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LIXO E SAÚDE: QUALIDADE DE VIDA DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS Anandra dos Santos Pizzolato (Unirg) Elyézer Rosa de Oliveira (Unirg) Lucas Cavalcante Machado (Unirg) Resumo Este estudo analisa a produção cientifica sobre a importância da qualidade de vida dos catadores de materiais recicláveis, destacando à enfermagem como uma profissão comprometida com a qualidade de vida. Para isso foi realizado pesquisa bibbliográfica, que teve como referência sites, artigos científicos, livros e manuais, oferecendo assim, conhecimento a cerca da qualidade de vida dos catadores de materiais recicláveis. A qualidade vida dos catadores de materiais recicláveis é ainda pouca analisada e pesquisada, embora nos dias atuais sejam diversos os problemas relacionados ao trabalho, ambiente, saúde, perigos ocupacionais e descaso social com essa classe de trabalhadores. A partir daí é possível notar que há carência de informação de como é realizado o trabalho de catação, a saúde dos catadores de materiais recicláveis e os riscos associados ao ambiente de trabalho, o descaso social, e a qualidade de vida. O profissional de Enfermagem, assim como os outros profissionais de outras áreas de formação, poderá contribuir na minimização dessa problemática a depender de como desenvolve as ações em saúde junto a essa população de trabalhadores, hoje visto que está na sua competência a promoção do ser humano na sua integralidade. Acredita-se que as informações contidas aquis poderão contribuir no melhor entendimento do assunto neste contexto. Palavras-chaves: Qualidade de vida; Saúde e Ambiente; Catadores de Materiais Recicláveis e Resíduos sólidos. 20, 21 e 22 de junho de 2013 ISSN 1984-9354

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LIXO E SAÚDE: QUALIDADE DE VIDA

DOS CATADORES DE MATERIAIS

RECICLÁVEIS

Anandra dos Santos Pizzolato

(Unirg)

Elyézer Rosa de Oliveira

(Unirg)

Lucas Cavalcante Machado

(Unirg)

Resumo Este estudo analisa a produção cientifica sobre a importância da

qualidade de vida dos catadores de materiais recicláveis, destacando à

enfermagem como uma profissão comprometida com a qualidade de

vida. Para isso foi realizado pesquisa bibbliográfica, que teve como

referência sites, artigos científicos, livros e manuais, oferecendo assim,

conhecimento a cerca da qualidade de vida dos catadores de materiais

recicláveis. A qualidade vida dos catadores de materiais recicláveis é

ainda pouca analisada e pesquisada, embora nos dias atuais sejam

diversos os problemas relacionados ao trabalho, ambiente, saúde,

perigos ocupacionais e descaso social com essa classe de

trabalhadores. A partir daí é possível notar que há carência de

informação de como é realizado o trabalho de catação, a saúde dos

catadores de materiais recicláveis e os riscos associados ao ambiente

de trabalho, o descaso social, e a qualidade de vida. O profissional de

Enfermagem, assim como os outros profissionais de outras áreas de

formação, poderá contribuir na minimização dessa problemática a

depender de como desenvolve as ações em saúde junto a essa

população de trabalhadores, hoje visto que está na sua competência a

promoção do ser humano na sua integralidade. Acredita-se que as

informações contidas aquis poderão contribuir no melhor

entendimento do assunto neste contexto.

Palavras-chaves: Qualidade de vida; Saúde e Ambiente; Catadores de

Materiais Recicláveis e Resíduos sólidos.

20, 21 e 22 de junho de 2013

ISSN 1984-9354

IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013

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1. SITUAÇÃO PROBLEMA

A aceleração dos processamentos de industrialização, urbanização e consequentemente o

crescimento sócio demográfico associado, contribui para um aumento significativo no que se

refere à quantidade e a diversidade da produção dos resíduos sólidos provenientes desta

evolução. Estes por sua vez, passaram a abrigar em suas composições elementos que

apresentam riscos à saúde em virtude das novas tecnologias integradas em suas formulações.

Surgiram os meios de processamento da disposição dos resíduos para amenizar o

acúmulo e suas exposições e dar finalidade ao lixo recrutado, nas quais se destacam a criação

de lixões e aterros e a reciclagem tendo acompanhamento da coleta seletiva. Essas derivações

propiciaram o surgimento da população de catadores de lixo, sendo este um fenômeno na

escala da exclusão social inserida na sociedade, seja pelo consumo exacerbado e/ou pela

formação de resíduos sólidos urbanos.

Estima-se que exista no Brasil aproximadamente um milhão de catadores de materiais

recicláveis (CEMPRE, 2010), sendo que mais de 13 mil estão organizados em cooperativas,

associações ou grupos informais (BRASIL, 2007).

O cotidiano dos catadores de lixo ainda é pouco trabalhado pela saúde pública brasileira e

pouco visualizado no âmbito de pesquisa que referencia os impactos gerados nas condições

sociais, que incluem o lixo, qualidade de vida dos que trabalham com essa prática, e a adesão

e visão que os catadores têm no que diz respeito à exclusão social.

A qualidade de vida dos catadores de lixo trata-se de uma representação social criada a

partir de parâmetros subjetivos (felicidade, bem-estar, amor, prazer, realização pessoal) e

também objetivos, cujas referências são a satisfação das necessidades básicas e das

necessidades criadas pelo grau de desenvolvimento econômico e social determinada pela

sociedade.

O profissional de enfermagem tem como um dos princípios fundamental o compromisso

com a saúde e qualidade de vida da população, respeitando a vida, a dignidade e aos direitos

humanos, em todas as suas dimensões de vida social. Mediante a isso o Enfermeiro possui a

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atividade e a competência da promoção do ser humano na sua integralidade, com base no

princípio da ética e bioética. (CEPE, 2007)

Com a ascensão do capitalismo surgido depois da revolução industrial, os catadores de

materiais recicláveis aparecem como herdeiros de um processo de condição excludente.

