r inglesa puritana e gloriosa cormwell

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R inglesa puritana e gloriosa cormwell http://www.slideshare.net/LeonardoCaputo/revoluo-puritana-12083237 Segundo Hobsbawn a Revolução Inglesa ocorrida em 1640 foi um grande acontecimento social onde o poder do estado que protegia a velha ordem, essencialmente feudal. Este movimento foi a derrubada de uma estrutura, o poder passava para uma nova classe, tornando possível o livre desenvolvimento do capitalismo. Portanto este foi um conflito de classes onde as forças reacionárias defenderam o despotismo de Carlos I e por outro lado, um Parlamento que representante de uma nova ordem contou com o entusiasmado apoio das novas classes mercantis e industriais, de pequenos proprietários rurais, uma pequena nobreza progressiva e as massas oprimidas do campo e das cidades. Durante o séc. XVII a Inglaterra passou por uma revolução política profunda, a cabeça de um rei em plena modernidade era decapitada. Segundo os "Whigs", seguindo s explicações apresentada pelos "leaders do Parlamento" propagandeada ao povo, os exércitos parlamentares lutavam pela liberdade do individuo e por seus direitos, consagrados pela lei, contra um governo tirânico que os lançavam a prisões sem processos jurídicos, os tributavam sem seu consentimento, saqueava seus Benz e procurava destruir a instituição parlamentar. , os Whigs sublinham o caráter progressivo da revolução e ignoram que a classe que se colocou à liderança da revolução e se beneficiou das realizações foi a burguesia, com sua fabula que seus interesses identificam com os interesses da nação. Segundo Hobsbawn esta afirmação se confirmava pelas atitudes dos Stuarts em impedir o povo de se reunir e participar de discussões políticas, cobrando impostos arbitrariamente, tentando fechar o Parlamento e nomear funcionários para governar o país e mesmo o Parlamento já sendo representante da classe que esta no poder hoje, sua atuação era uma vitória, pois colocava limitações a um governo autônomo representante das classes mais ricas da sociedade. Segundo os "Torys" outra escola historiográfica e de oposição aos "Whigs" a política real de modo algum era tirânica e Carlos I, conforme discursou ao tribunal que o condenou, Carlos I morreu pela liberdade de seus súditos diante da nova classe que surgia, Carlos I queria proteger o povo geral da exploração econômica levada a cabo por uma reduzida classe de capitalistas em busca de êxito. Esta teoria é usada hoje por personagens com pré-disposição ao liberalismo. Os Tories, por sua vez, sublinham a natureza de classe da revolução, tentando negar o caráter progressivo da revolução e sua importância a época.

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Page 1: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

R inglesa puritana e gloriosa cormwell

http://www.slideshare.net/LeonardoCaputo/revoluo-puritana-12083237

Segundo Hobsbawn a Revolução Inglesa ocorrida em 1640 foi um grande acontecimento social onde o poder do estado que protegia a velha ordem, essencialmente feudal. Este movimento foi a derrubada de uma estrutura, o poder passava para uma nova classe, tornando possível o livre desenvolvimento do capitalismo. Portanto este foi um conflito de classes onde as forças reacionárias defenderam o despotismo de Carlos I e por outro lado, um Parlamento que representante de uma nova ordem contou com o entusiasmado apoio das novas classes mercantis e industriais, de pequenos proprietários rurais, uma pequena nobreza progressiva e as massas oprimidas do campo e das cidades.

Durante o séc. XVII a Inglaterra passou por uma revolução política profunda, a cabeça de um rei em plena modernidade era decapitada.

Segundo os "Whigs", seguindo s explicações apresentada pelos "leaders do Parlamento" propagandeada ao povo, os exércitos parlamentares lutavam pela liberdade do individuo e por seus direitos, consagrados pela lei, contra um governo tirânico que os lançavam a prisões sem processos jurídicos, os tributavam sem seu consentimento, saqueava seus Benz e procurava destruir a instituição parlamentar. , os Whigs sublinham o caráter progressivo da revolução e ignoram que a classe que se colocou à liderança da revolução e se beneficiou das realizações foi a burguesia, com sua fabula que seus interesses identificam com os interesses da nação.

Segundo Hobsbawn esta afirmação se confirmava pelas atitudes dos Stuarts em impedir o povo de se reunir e participar de discussões políticas, cobrando impostos arbitrariamente, tentando fechar o Parlamento e nomear funcionários para governar o país e mesmo o Parlamento já sendo representante da classe que esta no poder hoje, sua atuação era uma vitória, pois colocava limitações a um governo autônomo representante das classes mais ricas da sociedade.

Segundo os "Torys" outra escola historiográfica e de oposição aos "Whigs" a política real de modo algum era tirânica e Carlos I, conforme discursou ao tribunal que o condenou, Carlos I morreu pela liberdade de seus súditos diante da nova classe que surgia, Carlos I queria proteger o povo geral da exploração econômica levada a cabo por uma reduzida classe de capitalistas em busca de êxito. Esta teoria é usada hoje por personagens com pré-disposição ao liberalismo. Os Tories, por sua vez, sublinham a natureza de classe da revolução, tentando negar o caráter progressivo da revolução e sua importância a época.

Hobsbawn vê a Revolução de 1640 como uma luta pelo poder político, econômico e religioso empreendida pela classe média, a burguesia, que crescia em riqueza e força à medida que o capitalismo se desenvolvia. Porém, não é verdade que ao opor-se a ela, a realeza tivesse em vista os interesses do povo em geral, ao contrario, os partidos populares provaram serem opositores combativos ao rei e mais radicais do que a própria burguesia. Portanto, Carlos I representava os interesses de nobres proprietários de terras e a sua política era influenciada por uma corte composta pela aristocracia comercial parasitária.

Uma terceira corrente historiográfica tenta caracterizar a revolução como fruto da disputa religiosa preponderante, o Puritanismo ou o Anglicanismo.

Para Hobsbawn a religião era relevante no século XVII, porém, crer que a religião poderia abarcar a sociedade a ponto de realizar tal evento é um tanto quanto difícil. Mesmo a Igreja tendo na Idade Média tendo comandado todo o cotidiano, detinha o monopólio educacional , o pároco era fonte de informação política e econômica, a própria paróquia era um elemento do governo regional, coletava r destribuia as esmolas recebidas pelos pobres. A Igreja orientava a quem crer. OS homens religiosos exerciam as funções orgânicas do estado.

Page 2: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

A igreja defendia a ordem vigente era importante o governo manter seu controle sobre esta agencia de propaganda e publicidade. Quem pretendesse derrubas o feudalismo deveria atacar e obter os lucros da Igreja.

Revolução Puritana

A Revolução Puritana foi um conflito entre a monarquia e o parlamento, que aconteceu na Inglaterra na

década de 1640. O rei, Carlos I, governava movido por seus interesses e não aceitava os parlamentares

interferirem politicamente.

Quando Carlos I assumiu o reinado após a morte do pai, Jaime I, em 1625, começaram os desacordos

políticos. Sua dinastia era responsável por uma série de mudanças políticas na Inglaterra. Seu pai, Jaime I,

acabou com as medidas liberais do Tudor e aliou-se à Igreja Católica, fortalecendo a ideologia

conservadora.

