litoral de portugal continental, evolução e aspeto atual
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Evolução e aspeto atual
CARATERÍSTICAS GEOGRÁFICAS
A dinâmica marinha está intimamente relacionada com o interface Litosfera-Hidrosfera-Atmosfera. As variações do nível do mar, os processos de erosão e a deposição de sedimentos no litoral traduzem, por isso, a evolução da linha de costa.
Pela sua localização, entre os 37º N e os 42º N, Portugal sofre duas influências principais, a:
Atlântica, predominante na parte Norte do território continental;
Mediterrânea, predominante na parte Sul do país.
Esta posição em latitude justifica o contraste entre a circulação das:
Perturbações da Frente Polar de Oeste (fluxo zonal), principalmente, no inverno e mais frequentes na parte Norte;
Altas pressões subtropicais (anticiclone dos Açores e anticiclone Subsaariano), principalmente, no verão e em todo o país.
2
Em termos de relevo, a dualidade persiste. A …
N do vale do Tejo, 95,4% do território está acima dos 400 metros e com várias elevações acima dos 1 000 metros;
Sul do vale do Tejo, 61,5% do território encontram-se abaixo dos 200 metros (peneplanície alentejana, planícies …).
Já no que respeita à linha de costa – 850 Km da foz do Rio Minho à foz do Rio Guadiana – encontram-se:
Arribas e cabos (rochas duras e resistentes à erosão)
Areais e alguns acidentes associadas a forte sedimentação:
Laguna de Aveiro e sistema de ilhas-barreira de Faro.
Estuários dos rios Tejo e Sado
Lagoas
3
clima temperado com Verão seco e suave
clima temperado com Verão quente e seco
clima de estepe fria da latitude média
Formas de relevo
litoral resultantes da :
Erosão
marinha/abrasão:
Plataforma de
abrasão
Arriba
Arriba Fóssil
Baías/Enseadas
Acumulação de
sedimentos:
Praia
Cordão
litoral/Restinga
Laguna
Tômbolo4
Costa baixa e arenosa predominante
Costa alta e rochosa predominante
Como é notório pela análise dos mapas dos diapositivos 4 e 5, à escala local, o tipo de costa é o
resultado do tipo de rocha com que o mar contacta. Tal implica lembrar
a unidade geológica a que pertence a rocha e a sua idade de formação. Daqui, depende o grau
resistência à abrasão.
Acrescem os movimentos de
oscilação do nível do mar
como, também, os movimentos
de subida e descida dos continentes.
5
De acordo com a reconstituição feita por João Alveirinha Dias et al. (1997), em relação ao atual nível médio do mar na nossa costa, o nível do mar estava, há …
18 000 anos B.P. a -120 a -140 m 16 000 anos B.P. a -100m 12 000 anos B.P. a -40m 11 000 anos B.P. a -60m 8 000 anos B.P. a -30m.
Nos últimos 3 500 anos, o nível do mar tem-se mantido praticamente estável.Estas variações são o reflexo das glaciações ocorridas no período Quaternário e as interglaciações a que correspondem, respetivamente, descidas e subidas do nível do mar.
Extraído de “Variações do Nível Médio do Mar no Algarve ao longo do Quaternário Superior. (…)” de Luís José de Sousa AlbardeiroExtraído e adaptado da obra citada 6
7
Início da fronteira
natural, a Noroeste , entre
Portugal e Espanha.
A Sul da foz, uma plataforma
litoral já colonizada por
uma densa mata.
Ao longo do mar, uma
estreita faixa arenosa de
direção N/S.
8
Rio Minho - foz
Caminha – foz do rio Minho, vista de Norte para Sul
9
Uma situação que se repete ao
longo do litoral norte. Fruto do
recuo do mar, há estreitas faixas
arenosas e o testemunho das arribas fósseis. Entre estas e o
atual nível do mar a ocupação
do território é notória.
Forte da Ínsua
10
Uma ilhota de rochas e areias no estuário do rio Minho que,
por diversas ocasiões, já
pode ser alcançado a
pé. As rochas são
de origem paleozoica.
É um antigo convento.
Praia de Moledo
11
Localizada a Sul da foz do Rio Minho, a
praia de Moledo tem
um areal que, nos últimos
anos, tem sofrido uma
redução.Em dois
decénios, a linha de costa
terá recuado 200 metros.
