seminario gdrs - aterros sanitários

38
1. INTRODUÇÃO Todas as cidades enfrentam um serio problema: o destino do lixo produzido pela população. Junta-se a isto, o expressivo crescimento da geração dos resíduos sólidos nas áreas urbanas , notadamente em países em desenvolvimento. Segundo o Manual de Gerenciamento Integrado (IPT/CEMPRE,1995) , são produzidos diariamente no Brasil cerca de 240 mil toneladas de lixo, dos quais 90 mil são de origem domiciliar. Neste sentido estima-se que a média por habitante esteja em torno de 600 g a 1Kg por dia. A Constituição Federal Brasileira confere aos municípios a competência de organizar e prestar os serviços públicos de caráter urbano, aí incluídas as tarefas de limpeza pública e disposição final dos resíduos sólidos urbanos. O aterro sanitário é um dos métodos mais simples e higiênicos de destinação do lixo adotado. O presente trabalho vem por objetivo abordar aspectos, estudos necessários para implantação, procedimentos relacionados à operação e manutenção e andamento da implantação do aterro sanitário na grande Aracaju. 5

Upload: iransklp

Post on 27-Sep-2015

15 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1. INTRODUOTodas as cidades enfrentam um serio problema: o destino do lixo produzido pela populao. Junta-se a isto, o expressivo crescimento da gerao dos resduos slidos nas reas urbanas , notadamente em pases em desenvolvimento.Segundo o Manual de Gerenciamento Integrado (IPT/CEMPRE,1995) , so produzidos diariamente no Brasil cerca de 240 mil toneladas de lixo, dos quais 90 mil so de origem domiciliar. Neste sentido estima-se que a mdia por habitante esteja em torno de 600 g a 1Kg por dia. A Constituio Federal Brasileira confere aos municpios a competncia de organizar e prestar os servios pblicos de carter urbano, a includas as tarefas de limpeza pblica e disposio final dos resduos slidos urbanos. O aterro sanitrio um dos mtodos mais simples e higinicos de destinao do lixo adotado.O presente trabalho vem por objetivo abordar aspectos, estudos necessrios para implantao, procedimentos relacionados operao e manuteno e andamento da implantao do aterro sanitrio na grande Aracaju.2. CONCEITOS E DEFINIES DE ATERRO SANITRIOAAssociao Brasileira de Normas Tcnicas(ABNT) define:

"Aterros sanitrios de resduos slidos urbanos, consiste na tcnica de disposio de resduos slidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos sade pblica e segurana, minimizando os impactos ambientais, mtodo este que utiliza os princpios de engenharia para confinar os resduos slidos ao menor volume permissvel, cobrindo-os com uma camada de terra na concluso de cada jornada de trabalho ou intervalos menores se for necessrio."

Um aterro sanitrio pode ser definido como um equipamento urbano de infra-estrutura, integrante de um sistema de engenharia sanitria e ambiental, destinado disposio final e tratamento dos resduos slidos, de forma a permitir que os mesmos sejam confinados sob o solo, e que os lquidos e gases resultantes das reaes qumicas que resultem dos processos de decomposio sejam devolvidos ao meio ambiente com o mnimo de impacto.

Consiste numa rea delimitada (cercada), onde esto dispostas estrategicamente todas as partes do aterro, as quais, em geral, so: sede administrativa equipamentos de controle; vias internas; garagens para veculos e utilitrios; galpes de triagem, trincheiras ou valas para depsito dos resduos; sistema de tratamento final.

Os aterros sanitrios so construdos, na maioria das vezes, em locais distantes das cidades. Isto ocorre em funo do mau cheiro e da possibilidade de contaminao do solo e de guas subterrneas. Porm, existem, atualmente, normas rgidas que regulam a implantao de aterros sanitrios. Estes devem possuir um controle da quantidade e tipo de lixo, sistemas de proteo ao meio ambiente e monitoramento ambiental.

Os aterros sanitrios so importantes, pois solucionam parte dos problemas causados pelo excesso de lixo gerado nas grandes cidades.

NoBrasil, um aterro sanitrio definido como um aterro de resduos slidos urbanos, ou seja, adequado para a recepo de resduos de origem domstica, varrio de vias pblicas e comrcios. Os resduos industriais devem ser destinados a aterro de resduos slidos industriais (enquadrado como classe II quando no perigoso e no inerte e classe I quando tratar-se de resduo perigoso, de acordo com a norma tcnica da ABNT 10.004/04 - "Resduos Slidos - Classificao").

