 13896/1997 e o conhecimento de especialistas exigem os seguintes

valores mínimos para estas variáveis:

• DISPONIBILIDADE DE MATERIAIS DE COBERTURA: é desejável que se tenha bastante

quantidade de material de cobertura e que ele esteja próximo ao aterro.

• VIDA ÚTIL: o tamanho e a vida útil devem estar inter-relacionados e recomenda-se a

construção de aterros com vida útil mínima de 10 anos.

• CUSTO DE AQUISIÇÃO DO TERRENO: Se o terreno não for da prefeitura, deverá se

situar, preferencialmente, em áreas rurais, devido ao baixo custo de aquisição destas

áreas, além de ser necessária a elaboração de um cronograma físico-financeiro para

verificar a viabilidade econômica do empreendimento.

• INVESTIMENTO EM INFRA-ESTRUTURA: É importante que a área escolhida apresente

infra-estruturas completas, minimizando os custos da instalação do aterro.

• ACESSO A VEÍCULOS PESADOS: Preferencialmente o acesso ao terreno deverá ser

pavimentado, sem rampas íngremes e sem curvas acentuadas, de forma a permitir o

livre transito de caminhões mesmo em épocas de chuva.

• DISTÂNCIA AO CENTRO DE COLETA: Espera-se que o percurso de ida e volta dos

veículos coletores seja o menor possível com vista a reduzir os custos de transporte

do lixo.

• USO DO SOLO: É desejável que a área escolhida não seja área de proteção ambiental.

Page 62: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

52

4.2 Descrição das etapas do sistema

4.2.1 Fuzzificação

Fuzzificação transforma os valores de entrada numéricos em informações

qualitativas. Esta etapa só se aplica às variáveis cujo conteúdo é quantitativo, as demais

cujo conteúdo é qualitativo, seguem direto para a etapa da Inferência. Sendo assim,

apresentam-se a seguir as etapas de fuzzificação das variáveis quantitativas empregadas.

Proximidade de cursos d’água

Esta variável é descrita por três funções: perto, médio e longe. Estas funções são

chamadas de função de pertinência. A partir da entrada do valor numérico da distância ao

curso d’água será definido a quais dessas funções este valor pertence e com que grau de

pertinência. A Figura 4.1 a seguir representa um exemplo deste processo para um valor de

500 m de distância a cursos d’água. O valor do grau de pertinência é de 0,625 para perto,

de 0,375 para médio e igual a 0,000 para longe. O somatório destes valores deverá ser igual

a um.

Proximidade de Cursos D'água

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500

Distância (m)

Gra

u de

per

tinên

cia

PertoMédioLongeExemplo

Figura 4.1 – Funções de Pertinência para X1

Page 63: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

53

Portanto, o valor numérico de entrada (500m) foi transformado em uma informação

qualitativa com o seu devido grau de pertinência (62,5% perto, 37,5% médio, 0,0% longe).

Caracterizando assim o processo de fuzzificação da variável.

Permeabilidade

Esta variável é descrita por três funções: pequena, média e grande. A entrada se dá

de forma numérica, ou seja, deverá ser informada a permeabilidade encontrada no solo

onde está sendo estudada a possibilidade de implantação de um aterro. Por exemplo, dado

um valor de 0,0000256 cm/s apresentado na Figura 4.2, esta variável pode ser representada

de forma lingüística como: igual a 0,0000 para pequena, igual a 0,5918 para média e

0,4082 para grande. A soma das três funções deve totalizar o valor igual a um.

Com isso, o valor numérico de entrada (0,0000256 cm/s) foi transformado em uma

informação qualitativa com o seu devido grau de pertinência (0,00% pequena, 59,18%

média, 40,82% grande). Caracterizando o processo de fuzzificação da variável.

Permeabilidade

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,00E-07 1,00E-06 1,00E-05 1,00E-04 1,00E-03

Permeabilidade (cm/s)

Gra

u de

per

tinên

cia

PequenaMédiaGrandeExemplo

Figura 4.2 – Funções de Pertinência para X2

As outras variáveis numéricas, Distância de Lençol Freático, Distância de

Aeroportos, Distância de núcleos residenciais e Vida Útil, a seguir, apresentam o mesmo

Page 64: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

54

funcionamento das descritas acima. As Figuras 4.3, 4.4, 4.5 e 4.6 a seguir representam suas

funções de pertinência.

