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1 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO DE BOLSAS - 5º ANO, 5º ANO ESPECIALIZADO E CURSOS PREPARATÓRIOS DO ENSINO FUNDAMENTAL MÃE O menino e seu amiguinho brincavam nas primeiras espumas; o pai na praia, batendo papo com um amigo. E o mundo era inocente, na manhã de sol. Foi então que chegou a Mãe, muito elegante em seu short, e mais ainda em seu maiô. Trouxe óculos escuros, uma esteirinha para se esticar, óleo para a pele, revista para ler, pente para se pentear — e trouxe seu coração de Mãe que imediatamente se pôs aflito, achando que o menino estava muito longe e o mar estava muito forte. Depois de fingir três vezes não ouvir seu nome gritado pelo pai, o garoto saiu do mar resmungando, mas logo voltou a se interessar pela alegria da vida, batendo bola com o amigo. Então a Mãe começou a folhear a revista — “Que vestido horroroso o da Marieta neste coquetel!” — “Que presente de casamento vamos dar à Lúcia? Tem de ser uma coisa boa...” — e outros pequenos assuntos sociais foram aflorados numa conversa preguiçosa. Mas, de repente: — Cadê Joãozinho? O outro menino, interpelado, informou que Joãozinho tinha ido em casa apanhar uma bola maior. — Meu Deus, esse menino atravessando a rua sozinho! Vai lá, João, para atravessar com ele, pelo menos na volta! O pai achou que não era preciso: — O menino tem OITO anos, Maria! — OITO anos, não, oito anos, uma criança. Se todo dia morre gente grande atropelada, que dirá um menino distraído como esse! E, erguendo-se, olhava os carros que passavam, todos guiados por assassinos (em potencial) de seu filhinho. — Bem, eu vou lá só para você não ficar assustada. Talvez a sombra do medo tivesse ganho também o coração do pai; mas quando ele se levantou e calçou a sandália para atravessar os vinte metros de areia fofa e escaldante que o separavam da calçada, o garoto apareceu, correndo alegremente com uma bola vermelha na mão, e a paz voltou a reinar sobre a face da praia. Agora o amigo do casal estava contando pequenos escândalos de uma festa a que fora na véspera, e o casal ouvia, muito interessado — “Mas a Niquinha com o coronel? Não é possível!” — quando a Mãe se ergueu de repente: — E o Joãozinho? Os três olharam em todas as direções, sem resultado. O marido, muito calmo — “Deve estar por aí.”, a Mãe, gradativamente nervosa — “Mas por aí, onde? “ — o amigo otimista, mas levemente apreensivo. Havia cinco ou seis meninos dentro da água, nenhum era o Joãozinho. Na areia, havia outros. Um deles, de costas, cavava um buraco com as mãos, longe. — Joãozinho! O pai levantou-se, foi lá, não era. Mas conseguiu encontrar o amigo do filho e perguntou por ele. — Não sei, eu estava catando conchas, ele estava catando comigo, depois ele sumiu. A Mãe, que viera correndo, interpelou novamente o amigo do filho. “Mas sumiu como? Para onde? Entrou na água? Não sabe? Mas que menino pateta!” O garoto, com cara de bobo, e assustado com o interrogatório, se afastava, mas a Mãe foi segurá-lo pelo braço: “Mas diga, menino, ele entrou no mar? Como é que você não viu, você não estava com ele? Hein? Ele entrou no mar?”. — Acho que entrou... ou então foi-se embora. [...] TEXTO I 1 5 10 15 20 25 30 35 40

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LÍNGUA PORTUGUESA

CONCURSO DE BOLSAS - 5º ANO, 5º ANO ESPECIALIZADO E CURSOS PREPARATÓRIOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

MÃE

O menino e seu amiguinho brincavam nas primeiras espumas; o pai na praia, batendo papo com um

amigo. E o mundo era inocente, na manhã de sol.

Foi então que chegou a Mãe, muito elegante em seu short, e mais ainda em seu maiô. Trouxe óculos

escuros, uma esteirinha para se esticar, óleo para a pele, revista para ler, pente para se pentear — e trouxe seu

coração de Mãe que imediatamente se pôs aflito, achando que o menino estava muito longe e o mar estava

muito forte.

