livro alimentos regionais brasileiros

486
 UA RA ABRI AÇAÍ ARA ÇÁ BU RITI JA MBU TUCUMÃ PIQ UIÁ ARIÁ UXI U CUPI TU CU INGÁ ACEROLA CA GRAV IOLA ABÓB ORA MAXI XE MA O AG RIÃO PAL MA INHA UMBU ME CEBO LA BA RU CRO Á XIXÁ FIS  LIS GUEROBA CUR RIOLA PE QUI SERRALHA JA TO MA RACU CARURU ABACA TE A BIU V A G EM J IL Ó QUIABO CU LA T A RO MANDIOCA CO E NTRO MI LHO M R RADITE UVA MA Ç GI LA TOM A TE CRAVO CANELA B TE R B BATA T A REPO LHO C E AZEDINHA ABA IN AJ Á JAM BO CUB IU C UTITE PUPU NHA URICI TA PERE UMA RI BER TALHA APOTA DO SOLIMÕES AN ABA CUPUÍ ASTANHA DO BRASIL AMU CAMU CU PUAÇU A  ARI NANICA CA CAU CAJARAMA CA JU CIRI GUELA COCO DEN FRUTA SAPOTI JUÁ PITOM BA T AMARI NDO GERGELIM BAN ANA DA TERRA QUI ABO CA GAI T A TICUM ABAC DO CERRADO AXI CAJUÍ CA T OLÉ GUA BI ROBA C ROÁ DENTE-DE-LEÃO MAN GA RITO MAN DIOCA MILHO VERDE JENIPAPO COU VE LOBEI RA AÇAFRÃO DA PITANGA A ÚV A GOI ABA CHU CHU PINHA ORA PRO NÓBIS REPOLHO AFRE BER INJELA CA QUI JACA M ANGA JAM BO O CARAM BO LA AG RIÃO SALSA SAP OTI SAPU CAIA T AI OBA BERINJELA ORELHA DE RE POLHO CARAMBOLA BEL DROE GA CAPI ÇOBA BANA NA NANICA EI O - NÓBIS SEM ESPINH MU RI CA T FIGO MO RANG NECT RINA SEG PINHÃO TANG ERIN BERGA M T ALMEIR ÃO A BE TER RAB BROTODE BA B LENTILHA TOMAT DE  ÁRVOR  MINISTÉRIO DA SAÚDE BA T A UA ABRI ACEROLA CA Á RA V  IOLA CEBO BA RUCUR RIOLA PE  ERRALH MA CU ABACA E QUIABO MANDIOCA M R RADITE UVA A DO SOLIM AN ABA CUPUÍ AMU CAMU CAJARAMA SAPOTI JUÁ T AMARI NDO A RIT MAN DIOCA MILHO VERDE REPOLHO AM  BO AG RIÃO SALSA  SAP OTI SAPU IA RINA P SEG PINHÃO TAN  ERIN BERGA M T ALMEIR ÃO  A XE  AG XIX TO  2  ª  e  d  i  ç  ã  o A A Brasília  DF 2015

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Book abou edible plants of brazil. free publication. Good reading about alimentation. Useful plants for medicine. brazil edible plants , brazil plants ; alimentation south america

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  • GUARANABRICAA

    ARA

    BURITI

    JAMBU

    TUCUM

    PIQUI

    ARI

    UXI

    TUCUPITUCUMING

    ACEROLACAJGRAVIOLA

    ABBORA

    MAXIXE

    MAMO

    AGRIOPAL

    MAINHA

    UMBUME

    CEBOLA

    BARU

    CROXIX

    FIS LISGUEROBA

    CURRIOLAPEQUI

    SERRALHA

    JATO

    B

    MARACU

    J

    CARURU

    ABACATEABIUVAGEMJIL

    QUIABORCULA

    TARO

    MANDIOCA

    COENTROMILHO

    MORARADITEUVA

    MAGILATOMATE

    CRAVO

    CANELA

    BETERRABA

    BATATA

    REPOLHOCR

    EMAZEDINHA

    BACABA

    SORVAINAJJAMBOCUBIUCUTITEPUPUNHAMURICI

    TAPEREB

    UMARI

    BERTALHA

    SAPOTADOSOLIMES

    MAN

    GABA

    CUPU

    CASTANHADOBRASIL

    CAMUCAMU

    CUPUAUBACARI

    BANANANANICA

    CACAU

    CAJARAMA

    CAJU

    CIRIGUELA

    COCODEND

    FRUTAPO

    SAPOTI

    JU

    PITOMBA

    TAMARINDO

    GERGELIM

    BANANA

    DATERRAQUIABO

    CAGAITA

    ARATICUM

    ABACDOCERRADO

    AXICAJU

    CATOLGUABI

    ROBACRO

    DENTE-DE-LEO

    MANGARITO

    MANDIOCA

    MILHOVERDEJENIPAPO

    COUVELOBEI

    RAAAFRODATERRAPITANGA

    A

    BREJAVA

    GOIABA

    CHUCHU

    PINHAORA

    PRO

    NBISREPOLHO

    ESPINAFRE

    BERINJELA

    CAQUIJACA

    MANGA

    JAMBO

    LO

    CARAMBOLA

    AGRIO

    SALSA

    SAPOTISAPUCAIA

    TAIOBABERINJELA

    ORELHADEPADRE

    REPOLHOCARAMBOLA

    BELDROE

    GA

    CAPIOBA

    BANANA

    NANICA

    FEIJOA

    ORA-PRNBISSEMESPINHO

    MURICATO

    FIGO

    MORANGONECTARINAPSSEGOPINHO

    TANGERINABERGAMO

    TAALMEIROA

    BETERRABABROTODEBAMBULENTILHA

    TOMATEDE RVORE

    COMINHO

    COABACAXCAJU

    AAGOIANICA

    COABACAXICAJUGOIA

    MINISTRIO DA SADE

    TUCUM

    AAAAAAABBBBBBBBBBBB CCCCCCCCCCCRRRRRRRRRRAAAAAAAAAAVVVVVVVVVOOOOOOOOOOOOOOOBATA

    GUARANRA

    ABRICAAJA

    IACEROLACA

    JCGRAVCC

    IOLAJMAXI CEBO

    BARUCURRIOLAPEQUI

    SERRALHA

    MARACU

    JABACATEATTBIU

    QUIABOR

    MANDIOCA MORARADITEUVA

    MA

    RITALHA

    SAPOTADOSOLIMES

    RAPOTA

    MAN

    GABA

    CUPU

    CAMUCAMUCAJARAMA

    SAPOTI

    JU

    TAMARINDO

    GERGELIMGARITO

    MANDIOCA

    MILHOVERDEJENIPAPO

    NBISREPOLHO

    JAMOOBO

    LOHO

    AGRIO

    SALSA

    SAPOTISAPUCAIA

    RINAPSSEGOPINHO

    TANGERINABERGAMO

    TAALMEIROTTA

    AA

    XE

    AGXIX

    TO2 edio

    OMA

    LOBEIRAAA AA

    OMBA

    VLOBEIRAAA AA

    Braslia DF2015

    JESJES JENIP JENIP PAPOLPAPOLP LOLLOLLL OCAOCAO

  • MINISTRIO DA SADESecretaria de Ateno Sade

    Departamento de Ateno Bsica

    AlimentosRegionaisBrasileiros

    Braslia DF2015

    2 edio

  • Esta obra disponibilizada nos termos da Licena Creative Commons Atribuio No Comercial Compartilhamento pela mesma licena 4.0 Internacional. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.

    2012 Ministrio da Sade.

    A coleo institucional do Ministrio da Sade pode ser acessada, na ntegra, na Biblioteca Virtual em Sade do Ministrio da Sade: .

    Tiragem: 2 edio - 2015 - 7.307 exemplares

    Elaborao, distribuio e informaes:MINISTRIO DA SADESecretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno BsicaCoordenao-Geral de Alimentao e NutrioSAF Sul, Quadra 2, lotes 5/6, bloco II, sala 8Auditrio, Edifcio Premium CEP: 70070-600 Braslia/DF Fone: (61) 3315-9003E-mail: [email protected] Site: www.saude.gov.br/nutricao

    Editor geral:Eduardo Alves Melo

    Coordenao tcnica geral:Patricia Constante Jaime

    Colaborao:Ana Beatriz Vasconcellos Ana Carolina Feldenheimer SilvaAna Maria Cavalcante de LimaAlberto Jorge da Rocha SilvaBruna Pitasi Arguelhes Carla CaratinDenise Oliveira e Silva Fernanda Lima AvenaGisele Ane BortoliniHelen Alto Duar Bastos Jos Marcos LelisLorena Toledo de Arajo MeloLuiz Carlos Balcevicz Marcos Lelis Maria do Carmo Soares de Freitas Mariana Carvalho PinheiroMariana Martins PereiraMariana Veras Mnica Rocha GonalvesNeide BotrelNuno Rodrigo Madeira

    Priscila Zaczuk Bassinello Raquel Braz Assuno Botelho Vernica Cortez GinaniWilton Barbosa Ivo

    Colaborao institucional:Coordenao Geral de Alimentao e NutrioEmpresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaUniversidade de BrasliaMinistrio do Meio Ambiente

    Reviso tcnica:Coordenao-Geral de Alimentao e NutrioEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    Coordenao editorial,diagramao e projeto grfico:Marco Aurlio Santana da Silva

    Normalizao:Marjorie Fernandes Gonalves

    Reviso de texto:Ana Paula ReisLaeticia Jensen Eble

    Fotografias:Acervo Departamento de Ateno BsicaAcervo EmbrapaElza YukiItamar SandovalMarco Aurlio Santana da SilvaVirgnia Martins da Matta

    Colaborao 1 edio:Geofrey CannonKelva Karina Nogueira de Carvalho de AquinoMiriam Regina Lira SabbagTereza Cristina DAmbrzio Lessa

    Impresso no Brasil / Printed in BrazilFicha Catalogrfica

    ___________________________________________________________________________________________Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica. Alimentos regionais brasileiros / Ministrio da Sade, Secretaria de Ateno Sade, Departamento de Ateno Bsica. 2. ed. Braslia : Ministrio da Sade, 2015. 484 p. : il.

    ISBN 978-85-334-2145-5

    1. Poltica Nacional de Alimentao e Nutrio (PNAN). 2. Alimentao e nutrio. 3. Frutas. 4. Hortalias. I. Ttulo.

    CDU 641.5(81) ___________________________________________________________________________________________

    Catalogao na fonte Coordenao-Geral de Documentao e Informao Editora MS OS 2015/0145

    Ttulos para indexao:Em ingls: Brazilian Regional FoodEm espanhol: Alimentos Regionales Brasileos