Enquanto reinava, Carlos I foi obrigado a convocar o Parlamento para aprovar os gastos com guerras e

conflitos. Foi pressionado a assinar a "Petição de Direitos". Neste documento, o rei comprometia-se a

prestar contas ao Parlamento e colocar questões financeiras e militares sob o domínio da instiruição. O rei

preferiu dissolver o Parlamento britânico por conta das exigências.

O Parlamento radicalizou-se exigindo controle total sobre as questões tributárias e religiosas. Com a

implementação de mais tributos, a burguesia se viu prejudicada e acabou gerando uma crise financeira ao

não pagar os altos impostos cobrados pelo rei. Além do mais, reivindicou a convocação das autoridades

parlamentares. Por sua vez, Carlos I ameaçou novamente extinguir as autoridades. Inconformada com a

imposição monárquica, os líderes parlamentares convocaram a formação de uma milícia armada

que garantia a existência do parlamente britânico. . Era então, o início da Revolução Puritana.

Em 1649, o exército dos parlamentares conseguiu capturar o rei e acabou aniquilando-o brutalmente,

chegando a decapitá-lo.

Com a vitória, Cromwell, que liderou os combatentes, se tornou o novo presidente do Conselho de Estado,

depois de ajudar a dividir grandes partes de terra com camponeses pequenos que eram a seu favor.

Entretanto, depois de assumir o poder pela primeira vez no sistema Republicano, acabou tirando as

camadas mais baixas das decisões políticas e governou a Inglaterra de forma autoritária e severa.

Page 3: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

Revolução Gloriosa

Revolução Gloriosa, movimento que aconteceu na Inglaterra entre 1688 e 1689, onde o rei Jaime II

isentado do trono britânico. Revolução Gloriosa pode ser chamada também de " Revolução sem Sangue",

pela forma pacífica em que ocorreu. Ela deu resultado a substituição do rei da dinastia Stuart, católico,

pelos protestantes Guilherme, Príncipe de Orange, da Holanda, junto com sua mulher Maria II, filha de

Jaime II. Esta revolução ganha forma após um acordo secreto entre o parlamento inglês e Guilherme de

Orange, chefe de estado (stadtholdes) em uma manobra pensava entregar o trono britânico ao príncipe,

devido à não aceitação dos nobres britânicos contra à insistência de Jaime II em reconduzir o país no rumo

da doutrina católica. Em 1688, Guilherme de Orange é declarado rei, com o nome de Guilherme

III.

A Revolução Gloriosa marginalizava o povo além de mostrar que para acabar com o absolutismo, não era

necessária a eliminação da figura do rei, desde que o mesmo aceitasse se submeter às decisões do

Parlamento.

Representando a transição política de uma Monarquia Absolutista para uma Monarquia Parlamentar, a

Revolução Gloriosa inaugurava a atual política inglesa onde o poder do rei está submetido ao Parlamento.

A Revolução Gloriosa marcou um importante ponto para o poder em direção ao parlamento, distanciando

a Inglaterra permanente do absolutismo. A declaração de Direitos (Bill of Rights) foi aceito no parlamento,

onde era proibido um monarca católico voltasse a governar o país, além de eliminar a censura política,

reafirmando o direito exclusivo do Parlamento em estabelecer o direito de livre apresentação de petições

e impostos.

A principal mudança feita pelo Bill of Rights era a relação entre o Parlamento e o Rei. As eleições

parlamentares que deveriam acontecer regularmente, não aconteciam. Além do mais, nenhuma lei

parlamentar podia ser suspendida pela autoridade real e depois da morte do rei, o Parlamento podia

eleger o sucessor do trono inglês.

Os custos feitos pela família real deveriam ser controladas pelo Parlamento e nenhum exército poderia ser

mantido em tempos de paz. O funcionários de níveis altos do governo também teriam de ser fiscalizados

pelo Parlamento. O Tesouro britânico era controlado pelo Parlamento

Page 4: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

e nenhum custo deveria ser feito sem a sua aprovação. Em 1694, o governo criou o Banco da Inglaterra,

que consolidou o financiamento de atividades industriais britânicas e comerciais. Essas novas medidas

acabavam com o processo revolucionário inglês e firmavam o prisioneiro industrial britânico.

Oliver Cromwell

Histórico, político britânico, nascido em Huntingdon, leste da Inglaterra, caracterizado por disseminar e

fortalecer uma atitude mental puritana na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, e de grande influência na

vida política e social até o século XX.

Pequeno proprietário de terras e calvinista puritano e fortemente anticatólico, movido por uma fé

inabalável, combinada com um profundo conhecimento da Bíblia, chegou a julgar-se o instrumento de

Deus na terra.

Eleito membro do Parlamento (1628), distinguiu-se pela veemência na defesa do puritanismo e por

ataques à hierarquia da igreja na Inglaterra. Tornou-se representante de Cambridge (1640) no novo

Parlamento e uniu-se à ala radical que atacava duramente a política do rei Carlos I. Quando começou a

guerra civil que opôs os partidários do rei aos do Parlamento (1642), tornou-se conhecido também como

homem de extraordinários dotes de organização e comando.

Após organizar o Exército (1645), conduz sua tropa à vitória, triunfando em Naseby e em Langport. Com a

derrota definitiva e execução de Carlos I (1649), estabeleceu à proclamação da república (Commonwealth).

Com a derrota dos realistas escoceses (1651), a guerra civil terminou. Descontente com o Parlamento,

dissolveu-o (1653). Rebelde, porém dotado de excepcional competência militar, após dissolver o

Parlamento, foi nomeado Lord Protetor da Inglaterra, da Irlanda e da Escócia, partilhando o poder com um

conselho tutelar. O poder ficou então em suas mãos e na de seu exército.

Apoiou o Partido Puritano contra a arbitrariedade monárquica e contra o episcopado anglicano. Durante

seu governo (1653-1658) tornou a Grã Bretanha numa grande potência naval e o prestígio internacional da

Inglaterra cresceu assustadoramente. Reorganizou a fazenda pública, causou a liberalização do comércio,

Page 5: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

reformou a igreja nacional segundo princípios de tolerância, embora perseguisse os católicos, e promoveu

o desenvolvimento das universidades.

Na política externa, o destaque maior foi a aliança que estabeleceu com a França contra a Espanha, da qual

arrebatou a ilha da Jamaica (1655). Sob seu governo, a Inglaterra assumiu a liderança dos países

protestantes europeus.

Morreu em Londres e foi enterrado na Abadia de Westminster e seus restos mortais foram transferidos

para Tiburny (1660). Embora não tenha erguido sua espada até os 43 anos de idade, seu nome, figura

atualmente entre os grandes estadistas da História. Seu filho Richard, nascido em Huntingdon (1626) e

morto em Chesnut (1712), o sucedeu (1658), mas não foi capaz de impedir o confronto entreo Exército e o

Parlamento. Renunciou ao cargo de lorde protetor em maio do ano subsequente, passando os próximos 20

noexílio.

Síntese

A Revolução Inglesa do século XVII representou a primeira manifestação de crise do sistema da época

moderna, identificado com o absolutismo. O poder monárquico, rigidamente limitado, cedeu a maior parte

de seus privilégios ao Parlamento e determinou o regime parlamentarista que permanece até hoje.

O processo começou com a Revolução Puritana de 1640 e terminou com a Revolução Gloriosa de 1688.

As duas fazem parte de um mesmo processo revolucionário, daí a denominação de Revolução Inglesa do

século XVII .

