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RMFC-RIO RIO DE JANEIRO 2014 PRIMEIRA TURMA DA RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE DO RIO DE JANEIRO

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RMFC-RIORIO DE JANEIRO

2014

PRIMEIRA TURMA DA RESIDÊNCIAEM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE DO RIO DE JANEIRO

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RMFC-RIO

RIO DE JANEIRO2014

PRIMEIRA TURMA DA RESIDÊNCIAEM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE DO RIO DE JANEIRO

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PrefeitoEduardo Paes

Secretário Municipal de SaúdeHans Fernando Rocha Dohmann

Subsecretária de Gestão Estratégica e Integração da Rede de SaúdeBetina Durovni

Subsecretário de Atenção Primária, Vigilância e Promoção de SaúdeDaniel Soranz

Superintendente de Integração de Áreas de Planejamento Ana Maria Ramalho Ortigão Farias

Superintendente de Atenção Primária em SaúdeJosé Carlos Prado Junior

Coordenadora de Saúde da FamíliaAna Caroline Canedo Teixeira

Coordenadora de Linha de Cuidado e Programas EspeciaisMaria de Fátima Gonçalves Enes

Coordenação TécnicaAndré Luis Andrade JustinoInaiara BraganteMichael Duncan

ColaboraçãoCarlos Eduardo ReisCaroline MedinaFabiana FrançaLourdes LuzónFlávio GameiroSamantha Pereira França

FotosDeval T. de SouzaMarlon NascimentoRadilson Carlos GomesRede OTICS

Diagramação e CapaVictor Pereira

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72. A VISÃO DO GESTOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .113. A HISTÓRIA DOS PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE NO BRASIL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .154. AS CREDENCIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .215. DESAFIOS INICIAIS E IMPLEMENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .256. A ATUAL COORDENAÇÃO: O APRENDIZADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .317. OS PRECEPTORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .358. OS PRIMEIROS RESIDENTES DO PROGRAMA EM MFC - RIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .399. PÓLOS DE RESIDÊNCIA E OCUPAÇÃO DAS VAGAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43

9.1 PÓLOS DE RESIDÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .439.2 AMPLIAÇÃO / OCUPAÇÃO DAS VAGAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .44

10. CRONOGRAMA GERAL DAS ATIVIDADES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4710.1 Ano 2012 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4710.2 Ano 2013 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52

11. DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6112. TRABALHO DE CONCLUSÃO DOS RESIDENTES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .69

12.1 CICLO 1: Procedimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7012.2 CICLO 2: Puericultura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7212.3 CICLO 3: Rastreamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7512.4 CICLO 4: Grupos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .77

13. ELES FALAM SOBRE A RESIDÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8113.1 Depoimento de Residentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8113.2 Depoimento de Preceptores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8213.3 Depoimento de Gerentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8313.4 Depoimento das Coordenações (CAP) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .85

14. ESTÁGIOS E FORMAÇÃO COMPLEMENTAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8914.1 Relatos de estágios no Brasil e exterior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8914.2 Formação Complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9214.3 Aprimoramento Técnico - Biblioteca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .93

15. O BLOG DA RESIDÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99

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1.

APRESENTAÇÃO

16. ATENÇÃO PRIMÁRIA ABRANGENTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10316.1 Simuladores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10416.2 Equipamentos e instrumental para pequenos procedimentos cirúrgicos . . . . . . . . . . 10516.3 Equipamentos para exame oftalmológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10616.4 Outros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .107

17. FORMATURA DA PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .111

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APRESENTAÇÃO

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“Os sistemas de saúde organizados a partir da atenção primária são mais resolutivos, mais custo-efetivos e mais bem aceitos pela comunidade”

Bárbara Starfield

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APRESENTAÇÃO

José Carlos Prado JrSuperintendente de Atenção Primária em Saúde – SMS/RJ

O Município do Rio de Janeiro teve em 2009 o início da reforma da Atenção Primária onde mais de 2,7 milhões de cariocas foram beneficiados, passando de 3,5% para mais de 42% da população a cobertura de saúde da família em 2012. O plano estratégico da prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro prevê uma expansão de mais 600 equipes de saúde da família, ultrapassando 1.400 equipes em 2016. Para fazer frente a esse quantitativo de equipes na APS, fez-se necessária a ampliação das vagas existentes de residência em Medicina de Família e Comunidade, por se tratar do padrão-ouro na formação de profissionais com perfil adequado na prática assistencial e coordenação do cuidado. Em 2011 criamos o Programa de Residência de Medicina de Família e Comunidade da Secretaria Municipal de Saúde com 60 vagas de R1. A proposta da residência era um programa com enfoque clínico muito forte, em que os residentes fossem treinados para realizar uma carteira de saúde abrangente, com acesso e resolutividade no manejo das questões mais prevalentes na atenção primária. Foram mais de 150 inscritos no processo seletivo. Passados 2 anos da residência estamos formando essa primeira turma do programa, com 43 médicos residentes e um excelente nível profissional. A segunda turma apresenta atualmente uma taxa de ocupação de 96% das 60 vagas oferecidas. Para 2014 foram oferecidas novas 40 vagas credenciadas pelo MEC, totalizando 100 vagas de R1. Hoje mais de 10% das equipes de saúde da família são compostas por médicos dos programas de residência de MFC constituindo o maior programa de residência do país e o projeto mais relevante na estruturação da reforma de atenção primária do município. Foram selecionados os melhores campos de estágio em maternidade e emergência clínica e pediátrica do município para o estágio na atenção secundária. O programa conta ainda com profissionais contratados para matriciar algumas habilidades específicas como realização de pequenos procedimentos, psiquiatria e oftalmologia. Para tanto foram adquiridos equipamentos e material didático para apoiar esse treinamento. É, portanto, uma grande honra para nós termos a possibilidade de implantar um projeto tão importante e grandioso que só foi possível com o apoio e incentivo de nosso subsecretário Daniel Soranz e pelo carinho e dedicação de todas as pessoas que passaram pela coordenação da residência como o Armando Norman, Nulvio Lermen, André Justino, Samantha França, Lourdes Luzon, André Lopes, Michael Duncan e cada um dos preceptores que apostaram nesse projeto e se dedicaram para formar esses novos médicos de família. Não posso deixar de mencionar também os coordenadores de CAP e toda sua equipe, além dos gerentes das unidades que apoiaram muito e tornaram possível a implantação desse programa. A todo

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RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

2.

A VISÃO DO GESTOR

vocês nosso reconhecimento e agradecimento. Para o Município fica o legado de um programa de Residência Médica com 100 vagas e a formação da primeira turma de 43 excelentes médicos de família. A todos os egressos da primeira turma, a certeza de que farão a diferença onde trabalharem e de que fizeram a escolha certa para suas vidas profissionais. Sucesso a todos.

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2.

A VISÃO DO GESTOR

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A VISÃO DO GESTOR

Daniel Soranz Subsecretário de Atenção Primária, Vigilância e Promoção de Saúde

A partir do ano de 2009, o município do Rio de Janeiro passou a investir fortemente em Atenção Primária em Saúde (APS), tendo a Estratégia Saúde da Família papel prioritário para a consolidação do Sistema Único de Saúde. As evidências mostram que os países que possuem um sistema de saúde universal têm a atenção primária como modelo forte. Essa expansão só foi possível graças à determinação política do prefeito Eduardo Paes, que conheceu os sistemas de saúde de cidades que já realizaram olimpíadas e teve a determinação e a vontade política de construir para o Rio de Janeiro o melhor sistema de saúde do país. A vontade política e a determinação foram determinantes para que conseguíssemos essa expansão em tão curto prazo. Para construirmos um sistema de saúde onde a Estratégia Saúde da Família seja a única porta de entrada, esbarramos na necessidade de recrutar médicos capacitados para trabalhar nesse modelo. Vislumbramos a oportunidade de criar um programa de residência nosso que atenderia a essa necessidade. Hoje temos 100 vagas anuais e o maior número de residentes de medicina de família e comunidade do país. Isso está diretamente relacionado ao modelo de atenção escolhido, pois é impossível pensar numa boa equipe de saúde da família onde os médicos de família não sejam especialistas. Na mesma linha, enquanto não tivermos a maior parte de nossas vagas de residência sendo de medicina de família e comunidade, não teremos um sistema de saúde equilibrado. Então essa é a nossa missão: garantir que mais de 50% de todas as vagas de residência oferecidas aos médicos do Rio de Janeiro sejam de medicina de família e comunidade. E o Rio está caminhando para isso. Entre os grandes desafios está contratar bons preceptores em número e qualidade adequados, e gradativamente, quando vamos formando as primeiras turmas, vamos melhorando a qualidade dos nossos. Para atrair e manter os residentes, oferecemos um programa de qualidade, com a contratação de diversos excelentes preceptores e com a garantia de uma boa estrutura física para as unidades de APS, que vem sendo reconhecida em todo o país. Assim oferecemos as condições para que as equipes possam resolver os problemas das pessoas, cumprir os itens da carteira de serviços e prestar um atendimento na qualidade que a população deseja e precisa. Oferecemos também intercâmbio com diversas instituições nacionais e internacionais, bem como atividades com palestrantes do Brasil e exterior. Queremos continuar com um programa que gere para os residentes a sensação de que ele está aprendendo, evoluindo e crescendo nas suas habilidades e competências. Assim, a principal estratégia para atrair candidatos é garantir a qualidade da estrutura física das unidades e do programa de residência, bem como as boas parcerias nacionais e internacionais. A estratégia para fixação dos residentes é eles se sentirem felizes de trabalhar na cidade do Rio

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3.A HISTÓRIA DOS PROGRAMAS DE

RESIDÊNCIA EM MFC NO BRASIL

de Janeiro e que mesmo os residentes que não sejam oriundos da cidade sintam que podem viver bem e ter uma vida profissional feliz aqui nas nossas unidades. Acredito que o Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade seja um dos maiores legados que as Olimpíadas poderão deixar para nós.

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3.A HISTÓRIA DOS PROGRAMAS DE

RESIDÊNCIA EM MFC NO BRASIL

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A HISTÓRIA DOS PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE NO BRASIL

Maria Inez Padula Anderson e Ricardo Donato Rodrigues

A história da Residência em Medicina de Família e Comunidade no Brasil - que de 1981 a até 2001, denominava-se Medicina Geral Comunitária - tem mais de 35 anos. Em 1976 foram criados simultaneamente 03 programas pioneiros de Residência nesta área com o propósito de formar especialistas em Atenção Primária à Saúde (APS) e contrabalançar a formação dominante que à altura apontava na direção oposta. No Rio de Janeiro, o programa instituído na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) recebeu a denominação de Medicina Integral, mesma denominação de um programa docente-assistencial constituído na década anterior. Simultaneamente, em Vitória de Santo Antão, região metropolitana de Recife, por iniciativa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPe) e em Porto Alegre, no cenário do Programa Comunitário Murialdo, foram criados dois Programas de Residência em Medicina Geral Comunitária (RMGC), denominação que se tornou obrigatória após a regulamentação desses programas pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) em 1981. Não foi um fácil começo. Todos os demais Programas de Residência Médica, centralizados em hospitais de ensino, visavam formar especialistas para suprir as necessidades de um modelo assistencial hospitalocêntrico que se tornara hegemônico no Brasil. Portanto, aqueles programas pioneiros de Residência em Medicina Geral Comunitária (RMGC) confrontavam-se com políticas de saúde e educação que àquela época privilegiavam os níveis secundário e terciário de atenção à saúde. O progresso científico a partir dos anos 50, com a crescente incorporação das tecnologias industrialmente produzidas no âmbito da prática médico-hospitalar, reforçavam o papel e o prestígio de especialistas focais e de um modelo assistencial tecnicista. No Brasil, este modelo foi organizado pelo então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Os avanços neste campo biotecnológico têm permitido à medicina alcançar reconhecidos êxitos no diagnóstico, controle e correção de lesões e transtornos fisiopatológicos ameaçadores. Para tanto, tornou-se necessário formar especialistas cujo domínio de competências seletivas, desenvolvidas com o propósito de otimizar o emprego de tecnologias e procedimentos focais, acabavam por comprometer a capacidade de intervenção profissional em áreas estranhas a seu campo especializado de treinamento. Este processo trouxe graves impactos aos sistemas de saúde. Um deles, se refere a uma situação comum no contexto de sistemas de saúde hospitalocêntricos, centrados no paradigma biotecnológico, que é expor estes especialistas focais a condições que transcendem seu campo de formação e treinamento. Um cenário comum para isto tem sido a APS, (situação frequente no contexto de sistemas de saúde hospitalocêntricos, centrados no paradigma biotecnológico). Os resultados desta exposição são, por suposto, desalentadores. Soma-se a isto, a inflação de

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custos e a iatrogenia clinica, levando ao uso indiscriminado daquelas tecnologias industrialmente produzidas para investigar, confirmar ou afastar uma hipótese diagnóstica, ou, apenas, para constatar o estado de normalidade de algum subsistema orgânico. Estas inadequadas utilizações acabam por minar, inclusive, o próprio potencial da chamada medicina científica instituída na transição dos séculos XVIII e XIX. Ao lado desta espiral inflacionária de custos e gastos decorrentes do uso desnecessário e iatrogênico de medicinas, o gasto crescente em assistência médico-hospitalar não provocava impacto positivo nos indicadores de saúde. Além disso, passou a comprometer severamente a equidade, tornando tantas vezes penoso o acesso aos benefícios potenciais do progresso da ciência e tecnologia, sobretudo, para os segmentos mais pobres da população mundial. Neste cenário, muitos países passaram a ensaiar mudanças em seus sistemas de saúde, no sentido da organização de uma Atenção Primária qualificada. No Brasil, a inclusão de novas categorias profissionais como beneficiários do INPS, a compra de serviços no setor privado para fazer frente ao respectivo aumento da demanda por serviços assistenciais e os problemas pré-existentes do modelo assistencial da medicina previdenciária, sugeriam que o país caminhasse na mesma direção. No início dos anos 80, impulsionados pela Assembleia da Organização Mundial de Saúde que exortava os países a instituírem a APS nos seus sistemas de saúde, na conhecida Conferência de Alma Ata, foram criados novos programas de Residência em Medicina Geral Comunitária (RMGC), com boa parte de bolsas pagas pelo INPS. Além disso, houve sucessivos aumentos de vagas que, a exemplo dos programas pioneiros, carregavam a esperança de contribuir para deslocar o foco do ensino médico e da prática médica para fora dos hospitais. Mas, na concepção brasileira, não deixavam de carregar também os mesmos preconceitos e questionamentos que eram dirigidos aos programas que não se encontravam sintonizados com as práticas hegemônicas levadas a efeito no campo acadêmico ou assistencial. Um dos mais sérios obstáculos à implantação e continuidade dos PRMGC no Brasil, continuava sendo a suposição que no âmbito da APS seriam atendidas condições de saúde menos complexas, problemas a tal ponto simples que seria desnecessário instituir programas de residência nesta área. Esta concepção reducionista, como se sabe, não faz justiça à complexidade das questões de saúde que se apresentam neste nível do sistema, cujos atributos se estendem do acesso, longitudinalidade, integralidade e coordenação do cuidado até orientação familiar e comunitária, além de competência cultural. Na proximidade do espetacular êxito do Movimento Sanitário Brasileiro e a instituição do Sistema Único de Saúde – SUS - período que assistiu forte defesa de teses que ressaltavam a importância de ações no campo da promoção e proteção da saúde, e deixavam transparecer descrédito quanto às atividades clínicas de assistência e recuperação da saúde, as bolsas dos programas de RMFC - que haviam sido instituídas pelo INPS - foram então retiradas. Em plena expansão da Medicina de Família e Comunidade no mundo desenvolvido, assistíamos, incrédulos, no Brasil, a um grande retrocesso - paradoxalmente importo pelo próprio setor que à época respondia pelas políticas de saúde no país.