  • APRESENTAO 11

    1 INTRODUO 13

    2 ALIMENTOS REGIONAIS 15

    2.1 Regio Norte 17

    2.1.1 Frutas 19

    Abric 19

    Abiu 22

    Aa 25

    Ara 29

    Bacaba 30

    Bacuri 31

    Banana-pacova 34

    Birib 37

    Buriti 40

    Cajarana 41

    Camu-camu 44

    Castanha-do-brasil/castanha-do-par/castanha-da-amaznia 45

    Cubiu 48

    Cupuau 49

    Cupu 52

    Cutite 52

    Guaran 53

    Inaj 54

    Ing 55

    Jambo 58

    Mangaba 61

    Murici 62

    Piqui 65

    Sumrio

  • Pupunha 66

    Sapota-do-solimes 69

    Sorva 70

    Tapereb 71

    Tucum 72

    Umari 73

    Uxi 74

    2.1.2 Hortalias 75

    Bertalha 75

    Espinafre-dgua 76

    Jambu 77

    Maxixe-do-reino 80

    Quiabo-de-metro 83

    2.1.3 Leguminosas 85

    Feijo regional 85

    2.1.4 Tubrculos, razes e cereais 86

    Ari 86

    Inhame-roxo 87

    Jacatup 90

    2.1.5 Farinhas e preparaes 91

    Farinha de carim 91

    Farinha de piracu 91

    Farinha de uarini 92

    Manioba 95

    Tucupi 96

    2.1.6 Ervas, condimentos e temperos 99

    Chicria-do-par 99

    Pimenta do Reino 102

    2.2 Regio Nordeste 105

    2.2.1 Frutas 107

    Acerola 107

    Banana-nanica 109

    Banana-da-terra 111

    Cacau 112

    Caj 113

  • Cajarana 116

    Caju 117

    Ciriguela 122

    Coco 125

    Dend 129

    Fruta-po 130

    Graviola 133

    Ju 136

    Mamo 137

    Maracuj 141

    Pitomba 144

    Sapoti 147

    Tamarindo 148

    Umbu 149

    2.2.2 Hortalias 152

    Abbora 152

    Agrio 156

    Jurubeba 157

    Major-gomes 158

    Maxixe 161

    Palma 164

    Quiabo 167

    Vinagreira 168

    2.2.3 Leguminosas 171

    Algaroba 171

    Feijo 172

    Feijo-de-corda 176

    Feijo-verde 180

    Guandu 181

    2.2.4 Tubrculos, razes e cereais 182

    Araruta 182

    Gergelim 183

    Inhame 184

    Juna 187

    Mandioca 188

    Sorgo 191

  • 2.2.4.1 Farinhas derivadas da mandioca 192

    Farinha de Tapioca 192

    2.2.5 Ervas, condimentos e temperos 193

    Cebolinha 193

    Coentro 196

    2.3 Regio Centro-Oeste 199

    2.3.1 Frutas 201

    Abacaxi-do-cerrado 201

    Araticum 202

    Baru 205

    Cagaita 208

    Caju 213

    Coco-babo 214

    Coco-cabeudo 215

    Coco-indai 215

    Coroa-de-frade 215

    Curriola 216

    Guabiroba 217

    Guapeva 219

    Jaracati 219

    Jatob 220

    Jenipapo 223

    Lobeira 226

    Macaba 227

    Mama-cadela 229

    Maracuj 231

    Marmelada-de-cachorro 232

    Pequi 235

    Pera-do-cerrado 238

    Pitanga 239

    Xix 242

    2.3.2 Hortalias 244

    Abbora 244

    Almeiro-de-rvore 245

    Caruru 246

  • Couve 248

    Cro 249

    Dente-de-leo 250

    Fisalis 251

    Gueroba 252

    Serralha 255

    2.3.3 Tubrculos, razes e cereais 256

    Mangarito 256

    Mandioca 258

    Milho-verde 261

    2.3.4 Ervas, temperos e condimentos 264

    Aafro-da-terra 264

    Cheiro-verde 265

    Cebola 268

    2.4 Regio Sudeste 273

    2.4.1 Frutas 275

    Abacate 275

    Brejava 278

    Caqui 279

    Carambola 282

    Goiaba 285

    Jabuticaba 288

    Jaca 291

    Jambolo 294

    Laranja 295

    Manga 297

    Pinha 300

    Sapucaia 303

    Sapoti 305

    2.4.2 Hortalias 306

    Abobrinha 306

    Agrio 309

    Berinjela 310

    Beldroega 313

    Capioba 316

  • Capuchinha 316

    Chuchu 317

    Couve 320

    Espinafre 323

    Jil 326

    Mostarda-de-folha 329

    Ora-pro-nbis 332

    Pimento 335

    Quiabo 338

    Repolho 340

    Rcula 341

    Taioba 344

    Vagem 345

    2.4.3 Leguminosas 348

    Feijo-branco 348

    Gro-de-bico 351

    Orelha-de-padre 352

    2.4.4 Tubrculos, razes e cereais 354

    Mandioca 354

    Mandioquinha-salsa 355

    Milho 357

    Taro 350

    2.4.5 Ervas, condimentos e temperos 360

    Coentro 360

    Salsa 361

    2.5 Regio Sul 363

    2.5.1 Frutas 365

    Amora 365

    Banana 366

    Feijoa 370

    Figo 371

    Ma 374

    Morango 377

    Nectarina 380

    Pssego 383

  • Pinho 387

    Tangerina/Bergamota 390

    Uva 393

    2.5.2 Hortalias 396

    Almeiro 396

    Azedinha 399

    Beterraba 400

    Broto-de-bambu 403

    Crem 404

    Gila 404

    Muricato 405

    Ora-pro-nbis sem espinho 405

    Radite 407

    Repolho 408

    Tomate 413

    Tomate-de-rvore 416

    2.5.3 Leguminosas 417

    Lentilha 417

    2.5.4 Tubrculos, razes e cereais 420

    Batata-doce 420

    Batata 423

    Milho 427

    2.5.5 Ervas, condimentos e temperos 428

    Canela 428

    Cominho 431

    Cravo 434

    3 ALIMENTAO, REGIONALIDADE E CULTURA NO BRASIL

    437

    3.1 Introduo 437

    3.2 Carter simblico, hbitos e territorialidade 440

    3.3 Patrimnio alimentar 444

    3.4 A alimentao saudvel 446

    3.5 &RQVLGHUDo}HVQDLV 4484 BIODIVERSIDADE PARA A ALIMENTAO E A

    NUTRIO449

  • 5 REVISO E ATUALIZAO DOS ALIMENTOS BRASILEIROS: CAMINHOS PERCORRIDOS

    453

    REFERNCIAS 461

    APNDICES 465

    Apndice A Cozinhando com sade: menos gordura, menos acar e menos sal

    465

    Apndice B Lista de substituies 469

    $SrQGLFH&/LVWDGHSDUWLFLSDQWHVGDVRFLQDVculinrias

    471

    Apndice D Lista de preparaes selecionadas por regio

    475

    Apndice E Lista de medidas caseiras 479

  • 11

    Alimentos Regionais Brasileiros

    Apresentao O Ministrio da Sade (MS), por meio da Coordenao-Geral de Alimentao e Nutrio

    (CGAN), vem desenvolvendo diversas aes de promoo da alimentao adequada e saudvel para a populao brasileira e investindo na elaborao de publicaes e materiais educativos de forma integrada e intersetorial.

    Em 2002, o MS publicou a primeira edio do livro Alimentos Regionais Brasileiros, com o objetivo principal de divulgar a imensa variedade de frutas, hortalias, tubrculos e leguminosas brasileiras, alm de apoiar a educao alimentar e nutricional e incentivar a alimentao adequada e saudvel. Esse material contribui, ainda, para divulgar a variedade de alimentos em todas as regies, orientar seu uso em preparaes culinrias e resgatar, valorizar e fortalecer a cultura alimentar brasileira.

    A partir de 2007, a CGAN conduziu um processo de atualizao e reviso dos alimentos e das preparaes do livro, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (Embrapa), instituies de ensino, pesquisadores e profissionais de sade.

    Assim, esta nova edio apresenta-se com o propsito de favorecer o conhecimento acerca das mais variadas espcies de frutas, hortalias, leguminosas, tubrculos, cereais, ervas, entre outros existentes em nosso pas, alm de estimular o desenvolvimento e a troca de habilidades culinrias, resgatando e valorizando o ato de cozinhar e apreciar os alimentos, seus sabores, aromas e suas apresentaes, tornando o ato de comer mais prazeroso.

    O material traz alm dos alimentos por regio receitas culinrias, dicas de como cozinhar com mais sade e uma lista de possveis substituies para as preparaes desenvolvidas, ressaltando nossa diversidade cultural. O resgate, o reconhecimento e a incorporao desses alimentos no cotidiano das prticas alimentares representam importante iniciativa de melhoria do padro alimentar e nutricional, contribuindo para a garantia do direito humano alimentao adequada e saudvel e da segurana alimentar e nutricional da populao brasileira.

    MINISTRIO DA SADE

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    13

    1 Introduo O Brasil um pas de dimenses continentais, constitudo por regies e estados famosos

    por sua rica variedade em recursos naturais. A histria brasileira, desde o incio da colonizao, traz em sua memria relatos da cultura alimentar: sua cor, seu aroma e seu sabor.

    A singular culinria do Pas incorpora a cultura original de populaes indgenas, assim como vasto nmero de tradies, como a africana, portuguesa, espanhola, italiana, alem, polonesa, francesa, holandesa, libanesa, japonesa, entre outras. Muitos alimentos tpicos da nossa terra so bem conhecidos, como a mandioca e a goiaba. O patrimnio culinrio expresso nos pratos, nas receitas tradicionais, faz parte da memria afetiva, do registro, da transmisso oral de nossa herana cultural que convive com a modernidade (BELUZZO, 2005).

    No entanto, existem muitos outros alimentos nutritivos e saborosos que eram apreciados e faziam parte das refeies familiares, mas que foram, aos poucos, sendo esquecidos ou desvalorizados. Entre as principais razes do abandono gradual desses alimentos esto as transformaes oriundas da urbanizao, da industrializao, do desenvolvimento de tecnologias, da expanso da indstria de alimentos, da difuso da mdia e do discurso cientfico, que afetam de forma diferenciada os grupos sociais de acordo com sua histria e aprendizagem (ROTENBERG, 2012).

    Mudanas no padro de vida e consumo da populao brasileira, tais como reduo da atividade fsica, diminuio do tempo destinado ao lazer e modificaes de hbitos alimentares, tm sido associadas ao aumento de incidncia de doenas crnicas no transmissveis (DCNT) (BRASIL, 2006). Ao mesmo tempo, as DCNTs convivem com altas prevalncias de deficincias nutricionais, principalmente a anemia e a hipovitaminose A. O baixo consumo de frutas, verduras e legumes considerado um dos fatores de risco mais importantes associados elevada morbidade e mortalidade nos pases, especialmente as DCNTs, que representam cerca de 47% da carga mundial de morbidade (OMS, 2002; 2004). A promoo da alimentao adequada e saudvel, diretriz explcita da Poltica Nacional de Alimentao e Nutrio (PNAN), conforma uma ao transversal e intersetorial incorporada a outras aes, programas e projetos de promoo da sade que atuam nos condicionantes e determinantes sociais da sade da populao, permitindo aos indivduos e coletividade a realizao de prticas alimentares apropriadas aos seus aspectos biolgicos e socioculturais, bem como ao uso sustentvel do meio ambiente.

    De acordo com a PNAN, a alimentao saudvel deve estar em acordo com as necessidades de cada fase do curso da vida e com as necessidades alimentares especiais; referenciada pela cultura alimentar e pelas dimenses de gnero, raa e etnia; acessvel do ponto de vista fsico e financeiro; harmnica em quantidade e qualidade; baseada em prticas produtivas adequadas e sustentveis, com quantidades mnimas de contaminantes fsicos, qumicos e biolgicos (BRASIL, 2012). Nesse sentido, um dos objetivos do Plano Nacional de Segurana Alimentar e Nutricional (2012-2015), elaborado pela Cmara Interministerial de Segurana Alimentar e Nutricional, consiste em: Assegurar processos permanentes de educao alimentar e nutricional e de promoo da alimentao adequada e saudvel, valorizando e respeitando as especificidades culturais e regionais dos diferentes grupos e etnias, na perspectiva da segurana alimentar e nutricional e da garantia do direito humano alimentao adequada (BRASIL, 2011, p. 84).

  • Ministrio da Sade

    14

    Promover a alimentao saudvel envolve mais que a escolha de alimentos adequados, relacionando-se com a defesa da biodiversidade de espcies, o reconhecimento da herana cultural e o valor histrico do alimento, alm do estmulo cozinha tpica regional, contribuindo, assim, para o resgate das tradies e o prazer da alimentao. Valorizar uma agricultura mais sustentvel, mantendo o equilbrio do ambiente e respeitando o conhecimento local, fundamental para se entender a importncia da origem dos alimentos e melhorar a qualidade da alimentao.

    Estimular os sentidos, apreciando os alimentos, seus sabores, aromas e suas apresentaes, torna o ato de comer ainda mais prazeroso e significa cultura, alegria, convvio e troca. preciso preservar o meio ambiente, fortalecer a culinria tradicional, usufruir a variedade de alimentos regionais e redescobrir a satisfao de preparar e compartilhar as refeies com outras pessoas.

    Com este material, pretende-se resgatar e despertar o interesse para a vasta quantidade de alimentos regionais presentes em todas as regies brasileiras e tpicos da nossa flora e fauna, de forma a contribuir para a melhoria da alimentao da populao. Alm disso, constitui um instrumento de educao alimentar e nutricional que pode ser utilizado por profissionais de sade, educao, assistncia social, entre outros, buscando a valorizao dos alimentos existentes no pas.

