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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – NEaD
Comunicação EmpresarialLivro-texto EaD
Natal/RN2010
C268c Cardoso, Ana Tázia Patricio de Melo. Comunicação empresarial / Ana Tázia Patricia de Melo Cardoso. – Natal: EdUnP, 2010. 104p. : il. ; 20 X 28 cm
Ebook – Livro eletrônico disponível on-line. ISBN 978-85-61140-12-0
1. Comunicação. 2. Empresas. I. Título.
RN/UnP/BCSF CDU 658:007
DIRIGENTES DA UNIVERSIDADE POTIGUAR
Chancelaria
Paulo Vasconcelos de Paula
Reitoria
Sâmela Soraya Gomes de Oliveira
Vice-Reitoria e Pró-Reitoria Administrativa
Prof. Eduardo Benevides de Oliveira
Pró-Reitoria de Graduação
Prof. Cláudio Márcio Campos de Mendonça
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Prof. Aarão Lyra
Pró-Reitoria de Extensão e Ação Comunitária
Profª. Jurema Márcia Dantas da Silva
Coordenação do Núcleo de Educação a Distância
Prof. Barney Silveira Arruda
Coordenação Adjunta do Núcleo de Educação a Distância
Profª. Luciana Lopes Xavier
Ana Tázia Patricio de Melo Cardoso
Comunicação EmpresarialLivro-texto EaD
Natal/RN2010
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS
Criação da Produção
Prof. Barney Silveira Arruda, M. Sc.Prof. Cláudio Márcio Campos de Mendonça, M. Sc.
Profª. Sâmela Soraya Gomes de Oliveira, M. Sc.
Organização
Profª. Luciana Lopes Xavier, M. Sc. Thalyta Mabel Nobre Barbosa, M. Sc.
Coordenação Pedagógica do NEaD
Edilene Cândido da Silva.
Coordenação de Produção de Recursos Didáticos
Profª. Luciana Lopes Xavier, M. Sc.
Revisão de Linguagem e Estrutura em EaD
Thalyta Mabel Nobre Barbosa, M. Sc.
Ilustração do Mascote
Lucio Masaaki Matsuno
EQUIPE DE EDITORAÇÃO GRÁFICA
Delinea - Tecnologia Educacional
Coordenação de Editoração
Charlie Anderson OlsenLarissa Kleis Pereira
Coordenação Pedagógica
Profª. Margarete Lazzaris Kleis, M. Eng.
Ilustrações
Alexandre Beck
Revisão Gramatical e Normativa
Glaucia Juliana de Menezes
Diagramação
Leniza Wallbach
ANA TÁZIA PATRICIO DE MELO CARDOSO
Possuo graduação em Comunicação Social – Jornalismo pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1996) e especializa-
ção em Arte-Multimídia pela Universidade do Amazonas (1999).
Atualmente sou mestranda em Ciências Sociais da UFRN. Sou pro-
fessora da Universidade Potiguar nos cursos de Administração,
Marketing de Vendas, Gestão Pública e Comunicação Social onde
coordeno a atividade de extensão “EXPROM”. Tenho longa experi-
ência em Comunicação e Marketing, área em que atuei na TV Cul-
tura do Amazonas. Hoje, atuo principalmente nas seguintes áreas:
Comunicação e Marketing; Audiovisual.
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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
No atual cenário corporativo, a comunicação passa a exer-
cer um importante papel no estabelecimento de canais efetivos de
ligação com os diversos segmentos relacionados a uma empresa.
Além disso, as empresas tiveram que prestar maior atenção ao seu
público interno, mantendo com eles uma comunicação mais eficaz.
Dessa forma, as estratégias de comunicação se expressam por meio
de modelos montados pela empresa para fornecer informações, in-
terna e externamente.
A disciplina Comunicação Empresarial foi estruturada com o ob-
jetivo de ajudá-lo a compreender a importância dessa área dentro das
organizações. Começamos apresentando a comunicação e seus fluxos
e, em seguida, partimos para os estudos da comunicação empresarial,
abordando as diferentes maneiras de estruturá-la nas empresas.
Mostramos também que a partir da criação de um sistema
coordenado de comunicação empresarial, as empresas poderão
enfrentar os desafios de um ambiente de negócios em constante
mudança, por meio do uso de estratégias e ferramentas de comu-
nicação empresarial.
Este livro-texto está dividido em oito (8) capítulos, cada um
abordando um tema específico. Para sua elaboração, utilizamos uma
linguagem que motive a capacidade reflexiva a respeito da Comuni-
cação Empresarial. Buscamos utilizar situações comerciais verdadei-
ras que representem o cotidiano dos profissionais nas tomadas de
decisões de problemas reais, bem como elaboramos atividades que
aparecem ao final dos capítulos. Além disso, destacamos algumas
indicações de livros, artigos e matérias jornalísticas, como também
sites com conteúdo específico sobre os temas tratados na disciplina.
Esperamos que ao final da disciplina você possa aplicar os co-
nhecimentos aqui adquiridos na definição e estruturação da comu-
nicação para o fortalecimento empresarial.
Bom trabalho!
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CURSO: NEaD - DISCIPLINAS DE GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA: COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
PROFª. AUTORA: ANA TÁZIA PATRÍCIO DE MELO CARDOSO
MODALIDADE: A DISTÂNCIA
1 IDENTIFICAÇÃO
Reflexão, a partir de um modelo crítico-analítico, da comunicação dentro das empresas. Comunicação e eficácia organizacional com o uso dos meios e os instrumentos (modelos) de comunicação como ferramentas para o fortalecimento empresarial. A cultura organizacional interferindo no processo comunicativo interno. A comunicação dirigida: tipos, objetivos e públicos alvos.
2 EMENTA
Reconhecer a importância da comunicação em todos os âmbitos, relativa especialmente à linguagem empresarial, desenvolvendo no aluno o senso crítico, a reflexão, análise e interpretação de textos, como também a produção de discursos orais e escritos.
3 OBJETIVOS
� Administrar e gerenciar a interação interna e externa das empresas por meio da comunicação;
� Dominar o conhecimento de todo o processo comunicativo que permeia as organizações;
� Definir as mais pertinentes formas de comunicação associadas aos produtos e/ou serviços da organização.
4 HABILIDADES E COMPETÊNCIASP
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� Desenvolver ações que estabeleçam a comunicação eficaz dentro das organizações;
� Adotar visão estratégica quanto ao processo da comunicação empresarial;
� Possuir a capacidade de analisar a função da comunicação e estruturá-la dentro das organizações;
� Avaliar ameaças e oportunidades decorrentes da comunicação empresarial nas organizações.
5 VALORES E ATITUDES
UNIDADE I
� Teoria da comunicação: a comunicação e seus fluxos; fatores bloqueadores da comunicação
� A comunicação empresarial: conceitos e aplicações
� A função da comunicação empresarial
� A comunicação estratégica: definindo o público-alvo; transmitindo adequadamente a mensagem
UNIDADE II
� A comunicação interna e externa nas organizações
� A comunicação da crise e a utilização estratégica da comunicação eficaz nas posturas do cotidiano organizacional
� Comunicação empresarial dirigida: escrita
� Comunicação empresarial dirigida: oral e eletrônica
6 CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
� Utilização de material didático impresso (livro-texto);
� Interação através do Ambiente Virtual de Aprendizagem (UnP Virtual);
� Aula Expositiva – Interativa nos momentos presenciais obrigatórios (palestra, mesa redonda, seminário, ambiente virtual de aprendizagem, entre outros);
� Utilização de material complementar (sugestão de filmes, livros, sites, músicas,e outros meios que se adequem à realidade do aluno)
7 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
� Pontualidade e assiduidade na entrega das atividades (propostas no material didático impresso - livro-texto - e/ou Ambiente Virtual de Aprendizagem) solicitadas pelo tutor;
� Participação nos encontros presenciais obrigatórios;
� Realização das atividades avaliativas nos encontros presenciais obrigatórios.
8 ATIVIDADES DISCENTES
O processo de avaliação estará presente em todos os momentos do processo ensino-aprendizagem, considerando:
� Leitura do material didático impresso (livro-texto);
� Interação com tutor por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (UnP Virtual);
� Realização de atividades propostas no material didático impresso (livro-texto) e/ou no Ambiente Virtual de Aprendizagem;
� Aprofundamento nos temas por pesquisas extra material didático impresso (livro-texto).
9 PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
ARGENTI, Paul A. Comunicação empresarial: a construção da identidade, imagem e reputação. 4ª.ed. Rio de Janeiro: Elsevier Science, 2006.
BERLO, David Kenneth. O processo da comunicação: introdução à teoria e à prática. São Paulo: Editora Fundo de Cultura, 1991
BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é comunicação. São Paulo: Editora Brasiliense, 1982.
NASSAR, Paulo. O que é comunicação empresarial. São Paulo: Brasiliense, 1995.
10.1 BIBLIOGRAFIA BÁSICA
10 BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza. Para entender relações públicas. 2ª. ed. São Paulo: Loyola, 1993.
BORDENAVE, Juan E. Díaz. Além dos meios e mensagens. São Paulo: Editora Vozes, 2001.
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação empresarial, comunicação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. São Paulo: Summus Editorial, 1996.
______. Tratado de Comunicação Empresarial e Política. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004
10.2 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
Capítulo 1 - Teoria da comunicação: a comunicação e seus fluxos;
Fatores bloqueadores da comunicação .................................................... 17
1.1 Contextualizando .......................................................................................................... 171.2 Conhecendo a teoria .................................................................................................... 18 1.2.1 Comunicação ........................................................................................................ 18 1.2.2 Teoria da Comunicação ..................................................................................... 19 Modelo aristotélico ..........................................................................................................................19 Modelo de Lasswell ..........................................................................................................................20 Modelo Lazarsfeld .............................................................................................................................21 Modelo Shannon-Weaver ..............................................................................................................21 Modelo Interpessoal de Berlo ......................................................................................................22 Modelo de Mcluhan .........................................................................................................................22 Significados dos elementos da comunicação ........................................................................23 Aspecto importante a destacar no processo da comunicação ........................................27 Fatores bloqueadores da comunicação ....................................................................................271.3 Aplicando a teoria na prática (case) ........................................................................ 28 1.3.1 Resolvendo o case ............................................................................................... 291.4 Para saber mais .............................................................................................................. 291.5 Relembrando .................................................................................................................. 301.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................ 30Onde encontrar ..................................................................................................................... 32
Capítulo 2 - A comunicação empresarial: conceitos e aplicações ........... 33
2.1 Contextualizando .......................................................................................................... 332.2 Conhecendo a teoria .................................................................................................... 34 2.2.1 Comunicação empresarial ................................................................................ 34 Fluxo das comunicações ................................................................................................................35 2.2.2 Redes e canais ...................................................................................................... 36 Redes .....................................................................................................................................................36 Canais ....................................................................................................................................................37 2.2.3 A comunicação empresarial e a construção da imagem
institucional da empresa .................................................................................. 382.3 Aplicando a teoria na prática (case) ........................................................................ 39 2.3.1 Resolvendo o case ................................................................................................ 402.4 Para saber mais .............................................................................................................. 412.5 Relembrando .................................................................................................................. 412.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................ 42Onde encontrar ..................................................................................................................... 43
Capítulo 3 - A função da comunicação empresarial ................................. 45
3.1 Contextualizando .......................................................................................................... 453.2 Conhecendo a teoria .................................................................................................... 45 3.2.1 A comunicação na empresa ............................................................................. 46 Função dos profissionais na comunicação empresarial ......................................................47 Formas de contato com os consumidores: o ombudsman e
os serviços de atendimento ..........................................................................................................483.3 Aplicando a teoria na prática (case) ....................................................................... 49 3.3.1 Resolvendo o case .............................................................................................. 50
SU
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3.4 Para saber mais ....................................................................................................................................... 513.5 Relembrando ........................................................................................................................................... 523.6 Testando os seus conhecimentos ..................................................................................................... 52Onde encontrar .............................................................................................................................................. 53
Capítulo 4 - A comunicação estratégica: definindo o público-alvo;
transmitindo adequadamente a mensagem ................................................................ 55
4.1 Contextualizando ................................................................................................................................... 554.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................. 56 4.2.1 Ações da comunicação empresarial ...................................................................................... 56 Necessidades estratégicas para a comunicação nas empresas ..................................................................... 604.3 Aplicando a teoria na prática (case) ................................................................................................ 63 4.3.1 Resolvendo o case ....................................................................................................................... 634.4 Para saber mais ....................................................................................................................................... 644.5 Relembrando ........................................................................................................................................... 644.6 Testando os seus conhecimentos ..................................................................................................... 65Onde encontrar .............................................................................................................................................. 65
Capítulo 5 - A comunicação interna e externa nas organizações ............................... 67
5.1 Contextualizando ................................................................................................................................... 675.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................. 68 5.2.1 A comunicação interna .............................................................................................................. 68 Canais de comunicação interna ................................................................................................................................. 70 A comunicação externa ................................................................................................................................................ 705.3 Aplicando a teoria na prática (case) ................................................................................................ 71 5.3.1 Resolvendo o case ....................................................................................................................... 725.4 Para saber mais ....................................................................................................................................... 745.5 Relembrando ........................................................................................................................................... 745.6 Testando os seus conhecimentos ..................................................................................................... 75Onde encontrar .............................................................................................................................................. 76
Capítulo 6 - A comunicação da crise e a utilização estratégica da comunicação
eficaz nas posturas do cotidiano organizacional ......................................................... 77
6.1 Contextualizando ................................................................................................................................... 776.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................. 78 6.2.1 A crise empresarial ...................................................................................................................... 78 Classificação da crise ...................................................................................................................................................... 79 Avaliação do risco para a empresa ........................................................................................................................... 80 A comunicação na crise ................................................................................................................................................ 806.3 Aplicando a teoria na prática (case) ................................................................................................ 82 6.3.1 Resolvendo o case ....................................................................................................................... 826.4 Para saber mais ....................................................................................................................................... 836.5 Relembrando ........................................................................................................................................... 836.6 Testando os seus conhecimentos ..................................................................................................... 83Onde encontrar .............................................................................................................................................. 84
Capítulo 7 - A comunicação empresarial e a comunicação dirigida escrita ............... 85
7.1 Contextualizando ................................................................................................................................... 857.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................. 86 7.2.1 A comunicação dirigida ............................................................................................................. 86 Ferramentas de Comunicação Dirigida.................................................................................................................... 87 Ferramentas de Comunicação Dirigida Escrita ..................................................................................................... 877.3 Aplicando a teoria na prática (case) ................................................................................................ 89 7.3.1 Resolvendo o case ....................................................................................................................... 897.4 Para saber mais ....................................................................................................................................... 907.5 Relembrando ........................................................................................................................................... 907.6 Testando os seus conhecimentos ..................................................................................................... 90Onde encontrar .............................................................................................................................................. 91
Capítulo 8 - A comunicação empresarial dirigida: oral e escrita ................................. 93
8.1 Contextualizando ................................................................................................................................... 938.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................. 93 8.2.1 Ferramentas de comunicação dirigida oral ......................................................................... 95 8.2.2 Ferramentas de comunicação dirigida eletrônica ........................................................... 968.3 Aplicando a teoria na prática (case) ................................................................................................ 96 8.3.1 Resolvendo o case ....................................................................................................................... 978.4 Para saber mais ....................................................................................................................................... 978.5 Relembrando ........................................................................................................................................... 978.6 Testando os seus conhecimentos ..................................................................................................... 98Onde encontrar .............................................................................................................................................. 98
Referências ....................................................................................................................................................... 99Apêndice .........................................................................................................................................................100
Comunicação Empresarial 17
1.1 Contextualizando
Do homem primitivo, mudo e analfabeto, até o homem de hoje, esse
homem do espaço, das transmissões via satélite e da internet, qual o caminho
percorrido por nós no campo da comunicação? Como se desenvolveu a co-
municação humana? Essas questões são de fundamental importância para a
compreensão do processo da comunicação. Você perceberá que comunicar-se
é um desafio complexo e fascinante.
Então, existe uma teoria da comunicação?
Não pretendemos estabelecer uma certeza para estes questionamentos,
mas procuraremos apresentar, de forma objetiva, os principais conceitos e teóri-
cos desta área, porque hoje, como facilmente observamos, a comunicação social
envolve o mundo. Buscar uma teoria da comunicação e estudar a comunicação
é fundamental nos dias atuais.
TEORIA DA COMUNICAÇÃO: A COMUNICAÇÃO E SEUS FLUXOS; FATORES
BLOQUEADORES DA COMUNICAÇÃO
CAPÍTULO 1
Comunicação Empresarial
Capítulo 1
18
Ao final deste capítulo esperamos que você:
� Compreenda a comunicação dentro de um processo social;
� Defina a Teoria da Comunicação;
� Identifique as diversas formas de comunicação;
� Identifique os métodos e técnicas que são utilizados para analisar os
fenômenos da comunicação a partir do estudo da Teoria da Comunicação.
Isso levará você à compreensão do processo de comunicação.
1.2 Conhecendo a teoria
1.2.1 Comunicação
Mesmo praticado há milênios, só foram desenvolvidos estudos específi-
cos sobre comunicação no início do século XX, quando surgiram as primeiras
pesquisas sistematizadas nesse campo da comunicação com o objetivo de co-
nhecer os efeitos dos meios da comunicação de massa.
Mas o que é comunicação?