(FERREIRA e ANJOS, 2001).

O comum é que os catadores de materiais recicláveis trabalhem por dinheiro sem contrato

ou assistência médica, relevando traços semelhantes aos dos demais grupos excluídos da

sociedade brasileira expondo-se a riscos e “cargas” responsáveis por danos a saúde do

trabalhador (LAURELL e NORIEGA, 1989).

A toxicidade e prejuízos a saúde do individuo nestes locais são bem constituídos por

estudos afins, evidenciando risco aos catadores de lixo. Desta forma os riscos a saúde e

qualidade de vida podem está associadas às questões psicossociais.A sociedade constata-se

carente no reconhecimento do trabalho desempenhado pelos catadores de lixo, sendo assim

considerado desqualificado. A história de vida dos catadores de materiais recicláveis pode ser

marcada pela vergonha, humilhação e exclusão social.

Assim, identificar a realidade da qualidade de vida dos trabalhadores do lixão é de

extremaimportância, pois, com esse conhecimento pode-se planejar e adotar ações adequadas

para os tipos de situações encontradas ou abordadas. O desafio é de aprofundar a discussão

sobre a saúde e a qualidade de vida dos catadores de lixo, esperando-se poder contribuir para

estabelecer uma relevância significativa de aprendizagem no contexto abordado aos

enfermeiros e aos trabalhadores da área da saúde, estabelecendo um diálogo interdisciplinar,

permitindo avançar no conhecimento e dar consistência a um tema que consideramos de

grande importância tanto para a teoria como para a prática da saúde coletiva.

Ressalta-se, contudo, estudos que abordam a temática da qualidade de vida dos catadores

de lixo, como se propõe esta pesquisa, são de extrema importância visto que o pouco

reconhecimento e a exposição à área de atuação da classe trabalhadora do lixo podem ser

considerados como um problema social e de saúde pública.

Neste contexto, espera-se com este estudo conhecer a qualidade de vida dos catadores de

material reciclável nos aterros sanitários.

Para alcançar tal objetivo, foram pesquisados: as características socioeconômicas dos

catadores de materiais recicláveis, e a associaçãodo trabalho e ambiente aos diversos

problemas de saúde.Através de uma revisão bibliográfica, buscando as bases conceituais e os

fundamentos teórico-práticos.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Resíduos sólidos

Um dos grandes problemas do Brasil, enfrentado pelo o governo vem sendo a geração de

resíduos sólidos, com produção desenfreada. (GRIMBERG, 2004).

Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB, 2008) observou a

destinação final dos resíduos, constatando-se os vazadouros a céu aberto (lixões) constituírem

o destino final dos resíduos sólidos em 50,8% dos municípios brasileiros, 22,5% em aterros

controlados e 27,7% em aterros sanitários.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB, 2008 p.8) descreve:

Que 26,8% das entidades municipais que faziam o manejo dos resíduos sólidos em

suas cidades sabiam da presença de catadores nas unidades de disposição final

desses resíduos. Tal atividade é exercida, basicamente, por pessoas de um segmento

social marginalizado pelo mercado de trabalho formal, que têm na coleta de

materiais recolhidos nos vazadouros ou aterros uma fonte de renda que lhes garante

a sobrevivência. Contudo, não se tem conhecimento, dentro da escala de valores das

categorias profissionais, de nenhuma outra atividade que seja tão estigmatizada e

desprestigiada socialmente como o trabalho dos catadores.

A disposição final do lixo urbano sendo realizada de forma errônea provoca poluição das

águas que se dá por meio de fenômenos naturais como arrastamento, percolação, lixiviação,

etc; do ar pelos efluentes gasosos na emitidas na atmosfera; e principalmente o solo pelo

contato direto e indireto pela associação com os outros elementos, água e ar (SIQUEIRA e

MORAIS, 2009).

Ferreira e Anjos (2001) diz que maior parte das cidades da América Latina tem sua

situação agravada devido a má disposição dos resíduos no solo de forma inapropriada em

reservatórios a céu aberto (lixões).

A excessiva geração de resíduos põe o desperdício com enfrentamento na ótica de

necessidades de mudanças. Hoje no Brasil 69% são resíduos orgânicos, anualmente 14

milhões de toneladas de sobras, viram lixo devido a procedimentos inadequados com a

mesma. Diariamente 19 milhões de pessoas poderiam ser alimentadas com as sobras

desperdiçadas (GRIMBERG, 2004).

A intensa produção e o duplo desperdício de resíduos sólidos deixam-se preconizada a

sua interação é importância ao reciclar materiais como: vidro, papel, papelão, metais,

plásticos. Sendo assim, diminuindo a grande quantidade de resíduos com disposição final em

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lixões, aterros sanitários. Proporcionando assim, um mercado gerador de trabalho e renda, na

catação dos materiais recicláveis (GRIMBERG, 2004).

2.1.1 PRINCÍPIOS HISTÓRICOS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS.

Os resíduos são consequências do processo de industrialização, urbanização, que são

provenientes de um longo período histórico, nos séculos XVIII e XIV, que desencadeou

consequências na saúde advindas da problemática ambiental (BOTTOMORE, NISBET,

1980).

O resíduo sólido pode ser descrito como um problemático tão velho quanto a

humanidade, apesar de que nos primórdio os problemas não eram de grande proporção,

devido ao homem ser nômade, ter muito espaço para viver. No entanto, a medida que a

população crescerá, começa então a formação de tribos, vilas e cidades, e com isso começa as

problemáticas de ordem ambiental, devido ao desconhecimento do homem quanto a hábito de

higiene, os rios e lagos são poluídos com esgoto e resíduos (RUSSO, 2003).