Distância do lençol freático

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1 1,5 2 2,5 3

Distância (m)

Gra

u de

per

tinên

cia

PequenaMédiaGrandeExemplo

Figura 4.3 - Funções de Pertinência para X3

Distância a Aeroportos

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

0 2 4 6 8

Distância (km)

Gra

u de

per

tinên

cia

PequenaMédiaGrande

Figura 4.4 - Funções de Pertinência para X4

Page 65: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

55

Proximidade de núcleos residenciais

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

0 1000 2000 3000 4000

Proximidade (m)

Gra

u de

per

tinên

cia

PertoMédioLonge

Figura 4.5 - Funções de Pertinência para X5

Vida Útil

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

0 5 10 15 20 25

Vida útil (anos)

Gra

u de

per

tinên

cia

Pequena MédiaGrande

Figura 4.6 - Funções de Pertinência para X10

4.2.2 Inferência das regras

Nesta etapa as variáveis com informação qualitativa de entrada têm seus valores

atribuídos a valores qualitativos de saída, que no caso do sistema desenvolvido são:

Localização Ruim, Aceitável e Adequada. Esta transformação se dá com o uso de regras,

que permitem o mapeamento do espaço de entrada no espaço de saída.

Utilizando as variáveis de entrada foram criadas regras simples empregando-se

matrizes como mostrado a seguir:

Page 66: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

56

Ruim Médio Bom P (perto) M (médio) L (longe)

Foram utilizados 3 tipos de regras para as seguintes variáveis:

regra I – variáveis X1, X3, X4, X5, X6,X10, X13;

regra II - variáveis X2, X7, X8, X11, X12, X14;

regra III - variável X9; assim demonstrada:

As matrizes que representam estas regras são:

I ⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

100010001

II ⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

001010100

III

⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢

100100010001

As regras do tipo I são exemplificadas da seguinte forma:

SE X1 é Perto ENTÃO local é Ruim (1 0,0);

SE X1 é Médio ENTÃO local é Aceitável (0,1,0);

SE X1 é Longe ENTÃO local é Adequado (0,0,1).

Para todas as variáveis e regras descritas abaixo, uij representa o grau de pertinência

(u1 a un são as variáveis quantitativas fuzzificadas), obtido da fuzzificação quando a

variável for quantitativa, e (u n+1 a u n+m é a fuzzificação das variáveis qualitativas), da

própria entrada de dados quando a variável for qualitativa.

Proximidade de cursos d’água – X1

A matriz de informação qualitativa de entrada, obtida na fuzzificação, é então

multiplicada pela matriz de regras, obtendo-se uma matriz parcial de informação qualitativa

de saída, como apresentado abaixo:

Desta forma fica caracterizado o processo de inferência.

Informação Qualitativa de Entrada Regras Informação Parcial Qualitativa de

Saída = X

X = ][ 131211 vvvAdequadaAceitávelRuim

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

100010001

][ 131211 uuuLongeMédioPerto

Page 67: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

57

Permeabilidade – X2

Esta variável tem o mesmo procedimento da variável exemplificada anteriormente.

Uma matriz de informação qualitativa obtida da fuzzificação, que é multiplicada pela

matriz de regras do sistema, obtendo-se assim uma matriz qualitativa de saída, de valores

parciais.

Com isso está caracterizado o processo de inferência desta variável.

Distância do lençol freático – X3

Esta e as demais variáveis apresentam o mesmo comportamento, variando somente as

regras utilizadas.

As variáveis quantitativas Distância de Aeroportos (X4), Distância a núcleos

residenciais (X5) e Vida útil (X10) recebem o mesmo tipo de tratamento dado as variáveis

descritas anteriormente.

