r inglesa puritana e gloriosa cormwell
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R inglesa puritana e gloriosa cormwell
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Segundo Hobsbawn a Revolução Inglesa ocorrida em 1640 foi um grande acontecimento social onde o poder do estado que protegia a velha ordem, essencialmente feudal. Este movimento foi a derrubada de uma estrutura, o poder passava para uma nova classe, tornando possível o livre desenvolvimento do capitalismo. Portanto este foi um conflito de classes onde as forças reacionárias defenderam o despotismo de Carlos I e por outro lado, um Parlamento que representante de uma nova ordem contou com o entusiasmado apoio das novas classes mercantis e industriais, de pequenos proprietários rurais, uma pequena nobreza progressiva e as massas oprimidas do campo e das cidades.
Durante o séc. XVII a Inglaterra passou por uma revolução política profunda, a cabeça de um rei em plena modernidade era decapitada.
Segundo os "Whigs", seguindo s explicações apresentada pelos "leaders do Parlamento" propagandeada ao povo, os exércitos parlamentares lutavam pela liberdade do individuo e por seus direitos, consagrados pela lei, contra um governo tirânico que os lançavam a prisões sem processos jurídicos, os tributavam sem seu consentimento, saqueava seus Benz e procurava destruir a instituição parlamentar. , os Whigs sublinham o caráter progressivo da revolução e ignoram que a classe que se colocou à liderança da revolução e se beneficiou das realizações foi a burguesia, com sua fabula que seus interesses identificam com os interesses da nação.
Segundo Hobsbawn esta afirmação se confirmava pelas atitudes dos Stuarts em impedir o povo de se reunir e participar de discussões políticas, cobrando impostos arbitrariamente, tentando fechar o Parlamento e nomear funcionários para governar o país e mesmo o Parlamento já sendo representante da classe que esta no poder hoje, sua atuação era uma vitória, pois colocava limitações a um governo autônomo representante das classes mais ricas da sociedade.
Segundo os "Torys" outra escola historiográfica e de oposição aos "Whigs" a política real de modo algum era tirânica e Carlos I, conforme discursou ao tribunal que o condenou, Carlos I morreu pela liberdade de seus súditos diante da nova classe que surgia, Carlos I queria proteger o povo geral da exploração econômica levada a cabo por uma reduzida classe de capitalistas em busca de êxito. Esta teoria é usada hoje por personagens com pré-disposição ao liberalismo. Os Tories, por sua vez, sublinham a natureza de classe da revolução, tentando negar o caráter progressivo da revolução e sua importância a época.
Hobsbawn vê a Revolução de 1640 como uma luta pelo poder político, econômico e religioso empreendida pela classe média, a burguesia, que crescia em riqueza e força à medida que o capitalismo se desenvolvia. Porém, não é verdade que ao opor-se a ela, a realeza tivesse em vista os interesses do povo em geral, ao contrario, os partidos populares provaram serem opositores combativos ao rei e mais radicais do que a própria burguesia. Portanto, Carlos I representava os interesses de nobres proprietários de terras e a sua política era influenciada por uma corte composta pela aristocracia comercial parasitária.
Uma terceira corrente historiográfica tenta caracterizar a revolução como fruto da disputa religiosa preponderante, o Puritanismo ou o Anglicanismo.
Para Hobsbawn a religião era relevante no século XVII, porém, crer que a religião poderia abarcar a sociedade a ponto de realizar tal evento é um tanto quanto difícil. Mesmo a Igreja tendo na Idade Média tendo comandado todo o cotidiano, detinha o monopólio educacional , o pároco era fonte de informação política e econômica, a própria paróquia era um elemento do governo regional, coletava r destribuia as esmolas recebidas pelos pobres. A Igreja orientava a quem crer. OS homens religiosos exerciam as funções orgânicas do estado.
A igreja defendia a ordem vigente era importante o governo manter seu controle sobre esta agencia de propaganda e publicidade. Quem pretendesse derrubas o feudalismo deveria atacar e obter os lucros da Igreja.
Revolução Puritana
A Revolução Puritana foi um conflito entre a monarquia e o parlamento, que aconteceu na Inglaterra na
década de 1640. O rei, Carlos I, governava movido por seus interesses e não aceitava os parlamentares
interferirem politicamente.
Quando Carlos I assumiu o reinado após a morte do pai, Jaime I, em 1625, começaram os desacordos
políticos. Sua dinastia era responsável por uma série de mudanças políticas na Inglaterra. Seu pai, Jaime I,
acabou com as medidas liberais do Tudor e aliou-se à Igreja Católica, fortalecendo a ideologia
conservadora.
Enquanto reinava, Carlos I foi obrigado a convocar o Parlamento para aprovar os gastos com guerras e
conflitos. Foi pressionado a assinar a "Petição de Direitos". Neste documento, o rei comprometia-se a
prestar contas ao Parlamento e colocar questões financeiras e militares sob o domínio da instiruição. O rei
preferiu dissolver o Parlamento britânico por conta das exigências.
O Parlamento radicalizou-se exigindo controle total sobre as questões tributárias e religiosas. Com a
implementação de mais tributos, a burguesia se viu prejudicada e acabou gerando uma crise financeira ao
não pagar os altos impostos cobrados pelo rei. Além do mais, reivindicou a convocação das autoridades
parlamentares. Por sua vez, Carlos I ameaçou novamente extinguir as autoridades. Inconformada com a
imposição monárquica, os líderes parlamentares convocaram a formação de uma milícia armada
que garantia a existência do parlamente britânico. . Era então, o início da Revolução Puritana.
Em 1649, o exército dos parlamentares conseguiu capturar o rei e acabou aniquilando-o brutalmente,
chegando a decapitá-lo.
Com a vitória, Cromwell, que liderou os combatentes, se tornou o novo presidente do Conselho de Estado,
depois de ajudar a dividir grandes partes de terra com camponeses pequenos que eram a seu favor.
Entretanto, depois de assumir o poder pela primeira vez no sistema Republicano, acabou tirando as
camadas mais baixas das decisões políticas e governou a Inglaterra de forma autoritária e severa.
Revolução Gloriosa
Revolução Gloriosa, movimento que aconteceu na Inglaterra entre 1688 e 1689, onde o rei Jaime II
isentado do trono britânico. Revolução Gloriosa pode ser chamada também de " Revolução sem Sangue",
pela forma pacífica em que ocorreu. Ela deu resultado a substituição do rei da dinastia Stuart, católico,
pelos protestantes Guilherme, Príncipe de Orange, da Holanda, junto com sua mulher Maria II, filha de
Jaime II. Esta revolução ganha forma após um acordo secreto entre o parlamento inglês e Guilherme de
Orange, chefe de estado (stadtholdes) em uma manobra pensava entregar o trono britânico ao príncipe,
devido à não aceitação dos nobres britânicos contra à insistência de Jaime II em reconduzir o país no rumo
da doutrina católica. Em 1688, Guilherme de Orange é declarado rei, com o nome de Guilherme
III.
