livro - leon gomes - questões comentadas

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  • 8/17/2019 Livro - Leon Gomes - Questões Comentadas

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    PREFÁCIO DE HUGO GOES

    Eis-me aqui, fazendo o prefácio de uma obra escrita pelo meu filho. Estouficando velho! Recebi o convite com alegria e o aceitei de forma mais impulsiva ainda.

    A presente obra de Leon Goes é digna de aplausos pelo modo direto e objetivocom que comenta as questões de Direito Previdenciário de provas elaboradas peloCespe/UnB, revelando o propósito de orientar os estudantes iniciantes dessa disciplina.O autor usa uma linguagem simples, leve, sem abusar do juridiquês, o que torna a leitura

     prazerosa. Aliás, o autor escreve como convém a um trabalho de manifesto conteúdodidático, afinado com o escopo da publicação a que se destina.

    Por meio da resolução das questões e da leitura dos comentários, os leitores da presente obra podem estudar conceitos, princípios e classificações de cada um dos temasabordados pelo Direito Previdenciário, bem como tomar conhecimento ou memorizar alegislação previdenciária vigente e, ao mesmo tempo, habituar-se ao formato de prova

    aplicada pelo Cespe/UnB.

    Ao cuidar dos temas de Direito Previdenciário, o autor está em seu hábitatnatural. Leon Goes é Técnico do Seguro Social, aprovado no concurso do INSS de 2012.Estudando para esse concurso, ele aprendeu muito sobre o Direito Previdenciário. Masapós conquistar sua aprovação, ele não parou no tempo. Continuou estudando. Hoje,encontra-se preparado para transmitir seu conhecimento para os candidatos que se

     preparam para este certame.

    Deleitemo-nos, portanto, com a leitura deste belo e instigante trabalho, fruto deuma nova e criativa geração de estudiosos do Direito Previdenciário.

    Hugo Goes

    Recife, 07 de outubro de 2015.

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    SUMÁRIO

    MENSAGEM AOS LEITORES................................................................4

    PROVA DE TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL 2008..............................7

    PROVA DE ANALISTA DO SEGURO SOCIAL 2008..........................49

    PROVA DE PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO 2010....................59

    PROVA DE JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO - TRF 1 2015...................64

    PROVA DE AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – MTE 2013...........70

    PROVA DE PROCURADOR FEDERAL - AGU 2013.........................79

    PROVA DE DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL – DPU 2014..................87

    PROVA DE ANALISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. TC DF2014..............................................................................................................94

    PROVA DE AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO. TC DF– 2014......96

    PROVA DE AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO. TCE RO – 2014..99

    REFERÊNCIAS.........................................................................................104

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    MENSAGEM AOS LEITORES

    Olá meus amigos!

    Antes de iniciarmos a parte técnica deste livro, com os comentários das questões,gostaria de compartilhar duas coisas com vocês.

    A primeira delas é que estou muito feliz com todo o apoio que venho recebendo, nasredes sociais e no blog www.leongoes.com.br  para continuar a escrever e socializarmeus conhecimentos com vocês, contribuindo de alguma forma nessa caminhada.Tenho recebido muitas mensagens agradecendo por tudo o que venho publicando,mas, saibam que vocês estão fazendo muito mais bem a mim do que o inverso.Sentir-se útil na vida de alguém é uma satisfação que não tem dinheiro que pague e,ver que o blog, com menos de um mês, chegou aos 90mil acessos, excedeu qualquerexpectativa.

    A segunda coisa que eu gostaria de dizer, na verdade já foi dita em uma outraoportunidade, mas, gostaria de reiterá-la, colocando aqui um texto que publiquei noFacebook no dia 01/07/2015, pois, considero que foi ali que surgiu de forma maisclara o desejo de ajudar os concurseiros, e faz algum sentido para mim começar omeu primeiro livro do ponto em que as coisas deram um “start”:

    “Com a iminência de um novo concurso para o INSS o pessoal tem me perguntado arespeito da preparação para a prova: por qual material eu estudei, quantas horas por dia edurante quanto tempo, se eu fazia resumos ou não, se assistia a vídeo aulas... Enfim,querem saber qual o “segredo” para ser aprovado. Bem, vou compartilhar a minhaexperiência e dizer, após ter refletido um pouco, o que eu acho que foi fundamental paraa aprovação.

    A caminhada é longa. Quando eu comecei a estudar foi um pouco antes da fase em que oconcurso está agora, autorizado e aguardando a contratação da banca examinadora. Nomeu caso, foram oito meses de preparação até a data da prova e, o tempo é relativo, mas,quando se está abrindo mão de coisas que te trazem prazer e alegria para se dedicar aalgo, pode-se considerar que esse intervalo de tempo é grande. Durante esse períodovocê vai acordar todo dia e se agarrar com um livro, computador, notebook... e vai ouvirmais a voz do professor do que a das pessoas que moram com você. A pergunta que eufaço é a seguinte:

    Se você não for aprovado, terá valido a pena toda essa dedicação?

     Na minha opinião, se você acha que não terá valido a pena todo o tempo que estudou senão for aprovado, não deve nem começar a estudar. A reprovação é uma possibilidade e,durante os estudos, por mais preparado mentalmente que você esteja, virão em suacabeça pensamentos do tipo “e se eu não for aprovado?”. Se você estiver estudandoapenas como um meio para passar num concurso e começar a ganhar dinheiro, nos

     primeiros pensamentos negativos você já vai se desestimular e ficar mais próximo daderrota.

    Para mim, o segredo de ter sido aprovado foi ter gostado daquilo que eu estava fazendo,não encarava como “obrigação” e sim como algo que estava me trazendo empolgação.Ao estudar todos aqueles assuntos eu estava abrindo a minha mente para um mundo quemal sabia como funcionava, eu estava com sede de conhecimento, eu queria aprendermais, eu queria dominar aquele assunto. No meu caso, era meu primeiro concurso e eunão tinha experiência nenhuma, claro que aproveitei ótimas dicas, principalmente dematerial de estudos, mas, nem tinha muita esperança de passar, estava apenas “viajando”

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    naquela aventura, curtindo. Na verdade eu só comecei a ter esperanças reais deaprovação quando terminei a prova e saí da sala, foi aí que eu pensei “caralho, eu fui

     bem, tenho chances”, até porque eu tinha optado por uma cidade que só tinha uma vagainicialmente e que superou os 2000 inscritos. Se eu estivesse estudando apenas para

     passar, minha derrota teria sido no momento em que fiquei sabendo da concorrência para o local em que eu coloquei, porque naquela hora eu pensei “não tem chance

    alguma”.

    Então, na minha “aventura” o segredo foi esse, eu gostei das matérias que estavaestudando. Com relação àquelas que eu tinha preconceito, busquei vencê-lo, sempre

     procurando encontrar em quê aquele assunto poderia acrescentar na minha vida. Equando se trata de matérias de Direito, você não vai ter nenhuma dificuldade em acharutilidade prática para o que está aprendendo.

    Agora se você está estudando para o INSS e está odiando Direito Previdenciário, cara,desista do concurso, procure outro, porque vai ser seu dia a dia, você não vai deixar deestudar a matéria depois que fizer a prova, isso vai ser tua vida, tua ferramenta detrabalho. Se você estuda para concursos e odeia qualquer matéria de Direito,

     possivelmente está perdendo tempo, porque para trabalhar no serviço público, na grande

    maioria dos cargos você vai usar conhecimentos de Direito, não tem para onde correr.Se não gostou do assunto, você provavelmente não vai ser feliz com seu trabalho, busque a felicidade em outras carreiras.

    Hoje concurso público é moda aqui no Brasil e visto por muitos como a única forma de“vencer na vida”, mas é possível sim obter felicidade e sucesso fora do serviço público.Imagina se Bill Gates fosse brasileiro e seguisse modinhas, possivelmente ele viraria um

     juiz federal!

    Então, concurso público é sim uma ótima chance de ascender socialmente, todavia, é preciso ter um mínimo de vocação, caso o contrário se tornará uma pessoa infeliz e, piorainda, um profissional frustrado que serve mal ao público e que não acrescenta em nadaao órgão ou entidade em que trabalha. Se você não consegue ter essa “paixão” pelas

    matérias presentes no edital, talvez valha a pena refletir se é isso mesmo que quer para oseu futuro, não pense apenas no salário, pois, o “deslumbramento” passa logo depois dos primeiros meses, num instante você vai arrumar coisas para gastar o dinheiro inteiro,mas a rotina do trabalho fica.