2.1 Diferenas Entre Lixo, Aterro Controlado e Aterro Sanitrio

H necessidade de diferenciar os outros mtodos de disposio dos resduos em relao ao Aterro Sanitrio, como por exemplo, os lixes e aterros controlados.

Um lixo uma rea de disposio final de resduos slidos sem nenhuma preparao anterior do solo. No tem nenhum sistema de tratamento de efluentes lquidos ochorume(lquido preto que escorre do lixo). Este penetra pela terra levando substancias contaminantes para o solo e para o lenol fretico. Moscas, pssaros e ratos convivem com o lixo livremente no lixo a cu aberto, e pior ainda, crianas, adolescentes e adultos catam comida e materiais reciclveis para vender. No lixo o lixo fica exposto sem nenhum procedimento que evite as conseqncias ambientais e sociais negativas.

J o aterro controlado uma fase intermediria entre o lixo e o aterro sanitrio. Normalmente uma clula adjacente ao lixo que foi remediado, ou seja, que recebeu cobertura de argila, e grama (idealmente selado com manta impermevel para proteger a pilha da gua de chuva) e captao de chorume e gs. Esta clula adjacente preparada para receber resduos com uma impermeabilizao com manta e tem uma operao que procura dar conta dos impactos negativos tais como a cobertura diria da pilha de lixo com terra ou outro material disponvel como forrao ou saibro. Tem tambm recirculao do chorume que coletado e levado para cima da pilha de lixo, diminuindo a sua absoro pela terra ou eventualmente outro tipo de tratamento para o chorume como uma estao de tratamento para este efluente.O Aterro Sanitrio, como j conceituado, conta com a disposio adequada dos resduos slidos urbanos, pois antes de iniciada a disposio do lixo a um prvio estudo e dotada um serie de precaues relacionas a operao do mesmo.

3. IMPLANTAO DE UM ATERRO SANITRIO

Compreende, dentre outras, as atividades de:

3.1 Escolha da reaO art. 4 da Resoluo CONAMA n 404 de 2008 apresente uma serie de critrios referentes ao licenciamento ambiental de reas destinadas a instalao de um aterro sanitrio. Estes critrios refletem diretamente na escolha da rea ser implantada o aterro. Os seguintes aspectos devem ser respeitados: O local selecionado para implantao de aterros deve possuir caractersticas que permitam controlar os riscos de contaminao da gua, do ar, e do solo; Ter localizao que permita maior racionalizao do transporte do lixo coletado em todo municpio; Ser dotado de amplitude e topografia dominante que possibilite sua utilizao por perodo razoavelmente longo, com vida til de 15 anos, a fim de amortizar os investimentos necessrios implantao do aterro sanitrio; Deve dispor de facilidade e possibilidade de mltiplos acessos; Ser, de preferncia, local de baixo valor de aquisio, mas que conte com sistemas de servios pblicos prximas, tais como rede eltrica, de gua e de telefone; Ser suficientemente afastado de zonas urbanas, a fim de poupar a populao do desconforto visual e de riscos sade pblica, conservando, no entanto, relativa proximidade dos centros de coleta de lixo; Ser suficientemente afastado de poos e pontos de captao de gua destinadas ao abastecimento pblico e no situar-se em reas destinadas proteo de mananciais; Devem, ainda, ser considerado as medidas de proteo ambiental e a lei do uso do solo, alm dos possveis impedimentos sanitrios, econmico e polticos, que possam eventualmente ocorrer na escolha da rea para afins de aterro sanitrio; Deve o terreno ser selecionado, preferencialmente, em reas que necessitamrecuperao, a exemplo de terrenos erodidos, considerando-se tambm os fatores relativos a oportunidade de desapropriao e facilidade de aquisio.3.2. Licenciamento AmbientalDepois de escolhida uma rea para implantao, a etapa seguinte buscar os requisitos legais para se iniciar o projeto e posterior implantao e operao do Aterros Sanitrio. A Resoluo CONAMA n 404 de 2008 estabelece critrios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterros sanitrios. Nela citado que a implantao de aterro sanitrio de resduos slidos urbanos deve ser precedida de Licenciamento Ambiental por rgo ambiental competente, nos termos da legislao vigente. Posteriormente listando uma serie de medidas mnimas a serem adotadas como parmetros do licenciamento.3.3. Escolha do tipo de Aterros Sanitrios a ser implantadoO tipo de aterro sanitrio deve minimizar os riscos sade pblica, ao meio ambiente e sociedade por levar em considerao as peculiaridades do terreno. Os aterros podem ser projetados e executados por 3 (trs) mtodos distintos, segundo os parmetros da engenharia:

Mtodo da Trincheira;

Mtodo da rea ou de Superfcie;

Mtodos da Rampa, Encosta ou Depresso.3.3.1. Mtodo da Trincheira

Geralmente utilizado em reas planas, onde so escavadas trincheiras ou valas no solo, com dimenses variadas e adequadas ao volume de lixo gerado, de forma a permitir a operao dos equipamentos utilizados na aterragem. As dimenses da trincheira definem os mtodos construtivos, a forma de operao e os equipamentos a serem utilizados. Os resduos podem ser compactados de forma manual ou mecnica, dependendo das dimenses da trincheira. Aterros em trincheira mostram-se adequados a pequenas comunidades, pois podem ser operados de forma manual.

3.3.2. Mtodo da rea ou de SuperfcieEmprega-se este mtodo em locais cuja topografia apropriada ao recebimento do lixo sobre a superfcie do terreno, sem alterao de sua configurao original. Este mtodo consiste na formao de camadas de resduos compactados, que so sobrepostas acima do nvel original do terreno. Os resduos so descarregados, espalhados, compactados e cobertos ao final do dia, seguindo a mesma metodologia empregada nos demais mtodos.

3.3.3. Mtodos da Rampa, Encosta ou DepressoGeralmente so empregados em reas relativamente secas e planas, de meia encosta, onde se modifica a topografia atravs de terraplanagem, construindo-se uma rampa cujos resduos so dispostos, formando clulas. O mtodo consiste no aterro feito com o aproveitamento de um talude, natural ou construdo, onde os resduos so compactados de encontro a esse talude.

Em aterros de grande porte, usualmente so empregados mtodos combinados, de modo a aproveitar as caractersticas da topografia local.

4. OPERAO DE ATERRO SANITRIOPara operar um Aterro Sanitrio, so necessrios homens, mquinas e equipamentos.4.1. Pessoal e Mquinas

Os operadores devero ser capacitados com um treinamento para desenvolverem as atividades tcnico-operacionais e/ou administrativas:

As mquinas, como ferramentas fundamentais, executam as atividades mecnicas. Trator de Esteira: usado para disposio, compactao e cobertura do lixo, bem como para abertura e manuteno de acessos provisrios e outros servios eventuais.

Retro-Escavadeira: um equipamento fundamental para a abertura de drenos, podendo ser utilizada tambm para escavao de solo para cobertura e para o carregamento do caminho basculante.

Caminho Basculante: utilizado para o transporte do solo de cobertura e demais materiais necessrios durante a operao.

4.2. Rotina OperacionalTodo aterro tem uma rotina operacional que deve ser obedecida.4.2.1. Recepo dos Resduos

Receber os caminhes previamente cadastrados; Identificar os transportadores; Registrar e verificar a procedncia; Pesar e registrar toda a operao. Tem livre acesso ao Aterro Sanitrio os seguintes resduos slidos: Resduos domsticos; Entulhos; Podas; Resduos de sade; Resduos industriais (dependente de autorizao pelo rgo competente).Na balana ser feito o controle da origem, qualidade e quantidade dos resduos a serem dispostos no aterro. Os dados devem ser preenchidos corretamente no "formulrio para pesagem diria de veculos". Esse formulrio deve conter as seguintes informaes:

Tipo de veculo; Nmero da chapa; Tipo de material; Cadastro; Autorizao; Responsvel pela autorizao; Hora da entrada e sada; Peso: cheio / tara / lquido. atravs deste formulrio que o municpio ter informaes sobre a eficincia de execuo do sistema de limpeza urbana, permitindo uma melhor avaliao das rotas, cumprimento de horrio, etc.