A Revolução Gloriosa marginalizava o povo além de mostrar que para acabar com o absolutismo, não era
necessária a eliminação da figura do rei, desde que o mesmo aceitasse se submeter às decisões do
Parlamento.
Representando a transição política de uma Monarquia Absolutista para uma Monarquia Parlamentar, a
Revolução Gloriosa inaugurava a atual política inglesa onde o poder do rei está submetido ao Parlamento.
A Revolução Gloriosa marcou um importante ponto para o poder em direção ao parlamento, distanciando
a Inglaterra permanente do absolutismo. A declaração de Direitos (Bill of Rights) foi aceito no parlamento,
onde era proibido um monarca católico voltasse a governar o país, além de eliminar a censura política,
reafirmando o direito exclusivo do Parlamento em estabelecer o direito de livre apresentação de petições
e impostos.
A principal mudança feita pelo Bill of Rights era a relação entre o Parlamento e o Rei. As eleições
parlamentares que deveriam acontecer regularmente, não aconteciam. Além do mais, nenhuma lei
parlamentar podia ser suspendida pela autoridade real e depois da morte do rei, o Parlamento podia
eleger o sucessor do trono inglês.
Os custos feitos pela família real deveriam ser controladas pelo Parlamento e nenhum exército poderia ser
mantido em tempos de paz. O funcionários de níveis altos do governo também teriam de ser fiscalizados
pelo Parlamento. O Tesouro britânico era controlado pelo Parlamento
e nenhum custo deveria ser feito sem a sua aprovação. Em 1694, o governo criou o Banco da Inglaterra,
que consolidou o financiamento de atividades industriais britânicas e comerciais. Essas novas medidas
acabavam com o processo revolucionário inglês e firmavam o prisioneiro industrial britânico.
Oliver Cromwell
Histórico, político britânico, nascido em Huntingdon, leste da Inglaterra, caracterizado por disseminar e
fortalecer uma atitude mental puritana na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, e de grande influência na
vida política e social até o século XX.
Pequeno proprietário de terras e calvinista puritano e fortemente anticatólico, movido por uma fé
inabalável, combinada com um profundo conhecimento da Bíblia, chegou a julgar-se o instrumento de
Deus na terra.
Eleito membro do Parlamento (1628), distinguiu-se pela veemência na defesa do puritanismo e por
ataques à hierarquia da igreja na Inglaterra. Tornou-se representante de Cambridge (1640) no novo
Parlamento e uniu-se à ala radical que atacava duramente a política do rei Carlos I. Quando começou a
guerra civil que opôs os partidários do rei aos do Parlamento (1642), tornou-se conhecido também como
homem de extraordinários dotes de organização e comando.
Após organizar o Exército (1645), conduz sua tropa à vitória, triunfando em Naseby e em Langport. Com a
derrota definitiva e execução de Carlos I (1649), estabeleceu à proclamação da república (Commonwealth).
Com a derrota dos realistas escoceses (1651), a guerra civil terminou. Descontente com o Parlamento,
dissolveu-o (1653). Rebelde, porém dotado de excepcional competência militar, após dissolver o
Parlamento, foi nomeado Lord Protetor da Inglaterra, da Irlanda e da Escócia, partilhando o poder com um
conselho tutelar. O poder ficou então em suas mãos e na de seu exército.
Apoiou o Partido Puritano contra a arbitrariedade monárquica e contra o episcopado anglicano. Durante
seu governo (1653-1658) tornou a Grã Bretanha numa grande potência naval e o prestígio internacional da
Inglaterra cresceu assustadoramente. Reorganizou a fazenda pública, causou a liberalização do comércio,
reformou a igreja nacional segundo princípios de tolerância, embora perseguisse os católicos, e promoveu
o desenvolvimento das universidades.
Na política externa, o destaque maior foi a aliança que estabeleceu com a França contra a Espanha, da qual
arrebatou a ilha da Jamaica (1655). Sob seu governo, a Inglaterra assumiu a liderança dos países
protestantes europeus.
Morreu em Londres e foi enterrado na Abadia de Westminster e seus restos mortais foram transferidos
para Tiburny (1660). Embora não tenha erguido sua espada até os 43 anos de idade, seu nome, figura
atualmente entre os grandes estadistas da História. Seu filho Richard, nascido em Huntingdon (1626) e
morto em Chesnut (1712), o sucedeu (1658), mas não foi capaz de impedir o confronto entreo Exército e o
Parlamento. Renunciou ao cargo de lorde protetor em maio do ano subsequente, passando os próximos 20
noexílio.
Síntese
A Revolução Inglesa do século XVII representou a primeira manifestação de crise do sistema da época
moderna, identificado com o absolutismo. O poder monárquico, rigidamente limitado, cedeu a maior parte
de seus privilégios ao Parlamento e determinou o regime parlamentarista que permanece até hoje.
O processo começou com a Revolução Puritana de 1640 e terminou com a Revolução Gloriosa de 1688.
As duas fazem parte de um mesmo processo revolucionário, daí a denominação de Revolução Inglesa do
século XVII .
A Revolução Gloriosa foi uma revolução em grande parte não violenta (por vezes é chamada de
"Revolução sem sangue"), que teve lugar no Reino Unido entre 1685 e 1689, na qual o rei Jaime II de
Inglaterra da dinastia Stuart (católico) foi removido do trono de Inglaterra, Escócia e País de Gales, e
substituído pelo nobre holandês Guilherme, Príncipe de Orange em conjunto com sua mulher Maria II, filha
de Jaime II (ambos protestantes).
A Revolução Gloriosa foi um dos eventos mais importante na longa evolução dos poderes em posse do
parlamento e da coroa inglesa. Com a passagem no parlamento da Bill of Rights (declaração de direitos),
foi tornado impossível qualquer retorno à monarquia por um católico, e acabou com as tentativas recentes
para o absolutismo monárquico,nas ilhas britânicas, ao circunscrever os poderes do monarca. O evento
marcou a supremacia do parlamento sobre a coroa. Os novos monarcas devem a sua posição ao
parlamento.
Político inglês. De formação puritana, inicia a sua carreira política em 1628 como membro do Parlamento.
Durante a guerra civil dos anos 40 forma um exército revolucionário oposto ao absolutismo.
Em 1648 "limpa" o Parlamento e consegue a condenação à morte de Carlos I (1649) e a proclamação da
República (Commonwealth). Usa de todos os meios do poder e é ditador virtual da Grã-Bretanha.
Incorpora a Irlanda e a Escócia, dissolve o Parlamento (1653) e proclama-se Lorde Protetor. O novo
regime regressa aos princípios de governo moderados. A sua política assegura a prosperidade da burguesia
mercantil de Londres. Mas o regime sustenta-se basicamente graças à sua figura, pelo que à sua morte se
reinstala a monarquia na pessoa de Carlos II.
A REVOLUÇÃO INGLESA DE 1640
INTRODUÇÃO
A Revolução Inglesa do século XVII é vista como a primeira manifestação grave da crise do Antigo Regime.