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    15

    2 Alimentos Regionais

  • GUARANABRICAA

    ARA

    BURITI

    JAMBU

    TUCUM

    PIQUI

    ARI

    UXI

    TUCUPITUCUMING

    BACABA

    SORVAINAJJAMBOCUBIUCUTITEPUPUNHAMURICI

    TAPEREB

    UMARI

    BERTALHA

    SAPOTADOSOLIMES

    MAN

    GABA

    CUPU

    CASTANHADOBRASIL

    CAMUCAMU

    CUPUAUBACARI

    ABRIC

    AA

    ARA

    cUTITE

    BACABABACURIBANANA

    PACOVABIRIB

    BURITI

    CAJARANA

    CAMU-CAMU

    CASTANHADOPARCUBIUCUTITEGUARAN

    INAJ

    ING

    JAMBO

    MANGABA

    MARA

    J

    MURICIPIQUI

    PUPUNHA

    SAPOTADOSOLIMESUXI

    SORVATAPEREB

    TUCUM

    UMARIBERTALHA

    CHICRIADOPAR

    ESPINAFRE

    DAGUA

    JAMBU

    MAXIXE

    DOREINO

    QUIABODEMETRO

    FEIJO

    EGIONR AL

    CASTANHADA

    AMAZNIA

    ARIUXI

    INHAMEROXO

    JACATUPTUCUPI

    UXI

    MANIOBATUCUPI

    FARINHADECARIMFARINHADEPIRACU

    GUARANBRICA

    AA

    BACABABACURICAJARANA

    CUBIU

    CUPUAU

    BERTALHAUXI

    CUPUINAJ

    ING

    ING

    JAMBO

    MANGABAMARJMURIPIQUI

    SAPOD

    SOLI

    SOR

    TAPEREB

    TUCUM

    UMARIARI

    CAMU-CAM

    CHIC

    MAG

    MURICI

    PUPUNHA

    JACATUPUMA

    RI FERENA

    INHAROJAC

    MAN

    Q

    TUCUM ORVUUUUUUUUUUUUXXXXXXXXXXXXIIIIIIIII

    CCCAAAARRRRIIIIMMMMM

    GUARANRA

    ABRI JA

    I

    UMARITALHA

    SAPOTADOSOLIMES

    POTA

    MAN

    GABA

    CUPU

    CAMUCAMU

    ARAcAA CCUTITECAMU-CAMU

    CASTANHADOPAR

    TANHACUB

    CCIUCUTITEGUARANIN GMAN

    GABA

    SAPOTADOSOLIMES

    UXI

    UMARIBERTALHA

    QUIABODEMETRO

    CUPUAU

    BERTAJAMBOAA

    TAPEREB

    TUCUM

    UMARI

    CAMU-CAMMURICI

    PUPUNHA

    JACATUPJACA

    UMARI FERENA

    MAN

    QAAFARINHA

    UXI

  • RAUICI

    TAOMES

    RVA

    TUCUPI

    MU

    RIADOPAR

    CUPUAU

    ANABA

    A

    QUIABODE

    METRO

    IJOEGIOAL

    AMEOXOATUB

    FARINHADECARIM

    NIOBA

    QUIABODEMETRO

    SAPOTADOSOLIMES

    BERTALHA

    GUARANINAJ

    INGBACABA

    GUARANPUPUNHA

    BANANAPACOVA

    BIRIBBURITICAJARANACASTANHADOBRASIL

    CUTITECUPU MARAJ

    ESPINAFREDAGUA

    MAXIXEDOREINOCASTANDAAMAZNIA

    HA

    MARAJMURICI

    PUPUNHAPIQ

    UIUXI

    SORVA

    TUCUM

    UMARI

    BERTALHA

    JAMBUFARINHA

    DEPIRACU

    FARINHADE

    UARINIMANIOBA

    TUCUPI

    PIQUITAPEREB

    TUCUM

    UMARIUXIINHAMEROXO

    ARI

    JACATUPCUPUAU

    BANANAPACOVAABRIC

    AA

    CHICRIADOPARJAM

    BOARAABACABA

    BACURI

    CAJARANA

    CAMUCAMU

    UXI

    CUBIUCUPUAU

    CUPU

    CUTITE

    INAJ

    ING

    PUPUNHA

    GUARA

    N

    MAXIXE

    DONOREI

    BIRIB

    TAPEREB

    JAMBO

    MANI

    OBASAPOTADO

    SOLIMESSORVAESPINAFRE

    DAGUA UXIAAABRICING

    MANIOBA

    BERTALHA

    MURICQUIABODEMETROUMARIFARINHA

    DECARIM

    TUCUPI

    MANIOBA

    ARIING

    INAJJAMBOUMARI PIQUI

    FEIJOGIONALRE

    MURICIMANGABA UMARI

    CHICRIA

    DOPAR

    UXI

    GUARANING

    INGBURITI

    ABRICBERTALHAARAPIQUI

    CAJARANABANANA

    PACOVA

    UINH

    PPPPPPPPPPIIIIIRRRRRRRRRAAAAAACCCCCUUUU IIIIINNNNNNGGGGGGG

    MMMMMEEEEETTTTTRRRRROOOOOOOOOCCCCCCCCAAAAAAAAAJJJJJJJJAAAAAAAAARRRRRRRRRAAAAAAAAAANNNNNNNNAAAAAAAA TTTTTAAAAAPPPPPPEEEEEEAPE BBBBEEEERRRRTTTTAAA NNAAJJ

    NNNNNNNNNNNNNGGGGGGGGGGGABRICC

    MUPAR

    AIJOEGIOAL

    NIOBA

    QUIAB

    BANANAPACOVA

    BIRIBBURI

    MARAJMURICI

    PUPUNHAPIQ

    UIUXI

    TUCUM

    UMARI

    BERTALHA

    PIQUIB

    TUCUM

    UMARIUXIINHAMEROXO

    BANABNAPACOVAABRIC

    BACURICUTITE

    INGOO

    JAMBO

    MANI

    OBAAA SAPOTADOSOLIMES

    SORVAESPINAFREDAGUA UXIAA AAAABRICING MURICQUIABODEMETROUMARI ARI

    METROI

    INGFEIJOGIONALREMURICI

    MANGABA UMARIUIAB

    METROO

    PUMANIOBA CHICRIA

    UXI

    UA

    NIOBAGUA

    PACOVA

    NHAPIRRAACCUU

    RARAING

    17

    2.1 RegioNorte

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    19

    Caractersticas: cultivado nos igaps e margens inundveis de rios na regio Amaznica, principalmente no estado do Par. rvore de porte mdio, podendo atingir 20 m de altura, o abric se propaga com facilidade por meio de sementes, que germinam entre 12 e 18 dias. A planta pode iniciar a florao a partir de seis/oito anos.

    Uso culinrio: o fruto consumido in natura, em forma de salada, licores, compotas, geleias e sucos, ou processado.

    Voc sabia que: a rvore empregada na arborizao urbana e na medicina popular, no tratamento de afeces parasitrias, mordedura de insetos e dermatoses diversas. As partes utilizadas so o leite da casca da planta; as sementes, das quais se obtm um p; e as folhas, que so usadas para fazer ch.

    Tabela 1 Anlise nutricional em 100 g de abric

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    64 1 0,3 13,5 3,5

    Fonte: Aguiar (1996).

    ABRIC

    2.1.1 Frutas

    Nome cientfico: Mammea americana L.

    Nome popular: abric, abric-do-par.

    Origem: norte da Amrica do Sul e Antilhas.

  • Ministrio da Sade

    20

    castanha-do-Par e abric

    3HHDGF

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    21

    PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES

    Carboidratos 7,97%

    Protenas 45,39%

    Lipdeos 46,65%

    INFORMAO NUTRICIONAL

    3RUomRGHJOpValor energtico 236,7 Kcal

    Carboidratos 3,55 g

    Protenas 16,95 g

    Gorduras totais 17,20 g

    Gorduras saturadas 5,75 g

    Gorduras trans 0,00 g

    Fibra alimentar 0,60 g

    Sdio 118,85 mg

    Ingredientes Peso bruto Medida caseira

    Tambaqui inteiro 2.200 g 1 unidade

    Sal 5 g 1 e 1/2 colher de ch

    Limo 115 g 1 unidade

    Alho 18 g 6 dentes

    gua 120 ml 1/2 xcara de ch

    Castanha-do-par 150 g 1 xcara de ch

    Abric 650 g 1 unidade grande

    Pimenta-do-reino 1 g 1/2 colher de caf rasa

    Cebola 95 g 1 unidade pequena

    Rendimento: 3.170 g 20 pores

    Poro: 156 g 1 fil

    TIPO DE PREPARAO: PRATO PRINCIPAL

    1. Limpar o peixe, temperar com o sal e o limo e reservar.2. Cozinhar o alho descascado com a gua por 3 minutos depois que comear a ferver.3. Bater no liquidificador o alho cozido, a gua do cozimento, a castanha-do-par, a polpa do abric, a pimenta-do-reino e a cebola.

    4. Rechear o peixe com a pasta formada.5. Envolver o peixe em papel-alumnio e levar ao forno preaquecido (200C) por 45 minutos.6. Retirar o papel-alumnio e finalizar o cozimento, assando por mais 15 minutos.

    MODO DE PREPARO:

  • Ministrio da Sade

    22

    Nome cientfico: Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk.

    Origem: espcie nativa da Amaznia Central e mata atlntica costeira.

    Nome popular: abiu.

    Caractersticas: fruteira arbrea, encontrada em estado cultivado no interior paraense, produzindo frutos de grande aceitao popular, utilizados em sua maioria para consumo in natura.

    As variedades classificam-se quanto forma e ao tamanho do fruto quando maduro. Quanto forma, pode ser redondo ou comprido. Quanto ao tamanho, pode ser grande, quando o fruto atinge peso superior a 600 g; mdio, quando varia entre 300 g e 600 g; e pequeno, quando atinge peso inferior a 300 g.

    Uso culinrio: a fruta aproveitada quase sempre in natura, podendo ser conservada sob refrigerao por at uma semana, mas tambm pode ser processada na forma de geleia.

    Como fruta fresca, deve ser consumida exclusivamente quando estiver bem madura e amarela, pois, do contrrio, sua casca libera um leite branco e viscoso que aderente boca. A polpa tem sabor doce e suave.

    Voc sabia que: a rvore de mdio porte, com suas folhas de cor verde-brilhante e de forma ovalada. Seus frutos aparecem no incio do ano.

    Tabela 2 Anlise nutricional em 100 g de abiu

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    62 0,8 0,7 14,9 1,7 6 20

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    0,2 NA Tr 0,04 Tr 10,3

    Fonte: Unicamp (2006).

    ABIU

  • ABIU

    &

  • Ministrio da Sade

    24

    PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES

    Carboidratos 94,17%

    Protenas 4,00%

    Lipdeos 1,83%

    INFORMAO NUTRICIONAL

    Poro de: 80 g (5 colheres GHVRSDValor energtico 100,00 kcal

    Carboidratos 23,60 g

    Protenas 0,46 g

    Gorduras totais 0,44 g

    Gorduras saturadas 0,15 g

    Gorduras trans 0,00 g

    Fibra alimentar 0,82 g

    Sdio 6,20 mg

    Ingredientes Peso bruto Medida caseira

    Abiu 350 g 5 unidades

    gua 515 ml 2 e 1/4 xcaras de ch

    Acar 70 g 1/3 xcara de ch

    Canela em pau 1 g 1 unidade

    Cravo 1 g 3 unidades

    Rendimento: 410 g 5 pores

    Poro: 80 g 5 colheres de sopa

    TIPO DE PREPARAO: PRATO PRINCIPAL

    1. Lavar, descascar e retirar as sementes do abiu;2. Cortar os abius em pedaos mdios e reservar;3. Em uma panela, aquecer metade do acar para caramelizar;

    4. Abaixar o fogo e juntar o abiu, a gua e a outra metade do acar;5. Aps 30 minutos, colocar os cravos e a canela e deixar cozinhar por mais 30 minutos;6. Retirar do fogo e gelar.

    MODO DE PREPARO:

    COMPOTA DE ABIU

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    25

    Nome cientfico: Euterpe oleracea Mart.Nome popular: aa, aa-do-par.

    Origem: Amaznia.

    Caractersticas: na regio Amaznica, o aa exerce importante papel socioeconmico e cultural, pois a bebida obtida a partir de seus frutos tem consumo regional elevado, e a exportao tem aumentado muito nos ltimos anos. A palmeira, de estirpe delgado, pode atingir at 25 m de altura, possui folhas grandes, finamente recortadas em tiras, de colorao verde-escura. Flores pequenas, agrupadas em grandes cachos pendentes e de colorao amarelada surgem predominantemente de setembro a janeiro, podendo aparecer quase o ano todo. Desenvolve-se bem em vrios tipos de solo e clima, preferencialmente em regies quentes. Cada palmeira produz de trs a quatro cachos por ano, com 3 kg a 6 kg de frutos. Quando maduros, os frutos que aparecem em cachos so de colorao violcea, quase negra. De forma arredondada, apresentam rica polpa comestvel e canio duro. So produzidos durante boa parte do ano, porm com maior intensidade nos meses de julho a dezembro. O aa considerado um alimento de grande valor nutricional, pois apresenta em sua composio fibra alimentar, antocianinas, minerais, particularmente, clcio e potssio e cidos graxos essenciais.