O manejo dos resíduos sólidos no final do século XIX tinha relação com a saúde pública,

com isso, inicia-se um programa na Inglaterra de condições de salubridade que se vive, a lei

afirmava aproibição de lixos em rios, diques e águas, em vigor no ano 1888 (RUSSO, 2003).

Com o passar do tempo, e a modernidade podem destacar que as diversas estruturas de

gestão de resíduos sólidos, contribuem para uma política integrada na reutilização de resíduos,

na reciclagem, baseada na redução da fonte, proporcionando a transformação de resíduos e a

qualidade da deposição em aterros (RUSSO, 2003).

2.1.2 RESIDUOS SÓLIDOS E OS PROBLEMAS ASSOCIADOS.

Os resíduos sólidos são uma ameaça a saúde da população, principalmente a dos

trabalhadores de lixo que apresentam ligação direta com as excretas residuais. A produção

exacerbada proporcionou essa problemática ambiental que se relaciona diretamente com a

saúde da população.

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Agusto (2003), expõe a idéia que as condições de saúde são resultantes das condições de

vida e ambiente que relaciona a forma de manejo dos resíduos, que viabilizam a degradação

da saúde frente aos impactos diretos e indiretos que o ambiente se submete.

Machado e Prata Filho (1995), descrevem em seus estudos que anualmente cerca de 5

milhões de pessoas acabam morrendo em virtude de aquisição de enfermidades referentes aos

resíduos que se propagam no ar, água e solo.

Uma das fontes de resíduos que mais gera a degradação do meio ambiente, são os

resíduos sólidos gerados em órgãos de saúde, que podem entrar em contato com o meio

ambiente, tendo um risco potencial de contaminação do meio. A preocupação de órgão de

saúde, prefeituras, ambientais, técnicos e pesquisadores da área vêm sendo a problemática

devido ao mau gerenciamento dos resíduos nos locais onde são prestados os serviços de saúde

(COELHO, 2000).

Os resíduos sólidos refletem uma problemática que sempre esteve presente, entretanto

nas últimas décadas, adquiriu uma grande importância no âmbito ambiental. Devido a

consciência aos resíduos sólidos, a qualidade de vida e qualidade ambiental (NUNESMAIA,

2001).

O gerenciamento de resíduos sólidos municipais, contendo agentes químicos, físicos e

biológicos, é capaz de prejudicar a saúde do ser humano e o meio em que vive (FERREIA e

ANJOS, 2001).

Os resíduos sólidos químicos dentre eles a pilha e baterias, óleos e graxas, pesticidas,

solventes, tintas, produtos de limpeza, cosméticos, remédios e aerossóis podem ter efeitos

desastrosos a saúde da população e meio ambiente. Assim como, chumbo, cádmio e mercúrio

podem interferir na saúde humana, provocando patologias diversas (FERREIRA e ANJOS,

2001).

Os resíduos sólidos derivados de componentes biológicos são responsáveis pela

transmissão direta e indireta de patologias diversificadas. Devido aos microorganismos

patogênicos encontrados em curativos, fraldas descartável, papel higiênico, absorvente,

agulhas e seringas, camisinha, e resíduos originados de laboratórios, farmácias, clinicas e

hospitais. A transmissão indireta pode ser originada por vetores encontrados pela proliferação

de nos resíduos, e também por resíduos infecciosos dos serviços de saúde relacionados a

doenças infecciosas (FERREIRA e ANJOS, 2001).

Uma das ordens que leva os resíduos sólidos a ser um problema público de saúde e meio

ambiente é a geração de problemas de ordem estética da saúde pública, os vetores e animais

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domésticos, obstrução dos rios, as inundações que são provocadas, trazendo consigo as

epidemias como fator associado (FERREIRA e ANJOS, 2001).

2.2 OS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS E AS CARGAS DE

TRABALHO

Segundo Antunes (1995), conceitua a própria condição humana como “ineliminável”, o

trabalho é uma condição natural, gerado por uma ação que caracteriza as relações entre

ohomem e a natureza, e entre a natureza e a sociedade.

A relação do home com o trabalho, expressa um dimensão transformadora, mediante ao

século XIX, assim visualizada por Marx (1978, p. 148):

Ante de tudo, o trabalho é um processo entre o homem, por sua própria ação, media,

regular e controla o seu metabolismo com a Natureza. Ele mesmo se defronta com a

matéria natural como uma força natural. Ele põe em movimento as forças naturais

pertencentes à sua corporalidade, braços, pernas, cabeça e mãos, a fim de apropriar-

se da matéria natural numa forma útil para sua própria vida. A atuar, por meio desse

movimento sobre a Natureza externa a ele, e ao modificá-la, ele modifica a sua

própria natureza.

Apenas uma pequena parte do lixo produzido no País é seletivamente coletada. A maior

parte da reciclagem é feita por catadores, autônomos ou associados em cooperativas, que

retiram do lixo os materiais de mais alto valor, sendo esta atividade insalubre, de baixa

remuneração, realizada muitas vezes em lixões e aterros, ocupando trabalhadores de baixa

qualificaçãoprofissional, muitos deles menores de idade, quase sempre à margem dos direitos

trabalhistas, e que cresce nos períodos de crise econômica e de aumento do desemprego

(IBGE, 2010).