    Mas vou fazer uma ressalva, uma coisa é não gostar do assunto, outra coisa é nãoentender e outra coisa mais diferente ainda é ter preconceito com a matéria. Não tenha

     preconceito com nenhuma matéria do edital , pois a maioria tem preconceito e, emconcurso, quem passa é a minoria, não a maioria, esse vai ser seu diferencial. Se vocênão está entendendo o assunto, em vez de ser comodista e dizer “não gostei da matéria”,

     busque outras fontes, assista vídeo aulas, entre em fóruns de discussão, provavelmentevai te ajudar bastante. Agora se você já teve contato com a matéria, entendeu e mesmoassim não gostou, aí sim pode ser aplicado o que foi dito nos parágrafos anteriores.

    Então é isso! Não encare o período de preparação como um fardo, veja o quão é bomestudar e o quanto isso te enriquece como pessoa, pois, com esse pensamento, de todo

     jeito você sairá ganhando, com ou sem aprovação, fora que se não for nesse será emoutro, só seguir caminhando. A classificação nos concursos será apenas conseqüênciainevitável de algo muito maior que você estará fazendo!”

    Além do que eu disse antes de fazer a citação do texto, também achei interessantecolocá-lo na introdução, pois ele traz em sua ideia central a tentativa de tirar dacabeça das pessoas o pensamento de que a preparação para concursos públicos temque ser necessariamente chata e desagradável, sendo um momento que você quer

     passar o mais rápido possível para, aí sim, poder “curtir a vida”.

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    Bem, tentar desmistificar essa ideia, é justamente a filosofia do modo de escrita destelivro, busquei ao máximo trazer um vocabulário simples e tornar a leitura agradável(como vocês terão a oportunidade de perceber, só não ficou melhor porque sou

     péssimo com piadas). Assim, você que estará lendo as palavras que foram escritas, poderá perceber que estudar, além de ser extremamente importante para o seu

    enriquecimento pessoal, não precisa ser complicado e pode até ser divertido.

    Então, prometo que agora vou deixar de enrolar e vamos começar a colocar a mão namassa! Ou melhor, no Vade Mecum, ou no site do planalto, ou sei lá por onde você vêas leis...

    A verdadeira excitação do que você está fazendo é o ato de fazê-lo. Não é o que vocêvai conseguir no final - não é a cortina final - é realmente o fazer e amar o que estáfazendo.

     Ralph Lauren

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    PROVA DE TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL 2008.

    1. Cespe/UNB. Técnico do Seguro Social 2008.

    O Conselho Nacional da Previdência Social é um dos órgãos de deliberação coletivada estrutura do Ministério da Previdência Social, cuja composição, obrigatoriamente,deve incluir pessoas indicadas pelo governo, pelos empregadores, pelos trabalhadorese pelos aposentados.

    Comentário:

    Lei 8.213/91 art. 3º:

    “Art. 3º Fica instituído o Conselho Nacional de Previdência Social–CNPS, órgãosuperior de deliberação colegiada, que terá como membros:

    I - seis representantes do Governo Federal;II - nove representantes da sociedade civil, sendo:a) três representantes dos aposentados e pensionistas;

     b) três representantes dos trabalhadores em atividadec) três representantes dos empregadores.”

    Gabarito: Certo.

    2. Cespe/UNB. Técnico do Seguro Social 2008.

    Um dos objetivos da seguridade social é a universalidade da cobertura e do

    atendimento, meta cumprida em relação à assistência social e à saúde, mas não à previdência.

    Comentário:

    A Universalidade da Cobertura e do Atendimento é um princípio da SeguridadeSocial. A Seguridade Social engloba a Saúde (direito de todos e dever do Estado),Assistência Social (devida a quem dela necessitar) e Previdência Social (carátercontributivo e filiação compulsória). Esse princípio é uma norma programática, ouseja, é uma diretriz, não é algo que foi integralmente alcançado, logo, não se podedizer que é uma “meta cumprida”. Mas, vamos imaginar que em vez de “meta

    cumprida” a questão falasse “meta a ser alcançada”, ainda assim haveria erro pois aquestão exclui a Previdência Social.

    Constituição Federal de 1988:

    “Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativados Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde,à previdência e à assistência social.Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridadesocial, com base nos seguintes objetivos:I - universalidade da cobertura e do atendimento;II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e

    rurais;III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

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    V - eqüidade na forma de participação no custeio;VI - diversidade da base de financiamento;VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestãoquadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados edo Governo nos órgãos colegiados.”

    Gabarito: Errado

    3. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    A seguridade social, em respeito ao princípio da solidariedade, permite a incidênciade contribuição previdenciária sobre os valores pagos a título de aposentadoria e

     pensão concedidas pelo regime geral de previdência social.

    Comentário:

    Questão simples. O princípio da solidariedade justifica, por exemplo, a existência de

    alíquotas diferenciadas de pagamento conforme o poder econômico do segurado, ouentão o fato de alguém que nunca contribuiu para o sistema ter direito a um benefícioassistencial. Todavia, conforme mandamento constitucional, não haverá incidência decontribuição previdenciária sobre os valores pagos a título de aposentadoria e pensãoconcedidas pelo RGPS, art. 195, II:

    “Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de formadireta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dosorçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e dasseguintes contribuições sociais:

    II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo

    contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;”

    Gabarito: Errado.

    4. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    Em que pesem os inúmeros avanços alcançados após a promulgação da ConstituiçãoFederal de 1988, especialmente com a estruturação do modelo de seguridade social, oBrasil mantém, ainda, resquícios de desigualdade, que podem ser observados, porexemplo, pela existência de benefícios distintos para os trabalhadores urbanos em

    detrimento dos rurais.Comentário:

    É verdade que o Brasil ainda mantém resquícios de desigualdade, mas, com relaçãoaos serviços e benefícios da Previdência Social, não pode haver distinção na prestaçãodeles às populações urbanas e rurais, caso contrário, estaria sendo violado o princípioda uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços entre as populações urbanase rurais.

    Constituição Federal de 1988, artigo 194, parágrafo único, II:

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    “Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de açõesde iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar osdireitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

    Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar aseguridade social, com base nos seguintes objetivos:

    II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populaçõesurbanas e rurais;”

    Gabarito: Errado.

    5. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    A seguridade social brasileira, apesar de ser fortemente influenciada pelo modelo doEstado do bem-estar social, não abrange todas as políticas sociais do Estado brasileiro.

    Comentário:

    Políticas sociais são ações governamentais voltadas à garantia de direitos e condiçõesdignas de vida aos cidadãos. São espécies de políticas sociais: Educação, Saúde,Trabalho, Assistência Social, Previdência Social, Justiça, Agricultura, Saneamento,Habitação Popular e Meio Ambiente.

    Sabe-se que a Seguridade Social engloba a Saúde, Assistência Social e PrevidênciaSocial. As demais políticas pertencem à Ordem Social. Portanto, é verdade, a seguridadesocial brasileira não abrange todas as políticas sociais.

    Gabarito: Certo.

    6. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    A instituição de alíquotas ou bases de cálculos diferentes, em razão da atividadeeconômica ou do porte da empresa, entre outras situações, apesar de, aparentemente,infringir o princípio tributário da isonomia, de fato atende ao comando constitucionalda eqüidade na forma de participação no custeio da seguridade social.

    Comentário:

    A verdadeira igualdade não é tratar todos de forma igual, pois, as pessoas são diferentes,

    têm habilidades diferentes, interesses diferentes, poderes econômicos diferentes... Porisso, equidade é tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, namedida de suas desigualdades. Nas palavras do professor Hugo Goes (Manual de DireitoPrevidenciário, 10ª edição. Editora Ferreira. Pág. 31) o princípio da equidade na formade participação no custeio:

    “...é um desdobramento do princípio da igualdade (CF/88, art. 5º) queconsiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, namedida de suas desigualdades. Tratar com igualdade os desiguais seriaaprofundar as desigualdades; não é esse o objetivo da Seguridade Social.

      Em relação ao custeio da Seguridade Social, significa dizer que quem

    tem maior capacidade econômica irá contribuir com mais; quem tem menorcapacidade contribuirá com menos.”

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    Gabarito: Certo.

    7. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    A grande preocupação com os hipossuficientes tem sido característica marcante da

    seguridade social brasileira, como pode ser demonstrado pela recente alteração, notexto constitucional, de garantias para inclusão dos trabalhadores de baixa renda, bemcomo daqueles que se dediquem, exclusivamente, ao trabalho doméstico, sendo-lhesoferecido tempo de contribuição, alíquotas e prazos de carência inferiores.