    AA

  • Ministrio da Sade

    26

    Uso culinrio: a polpa pode ser utilizada na preparao de sobremesas, sucos, vinhos, licores ou sorvetes. Os nativos extraem sua polpa, que consumida pura ou acompanhada de farinha de mandioca ou tapioca (pode-se fazer o mingau) e tambm com peixe assado ou camaro seco.

    Voc sabia que: do aaizeiro tudo se aproveita: frutos, folhas, razes, palmito, tronco e cachos frutferos. As populaes ribeirinhas do baixo Amazonas, desde Santarm at a Ilha de Maraj, utilizam essa palmeira como fonte de renda e para a alimentao de suas famlias praticamente ao longo de todo o ano.

    Tabela 3 Anlise nutricional em 100g de aa

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    58 0,8 3,9 6,2 2,6 35 16

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    0,4 NA Tr 0,04 Tr Tr

    Fonte: Unicamp (2006).

  • aa

    3

  • Ministrio da Sade

    28

    PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES

    Carboidratos 77,65%

    Protenas 12,43%

    Lipdeos 9,92%

    INFORMAO NUTRICIONAL

    3RUomRGHJEULRFKHValor energtico 220,00 Kcal

    Carboidratos 40,50 g

    Protenas 7,50 g

    Gorduras totais 4,50 g

    Gorduras saturadas

    0,86 g

    Gorduras trans 0,00 g

    Fibra alimentar 5,60 g

    Sdio 284,60 mg

    Ingredientes Peso bruto Medida caseira

    Fermento biolgico granulado 5 g 1 colher de ch

    Acar 15 g 1 colher de sobremesa

    Leite em p desnatado 20 ml 2 colheres de sopa

    Ovo 55 g 1 unidade

    Sal 4 g 2 colheres de ch

    Polpa de aa 100 g 1 unidade

    Farinha de trigo 250 g 2 e 1/2 xcaras de ch

    gua 35 ml 3 colheres de sopa

    Rendimento: 386 g 6 pores

    Poro: 60 g 1 po redondo (brioche)

    TIPO DE PREPARAO: DESJEJUM/COLAO/LANCHE

    1. Em uma tigela, misturar o fermento e o acar e juntar o leite em p, o ovo, o sal e a polpa de aa;2. Acrescentar a farinha aos poucos, intercalando com a gua;3. Sovar a massa;

    4. Deixar a massa descansar por 30 minutos;5. Modelar as bolinhas e deixar descansar por mais 20 minutos;6. Levar ao forno preaquecido (200C) por 30 minutos.

    MODO DE PREPARO:

    PO DE AA

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    29

    Nome cientfico: Psidium cattleianum SabineNome popular: ara

    Origem: Amaznia.

    Caractersticas: espcie arbrea com altura de 3 m a 6 m e tronco de 15 cm a 25 cm de dimetro. As folhas so simples, coriceas, glabras, de 5 cm a 10 cm de comprimento por 3 cm a 6 cm de largura, com pecolo de 0,4 cm a 1 cm de comprimento. As flores so de colorao amarela e os frutos so bagas globosas, arredondados, de colorao verde, amarela ou vermelha, de acordo com a espcie. A polpa branca-amarelada ou avermelhada, mucilaginosa, aromtica, contendo muitas sementes. Ocorre naturalmente da Bahia at o Rio Grande do Sul, sendo encontrado, principalmente, nas restingas litorneas situadas em terrenos midos e nas capoeiras de vrzeas midas. No ocorre no interior da floresta primria sombria. Floresce entre os meses de junho e dezembro, e a maturao dos frutos ocorre de setembro a maro. O araazeiro vem sendo bastante estudado, principalmente pelas excelentes caractersticas de suas frutas, que podem apresentar entre quatro a sete vezes mais vitamina C que as frutas ctricas.

    Uso culinrio: algumas espcies de araazeiros do frutas muito saborosas e apreciadas para se comer quando amadurecem. Os frutos adstringentes ou cidos demais so utilizados na produo de doces, que, justamente por apresentarem sabor azedinho ou agridoce especial, so timos ao paladar. Destacam-se como especialidades produzidas com a fruta os doces de pasta e de corte (este ltimo tambm chamado de marmelada-de-ara), sendo de sabor semelhante aos doces de goiaba e s goiabadas.

    Voc sabia que: existem aras de vrios tipos no Brasil: ara-branco, ara-cinzento, ara-rosa, ara-vermelho, ara-verde, ara-amarelo, ara-do-mato, ara-da-praia, ara-do-campo, ara de-festa, ara-de-minas, ara-de-pernambuco, ara-do-par; ara-decoroa, ara-boi, ara-pera, ara-manteiga, ara-de-folha-grande, ara-de-flor-grande, ara-mido, ara-mirim, ara-guau, araapeba, ara-piranga, ara-araanduba, ara comum, ara-verdadeiro ou, simplesmente, ara.

    Tabela 4 Anlise nutricional em 100 g de ara

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g)

    Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    62 1,5 0,6 14,3 5,2 48 33

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    6,3 48 0,06 0,04 1,3 326

    Fonte: IBGE (1979).

    ARA

  • Ministrio da Sade

    30

    Caractersticas: palmeira inerme, com tronco solitrio, liso, reto, crescendo at 20 m de altura, marcado por anis correspondentes s cicatrizes foliares. O bacaba possui frutos de polpa mucilaginosa comestvel, com uma semente, pequenos e arredondados, que apresentam por fora cor purpreo-violcea e, por dentro, polpa branco-amarelada. A polpa produz um leo comestvel adocicado, de uso culinrio corriqueiro, equivalente a cerca de 25% do contedo da polpa.

    Uso culinrio: de cor creme-leitosa e sabor agradvel, o vinho de bacaba produzido e empregado mais ou menos da mesma forma que o vinho de aa. Ambos assemelham-se at mesmo em termos nutricionais, contudo possuem elevado teor de leo, recomendando-se cautela no consumo. Utiliza-se o vinho de bacaba com alimentos salgados servidos nas refeies cotidianas, como liga para fazer uma papa com as farinhas locais ou preparando-o na forma de sucos e refrescos.

    Voc sabia que: as folhas longas so empregadas para a cobertura e revestimentos de casas, sendo tambm utilizadas na confeco de artesanato como bolsas, sacolas, cestos, abanos etc. O tronco pode ser utilizado na construo civil, alm de servir para confeco de arcos e flechas. Essa palmeira tambm empregada como espcie de ornamentao.

    No foram encontradas referncias de anlises nutricionais para esse alimento.

    Nome cientfico: Oenacarpus balickii F. Kahn. ou Oenocarpus mapora H. Karst.Nomes populares: bacaba, bacaba, coco-bacaba.

    Origem: Amaznia.

    BACABA

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    31

    Nome cientfico: Attalea phalerata Mart. ex Spreng.Nome popular: bacuri ou bacupari.

    Origem: Amaznia.

    BACURI

    Caractersticas: o bacurizeiro pode atingir mais de 30 m de altura, com tronco de at 2 m de dimetro nos indivduos mais desenvolvidos. Sua madeira, considerada nobre, tambm tem variadas aplicaes. Essa rvore ocorre naturalmente desde a Ilha de Maraj, na foz do Rio Amazonas, at o Piau, seguindo a costa do Par e do Maranho, e frutifica no perodo de agosto a fevereiro. O bacuri uma das frutas mais populares da regio Amaznica, sendo pouco maior que uma laranja. Contm polpa agridoce rica em potssio, fsforo e clcio. O leo extrado de suas sementes usado como anti-inflamatrio e cicatrizante na medicina popular e na indstria de cosmticos. Como o bacurizeiro uma planta de fecundao cruzada, polinizada principalmente por pssaros, a produo dos frutos depende da presena destes.

    Uso culinrio: a fruta consumida diretamente ou utilizada na produo de doces, sorvetes, sucos, geleias, licores e outras iguarias. Sua casca tambm aproveitada na culinria regional.

    Voc sabia que: no passado, o bacurizeiro foi mais importante como espcie madeireira que como planta frutfera. Sua madeira resistente e de colorao bege-amarelada era muito utilizada na construo de embarcaes e de casas, o que ainda observado em muitas reas de ocorrncia natural.

    Tabela 5 Anlise nutricional em 100 g de bacuri

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    105 1,9 2 22,8 7,4 20 36

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    2,2 30 0,04 0,04 0,5 33

    Fonte: IBGE (1979).

  • Ministrio da Sade

    32

    bacuri

    3X

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    33

    PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES

    Carboidratos 73,35%

    Protenas 10,33%

    Lipdeos 16,32%

    INFORMAO NUTRICIONAL

    Poro de: 60 g (1 pedao PpGLRValor energtico 276,18 Kcal

    Carboidratos 50,64 g

    Protenas 7,14 g

    Gorduras totais 5,01 g

    Gorduras saturadas 0,61 g

    Gorduras trans 0,00 g

    Fibra alimentar 5,60 g

    Sdio 284,60 mg

    Ingredientes Peso bruto Medida caseira

    PudimBacuri 500 g 1 unidade

    Leite desnatado 165 ml 3/4 xcara de ch

    Ovo 55 g 1 unidade

    Leite em p 20 g 1 colher de sopa

    Acar 40 g 2 colheres de sopa

    Calda

    Acar 30 g 2 colheres de sopa rasas

    Rendimento: 235 g 4 pores

    Poro: 60 g 1 pedao mdio

    TIPO DE PREPARAO: SOBREMESA

    Calda: 1. Colocar o acar na forma para pudim (16 cm de dimetro), at caramelizar.Pudim:1. No liquidificador, colocar todos os ingredientes e bater at obter uma massa uniforme;2. Despejar a mistura na forma caramelizada;

    3. Assar em forno preaquecido (200C) por aproximadamente 1 hora;4. Levar geladeira para resfriar;5. Desenformar e servir.

    MODO DE PREPARO:

  • Ministrio da Sade

    34

    1 Ver banana Regio Sul.

    Tabela 6 Anlise nutricional em 100 g de banana-pacov

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    78 1,2 0,1 20,3 2,0 5 20

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    0,4 NA 0,05 0,03 Tr TrFonte: Unicamp (2006)

    BANANA-PACOV1

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    35

    banana-verde

    0QJ

  • Ministrio da Sade

    36

    PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES

    Carboidratos 74,30%

    Protenas 9,66%

    Lipdeos 16,04%

    INFORMAO NUTRICIONAL

    Poro de: 180 g (3 colheres de VHUYLUValor energtico 202,90 kcal

    Carboidratos 37,68 g

    Protenas 4,90 g

    Gorduras totais 3,61 g

    Gorduras saturadas

    2,10 g

    Gorduras trans 0,00 g

    Fibra alimentar 2,33 g

    Sdio 56,17 g

    Ingredientes Peso bruto Medida caseira

    Farinha de tapioca 20 g 1 colher de sopa

    Leite 300 ml 1 e 1/4 xcara de ch

    Banana-pacova verde 350 g 1 unidade

    Acar 20 g 1 colher de sopa

    Rendimento: 540 g 3 pores

    Poro: 180 g 3 colheres de servir

    TIPO DE PREPARAO: DESJEJUM/COLAO/LANCHE

    1. Colocar a farinha de tapioca de molho no leite;2. Ralar a banana com o auxlio de um ralador ou de uma colher;3. Adicionar a banana e o acar farinha de

    tapioca umedecida no leite;4. Aquecer em fogo brando, sem parar de mexer, durante 5 minutos e servir.

    MODO DE PREPARO:

    MINGAU DE BANANA-VERDE

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    37

    Caractersticas: medem de 4 m a 18 m, possuem copa bastante densa, em forma de pirmide. A maioria dos frutos amadurece em maro/junho. Os frutos tipo cpsula, de 2,5 cm a 3,5 cm de largura por 2,5 cm a 4 cm de comprimento, abrem-se quando maduros, liberando entre uma e quatro sementes, que so comestveis. Apresentam polpa mole, branca e mucilaginosa, que envolve as sementes de colorao castanho-escura. uma das frutas mais populares e apreciadas de toda a regio Amaznica e tambm do Nordeste brasileiro.

    Uso culinrio: de polpa suculenta e pouco fibrosa, cor branca a creme, de sabor agradvel e doce, o birib quase sempre consumido in natura, mas tambm apreciado na forma de sucos e sorvetes.

    Voc sabia que: o nome da rvore remete ao som desse instrumento to popular no Brasil: o berimbau. No por acaso que da birib que se faz o melhor berimbau, dizem os percussionistas e artesos especializados no instrumento.