Há evidências de consequências psicossociais relacionadas ao trabalho assalariado, pois

pode ser avaliado como identidade do ser humano. O sofrimento mediante ao emprego, e o

sofrimento mediante ao trabalho, pode ter relação direta ou indireta com a identidade do sem

humano. Possui uma ligação ligada à crise do trabalho assalariado e aos desempregados

(DEJOURS, 1999).

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Com o aumento do desemprego, as exigências para o acesso no mercado de trabalho

formal, por motivos de idade avançada, condições social e baixa escolaridade. Sujem a

crescente população de catadores de materiais reciclável (MAGERA, 2003; IPT, 2003;

MIURA, 2004).

Segundo Birbeck (1978), caracteriza os catadores de materiais recicláveis como “self-

employedproletarians”, pois o ele define que o auto emprego não passa de ilusão, os catadores

auto de empregam, contudo vendem a sua força de trabalho, para as industrias de reciclagem,

trabalham sem qualquer condição de segurança social relacionado aos parâmetros do

criteriosos ao se trabalhar.

Como o lixo é considerado um achado valioso pela população carente, os catadores

constituem-se em uma comunidade de risco, não apenas para sua própria integridade física e

de saúde, como também são submetidos a uma condição de marginalidade social e

econômica, que muitas vezes se confunde como próprio conceito de lixo (CALDERONI,

1999).

O comércio de materiais recicláveis é realizado por catadores, que depois passa por

atravessadores, que são os sucateiros, e assim vendido para as empresas de reciclagem. O

trabalho de catador dependendo do dia ele arrecada cerca de 2 a 5 reais dependendo do

material coletado (MEDEIROS e MACÊDO, 2006).

A partir da década de 1980, com o crescente aumento da população de catadores de

materiais reciclável, essa população começou a se organizar em associações e cooperativas,

encarando a busca pelo reconhecimento da profissão. Foram promovidos alguns encontros,

com a finalidade do reconhecimento da importância do catador e sua contribuição como

profissional no mercado de trabalho, com o apoio de instituições não governamentais

(MAGERA, 2003).

Mediante aos acontecimentos históricos na construção da categoria de catadores de

materiais recicláveis, podemos notar o reconhecimento dessa população como profissional

oficializada na CBO – Classificação Brasileira de Ocupações, no ano de 2002 (MEDEIROS e

MACÊDO, 2006).

A coleta seletiva de lixo e a conscientização da população para separar os resíduos, antes

de descartá-los, podem aumentar não apenas a eficiência da reciclagem, como também trazer

melhorias na qualidade de vida de catadores e de outros trabalhadores que lidam com resíduos

(IBGE, 2010).

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Segundo Migueles (2004, p.14), “para que a sociedade perceba o catador como um

trabalhador qualquer é preciso associar o trabalho de catação a significativos positivos”.

A criação de cooperativas e associações no Brasil são recentes, uma das cooperativas

mais antiga é a Cooperativa dos Catadores Autônomos de Papel, Aparas e Materiais

Reaproveitáveis – COOPAMARE, fundada no ano de 1985, em Belo Horizonte (MAGERA,

2003).

Segundo Nunesmaia (1997), a reciclagem vem sendo expandida como forma de

tratamento dos resíduos sólidos urbanos, visando reduzir o volume e o potencial de

periculosidade do lixo. A recuperação de materiais recicláveis presentes no lixo possibilita seu

reaproveitamento e pode ser também considerada fonte de matéria-prima secundária na

fabricação de novos produtos.

Sisinno (2002) diz que, os resíduos sólidos urbanos frente às consequências de seu

manejo e disposição final inadequado acabam refletindo direto e indiretamente na vida e

saúde da população que devem ser compreendidos como um problema de saúde pública.

2.3 Qualidade de vida

O Código de Ética do Profissional de Enfermagem (CEPE) (2007) associa a qualidade de

vida de um indivíduo, família e coletividade, ligada diretamente a profissão de enfermeiro que

por sua vez se integra nas ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde,

no qual o mesmo presta assistências que visem satisfazer as necessidades de saúde da

população e dos princípios das políticas públicas de saúde e ambientais.

A expressão qualidade de vida vem sendo referência para inúmeras pesquisas e

discussões políticas, acadêmicas, entre outros, desencadeando um interesse com a mensuração

de níveis de qualidade de vida pela as Nações Unidas. Ainda hoje o seu conceito e de caráter

indefinido a respeito teórico devido às várias formas em que se define (CORRÊA, 2005).

A Organização Mundial de Saúde – OMS (1996) conceitua Qualidade de Vida no

contexto em que refere a posição de vida nas percepções individuais de cada individuo, no

contexto de valores e cultura que vive, de acordo com as expectativas, preocupações, metas e

padrões. Promovendo uma abrangência na saúde física, relações sociais, crenças pessoais,

estado psicológico, nível de dependência e a características de relacionamento que destaca-se

no ambiente.

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Forattini (1991, p. 75), refere que a qualidade de vida se traduz em satisfação pela vida.

De acordo com o autor;

O estado de satisfação ou insatisfação constitui na verdade, experiência de caráter

pessoal e está ligado ao propósito de obtenção de melhores condições de vida. O

grau de ajustamento às situações existentes, ou então, o desejo de mudança poderá

servir para avaliar a presença ou ausência de satisfação.

A Organização Mundial de Saúde (1994) refere um conceito de natureza multifocal da

qualidade de vida. Sendo assim, desenvolveu um instrumento WHOQOL-100, que possibilita

a avaliação da qualidade de vida que posteriormente definiu seu conceito sendo uma

percepção que indivíduo tem em relação à posição de vida baseado nas suas perspectivas,

objetivos, padrões e preocupações, reconhecendo a multidimensionalidade que envolvem o

domínio físico, níveis de independência, relação social, domínio psicológico, meio ambiente,

religião e crenças pessoais.

Qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao

grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria

estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os

elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar. O termo

abrange muitos significados, que refletem conhecimentos, experiências e valores de

indivíduos e coletividades que a ele se reportam em variadas épocas, espaços e histórias

diferentes, sendo, portanto uma construção social com a marca da relatividade cultural

(MINAYO et al., 2000).

É importante observar também que, em todas as sondagens feitas sobre qualidade de

vida, valores não materiais, como amor, liberdade, solidariedade e inserção social, realização

pessoal e felicidade, compõem sua concepção (MINAYO et al., 2000)

Praticar esportes, manter hábitos saudáveis, cuidar do corpo, entende-se que qualidade de

vida e referente aos cuidados com a saúde, vivendo assim em equilíbrio (COSTA, 2008).

Segundo Martins (2006), a melhoria quanto a qualidade de vida do povo, é dever do

governo, com o objetivo de construir uma sociedade democrática, social, humana, livre e

fraternal.

A Organização Mundial de Saúde (1994) desenvolveu um instrumento WHOQOL-100

(Qudro1), que possibilita a avaliação da qualidade de vida que posteriormente definiu seu

conceito sendo uma percepção que indivíduo tem em relação à posição de vida baseado nas

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suas perspectivas, objetivos, padrões e preocupações, reconhecendo a multidimensionalidade

que envolvem o domínio físico, níveis de independência, relação social, domínio psicológico,

meio ambiente, religião e crenças pessoais.

Quadro 1 - Domínios e facetas do WHOQOL-bref.

Domínio 1 - Domínio físico

1. Dor e desconforto

2. Energia e fadiga

3. Sono e repouso

9. Mobilidade

10. Atividades da vida cotidiana

11. Dependência de medicação ou de tratamentos

12. Capacidade de trabalho

Domínio 2 - Domínio psicológico

4. Sentimentos positivos

5. Pensar, aprender, memória e concentração

6. Autoestima

7. Imagem corporal e aparência

8. Sentimentos negativos

24. Espiritualidade/religião/crenças pessoais

Domínio 3 - Relações sociais

13. Relações pessoais

14. Suporte (Apoio) social

15. Atividade sexual

Domínio 4 - Meio ambiente

16. Segurança física e proteção

17. Ambiente no lar

18. Recursos financeiros

19. Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e

qualidade

20. Oportunidades de adquirir novas informações e

habilidades

21. Participação em, e oportunidades de recreação/

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lazer

22. Ambiente físico: (poluição/ruído/trânsito/clima)

23. Transporte

FONTE: OMS (1994).

2.4 Saúde e ambiente

No Brasil urbano cerca de vinte milhões de pessoas ainda não têm acesso à água tratada;

setenta e cinco milhões não dispõem de serviços de esgoto, e sessenta milhões não são

atendidos por coleta de lixo. Apenas 3% do lixo urbano têm disposição final adequada, 63%

são lançados em cursos de água e 34%, a céu aberto (SABROZA; LEAL, e BUSS, 1992).

Diferentemente do que se acreditava, a crise do meio ambiente urbano está tendo um

impacto na saúde, em grande proporção e mais rápido do que o esperado, de problemas

ambientais considerados prioritários, como as alterações climáticas no mundo, chuvas ácidas,

destruição de florestas tropicais, como também desmatamento nas proximidades urbanas e

desaparecimento de diversas espécies animais e vegetais (ROSSI-ESPAGNET et al., 1991).

A Organização Mundial da Saúde - OMS(2000), define que: Saúde ambiental é o campo

de atuação da saúde publica que se ocupa das formas de vida, das substancias e das condições

em torno do ser humano, que podem exercer alguma influencia sobre a sua saúde e seu bem

estar. Segundo Augusto (2003), é como essa definição que o conceito de saúde mostra-se

claramente como resultante das condições de vida e do ambiente.

Porto (2000, p.8), refere-se ao risco a saúde dos catadores de maneira genérica, entendido

como:

Toda e qualquer possibilidade de que algum elemento ou circunstância existente

num dado processo e ambiente de trabalho possa causar dano à saúde, seja através

de acidentes, doenças ou do sofrimento dos trabalhadores, ou ainda através da

poluição ambiental.

A construção do conceito de saúde passa assim a não ser abstrata, definindo-se no

contexto histórico da sociedade e em seu processo de desenvolvimento, englobando as

condições de alimentação, habitação, educação, renda, ambiente, trabalho, emprego, lazer,

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liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde (SIQUEIRA E MORAES,

2009).

Conforme Rouquayrol (1986 apud Sisinno e Oliveira, 2000), o lixo representa um

elemento que não deve ser desprezado no estudo da estrutura epidemiológica, uma vez que,

pela sua variada composição, poderá conter agentes biológicos patogênicos ou resíduos

químicos tóxicos quem poderão alcançar o homem direta ou indiretamente, afetando-lhe a

saúde.

De forma semelhante, Zanon (1992 apud Eigenheer, 1999) afirma que a remoção dos

resíduos sólidos hospitalares ou residenciais é muito mais uma agressão sensorial à visão e ao

olfato, do que um risco infeccioso.

2.5 AGRAVOS EM SAÚDE X TRABALHADORES DO “LIXO”

Existem poucos estudos referentes à saúde do trabalhador de coleta de lixo no que diz

respeito aos aspectos epidemiológicos e a organização do sistema de gerenciamento de

resíduos municipais, mesmo em países desenvolvidos (AN et al, 1999).