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A Medicina Geral Comunitária sentiu o golpe, mas não feneceu. Os egressos dos programas remanescentes continuaram, mesmo, sem encontrar oportunidades apropriadas no mercado de trabalho. Inclusive no SUS. A criação do Programa Saúde da Família (PSF) no final de 1993, no contexto do recrudescimento da crise de financiamento do SUS - provocada pelas políticas neoliberais adotadas desde o início da década, ao lado da continuidade do perdulário modelo assistencial que herdara – era, no entanto, uma promessa de mudança. Entretanto, não foi o que ocorreu no primeiro momento. O PSF, posteriormente transformado em Estratégia Saúde da Família (ESF), inicialmente ressuscitava a noção pobre de APS simples. Nesta condição prescindia de profissionais com formação específica. Não foi por acaso, portanto, que a RMFC se via novamente em xeque no desenrolar do seminário nacional “A Especialidade Médica no Campo da Saúde Coletiva” promovido pela CNRM, em 1999, no contexto de discussões prévias levadas a efeito durante o “I Seminário Nacional de Especialidades Médicas”, realizado 3 anos antes. A Comissão Mista instituída neste seminário realiado em 1996, formada por representantes dessas entidades médicas (CFM, FENAM e AMB) e da própria CNRM, havia recomendado, e o fórum ratificara, que a RMGC era um programa em extinção admitindo, apenas, o recredenciamento provisório dos programas existentes enquanto a graduação não fosse capaz de cumprir seu suposto papel. A participação combativa, e fundamentada, de representantes de nove PRMGC que estiveram naquele Seminário de 1999, realizado na cidade de Campinas, foi capaz de garantir, uma vez mais, a sobrevivência destes programas. As mudanças no campo político iniciadas em 2002 e a necessidade de reorientar o modelo assistencial, ao lado das contribuições da Associação Brasileira de Educação Médica e da Sociedade Brasileira de Medicina Geral Comunitária (SBMGC), reafirmaram a importância da formação especializada para qualificação da APS. Naquela conjuntura, visando valorizar tanto a Estratégia Saúde da Família, como modelo de Atenção Primária à Saúde no Brasil, bem como a especialidade médica voltada para este modelo, a SBMGC, em votação eletrônica após ampla consulta a seu corpo de associados, optou por mudar o nome da especialidade e da própria Sociedade Científica, que passaram a ser denominadas Medicina de Família e Comunidade e Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, respectivamente. Com isto o nome do Programa de Residência Médica também foi modificado passando a utilizar a mesma nomenclatura (PRMFC). Neste novo cenário, o MS passou a apoiar a expansão dos PRMFC. A instituição do Pró-Residência e as estratégias para complementação da bolsa oficial dos programas de residência médica definida pela CNRM têm contribuído para ampliar o número e melhorar sensivelmente o preenchimento das vagas oferecidas. Hoje, em 2013, temos praticamente 1.000 vagas de R1 e 150 PRMFC (contrastando com os cerca de 13 que restaram após o corte promovido pelo INAMPS).

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E a ESF, modelo para organizar a APS com qualidade no Brasil - que em 2010 já proporcionava cuidados de saúde a mais de 100 milhões de brasileiros - não só tem impactado positivamente os indicadores de saúde do país e obtido excelente avaliação pela população sob cuidado das respectivas Equipes de Saúde da Família, como tem merecido – justo - reconhecimento internacional, por parte de instituições do porte da OMS e países como Inglaterra, Canadá, Espanha. Neste cenário, os gestores de saúde e educação no Brasil estão convidados a envidar esforços para acelerar o pagamento de uma enorme dívida contraída pela saúde ao longo dessa história: multiplicar ações e estratégias estruturantes para fortalecer e qualificar ainda mais a APS e garantir que cada família brasileira tenha e conheça seu médico de família e comunidade, bem como sua Equipe de Saúde da Família. Convém reafirmar, por fim, que investir no fortalecimento da APS não significa desinvestir nos demais níveis do sistema, ainda que mais de 85% dos problemas de saúde de um povo devam ser adequadamente resolvidos na APS; afinal, ainda que não seja fácil, a Atenção Primária compreende muitas funções, como promover a saúde de pessoas, famílias e comunidades, prevenir a ocorrência de doenças evitáveis, retardar a instalação de agravos crônicos, assim como a ocorrência de complicações precoces de doenças instaladas e seus conhecidos desfechos. E a Medicina de Família e Comunidade é uma fonte que vitaliza esse complexo painel global da saúde, tecido por bilhões de humanos.

4.AS CREDENCIAIS

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4.AS CREDENCIAIS

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“Os residentes fazem parte da rede de atenção primária do município, utilizando e desenvolvendo as habilidades pautadas na carteira de

serviços, tendo os mesmos protocolos e as mesmas metas e indicadores que as demais equipes de ESF.”

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AS CREDENCIAIS

Nulvio Lermen Junior, Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC)

A formação médica no Brasil historicamente adotou como modelo o sistema americano do início do século passado em que o foco era a atuação em hospitais com a busca constante pela superespecialização. Este modelo apesar de ter sido importante para a época está há muito ultrapassado, pois não prepara os profissionais para o adequado enfrentamento das necessidades de saúde da população, já que a grande maioria das doenças pode e deve ser tratada fora dos hospitais, deixando esses espaços para os casos mais graves e raros. A formação focada na superespecialização gera como efeitos colaterais um maior nível de intervencionismo, com exposição frequente dos pacientes a exames desnecessários, seguido muitas vezes por excessos nas prescrições. Esse tipo de formação também não valoriza o estabelecimento de uma relação médico-paciente ao longo do tempo, tendo em vista que cada profissional cuida de um diferente orgão do corpo ou de uma certa faixa etária. Atentos a isso, nos últimos 50 anos muitos países iniciaram um movimento de mudanças em seus modelos de formação médica, estabelecendo que boa parte das atividades na graduação passasse a ocorrer fora dos hospitais, especialmente em centros de saúde de atenção primária. Além disso, estabeleceram como etapa obrigatória para livre exercício da medicina a realização de uma residência médica após a graduação com a definição que ao menos 40% das vagas seriam destinadas a especialidade moldada para uma atuação generalista, que é a Medicina de Família e Comunidade. Por mais contraditório que possa parecer a atuação generalista demanda um treinamento específico, pois o profissional tem de estar preparado para o enfrentamento de uma variedade maior de problemas do que outros médicos que tem sua atuação focada em um orgão específico ou uma certa faixa etária. Além disso, ele deve receber também treinamento adequado para abordar as questões comunitárias e familiares de forma resolutiva. Em países com sistemas de saúde bem estruturados, como por exemplo, Reino Unido, Holanda, Canadá, Espanha, entre outros, a medicina de família e comunidade é a principal especialidade médica. Mesmo os Estados Unidos, que deu origem ao modelo de superespecialização, há muito vem investindo cada vez mais na formação de médicos de família, sendo que hoje esta é a segunda maior especialidade médica naquele país contando com mais de 210.000 especialistas atuantes na área. O que todos esses países já descobriram há décadas é que é necessário investir na formação de generalistas, pois sistemas de saúde com forte base na atenção primária e com inserção do médico de família e comunidade em sua estruturação são mais eficientes, gerando menores custos, além de promoverem melhores resultados para a saúde dos pacientes.

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RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

Nesse sentido a experiência de formação em larga escala que o município do Rio de Janeiro vem desenvolvendo serve como modelo para todo o país, demonstrando que quando há decisão política e competência técnica é possível formar profissionais para a atuação na APS com qualidade e em quantidade, mesmo em um sistema de saúde ainda em processo de construção.

5.DESAFIOS INICIAIS E

IMPLEMENTAÇÃO

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5.DESAFIOS INICIAIS E

IMPLEMENTAÇÃO

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Armando Henrique Norman, Médico de família e comunidade e primeiro coordenador da residência

O Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade (PRMFC) da secretaria municipal de saúde do Rio de Janeiro (SMS-RJ) é o resultado de uma combinação de inúmeros fatores, porém, penso que sem a ousadia do Dr. José Carlos Prado Junior, de conceber a ideia de um projeto de formação de médicos de família e comunidade (MFC) em larga escala, assim como, sem o suporte institucional do Dr. Daniel Soranz, nada seria possível. Por isso, é um prazer escrever um pouco sobre como foi minha experiência no início da implantação do PRMFC no Rio de Janeiro. Dr. José Carlos Prado vislumbrou, dada sua experiência prévia, que no Rio de Janeiro havia um contexto favorável para um projeto de residência em larga escala, não somente pela qualidade das novas clínicas da família (CF) como espaços de treinamento em serviço, como pela infraestrutura adequada para a realização dos módulos teóricos necessários à formação de médicos residentes, por meio da Rede Otics. Esta parceria proporcionou a estrutura ideal para a formação em larga escala de médicos de família e comunidade no município. Mesmo com a estrutura adequada, muitos eram os desafios para a implantação do programa de residência em MFC da SMS-RJ: a) A dimensão do programa, com abertura inicial de 60 vagas; b) A dimensão da cidade, com áreas geográficas distantes; c) A falta de tradição na SMS em residência na Atenção Primária à Saúde (APS); e d) Questões conceituais, sobre o que constituía a modalidade de residência, tanto para os gestores das áreas programáticas (AP) e das clínicas da família, como para os profissionais de saúde das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). Apesar de haver um projeto político pedagógico (PPP) e um desenho inicial de como seria a distribuição nos serviços, com potenciais locais para o seu funcionamento, bem como, a proporção preceptores-residentes, o PPP pouco informava a prática organizativa dos serviços, que por sua vez não possuíam noção de como ocorreria o processo de implementação da residência nas CF. A experiência de ter trabalhado na Rocinha, por cerca de dois meses e meio, foi fundamental para me aculturar e entender a lógica dos serviços de APS no Rio de Janeiro. Os diálogos com alguns médicos de família, que atuavam nas unidades, possibilitaram estratégias de amadurecimento do programa de residência. Minha experiência nos serviços de residência era com modelo mais tradicional, com cada um desses profissionais utilizando consultórios independentes, otimizando o atendimento da equipe pela disponibilidade dos dois profissionais simultaneamente oferecerem acesso aos seus pacientes. Assim, a realidade do modelo da APS carioca, com estrutura e processo distintos (i.e. horário ampliado de jornada de trabalho e consequente “day-off”) nos obrigou a rever o PPP. O “piloto” desenhado na CF Maria do

DESAFIOS INICIAIS E IMPLEMENTAÇÃO

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RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

Socorro passaria, então, a ser o padrão pelo qual balizaríamos as escolhas das outras clínicas, quando em visita. Apesar de um consultório por equipe, no modelo da APS carioca haviam outros espaços alternativos que puderam ser utilizados para abrigar a residência tais como: consultórios do HIPERDIA, consultório materno-infantil, consultórios para eletrocardiograma, entre outros. Observamos também que as unidades antigas que foram reformadas abrigavam mais espaços de treinamento, como o caso da CF Felippe Cardoso, na AP 3.1, Vila da Penha. Outra estratégia ousada foi a de garantir o espaço da residência por meio da exposição inicial do médico residente e seu preceptor a um contingente maior de pessoas sob seus cuidados. Em vez de uma expansão gradual, em que se teriam dois residentes de primeiro ano (R1) por equipe para que no ano seguinte um desses R1s migrasse para outra equipe, abrindo novo espaço de inclusão, optou-se por manter no primeiro ano de implantação do programa de residência a relação um R1 por equipe apoiada pelo preceptor. Isso acarretou maior carga de trabalho inicial, mas garantiu desde o início qual seria o espaço de treinamento dos residentes e os ajustes necessários dentro desse quadro. Assim, no primeiro ano da residência, um preceptor seria responsável por duas equipes de ESF com um R1 em cada equipe, porém no segundo ano o tutor passaria a ter dois residentes por equipe (R1 e R2) em cada equipe. Isso constituiu uma enorme mobilização de profissionais médicos, que na prática significou o remanejamento de vários médicos para outras CFs, para que os residentes pudessem entrar nos serviços, uma matemática bastante ousada, dado o quantitativo de residentes que entraram na primeira turma. Portanto, foi por meio de muito diálogo e pactos construídos em cada uma das AP, que o remanejamento necessário de profissionais médicos ocorreu de modo a ser menos traumático para todos os envolvidos. Na AP 2.1, optou-se por abrir residência na CF Santa Marta, que inicialmente não estava incluída no plano do PRMFC, por restrição de espaço e pela ideia de que todas as equipes da CF Rinaldo Delamare fossem convertidas em espaços de formação. Outro exemplo importante foi na AP 3.1 em que alguns preceptores estavam dispostos a migrar da zona sul para a zona norte (região da Penha) desde que pudessem compor um time de preceptores em um espaço único. Assim, dada a flexibilidade das partes, tanto da gestão como dos preceptores que assumiram a responsabilidade pela manutenção da qualidade dos serviços, foi que tornou-se possível a inserção do programa nas CF Felippe Cardoso e Aloysio Augusto Novis. Foram muitas visitas, muitas reuniões em cada AP, dentro de um cenário pouco familiar para mim e cujos micro-poderes pouco conhecia. A intensidade desse processo pode ser medida pelo exíguo tempo de 30 a 40 dias para que o programa estivesse funcionando em 5 de março de 2012. Foi um trabalho muito intenso de bastidores, de telefonemas convidando colegas para serem preceptores, trazendo alguns preceptores de outras partes do Brasil, ouvindo indicações de colegas, primando pela qualidade dentro do quadro disponível de médicos titulados e/ou com residência de MFC. Nesse período conseguimos organizar apenas um encontro com os preceptores, no dia primeiro de março, e explicar como seria a semana-padrão dos residentes, esclarecer dúvidas e afinar

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27

PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

o discurso entre o grupo. Nesse mesmo dia recepcionamos os residentes e apresentamos o cronograma das duas primeiras semanas do PRMFC em que seria feito um minicurso para se apresentar os pilares da MFC e APS, os serviços de APS da SMS-RIO, os prontuários eletrônicos utilizados nas clínicas, e o treinamento ACLS. A ideia de se criar duas semanas introdutórias foi uma estratégia para preparar as clínicas para receber os residentes e fazer os ajustes finais e também, porque alguns preceptores estariam ausentes devido a participação no congresso da WONCA em Havana, Cuba. Tudo foi feito literalmente do ‘zero’, inclusive a identidade visual do PRMFC-SMS-RIO, na qual foram integrados o genograma - ferramenta utilizada pelos médicos de família - com o Pão de Açúcar, um dos principais símbolos do Rio de Janeiro. Quando me perguntavam: “-Como vocês três (referindo-se a mim, Nulvio Lermen Junior e André Justino) pensam em dar conta desse programa?” Eu respondia: “-Quem faz a residência acontecer são os preceptores e residentes; nós devemos ser apenas facilitadores para que eles possam exercer bem seu papel”. Penso que foi essa a nossa diferença, tivemos preceptores muito comprometidos com a proposta desde o seu início, médicos que mudaram toda sua rotina para poderem participar desse momento histórico do Rio de Janeiro É importante ressaltar que havia um processo de bastidores intenso, feito pela secretaria do curso, que não existia previamente, e que precisou ser construído e organizado de modo a transmitir aos residentes a seriedade da proposta e do programa. Enfim, posso afirmar que foi um processo muito intenso e gratificante e que fico feliz de ter contribuído de algum modo na implementação do PRMFC da SMS-RIO. Sigo em contato, mesmo à distancia, torcendo para que continue aprimorando cada vez mais. Sem dúvida, o Rio de Janeiro optou por ser exemplo de possibilidade de formação em MFC de acordo com os critérios estabelecidos pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), algo extremamente relevante para o Brasil e o SUS.