Muitos de nós, inclusive você, sabe o que é comunicação, mas ninguém
consegue defini-la com precisão. “Ato de comunicar (algo) ou de comunicar-se
(com alguém)”, diz o dicionário. O verbo comunicar vem do latim communi-
care, que significa participar, fazer, saber, tornar comum. Comunicação, comu-
nhão, comunidade, etc. são palavras que tem a mesma raiz e estão relaciona-
das à mesma ideia de algo compartilhado.
CONCEITOCONCEITO
O conceito etimológico de comunicação se apresenta de forma social. Dá à comunicação o sentido de “comunidade”, de tornar algo, que pode ser uma ideia ou informação, comum a todos, tornando o ato de comunicação sinônimo de participação.
Comunicação Empresarial
Capítulo 1
19
A comunicação pode ser considerada o processo social básico e primário,
porque é ela que torna possível a própria vida em sociedade. Viver em socieda-
de significa permanente troca, intercâmbio entre as pessoas. E esse intercâm-
bio entre os seres humanos só realiza-se por meio da comunicação.
Um melhor conhecimento da comunicação pode contribuir para que muitas pessoas adotem uma posição mais crítica e exigente em relação ao que deveria ser a comunicação na sua sociedade (BORDENAVE, 1982, p.10).
1.2.2 Teoria da comunicação
É teórica e praticamente impossível dizer onde começa e onde termina
o processo da comunicação. Focalizaremos a comunicação como um processo
concreto, de base material, que ocorre no espaço e no tempo e que pode ser
estudado objetivamente. A realização desse processo se dá em três etapas:
emissão, transmissão e recepção. Ou pode-se dizer que envolve três elemen-
tos básicos:
EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR
Mas antes, vamos voltar no tempo para entendermos como chegamos a
esse modelo de comunicação.
Modelo aristotélico
A teoria da comunicação tem seu início com a obra “Arte retórica”, de
Aristóteles, durante o século IV a.C., que tinha por objetivo explicar como
ocorriam os modos de convencimento das pessoas em um auditório. Nesse
modelo, o filósofo considerava o falante, o discurso e o ouvinte como os com-
ponentes do processo de comunicação, em que a produção do discurso busca-
va prever a reação do ouvinte, visando a forma mais eficiente de persuadi-lo,
característica principal da arte da retórica.
A maioria dos atuais modelos de comunicação são similares ao de Aris-
tóteles, embora mais complexos. O modelo aristotélico serviu como base para
a elaboração das primeiras teorias de comunicação do século XX. Os estudos
Comunicação Empresarial
Capítulo 1
20
posteriores feitos pela filosofia, sociologia, psicologia e demais ciências sobre
a comunicação tiveram como base esse modelo, sendo que muitos desses estu-
dos buscavam principalmente a compreensão dos fenômenos sociais.
São muitos os conceitos e modelos propostos para o estudo e pesquisa
da comunicação. Que tal conhecermos um pouco mais desses estudos?
Modelo de Lasswell
Em 1948, Harold Lassweell explica o processo de comunicação a partir da
teoria funcionalista, herdeira do positivismo de Augusto Comte no século XIX.
Você poderá compreender melhor a seguir.
O Positivismo é a teoria sociológica que buscava a compreensão dos fenômenos sociais com o mesmo rigor científico empregado nas ciências físicas e naturais.
Já o Funcionalismo aplicado ao estudo das so-ciedades procura respostas para a organização dessas sociedades, creditando às funções exer-cidas pelos membros e instituições que as for-mam o segredo de sua sobrevivência.
SAIBA QUE
O modelo de Lassweel foi pensado para a descrição da comunicação me-
diada pelos meios de comunicação de massas. Entendia-se que os meios de
comunicação (imprensa, rádio) exerciam um efeito poderoso, total e direto
sobre o público e a massa. Essa Teoria foi batizada de efeitos ilimitados.
Esse modelo estabeleceu o encadeamento linear dos elementos da co-
municação: emissor, mensagem, receptor, canal, efeitos. Alguns desses ele-
mentos você conhecerá a seguir.
Ele fez um conjunto de perguntas para alicerçar o modelo, que se torna-
ram muito populares. Vejamos como Lasswell procurava descrever o processo
da comunicação.
Comunicação Empresarial
Capítulo 1
21
Quem? (Emissor) Diz o Quê? (Mensagem) Em que Canal? (Meio) Para Quem? (Receptor) Com que Efeitos? (Feedback)
Modelo Lazarsfeld
Esse modelo contextualiza o processo de comunicação que se dá numa
sociedade de massas, capitalista. Lazarsfeld acreditava que os efeitos dos
meios de comunicação nesta sociedade são limitados, por isso denomina-se
Teoria dos efeitos limitados. Uma das razões para a limitação dos efeitos dos
meios massivos seria a resistência por parte da Opinião Pública.
Você pode observar que existe uma pluralidade de Fontes de informação
numa sociedade democrática como a nossa e isso ajuda a formar a opinião do
público que toma decisões.
A agência Fischer América criou o anúncio ao lado para a ANJ (Associação Nacional dos Jornais) em homenagem ao Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, comemorado no dia 7 de junho. A peça traz a imagem da pessoa com a boca em proporção reduzida, acompanhada do slogan “Silenciar a imprensa é tirar seu direito à opinião”. Qual a sua opinião referente ao slogan anterior?
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Modelo Shannon-Weaver
Um desses modelos contemporâneos foi elaborado em 1947 pelo mate-
mático Claude Shannon e pelo engenheiro eletricista Warren Weaver e inclui
os seguintes elementos da comunicação: a fonte, o transmissor, o sinal, o re-
ceptor e o destinatário. Ao traduzirmos a fonte como a pessoa que fala, o sinal
como o discurso e o destinatário como o ouvinte, teremos o modelo aristoté-
lico acrescido de dois ingredientes: o transmissor, que envia a mensagem da
fonte, e o receptor, que capta a mensagem para o destinatário.
Comunicação Empresarial
Capítulo 1
22
Também conhecida como “Teoria Matemática da Comunicação”, a Teo-
ria da Informação tem como objetivo medir a quantidade de informação num
processo comunicacional. Já no modelo de Shannon e Weaver, o processo de
comunicação pode ser descrito graficamente da seguinte maneira:
Fonte de Informação
Transmissor Receptor Destino
Ruído
Mensagem SinalSinal Captado
Mensagem
Modelo interpessoal de Berlo
Um desafio aos teóricos que produziram seus modelos após a proposta do
modelo matemático da comunicação foi adaptá-lo para explicar a comunicação
humana. Assim, Berlo apresentou em 1960 um modelo no qual retomou a retó-
rica de Aristóteles e orientou-a ao modelo de Shannon e Weaver. Berlo concebe
a comunicação como uma partilha, situada pelo quadro social e sistema cultural
de cada um. Nesse quadro, o emissor e o receptor tem posições equilibradas, po-
rém para que o ato comunicativo seja bem sucedido, deve haver alguma equi-
valência de códigos entre eles. Berlo considera que nessa proposta de interação
ocorre o feedback, ou seja, há uma retroalimentação que permite saber se hou-
ve ou não interferência na mensagem enviada ao receptor.
Modelo de Mcluhan
Os modelos expostos acima são modelos de seu tempo, como também o
modelo de comunicação elaborado por Marshall McLuhan (1971), o qual pro-
punha a compreensão dos meios de comunicação como extensões do homem,
ou seja, próteses que aumentam seu poder e influência.
O filósofo representa a transição do modelo matemático informacional
para o modelo onde o que importa é o efeito imediato dos meios de comunica-
ção e não as mensagens que veiculam. McLuhan não visou os efeitos ideológicos
da mídia sobre as pessoas e sim o impacto físico e social das novas tecnologias,
Comunicação Empresarial
Capítulo 1
23
dos meios de comunicação na transformação das sociedades. O estudo explora
as implicações de tecnologias como a rádio e a televisão, o telefone e o telé-
grafo - meios de comunicação com um impacto marcante sobre a ordem social.
Então! Observe que qualquer ato comunicativo está ligado ao todo. Tudo está ligado com tudo. No entanto, para tornar a realidade compreensível, ou seja, para tornar compreensíveis os atos comunicativos, os teóricos têm desenvolvido vários modelos dos processos comunicacionais. Na verdade, essas são tentativas de o homem compreender e estudar a realidade comunicacional.
Afinal, como se dá o processo da comunicação?
Podemos dizer que comunicação é um processo intelectual e físico pelo
qual uma mensagem, contendo uma informação e constituída de signos ex-
traídos de um código, é transmitida de um emissor para um receptor por meio
de um canal, sob a forma de sinais.
Passamos então a explicar o significado desses elementos da comunicação.
Significados dos elementos da comunicação
a) Emissor
É aquele que emite a mensagem, o responsável pela mensagem. Em se tra-
tando da comunicação humana, pode ser um grupo de pessoas (um abaixo-assi-
nado), uma pessoa (um padre realizando sua missa), uma emissora de televisão.
Ao fazer um recorte da realidade, o Emissor recria esta realidade de acor-
do com seus princípios e assim transmite alguma mensagem, uma informação.
Elementos que você poderá conhecer melhor logo a seguir.
b) Receptor
Bem, para haver comunicação é preciso ter alguém na outra ponta do canal
e esta pessoa é chamada receptor da comunicação. É o destinatário da mensagem,
aquele quem recebe e interpreta a mensagem, sendo outra pessoa ou um grupo de
pessoas, o público, o telespectador.
Comunicação Empresarial
Capítulo 1
24
O Receptor reelabora os dados que recebe ou percebe, decodificando-os
e reconstituindo-os com os referenciais de que dispõe.
Observe! Na propaganda, o receptor é tratado como público-alvo. O ensinamento da propaganda diz que traçar o perfil do seu receptor deve ser a primeira preocupação do comunicador profissional, pois só assim poderá definir as características da mensagem e a mídia que vai transmitir a mensagem.
A agência JWT é a responsável pela
criação do anúncio para divulgar o novo
produto Nestlé Classic Zero que, por
meio do slogan “Tem horas que uma vida
equilibrada também pede um chocolate”,
reforça o conceito “Eu sou chocolover”
com o objetivo de atingir o consumidor
que quer manter uma dieta equilibrada
mesmo sendo louco por chocolate.
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c) Mensagem
É o que o emissor transmite ao receptor. Podemos dizer que é toda e
qualquer peça de comunicação: uma carta, uma aula, um e-mail, um gesto de
até logo ou de venha cá, um cartaz, um filme.
A mensagem pode ser definida tecnicamente como “uma ordenação de
signos visando transmitir uma informação”. Destacamos ainda que não é o
que o emissor quer dizer, mas o que ele diz, da forma como diz.
d) Informação
Vejamos: de que forma a mensagem se distingue da informação?
Há mensagens muito informativas e pouco informativas. Primeiro precisa-
mos destacar que toda mensagem tem forma e conteúdo. Tecnicamente, informa-
ção é o nome que se dá ao conteúdo da mensagem, e isso vale para qualquer con-
teúdo: um aviso, um conhecimento, uma ameaça, o que se diz numa propaganda.
Comunicação Empresarial
Capítulo 1
25
e) Signos
São os elementos de uma mensagem. As mensagens geralmente podem
ser decompostas em unidades menores: palavras, gestos, imagens isoladas. Po-
demos considerá-los como as formas que representam as ideias e as emoções
para melhor compreender, interpretar, analisar, conhecer o mundo.
Signo é todo objeto perceptível que de alguma maneira remete a outro
objeto, toma o lugar de outra coisa. Nós não fazemos outra coisa no dia-a-dia
a não ser interpretar o ambiente, ou seja, ler os signos do ambiente.
Vamos entender na prática com os exemplos a seguir.
� Aliança no dedo – signo do estado civil: casada se a aliança estiver na mão esquerda ou noiva se a aliança estiver na mão direita
� O2 – Signo de oxigênio
� Vaia – signo de desagrado
� Polegar para cima – signo de positivo, estar de acordo
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f) Código
Como bem explica Bordenave (1982), os signos formam conjuntos orga-
nizados chamados códigos.
Então, a língua portuguesa, o código Morse, os sinais de trânsito, o siste-
ma Braile para cegos, são conjuntos organizados de signos. De forma simples,
código é a linguagem na qual a mensagem é transmitida.
Comunicação Empresarial
Capítulo 1
26
Para que exista comunicação é necessário que o emissor use um código que o receptor conheça. Exemplo: se você não fala japonês, não adianta ninguém falar japonês com você.
Outra coisa! Mais do que usar o mesmo código, o emissor precisa usar o mesmo repertório do receptor.
SAIBA QUE
g) Canal
É o meio físico que transporta os sinais do emissor até o receptor. Ele é o
intermediário, o condutor de mensagens. O quadro, quando o professor escre-
ve, a folha de caderno, quando o aluno faz suas anotações, são exemplos de
canal. Na prática da comunicação o que temos é uma cadeia de canais unindo
o emissor ao receptor.
h) Sinais
Apresentamos Sinais como o fenômeno físico no qual os signos são converti-
dos para efeito de transmissão da mensagem. Exemplificamos: pessoas conversan-
do - elas falam palavras e ouvem palavras, mas são as ondas sonoras e vibrações do
ar que viajam de uma a outra pessoa, que são os sinais da comunicação oral.
Destacamos os principais tipos de sinais utilizados na comunicação hu-
mana a seguir.
� Os sinais gráficos nas mensagens impressas em geral: escrita, desenho.
Exemplo: o caso de um analfabeto que diante da banca de jornais não vê
manchetes, mas apenas manchas de tinta em folhas de papel.
� Os sinais sonoros em todas as mensagens sonoras, fala, música.
� As ondas luminosas na comunicação visual, o outdoor, cinema, teatro.
� Destacamos ainda: os impulsos elétricos, sinais fotográficos, sinais
magnéticos, ondas eletromagnéticas, os sinais binários e os sinais ópticos.
Comunicação Empresarial
Capítulo 1
27
Aspecto importante a destacar no processo da comunicação
a) Feedback
A palavra em inglês significa alimentar de volta, retroalimentar. A termino-
logia da comunicação inclui um termo relacionado com a interdependência de
ação e reação. A palavra denomina um aspecto especial da resposta do receptor.
Quando comunicamos, procuramos constantemente o feedback, pois
conferimos constantemente o que pensamos, decodificamos nossas mensa-
gens a fim de nos certificarmos de que codificamos o que desejávamos.
Vejamos! Com o retorno, o emissor pode estabelecer um diálogo, uma
conversação com o receptor, havendo assim uma interação maior entre os
dois. Destacamos, para ficar claro, o caso da comunicação de massa, que nos
mostra que os dados sobre a reação do público que chegam até o emissor é
por meio de pesquisas de audiência, cartas, telefonemas e e-mails.
Fatores bloqueadores da comunicação
a) Ruído
Introduzido no estudo da comunicação por Shannon e Weaver, o concei-
to de Ruído se apresenta como fatores que distorcem a qualidade de um sinal.
É tudo aquilo que dificulta a comunicação.
Na Teoria da Comunicação ruído pode ter tanto um significado sonoro,
visual, como também de qualquer outra natureza. Destacamos o barulho de
uma conversa em sala de aula, linha cruzada no telefone, reflexos de luzes que
não deixam ler direito, rasuras, confusão de caracteres num e-mail, interferên-
cias numa transmissão de rádio, como ruídos na comunicação.
b) Repertório
Embora duas pessoas falem a mesma língua podem se comunicar com
dificuldade, porque um pode ter um repertório diferente do outro. O emissor
pode estar usando termos de informática que o receptor desconheça, como
por exemplo, termos regionais.
Comunicação Empresarial
Capítulo 1
28
Você pode observar que na comunicação de massa evitam-se as palavras
difíceis e linguagem especializada com termos técnicos das diversas áreas do sa-
ber. O uso de signos desconhecidos do receptor funcionam como ruído na comu-
nicação. A audiência aumenta quando se usa um repertório de palavras simples,
reduzido, enquanto um grande repertório, erudito e sofisticado pode reduzi-la.
A comunicação não existe por si mesma, como algo separado da vida da sociedade. Sociedade e comunicação são uma coisa só. Não poderia existir comunicação sem sociedade, nem sociedade sem comunicação. Cada sociedade tem a comunicação que merece. “Dize-me como é tua comunicação e te direi como é a tua sociedade” (BORDENAVE, 1982, p.17).
REFLEXÃO
1.3 Aplicando a teoria na prática (case)
Destacamos uma situação que constitui o meio ambiente social da co-
municação:
A comunicação no estádio de futebol
Uma noite de decisão entre o ABC e América na capital potiguar. Milha-
res de torcedores americanos e abcdistas gritam, agitam-se com camisas de
seus times e com bandeiras nas cores preta e vermelha. Os fogos, os tambores
e tamborins e os apitos dão apoio aos jogadores. O cenário se completa pela
forte iluminação do estádio Machadão e os sinais luminosos do placar. As in-
formações sobre a escalação dos times é passada pelos alto-falantes. É uma
mistura de sons que vai dos radinhos de pilha à explosão do gol. Nas arqui-
bancadas, na tribuna de honra, nas cadeiras numeradas, os torcedores trocam
comentários sobre as jogadas e jogadores. Todas as emoções da partida são
passadas para milhões de pessoas em todo o Estado por meio dos comentaris-
tas esportivos, repórteres, cinegrafistas e fotógrafos. Afinal, o jogo é o clássico
do futebol potiguar.
Comunicação Empresarial
Capítulo 1
29
Em que momentos podemos observar a presença da comunicação nesse
episódio do estádio de futebol? Quais atos de comunicação você observou?