Distância de núcleos de baixa renda – X6

Como esta variável, e as abaixo apresentadas, são do tipo qualitativa, o grau de

pertinência da matriz de entrada e de saída só poderá ser 0 (zero) ou 1 (um), pois nestes

casos a entrada de dados só permite definir a variável segundo três opções qualitativas. Para

distância de núcleos de baixa renda as três opções são: pequena, média e grande.

= X Informação Qualitativa de Entrada

][ 131211 vvvAdequadaAceitávelRuim

Regras

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

100010001

Informação Qualitativa de Saída

][ 131211 uuuGrandeMédiaPequena

X =

= X Informação Qualitativa de Entrada

][ 111213 vvvAdequadaAceitávelRuim

Regras

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

001010100

Informação Qualitativa de Saída

][ 131211 uuuGrandeMédiaPequena

X =

Page 68: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

58

Ocupação das vias de acesso – X7

Para esta variável as três opções são: pequena, média e grande. E o comportamento

é o mesmo da variável descrita acima.

Problema com a comunidade local - X8

Para esta variável as três opções são: pequeno, médio e grande. E o comportamento

é o mesmo das variáveis descritas acima.

Disponibilidade de material de cobertura - X9

Esta variável é definida segundo a disponibilidade de material para cobertura, e a

sua distância ao aterro. As opções são: - Quantidade: pequena e grande; - Distância:

pequena e grande. E o comportamento é o seguinte:

Custo de aquisição do terreno - X11

Para esta variável as três opções são: baixo, médio e alto.

= X Informação qualitativa de Entrada

Se Pequena: [ ]001 Se Média: [ ]010 Se Grande: [ ]100

Regras

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

100010001

Informação qualitativa de Saída

X = ][ 131211 vvvAdequadaAceitávelRuim

= X Informação qualitativa de Entrada

Se Distância: pequena E Quantidade: pequena [ ]0001 Se Distância: pequena E Quantidade: grande [ ]0010 Se Distância: grande E Quantidade: pequena [ ]0100 Se Distância: grande E Quantidade: grande [ ]1000

Regras

⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢

010001100001

Informação qualitativa de Saída

][ 131211 vvvAdequadoAceitávelRuim

Page 69: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

59

Investimento em infra-estrutura - X12

Para esta variável as três opções são: pequeno, médio e grande.

Acesso a veículos pesados - X13

Para esta variável as três opções são: fácil, médio e difícil.

Distância ao centro de coleta - X14

Para esta variável as três opções são: pequena, média e grande.

Uso do solo: A.P.A.- X15

Para esta variável as opções são: sim e não. Portanto, não se emprega lógica

nebulosa para esta variável

4.2.3 Agregação

Nesta fase do processo, a informação qualitativa de saída será transformada em

informação quantitativa, que representará a situação da localização segundo uma nota que

varia de 0 (zero) a 10 (dez). Cada um dos três critérios ambiental, social e econômico,

receberá uma nota deste tipo. Ao final do processo, pode-se emitir uma nota única

ponderada, que representará a qualidade ou nota geral da localização.

Para cada um dos critérios o processo é o seguinte:

Com os resultados de Vi, é formada uma única matriz MAT composta dos

elementos Vi , que terá 3 colunas e i linhas. Por exemplo:

Informação qualitativa de Saída

][

][][

321

2322212

1312111

iiii vvvV

vvvVvvvV

=

==

ΜΜΜΜ

Page 70: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

60

Mat.=

⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢

⇒⇒⇒⇒⇒⇒⇒

7

6

5

4

3

2

1

100010100100100100100

VVVVVVV

A partir desta matriz MAT e da matriz de pesos9, de cada variável, é efetuada uma

multiplicação de matrizes. A partir do resultado obtido, divide-se pela soma dos pesos

utilizados na matriz de pesos, com isso obtendo-se os resultados numéricos de

defuzzificação para cada um dos critérios.

Para o exemplo representado acima, temos:

[ ]68855107 X

⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢

100010100100100100100

= [ ]4914180 × = [ ]8367,01633,00

Matriz Pesos X Mat. = S / (soma dos pesos) = S

Na matriz de pesos cada posição representa o peso de uma variável da seguinte

forma: primeira posição (A11) → V1 ; segunda posição (A12) → V2 ; ..... n-ésima posição

(A1i) → Vi.