A grande conseqüência do movimento foi a severa limitação ao poder monárquico e a consolidação dos
ideais burgueses, através do Parlamentarismo, que perdura até os dias de hoje. A Inglaterra, no século
XVII, às vésperas do movimento revolucionário, apresentava um extraordinário desenvolvimento
econômico. O papel desempenhado pela monarquia inglesa, nesse processo, deve ser considerado como
um elemento de relevante importância.
Henrique VIII e Elizabeth I, reis ingleses, podem ser apontados como grandes encorajadores das práticas
burguesas, uma vez que, durante o reinado de ambos, inúmeras medidas foram tomadas, dirigidas ao
crescimento e a evolução do comércio, como a unificação do país, a Reforma Protestante e o confisco das
terras da Igreja entre outras. Entretanto, a burguesia começou a ver na Monarquia Autoritária um entrave
ao desenvolvimento pleno de suas atividades. O ideal revolucionário surge com a ideia de impor limites ao
Rei, instalando a Monarquia Constitucional Parlamentar, que passaria a representar os interesses
burgueses.
A sociedade inglesa do século XIX encontrava-se em expansão e, regionalmente, dividida em regiões
econômicas, que acabavam por definir a condição social. Nas regiões mais conservadoras do norte e oeste
inglês, encontrava-se a nobreza tradicional, defensora de seus direitos feudais. As regiões do sul e do leste
eram habitadas por uma nobreza em processo de
transformação, conhecida como gentry. Esse grupo geralmente vivia em função da exploração da terra;
porem, nos moldes capitalista. Era vista como uma nobreza progressista, sendo responsável pela liderança
do processo revolucionário inglês do século XVII. Neste grupo, também poderiam ser incluídos os
burgueses em ascensão. Nas cidades, predominava a burguesia financeira, que por hora detinha os
monopólios concedidos pela realeza, onde também conviviam os artesãos, os mestres, os funcionários
públicos e outros agentes urbanos.
O início da revolução se deu quando os parlamentares puritanos e presbiterianos se revoltaram contra o
absolutismo. Exigiram a prisão de dois ministros do rei e aprovaram uma lei proibindo o monarca de
dissolver o Parlamento. Em 1641, os irlandeses promoveram uma rebelião a fim de se libertarem da
Inglaterra. O Parlamento organizou o exército para sufocar a rebelião irlandesa mas negou-se a confiar o
comando do exército ao rei. Com isso Carlos I invadiu o Parlamento com seus guardas pessoais e
prenderam os cinco principais líderes da oposição.
As origens do absolutismo na Inglaterra
Desde o período da conquista da Inglaterra pelos Normandos até aproximadamente o inicio do século XIII,
existiu um crescente fortalecimento do poder real; porem, limitado pelos senhores feudais, devido às
condições inerentes ao feudalismo. Entretanto, em diversos momentos, os reis ingleses tomaram medidas
arbitrarias no intuito de desrespeitar os direitos dos senhores feudais, fortalecendo o poder real. Em 1215,
a nobreza feudal,
aliada às cidades, aproveitou-se do enfraquecimento do poder real e obrigou o Rei a juramentar um
documento conhecido como Magna Carta. Em 1558 assume o trono inglês Elizabeth I, neste momento o
governo, decididamente adota a política favorável a burguesia e a nova nobreza, a gentry, protegendo o
comércio e a industria nacionais e se opondo fortemente a qualquer interferência contraria aos seus
objetivos econômicos. Favoreceu as companhias comerciais, concedendo-lhes monopólio comercial em
diversos países. O desenvolvimento do comércio e das manufaturas inglesas levou a um choque inevitável
com a Espanha, que detinha grande parte do monopólio comercial neste instante. Em 1588, Filipe II da
Espanha organizou a Invencível Armada para a conquista da Inglaterra.
O processo revolucionário
A Inglaterra no século XVII
No inicio do século XVII, a burguesia e a nova nobreza inglesa gentry, graças a política econômica
mercantilista, estavam enriquecidas e fortalecidas, a ponto de não necessitarem mais da proteção do
Estado Absolutista. A burguesia inglesa, ou pelo menos a sua parcela mais poderosa, participava das
companhias privilegiadas de comércio, que se enriqueciam com a exploração colonial e com a expansão do
comércio inglês.Esta alta burguesia, intimamente ligada a gentry, durante o século XVI, participava da corte
da Rainha Elizabeth e financiava as guerras da dinastia Tudor. A nova nobreza, além de se beneficiar com a
apropriação das terras da Igreja, beneficiou-se também com os cercamentos, isto é, com a expulsão dos
camponeses de
suas terras, substituindo a agricultura pela rendosa criação de carneiros, fornecedora de matéria-prima (lã)
para as manufaturas inglesas. A alta burguesia monopolista e a nova nobreza apoiavam o governo dos
Tudor, que os favorecia.
No século XVII, encontramos uma burguesia capitalista bastante desenvolvida. Mas o estado absolutista
feudal era um obstáculo ao avanço do capitalismo como um todo, pois intervinha nas atividades
econômicas, impedindo a livre concorrência. Esse Estado, que havia contribuindo para o evolucionismo da
burguesia, tornou-se um empecilho a este desenvolvimento. A burguesia, que até 1588 lutara pela sua
sobrevivência, aliada aos monarcas absolutistas, no século XVII lutara pelo poder político, o que implica a
derrubada do Estado Absolutista. Dentro da burguesia, operou-se uma diferenciação. Com o surgimento
da produção manufatureira, a média burguesia, que não podia participar dos monopólios comerciais,
aplicou seu capital diretamente na produção. Alguns mestres artesãos que haviam enriquecido passaram
também a empregar outros artesãos como assalariados. Ocorreu uma verdadeira Revolução na produção.
Essa média burguesia de artesãos vai colocar-se contra o Estado Absolutista, visto que esse Estado, ao
garantir o monopólio, impedia a livre concorrência, enquanto as corporações de oficio das cidades eram
um obstáculo ao estabelecimento das manufaturas. A média burguesia, para desenvolver a sua produção
retirou-se para os distritos rurais. Foi justamente esta media burguesia que liderou os acontecimentos
revolucionários
no século XVII.
No inicio do século XVII, a Inglaterra era um país preeminente agrícola; a totalidade da massa da população
que habitava no campo ocupava-se total ou parcialmente da produção de lã ou de víveres, a sociedade
inglesa durante séculos foi constituída por comunidades sendo estas feudais, eram comunidades isoladas
que produziam para seu próprio consumo. A situação dos camponeses estava muito ruim. Os cercamentos
provocaram a expulsão de grande parte da população rural de suas terras, ao mesmo tempo, os
camponeses. O foco desta sociedade era a Coroa do Rei, que na verdade era o maior proprietário das
terras, a alta dos preços torna a vida dos nobres impossível. Estavam constantemente endividados, a
dificuldade para manter seu antigo nível de vida era demasiado grande, perdiam suas propriedades para os
mais espertos da cidade, todas as classes participavam de uma luta intensa para tirar proveito das
mudanças que aconteciam na agricultura, a transformação que estava ocorrendo proporcionava grande
produtividade permitindo alguns camponeses mais ricos, e pequenos proprietários obter uma
possibilidade de elevar seu padrão de vida.