    Comentário:

    Sem dúvida a seguridade social está preocupada com os hipossuficientes. Tal preocupação pode ser evidenciada em várias políticas, tal como a concessão do BPCLOAS, que é devido aos maiores de 65 anos e às pessoas com deficiência que, parater acesso a tal benefício não precisam ter contribuído para a seguridade social,

     bastando que comprovem não possuir meios para prover a própria manutenção e nemde tê-la provida por sua família. A “recente” alteração a que a assertiva se referia foi ada inclusão dos §§12 e 13 ao art. 201 CF:

    “§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender atrabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamenteao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de

     baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo.

    § 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo teráalíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de

     previdência social.”

    Mas, cuidado com a questão, pois o seu erro é quase imperceptível. A Lei não assegurao direito a tempo de contribuição inferior, apenas alíquotas e carência.

    Gabarito: Errado.

    8. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    As gerências executivas são órgãos descentralizados da estrutura administrativa doINSS; entretanto a escolha e a nomeação dos gerentes executivos são feitasdiretamente pelo ministro da Previdência Social sem necessidade de observação a

    critérios especiais de seleção.

    Comentário:

    A norma que trata da estrutura do INSS é o Decreto 7.556/2011. Conforme referidotexto normativo, as gerências executivas são órgãos descentralizados da estruturaadministrativa do INSS (anexo I, art. 2º, IV, b), essa parte da assertiva está correta.Todavia, os gerentes executivos são escolhidos a partir de processo de seleção interna,logo, a afirmação de que não há critérios especiais de seleção é incorreta.

    Decreto 7.556/2011, anexo I, art. 4º, §1º:

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    Art. 4o  As nomeações para os cargos em comissão e as designações para as funçõescomissionadas e funções gratificadas integrantes da estrutura regimental do INSS serãoefetuadas em conformidade com a legislação vigente.

    § 1o  Os Gerentes-Executivos serão escolhidos dentre os servidores ocupantes de cargosefetivos, pertencentes ao quadro de pessoal do INSS, a partir de processo de seleção interna

    que observará o mérito profissional e as competências requeridas para o exercício dagerência, mediante adesão espontânea dos servidores, observadas a forma, as condições eos requisitos definidos em portaria ministerial.

    Além disso, cabe ressaltar que a nomeação dos gerentes executivos não é mais feitadiretamente pelo ministro da Previdência Social , pois, a MP 696/2015 alterou o art. 25da Lei 10.683/2003 (dispõe sobre a organização da Presidência da República e dosMinistérios, e dá outras providências), unificando o Ministério do Trabalho e Empregoe o Ministério da Previdência Social, veja a atual redação vigente:

    Art. 25. Os Ministérios são os seguintes:

    XXI - do Trabalho e Previdência Social;

    Assim sendo, o cargo de ministro da Previdência Social agora é denominado Ministrodo Trabalho e Previdência Social.

    Gabarito: Errado.

    9. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    A fusão da Secretaria da Receita Federal com a Secretaria da Receita Previdenciária

    centralizou em apenas um órgão a arrecadação da maioria dos tributos federais.Contudo, a fiscalização e a arrecadação das contribuições sociais destinadas aoschamados terceiros - SESC, SENAC, SESI, SENAI e outros - permanecem a cargo doINSS.

    Comentário:

    A competência para arrecadar e fiscalizar as contribuições devidas a terceirostambém é da Secretaria da Receita Federal. Lei 11.457/2007, art. 3º:

    Art. 3º As atribuições de que trata o art. 2o desta Lei se estendem às contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, na forma da legislação em vigor, aplicando-se em relação a essas contribuições, no que couber, as disposições desta Lei.

    Até a vigência da Lei 11.457/2007 cabia ao INSS arrecadar, fiscalizar e cobrar ascontribuições previdenciárias, mas, essas atribuições passaram para a Secretaria daReceita Federal. Hoje, o INSS tem como principal finalidade a concessão de benefícios

     previdenciários. Conforme o art. 5º da referida norma também cabe ao INSS:

    “Art. 5o Além das demais competências estabelecidas na legislação que lhe é aplicável, ca- be ao INSS:I - emitir certidão relativa a tempo de contribuição;II - gerir o Fundo do Regime Geral de Previdência Social;III calcular o montante das contribuições referidas no art. 2o desta Lei e emitir o correspondente documento de arrecadação, com vistas no atendimento conclusivo para concessão ou revisão de benefício requerido.”

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    Gabarito: Errado.

    10. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    O Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal atualmente vinculada ao

    Ministério da Previdência Social, surgiu, em 1990, como resultado da fusão do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) e o Instituto deAdministração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS).

    Comentário:

    O INSS foi criado pela Lei 8.029/1990 mediante fusão entre o IAPAS e o INPS(Instituto Nacional de Previdência Social) e não INAMPS. Conforme art. 17 da citadaLei:

    “Art. 17. É o Poder Executivo autorizado a instituir o Instituto Nacional do Seguro Social -

    INSS, como autarquia federal, mediante fusão do Instituto de Administração da Previdênciae Assistência Social - IAPAS, com o Instituto Nacional de Previdência Social - INPS,observado o disposto nos §§ 2° e 4° do art. 2° desta lei.

      Parágrafo único. O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS terá até setesuperintendências regionais, com localização definida em decreto, de acordo com a atualdivisão do território nacional em macrorregiões econômicas, adotada pela FundaçãoInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, para fins estatísticos, as quais serãodirigidas por Superintendentes nomeados pelo Presidente da República.”

    Além disso, cabe ressaltar que o INSS agora é vinculado ao Ministério do Trabalho ePrevidência Social, pois, a MP 696/2015 alterou o art. 25 da Lei 10.683/2003 (Dispõesobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras

     providências), unificando o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério daPrevidência Social, veja a atual redação vigente:

    Art. 25. Os Ministérios são os seguintes:

    XXI - do Trabalho e Previdência Social;

    Gabarito: Errado.

    11. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    Otávio, contador, é aposentado por regime próprio de previdência social e começou a prestar serviços de contabilidade em sua residência. Dada a qualidade de seus serviços,logo foi contratado para dar expediente em uma grande empresa da cidade. Nessasituação, Otávio não é segurado do regime geral, tanto por ter pertencido a um regime

     próprio, quanto por ser aposentado.

    Comentário:

    Otávio exerce uma atividade remunerada abrangida pelo RGPS, logo, filia-secompulsoriamente a tal regime, mesmo que seja aposentado por outro regime

     previdenciário. Sobre o tema a Lei 8.212/91 nos diz o seguinte:

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    “Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:

    § 4º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social-RGPS que estiver exercendo ouque voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relaçãoa essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata esta Lei, para fins de custeio daSeguridade Social.

    Art. 13. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos Estados, doDistrito Federal ou dos Municípios, bem como o das respectivas autarquias e fundações, sãoexcluídos do Regime Geral de Previdência Social consubstanciado nesta Lei, desde queamparados por regime próprio de previdência social.

    § 1o  Caso o servidor ou o militar venham a exercer, concomitantemente, uma ou maisatividades abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-ão seguradosobrigatórios em relação a essas atividades.”

    O raciocínio é simples: se quando o servidor público está na ativa, e exerce

    concomitantemente atividade abrangida pelo RGPS, ele se torna segurado obrigatórioem relação a essa atividade, quando se aposenta também deverá continuar filiado. O art.12, §4º nos mostra que o aposentado pode continuar a exercer atividade remunerada,sendo filiado obrigatório em relação a essa atividade e devendo contribuir para osistema.

    Gabarito: Errado.

    12. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    Miguel, civil, brasileiro nato que mora há muito tempo na Suíça, foi contratado em

    Genebra para trabalhar na Organização Mundial de Saúde. Seu objetivo é trabalharnessa entidade por alguns anos e retornar ao Brasil, razão pela qual optou por não sefiliar ao regime próprio daquela organização. Nessa situação, Miguel é seguradoobrigatório da previdência social brasileira na qualidade de contribuinte individual.

    Comentário:

    Miguel é um brasileiro que trabalha no exterior para um organismo oficial internacionaldo qual o Brasil é membro efetivo, repare que ele optou por não se filiar ao regime

     próprio da organização. Portanto, Miguel se enquadra na hipótese prevista no Art. 11,V, e da Lei 8.213/91, assim sendo, filia-se ao RGPS na condição de contribuinte

    individual.

    Cuidado para não confundir com o brasileiro civil que trabalha para a União, noexterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil sejamembro efetivo. Esse trabalhador também se filia ao RGPS, porém, como empregado.

    O bizú é o seguinte: quando ler “brasileiro civil que trabalha PARA” aí você pára de lere reflete. Se trabalhar para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ouinternacionais do qual o Brasil seja membro efetivo, é empregado; se trabalhar noexterior para um organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo,então é contribuinte individual. Repare que em nenhuma das duas hipóteses o segurado

     pode se filiar a dois regimes em relação à mesma atividade de forma concomitante, ouse filia ao Regime Geral de Previdência Social ou ao regime próprio de previdência.