4.2.2. Disposio dos resduosOs resduos domsticos so dispostos nas clulas os resduos coletados nas residncias, tambm englobando as coletas de pequenos estabelecimentos comerciais e de servio como supermercados, restaurantes, lojas e outros considerados similares.No incio da operao do aterro, a deposio se processa sobre o fundo da clula que deve estar preparado e impermeabilizado com camada de argila compactada. Caso seja utilizada a manta sinttica sob a camada de argila, deve-se tomar cuidado para no danific-la durante a operao.

4.2.2.1. Descarga do lixo

O caminho deve depositar o lixo na frente de servio mediante presena do fiscal, para controle do tipo dos resduos.A diminuio da frente de trabalho permite uma melhor manipulao do lixo, tornando o processo mais prtico e eficiente. 4.2.2.2. Espalhamento e Compactao do lixo

O lixo deve ser espalhado em rampa, numa proporo de 1na vertical para 3 na horizontal (1:3). O trator de esteira deve compactar o lixo com movimentos repetidos de baixo para cima (3 a 5 vezes).

Interessante que no aterro se realize, eventualmente, um teste de densidade do lixo (peso especfico) para ver se a compactao est sendo bem feita.

Camada de lixo bem compactada maior segurana e eficincia do aterro.

A compactao feita com movimentos de vai e vem

O espalhamento feito numa rea demarcada4.2.2.3. Recobrimento do lixo

No final do dia, esse novo monte de lixo dever receber uma cobertura de terra, espalhada em movimentos de baixo para cima.

Cobertura diria - com camada, preferencialmente, de argila de 15 a 20 cm de espessura. Assim evita-se a presena de vetores como ratos, baratas e aves e que o lixo se espalhe em dias de ventania.

Cobertura final - uma vez esgotada a capacidade do aterro procede-se a cobertura final com 60 cm de espessura (sobre as superfcies que ficaro expostas permanentemente - bermas e taludes definitivos). Aps o recobrimento, deve-se plantar a grama nos taludes definitivos e plats, que servir como proteo contra a eroso. Recomenda-se o lanamento de uma camada de cascalho sobre as bermas, as quais sero submetidas ao trfego operacional.

1. Cobertura final uma proteo definitiva deve ser mais espessa e revestida com grama2. Cobertura diria uma proteo provisria basta uma camada mais fina de solo4.2.2.4. Drenagem Interna

medida que as camadas de lixo forem formando as clulas, ser necessria a construo de drenos internos horizontais e verticais, os quais devem ser interligados para melhor eficincia na drenagem dos gases e chorume, gerados na decomposio do lixo. O metano o gs produzido em maior volume dentre os gases liberados na decomposio do lixo, sendo explosivo e bastante voltil. Por isso, comum controlar seu escapamento atravs da queima, a qual se apresenta invisvel.

1. Sada de gases 2. Drenos internos3. Passagem do chorumeM Drenagem Do Chorume ( Possvel Contaminao Do Solo E Do Lenol Fretico.

4.2.2.5. Drenagem Superficial

As drenagens superficiais, previstas nos patamares (canaletas e caixas de drenagem) e nos taludes (descidas de gua), so instaladas ao final de cada camada da clula.

GUA + LIXO = CONTAMINAO DA GUA

A drenagem ineficiente das guas de chuva pode maior infiltrao na clula, aumentando o volume de chorume gerado. Por isso, deve-se evitar ao mximo a entrada de chuva na rea das clulas.Caso a drenagem interna e a impermeabilizao da base sejam mal feitas, pode haver a contaminao do solo e das guas subterrneas.

1 Infiltrao da gua no lixo2 Aumento do volume de chorume

3 Contaminao do solo

4 Contaminao da gua

Junto s frentes de trabalho, seja na rea de emprstimo ou na de disposio do lixo, necessria a abertura de canaletas (drenagem provisria), para o afastamento das guas pluviais, permitindo a manuteno de boas condies de trabalho.

Todos os dispositivos de drenagem devem ser mantidos desobstrudos para impedir a entrada de gua no aterro, evitando a contaminao de um maior volume de gua.

As guas de chuva coletadas dentro do aterro devem ser drenadas diretamente para os cursos d'gua, a fim de evitar seu contato com o chorume.5. TRATAMENTO DO CHORUME A quantidade e qualidade do chorume, variam bastante de um aterro para outro, pois dependem de fatores como:

Composio do lixo; Quantidade de resduos dispostos; Forma de disposio (grau de compactao, cobertura, etc.); ndices de precipitao/evapotranspirao; Extenso da rea ocupada pelo lixo; Tempo decorrido do incio de disposio. Uma vez formado o chorume, lquido escuro e muito poluente, ele deve ser drenado e conduzido para um sistema de tratamento, antes de ser lanado no corpo d'gua.