O manejo manual dos resíduos na qual os trabalhadores se submetem os induz a

exposição no ambiente de trabalho, a agentes biológicos, como vírus, bactérias, fungos,

protozoários, artrópodes e helmintos que em contato com o homem podem provocar doenças,

se enquadrando nos riscos ocupacionais biológicos. Estão inclusos também, ataques de

animais peçonhentos, domésticos e/ou selvagens (LAZZARI e REIS,2009).

Segundo Ministério da Saúde do Brasil (2007), através do Programa de DST/AIDS, a

contaminação com vírus, como os do HIV e os das Hepatites B e C, pode ocorrer através da

lesão ocasionada por agulhas contaminadas descartadas nos resíduos. Em Brusque/SC

comprovou-se a contaminação de um catador de materiais recicláveis, com o vírus HIV, por

contato com uma agulha contaminada em virtude de um acidente de trabalho.

Constatou-se em uma pesquisa realizada com catadores do lixão do Jangurussu,

Fortaleza – CE, como maior perigo existente nessa ocupação a possibilidade de cortarem a

pele com materiais perfurocortantes (cacos de vidro, lâminas e lascas de madeiras).

Referencia também doenças ocupacionais associadas a esse meio conforme relatados pelos

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14

catadores a respeito de micoses, frequentemente encontrados, onde suas vestes colaboram

para o desenvolvimento de microorganismos (CALVALCANTE e FRANCO, 2007).

Apesar dos trabalhadores terem alguns recursos para sua proteção os mesmo ainda são

pouco efetivos e os riscos ainda não são ausentes, os materiais apresenta periculosidade. Esses

materiais acabam por provocar lesões nos trabalhadores, através do contato das sacolas com

os membros superiores e inferiores. Essas lesões são portas de entrada para microorganismos

presentes no lixo (LAZZARI e REIS,2009).

Há retratos também de perigos associados a incêndios que podem se desencadear em

razão do uso de cigarros pelos catadores pela presença materiais inflamáveis (pilhas e

aerossóis). Além da exposição ambiental a agentes físicos, químicos e biológicos, os perigos

dessa ocupação englobam ainda fatores ergonômicos, no que se refere às limitações e

dificuldades no trabalho de catação, tal como ato contínuo de vergar o corpo para apanhar o

lixo ou carregar peso excessivo. Ainda no contexto de risco os agentes danosos podem ter sua

ação ampliada por certas posturas e hábitos adotados pelos catadores tais como o horário e a

qualidade do alimento ingerido, o tabagismo e o consumo de álcool que resulto em efeitos

deletérios à sua saúde, bem como aumentam os riscos de acidentes (CALVALCANTE e

FRANCO, 2007).

2.6 Emancipação e exclusão social dos catadores de lixo

Segundo Santos (1997), a concepção multicultural de direitos humanos pode servir como

instrumentos para se atingir a emancipação social.

Os riscos à saúde e qualidade de vida desses catadores referem-se às questões

psicossociais. Segundo Gesser e Zeni (2004), a história de vida dos catadores de materiais

recicláveis é marcada pela vergonha, humilhação e exclusão social; sua ocupação é sentida

como sendo desqualificada e carente de reconhecimento pela sociedade.

Por sua vez, conforme Minayo (2001 p. 23),

a exclusão social pode ser definida como um processo múltiplo de apartação de

grupos e sujeitos, presente e combinado nas relações econômicas, sociais, culturais e

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15

políticas, dele resultando discriminação, não acessibilidade ao mundo oficial do

trabalho e do consumo.

Na análise de Escorel (1999), a dimensão sócia familiar (constituída das relações

familiares, de vizinhança e de comunidade) mantém-se como a principal referência para o

indivíduo, sendo o suporte mais estável frente às frequentes adversidades oriundas do

mercado de trabalho, da precariedade das proteções sociais e dos estigmas reinantes na

sociedade.

Winnicott (1975) se refere à criatividade do sujeito como uma condição universal para ele

estar vivo, isto é, a interação da sua realidade interna com a realidade externa. Num sujeito

com capacidade cerebral razoável e inteligência suficiente para se tornar uma pessoa ativa e

participar da vida comunitária, tudo o que acontece é criativo. Inversamente, fatores

ambientais que venham a sufocar seus processos criativos podem torná-lo submisso e doente.

3 METODO

3.1 Tipo de pesquisa

Trata-se de uma pesquisa do tipo bibliográfica, descritiva e exploratória, onde foram

utilizados publicações e sites científicos, buscando os estudos com os seguintes descritores:

qualidade de vida, catadores de lixo, materiais recicláveis e resíduos sólidos, com ênfase

naparticipação e capacidade de análise dos sujeitos em relação ao processo de trabalho,

condições de vida e estado psicossocial.

A pesquisa visa conhecer um fenômeno sem modificá-lo, a fim de entender o objeto de

interesse em um determinado espaço e tempo (SELLTIZ, COOK e WRIGHTSMAN, 1987).

Segundo Lakatos (1991, p. 190): “trata-se de um levantamento de toda bibliografia já

publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e impressa escrita”.

De acordo com Abrantes (2008, P. 14) “a pesquisa bibliográfica, como o próprio nome

indica, é de eventos e da internet. Toda pesquisa tem sua fase bibliográfica, pois todas têm de

ter a fundamentação teórica e a revisão de literatura.”

IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013

16

A pesquisa descritiva objetiva a descrição de determinada população ou fenômeno ou o

estabelecimento de relações entre variáveis (ARAÚJO, 1997).

Segundo Malhotra (2001, p. 108), a pesquisa descritiva “tem como principal objetivo a

descrição de algo”, um evento, um fenômeno ou um fato.