As três posições da Matriz S representam o mesmo que a informação qualitativa de

saída, ou seja, o quanto à localização é: Ruim, Aceitável e Adequada. Assim sendo, para o

exemplo dado acima, a localização é 0% Ruim, 16,33% Aceitável e 83,67% Adequada,

segundo um dos critérios adotados no sistema.

9 Matriz de pesos = valores da tabela do IBAM e de conhecimento de especialistas.

Page 71: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

61

4.2.4 Saída

A partir dos valores encontrados para cada um dos critérios, faz-se uma nova

multiplicação de matrizes, Matriz S pela Matriz Nota10. Este procedimento serve para que

se tenha ao final uma única nota, por critério, e possa-se analisar as localidades pré-

estabelecidas e iniciar a escolha do melhor local para a implantação do aterro sanitário.

Matriz Nota: ⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

1050

Para o exemplo dado acima teremos:

[ ]8367,01633,00 X ⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

1050

= 9,1837 = Nota única do critério analisado.

4.2.5. Verificação do Sistema

4.2.5.1 Análise do aterro projetado para Nova Iguaçu

No município de Nova Iguaçu está sendo implantado um aterro sanitário. Para a

escolha do local mais apropriado, vários especialistas fizeram uma análise dentre quatro

locais disponíveis. O local escolhido como resultado desta análise foi Adrianópolis.

De forma a verificar a eficácia do sistema desenvolvido nesta tese, foram analisadas

estas quatro localidades de Nova Iguaçu, conforme Tabela 4.4. O sistema indicou a

localidade de Adrianópolis como a mais adequada, sendo este resultado o mesmo

apresentado por estudos anteriores que indicaram este local, com isso corroborando o

método empregado nesta tese. O aterro sanitário já está em fase de implantação em

Adrianópolis.

10 Matriz Nota = Foram arbitrados os seguintes valores para a ponderação da nota final, 0 para a pior nota, 5 para média e 10 para excelente.

Page 72: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

62

Tabela 4.4 Nova Iguaçu Critérios/Localidades Marambaia Aeródromo Campo

Alegre Adrianópolis

Ambiental 2,00 2,00 10,0 10,0 Social 5,00 5,00 2,273 7,727

Econômico 8,163 7,347 8,98 8,98 Nota Final 5,054 7,084 4,782 8,902

Foram utilizados pesos iguais para os três critérios e para as quatro localidades

analisada neste caso.

Page 73: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

63

Capítulo 5

Estudo de caso

Petrópolis, como outras cidades no país, está em ritmo acelerado de crescimento

populacional, o que acarreta um aumento da necessidade de se melhorar a infra-estrutura

dos serviços prestados. Porém não é o que ocorre, a cidade continua com a mesma estrutura

de anos atrás, e o sistema de coleta e tratamento de lixo vêm sofrendo com a falta de

planejamento para o setor. O atual aterro não suporta mais o recebimento de resíduos, que a

cada dia se torna maior em quantidade. Existe a possibilidade, no atual governo, de se

construir um novo aterro sanitário, porém ainda não foi definido o local e

conseqüentemente, obtidas as licenças necessárias.

Para a análise do sistema proposto foram utilizados os valores obtidos junto a

Companhia que presta serviços de coleta junto a Prefeitura de Petrópolis – COMDEP, de

três locais em que poderá ser implantado o aterro sanitário: Pedro do Rio, BR-040 e Posse.

5.1 Dados de entrada

Na Tabela 5.1 a seguir, estão relacionados os dados das variáveis quantitativas, bem

como os valores estipulados para as variáveis qualitativas, referentes aos três locais pré-

escolhidos na cidade de Petrópolis.