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6.

A ATUAL COORDENAÇÃO:

O APRENDIZADO

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6.

A ATUAL COORDENAÇÃO:

O APRENDIZADO

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10% das equipes de ESF do município são compostas por residentes e preceptores.

Page 32: Livro rmf cfinal

31

André Luis Andrade Justino,Médico de família e comunidade, coordenador da COREME do

PRMFC – Rio de Janeiro

No dia 6 de dezembro de 2013 recebemos a visita da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), o município do Rio de Janeiro passava por mais um dia de calor intenso. Dias típicos de aviso prévio do verão que está para chegar. Em nome da coordenação do Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade (PRMFC) posso dizer que as últimas semanas que antecederam esta visita foram tensas. Afinal, os mais de 2 anos de muito trabalho seriam avaliados em menos de um dia, e como sabemos de cada desafio presente ao longo do processo de formação do programa de residência, este era mais um desafio e, como sempre, não queríamos errar. O programa de residência que nasceu do sonho e ousadia de alguns agora era mais do que real. Atualmente, contando com 58 residentes do 1° ano, 44 residentes do 2° ano e 31 preceptores. Conseguimos conquistar neste curto período a confiança de gestores municipais, coordenadores de área, gerentes das Unidades e principalmente, dos trabalhadores da saúde envolvidos nas equipes de saúde da família, bem como, da população cuidada por esses residentes e preceptores. Todos os envolvidos buscaram desempenhar um serviço de excelência aplicando os conceitos de uma Atenção Primária à Saúde (APS) forte, além de ampliar a carteira de serviços das unidades e, ao mesmo tempo, manter o acesso sem perder a qualidade na formação. Ao fim do ano de 2013 temos duas gratas notícias: o programa de residência em medicina de família e comunidade do Rio de Janeiro obtém o credenciamento definitivo e consegue o aval para ampliar das atuais 60 para 100 vagas, ou seja, das 12 Clínicas da Família passaremos para cerca de 18. Esta turma pioneira, que se forma agora, terá não só deixado sua marca na história da APS do Rio de Janeiro, como levará para sempre esta grande responsabilidade de ser o estandarte do programa. A formação padrão-ouro por meio da residência é essencial para um município como o Rio de Janeiro, que avança a passos largos e firmes na expansão da APS. Em 2016 a cobertura será de 70% e a cidade contará com cerca de 1.500 equipes de saúde da família. Com nossa residência e as demais do município (UERJ, ENSP e UFRJ) formando cerca de 140 residentes por ano teremos até lá mais de 400 médicos de família com formação sólida na rede, isto é, teremos quase um terço da rede composta por médicos de altíssimo nível: resolutivos, polivalentes, centrados na pessoa e com potencial de longitudinalidade na rede municipal. Retorno ao dia 6 de dezembro: transcorrida a visita da CNRM, que foi excelente, fui elaborar um e-mail agradecendo a todos que direta ou indiretamente estão envolvidos com o êxito obtido por esta avaliação. Neste momento verifiquei, ao compor o e-mail, que eram

A ATUAL COORDENAÇÃO:O APRENDIZADO

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32

RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

mais de 220 pessoas envolvidas. Pessoas fundamentais como os motoristas, secretários, trabalhadores da limpeza, preceptores, gestores, professores e, é claro, os residentes. Tenho a certeza de que o que foi materializado aqui no Rio de Janeiro possui ótima qualidade e que o atual “maior programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade do Brasil” em pouco tempo será o melhor deste país. Com tanta gente boa envolvida, com tanta gente acreditando neste projeto, isto irá acontecer.

7.OS PRECEPTORES

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7.OS PRECEPTORES

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35

OS PRECEPTORES

Os preceptores são a maior riqueza do programa, pois a equipe é composta por médicos com excelente nível de formação e experiência em diversos programas em MFC nacionais. Esse corpo de profissionais é responsável pelo conteúdo teórico / prático do programa e atua tanto como facilitador das discussões de casos clínicos em serviço quanto na condução dos módulos teóricos. Listamos abaixo o quadro de preceptores da primeira turma.

ADELSON JANTSCHALFREDO DE OLIVEIRA NETOANA PAULA CARRIJOANDRÉ LUIZ SANTOSANGELA MARIA ARAUJO COSTAANGELA MARTA LONGOANGÉLICA PEREIRA DA ROCHACASSIA KIRSCH LANESDOMINGOS JOSÉ VAZ DO CABOGUILHERME WAGNERHUMBERTO SAURO VICTORINO MACHADOJANE PATRICIA OLIVEIRA DE CASTROJULIA OCAMPOJULIANA SERRA WALSH LARISSA CRISTINA DA SILVA TERREZOLEONARDO GRAEVERLÍGIA LORANDI FERREIRA CARNEIROLUCIANA BESSA MESQUITAMARCELO VASCONCELOS MAGNAVITAMÁRCIA SANTOSMARCOS ADAMS GOLDRAICHMARCOS PAULO VELOSO CORREIAMARIA TEREZA CAMPOS DA COSTA E SILVAMARIANA BRANDÃO STREITMARTHA MARIA VIEIRA DE SALLES ABREU ARTILHEIROMELANIE NOEL MAIAMICHAEL DUNCAN

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36

RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

MOISÉS VIEIRA NUNESPATRÍCIA ELIÁPATRÍCIA MARIA BARROS THOMASPEDRO DE GALES PERPÉTUO ROCHA PITTA SAMPAIOPEDRO MEDEIROS HAKMERENATA CHAVESRODRIGO PACHECOTHAIS FAÇANHA LOTFI SILVAVALTER REZENDE

8.OS PRIMEIROS

RESIDENTES DO PROGRAMA EM

MFC - RIO

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8.OS PRIMEIROS

RESIDENTES DO PROGRAMA EM

MFC - RIO

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39

OS PRIMEIROS RESIDENTES DO PROGRAMA EM MFC - RIO

ALESSANDRA FERNANDES MARQUES BRAGAALEXANDRA PERES PAIMANA MARIA FERNANDES GUEDESANA PAULA MEDEIROS MOLITERNOANDRÉIA REGINA DA COSTA OLIVEIRABRIGITTE BONGUARDOCARLA PENSO PEREIRACAROLINA DA SILVA RAMOSCESAR ANTONIO DA COSTA BORGES DE CARVALHOCLARA PETTERSEN SOARESCLARICE DE AZEVEDO SARMET MOREIRA SMIDERLECLARISSE MALATESTA MOTOMURADANIELA RAFAEL FIUZA GOMESEIJI MORIFERNANDA CARDOSO VIDALGLEIDA PÊGO DE MIRANDAGLÍCIA GUEDES DE ANDRADEHELDER CARLOS DE ANDRADEIVANA DA CONCEICAO ESPIRITO SANTO DA CRUZJOANA CARVALHO RIBEIRO DE JESUSJOANA DE ARAUJO LOBOJULIA VENTURA WAMBIERKAREN BON LIMA LIGEIROKARLA CRISTINA CARVALHO DA SILVAKATIA MARIA ARAGÃO FRANCOLUIS CARLOS NOVAIS GARCIAMARIA LUIZA RAMOS DA SILVAMARIANA CARVALHO DE ANDRADEMARILIA DANON TAVARESMÁRIO ROGÉRIO DA SILVA SANTOSMICHELE SOUZA PINHEIRO

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40

RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

MICHELLE PARGA DE PAIVA MOREIRAREJANE MARTINS REGINALDIRENATO DE SOUZA LEMOSRODRIGO JÚNIO SILVAROSIANE SOUZA DE BARROSSILVIA MARIA PENNA SUANNOSUZAN MAIATO BENEVENTE BORGESTALITA CARNEIRO DE CASTRO MONTETATIANA BRISOLA GONÇALVESTERESA SILVA OLIVEIRAVINÍCIUS LADEIRA FONSECAVIVIAN GUIMARÃES OLIVEIRA

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9.

PÓLOS DE RESIDÊNCIA E OCUPAÇÃO DAS

VAGAS

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43

PÓLOS DE RESIDÊNCIA E OCUPAÇÃO DAS VAGAS

9.1 PÓLOS DE RESIDÊNCIA

Como a implantação de uma residência médica traz inúmeros benefícios às unidades de saúde onde ela é realizada, tomou-se a decisão estratégica de distribuir os residentes em clínicas da família (CF) e centros municipais de saúde (CMS) de diferentes bairros do Rio de Janeiro, nas zonas norte, sul e oeste, vinculados às Áreas de Planejamento (APs) 2.1, 3.1, 4.0, 5.1 e 5.2. Dada a grande extensão geográfica do município, os residentes, para fins de organização das aulas teóricas, foram divididos em 2 polos, centrados na Rocinha e na Penha. As aulas teóricas do polo Rocinha ocorrem na CF Rinaldo Delamare e as do polo Penha ocorrem na CF Felippe Cardoso, sempre nos auditórios dos OTICS.

Pólo Zona Sul / Barra

Pólo Zona Norte

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44

RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

2011

2012

2013

2014

18 98 102 142

SMS: 0UERJ: 10 (70%)UFRJ: 4 (100%)ENSP: 4 (100%)

SMS: 60 (75%)UERJ: 30 (46%)UFRJ: 4 (100%)ENSP: 4 (100%)

SMS: 60 (98%)UERJ: 30 (80%)UFRJ: 8 (75%)ENSP: 4 (100%)

SMS: 100UERJ: 30UFRJ: 8ENSP: 4

Início PRMFC - SMS

9.2 AMPLIAÇÃO / OCUPAÇÃO DAS VAGAS

A residência em medicina de família e comunidade da SMS-RJ iniciou em 2012, sendo ofertadas 60 vagas, havendo 75% de ocupação das vagas da primeira turma e passando a constituir a maior residência em medicina de família e comunidade do Brasil. Essas vagas se somaram às já ofertadas no município do Rio de Janeiro pela UERJ, UFRJ e ENSP. Em 2013 quase todas as 60 vagas foram ocupadas, e em 2014 há plano de expansão para 100 vagas.

10.CRONOGRAMA GERAL

DAS ATIVIDADES

Page 46: Livro rmf cfinal

10.CRONOGRAMA GERAL

DAS ATIVIDADES

Page 47: Livro rmf cfinal

“As aulas teóricas são semanais e correspondem a 10% da carga horária total. Os temas clínicos abordados são os mais prevalentes na atenção

primária, além das ferramentas específicas da medicina de família e comunidade, todas baseadas nas melhores evidências e com pedagogia

ativa.”

