livro brochura - a mulher puritana

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    A MulherPuritana

    David Lipsy

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    I. A Jovem Filha Puritana .....................................3II. A Jovem Mulher Puritana ................................4

    Educao .......................................................................... 4Seja til ......................................................................... 8Cortejando .....................................................................11

    III. A Esposa Puritana ..........................................13Submissa e Subordinada ............................................... 15Consoladora e Companheira ntima .......................... 17Seus Deveres ..................................................................18Com relao a seu Marido ...........................................19A Estabilidade do Casamento......................................20Amor ............................................................................... 21

    VI. A Me Puritana ...............................................23Educao das Crianas .................................................24

    V. Concluses .........................................................26

    SUMRIO

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    I. A Jovem Filha Puritana

    A jovem puritana era ensinada desde a mais tenra idade na-quilo que diz a Escritura: Filhos, obedecei a vossos pais

    no Senhor porque isto justo. No o caso de apenas poderazer o que certo, justo, onde a obedincia lial exigidapelo superior e obedecida em submisso pelo in erior. No,antes, a n ase recair naquilo que certo azer: agradar aoSenhor.

    Os pais dela sabiam que a amlia a sociedade original, oalicerce para todas as outras. Se a lha racassasse nessas lieselementares de obedincia, submisso, respeito, compaixo,etc., ela seria inadequada como utura esposa, me, para nomencionar como algum que deveria dessa maneira servir aDeus. John Angell James escreve: Quem no sabe que a baseda qualidade de um imprio est na constituio domstica, eem amlias bem treinadas?.

    A primeira pro essora da lha puritana era geralmente suame. As lies eram prticas e por natureza necessitavam deuma participao ativa considervel. Os deveres domsticosabundavam, j que a mulher puritana no era apenas esposa eme, mas tambm costureira, contadora, s vezes senhora so-bre uma ou mais servas, e dominava outros empreendimentosdomsticos no muito distantes da cena bblica ilustrada emProvrbios 31.

    Os pais, especialmente as mes, procuravam ressaltar certasqualidades em suas lhas. Qualidades essas que a me procu-rava ela mesma cultivar. Entre essas qualidades estava um sen-so de submissa obedincia, ternura, que um autor caracterizoucomo um poder passivo... que antes atrai em vez de dirigir, au-tonegao, ortaleza (no, diz um escritor, a coragem que levaos homens boca do canho... mas aquela que mani estada aose suportar so rimento sico, o dano da pobreza... as trevas dasolido... etc.), assim como um carter de amor.

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    Eu levaria mais que uma con erncia inteira para sumari-zar de orma adequada at mesmo o Volume Um do puritanoJohn Angell James sobre Female Piety (A Piedade Feminina),um livro do qual vocs iro ouvir no poucas citaes a partirde agora.

    Mais cedo do que em nossa sociedade, a moa puritana ama-durecia precocemente e entrava no prximo estgio em sua jo-

    vem vida...

    II. A Jovem Mulher Puritana

    EducaoOs puritanos eram conhecidos por sua devoo educao

    em todos os nveis. Jeremiah Burroughs uma vez escreveu: Hpouca esperana em crianas que so educadas de orma mpia.Se a cor est na l, di cil tir-la da roupa.

    Os estatutos do Emmanuel College, a aculdade mais puri-tana no antigo Cambridge, a rmam: H trs coisas que dese- jamos acima de tudo que todos os membros desta aculdadepossuam, a saber, a adorao a Deus, o crescimento na e inte-gridade (honestidade, sinceridade) moral.

    Em certa ocasio, quando o re ormador John Knox se diri-giu ao Conselho da Esccia, ele disse ser muito cuidadoso paracom a educao virtuosa e piedosa dos jovens deste reino para

    o avano da glria de Cristo.Entre os primeiros documentos pertencentes undao

    da Faculdade de Harvard encontramos: Que o estudante sejasempre plenamente instrudo e seriamente pressionado a con-siderar bem que o principal m de sua vida e de seus estudos conhecer a Deus e Jesus Cristo, que a vida eterna (Joo 17:3) epor isso colocar Cristo na base, como o nico alicerce de todoconhecimento e aprendizado saudvel.

    Um modo de rustrar Satans, pensavam os puritanos, eraeducar as pessoas na leitura e estudo da Bblia. Anos antes, Lu-

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    tero havia escrito: Eu no aconselharia ningum enviar seu -lho aonde as Sagradas Escrituras no so supremas. Hoje, nstambm educamos nossos lhos a lerem. Alguma vez j lhesalamos que o uso primrio de suas habilidades para a leituradeve ser para pesquisar as Escrituras? Ainda nos primrdiosda Universidade de Harvard, os estudantes eram obrigados aler as Escrituras em privado (de orma no pblica NE) duas

    vezes ao dia examinando-a dentro do possvel. Ns temos essaprtica em nossos lares? Ns conversamos com nossos lhosacerca de seu dia na escola, particularmente sobre o que elesaprenderam das Escrituras nesse dia? Ns procuramos veri carpessoalmente que, se nossos lhos reqentam uma escola, essaescola verdadeiramente centrada na Bblia?

    A educao puritana era de orma ampla uma responsabi-lidade dos pais. O pregador puritano ingls Tomas Gatakerescreveu uma vez: Que os pais possam aprender... o que alme- jar na educao de seus lhos... no estudar apenas a maneiracomo providenciar-lhes um dote... mas labutar por trein-losna verdadeira sabedoria e discrio. Leland Ryken, um not-

    vel historiador puritano, escreveu: importante notar que osescritores puritanos, no assunto [da educao] dirigem a maiorparte de suas observaes acerca do objetivo da educao cristaos pais e no aos educadores. Na viso puritana, a educaocrist comea em casa e , em ltima instncia, responsabilida-de dos pais. As escolas so uma extenso da instruo e valoresdos pais, no um substituto para eles. Que ns nunca possa-mos achar que outra pessoa agora tenha a responsabilidade pelaeducao de nossos lhos, responsabilidade tal que ns prome-temos assumir no batismo.