A monarquia Tudor
Henrique VI (Henrique Tudor) dá início à Monarquia inglesa, sustentada pela Carta Magna. Os reis Tudor
foram apoiados incondicionalmente pela nova nobreza inglesa e pela burguesia, que desejavam um forte
poder real como forma de submeter os grandes senhores feudais Pretendiam ainda defender o comércio
inglês e massacrar as revoltas populares. A época dos Tudor é conhecida como
período de extremo autoritarismo. O sucessor de Henrique VII, Henrique VIII, levou a cabo a reforma
protestante inglesa, criando a Igreja Anglicana, doutrina religiosa mais conveniente a nova nobreza e a
burguesia, e ao próprio rei
O “absolutismo” dos Tudor ficou conhecido como o absolutismo consentido, e se estendeu até 1603 Nesse
período, os monarcas dessa dinastia não chegam a estabelecer um exercito permanente e nem mesmo
uma burocracia. O poder dos Tudor vinha, principalmente, do apoio da burguesia comercial e da nova
nobreza, ao mesmo tempo que dominavam a volta da nobreza e da Igreja.
Quando Henrique VIII cria a Igreja Anglicana, ele acaba por desconstruir as influências continentais na Grã-
Bretanha e criando certa independência. Enquanto nessa fase do século XVI para o XVII há a perda da
hegemonia no mediterrâneo e ocorre uma hegemonia transatlântica em razão do comércio colonial, a
Inglaterra não somente pela sua posição geográfica, mas por construir condição de domínio atlântico e um
eixo comercial com a América do Norte acaba por criar condições capitalistas. A especificidade da
monarquia inglesa em relação às monarquias francesas, espanholas e a portuguesa era de não haver
estabelecido um poder Absolutista como aconteceu em outros Estados europeus com o poder centrado
nas mãos e o controle absoluto da economia e da política. Uma vez que o rei não tinha um controle
mercantil para oferecer base de sustentação econômica para manter ideologicamente a idéia de
prerrogativas reais, de comando.
O Parlamento inicia fortes ataques
a monarquia e os seus esforços para regulamentar a vida econômica a partir da derrota da Armada
espanhola cria uma sensação de insegurança política, dando vazão a novos conflitos de classe. Em 1640 , a
Inglaterra ainda era dominada pelos senhores das terras com suas relações feudais, contudo existia um
vasto setor capitalista em expansão, cuja evolução a Coroa e os senhores feudais não poderiam continuar a
refrear. Em 1563, um decreto vinha proibir 75% da população rural que englobava os mais pobres de
entrar como aprendizes na Industria, consequentemente existiam três classes em conflito: “Contra os
proprietários de terras feudais e parasitas e os financeiros especuladores, contra o governo, cuja política
consistia em limitar e controlar a expansão industrial, os interesses da nova classe de comerciantes e
agricultores capitalistas identificavam-se temporariamente com os pequenos camponeses e dos artesãos e
artífices”. Contudo um novo conflito se desenvolveria envolvendo as duas últimas classes, já que o
capitalismo incluía a desagregação das antigas relações agrárias e industriais. Na verdade, a monarquia até
o ano 1590 ainda possuía muito interesse em conservar uma aliança com a burguesia já que esta mantinha
os mesmos interesses da Coroa – na luta contra Espanha a Igreja Católica internacional,as casas nobres
rivais que viviam em disputa acirrada com a casa Tudor e o controle supremo com isso arruinavam o País
com as guerras privadas a cada dia a monarquia Stuart se ia tornando menos útil à burguesia.
A resistência aos Stuarts
Nosprimeiros anos do século a luta política foi travada no Parlamento, envolvia diversas questões, tais
como: religiosa, que confundiam-se com as políticas externas, econômicas constitucionais. Contra a
política de conciliação de Jaime, a Câmara dos Comuns apelava para uma política anti-espanhola militante.
Os esforços de Jaime e Carlos para abastecer novamente o tesouro público causaram inúmeros conflitos.
Todos estes acontecimentos conduziram para uma ruptura declarada. No pedido de direito, de 1628, assim
o Parlamento anuncia que a fixação de impostos sem o seu consentimento e as prisões que se sucediam
com arbitrariedade seriam igualmente ilegais.
Contudo a unanimidade tinha seus dias contados no seio do Parlamento, em todo o País, havia divisão de
classe. Também a burguesia estava receosa. O século XVII é decisivo na história da Inglaterra, neste
período a Idade média vai chegando ao fim, os problema se acumulavam, toda a Europa enfrentava uma
crise, acontecendo um série de conflitos, as décadas mais decisivas são as de 1640 a 1660. Nelas, se vê
uma figura que teria uma grande influência, Oliver Cromwell. As bases militares do feudalismo deixa de
existir, em contra partida o feudalismo fiscal subsiste. Os transtornos da produção agrícola era decisivo. A
população crescia e se convergia-se nos centros urbanos ou rurais, porém industrializados, e que não
possuíam auto-suficiência para alimentar toda população, no século XVI a morte por causa da fome foi a
consequência inevitável de uma série de colheitas ruins, a pior das quais, de 1593 a 1597 tudo isto é parte
do pano de fundo antes do nascimento de Oliver Cromwell.
Oliver Cromwell e a Revolução Inglesa
Histórico político, britânico nascido em Huntingdon, leste da Inglaterra, caracterizado por disseminar e
fortificar uma atitude mental puritana na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, e de grande influência na
vida política e social até o século XX. Pequeno proprietário de terras e calvinista puritano e fortemente
anticatólico, movido por uma fé inabalável, combinada com um profundo conhecimento da Bíblia, chegou
a julgar-se o instrumento de Deus na terra. Eleito membro de Parlamento (1628) distinguiu-se pela
veemência na defesa do puritanismo e Por ataques à hierarquia da igreja na Inglaterra. Tornou-se
representante de Cambridge (1640), no novo Parlamento e uniu-se à ala radical que atacava duramente a
política de Carlos I. quando começou a guerra civil que opôs os partidários do rei aos do Parlamento
(1642), torna-se conhecido também como homem de extraordinários dotes de organização e comando.
Após organizar o Exército (1645), conduz sua tropa à vitória, triunfando em Naseby e em Langport. Com a
derrota definitiva e execução de Carlos I (1649), estabeleceu à proclamação da república (Commonwealth).