Na operao do sistema de tratamento necessrio efetuar, de forma sistemtica, a medio da vazo do chorume gerado, bem como a determinao da sua composio, antes e depois do tratamento. As tcnicas que se aplicam no tratamento do chorume se assemelham com as utilizadas no tratamento de esgotos: lagoas anaerbias, facultativas, reatores, digestores, etc. Para o Aterro Sanitrio, utiliza-se com mais freqncia as lagoas anaerbias e facultativas, onde ocorre a remoo da carga orgnica do chorume, pela ao das bactrias. Aps o tempo em que fica retido na lagoa

(tempo de deteno) o lquido deve estar em condies de ser lanado nos corpos dgua sem risco de contaminao.

5.1. Procedimentos de operao e manuteno da Lagoa Anaerbia e da Lagoa Facultativa

5.1.1 Procedimentos Dirios Percorrer toda rea delimitada do sistema de tratamento, procurando verificar o estado geral das lagoas, da grama dos taludes, a adequao dos nveis entre as lagoas, possveis danificaes no sistema de impermeabilizao; Evitar qualquer incio de eroso nos taludes; Manter as margens e os taludes sem vegetao;

5.1.2 Procedimentos Peridicos Limpar os vertedores e encaixes com auxlio de um escovo, evitando, assim, a proliferao de algas ou a criao de crostas; Recomenda-se, no perodo de inverno e de vero, uma avaliao da espessura do lodo depositado no fundo da lagoa, atravs do uso de um varo de madeira graduado, a fim de avaliar a necessidade de limpeza da lagoa.5.2. Resoluo dos Principais Problemas

Odores desagradveis:

Proliferao de insetos:

6. MONITORAMENTOA monitoragem consiste em avaliar a eficincia do aterro em relao a sua operao e ao controle ambiental.

6.1. Monitoramento das guas Superficiais

Coleta de amostras em pontos a montante e a jusante do ponto onde lanado o efluente da lagoa de estabilizao numa freqncia a ser definida pela licena ambiental do aterro.

Devem ser analisados, no mnimo, os seguintes parmetros: pH, Condutividade, Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO) ou Demanda Qumica de Oxignio (DQO), NO3 e coliformes fecais, procurando atender s exigncias do licenciamento ambiental.

6.2. Monitoramento do Lenol Fretico

O monitoramento do lenol fretico ser feito atravs da coleta de amostras nos poos (pelo menos dois) a serem instalados no aterro. Os parmetros a serem estudados so os mesmos analisados para o monitoramento da guas superficiais podendo-se fazer, eventualmente, a anlise para Chumbo, Cdmio, Ferro e Mangans.

Detectada contaminao do lenol fretico, informar a CONDER e ao CRA.

6.3. Monitoramento da Qualidade do Chorume (efluente a tratar) e do efluente tratado

O controle e monitoramento tem como finalidade conhecer a composio e quantidade de efluentes de um aterro, para que se possa adotar os corretos reparos. Alm disso, fornecer dados sobre a eficincia ou no do sistema de tratamento.

As amostras de chorume devem ser coletadas no vertedor triangular (entrada para tratamento), enquanto que o efluente tratado deve ter suas amostras coletadas junto sada da lagoa de tratamento.

As anlises fsico-qumicas e bacteriolgicas so as mesmas feitas para o monitoramento das guas superficiais devendo ser feita, eventualmente, a anlise de concentrao de metais pesados presentes no chorume como Chumbo, Cdmio, Ferro, Mangans, Cromo e Brio.6.4. Monitoramento dos Resduos que adentram no Aterro

Deve-se promover o quarteamento, com freqncia ou sempre que houver dvida quanto ao tipo e natureza do resduo a ser disposto no aterro. Este mtodo permite uma caracterizao do lixo produzido na cidade.