Depois de fingir três vezes não ouvir seu nome gritado pelo pai, o garoto saiu do mar resmungando, mas

logo voltou a se interessar pela alegria da vida, batendo bola com o amigo. Então a Mãe começou a folhear a

revista — “Que vestido horroroso o da Marieta neste coquetel!” — “Que presente de casamento vamos dar à

Lúcia? Tem de ser uma coisa boa...” — e outros pequenos assuntos sociais foram aflorados numa conversa

preguiçosa. Mas, de repente:

— Cadê Joãozinho?

O outro menino, interpelado, informou que Joãozinho tinha ido em casa apanhar uma bola maior.

— Meu Deus, esse menino atravessando a rua sozinho! Vai lá, João, para atravessar com ele, pelo

menos na volta!

O pai achou que não era preciso:

— O menino tem OITO anos, Maria!

— OITO anos, não, oito anos, uma criança. Se todo dia morre gente grande atropelada, que dirá um

menino distraído como esse!

E, erguendo-se, olhava os carros que passavam, todos guiados por assassinos (em potencial) de seu

filhinho.

— Bem, eu vou lá só para você não ficar assustada.

Talvez a sombra do medo tivesse ganho também o coração do pai; mas quando ele se levantou e calçou

a sandália para atravessar os vinte metros de areia fofa e escaldante que o separavam da calçada, o garoto

apareceu, correndo alegremente com uma bola vermelha na mão, e a paz voltou a reinar sobre a face da praia.

Agora o amigo do casal estava contando pequenos escândalos de uma festa a que fora na véspera,

e o casal ouvia, muito interessado — “Mas a Niquinha com o coronel? Não é possível!” — quando a Mãe se

ergueu de repente:

— E o Joãozinho?

Os três olharam em todas as direções, sem resultado. O marido, muito calmo — “Deve estar por aí.”, a

Mãe, gradativamente nervosa — “Mas por aí, onde? “ — o amigo otimista, mas levemente apreensivo. Havia

cinco ou seis meninos dentro da água, nenhum era o Joãozinho. Na areia, havia outros. Um deles, de costas,

cavava um buraco com as mãos, longe.

— Joãozinho!

O pai levantou-se, foi lá, não era. Mas conseguiu encontrar o amigo do filho e perguntou por ele.

— Não sei, eu estava catando conchas, ele estava catando comigo, depois ele sumiu.

A Mãe, que viera correndo, interpelou novamente o amigo do filho. “Mas sumiu como? Para onde? Entrou

na água? Não sabe? Mas que menino pateta!” O garoto, com cara de bobo, e assustado com o interrogatório,

se afastava, mas a Mãe foi segurá-lo pelo braço: “Mas diga, menino, ele entrou no mar? Como é que você não

viu, você não estava com ele? Hein? Ele entrou no mar?”.

— Acho que entrou... ou então foi-se embora.

[...]

TEXTO I

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CONCURSO DE BOLSAS - 5º ANO, 5º ANO ESPECIALIZADO E CURSOS PREPARATÓRIOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

01

Banhistas distraídos foram interrogados — se viram algum menino entrando no mar —, o pai e o amigo

partiram para um lado e outro da praia, a Mãe ficou ali, trêmula, nada mais existia para ela, sua casa e família, o

marido, os bailes, os Nunes, tudo era ridículo e odioso, toda essa gente estúpida na praia que não sabia de seu

filho, todos eram culpados — “Joãozinho !” — ela mesma não tinha mais nome nem era mulher, era um bicho

ferido, trêmulo, mas terrível, traído no mais essencial de seu ser, cheia de pânico

e de ódio, capaz de tudo — “Joãozinho !” — ele apareceu bem perto, trazendo na

mão um sorvete que fora comprar. Quase jogou longe o sorvete do menino com

um tapa, mandou que ele ficasse sentado ali, se saísse um passo iria ver, [...]!

O pai e o amigo voltaram a sentar, o menino riscava a areia com o dedo grande

do pé, e, quando sentiu que a tempestade estava passando, fez o comentário em

voz baixa, a cabeça curva, mas os olhos erguidos na direção dos pais:

— Mãe é chaaata...

BRAGA, Rubem. A cidade e a roça. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1964. p. 57. (Flamengo).

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Após a leitura atenta do Texto I, realize as questões propostas.

”— Meu Deus, esse menino atravessando a rua sozinho!” l. 14

A fala da mãe, destacada no retângulo acima, neste contexto, só não transmite sentimento de:

a) ( ) medo.

b) ( ) orgulho.

c) ( ) apreensão.

d) ( ) aflição.

e) ( ) angústia.