Com a derrota dos realistas escoceses (1651), a guerra civil terminou. Descontente com o Parlamento,
dissolveu-o (1653). Rebelde porém dotado de excepcional competência militar, após dissolver o
Parlamento, foi nomeado Lord Protetor da Inglaterra, da Irlanda e da Escócia, partilhando o poder com um
conselho tutelar. O poder ficou então em suas mãos e na de seu exercito. Apoiou o partido Puritano contra
a arbitrariedade monárquica e contra o episcopado anglicano. Durante seu governo (653-1658) tornou a
Grã-bretânha uma grande potência naval e o prestígio internacional da Inglaterra cresceu
assustadoramente. Reorganizou a fazenda pública, fomentou a liberalização do comércio, reformou a
igreja nacional segundo princípios de tolerância, embora perseguisse os católicos, e promoveu o
desenvolvimento das universidades. Na política externa, o destaque maior foi a alonça que estabeleceu
com a França contra Espanha, da qual arrebatou a ilha da Jamaica (1655). Sob seu governo, a Inglaterra
assumiu a liderança dos países protestantes europeus. Morreu em Londres e foi enterrado na Abadia de
Westminster e seus restos mortais foram transferidos para Tibuny (1660). Embora não tenha erguido sua
espada até os 43 anos de idade, seu nome figura atualmente entre os grandes estadistas da História. Seu
filho Richard, nascido em Huntingdon (1626) e morto em Chesnut (1712), o sucedeu (1658), mas foi
incapaz de impedir o confronto entre o Exército e o Parlamento. Renunciou ao cargo de lorde protetor em
maio do ano subseqüente, passando os próximos 20 no exílio.
A guerra civil
Na guerra civil, as forças se dividiam em dois partidos político-militares: os cavaleiros que permaneceram
ao lado do rei Carlos I apoiados pelo clero, pela aristocracia do norte e do oeste do país e pelos grupos
favorecidos pelos monopólios reais e os cabeças redondas que apoiaram o Parlamento sendo eles
principalmente a burguesia mercantil e os empresários rural sendo a maioria puritana ou presbiteriana.
Os cabeças redondas sofreram reveses, mas após a liderança de Oliver Cromwell venceram as tropas da
monarquia, prendendo o rei Carlos I que foi julgado e condenado à morte. Foi decapitado em 1649, ano
em que Cromwell proclamou a república e assumiu a nação.
Os primeiros anos de república foram conturbados, onde tiveram que enfrentar e sufocar rebeliões
lideradas pelos niveladores que queriam implantar uma democracia que atendesse aos mais pobres.
Externamente, Cromwell invadiu a Irlanda e reprimiu uma rebelião contra seu governo e depois venceu o
exército escocês que invadira a Inglaterra. Cromwell então, unificou a Inglaterra, a Escócia e a Irlanda
numa só república e formou a Comunidade Britânica.
Em 1651, decretou o Ato de Navegação que determina a comercialização de mercadorias somente por
navios ingleses ou dos países onde foram produzidas. O Ato de Navegação impulsionou o capitalismo
inglês e favoreceu a indústria naval e a burguesia mercantil. Em 1651 a 1654, a Inglaterra entrou em
conflito com a Holanda por esta ter sido prejudicada com o Ato de Navegação. Comwell ampliou seus
poderes durante a guerra encomendando uma nova Constituição que propunha um único Parlamento e
estabelecia o voto censitário. A Holanda foi derrotada e então a Inglaterra tornou-se a maior potência
naval do mundo. Em 1658, Cromwell morreu e passou o poder ao seu filho Ricardo.
O autor Christopher Hill destaca a história de Oliver Cromwell e sua influência na Revolução Inglesa. O
capítulo VIII traz uma narrativa da oposição entre os absolutistas a monarquia e o parlamento, que em sua
maioria era composto por puritanos. Devida esta oposição e outros fatores, a Inglaterra entrou numa
guerra civil: Parlamento e o rei Carlos I.
Nesta época surge Oliver Cromwell que lidera a Inglaterra. Oliver, provavelmente não era um político já
que o autor enfoca a sua inocência para justificar a sua ingenuidade. O que Cromwell queria como mostra
Hill era a unidade parlamentar.” Ele definiu os quatro pontos fundamentais de seu governo: 1.
Governo por uma única pessoa e um só Parlamento; 2. Nenhum Parlamento se perpetuaria; 3.
Liberdade de consciência; 4. Controle da milícia pelo protetor e pelo Parlamento”. O autor enfatiza que
Oliver não tinha uso para a democracia. Por isso gasta muitos parágrafos falando de seus opositores,
diversos movimentos contrários às idéias deste estadista. O medo desse líder era deixar o poder nas
mãos de gente que só vivia para respirar, ao que os chama de massa, ou pobres.
Lutou contra o direito de voto para todos por esse mesmo motivo. O que o livro destaca enfaticamente é o
tipo de governo religioso de Cromwell, onde assevera que Deus estaria ao seu lado. O segundo capítulo,
um pouco mais longo que o anterior trata especificamente da contribuição calvinista e teológica a
ideologia de Cromwell e dos revolucionários ingleses (puritanos). Ao falar sobre a doutrina da
predestinação o autor reitera muitas vezes que essa doutrina, ao contrário do que se pensa, ou se pensou,
foi o grande motor dos revolucionários ingleses a ação. Devemos perceber que a sua teologia os ajudou a
viver e a mudar o mundo conforme eles o encontraram. Os protestantes enfatizavam o dever de trabalhar
arduamente em favor da comunidade, da república. Percebemos que a fé, no sentido calvinista deixou de
ser encarada como fonte de uma força psicológica interior, para um engajamento do homem honesto em
desempenhar uma tarefa mundana. O autor diz: “... o protestantismo se destinava unicamente àqueles
que agiam”.
Os eleitos eram ativos e corajosos por definição, mas não para se tornarem eleitos, tipo de governo
religioso de Cromwell, onde assevera que Deus estaria ao seu lado. O segundo capítulo, um pouco mais
longo que o anterior trata especificamente da contribuição calvinista e teológica a ideologia de Cromwell e
dos revolucionários ingleses (puritanos). Ao falar sobre a doutrina da predestinação o autor reitera muitas
vezes que essa doutrina, ao contrário do que se pensa, ou se pensou, foi o grande motor dos
revolucionários ingleses a ação. Devemos perceber que a sua teologia os ajudou a viver e a mudar o
mundo conforme eles o encontraram. Os protestantes enfatizavam o dever de trabalhar arduamente em
favor da comunidade, da república. Percebemos que a fé, no sentido calvinista deixou de ser encarada
como fonte de uma força psicológica interior, para um engajamento do homem honesto em desempenhar
uma tarefa mundana. O autor diz: “... o protestantismo se destinava unicamente àqueles que agiam”. Pg.