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    Gabarito: Certo.

    13. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    Claudionor tem uma pequena lavoura de feijão em seu sítio e exerce sua atividade rural

    apenas com o auxílio da família. Dos seus filhos, somente Aparecida trabalha fora dosítio. Embora ajude diariamente na manutenção da plantação, Aparecida também exerceatividade remunerada no grupo escolar próximo à propriedade da família. Nessasituação, Claudionor e toda a sua família são segurados especiais da previdência social.

    Comentário:

     Não se pode dizer que Claudionor e toda a sua família são segurados especiais, já queAparecida possui outra fonte de rendimento. A Lei 8.212/91 nos diz o seguinte sobre oassunto:

    “Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:

    § 10. Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra fonte derendimento, exceto se decorrente de:

    I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor nãosupere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social;

    II – benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementarinstituído nos termos do inciso IV do § 9o deste artigo;

    III - exercício de atividade remunerada em período não superior a 120 (cento e vinte) dias,corridos ou intercalados, no ano civil, observado o disposto no § 13 deste artigo;

    IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria detrabalhadores rurais;

    V – exercício de mandato de vereador do município onde desenvolve a atividade rural, ou dedirigente de cooperativa rural constituída exclusivamente por segurados especiais,observado o disposto no § 13 deste artigo;

    VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições estabelecidas no inciso I do §9o deste artigo;

    VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupofamiliar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda mensalobtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da PrevidênciaSocial; e

    VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social.”

    Gabarito: Errado.

    14. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    ANULADA

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    15. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    Beatriz trabalha, em Brasília, na sucursal da Organização das Nações Unidas e não temvinculação com regime de previdência estrangeiro. Nessa situação, Beatriz é segurada da

     previdência social brasileira na condição de contribuinte individual.

    Comentário:

    A Organização das Nações Unidas é um exemplo de organização internacional.Portanto, Beatriz trabalha para um organismo oficial internacional e não tem vinculaçãocom regime próprio de previdência, assim sendo, filia-se ao RGPS como empregada.Veja o que diz a Lei 8.212/91:

    Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:I - como empregado:

    i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento noBrasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;

    Gabarito: Errado.

    16. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    Para a previdência social, uma pessoa que administra a construção de uma casa,contratando pedreiros e auxiliares para edificação da obra, é considerada contribuinteindividual.

    Comentário:

    Conforme o Decreto 3.048/99 é segurado do RGPS como contribuinte individual:

    “Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas:

    V - como contribuinte individual:

      j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou maisempresas, sem relação de emprego;l) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana,com fins lucrativos ou não;

    § 15. Enquadram-se nas situações previstas nas alíneas "j" e "l" do inciso V do caput, entreoutros

    IX - a pessoa física que edifica obra de construção civil;”

    Todavia, para que a pessoa seja enquadrada na previsão constante nas alíneas “j” e “l”,V combinadas com o §15, IX é preciso que a atividade exercida tenha fins lucrativos.Assim sendo, a pessoa que constrói a própria casa não pode ser considerada seguradaobrigatória do Regime Geral de Previdência Social em relação a essa atividade. Sobre otema, a IN 77 de 2015 acertadamente diz que:

    “Art. 20. É segurado na categoria de contribuinte individual, conforme o inciso V do caputdo art. 9º do RPS:

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    XXX - a pessoa física que habitualmente edifica obra de construção civil com finslucrativos;”

    Diante do exposto, conclui-se que a questão não traz informações suficientes pararealizar a caracterização dessa pessoa como segurada obrigatória do RGPS na qualidade

    de contribuinte individual, por isso, deveria ter sido anulada. Em que pese a opiniãodefendida, a banca examinadora não reviu seu posicionamento e considerou a questãocorreta.

    Gabarito: Certo.

    17. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    Um síndico de condomínio que resida no condomínio que administra e recebaremuneração por essa atividade é segurado da previdência social na qualidade deempregado.

    Comentário:

    Quando o síndico de condomínio recebe remuneração para exercer tal função, éconsiderado segurado do Regime Geral de Previdência Social, como contribuinteindividual e não como empregado. Sobre o tema, a Lei 8.212/91 nos diz que:

    Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:

    V - como contribuinte individual:

    f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro deconselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, osócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho emempresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa,associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ouadministrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebamremuneração;

    Ressalte-se que, quando não recebe remuneração direta, porém, é isento de pagar a taxade condomínio, o síndico também se filia obrigatoriamente ao RGPS como contribuinteindividual, pois, essa isenção corresponde a uma contraprestação indireta aos serviçosefetuados. Todavia, quando não recebe remuneração e ainda paga a taxa do condomínio,

    aí sim o síndico não se filia obrigatoriamente ao RGPS, podendo contribuirfacultativamente para o regime se assim desejar.

    Gabarito: Errado.

    18. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    Um cidadão belga que seja domiciliado e contratado no Brasil por empresa nacional para trabalhar como engenheiro na construção de uma rodovia em Moçambique ésegurado da previdência social brasileira na qualidade de empregado.

    Comentário:

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    O citado cidadão se enquadra na previsão do art. 12, I, c da Lei 8.212/91:

    Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:

    I - como empregado:

    c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar comoempregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior;

    Gabarito: Certo.

    19. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    Um adolescente de 14 anos de idade, menor aprendiz, contratado de acordo com a Leinº 10.097/2000, apesar de ter menos de 16 anos de idade, que é o piso para inscriçãona previdência social, é segurado empregado do regime geral.

    Comentário:

    Essa é uma verdade daquelas verdadeiras. Quer ver? Vamos à análise da legislação pertinente ao tema:

    Constituição Federal de 1988:

    Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem àmelhoria de sua condição social:

    XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e dequalquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partirde quatorze anos;

    Então, já sabemos que o piso para a inscrição na previdência é a idade de dezesseisanos, porque a constituição proíbe o trabalho de pessoas que são menores que isso.Mas, também observamos que existe uma hipótese em que o menor de dezesseis anos

     pode exercer atividade remunerada, e é justamente a narrada na questão. Resta saber seele filia-se ao RGPS como empregado ou não. Sobre o tema, a IN 77 de 2015 esclarecequaisquer dúvidas restantes:

    Art. 8º É segurado na categoria de empregado, conforme o inciso I do art. 9º doRegulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de

    1999:II - o aprendiz, com idade de quatorze a 24 (vinte e quatro) anos, sujeito à formação profissional metódica do ofício em que exerça o seu trabalho, observando que acontratação poderá ser efetivada pela empresa onde se realizará a aprendizagem ou pelasentidades sem fins lucrativos, que têm por objetivo a assistência ao adolescente e aeducação profissional, atendidos os requisitos da Lei nº 10.097, de 19 de dezembro de2000 e da Lei nº 11.180, de 23 de setembro de 2005;

    Gabarito: Correto.

    20. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

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    Um tabelião que seja titular do cartório de registro de imóveis em determinadomunicípio é vinculado ao respectivo regime de previdência estadual, pois a atividadeque exerce é controlada pelo Poder Judiciário.

    Comentário:

    Os notários ou tabeliães e oficiais de registro ou registradores, são profissionais dodireito, dotados de fé publica, a quem é delegado o exercício da atividade notarial ede registro (Lei 8.935/94, art. 3º). Em outras palavras, são as pessoas que administramos cartórios e ganham muito dinheiro com isso. Desde o início da vigência da citadalei (21/11/1994) você só pode virar “dono de cartório” se fizer um concurso público.O tabelião, a partir da data mencionada, é filiado ao Regime Geral de Previdênciasocial na categoria de contribuinte individual. O Decreto 3.048/99 nos diz que:

     Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas:

     § 15. Enquadram-se nas situações previstas nas alíneas "j" e "l" do inciso V do caput,entre outros:

    VII - o notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, titular de cartório, quedetêm a delegação do exercício da atividade notarial e de registro, não remunerados

     pelos cofres públicos, admitidos a partir de 21 de novembro de 1994;

    Gabarito: Errado.

    21. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    De acordo com recentes alterações constitucionais, as contribuições sociais que

    financiam a seguridade social somente poderão ser exigidas depois de decorridosnoventa dias da publicação da lei que as houver instituído ou modificado. Essasalterações também acrescentaram, no que concerne a esse assunto, a exigência daanterioridade do exercício financeiro.

    Comentário:

    A questão está fazendo menção ao princípio da anterioridade nonagesimal, previstono art. 195 da Constituição Federal de 1988, §6º:

    “§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após

    decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído oumodificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".”