Sobre a ida de Joãozinho à sua casa, para pegar uma bola maior, o texto dá evidências de que:

a) ( ) teve o prévio consentimento dos pais.

b) ( ) o percurso praia – casa não oferecia nenhum risco ao filho.

c) ( ) o pai acreditava que o filho já tinha idade suficiente para realizar sozinho tal tarefa.

d) ( ) causou insegurança e medo ao menino.

e) ( ) o menino foi a casa na companhia de um amiguinho.

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“... a Mãe ficou ali, trêmula, nada mais existia para ela...” (l. 44)

A provável CAUSA para o FATO apresentado é:

a) ( ) a possibilidade de não poder mais ir a bailes com os Nunes.

b) ( ) a constatação de que o filho afundara no mar.

c) ( ) a confirmação de um banhista que viu o menino atravessar a rua.

d) ( ) o momentâneo sumiço de Joãozinho.

e) ( ) a informação de que o filho estava comprando sorvete.

“... que dirá um menino distraído como esse!” (ls. 18 e 19)

Sem alteração de sentido, o vocábulo grifado só não seria devidamente substituído por:

a) ( ) desobediente.

b) ( ) desatento.

c) ( ) desligado.

d) ( ) disperso.

e) ( ) despreocupado.

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Houve referência adequada do vocábulo grifado pelo que está escrito entre parênteses na opção:

a) ( ) “E erguendo-se olhava os carros...” l. 20 (o pai)

b) ( ) “... mas quando ele se levantou e calçou...” l. 23 (o filho)

c) ( ) “Na areia, havia outros.” l. 32 (meninos)

d) ( ) “... conseguiu encontrar o amigo do filho e perguntou por ele.” l. 35 (amigo do filho)

e) ( ) “... mas a Mãe foi segurá-lo pelo braço...” l. 39 (filho)

TEXTO II

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CONCURSO DE BOLSAS - 5º ANO, 5º ANO ESPECIALIZADO E CURSOS PREPARATÓRIOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

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A partir da leitura atenta dos Textos I e II, faça a questão proposta.

A expressão facial e a fala de Guga, no último quadrinho do Texto II, relacionam-se com a seguinte passagem

do Texto I:

a) ( ) “— Bem, eu vou lá só para você não ficar assustada.”

b) ( ) “— O menino tem OITO anos, Maria!”

c) ( ) “... se saísse um passo iria ver,...”

d) ( ) “— Mãe é chaaata...”

e) ( ) “Mas que menino pateta!”

TEXTO III

Após a leitura do Texto III, realize as questões propostas.

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Tendo em vista o Texto III, pode-se afirmar que Calvin:

a) ( ) só recebe elogios da mãe quando a ajuda.

b) ( ) procura sempre cumprir todas as suas obrigações.

c) ( ) nunca precisa receber ordens da mãe para cumprir suas obrigações.

d) ( ) gosta de impressionar sua mãe todos os dias.

e) ( ) não tem obrigações em sua casa.

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TEXTO IV

MAIS UM ANIMAL

Chico chegou da rua com um gatinho muito preto e muito magro debaixo do braço.

— Vai me dizer que já arrumou mais dor de cabeça para mim? — disse-lhe a mãe.

— Olha pra ele, mãe, tão bonitinho, tão magrinho. Ocê não tem dó dele?— Dó eu tenho, mas não quero saber de mais bicho em casa. O quintal já tá

parecendo zoológico.— A senhora mesmo vive rezando pra São Francisco, o santo que acolhia os bichos...— Não é por isso que vou transformar minha casa em zoológico. Pode dar fim neste gato, não quero

mais saber. Chegam os três que vivem embaraçando as pernas da gente.— Olha pra ele, mãe. Só ele, tenha piedade do coitado. Não deve ter dono, nem pai, nem mãe, nem

irmãozinho.— Não quero nem olhar.— Já sei por que não quer: pra não pegar amor por ele. Alisa só o pelinho dele, vê como o coitado tá

maltratado. Se fosse um angorá, aposto que você ia querer.— Se fosse um angorá, o dono não deixaria solto na rua.Chico saiu alisando o pelo do gatinho, triste por ter que se livrar dele. Sentou na calçada e conversou

com o gatinho:— Você tem que compreender que a casa não é minha, se fosse... No fundo, ela tem razão. Tenho três

cachorros, três gatos, um papagaio, meia dúzia de galinhas, uma já com uma ninhada de cinco pintinhos, um casal de patos, um porquinho-da-índia, um coelhinho orelhudo... sem contar, lá no sítio, o bezerro, o potrinho e a promessa que meu pai fez de me comprar cabritos, bodes e cabras. Já vi que ocê não compreende, que quer mesmo ficar. Vamos lá dentro tentar de novo? Vamos?

