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“Discutindo ciência no meio ambiente”
Local de Realização: Departamento de Química-UNICENTRO
Metodologia e tecnologia utilizadas: foi promovido um minicurso com
utilização de mídia, atividade experimental e grupos de discussão.
Resultados pretendidos: com esse minicurso era pretendido motivar os
professores do ensino médio a interpretar e discutir temas ambientais por meio
de textos, fotografias, documentários e/ou experimentos, entre outros, que
incluíssem a ciência, em especial a química, para que dessa forma fossem
ampliadas a compreensão de conceitos da ciência e visão de mundo; bem
como o modo de interação com os alunos em sala de aula por meio de um
tema socialmente relevante: a poluição. Esclarece-se que durante o minicurso
foi dada maior relevância ao uso de imagens que gerassem impacto visual e
que fossem propícias para iniciar um debate (slides Anexo I) e, também,
experimentos (Anexo II) para incentivar a melhor compreensão do tema, do
cotidiano e/ou do papel da ciência para melhorar a qualidade de vida dos
cidadãos.
Avaliação dos resultados: descrito adiante.
Produtos gerados durante as atividades: a princípio era pretendido gerar,
por escrito, uma “intenção” de plano de aula e/ou atividade” sobre o tema. Em
função do tempo, esse item foi dialogado, de maneira que cada professor
manifestou-se sobre como poderia contribuir para um futuro projeto
multi(inter)disciplinar no tema “ciência e ambiente: poluição”, a partir da sua
área de trabalho (Geografia, Matemática, Artes, entre outras). Os resultados
seguem adiante.
Planejamento
Como enfoque na poluição do ar, água e solo, os experimentos
selecionados para desenvolvimento do minicurso foram:
-Chuva ácida
(Fonte:http://pontociencia.org.br/gerarpdf/index.php?experiencia=638
Gepeq-USP e http://www.youtube.com/watch?v=9egpauSj0IA)
-Descontaminação das águas por eletrofloculação (Fonte:
http://www.quimica2011.org.br/arquivos/Experimentos_AIQ_jan2011.pdf).
-Determinação de pH do solo (Fonte:
http://www.escola.agrarias.ufpr.br/arquivospdf/experimentotecasolos7.pdf e
http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc31_4/11-EEQ-3808.pdf).
A escolha por tais procedimentos experimentais levou em consideração
a possibilidade de relacioná-los com ciência e ambiente e, também, pelo fato
de que são de execução simples e fazem uso de material de fácil acesso,
muitos deles encontrados na natureza (repolho roxo; enxofre; feijão preto;
solos).
Segue abaixo uma breve descrição de cada experimento. Os
procedimentos seguem apresentados no ANEXO II:
-EXPERIMENTO 1: CHUVA ÁCIDA
Nesse experimento o enxofre é queimado em um frasco fechado
contendo uma pétala de rosa e papel indicador azul. Com esse procedimento,
é possível debater que quando o ar tem alta concentração de poluentes, como
óxidos de enxofre, o ambiente fica ácido e favorece a formação da chuva ácida.
Na prática, isso pode ser visualizado com a mudança de cor do indicador e da
pétala. Assim, pode-se discutir sobre a poluição atmosférica.
-EXPERIMENTO 2: DESCONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS POR
ELETROFLOCULAÇÃO
Nesse experimento algumas gotas de corante alimentício e sal são
adicionados em um béquer com água. Pregos, conectados em fios de cobre
que também se conectavam a uma bateria de 9 V, são imersos na solução. No
sistema observa-se um coagulante e a limpeza da água. Com a utilização
desse experimento é possível debater a questão da poluição de águas por
indústrias e, também, é possível demonstrar como a química pode agir de
maneira a solucionar tal problema.
- EXPERIMENTO 3: DETERMINAÇÃO DE pH DO SOLO
Nesse experimento é realizado um teste de pH de solo com amostras de
solo previamente coletadas, diluídas e armazenadas. São utilizados
indicadores de pH alternativos, como solução de repolho roxo e feijão preto, a
fim de demonstrar o caráter ácido ou básico do solo em análise. Explica-se que
esse experimento pode ser relacionado com a poluição dos solos uma vez que
o pH é alterado em função de agrotóxicos ou outros resíduos industriais ou
domésticos despejados no solo.
Resultados da apresentação do minicurso para professores.
Os resultados obtidos abaixo são referentes à apresentação dos
experimentos 1, 2 e 3 apontados acima e que foram reproduzidos por
professores durante um minicurso.