201. Os eleitos eram ativos e corajosos por definição, mas não para se tornarem eleitos.
Quando havia condições para o livre desenvolvimento capitalista. Os parlamentares acreditavam que
travavam a batalha de Deus. A Revolução De um lado, os Cabeças Redondas dos puritanos, do
Parlamento, do outro os Cavaleiros da força real. Estava iniciada a guerra. O talento de Oliver Cromwell fez
a diferença, valorizando o talento em seu exército: "Prefiro ter um capitão simples e rude, que saiba por
que luta e ame aquilo que sabe, do que um daqueles a quem chamais gentil-homem e que não passa
disso". Cromwell teve que lutar contra alguns dos seus oficiais superiores que se recusavam a adotar o
método democrático de recrutamento e organização de que ele mostrara as vantagens. Internamente,
teve que assistir à divisão entre os Presbiterianos, os grandes proprietários de terra, menos preocupados
em ganhar a guerra absolutamente do que com um compromisso, e os Independentes, formados pela
pequena nobreza progressiva, os pequenos proprietários rurais, a burguesia livre-cambista, apoiados pelas
massas dos pequenos camponeses e artesãos. As dificuldades da burguesia eram que precisava do povo,
mas o temia, pretendendo manter a monarquia como um controle da democracia - contanto que Carlos I
atuasse como eles desejavam e Carlos II veio, grosso modo, a atuar. À desorganização e falta de disciplina
do Exército Real contrapunha-se a disciplina e determinação dos homens de Cromwell. Disciplina, unidade
e consciência política. Terminada a guerra, em 1645,
aconteceu o que se temia: os Presbiterianos começaram a negociar com o rei no cativeiro, planejando
livrar-se do exército vitorioso, não fizeram as reformas sociais, não indenizaram ninguém pelos atos de
guerra. Os soldados rasos se agitaram e se organizaram nos Levellers. O exército e o Parlamento, agora,
coexistiam como poderes rivais. Os Levellers queriam uma República, a extensão dos direitos
parlamentares e o direito de voto para todos os homens.
Depois de fugir da prisão e retomar a guerra, o rei foi de novo preso, julgado sumariamente e executado
em 30 de janeiro de 1649, como "inimigo público do bom povo desta nação", e a monarquia foi declarada
desnecessária, opressiva e perigosa para a liberdade, segurança e interesse público do povo e foi abolida.
Em 19 de maio foi proclamada a República. Mas a situação não se mudara: no século XVII, se alguns dos
pequenos proprietários rurais e dos artesão mais ricos prosperavam e abriam caminho em direção à
burguesia e à pequena nobreza, muitos mais havia que eram empurrados para o status de trabalhadores
agrícolas destituídos de terras. Surgiram cercamentos de terras, faltava ideal e homogeneidade aos
Levellers, que se degeneraram, alguns seguindo o carreirismo ou o terrorismo, muitas vezes a serviço dos
realistas, outros desviando-se para grupos religiosos radicais, como os Quakers e os Anabatistas. O
movimento dos Digger constituiu o máximo em que a revolução burguesa inglesa representou os
interesses dos que não possuíam bens. Consistiu numa tentativa de proceder por meio de ação direta
a uma forma de comunismo agrário, tentativa essa realizada por membros do proletariado rural
expropriado, que argumentavam que os grandes senhores tenham sido tão derrotados quanto o rei, que a
vitória do povo tinha liberto o solo da Inglaterra, que lhes cabia agora cultivar. Gerrard Winstanley foi o
mentor da economia da época e escreveu: "O homem mais pobre da Inglaterra tem tanto direito à terra
quanto o mais rico". Mas o ideal comunista dele foi, em certa medida, retrógrado, porque surgia da
comunidade de aldeia que o Capitalismo estava em vias de desintegrar. Os 11 anos seguintes à revolta dos
Levellers foram agitados, marcados por metas traídas, instalação de ditadura militar com a dissolução do
Parlamento por Cronwell, que acabou aceitando uma Nova Constituição antes de morrer em 1658 e ser
substituído por seu filho Richard, que não tinha a mesma influência sobre o Exército. Com a aprovação e o
apoio financeiro da pequena nobreza escocesa, Monck saiu da Escócia com seu exército depurado e
disciplinado e declarou-se a favor de um Parlamento livre, eleito com base no antigo direito de voto, o qual
a burguesia e a pequena nobreza se apressaram em aprovar. Em maio de 1660, esse Parlamento convocou
Carlos II. A Restauração, entretanto, não foi a restauração do antigo regime, tornando evidente, não a
fraqueza da burguesia e da pequena nobreza, mas sua força. Carlos II pretendia-se detentor do direito
divino de reinar, mas não recuperou a posição do pai. Foi denominado rei pela graça de Deus, mas foi
realmente rei pela graça dos mercadores
e nobres rurais, e ele mesmo reconheceu isso. Os bispos também voltaram ao país junto com o rei, mas a
Igreja da Inglaterra deixou de ser um poderoso órgão de governo à disposição do rei para limitar-se a ser a
mais rica das muitas organizações religiosas rivais. No século XVIII o rei mantinha a influência, mas via-se
privado de qualquer poder independente. Os anos que decorrem entre 1660 e 1688 constituem um
período de austeridade, sendo a riqueza acumulada para financiar políticas imperialistas grandiosas, que o
Protetorado empreendera e não fora capaz de levar a cabo. Nos finais do século estas eram retomadas sob
o controle absoluto de um Parlamento que representava os interesses ligados às terras e ao dinheiro,
unidos fundamentalmente pela semelhanças dos meios de produção de riqueza. Do mesmo modo, a
tecnologia beneficiava extraordinariamente com a liberalização da ciência e o estímulo dado pela
Revolução ao livre pensamento e à experimentação. A liberdade de especulação intelectual na Inglaterra
de finais do século XVII e do século XVIII influenciou extraordinariamente as idéias da Revolução Francesa
de 1789. Jaime II foi deposto em 1688 quando tentou um retorno à monarquia absolutista. O período de
1640 a 1660 viu a destruição de um tipo de Estado e a introdução de uma nova estrutura política dentro da
qual o capitalismo podia desenvolver-se livremente.
Referência bibliográfica
Livro: O Eleito de Deus: Oliver Cromwell e a Revolução Inglesa – Hill, Christopher – Editora Companhia das
Letras
1. INTRODUÇÃO
A Revolução Inglesa do século XVII representou a primeira manifestação de crise do sistema da época
moderna, identificado com o absolutismo. O poder monárquico, severamente limitado, cedeu a maior
parte de suas prerrogativas ao Parlamento e instaurou-se o regime parlamentarista que permanece até
hoje. O processo começou com a Revolução Puritana de 1640 e terminou com a Revolução Gloriosa de
1688. As duas fazem parte de um mesmo processo revolucionário, daí a denominação de Revolução
Inglesa do século XVII e não Revoluções Inglesas.
Esse movimento revolucionário criou as condições indispensáveis para a Revolução Industrial do século
XVIII, limpando terreno para o avanço do capitalismo. Deve ser considerada a primeira revolução burguesa
da história da Europa.
2. Revolução Inglesa
A Grande Rebelião, A Revolução Puritana e a Guerra Civil são três expressões consagradas historicamente,
sempre que se pensa na Revolução Inglesa do século XVII. Se a elas juntarmos a República Cromwell e a
Restauração, estamos indicando os componentes básicos e as etapas percorridas por esta revolução. A
Grande Rebelião (1640-1642) designa a revolta do Parlamento contra a Monarquia Absolutista, após uma
disputa pela posse da soberania. A Revolução Puritana designa tanto os conflitos religiosos entre a Igreja
Anglicana e a ideologia puritana – calvinista – quanto uma das bases intelectuais do processo
revolucionário. A Guerra Civil (1642-1648) indica o confronto entre o Parlamento e a Monarquia.