Viana do CasteloVista do Monte de
Stª Luzia (uma arriba fóssil) e da plataforma litoral
atual, uma superfície plana
que se estende até ao nível da maré
baixa.Em primeiro plano, o curso terminal do
Rio Lima (discordante com a linha de costa) e a
cidade localizada na margem Norte.
12
Esposende - Foz do Rio Cávado.
13
A mistura das águas fluviais
com o mar faz-se depois
da restinga de areia.
A Norte, a estreita faixa
arenosa.A Este, a
arriba fóssil de direção
paralela à costa.
Aguçadora – município da Póvoa de Varzim
14
Um relevo plano a testemunhar
de novo o recuo do mar. Um
extenso areal condenado a
desaparecer se o nível do mar persistir. Forte
presença humana.
Ao fundo, a arriba fóssil.
Espinho – contacto com a Orla Sedimentar Ocidental
15
Um areal que
“emagrece” de ano para
ano refletindo
um desequilíbrio
dinâmico fruto da
interação dos fatores
físicos e antrópicos
A INTERAÇÃO LITORAL NAS COSTAS BAIXAS E ARENOSAS
16
Os areais, devido à movimentação dos seus sedimentos soltos, as areias, podem ser considerados sistemas. Como qualquer sistema, um areal está sujeito a um processo evolutivo dependente da interação de diversos fatores. No caso de haver uma redução do areal, pode-se falar de fatores:
Físicos, tais como:
Vento, predominante do quadrante Oeste ao longo da costa ocidental
Ondulação, dependente do vento e originando agitação marinha mais ou menos intensa
Transgressão marinha por força da elevação do nível médio das águas oceânicas
Humanos, tais como:
Construção de barragens, com consequente diminuição da quantidade de sedimentos que chegam à foz dos rios
Construção de obras de defesa local do litoral, com alterações no litoral
Degradação das defesas naturais pelo homem, por exemplo, das dunas.
Esmoriz
17
A deriva litoral é a
quantidade de
sedimentos que as
ondas podem
transportar. Quando
há deficiências de
abastecimento, as
ondas só
transportam uma
parte da quantidade
que poderiam
transportar
verificando-se
erosão costeira. A
construção de um
esporão é uma
solução adotada
para combater a
erosão.Nesta imagem vê-se a retenção de areias a barlamar e o avanço da erosão a sotomar.
Litoral de Espinho – campo de esporões
Os esporões são estruturas rígidas construídas para impedir a erosão costeira através da retenção da deriva litoral, a barlamar do esporão. Numa fase inicial, a proteção consegue-se mas, a sotomar, o processo erosivo é agravado. Para combater esse efeito negativo, constrói-se novo esporão. Estes campos de esporões têm motivado diversas críticas, tanto por razões estéticas como pelos custos de construção e manutenção. Muitos desses críticos defendem a aplicação de técnicas menos agressivas para a paisagem como, por exemplo, os processos de reposição de areia através de realimentações, uma solução igualmente custosa financeiramente e temporária.
18Google Earth
Barlamar
Sotomar
Laguna de Aveiro
Formou-se pela acumulação de sedimentos
- de origem marinha, depositados por correntes
marítimas
- de origem fluvial, transportados pelo rio Vouga
os quais formaram um cordão litoral (restinga) paralelo
à costa, impedindo o contacto do rio com o mar e
acelerando o seu assoreamento (depósito de areia).
O assoreamento, muito intenso e rápido, acabou por
aproximar as duas restingas (de sentido norte-sul e sul-
norte); a comunicação das águas da laguna e do
Atlântico fazia-se por uma passagem estreita – a
BARRA - que acabou por se fechar no século XVIII.
Para evitar prejuízos decorrentes desta situação,
rasgou-se uma abertura definitiva para facilitar o
desassoreamento.
“Ria” ou “Haff-delta” designações cientificamente erradas. Na realidade, atualmente, trata-se de uma LAGUNA que reúnetrês características: O sistema de ilhas entrecortadas por canais na zona central, associado à foz do rio Vouga;
Os canais de Mira, de Ílhavo e de S. Jacinto/Ovar, que divergem a partir da zona central para sul e para
norte, paralelos à linha de costa;
Comunicação com o mar (através de uma única barra, mantida artificialmente).