1.3.1 Resolvendo o case
Pois bem, episódio como este constitue o meio ambiente social da comu-
nicação. A comunicação no estádio de futebol aparece quando os torcedores
gritam, nas diferentes cores das bandeiras, na identificação dos jogadores por
números nas camisetas, nos gestos, quando o juiz e os bandeirinhas dão suas
apitadas e levantam os cartões. Ela está no trabalho dos comentaristas espor-
tivos, repórteres, cinegrafistas e fotógrafos, além dos alto-falantes, radinhos
de pilha, nas conversas e xingamentos dos torcedores, nos gritos de apoio e
no placar eletrônico. Nesse episódio, a própria partida é um ato de comuni-
cação. Tanto antes da partida, como depois, o jogo continuará sendo objeto
de comunicação nos mais diferentes lugares: nas escolas, nos escritórios, nas
emissoras de televisão, nas rádios, nos bares.
1.4 Para saber mais
Para contribuir com seu conhecimento sobre a comunicação sugerimos
as seguintes leituras:
A GUERRA do Fogo. Direção: Jean-Jacques Annaud, Anthony Burgess e Des-
mond Morris. Canadá: Belstar Productions, 1981.
Que tal um filme?! Esse é uma ótima indicação para entender o desper-
tar da comunicação humana. Trata de dois grupos de hominídios pré-históri-
cos com suas primeiras manifestações de linguagem.
PEREIRA, José Haroldo. Curso básico de teoria da comunicação. Rio de Janeiro:
Quartet:UniverCidade Editora, 2001.
Este livro reúne os principais conceitos da comunicação e da semiótica de
forma acessível, principalmente para aqueles que precisarem ter uma noção
do processo de comunicação e saber mais sobre signos, códigos e mensagens.
SANTOS, Roberto Elísio. Introdução a Teoria da Comunicação. São Paulo:
UMESP, 1998.
Comunicação Empresarial
Capítulo 1
30
Esta obra do professor Roberto Elísio é resultado de suas reflexões no
que compreende a comunicação social. De forma cronológica, ele sistematiza
a teoria da comunicação e seus pressupostos teóricos.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES. Disponível em:
<http://www.intercom.org.br>. Acesso em: 10 jun. 2009.
A INTERCOM é uma associação científica sem fins lucrativos que está in-
tegrada às redes internacionais de ciências da comunicação. Acessando o site
você ficará sabendo dos últimos estudos desenvolvidos sobre a comunicação
em nosso país e no mundo.
1.5 Relembrando
Principais pontos abordados neste capítulo:
� A comunicação como processo social básico.
� A Teoria da Comunicação e seus modelos teóricos.
� O processo da comunicação.
� Os fatores bloqueadores da comunicação.
1.6 Testando os seus conhecimentos
As pessoas podem comunicar-se em muitos níveis, por muitas razões, com
muitas pessoas, de muitas formas. Vejamos o exemplo que os autores Ruesch e
Bateson apud Berlo (1991) nos apresentam para entendermos melhor as espécies
de comunicação que um homem típico, o Sr. A, poderia usar num dia comum:
De manhã, quando chega ao escritório, o Sr. A lê a correspondência re-
cebida (comunicação escrita) e encontra uma quantidade de folhetos que des-
crevem as qualidades de várias máquinas comerciais (comunicação ilustrada).
Pela janela aberta, ouve o distante ruído de um rádio e a voz do locutor enal-
tece a qualidade de uma marca de pasta de dentes (comunicação falada).
Entra então a secretária e dirige-lhe cordial ‘bom dia’, que ele responde
com um aceno amigável de cabeça (comunicação por gesto), enquanto conti-
nua falando pelo telefone (comunicação falada) com alguém. Mais tarde, dita
Comunicação Empresarial
Capítulo 1
31
algumas cartas à secretária e, depois faz uma reunião (comunicação em grupo),
na qual ouve opiniões de seus sócios. Nesta reunião, são discutidos alguns no-
vos regulamentos governamentais (comunicação em massa) e seu efeito sobre
as diretrizes da empresa. Concluindo, é examinada uma resolução para conce-
der gratificação anual aos empregados (comunicação em massa e em grupo).
Encerrada a reunião, o Sr. A, meditando sobre negócios pendentes (co-
municação consigo), atravessa lentamente a rua em direção ao restaurante.
No caminho vê o seu amigo Sr. B que entra apressadamente no mesmo restau-
rante (comunicação por ação). O Sr. A resolve então sentar-se sozinho, ao invés
de com o amigo que, provavelmente, comerá e sairá às pressas (comunicação
consigo). Enquanto espera, o Sr. A examina o cardápio (comunicação impres-
sa), mas o aroma de um bife bem temperado desvia o seu olhar (comunicação
química): é tão apetitoso que ele pede um para si.
Depois do almoço, resolve comprar um par de luvas. Entra na loja e exa-
mina com as pontas dos dedos, cuidadosamente, as diversas qualidades de
couro (comunicação pelo tato). Feita a compra, resolve não trabalhar na parte
da tarde e levar o filho a um prometido passeio ao jardim zoológico. No traje-
to, o menino pergunta-lhe por que sempre para quando o sinal está vermelho
e não para com o sinal verde (comunicação por símbolo). Quando se aproxi-
mam do jardim zoológico, uma ambulância silva pela rua e o Sr. A encosta o
carro e para (comunicação por sons). Ali parados, explica ao filho que a igreja
do outro lado da rua é a mais antiga do estado, construída há muitos anos, e
constitui um marco da comunidade (comunicação por cultura material).
Depois de comprar o ingresso para o jardim zoológico (comunicação por
ação), dirigem-se devagar ao recinto dos elefantes, onde o menino ri quando um
deles lança água pela tromba sobre um dos espectadores (comunicação por ação),
que foge, correndo. Já no fim da tarde, o Sr. A cede aos pedidos do filho e eles en-
tram num cinema para assistir um desenho animado (comunicação por figuras).
Chegando em casa, o Sr. A veste-se a fim de comparecer a um jantar de cerimônia
e a um espetáculo teatral (comunicação pelas artes) (BERLO, 1991, p.13).
Partindo da compreensão de que na nossa vida sempre utilizamos di-
versas formas e razões de nos comunicar, tente perceber isso no seu dia-a-dia:
1) Anote as suas comunicações no decorrer de uma manhã, começando ao
acordar e prosseguindo até a sua chegada ao trabalho;
Comunicação Empresarial
Capítulo 1
32
2) Registre as pessoas com as quais se comunicou;
3) Quais foram seus objetivos.
Ao fim da manhã, analise de quantas espécies diferentes de comunica-
ção você participou.
Onde encontrar
BERLO, David Kenneth. O processo da comunicação: introdução à teoria e a
prática. São Paulo: Editora Fundo de cultura, 1991.
BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é comunicação. São Paulo: Editora Brasilien-
se, 1982.
______. Além dos meios e mensagens. São Paulo: Editora Vozes, 2001.
NASSAR, Paulo. Tudo é comunicação. São Paulo: Lazuli, 2006.
GALLIANO, Alfredo Guilherme. O método científico: teoria e prática. São Pau-
lo: Harbra Ltda., 1986.
HUHNE, Leda Miranda. Metodologia científica. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2000.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de meto-
dologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1994.
______. Metodologia do Trabalho Científico. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.
______. Metodologia do Trabalho Científico. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2001.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho pra fechar certinho
científico. 21. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2002.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São
Paulo: Cortez Editora, 2002.
Comunicação Empresarial 33
2.1 Contextualizando
As mudanças tecnológicas e culturais tem transformado as formas de
comunicação na empresa. Podemos imaginar que se os tempos são outros,
os papéis para quem faz a comunicação empresarial também tiveram suas
mudanças.
Hoje, a comunicação da empresa com os seus colaboradores /funcioná-
rios, com a sociedade, com o consumidor, com as autoridades, com os setores
do governo é algo que está relacionado a cada um dos seus produtos que são
lançados no mercado. A ferramenta das empresas da nova era é a comuni-
cação, área essa que envolve os atos da comunicação indiretos, unilaterais e
públicos, por meio de jornais, revistas, rádio e televisão, com a irradiação das
mensagens tanto para o ambiente interno, quanto externo da empresa, tanto
para circuitos internos, quanto para os circuitos externos.
Comunicar-se é fundamental! Como socializar uma meta? Como pro-
por e implementar uma mudança de procedimento ou o uso de uma nova tec-
nologia? Como conhecer as demandas, interesses e dificuldades das pessoas,
se não pela comunicação?
Ao final deste capítulo esperamos que você:
� Defina a comunicação empresarial;
� Entenda como se dá o fluxo de comunicação (descendente, ascendente e
lateral, nas direções vertical e horizontal) em uma empresa;
A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL: CONCEITOS E APLICAÇÕES
CAPÍTULO 2
Comunicação Empresarial
Capítulo 2
34
� Compreenda o funcionamento das redes e dos canais de comunicação
nas empresas;
� Reconheça como se dá a relação da comunicação empresarial e a
construção da imagem institucional da empresa.
2.2 Conhecendo a teoria
2.2.1 Comunicação Empresarial
Para entendermos o que é Comunicação Empresarial é importante destacar
que, em função das mudanças da sociedade e do ambiente empresarial, todas as
definições atribuídas à Comunicação Empresarial precisam sempre ser revistas.
Não podemos entender a Comunicação Empresarial, tal qual já sinaliza
Paulo Nassar (1995, p. 20), como simplesmente a seguinte definição do dicio-
nário: “um conjunto de métodos e técnicas de comunicação dentro da em-
presa dirigida ao público interno (funcionários) e ao público externo (clientes,
fornecedores, consumidores etc.)”.
CONCEITOCONCEITO
Comunicação empresarial é a somatória de todas as atividades de comunicação da empresa. Elaborada de forma multidisciplinar – a partir de métodos e técnicas de relações públicas, jornalismo, lobby, propaganda, promoções, pesquisa e marketing – e direcionada à sociedade, formadores de opinião, consumidores e colaboradores (trabalhadores, fornecedores e parceiros). Elaboração esta que tem sempre como referência básica o planejamento estratégico da empresa (NASSAR, 1995, p. 19).
Uma empresa se organiza, se desenvolve, enfim, sobrevive, graças ao
sistema de comunicação que ela cria e mantém e que é responsável pelo envio
e recebimento de mensagens. Essa sistemática envolve o fluxo de comunica-
ção, além das redes e canais por onde circulam as mensagens. Vejamos agora
como se dá o fluxo das comunicações:
Comunicação Empresarial
Capítulo 2
35
Fluxo das comunicações
Numa organização os mecanismos de comunicação se movimentam, simul-
taneamente, em três fluxos e duas direções. São os fluxos descendente, ascenden-
te e lateral, nas direções vertical e horizontal, conforme apresentamos abaixo:
a) Direção vertical - Fluxo descendente
Inclui as mensagens em geral (instruções, procedimentos, metas, dire-
tivas) que saem dos cargos de níveis hierárquicos mais altos para os de
níveis mais baixos. O objetivo é assegurar o desempenho correto de
cada papel em todas as posições na organização. Um dos problemas que
costuma acontecer são embaraços e ruídos na comunicação, quando as
comunicações dos níveis mais altos são muito gerais, com objetivo de
atingir a todos.
b) Direção vertical – Fluxo ascendente
Correspondem aos anseios, expectativas, resultados e sugestões. São as
mensagens, em geral, que saem dos cargos de níveis hierárquicos infe-
riores para os superiores. A dificuldade encontrada está na tendência
de os funcionários só informarem o que consideram que seus superiores
desejam saber.
c) Direção horizontal – Fluxo lateral
Incluem as mensagens dos tipos anteriores e ainda outras que circulam
entre os funcionários ou grupos de um mesmo nível hierárquico, permi-
tindo um bom entrosamento nesses grupos e melhorando a coordena-
ção dos processos. O problema é quando algum grupo retém informa-
ções importantes para controlar outros.
LEMBRETELEMBRETE
Importante destacar que é preciso levar em consideração as demandas e características dos três fluxos em qualquer planejamento em comunicação.
Comunicação Empresarial
Capítulo 2
36
2.2.2 Redes e canais
Redes
Nas empresas permeiam duas redes de comunicação: a formal e a in-
formal. Na rede formal circulam as mensagens oficiais e legitimadas pela em-
presa, com uso dos canais (veículos) formais. Já na rede informal, também
conhecida como Rádio Peão ou Rádio Corredor, incluem-se as manifestações
espontâneas da coletividade, ou melhor dizendo, a rede de boatos. Exemplos
comuns: “sabia que teremos férias coletivas?” ou “será que vamos emendar o
feriado?”. O problema comum é que entre a informação inicial e a final acon-
tecem distorções. Veja como a cena abaixo retrata bem essa situação:
www.lagoaverdusca.files.wordpress.com
Há uma tendência de se combater os boatos com outros boatos. Importante refletir para perceber que não se deve combater, nem ignorar a rede informal, porque a oposição pode encorajar o informal contra o formal. Rego (1996) indica como sugestão viável a utilização da rede informal sobre o sistema formal, de modo a abri-lo convenientemente para ampliar a percepção e compreensão dentro da empresa das relações entre as pessoas e entre grupos.
REFLEXÃO
Comunicação Empresarial
Capítulo 2
37
Trataremos agora dos canais (ou veículos) mais utilizados para comunica-
ção na empresa. Segundo Rego (1996, p. 65), os canais são recursos ou instru-
mentos que estão classificados em visuais, auditivos e audiovisuais.
Canais
a) Visuais
� Visuais/escritos: circulares; instruções e ordens escritas; cartas pessoais;
manuais; quadro de avisos; boletins; panfletos; jornais e revistas;
relatórios de atividades; formulários; fax; eletrônicos: e-mail.
� Visuais/pictográficos: fotografias; pinturas; desenhos; diagramas e
mapas.
� Visuais/escritos-pictográficos: cartazes; filmes mudos com legenda;
gráficos; diplomas e certificados.
� Visuais/simbólicos: luzes; bandeiras e flâmulas; insígnias.
b) Auditivos
� Auditivos/diretos: conversas; entrevistas; reuniões; conferências.
� Auditivos/indiretos: rádio; telefone; intercomunicadores automáticos;
auto-falantes.
� Auditivos/simbólicos: sirenes; apitos e buzinas; sinos.
c) Audiovisuais
� Audiovisuais: filmes; demonstrações; vídeo; videoconferência;
videofone (duas pessoas).
Comunicação Empresarial
Capítulo 2
38
É comum ver nas grandes empresas, redes de supermercado e outros seguimentos de empresa o uso da sirene para indicar aos funcionários a troca de turno.
CURIOSIDADE
Perceba que a comunicação hoje engloba clientes, acionistas, fornece-
dores e funcionários. Facilmente percebemos que houve uma significativa
mudança, uma sofisticação dessas relações, partindo de uma ideia simples: a
de que comunicação é diálogo e exige transparência. Então, a empresa para
permanecer no mercado necessita criar mecanismos de informação que lhe
capacitem conhecer o ambiente onde atua, o mercado onde deverá competir
e o próprio ambiente interno que congrega sua estrutura.
2.2.3 A comunicação empresarial e a construção da imagem
institucional da empresa
Um produto de qualidade com uma propaganda bem elaborada e honesta, so-
mado ao respeito à cidadania e a outros aspectos éticos, é fundamental para todas as
empresas. Porém, para levar aos consumidores e à sociedade a imagem que se deseja
é preciso que os funcionários conheçam e participem da construção dessa imagem.
Esse é um processo longo, em que o ponto de partida depende de uma
base ética, ou seja, a condução da empresa com honestidade, competência e
seriedade. Só dessa forma será possível promover a confiança de seus funcioná-
rios, do consumidor e da sociedade em seus produtos, serviços e atendimento.
Cada vez mais as empresas buscam investir em ações sociais, ambientais, culturais, esportivas e científicas com o objetivo de associar a imagem de sua empresa à de uma instituição útil e vital para a sociedade.
Lembre-se! Esses dois fatores – ações e imagem – só serão considerados quando forem efetivamente comunicados aos públicos externos e internos pelos meios de comunicação.
SAIBA QUE
Comunicação Empresarial
Capítulo 2
39
Nesse sentido, as empresas devem comunicar à sociedade as medidas e
os projetos que desenvolvem nas diversas áreas. A seguir, temos um caso que
poderá ajudar você a compreender melhor essa questão.
2.3 Aplicando a teoria na prática (case)
É importante observar nesse caso a relação da comunicação empresarial
e a construção da imagem institucional da empresa. Vamos lá!
Um grande grupo nacional, uma das maiores fábricas de papel reciclado
da América Latina, há alguns anos havia passado por um processo de falência,
mas conseguiu se reestruturar econômica e tecnicamente. O empenho em con-
seguir a certificação ISO 9000 – que valida o padrão de qualidade de processos
e produtos – levou à adoção gradativa de algumas ferramentas de gestão.
Com a análise e observação do ambiente de trabalho, os responsáveis
pelas mudanças necessárias concluíram que os funcionários desconheciam o
funcionamento da cadeia produtiva e, por isso, o objetivo principal do progra-
ma foi explicar com detalhes o processo.
Quando uma empresa é detentora de um certificado ISO - International Organization for Standardizational - significa que ela aplica internamente o conjunto de regras da ISO com sucesso. Ter um certificado ISO numa concorrência internacional é uma das garantias de se ter produtos de qualidade reconhecida mundialmente.