    Repare que a norma diz que não se aplica às contribuições sociais o disposto no art.150, III, b, então vamos ver o que ele diz:

    Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado àUnião, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

    III - cobrar tributos:

     b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou

    aumentou;

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    Esse texto é o princípio da anterioridade anual, como vimos no §6º do art. 195, elenão se aplica às contribuições sociais.

    Gabarito: Errado.

    22. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social - INSS.

    Pelo fato de serem concedidos independentemente de contribuição, os benefícios eserviços prestados na área de assistência social prescindem da respectiva fonte decusteio prévio.

    Comentário:

    Prescindir quer dizer “não levar em conta”, “abstrair”. A questão está dizendo que os benefícios e serviços prestados na área da assistência social não precisam darespectiva fonte de custeio. Como você já está fera no assunto “Princípios da

    Seguridade Social”, com certeza sabe que está sendo dita uma grande inverdade.Sobre o tema, a Constituição Federal, art. 195, §5º diz:

    § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ouestendido sem a correspondente fonte de custeio total.

    Gabarito: Errado.

    23. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Ronaldo, afastado de suas atividades laborais, tem recebido auxílio doença. Nessa

    situação, a condição de segurado de Ronaldo será mantida sem limite de prazo,enquanto estiver no gozo do benefício, independentemente de contribuição para a

     previdência social.

    Comentário:

    Sobre o período de graça a Lei 8.213/91 diz que:

    Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:

    I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;

    Gabarito: Certo.

    24. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Célia, professora de uma universidade, eventualmente, presta serviços de consultoriana área de educação. Por isso, Célia é segurada empregada pela atividade dedocência e contribuinte individual quando presta consultoria. Nessa situação, Céliatem uma filiação para cada atividade.

    Comentário:

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    Em relação à atividade de professora, Célia se enquadra no art. 11, I, a da Lei8.213/91:

    Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:

    I - como empregado:

    a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual,sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;

    Quanto aos serviços de consultoria prestados, ela se enquadra no art. 11, V, g:

    g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou maisempresas, sem relação de emprego;

    Sobre a afirmação de que Célia tem uma filiação para cada uma das atividadesexercidas, o §2º do art. 11 da Lei 8.213/91 nos esclarece quaisquer dúvidas:

    § 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remuneradasujeita ao Regime Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a cadauma delas.

    Gabarito: Certo.

    25. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Fernanda foi casada com Lucas, ambos segurados da previdência social. Há muitotempo separados, resolveram formalizar o divórcio e, pelo fato de ambostrabalharem, não foi necessária a prestação de alimentos entre eles. Nessa situação,

    Fernanda e Lucas, após o divórcio, deixarão de ser dependentes um do outro junto à previdência social.

    Comentário:

    A questão é mais polêmica do que pode parecer num primeiro momento. Repare queela afirma que Fernanda e Lucas já estavam há muito tempo separados. A separaçãode fato, quando não é garantida a pensão alimentícia, também é causa de perda daqualidade de dependente para o cônjuge. Sobre o tema a IN 77 de 2015 diz:

    Art. 371. O cônjuge separado de fato ou divorciado, bem como o ex-companheiro, terá

    direito à pensão por morte, mesmo que este benefício tenha sido requerido e concedido àcompanheiro(a) ou novo cônjuge, desde que recebedor de pensão alimentícia.

    A assertiva afirma que “após o divórcio” deixarão de ser dependentes um do outro junto à previdência social. Mas, na verdade, eles já haviam deixado de ser, poisestavam separados há muito tempo. Então, entendo que, por causa desse trecho, aquestão deveria ter sido considerada errada. Todavia, em que pese a opinião exposta,o que a banca examinadora queria cobrar do candidato era o conhecimento daliteralidade do art. 17 do Decreto 3.048/99:

    Art. 17. A perda da qualidade de dependente ocorre:

     

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    I - para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for asseguradaa prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença

     judicial transitada em julgado;

    Gabarito: Certo.

    26. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Osvaldo cumpriu pena de reclusão devido à prática de crime de fraude contra aempresa em que trabalhava. No período em que esteve na empresa, Osvaldo erasegurado da previdência social. Nessa situação, Osvaldo tem direito de continuarcomo segurado da previdência social por até dezoito meses após o seu livramento.

    Comentário:

    Conforme a Lei 8.213/91:

    Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:

    IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;

    Gabarito: Errado.

    27. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Alzira, estudante, filiou-se facultativamente ao regime geral de previdência social, passando a contribuir regularmente. Em razão de dificuldades financeiras, Alziradeixou de efetuar esse recolhimento por oito meses. Nessa situação, Alzira não

    deixou de ser segurada, uma vez que a condição de segurado permanece por até dozemeses após a cessação das contribuições.

    Comentário:

    Para aquele que contribui para o RGPS de forma facultativa o período de graça é deaté seis meses após a cessação das contribuições. Como Alzira já estava há oitomeses sem efetuar nenhum recolhimento, já havia perdido a qualidade de segurada.Sobre o tema a Lei 8213/91 diz:

    Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:

    VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.

    Gabarito: Errado.

    28. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Rodrigo trabalha na gerência comercial de uma grande rede de supermercados evisita regularmente cada uma das lojas da rede. Para atendimento a necessidades dotrabalho que faz durante as viagens, Rodrigo recebe diárias que excedem, todos osmeses, 50% de sua remuneração normal. Nessa situação, não incide contribuição

     previdenciária sobre os valores recebidos por Rodrigo a título dessas diárias.

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    Comentário:

    O valor das diárias só não integra o salário de contribuição do segurado quando nãoexcede 50% de sua remuneração. No caso de Rodrigo isso não ocorre. Por essemotivo, tais valores deverão integrar o seu salário de contribuição. Sobre o tema e

    Lei 8.212/91 em seu art. 28 diz que:

    § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:

    h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinqüenta por cento) daremuneração mensal;

    Gabarito: Errado.

    29. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Maria, segurada empregada da previdência social, encontra-se afastada de suasatividades profissionais devido ao nascimento de seu filho, mas recebe salário-maternidade. Nessa situação, apesar de ser um benefício previdenciário, o salário-maternidade que Maria recebe é considerado salário-de-contribuição para efeito deincidência.

    Comentário:

    Incide contribuição previdenciária sobre o salário maternidade, logo, conclui-se queeste integra o salário de contribuição. Sobre o tema a Lei 8.212/91 em seu art. 28 dizque:

    “§ 2º O salário-maternidade é considerado salário-de-contribuição.”

    Gabarito: Certo.

    30. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Mateus trabalha em uma empresa de informática e recebe o vale-transporte junto àsdemais rubricas que compõem sua remuneração, que é devidamente depositada emsua conta bancária. Nessa situação, incide contribuição previdenciária sobre osvalores recebidos por Mateus a título de vale-transporte.

    Comentário:

    Segundo a Lei 8.212/91 o vale-transporte não integra o salário de contribuição, desdeque pago na forma da legislação própria (art. 28, §9º, “f”). A lei que fala sobre ovale-transporte é a de nº 7.418/1985. Em seu art. 4º diz-se o seguinte:

    Art. 4º - A concessão do benefício ora instituído implica a aquisição pelo empregadordos Vales-Transporte  necessários aos deslocamentos do trabalhador no percursoresidência-trabalho e vice-versa, no serviço de transporte que melhor se adequar.

    Parágrafo único - O empregador participará dos gastos de deslocamento do trabalhador

    com a ajuda de custo equivalente à parcela que exceder a 6% (seis por cento) de seusalário básico.

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    Como Mateus recebeu o valor a título de vale-transporte pago em dinheiro (foidepositado direto em sua conta), essa verba deveria integrar o salário decontribuição, pois está sendo paga em desacordo com a Lei 7.418/1985.

    Hoje, há entendimento jurisprudencial tanto do STF quanto do STJ no sentido de queo vale-transporte, mesmo quando pago em dinheiro, não sofre incidência decontribuição previdenciária, ou seja, não integra o salário de contribuição. Sobre otema, vale conferir:

    Ementa: Recurso extraordinário. Contribuição previdenciária. Incidência. Vale-transporte. Moeda. Curso legal e curso forcado. Caráter não salarial do beneficio. Artigo150, I, da Constituição do Brasil. Constituição como totalidade normativa. 1. Pago

     beneficio de que se cuida neste recurso extraordinário em vale-transporte ou em moeda,isso não afeta o caráter não salarial do beneficio. [...] 6. A cobrança de contribuição

     previdenciária sobre o valor pago, em dinheiro, a titulo de vales-transporte, pelorecorrente aos seus empregados afronta a Constituição, sim, em sua totalidade

    normativa. Recurso Extraordinário a que se dá provimento. (STF, RE 478410 / SP, Rel.Min. Eros Grau, Dje-086, 14/05/2010)

    Mas, como se trata de uma prova de nível médio e que não está sendo cobradaexpressamente no enunciado a jurisprudência, o que deve ser considerado é oentendimento apresentado na legislação.