A Revolução Gloriosa foi uma revolução em grande parte não violenta (por vezes é chamada de

"Revolução sem sangue"), que teve lugar no Reino Unido entre 1685 e 1689, na qual o rei Jaime II de

Inglaterra da dinastia Stuart (católico) foi removido do trono de Inglaterra, Escócia e País de Gales, e

substituído pelo nobre holandês Guilherme, Príncipe de Orange em conjunto com sua mulher Maria II, filha

de Jaime II (ambos protestantes).

A Revolução Gloriosa foi um dos eventos mais importante na longa evolução dos poderes em posse do

Page 6: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

parlamento e da coroa inglesa. Com a passagem no parlamento da Bill of Rights (declaração de direitos),

foi tornado impossível qualquer retorno à monarquia por um católico, e acabou com as tentativas recentes

para o absolutismo monárquico,nas ilhas britânicas, ao circunscrever os poderes do monarca. O evento

marcou a supremacia do parlamento sobre a coroa. Os novos monarcas devem a sua posição ao

parlamento.

Político inglês. De formação puritana, inicia a sua carreira política em 1628 como membro do Parlamento.

Durante a guerra civil dos anos 40 forma um exército revolucionário oposto ao absolutismo.

Em 1648 "limpa" o Parlamento e consegue a condenação à morte de Carlos I (1649) e a proclamação da

República (Commonwealth). Usa de todos os meios do poder e é ditador virtual da Grã-Bretanha.

Incorpora a Irlanda e a Escócia, dissolve o Parlamento (1653) e proclama-se Lorde Protetor. O novo

regime regressa aos princípios de governo moderados. A sua política assegura a prosperidade da burguesia

mercantil de Londres. Mas o regime sustenta-se basicamente graças à sua figura, pelo que à sua morte se

reinstala a monarquia na pessoa de Carlos II.

A REVOLUÇÃO INGLESA DE 1640

INTRODUÇÃO

A Revolução Inglesa do século XVII é vista como a primeira manifestação grave da crise do Antigo Regime.

A grande conseqüência do movimento foi a severa limitação ao poder monárquico e a consolidação dos

ideais burgueses, através do Parlamentarismo, que perdura até os dias de hoje. A Inglaterra, no século

XVII, às vésperas do movimento revolucionário, apresentava um extraordinário desenvolvimento

econômico. O papel desempenhado pela monarquia inglesa, nesse processo, deve ser considerado como

um elemento de relevante importância.

Henrique VIII e Elizabeth I, reis ingleses, podem ser apontados como grandes encorajadores das práticas

burguesas, uma vez que, durante o reinado de ambos, inúmeras medidas foram tomadas, dirigidas ao

crescimento e a evolução do comércio, como a unificação do país, a Reforma Protestante e o confisco das

terras da Igreja entre outras. Entretanto, a burguesia começou a ver na Monarquia Autoritária um entrave

ao desenvolvimento pleno de suas atividades. O ideal revolucionário surge com a ideia de impor limites ao

Rei, instalando a Monarquia Constitucional Parlamentar, que passaria a representar os interesses

Page 7: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

burgueses.

A sociedade inglesa do século XIX encontrava-se em expansão e, regionalmente, dividida em regiões

econômicas, que acabavam por definir a condição social. Nas regiões mais conservadoras do norte e oeste

inglês, encontrava-se a nobreza tradicional, defensora de seus direitos feudais. As regiões do sul e do leste

eram habitadas por uma nobreza em processo de

transformação, conhecida como gentry. Esse grupo geralmente vivia em função da exploração da terra;

porem, nos moldes capitalista. Era vista como uma nobreza progressista, sendo responsável pela liderança

do processo revolucionário inglês do século XVII. Neste grupo, também poderiam ser incluídos os

burgueses em ascensão. Nas cidades, predominava a burguesia financeira, que por hora detinha os

monopólios concedidos pela realeza, onde também conviviam os artesãos, os mestres, os funcionários

públicos e outros agentes urbanos.

O início da revolução se deu quando os parlamentares puritanos e presbiterianos se revoltaram contra o

absolutismo. Exigiram a prisão de dois ministros do rei e aprovaram uma lei proibindo o monarca de

dissolver o Parlamento. Em 1641, os irlandeses promoveram uma rebelião a fim de se libertarem da

Inglaterra. O Parlamento organizou o exército para sufocar a rebelião irlandesa mas negou-se a confiar o

comando do exército ao rei. Com isso Carlos I invadiu o Parlamento com seus guardas pessoais e

prenderam os cinco principais líderes da oposição.

As origens do absolutismo na Inglaterra

Desde o período da conquista da Inglaterra pelos Normandos até aproximadamente o inicio do século XIII,

existiu um crescente fortalecimento do poder real; porem, limitado pelos senhores feudais, devido às

condições inerentes ao feudalismo. Entretanto, em diversos momentos, os reis ingleses tomaram medidas

arbitrarias no intuito de desrespeitar os direitos dos senhores feudais, fortalecendo o poder real. Em 1215,

a nobreza feudal,

aliada às cidades, aproveitou-se do enfraquecimento do poder real e obrigou o Rei a juramentar um

documento conhecido como Magna Carta. Em 1558 assume o trono inglês Elizabeth I, neste momento o

governo, decididamente adota a política favorável a burguesia e a nova nobreza, a gentry, protegendo o

comércio e a industria nacionais e se opondo fortemente a qualquer interferência contraria aos seus

objetivos econômicos. Favoreceu as companhias comerciais, concedendo-lhes monopólio comercial em

diversos países. O desenvolvimento do comércio e das manufaturas inglesas levou a um choque inevitável

com a Espanha, que detinha grande parte do monopólio comercial neste instante. Em 1588, Filipe II da

Espanha organizou a Invencível Armada para a conquista da Inglaterra.

Page 8: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

O processo revolucionário

A Inglaterra no século XVII

No inicio do século XVII, a burguesia e a nova nobreza inglesa gentry, graças a política econômica

mercantilista, estavam enriquecidas e fortalecidas, a ponto de não necessitarem mais da proteção do

Estado Absolutista. A burguesia inglesa, ou pelo menos a sua parcela mais poderosa, participava das

companhias privilegiadas de comércio, que se enriqueciam com a exploração colonial e com a expansão do

comércio inglês.Esta alta burguesia, intimamente ligada a gentry, durante o século XVI, participava da corte

da Rainha Elizabeth e financiava as guerras da dinastia Tudor. A nova nobreza, além de se beneficiar com a

apropriação das terras da Igreja, beneficiou-se também com os cercamentos, isto é, com a expulsão dos

camponeses de

suas terras, substituindo a agricultura pela rendosa criação de carneiros, fornecedora de matéria-prima (lã)

para as manufaturas inglesas. A alta burguesia monopolista e a nova nobreza apoiavam o governo dos

Tudor, que os favorecia.

No século XVII, encontramos uma burguesia capitalista bastante desenvolvida. Mas o estado absolutista

feudal era um obstáculo ao avanço do capitalismo como um todo, pois intervinha nas atividades

econômicas, impedindo a livre concorrência. Esse Estado, que havia contribuindo para o evolucionismo da

burguesia, tornou-se um empecilho a este desenvolvimento. A burguesia, que até 1588 lutara pela sua

sobrevivência, aliada aos monarcas absolutistas, no século XVII lutara pelo poder político, o que implica a

derrubada do Estado Absolutista. Dentro da burguesia, operou-se uma diferenciação. Com o surgimento

da produção manufatureira, a média burguesia, que não podia participar dos monopólios comerciais,

aplicou seu capital diretamente na produção. Alguns mestres artesãos que haviam enriquecido passaram

também a empregar outros artesãos como assalariados. Ocorreu uma verdadeira Revolução na produção.