Há 5 000 BP Finais do
séc. XIV
Hoje
Laguna de Aveiro – ao fundo o Maciço Antigo O resultado de um
recuo do mar e a
acumulação numa
baía pouco profunda.
Não é uma ria pois
não se trata de um
braço de mar.
Tradicionalmente, as
populações
ribeirinhas usavam
os moliceiros para
transportarem o
moliço (espécie e
algas) recolhido das
águas e usado como
fertilizante das terras
agrícolas.
Pormenor dos molhes construídos na
Barra. Em 2012 foram
intervencionados para melhorarem a
navegabilidade do canal da barra e o
acesso ao porto. O porto de Aveiro
tem uma implantação importante nas
atividades e na economia da região
e do país. Foto aérea de 1995http://www.lnec.pt/organizacao/dha/nec/estudos_id/emera
Praia da Barra
23
Paisagem lagunar de
Aveiro.A praia da
Barra localiza-se na restinga a
Sul.Na imagem vê-
se o extenso cordão a Norte.
Buarcos, a N da Figueira da Foz
24
O extenso areal da Figueira da
Foz formou-se a Sul do Cabo
Mondego.Está-se perante
o contacto do mar com a Orla
Sedimentar Ocidental
(mesocenozóica)
25
Praia da Nazaré
Promontório da Nazaré (arriba)
O resultado da
erosão diferencial:
costa baixa e
arenosa a Norte e
a Sul do
promontório da
Nazaré.
Constituída por
argilas, arenitos, e
calcários, a arriba
é uma costa alta e
escarpada
fortemente
atacada pela
abrasão. Daí, a
instabilidade da
escarpa e o perigo
de derrocada.
Litoral da Nazaré
Promontório da NazaréEntre S. Pedro de Muel e a Nazaré, as
arribas vivas talhadas em rochas
mesozóicas são frequentes apresentando
… na base, acumulações de blocos
provenientes do desmantelamento das
arribas.
Como exemplos destas arribas podem
referir-se as de S. Pedro de Muel … e as
do promontório da Nazaré. A acumulação
de areias de encontro a este promontório
promove a existência de praia
relativamente larga, a norte da Nazaré,
denominada por Praia do Norte
http://w3.ualg.pt/~jdias/JAD/ebooks/EsaminAveiro/3_Caract.pdf
Concha de S. Martinho do PortoO que resta de uma
vasta laguna
costeira, que, há
apenas alguns
milénios, se estendia
muito para o interior.
São as
consequências das
fases transgressivas
e regressivas …
causadas,
respetivamente, por
aumentos e
descidas da
temperatura do ar.
Acresce a
intensidade dos
assoreamentos.
28
Depois da última grande glaciação, que terminou há
cerca de 20.000 anos, o mar subiu entre 120 a 140 m,
invadindo uma grande parte do vale (vale … das Caldas da
Rainha), formando vastas lagunas com máxima
extensão há cerca de 7.000 anos … Depois do mar
estabilizado, as lagunas foram sendo assoreadas pelos
sedimentos trazidos pelos rios, mas em quantidades
que refletem as atividades humanas nas bacias de
drenagem – de notar que a deflorestação e a
agricultura aumentam imenso a erosão dos solos. A
laguna de S. Martinho do Porto é um destes casos
sendo a “concha” atual o remanescente de uma vasta
laguna que se estendia ainda na Idade Média por mais
5 km até Alfeizerão. Já a várzea a sul de Nazaré e
Valado dos Frades corresponde à colmatação total da
antiga laguna da Pederneira. Parte da Laguna de
Óbidos também ocupava espaços deste vale …
Texto e figura extraídos de “Há mares e mares: antigos e
dobrados, modernos e espraiados”, de Jorge L. Dinis (27 de
julho de 2013)
Uma zona húmida de:
valor económico local significativo,
ambiental e paisagístico -
apanha de marisco e pesca,
abastecimento de água e praias
são algumas das ofertas disponíveis.
As suas potencialidades têm
atraído uma população
crescente que se tem fixado na área
da bacia hidrográfica29
Lagoa de Óbidos
Tômbolo de Peniche
30
O Tômbolo visto de Oeste para
Este.
Observa-se o istmo arenoso
que liga a antiga ilha ao
continente.
Um formação resultante da
forte sedimentação.