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47

CRONOGRAMA GERAL DAS ATIVIDADES

MÊS DATA TEMA PRECEPTOR / PRECEPTOR

ABRIL

5 Ponto facultativo - feriado sexta-feira santa

12 Risco e PrevençãoDr. Armando Henrique

Norman / André Luis Justino

19 Rastreamentos: quando e porque fazerDr. Armando Henrique

Norman / André Luis Justino

26 Congresso SulBrasileiro de MFC --

MAIO

3Atenção Primária à Saúde na Itália / Convênio SMS-RJ-Bolonha / Eleição

representantes Coreme

Dr. Ardigó Martino (Universidade de Bologna)

10 HAS (Diretrizes, Manejo na APS)Dr. Alfredo de Oliveira Neto /

Dr. Charles Morrison Day

17 DislipidemiaDr. Michael Schmidt Duncan /

Moisés Vieira Nunes

24 PuericulturaDr. Domingos José Vaz do

Cabo / Dr. Pedro Rocha Pitta

26 I Mini-congresso RMFC - SMS-RJDra. Patrícia Eduarda Biselli

/ Dr. Nelson Robson / Dr. Armando Norman

31 Pré-natalDr.a Cassia Lanes / Malanie

Maia

10.1 Ano 2012

Page 49: Livro rmf cfinal

48

RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

MÊS DATA TEMAS PRECEPTOR / PROFESSOR

JUNHO

7 FERIADO CORPUS CHRISTI

14 CAPS - Apresentação dos estágios em saúde mental

Equipes dos CAPs Complexo do Alemão e Rocinha

211) Diabete Mellitus: Diretrizes / Manejo

na APS (Pólo Penha) e 2) Abordagem Familiar Sistêmica (Pólo Rocinha)

Dr. Leonardo Graever / Dra. Flávia Gonçalves Alves

(Penha) e Armando Norman (Rocinha)

281) Diabete Mellitus: Diretrizes / Manejo na APS (Pólo Rocinha) e 2) Abordagem

Familiar Sistêmica (Pólo Penha)

Dr. Leonardo Graever / Dra. Flávia Gonçalves

Alves (Rocinha) e Armando Norman (Penha)

JULHO

5 Asma Dra. Renata Chaves / Dra. Angélica Rocha

12 Contracepção / Sangramento uterino Disfuncional

Dra. Maria Tereza Campos / Dra. Luciana Bessa Mesquita

19Tuberculose (Diagnóstico / Tratamento e

Manejo) & GenogramaDr. Marcos Goldraich / Dra. Renata Chaves (Rocinha) & Armando Norman (Penha)

26 Congresso da AMFaC --

AGOSTO 2 Tuberculose (Diagnóstico / Tratamento e Manejo) & Genograma

Dr. Marcos Goldraich / Dr.a Renata Chaves (Rocinha) & Armando Norman (Penha)

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49

PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

MÊS DATA TEMAS PRECEPTOR / PROFESSOR

AGOSTO

9Saúde da Mulher / Climatério e

Menopausa: manejo na APS (Rocinha) / Ciclo de vida (Penha)

Dra. Mariana Streit / Melanie Maia (Penha) &

Armando Norman (Rocinha)

16Saúde da Mulher / Climatério e

Menopausa: manejo na APS (Penha) / Ciclo de vida (Rocinha)

Dra. Mariana Streit / Melanie Maia (Rocinha) & Armando Norman (Penha)

23 Insulinização do Paciente na APSDra. Angélica Rocha / Dr. Leonardo Graever / Dra.

Renata Chaves

31

Oficina: “Procedimentos em Ortopedia para a Atenção Primária à Saúde:

manejo de pacientes com problemas em ombro, joelho e coluna lombar”

Dr. Alexandre Fortes / Rodrigo Schnur Soares

SETEMBRO

1

Oficina: “Procedimentos em Ortopedia para a Atenção Primária à Saúde:

manejo de pacientes com problemas em ombro, joelho e coluna lombar”

Dr. Alexandre Fortes / Rodrigo Schnur Soares

6Modelo de Atenção a condições

crônicas / Elementos da diagnoseDr. Marcos Goldraich /

Armando Norman

13Modelo de Atenção a condições crônicas / Elementos da diagnose

Dr. Marcos Goldraich / Armando Norman

20Problemas mais comuns no RN e Lactente / Dinâmicas de grupo

Dr. Domingos José Vaz do Cabo / André Luiz, Renata

Chaves e Angela Araújo Costa

Page 51: Livro rmf cfinal

50

RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

MÊS DATA TEMAS PRECEPTOR / PROFESSOR

SETEMBRO 27Problemas mais comuns no RN e Lactente / Dinâmicas de grupo

Dr. Domingos José Vaz do Cabo / André Luiz, Renata

Chaves e Angela Araújo Costa

OUTUBRO

4 Tabagismo Dr. Leonardo Graever

4Avaliação do Paciente pré-operatório / Vigilância em Saúde: trabalho em equipe e mediação de conflitos

Drs. Leonardo Graever e Guilherme Wagner / Moisés

Vieira Nunes

11Avaliação do Paciente pré-operatório / Vigilância em Saúde: trabalho em equipe e mediação de conflitos

Drs. Leonardo Graever e Guilherme Wagner / Moisés

Vieira Nunes

18Saúde Mental / Insuficiência Cardíaca Congestiva (Como conduzir o paciente

agudizado e controlado)

Drs. Sandra Fortes e Pedro Hakme / Drs. Michael

Duncan e Adelson Jantsch

24Somento no Pólo Penha - Palestra

Saúde MentalProf. Manuel Desviat

25Penha: Saúde Mental / Rocinha - Insuficiência Cardíaca Congestiva

(Como conduzir o paciente agudizado e controlado)

Drs. Sandra Fortes e Pedro Hakme / Drs. Michael

Duncan e Adelson Jantsch

26 Oficina: “Entrevista Familiar” Carmen Fernandes e Leda Dias (GHC)

27 Oficina: “Entrevista Familiar” - OTICS Cinelândia

Carmen Fernandes e Leda Dias (GHC)

Page 52: Livro rmf cfinal

51

PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

MÊS DATA TEMAS PRECEPTOR / PROFESSOR

NOVEMBRO

2 e 3 I Fórum Nacional de Residência em MFC

8Penha: Dermatoses mais frequentes

na APS / Rocinha: Momento avaliativo com a CAP 2.1

Penha: Dra. Maria Katia Gomes / Rocinha:

momento avaliativo com a CAP 2.1

15 Feriado: Proclamação da República

22 Rocinha: HIV / Penha: TonteirasRocinha: Drs. Marcos

Goldraich, Cássia Lanes e Renata Chaves / Penha:

Drs. Adelson e André Justino

29Aula cancelada devido a participação

dos preceptores na capacitação EURACT

DEZEMBRO

6

Rocinha: Dermatoses mais frequentes na APS / Penha: compensação da aula

do dia 24 /10 /2012. Reunião da Coordenação com o CAPS )

CFZA) 16h às 19h

Rocinha: Dra. Maria Kátia Gomes / Penha:

não terão aula devidos a compensação da aula do

dia 24 /10 /2012

13 Penha: HIV / Rocinha: Tonteiras

Penha: Drs. Marcos Goldraich, Cassia Lanes e Renata Chaves / Rocinha:

Drs. Adelson Jantsch e André Justino

20Confraternização de final de ano dos médicos residentes (não haverá aula)

--

JANEIRO

3 Recesso

10 Qualidade na Atenção Primária Catete: Luis Pisco

17Rocinha: Avaliação e Manejo da

Dispepsia / Penha: Fases de consultaRocinha: Dr. André Justino / Penha: Dr. Adelson Jantsch

Page 53: Livro rmf cfinal

52

RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

MÊS DATA TEMAS PRECEPTOR / PROFESSOR

JANEIRO

24 Rocinha: Avaliação e Manejo da Dispepsia / Penha: Fases de consulta

Rocinha: Dr. Adelson Jantsch / Penha: Dr. André Justino

31 Reuniões entre preceptores e residentes nas unidades

--

FEVEREIRO

7 Reuniões entre preceptores e residentes nas unidades

--

14 Reuniões entre preceptores e residentes nas unidades

--

21 Reunião geral para reavaliar as propostas e discussões

--

28 Apresentação dos campos de estágio André Justino e Nulvio Lermen Junior

10.2 Ano 2013MÊS DIA PROGRAMAÇÃO MINISTRANTE

MARÇO

1 Seminário de Inovação em APS Juán Gervas2 Seminário de Inovação em APS Juán Gervas7 Como buscar informações

relevantes (fontes de informações)Michael Duncan

14 Como buscar ler um artigo científico (revisão de epidemiologia

clínica)

Michael Duncan

21 Como organizar uma revisão clínica (metodologia científica)

Michael Duncan

28 Paixão de Cristo

ABRIL 4 PBI 1

Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos

Page 54: Livro rmf cfinal

53

PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

MÊS DIA PROGRAMAÇÃO MINISTRANTE

ABRIL

11 Encontro Preparatório Tema de Revisão Clínica A1

Penha - Adelson Jantsch e Melanie Noel

Rocinha - Rodrigo Pacheco e Marcos Paulo

18 PBI 2

Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos

25 Encontro Preparatório Tema de Revisão Clínica A2

Penha - Adelson Jantsch Jantsch e Melanie Noel

Rocinha - Rodrigo Pacheco e Domingos Vaz

MAIO

2 PBI 3

Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos

9 PBI 4

Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos16 Como elaborar um artigo de

Revisão ClínicaMichael Duncan

Page 55: Livro rmf cfinal

54

RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

MÊS DIA PROGRAMAÇÃO MINISTRANTE17 Atenção Primária na Holanda Kees Van Boven

MAIO

23 PBI 5

Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos30 Corpus Christi

JUNHO

6 Apresentação Temas de Revisão Clínica A

13 PBI 6

Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos20 Encontro Preparatório Tema de

Revisão Clínica B1Michael Duncan

27 PBI 7

Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia SantosJULHO 4 Encontro Preparatório Tema de

Revisão Clínica B2Penha - Adelson Jantsch e

Ana Paula CarrijoRocinha - Michael Domingos

Page 56: Livro rmf cfinal

55

PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

MÊS DIA PROGRAMAÇÃO MINISTRANTE

JULHO

11 PBI 8

Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos18 Encontro Preparatório Tema de

Revisão Clínica B3Penha - Adelson e Ana PaulaRocinha - Michael / Domingos

25 PBI 9 (Cancelado)

AGOSTO

1 Encontro Preparatório Tema de Revisão Clínica B4

8 Encontro Preparatório Tema de Revisão Clínica C1

Michael Duncan

15 PBI 10

Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos

22 PBI 11

Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos29 Encontro Preparatório Tema de

Revisão Clínica C2Penha - Adelson e Ana Paula

Rocinha - Michael e Domingos

Page 57: Livro rmf cfinal

56

RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

MÊS DIA PROGRAMAÇÃO MINISTRANTE

SETEMBRO

5

PBI 12 Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenhas 2 - Leonardo

Graever e Márcia Santos12 Seminário de Medicina de Família e

Comunidade na InglaterraDr. Patrick Hutt

19

PBI 13 Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos26 Apresentação Temas de Revisão

Clínica C3

OUTUBRO

3

PBI 14 Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos

10Encontro Preparatório Temas de

Revisão Clínica D1Penha - Ana Paula e

Samantha FrançaRocinha - Michael Duncan

17 Aula de Eletrocardiograma Michael Duncan24 Encontro Preparatório Tema de

Revisão Clínica D2Penha - Ana Paula e Lourdes Luzón

Rocinha - Michael Duncan

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57

PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

MÊS DIA PROGRAMAÇÃO MINISTRANTE

OUTUBRO 31 PBI 16

Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos

NOVEMBRO

7Encontro preparatório Tema de

Revisão Clínica D3Penha - Ana Paula e

Samantha FrançaRocinha - Michael e Renata

14 APS Mundial Dr. Michael Kidd - Presidente do Wonca

21 Apresentação Temas de Revisão Clínica D4

28 PBI 18

Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos

DEZEMBRO

5 Encontro Preparatório Tema de Revisão Clínica E1

Penha - Loudes LuzónRocinha - Michael e Renata

12 HIV Dr. Gustavo Magalhães

19Aula de Bioética com o Encontro

Preparatório Tema de Revisão Clínica E2

Dr. Rodrigo Batista

JANEIRO 2 PBI 20

Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos

Page 59: Livro rmf cfinal

58

RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

MÊS DIA PROGRAMAÇÃO MINISTRANTE

JANEIRO

9Encontro Preparatório Tema de

Revisão Clínica E3Penha - Ana Paula e

Samantha FrançaRocinha - Michael e Renata

16 PBI 21

Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos23 Apresentação Temas de Revisão

Clínica E4

30 PBI 22

Rocinha 1 - Marcos Goldraich e Renata ChavesRocinha 2 - Cassia Lanes e

Ligia LorandiPenha 1 - Adelson Jantsch e

Humberto SauroPenha 2 - Leonardo Graever

e Márcia Santos

FEVEREIRO1

Formatura da primeira turma da Residência em Medicina de Família

e Comunidade da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de

Janeiro

11.DESTAQUES DA

PROGRAMAÇÃO

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11.DESTAQUES DA

PROGRAMAÇÃO

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61

DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO

O programa de residência da SMS-RJ segue a recomendação da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e da Comissão Nacional de Residências Médicas (CNRM), garantindo importante espaço teórico aos profissionais. Dentre as atividades da primeira turma destacamos os convidados estrangeiros, que apresentaram a realidade da atenção primária de seus países e os nacionais, que contribuíram para o aprimoramento profissional dos residentes. São eles:

Alexandre Borges Fortes

Médico de Família graduado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Atuou como clínico no setor de emergência do Hosp. Miguel Couto, no Rio de Janeiro. Participou da criação de diversas publicações e coordena cursos de emergência.

Angelmar Roman

Médico, graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) residência em Pediatria (Hospital da Cruz Vermelha Brasileira) e especializações em Saúde Coletiva (UFPR), Geriatria (PUC RS), Medicina de Família e Comunidade (FEPAR). É doutor em Ciências, pela Universidade de São Paulo. Atua como professor titular da disciplina de Saúde Coletiva na Faculdade de Medicina da Universidade Positivo,

Curitiba (PR) e Coordenador de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade (Hospital Cruz Vermelha). Atuou na capacitação dos preceptores.

Ana Maria Ramalho Ortigão Farias

Médica, graduada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), especialista em Saúde Pública e em Epidemiologia pela Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz e em Administração Pública pela Escola Brasileira de Administração Pública EBAP/FGV. Atual superintendente da Superintendência de Integração das Áreas de Atenção Primária da Subsecretaria de Atenção Primária, Promoção e Vigilância da Saúde

do muncípio do Rio. Anteriormente atuou no MS/INCA na gestão de programas de controle de câncer e na Secretaria Municipal de Saúde na gestão de programas de controle de doenças crônicas. Professora de Epidemiologia na Faculdade de Medicina da Universidade Estácio de Sá.

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RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

Ardigo Martino

Italiano, é graduado em medicina, com especialização em Saúde Pública, Higiene e Medicina Preventiva. Tem doutorado em Cooperação Internacional e Políticas de Desenvolvimento Sustentável (Antropologia Médica), da Universidade de Bolonha, Itália (Unibo). Atualmente é pesquisador temporário no Unibo (Centro de Saúde Internacional e Intercultural) e professor da Unibo e Universidade

Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Seus ensinamentos e atividades de pesquisa são sobre a Global Saúde, Migração e Saúde, Atenção Primária à Saúde, Metodologia de Ensino em Saúde e Antropologia Médica.

Carmen Luiza Corrêa Fernandes

Médica de família e comunidade.Terapeuta de casal e família.Especialista em Saúde Mental Coletiva. Médica da Unidade de Saúde Barão de Bagé do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Supervisora da Residência de Medicina de Família e Comunidade no GHC. Supervisora da Associação Brasileira de Terapia de Família. Supervisora de Educação Continuada em abordagem

sistêmica do Serviço de Saúde Comunitária do GHC (Porto Alegre/RS) e Mestre em Epidemiologia pela UFRGS.

Gustavo Albino Pinto Magalhães

Médico, graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com Mestrado e Doutorado em Medicina Tropical pela Fundação Oswaldo Cruz . Atualmente é Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Gerente do Programa de DST Aids e Hepatites Virais - Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

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PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

Juan Gervas

Espanhol, é graduado e doutorado em Medicina pela Universidade de Valladolid. Atua como Professor de Gestão e Organização de Atenção Primária à Saúde no Mestrado em Administração e Direção de Serviços Sanitários, Fundação Gaspar Casal (Madrid) e Universidade Pompeu Fabra (Barcelona). Desde 1980 Coordena a Equipe CESCA, grupo científico de pesquisa e análise da organização e atividade da atenção

primária e é, desde 1986, Membro do Comitê Internacional de Classificações da Organização Mundial de Médicos de Clínica Geral/de Família (WONCA).