Essa média burguesia de artesãos vai colocar-se contra o Estado Absolutista, visto que esse Estado, ao

garantir o monopólio, impedia a livre concorrência, enquanto as corporações de oficio das cidades eram

um obstáculo ao estabelecimento das manufaturas. A média burguesia, para desenvolver a sua produção

retirou-se para os distritos rurais. Foi justamente esta media burguesia que liderou os acontecimentos

revolucionários

no século XVII.

No inicio do século XVII, a Inglaterra era um país preeminente agrícola; a totalidade da massa da população

que habitava no campo ocupava-se total ou parcialmente da produção de lã ou de víveres, a sociedade

inglesa durante séculos foi constituída por comunidades sendo estas feudais, eram comunidades isoladas

que produziam para seu próprio consumo. A situação dos camponeses estava muito ruim. Os cercamentos

Page 9: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

provocaram a expulsão de grande parte da população rural de suas terras, ao mesmo tempo, os

camponeses. O foco desta sociedade era a Coroa do Rei, que na verdade era o maior proprietário das

terras, a alta dos preços torna a vida dos nobres impossível. Estavam constantemente endividados, a

dificuldade para manter seu antigo nível de vida era demasiado grande, perdiam suas propriedades para os

mais espertos da cidade, todas as classes participavam de uma luta intensa para tirar proveito das

mudanças que aconteciam na agricultura, a transformação que estava ocorrendo proporcionava grande

produtividade permitindo alguns camponeses mais ricos, e pequenos proprietários obter uma

possibilidade de elevar seu padrão de vida.

A monarquia Tudor

Henrique VI (Henrique Tudor) dá início à Monarquia inglesa, sustentada pela Carta Magna. Os reis Tudor

foram apoiados incondicionalmente pela nova nobreza inglesa e pela burguesia, que desejavam um forte

poder real como forma de submeter os grandes senhores feudais Pretendiam ainda defender o comércio

inglês e massacrar as revoltas populares. A época dos Tudor é conhecida como

período de extremo autoritarismo. O sucessor de Henrique VII, Henrique VIII, levou a cabo a reforma

protestante inglesa, criando a Igreja Anglicana, doutrina religiosa mais conveniente a nova nobreza e a

burguesia, e ao próprio rei

O “absolutismo” dos Tudor ficou conhecido como o absolutismo consentido, e se estendeu até 1603 Nesse

período, os monarcas dessa dinastia não chegam a estabelecer um exercito permanente e nem mesmo

uma burocracia. O poder dos Tudor vinha, principalmente, do apoio da burguesia comercial e da nova

nobreza, ao mesmo tempo que dominavam a volta da nobreza e da Igreja.

Quando Henrique VIII cria a Igreja Anglicana, ele acaba por desconstruir as influências continentais na Grã-

Bretanha e criando certa independência. Enquanto nessa fase do século XVI para o XVII há a perda da

hegemonia no mediterrâneo e ocorre uma hegemonia transatlântica em razão do comércio colonial, a

Inglaterra não somente pela sua posição geográfica, mas por construir condição de domínio atlântico e um

eixo comercial com a América do Norte acaba por criar condições capitalistas. A especificidade da

monarquia inglesa em relação às monarquias francesas, espanholas e a portuguesa era de não haver

estabelecido um poder Absolutista como aconteceu em outros Estados europeus com o poder centrado

nas mãos e o controle absoluto da economia e da política. Uma vez que o rei não tinha um controle

mercantil para oferecer base de sustentação econômica para manter ideologicamente a idéia de

prerrogativas reais, de comando.

O Parlamento inicia fortes ataques

Page 10: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

a monarquia e os seus esforços para regulamentar a vida econômica a partir da derrota da Armada

espanhola cria uma sensação de insegurança política, dando vazão a novos conflitos de classe. Em 1640 , a

Inglaterra ainda era dominada pelos senhores das terras com suas relações feudais, contudo existia um

vasto setor capitalista em expansão, cuja evolução a Coroa e os senhores feudais não poderiam continuar a

refrear. Em 1563, um decreto vinha proibir 75% da população rural que englobava os mais pobres de

entrar como aprendizes na Industria, consequentemente existiam três classes em conflito: “Contra os

proprietários de terras feudais e parasitas e os financeiros especuladores, contra o governo, cuja política

consistia em limitar e controlar a expansão industrial, os interesses da nova classe de comerciantes e

agricultores capitalistas identificavam-se temporariamente com os pequenos camponeses e dos artesãos e

artífices”. Contudo um novo conflito se desenvolveria envolvendo as duas últimas classes, já que o

capitalismo incluía a desagregação das antigas relações agrárias e industriais. Na verdade, a monarquia até

o ano 1590 ainda possuía muito interesse em conservar uma aliança com a burguesia já que esta mantinha

os mesmos interesses da Coroa – na luta contra Espanha a Igreja Católica internacional,as casas nobres

rivais que viviam em disputa acirrada com a casa Tudor e o controle supremo com isso arruinavam o País

com as guerras privadas a cada dia a monarquia Stuart se ia tornando menos útil à burguesia.

A resistência aos Stuarts

Nosprimeiros anos do século a luta política foi travada no Parlamento, envolvia diversas questões, tais

como: religiosa, que confundiam-se com as políticas externas, econômicas constitucionais. Contra a

política de conciliação de Jaime, a Câmara dos Comuns apelava para uma política anti-espanhola militante.

Os esforços de Jaime e Carlos para abastecer novamente o tesouro público causaram inúmeros conflitos.

Todos estes acontecimentos conduziram para uma ruptura declarada. No pedido de direito, de 1628, assim

o Parlamento anuncia que a fixação de impostos sem o seu consentimento e as prisões que se sucediam

com arbitrariedade seriam igualmente ilegais.

Contudo a unanimidade tinha seus dias contados no seio do Parlamento, em todo o País, havia divisão de

classe. Também a burguesia estava receosa. O século XVII é decisivo na história da Inglaterra, neste

período a Idade média vai chegando ao fim, os problema se acumulavam, toda a Europa enfrentava uma

crise, acontecendo um série de conflitos, as décadas mais decisivas são as de 1640 a 1660. Nelas, se vê

uma figura que teria uma grande influência, Oliver Cromwell. As bases militares do feudalismo deixa de

existir, em contra partida o feudalismo fiscal subsiste. Os transtornos da produção agrícola era decisivo. A

Page 11: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

população crescia e se convergia-se nos centros urbanos ou rurais, porém industrializados, e que não

possuíam auto-suficiência para alimentar toda população, no século XVI a morte por causa da fome foi a

consequência inevitável de uma série de colheitas ruins, a pior das quais, de 1593 a 1597 tudo isto é parte

do pano de fundo antes do nascimento de Oliver Cromwell.