O desafio dos padrões ISO e de outros programas que melhoram a competitividade passa pelo envolvimento e integração dos trabalhadores com os objetivos da empresa. Esse estado de espírito de participação só é possível por intermédio das inúmeras mídias internas, além das formas de comunicação direta como reuniões, peças de teatro participativas entre outras. (NASSAR, 1995, p. 31-32)
CURIOSIDADE
Comunicação Empresarial
Capítulo 2
40
2.3.1 Resolvendo o case
Então, pessoal, como foi dito anteriormente, essa empresa adotou gradati-
vamente algumas ferramentas de gestão, entre elas a elaboração de um “Progra-
ma de Integração” para todos os funcionários, que se dividiu em três momentos:
� Uma apresentação feita por meio de palestra, com uso de slides e que
destacava, principalmente, a parte do processo em que o trabalhador
estava envolvido, com ênfase na concretização e na importância da
reciclagem, como também o valor de cada função;
� Um ciclo de visitas dos funcionários para conhecer todas as instalações da
fábrica e o detalhamento do processo de reciclagem;
� Confraternização entre os funcionários na sede social da empresa. A
descontração era proporcionada por uma programação com almoço,
música, jogos, jogo de futebol, etc.
Com a implementação desse programa, diminuiu-se bastante o consumo
de água nos processos internos da empresa. Com isso, o lixo foi reduzido de
900 toneladas/mês para 500 toneladas/mês (lixo agregado às aparas).
A empresa conseguiu a certificação e isso levou à reflexão sobre ques-
tões relacionadas à preservação do meio ambiente, à economia dos recursos
naturais (água e celulose) e, principalmente, deixou-os atentos à melhoria na
qualidade dos produtos.
Logo, a empresa passou a tratar essas questões sob a definição de uma
nova filosofia que envolveria valores e missão que norteariam suas ações.
Tudo isso foi além dos muros da empresa, refletindo-se no financiamento de
projetos junto à comunidade, como o patrocínio de uma banda formada por
meninos de rua que usavam latas para criação de instrumentos.
Os funcionários foram estimulados a lidarem de maneira mais flexível
e autônoma com os eventos extras. Isso, como resultado da criação de uma
estrutura informal de discussão e resolução de problemas.
Tudo isso trouxe mais dinamismo à resolução de problemas imprevisíveis
e que escapavam aos procedimentos cotidianos.
Comunicação Empresarial
Capítulo 2
41
2.4 Para saber mais
Que tal buscar mais informações sobre comunicação empresarial em
outros livros que tratam dos mais diferentes aspectos da comunicação den-
tro das empresas?
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação empresarial: teoria e pesquisa. São
Paulo: Editora Manole, 2003.
Este livro não só revisa conceitos e incorpora reflexões sobre temas rele-
vantes da área, mas também traz relatos de pesquisas que permitem ampliar
o conhecimento sobre a Comunicação empresarial no Brasil.
CHINEM, Rivaldo. Comunicação Empresarial: Teoria e o dia-a-dia das Assesso-
rias de Comunicação. São Paulo: Editora Horizonte, 2006.
Já a obra de Chinem está dividida em duas partes: a primeira, que traz
um panorama teórico sobre a Comunicação Empresarial, enquanto a segunda
parte mostra, por meio de crônicas do dia-a-dia, tudo o que envolve o cotidia-
no dos profissionais que trabalham com a Comunicação Empresarial.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL. Disponível em:
http://www.aberje.com.br. Acesso em: 6 de jul. 2009.
No site anterior você encontrará vídeos sobre comunicação empresarial,
ranking das empresas que mais investem em comunicação empresarial, além
de ações de sucesso de empresas de todas as regiões do país.
2.5 Relembrando
Principais pontos abordados neste capítulo:
� A comunicação empresarial;
� O fluxo de comunicação em uma organização;
� Funcionamento das redes e dos canais de comunicação nas empresas;
� A relação da comunicação empresarial com a construção da imagem
institucional da empresa.
Comunicação Empresarial
Capítulo 2
42
2.6 Testando os seus conhecimentos
Uma companhia aérea, por ordem pessoal de seu presidente, ordenou,
sob o protesto de seus diretores, que um jatinho executivo levantasse voo
levando um único passageiro, que ficara irritado com o atraso de um dos
aviões de carreira da empresa. O presidente da empresa sabia muito bem
que é mais caro ganhar a confiança de um novo cliente do que manter um
já cliente satisfeito.
Sabemos que quando o consumidor é bem atendido e fiel aos produtos
e serviços da empresa, ele se transforma em mais um excelente “vendedor”.
Esse presidente evitou, dessa forma, uma enorme pane na imagem da empre-
sa, que poderia ter culminado com um processo contra a companhia e ainda
escrevendo para os jornais.
O importante a destacar, nesse caso, é o fato de um presidente de em-
presa estar abrindo canais de comunicação diretos com os seus clientes.
A partir da apresentação desse caso, o que a ação do presidente pode acar-
retar de benefícios para a empresa? Como você avalia a atitude do presidente?
Podemos, a princípio, já destacar que a infinidade de informações que
saem da boca dos clientes e que trazem uma avaliação dos serviços e produtos
é muito valiosa.
Segundo, a possibilidade de, a partir dessas informações, melhorar os serviços
e antever mudanças no comportamento dos clientes, como do próprio mercado.
E, terceiro, inovar e lançar novos produtos a partir do estímulo pelo
questionamento ao vivo da clientela.
As empresas estão aprendendo cada vez mais que não basta aparecer
bem, mas sim saber escutar e interpretar o que os consumidores estão tentan-
do lhes falar. Só assim será possível promover a confiança de seus funcioná-
rios, do consumidor e da sociedade em seus produtos, serviços e atendimento,
como já destacamos anteriormente.
Comunicação Empresarial
Capítulo 2
43
Onde encontrar
ARGENTI, Paul A. Comunicação empresarial: a construção da identidade, ima-
gem e reputação. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Science, 2006.
NASSAR, Paulo. O que é comunicação empresarial. São Paulo: Brasiliense, 1995.
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação empresarial, comuni-
cação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e
técnicas. São Paulo: Summus Editorial, 1996.
Comunicação Empresarial 45
3.1 Contextualizando
Nesse novo cenário mundial, a comunicação nas empresas passou a ser
ferramenta essencial para estabelecer o diálogo entre as empresas e institui-
ções e seus diversos públicos.
Os consumidores, além de consumir, tem princípios e valores que devem
ser respeitados pela comunicação da empresa. É importante ressaltarmos que
fatores internos de integração e comunicação refletem significativamente na
excelência da prestação de serviços ao consumidor.
Ao final deste capítulo esperamos que você:
� Compreenda a função da comunicação empresarial dentro das
empresas;
� Identifique as diferentes ações dos profissionais (relações públicas,
jornalistas, ombdusman) envolvidos na comunicação das empresas;
� Reconheça algumas formas práticas e rápidas de contato das empresas
com seus consumidores.
3.2 Conhecendo a teoria
A comunicação dentro da empresa contribui para a definição e concreti-
zação de metas e objetivos e possibilita, ainda, a integração e equilíbrio entre
seus departamentos, áreas etc.
A FUNÇÃO DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
CAPÍTULO 3
Comunicação Empresarial
Capítulo 3
46
3.2.1 A comunicação na empresa
Você sabe qual é a função da comunicação em uma empresa?
CONCEITOCONCEITO
A função básica da comunicação na empresa é promover consentimento e aceitação. Para tanto, é necessário uma estrutura bem definida e coordenação centralizada. Essa coordenação seria responsável pelas pesquisas, táticas, estratégias, normas, canais, fluxos, planos de comunicação, com apoio de técnicas que denotem uma cultura e uma identidade organizacional (REGO, 1996, p. 105).
Como resultado dessas ações apontadas por Rego, destacamos:
� capacidade de responder com rapidez e adequação às contingências, às
ameaças e aos riscos internos e externos;
� homogeneidade de linguagem;
� harmonia na preservação dos códigos visuais e escritos;
� sinergia;
� racionalização dos processos financeiros e administrativos;
� distribuição ordenada de tarefas;
� melhor direcionamento da mensagem e seleção de veículos.
A comunicação empresarial utiliza muitas linguagens, que não necessaria-
mente tem o objetivo imediato nas vendas, porém não deixam de ser ferramen-
tas fundamentais no marketing da empresa. Entre essas linguagens estão a das
relações públicas, a de imprensa e a de atendimento direto ao consumidor. As
ações dessas áreas podem não ser explicitamente mensuráveis do ponto de vista
contábil, mas podem garantir a simpatia da sociedade, a fidelidade dos consumi-
dores e um ótimo relacionamento com sindicatos, governos e trabalhadores.
É nessa empreitada que estão envolvidos profissionais de relações públi-
cas, jornalistas, publicitários, pesquisadores e profissionais do marketing.
Então, vejamos a seguir o que cada um faz nas empresas?
Comunicação Empresarial
Capítulo 3
47
Função dos profissionais na comunicação empresarial
a) Relações públicas
Tem a função de planejar, implementar e avaliar continuamente as ativi-
dades de interação da empresa com seu público interno e externo. As empre-
sas adotam diferentes ações estratégicas para esses profissionais, que podem
ter seu trabalho mais voltado para o público interno (festas; confraterniza-
ções; open house – visita de familiares à empresa; apoio cultural e esportivo)
ou para o público externo (solenidades para autoridades; coordenação de vi-
sitas à empresa; coordenação de campanhas institucionais).
b) Jornalistas
Tem a função de selecionar e definir o tipo de apresentação das informa-
ções que serão transmitidas aos públicos interno e externo. Destacamos algumas
dessas atividades: elaboração do house organ (jornal ou revista com assuntos e
informações de interesse dos funcionários); elaboração de press-release (texto
com informações para informar, podendo até pautar os grandes jornais, rádios,
televisões e publicações especializadas sobre algum assunto específico) e press-
kit (conjunto de folhetos, fotos, vídeos que são enviados para os veículos de
comunicação com informações sobre a empresa); treinamento de funcionários
para lidar com a imprensa, chamado também de midiatraining.
É importante destacar o cuidado com as demandas de pronunciação da
empresa em casos de acidentes e imprevistos, evitando, com isso, a famosa
frase: “a empresa se recusou a falar sobre o assunto”.
c) Publicitários
Tem a função de criar e produzir as campanhas publicitárias dos pro-
dutos. As empresas, para atingir os seus milhões de possíveis consumidores,
transmitem suas mensagens por meios dos veículos de comunicação com gran-
de cobertura, podendo atingir o país inteiro. Os publicitários analisam, a par-
tir de pesquisas, os veículos mais eficientes para os seus objetivos de mercado,
como também os programas e os horários mais adequados para atingir o seu
público-alvo, mas sempre preocupados em não contrariar a filosofia da em-
presa e os princípios morais, éticos, políticos e religiosos dos consumidores.
Comunicação Empresarial
Capítulo 3
48
Você notou que as empresas precisam dar conta do recado ao manter uma
comunicação eficiente em todos os aspectos? Pois de nada adiantará uma excelente
propaganda, feita pelos mais consagrados publicitários, se os lados ético e cidadão
da empresa vão mal. Ou pior, se os produtos estão com mal desempenho e os con-
sumidores se mostram insatisfeitos com a assistência técnica e com o atendimento.
Formas de contato com os consumidores: o ombudsman e os
serviços de atendimento
Como você viu anteriormente, as empresas estão indo, de diferentes for-
mas, a onde seus clientes estão. Cada vez mais as empresas precisam aprimorar
formas práticas e rápidas de contato com seus consumidores.
Apresentamos agora duas dessas maneiras de contato:
a) Ombudsman
É a pessoa que fica dentro da própria empresa, contratado por ela, para
defender e representar os interesses dos consumidores.
Para defender os consumidores dentro da empresa, o ombudsman conta
com a autoridade, a independência e a agilidade.
A palavra ombudsman tem origem sueca e significa aquele que representa.
SAIBA QUE
b) Serviço de Atendimento ao Consumidor
Uma outra maneira de as empresas se manterem sempre atentas às ne-
cessidades e reclamações de seus consumidores é através do Serviço de Aten-
dimento ao Consumidor.
Comunicação Empresarial
Capítulo 3
49
Você, como consumidor, sabe que as maneiras de contato com o SAC
são as mais diversas. Normalmente, encontramos um número de telefone, de
acesso gratuito pelo prefixo 0800, impresso nas embalagens dos produtos e
um site ou e-mail da empresa de suporte ao produto.
Você deve perguntar: que tipo de reclamações as empresas recebem nesses pontos de contato com o consumidor? Como são tratados os problemas que chegam?
REFLEXÃO
São várias as situações que se apresentam, mas podemos destacar, por
exemplo, as sugestões das consumidoras de uma das mais consolidadas marcas
no seguimento higiene pessoal que solicitaram a mudança de cor do fio dental
um metro antes de terminar, evitando, assim, surpresas nada agradáveis.
Vimos, assim, que escutar e entender o que o consumidor quer falar é
muito importante, mas, para isso, é necessário que as empresas estabeleçam
essas formas de comunicação.
3.3 Aplicando a teoria na prática (case)
Você conheceu acima as diferentes áreas da comunicação e suas respec-
tivas ações. Agora, conhecerá uma empresa com mais de 200 anos no merca-
do mundial que conseguiu garantir a simpatia da sociedade, a fidelidade dos
consumidores e um ótimo relacionamento com seus diferentes e renovados
públicos, sempre utilizando ações das diversas áreas da comunicação.
A Faber-Castell Brasil está no país há quase 80 anos, sediada em São
Paulo, e emprega cerca de três mil trabalhadores que produzem anualmente
1,8 bilhão de lápis.
Comunicação Empresarial
Capítulo 3
50
www.faber-castell.com.br
O grupo é referência no mercado e, ao plantar a madeira que utiliza
para fabricar seus lápis, mostra-se engajado nas atuais políticas de sustentabi-
lidade e preservação do meio ambiente. Desse modo, ganhou o Brasil e outros
70 países com uma linha de aproximadamente mil produtos.
3.3.1 Resolvendo o case
É interessante observar a dimensão de uma grande empresa como esta,
não é mesmo? Como será que a Faber-Castell utiliza sua comunicação empre-
sarial? Como se dão os diferentes papéis da comunicação nessa empresa?
Bem, com histórico de forte presença na televisão, como o principal canal de
comunicação com o consumidor, atualmente a marca investe em espaços como a
Internet para divulgar produtos a uma gama maior de consumidores, além de ofe-
recer entretenimento e cultura aos internautas. Em sua campanha de 2009, a em-
presa focou na Internet e se voltou principalmente para pais, professores e crianças.
Com o lançamento da ferramenta Clubinho Faber-Castell na Internet, a
empresa vem mantendo a comunicação com pais e professores, que podem
acessar o site e ter informações e dicas com temas atuais e importantes. Além
de ser um espaço que possibilita aos professores e pais a troca de informações,
as crianças podem acessar jogos, publicar atividades e criar cartões virtuais.
Observamos que são vários os meios de comunicação que a empresa uti-
liza e podemos, ainda, destacar o uso da comunicação no ponto-de-venda,
onde a escolha pelo produto é feita e, por isso, é tão importante investir nas
ações diferenciadas, principalmente durante o período de volta às aulas.
Comunicação Empresarial
Capítulo 3
51
Para que essas ações se desenvolvam com êxito, existe todo um traba-
lho com materiais para decoração dos pontos-de-venda, atividades especiais
e pontos extras em algumas lojas para destacar os principais benefícios e di-
ferenciais dos produtos. Destacar os produtos em tablóides de clientes é algo
muito comum hoje na comunicação das empresas.
A empresa busca uma unidade nas ações de comunicação com o clien-
te ao investir em treinamento de balconistas, promotores e demonstradores,
principalmente. Também se mostra muito atenta aos movimentos do mercado
no mundo, à comunicação da sua marca, de seus produtos e, assim, investe
cada vez mais para contribuir com a preservação do meio ambiente por meio
da política ambiental implantada no Brasil.
Fonte: TERRA, Thiago. Aos 248 anos, Faber Castell ainda inova. Disponível em:
http://www.mundodomarketing.com.br/1,8908,aos-248-anos-faber-castell-
ainda-inova.htm. Acesso em: 17 jul. 2009.
3.4 Para saber mais
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação empresarial: teoria e pesquisa. São
Paulo: Editora Manole, 2003.
Este livro não só revisa conceitos e incorpora reflexões sobre temas rele-
vantes da área, mas também traz relatos de pesquisas que permitem ampliar
o conhecimento sobre a comunicação empresarial no Brasil.
CHINEM, Rivaldo. Comunicação Empresarial: Teoria e o dia-a-dia das Assesso-
rias de Comunicação. São Paulo: Editora Horizonte, 2006.
Esta obra está dividida em duas partes: a primeira traz um panorama
teórico sobre a Comunicação Empresarial e a segunda parte mostra, por meio
de crônicas do dia-a-dia, tudo o que envolve o cotidiano dos profissionais que
trabalham com a Comunicação Empresarial.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL. http://www.
aberje.com.br Acesso: 6 de jul de 2009.
Comunicação Empresarial
Capítulo 3
52
No site mencionado você encontrará vídeos sobre comunicação empre-
sarial, ranking das empresas que mais investem em comunicação empresarial,
além de ações de sucesso de empresas de todas as regiões do país.
3.5 Relembrando
Principais pontos abordados neste capítulo:
� A função da comunicação empresarial dentro das empresas;
� As diversas ações dos profissionais envolvidos na comunicação das em-
presas;
� Algumas formas de contato das empresas com seus consumidores.
3.6 Testando os seus conhecimentos
A Mercur anunciou a campanha a seguir em revistas e materiais de pon-
to-de-venda com o intuito de promover seus produtos de inverno, que abran-
gem desde máscaras de gel até bolsas térmicas. A estratégia utilizava o tema
“Alivia e conforta como o calor de um abraço”.
www.portaldapropaganda.com
Como você avalia esse anúncio? Qual o objetivo dessa comunicação?