Page 74: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

64

Tabela 5.1 – Valores das variáveis para as localidades analisadas

Local 1: Pedro do Rio Local 2: Posse Local 3: BR 040

Cursos D´água (m) 600,00 50,00 1,00

Permeabilidade (cm/s) 1 E-5 2,56 E-5 1,00E-06 (*) Lençol Freático (m) 2,00 8,45 0,70

Ambiental

Distância Aeroporto(km) 100,00 110,00 60,00

Núcleos Residenciais (m) 4.000,00 2.000,00 6.000,00 Distância Núcleos Baixa renda (Km)

Grande Média Média

Ocupação de vias de acesso (Km)Pequena Pequena Pequena

Social

Problemas c/ a comunidade local Pequeno Grande Médio (*)

Custo do terreno (R$) 150.000,00 350.000,00 -

Área do terreno (m2) 30.000 565.284 207.345 Disponibilidade de material

de cobertura Dist. Pequena Quant. Grande

Dist. Pequena Quant. Grande

Dist. Pequena Quant. Grande

Vida útil (anos) 1,00 20 a 30 (adotado 25) 15,00 Custo de aquisição do

Terreno (R$/m²) Alto Baixo Baixo (*)

Investimento em Infra estrutura (R$)

Pequeno Pequeno Pequeno

Acesso a veículos pesados Fácil Fácil Fácil

Distância ao centro de coleta (km)

Média Média Pequena

Econômico

Uso do solo É APA É APA É APA (*) Os valores acima foram arbitrados, segundo as condições informadas pelos responsáveis da COMDEP.

Page 75: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

65

Telas do Sistema de entrada de dados

Figura 5.1 - Valores para o critério ambiental para a localidade da Posse

O sistema apresenta as telas, segundo os critérios adotados, ou seja, ambiental,

social e econômico. Em cada tela, conforme Figura 5.1, têm-se os valores referentes ao

local que se quer analisar. Em algumas opções é possível apresentar o gráfico referente às

mesmas. O sistema é bastante amigável, pois admite a entrada dos valores de forma

simplificada, permitindo ao usuário visualizar as respostas imediatamente após a entrada

dos dados do critério que se quer analisar. Ou seja, após essa entrada já é possível obter

valores de respostas, ou notas, para cada critério. O sistema conta também com a

possibilidade de interferência nas condições do terreno a ser estudado. Ele então manterá a

primeira nota sem intervenção e outra nota mostrando como o valor do critério pode ser

alterado se forem feitas intervenções no terreno. Tais intervenções podem ser

exemplificadas como: considerar no projeto a ser desenvolvido a implantação de uma

Geomembrana de Polietileno de Alta Densidade - PEAD de 1,5mm de espessura,

texturizadas em ambas as faces, no fundo do aterro. A figura 5.2 mostra esse exemplo com

a nova configuração.

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66

Figura 5.2 - Valores para localidade da Posse para o critério ambiental com intervenção. As demais telas dos gráficos, já mencionadas, estarão no anexo ao final do texto.

A figura 5.3 apresenta a tela de sumário, onde são apresentadas todas as notas

obtidas, bem como os pesos que o usuário utilizou, podendo-se manter pesos iguais para

todos os critérios (default11 do programa) ou alterar estes pesos conforme melhor avaliação

para a região escolhida. No exemplo abaixo, em que são mostradas as notas para a

localidade da Posse, indicando também valores com intervenções para o critério ambiental,

foram utilizados pesos iguais para os três critérios e apresenta-se também a nota final.

11 Default = padrão

Page 77: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

67

Figura 5.3– Sumário para a localidade da Posse

Além dessa tela, ainda existe mais uma que é a de Relatório Final, onde são

apresentados todos os valores da localidade analisada, bem como as notas por critério, os

pesos e o resultado final.

Exemplo do Relatório Final

Local 2:Posse - Com intervenção Dados utilizados:

Ambiental: Proximidade de cursos d'água = 50m : Com Intervenção Permeabilidade = 0,0000256cm/s : Com Intervenção Distância do lençol freático = 8.45m Distância a aeroportos = 110km Social: Proximidade de núcleos residenciais = 2000m Distância de núcleos de baixa renda = Média Ocupação das vias de acesso = Pequena Problemas com a comunidade local = Grande

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68

Econômico: Disponibilidade de material de cobertura: Quantidade = Pequena Distância = Grande Vida útil = 25anos Custo de aquisição do terreno = Baixo Investimento em infraestrutura = Pequeno Acesso à veículos pesados = Fácil Distância ao centro de coleta = Média Uso do solo: Área de proteção ambiental = Área de proteção ambiental Resultados obtidos: +++++++ NOTAS +++++++ Ambiental = 10 Peso = 0,3333333 Social = 4,848 Peso = 0,3333333 Econômico = 7,959 Peso = 0,3333333 Nota Final = 7,603 5.2 Resultados

5.2.1 Município de Petrópolis

Na cidade de Petrópolis foram utilizados três locais.