    O objetivo da educao puritana no era, em primeiro lugar,inteligncia. Milton, em seu tratado clssico sobre educao,pe muito menos importncia em quanto uma pessoa sabe doque no tipo de pessoa que ele ou ela no processo de se trans-ormar especialmente no relacionamento dele ou dela com

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    Deus. esta a nossa verdadeira principal preocupao? isto oque ns estamos procurando na educao de nossos lhos, sejaem casa ou na escola?

    Os puritanos, como ns, en atizavam uma bem modeladaeducao nas artes liberais. Mas eles sempre en atizavam queos vrios assuntos devem sempre ter um objetivo religioso. Elesno queriam uma distino entre assuntos religiosos e os assimchamados assuntos naturais (seculares). odos deviam estar aservio da glria de Deus e todos deviam ser para o aprimora-mento de nosso semelhante. As moas puritanas, seja em casaou na escola, e como meios permitidos, estudavam uma varie-dade de assuntos. Alm de religio, muitas oram escolarizadasem leitura, caligra a, msica (escrita), matemtica (da simplesaritmtica geometria ou lgebra), geogra a, histria, loso ae lnguas. William Sprague, em seu Letters on Practical Subjectsto a Daughter (Cartas a uma Filha sobre Assuntos Prticos), es-creveu, entretanto, esta advertncia: Embora voc possa se dis-tinguir muito no cultivo intelectual... voc no pode proclamarter uma educao completa, a menos que esteja bem amiliari-zada com a economia domstica. Como nota parte observecomo o termo economia domstica no um termo cunhadopor educadores modernos. Eu estou consciente, ele continua,

    de que este um assunto que, de uma orma ou outra, muitas jovens consideram com orte averso; e h razes para se temerque, em muitos casos, esta averso aumentada ao receberemem algum grau a sano dos pais... Mas nada que esteja relacio-nado com a superintendncia e direo imediata dos cuidadosdo lar voc pode negligenciar sem expor a si mesma as incon-

    venincias que nenhum uturo empenho poder ser capaz deremediar completamente.

    No m, a n ase dos puritanos na educao sempre retorna- va ao lar. John James escreveu: O momento decisivo na edu-cao o ponto de partida. Benjamim Palmer, comentando otexto Pais, no provoqueis vossos lhos ira, mas criai-os na

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    disciplina e admoestao do Senhor escreve: A re erncia claramente amlia como uma escola de treinamento. Os -lhos no nos so dados simplesmente para os des rutarmos ecuidarmos, mas para serem educados para serem educadospara esta vida e para a vida por vir.

    A moa puritana, a despeito de qualquer outra coisa que elapudesse aprender, podia esperar muito de sua educao para sepreparar para seus deveres uturos no lar. A tpica moa purita-na nunca reqentava a universidade. Seria vista com horror eat mesmo reprovada publicamente se ousasse publicar algumacoisa que ela mesma tivesse escrito.

    No sculo vinte, nossas idias tm de certo modo se mo-di cado. odavia, eu poderia imaginar os puritanos, se eles

    vivessem hoje, nos azendo uma pergunta importante: Porque,, eles cariam a imaginar, se a vasta maioria de suas mo-as terminam casando e criando lhos, vocs reqentementegastam esse tempo e dinheiro considervel treinando-as paraaquilo que elas no usaro? E por que gastam comparativa-mente to pouco na preparao para aquilo que elas, sendo vontade de Deus, muito provavelmente aro?. Em outras pa-lavras, por que encorajar o estudo de qumica, clculo, lnguaavanada, etc., etc., e no trein-las mais extensivamente emcomo ser uma esposa bblica ou uma me bblica? Por que,perguntariam, elas aprendem mais sobre notebook do queagulha e linha? Por que mais sobre rmula quadrtica do queas rmulas que so calculadas para melhorar a sade de seuesposo ou lhos?. Eu no tenho certeza se poderia responder-

    -lhes adequadamente.alvez algum possa responder que algumas esposas e mes

    so tambm, ao mesmo tempo, mulheres com pro sso detempo integral. A puritana tpica, com uma mistura de gravepreocupao e suave espanto, perguntaria em resposta: comoseria possvel que cristos, de todos os povos, ousassem revirara ordenana da prpria criao de Deus e Seus plano para as

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    mulheres, de cabea para baixo pedindo-lhes que sacri quemum tempo precioso e energia de seus chamados primrios da-dos por Deus e desvi-las para azer aquilo que Deus d nor-malmente para os homens. Depois de ensinar como mulheresno casadas deviam trabalhar para seu prprio sustento, JohnJames comenta que no casamento... o marido deve ganhar como suor de seu rosto, no apenas seu prprio po, mas o de suaamlia. Na sociedade puritana era bem-estabelecido que umdos deveres undamentais do homem no casamento era proversua esposa e amlia com roupas e alimento adequado. Para ele,pedir que sua esposa aa isso, exceto em circunstncias que oprivem de assim o azer, era considerado paganismo. A justiaat mesmo reconhecia este sustento como parte essencial de d-

    vida mulher como virtude do casamento. possvel, amigos, que ns realmente precisemos considerar

    se de ato estamos prestando ateno su ciente, tanto em casacomo na escola e nos crculos da igreja como um todo, ao tipoe quantidade de preparao que nossas moas recebem paraaquele chamado que a maioria delas um dia ocuparo: aquelede esposa e me? Nossas escolas esto azendo isso? Elas azemisso o bastante? Como pais, ns estamos impingindo em nossasmoas e senhoras uma alta considerao para com o abenoa-do lugar que Deus designou para a maioria das mulheres: o deesposa e me?

    Seja tilOs puritanos sabiam como medir a utilidade das instituies

    de educao. Certo puritano escreveu este sintetizado padropara avaliar a escolaridade de uma jovem: Quando uma jovem

    volta para casa, se ela no to boa lha quanto era antes, qual-quer que tenham sido as aquisies que ela possa ter adquiridona escola, teria sido melhor ela no ter ido para l.