Oliver Cromwell e a Revolução Inglesa

Histórico político, britânico nascido em Huntingdon, leste da Inglaterra, caracterizado por disseminar e

fortificar uma atitude mental puritana na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, e de grande influência na

vida política e social até o século XX. Pequeno proprietário de terras e calvinista puritano e fortemente

anticatólico, movido por uma fé inabalável, combinada com um profundo conhecimento da Bíblia, chegou

a julgar-se o instrumento de Deus na terra. Eleito membro de Parlamento (1628) distinguiu-se pela

veemência na defesa do puritanismo e Por ataques à hierarquia da igreja na Inglaterra. Tornou-se

representante de Cambridge (1640), no novo Parlamento e uniu-se à ala radical que atacava duramente a

política de Carlos I. quando começou a guerra civil que opôs os partidários do rei aos do Parlamento

(1642), torna-se conhecido também como homem de extraordinários dotes de organização e comando.

Após organizar o Exército (1645), conduz sua tropa à vitória, triunfando em Naseby e em Langport. Com a

derrota definitiva e execução de Carlos I (1649), estabeleceu à proclamação da república (Commonwealth).

Com a derrota dos realistas escoceses (1651), a guerra civil terminou. Descontente com o Parlamento,

dissolveu-o (1653). Rebelde porém dotado de excepcional competência militar, após dissolver o

Parlamento, foi nomeado Lord Protetor da Inglaterra, da Irlanda e da Escócia, partilhando o poder com um

conselho tutelar. O poder ficou então em suas mãos e na de seu exercito. Apoiou o partido Puritano contra

a arbitrariedade monárquica e contra o episcopado anglicano. Durante seu governo (653-1658) tornou a

Grã-bretânha uma grande potência naval e o prestígio internacional da Inglaterra cresceu

assustadoramente. Reorganizou a fazenda pública, fomentou a liberalização do comércio, reformou a

igreja nacional segundo princípios de tolerância, embora perseguisse os católicos, e promoveu o

desenvolvimento das universidades. Na política externa, o destaque maior foi a alonça que estabeleceu

com a França contra Espanha, da qual arrebatou a ilha da Jamaica (1655). Sob seu governo, a Inglaterra

assumiu a liderança dos países protestantes europeus. Morreu em Londres e foi enterrado na Abadia de

Westminster e seus restos mortais foram transferidos para Tibuny (1660). Embora não tenha erguido sua

espada até os 43 anos de idade, seu nome figura atualmente entre os grandes estadistas da História. Seu

filho Richard, nascido em Huntingdon (1626) e morto em Chesnut (1712), o sucedeu (1658), mas foi

Page 12: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

incapaz de impedir o confronto entre o Exército e o Parlamento. Renunciou ao cargo de lorde protetor em

maio do ano subseqüente, passando os próximos 20 no exílio.

A guerra civil

Na guerra civil, as forças se dividiam em dois partidos político-militares: os cavaleiros que permaneceram

ao lado do rei Carlos I apoiados pelo clero, pela aristocracia do norte e do oeste do país e pelos grupos

favorecidos pelos monopólios reais e os cabeças redondas que apoiaram o Parlamento sendo eles

principalmente a burguesia mercantil e os empresários rural sendo a maioria puritana ou presbiteriana.

Os cabeças redondas sofreram reveses, mas após a liderança de Oliver Cromwell venceram as tropas da

monarquia, prendendo o rei Carlos I que foi julgado e condenado à morte. Foi decapitado em 1649, ano

em que Cromwell proclamou a república e assumiu a nação.

Os primeiros anos de república foram conturbados, onde tiveram que enfrentar e sufocar rebeliões

lideradas pelos niveladores que queriam implantar uma democracia que atendesse aos mais pobres.

Externamente, Cromwell invadiu a Irlanda e reprimiu uma rebelião contra seu governo e depois venceu o

exército escocês que invadira a Inglaterra. Cromwell então, unificou a Inglaterra, a Escócia e a Irlanda

numa só república e formou a Comunidade Britânica.

Em 1651, decretou o Ato de Navegação que determina a comercialização de mercadorias somente por

navios ingleses ou dos países onde foram produzidas. O Ato de Navegação impulsionou o capitalismo

inglês e favoreceu a indústria naval e a burguesia mercantil. Em 1651 a 1654, a Inglaterra entrou em

conflito com a Holanda por esta ter sido prejudicada com o Ato de Navegação. Comwell ampliou seus

poderes durante a guerra encomendando uma nova Constituição que propunha um único Parlamento e

estabelecia o voto censitário. A Holanda foi derrotada e então a Inglaterra tornou-se a maior potência

naval do mundo. Em 1658, Cromwell morreu e passou o poder ao seu filho Ricardo.

O autor Christopher Hill destaca a história de Oliver Cromwell e sua influência na Revolução Inglesa. O

capítulo VIII traz uma narrativa da oposição entre os absolutistas a monarquia e o parlamento, que em sua

maioria era composto por puritanos. Devida esta oposição e outros fatores, a Inglaterra entrou numa

guerra civil: Parlamento e o rei Carlos I.

Page 13: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

Nesta época surge Oliver Cromwell que lidera a Inglaterra. Oliver, provavelmente não era um político já

que o autor enfoca a sua inocência para justificar a sua ingenuidade. O que Cromwell queria como mostra

Hill era a unidade parlamentar.” Ele definiu os quatro pontos fundamentais de seu governo: 1.

Governo por uma única pessoa e um só Parlamento; 2. Nenhum Parlamento se perpetuaria; 3.

Liberdade de consciência; 4. Controle da milícia pelo protetor e pelo Parlamento”. O autor enfatiza que

Oliver não tinha uso para a democracia. Por isso gasta muitos parágrafos falando de seus opositores,

diversos movimentos contrários às idéias deste estadista. O medo desse líder era deixar o poder nas

mãos de gente que só vivia para respirar, ao que os chama de massa, ou pobres.

Lutou contra o direito de voto para todos por esse mesmo motivo. O que o livro destaca enfaticamente é o

tipo de governo religioso de Cromwell, onde assevera que Deus estaria ao seu lado. O segundo capítulo,

um pouco mais longo que o anterior trata especificamente da contribuição calvinista e teológica a

ideologia de Cromwell e dos revolucionários ingleses (puritanos). Ao falar sobre a doutrina da

predestinação o autor reitera muitas vezes que essa doutrina, ao contrário do que se pensa, ou se pensou,

foi o grande motor dos revolucionários ingleses a ação. Devemos perceber que a sua teologia os ajudou a

viver e a mudar o mundo conforme eles o encontraram. Os protestantes enfatizavam o dever de trabalhar

arduamente em favor da comunidade, da república. Percebemos que a fé, no sentido calvinista deixou de

ser encarada como fonte de uma força psicológica interior, para um engajamento do homem honesto em

desempenhar uma tarefa mundana. O autor diz: “... o protestantismo se destinava unicamente àqueles

que agiam”.

Os eleitos eram ativos e corajosos por definição, mas não para se tornarem eleitos, tipo de governo

religioso de Cromwell, onde assevera que Deus estaria ao seu lado. O segundo capítulo, um pouco mais

longo que o anterior trata especificamente da contribuição calvinista e teológica a ideologia de Cromwell e

dos revolucionários ingleses (puritanos). Ao falar sobre a doutrina da predestinação o autor reitera muitas

vezes que essa doutrina, ao contrário do que se pensa, ou se pensou, foi o grande motor dos

revolucionários ingleses a ação. Devemos perceber que a sua teologia os ajudou a viver e a mudar o

mundo conforme eles o encontraram. Os protestantes enfatizavam o dever de trabalhar arduamente em

favor da comunidade, da república. Percebemos que a fé, no sentido calvinista deixou de ser encarada

como fonte de uma força psicológica interior, para um engajamento do homem honesto em desempenhar

uma tarefa mundana. O autor diz: “... o protestantismo se destinava unicamente àqueles que agiam”. Pg.