Local 1 - Próximo à pista da BR-040: local definido pelo atual governo;

Local 2 – Posse: localidade determinada pela gestão passada;

Local 3 - Pedro do Rio: onde hoje se encontra um aterro controlado.

Outros terrenos foram considerados, porém não satisfaziam as condições mínimas

de estudo, tais como: estar dentro de uma das áreas mais valorizadas de Petrópolis –

Itaipava; ou então não apresentar condições de acesso para veículos pesados – Outro

terreno na Posse.

Depois da análise destas três localidades, BR-040, Posse e Pedro do Rio, e,

adotando-se um valor eqüitativo de peso para os critérios de todas as localidades, têm-se

como resultado mais favorável à implantação o local da BR040, que obteve a seguinte

pontuação conforme tabela 5.3:

Page 79: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

69

Tabela 5.3 Petrópolis Critérios/ Localidades BR040 Posse Pedro do Rio BR040 Posse Pedro do Rio

Ambiental 2,00 2,00 4,00 2,00 10,00 6,00 Social 7,576 4,848 10,00 7,576 4,848 10,00

Econômico 8,100 7,959 4,90 8,100 7,959 4,90 Nota final s/int. 5,890 4,936 6,300 - - - Nota final c/int. - - - 5,890 7,603 6,97

Conforme a tabela 5.3, chega-se a conclusão que a melhor localidade para a

implantação do aterro sanitário no município de Petrópolis, segundo o sistema empregado é

o da Posse, com nota final de 7,603 – com intervenção, que poderá ser feita para o desvio

do curso d’água existente em parte do terreno.

Esta alternativa de modificação dos valores do critério ambiental pode encarecer o

projeto, mas torna viável uma localidade, que numa primeira escolha, poderia não ser

incluída. Essa decisão e outras relativas aos pesos a serem utilizados irão variar de

município para município, dependendo das condições e do interesse da prefeitura.

Page 80: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

70

Capítulo 6

Conclusões

Existem várias maneiras de se obter a melhor localização e ela irá variar de

localidade para localidade. Pode-se considerar como fator preponderante os critérios

ambientais, pois os sociais já começam com a dificuldade de se encontrar, em qualquer

lugar, uma comunidade que aceite um aterro nas suas imediações. Além desses, tem-se o

critério técnico/econômico que vai depender exclusivamente da capacidade de gasto da

localidade, pois hoje é possível solucionar, através da engenharia, todos os problemas que

existirem no terreno.

A tese teve como motivação à busca de uma ferramenta computacional para se

escolher um local para implantar um aterro sanitário, conseguindo demonstrar que é

possível utilizar a lógica nebulosa, que permite trabalhar com valores que estabelecem uma

relação muito próxima da realidade, além de criar um sistema bastante amigável. Tal fato

facilita a utilização pelo usuário permitindo que os valores dos locais ao serem

introduzidos, apresentem respostas, gráficos e notas dos critérios independentemente uns

dos outros, apresentando inclusive sumário e um relatório final, com todos os valores

utilizados, se há ou não intervenção, os pesos utilizados e o resultado total final da

localidade.

Um outro objetivo desse trabalho foi apresentar a vantagem de se obter um sistema

que apresente uma resposta inicial permitindo aos gerenciadores de um empreendimento ter

um valor em relação aos locais pré-determinados. Este sistema inclui não somente técnicas

já consagradas, como as normas, manuais, e o conhecimento de especialistas. Este último

se dá através da lógica nebulosa, nas variáveis qualitativas, como também quando da

utilização de pesos para o resultado final e que venha a causar o menor impacto ambiental,

de preferência nenhum conflito com as comunidades locais e que esteja dentro do

orçamento previsto.