    Se a escola e a igreja de ato tiverem en atizado esses valo-res louvveis, os puritanos preveniriam aos pais a que no anu-

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    lassem o que essas instituies tinham eito por essas lhas. Opuritano Richard Greenham avaliou essa advertncia, dizendo:

    Se os pais tm seus lhos abenoados na igreja e na escola, queeles tomem cuidado para que no dem a seus lhos nenhumexemplo corrupto em casa... De outra orma, os pais lhes causa-ro mais danos em casa do que o bem que pastores e pro esso-res possam lhes azer ora. George Swinnock vai ainda mais aoponto: Alguns pais, ele escreveu, como Eli, criam seus lhospara a runa de sua casa.

    Nos dias do puritano John Angell James, havia tambm eda mesma orma, tendncias educacionais para a distoro, deum tipo no desconhecido entre ns hoje, que estavam entotentando interromper o treinamento das moas puritanas. Eleescreve: Na educao moderna, quanto no programado, seno intencionado, mais para preparar nossas mulheres de modoque se ascinem nos crculos da moda e nas estas, do que parabrilhar no retiro de sua casa. Polir o exterior com aquilo que chamado realizaes, parece mais ser a nalidade do que darum slido substrato (i.e., undamento) de piedade, inteligncia,bom senso, e virtude social. Nunca houve um assunto menosbem compreendido que educao. Armazenar a memria comatos, ou cultivar um gosto musical, canto, desenho, lnguas, ecorte-costura, so o ultimato para muitos. O uso do intelecto nosentido de refexo pro unda, juzo so, discriminao acuradano ensinada como deveria ser. O que James almeja para aeducao das moas?, voc poderia perguntar. A resposta se-ria: Eu quero que elas sejam adequadas [de modo que possam]treinar homens e mulheres que sero o suporte da ora e glriada nao.

    A moa puritana era educada, no apenas em casa e na escola,mas tambm na igreja. Em uma srie de sermes sobre educaoreligiosa de crianas, Phillip Doddridge, dirigindo-se a jovens, dis-se: Primeiro, sejam dispostos a aprender as coisas de Deus. Segun-do, orem por aqueles que lhes ensinam. erceiro, atentem para que

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    no aprendam em vo. No mesmo sermo ele continua, a certaaltura, dirigindo-se aos desatentos e tambm aos jovens piedosos,todos que estavam chegando maturidade. Como mais e mais dasnossas congregaes recebem pastores de si mesmas, pela graa deDeus, eu penso que presbteros, e especialmente os pastores, pre-cisam mais e mais dar assistncia aos pais dirigindo pelo menosparte de suas mensagens a nossas crianas sentadas na igreja.

    A esse respeito, eu tenho citado hoje largamente o extensolivro escrito pelo puritano John Angell James sobre Piedade Fe-minina. A moa puritana a quem ele se re ere, embora possa noter tido uma educao universitria, deve ter sido pelo menosto inteligente quanto muitas de nossos dias atuais graduadasno ensino mdio. Uma mente precariamente educada teria tidoconsidervel di culdade em acompanhar seu raciocnio agudoe, s vezes, elevado vocabulrio. O mesmo poderia ser dito dopuritano A Guide or Young Disciples (Um guia para JovensDiscpulos) de J. G. Pike. alvez ns devamos pensar duas vezesantes de sentirmos pena da assim chamada escassa educaoormal das moas puritanas. Depois de ter me preparado paraeste tpico eu receio que muitas moas aprenderam mais dereal substncia nos poucos anos de estudo que elas tiveram doque muitos de ns em talvez duas vezes os mesmos anos.

    A educao puritana era sempre considerada um meio paraum m til. Utilidade quase nunca era medida em termos deriqueza ou realizao pessoal, mas em termos de servio paraa amlia e para outros. anto antes como depois do casamen-to, a jovem moa puritana era reqentemente encorajada a, nalinguagem puritana clara, ser til. Dirigindo-se a mulheres,baseado em Filipenses 4:3, onde se l sobre aquelas mulheresque juntas se es oraram comigo no evangelho, o puritanoJohn James escreve pgina aps pgina despertando as mulhe-res, no a azerem proslitos de uma denominao para outra,mas ao trabalho mais nobre e santo de salvar as almas de cria-turas suas semelhantes, especialmente aquelas de seu prprio

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    sexo.... Ele acrescenta uma advertncia, contudo. O caminhodo zelo religioso reqentemente sobre uma vastido, sobrepedras pontiagudas e rochas descobertas... Vocs tero que a-zer sacri cios de tempo, con orto, diverso, sentimentos, talvezde amizades; vocs tero que suportar di culdades, e deparar-

    -se com muitas coisas desagradveis; vocs tero que estar pre-paradas para abandonar a vontade-prpria... reivindicaes porproeminncia. Vocs podem ser zelosas de boas obras em taistermos? Se sim, vamos; se no, volte. Fiel orma puritana, oescritor prossegue descrevendo quais caractersticas espirituaiseram pertinentes para esse trabalho e depois continua a desta-car os meios nos quais seu zelo pode ser empregado apropria-damente ao seu sexo, idade e circunstncias.

    Qualquer moa podia ser til. O mesmo autor ilustrou esteponto contando uma histria sobre uma menina que cou o en-dida com o ato de vrias lojas em sua vizinhana estarem aber-tas no domingo. Ela oi at seu ministro e pediu por olhetos so-bre a observncia do Dia do Senhor, colocou-os em envelopes edeixou-os nas casas da vizinhana. Sete lojas acabaram por echaraos domingos. Os puritanos, ossem meninas ou homens madu-ros, no eram pessoas do tipo no- azemos-nada. Mas, muito doque eles zeram, zeram com sria preparao, consulta sbia eao em orao. Uma pergunta para ns : Nossas lhas so teisno sentido bom e correto da palavra?. E quanto a isso, ns somos?