Processo de Quarteamento:

1. Lixo Misturado: ser fracionado em 4 partes2. Parte Do Montante: ser novamente misturada e fracionada em 4 partes3. Parte Da Frao: ser analisada a composio do lixo e sua gravimetria6.5. Monitoramento do Macio e do Sistema de Drenagem Superficial

Verificar os seguintes aspectos:

Eventuais abatimentos no macio do aterro e nos acessos; Processos erosivos e danos no sistema de drenagem superficial, como quebra de tubulaes e obstruo de canaletas.

So necessrias inspees mensais em todos os plats, taludes, bermas, terraos, pois so pontos possveis de acmulo de gua na superfcie do aterro.No deixar acumular detritos nos dispositivos de drenagem6.6. Monitoramento do Sistema de exausto e drenagem dos gases

medida que o lixo vai sendo decomposto, ocorre a formao de gs, mas, s ocorrer seu afloramento aps algumas semanas de deposio de lixo. A liberao de gs persistir por alguns anos depois do fechamento do aterro, sendo necessrio seu monitoramento durante este perodo. Deve-se:

Verificar se a queima est acontecendo (inspeo visual peridica) Substituir os drenos quando apresentarem tendncia para rompimento por excesso de temperatura ou desmoronamento por recalque do aterro.

6.7. Monitoramento da Vazo de Chorume

Realizada diariamente e no mesmo horrio, a leitura da vazo do chorume permite uma anlise da eficincia da drenagem subterrnea de chorume, assim como a da drenagem superficial de guas pluviais.

7. MANUTENOSempre que se constatar algum problema no Aterro Sanitrio, dever ser corrigido rapidamente, de maneira a evitar o seu agravamento. Assim, fundamental um servio de manuteno eficaz.

Entre outros, so previstos os seguintes tipos de manuteno:

Manuteno do sistema virio; Paisagismo; Manuteno do sistema de drenagem de chorume; Manuteno das mquinas e equipamentos; Manuteno da limpeza geral da rea; Manuteno do sistema de monitoramento geotcnico; Manuteno do sistema de drenagem superficial; Manuteno das cercas e portes.7.1. Manuteno do Sistema Virio

Devero ser desenvolvidos trabalhos de inspeo ao longo dos acessos (uma vez por semana). Caso seja detectado algum dano, executar imediatamente os servios necessrios.

Para permitir o trnsito de caminhes at a frente de trabalho, necessrio a implantao de acesso provisrio sobre a rea aterrada. Durante o perodo chuvoso, especial cuidado deve ser dado manuteno destes acessos, procurando manter estoque suficiente de material granular, para a sua recomposio.

7.2. Paisagismo

A cobertura vegetal sobre as clulas de lixo importante para proteger o solo de eroses, pequenas rupturas nos taludes, etc. Deve-se, pois, atentar para sua manuteno.

Algumas medidas adotadas:

7.3. Manuteno do Sistema de Drenagem de Chorume

importante que o sistema de drenagem do chorume esteja operando corretamente, e para que isso ocorra preciso:

Inspees visuais peridicas no sistema de drenagem; Remoo peridica do material depositado no fundo da caixa de passagem; Avaliao dos recalques, identificao de eventuais deslizamentos nos subaterros; Observar se o gs est sendo queimado.7.4. Manuteno das mquinas e equipamentos

Realizar a limpeza dos equipamentos e mquinas ao fim de cada dia de trabalho e os possveis reparos para conserv-los e garantir a eficincia do aterro.7.5. Manuteno da limpeza geral da rea

A administrao deve promover a remoo dos materiais espalhados pelo vento e, se necessrio, usar cercas mveis. Com isso, evita-se transtornos e o comprometimento do aspecto esttico da rea.

7.6. Manuteno do Sistema de Monitoramento Geotcnico

O sistema de monitoramento geotcnico deve ser mantido durante e aps o encerramento das atividades de operao do aterro.Cuidados a serem tomados:

Proteo em volta dos instrumentos para que estes fiquem bem visveis; Evitar trfego prximo destes instrumentos.

Se, mesmo com todos estes cuidados, ainda ocorrerem danos, providenciar imediatamente o reparo ou troca (os piezmetros, por exemplo, no permitem reparo).