Page 14: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

201. Os eleitos eram ativos e corajosos por definição, mas não para se tornarem eleitos.

Quando havia condições para o livre desenvolvimento capitalista. Os parlamentares acreditavam que

travavam a batalha de Deus. A Revolução De um lado, os Cabeças Redondas dos puritanos, do

Parlamento, do outro os Cavaleiros da força real. Estava iniciada a guerra. O talento de Oliver Cromwell fez

a diferença, valorizando o talento em seu exército: "Prefiro ter um capitão simples e rude, que saiba por

que luta e ame aquilo que sabe, do que um daqueles a quem chamais gentil-homem e que não passa

disso". Cromwell teve que lutar contra alguns dos seus oficiais superiores que se recusavam a adotar o

método democrático de recrutamento e organização de que ele mostrara as vantagens. Internamente,

teve que assistir à divisão entre os Presbiterianos, os grandes proprietários de terra, menos preocupados

em ganhar a guerra absolutamente do que com um compromisso, e os Independentes, formados pela

pequena nobreza progressiva, os pequenos proprietários rurais, a burguesia livre-cambista, apoiados pelas

massas dos pequenos camponeses e artesãos. As dificuldades da burguesia eram que precisava do povo,

mas o temia, pretendendo manter a monarquia como um controle da democracia - contanto que Carlos I

atuasse como eles desejavam e Carlos II veio, grosso modo, a atuar. À desorganização e falta de disciplina

do Exército Real contrapunha-se a disciplina e determinação dos homens de Cromwell. Disciplina, unidade

e consciência política. Terminada a guerra, em 1645,

aconteceu o que se temia: os Presbiterianos começaram a negociar com o rei no cativeiro, planejando

livrar-se do exército vitorioso, não fizeram as reformas sociais, não indenizaram ninguém pelos atos de

guerra. Os soldados rasos se agitaram e se organizaram nos Levellers. O exército e o Parlamento, agora,

coexistiam como poderes rivais. Os Levellers queriam uma República, a extensão dos direitos

parlamentares e o direito de voto para todos os homens.

Depois de fugir da prisão e retomar a guerra, o rei foi de novo preso, julgado sumariamente e executado

em 30 de janeiro de 1649, como "inimigo público do bom povo desta nação", e a monarquia foi declarada

desnecessária, opressiva e perigosa para a liberdade, segurança e interesse público do povo e foi abolida.

Em 19 de maio foi proclamada a República. Mas a situação não se mudara: no século XVII, se alguns dos

pequenos proprietários rurais e dos artesão mais ricos prosperavam e abriam caminho em direção à

burguesia e à pequena nobreza, muitos mais havia que eram empurrados para o status de trabalhadores

agrícolas destituídos de terras. Surgiram cercamentos de terras, faltava ideal e homogeneidade aos

Levellers, que se degeneraram, alguns seguindo o carreirismo ou o terrorismo, muitas vezes a serviço dos

realistas, outros desviando-se para grupos religiosos radicais, como os Quakers e os Anabatistas. O

movimento dos Digger constituiu o máximo em que a revolução burguesa inglesa representou os

interesses dos que não possuíam bens. Consistiu numa tentativa de proceder por meio de ação direta

Page 15: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

a uma forma de comunismo agrário, tentativa essa realizada por membros do proletariado rural

expropriado, que argumentavam que os grandes senhores tenham sido tão derrotados quanto o rei, que a

vitória do povo tinha liberto o solo da Inglaterra, que lhes cabia agora cultivar. Gerrard Winstanley foi o

mentor da economia da época e escreveu: "O homem mais pobre da Inglaterra tem tanto direito à terra

quanto o mais rico". Mas o ideal comunista dele foi, em certa medida, retrógrado, porque surgia da

comunidade de aldeia que o Capitalismo estava em vias de desintegrar. Os 11 anos seguintes à revolta dos

Levellers foram agitados, marcados por metas traídas, instalação de ditadura militar com a dissolução do

Parlamento por Cronwell, que acabou aceitando uma Nova Constituição antes de morrer em 1658 e ser

substituído por seu filho Richard, que não tinha a mesma influência sobre o Exército. Com a aprovação e o

apoio financeiro da pequena nobreza escocesa, Monck saiu da Escócia com seu exército depurado e

disciplinado e declarou-se a favor de um Parlamento livre, eleito com base no antigo direito de voto, o qual

a burguesia e a pequena nobreza se apressaram em aprovar. Em maio de 1660, esse Parlamento convocou

Carlos II. A Restauração, entretanto, não foi a restauração do antigo regime, tornando evidente, não a

fraqueza da burguesia e da pequena nobreza, mas sua força. Carlos II pretendia-se detentor do direito

divino de reinar, mas não recuperou a posição do pai. Foi denominado rei pela graça de Deus, mas foi

realmente rei pela graça dos mercadores

e nobres rurais, e ele mesmo reconheceu isso. Os bispos também voltaram ao país junto com o rei, mas a

Igreja da Inglaterra deixou de ser um poderoso órgão de governo à disposição do rei para limitar-se a ser a

mais rica das muitas organizações religiosas rivais. No século XVIII o rei mantinha a influência, mas via-se

privado de qualquer poder independente. Os anos que decorrem entre 1660 e 1688 constituem um

período de austeridade, sendo a riqueza acumulada para financiar políticas imperialistas grandiosas, que o

Protetorado empreendera e não fora capaz de levar a cabo. Nos finais do século estas eram retomadas sob

o controle absoluto de um Parlamento que representava os interesses ligados às terras e ao dinheiro,

unidos fundamentalmente pela semelhanças dos meios de produção de riqueza. Do mesmo modo, a

tecnologia beneficiava extraordinariamente com a liberalização da ciência e o estímulo dado pela

Revolução ao livre pensamento e à experimentação. A liberdade de especulação intelectual na Inglaterra

de finais do século XVII e do século XVIII influenciou extraordinariamente as idéias da Revolução Francesa

de 1789. Jaime II foi deposto em 1688 quando tentou um retorno à monarquia absolutista. O período de

1640 a 1660 viu a destruição de um tipo de Estado e a introdução de uma nova estrutura política dentro da

qual o capitalismo podia desenvolver-se livremente.

Referência bibliográfica

Page 16: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

Livro: O Eleito de Deus: Oliver Cromwell e a Revolução Inglesa – Hill, Christopher – Editora Companhia das

Letras

1. INTRODUÇÃO

A Revolução Inglesa do século XVII representou a primeira manifestação de crise do sistema da época

moderna, identificado com o absolutismo. O poder monárquico, severamente limitado, cedeu a maior

parte de suas prerrogativas ao Parlamento e instaurou-se o regime parlamentarista que permanece até

hoje. O processo começou com a Revolução Puritana de 1640 e terminou com a Revolução Gloriosa de

1688. As duas fazem parte de um mesmo processo revolucionário, daí a denominação de Revolução

Inglesa do século XVII e não Revoluções Inglesas.

Esse movimento revolucionário criou as condições indispensáveis para a Revolução Industrial do século

XVIII, limpando terreno para o avanço do capitalismo. Deve ser considerada a primeira revolução burguesa

da história da Europa.