    Cortejando

    Ao preparar-se para pensar em casamento, era tpico serdito jovem puritana que a eio estvel de ambos os ladosem um relacionamento era geralmente um sinal de apoio di-

    vino ao casamento. odavia, ela no devia necessariamenteprocurar por algum a quem ela amasse naquele exato mo-mento, mas por algum a quem ela poderia amar de ormapermanente. Esta uma importante distino (expandir--emoo vs. critrio).

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    A moa puritana era ensinada que o amor pelo Senhor devia vir primeiro e o amor humano devia alimentar esse amor e nodesvi-la dele. Contudo, o amor marital, uma vez que o homeme a mulher estivessem unidos, devia ser igual ao da igreja porCristo, embora subserviente ao amor dela pelo Senhor.

    Packer nos ala que o homem puritano tpico oraria muito epensaria bastante sobre uma companheira em potencial. Queela osse uma crist sria era uma condio. (Faa uma pausae considere isto.) Beleza de mente e carter era en atizado bemmais que beleza externa. Uma avaliao completa do carter damoa precederia a corte. Como isso era eito? Ele tentaria des-cobrir sua reputao, observar como ela costumava agir na con-

    vivncia com outras pessoas, como se vestia e conversava, e aquem ela selecionava para seus amigos. O puritano Robert Cle-aver escreveu: Escolhe uma companheira para tua vida comoantes escolhestes companhias iguais a ti. Os puritanos Dode Cleaver em seu A Godly Form o Household Government(Uma Forma Piedosa de Governar a Famlia) a rmam: Vejamum ao outro comendo e acordando, trabalhando e brincando,conversando, rindo e desaprovando tambm; ou, caso contr-rio, pode ser que se tenha um para com o outro menos do quese procurava, ou mais do que desejassem.

    Os puritanos usavam o modelo bblico de cortejar, experi-mentado e verdadeiro, em lugar do modelo moderno, em lugardas prticas mundanas do namoro de hoje. Eles tinham poucaesperana para com aqueles casais cujas a eies se sobrepu-nham razo. De orma tpica, a razo era empregada em pri-meiro lugar na procura de um parceiro e as a eies deveriamsegui-la obedientemente. alvez seja uma surpresa para ns,mas eles reqentemente conseguiam.

    Quando um certo Michael Wigglesworth desejou persuadiruma mulher piedosa a casar-se com ele, ele escreveu-lhe, noproclamando um amor violento por ela, mas, em vez disso, ezcuidadosamente uma lista de dez razes pelas quais ela deveria

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    casar com ele e depois respondeu a duas objees unio deleslevantadas por ela. Embora a primeira das razes dele se asse-melhe ao amor romntico com que todos ns estamos muito a-miliarizados meus pensamentos e corao tm sido somentepor voc desde nosso primeiro encontro - as outras razes nooram produtos de paixo, mas de piedade.

    Na razo dois ns lemos que mesmo buscando a Deusde orma sria, ervorosa e reqente por orientao e di-reo em uma questo to sria, meus pensamentos aindatm sido determinados e ixos em voc como a pessoa maisadequada para mim.

    Razo trs: A isso eu no tenho sido levado por antasias(como muitos so em casos assim), mas por um raciocnio e julgamento saudvel, principalmente amando e desejando vocpor aqueles dons e graas que Deus lhe deu, e visando a glriade Deus, a beleza e promoo do evangelho. O bem espiritual,bem como o bem exterior de mim mesmo e de minha amlia, juntamente com o seu bem e de seus lhos, como meus objeti- vos, induzem-me a isso.

    Para encurtar a histria: a senhora casou com Wigglesworth.Que pai hoje no invejaria tal pretendente para sua lha?

    Nossa orma de aproximarmos uma relao em nossos dias atu-ais no est talvez nos a astando desta preparao sria para ocasamento? Uma concluso errada qual no queremos que sechegue dizer que os sentimentos do amor no so importantes.Os puritanos apenas no os consideravam de todo-importante.O amor tinha que ser precedido e temperado com considera-es srias, espirituais.

    III. A Esposa Puritana

    Para os puritanos, a ligao do matrimnio era considerada aonte e raiz principal e original de todas as outras sociedades.Em outras palavras, se os casamentos no eram bons, como po-

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    deria a igreja ou a sociedade ser? Ns vamos considerar a espo-sa puritana em vrios de seus papis.

    Como Amiga e CompanheiraJohn Angell James escreve que no estado do casamento a

    es era de trabalho da mulher sua amlia. Em muitas tribosno-civilizadas onde o cristianismo desconhecido, ele obser-

    va, a esposa quem trabalha duro, enquanto o marido vive eminsolente preguia. O cristianismo verdadeiro, diz James, liberaa mulher disso.

    Os deveres da mulher crist comeam em casa, estando elano centro, em primeiro lugar depois de seu marido. Numa se-o comovente em seu livro Female Piety (Piedade Feminina),James escreve: Na vida de casada, ela deve ser sua companhei-ra constante, em cuja sociedade ele deve achar algum quese una a ele mo com mo, olho com olho, lbio com lbio ecorao com corao: a quem ele pode desaba ar os segredosde um corao pressionado pelos cuidados, ou oprimido porangstias; cuja presena ela tem como prioridade perante todaa sociedade; cuja voz ser para ele sua msica mais doce; cujosorriso, sua luz do sol mais brilhante: de quem ele se a asta-r com pesar, e a cuja conversa ele retornar com ps ansio-sos, quando o labor do dia tiver terminado; quem caminharprximo de seu corao amoroso, e palpitar o pulso de suasa eies quando os braos dela se apoiarem nele e orem pres-sionados em seu lado. Nos momentos de conversa a ss elelhe alar de todos os segredos de seu corao; encontrar nelatodas as capacitaes, todos os estmulos, da mais terna e enca-recida sociedade; e em seu gentil sorriso e loquacidade, gozarde tudo que possa ser esperado em quem oi dado por Deuspara ser sua companheira e amiga.