A República de Cromwell (1649-1658) indica o desdobramento lógico do processo, fruto da criação de um
exército revolucionário (New Model Army), e do aparecimento da ideologia radical dos Niveladores
(Levellers), que conduziu ao julgamento e execução do Rei e à proclamação da República. A Restauração
(1660) aponta para o encerramento e os limites da revolução.
E também a Revolução Inglesa criou as condições indispensáveis para a Revolução Industrial do século
XVIII, limpando terreno para o avanço do capitalismo. Deve ser considerada a primeira revolução burguesa
da história da Europa: antecipou em 150 anos a Revolução Francesa.
Surgem as condições
A Inglaterra atingiu no século XVII notável desenvolvimento, favorecido pela monarquia absolutista.
Henrique VIII e Elizabeth I unificaram o país, dominaram a nobreza, afastaram a ingerência papal, criaram a
igreja a nacional inglesa confiscou terras da Igreja Católica e passaram a disputar os domínios coloniais
com os espanhóis. Tais tarefas agradaram à burguesia, mas agora o poder absolutista tornava-se
incômodo, pois barrava o avanço da burguesia mercantil. Grande parte dos recursos do Estado vinha da
venda de monopólios, como aqueles sobre comércio exterior, sal, sabão, alúmen, arenque e cerveja a, que
beneficiavam um pequeno grupo, a burguesia financeira. E prejudicavam a burguesia comercial, sem
liberdade para suas atividades, e os artesãos, que pagavam caro por alúmen e produtos indispensáveis a
seu trabalho. Ao mesmo tempo, a garantia de privilégios às corporações de ofício impedia o aumento da
produção industrial, pois eles limitavam a entrada de novos produtores nas áreas urbanas. Outro problema
econômico estava no campo. A alta de preços e a expansão do consumo de alimentos e matérias-primas,
como a lã, valorizaram as terras. Isto despertou a cobiça dos produtores rurais. Eles tentavam aumentar
suas posses através dos cercamentos, isto é, tentavam transformar em propriedade privada as terras
coletivas, devolutas ou sobre as quais havia uma posse precária. Tais ações expulsavam os posseiros e
criavam grandes propriedades, nas quais se investia capital para aumentar a produção. O Estado, para
preservar o equilíbrio social necessário a sua existência, barrava os cercamentos e punha contra si dois
setores poderosos: a burguesia mercantil e a nobreza progressista rural, a gentry.
No plano político, havia o conflito entre rei e Parlamento. A este, instituído pela Carta Magna de 1215,
cabia o poder de direito, isto é, legítimo. Mas o Tudor exerceu o poder de fato, convocando pouco o
Parlamento. As classes aí representadas não se opuseram ao absolutismo porque correspondia a seus
interesses. O rei promovia desenvolvimento. No século XVII, o Parlamento pretendia transformar seu
poder de direito em poder de fato. O rei correu a legitimar seu poder, que era de fato. Só havia uma forma:
considerar o poder real de origem divina, como na França.
A luta política desenvolveu-se então no campo religioso e os reis manipularam a religião para
aumentar seu poder. No século XVI, o Tudor havia dado ênfase ao conteúdo do anglicanismo, isto é, seu
lado calvinista, favorecendo a burguesia. Agora, os Stuart ressaltavam a forma católica do anglicanismo,
identificando-se com a aristocracia, contra a burguesia. Claro, através do catolicismo era mais fácil
justificar a origem divina do poder real. O Parlamento, dominado pela burguesia mercantil e a gentry,
radicalizou suas posições e identificou-se com o puritanismo (forma mais radical do calvinismo), que
rejeitava o anglicanismo.
A Revolução Puritana foi o resultado da luta entre burguesia e realeza pelo controle político do país.
Os Stuart e a pré-revolução
Elizabeth morreu em 1603 sem deixar herdeiros e Jaime I, rei da Escócia, assumiu o trono. Ele procurou
estabelecer as prerrogativas reais implantando uma monarquia absoluta de direito divino. Perseguiu seitas
radicais e até os católicos, que organizaram a Conspiração da Pólvora em 1605 (pretendiam explodir
Westminster durante um discurso do rei). Os descontentes emigravam para a América do Norte.
A oposição entre rei e Parlamento ficou evidente a partir de 1610. O rei queria uma ocupação feudal na
Irlanda; o Parlamento, uma colonização capitalista. Discordaram quanto aos impostos, pois o rei pretendia
o monopólio sobre o comércio de tecidos, o que o tornaria independente do Parlamento financeiramente,
considerando-se que já possuía rendas de suas próprias terras e de outros monopólios.
Com a morte de Jaime I em 1625, sobe
ao trono seu filho Carlos I. Em 1628, guerras no exterior o obrigam a convocar um Parlamento hostil, que
lhe impõe a Petição dos Direitos. Os membros da casa exigiam o controle da política financeira, controle da
convocação do exército e regularidade na convocação do Parlamento, já que lhe negaram a aprovação de
rendas fixas. O rei dissolveu o Parlamento, que só voltaria a reunir-se em 1640, ano da Revolução.
Carlos I apoiou-se na Câmara Estrelada, tribunal ligado ao Conselho Privado do rei. Dentre seus assessores,
destacaram-se o Conde de Strafford e o arcebispo Laud, de Canterbury, responsáveis pela repressão
violenta do período. Cresceu a emigração para a América. O rei passou a cobrar impostos caídos em
desuso, como o Ship Money, instituído em cidades portuárias para combater a pirataria e agora estendido
a todo o reino. Como a forma de enquadrar os dissidentes era a política religiosa, Carlos tentou uniformizar
o reino, impondo o anglicanismo aos escoceses, calvinistas. Eles se rebelaram e invadiram o norte inglês. O
rei convocou o Parlamento em abril de 1640 e o dissolveu em seguida. Em novembro, sem opções,
convocou-o de novo. Foi o Longo Parlamento, pois se manteve até 1653.
O movimento de 1640
O Parlamento foi duro com o rei. Destruiu a Câmara Estrelada. Strafford foi executado em 1641 e Laud,
em 1645. O rei não poderia mais ter exército permanente. O Parlamento se reuniria a cada três anos
independentemente de convocação real; e conduziria a política tributária e religiosa.
Acusou o rei de responsável pelo levante na Irlanda católica em 1641 e lhe dirigiu a Grande Remonstrance
(repreensão). Em janeiro de 1642, o rei foi ao Parlamento e exigiu a prisão de cinco líderes oposicionistas.
Houve reação violenta, sustentada nas milícias urbanas convocadas em apoio ao Parlamento.
Parlamento: estourava a guerra civil
O rei fez de Oxford seu quartel-general. Convidou o príncipe Rupert para comandar cerca de 20 000
homens do exército de cavaleiros, apoiado por aristocratas do oeste e norte, bem como burgueses
inquietos com a desordem popular. Oliver Cromwell organizou em novo estilo 0 exército do Parlamento,
composto sobretudo por camponeses, com apoio da burguesia londrina e da gentry: a ascensão se dava
não por nascimento, mas por merecimento. Estimulou-se entre os soldados a participação em comitês que
debatiam os problemas. Os cabeças redondas (porque não usavam perucas) foram decisivos na batalha
final de Naseby, em 1645. Carlos I se refugiou na Escócia, foi preso e vendido pelo Parlamento escocês ao
Parlamento inglês.