    Gabarito: Certo.

    31. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Luís é vendedor em uma grande empresa que comercializa eletrodomésticos. A títulode incentivo, essa empresa oferece aos empregados do setor de vendas um plano de previdência privada. Nessa situação, incide contribuição previdenciária sobre osvalores pagos, pela empresa, a título de contribuição para a previdência privada, aLuís.

    Comentário:

    O valor pago pela empresa a título de previdência complementar não integra osalário de contribuição, desde que seja estendido a todos os funcionários da empresa.

     No caso narrado o benefício é exclusivo aos empregados do setor de vendas, por esse

    motivo deverá integrar o salário de contribuição. Sobre o tema o art. 28 da Lei8.212/91 diz que:

    § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:

     p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programade previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade deseus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT;(Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)

    Gabarito: Certo.

    32. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

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    Tendo sido demitido sem justa causa da empresa em que trabalhava, Vagner recebeuo aviso prévio indenizado, entre outras rubricas. Nessa situação, não incidecontribuição previdenciária sobre o valor da indenização paga, pela empresa, aVagner.

    Comentário:

    O aviso prévio, mesmo quando pago de forma indenizada, tem natureza salarial. Poresse motivo, deveria integrar o salário de contribuição. Confira o que diz o art. 487,§1º da CLT:

    § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aossalários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse períodono seu tempo de serviço.

    Todavia, o Decreto 6.727/09 revogou a alínea “f” do inciso V do art. 214 do Decreto3.048/99, que dizia:

    § 9º Não integram o salário-de-contribuição, exclusivamente:

    V - as importâncias recebidas a título de:

    f) aviso prévio indenizado;

    Então, conclui-se que a alínea “f” do inciso V do 9º do art. 214 do RPS não está maisvigente, portanto, de acordo com o decreto, o aviso prévio indenizado deverá integraro salário de contribuição.

    O gabarito da questão foi dado como certo pela banca examinadora, com fundamentona alínea “f”, mas, como ela não está mais vigente, hoje, deveria ser dado comoerrado.

    Gabarito: Errado.

    33. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Claudionor recebe da empresa onde trabalha alguns valores a título de décimo-terceiro salário. Nessa situação, os valores recebidos por Claudionor não sãoconsiderados para efeito do cálculo do salário-benefício, integrando-se apenas o

    cálculo do salário-de-contribuição.

    Comentário:

    Como dizemos por aqui no Recife, Claudionor e os demais trabalhadores estão“levando fumo”, pois, pagam, mas, não levam para casa. Sobre o tema o art. 28 daLei 8.212/91 diz:

    § 7º O décimo-terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário-de-contribuição,exceto para o cálculo de benefício, na forma estabelecida em regulamento.

    Gabarito: Certo.

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    34. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    A empresa em que Maurício trabalha paga a ele, a cada mês, um valor referente à participação nos lucros, que é apurado mensalmente. Nessa situação, incidecontribuição previdenciária sobre o valor recebido mensalmente por Maurício a

    título de participação nos lucros.

    Comentário:

    Para que a participação nos lucros da empresa não integre o salário de contribuição,ela deverá ser paga de acordo com a legislação específica. A Lei 10.101/2000 é queregulamenta a matéria e, segundo essa norma, não se pode pagar valores relativos a

     participação nos lucros mais de duas vezes no ano e também não se pode pagar emuma periodicidade inferior a um trimestre civil.

    Sobre o tema:

    Lei 8.212/91, art. 28:

    § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:

     j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada deacordo com lei específica;

    Lei 10.101/2000:

    Art. 3o  A participação de que trata o art. 2o não substitui ou complementa a remuneraçãodevida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargotrabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade.

    § 2o  É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a títulode participação nos lucros ou resultados da empresa em mais de 2 (duas) vezes nomesmo ano civil e em periodicidade inferior a 1 (um) trimestre civil.

    Gabarito: Certo.

    35. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Se uma empregada doméstica estiver devidamente inscrita na previdência social, será

    considerado, para efeito do início da contagem do período de carência dessasegurada, o dia em que sua carteira de trabalho tenha sido assinada.

    Comentário:

    Com a entrada em vigor da Lei Complementar nº 150/2015 o período de contagemde carência para o empregado doméstico, assim como o do empregado, começa acontar da data da filiação. Até antes da referida norma, a contagem de carência paraessa espécie de segurado(doméstico) era a partir da primeira contribuição paga emdia. A alteração foi promovida pelo art. 37 da LC que alterou o art. 27, I da Lei8.213/91. Veja a nova redação:

    Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão consideradas as contribuições:

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    Outro ponto diz respeito à possibilidade de essa segurada recolher contribuições ematraso para totalizar as dez. Nesse caso ela até poderia pagar, se comprovasse oexercício da atividade durante o período, mas os pagamentos anteriores ao primeiroem dia não contarão como carência.

    Sobre o tema a Lei 8.213/91 nos diz o seguinte:

    Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Socialdepende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26:

    III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do art. 11 eo art. 13: dez contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39desta Lei.

    Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão consideradas as contribuições:II - realizadas a contar da data de efetivo pagamento da primeira contribuição sematraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atrasoreferentes a competências anteriores, no caso dos segurados contribuinte individual,

    especial e facultativo, referidos, respectivamente, nos incisos V e VII do art. 11 e no art.13.

    Gabarito: Errado.

    37. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Uma segurada empregada do regime de previdência social que tenha conseguido seu primeiro emprego e, logo na primeira semana, sofra um grave acidente quedetermine seu afastamento do trabalho por quatro meses não terá direito ao auxílio-doença pelo fato de não ter cumprido a carência de doze contribuições.

    Comentário:

    Está sendo dita uma grande inverdade, pois, ainda que essa segurada só tenhatrabalhado uma semana, terá direito ao auxílio-doença, veja só como a previdência é

     bacana com os seus segurados. Segue a legislação sobre o tema (Lei 8.213/91):

    Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:

    II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquernatureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de

    segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecçõesespecificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social,atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação,mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade quemereçam tratamento particularizado;

    O caso narrado se enquadra nesse inciso, pois, a incapacidade para o trabalho se deua partir de um acidente, e como tivemos a oportunidade de observar “nos casos deacidente de qualquer natureza ou causa” a concessão do auxílio-doença independe decarência.

    O que foi exposto encontra abrigo no princípio da solidariedade, que está previsto na

    constituição em seus arts. 3º, I e 195. Mesmo a segurada ainda não havidocontribuído para o sistema, seu benefício será financiado pelos demais contribuintes.

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    Como o povo brasileiro é muito solidário, deixou registrado de maneira expressa emsua carta magna tal mandamento, para que as gerações posteriores mantenham-sedessa forma e nossos representantes eleitos continuem sendo esse grande exemplo dealtruísmo e reputação ilibada.

    Gabarito: Errado.

    38. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Como ficou desempregado por mais de quatro anos, Mauro perdeu a qualidade desegurado. Recentemente, conseguiu emprego em um supermercado, mas ficouimpossibilitado de receber o salário-família pelo fato de não poder contar com ascontribuições anteriores para efeito de contagem do tempo de carência, que, para este

     benefício, é de doze meses. Nessa situação, Mauro poderá contar o prazo anterior à perda da qualidade de segurado depois de contribuir por quatro meses no novoemprego, prazo exigido pela legislação.

    Comentário:

     Não há carência para o recebimento do salário-família. Para ter certeza, vamos à Lei8.213/91:

    Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:

    I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente;

    Gabarito: Errado.

    39. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Célio, segurado empregado da previdência social, tem um filho, com 28 anos deidade, que sofre de doença degenerativa em estágio avançado, sendo, portanto,inválido. Nessa condição, o filho de Célio é considerado seu dependente, mesmotendo idade superior a dezoito anos.