— Mãe, você...— Outra vez com esse gato?— Eu só queria um pedaço de pão molhado no leite pra dar pra ele. Depois

de matar a fome, ele vai embora. Vou jogar o gatinho bem longe daqui de casa.A mãe deu o pedaço de pão e um pires com leite. Chico começou a matar a

fome do novo amigo.Pão comido, leite lambido, a mãe falou:— Agora que ele já comeu, pode dar o fora. E trate de levar esse gato pra

bem longe.(...)— Mãe, já arrumei um nome pra ele. Quer saber qual é?— Não quero saber de nada, quero que suma com ele.— Pus o nome nele de Faquir. Coitado, tão magro, faminto, sem família, infeliz. Mãe? Ocê ouviu o

nome dele?— Ouvi. Tá bem escolhido, mas pode levar o seu Faquir daqui logo, logo.— Mãe, vamos fazer um negócio?— Que negócio?— Meu aniversário está perto. Ocê lembra o que foi que pedi de aniversário?— Pediu pro seu pai comprar um cavalo. E daí?— Eu troco o cavalo pelo Faquir. Ocê topa? Ele é tão infeliz, tão magrinho, sem ninguém por ele. O

cavalo fica pro ano que vem. Feito, heim, mãe?A mãe não aguentou, olhou com muito amor para o menino, passou a mão nos cabelos dele e disse-lhe:

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— Pode, Chico. Mas que seja o último bicho que você traz pra casa. Tá certo assim?— Tá certo, tá certo, mãe. Ocê é joia mesmo!E bem baixinho no ouvido de Faquir, disse-lhe:— Eu não falei que ela acabava cedendo? Ela é joia.

Elias José. Com asas na cabeça. São Paulo: Nacional, 1985

Vocabulário:

angorá: raça de gato, coelho, cabra.

Depois de ter lido atentamente o Texto IV, faça o que é proposto.

Ordene os fatos, na ordem dos acontecimentos do texto, depois marque a opção que contém a sequência

correta:

( ) O filho pediu pão e leite para alimentar o gatinho antes de levá-lo embora.

( ) O filho chegou a casa trazendo um gatinho muito magro e preto.

( ) A proposta do filho de substituir o cavalo que pedira de presente pelo Faquir foi aceita

pela mãe.

( ) Chico revelou para a mãe que nomeou o gatinho preto de Faquir.

( ) A mãe não concordou em ficar com mais um animal em casa.

a) ( ) 2 – 1 – 4 – 5 – 3

b) ( ) 3 – 2 – 5 – 4 – 1

c) ( ) 3 – 1 – 5 – 4 – 2

d) ( ) 4 – 2 – 5 – 3 – 1

d) ( ) 4 – 1 – 3 – 2 – 5

“— Vai me dizer que já arrumou mais dor de cabeça para mim?” (l. 3)

A expressão grifada, neste trecho, só não seria corretamente substituída de acordo com o contexto por:

a) ( ) problema.

b) ( ) doença.

c) ( ) trabalho.

d) ( ) perturbação.

e) ( ) aborrecimento.

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O único argumento não utilizado pelo Chico para convencer a mãe a deixá-lo ficar com mais um animal foi

dizer que o gato:

a) ( ) só seria aceito pela mãe se fosse de boa raça.

b) ( ) estava muito magro e maltratado.

c) ( ) representava sua oportunidade de ter um animal de estimação em casa.

d) ( ) deveria ser acolhido pela mãe, assim como São Francisco acolhia os animais.

e) ( ) seria seu presente de aniversário daquele ano.

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Marque a opção cuja norma culta da Língua Portuguesa foi obedecida, ou seja, não há registro de linguagem

informal:

a) ( ) “Ocê não tem dó dele?”

b) ( ) “Depois de matar a fome, ele vai embora.”

c) ( ) “A mãe deu o pedaço de pão e um pires com leite.”

d) ( ) “— Agora que ele já comeu, pode dar o fora.”

e) ( ) “— Tá certo, tá certo, mãe. Ocê é jóia mesmo!”