7.7. Manuteno do Sistema de Drenagem Superficial

A manuteno do sistema de drenagem superficial consiste em seguir alguns passos importantes:

Verificao do Estado das Tubulaes e Caixas - Observar os poos de visita das tubulaes enterradas, as caixas que se localizam sobre depsito de lixo, a presena de corpos estranhos e possveis eroses laterais. importante ficar atento aos pontos de lanamento de gua direto no solo, pois estes so focos potenciais de eroso. Inverso no Sentido de Escoamento das Drenagens - Eliminar as depresses muito violentas, atravs da execuo de reaterros e a reexecuo do sistema de drenagem, observando e aferindo o correto caimento. Essa medida pode no surtir efeito, sendo necessrio medidas mais drsticas, como a execuo de novos dispositivos de drenagem. Quebra de Tubulaes, canaletas etc - Ocorre principalmente por depresses e eroses visto que em sua maioria trabalham por gravidade. Deve-se vistoriar constantemente estes equipamentos para evitar a sua quebra; caso ocorra, deve-se reaterrar para corrigir as depresses e reexecutar a drenagem. Verificao do Estado das Canaletas - Verificar as condies de escoamento das canaletas (racho, concreto, pedra etc.) mantendo-as sempre desobstrudas. Depresses em Taludes e Bermas - Fazer inspees mensais em todos os plats, terraos, bermas, taludes, etc. a procura de possveis danos. Se os mesmos ocorrerem, deve-se fazer um reaterro para restaurar as condies anteriores, evitando, principalmente, o acmulo de gua na superfcie do aterro.

7.8. Manuteno das Cercas e Portes

Os portes e as cercas devem ser mantidos em perfeitas condies impedindo assim o acesso de pessoas no autorizadas e animais ao aterro sanitrio.8. ATERRO SANITRIO NO ESTADO DE SERGIPE

Sergipe est muito prximo de ter seu primeiro aterro sanitrio, como foi publicado no site infonet atravs do Jornalista Cludio Nunes.

Liberado 1 aterro sanitrio em Sergipe

A empresa Estre Ambiental S/A vai investir cerca de R$ 30 milhes num Centro de Gerenciamento de Resduos numa rea de 150 hectares no municpio de Rosrio do Catete.

11/02/2010 - 03:51

A Adema acaba de liberar o primeiro licenciamento prvio para um aterro sanitrio em Sergipe. Na verdade algo bem mais tcnico e o que h de mais moderno no mundo, trata-se de um Centro de Gerenciamento de Resduos que ficar localizado em Rosrio do Catete com a capacidade de diria de processamento de mil toneladas de lixo. O investimento ser de R$ 30 milhes a meta atender todo o Estado .

A empresa Estre Ambiental S/A, que pediu o licenciamento, tem centros de gerenciamentos de lixo em quatro municpios de So Paulo e dois na Argentina. A meta da empresa transformar parte do lixo em gs, como tambm vender crditos de carbono.

O blog foi em busca de mais detalhes no site da empresa (www.estre.com.br) que foi fundada em So Paulo em 1999 e hoje tem oito unidades de negcios: Estre Ambiental, Resicontrol, gua & Solo, Oxil, Estao Ecologia, Estrans, Pollydutos e Estre Petrleo e Gs. A Estre Ambiental que atua em Paulnea (SP) foi vencedora do Prmio Excelncia Empresarial 2009 na categoria melhor Projeto Social/Ambiental da Regio Metropolitana de Campinas, conferido pelo Ciesp Campinas.

A Estre Ambiental de Paulnea a maior do mundo em crditos de carbono e a direo da empresa que fazer um Centro de Gerenciamento igual em Sergipe, s que mais moderna e com uma melhor operacionalizao. O Centro vai tratar at mesmo o chorume, que em quase sua totalidade ser transformado em gua.

Outro detalhe: enquanto alguns brigavam para fazer um aterro na regio de So Cristovo, Socorro e at mesmo Aracaju, onde no tem uma rea extensa e sem prejudicar o meio ambiente, a Estre Ambiental passou oito meses com estudos tcnicos at localizar uma rea de 150 hectares em Rosrio do Catete.

uma prova que quando se tem profissionalismo se resolve qualquer problema. No caso do aterro sanitrio, que se arrasta h quase 10 anos, uma empresa brasileira com tecnologia mundial, chegou, estudou e encontrou um local adequado para implantar um Centro de Gerenciamento de Resduos. Com certeza muita gente vai espernear, mas como tudo est dentro da lei, o esperneio ser em vo.