    Comentário:

    Essa é uma boa questão para entender o “estilo Cespe de ser”. Ao estudar os

    dependentes, nós aprendemos que o filho inválido mantém a qualidade dedependente mesmo após completar os 21 anos, todavia, temos que observar aregrinha do Decreto 3.048/99 e atentar-nos a quando começou a invalidez:

    Art. 17. A perda da qualidade de dependente ocorre:III - para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao completarem vinte e um anos deidade, salvo se inválidos, desde que a invalidez tenha ocorrido antes:a) de completarem vinte e um anos de idade;

     b) do casamento;c) do início do exercício de emprego público efetivo;d) da constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação deemprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha

    economia própria; ou

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    e) da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, medianteinstrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz,ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; e

    Então, percebe-se que para saber se o filho de Célio é ou não dependente dele énecessária a informação de quando ocorreu a invalidez, pois, se ele tornou-seinválido, por exemplo, quando tinha 22 anos, não seria dependente.

    A banca examinadora deu essa questão como certa. É muito provável que quem temmais conhecimentos sobre a matéria, e não conheça a filosofia dos examinadores,erre essa questão, e quem tem menos conhecimentos acerte.

    Ao analisar as provas de Direito Previdenciário do Cespe/UnB, tenho percebido queeles estão mais preocupados com as regras gerais. Em seus casos hipotéticos eles têmdeixado de observar as exceções e, na hora de dar o gabarito, têm feito o mesmo.Então, fiquem atentos a esse detalhe e, mesmo que você não concorde, é necessário

    dançar conforme a música.Só uma última informação: no ano de 2008 a redação do Decreto 3.048/99 queestava vigente não era a supramencionada e sim essa aqui:

    Art. 17. A perda da qualidade de dependente ocorre:

    IIII - para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao completarem vinte e um anos deidade, salvo se inválidos, ou pela emancipação, ainda que inválido, exceto, neste caso,se a emancipação for decorrente de colação de grau científico em curso de ensinosuperior; e

    Mas, mesmo assim, a ideia continua sendo a mesma, pois, não era todo filho inválidoque continuava como dependente após completar os vinte e um anos, ele não poderiaser emancipado. Por isso, fique ligado!

    Gabarito: Certo.

    40. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Paulo é, de forma comprovada, dependente economicamente de seu filho, Juliano,que, em viagem a trabalho, sofreu um acidente e veio a falecer. Juliano à época doacidente era casado com Raquel. Nessa situação, Paulo e Raquel poderão requerer o

     benefício de pensão por morte, que deverá ser rateado entre ambos.

    Comentário:

    Requerer o benefício até que Paulo pode, o direito à petição é consagrado no art. 5º,XXXIV, “a” da Constituição Federal de 1988. O que não vai acontecer é o benefícioser rateado entre ambos. Paulo é um dependente de segunda classe e Raqueldependente de primeira classe. A Lei 8.213/91 em seu art. 16 nos diz o seguinte:

    § 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das classes seguintes.

    Gabarito: Errado.

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    41. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    César, segurado da previdência social, vive com seus pais e com seu irmão, Getúlio,de 15 anos idade. Nessa situação, o falecimento de César somente determina o

     pagamento de benefícios previdenciários a seus pais e a seu irmão se estescomprovarem dependência econômica com relação a César.

    Comentário:

    Os pais de César são dependentes de segunda classe, se comprovarem a dependênciaeconômica, já o seu irmão é dependente de terceira classe, se comprovar adependência econômica. A assertiva dá a entender que o benefício seria pago tantoaos pais quanto ao irmão, e isso, como sabemos, não pode ocorrer, já que aexistência de um dependente de uma classe inferior exclui o da classe seguinte (art.16, §1º)

    Gabarito: Errrado. 42. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Edson é menor de idade sob guarda de Coutinho, segurado da previdência social. Nessa situação, Coutinho não pode requerer o pagamento do salário-família emrelação a Edson, já que este não é seu dependente.

    Comentário:

    Vamos à análise da legislação pertinente. Nos termos do art. 65 da Lei 8.213/91:

    Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, inclusiveo doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número defilhos ou equiparados nos termos do § 2o do art. 16 desta Lei, observado o disposto noart. 66.

    Já o §2º do art. 16 diz:

    § 2º .O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado edesde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento.

    ENTEADO e MENOR SOB TUTELA. Menor sob guarda não entra na jogada, portanto, não é equiparado a filho. Desde 14/10/1996 que ele deixou de serdependente (art. 132 da IN 77 de 2015). Até há uma discussão sobre o tema, mas, omelhor entendimento para levar pra prova é esse, tanto é que foi o adotado por nossaquerida banca examinadora.

    Gabarito: Certo.

    43. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Gilmar, inválido, e Solange são comprovadamente dependentes econômicos do filhoGilberto, segurado da previdência social, que, por sua vez, tem um filho. Nessa

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    situação, Gilmar e Solange concorrem em igualdade de condições com o filho deGilberto para efeito de recebimento eventual de benefícios.

    Comentário:

    Filho é filho, né? É dependente preferencial, de primeira classe. Portanto, os pais deGilberto não concorrem em igualdade de condições com o seu filho. Sobre o tema aLei 8.213/91 diz:

    Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição dedependentes do segurado:

    I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquercondição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectualou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;---- (dependentes de primeira classe)

    II - os pais; ---- (dependentes de segunda classe)§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às

     prestações os das classes seguintes.

    Gabarito: Errado.

    44. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Roberto, produtor rural, é segurado especial e não faz recolhimento para a previdência social como contribuinte individual. Nessa situação, para recebimentodos benefícios a que Roberto tem direito, não é necessário o recolhimento para acontagem dos prazos de carência, sendo suficiente a comprovação da atividade rural

     por igual período.

    Comentário:

    Essa está moleza, diz aí se não está?!?!?! Vamos ao Decreto 3.048/99:

     Art. 26. Período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo decontribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício,consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.

    § 1º Para o segurado especial, considera-se período de carência o tempo mínimo deefetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, igual aonúmero de meses necessário à concessão do benefício requerido.

    Gabarito: Certo.

    45. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    ANULADA

    46. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

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    Rubens e sua esposa Amélia têm, juntos, dois filhos, trabalham e são segurados doregime geral da previdência social, além de serem considerados trabalhadores de

     baixa renda. Nessa situação, o salário-família somente será pago a um dos cônjuges.

    Comentário:

    Sabe-se que: “Amélia não tinha a menor vaidade, Amélia é que era mulher deverdade”, ok, se você não conhece a música cantada por Roberto Carlos não tevegraça. Mas, vamos ao que interessa, a questão está querendo te enrolar, não caia nadela, os dois podem receber o salário-família, não confie no Cespe/UnB, confie emmim, confie no Decreto 3.048/99:

    Art. 82. O salário-família será pago mensalmente:

     § 3º Quando o pai e a mãe são segurados empregados ou trabalhadores avulsos, ambostêm direito ao salário-família.

    Como já tivemos a oportunidade de observar, as vezes a banca examinadora não dátodas as informações necessárias para chegarmos a uma conclusão de forma segura.

     Não foi especificada a espécie de segurados que Rubens e Amélia são, muito menosse a Amélia de que trata a assertiva é a mesma da música! Mas, podemos concluirque está sendo dita uma inverdade, pois, nessa situação, apesar de um pouco obscura,ambos teriam direito ao salário-família.

    Gabarito: Errado.

    47. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Dalila, que é empregada doméstica e segurada do regime geral da previdência social,tem três filhos, mas não recebe salário-família. Nessa situação, apesar de serconsiderada trabalhadora de baixa renda, Dalila não tem o direito de receber esse

     benefício.

    Comentário:

    A Lei Complementar nº 150/2015 alterou o art. 65 da Lei 8.213/91. Agora aempregada doméstica também tem direito ao salário família, desde que preenchidosos demais requisitos. Veja como está a nova redação do art. 65:

    Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, inclusiveo doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número defilhos ou equiparados nos termos do § 2o do art. 16 desta Lei, observado o disposto noart. 66.

    Como a questão é do ano de 2008, foi dada como certa. Todavia, hoje, o gabarito para a assertiva é “errado”.

    Gabarito: Errado.

    48. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

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    Firmino foi professor do ensino fundamental durante vinte anos e trabalhou maisdoze anos como gerente financeiro em uma empresa de exportação. Nessa situação,excluindo-se as regras de transição, Firmino pode requerer o benefício integral deaposentadoria por tempo de contribuição, haja vista a possibilidade de computar otempo em sala de aula em quantidade superior ao efetivamente trabalhado, dada a

    natureza especial da prestação de serviço.

    Comentário:

    Firmino não pode converter o tempo que ele tem como professor em tempo comum,ou seja, para fins de concessão de uma aposentadoria por tempo de contribuiçãocomum (sem ser do professor) o tempo de magistério vale a mesma coisa que otempo trabalhado em outras atividades. Sobre o tema o §1º do art. 61 do Decreto3.048/99 nos diz o que segue:

      § 2º É vedada a conversão de tempo de serviço de magistério, exercido em qualquer

    época, em tempo de serviço comum.