Criou-se novo problema: setores do Parlamento, achando oportuno o momento para um acordo vantajoso
com a realeza, passaram a conspirar com o rei contra o exército. Este estava organizado e influenciado por
radicais, como os niveladores, que queriam evitar a desmobilização e o não-pagamento dos salários, como
pretendia o Parlamento. Aprofundou-se a diferença entre os grandes do exército e suas bases de
niveladores, com projeto avançado para a época.
Eles tentaram assumir o controle do exército em 1647 e o rei aproveitou para fugir de novo. O exército se
reunificou, prendeu o rei e depurou o Parlamento. Foram presos 47 deputados e excluídos 96: era o
Parlamento Coto (Rump). Carlos I foi decapitado em 30 de janeiro de 1649, a Câmara dos Lordes abolida e
a República proclamada em 19 de maio.
A República e Cromwell
O Parlamento sofreu nova depuração. Um Conselho de Estado, com 41 membros, passou a exercer o
Poder Executivo. De fato, quem o exercia era Cromwell; ele procurou eliminar a reação realista que, com
apoio escocês, tentava pôr no trono Carlos II, filho de Carlos I. Cromwell também eliminou os radicais do
exército. Os líderes niveladores foram executados; os escavadores, do movimento proletário rural que
pretendia tomar terras do Estado, da nobreza e do clero anglicano, foram dizimados. Liquidado o
movimento mais democrático dentro da Revolução Inglesa, os menos favorecidos ficaram sem esperanças
e aderiram a movimentos religiosos radicais, como os ranters e os seekers.
Em 1653, foi dissolvido o que restava do Longo Parlamento. Uma nova Constituição deu a Cromwell o
título de Lorde Protetor. Tinha poderes tão tirânicos quanto os da monarquia. Ofereceram-lhe a coroa,
mas ele recusou: já era um soberano e podia até fazer o sucessor. Para combater os rivais holandeses e
fortalecer o comércio exterior inglês, baixou o Ato de Navegação. As mercadorias inglesas somente podiam
entrar em portos ingleses em navios ingleses ou em navios
de seus países de origem. Cromwell governou com rigidez e intolerância, impondo suas idéias puritanas. O
filho Richard Cromwell o substituiu após sua morte em 1658 e, pouco firme, foi facilmente deposto em
1659.
A Restauração e a Gloriosa
Com apoio do general Monk, comandante das tropas da Escócia, o Parlamento-Convenção proclamou
Carlos II rei em 1660. Com poderes limitados, ele se aproximou de Luís XIV da França, tornando-se suspeito
para o Parlamento. Uma onda contra-revolucionária sobreveio favorecida por um Parlamento de
Cavaleiros, composto por nobres realistas e anglicanos em sua maioria. O corpo de Cromwell foi
desenterrado e pendurado na forca. O poeta Milton foi julgado e condenado. Carlos II baixou novos atos
de navegação em favor do comércio inglês. Sua ligação com Luís XIV levou-o a envolver-se na Guerra da
Holanda. O Parlamento baixou então, em 1673, a Lei do Teste, pela qual todos os que exercessem função
pública deveriam professar seu antianglicanismo. Surgiram dois partidos: os whigs, contra o rei e pró-
Parlamento; os tories, defensores das prerrogativas reais.
Jaime II, irmão de Carlos II, subiu ao trono mesmo sendo católico. Buscou restaurar o absolutismo e o
catolicismo, punindo os revoltosos, aos quais negava o habeas-corpus. Indicou católicos para funções
importantes. Em 1688, o Parlamento convocou Maria Stuart, filha de Jaime II e mulher de Guilherme de
Orange, governador das Províncias Unidas, para ocupar o trono. Foi um movimento pacífico. Jaime II
refugiou-se na França e um novo Parlamento proclamou Guilherme e Maria rei e rainha da Inglaterra.
Os novos soberanos tiveram de aceitar a Declaração dos Direitos, baixada em 1689, que decretava: o rei
não podia cancelar leis parlamentares e o Parlamento poderia dar o trono a quem lhe aprouvesse após a
morte do rei; haveria reuniões parlamentares e eleições regulares; o Parlamento votaria o orçamento
anual; inspetores controlariam as contas reais; católicos foram afastados da sucessão; a manutenção de
um exército em tempo de paz foi considerada ilegal.
Os ministros passaram a tomar as decisões, sob autoridade do lorde tesoureiro. Funcionários passaram a
dirigir o Tesouro e, em época de guerra, orientavam a política interna e externa. Em 1694, formou-se o
tripé fundamental para o desenvolvimento do país, com a criação do Banco da Inglaterra: o Parlamento, o
Tesouro e o Banco.
Abriam-se as condições para o avanço econômico que resultaria na Revolução Industrial. De um lado, uma
revolução na agricultura através dos cercamentos que beneficiou a gentry. De outro, a expansão comercial
e marítima garantida pelos Atos de Navegação, que atendiam aos interesses da burguesia mercantil. Assim
se fez a Revolução Gloriosa, que assinalou a ascensão da burguesia ao controle total do Estado.
3. CONCLUSÃO
No século XVII a Inglaterra conseguiu um alto desenvolvimento, graças a Henrique VIII e Elizabeth I que
unificaram o país, dominaram a nobreza, afastaram a ingerência papal, criaram a igreja a nacional inglesa
confiscou
terras da Igreja Católica e passaram a disputar os domínios coloniais com os espanhóis. Em 1603 Elizabeth
morreu sem deixar herdeiros e Jaime I, rei da Escócia, assumiu o trono. Que procurou estabelecer as
prerrogativas reais implantando uma monarquia absoluta de direito divino. Com a morte de Jaime I em
1625, sobe ao trono seu filho Carlos I; Em 1628, guerras no exterior o obrigam a convocar um Parlamento
hostil, que lhe impõe a Petição dos Direitos. Carlos I foi decapitado em 30 de janeiro de 1649.
Com apoio do general Monk, comandante das tropas da Escócia, o Parlamento-Convenção proclamou
Carlos II rei em 1660. Com poderes limitados, ele se aproximou de Luís XIV da França, tornando-se suspeito
para o Parlamento. Jaime II, irmão de Carlos II, subiu ao trono mesmo sendo católico. Em 1688, o
Parlamento convocou Maria Stuart, filha de Jaime II e mulher de Guilherme de Orange, governador das
Províncias Unidas, para ocupar o trono. Foi um movimento pacífico. Jaime II refugiou-se na França e um
novo Parlamento proclamou Guilherme e Maria rei e rainha da Inglaterra. Em 1694, formou-se o tripé
fundamental para o desenvolvimento do país, com a criação do Banco da Inglaterra: o Parlamento, o
Tesouro e o Banco.