Kees van Boven

Holandês, é pesquisador sênior do Departamento de Atenção Básica e Comunidade da Universidade Radboud Nijmegen Medical Center, na Holanda e preside o Projeto de Transição, cujo objetivo central é caracterizar e descrever formalmente o domínio da prática (internacional) da família, com base na epidemiologia episódio orientado. Sua especialidade é a pesquisa de morbidade e lidera o

grupo de Atualização do Comitê de Classificação da WONCA.

Luis Pisco

Português, é graduado em Medicina pela Universidade de Coimbra, especialista em Medicina Familiar e especialista em Medicina do Trabalho. Atua como Vice-presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Destaca-se no trabalho de consultor da OMS para a Melhoria da Qualidade nos Países do Leste Europeu, no âmbito do “4th expert network on family

practice development strategies”.

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RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

Lêda Chaves Dias

Médica, graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, especialista em Medicina de Família e Comunidade (SSC-GHC), especialista em Terapia de Família e Casal (INFAPA), especialista em Saúde Pública (FIOCRUZ), mestre em epidemiologia (UFRGS). Atua como preceptora da residência de Medicina de Família e Comunidade e supervisora de educação continuada em abordagem sistêmica do

Serviço de Saúde Comunitária do GHC (Porto Alegre/RS).

Manuel Desviat

Espanhol, é médico psiquiatra dos Serviços de Saúde Mental do Hospital Universitário La Paz em Madrid. Foi presidente da Associação Espanhola de Neuropsiquiatria (1997-1993) e também consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a área da saúde mental. É considerado um profissional fundamental no processo de reestruturação da assistência em saúde mental na Espanha.

Marcela Dohms

Médica, graduada pela Universidade Federal do Paraná. Possui residência médica em Medicina de Família e Comunidade e mestrado em Saúde Pública pela UFSC. Colaboradora e facilitadora do PBI.

Michael Kidd

Australiano, é médico de família e pesquisador da atenção primária. Atua na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Flinders, em Adelaide e como clínico tendo como interesse especial no cuidado de pessoas com HIV e Saúde Indígena . É o atual presidente da Organização Mundial de Médicos de Família (WONCA) e foi, também, presidente do Royal Australian College of General Practitioners.

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PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

Patricia Eduarda Biselli Silveira

Médica, graduada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Mestre em Gestão Ambiental na Universidade Positivo. Atua como professora do curso de medicina da Universidade Positivo.

Patrick Hutt

Inglês, é médico generalista da general practice de Londres (GP) recém-formado e tem escrito sobre o tema de Clínica Geral. Atualmente é pesquisador na University College London, no tema: a evidência para diferentes configurações de centro de saúde, motivadas pelas recentes propostas de policlínicas. Também é editor júnior de InnovAIT - a revista do GP dos formandos.

Sandra Lucia Correia Lima Fortes

Médica, graduada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ), com Mestrado em Psiquiatria pelo Instituto de Psiquiatria da UFRJ e Doutorado em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É professora Adjunta de Psicologia Médica e Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e coordenadora do laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Atenção

Primaria a Saúde. Atualmente é coordenadora do Núcleo de Saúde Mental da Policlínica Piquet Carneiro/UERJ e atua como matriciadora em saúde mental da Estratégia de Saúde da Família nas unidades da secretaria de saúde do município do Rio de Janeiro.

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RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

Visita ilustre: Carlos Grossman

Carlos Grossman é um dos mais conceituados médicos do país. Em 1970, o convidaram para estruturar a primeira residência em Saúde Comunitária, no posto da Secretaria Estadual da Saúde, São José do Murialdo, Porto Alegre. O sucesso de Grossman foi tal que, em 1979, coordenava todas as residências do GHC. O ensino da Medicina tão almejada por ele mostrava mudanças, e a Saúde Comunitária surgia

para transformar a relação das comunidades com as unidades básicas até então existentes. No dia 5 de outubro de 2012, no pólo Penha, Carlos Grossman conversou com os residentes e preceptores, e visitou a clínica Maria do Socorro, no pólo Rocinha.

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12.TRABALHO DE

CONCLUSÃO DOS RESIDENTES

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DOS RESIDENTES

A seguir apresentamos os resumos de parte dos artigos de revisão clínica desenvolvidos pelos residentes ao longo do segundo ano de residência. O objetivo era desenvolver as habilidades de busca, revisão e análise crítica da literatura, culminando na redação de uma síntese dos achados na forma de um artigo de revisão clínica, sempre focando na realidade prática do dia-a-dia do médico de família e comunidade. Os residentes foram divididos em 9 grupos de 5 integrantes, e, ao longo do ano, cada grupo elaborou um total de 5 artigos (correspondendo a 5 ciclos temáticos), sendo que cada residente foi o autor principal de um dos artigos. Os ciclos temáticos foram: procedimentos, puericultura, rastreamento, grupos na atenção primária e saúde mental. No ciclo de grupos na atenção primária, a proposta era elaborar um manual que orientasse a implementação de uma atividade grupal em uma equipe de saúde da família. Antes de iniciar os trabalhos, os residentes tiveram aulas teóricas sobre busca da literatura, princípios da leitura crítica de um artigo de pesquisa e redação de um artigo de revisão clínica. No início do ciclo temático de rastreamento, tiveram mais uma aula sobre avaliação de estudos sobre rastreamento. Ao final de cada ciclo, houve uma apresentação dos trabalhos na forma de apresentações orais de 10 minutos, seguidas de breve debate sobre o tema de cada apresentação. As apresentações foram filmadas e estão disponíveis no blog da residência. O processo foi coordenado pelo médico de família e comunidade e assessor do PRMFC-SMS-RJ Michael Schmidt Duncan. Os grupos foram supervisionados em encontros presenciais quinzenais, contando também com a participação dos preceptores Adelson Guaraci Jantsch, Domingos Vaz do Cabo, Melanie Noel Maia, Rodrigo Pacheco, Ana Paula Borges Carrijo e Renata Chaves, bem como das assessoras do PRMFC-SMS-RJ Lourdes Luzón, Samantha Pereira França e Caroline Medina. Na apresentação do ciclo temático de rastreamento, contamos com a presença da Dra. Ana Maria Ramalho Ortigão Farias, Superintendente de Integração das Áreas de Planejamento da SUBPAV. Em todas as apresentações, também participaram da avaliação os coordenadores do PRMFC-SMS-RJ André Justino e Núlvio Lermen Junior.

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RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

12.1 CICLO 1: Procedimentos

Unha EncravadaAutores: Clarice de Azevedo Sarmet Moreira Smiderle, Silvia Maria Penna Suanno, Tatiana Brisola Gonçalves, Vivian Guimarães OliveiraResumo: Unha encravada, também conhecida como onicocriptose, é um dos problemas de pés que o médico de família recebe em seu consultório, sendo o hálux o dedo mais frequentemente acometido. Ocorre quando o leito ungueal causa lesão aos bordos laterais da pele, ocasionando inflamação e dor que pode evoluir com infecção e formação de tecido de granulação. Dentre as principais causas estão o corte inapropriado das unhas e os traumas repetitivos ou ocasionais. De acordo com a classificação da gravidade, casos leves e moderados podem ser solucionados com tratamento conservador, que envolve técnicas menos conhecidas pelos médicos, já os casos graves se beneficiam do tratamento cirúrgico. A principal técnica cirúrgica é a avulsão parcial ou total da unha, que pode ser seguida ou não de matricectomia química com fenol. A fenolização normalmente não apresenta complicações graves e obtém ótimo resultado estético e de baixa recorrência dos sintomas, sendo considerado excelente método cirúrgico para o tratamento da unha encravada.

Furúnculos e Abscessos Autores: Michelle Parga, Ana Maria Guedes, Katia Franco, Maria Luiza Ramos, Mariana AndradeResumo: Os furúnculos e os abscessos de pele são localizados na derme e tecido subcutâneo. São geralmente ocasionados pelo Staphilococcus aureus presentes. Ocorrem geralmente em áreas sujeitas a fricção e tem evolução benigna. Algumas pessoas possuem predisposição a doença, como pessoas obesas , diabéticas, imunossuprimidas, o que não impede que pessoas hígidas possam desenvolver a doença. O tratamento consiste em aplicar compressas mornas no local afetado para a drenagem espontânea. Em alguns casos é necessário incisão e drenagem, e em furúnculos complicados e de difícil resolução há a possibilidade de antibioticoterapia.

Inserção de dispositivo intrauterinoAutores: Daniela Rafael Fiuza Gomes, Ana Paula Medeiros Moliterno, Brigite Bonguardo, Luís Carlos Garcia, Mário Rogério SantosResumo: O objetivo da abordagem contraceptiva na atenção primária é reduzir gestações não planejadas, bem como os possíveis efeitos destas na vida das pacientes, suas famílias ou cônjuge, na sociedade e nos serviços de saúde pública. Este trabalho possui como objetivo qualificar o médico de família e comunidade para manejo adequado quanto ao uso do DIU, por meio do conhecimento dos critérios de elegibilidade, da realização da técnica de inserção apropriada, do uso racional de exames complementares, e da detecção de complicações e do

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PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

seguimento. Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema nas principais bases de dados e guidelines disponíveis, buscando as melhores evidências para o manejo adequado na inserção do dispositivo. O uso do DIU em mulheres em idade fértil, que não possuam contraindicação, apresenta grande eficácia como método contraceptivo. Vale ressaltar, que o mesmo apresenta desvantagens, tais como, não prevenir contra as doenças adquiridas durante o ato sexual sem uso de métodos de barreira.

Remoção de cerumeAutores: Helder Carlos de Andrade Junior, Glícia Guedes de Andrade, Julia Ventura Wambier, Talita Carneiro de Castro Monte, Thiago Gonçalves Vargas.Resumo: O Cerume impactado é uma patologia muito comum na atenção primária, frequentemente associada a sintomas desagradáveis e ocasionalmente relacionada a sequelas importantes, como perfuração timpânica. Deve ser removido sempre que o paciente tiver algum sintoma (sensação de ouvido entupido, zumbido, prurido no ouvido, otalgia, entre outros). Existem três métodos de remoção do excesso de cerume dos ouvidos: ceruminolíticos isoladamente ou como adjuvante, irrigação com solução salina ou remoção mecânica. Os ceruminolíticos são substâncias que podem ser pingadas nos ouvidos com o objetivo de amolecer ou dissolver o cerume, facilitando a extrusão da cera, sua expulsão natural. A irrigação com solução salina é outra opção válida para remoção do cerume. O procedimento é geralmente feito com um jato de soro morno aplicado no ouvido, utilizando materiais simples como uma seringa e escalpo ou até mesmo outros mais complexos com finalidade própria para o procedimento. O uso prévio de ceruminolíticos ajuda a amolecer a cera e aumenta a eficácia da lavagem de ouvido. Deve-se atentar para algumas contraindicações: dor, perfuração do tímpano ou sinais de infecção do ouvido. A remoção mecânica do cerume é o método mais rápido e eficaz, mas só deve ser feita por profissional treinado, com instrumentos apropriados, que possibilitam visualizar diretamente o interior do ouvido, podendo remover facilmente o excesso de cerume impactado. Deve-se evitar métodos caseiros e alternativos como o uso de cotonetes e velas de ouvido, devido ao risco de complicações.

Abordagem Terapêutica nas Queimaduras de Primeiro e Segundo Graus na Atenção PrimáriaAutores: Ivana da Conceição Espírito Santo da Cruz, Alessandra Fernandes Marques Braga, Alexandra Peres Paim, Fernanda Vidal, Renato de Souza LemosResumo: Define-se queimadura como a lesão produzida pelo efeito do calor, resultando em morte celular e necrose dos tecidos afetados. A população predominantemente acometida nos países em desenvolvimento é a de mulheres e crianças abaixo dos cinco anos de idade. Existem diferentes tratamentos propostos de acordo com o grau da lesão. O diagnóstico diferencial e o enfoque terapêutico inicial de um paciente queimado é fundamental para diminuir a morbimortalidade e as complicações advindas tanto de queimaduras locais sem

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RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

afecções sistêmicas como da síndrome do grande queimado. O objetivo principal do trabalho reside em analisar e definir os diferentes tipos de tratamentos no âmbito da Atenção Primária. Através de uma revisão de literatura, foram selecionados capítulos de livros e artigos indexados em português e inglês, levando a uma discussão acerca da abordagem dada a cada tipo de queimadura. No tocante à abordagem das queimaduras é importante para a atenção básica saber quando essas devem ser encaminhadas para a atenção secundária ou terciária. As queimaduras constituem um desafio para a atenção básica devido a sua complexidade e o seu aspecto sócio econômico. Ademais, o principal desafio surge na prevenção.

Tumores Benignos de Pele na Atenção Primária à SaúdeAutores: Andréia Regina da Costa Oliveira, Michele Souza Pinheiro, Rejane Martins Reginaldi, Suzan Maiato Borges Benevente, Vinicius Ladeira FonsecaResumo: Na prática médica geral, são observados cerca de 20% de casos dermatológicos, representando uma proporção importante nos casos de seguimento. Sendo assim, conhecer a natureza, frequência e identificação das lesões de pele pode ajudar na prática dos médicos de família quando diante destas. Portanto, o médico de família deve estar capacitado para distinguir as lesões benignas de malignas, utilizando para tal a observação de dados da história clínica, bem como as características da lesão, visando direcionar o tratamento a ser indicado, como também, o momento de referenciar para o especialista. O médico de família também deve ser encorajado a abordar cirurgicamente as lesões para aumentar o custo benefício.

12.2 CICLO 2: Puericultura

Anemia ferropriva na infância: tratamento, prevenção e suplementaçãoAutores: Mariana Andrade, Katia Maria Aragão, Michelle Parga, Ana Maria Guedes e Maria Luísa RamosResumo: A anemia ferropriva na infância ainda é um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil, associada à elevada prevalência de fatores de risco como condição socioeconômica desfavorável, prematuridade e desmame precoce. A organização mundial de saúde recomenda a prevenção, o tratamento, a suplementação medicamentosa e a fortificação alimentar pois entende-se que as complicações comprometam o desenvolvimento psicomotor e cognitivo da criança

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PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

O manejo do bebê prematuro tardio pelo médico de família e comunidadeAutores: Eiji Mori, Carla Penso, Clara Soares, Rosiane Barros, Cesar Antonio C. B. CarvalhoResumo: O prematuro é definido como a criança nascida antes de 37 semanas de idade gestacional. Representa aproximadamente 13% de todos os nascimentos, dentre os quais 75% são pretermos tardio (nascidos entre 34 semanas até 36 semanas e 6 dias de idade gestacional). As taxas de mortalidade dos BPT são até 4 vezes superiores em relação ao a termo. A presente revisão tem como objetivo melhorar o cuidado dos BPTs e de suas mães pelos médicos de família e comunidade. Este artigo abordará os seguintes temas: a importância das orientações sobre a relação mãe-bebê, o aleitamento materno, os marcos do desenvolvimento, o acompanhamento pelo médico de família e as principais comorbidades do bebê pretermo tardio.