    Tabela 7 Anlise nutricional em 100 g de birib

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    78 0,6 0,3 18,3 0,2 17 17

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    0,4 - 50 18 330 -

    Fonte: Costa e Mller (1995).

    BIRIB

    Nome cientfico: Annona mucosa Jacq.Nome popular: birib-verdadeiro, berib.

    Origem: Amaznia.

  • Ministrio da Sade

    38

    BIRIB

    3XWLRFFFOG

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    39

    PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES

    Carboidratos 63,59%

    Protenas 11,49%

    Lipdeos 24,92%

    INFORMAO NUTRICIONAL

    Poro de: 90 g (1 pedao PpGLRValor energtico 205,72 Kcal

    Carboidratos 32,72 g

    Protenas 5,90 g

    Gorduras totais 5,72 g

    Gorduras saturadas 4,18 g

    Gorduras trans 0,00 g

    Fibra alimentar 1,54 g

    Sdio 65,18 mg

    Ingredientes Peso bruto Medida caseira

    PudimTapioca 125 g 3 xcaras de ch

    gua 400 ml 1 e 3/4 xcara de ch

    Leite em p 120 ml 6 colheres de sopa

    Coco ralado 25 g 1/4 xcara de ch

    Leite de coco 200 g 1 vidro pequeno

    Acar 120 g 6 colheres de sopa

    Ovo 110 g 2 unidades

    CaldaAcar 60 g 3 colheres de sopa

    Birib 250 g 1 unidade

    Rendimento: 1.000 g 11 pores

    Poro: 90 g 1 pedao mdio

    TIPO DE PREPARAO: SOBREMESA

    Calda: 1. Colocar o acar em uma panela e levar ao fogo at caramelizar;2. Acrescentar o birib e cozinhar at atingir o ponto de calda;3. Despejar a calda na forma que ser utilizada para o pudim (25 cm de dimetro).

    Pudim:1. Colocar a tapioca de molho na gua por 20 minutos;2. Bater no liquidificador com o restante dos ingredientes, exceto as claras;3. Bater as claras em neve e juntar delicadamente ao creme batido;4. Despejar na forma sobre a calda;5. Levar ao forno preaquecido (200 C) em banho-maria por 1 hora.

    MODO DE PREPARO:

  • Ministrio da Sade

    40

    Caractersticas: encontrado nas regies Norte, Nordeste e Centro-Oeste, os frutos jovens de buriti possuem escamas com colorao marrom-clara; e os maduros, escamas escuras, como cobre. Caem do cacho, de outubro a maro, e devem ser coletados no cho. Logo que caem, apresentam escamas muito aderentes polpa dura. Como o buriti tpico de rea mida, hbito deixar os frutos nas lagoas para amolecer a polpa. Como nem sempre se dispe desse ambiente, deve-se colet-los, lav-los bem e coloc-los em vasilhames com gua. Uma tcnica mais prtica colocar os frutos em sacos plsticos, sem gua, amarr-los e deix-los em ambiente fechado. Depois de aproximadamente dois a quatro dias, a polpa amolece. Fruto de alto valor nutritivo, uma das maiores fontes de vitamina A que a natureza oferece. O buriti contm betacaroteno no leo extrado em uma concentrao quase dez vezes maior do que a do leo de dend (50.667 mcg por 100 mg).

    Uso culinrio: a polpa pode ser utilizada na preparao de mingaus, sopas, bebidas ao natural ou fermentadas, geleia, doces pastosos ou em tabletes, sorvetes e picols. Do buriti tambm se extrai o leo e a fcula. E a partir da seiva possvel produzir acar.

    Voc sabia que: da parte vegetativa, extrai-se o palmito; do caule, retira-se uma seiva adocicada, que contm cerca de 93% de sacarose e da qual se fabrica um fermentado (o vinho de buriti); da medula do tronco, retira-se a ipurana, uma fcula cuja qualidade e sabor assemelham-se ao sagu e farinha de mandioca. Fabrica-se, ainda, sabo, a partir do fruto. As folhas so utilizadas para a fabricao de cordas, redes, chapus e balaios; do pecolo so feitos brinquedos e utenslios domsticos; e da madeira, trapiches e estivas.

    Tabela 8 Anlise nutricional em 100 g de buriti

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    145 1,8 8,1 10,2 9,6 156 54

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    5 4.104 0,03 0,2 0,7 26

    Fonte: IBGE (1979).

    Nome cientfico: Maurita flexuosa L. f.Nome popular: buriti, carand-guau, caranda-guau, muriti, palmeira-buriti, palmeira-dos-brejos, mariti, bariti, meriti.

    Origem: Amaznia

    BURITI

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    41

    CAJARANA

    Caractersticas: fruta encontrada nas regies Norte e Nordeste do Pas. Sua rvore tem copa alta, com frutos de tom amarelado, lembrando uma pequena manga com casca dura. Possui sabor pouco cido se consumido ao natural. Seu caroo fibroso e cheio de filamentos.

    Uso culinrio: utilizada na forma de sucos, sorvete e doces. da mesma famlia do caj, assemelhando-se a este no sabor.

    Voc sabia que: na floresta, as espcies nativas servem como rvores de espera, porque os frutos cados atraem vrios animais como porcos-do-mato, antas e jabutis.

    Tabela 9 Anlise nutricional em 100 g de cajarana

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    46 0,2 0,1 12,4 1,1 56 67

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    0,3 34 0,05 0,02 1,4 36

    Fonte: IBGE (1979).

    Nome cientfico: Cabralea canjerana (Vell.) Mart.Nome popular: cajarana, canjerana, canarana, canharana, caiarana ou cedro-canjerana.

    Origem: Brasil.

  • Ministrio da Sade

    42

    CAJARANa

    'RSDVW

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    43

    PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES

    Carboidratos 99,00%

    Protenas 0,60%

    Lipdeos 0,40%

    INFORMAO NUTRICIONAL

    Poro de: 20 g (a colher de VRSDFKHLDValor energtico 34,10 kcal

    Carboidratos 8,40 g

    Protenas 0,04 g

    Gorduras totais 0,02 g

    Gorduras saturadas

    0,00 g

    Gorduras trans 0,00 g

    Fibra alimentar 0,22 g

    Sdio 0,90 g

    Ingredientes Peso bruto Medida caseira

    Cajarana 418 g 3 unidades

    Acar 60 g 3 colheres de sopa

    gua 60 ml 1/4 xcara de ch

    Rendimento: 195 g 10 pores

    Poro: 20 g 1 colher de sopa cheia

    TIPO DE PREPARAO: COMPLEMENTO

    1. Misturar todos os ingredientes em uma panela;

    2. Levar ao fogo mdio por 20 minutos, mexendo a cada 5 minutos.

    MODO DE PREPARO:

  • Ministrio da Sade

    44

    CAMU-CAMU

    Caractersticas: fruto arredondado, de colorao avermelhada quando jovem e roxo-escura quando maduro. A polpa que envolve a semente aquosa e de colorao esverdeada. O camu-camu frutifica de novembro a maro. Presente em arbusto que pode atingir at 3 m de altura, com caule de casca lisa. As folhas so avermelhadas quando jovens e tornam-se verdes posteriormente, sendo lisas e brilhantes. Possui flores brancas, aromticas e aglomeradas em grupos de trs a quatro. uma espcie silvestre, que ocorre predominantemente ao longo das margens de rios e lagos, com a parte inferior do caule frequentemente submersa. Os frutos do camu-camu so pequenas esferas do tamanho de cerejas, de casca mais resistente do que a acerola. Sua casca, ao se romper, deixa escapar o caldo da polpa, que fica envolto em uma semente nica. O camu-camu uma espcie tipicamente silvestre, mas com grande potencial econmico, capaz de coloc-la no mesmo nvel de importncia de outras frutferas tradicionais da regio Amaznica, como o aa e o cupuau.

    Uso culinrio: atualmente, na Amaznia peruana que se buscam vrias maneiras para a utilizao dessa fruta. Ali, o camu-camu pouco consumido in natura. A fruta utilizada para o preparo de refrescos, sorvetes, picols, geleias, doces ou licores, alm de acrescentar sabor e cor a diferentes tipos de tortas e sobremesas confeccionadas base de outras frutas.

    Voc sabia que: o camu-camu, de acordo com resultados obtidos em experimentos realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amaznia (Inpa), apresenta alta concentrao de vitamina C (2.606 mg por 100 g de fruto), valor superior ao encontrado na maioria das plantas comestveis. Tcnicos do Inpa esto fazendo experimentos que procuram viabilizar comercialmente seu cultivo, tornando a planta mais produtiva.

    Tabela 10 Anlise nutricional em 100 g de camu-camu

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    31 0,5 0,2 6,9 -

    Fonte: Aguiar (1996).

    Nome cientfico: Myrciaria dubia (Kunth) McVaughNome popular: camu-camu, caari, ara-dgua.

    Origem: Amaznia.

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    45

    CASTANHA-DO-BRASIL/CASTANHA-

    -DO-PAR/CASTANHA-DA-AMAZNIA

    Caractersticas: o fruto da castanheira, chamada de ourio, tem peso mdio de 750 g e constitui-se em uma resistente cpsula que no se abre espontaneamente, abrigando, em seu interior, entre 10 e 25 sementes. As sementes, denominadas castanhas, cujo tamanho varia entre 4 cm a 7 cm de comprimento, representam cerca de 25% do fruto e tm uma casca bastante dura e rugosa; elas encerram a amndoa, que rica em gordura e protena. O ourio cai quando maduro e coletado no cho para a extrao da castanha.

    Uso culinrio: a castanha-do-brasil consumida fresca ou assada e ingrediente da composio de inmeras receitas de doces e de salgados.

    Voc sabia que: um dos principais produtos da nossa economia extrativista, com significativo valor no mercado de exportao. Devido devastao indiscriminada das matas amaznicas, a castanheira nativa tem sido vista como uma das espcies ameaadas de extino. Porm, tem-se verificado que esta espcie excelente alternativa para o reflorestamento.

    Tabela 11 Anlise nutricional em 100 g de castanha-do-par

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    643 14,5 63,5 15,1 7,9 146 853

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    2,3 NA 0,30 Tr Tr Tr

    Fonte: Unicamp (2006)

    Nome cientfico: Bertholletia excelsa Bonpl.Nome popular: castanha-do-par, ourio, amndoa-da-amrica, castanha-maranhense.

    Origem: Amaznia.

  • Ministrio da Sade

    46

    CASTANHA-DO-brasil

    %LVFLK

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    47

    PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES

    Carboidratos 43,99%

    Protenas 10,36%

    Lipdeos 45,64%

    INFORMAO NUTRICIONAL

    3RUomRGHJXQLGDGHVValor energtico 155,00 kcal

    Carboidratos 17,70 g

    Protenas 4,06 g

    Gorduras totais 7,60 g

    Gorduras saturadas

    1,87 g

    Gorduras trans 0,00 g

    Fibra alimentar 1,45 g

    Sdio 10,00 g

    Ingredientes Peso bruto Medida caseira

    Farinha de trigo 150 g 1 e 1/2 xcara de ch

    Acar 40 g 2 colheres de sopa

    Amido de milho 5 g 1 colher de ch cheia

    Fermento qumico 3 g 1 colher de caf

    Castanha-do-par 100 g 2/3 xcara de ch

    Leite desnatado 50 ml 1/4 xcara de ch

    Ovo 55 g 1 unidade

    Acar de confeiteiro (para cobrir)

    15 g 1 colher de sopa

    Rendimento: 290 g 10 pores

    Poro: 30 g 3 unidades

    TIPO DE PREPARAO: DESJEJUM/COLAO/LANCHE

    1. Misturar a farinha, o acar e o amido;2. Triturar a castanha em um liquidificador ou processador;3. Adicionar a castanha, o fermento, o leite e o ovo e misturar bem;4. Deixar a massa descansar por 10 minutos;

    5. Modelar os biscoitos, enrolando um basto comprido, cortando a cada 3 cm e afinando nas pontas;6. Assar em forno preaquecido (200 C) por 20 minutos;7. Retirar do forno e passar os biscoitos ainda quentes no acar de confeiteiro.

    MODO DE PREPARO:

  • Ministrio da Sade

    48

    CUBIU

    Caractersticas: esta espcie est distribuda em toda a Amaznia, seja a brasileira, a peruana, a colombiana, a venezuelana. Do ponto de vista agronmico, o cubiu apresenta potencialidades para a agricultura moderna e possibilidades de aproveitamento de seus frutos de formas diversificadas. Essa espcie cresce bem em qualquer tipo de solo cido e pobre da Amaznia e pouco atacada por pragas e doenas. Seus frutos, ricos em ferro, niacina e pectina, assemelham-se ao caqui.