Os slides (ANEXO I) foram utilizados para iniciar a discussão referente
aos problemas ambientais e o primeiro aspecto que gerou discussão entre os
professores foi à poluição do ar. Os docentes relataram que o colégio onde
trabalham está na zona rural de Guarapuava e que a atividade de produção de
carvão vegetal é comum na região. Os professores relataram que, durante a
realização de tal processo há a ocorrência de uma fumaça intensa que polui
toda a região próxima aos fornos de produção do carvão. Sendo assim, foi
possível afirmar que um foco do trabalho foi alcançado, pois de imediato já
ocorreu uma ligação com o cotidiano e com o ambiente onde o colégio está
inserido.
Adiante, outros fatos foram surgindo, como a questão da fumaça
expelida por automóveis que fazem a utilização do diesel e, como
consequência, questões referentes a gases poluentes entraram em debate.
Nesse momento a produção e utilização de biocombustíveis foram
apresentadas aos professores.
Levando em consideração a poluição e o aquecimento global os
professores argumentaram as condições climáticas que a população estava
enfrentando. Lembraram que no ano de 2013, no período de julho, nevou na
cidade de Guarapuava e que, porém, em 2014, na mesma época do mês, as
temperaturas estavam acima do normal. Lembraram ainda dos desastres
provocados pela chuva, também no mesmo período. O “calor fora de época”
também foi relevado, visto que o clima de Guarapuava é ameno, e nos últimos
tempos há intensas passagens de frentes quentes pela região.
Até esse momento, foi possível evidenciar que as relações com o
cotidiano e com o ambiente foram incitadas de maneira satisfatória e que o
entendimento dos problemas ambientais e as relações da química – tanto
como causadora como “solucionadora” – foram alcançadas. A imagens
também mostraram-se eficazes para chamar a atenção dos participantes, pois
em vários momentos os debates foram gerados a partir da observação de
figuras.
Na sequência, o experimento 1 da chuva ácida (Imagem 01) e o
experimento 2 da floculação foram executados pelos professores. Os
procedimentos foram apenas orientados, sendo que os roteiros só foram
consultados para verificação de esquemas.
O procedimento que mais surtiu discussão foi o da floculação (Imagem
02; Imagem 03), já que os grupos iniciaram comentários tais como “com o
passar dos anos, os rios estão cada vez mais poluídos”; “a empresa (nome) foi
multada por jogar no rio (....) ; “ e se tirar o prego?”.
Seguem abaixo, algumas imagens dos experimentos executados.
Imagem 01: Experimento chuva ácida
(Fonte: própria da autora)
Imagem 02: Experimento da
floculação (início)
(Fonte: própria da autora)
Imagem 03: Experimento da
floculação (fim)
(Fonte: própria da autora)
Esclarece-se que o experimento 3 (Imagem 04), de determinação do pH
do solo, foi iniciado antes da data do minicurso. Assim, amostras de solo foram
coletadas em três pontos distinto: uma lavoura de soja, um ambiente de mata
fechada e um jardim e, em seguida, estas foram diluídas, filtradas e
armazenadas. Os professores receberam, desse modo, a solução de solo já
pronta para análise. Esclarece-se, também, que para introduzir o conceito de
pH e para que os professores entendessem como os indicadores ácido-base
agiam diante da natureza das soluções, outras amostras também tiveram o pH
testado, como: solução de creme dental, refrigerante, vinagre, leite de
magnésia e água. Os corantes usados também foram naturais (repolho roxo e
feijão preto).
Imagem 04: Experimento do pH
(Fonte: própria da autora)
Comenta-se que o desafio desse minicurso foi intenso pois os
professores não eram da área de química e, sim, de história, geografia, artes,
matemática, biologia e português. Porém, após a realização de todas as
etapas, o resultado foi bastante expressivo por entender que esses
profissionais interagiram e que o tema, nesse espaço, promoveu curiosidade e
debate.
A professora de geografia, por exemplo, presente destacou que o
minicurso ajudará em sua disciplina quando for tratar a questão da água e
bacias existentes e fazer associações como as alterações ocorridas no solo
devido as contaminações. Os professores de história destacaram que é
possível trabalhar todo o contexto histórico por trás do que vem acontecendo
em nosso planeta, como era a anos atrás e o que o consumismo causou. A
professora de matemática destacou que pode trabalhar com proporções,
mostrando cálculos que demonstram o aumento da concentração dos agentes
poluentes. O professor de biologia destacou que todos os temas trabalhados
podem ser aplicados aos conteúdos de biologia, pois tratam do meio ambiente.
A professora de português destacou que pode levar para sala de aula textos
informativos relacionados com os problemas ambientais que estamos
enfrentando.
Por unanimidade ainda declararam que alunos também se interessariam
bastante pelos experimentos desenvolvidos e pelas considerações debatidas.