2. Revolução Inglesa

A Grande Rebelião, A Revolução Puritana e a Guerra Civil são três expressões consagradas historicamente,

sempre que se pensa na Revolução Inglesa do século XVII. Se a elas juntarmos a República Cromwell e a

Restauração, estamos indicando os componentes básicos e as etapas percorridas por esta revolução. A

Grande Rebelião (1640-1642) designa a revolta do Parlamento contra a Monarquia Absolutista, após uma

disputa pela posse da soberania. A Revolução Puritana designa tanto os conflitos religiosos entre a Igreja

Anglicana e a ideologia puritana – calvinista – quanto uma das bases intelectuais do processo

revolucionário. A Guerra Civil (1642-1648) indica o confronto entre o Parlamento e a Monarquia.

A República de Cromwell (1649-1658) indica o desdobramento lógico do processo, fruto da criação de um

exército revolucionário (New Model Army), e do aparecimento da ideologia radical dos Niveladores

(Levellers), que conduziu ao julgamento e execução do Rei e à proclamação da República. A Restauração

(1660) aponta para o encerramento e os limites da revolução.

Page 17: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

E também a Revolução Inglesa criou as condições indispensáveis para a Revolução Industrial do século

XVIII, limpando terreno para o avanço do capitalismo. Deve ser considerada a primeira revolução burguesa

da história da Europa: antecipou em 150 anos a Revolução Francesa.

Surgem as condições

A Inglaterra atingiu no século XVII notável desenvolvimento, favorecido pela monarquia absolutista.

Henrique VIII e Elizabeth I unificaram o país, dominaram a nobreza, afastaram a ingerência papal, criaram a

igreja a nacional inglesa confiscou terras da Igreja Católica e passaram a disputar os domínios coloniais

com os espanhóis. Tais tarefas agradaram à burguesia, mas agora o poder absolutista tornava-se

incômodo, pois barrava o avanço da burguesia mercantil. Grande parte dos recursos do Estado vinha da

venda de monopólios, como aqueles sobre comércio exterior, sal, sabão, alúmen, arenque e cerveja a, que

beneficiavam um pequeno grupo, a burguesia financeira. E prejudicavam a burguesia comercial, sem

liberdade para suas atividades, e os artesãos, que pagavam caro por alúmen e produtos indispensáveis a

seu trabalho. Ao mesmo tempo, a garantia de privilégios às corporações de ofício impedia o aumento da

produção industrial, pois eles limitavam a entrada de novos produtores nas áreas urbanas. Outro problema

econômico estava no campo. A alta de preços e a expansão do consumo de alimentos e matérias-primas,

como a lã, valorizaram as terras. Isto despertou a cobiça dos produtores rurais. Eles tentavam aumentar

suas posses através dos cercamentos, isto é, tentavam transformar em propriedade privada as terras

coletivas, devolutas ou sobre as quais havia uma posse precária. Tais ações expulsavam os posseiros e

criavam grandes propriedades, nas quais se investia capital para aumentar a produção. O Estado, para

preservar o equilíbrio social necessário a sua existência, barrava os cercamentos e punha contra si dois

setores poderosos: a burguesia mercantil e a nobreza progressista rural, a gentry.

No plano político, havia o conflito entre rei e Parlamento. A este, instituído pela Carta Magna de 1215,

cabia o poder de direito, isto é, legítimo. Mas o Tudor exerceu o poder de fato, convocando pouco o

Parlamento. As classes aí representadas não se opuseram ao absolutismo porque correspondia a seus

interesses. O rei promovia desenvolvimento. No século XVII, o Parlamento pretendia transformar seu

poder de direito em poder de fato. O rei correu a legitimar seu poder, que era de fato. Só havia uma forma:

considerar o poder real de origem divina, como na França.

A luta política desenvolveu-se então no campo religioso e os reis manipularam a religião para

Page 18: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

aumentar seu poder. No século XVI, o Tudor havia dado ênfase ao conteúdo do anglicanismo, isto é, seu

lado calvinista, favorecendo a burguesia. Agora, os Stuart ressaltavam a forma católica do anglicanismo,

identificando-se com a aristocracia, contra a burguesia. Claro, através do catolicismo era mais fácil

justificar a origem divina do poder real. O Parlamento, dominado pela burguesia mercantil e a gentry,

radicalizou suas posições e identificou-se com o puritanismo (forma mais radical do calvinismo), que

rejeitava o anglicanismo.

A Revolução Puritana foi o resultado da luta entre burguesia e realeza pelo controle político do país.

Os Stuart e a pré-revolução

Elizabeth morreu em 1603 sem deixar herdeiros e Jaime I, rei da Escócia, assumiu o trono. Ele procurou

estabelecer as prerrogativas reais implantando uma monarquia absoluta de direito divino. Perseguiu seitas

radicais e até os católicos, que organizaram a Conspiração da Pólvora em 1605 (pretendiam explodir

Westminster durante um discurso do rei). Os descontentes emigravam para a América do Norte.

A oposição entre rei e Parlamento ficou evidente a partir de 1610. O rei queria uma ocupação feudal na

Irlanda; o Parlamento, uma colonização capitalista. Discordaram quanto aos impostos, pois o rei pretendia

o monopólio sobre o comércio de tecidos, o que o tornaria independente do Parlamento financeiramente,

considerando-se que já possuía rendas de suas próprias terras e de outros monopólios.

Com a morte de Jaime I em 1625, sobe

ao trono seu filho Carlos I. Em 1628, guerras no exterior o obrigam a convocar um Parlamento hostil, que

lhe impõe a Petição dos Direitos. Os membros da casa exigiam o controle da política financeira, controle da

convocação do exército e regularidade na convocação do Parlamento, já que lhe negaram a aprovação de

rendas fixas. O rei dissolveu o Parlamento, que só voltaria a reunir-se em 1640, ano da Revolução.

Carlos I apoiou-se na Câmara Estrelada, tribunal ligado ao Conselho Privado do rei. Dentre seus assessores,

destacaram-se o Conde de Strafford e o arcebispo Laud, de Canterbury, responsáveis pela repressão

violenta do período. Cresceu a emigração para a América. O rei passou a cobrar impostos caídos em

desuso, como o Ship Money, instituído em cidades portuárias para combater a pirataria e agora estendido

a todo o reino. Como a forma de enquadrar os dissidentes era a política religiosa, Carlos tentou uniformizar

o reino, impondo o anglicanismo aos escoceses, calvinistas. Eles se rebelaram e invadiram o norte inglês. O

rei convocou o Parlamento em abril de 1640 e o dissolveu em seguida. Em novembro, sem opções,

convocou-o de novo. Foi o Longo Parlamento, pois se manteve até 1653.

Page 19: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

O movimento de 1640

O Parlamento foi duro com o rei. Destruiu a Câmara Estrelada. Strafford foi executado em 1641 e Laud,

em 1645. O rei não poderia mais ter exército permanente. O Parlamento se reuniria a cada três anos

independentemente de convocação real; e conduziria a política tributária e religiosa.

Acusou o rei de responsável pelo levante na Irlanda católica em 1641 e lhe dirigiu a Grande Remonstrance

(repreensão). Em janeiro de 1642, o rei foi ao Parlamento e exigiu a prisão de cinco líderes oposicionistas.

Houve reação violenta, sustentada nas milícias urbanas convocadas em apoio ao Parlamento.