    Uso culinrio: so consumidos in natura ou nas formas de sucos, doces e geleias, ou, ainda, acompanhando pratos base de carne, frango e peixes.

    Voc sabia que: na Amaznia o cubiu usado pelas populaes tradicionais como alimento, medicamento e cosmtico.

    Tabela 12 Anlise nutricional em 100 g de cubiu

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    643 14,5 63,5 15,1 7,9 146 853

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    2,3 NA 0,30 Tr Tr Tr

    Fonte: Unicamp (2006).

    Nome cientfico: Solanum sessiliflorum Dunal.Nome popular: cubiu, man, man-cubiu, topiro, tupiro, tomate-de-ndio.

    Origem: Amaznia.

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    49

    CUPUAU

    Nome cientfico: Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) K.Schum.Nome popular: cupuau.

    Origem: Amaznia

    Caractersticas: uma das frutas mais populares da Amaznia e vem sendo implantada comercialmente tambm no sudeste da Bahia. Seu fruto mede at 25 cm e pesa no mximo 1 kg. Possui 30% de polpa e cerca de 35 sementes. Apresenta trs variedades: cupuau-redondo (extremidade arredondada, pesando em mdia 2,5 kg o mais comum); cupuau-mamorama (extremidade alongada, pesando em mdia 2,5 kg); e cupuau-mamau (no apresenta sementes, formato redondo).

    Uso culinrio: a polpa utilizada no preparo de sorvetes, sucos, geleias, doces, musses, bombons, balas, biscoitos e iogurtes. As sementes, depois de secas, so utilizadas na fabricao de chocolate branco ou cupulate.

    Voc sabia que: a casca do cupuau, que bastante dura, pode ser utilizada como adubo orgnico.

    Tabela 13 Anlise nutricional em 100 g de cupuau

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    49 1 1 11 1,6 5 14

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    0,3 0 0,07 0,07

  • Ministrio da Sade

    50

    CUPUAU

    'RK

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    51

    PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES

    Carboidratos 83,05%

    Protenas 9,56%

    Lipdeos 7,39%

    INFORMAO NUTRICIONAL

    3RUomRGHJXQLGDGHVValor energtico 68,36 kcal

    Carboidratos 14,19 g

    Protenas 1,63 g

    Gorduras totais 0,56 g

    Gorduras saturadas

    0,21 g

    Gorduras trans 0,00 g

    Fibra alimentar 1,66 g

    Sdio 13,07 g

    Ingredientes Peso bruto Medida caseira

    Cupuau 750 g 1 unidade

    Acar 100 g 1/2 xcara de ch

    gua 100 ml 1/2 xcara de ch

    Leite em p desnatado 40 g 2 colheres de sopa

    Rendimento: 370 g 14 pores

    Poro: 25 g 1 colher de sopa

    TIPO DE PREPARAO: SOBREMESA

    1. Retirar a polpa do cupuau;2. Bater todos os ingredientes no liquidificador por 3 minutos;3. Despejar o contedo em uma panela e cozinhar, sem parar de mexer;

    4. Quando comear a desprender do fundo, cozinhar por mais 10 minutos;5. Esperar esfriar;6. Enrolar e servir.

    MODO DE PREPARO:

  • Ministrio da Sade

    52

    Caractersticas: parente do cupuau, porm de menor tamanho, apresenta polpa adoicada. encontrado por todo o Par e regio Amaznica, principalmente nas margens dos igaraps que apresentem grande umidade em seu terreno. Sua produo ocorre no perodo de fevereiro a maio.

    Uso culinrio: a polpa consumida in natura e usada no preparo de sucos.

    Voc sabia que: as sementes so usadas no preparo de chocolate caseiro.

    No foram encontradas referncias de anlises nutricionais para esse alimento.

    Nome cientfico: Theobroma obovatum Klotzsch ex Bernoulli.Nome popular: cupu.

    Origem: Amaznia.

    CUPU

    CUTITE

    Nome cientfico: Pouteria macrophylla.Nome popular: cutite, cutitirib.

    Origem: Amaznia.

    Caractersticas: fruto arredondado, de cor amarela na casca e tambm na polpa. A frutificao ocorre nos perodos de outubro a fevereiro e encontrado na regio Amaznica e do Nordeste ao Mato Grosso.

    Uso culinrio: consumido in natura, mas com a sua polpa podem ser feitos cremes doces e salgados.

    Voc sabia que: da mesma famlia do abiu e do sapoti, o cutite tem uso potencial na indstria de sorvetes, uma vez que a polpa farinhenta, de sabor suave e escasso, pode ser misturada com a polpa de outras frutas locais de sabor forte demais.

    Tabela 14 Anlise nutricional em 100 g de cutite

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    92 1,7 0,5 20,3 -

    Fonte: Aguiar (1996).

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    53

    GUARAN

    Nome cientfico: Paullinia cupana Kunth.Nome popular: guaran.

    Origem: Amaznia.

    Caractersticas: um arbusto semiereto e lenhoso. O fruto uma cpsula deiscente de uma a trs vlvulas, com uma semente cada. O guaran se adaptou e passou a ser cultivado em vrias outras regies do Brasil. Apesar disso, ainda na floresta amaznica que ele pode ser encontrado em estado silvestre, especialmente, e em grande concentrao na regio compreendida pelos rios Madeira, Tapajs, Amazonas e pelas cabeceiras dos rios Mara e Andir. A produtividade dos plantios da Bahia muito superior da Amaznia, visto que a regio rene condies mais propcias ao desenvolvimento da planta, com boa distribuio de chuvas ao longo do ano, solos de maior fertilidade e baixa incidncia de doenas.

    Uso culinrio: do processamento da semente pode ser obtido o guaran em p, basto, extratos e xaropes.

    Voc sabia que: o guaran um produto rico em cafena. O teor da cafena na semente do guaran pode variar de 2% a 5% (do peso seco), maior que o do caf (1% a 2%), do mate (1%) e do cacau (0,7%).

    Tabela 15 Anlise nutricional em 100 g de guaran em p

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    375 16,5 2,8 71 -

    Fonte: Aguiar (1996).

  • Ministrio da Sade

    54

    INAJ

    Caractersticas: esta palmeira estende-se por toda a Amaznia e circunvizinhanas, porm abundante do Par ao Maranho. D-se em terras firmes onde haja incidncia de solo arenoargiloso, dispersando-se em solos de vegetao aberta ou nos campos. Frutifica no primeiro semestre do ano e seu fruto apresenta sabor adocicado.

    Uso culinrio: seu fruto consumido ao natural, acompanhado de farinha de mandioca. A polpa usada no preparo de mingaus.

    Voc sabia que: as sementes do inaj contm cerca de 60% de leo, que tem uso semelhante ao leo de babau. Tambm so utilizadas outras partes da planta, como as folhas, para fazer cobertura de casas, e a madeira no fabrico de cadeiras. comum, na regio de Parintins, o uso de pa (madeira decomposta) de inaj como substrato para produo de hortalias em canteiros suspensos.

    No foram encontradas referncias de anlises nutricionais para esse alimento.

    Nome cientfico: Attalea maripa (Aubl.) Mart.Nome popular: naj, coco-inaj, coco-nai, cocoanai, coco-anaj.

    Origem: Amaznia.

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    55

    ING

    Nome cientfico: Inga edulis Mart.Nome popular: ing-cip, ing-xixi, ing-xixica, ing-mirim, inga.

    Origem: Amaznia brasileira.

    Caractersticas: existem vrias espcies desse fruto na Amaznia brasileira, porm cerca de quatro a cinco so comestveis. Encontrado em rvore de grande porte, que pode atingir 15 m de altura. Possui flores aglomeradas de colorao branco-esverdeada. O fruto longo, linear, atingindo at 1 m de comprimento, de colorao verde-pardacenta. Possui polpa branca, fibrosa, que envolve sementes negras e brilhantes, de consistncia macia e sabor adocicado.

    Uso culinrio: consumido in natura.

    Voc sabia que: tanto o Par como o Acre abrigam mais de 50 espcies de ing.

    Tabela 16 Anlise nutricional em 100 g de ing

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    643 14,5 63,5 15,1 7,9 146 853

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    2,3 NA 0,30 Tr Tr Tr

    Fonte: IBGE (1979).

  • Ministrio da Sade

    56

    Ing

    0X

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    57

    PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES

    Carboidratos 67,16%

    Protenas 17,70%

    Lipdeos 15,14%

    INFORMAO NUTRICIONAL

    Poro de: 55 g (1 pedao PpGLRValor energtico 95,85 kcal

    Carboidratos 16,14 g

    Protenas 4,28 g

    Gorduras totais 1,57 g

    Gorduras saturadas

    0,92 g

    Gorduras trans 0,00 g

    Fibra alimentar 0,42 g

    Sdio 39,00 g

    Ingredientes Peso bruto Medida caseira

    Ing 640 g 2 unidades

    gua 120 ml 1/2 xcara de ch

    Leite em p 40 g 2 colheres de sopa cheias

    Acar 50 g 3 colheres de sopa rasas

    Leite desnatado 200 ml 1 xcara de ch

    Gelatina em p 15 g 1 colher de sopa

    Rendimento: 400 g 7 pores

    Poro: 55 g 1 pedao mdio

    TIPO DE PREPARAO: SOBREMESA

    1. Cozinhar o ing na gua por 26 minutos;2. Retirar o caroo do ing e bater no liquidificador com o leite em p, o acar e a gua;3. Adicionar o leite aos poucos;

    4. Acrescentar a gelatina sem sabor, preparada conforme instrues de uso;5. Despejar o creme em um recipiente apropriado e levar para geladeira.

    MODO DE PREPARO:

  • Ministrio da Sade

    58

    Caractersticas: no Brasil, encontrado nos estados das Regies Norte, Nordeste e nas regies quentes do Sudeste. A planta pode atingir de 12 m a 15 m de altura. O jambo possui forma de pera, vermelho quando maduro, com aproximadamente 7 cm de comprimento, de casca fina e polpa branca, suculenta, crocante, comestvel e levemente adocicada, dotado de uma nica semente. A colheita se d de janeiro a maio e o fruto contm vitaminas A, B1, B12, alm de clcio, ferro e fsforo.

    Uso culinrio: consumido in natura ou sob forma de sucos, molhos, compotas, geleias e doces em calda.

    Voc sabia que: na ndia e Malsia, o jambo utilizado tambm como planta medicinal.

    Tabela 17 Anlise qumica e nutricional em 100 g de jambo

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    27 1 Tr 6 5,1 14 18

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    0,1 NA 0,08 Tr 1,18 3,8

    Fonte: Unicamp (2006)

    JAMBO

    Nome cientfico: Syzygium malaccense (L.) Merr. & L. M. Perry.Nome popular: jambo-roxo, jambo-comum, jambo-da-ndia, jambo-moreno.

    Origem: ndia e Malsia.

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    59

    JAMBO

    0K

  • Ministrio da Sade

    60

    PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES

    Carboidratos 7,07%

    Protenas 1,10%

    Lipdeos 91,83%

    INFORMAO NUTRICIONAL

    Poro de: 14 g (1 colher de VREUHPHVDFKHLDValor energtico 35,14 kcal

    Carboidratos 0,62 g

    Protenas 0,09 g

    Gorduras totais 3,58 g

    Gorduras saturadas 0,51 g

    Gorduras trans 0,00 g

    Fibra alimentar 0,42 g

    Sdio 57,14 g

    Ingredientes Peso bruto Medida caseira

    Jambo 130 g 2 unidades

    Cheiro-verde 20 g 4 colheres de sopa

    Azeite 50 ml 3 colheres de sopa cheias

    gua 100 ml 1/2 xcara de ch

    Sal 2 g 2 colheres de caf

    Rendimento: 222 g 16 pores

    Poro: 14 g 1 colher de sobremesa cheia

    TIPO DE PREPARAO: COMPLEMENTO

    1. Bater todos os ingredientes no liquidificador por 2 minutos;

    2. Servir gelado.

    MODO DE PREPARO:

    MOLHO DE JAMBO

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    61

    MANGABA

    Caractersticas: o nome mangaba, em tupi-guarani, significa coisa boa de comer. A frutificao pode ocorrer em qualquer poca do ano, mas principalmente de janeiro a abril ou de julho a outubro. Apresenta casca muito fina e a polpa mole, sendo, portanto, altamente perecvel. Por isso, mais seguro e rentvel que se faa a coleta dos frutos semimaduros. A mangaba encontrada no Nordeste, litoral, Centro-Oeste e Amaznia e, quando madura, tem sabor cido.