    Em suma, a esposa puritana oi dirigida para consolar eanimar seu marido, aliviar seu ardo compartilhando-o. Elatambm deve ser sua con dente e conselheira. James continua:

    Nem ela deve ser negligente em o erecer, nem ele negligente

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    em receber os conselhos de sabedoria que ela possa sugerir comprudncia, muito embora ela possa no ter ntima amiliarida-de com todas as complicaes dos negcios deste mundo.

    Algum pode pensar que os puritanos eram contraditriosem alguns aspectos com relao infuncia que a esposa puri-tana deveria exercer. Por um lado, John James admiravelmentecita Adolpe Monod, que escreveu: A maior infuncia na terra,seja para bem ou para mal, possuda pela mulher. odavia,qualquer pessoa que pegue qualquer escrito puritano na ques-to do casamento encontrar duas palavras, submisso e subor-dinao, literalmente pontuando as pginas. Como possvelela ser submissa e, todavia, to infuente? Este um segredo quenossa triste gerao precisa extremamente redescobrir.

    Submissa e SubordinadaSubmisso, subordinao: estas so, para a maioria das

    mulheres hoje, palavras que soam como danosas, quando usa-das no contexto do casamento. Muitas mulheres ocidentaismodernas pre erem pensar acerca do casamento em termosde igualdade, cooperao, como um time, e expresses comoessas. Para os puritanos, e, de ato, de acordo com E 5:22ss,quando uma mulher, uma esposa, perde de vista os conceitosundamentais da submisso e subordinao com respeito aseu marido, isso no menos hertico que se a igreja perdes-se de vista sua submisso a Cristo. Apesar da reqente men-o dessas palavras, contudo, os puritanos no equacionavamsubordinao serventia. Uma mulher, agindo como Deus adesignou para agir, era considerada um bem poderoso paraqualquer marido, amlia e nao, e uma mulher que conheciaa alegria de azer a vontade de Deus.

    No cometa erro, os puritanos no eram insensveis s re-qentes circunstncias di ceis da mulher. Nem eram eles, mes-mo em sua poca, privados de crticas pela sua insistncia nopapel submisso da mulher. John Angell James escreveu: Mas

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    talvez se aa a pergunta se eu trancaria toda mulher casadadentro do crculo domstico, e, com o cime e autoridade deum dspota oriental, a con naria em sua prpria casa; ou se eua condenaria e a degradaria ao mero trabalho penoso do lar.Veja voc, a mentalidade eminista no est limitada ao sculoXX, mas tem um p em todas as geraes desde a queda. Jamescontinua a dizer: Ela, com meu consentimento, nunca a undarsaindo do lado de seu marido para ser pisada sob seus ps. Elano ter um raio de sua glria extinguida, nem ser desprovidade uma nica honra que pertena a seu sexo; mas ser a instrutorade seus lhos, a companheira de seu marido, e a rainha consortedo estado domstico no nenhuma degradao; e ela degra-dada apenas para quem pensa assim. Embora ele conceda a in-funcia dela tanto na es era social e entre seus amigos como emsua prpria casa, ele adverte que estas incessantes do prazer ecrculos constantes de entretenimento no so a sua misso, mas,sim, contrapor-se e impedir essas coisas. No se deve esquecerque a poro do homem puritano na vida era reqentementede monotonia, di culdade e sacri cio. A vida era simplesmentedi cil, para toda a amlia. Eu gostaria de encontrar novamentea brilhante citao de J.I. Packer a este respeito, mas o mago daquesto era que os puritanos no aziam sempre coisas extraor-dinrias de orma excelente, mas a ora deles era que, pela graade Deus, eles zeram coisas ordinrias de um modo excelente.

    Benjamim Morgan Palmer escreve: Ao assumir a relao deesposa, uma mulher se rende muito; ainda uma rendio. Elecontinua dizendo que ela era certamente mais independenteantes do casamento, mas voluntariamente abre mo dessa inde-pendncia em avor das vantagens do casamento, mais do queera compensador por sua perda. Ele escreve: Comparando osdois, ela deliberadamente escolhe ser menos livre a m de sermais eliz, e, por isso, ela se submete... Longe de ser desonradaem sua subordinao, essa por toda a vida uma consagraoconscienciosa de si condio de sua escolha.

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    Em adio a isso, Palmer escreve: A submisso dela , por-tanto, uma onte de honra. Ela no humilhada com isso, masexaltada... No um sacri cio sem compensao. Ela abre moda independncia, mas adquire controle... Ela acha uma satis a-o cheia de descanso em aderir sua con ana, apoiando-a emuma estrutura mais orte que a sua prpria. Palmer continuaa dizer que, embora ela ganhe responsabilidade e autoridadeao guiar seu lar, ela no sobrecarregada normalmente a car-regar o peso sozinha. Se seus lhos orem educados de ormaapropriada, a sua subordinao como esposa ser mais do quecompensada quando ela or elevada supremacia de rainhacomo... me.

    Consoladora e Companheira ntimaA esposa puritana ideal no era nenhum sargento treinado

    ou estica. Ela tambm no era nenhuma serva ou algum con-denado a levar sempre ch de cadeira. Esses so todos estere-tipos impingidos aos puritanos por historiadores ignorantes.Considere estas citaes dos prprios puritanos:

    A esposa uma ordem para o homem: como uma pequenaZoar, uma cidade de re gio aonde ugir em todos os seusproblemas: e no h nenhuma paz comparvel a ela, a noser a paz de conscincia.

    Uma boa esposa sendo... a melhor companheira na ortu-na; a mais adequada e pronta assistente no trabalho; o maiorcon orto nas tribulaes e pesares; e a maior graa e honraque pode haver a quem a possui.

    receber misericrdia ter uma amiga el que o ama intei-ramente... a quem voc pode abrir sua mente e comunicarseus assuntos... e receber misericrdia ter to perto umaamiga que seja auxiliar a sua alma... a incitar em voc agraa de Deus.