    Gabarito: Errado.

    49. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Renato era servidor municipal vinculado a regime próprio de previdência socialhavia 16 anos, quando resolveu trabalhar na iniciativa privada, em 1999. Nessasituação, o tempo de serviço prestado por Renato em outro regime é contado comotempo de contribuição, desde que haja a devida comprovação, certificada pelo ente

     público instituidor do regime próprio.

    Comentário:

    Sobre o tema, a Lei 8.213/91 diz o seguinte:

    Art. 94. Para efeito dos benefícios previstos no Regime Geral de Previdência Social ouno serviço público é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição naatividade privada, rural e urbana, e do tempo de contribuição ou de serviço naadministração pública, hipótese em que os diferentes sistemas de previdência social secompensarão financeiramente.

    Gabarito: Certo.

    50. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Durval, inscrito na previdência social na qualidade de contribuinte individual,trabalha por conta própria, recolhendo 11% do valor mínimo mensal do salário decontribuição. Nessa situação, para Durval fazer jus ao benefício de aposentadoria portempo de contribuição, deverá recolher mais 9% daquele valor, acrescidos de juros.

    Comentário:

    Como Durval exerce atividade remunerada por conta própria, sem relação detrabalho com empresa ou equiparado, é facultada a ele uma forma diferenciada decontribuição (11% sobre o salário mínimo), porém, contribuindo dessa forma ele não

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    terá direito a se aposentar por tempo de contribuição. Caso ele deseje contar o tempode contribuição para fins de obtenção do citado benefício, ele deverá complementar acontribuição. Sobre o tema o §3º do art. 21 da Lei 8.212/91 diz o seguinte:

    § 3º O segurado que tenha contribuído na forma do § 2o deste artigo e pretenda contar o

    tempo de contribuição correspondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempode contribuição ou da contagem recíproca do tempo de contribuição a que se refere o art.94 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, deverá complementar a contribuição mensalmediante recolhimento, sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal dosalário-de-contribuição em vigor na competência a ser complementada, da diferençaentre o percentual pago e o de 20% (vinte por cento), acrescido dos juros moratórios deque trata o § 3o do art. 5o da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.

    Gabarito: Certo.

    51. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Mário, segurado inscrito na previdência social desde 1972, requereu suaaposentadoria por tempo de contribuição. Nessa situação, a renda inicial daaposentadoria de Mário corresponderá à média aritmética simples dos salários-de-contribuição desde 1972, multiplicada pelo fator previdenciário.

    Comentário:

    Para o benefício requerido por Mário só serão considerados, para fins de cálculo dosalário de benefício, os salários de contribuição da competência julho de 1994 emdiante. O art. 3º da Lei 9.876/99 diz o seguinte:

    Art. 3º Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia anterior à data de publicação desta Lei, que vier a cumprir as condições exigidas para a concessão dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, no cálculo do salário-de-benefícioserá considerada a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição,correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o período contributivodecorrido desde a competência julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II docaput do art. 29 da Lei no 8.213, de 1991, com a redação dada por esta Lei.

    Gabarito: Errado.

    52. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Leonardo, segurado empregado, trabalhou em uma empresa cujo prédio foi destruído por um incêndio na década de 80 do século XX, situação evidenciada por meio deregistro junto à autoridade policial que acompanhou os fatos. Nessa situação,Leonardo poderá comprovar, com auxílio de testemunhas, o tempo trabalhado naempresa cujo prédio foi destruído, averbando esse período em pedido deaposentadoria por tempo de contribuição.

    Comentário:

    A regra geral é que não seja admitida a prova exclusivamente testemunhal para finsde comprovação de tempo de serviço. Porém, a questão quer saber justamente daexceção. Nos casos de caso fortuito ou força maior poderá ser reconhecido o períodotrabalhado apenas com o depoimento de testemunhas, desde que seja comprovado o

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    evento inesperado, por meio de registro da ocorrência policial feito em época própriaou apresentação de documentos, contemporâneos ao período, que sirvam paracomprovar o fato. Sobre o tema o Decreto 3.048/99 diz o seguinte:

     Art. 63. Não será admitida prova exclusivamente testemunhal para efeito de

    comprovação de tempo de serviço ou de contribuição, salvo na ocorrência de motivo deforça maior ou caso fortuito, observado o disposto no § 2ºdo art. 143.

    Art. 143. A justificação administrativa ou judicial, no caso de prova exigida pelo art. 62,dependência econômica, identidade e de relação de parentesco, somente produzirá efeitoquando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamentetestemunhal.

    § 2º Caracteriza motivo de força maior ou caso fortuito a verificação de ocorrêncianotória, tais como incêndio, inundação ou desmoronamento, que tenha atingido aempresa na qual o segurado alegue ter trabalhado, devendo ser comprovada medianteregistro da ocorrência policial feito em época própria ou apresentação de documentoscontemporâneos dos fatos, e verificada a correlação entre a atividade da empresa e a

     profissão do segurado.

    Gabarito: Certo.

    53. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Marcela, empregada doméstica, após ter sofrido grave acidente enquanto limpava avidraça da casa de sua patroa, recebeu auxílio-doença por três meses. Depois desse

     período, foi comprovadamente constatada a redução de sua capacidade laborativa. Nessa situação, Marcela terá direito ao auxílio-acidente correspondente a 50% dovalor que recebia a título de auxílio-doença.

    Comentário:

    Com a entrada em vigor da Lei Complementar nº 150/2015 a empregada doméstica passou a ter direito ao auxílio-acidente, pois, tal norma promoveu alteração no §1ºart. 18 da Lei 8.213/91. O texto agora é o seguinte:

     § 1o  Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados incluídos nosincisos I, II, VI e VII do art. 11 desta Lei.

    O segurado de que trata o inciso II do art. 11 é o empregado doméstico, vale

    conferir:Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:II - como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoaou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos;

    Todavia, a renda mensal inicial do auxílio-acidente de Marcela não será de 50% dovalor que recebia a título de auxílio-doença e sim de 50% do salário de benefício quedeu origem ao auxílio-doença da segurada, corrigido até o mês anterior ao do iníciodo auxílio-acidente (Decreto 3.048/99 art. 104, §1º).

    Gabarito: Errado.

    54. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

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    Tomás, segurado empregado do regime geral da previdência social, teve suacapacidade laborativa reduzida por seqüelas decorrentes de grave acidente. Nessasituação, se não tiver cumprido a carência de doze meses, Tomás não poderá recebero auxílio-acidente.

    Comentário:

     Não há carência para auxílio-acidente. Lei 8.213/91 art. 26, I:

    Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:

    I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente;

    Gabarito: Errado.

    55. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.Rute, professora em uma escola particular, impossibilitada de ter filhos, adotougêmeas recém-nascidas cuja mãe falecera logo após o parto e que não tinham

     parentes que pudessem cuidar delas. Nessa situação, Rute terá direito a dois salários-maternidade.

    Comentário:

     Nessa hipótese Rute terá direito a um único salário maternidade, pois, só há um fatogerador: adoção. A IN 77 de 2015 é bastante clara sobre o tema em seu art. 344, §4º:

    § 4º Quando houver adoção ou guarda judicial para adoção simultânea de mais de umacriança, é devido um único salário maternidade, observando que no caso de empregosconcomitantes, o segurado ou a segurada fará jus ao salário-maternidade relativo a cadaemprego.

    Gabarito: Errado.

    56. Cespe/UNB. 2008. Técnico do Seguro Social – INSS.

    Helena, grávida de nove meses de seu primeiro filho, trabalha em duas empresas detelemarketing. Nessa situação, Helena terá direito ao salário-maternidade em relaçãoa cada uma das empresas, mesmo que a soma desses valores seja superior ao teto dos

     benefícios da previdência social.

    Comentário:

    Em decorrência do mandamento constitucional constante no art. 7º, XIII, aempregada tem direito à licença maternidade sem prejuízo do salário, ou seja, nãodeve haver redução de sua renda durante o gozo da licença. Em consonância comexposto na Constituição Federal, a Lei 8.213/91 diz:

    Art. 72. O salário-maternidade para a segurada empregada ou trabalhadora avulsaconsistirá numa renda mensal igual a sua remuneração integral.

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    Por esse motivo a renda mensal inicial do salário maternidade não está limitada aoteto do RGPS para as seguradas empregada e trabalhadora avulsa. Ainda sobre oassunto a IN 77 de 2015 nos diz o seguinte:

    Art. 207. No caso de empregos concomitantes ou de atividade simultânea na condição

    de segurada empregada com contribuinte individual ou doméstica, a beneficiária fará jusao salári