Qual público ele quer atingir?
Esse anúncio foi criado para o público final e para revendedores, confor-
me explicou o diretor da Mercur, Sérgio Luís Smidt: “Alinhamos a comunicação
Comunicação Empresarial
Capítulo 3
53
para falar com dois públicos de extrema importância para a marca, além de for-
talecer e incentivar a comercialização dos produtos que são alvo dessa estação”.
Onde encontrar
NASSAR, Paulo. O que é comunicação empresarial. São Paulo: Brasiliense, 1995.
PORTAL DA PROPAGANDA. Disponível em: <http://www.portaldapropaganda.com>.
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação empresarial, comuni-
cação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e
técnicas. São Paulo: Summus Editorial, 1996.
______. Tratado de Comunicação Empresarial e Política. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2004.
TERRA, Thiago. Aos 248 anos, Faber Castell ainda inova. Disponível em:
<http://www.mundodomarketing.com.br/1,8908,aos-248-anos-faber-castell-
ainda-inova.htm>. Acesso em: 17 jul. 2009.
Comunicação Empresarial 55
4.1 Contextualizando
O elo entre a estratégia de comunicação de uma empresa e a estratégia
geral da empresa acarretará no pleno sucesso da organização.
O planejamento das estratégias, programas e projetos de comunicação
empresarial requer dos profissionais atenção para as oportunidades, ameaças,
riscos e tendências do mercado no planejamento dessas ações.
Observaremos que esses profissionais de comunicação empresarial de-
vem estar abertos às múltiplas funções, com contínua diversificação de seus
papéis a medida que se exigem cada vez mais ações de comunicação estraté-
gica e com resultados significativos. Observa-se que o gerenciamento da repu-
tação de uma empresa e a construção da confiança são metas que só com uma
sólida base de comunicação empresarial se conseguem atingir.
Ao final deste capítulo esperamos que você:
� Entenda o funcionamento das estratégias de comunicação empresarial;
� Reconheça a estrutura da estratégia da comunicação empresarial;
� Identifique as necessidades estratégicas para a comunicação nas empresas.
Esses assuntos, aqui tratados, levarão você a pensar estrategicamente
sobre a comunicação.
A COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA:DEFININDO O PÚBLICO-ALVO;
TRANSMITINDO ADEQUADAMENTE A MENSAGEM
CAPÍTULO 4
Comunicação Empresarial
Capítulo 4
56
4.2 Conhecendo a teoria
As ações da comunicação empresarial são fundamentais na definição da
missão da empresa e na comunicação desta ao público interno e externo. Em
função das constantes mudanças no ambiente de negócios, as empresas que
queiram se destacar precisam comunicar-se de forma estratégica.
4.2.1 Ações da comunicação empresarial
Partimos agora para entender como funciona esse processo. A criação
de uma estratégia de comunicação empresarial coerente está relacionada a
variáveis que destacaremos a seguir:
� Primeiro é preciso definir a estratégia geral da empresa para a
comunicação;
� No segundo momento, analisar os públicos-alvos de relevância;
� E, por fim, transmitir bem as mensagens.
Ao estudar a relação entre as três variáveis, facilmente observamos a co-
nexão entre elas. Argentin (2006) se propõe a apresentar essas variáveis numa
estrutura circular, refletindo a realidade de que a comunicação de qualquer
espécie é um processo contínuo e não um processo com começo e fim. Pode-
mos verificar a estrutura proposta por ele a seguir:
Comunicar-se por mensagens...
A empresa...
Seu público alvo...
Que então responde para...
Fonte: (ARGENTIN, 2006, p.29)
Figura 1 - Estrutura da estratégia da comunicação empresarial
Agora podemos discorrer mais sobre essas variáveis e como funcionam
na prática.
Comunicação Empresarial
Capítulo 4
57
Na definição da estratégia geral da empresa para a comunicação é im-
portante saber e decidir qual o seu motivo em se comunicar. Muitas vezes,
pode ser para estimular o interesse por um novo produto colocado no merca-
do, informar mudanças estabelecidas dentro da empresa para seus funcioná-
rios ou, então, criar demandas de mercado.
Tudo isso envolve recursos que a empresa precisa dimensionar, como:
dinheiro, recursos humanos e tempo.
Muitas empresas erram ao buscar soluções baratas e de curto prazo para
os problemas de comunicação. Assim, acabam não levando em conta as pers-
pectivas do público-alvo e, consequentemente, não atingem seu objetivo de
comunicação. Grande parte das empresas não tem o entendimento sobre as
reais ações da comunicação empresarial e isso causa limitações aos recursos
humanos na realização de determinadas tarefas. Na maioria dos casos vemos
poucos funcionários direcionados a lidar com a comunicação e muitas vezes
sem qualificação e inexperientes.
A distribuição de tempo e todos os outros recursos deve ser determinada
pelo que realmente será necessário para alcançar o objetivo da empresa, ao
invés de buscar soluções de curto prazo.
Não basta só a definição dos objetivos para a comunicação e a decisão
de que recursos estão disponíveis, as empresas também precisam determinar
qual a sua reputação com o público-alvo. Busca-se saber principalmente se a
reputação está limitada, se não tem credibilidade ou se a credibilidade está
abalada. A credibilidade da imagem que a empresa construiu junto a um de-
terminado público pode fazer grande diferença para determinar o sucesso ou
o fracasso da empresa na realização de seus objetivos (ARGENTIN, 2006).
A comunicação gerencial só é bem-sucedida se a resposta desejada for obtida do seu público. Para conseguir a resposta, é preciso pensar estrategicamente sobre a comunicação, incluindo a definição de objetivos claros. (ARGENTIN, 2006, P.30).
REFLEXÃO
Comunicação Empresarial
Capítulo 4
58
Já na análise do público-alvo envolvido, busca-se determinar o público-
alvo da empresa, o que se pensa da empresa e qual o conhecimento sobre a
comunicação trabalhada. Dependendo da natureza, do tamanho e do alcance
dos negócios de uma empresa, seus grupos de públicos poderão ser bem dife-
rentes. Uma empresa pode ter, simultaneamente, dois grupos de públicos no
caso dos funcionários serem também acionistas da empresa. A comunicação
voltada para um tipo de público também atinge outros.
Saber o que cada público pensa sobre a organização também é impor-
tante de ser avaliado.
As empresas, para serem merecedoras de confiança, precisam tra-
balhar esse aspecto, na sua comunicação com seus funcionários, fazendo
mudanças a partir desses depoimentos. O entendimento do que os funcio-
nários sabem sobre o assunto e os seus sentimentos a esse respeito é im-
portantíssimo para se evitar desperdício, ou até mesmo uma falha em uma
campanha de comunicação.
O entendimento da comunicação que se faz de uma empresa é muito
importante para se saber o que realmente ela pretende.
As empresas que tentam vender uma ideia ao público estão sempre correndo o risco de falhar como resultado da falta de informação ou de impressões negativas que os consumidores possam ter a seu respeito (ARGENTIN, 2006, p.38).
REFLEXÃO
Ao saber quem é o seu público-alvo, a empresa precisa determinar
agora como será a forma de transmitir as mensagens, ou seja, escolher um
canal de comunicação. Mas o aspecto da abordagem a ser seguida também
é importante.
Comunicação Empresarial
Capítulo 4
59
Considera-se:
Canais antigos – fala e escrita
Novos canais – fax, e-mail, correio de voz, conferências pela Web, videoconferências, sites externos, intranets, blogs.
SAIBA QUE
Você pode perceber que há atualmente mais canais do que nunca para
transmitir as comunicações internas e externas da empresa.
Na estruturação da mensagem considera-se a direta, aquela que revela
a princípio o ponto principal para só depois explicar os motivos, e a indireta,
que explica os motivos no primeiro momento e só depois o ponto principal.
Você deve perguntar, qual forma uma empresa deve escolher?
A Unilever utiliza depoimentos de mulheres comuns em suas peças publicitárias para divulgar a linha Dove. A marca criou um site, dentro do portal MSN, com dicas de beleza, blogs e está presente em redes sociais como o Orkut.
www.mundodomarketing.com.br
É importante o público-alvo ter logo o entendimento da mensagem e,
para isso, é necessário buscar ser o mais direta possível. Depois é só observar o
feedback para poder assim avaliar os resultados da comunicação.
Esses resultados vão poder mostrar se houve mudança na reputação ou
se será necessário mudar o canal de comunicação. Talvez agora fique mais fácil
você compreender a natureza circular da estrutura da comunicação empresa-
rial apresentada anteriormente.
Comunicação Empresarial
Capítulo 4
60
Necessidades estratégicas para a comunicação nas empresas
Hoje, as empresas vivem cada vez mais em condições de mercado adver-
sas em que se exige o cuidado em estabelecer estratégias para a comunicação
empresarial (REGO, 1996).
Podemos entender melhor observando algumas dessas estratégias:
� Planejar a comunicação de maneira sinérgica e integrada: não basta
envolver apenas as formas, os recursos e os canais da comunicação coletiva
como relações públicas, jornalismo, propaganda. É necessário envolver
também as comunicações humanas, interpessoais, grupais, como bem
abordamos no capítulo 1, além das comunicações administrativas quanto
às redes, os fluxos e os documentos normativos.
A irradiação das mensagens se volta tanto para os circuitos internos,
quanto para os circuitos externos. Integrar esses circuitos e torná-los sinérgicos
é o mais importante.
� Tornar mais equilibrados os fluxos da comunicação: observa-se que o
equilíbrio do sistema organizacional depende da adequação dos fluxos
de comunicação para o ambiente externo e para o ambiente interno.
É imprescindível, dentro desses sistemas, o ajuste entre os fluxos
descendentes, ascendentes e lateral. Lembra que tratamos desse assunto
no capítulo 2?
� Tornar harmônicos o marketing institucional e o marketing comercial:
existe um evidente desajuste na maioria das empresas quando o marketing
institucional está isolado do marketing de produtos comerciais. Buscar a
harmonia entre ambos significa racionalizar a linguagem, economizar
custos e mostrar que ambos pertencem à mesma organização e que a
imagem que se passa para a opinião pública é igual à identidade que se
quer projetar.
Comunicação Empresarial
Capítulo 4
61
Para divulgar as sandálias e chinelos da Grendene que levam seu nome, Gisele Bündchen desfila nessa campanha publicitária numa aquarela marinha e naturalista. Como campanhas anteriores, a empresa apoia mais uma ONG socioambiental, o Projeto Tamar.
www.giselebundchen.com.br
� Valorizar e enfatizar canais participativos de comunicação – internos ou
externos: a estratégia da ativação de canais participativos é adequada, pois
tais canais constituem a garantia de maior participação dos subordinados nos
sistemas de engajamento e concordância na empresa. Dessa forma, pode-se
impedir que grande quantidade de informações que descem para os níveis
inferiores da organização não deixe de ser avaliada e controlada. Podemos
destacar como formas de participação comunicativa as caixas de sugestões,
concursos internos, reuniões de brainstorm, conselhos participativos, etc. É
importante considerar a multiplicidade de recursos de comunicação postos
à disposição dos públicos de uma empresa e que se procure preservar uma
linguagem única.
Brainstorm é uma palavra inglesa que significa “tempestade mental”. É um método de exploração de ideias, um bate-papo direcionado, que pode favorecer ou não o surgimento de ideias novas que ajudem na solução de problemas ou situações.
SAIBA QUE
� Projetar uma identidade (transparente e forte): trata-se de agregar situações
que darão à empresa uma personalidade. Deve-se fixar a identidade de
maneira adequada para se dar transparência e vigor à imagem.
Comunicação Empresarial
Capítulo 4
62
A Coca-Cola exalta a preo-cupação que a marca possui em relação à sustentabilidade e à preservação do meio am-biente como uma plataforma que reúne os princípios, val-ores e áreas de atuação da Coca-Cola Brasil.
www.portaldapropaganda.com
� Crer na comunicação como poder pode significar para a empresa um
investimento dos mais valiosos para se conseguir atingir seus objetivos
e desenvolver suas estratégias empresariais. O importante é ver a
comunicação como investimento e não, despesa.
� Investir na capacitação de seus profissionais é algo muito cobrado
das empresas, buscando um direcionamento para as estratégias de
comunicação. Só assim é possível trabalhar as potencialidades desses
profissionais de forma mais integrada e ordenada. Busca-se o domínio
das técnicas de comunicação, trabalhando uma postura reflexiva a partir
de cursos, pós-graduação, seminários.
� Investimento em informações é uma realidade constante hoje nas
empresas. Você observa que investir maciçamente em sistemas de
comunicação é privilegiar os sistemas de informação que apoiarão
as tomadas de decisões. Essa preocupação se dá tanto com dados de
informação quantitativa, como qualitativa.
� Buscar o foco nas prioridades para se ter um adequado planejamento
estratégico da comunicação empresarial e, para isso, são necessárias
pesquisas que sinalizam as necessidades do mercado e o rastreamento
dos pontos fortes e fracos. Busca-se, com isso, mais objetividade que se
traduzirá na redução de custos e trará resultados mais claros e imediatos.
Comunicação Empresarial
Capítulo 4
63
4.3 Aplicando a teoria na prática (case)
Apresentaremos um exemplo de uma comunicação empresarial eficiente
como salvação de uma multinacional que teve uma de suas linhas de produto
envenenada, matando sete pessoas nos EUA.
Publicitários, especialistas em comunicação e marketing achavam que
era impossível salvar a empresa depois desse fato.
Até então, a empresa era conhecida como uma empresa sólida que de-
fendia seus produtos e fazia a coisa certa.
Você se imaginaria comprando um produto que tinha sido envenenado?
Pois bem, não era algo fácil a ser feito. As empresas, para serem merece-
doras de confiança, precisam demonstrar constantemente, por meio de suas
ações, preocupação, cuidado e compreensão com os seus diversos públicos.
4.3.1 Resolvendo o case
Essa situação esclarece muito bem o quanto é importante e proveitoso apa-
recer sempre em destaque nas pesquisas entre as empresas de melhor reputação.
Vimos que essa empresa, apontada pelos seus esforços em garantir a relação entre
a visão e a comunicação, buscava desenvolver uma estratégia geral, sempre con-
siderando o esforço de comunicação. Sua resposta rápida, atenciosa e eficiente só
reforçou seu conceito, sua reputação de empresa que tem cuidado com as pessoas.
Mas afinal, que medidas foram tomadas? Como ela conseguiu reverter
essa situação?
A preocupação com as pessoas esteve, em primeiro lugar, com a remo-
ção do produto das prateleiras imediatamente. Com a ajuda de médicos, da
mídia e dos consumidores, conseguiu-se salvar a marca. A empresa adotou
uma postura mais humana ao tratar o problema, ao invés de tratar o assunto
com o rigor jurídico e simplesmente financeiro. Talvez muitas empresas nessa
situação preferissem investir em uma nova identidade.
Nesse caso, a empresa sempre destacou, tanto para seus funcionários,
quanto para seus consumidores, um código de ética que orientava as ações da
Comunicação Empresarial
Capítulo 4
64
empresa com foco nas pessoas e todo o sucesso na superação desta situação
veio com o cumprimento das promessas comunicadas ao longo dos anos aos
consumidores, que puderam demonstrar o seu reconhecimento.
Apesar do alto prejuízo, a empresa, depois de alguns anos, reapareceu
bem mais forte.
4.4 Para saber mais
CHINEM, Rivaldo. Comunicação Empresarial: Teoria e o dia-a-dia das Assesso-
rias de Comunicação. São Paulo: Editora Horizonte, 2006.
NEVES, Roberto de Castro. Imagem empresarial: como as organizações (e as
pessoas) podem proteger e tirar partido do seu maior patrimônio. Rio de Ja-
neiro: Mauad, 1998.
A obra mostra como a imagem se inter-relaciona com Competitividade,
Opinião Pública, Comunicações, Marketing, Embalagem, Internet, Relações
Públicas e Público Interno.
SCHULER, Maria. Comunicação Estratégica. São Paulo: Atlas, 2004.
A obra analisa historicamente o processo gradual de enriquecimento da
teoria da comunicação em seus múltiplos aspectos e essa abordagem histórica
culmina com um modelo sistêmico da comunicação. A autora traz a aborda-
gem estratégica ao estudo da comunicação.
4.5 Relembrando
Principais pontos abordados neste capítulo:
� As estratégias de comunicação empresarial;
� As Necessidades estratégicas para a comunicação empresarial.
Comunicação Empresarial
Capítulo 4
65
4.6 Testando os seus conhecimentos
Conforme explicamos anteriormente, uma empresa tem diferentes mo-
tivos para se comunicar. Vamos imaginar que uma empresa da área de ali-
mentos dos EUA decidiu entrar no mercado brasileiro. Para criar o interesse, a
empresa norte-americana precisou desenvolver uma estratégia de comunica-
ção que pudesse criar uma demanda entre os consumidores brasileiros por um
produto que eles não desejam e, muito menos, conhecem.
Que tal! O que você propõe para essa empresa como estratégia de co-
municação?
Acreditamos que a resposta do público-alvo é o que realmente importa.
Nesse sentido, é importante pensar estrategicamente sobre a comunicação.
