livro através dos séculos

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O LIVRO ATRAVÉS DOS SÉCULOS

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Apresentação em Power Point sobre o suporte material do livro na Antiguidade.

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  • O LIVRO ATRAVS DOS SCULOS

  • O LIVRO EM ROMA

    Segundo a Prof Dra. Leni Ribeiro Leite (UFES), em sua obra Marcial e o Livro (2011), o conceito de leitura, em qualquer poca, prescinde da existncia de trs elementos: um objeto, um criador, um consumidor. O fenmeno da leitura s pode ocorrer mediante a coexistncia de um livro, um autor e um leitor. Aqui abordaremos mais detalhadamente o conceito fsico do livro, ou seja, os suportes materiais em que as obras poderiam ser escritas, em distintos perodos do Imprio Romano.

    Os suportes principais que sero tratados so:

    I. Liber

    II. Volumen

    III. Codex

    IV. Tabella

  • LIBER

    O termo que mais livremente significava livro em latim, a palavra liber, significava originalmente casca de rvore. Da, seu sentido expandiu-se, passando a ter trs acepes: a)um uolumen ou codex, o objeto propriamente dito; b) uma obra literria fisicamente considerada, isto um conjunto de rolos que contm uma s obra; c) uma obra literria, em qualquer formato, considerada pelo seu contedo (LEITE, 2011, p. 37).

  • O VOLUMEN

    O uolumen ou livro-rolo foi o primeiro formato de livro e tambm o mais comum, tendo sido usado por muito tempo em Roma.

    O uolumen era uma longa faixa, normalmente de papiro, mas tambm podendo ser feita de pergaminho (LEITE, 2011, p. 32).

  • Para produzir os rolos de pergaminho, o fabricante usava a parte central do caule da planta encontrada s margens do Nilo []. As tiras eram ento postas lado a lado, e sobre estas, outra camada de tiras era disposta, com as fibras em ngulo reto; as duas camadas eram ento prensadas. [] O lado em que a fibras corriam horizontalmente era o preferido para receber o escrito, j que era mais fcil escrever sobre ele; ele chamado recto, enquanto o verso do papiro, chamado uerso, era eventualmente usado quando da falta de material e quando o texto no recto havia perdido sua importncia (LEITE, 2011, p. 33).

    O VOLUMEN

  • Para ler o uolumen , o leitor deve segur-lo com as duas mos para poder desenrolar conforme prossegue em sua leitura. As bordas do papiro eram reforadas contra o desgaste indesejvel, e presas a rolinhos, normalmente de madeira, os mais dispendiosos, de marfim, cujas pontas eram frequentemente ornamentadas. Estes limites fsicos do papiro eram chamados umbilici ou cornua. (LEITE, 2011, p.39)

    O VOLUMEN

  • O CODEX

    O codex o que temos de mais prximo ao livro atual, tendo aos poucos substitudo o livro-rolo em atividades cotidianas, principalmente por ser mais prtico e simples. O formato das grandes obras literrias, no entanto, continua sendo, tradicionalmente, o uolumen.

    Palimpsesto de Arquimedes, codex em pergaminho. Sc. X d.c.

    Codex Gigas, codex em pergaminho. Sc XII d.c.

  • O CODEX

    O cdice um formato, no um material: era chamado codex qualquer suporte de escrita em que folhas so dobradas ao meio e costuradas juntas (LEITE, 2011, p. 39)

    O mais comum que estes cdices fossem produzidos a partir de pergaminho ou uellus (proveniente da pele de animais cabras, carneiros e bois mergulhada em uma soluo de hidrxido de sdio), ao contrrio dos uolumina que, como j vimos, eram feitos de papiro. Porm, conforme esclarece a Prof Dra. Leni Ribeiro Leite, se trata apenas de uma conveno.

    Ou seja, a passagem do rolo ao cdice ocorreu ao mesmo tempo, embora no de forma totalmente coincidente, com a substituio do papiro pelo pergaminho ou uellus. No h conexo essencial entre o formato e material, - era possvel ter cdices com pginas feitas de papiro, ou rolos de pergaminho (LEITE, 2011, p. 32).