    Uso culinrio: alm do seu consumo in natura, a polpa utilizada na fabricao de doces, sorvetes, sucos, licores, vinhos, xaropes e vinagre.

    Voc sabia que: o caule libera ltex quando ferido, que, ao contato com o ar, solidifica-se, ficando semelhante borracha. Por causa do ltex que possui, a fruta verde indigesta, sendo consumida depois de totalmente madura, quando cai no cho.

    Tabela 18 Anlise nutricional em 100 g de mangaba

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g)

    Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    43 0,7 0,3 10,5 0,8 41 18

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    2,8 30 0,04 0,04 0,5 33

    Fonte: IBGE (1979).

    Nome cientfico: Hancornia speciosa Gomes.Nome popular: mangabeira, mangava, mangabeira-do-norte.

    Origem: Brasil.

  • Ministrio da Sade

    62

    MURICI

    Caractersticas: o murici est distribudo por toda a Amaznia brasileira, atingindo os estados de Mato Grosso e Minas Gerais. Ocorre espontaneamente ou cultivado em todos os pases limtrofes da Amaznia brasileira, Amrica Central e Caribe. Os frutos possuem colorao amarela quando maduros e so coletados no perodo de novembro a maro. O murici encontrado em savanas amaznicas, cerrado, campos e matas costeiras. boa fonte de energia, pois apresenta altos teores de gordura.

    Uso culinrio: possui sabor agridoce, comestvel in natura e usado para o preparo de doces, licores, sucos e sorvetes, refrescos, geleias, pudins e pavs.

    Voc sabia que: da semente extrado um leo utilizado pela indstria alimentcia e farmacutica.

    Tabela 19 Anlise nutricional em 100 g de murici

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    68 0,9 1,3 14,4 2,2 33 17

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    2 7 0,02 0,04 0,4 84

    Fonte: IBGE (1979).

    Nome cientfico: Brysonima sp.Nome popular: douradinha-falsa, mirici, muricizinho, orelha-de-burro, orelha-de-veado, semaneira, murici-da-mata.

    Origem: Amaznia.

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    63

    Murici

    %O

  • Ministrio da Sade

    64

    PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES

    Carboidratos 75,64%

    Protenas 6,81%

    Lipdeos 17,55%

    INFORMAO NUTRICIONAL

    3RUomRGHJIDWLDPpGLDValor energtico 131,71 kcal

    Carboidratos 24,89 g

    Protenas 2,23 g

    Gorduras totais 2,55 g

    Gorduras saturadas 1,00 g

    Gorduras trans 0,00 g

    Fibra alimentar 0,78 g

    Sdio 59,01 g

    Ingredientes Peso bruto Medida caseira

    Murici 25 g 2 xcaras de ch

    gua 15 ml 3 xcaras de caf

    Acar 25 g 1 1/4 xcaras de ch

    Manteiga 50 g 2 colheres de sopa cheias

    Ovo 11 g 2 unidades

    Farinha de trigo 23 g 2 1/3 xcaras de ch

    Fermento qumico 81 g 1/2 colher de ch

    Manteiga sem sal e farinha de trigo 15 g

    A quantidade suficiente para untar e enfarinhar a assadeira

    Rendimento: 760 g 14 pores

    Poro: 55 g 1 fatia mdia

    TIPO DE PREPARAO: DESJEJUM/COLAO/LANCHE

    1. Processar o murici com gua, peneirar e reservar;2. Em uma batedeira, bater o acar com a manteiga;3. Adicionar as gemas, uma a uma, sem parar de bater;4. Acrescentar a polpa de murici e misturar;

    5. Misturar a farinha de trigo aos poucos e adicionar o fermento;6. Separadamente, bater as claras em neve e acrescent-las massa, delicadamente;7. Despejar em uma assadeira untada e enfarinhada e assar em forno preaquecido (180 C) por 40 minutos.

    MODO DE PREPARO:

    BOLO MURICI

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    65

    PIQUI

    Nome cientfico: Caryocar villosum (Aubl.) Pers.Nome popular: amndoa-de-espinho, amndoa-do-brasil, piqui, pequi, pequi, piqui.

    Origem: Amaznia oriental.

    Caractersticas: o piquiazeiro uma rvore majestosa que pode atingir grandes dimenses, como 40-50 metros de altura. rvore grande, dispersa em matas altas, de terra firme, concentra-se principalmente na regio do rio Amazonas. Apresenta fruto carnudo, lembrando o pequi, que comestvel depois do cozimento e bastante apreciado pela populao tradicional da Amaznia. A polpa tem 72% de leo, 3% de protena, 14% de fibra e 11% de outros carboidratos, sendo excelente fonte de energia.

    Uso culinrio: consumido com seus caroos cozidos acompanhado de farinha de mandioca, feijo, cozido de carne e arroz. A polpa fornece gordura branca e fina, bastante utilizada no preparo caseiro, em substituio a outros leos.

    Voc sabia que: a madeira do piquiazeiro de qualidade superior, com fibras entrelaadas, possuindo grande resistncia e, por isso, utilizada na indstria naval.

    Tabela 20 Anlise nutricional em 100 g de piqui

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    358 1,6 25,6 30,4 7,8

    Fonte: Aguiar (1996).

  • Ministrio da Sade

    66

    PUPUNHA

    Nome cientfico: Bactris gasipaes KunthNome popular: pupunha.

    Origem: Amrica.

    Caractersticas: a pupunheira, da famlia das palmceas, uma planta multicaule, nativa dos trpicos midos da Amaznia. A pupunha um fruto de uma palmeira que d em forma de cachos e apresenta formato e colorao variados: redondas, ovoides ou cnicas e cores vermelha, amarela, alaranjada e at mesmo verde. Fruta de excelente valor energtico e elevado teor de vitamina A, apresenta polpa carnuda, espessa e, s vezes, fibrosa. A pupunheira se d melhor em ambiente quente e mido e frutifica de janeiro a maro.

    Uso culinrio: tradicionalmente, o fruto da pupunha consumido de uma nica forma na maioria dos lugares onde ocorre: aps separados do cacho, os frutos so cozidos em gua com sal durante 30 a 60 minutos; em seguida, so descascados, partidos pelo comprimento, a semente extrada e esto prontos para o consumo, servidos no lanche ou com caf acompanhados com mel, acar ou ao natural. Outro uso para os frutos cozidos a preparao de diversas comidas caseiras, ou modos para produo de farinha, que pode ser usada em uma variedade de receitas culinrias.

    Voc sabia que: experincias realizadas em Manaus e na Costa Rica indicam ser possvel usar farinha de pupunha em panificao e pastelaria, em substituio ao milho e ao trigo, cereais que a regio Amaznica importa em grande quantidade.

    Tabela 21 Anlise nutricional em 100 g de pupunha

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    164 2,5 9,2 21,7 8,9 28 31

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    3,3 1500 0,06 Tr 0,5 35

    Fonte: IBGE (1979).

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    67

    PUPUNHA

    $UF

  • Ministrio da Sade

    68

    PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES

    Carboidratos 83,80%

    Protenas 10,25%

    Lipdeos 5,95%

    INFORMAO NUTRICIONAL

    Poro de: 88 g (1 colher de VHUYLUValor energtico 175,33 kcal

    Carboidratos 36,73 g

    Protenas 4,49 g

    Gorduras totais 1,16 g

    Gorduras saturadas 0,15 g

    Gorduras trans 0,00 g

    Fibra alimentar 2,34 g

    Sdio 291,11 g

    Ingredientes Peso bruto Medida caseira

    leo 3 ml 1 colher de ch

    Alho 1,5 g 1/2 dente

    Arroz 170 g 1 xcara de ch

    gua 300 ml 1 e 1/4 xcaras de ch

    Sal 3 g 1 colher de ch

    Pupunha cozida 225 g 10 unidades

    Rendimento: 394 g 4 pores

    Poro: 88 g 1 colher de servir

    TIPO DE PREPARAO: ACOMPANHAMENTO

    1. Aquecer o leo em uma panela e acrescentar o alho picado;2. Juntar o arroz e refogar;3. Quando o arroz estiver branco-opaco, acrescentar a gua fervente e o sal;4. Tampar a panela e deixar cozinhar;

    5. Enquanto o arroz cozinha, descascar a pupunha cozida e cortar em cubos, desprezando a casca e o caroo;6. Quando a gua secar, misturar a pupunha cortada ao arroz.

    MODO DE PREPARO:

    ARROZ COM PUPUNHA

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    69

    SAPOTA-DO-SOLIMES

    Nome cientfico: Matisia cordata KunthNome popular: sopote, sapota-do-solimes, sapota, sapoteiro.

    Origem: Amaznia.

    Caractersticas: rvore de grande porte, podendo atingir at 45 m de altura. Possui folhas grandes, de at 50 cm de comprimento, e flores de colorao branco-rosada, que surgem de agosto a novembro. O fruto possui forma oval, caracteristicamente envolvido por um capuz, que a parte resistente da flor. A polpa amarelo-alaranjada envolve duas ou trs sementes verde-castanhas, duras e espessas. Cresce espontaneamente em toda a regio Amaznica, onde tambm amplamente cultivada. bastante apreciada por seus frutos que se distinguem pela forma arredondada ou ovalada e por seu grande tamanho, se comparado s demais frutas da regio. O fruto da sapota-do-solimes apresenta, por fora, grossa casca marrom-esverdeada e, internamente, oferece polpa suculenta e abundante, repleta de finas fibras alaranjadas.

    Uso culinrio: a polpa, de colorao amarela, a parte comestvel utilizada para consumo in natura ou na forma de sucos, entretanto, possvel a preparao de doces em calda com a parte interna da casca.

    Voc sabia que: provavelmente, a sapota-do-solimes originria do mdio e alto rio Solimes, tendo sido selecionada pelos ndios Tikuna nos ltimos 4.000 anos.

    Tabela 22 Anlise nutricional em 100 g de sapota-do-solimes

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    37 0,5 0,2 8,2 11,9

    Fonte: Magalhes (2012).

  • Ministrio da Sade

    70

    SORVA

    Nome cientfico: Couma utilis (Mart.) Mll. Arg.Nome popular: sorva, sorvinha, sorva-mida, sorva-pequena.

    Origem: Amaznia.

    Caractersticas: o fruto redondo, de colorao verde, passando castanho-escura quando maduro; possui casca fina, contendo suco leitoso e viscoso. Apresenta polpa mucilaginosa e de colorao amarelada. As sorveiras ou sorvas brasileiras so diversas e bastante comuns em toda a regio amaznica, onde so frequentes, especialmente, em terras dos estados do Amazonas, Par, Amap e Rondnia, chegando at as Guianas, Colmbia e Peru. Encontram-se sorvas silvestres em meio floresta densa de matas virgens, em terrenos alagados ou de terras firmes. Algumas variedades so espontneas nos campos ou campinas e em matas secundrias, sendo frequentemente cultivadas nos arredores de Manaus. Os frutos das sorveiras, em todas as suas variedades, so do tamanho de limes, a princpio verdes, passando depois a uma cor parda e escura.

    Uso culinrio: os frutos apresentam sabor bom e adocicado e constituem importante alimento para as populaes regionais; so consumidos in natura ou como bebida. Do tronco das sorveiras, especialmente das espcies Couma macrocarga (sorvagrande) e Couma utilis (sorva-pequena), possvel extrair boas quantidades de um ltex espesso, branco e viscoso, que comestvel e de paladar adocicado. Esse ltex pode ser ingerido diludo em gua. Dessa forma, usado como bebida, acrescido de caf ou, ainda, como ingrediente no preparo de mingaus.

    Voc sabia que: na floresta, comum o seringueiro sair para sua jornada de trabalho sem precisar levar nenhum alimento: em rvores como a sorveira e em seu ltex consistente que o habitante da terra encontra parte de seu sustento dirio. Retirado das rvores por um processo semelhante ao da extrao do ltex da borracheira, o ltex da sorveira tem tambm grande utilidade como matria-prima industrial, em especial na fabricao de goma de mascar. Aps a extrao, o ltex se solidifica e comercializado em grandes blocos compactos destinados, basicamente, exportao.

    Tabela 23 Anlise nutricional em 100 g de sorva

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    358 1,6 25,6 30,4 7,8

    Fonte: Aguiar (1996).