Antes de distribuir os folders produzidos foi necessário que todos da empresa
concordassem com o texto feito. Sabemos da importância em considerar as
diferenças culturais numa situação como essa. Corrigir erros de comunicação
sai caro. O importante nesse caso é combater soluções de curto prazo, pois
tanto a distribuição de tempo, como o uso de todos os recursos, devem ser
bem dimensionados para se alcançar o objetivo da empresa. É preciso levar
em conta, nesse caso, a reputação ainda inexpressiva no Brasil ao estabelecer
as estratégias de comunicação.
Onde encontrar
ARGENTI, Paul A. Comunicação empresarial: a construção da identidade, ima-
gem e reputação. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Science, 2006.
PORTAL DA PROPAGANDA. Disponível em <http://www.portaldapropaganda.com>.
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação empresarial, comuni-
cação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e
técnicas. São Paulo: Summus Editorial, 1996.
Comunicação Empresarial 67
5.1 Contextualizando
No século XXI a comunicação interna passou a envolver mais do que me-
morandos e elaboração de publicações: passou a ter o potencial de motivar a
mudança organizacional. Planejar e construir processos de comunicação inter-
na tem sido uma busca constante das organizações que zelam por sua imagem
organizacional.
Você poderá observar como as empresas podem fortalecer o relaciona-
mento com seus funcionários utilizando a comunicação interna.
Por que será que o ambiente de negócios hoje necessita de uma comu-
nicação interna mais sólida?
A comunicação deve funcionar em estreita colaboração com profissio-
nais externos para, assim, integrar as mensagens divulgadas para os públicos
interno e externo.
Cada vez mais as empresas buscam conseguir um ambiente de comunicação
empresarial integrada onde todas as funções que se relacionam com os públicos
estejam interligadas. Podemos considerar: consumidores, marketing, recursos hu-
manos, vendas, ombudsman, serviço de atendimento ao consumidor, telemarke-
ting, agência de publicidade, relações com a imprensa, relações públicas.
Ao final deste capítulo esperamos que você:
� Entenda o papel e a importância da comunicação interna para as
empresas;
A COMUNICAÇÃO INTERNA E EXTERNA NAS ORGANIZAÇÕES
CAPÍTULO 5
Comunicação Empresarial
Capítulo 5
68
� Reconheça o quanto a comunicação interna deve estar fundamentada
em crenças e valores palpáveis;
� Identifique os esforços de comunicação dentro da empresa;
� Identifique os canais de comunicação interna e compreenda sua eficácia
diante do público interno;
� Identifique os canais de comunicação externa e compreenda sua
importância para projeção da imagem da empresa diante o ambiente
externo.sai caro. O importante nesse caso é combater soluções de curto
prazo, pois tanto a distribuição de tempo, como o uso de todos os recursos,
devem ser bem dimensionados para se alcançar o objetivo da empresa.
É preciso levar em conta, nesse caso, a reputação ainda inexpressiva no
Brasil ao estabelecer as estratégias de comunicação.
5.2 Conhecendo a teoria
5.2.1 A comunicação interna
A comunicação interna é necessária para ajustar o discurso, criar uma lin-
guagem solidária, sistêmica, harmônica e integrada aos objetivos da empresa
e aos dos integrantes desta.
Não podemos pensar que as ferramentas de comunicação interna (jor-
nais, revistas, boletins) são importantes apenas ao fluxo de comunicação des-
cendente. A publicação interna deve servir a todos os fluxos – descendente,
ascendente e horizontal.
Os funcionários hoje analisam mais criticamente a forma como sua
gerência se comunica, o que é passado para eles, ficam atentos e exigem
principalmente participação nos processos que impulsionam a mudança or-
ganizacional. Por tudo isso, é importante a comunicação ser um processo
de duas vias.
Comunicação Empresarial
Capítulo 5
69
CONCEITOCONCEITO
Podemos entender o papel da comunicação interna como um conjunto de meios, processos, funções, conteúdos e comportamentos que geram oportunidades para que se estabeleça a convergência entre os valores e objetivos da empresa e os de seus colaboradores. A comunicação interna é, simultaneamente, decorrente da cultura da organização e elemento que consolida os valores próprios dessa cultura. Desempenha, portanto, papel preponderante na formação do clima organizacional e na construção da imagem institucional diante do público interno (ABERJE, 2003).
Como se dão os esforços de comunicação dentro da empresa?
É importante a princípio observar a eficácia desses esforços de comuni-
cação interna e, para isso, é necessário começar pela identificação dos pontos
fortes e fracos nas práticas de comunicação existentes nessas empresas.
O que sustenta os processos internos promovidos numa organização é o
respeito da empresa para com os funcionários e vice-versa. Isso não pode ser
diferente em relação à comunicação interna.
É preciso que a comunicação interna esteja fundamentada em crenças e
valores palpáveis, no sentido de dentro para fora e na credibilidade construída.
Em resumo, ao consolidar o sistema de comunicação interna como fonte
confiável de informação, a empresa estará caminhando para a construção de
uma imagem empresarial positiva e uma reputação forte para a empresa. Pas-
sando, assim, a contar com o mais importante dos formadores de opinião que
é o próprio colaborador.
Comunicação Empresarial
Capítulo 5
70
Toda empresa deve ouvir a opinião da comunidade da região onde a empresa está instalada com o objetivo de saber algumas impressões: como se dá o relacionamento com os empregados, a comunicação com o público, os projetos sociais em desenvolvimento, ou seja, seu conceito na comunidade. Tudo isso pode mostrar a evolução da imagem da empresa, como também permitir rever os direcionamentos dos programas e projetos implantados e identificar a necessidade de novos projetos.
SAIBA QUE
Canais de comunicação interna
Desenvolver canais de comunicação interna compreende a elaboração
de jornais e revistas, vídeos, boletins, boletins eletrônicos, intranet, folhetos,
memorandos, comunicados, quadros de avisos e murais, reuniões grupais, rea-
lização de encontros, conversas com funcionários e individuais, programas de
“porta aberta” com a presidência, caixas de sugestões e muitos outros canais.
Observa-se nas empresas um alto nível crítico do público interno, que a todo
tempo confronta os padrões de criação e produção com os das mídias exter-
nas. Por isso, é importante investir na qualidade da comunicação interna para
assegurar sua eficiência e credibilidade.
Uma sólida comunicação interna, impulsionando a lealdade e a produ-
tividade da força de trabalho, continuará a desempenhar um papel central
na manutenção de funcionários e no sucesso geral da empresa (ARGENTIN,
2006, p. 172).
A comunicação externa
Ao buscar melhorar suas relações com os clientes reais ou potenciais e
também projetar uma imagem diante o ambiente externo, as empresas utili-
zam as mais diferentes formas de comunicação.
Mas, qual o tipo de canal que melhor se adapta à empresa? Por quê?
Comunicação Empresarial
Capítulo 5
71
É preciso, sobretudo, analisar as características técnicas dos canais, obser-
vando os custos, operacionalidade, atualização e facilidade de difusão.
Podemos tratar a publicidade como o lado vendedor da empresa, que
se utiliza das mídias de massa: redes de rádio e televisão, os grandes jornais
e as revistas de circulação nacional para se comunicar com os seus milhões de
consumidores e com a sociedade.
É importante observar o comportamento sócio-cultural ditado pela indústria da comunicação: o desenvolvimento tecnológico dos veículos de comunicação tem sido extraordinário. As redes de televisão conseguem atingir milhões e milhões de pessoas em todo o Brasil e, para se ter uma comunicação com grande cobertura e que possa atingir todo o país ou grandes regiões, é necessário que as empresas invistam nesses veículos.
REFLEXÃO
5.3 Aplicando a teoria na prática (case)
Que tal conhecermos o caso do Banco Real ABN Amro que assumiu a
estratégia que apresentaremos na condução dos processos de comunicação,
comprovando que a integração de meios, conteúdos e linguagens no trato da
informação mercadológica, corporativa e interna contribui de forma decisiva
para transformar a maneira de lidar com os funcionários da rede de agências
e áreas de contato direto com o cliente?
O banco já apresentava uma necessidade no processo de sua comunica-
ção, que era aproximar mais a comunicação para os públicos interno e exter-
no. Começou a mudar pela comunicação interna que antes se reportava aos
recursos humanos e passou a se reportar ao marketing.
A qualidade da comunicação do Banco Real ABN Amro, com base nessas
novas atribuições, foi colocada à prova.
Comunicação Empresarial
Capítulo 5
72
O Banco desenvolveu um projeto que encarava o bom relacionamento
com clientes e a sociedade como algo diretamente ligado aos seus negócios,
reforçando o compromisso do banco, a partir de seus valores corporativos e de
sua preocupação constante com a ética e a responsabilidade social.
E, para estreitar laços e intensificar esse relacionamento, que tal valori-
zar um dos principais motivos de orgulho do povo brasileiro?
Pensou-se na oportunidade de valorizar a crença no equilíbrio entre a
responsabilidade empresarial e a atuação comunitária: um projeto com inves-
timentos nas questões socioambientais e o desenvolvimento social sustentável
(ABERJE, 2003).
5.3.1 Resolvendo o case
Analisemos cuidadosamente o caso que descrevemos anteriormente.
Ao buscar caminhar sob o conceito “agregar valor à sociedade”, que
reflete o modelo de relacionamento da organização, com seus diferentes pú-
blicos com os quais interage, o banco decidiu desenvolver um projeto que
simbolizasse a intenção de estreitar laços e intensificar esse relacionamento,
valorizando um dos motivos de orgulho do povo brasileiro: o Cristo Redentor!
E assim, por meio do projeto “Cristo Redentor de Braços Abertos”, juntou-se
a outras instituições para a restauração e melhoria nas condições de visitação
desse cartão-postal reconhecido em todo o mundo.
Essa ação firmou-se também como um momento importante para se co-
locar em prática a nova estratégia de comunicação da empresa, que já contava
com a comunicação interna como área do marketing, na tentativa de integrar
as comunicações mercadológicas, corporativa e interna. Uma boa oportunida-
de de avaliar um problema frequente nas grandes empresas que é lidar com
o “delay”, aquele atraso de sincronia entre a comunicação externa e interna.
O projeto não só garantia a revitalização do ponto turístico, como pro-
porcionou benefícios às pessoas com dificuldade em visitá-lo, por exemplo os
deficientes físicos e idosos, além do cuidado com os aspectos socioambientais.
E, para isso, foi preciso um estudo ambiental e visual que permitiu reduzir
sensivelmente os impactos.
Comunicação Empresarial
Capítulo 5
73
Para a grande entrega do monumento foi articulado, por meio do ma-
rketing com as áreas de publicidade, eventos, merchandising e a comunicação
interna, um plano de ação com atividades que envolviam as diversas frentes.
A comunicação se deu por peças publicitárias em várias emissoras de televisão,
em jornais e em revista de circulação nacional. Foram ainda enviadas malas
diretas com cartões postais do Cristo Redentor, realização de ações de mer-
chandising através de expositores em algumas agências da praça, abrigos de
ônibus e relógios da cidade, e mais o uso de visitas monitoradas ao monumen-
to com gerentes e clientes num período determinado.
Em paralelo a tudo isso e ocupando uma posição privilegiada na divul-
gação do evento, o público interno pode saber bem antes do público externo
tudo o que iria acontecer por intermédio de reprints do anúncio veiculado na
mídia impressa. Kits com resumo das ações de divulgação do evento foram
entregues aos diretores e gerentes. Um bem cuidado material impresso, em
papel reciclado, foi entregue aos 24 mil funcionários, trazendo um paralelo
da história do banco e a história do Cristo redentor. Desse mesmo material,
foi distribuído um guia de bolso do Rio de Janeiro para os funcionários que
viajaram para a cidade.
Toda a mídia interna esteve envolvida, participando ativamente para
manter os funcionários informados do processo com reportagens sobre o
evento veiculadas na revista interna, no boletim eletrônico, nas mensagens
via intranet e demais canais internos.
Então, ficou claro que, quando os objetivos e interesses da comunicação
de uma empresa servem de exemplos por meio de suas ações, ela consegue
estabelecer um bom clima organizacional e resultados para a instituição. Isso
tudo, no sentido de informar com qualidade, fornecendo ferramentas para
melhor atender o cliente, garantindo adesão e mobilização e gerando satisfa-
ção (ABERJE, 2003).
Comunicação Empresarial
Capítulo 5
74
5.4 Para saber mais
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL. http://www.
aberje.com.br
CHINEM, Rivaldo. Comunicação Empresarial: Teoria e o dia-a-dia das Assesso-
rias de Comunicação. São Paulo: Editora Horizonte, 2006.
ENDOMARKETING. www.endomarketing.com.
Este site apresenta aspectos gerais do endomarketing e artigos que tra-
balham a relação direta da comunicação e o endomarketing.
NASSAR, Paulo. Comunicação interna: a força das empresas.Vol.2. São Paulo:
ABERJE, 2005.
O livro explica o porquê e como importantes empresas, marcas de sucesso,
criam estratégias e investem recursos, talento e tempo para construir e manter
um canal de comunicação e de relacionamento com seus públicos internos.
SCHULER, Maria. Comunicação Estratégica. São Paulo: Atlas, 2004.
5.5 Relembrando
Principais pontos abordados neste capítulo:
� O papel da comunicação interna;
� Como a comunicação interna deve estar fundamentada em crenças e
valores palpáveis;
� Os esforços de comunicação dentro da empresa;
� Os canais de comunicação interna.
Comunicação Empresarial
Capítulo 5
75
5.6 Testando os seus conhecimentos
Trataremos aqui do processo de comunicação adotado por um grande
grupo da telefonia móvel, resultado da união de várias operadoras de telefo-
nia celular do Brasil. São mais de 20 milhões de clientes e cerca de 7 mil colabo-
radores, gerando mais de 50 mil empregos diretos e indiretos em todo o Brasil.
Com altos investimentos em tecnologia, a empresa consegue apresentar uma
performance de destaque na transmissão de dados via celular. Tratou-se de
unir marcas vitoriosas, já consolidadas no mercado brasileiro, em torno de
uma nova bandeira, o projeto da marca única.
Nesse contexto e nessa situação, que tipo de ações poderiam ser plane-
jadas para comunicar a nova empresa com sucesso? Como conseguir dos cola-
boradores uma atitude positiva com relação às mudanças?
Só com planejamento detalhado, vontade de integração, técnicas de
endomarketing e muita garra, a empresa conseguiria alcançar o sucesso in-
ternamente da mesma forma que conseguiu junto ao mercado.
Foram meses de planejamento, inúmeras ações e diferentes instrumen-
tos de comunicação foram usados para atingir os resultados esperados.
É importante destacar a preocupação da empresa em manter os colabo-
radores informados sobre a nova empresa, antes da imprensa e da sociedade.
E, para isso, a estratégia de endomarketing foi eficaz e, por meio de uma se-
vera campanha de comunicação interna, veio a atitude positiva dos colabora-
dores com relação às mudanças, uma vez que estavam inseridos, prestigiados
e orgulhosos da sua “nova” empresa. Afinal, era um grande desafio substituir
as marcas antigas na mente e no coração dos funcionários por uma que englo-
baria essa diversidade cultural e geográfica das antigas marcas.
Pense nisso! Sugira ações pontuais de comunicação interna e externa
que possam auxiliar essa nova empresa que está surgindo.
Comunicação Empresarial
Capítulo 5
76
CONCEITOCONCEITO
“Endo” provém do grego e quer dizer “ação interior ou movimento para dentro”. Endomarketing é, portanto, um conjunto de ações de marketing institucional dirigida para o público interno (colaboradores, fornecedores, acionistas, vendedores, clientes).
Onde encontrar
ARGENTI, Paul A.. Comunicação empresarial: a construção da identidade, ima-
gem e reputação. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Science, 2006.
NASSAR, Paulo. O que é comunicação empresarial. São Paulo: Brasiliense, 1995.
______. Comunicação interna: a força das empresas. Vol.1. São Paulo: ABERJE,
2003.
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação empresarial, comuni-
cação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e
técnicas. São Paulo: Summus Editorial, 1996.
Comunicação Empresarial 77
6.1 Contextualizando
Um assunto que vem rodando os ambientes empresariais nos últimos
tempos é a gerência de crise, que tem merecido muita atenção. O cotidia-
no empresarial é feito de crises. Existem várias razões que podem determi-
nar uma crise, desde perda de uma concorrência até o fracasso de vendas de
um produto recém-lançado, a saída de um executivo, mudanças repentinas na
economia. Tudo isso caracteriza bem as crises internas.
É importante diferenciar a crise empresarial interna da crise empresarial
com a opinião pública, esta que ultrapassa os muros da organização e que
afeta interesses de públicos ligados a ela, produzindo muito barulho junto à
opinião pública, até porque as técnicas, os processos e os profissionais envolvi-
dos são bem diferentes, assim como o modo de gerenciá-las.
O que constitui uma crise?
Que tal saber um pouco mais sobre essas diferenças e que tipos de ferra-
mentas são apropriadas para combater ambas as crises?
Ao final deste capítulo esperamos que você:
� Reconheça a diferença entre uma crise empresarial interna e uma crise em-
presarial com a opinião pública;
� Reconheça as diferentes formas de classificação das crises;
� Entenda como a comunicação das empresas deve agir nos momentos de crise.
A COMUNICAÇÃO DA CRISE E A UTILIZAÇÃO ESTRATÉGICA DA COMUNICAÇÃO EFICAZ NAS POSTURAS DO COTIDIANO ORGANIZACIONAL
CAPÍTULO 6
Comunicação Empresarial
Capítulo 6
78
6.2 Conhecendo a teoria
O que podemos observar é que toda empresa, de qualquer natureza,
tamanho, nacionalidade, pode viver uma crise empresarial com a opinião pú-
blica. Isso tanto pode acontecer com uma grande empresa, como com uma
micro-empresa e pode colocar em risco um dos pontos cruciais para o sucesso
empresarial: a credibilidade nos negócios.