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Durante a narrativa, o autor usou várias vezes o grau diminutivo, com a finalidade de explorar o sentido afetivo

dos vocábulos. Esta afetividade só não pode ser exemplificada na opção:

a) ( ) “— Olha pra ele, mãe, tão bonitinho, tão magrinho.”

b) ( ) “Não deve ter dono, nem pai, nem mãe, nem irmãozinho.”

c) ( ) “Alisa só o pelinho dele, vê só como o coitado tá maltratado.”

d) ( ) “... um casal de patos, um porquinho–da–índia, ...”

e) ( ) “Ele é tão infeliz, tão magrinho, sem ninguém por ele.”

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Tendo em vista os fatos narrados, podemos caracterizar Chico como um menino:

a) ( ) conformado.

b) ( ) insistente.

c) ( ) agressivo.

d) ( ) insensível.

e) ( ) mentiroso.

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TEXTO V

Faça o que se pede sobre o Texto V.

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Sobre a tirinha lida é incorreto declarar que:

a) ( ) tem como protagonista, isto é, personagem principal o garoto Ozzy.

b) ( ) todas as perguntas de Ozzy foram respondidas negativamente pela mãe.

c) ( ) Ozzy deseja cortar o vestido da mãe com a finalidade de fazer uma fantasia.

d) ( ) Ozzy pretendia fazer uma crueldade com o gato.

e) ( ) o menino, na verdade, não estava disposto a tomar banho, escovar os dentes e ir dormir.

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TEXTO VI

Ofélia, uma pacata viúva beirando os 70, reencontra Araújo, um velho amigo dos tempos de escola. Descobre que ele se tornou uma pessoa especial: é músico, sertanista, vive viajando pelo país afora, mora numa casa que mais parece uma cabana no meio da floresta e tem uma jiboia de estimação. Esse reencontro dá um novo rumo à vida de Ofélia, que resolve acompanhar o amigo em uma de suas viagens. Veja como o filho dela, já adulto, reage a essa decisão da mãe.

MAMÃERicardo Azevedo

Não me conformo nem vou me conformar com essa viagem sem sentido. Sinceramente, largar a casa, a família, sair por aí a troco de nada, não dá para entender. Acho um desperdício, um dinheirão jogado fora. Mamãe, será que você não percebe que é loucura? Não tem cabimento. E se você passar mal? E se cair e quebrar a bacia? Como vai ser? Quem vai socorrer? O Araújo? Um sujeito que vive no meio de cobras e vacas? Lamento a hora em que este elemento apareceu em sua vida. Para mim, não passa de um espertalhão ou então de um doido varrido. Não quero interferir em nada. Como você mesma faz questão de esfregar na minha cara, é dona do seu nariz e faz o que bem entende. Se quiser minha opinião, a opinião de seu único filho que tanto lhe quer , acho que deveria largar esse aventureiro e voltar para casa imediatamente. Já pensou na vizinhança? Na dona Otília, no doutor Ruy, na dona Olguinha? O que eles vão pensar de você passeando por aí, ninguém sabe onde, com esse fulaninho?

Mamãe, peço que pense, pese bem as coisas, veja os prós e os contras e volte o quanto antes.

André

Chega de saudade. São Paulo, Moderna, 1985. p.54

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Tendo em vista a viagem feita por dona Ofélia, é incabível afirmar que André, o filho dela:

a) ( ) demonstra preocupação com o que os vizinhos falarão a respeito de sua mãe.

b) ( ) teme que a mãe tenha um problema de saúde e não consiga ser socorrida.

c) ( ) considera um gasto excessivo para algo que não valerá a pena.

d) ( ) deseja que a mãe desista e retorne logo para casa.

e) ( ) considera que a mãe esteja fazendo a escolha certa, na companhia certa.

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MATEMÁTICA

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Enquanto Joãozinho batia uma bola com o amigo, os pais jogavam conversa fora. Entre vários vendedores

ambulantes, um, muito organizado, chamou a atenção deles devido à tabela de preços que carregava consigo:

Observe:

O amigo do pai disse:

“— Podem escolher, hoje é tudo por minha conta!”