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    Deus, o primeiro Instituidor do casamento deu a esposa aomarido para ser, no uma serva, mas sua auxiliadora, conse-lheira e consoladora.Richard Baxter, escrevendo sobre os deveres do marido e da

    esposa, nos d uma olhada de primeira-mo dentro do coraodo relacionamento marital puritano:

    1. Amar inteiramente um ao outro e por isso escolher umaque seja verdadeiramente amvel...; e evitar todas as coisas quetendem a su ocar seu amor.

    2. Morar juntos, des rutar um do outro, e elmente se uni-rem como auxiliares na educao de seus lhos, no governo daamlia e na administrao dos negcios seculares.

    3. Especialmente serem auxiliares na salvao um do outro:estimular um ao outro , ao amor, obedincia e boas obras:advertir e ajudar um ao outro contra o pecado e todas as tenta-es; unirem-se no culto a Deus em amlia e em privado: pre-parar um ao outro para a proximidade da morte e con ortar umao outro com a esperana da vida eterna.

    4. Evitar todas as dissenses, suportar unidos aquelas en er-midades que no podem ter cura em um ou no outro: acalmar,e no provocar, paixes incontrolveis; e, em coisas legtimas,agradar, satis azer um ao outro.

    5. Preservar a castidade e delidade conjugal, evitar todaconduta inadequada e imodesta em relao a outro que possaincitar cimes; e, ainda, evitar todo cime que seja injusto.

    6. Ajudar um ao outro a suportar seus ardos (e no torn-losmaiores com a impacincia). Na pobreza, tribulaes, doena,perigos, con ortar e apoiar um ao outro. E serem companhei-ros deleitveis no amor santo, na esperana e deveres celestiais,quando todos os outros con ortos externos alharem.

    Seus DeveresJohn Cotton, em seu A Meet Help (Uma Ajuda Adequada)

    escreve que o dever da esposa era car em casa, educando seus

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    lhos, preservando e melhorando o que conseguido pela in-dstria do homem. O historiador Edmund Morgan acrescentaque o que o marido provia ela distribua e trans ormava a mde suprir as necessidades dirias da amlia. Ela trans ormavaarinha em po, l em roupas e esticava os centavos para com-prar o que ela no podia azer. Em algumas casas, a esposa cui-dava das nanas da amlia. Numa breve descrio puritanado trabalho pode-se ler: Guiar a casa e no o marido. bemclaro que, para os puritanos, ser uma esposa e me no era umtrabalho: era um chamado.

    Com relao a seu MaridoDa atitude da esposa puritana com relao a seu marido

    Morgan nos diz que Ela deveria, portanto, v-lo com revern-cia, uma mistura de amor e temor, no, contudo, um temorde escravo, que nutrido com dio ou averso; mas um temornobre e generoso, que procede do amor. Ela no era serva ouescrava dele. s vezes os homens eram multados at mesmopor sugerir tal coisa, especialmente se algum vizinho ouvisseisso sem querer e o reportasse s autoridades. O marido podia ecom reqncia era punido pelas autoridades se ele batesse emsua esposa ou tentasse mand-la azer algo contra a lei de Deus.

    Samuel Willard escreveu que o marido devia governarsua esposa de tal maneira que sua esposa pudesse se deleitarnisso, e no tomasse isso como uma escravido, mas liberdadee privilgio; e a esposa devia transmitir isso a seu marido demodo que ele casse contente com ela: e qualquer coisa que sejacontrria a isso e seja doloroso para alguma das partes, derivano do preceito, mas da corrupo que h nos coraes dos ho-mens.

    O amor no era considerado algo extra, mas um dever, umaobrigao solene rendida alegremente. Na obra Well-OrderedFamily (Famlia Bem-Ordenada) de Benjamim Wadsworths,ns lemos: ... Se ela [a esposa] bate em seu marido (como algu-

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    mas descaradas, impudentes desgraadas aro), se ela cruelem sua conduta, usa linguagem ruim, mal-humorada, de caraazeda, to irritada que raramente come ou ala pouco; alm dis-so, se ela negligencia mani estar amor real e amabilidade emsuas palavras e em sua conduta, ela ento dissimula sua pro-sso de cristianismo, ela desonra e provoca o Deus glorioso,pisa em sua autoridade; ela no apenas a ronta seu marido, mastambm a Deus, seu Autor, Legislador, e Juiz com esse seu com-portamento mpio.

    A Estabilidade do CasamentoOs puritanos tomavam cuidados para preservar os casamen-

    tos e manter as pessoas casadas juntas. Freqentemente, atmesmo as cortes judiciais sentiam ser este seu dever paternal.A uma mulher, por exemplo, oi dito pela corte que ela teriaque permanecer em Boston e deveria retornar sua casa e aoseu marido. Se uma esposa abandonava seu marido (ou vice-

    -versa), ela deveria esperar uma multa, e o homem, multas etalvez aoites severos. Se um homem ou mulher viesse a Massa-chusetts sem seu marido ou esposa, eles podiam logo descobrirque sua permanncia seria encurtada pela corte, a menos queeles pudessem provar que estavam em negcio temporrio oupreparando um lugar para seu cnjuge antecipadamente. Se umcnjuge viesse sozinho da Inglaterra, ele ou ela seria embarcadode volta no barco seguinte. Cnjuges que ugissem se encon-trados, eram reqentemente orados a retornar para casa e ocasal seria mantido junto trancado at as di culdades serem ad-mitidamente resolvidas.

    As leis no apenas oravam que continuassem a coabitar, masprocurava que isso osse eito de orma pac ca. Cada um eraproibido pela lei de bater no outro ou usar linguagem abusiva. Alei se envolveria e at emitiria multas se eles encontrassem umhomem ou senhora mantendo o que os magistrados pensavamser uma companhia muito reqente com outra pessoa que no

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    osse o cnjuge. Na Nova Inglaterra o adultrio era levado muitoa srio e punido severamente. As punies variavam de multasa aoites, estigmatizar, o uso de uma grande letra A, execuessimblicas, e at mesmo, embora raramente, execues reais.