Você lembra, no capítulo 4, daquela empresa de medicamentos que
enfrentou uma severa crise em função do envenenamento de uma linha de
produtos? Pois bem, mesmo com uma grande estrutura de comunicação, a
empresa não conseguiu escapar da crise. O ideal é fazer com que a crise não
surja, neutralizando-a. Mas caso surgir, deve-se buscar estratégias que podem
ajudar muito na tarefa de combate à crise.
6.2.1 A crise empresarial
As crises empresariais com a opinião pública podem nascer de fatos con-
cretos, como a queda de um avião, ou de boatos, como o de uma rede de
fast-food com seus hambúrgueres de carne de minhoca, ou até mesmo de
escândalos pavorosos (ABERJE, 2003).
Mas as crises também podem ocorrer por causas naturais, como um furacão
ou terremoto que destrói a principal instalação de uma empresa. Há ainda as cau-
sadas por erro humano, às vezes negligência e até mesmo uma ação criminosa. São
crises que causam problemas muito sérios, tanto de custos, como de reputação.
CONCEITOCONCEITO
Crise vem do grego krisis – que significa decisão, do verbo krinein, decidir.
Definir o que é uma crise nos dias de hoje não é uma tarefa fácil, mas podemos considerar que
é uma catástrofe séria que pode ocorrer naturalmente ou como resultado de um erro humano, intervenção ou até mesmo intenção criminosa. Pode incluir devastação tangível, como a destruição de vidas ou ativos, ou devastação intangível, como a perda da credibilidade da organização ou outros danos de reputação. Estes últimos resultados podem ser consequência da resposta da gerência à devastação tangível ou resultados de erro humano (ARGENTI, 2006, p. 259).
Comunicação Empresarial
Capítulo 6
79
Classificação da crise
As crises podem ser classificadas pelos seguintes públicos afetados:
� Com o público interno – as crises internas trazem condições para se contesta-
rem os valores empresariais e o sistema de comunicação será um dos melhores
instrumentos para atenuar conflitos. Destacamos os conflitos mais comuns:
demissões em massa, assédios, fraudes, acidentes de trabalho, problemas
com a legislação trabalhista.
� Com consumidores, clientes – é importante as empresas investirem em fluxos
de comunicação em duas mãos para que se possa captar as reais necessida-
des e anseios desses consumidores. Os problemas mais comuns: problemas de
relacionamento, fatos previstos no Código de Defesa do Consumidor, proble-
mas relacionados a produtos e serviços.
� Com os investidores – se mostra por meio de resultados abaixo do que se
esperava, fusões, fraudes contábeis, perdas patrimoniais, concordatas, parti-
cipação em escândalos.
� Com a comunidade – é importante o uso de sensibilidade nas estratégias de
comunicação. Os problemas mais comuns seriam relativos ao meio ambiente,
questões ideológicas e religiosas.
� Com o poder político – é importante destacar a necessidade de se manter
um intercâmbio de ideias direto com os representantes políticos para que
se mantenham atentos as necessidades e desejos das empresas. Situações
a destacar: violações legais, produtos ou atividades encerradas.
� Com os concorrentes – o sistema de comunicação deve salvaguardar a ética
dos negócios. São comuns, nos dias de hoje, conflitos operacionais do tipo:
propriedade de marcas que podem trazer prejuízos para as organizações
competidoras.
Só quando uma crise grave acontece é que as empresas entendem o
quanto são vulneráveis.
Comunicação Empresarial
Capítulo 6
80
Avaliação do risco para a empresa
Os gerentes de comunicação precisam seguir com cuidado e alertar os
diretores das empresas para o pior.
Mas, de que forma as empresas podem avaliar se estão mais ou menos
expostas às crises?
Encontramos exemplos de crise em quase todo seguimento empresarial. É im-
portante sempre ver a crise como uma possibilidade e isso pede uma preparação real.
Estabelecida a probabilidade do risco para as crises, as empresas preci-
sam ver o risco no sentido de seus efeitos sobre os grupos mais importantes.
Classificar os diferentes públicos não é tarefa fácil, mas pensar com an-
tecipação sobre o risco dos efeitos sobre os diferentes públicos vai ajudar a
empresa na definição da possível crise, visualizando investimentos em tempo
e dinheiro.
A comunicação na crise
O sistema de comunicação pode ser nos momentos de crise um dos me-
lhores instrumentos para atenuar conflitos. É importante a empresa estabele-
cer uma política de comunicação alicerçada em princípios de verdade.
As empresas precisam estabelecer os objetivos de comunicação tanto para
as possíveis crises, quanto para a crise de fato. É importante estabelecer ações
para cada grupo de interesse e o cumprimento desses objetivos vai depender
do grau de eficiência do canal de comunicação da empresa (ARGENTI, 2006).
Então, qual a forma mais eficiente de se comunicar com os consumido-
res/clientes durante uma crise?
Normalmente, os diferentes públicos anseiam por informações no momen-
to de crise. Na maioria dos casos estão mais sensíveis e esperam uma resposta rápi-
da e coesa. Quando o assunto é crise, a abordagem para a comunicação empresa-
rial deve ser totalmente centralizada. Planejar essa centralização ajudará a evitar
a burocracia, estabelecer canais de contato por toda a empresa e evitar conflitos.
Comunicação Empresarial
Capítulo 6
81
As estratégias de comunicação para uma crise devem trazer definidos os
papéis dos funcionários, com suas devidas responsabilidades e ações; os pon-
tos de contato no ambiente externo; compartilhar todo tipo de informação
sobre o fato com todos os funcionários.
Argenti (2006) indica alguns passos a serem dados no sentido da comu-
nicação durante uma crise. Vejamos agora esses passos:
� assumir o controle da situação. Importante! Todos precisam saber a quem
contatar;
� buscar o máximo de informação possível. Entender a dimensão do problema
é ponto crucial para que os comunicadores comecem a lidar com a crise;
� estruturar uma gerência de crise. Todas as informações sobre a crise devem
partir desse local;
� comunicar-se com rapidez. É necessário passar todas as informações disponí-
veis atualizadas e em intervalos regulares;
� compreender a missão da mídia em uma crise. É comum os jornalistas busca-
rem dar o furo de reportagem;
� lembrar que os negócios devem continuar apesar da crise;
� planejar para evitar outra crise imediatamente. Desta forma, a gerência
garante que a empresa estará mais preparada em caso de uma nova crise.
“Informar tudo, informar rápido!” Essa é a principal regra na comunicação para com todos os grupos em uma crise. Mas é importante ter cuidado e ponderação (ARGENTI, 2006).
SAIBA QUE
Comunicação Empresarial
Capítulo 6
82
6.3 Aplicando a teoria na prática (case)
Que tal voltarmos ao exemplo do capítulo 4? Lembra daquela empresa
na área de medicamento que teve uma linha de seus produtos envenenada,
matando sete pessoas nos EUA?
Poucos dias após o primeiro relato do envenenamento as vendas haviam
caído 90%.
Mas, durante todo o período da crise, a empresa pode se apoiar em seu
Credo, conforme já destacamos no capítulo 4.
A forma rápida e coordenada que a empresa lidou com a crise demons-
trou a preocupação para com o público e isso fortaleceu ainda mais a reputa-
ção da empresa como a “empresa que cuida das pessoas”.
6.3.1 Resolvendo o case
Esse case exemplifica muito bem como aproveitar uma crise.
Nesse caso, a empresa foi vítima das circunstâncias. Espera-se que o pú-
blico veja a diferença do papel da empresa como criminosa ou vítima nesta
situação de crise.
A empresa tomou a decisão de recolher todo o produto, mesmo com um
altíssimo custo, entrou em contato com as famílias das vítimas para oferecer
seu apoio e passou a adotar novas medidas de segurança para suas embala-
gens, além de transmitir uma imagem de preocupação pela segurança de seus
produtos, de interesse pelas pessoas e de solidez em sua gestão.
A empresa mostrou uma reação cuidadosa e personalizada ao fazer uma
série de visitas a hospitais e farmácias por todo o país. Saber destacar quais
públicos são prioridade é algo a se valorizar.
Isto foi reconhecido pelos meios e pelo público, e a empresa continua
tendo o medicamento como um dos líderes de mercado.
Comunicação Empresarial
Capítulo 6
83
6.4 Para saber mais
CHINEM, Rivaldo. Comunicação Empresarial: Teoria e o dia-a-dia das Assesso-
rias de Comunicação. São Paulo: Editora Horizonte, 2006.
NASSAR, Paulo. Comunicação interna: a força das empresas. Vol.2. São Paulo:
ABERJE, 2005.
SCHULER, Maria. Comunicação Estratégica. São Paulo: Atlas, 2004.
6.5 Relembrando
Principais pontos abordados neste capítulo:
� A diferença entre uma crise empresarial interna e uma crise empresarial com
a opinião pública;
� A classificação das crises;
� A ação da comunicação das empresas nos momentos de crise.
6.6 Testando os seus conhecimentos
Você viu que qualquer situação que escape ao controle da empresa e
que vire destaque na opinião pública pode ser considerada uma crise.
No litoral do Nordeste, um shopping foi construído próximo de uma pe-
dreira. Num determinado dia, espalhou-se o boato na cidade de que o Shop-
ping estava ameaçado e que as pessoas que estivessem no local poderiam ser
vítimas de uma grande tragédia, possivelmente uma grande pedra que estava
prestes a desabar.
Rapidamente, as pessoas deixaram de frequentar o Shopping, claro, te-
mendo o pior.
O que você sugere neste caso acima? Que medidas podem ser tomadas
para que essa situação não afete os negócios da empresa?
Comunicação Empresarial
Capítulo 6
84
É importante destacar que, não importa a origem da crise, a questão é
que ela pode afetar os negócios de uma empresa, trazendo perdas, muitas
vezes irreparáveis, além de colocar a reputação da empresa em dúvida.
Onde encontrar
ARGENTI, Paul A. Comunicação empresarial: a construção da identidade, ima-
gem e reputação. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Science, 2006.
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação empresarial, comuni-
cação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e
técnicas. São Paulo: Summus Editorial, 1996.
______. Comunicação interna: a força das empresas. São Paulo: ABERJE, 2003. v. 1.
Comunicação Empresarial 85
7.1 Contextualizando
Hoje, o profissional que trabalha a comunicação na empresa precisa ter
uma visão integral, global e que envolva todas as áreas. Isso mostra que os
públicos-alvo tradicionais da comunicação empresarial agora são mais amplos.
É importante você visualizar o que vem sendo dito no decorrer de nossos
estudos. A ferramenta das empresas da nova era é a comunicação.
No âmbito interno, a comunicação empresarial afina os valores da em-
presa ao alinhar os objetivos de todos os seus integrantes com os objetivos
gerais da empresa. Já no âmbito externo, ela ajuda a edificar a imagem da em-
presa ao divulgar valores como ética, honestidade, competência e seriedade.
E só desta forma será possível promover a confiança de seus funcionários, do
consumidor e da sociedade em seus produtos, serviços e atendimento.
O que podemos constatar é que a boa comunicação empresarial pode aju-
dar as empresas a competir nesse ambiente de negócios em constante mutação.
Diariamente as pessoas são bombardeadas por uma quantidade de informação
muito maior do que poderia assimilar, de modo que passamos a perceber e reter
somente informações que reconhecemos, mesmo que inconscientemente, como
importantes e pertinentes a nós mesmos. Neste cenário, a comunicação de mas-
sa fica ameaçada e entra em cena a Comunicação Dirigida, em que podemos
controlar a mensagem de acordo com o público a que esta se destina.
Ao final deste capítulo esperamos que você:
� Defina comunicação dirigida escrita;
A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL E A COMUNICAÇÃO DIRIGIDA ESCRITA
CAPÍTULO 7
Comunicação Empresarial
Capítulo 7
86
� Identifique as principais ferramentas da comunicação dirigida escrita;
� Liste os benefícios da comunicação dirigida para a manutenção do bom relacionamento da empresa com os seus diversos públicos;
� Identifique as mudanças no ambiente empresarial que levam as empresas a utilizarem as diferentes ferramentas e linguagens da comunicação para cada público.
7.2 Conhecendo a teoria
No decorrer dos anos os veículos de comunicação vem desempenhando
importante papel na transmissão, filtragem e obstrução de mensagens das
empresas. Não se tem dúvida de que as diferentes mídias e a Internet são ca-
nais de grande poder para a expressão e o debate das questões empresariais.
Esses avanços tecnológicos contínuos levam rapidamente ao público, por todo
o planeta, tanto as notícias negativas, quanto positivas da empresa.
Então, de que forma a comunicação de uma empresa deve ser efetiva
para alcançar os seus diversos públicos e se fazer escutar?
Atualmente uma empresa, para se comunicar de maneira efetiva e obter
respostas dentro do que ela espera, deverá utilizar diferentes ferramentas e
linguagens para cada público.
7.2.1 A comunicação dirigida
Os veículos de comunicação dirigida tem por finalidade transmitir ou conduzir informações para estabelecer comunicação limitada, orientada e frequente com um número selecionado de pessoas homogêneas e conhecidas. (CESCA, 1995, p.29)
As técnicas de Comunicação Dirigida são destinadas aos diferentes públi-
cos da empresa. Desta forma, a empresa pode ser efetiva em sua comunicação
e ainda pode mensurar melhor a resposta obtida em cada ação.
Cada público precisa ser contatado com ferramentas específicas para
que a comunicação se torne eficaz e com o custo menor.
Comunicação Empresarial
Capítulo 7
87
É importante destacar que com a Comunicação Dirigida a empresa pode
gerenciar melhor a comunicação, de forma integrada, elaborando uma estra-
tégia global de comunicação, alinhada com as metas e estratégias corporati-
vas. A partir disso, pode trabalhar pequenas estratégias e ações de Comunica-
ção Dirigida destinadas a cada público da empresa.
Ferramentas de comunicação dirigida
Vamos conhecer agora as principais ferramentas de Comunicação Dirigi-
da, conforme destaca Cesca (1995).
Ferramentas de comunicação dirigida escrita
a) Correspondências (carta, ofício, memorando, telegrama, circulares,
requerimento): a importância do formato escrito é transmitir um toque
pessoal, porém corre-se o risco de não ser entendido pelo receptor.
LEMBRETELEMBRETE
Mesmo a correspondência, ao ser redigida e refeita com todo o cuidado, não tem a flexibilidade de uma conversa pessoal. Vale salientar que muitas pessoas não escrevem tão bem quanto falam.
b) Mala direta: pode se apresentar nos seguintes tipos - folhetos, livretos,
circulares, revistas, cartas comerciais, convites, catálogos, prospectos,
questionários, fôlderes. Essa ferramenta proporciona uma comunicação
rápida, eficiente e quase pessoal.
c) Publicações (house-organ, revistas): são publicações da empresa que
podem ser direcionadas ao público interno ou externo e buscam informar
as políticas, diretrizes e as atividades da empresa.
d) Relatório: apresenta, de forma condensada, todas as informações
referentes à empresa, sendo uma espécie de prestação de contas aos
devidos públicos de interesse.
Comunicação Empresarial
Capítulo 7
88
e) Barra do Hollerith (comprovante de remuneração pelo serviço prestado):
uma eficiente ferramenta quando se deseja passar uma informação
comum a todos os funcionários, de forma curta e objetiva, como
complemento a uma informação anterior.
f) Manual de Integração: também pode ser manual dos funcionários,
das normas técnicas, normas internas e assegura a uniformidade nos
procedimentos da empresa. É importante destacar que se trata de uma
ferramenta de comunicação só para o público interno.
g) Quadro de Avisos: usado na transmissão de informações rápidas, de
caráter geral aos funcionários.
h) Jornal Mural: não se deve confundir com quadro de avisos, afinal é
um jornal no mural. Caracteriza-se, principalmente, pela programação
editorial/pauta diária e programação visual (recursos gráficos, fotos e
ilustrações). É considerada uma das formas mais rápidas e eficientes de
comunicação com os empregados.
i) Caixa de sugestões: apresenta-se na forma de uma caixa onde as
sugestões são colocadas mediante o preenchimento de um formulário.
Estimula o público a participar das atividades da empresa.
j) Cartaz: a elaboração precisa ser atraente, verificando cores, imagens e a
mensagem para que atraia, pelo visual, o seu público de interesse.
k) Newsletter (cartas informativas): é visto como um noticioso em forma
de carta que se destina a um público específico.
A comunicação dirigida é também um excelente instrumento para fortalecer a imagem da corporação. Infelizmente, muitos empresários ainda não se deram conta do potencial desse tipo de comunicação.
SAIBA QUE
Comunicação Empresarial
Capítulo 7
89
7.3 Aplicando a teoria na prática (case)
Veremos, agora, de que forma uma empresa pode trabalhar sua Comu-
nicação Dirigida, observando o uso das ferramentas de comunicação de acor-
do com o público a que esta se destina.
Há mais de 40 anos no Brasil, situada em uma pequena cidade na região
sudeste, uma multinacional no segmento papel e celulose detém 23% das ven-
das no mercado interno e participa de 24% das exportações.
Atenta à sua estrutura de negócio e à vida econômica e social da cida-
de onde está localizada, que gira muito em torno da existência da empresa,
ela partiu para implementar alguns projetos e campanhas que contemplam o
público interno e externo por meio de ferramentas da comunicação dirigida.