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    71

    TAPEREB

    Caractersticas: sua origem controversa, alguns atribuem sua origem frica, e outros Amrica, mas encontrada de forma silvestre no Amazonas, em So Paulo e no litoral brasileiro. Localiza-se em matas de terra firme e de vrzea, como tambm em cidades e povoados, em condies subespontneas. Frutifica no perodo de dezembro a junho. Seu fruto arredondado, cheiroso, de casca fina, lisa, amarela-alaranjada, com sabor mais azedo que doce, e altamente perecvel.

    Uso culinrio: consumido na forma de sucos fermentados e destilados, sorvetes, picols, bebidas alcoolizadas, como batidas e licores, geleia e compota.

    Voc sabia que: o tapereb do mesmo gnero da seriguela, do umbu e do caj-manga e apresenta um tubrculo que usado no preparo de farinha.

    Tabela 24 Anlise nutricional em 100 g de tapereb

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    70 0,8 2,1 13,8 1 26 31

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    2,2 23 0,08 0,06 0,5 28

    Fonte: IBGE (1979).

    Nome cientfico: Spondias monbin L.Nomes populares: acaj, caj-mirim, caj-pequeno, tapereb.

    Origem: Amrica.

  • Ministrio da Sade

    72

    TUCUM

    Caractersticas: fruto de uma palmeira de caule simples (solitrio), que pode passar de 20 m de altura, revestido de grandes espinhos com at 20 cm. Produz cachos com numerosos frutos de formato ovoide. Estando maduro, o fruto tem cor alaranjada e polpa grudenta e fibrosa. O tucum uma palmeira de grande importncia socioeconmica para os povos da Amaznia. Ocorre principalmente nos estados do Amazonas, do Acre, de Rondnia e de Roraima e tambm em algumas partes do Par, no Peru e na Colmbia. A palmeira frutifica no primeiro semestre do ano e seu fruto excelente fonte de energia e vitamina A.

    Uso culinrio: a polpa do seu fruto pode ser consumida ao natural, como recheio de pes ou tapiocas, ou usada no preparo de sucos, sorvetes, creme, licor, pats e pratos quentes.

    Voc sabia que: a casca amarelo-esverdeada que reveste a amndoa contm leo comestvel e tambm utilizada para cosmsticos. Alm disso, da sua palmeira tambm se aproveitam as folhas, que so bastante resistentes e utilizadas para a produo de cordas, redes para pesca e para dormir. Sua madeira dura e resistente, utilizada na fabricao de utenslios em geral.

    Tabela 25 Anlise nutricional em 100 g de tucum

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    262 2,1 19,1 26,5 12,7 46 53

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    0,6 NA 0,06 Tr Tr 18

    Fonte: Unicamp (2006).

    Nome cientfico: Astrocaryum aculeatum G. MeyNome popular: tucum, coco-tucum

    Origem: Amaznia.

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    73

    UMARI

    Nome cientfico: Poraqueiba sericea Tul.Nome popular: umari, mari, umari-amarelo, umari-roxo.

    Origem: Amaznia.

    Caractersticas: rvore de porte pequeno ou mediano, atingindo geralmente em torno de 8 m de altura quando cultivada, podendo atingir 20 m a 25 m em estado silvestre na mata primria. Essa espcie nativa exclusiva do Par, comum em todo o esturio at o baixo Amazonas, espontnea ou cultivada. O perodo de maior produo do fruto vai de dezembro a abril. O fruto tem formato ovalado e, quando maduro, apresenta colorao mesclada de verde a amarela ou enegrecida. Contm alto teor de leo, fibra alimentar e glicdio, alm de alta concentrao de carotenides, mais especificamente betacaroteno.

    Uso culinrio: sua polpa, que apresenta cor amarelada, bastante consumida in natura ou com farinha de mandioca.

    Voc sabia que: a polpa pode fornecer boa porcentagem de leo comestvel, assim como a amndoa.

    No foram encontradas referncias de anlises nutricionais para esse alimento.

  • Ministrio da Sade

    74

    UXI

    Caractersticas: fruto presente no Par, Amazonas e Ilha de Maraj, originrio de rvore de grande porte existente em terras firmes da Regio Norte. O uxi se reproduz por meio de sementes que demoram de 9 a 10 meses para germinar e frutifica em torno de 15 anos, o que ocorre nos meses de dezembro a junho.

    Uso culinrio: o fruto apresenta polpa gordurosa e, alm de ser comido in natura (estar em ponto de consumo se, ao se pressionar a casca, ela ceder), pode ser utilizado na produo de sorvetes, licores e doces pastosos.

    Voc sabia que: atualmente, a presena de rvores nativas bem menor do que h tempos, dada a destruio indiscriminada das matas amaznicas.

    Tabela 26 Anlise nutricional em 100 g de uxi

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    253 2,2 10,1 38,2 20,5

    Fonte: Aguiar (1996).

    Nome cientfico: Endopleura uchi (Huber) Cuatrec.Nome popular: uxi, uxi-liso, uxi-amarelo, uixi.

    Origem: Amaznia.

  • Alimentos Regionais Brasileiros

    75

    2.1.2 Hortalias

    Caractersticas: hortalia folhosa, com hbito de crescimento prostrado ou trepadeira, de folhas suculentas, brilhantes e de formato ovalado. Prefere solos arenosos e ricos em matria orgnica. Desenvolve-se bem no perodo chuvoso, em geral crtico para as demais folhosas. No Brasil, conhecida e cultivada no Norte, principalmente no estado do Par, e nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

    Uso culinrio: a bertalha pode substituir a couve ou o espinafre. Quando novas e tenras, suas folhas podem ser consumidas cruas em saladas. As folhas e talos tambm podem ser cozidos em sopas ou refogados ou, ainda, utilizados em recheios de tortas, panquecas e outros pratos.

    Voc sabia que: a bertalha deve ser consumida logo aps ser colhida, pois se deteriora com muita facilidade, e no deve ser congelada. Para conserv-la por mais tempo, preciso guardar na parte mais baixa da geladeira.

    No foram encontradas referncias de anlises nutricionais para esse alimento.

    Nome cientfico: Basella alba L.Nome popular: bertalha, bertlia, espinafre tropical e espinafre indiano.

    Origem: sia, subcontinente indiano e Sudeste Asitico.

    BERTALHA

  • Ministrio da Sade

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    ESPINAFRE-DGUA

    Caractersticas: no Brasil, observa-se sua presena no Amazonas, inclusive em algumas feiras de Manaus. Planta de crescimento indeterminado, com folhas alternas e tenras. A colheita feita por cortes sucessivos das folhas por meses. Pode ser plantada durante o ano todo, em regies de clima quente e mido, sendo em geral cultivada em solos encharcados ou canais de irrigao.

    Uso culinrio: suas folhas podem ser consumidas cruas, quando tenras, refogadas ou cozidas em sopas.

    Voc sabia que: folhosa de grande importncia no Sudeste Asitico, usada tambm como planta til na despoluio de guas contaminadas por efluentes.

    No foram encontradas referncias de anlises nutricionais para esse alimento.

    Nome cientfico: Ipomoea aqutica Forssk.Nome popular: espinafre-dgua, espinafre-chins e batata-doce-folha.

    Origem: Sudeste Asitico.

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    JAMBU

    Caractersticas: folhosa herbcea perene, com crescimento prostrado, atingindo de 20 cm a 40 cm. Na Amaznia, encontrado em hortas domsticas e cultivado com finalidade comercial por pequenos agricultores. Produz flores amarelas e sementes abundantemente, sendo comum ocorrer nos quintais sem que se efetue seu plantio sistematizado. Em regies com clima mais ameno, possvel seu cultivo durante o vero. Suas folhas devem estar viosas (sem amarelados ou murchas), sem marcas de insetos ou machucados.

    Uso culinrio: o uso das folhas e talos do jambu como hortalia muito difundido na Amaznia, indispensvel na preparao de iguarias regionais como o pato no tucupi (mais comum no Par), o tambaqui no tucupi (mais comum no Amazonas) e o tacac, cujos ingredientes so o tucupi, a goma de mandioca, o jambu e o camaro seco. Alm disso, a folhagem utilizada em cozidos e sopas.

    Voc sabia que: o sabor caracterstico to apreciado devido espilantina, substncia que provoca sensao anestsica e salivao quando se utilizam as folhas e especialmente as flores do jambu.

    Tabela 27 Anlise nutricional em 100 g de jambu

    Energia (Kcal)

    Protenas (g)

    Lipdeos (g)

    Carboidratos (g) Fibra (g)

    Clcio (mg)

    Fsforo (mg)

    32 1,9 0,3 7,2 1,3 162 41

    Ferro (mg) Retinol (mg) Vit. B1 (mg) Vit. B2 (mg) Niacina (mg) Vit. C (mg)

    4 392 0,03 0,21 1 20

    Fonte: IBGE (1979).

    Nome cientfico: Spilanthes oleracea L.Nome popular: agrio-do-par, agrio-do-norte, agrio-do-mato, agrio-da-amaznia, gambu e jambu.

    Origem: Amaznia.

  • Ministrio da Sade

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    JAMBU e tucupi

    $UF

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    PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES

    Carboidratos 74,88%

    Protenas 7,27%

    Lipdeos 17,83%

    INFORMAO NUTRICIONAL

    Poro de: 85 g (1 colher de VHUYLUFKHLDValor energtico 137,50 kcal

    Carboidratos 8,70 g

    Protenas 17,50 g

    Gorduras totais 3,60 g

    Gorduras saturadas

    0,80 g

    Gorduras trans 0,00 g

    Fibra alimentar 1,90 g

    Sdio 452,20 g

    Ingredientes Peso bruto Medida caseira

    Jambu 21 g 1/2 mao

    gua 80 ml 1/3 xcara de ch

    Tucupi 70 ml 2 1/4 xcaras de ch

    Cebola 28 g 3 colheres de sopa

    Alho 3 g 1 dente

    leo 3 ml 1 colher de ch

    Sal 1 g 1 colher de caf

    Arroz 175 g 1 xcara de ch

    Rendimento: 500 g 6 pores

    Poro: 85 g 1 colher de servir cheia

    TIPO DE PREPARAO: ACOMPANHAMENTO

    1. Separar as folhas de jambu, retirando-as dos talos;2. Colocar o jambu de molho na gua fria;3. Em uma panela, deixar ferver o tucupi por 10 minutos;4. Em outra panela, refogar a cebola e o alho

    juntamente com o leo;5. Acrescentar o arroz e refogar;6. Acrescentar o tucupi e o sal e cozinhar por 15 minutos ou at que o arroz fique macio; 7. Adicionar o jambu sem a gua do molho e servir.

    MODO DE PREPARO:

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    Nome cientfico: Cyclanthera pedata (L.) Schrad.Nomes populares: maxixe-peruano, chuchu-de-vento, boga-boga, bogaboga, caya, cayo, taiu-de-comer.

    Origem: regies tropicais e subtropicais da Amrica do Sul.

    Caractersticas: trata-se de um fruto-hortalia encontrado e cultivado em diversos pases (Brasil, Bolvia, Chile, Colmbia, Argentina e Peru), mas sua ocorrncia na forma cultivada sobressai-se no Peru, onde cultura de significativo valor econmico. No Brasil, o cultivo dessa hortalia realizado em hortas domsticas por pequenos agricultores, que comercializam seus frutos em pequena escala. facilmente encontrado em Tabatinga, municpio amazonense localizado na fronteira com Peru e Colmbia, onde conhecido popularmente como bogaboga, e em Sena Madureira e Rio Branco, pelo nome de cayo, provavelmente uma derivao de seu nome peruano caihua. tambm muito comum no norte de Minas Gerais, sendo frequentemente encontrado nos quintais e nas feiras das principais cidades.

    Uso culinrio: os frutos podem ser consumidos em saladas, em finas fatias, quando novos e bem tenros, ou cozidos e recheados com arroz, carnes ou queijos, fritos em iscas (fatias longas longitudinais), em ensopados base de carnes e aves, bem como ao molho e ao forno. Apresenta sabor levemente amargo, semelhante ao da berinjela.

    Voc sabia que: apesar de ser cultura tipicamente de clima tropical, pode ser cultivado em regies de clima ameno, havendo relatos inclusive de seu cultivo na Europa (Inglaterra), com semeio na primavera e colheita no final de vero e outono.

    No foram encontradas referncias de anlises nutricionais para esse alimento.

    MAXIXE-DO-REINO

    Nome cientfico: Cyclanthera pedata (L.) Schrad.Nome popular: maxixe-peruano, chuchu-de-vento, boga-boga, bogaboga, caya,

    cayo, taiu-de-comer.

    Origem: regies tropicais e subtropicais da Amrica do Sul.

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