Treinamento esfincteriano infantilAutores: Ana Paula Medeiros Moliterno, Brigite Bonguardo, Daniela Rafael Fiuza Gomes, Luís Carlos Garcia, Mário Rogério SantosResumo: O momento ideal para a iniciação dos exercícios de controle esfincteriano é um tema controverso na literatura. É consenso que os exercícios são de grande importância e que sua abordagem deve ser realizada com caprichosa orientação aos pais dos métodos a serem seguidos e objetivos a serem alcançados, bem como os possíveis efeitos do descontrole esfincteriano na vida da criança e na sua relação com as famílias e a sociedade. Este trabalho possui como objetivo atualizar o médico de família e comunidade para o manejo adequado quanto à condução do treinamento correlacionado ao controle esfincteriano na infância, fornecendo subsídios para a abordagem adequada das famílias assistidas, a melhor maneira de realizar o treinamento esfincteriano, assim como a idade apropriada para iniciá-lo e as possíveis adversidades no decorrer do processo de aprendizagem. Foi realizada revisão crítica de literatura, consultando as bases de dados Lilacs, Medline, Biblioteca Cochrane, SciELO, sendo elegíveis artigos publicados nos últimos quinze anos (período de 1998 a 2013), com os seguintes indexadores: enurese, encoprese e treinamento esfincteriano infantil. Também efetuou-se revisão manual em textos clássicos da especialidade buscando as melhores evidências para o manejo adequado do treinamento esfincteriano infantil. Os resultados revelaram que o treinamento esfincteriano em crianças deve se iniciar em torno dos dezoito meses de vida, podendo ter pequenas variações para mais ou para menos, pois o ideal é que o pequeno detenha os sinais de prontidão que o habilitam a realizar pequenas tarefas do cotidiano que serão de extrema importância para garantir o desenvolvimento e a compreensão deste treinamento.

Fortalecimento do Vínculo mãe-bebê-pai Autores: Vivian Guimarães Oliveira, Clarice de Azevedo S. M. Smiderle, Rejane M. Rejinaldi, Silvia Maria Penna Suanno, Tatiana Brisola Gonçalves

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RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

Resumo: O vínculo entre pais e filhos é um fator importante para o desenvolvimento social e cognitivo da criança. Ele não é estabelecido logo apos o nascimento; é construído com o tempo, nascendo do cuidado diário, das experiências vividas e do relacionamento estabelecido. Alguns fatores contribuem para o fortalecimento desse vinculo, enquanto outros são extremamente negativos. Nesse trabalho buscamos identificar esse fatores e discutir como a equipe de saúde da família pode atuar no fortalecimento desse vinculo.

Alterações no Desenvolvimento Neuropsicomotor no Período de 0 a 2 anos de Idade e o Papel do Médico de Família e ComunidadeAutores: Andreia Regina da Costa Oliveira, Michele Pinheiro, Suzan Maiato Borges Benevente, Vinícius Ladeira FonsecaResumo: Ao nascer existe uma imaturidade cerebral para o comando de todas as ações possíveis pelo corpo humano, sendo nossas reações corporais, inicialmente, de caráter reflexivo em resposta a estímulos que não conseguimos distinguir. Na medida em que vamos experimentando alguns estímulos, juntamente com a maturação do sistema nervoso central, aprendemos a coordenar nossas ações neuropsicomotoras, parando de atuar apenas de maneira reflexiva. Alguns fatores nas fases pré concepcional ou pós concepcional podem interferir no desenvolvimento normal da criança, sendo importante o seu reconhecimento durante a avaliação da criança. O atraso do DNPM pode ser revertido mediante a exclusão do fator gerador ou com a estimulação precoce da criança. Sendo assim, estudamos acerca dos distúrbios do desenvolvimento neuropsicomotor de uma criança entre 0 a 2 anos de idade, identificando e analisando os agentes causadores, verificando a contribuição da medicina de família diante de um caso de atraso no DNPM, além de observar os fatores que possam influenciar para uma falsa interpretação desta situação. Observamos que algumas diretrizes, e, também, as ferramentas utilizadas na medicina de família e comunidade são importantes para o acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor da criança, servindo como auxílio na orientação aos pais, e, também numa situação de atraso de desenvolvimento neuropsicomotor.

Modelos para Atendimento de PuericulturaAutores: Carolina Ramos, Clarisse Motomura, Joana Carvalho, Marília Danon, Teresa OliveiraResumo: O acompanhamento do crescimento e da evolução dos marcos de desenvolvimento infantil de forma multidisciplinar deve ser considerado como fator essencial para a manutenção da saúde da criança. Com este propósito, a Estratégia da Saúde da Família se articula a fim de contrapor o modelo tradicional de puericultura, onde as consultas eram realizadas apenas por médicos, com um novo modelo que agrega cuidados de enfermagem e orientações realizadas por toda equipe de saúde. Este estudo se propõe a avaliar a importância da puericultura de forma multidisciplinar e seu calendário mínimo de consultas.

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PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

12.3 CICLO 3: Rastreamento

Rastreamento do uso nocivo de álcool e dependência alcoólica em atenção primária à saúde (APS)Autores: Mário Rogério da Silva Santos, Ana Paula Medeiros Moliterno, Brigitte Bonguardo, Daniela Fiuza Gomes Monteiro, Luís Carlos Novais GarciaResumo: A triagem para os problemas com o álcool é uma abordagem recente, podendo ser realizada em serviços de atenção primária e nas emergências hospitalares. Em serviços de atenção primária à saúde, por exemplo, recomenda-se a aplicação de instrumentos de triagem para determinar a presença de uso nocivo ou de risco. Um teste de rastreamento ideal deveria possuir alta sensibilidade (menos falso-negativos – menos atraso no diagnóstico), alta especificidade (menos falso-positivos – menos procedimentos desnecessários), baixo custo e boa reprodutibilidade. Nesse contexto, os instrumentos citados pelo Caderno de Atenção Básica de Rastreamento do Ministério da Saúde (2010) são o AUDIT (The Alcohol Use Disorders) e o CAGE (feeling the need to Cut down, Annoyed by criticism, Guilty about drinking, and need for an Eye-opener in the morning), sendo esse último o mais utilizado na atenção primária. Nosso objetivo foi realizar uma revisão crítica da literatura científica acerca do uso abusivo de álcool e delimitar o campo de estudos sobre as técnicas de rastreamento do uso de risco de álcool. A aplicação na Estratégia Saúde da Família destes instrumentos, uma vez que o ambiente nestas unidades é ideal para a continuidade de monitoramento e detecção do padrão de consumo, poderia ser útil para motivar as pessoas a reduzir ou cessar o uso, principalmente se for associada a uma assistência apropriada.

Rastreio de Câncer de OvárioAutores: Gleida Pego de Miranda, Joana Lobo, Karen Bon Lima, Karla Carvalho, Rodrigo JunioResumo: O câncer de ovário apresenta a maior taxa de mortalidade entre as neoplasias ginecológicas, sendo a maioria dos casos diagnosticados em estágio avançado. Um diagnóstico precoce efetivo seria um passo fundamental no manejo e controle da doença. No entanto, estratégias de rastreamento populacional não têm se mostrado efetivas para a redução de mortalidade. O rastreamento na população de alto risco (história familiar), por outro lado, é recomendado por comitês especializados. A associação entre a dosagem sérica de CA 125 e a US transvaginal, feita de forma periódica e sequencial, é o método mais utilizado em programas de rastreamento. Os métodos de rastreamento atualmente disponíveis não apresentam sensibilidade, especificidade e valor preditivo positivo satisfatórios, e, além disso, não há evidências de redução da mortalidade ou do diagnóstico em estágios avançados necessário para justificar o rastreamento de rotina para o câncer de ovário.

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RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

Rastreio do Câncer de Próstata e a Decisão Compartilhada com o PacienteAutores: Alessandra Fernandes Marques Braga, Alexandra Peres Paim Pedra e CalFernanda Vidal, Ivana da Conceição Espírito Santo da Cruz, Renato de Souza LemosResumo: O câncer representa um dos maiores problemas de saúde pública no mundo pela sua elevada prevalência e pela sua taxa de letalidade. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. No decorrer dos anos, a incidência do câncer de próstata tem aumentado. Alguns justificam que este aumento no número de diagnósticos é devido aos exames mais específicos que têm sido utilizados para detecção precoce da neoplasia prostática maligna (antígeno prostático específico - PSA total, toque retal e ecografia prostática transretal), levando ao sobrediagnóstico dessa condição e tratamento em pessoas assintomáticas que de outra forma não seriam diagnosticadas. O rastreio periódico de câncer de próstata configura um dos principais e mais polêmicos temas vinculados à saúde do homem. Na literatura encontramos diversas bibliografias nacionais e internacionais que abordam os prós e contras na realização do screening para câncer de próstata. Todo profissional médico deve estar inteirado e atualizado nessa discussão, visto que certamente será questionado sobre o tema em algum momento da sua atuação profissional. Além do mais, envolve a política nacional e mundial de saúde. O objetivo deste artigo reside em, por meio de uma revisão bibliográfica, ajudar na decisão compartilhada com o paciente de realizar ou não o rastreamento para câncer de próstata.

Rastreamento da Depressão no Brasil na Atenção PrimáriaAutores: Glícia Guedes de Andrade, Helder Carlos de Andrade Junior, Julia Ventura Wambier, Talita Carneiro de Castro Monte, Thiago Gonçalves Vargas.Resumo: A depressão é um problema comum de saúde mental, em geral crônico. Apresenta elevada taxa de suicídio nas diversas faixas etárias. Os pacientes deprimidos apresentam limitação da sua atividade e bem-estar, além de maior utilização dos serviços de saúde. O principal sintoma da depressão é o humor deprimido. A pessoa vem se sentindo triste a maior parte do dia durante pelo menos 2 semanas. Outros sintomas importantes são a perda de interesse nas coisas do dia-a-dia, desânimo, cansaço e perda de energia. Também podem estar presentes alterações da concentração, da atenção, da autoestima, do sono e do apetite. Pensamentos como ideias de culpa e inutilidade, vontade ou ato de se machucar ou suicidar e visões desoladas e pessimistas do futuro podem fazer parte do quadro. Algumas vezes, as pessoas com depressão não relatam esses sentimentos e ideias, por terem preconceito com relação a esse problema, mas referem os sintomas físicos, como sensação de desconforto no batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. É importante lembrar que, qualquer que seja a suspeita, ela deve ser confirmada por avaliação médica.

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Instrumentos psicométricos específicos para que sejam rápidos e fáceis de aplicar tornam-se necessários. Três métodos são particularmente úteis na melhoria do reconhecimento da depressão: o elevado grau de suspeição pelos clínicos, a realização de uma entrevista breve e abrangente, e a utilização de instrumentos ou escalas de depressão. Os benefícios que derivam de um reconhecimento precoce incluem economia de tempo, esforço e dinheiro em diagnósticos errôneos e tratamento inapropriado.

12.4 CICLO 4: Grupos

Diabetes mellitus: grupos educativos na atenção primária à saúdeAutores: Carla Penso Pereira; Cesar Antônio C. B.Carvalho; Clara Pettersen Soares; Eiji Mori; Rosiane BarrosResumo: O diabetes melitus (DM) é uma doença de difícil controle e de baixa adesão ao tratamento. A formação de grupos na Atenção Primária à Saúde (APS), como estratégia de enfrentamento no processo de adoecimento, pode atuar no estimulo ao autocuidado e no vínculo à terapêutica. Este artigo objetiva mostrar a importância dos grupos educativos e seu impacto no aumento da adesão e na eficácia do tratamento, além de sugerir um grupo modelo para a realidade do Rio de Janeiro - RJ. Estudos mostraram eficácia em todos os grupos realizados, com diminuição de peso corporal, início de atividade física, queda nos níveis de hemoglobina glicada, menor procura às emergências, menor número de internações, menor número de encaminhamentos ao especialista, maior satisfação e melhor adesão. A relação médico-paciente e com a equipe de saúde foi de grande importância para adesão dos pacientes crônicos à terapia proposta.

Consulta Coletiva de Hipertensão ArterialAutores: Fernanda Cardoso Vidal, Alessandra Fernandes Marques Braga, Alexandra Peres Paim Pedra e Cal, Ivana da Conceição Espírito Santo da Cruz, Renato de Souza LemosResumo: A hipertensão arterial sistêmica é uma doença crônica não infecciosa (DCNI) assintomática. Por acometer aproximadamente 17 milhões de brasileiros com idade acima dos 40 anos, ou seja, 35% da população em geral (IBGE, 2004), a hipertensão arterial é um dos maiores problemas da saúde pública em nosso país, decerto, por provocar milhares de mortes anuais e também por gerar altos custos financeiros para o Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2009a). Em vista de seu impacto na saúde da população, é necessário que os profissionais atuantes na atenção básica criem estratégias para seu controle e melhoria da qualidade dos pacientes acometidos. Neste contexto surge a criação dos grupos para atendimento coletivo da população, de cunho multidisciplinar, objetivando controle da doença, fornecimento de informações sobre o que é a hipertensão arterial sistêmica, como preveni-la, o que é um hábito de vida saudável. Dessa forma proporcionando melhoria da qualidade de vida dos pacientes e educação em saúde.