    Nosso governo hoje no tem um papel de orma to tpicaem preservar casamentos (embora isto parea estar mudando

    casamentos do pacto no sul). Quo mais, ento, os membrosindividuais na congregao deveriam estar tomando este papelem promover casamentos ortes e estveis. Ns no estamos de-endendo que as pessoas sejam bisbilhoteiras, mas sim que ajamcom um senso de dever e amor cristo.

    Amor Embora houvesse n ase na necessidade do amor em um

    casamento (tambm em nossa orma de casamento), os casaiseram advertidos contra o amor imoderado. triste que em nos-sos dias muitos cnjuges anseiem por mais amor de seus par-ceiros. Para os puritanos, algum apreciar seu marido ou espo-sa de orma muito elevada era desarrumar a ordem da criaoe descer idolatria. John Cotton escreveu: Quando ns nosdeleitamos excessivamente em nossos maridos, ou esposas, oulhos isso embrutece e turva a luz do Esprito. Homens e mu-lheres esqueceram seu Autor quando oram to transportadosem sua a eio que eles no objetivavam nenhum m maiselevado que o casamento em si mesmo. O verdadeiro amor ma-rital tinha em vista que os homens casados deveriam v-las[i.e., suas esposas] no para seus prprios ns, mas para seremmais bem preparados para o servio de Deus, e para traz-lospara mais perto de Deus.

    No era incomum para os ministros lembrar casais recm--casados a amar um ao outro acima de tudo e de todos nomundo, embora eles reqentemente acrescentassem a adver-tncia: Que se tenha cautela para que no amem desordenada-mente, porque a morte logo os ir separar.

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    Cartas entre maridos e esposas piedosos com reqnciamostravam evidncia deste balano. Uma carta de um Rev.Edward aylor de Connecticut comea: Minha Dove, envio--lhe no meu corao, pois isso eu con o oi enviado aos Cush muito tempo atrs... todavia, o mais daquilo que permitidoser estendido sobre qualquer criatura seguramente e unicamen-te cai como sua poro. Cotton Mather escreveu sobre o leitode morte do Rev. Jonathan Burr, que disse a sua esposa: Nogaste muito tempo comigo, mas v, siga seu caminho e gaste al-gum tempo em orao: voc no sabe o que pode obter de Deus;eu temo que voc olhe muito para esta afio.

    J. I. Packer nos lembra em sua obra sobre os puritanos, Entreos Gigantes de Deus (editora FIEL), que ns podemos aprenderuma importante lio dos puritanos a este respeito: ver e sentirmais a natureza transitria desta vida, e em particular, de nos-sos casamentos.

    A vida puritana era di cil, e com reqncia muito passagei-ra. Oua esta extensa descrio de Packer:

    Os puritanos experimentaram perseguio sistemtica porsua ; a idia que temos hoje dos con ortos de uma casaeram desconhecidas a eles; sua medicina e cirurgia eram ru-dimentares; eles no tinham aspirinas, tranqilizantes, so-n eros ou plulas anti-depressivas, assim como no tinhamnenhuma segurana social ou seguro; num mundo em quemais da metade da populao adulta morria jovem e maisda metade das crianas nascidas morria na in ncia, (umamdia de expectativa de vida in erior a apenas trinta anos,doenas, perigos, afies, descon orto, dor e morte eramseus constantes companheiros. Eles estariam perdidos seno mantivessem seus olhos no cu e no conhecessem a simesmos como peregrinos rumo ao lar na Cidade Celestial.

    ... a conscincia dos puritanos de que no meio da vida nsestamos na morte, a apenas um passo da eternidade, deu-

    -lhes uma pro unda seriedade, calma embora apaixonada,

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    com respeito aos negcios da vida que os cristos no mundoocidental de hoje opulento, mimado, materialista, raramenteconseguem se igualar. Eu penso que poucos de ns vivemdiariamente margem da eternidade da orma conscienteque os puritanos viveram, e o resultado que ns camosna desvantagem. Eles tinham um realismo matria-de- atocom o qual eles se preparavam para a morte, como se semprese encontrassem, como por dizer, de mala arrumada, pron-tos para ir. Calculando assim, a morte trouxe apreciao porcada dia de vida contnua; e o conhecimento de que Deusdecidiria a nal, sem consult-los, quando seu trabalho naterra estivesse terminado, trouxe energia para o prprio tra-balho enquanto ainda lhes era dado tempo para prosseguirnele.

    VI. A Me Puritana

    Embora o marido osse sempre considerado a autoridadenal em casa, com relao aos lhos e/ou servos, ele deviapermitir esposa o lugar apropriado de autoridade sobre eles.O marido e os lhos deviam respeit-la dessa orma. De ato,uma comisso teolgica publicou nessa poca: ... pois, em-bora o marido seja cabea da esposa, todavia ela cabea daamlia.

    O lugar da me puritana certamente era em casa. Um pu-ritano tardio, Benjamim Morgan Palmer, escreveu: A esposaencontra seu mundo no lar, cujo cuidado pertence pro ssio-nalmente a ela. sua uno presidi-lo, assim como a do juizsentar na tribuna... ou a do mercador se mover nos crculos docomrcio. A seguir, Palmer descreve as di erentes es eras de in-funcia designadas por Deus ao marido e esposa, concluindo: o logo os limites entre eles sejam bem de nidos, e nenhumaparte seja disposta a invadir a provncia designada por naturezaao outro, srias colises sero evitadas.

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    Palmer ressalta que se a esposa vive com respeito apropriadopor seu marido, ela pode se dar como exemplo para seus lhosdo por que a obedincia deles a seu pai pode ser per eitamenteconsistente com seu respeito prprio e elicidade. Ele escreve:

    A esposa no impe nada que ela mesma, hora aps hora, nopratique. No momento em que ela ordena, ela lidera no modode obedecer. As crianas no precisam aprender essa lio compalavras: tudo pode ser compreendido num relance de olhos.Isto , ele ressalta, de ato nada di erente daquilo que o prprioSenhor Jesus ez. Jesus voluntariamente colocou-Se sob o doce jugo de Seu Pai, mesmo at morte, e oi altamente exaltadopor ter eito assim. A me puritana devia azer o mesmo.