Um fator interessante na utilização da lógica nebulosa é que ela permite utilizar

variáveis que, ao contrário da lógica booleana descartaria a localidade tornando-a apta ou

não apta, mas fornecendo valores graduais num intervalo de [0,1], em vez de valores

Page 81: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

71

abruptos. Esses valores obtidos podem compensar uns aos outros, fazendo com que se

tenha um conjunto de resultados que permitam chegar a um resultado final em que possam

ser utilizados pesos e se tomar uma decisão.

Para a avaliação e certificação do sistema desenvolvido foram utilizados dados de

problemas já resolvidos de localização de aterros sanitários no município de Nova Iguaçu

(em fase de implantação). Pode-se comprovar que a resposta do sistema condiz com a

situação real da escolha deste local. Portanto, mostrando que o sistema está apto para

auxiliar na escolha de localização de aterros sanitários.

No estudo do caso do município de Petrópolis foram analisados pelo sistema três

terrenos em que existia uma possibilidade de instalação e ao final obteve-se como resultado

que a localidade da Posse é a melhor solução para ser implantado o aterro sanitário.

O sistema computacional desenvolvido mostra ser uma ferramenta capaz de

contribuir para o desenvolvimento de uma cidade, no sentido de uma diminuição de ações

danosas ao meio ambiente.

Page 82: LOCALIZAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS UTILIZANDO …

72

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176, University of California, Berkeley, California, USA.

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Anexos

Anexo 1 – Fotos e esquemas do aterro de Nova Iguaçu

Figura A1 – Corte esquemático do Aterro Sanitário de Nova Iguaçu

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Figura A2 – Vista Geral do Aterro Sanitário de Nova Iguaçu

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Figura A3 –Modelo de impermeabilização com geomembrana do Aterro Sanitário de Nova Iguaçu

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Anexo 2 – Fotos das localidades analisadas para Petrópolis

Aterro controlado de Pedro do Rio

Figura A04 – “Situação inicial do aterro - lixão”

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Figura A05 – “Situação inicial – Chorume a céu aberto”

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Figura A06 – “Obras iniciais – Construção da saia do aterro”

Figura A07 – “Obras iniciais – Canalização das águas pluviais”

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Figura A08 – “Tratamento do chorume – torres de aeração / batelada / retorno ao aterro”

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Figura A09– “Vista da entrada do aterro controlado na BR040 – Km 49,5”

Figura A10 – “Vista atual – Construção de nova célula”

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Anexo 3 – Fotos das localidades analisadas para Petrópolis

Estação de transbordo no Duarte da Silveira – BR040

Figura A11 – “Área de descarga dos caminhões”

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Anexo 4 – Fotos das localidades analisadas para Petrópolis

Localidade da BR040

Figura A12 – “Área a ser implantado o aterro sanitário”

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Figura A13 – “Águas da BR 040 que deságuam para o terreno”

Figura A14 – “Área de retirada de material para cobertura”

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Anexo 5 – Telas do sistema para as localidades analisadas em Petrópolis

Exemplo para a localidade da Posse

Figura A15 – “Valores para o critério ambiental - Posse”

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Figura A16 – “Resultados para o critério ambiental - Posse”

Figura A17 – “Valores para proximidade de cursos d’água - Posse”

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Figura A18 – “Valores para permeabilidade – Posse”

Figura A19 – “Valores para distância de Lençol freático – Posse”

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Figura A20 – “Valores para distância de aeroportos – Posse”

Figura A21 – “Valores para o critério ambiental – com intervenção – Posse”

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Figura A22 – “Valores para proximidade de cursos d’água– com intervenção – Posse”

Figura A23 – “Valores para permeabilidade– com intervenção – Posse”

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Figura A24 – “Valores para o critério social – Posse”

Figura A25 – “Resultados para o critério social – Posse”

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Figura A26– “Valores para proximidade de núcleos residenciais– Posse”

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Figura A27– “Valores para critério econômico – Posse”

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Figura A28– “Valores para vida útil – Posse”

Figura A29– “Sumário sem intervenção – Posse”

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Figura A29– “Sumário com intervenção – Posse”