A pesquisa exploratória foca na maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-

lo mais explícito ou a facilitar a construção de hipóteses. Esse tipo de pesquisa tem como

principal objetivo o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições, novas idéias. A

pesquisa exploratória é extremamente flexível, de modo que quaisquer aspectos relativos ao

fato estudado têm importância. Grande parte das pesquisas do tipo envolve levantamento

bibliográfico, documental e entrevista ou questionário envolvendo pessoas que tiveram

alguma experiência com o problema. Geralmente são de natureza qualitativa (ARAÚJO,

1997).

3.2 Critérios de inclusão

Estudos relacionados ao tema, os artigos da Scielo, artigos da BVS, artigos do Google

Acadêmico, Ministério da Saúde, Ministério do Meio Ambiente, Código de Ética dos

Profissionais de Enfermagem e dentro do período de 1970 até 2012. Em que constou o nome

do autor e que tenha pertinência com o tema proposto. Utilizando como descritores: qualidade

de vida, resíduos sólidos e catadores de materiais recicláveis. Foi utilizados artigos em

português, inglês, espanhol e francês.

3.3 Critérios de exclusão

Foram usadas no critério de exclusão: todos os artigos não relacionados com o tema,

descritores e pesquisas realizadas fora do período estipulado.

3.4 Local da pesquisa

As buscas ocorreram basicamente em bibliotecas virtuais, sendo elas: Scielo, BVS,

Google Acadêmico.

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17

3.5 Análise de dados

A análise de dados ocorreu, após o estudo criterioso dos artigos selecionados,sendoos

mesmos tabulados compreendendo as variáveis estudadas, a partir da analise de similaridade.

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO

Os estudos encontrados totalizaram 96 artigos, destes apenas 65 foram incluídos na

pesquisa, pois se encaixavam nos critérios de inclusão.

Apresenta-se a seguir estudos válidos e que foram considerados neste trabalho. O

Quadro2 mostra as bibliotecas pesquisadas, autor, título e ano.

Quadro 2: Estudos incluídos na pesquisa.

BIBLIOTECA AUTOR TITULO ANO

BVS

COELHO, H;

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2000

OMS Glossário de promoção da saúde 1996

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Resíduos sólidos, ambiente e saúde:

uma visão multidisciplinar 2000

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Processo de trabalho e acidentes de

trabalho em coletores de lixo domiciliar

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The developmente of the World Health

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instrument (ther WHOQOL)

1994

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23

4.1 Qualidade de vida dos catadores de materiais reciclável

De acordo 100% dos estudados, destacou-se que a qualidade de vida tem relação direta

com a saúde, ambiente e situações adversas, colocando assim a condição dos catadores de lixo

em uma ligação sem precedentes, direta com seu trabalho mediante as situaçõesvivenciadas

no dia a dia, e o ambiente onde desenvolvem suas atividades.

Em relação aos trabalhadores, a qualidade de vida não pode ser desvinculada, devido

ao favorecimento e surgimento de sérios problemas referentesautoestima, sentimentos

negativos quanto a sua vida, imagem corporal e aparência. O sentimento de baixa auto estima,

surge mediante a pouca importância da classe, no critério de organização de associações e

organizações, e o desconhecimento da sociedade sobre o trabalho de catação e a sua

importância laboral. Precisa-se incorporar nos catadores de materiais recicláveis o sentimento

de presença social, e influenciar a sociedade de maneira que imagem negativa dos

catadorespossa mudar, melhorando assim a auto imagem e autoestima.

Castel (1998), diz que a vulnerabilidade social é uma zona intermediária nos parâmetros

de vivencia coletiva, sem estabilidade que condizem com a precariedade do trabalho e a

fragilidade dos suportes de proximidade, favorecendo a exclusão e não inserção da classe

trabalhadora.

Uma das formas consideráveis como requisito fundamental no principio de qualidade de

vida é a moradia. A falta de moradia de grande parte dos catadores de materiais recicláveis

mediantea baixa qualidade de vida podeser consideradauma forma de influenciar

negativamente os domínios considerados no instrumento para avaliar a qualidade de vida:

psicológico, relações sociais e o do ambiente. Sobre tudo, influenciando no critério de

segurança, proteção da família, alimentação e na auto identidade do catador de materiais

recicláveis.

Ao verificaram-se similaridades dos autores pode-se destacar a importância dos catadores

de lixo para a sociedade, e as suas necessidades e a busca de qualidade de vida. É importante

ressaltar os domínios de qualidade de vida: ambiente e das relações sociais dos catadores

mostra-se coerente, devido alguns por sua vez, ser morador de rua, descriminado por suas

vestimentas, por muitas vezes ter baixa escolaridade.No entanto, os catadores de materiais

IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013

24

recicláveis tem um tipo de trabalho significativo, comparado à percepção de qualidade de

vida.

4.2 Características socioeconômicas de catadores de materiais recicláveis

Na considerável análise de 100% dos autores estudados, todos destacaram as baixas

condições de vida dos catadores de materiais recicláveis mediante a baixa escolaridade,falta

de opção de trabalho, dificuldades de emprego, gerando assim, a facilidade de conseguir

dinheiro induzindo ao trabalho na coleta de materiais recicláveis. Alguns estudos mostraram

uma avaliação sucinta que a maioria dos catadores de materiais recicláveis tem o grau de

escolaridadebaixa, sendo assim, relacionadas diretamente com as condições de vida.Um dos

aspectos considerados relevantes que podemos destacar devido ao baixo grau de escolaridade,

gira em torno da significativa deficiência em hábitos saudáveis, educação alimentar e

conhecimento sobre prevenções de doenças. Colaboram então para o aparecimento de

doenças e dificuldade de condições de vida.

Uma questão abrangente e negativa no trabalho de catação de materiais recicláveis

éodesempenho do trabalhonão formal, gerando renda de acordo com o material coletado,

portanto a renda esta relacionada diretamente com a produção individual dos trabalhadores.