Nesse contexto, modo geral, ficou evidente ser fundamental discutir
temas socialmente relevantes com outras áreas do conhecimento, para
favorecer o despertar de ideias e, ainda, iniciar propostas de ensino-
aprendizagem um pouco mais contextualizadas e articuladas com o cotidiano.
ANEXO I: SLIDES
ANEXO II: Experimentos realizados
EXPERIMENTO 1: CHUVA ÁCIDA
(Fonte: http://pontociencia.org.br/gerarpdf/index.php?experiencia=638)
Materiais utilizados
- 1 Erlenmeyer ou recipiente de plástico ou vidro transparente
- Papel alumínio
- Enxofre
- Pétalas de rosas
- Papel tornassol azul
- 1 ebulidor ou outra fonte de aquecimento
- 1 colher de café
- Clipes
Procedimento experimental
1. Desmanchar o clipe e deixar como um gancho e, depurar em sua ponta a
pétala de rosa;
2. Colocar o clipe preso ao erlenmeyer.
3. No fundo do erlenmeyer colocar um pedaço de papel de tornassol azul
3. Em uma colher de café adicionar o enxofre e aquecer.
4. Prender a colher com o enxofre no erlenmeyer e fechar o sistema com o
papel aluminio.
Imagem: Materiais para desenvolvimento do experimento Chuva Ácida
(Fonte: http://www.usp.br/qambiental/chuva_acidaExperimento.html)
EXPERIMENTO 2: DESCONTAMINAÇÃO DA ÁGUA POR
ELETROFLOCULAÇÃO
(Fonte:
http://www.quimica2011.org.br/arquivos/Experimentos_AIQ_jan2011.pdf)
Materiais utilizados
- bateria de 9 V
- 2 pregos comuns
- 2 fios de cobre (aproximadamente de 20 cm comprimento)
- garras do tipo “jacaré”
- 1 béquer de 50 mL
- cloreto de sódio - NaCl (sal de cozinha)
- corante alimentício, café ou refrigerante de cola
- filtro de papel de poro fino e coador (do tipo para café)
Procedimento experimental
1. Adicione aproximadamente 30 mL de H2O em um béquer (ou um pequeno
copo de vidro) de 50 mL, contendo cerca de 100 mg (1 colher de café) de sal
de cozinha (NaCl) (que atua como eletrólito ou “carregador dos elétrons”) e
algumas gotas de corante alimentício, café ou refrigerante de cola.
2. Monte o sistema como demonstrado na figura abaixo, de forma que os dois
pregos fiquem completamente imersos na solução em lados opostos.
Imagem 01: esquema de montagem do experimento
(Fonte: http://quimica2011.org.br/arquivos/Experimentos_AIQ_jan2011.pdf)
3. Os pregos serão, a seguir, conectados a uma fonte de corrente contínua
(DC, uma bateria de 9 V ou 3 pilhas em série), por meio de fios de cobre
comuns utilizando garras do tipo “jacaré”. Os pregos não devem ser tocados
para impedir a ocorrência de um curto-circuito. A partir desse momento, o
anodo da célula começa a ser lentamente dissolvido por oxidação, enquanto é
possível observar bolhas de hidrogênio sendo produzidas sobre o catodo.
4. O corante imediatamente começará a mudar de cor ao redor do catodo e
uma espécie de lama (contendo hidróxido de ferro, como descrito acima)
começará a se formar. Dentro de poucos minutos haverá lama suficiente para
absorver a maior parte do corante e o experimento poderá ser encerrado. Agite
bem a célula e seu conteúdo; então, derrame a solução em um funil contendo
filtro de papel de poro fino (coador de café) e colete o filtrado.
EXPERIMENTO 3: DETERMINAÇÃO DO pH DO SOLO
Materiais utilizados
- 3 amostras de solo (coletadas em locais bem diferentes)
- Béqueres (copo plástico)
- Tubos de ensaio
- Pipetas ou conta gotas
- Peneira
- Funil
- Papel para filtrar
- Bastões de vidro (colheres de plástico)
- Solução de repolho roxo
- Solução de feijão preto
Procedimento experimental
1. Peneirar todas as amostras de solo;
2. Adicionar aproximadamente 100 mg (uma colher de café) de amostras em
um béquer e dissolver em água;
3. Filtrar a solução e armazenar;
4. Pipetas 5 mL de solução e transferir para um tubo de ensaio;
5. Adicionar 2 gotas da solução de repolho roxo;
6. Repetir o item 4 do procedimento e, em seguida, adicionar 2 gotas da
solução de feijão;
7. Repetir o procedimento para as 3 amostras.