Quatro adultos pediram um sanduíche, um refrigerante e um picolé cada um e as duas crianças escolheram

somente um sanduíche e um picolé cada uma. Se ele pagou com uma nota de R$ 50,00 e 3 de R$ 20,00.

Quanto recebeu de troco?

a) ( ) R$ 14,80

b) ( ) R$ 17,40

c) ( ) R$ 18,40

d) ( ) R$ 24,60

e) ( ) R$ 30,20

Além dos vendedores ambulantes, na praia, há pessoas que trabalham em uma empresa e recolhem o lixo para

ser reciclado. Na tabela a seguir, veja a quantidade que cada um recolhe, obrigatoriamente, por dia:

papel e

papelãoplástico vidro latinhas

15 kg 1.200 dag 4.000 g 90 hg

Sabendo que a empresa possui uma dúzia de funcionários exercendo esse cargo, qual a massa total de lixo

que é arrecadada por essa empresa em um mês?

a) ( ) 14.400 gramas

b) ( ) 14,4 hectogramas

c) ( ) 144.00 decagramas

d) ( ) 144 decigramas

e) ( ) 14,4 toneladas

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No quiosque da D. Néia, os salgadinhos são deliciosos. Ela produz 2.400 unidades por semana, das quais 25

são coxinhas, 13

do restante são bolinhas de queijo, 14

do novo resto são de quibes e o restante de risole de

carne. Logo, podemos afirmar que:

a) ( ) menos de 900 salgados são coxinhas.

b) ( ) a fração que representa a quantidade de risole de carne é 3

10.

c) ( ) mais de 800 salgados são bolinhas de queijo.

d) ( ) os quibes e as bolinhas de queijo juntos representam 13

do total.

e) ( ) ela produz 600 quibes por semana.

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Suponha que a Mãe folheava uma revista com 80 páginas, cada página com três colunas, cada coluna com

18 linhas e 42 letras em cada linha. Assim, o número total de letras que há nessa revista é representado por

um numeral:

a) ( ) cuja soma dos V.R. dos algarismos de ordem par é 100.040.

b) ( ) cuja soma dos V.A. dos algarismos de ordem ímpar é 16.

c) ( ) composto por 6 dm + 4 c + 8 d.

d) ( ) cuja soma dos V.R. dos algarismos da dezena de milhar com a dezena é 80.040.

e) ( ) cujo numeral apresenta 6 classes e 2 ordens.

20

A diversão na areia era construir castelos. Para buscar água no mar, o amigo de Joãozinho utilizava um

baldinho de 350 ml e Joãozinho utilizava um copinho de 200 ml. Sabendo que ambos fizeram a mesma

quantidade de viagens e transportaram sempre seus recipientes cheios, qual das opções abaixo pode

representar a quantidade total de água utilizada por eles?

a) ( ) 4,75

b) ( ) 4,95

c) ( ) 5,05

d) ( ) 5,25

e) ( ) 6,15

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"O futuro é da informática zelador." Sabemos que o futuro pertence a uma tecnologia que nos surpreende a

cada ano. Atualmente, o maior meio de comunicação é o WhatsApp. Você sabe qual foi o ano de sua criação?

Resolva a expressão abaixo para descobrir e assinale a opção que o apresenta:

(1000 ÷ 4) x 3 + (650 x 2) – (410 ÷ 10) =

a) ( ) 2007

b) ( ) 2008

c) ( ) 2009

d) ( ) 2010

e) ( ) 2011

22

A mãe de Calvin ficou feliz por ele ter feito sua cama. A colcha de sua cama foi feita de retalhos quadrados

com 15 cm de lado. Sabendo que a colcha tem 3 metros de comprimento e a largura sendo a metade do

comprimento, a quantidade de retalhos para sua confecção é:

a) ( ) duas meias centenas.

b) ( ) a terça parte de nove centenas.

c) ( ) o triplo de cinco dúzias.

d) ( ) a metade de meio milhar.

e) ( ) o dobro de uma centena.

23

Chico é tão apaixonado por animais que participou de uma pesquisa em sua escola, na qual 800 alunos

responderam qual animal de estimação possui em casa. Sabendo que cada aluno entrevistado possui

apenas um animal de estimação, observe a tabela com parte dos resultados obtidos e complete-a com as

informações que estão faltando:

Agora, assinale a única afirmativa falsa:

a) ( ) Ao todo, 200 alunos possuem um pássaro.

b) ( ) A fração correspondente aos alunos que têm uma tartaruga é 14

.

c) ( ) O total de alunos que possuem cachorro e de alunos que possuem gato corresponde à metade dos

entrevistados.

d) ( ) A fração que corresponde aos alunos que possuem gato é equivalente à fração 960

.

e) ( ) Dos entrevistados, 160 alunos possuem um cachorro.