    Educao das CrianasDamos a volta completa ao considerarmos agora a me pu-

    ritana treinando a prxima gerao de moas puritanas. Benja-mim Palmer nos ornece uma advertncia na hora certa, mes-mo quando ele exorta os pais puritanos quanto ao mtodo detreino que eles pem em prtica com seus lhos. Ele ressalta,criando suspense nos detalhes, que mtodo provavelmenteterminar em tristeza. Ele chama a ateno, em primeiro lugar,contra o lar...

    1. Onde h severidade, rigor habitual, mantendo a crianaangustiada, e nunca penetrando com simpatia vivaz nas ale-grias e tristezas dele ou dela. Ele acautela sobre ser muito reser-

    vado, muito absorvido nas preocupaes dos negcios, muitotemeroso de adentrar no simples mundo de nossos lhos. Eleconclui este ponto dizendo que um pai que evita esta cilada go-

    verna cil e bem, e governa quase sem reio ou rdea.

    2. O perigo da extorso constante e dura do dever requerido.No deixe que a nica voz paternal ouvida seja a que manda,ele adverte. Um pai, ele continua, mais do que um supervisor.

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    Um lho, ele conclui, deve ser capaz de sentar luz do sorrisode seus pais e regozijar-se em seu amor.

    3. H o perigo da crtica suprfua e sarcstica. Ningum deveestar sob alerta para achar altas. Ele escreve: melhor deixara manga da jaqueta dilacerada do que, pior, dilacerar o coraodo menino, que repelido por um pai a quem ele deve prestarcontas de todo contratempo.... Ao contrrio, onde houver umdesejo evidente por parte da criana para agradar, reconhea eencoraje o mesmo, ainda que a maneira de expressar no sejano geral satis atria.

    4. Evite avoritismo e comparaes depreciativas entre umacriana e outra. O cime surgido dessa orma queima comocarvo de zimbro no corao que se sente rejeitado.

    5. Acautele-se do castigo severo infigido pela raiva ou emgrau excessivo. Ele escreve que a criana pode rapidamente dis-cernir entre a punio que merecida daquela que produto daraiva excessiva. Nunca humilhe ou degrade, mas antes corrijapara correo.

    6. Finalmente, con orme nossas crianas orem cando mais velhas, tenha cuidado para no reter autoridade quando deve-ria gradualmente ser dado caminho persuaso. Ele escreve:

    uma parte do prprio treinamento lanar a jovem guia sobsuas prprias asas a balanar no ar. O jovem de dezesseis nopode ser governado como o menino de seis anos; e perde suachance o pai que no or capaz de, quieta e gradativamente,substituir sua infuncia no lugar de autoridade... Sabedoria etato so requeridos para se e etivar a mudana. Mas, como otempo em que o exerccio da autoridade dever cessar deve che-gar, a maneira como se dar essa gentil abdicao deveria serobjeto de estudo dos pais.

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    rapidamente os distintivos deixando-os para um mundo rapi-damente invasor. Eu temo que ns todos temos captado muitomais do esprito deste sculo do que ns percebemos. Precisa-mos da graa de Deus para nos arrepender e procurar retomar,por Sua ora, o terreno perdido.

    5. Ns apenas poderemos azer isso quando novamente eseriamente considerarmos nosso papel ordenado por Deus naeducao de nossos lhos. Sejam eles ensinados em casa oueducados em uma escola crist, ns nunca podemos abando-nar a responsabilidade do treino de nossas crianas passando--a para outros. Ns temos que ser diligentes e vigilantes paracarmos seguros de que no apenas o nome da educao denossos lhos seja cristo, mas que a substncia dela o seja. Ne-nhuma escola ou igreja pode se responsabilizar pelos votos que

    voc ez quando seu lho oi batizado. Voc ter que responderpor esse lho no ltimo dia.

    7. Estudar, buscar, orar, aplicar as Escrituras este era o cora-o da vida puritana. Ns podemos aprender com eles. Ns noapenas devemos buscar direo da Palavra de Deus, mas ns po-demos, com a bno de Deus, tambm aprender muito de nos-sos antepassados atravs de seus escritos. Nunca deixe os escritosdos homens suplantarem a Palavra de Deus. Mas, sim, permitaesses escritos complementarem sua leitura das Escrituras.

    O que John Geree escreveu sobre o Carter de um Velho Pu-ritano Ingls poderia ser corretamente aplicado mulher puri-tana que ns temos tentado expor para voc hoje. Ela era... [umamulher ranca], rme em todo o tempo, de modo que aquelesque, no meio de muitas opinies, tinham perdido a viso da ver-dadeira religio pudessem retornar a ela e encontr-la ali.

    FIM

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    A MulherPuritana

    O Rev. David Lipsy pastor da Grace Re ormed Christian Chur-ch, Arkansas, USA. casado com Ruth desde 1981 e so abeno-ados com oito flhos e dois netos. Depois de participar de RutgersCollege o Pharmacy por quatro anos, completou a licenciaturaem Educao em Lakeland College e serviu 14 anos como pro es-sor da escola crist em Wisconsin. M. Div. no Puritan Re ormed Teological Seminary (PR s) em Grand Rapids, MI e completou programas de certifcao introdutrio e avanado em Aconse-lhamento Bblico no aconselhamento cristo e Fundao Educa-cional de Glenside, PA. Ele est prximo de completar o Dou-torado do programa no Ministrio Aconselhamento Pastoral deWestminster Seminary, na Filadlfa. Atua no Conselho de Ad-ministrao da PR S bem como Covenant College, na Zmbia,na rica, periodicamente ensina em ambas as instituies. Pas-toreou a Congregao Re ormada Heritage o New Jersey 1999-2008. Em 25 de julho de 2008, oi empossado como nosso pastor.