  • AS TABELLAE

    As tabellae (pequenas tbuas de madeira) eram itens ainda mais populares e prticos, dispondo de um tamanho reduzido e sendo tambm mais acessveis, usadas para rascunhos e anotaes.

  • AS TABELLAE Outro suporte para a escrita muito utilizado pelos antigos romanos era a tabuinha

    de cera ou tabuinha encerada, uma pequena placa de madeira, de formato em geral retangular, em que se espalhava cera e, sobre esta, se escrevia com um objeto pontiagudo [...] A imagem 5 mostra uma dessas tabuinhas de escrever, juntamente com um stilus (estilo), com o qual se escrevia sobre a cera(CESILA, 2009, p. 13).

  • AS TABELLAE

    As tabellae eram, ento, reutilizveis e propcias para anotaes ou outras formas de escrita mais pragmticas e cotidianas. [] Certamente havia tbuas de vrios materiais, dos mais simples ao mais luxuosos e de diversos tamanhos. No livro Apophoreta, Marcial menciona tabuinhas de madeira ctrica e de marfim, certamente mais caras. [] Ele tambm alude existncia de tbuas de muitas folhas. Neste caso, as tabuinhas tinham furos feitos do lado esquerdo ou na parte de cima, por onde se passava um cordo. As tbuas de quarto folhas, ou seja quarto tbuas unidas por um cordo, eram chamadas quaterni, de onde temos o termo vernculo caderno, mas para um cidado romano era possvel tambm possuir tbuas de duas, trs ou cinco folhas (LEITE, 2011, p. 34-35).

    Tabellae Dypitchae

  • SCRINIUM

    O scrinium era um estojo em formato cilndrico, com uma abertura superior e uma tampa, prprio para guardar um ou mais rolos de papiro ou pergaminho. O mesmo estojo, em formato pequeno, para transportar um livro, era chamado capsa (LEITE, 2011, p. 44).

  • SCRINIUM

    Sinnimo de scrinium no sentido acima capsa, caixa, bem como seu diminutivo capsula (caixinha) como abona o Oxford Latin Dictionary, embora capsa tenha um significado mais amplo, designando um recipiente para qualquer tipo de objeto, como o grego [thke]. (CESILA, 2009, p. 20)

    Muitas vezes eram dotados de alas que facilitavam o seu transporte (cf. Apoph., 84), funcionando como uma espcie de mala especial para livros durantes as viagens (CESILA, 2009, p. 19)

  • BIBLIOTHECA

    ttulo de curiosidade, este ltimo (), junto do termo para livro, forma (bibliotheke) que pode significar 1. uma caixa para guardar livros, 2. um depsito para guardar livros e, consequentemente, 3. biblioteca. A palavra grega tambm ocorre na lngua dos romanos, latinizada como bibliotheca, como o demonstra Apoph., 190.2. (CESILA, 2009, p. 20)

    A bibliotheca era, inicialmente, o mvel prprio para guardar livros o equivalente a uma estante moderna. Muitas vezes era apenas um conjunto de prateleiras ou nichos presos a uma parede, onde os rolos eram dispostos. Mais tarde, porm, a palavra teve seu sentido ampliado, passando a significar uma coleo de livros, um cmodo em um casa com a funo de guardar a coleo de livros e figurativamente, at mesmo um conjunto de informaes, como em Diodoro Sculo, cuja obra se chamava Biblioteca Histrica. (LEITE, 2011, p.44)

  • BIBLIOTHECA

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    CESILA, Robson Tadeu. Volumina, tabellae, codices. Contribuies da poesia de Marcial para bibliologia. In: Simpsio de Letras: Discurso e Textualidades, 2., 2009,

    LEITE, Leni Ribeiro. Marcial e o Livro. Vitria: EDUFES, 2011. 132p.