Animal de estimação Fração Número de

alunos

cachorro15

gato 240

pássaro14

tartaruga

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CONCURSO DE BOLSAS - 5º ANO, 5º ANO ESPECIALIZADO E CURSOS PREPARATÓRIOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

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Chico irá completar 14 anos e, de aniversário, pediu um cavalo de presente. Então, seu pai, que faz aniversário

no mesmo dia do filho, o desafiou com a seguinte pergunta:

Hoje, eu tenho 31 anos. Há quantos anos a minha idade foi igual ao quádruplo da sua?

a) ( ) 5 anos

b) ( ) 6 anos

c) ( ) 7 anos

d) ( ) 8 anos

e) ( ) 9 anos

25

O avô de Chico cercou uma área no sítio, separando um espaço maior para os animais de grande porte e um

espaço menor para os animais menores. O espaço maior, que possui um portão, foi cercado com quatro voltas

de arame e o menor com três voltas. De acordo com as medidas indicadas na figura, quantos metros o avô

de Chico gastou para cercar tudo?

a) ( ) 45,2 m

b) ( ) 46 m

c) ( ) 168,4 m

d) ( ) 170,8 m

e) ( ) 174 m

26

São tantos animais no sítio de Chico que seu avô, mensalmente, lota o depósito comprando caixas com

12 sacos de 5 kg de ração. Hoje, ele foi até o depósito para verificar quantas caixas ainda havia lá. A figura

abaixo representa esse depósito e apresenta as caixas que lá estão.

Quantos sacos de ração já foram consumidos até agora, levando-se em conta que o depósito estava comple-

tamente cheio no início do mês?

a) ( ) 54

b) ( ) 120

c) ( ) 528

d) ( ) 648

e) ( ) 3240

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Além dos animais, o sítio do avô de Chico possui um lindo pomar com muitas árvores, cada uma com oito

galhos, cada galho com oito ramos e cada ramo com oito frutas. Sendo assim, com um total de 1024 frutas,

podemos afirmar que foram colhidas de:

a) ( ) 3 árvores e 128 ramos.

b) ( ) 128 galhos e 16 ramos.

c) ( ) 2 ramos e 16 árvores.

d) ( ) 128 ramos e 2 galhos.

e) ( ) 16 galhos e 2 árvores.

28

Ozzy fez muitas perguntas para a sua mãe e, durante uma semana, perdeu as contas de quantas vezes ouviu

a palavra NÃO de sua mãe. Ajude ele a descobrir essa quantidade de vezes, resolvendo o desafio a seguir:

O número de vezes que Ozzy ouviu a palavra NÃO é:

a) ( ) 43.

b) ( ) 45.

c) ( ) 47.

d) ( ) 49.

e) ( ) 51.

29

André não se conforma com a viagem sem sentido de sua mãe e, hoje, aproveitou os dois intervalos de 20 min,

entre um tempo de aula e outro, para conversar com seu melhor amigo. Sabendo que ele tem 6 tempos diários

de 45 minutos cada um e que o horário de término do último tempo de aula é às 12 h 20 min, podemos afirmar

que o horário de início do primeiro tempo de aula é às:

a) ( ) 6 h 40 min.

b) ( ) 7 h.

c) ( ) 7 h 10 min.

d) ( ) 7 h 20 min.

e) ( ) 7 h 30 min.

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CONCURSO DE BOLSAS - 5º ANO, 5º ANO ESPECIALIZADO E CURSOS PREPARATÓRIOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

E você? Já parou para pensar quantas vezes você não obedeceu à sua mãe? Quantas vezes pensou

que ela era brigona, mas, quando na verdade ela sempre vai querer o seu bem? Então, agora é hora de

deixá-la feliz e orgulhosa, obtendo um bom resultado nessa prova. Portanto, resolva a questão a seguir

com muita atenção!

30

Observando a sequência de triângulos, marque a quantidade de triângulos brancos existentes na 12ª figura

da sequência:

a) ( ) 66

b) ( ) 74

c) ( ) 76

d) ( ) 78

e) ( ) 91