Esta informalidade do trabalho associada a baixa renda financeira, possuem suas residências

no ambiente de trabalho, colocando assim todos da família envolvidos com a catação,

coletando mais materiais e lucrando mais.

4.3 Associação do trabalho e ambiente com os diversos problemas de saúde

De 100% dos autores estudados, 50% dos autores destacaram uma associação do trabalho

a problemas de saúde na forma direta, 50% dos autores associaram o trabalho relacionado de

forma indireta a saúde.

As formas de trabalho desempenhadas pelos catadores de materiais recicláveis exigem

muita força e esforço físico, e com a rotina do trabalho acarretam problemas associados a

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25

dores corporais, problemas ósteoarticulares, hipertensão e nervosismo, no domínio físico do

instrumento de avaliação de qualidade de vida, essa é uma das formas indiretas do trabalho

influenciando na saúde do catador.

Os geradores de riscos indiretos a saúde do trabalhador, são os agentes físicos, químicos e

biológicos, os quais os catadores de materiais recicláveis ficamexpostosnos locais de coleta

sem qualquer equipamento de proteção individual.

Os materiais perfuro cortantes, muitas vezes presente nos resíduos sólidos, representam

de forma direta um risco a saúde do trabalhador, podemos destacar, neste caso, os cortes com

perfuro cortantes e materiais como: cacos de vidro, lâminas e lascas de madeira nos locais de

coleta, além de ataques de animais peçonhentos, domésticos e/ou até selvagens e acidentes

provocados no local por máquinas.

A falta de conhecimento mediante a prevenção de agravos à saúde e promoção a saúde, e

a não procura dos serviços disponíveis na sociedade, podem estar associados a dificuldades

para um bom estado de saúde do catador de material reciclável.

Os autores destacam a importância do ambiente e que o mesmo exerce influencia na

qualidade de vida e saúde do catador, sendo esse um dos pontos a serem visados pela saúde

pública, como meio de se moldar um plano de cuidados ao ambiente e ao mesmo tempo aos

indivíduos que se inserem no âmbito. A OMS (2000), diz que saúde ambiental é o campo de

atuação da saúde publica que se ocupa das formas de vida, das substancias e das condições em

torno do ser humano, que podem exercer alguma influencia sobre a sua saúde e seu bem estar.

4.4 Políticas públicas e enfermagem: a relação neste contexto

De acordo com CEMPRE (2010), hoje no Brasil a população de catadores de matérias

recicláveis ultrapassa um milhão de pessoas.

Podemos abordar a temática do desconhecimento e descaso referente à classe

trabalhadora de catadores de materiais recicláveis pela população, governantes, na qual a

classe de enfermagem estende seus valores éticos a ate mesmos as classes menos favorecidas,

que tem como seu princípio fundamental o compromisso com a saúde e qualidade de vida da

população, respeitando a vida, dignidade, direitos humanos, em todas as dimensões sociais.

IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013

26

Mediante a isso, a atividade do enfermeiro deve ser de extrema competência de conhecer e

promover a promoção da saúde dos catadores de materiais recicláveis em toda sua

integralidade, com base no princípio ético e bioético (CEPE, 2007).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho expôs a idéia de que o ser humano possui uma necessidade de ter uma

qualidade de vida adequada bem como de saúde que a integra. O tema propôsuma abordagem

a essa temática relaciona a qualidade de vida dos trabalhadores de materiais recicláveis com o

lixo e os efeitos provocados à sua saúde.

Através desse estudo podemos conhecer a realidade da qualidade de vida dos

trabalhadores do lixo, sua importância para a sociedade, os desafios que classe trabalhadora

enfrentadas em seu cotidiano, as características socioeconômicas, e os problemas de saúde

associados ao ambiente.

A compreensãodas seguintes variáveis, foi viável através do estudo, sendo elas: qualidade

de vida, catadores de lixo, materiais recicláveis, resíduos e papel do enfermeiro Através destes

constatou-se informações a cerca da temática e dos problemas associados a saúde, ambiente,

ralação social e econômica desta classe trabalhadora, ressaltando assim as dificuldades

enfrentadas pelo trabalhador de coleta de materiais recicláveis e por outro lado podendo

ressaltar a importância do olhar holístico do profissional de enfermagem neste contexto.

Uma das dificuldades encontradas para a elaboração desse trabalho foi a pouca

disponibilidade dos acervos, arquivos, trabalhos de conclusão de curso, artigos científicos, ou

qualquer estudo de cunho científico, que compreendem o tema proposto, havendo limitações

na busca de conceitos e maior integralidade dos assuntos abordados.

O estudo constata uma preocupação referente à qualidade de vida dos catadores de

materiais recicláveis. Para que haja uma melhoria na situação de qualidade de vida desta

população, deve haver um despertamento da sociedade, principalmente dos governantes a

cerca da formulação e aplicação de políticas públicas destacando a promoção de saúde no

cuidado dos catadores de materiais, pois os mesmos sofrem danos referentes aos domínios

estipulados pelo instrumento para avaliação da qualidade de vida.

A enfermagem neste contexto assume papel relevante, considerando que um dos seus

princípios fundamentais, é o compromisso com a saúde, qualidade de vida, respeito à vida e a

dignidade e os direitos humanos em toda a dimensão social sem exclusão ou acepção de

IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013

27

pessoas. Possui, assim, a função que lhe é atribuída na elaboração da promoção, prevenção e

assistência como um todo à saúde coletiva também dos catadores de materiais recicláveis em

toda sua integralidade, com base em princípios éticos e bioéticos, sendo os mesmos incluídos

na sociedade e como ser humano.

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