Por 13 votos a favor e trs contra, o Comit de Bacia do Rio Sergipe aprovou projeto da Prefeitura de Aracaju, que prev a instalao de Aterro Sanitrio, na Palestina, no municpio de Nossa Senhora do Socorro. O projeto encontra resistncia de rgos estatais vinculados poltica do meio ambiente e a Administrao Estadual do Meio Ambiente (Adema) j negou licena ambiental para a implantao daquele aterro.

O secretrio de Estado do Meio Ambiente, Genival Nunes, garante que a aprovao do projeto no mbito do Comit de Bacia do Rio Sergipe no fator decisivo para a liberao de licena ambiental, cujo processo ainda est em tramitao naquele rgo.

Mas a presidente da Empresa Municipal de Servios Urbanos (Emsurb), Lucimara Passos, est confiante. Trata-se de um novo projeto com solues de engenharia mais modernas e que vai acabar com trs lixes, um deles j existente na rea escolhida para a instalao do aterro sanitrio, considera Lucimara Passos, numa referncia aos depsitos de lixo existentes em Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e So Cristovo.

O aterro sanitrio da Palestra alvo de ao civil pblica movida pelo Ministrio Pblico Federal. Ainda no h julgamento. A ao judicial ainda tramita sob o nmero 0003380-61.2003.4.05.8500 no mbito da Justia Federal em Sergipe.9. CONCLUSOOs Aterros Sanitrios so instalaes criadas para haver uma deposio segura dos resduos produzidos pelos habitantes das cidades e dos meios rurais. Estes so construdos com critrios especficos de engenharia e ambientais, com vista a protegerem o ambiente (ar, gua e terra) da poluio, diferentemente do lixo ao cu aberto que pode prejudicar no s a natureza como tambm o ser humano. Sendo assim, conclumos que o aterro sanitrio ainda a melhor opo para quem procura o crescimento sustentvel das grandes cidades, aumentando a qualidade de vida da populao.10. REFERNCIAS BIBLIOGRFICASPublicaes:RESOLUO N 404 DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE CONAMA. 2008. Estabelece critrios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitrio de pequeno porte de resduos slidos urbanos. DOU, pg.: 91CELINA, Liste et al. Resduos slidos - Projeto, operao e monitoramento de aterros sanitrios. Minas Gerais: Editora Sigma, 2008.CRISTINA, Ana et al. Manual de Operao de Aterros Sanitrios. Bahia: Governo da Bahia, 2008Sites Consultados:

http://www.lixo.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=144&Itemid=251http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-reciclagem/aterro-sanitario.phphttp://www.demec.ufmg.br/disciplinas/ema003/gasosos/biogas/aterro.htmhttp://www.engepasaambiental.com.brhttp://www.infoescola.com/autor/caroline-faria/4/57

Plan1

POSSVEIS CAUSASPOSSVEIS SOLUES

Sobrecarga orgnica com reduo do tempo de detenoDiminuir vazo do afluente

Longos perodos de tempo nublado e baixa temperaturaLimpeza geral

Presena de substncias txicasEscuma ou nata dever ser quebrada com jatos de gua ou destruda com rastelo e depois enterrada

Plan1

POSSVEIS CAUSASPOSSVEIS SOLUES

Sedimentos retirados das caixas deixados expostos nas proximidadesEnterramento dos sedimentos retirados nas operaes de limpeza do sistema

Crescimento de vegetais nos taludes internosRemoo dos vegetais aquticos (sobrenadantes) e capina e queima dos vegetais terrestres

Manuteno deficiente dos diques e demais dependnciasSe possvel, habitar a lagoa com peixes que se alimentem da larvas de mosquitos

Plan1

MO DE OBRAATRIBUIES

Engenheiro Civil/SanitaristaCoordena o funcionamento do Aterro

Encarregado GeralCoordena a execuo e manuteno das obras e servios de campo

Operador de MquinasResponsvel pela operao das mquinas pesadas

FiscalFiscalizao, vistoria e liberao dos caminhes de resduos

BalanceiroPesagem de veculos coletore stransportadores de lixo

SinalizadorAuxlio a motoristas e operadores nafrente de servio

VigiaVigilncia e segurana no Aterro

ServenteServios diversos

Plan1

CAUSASSOLUO

Proximidade das razes com o resduoProvidenciar um espessamento da camada final do aterro

Baixa taxa de nutrientesna camada finalAdio dos nutrientes