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13.ELES FALAM SOBRE A

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13.ELES FALAM SOBRE A

RESIDÊNCIA

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ELES FALAM SOBRE A RESIDÊNCIA

13.1 Depoimento de Residentes

“Nunca imaginei que me sentiria tão pleno na Medicina de Família. Vencendo um preconceito imposto pela formação hospitalocêntrica, ao optar pela Residência Médica de MFC da SMS do Rio de Janeiro me deparei por um programa admirável, feito para o residente. Claro, objetivo, com unidades adequadas, autonomia nas decisões e no trabalho das equipes, visando a melhor formação possível. A mais completa do país, sem dúvida. Essa é a hora: estamos fazendo história na cidade maravilhosa.”Vinícius Fonseca

“Chegando ao fim da residência de Medicina de Família e Comunidade, fico feliz em falar sobre esses 2 anos como fundamentais para mim. Ao ingressar no curso, não sabia ao certo o que viveria, mas me empolgou a oportunidade de fazer parte da primeira turma deste curso do Município e eu acreditava ser a especialidade médica “feita para mim” (que desejava seguir os passos do meu pai, médico com exemplar modo de cuidar dos pacientes com suas famílias e comunidades), e esse pensamento se comprovou nos dias que se seguiram, e até hoje sou convencida disso. É uma especialidade ampla demais, que exige dedicação, e se identificar com ela é mister para satisfação para o médico e o paciente. Instruída por valorosas, sábias e cuidadosas preceptoras (minha mestra oficial e a segunda por quem fui adotada), me sinto sortuda por ter sido acolhida na Comunidade da Rocinha por pacientes agradáveis, em uma equipe (Canal) especial que foi aprimorada com trabalho conjunto. Tive também a alegria de contar com colegas especiais com quem me identifiquei e tenho alegria em dividir a profissão que estamos aprendendo juntos, e a oportunidade de lidar com outros profissionais da área de saúde (principalmente enfermagem) fundamentais para meu aprendizado. Em modelos diversos de aprendizado (teórico - clínico e de ferramentas de medicina de família e comunidade/medicina centrada na pessoa, prático e de discussão com preceptoria de casos que atendemos, realização de pequenos procedimentos, PBI, matriciamento, discussão de casos em seminários ou interprofissionais etc), aprendi tanto sobre Medicina e sobre “gente” que sinto que sou outra pessoa/médica desde que entrei, e, com essa experiência, estou cada vez mais certa da necessidade de educação continuada e ensino apoiado em discussões. Também a comunidade muito ganhou com a introdução da Residência, que trouxe aumento da resolutividade nos atendimentos e redução do número de encaminhamentos desnecessários, podendo ser atendidos em outros níveis pacientes que de fato têm esta indicação. No ano que vem realizarei estágio em uma Unidade de Saúde em Portugal, e, no dia em que completarei 25 anos, também comemorarei o dia da conclusão da residência, etapa inicial e rica de aprendizado para eu seguir trabalhando com nossas famílias e comunidades com maior confiança.”Clarice de Azevedo Sarmet Moreira Smiderl

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“A residência médica é reconhecidamente a melhor maneira de um médico completar sua formação técnica, pois possibilita exercer suas atividades sob supervisão, nas mesmas condições em que irá trabalhar. Essa integração entre ensino e prática não poderia estar acontecendo de maneira mais oportuna com a criação da residência de MFC da SMS-RIO. Tenho orgulho de fazer parte desse momento histórico no Rio de Janeiro, em que o método pedagógico ‘padrão-ouro’ na formação médica esta a serviço da saúde, ampliando a assistência com a garantia da qualidade no atendimento à população. “Julia Wambier

“De um sonho a uma conquista. De uma enorme vontade a uma conquista. De um grande esforço coletivo a uma conquista. Sim, uma grande conquista para os moradores, profissionais de saúde e gestores do município do RJ. Quando iniciamos os trabalhos da residência médica em MFC imaginava o grande desafio que tínhamos pela frente, mas não esperava o rápido retorno e satisfação que iria experimentar. No final da primeira turma de residentes tenho a certeza que a SMS RJ faz história em construir um programa sólido e promissor na formação de profissionais voltados para uma Atenção Primária a Saúde ter tamanha qualidade. Lamento pelo fato de ainda poucos perceberem as mudanças deste período para a saúde pública, não só em nossa cidade, mas para todo o Brasil. Espero que em breve esta percepção mude e tenhamos Médicos de Família cuidando dos cariocas independentemente do local de moradia ou classe social. Quem diria que um dia um morador do bairro do Leblon criaria um processo na justiça por não ter uma CF próxima a sua casa para seu atendimento? Pois bem, aconteceu aqui na Rocinha.”Guilherme Wagner

O trabalho como preceptor possibilitou-me uma retomada com forte inclinação ascendente na curva de aprendizado. Creio que esse processo estimulou ainda mais o mesmo movimento por parte dos residentes, criando um ambiente acadêmico excelente. Curiosamente, o aprendizado dos residentes sobre os fundamentos da Atenção Primaria à Saúde é até mais demorado do que aquele sobre os temas clínicos (em especial as doenças) - sinais de uma graduação ainda muito hospitalar e centrada no paradigma biomédico. Uma das chaves do sucesso desta Residência em MFC é a possibilidade de colher bons frutos da união ensino-serviço: a cidade ganha uma mão-de-obra muito qualificada para a APS e o serviço tem seu leque de serviços diversificado e sua produtividade multiplicada. Ganhamos TODOS!Pedro Hakme

13.2 Depoimento de Preceptores

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13.3 Depoimento de Gerentes

“Poderia dizer que a residência proporciona uma qualificação nunca antes vista na atenção básica do Rio; poderia mostrar números que demonstrassem o número triplicado de procedimentos realizados pela atenção básica com redução de custos pela metade, nestes dois anos de programa de residência; poderia ainda falar da oportunidade de troca, de formação permanente entre os diversos núcleos que compõem o campo da atenção básica proporcionada pela preceptoria da residência... poderia e não faltaria à verdade. Mas prefiro ficar com a frase que ouvi de uma residente minha, após uma sessão clínica: ‘pensei que entraria para ser melhor médica; no entanto sairei daqui melhor pessoa’! Ter um programa de residência que sobretudo forma gente: não existe para mim melhor retrato e melhor recompensa!”Domingos José Vaz do Cabo

CLÍNICA DA FAMÍLIA DALMIR DE ABREU SALGADO - CAP 5.2“A proposta de unir a prática a teoria é muito fascinante, o programa de residência em MFC na CF Dalmir veio para somar e modificar o perfil dos profissionais da unidade, trazendo qualidade na assistência prestada a população do território, qualificando nossos indicadores e fortalecendo a convicção de realizar um trabalho mais pleno é possível. A comunidade, profissionais, coordenação de área e gerência da unidade se sentem privilegiados em ser uma unidade com este diferencial. Que esta proposta de formar profissionais continue ampliando em todo município e país.”Carlos Rafael dos Santos Freitas

CLÍNICA DA FAMÍLIA ZILDA ARNS - CAP 3.1“A Clínica da Família Zilda Arns foi contemplada com a atuação dos residentes em medicina de família e comunidade, sendo uma experiência de extrema importância para a Clínica e para comunidade. Sabemos que nossos esforços em promover um atendimento de qualidade equânime e igualitário se aproximam cada vez mais do esperado com a participação de médicos qualificados e imbuídos da vontade de fazer mais e melhor. E isso, nós podemos acompanhar no dia a dia das consultas, do trabalho em equipe, das visitas domiciliares, dos grupos realizados, das reuniões de equipe. Esses dois anos não serviram apenas para formar médicos de família, mas sim cidadãos mais comprometidos e conscientes com seu papel na sociedade. “Tatiana Modesto e Analaura Pereira

CLÍNICA DA FAMÍLIA FELIPE CARDOSO - CAP 3.1Em 2012, a CF Felippe Cardoso recebeu a primeira turma da Residência em Medicina de Família e Comunidade e passamos a cuidar da saúde das pessoas de forma integral e coordenada, levando em consideração seu contexto familiar no território. Conseguimos priorizar a prática

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médica centrada na pessoa, ampliar a resolutividade e qualificar as ações através da supervisão dos nossos preceptores. Fomos premiados e a população agradece.Leandro Abal

CENTRO MUNICIPAL DE SAÚDE MANUEL JOSÉ DE FERREIRA - CAP 2.1Que toda mudança traz uma certa crise para posteriormente construir o crescimento todo mundo sabe! Viver estas etapas para posteriormente comemorar as conquistas é sem dúvida algo bastante enriquecedor quando se gerencia o trabalho na Saúde da Família. Nós, do CMS Manoel José Ferreira, enxergamos muitos avanços na parceria com o Programa de Residência de Medicina de Família e Comunidade da SMS/RJ. Hoje temos um serviço rejuvenescido que ampliou o acesso, a adesão, a resolubilidade e a confiança dos usuários. Seguimos caminhando em busca da qualidade, sempre!Rosangela Frossard e Wendy Davies

CLÍNICA DA FAMÍLIA RINALDO DELAMARE - CAP 2.1“A residência médica na Clínica da Família Rinaldo de Lamare possibilitou além da ampliação do acesso ao acompanhamento clínico, a efetivação da disponibilidade de procedimentos diversos, levando a unidade a alcançar 100% do carteirômetro implantado. Conseguimos ainda implantar os grupos de (anti) Tabagismo e Planejamento Familiar. Esperamos permanecer em avanços e concretizações daquilo em que todos acreditamos: um SUS de qualidade que se reforça pelo vínculo.” Camila do Desterro

CLÍNICA DA FAMÍLIA ASSIS VALENTE - CAP 3.1“A Residência de Medicina da Família transformou a Clínica da Família Assis Valente. A entrada dos médicos residentes e suas preceptoras trouxeram um novo ritmo ao processo de trabalho da unidade, hoje somos muito mais dinâmicos e resolutivos. Houve uma gradual e considerável ampliação do acesso aos serviços. Passamos a conhecer e acompanhar usuários até então estranhos para nós dada falta de médicos que nos atingia anteriormente. A entrada da residência reavivou em todos os profissionais a vontade de se manterem sempre atualizados quanto as novidades da atenção primária a saúde e foi essencial na consolidação de um perfil de formação acadêmica-profissional na Clínica da Família Assis Valente que hoje acompanha além dos residentes alunos de graduação de Medicina, Enfermagem e Saúde Coletiva. A chegada dos residentes nos tirou a todos de nossas zonas de conforto nos impondo uma maior intensidade de trabalho, mas trouxe benefícios para a população cadastrada observados desde então. Os indicadores de saúde tem melhorado embora ainda não possamos apresentar dados

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definitivos. É minha expectativa a ampliação da Residência Médica em Saúde da Família para o próximo ano com o objetivo de fazer a CF Assis Valente se qualificar ainda mais.Guilherme A. B. Costa

13.4 Depoimento das Coordenações (CAP)

“A Residência Médica não se limita apenas ao fato de que forma especialidades e profissionais de saúde qualificados nas diversas áreas da saúde. Para a CAP 2.1, alavanca a qualidade da assistência, posto que proporciona ao que aprende, mas também ao que ensina, a real possibilidade de se atualizar na prática diária, no exercício da profissão, bem como desenvolve habilidades técnica e relacional. No atual contexto a importância da residência médica se fortalece na necessidade que tem o sistema de saúde de fixar o médico em sua área de formação. Oferecendo boa qualificação em programas que tenham visão global da saúde e forte inserção na rede de atenção primária, abre-se um leque de maiores possibilidades de inserção do profissional na área de atuação de formação.”Paula Travassos – coordenadora CAP 2.1

A Secretaria Municipal de Saúde têm investido no seu Capital Humano, tendo como um dos grandes diferenciais, a residência médica que trouxe para a gestão da AP 4.0 a criatividade e inovação das ideias que derivam dos nossos residentes. Além disso, esses cenários onde os mesmos estão inseridos acabam por proporcionar oportunidades efetivas de desenvolvimento individual e coletivo resultando em ganhos reais para a população que está sendo assistida por estes profissionais.”Leonardo De Oliveira El Warrak – coordenador CAP 4.0

“Pela primeira vez a CAP 5.1 serviu como campo de atuação para um Programa de Residência Médica. Esta oportunidade além de inédita e desafiadora, foi motivo de muita satisfação. Investir na formação desses médicos e saber que estamos contribuindo para uma nova geração de profissionais para o SUS, nos devolve uma responsabilidade de rever processos de trabalho e aperfeiçoar cada vez mais nosso cotidiano nas Equipes de Saúde da Família. Repensar práticas, estimular o aprendizado diário, agregar conhecimento , aperfeiçoar habilidades técnicas , sao grandes ganhos desta formação.” Tatiane Caldeira – coordenadora CAP 5.1

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“A implantação do Programa de Residência de Saúde da Família e Comunidade na CF Dalmir de Abreu Salgado em Março de 2012 marca uma nova perspectiva para Gestão da Atenção Primária em Saúde que além da assistência inicia o processo de equipamento formador para a categoria médica. O perfil dos profissionais residentes impulsionam diversos indicadores qualificando a assistência no território. A presença dos preceptores garantem a longitudinalidade do cuidado, aumentam a resolutividade e observamos a satisfação dos usuários no território com a equipe de saúde indicando para Coordenadoria uma positividade na implantação do programa na AP 5.2.”LilianeLeal – coordenador CAP 5.2

14.ESTÁGIOS E FORMAÇÃO

COMPLEMENTAR

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14.ESTÁGIOS E FORMAÇÃO

COMPLEMENTAR

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“Os residentes passam por estágios nas emergências clínica e pediátrica, assim como na obstetrícia.“

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ESTÁGIOS E FORMAÇÃO COMPLEMENTAR

O programa de residência estimula os médicos residentes a fazerem seus estágios em países que tenham estabelecido convênio com a SBMFC (Portugal, Espanha). Também são oferecidos como estágios optativos o Instituto Nacional do Câncer (INCA),equipes de população de rua, hospital geriátrico, universidade de Bolonha, Administração regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Peru e Universidade de Toronto. Abaixo o depoimento de alguns residentes sobre o aprendizado.

14.1 Relatos de estágios no Brasil e exterior

Realizei meu estágio agora em março de 2012 no rio Arapiuns, Pará. Foram 10 dias de atendimentos em várias comunidades. Havia atendimento no barco realizado por mim, dois enfermeiros e uma dentista. Saía, também, todos os dias uma lancha para outras comunidades para realização de vacina e preventivo. Durante a viagem fiquei fascinada com o lugar, pelas pessoas das comunidades e também pela equipe de trabalho, todos muito receptivos e engajados em suas funções. Foi uma experiência incrível.Tatiana Brisola – Arapiuns – Pará

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Realizei o estagio optativo em Lisboa, Portugal, na Unidade de Saúde Familiar Oriente, no mês de Maio. Logo que cheguei encontrei com a médica responsável em me receber, Dra. Laura Marques no meu hotel, e de lá fomos visitar a clinica. Fui apresentada muito cordialmente para a Dra. Maria José Valente, coordenadora da unidade e minha preceptora durante o estágio, que apresentou toda a unidade e os funcionários. Fiquei muito satisfeita com a forma que fui recebida, com muito respeito e cuidado para que eu me sentisse bem e tivesse liberdade de opinar sobre o que seria mais proveitoso para o aprendizado no meu estágio.