Parlamento: estourava a guerra civil

O rei fez de Oxford seu quartel-general. Convidou o príncipe Rupert para comandar cerca de 20 000

homens do exército de cavaleiros, apoiado por aristocratas do oeste e norte, bem como burgueses

inquietos com a desordem popular. Oliver Cromwell organizou em novo estilo 0 exército do Parlamento,

composto sobretudo por camponeses, com apoio da burguesia londrina e da gentry: a ascensão se dava

não por nascimento, mas por merecimento. Estimulou-se entre os soldados a participação em comitês que

debatiam os problemas. Os cabeças redondas (porque não usavam perucas) foram decisivos na batalha

final de Naseby, em 1645. Carlos I se refugiou na Escócia, foi preso e vendido pelo Parlamento escocês ao

Parlamento inglês.

Criou-se novo problema: setores do Parlamento, achando oportuno o momento para um acordo vantajoso

com a realeza, passaram a conspirar com o rei contra o exército. Este estava organizado e influenciado por

radicais, como os niveladores, que queriam evitar a desmobilização e o não-pagamento dos salários, como

pretendia o Parlamento. Aprofundou-se a diferença entre os grandes do exército e suas bases de

niveladores, com projeto avançado para a época.

Eles tentaram assumir o controle do exército em 1647 e o rei aproveitou para fugir de novo. O exército se

reunificou, prendeu o rei e depurou o Parlamento. Foram presos 47 deputados e excluídos 96: era o

Parlamento Coto (Rump). Carlos I foi decapitado em 30 de janeiro de 1649, a Câmara dos Lordes abolida e

a República proclamada em 19 de maio.

Page 20: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

A República e Cromwell

O Parlamento sofreu nova depuração. Um Conselho de Estado, com 41 membros, passou a exercer o

Poder Executivo. De fato, quem o exercia era Cromwell; ele procurou eliminar a reação realista que, com

apoio escocês, tentava pôr no trono Carlos II, filho de Carlos I. Cromwell também eliminou os radicais do

exército. Os líderes niveladores foram executados; os escavadores, do movimento proletário rural que

pretendia tomar terras do Estado, da nobreza e do clero anglicano, foram dizimados. Liquidado o

movimento mais democrático dentro da Revolução Inglesa, os menos favorecidos ficaram sem esperanças

e aderiram a movimentos religiosos radicais, como os ranters e os seekers.

Em 1653, foi dissolvido o que restava do Longo Parlamento. Uma nova Constituição deu a Cromwell o

título de Lorde Protetor. Tinha poderes tão tirânicos quanto os da monarquia. Ofereceram-lhe a coroa,

mas ele recusou: já era um soberano e podia até fazer o sucessor. Para combater os rivais holandeses e

fortalecer o comércio exterior inglês, baixou o Ato de Navegação. As mercadorias inglesas somente podiam

entrar em portos ingleses em navios ingleses ou em navios

de seus países de origem. Cromwell governou com rigidez e intolerância, impondo suas idéias puritanas. O

filho Richard Cromwell o substituiu após sua morte em 1658 e, pouco firme, foi facilmente deposto em

1659.

A Restauração e a Gloriosa

Com apoio do general Monk, comandante das tropas da Escócia, o Parlamento-Convenção proclamou

Carlos II rei em 1660. Com poderes limitados, ele se aproximou de Luís XIV da França, tornando-se suspeito

para o Parlamento. Uma onda contra-revolucionária sobreveio favorecida por um Parlamento de

Cavaleiros, composto por nobres realistas e anglicanos em sua maioria. O corpo de Cromwell foi

desenterrado e pendurado na forca. O poeta Milton foi julgado e condenado. Carlos II baixou novos atos

de navegação em favor do comércio inglês. Sua ligação com Luís XIV levou-o a envolver-se na Guerra da

Holanda. O Parlamento baixou então, em 1673, a Lei do Teste, pela qual todos os que exercessem função

pública deveriam professar seu antianglicanismo. Surgiram dois partidos: os whigs, contra o rei e pró-

Parlamento; os tories, defensores das prerrogativas reais.

Jaime II, irmão de Carlos II, subiu ao trono mesmo sendo católico. Buscou restaurar o absolutismo e o

catolicismo, punindo os revoltosos, aos quais negava o habeas-corpus. Indicou católicos para funções

Page 21: R Inglesa Puritana e Gloriosa Cormwell

importantes. Em 1688, o Parlamento convocou Maria Stuart, filha de Jaime II e mulher de Guilherme de

Orange, governador das Províncias Unidas, para ocupar o trono. Foi um movimento pacífico. Jaime II

refugiou-se na França e um novo Parlamento proclamou Guilherme e Maria rei e rainha da Inglaterra.

Os novos soberanos tiveram de aceitar a Declaração dos Direitos, baixada em 1689, que decretava: o rei

não podia cancelar leis parlamentares e o Parlamento poderia dar o trono a quem lhe aprouvesse após a

morte do rei; haveria reuniões parlamentares e eleições regulares; o Parlamento votaria o orçamento

anual; inspetores controlariam as contas reais; católicos foram afastados da sucessão; a manutenção de

um exército em tempo de paz foi considerada ilegal.

Os ministros passaram a tomar as decisões, sob autoridade do lorde tesoureiro. Funcionários passaram a

dirigir o Tesouro e, em época de guerra, orientavam a política interna e externa. Em 1694, formou-se o

tripé fundamental para o desenvolvimento do país, com a criação do Banco da Inglaterra: o Parlamento, o

Tesouro e o Banco.

Abriam-se as condições para o avanço econômico que resultaria na Revolução Industrial. De um lado, uma

revolução na agricultura através dos cercamentos que beneficiou a gentry. De outro, a expansão comercial

e marítima garantida pelos Atos de Navegação, que atendiam aos interesses da burguesia mercantil. Assim

se fez a Revolução Gloriosa, que assinalou a ascensão da burguesia ao controle total do Estado.

3. CONCLUSÃO

No século XVII a Inglaterra conseguiu um alto desenvolvimento, graças a Henrique VIII e Elizabeth I que

unificaram o país, dominaram a nobreza, afastaram a ingerência papal, criaram a igreja a nacional inglesa

confiscou

terras da Igreja Católica e passaram a disputar os domínios coloniais com os espanhóis. Em 1603 Elizabeth

morreu sem deixar herdeiros e Jaime I, rei da Escócia, assumiu o trono. Que procurou estabelecer as

prerrogativas reais implantando uma monarquia absoluta de direito divino. Com a morte de Jaime I em

1625, sobe ao trono seu filho Carlos I; Em 1628, guerras no exterior o obrigam a convocar um Parlamento

hostil, que lhe impõe a Petição dos Direitos. Carlos I foi decapitado em 30 de janeiro de 1649.

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Com apoio do general Monk, comandante das tropas da Escócia, o Parlamento-Convenção proclamou

Carlos II rei em 1660. Com poderes limitados, ele se aproximou de Luís XIV da França, tornando-se suspeito

para o Parlamento. Jaime II, irmão de Carlos II, subiu ao trono mesmo sendo católico. Em 1688, o

Parlamento convocou Maria Stuart, filha de Jaime II e mulher de Guilherme de Orange, governador das

Províncias Unidas, para ocupar o trono. Foi um movimento pacífico. Jaime II refugiou-se na França e um

novo Parlamento proclamou Guilherme e Maria rei e rainha da Inglaterra. Em 1694, formou-se o tripé

fundamental para o desenvolvimento do país, com a criação do Banco da Inglaterra: o Parlamento, o

Tesouro e o Banco.