7.3.1 Resolvendo o case
Ao observar uma das questões que vem mostrando destaque na mídia
- o interesse pela responsabilidade social e ambiental empresarial e sua im-
plicação para a reputação de uma empresa - a multinacional implementou as
seguintes ações:
� campanha da alimentação solidária: buscava diminuir as sobras de alimen-
tos nas refeições, evitando assim, o desperdício. As sobras foram quanti-
ficadas antes de a campanha iniciar e foi acordado que a diferença entre
essa média e o mínimo de sobras conseguido seria revertido na doação de
cestas básicas a instituições assistenciais;
� campanha da saúde: compreendia a realização de palestras com especialis-
tas convidados, elaboração de cartilhas, jornal mural e panfletos, além de
total cobertura no house organ;
� concurso de cartuns: elaborados pelos filhos dos colaboradores que
desenvolveram temas como preservação, saúde, segurança. Além da
premiação, os ganhadores tiveram suas produções expostas em pai-
néis, em vários lugares da empresa, trazendo o nome do autor e do
funcionário;
Comunicação Empresarial
Capítulo 7
90
� projeto de proteção do rio: buscava analisar o rio que corta a cidade e
que abastece as casas e indústrias. Numa grande parceria entre prefei-
tura e outras indústrias foi feito um mapeamento das condições do rio,
constatando-se que as empresas já não poluíam tanto após a adoção de
programas de diminuição de resíduos. A empresa implementou, por meio
de seu Centro de Gestão Ambiental, um plano que visava a proteção dos
mananciais, manejo correto do solo e um amplo programa de melhoria
dos serviços de abastecimento de água e de saneamento da cidade.
7.4 Para saber mais
SCHULER, Maria. Comunicação Estratégica. São Paulo: Atlas, 2004.
CHINEM, Rivaldo. Comunicação Empresarial: Teoria e o dia-a-dia das Assesso-
rias de Comunicação. São Paulo: Editora Horizonte, 2006.
7.5 Relembrando
Principais pontos abordados neste capítulo:
� As mudanças no ambiente empresarial e o uso das diferentes ferramentas
e linguagens da comunicação;
� A comunicação dirigida escrita, sendo uma ferramenta fundamental para
manter o bom relacionamento da empresa com os seus diversos públicos;
� As principais ferramentas de comunicação dirigida escrita.
7.6 Testando os seus conhecimentos
Você notou que toda comunicação dirigida escrita tem uma função den-
tro das empresas? E que utilizar essas ferramentas de comunicação, de forma
coordenada, trará resultados positivos para a empresa?
Comunicação Empresarial
Capítulo 7
91
Que tal um desafio?! Apresentaremos algumas necessidades de comuni-
cação e você deverá sugerir qual a ferramenta de comunicação dirigida escrita
é apropriada para comunicar naquela situação.
Então, vejamos o exemplo abaixo. Dê as suas sugestões a seguir.
Exemplo: Sugestão para o tipo de festa de Natal: caixa de sugestões.
a) Lembrete complementando a informação sobre a campanha de doação
de sangue;
b) Elaboração do balancete;
c) Para ser distribuído no início dos turnos de trabalho.
É importante que você fique atento às peculiaridades de cada empresa e
à adequação para os diferentes públicos.
Onde encontrar
ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza. Para entender relações públicas. 2.
ed. São Paulo: Loyola, 1993.
CESCA, Cleuza G. Gimenes. Comunicação dirigida escrita na empresa: teoria e
prática. São Paulo: Summus, 1995.
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação empresarial, comuni-
cação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e
técnicas. São Paulo: Summus Editorial, 1996.
Comunicação Empresarial 93
8.1 Contextualizando
Cada vez mais percebe-se a importância da comunicação no desempe-
nho das empresas e do domínio das técnicas de comunicação para serem utili-
zadas da melhor forma no ambiente de negócio.
É importante os empresários pensarem nesse aspecto com muito cuidado, con-
siderando o contexto atual de muita competitividade e os avanços tecnológicos que
proporcionam, aos diferentes públicos, mais acesso às informações empresariais.
Neste capítulo continuaremos apresentando mais algumas ferramentas de co-
municação dirigida, desta vez, observando aspectos da comunicação oral e eletrônica.
Ao final do capítulo esperamos que você:
� conheça as ferramentas de comunicação dirigida oral;
� compreenda como a tecnologia pode propiciar várias formas de comunicação;
� conheça algumas ferramentas de comunicação dirigida eletrônica.
8.2 Conhecendo a teoria
As adversidades, no ambiente de negócios, podem ser melhores supera-
das quando as empresas contam com eficientes ferramentas de comunicação
que proporcionam aos consumidores, por exemplo, mais acesso às informações
das empresas, criando, assim, espaços para debater questões ambientais, eco-
nômicas, éticas e legais. Ou, ainda, fazem com que as decisões sejam tomadas
com mais rapidez e estreitam as relações entre os funcionários e superiores.
A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL DIRIGIDA: ORAL E ELETRÔNICA
CAPÍTULO 8
Comunicação Empresarial
Capítulo 8
94
Você poderá, a partir de agora, conhecer outras ferramentas de comu-
nicação dirigida, sob o aspecto da comunicação oral.
Até que ponto a maneira como as pessoas se comunicam durante uma nego-
ciação, por exemplo, vai determinar ou não o sucesso da empresa na negociação?
Observa-se que as atividades de negociação no dia-a-dia das empresas
são bastante comuns, pois estão por toda a parte: quando se compra e vende,
constroem-se parcerias.
Vários fatores utilizados pelos negociadores, que envolvem a comunica-
ção, predispõem para o acordo, como a atitude, a linguagem, os elementos e
ferramentas da comunicação.
As atitudes podem ser refletidas na forma como as pessoas se comu-
nicam em uma negociação. Para compreender como os interlocutores estão
entendendo e se sentindo no processo da negociação é necessário observar
e refletir sobre alguns elementos de comunicação, como os gestos, olhares,
expressões faciais e outras formas de expressão.
Uma negociação pode possibilitar, quando bem feita, que as partes envolvidas potencializem seus recursos e possam tirar o maior proveito destes.
SAIBA QUE
O planejamento para o uso das ferramentas de comunicação é algo
muito importante que deve ser feito observando, principalmente, o público a
quem se destinará a comunicação, os recursos que serão utilizados (data-show,
flip-chart, vídeo, retroprojetor), além, claro, de alguns cuidados que convém
para a linguagem oral, como o vocabulário a ser utilizado.
Comunicação Empresarial
Capítulo 8
95
8.2.1 Ferramentas de comunicação dirigida oral
Destacaremos, a seguir, algumas ferramentas de comunicação dirigida
oral, tão necessárias e presentes no cotidiano das empresas sob as mais diver-
sas situações profissionais:
a) Reunião: a princípio as reuniões diferenciam–se em função do seu
caráter, podendo ser informativas, de discussão ou para gerar ideias
(Brainstorming). É importante destacar a possibilidade da interação entre
as pessoas, evitando ruídos na comunicação. E evitar, principalmente, o
excesso de informações, pois poderá trazer desânimo.
LEMBRETELEMBRETE
Lembre-se de que o mais importante ao final da reunião é que todos os participantes entendam qual decisão foi tomada, de que forma isso afetará suas atividades e como deverão proceder.
b) Discurso: ferramenta de comunicação dirigida oral de grande utilidade
nas empresas. Instrumento utilizado na discussão e encaminhamento de
reivindicações junto ao poder de decisão. É importante não usar chavões
e vocabulário rebuscado.
c) Entrevista: objetiva obter informações, buscar opiniões, fatos e sensações
do entrevistado. Caracteriza-se pela conversação estruturada face a
face. A avaliação da entrevista, para determinar se foram atingidos os
objetivos, parte das respostas, observando se foram relevantes, válidas,
claras e abrangentes.
d) Eventos: tem o objetivo de integrar, difundir e sensibilizar os participantes
para o que se pretende. É eficiente na aproximação entre a empresa e
os seus públicos.
e) Visitas: busca apresentar as atividades da empresa para determinados
públicos por meio do contato pessoal. Essa ferramenta é comumente
chamada de “política de portas abertas”.
Comunicação Empresarial
Capítulo 8
96
8.2.2 Ferramentas de comunicação dirigida eletrônica
Veremos agora que as tecnologias propiciam várias formas de comunica-
ção. Que tal conhecer algumas ferramentas de comunicação dirigida eletrônica?
a) Vídeo Empresarial: apresenta a empresa sob vários ângulos, por meio de
imagens, música e texto, revelando bem o seu perfil. É uma ferramenta
muito dinâmica, porém de alto custo de produção.
b) Correio eletrônico - e-mail/intranet: são ferramentas utilizadas de forma
instantânea na internet. Na intranet as mensagens são destinadas e
autorizadas apenas ao público interno. São ferramentas hoje bastante
difundidas por seu dinamismo e baixo custo.
c) Newsletter digital: destinado aos públicos interno ou externo, este
boletim informativo necessita ter periodicidade regular. Sua veiculação
se dá em ambientes digitais.
A Mailing List (lista de correio) é uma lista de endereços eletrônicos de destinatários aos quais os setores de comunicação encaminham comunicados, notas e newsletter. A mailing deve ser atualizada continuamente pelos profissionais que trabalham com a comunicação da empresa ou por empresas especializadas.
CURIOSIDADE
8.3 Aplicando a teoria na prática (case)
Para conduzir plateias e expor projetos em suas empresas, muitos preferem
contar com o virtuosismo tecnológico e preferem fazer suas apresentações em
multimídia, escrever e-mails e até mesmo utilizar blogs da direção, a ter contato
com os funcionários diretamente. Os analistas apontam que a presença física é
fundamental. Muitos chegam com seus carros na empresa, estacionam, pegam
elevador privativo e não buscam saber como são ou como estão as pessoas na
empresa. E, desta forma, mantêm-se distantes de todos, pilotando a empresa
atrás de suas mesas. É importante não esquecer que nada substitui a oralidade.
Ao ouvir seus funcionários, muitas ideias se revelam ser um grande sucesso.
Comunicação Empresarial
Capítulo 8
97
Partimos agora para apresentar uma situação que ilustra muito bem esse
assunto que tratamos acima.
Numa visita a uma das empresas do grupo, o diretor de marketing da empresa
investigava a média de quantos presentes as lojas do grupo vendiam para o Dia dos
Professores. Nessa loja, a própria lojista detectou que foram vendidos muitos perfu-
mes iguais para alunos de uma mesma classe de uma escola. Vejam! Isso só aconte-
ceu porque não havia sugestões de presentes na loja para o dia do professor.
8.3.1 Resolvendo o case
Vejamos que ações foram tomadas nesse caso para proporcionar mais
acesso às informações empresariais:
A partir da constatação pelo diretor de marketing, foi criado todo um
trabalho mercadológico voltado para as vendas no Dia do Professor e, só as-
sim, virou uma data comemorativa muito rentável para a rede, que buscou
utilizar o seu Mailing List dos clientes para enviar novidades, sugestões e pro-
moções. Além, claro, de estreitar ainda mais o contato com os funcionários por
intermédio de ferramentas de comunicação dirigida.
8.4 Para saber mais
CHINEM, Rivaldo. Comunicação Empresarial: Teoria e o dia-a-dia das Assesso-
rias de Comunicação. São Paulo: Editora Horizonte, 2006.
SCHULER, Maria. Comunicação Estratégica. São Paulo: Atlas, 2004.
8.5 Relembrando
Neste capítulo vimos:
� Diferentes ferramentas de comunicação dirigida oral;
� Como a tecnologia pode propiciar várias formas de comunicação;
� Algumas ferramentas de comunicação dirigida eletrônica.
Comunicação Empresarial
Capítulo 8
98
8.6 Testando os seus conhecimentos
Agora é com você. Entre as ferramentas de comunicação apresentadas
neste capítulo, escolha a mais adequada aos conteúdos e aos objetivos das
mensagens abaixo:
a) Uma secretária quer confirmar o horário de uma reunião com um grande
grupo de funcionários;
b) Uma multinacional quer anunciar um plano de benefícios para
funcionários;
c) Analistas de sistemas localizados em diferentes filiais de uma empresa
precisam discutir as ações para um projeto em andamento.
Fiquem atentos aos novos meios de comunicação porque são esses que
estão ganhando cada vez mais espaço na busca de soluções nas empresas.
Onde encontrar
ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza. Para entender relações públicas. 2.
ed. São Paulo: Loyola, 1993.
CESCA, CLEUZA G. GIMENES. Comunicação dirigida escrita na empresa: teoria
e prática. São Paulo: Summus, 1995.
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação empresarial, comuni-
cação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e
técnicas. São Paulo: Summus Editorial, 1996.
Comunicação Empresarial 99
Referências
Referências
ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza. Para entender relações públicas. 2.
ed. São Paulo: Loyola, 1993.
ARGENTI, Paul A. Comunicação empresarial: a construção da identidade, ima-
gem e reputação. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Science, 2006.
BERLO, David Kenneth. O processo da comunicação: introdução à teoria e à
prática. São Paulo: Editora Fundo de Cultura, 1991.
BORDENAVE. Além dos meios e mensagens. São Paulo: Editora Vozes, 2001.
______. O que é comunicação. São Paulo: Editora Brasiliense, 1982.
CESCA, Cleuza G. Gimenes. Comunicação dirigida escrita na empresa: teoria e
prática. São Paulo: Summus, 1995.
NASSAR, Paulo. O que é comunicação empresarial. São Paulo: Brasiliense, 1995.
______. Tudo é comunicação. São Paulo: Lazuli, 2006.
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação empresarial, comuni-
cação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e
técnicas. São Paulo: Summus Editorial, 1996.
______. Tratado de Comunicação Empresarial e Política. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2004.
TERRA, Thiago. Aos 248 anos, Faber Castell ainda inova. Disponível em:
<http://www.mundodomarketing.com.br/1,8908,aos-248-anos-faber-castell-
ainda-inova.htm>. Acesso em 17 jul. 2009.
Comunicação Empresarial100
Apêndice
Apêndice
Capítulo 1
FIGURA 1
Título: BocasAgência: Fischer América+Fala!Anunciante: ANJProduto: Dia Nacional da Liberdade de ImprensaCriação: Melissa Pottker e Ronaldo TavaresDireção de Criação: Flávio Casarotti, Pedro Cappeletti, Rafael Merel e Marcelo Fedrizzi Diretor de Mídia: Adrian FergusonArt Buyer: Felipe CunhaProdução Gráfica: Edson SantosFotografia: Lucio CunhaTratamento de Imagem e Retoque: Litokromia (Edson Carreiro) Operações: Ana Campos
Fonte: http://www.acontecendoaqui.com.br/index.asp?dep=2&pg=19515
FIGURA 2
Título: CiclistaAgência: JWTCliente: NestléProduto: Classic ZeroDireção de criação: Mario D’Andrea, Roberto Fernandez e Andrea Siqueira Direção de arte: Rodrigo AdamRedação: Fernando MartinsIlustração: Rodrigo Adam Art-Buyer: Renata Sayão e Crislaine BertellaAtendimento: Isabella Cinopoli e Ticiana GomesPlanejamento: Ken Fujioka, Daniel Tomazo e Paulo Macari Mídia: Ezra Geld, David Ralitera, Valdete Flor e Vanessa Pupato Produção gráfica: Fabio Sato e Maira Chinaglia.
Fonte: http://www3.propmark.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=52971&sid=3
Comunicação Empresarial 101
Apêndice
Capítulo 3
FIGURA 3
Agência: Gad’AgencyCliente: MercurProduto: Bolsa térmicaCriação: Gabriel Gomes, Nataniel Vanzetta, Daniela Cadore, Eduardo Coser, Patrícia Coelho e Jonas Leffa Direção de criação: Cláudia MainardiAtendimento: Barbara PufalDireção geral: Valpírio Monteiro
Fonte: http://www.portaldapropaganda.com/
Capítulo 4
FIGURA 4
Título: Real belezaAgência: OgilvyCliente: UnileverProduto: DoveCriação: Fernanda Machado e Eric Sulzer Direção de criação: Adriana Cury, Danilo Lanlacomo e Ana Quarto
Fonte: http://www.mundodomarketing.com.br/1,11286,dove-investe-em-ligacao-emocional-com-as-mulheres.htm
FIGURA 5
Titulo: Muita cor, muita vidaAgência: W/BrasilCliente: IpanemaProduto: SandáliasCriação: Rui Branquinho e Guime DavidsonDireção de criação: Branquinho e Washington Olivetto Produção: Vetor Zero/LoboDireção: Mateus de Paula Santos
Fonte: http://www.mmonline.com.br/noticias.mm?url=Muita_cor_para_Gisele&origem=ultimas
Comunicação Empresarial102
Apêndice
FIGURA 6
Titulo: Viva positivamenteAgência: Ogilvy & Mather (comerciais) e DPZ (mídias impressas) Cliente: Coca-colaProduto: RefrigeranteVice-presidente de criação: Anselmo RamosDireção de criação: Fred Saldanha e Matheus PizaoDireção de arte: Fernando ReisRedação: Marcelo LimaRTVC: Nana Bittencourt, CProducers e Patricia CortesAtendimento: Luis Carlos Franco, Ana Paula Perdigão e Gabriela Malta Produtora: Blue ProdutoraDireção: Pucho Mentasti e Dudu MaroteProdução executiva: Gonzalo Fontana e Alejandro Lanezan Direção de fotografia: Eduardo Martinez Solares (Lalo) Montagem: Carla MuzikanskyPós-produção e finalização: Che Revolution Post
Fonte: http://www.portaldapropaganda.com/comunicacao/2009/04/0030