Basicamente acompanhei as consultas da Dra. Maria José e da sua interna do 3º ano Dra. Mariana Eloy na saúde do adulto, saúde infantil, pré-natal, planejamento família/saúde da mulher, como ouvinte e em consultas conjuntas. Pude também acompanhar o serviço de enfermagem e dos funcionários administrativos para ter uma noção geral do funcionamento da clinica. Fui convidada a participar de jornadas e trabalhos realizados nesse período também. Foi uma experiência muito importante e enriquecedora, pois pude ver que apesar das pequenas diferenças, a medicina de família é muito similar com a do Brasil, em termos de abordagem, contato/acolhimento dos pacientes, áreas de atuação, o registro dos atos. Recomendo a todos essa oportunidade de conhecer nossa área e outros profissionais de outro país.Fernanda Vidal – Portugal

O estágio optativo foi realizado no Consultório na Rua de Manguinhos . A equipe do Consultório na Rua está alocada na Clínica da Família Victor Valla (CFVV) em Manguinhos e é composta por três Agentes Sociais, uma médica de família e comunidade, uma assistente social, uma psicóloga, um enfermeiro, uma técnica de enfermagem e um motorista. A equipe possui uma Kombi a disposição para as ações no território. O público alvo é a população que está em situação de rua na área programática 3.1, podendo-se dividir o acesso em três principais formas: pessoas que acessam a clínica espontaneamente, pessoas trazidas por agentes da

assistência social ou por ações da equipe no território. A ação no território inicia-se ainda

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na clínica, quando os profissionais checam o material a ser levado. Medicamentos diversos, material para curativo e preservativos são insumos fundamentais a serem levados. No caminho, muitas vezes a equipe aproveita para discutir as ações que não podem ser esquecidas, como a entrega da medicação de tuberculose a alguém, ou uma gestante que precisa ir a clínica para consulta de pré-natal. Na rua a ação se dá pautada todo o tempo na construção e reafirmação dos vínculos com os usuários. Ao chegar no local a equipe procura abordar as pessoas que lá estão com diversas estratégias. O agente social está sempre com uma mochila cheia de preservativos. Na “cracolândia” há sempre uma grande demanda por curativos. São feridas causadas de diversas formas. Pés machucados por estarem sempre descalços, pequenas lesões que acabam infeccionando, brigas e até mesmo por violência por parte do tráfico, da polícia ou de agentes da secretaria pública em ações conhecidas como “choque de ordem”. Além disso, há pessoas com dor de cabeça, dor de garganta, dor no estômago, demandas semelhantes às encontradas nas Unidades Básicas de Saúde. Em um primeiro olhar, parecem ações estritamente assistencialistas sem impacto a médio e longo prazos. Porém, é aí que aparece a especificidade do trabalho dos profissionais que atendem pessoas em situação de rua. Feito o primeiro contato inicia-se um longo trabalho de construção de vínculo. A partir das conversas enquanto orienta-se a tomada de um medicamento para dor de cabeça ou realiza-se um curativo, surgem histórias de vida, sofrimentos e emoções. Assim, o profissional vai gradualmente construindo uma relação de proximidade com os usuários, coletando informações importantes que são utilizadas o tempo todo no planejamento de estratégias para ações coletivas e individuais. Muitas pessoas são convidadas a irem até a clínica para atendimento. Isso ocorre quando a equipe encontra pessoas doentes que necessitam de um atendimento mais qualificado em consultório. Durante o estágio estive inserido diretamente no processo de trabalho da equipe, atuando com orientação da médica da equipe. Nesse tempo pude participar das ações no território quase diariamente, acompanhar atendimentos de todos os profissionais e realizar meus próprios atendimentos, ora sendo assistido pela médica, ora atendendo sozinho e discutindo posteriormente os casos com a equipe. Considero ter vivido uma experiência de extrema importância para meu crescimento como médico de família e também como cidadão. O estágio realizado é um marco em minha formação que modifica em muito minha prática médica. Luís Carlos Novais Garcia

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14.2 Formação Complementar

Com mais de 10 anos de atividade, o Berkeley tem desempenhado um importante papel em treinamento médico onde a tecnologia e inovação trabalham para a melhoria da capacitação de profissionais do País. Com o objetivo de proporcionar treinamento de excelência para os residentes são oferecidos, gratuitamente, cursos de capacitação complementar no Centro de treinamento Berkeley. Temas como ressuscitação cardiopulmonar , AVE/AVC e parada respiratória são apresentados aos participantes por meio de instruções didáticas e participações ativa em simulação de casos. Deste modo os profissionais aperfeiçoam suas habilidades em diagnósticos e emergências em saúde.

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14.3 Aprimoramento Técnico - Biblioteca

Em cada pólo da residência os profissionais tem a disposição uma ampla biblioteca para consulta e aprimoramento técnico. Listamos abaixo a bibliografia disponível e mais utilizada:

Carteira de Serviços da Atenção Primária à Saúde

A Carteira de Serviços da Atenção Primária à Saúde (APS) é um documento que visa nortear as ações de saúde na atenção primária oferecidas à população no Município do Rio de Janeiro.

Guias de Referência Rápida

Produzidos pela Subsecretaria de Atenção Primária (SUBPAV-RJ) tem como objetivo auxiliar os médicos e enfermeiros na condução clínica dos usuários em situações comuns na APS. Foram baseados nos guias produzidos pelo National Institute for Health and Clinical Excelence (NICE ), do Reino Unido, e adaptados à realidade brasileira e por preceptores e profissionais que atuam na APS. Os guias abordam os

seguintes temas: ansiedade, depressão, prevenção cardiovascular, diabetes mellitus, atenção ao Pré-natal, doenças sexualmente transmissíveis e hipertensão arterial sistêmica.

Tratado de Medicina e Família e Comunidade

Dividido em dois volumes com mais de duas mil páginas, o livro traz em sua primeira parte informações referentes aos princípios da especialidade, ensino, pesquisa e gestão. Já no segundo volume, a abordagem é direcionada às questões práticas, vivenciadas no dia a dia pelas equipes de Saúde da Família. Foi o vencedor do Prêmio Jabuti 2013, com o 1º lugar na categoria Ciências da Saúde.

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Medicina Ambulatorial

Aborda o cuidado de problemas comuns de saúde no âmbito da atenção primária, buscando praticidade e embasamento científico. A 4ª edição ampliou o escopo dos assuntos abordados, visando maior resolutividade e maior incorporação do conceito de qualidade em APS a partir de seus atributos de acesso, integralidade, longitudinalidade e coordenação dos cuidados, levando em consideração também a presença e o impacto crescente das multimorbidades.

Dermatologia Clínica

Amplamente reconhecido como o manual de dermatologia em todo o mundo. Apresenta características que possibilitam a identificação e o tratamento das doenças cutâneas de forma fácil.

Epidemiologia

Serve como bibliografia de referência para o ensino nos cursos de graduação e pós-graduação em saúde e como fonte de consulta e atualização para todos os que necessitam de conhecimentos recentes associados a uma didática moderna.

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Current in Family Medicine

Abrange todas as condições clínicas no contexto dos cuidados primários. Organizado com seções sobre bebês e crianças, adolescentes, adultos e idosos. Segmentos-chave de cada capítulo abordar aspectos psicossociais, as diferenças culturais na apresentação, curso da doença ou do tratamento, terapias alternativas e complementares, e informações sobre o tratamento baseada em evidências.

Manual de Clínica Geral de Oxford

É referência indispensável para todos os médicos, pela abrangência dos temas abordados. Além do formato prático e do enfoque orientando para os problemas com os quais o profissional se depara com frequência, destaca conselhos clínicos fundamentais à prática diária.

Cultura, Saúde e Doença

Aborda as interações complexas entre saúde, doença e cultura, enfatizando o papel da antropologia médica e a prática dos cuidados de saúde, utilizando exemplos da vida real e estudos de caso. Inclui temas como: pobreza e desigualdade em cuidados de saúde, genética, biotecnologia, internet e saúde, doenças crônicas, infecções resistentes a drogas, mudanças na nutrição e imagem corporal, cuidados médicos dos migrantes, tecnologia médica, pandemias mundiais como AIDS e malária, dependência de drogas e álcool, além

da linguagem do sofrimento dos pacientes, um assunto complexo na relação médico-paciente.

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As Bases do Diagnóstico Clínico

Semiologia Médica foi planejado para oferecer uma orientação clara, concisa, prática e atualizada sobre a anamnese e o exame físico, apoiadas nas noções mais aceitas sobre o mecanismo dos principais sintomas e sinais.

Medicina Centrada na Pessoa

Apresenta, de forma clara e abrangente, o modelo de Medicina Centrada na Pessoa, que tem por base a consideração da perspectiva daquele que procura atendimento – suas expectativas, medos, ideias e perdas funcionais – e a importância de sua participação para o sucesso do manejo clínico.

Estratégia de Medicina Preventiva

Esta edição comentada reúne ao texto clássico de Geoffrey Rose os comentários de Kay-Tee Khaw e Michael Marmot, que acrescentam suas próprias perspectivas sobre a importância das ideias do autor para a medicina atual, trazendo novos exemplos de como essa teoria pode ser aplicada.

15.O BLOG DA RESIDÊNCIA

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15.O BLOG DA RESIDÊNCIA

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O BLOG DA RESIDÊNCIA

O Blog é o canal de comunicação da residência. Atualizado diariamente com notícias e eventos são disponibilizados as filmagens e material técnico das aulas. Armazena, também, revistas, artigos e livros para o estudo dos residentes.

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16.ATENÇÃO PRIMÁRIA

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16.ATENÇÃO PRIMÁRIA

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ATENÇÃO PRIMÁRIA ABRANGENTE

Com o objetivo de ampliar a resolutividade nas Clínicas da Família, as unidades que recebem residentes do PRMFC-SMS/RJ receberam equipamentos para realizar procedimentos que vão além do que é tradicionalmente feito nas unidades da ESF no Brasil. A escolha dos equipamentos se deu espelhada nas melhores práticas de países com APS já consolidada. Todas as unidades passaram a ter doppler vascular e instrumentais para pequenas cirurgias e biópsias de pele. As unidades maiores também ganharam eletrocautério, criocautério e focos cirúrgicos. Uma das unidades recebeu refratômetro digital e retinógrafo digital. Cada residente ganhou um kit com equipamentos adicionais, como peak flow, balança digital, oxímetro de pulso, fita métrica, otoscópio, oftalmoscópio, sonar fetal portátil, glicosímetro e tiras para urinálise. Para qualificar as aulas teórico-práticas, o programa também adquiriu simuladores para treinamento de procedimentos, como infiltração de ombro, fundoscopia, otoscopia, cateterismo vesical, exame ginecológico, suturas e inserção de dispositivo intrauterino. Em 2013, o PRMFC-SMS/RJ contratou dermatologista para matriciamento na abordagem de lesões de pele, incluindo biópsias e pequenas cirurgias.

1. Estetoscópio

2. Esfigmomanômetro automático

3. Oto/oftalmoscópio

4. Termômetro digital

5. Balança digital portátil

6. Fita métrica

7. Tiras reagentes urinálise8. Glicosímetro

9. Doppler vascular

10. Sonar fetal portátil

11. Peak Flow

12. Oxímetro de pulso digital

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16.1 Simuladores

Simulador de ombro Simulador de ouvido

Simulador exerese de unha Modelo órgão genital feminino

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PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

16.2 Equipamentos e instrumental para pequenos procedimentos cirúrgicos

Bisturi eletrônico Criocauterio nitro

Foco cirúrgico auxiliar monofocal Foco cirúrgico

Pinça Takahashi Punch Keys 4mm Sutura

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RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

16.3 Equipamentos para exame oftalmológico

Refrator Greens Câmera DRS - uso oftálmico

Autorefrator com ceranômetro

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PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ

16.4 Outros

Tiras combour Estesiômetro

Espaçador com máscara Martelo

Doppler fetal Desfibrilador Diapasão

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17.

FORMATURA DA PRIMEIRA TURMA DE

RESIDÊNCIA

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FORMATURA DA PRIMEIRA TURMA DE

RESIDÊNCIA

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FORMATURA DA PRIMEIRA TURMA DE RESIDÊNCIA

No sábado, dia 01 de fevereiro, foi realizada no auditório Barbara Starfield a formatura da primeira turma da Residência em Medicina de Família e Comunidade do município do Rio de Janeiro. O evento contou com a participação do Subsecretário de Atenção Primária, Vigilância e Promoção de Saúde Daniel Soranz, do Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) Nulvio Lermen Jr, do Superintendente de Atenção Primária José Carlos Prado Junior, de coordenadores de CAPs, gerentes de unidades, preceptores e residentes. Após a composição da mesa, o superintendente José Carlos deu boas vindas a todos e ressaltou a importância do programa e da formatura de 43 novos profissionais. Já a residente Alessandra Braga, que falou em nome dos colegas, confirmou ter acertado na escolha da medicina de família e comunidade, e o preceptor Alfredo de Oliveira leu uma declaração ressaltando a importância da especialidade para o crescimento da saúde pública no Brasil. Representando a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), seu presidente Nulvio Lermen Jr destacou a importância da residência do Rio de Janeiro para o avanço da especialidade no país. Nulvio, que também foi um dos coordenadores deste programa de residência até o final de 2013, recordou que, juntamente com Armando Norman e André Justino, enfrentou grandes dificuldades para concretizar o nascimento da residência mas que agora vê com satisfação a primeira turma sendo formada. Com a palavra final, o subsecretário Daniel Soranz reafirmou que o caminho é este: investir em qualificação de profissionais na Atenção Primária para melhorar, cada vez mais, a saúde da população carioca. Convidada a dar um depoimento, a Irmã Monique Bourget, do grupo Santa Marcelina de São Paulo, que também é médica de família e comunidade e vive no Brasil há mais de 20 anos, disse ser gratificante ver uma cidade mudar seu sistema de saúde para melhor em tão pouco tempo. Já o pesquisador Bruce Duncan, da UFRGS, reforçou que as evidências comprovam que o investimento em atenção primária é mais resolutivo e melhor aceito pela comunidade. Emocionada a médica de família Maria Inez Padula Anderson, Presidente da Confederação Iberoamericana de Medicina Familiar e Coordenadora do Programa de Residência em MFC da UERJ , disse estar orgulhosa com o sucesso do programa. O evento também apresentou vídeos com o professor e pesquisador espanhol Juan Gérvas, já conhecido de todos pela participação nas aulas, e do primeiro coordenador da residência, Armando Norman e sua esposa e primeira secretária do programa, Josane Norman. No decorrer da cerimônia os residentes receberam uma lembrança e, ao final, o subsecretário Daniel Soranz, o presidente da SBMFC e o superintendente foram homenageados com uma placa em agradecimento aos esforços para a concretização do programa. Por fim, um agradecimento em especial foi feito ao coordenador da Coreme André Justino como profissional de destaque que não mediu esforços para a qualificação e o fortalecimento da residência.

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RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - RJ