O Tômbolo de Peniche fotografado do mar em toda a sua extensão
31
Cabo Carvoeiro e Berlengas ao fundo
O arquipélago das
Berlengas (cerca de 15
km de Peniche) inclui a
Berlenga Grande, as
Estelas e os Farilhões. A
Berlenga Grande ocupa
2/3 da superfície do
arquipélago, sendo a
única ilha habitada.
A Berlenga Grande e as
Estelas são constituídas
basicamente por granitos
enquanto os Farilhões
são constituídos por
rochas metamórficas,
nomeadamente,
gnaisses e xistos (Era
Paleozóica).32
Ilhéus das Berlengas
Formação do Tômbolo de Peniche
Século XII Século XIV Século XV
Século XVI Século XXI
PenichePeniche
PenichePenichePeniche
Baleal
Peniche
Baleal
Peniche
Peniche
AtouguiaAtouguia
Atouguia
AtouguiaAtouguiaa
Embora haja contributo de
sedimentos de origem fluvial e
continental, são os sedimentos
marinhos os principais
responsáveis pela formação do
istmo que ligou a antiga ilha de
Peniche ao continente.
Atouguia já não é porto marítimo
As Berlengas e os Farilhões são a prova de que, o Maciço Antigo, se estendia mais para Oeste do que hoje se observa. Os geólogos falam de uma bacia sedimentar – Bacia Lusitaniana – que se terá desenvolvido na Margem Ocidental Ibérica, no Mesozóico, quando da fragmentação da Pangeia e da abertura do Oceano Atlântico. Os sedimentos depositados nesta bacia vieram a submergir com o enrugamento alpino dando origem à Orla mesocenozóica ocidental.
A Bacia Lusitaniana está separada de uma zona externa pelo horst da Berlenga (ver esquema). Um horst é uma estrutura geológica resultante de um processo de fratura e falha a que corresponde uma morfologia de relevo elevado.
A grande maioria das nossas serras localizadas no Maciço Antigo são estruturas de fratura e falha tal como sucede com o horst da Berlenga. Nesta estrutura geológica têm-se realizado vários trabalhos de investigação, muitos deles ligados à indústria do petróleo.
34
Baleal, um outro tômbolo
35
Localizada a norte de
Peniche, a península do
Baleal formou-se pela
deposição de sedimentos que
originaram um “corredor” de
areias que une a antiga ilha ao
continente,
Azenhas do Mar - Sintra
36
Uma arriba fortemente atacada
na sua base onde se acumulam os
produtos da abrasão.
A ação do mar degradou a piscina
natural que se observa junto ao mar, entretanto,
alvo de reabilitação.
Cabo da Roca
37
A ponta mais ocidental do
continente europeu –
38º 47´ Norte, 9º 30´ Oeste.
“Onde a terra se acaba e o mar começa”
(in Os Lusíadas, Canto III),
assim o imortalizou Luís Vaz de Camões
38
gere a navegação
dento da área de
jurisdição da
Administração do
Porto de Lisboa,
tendo como limite
montante a Ponte
Vasco da Gama.
Fornece informação
e aconselha os
navios que
naveguem no
estuário do Tejo e na
aproximação a este,
até um raio de 16,5
milhas náuticas
Torre do Centro de Controlo de Tráfego Marítimo, VTS – Lisboa …
Estuário do Rio Tejo – Farol do Bugio
39
Aqui se encontram as águas do Tejo
com as do Oceano.Dada a
extensão do estuário, esta
pequena ilhota é usada como
limite da foz do Rio Tejo
Costa Caparica e arriba fóssil …
40
… insere-se na unidade
morfoestrutural da Bacia
Sedimentar do Tejo e
Sado. No início do
Terciário, aquela unidade
foi uma vasta depressão
tectónica, aberta às
influências oceânicas,
sendo, progressivamente,
preenchida por estratos
sedimentares Os
sedimentos tiveram
origem nas sucessivas e
alternadas transgressões
e regressões marinhas,
com uma idade de cerca
de 15 milhões de anos
(MA).http://www.icnf.pt/portal/ap/p-prot/ppafcc/geo
Sª da Arrábida - Cabo Espichel visto do lado Norte
41
Pertencente à Orla
Ocidental, a Arrábida é uma dobra
alpina deitada sobre o mar. Os estratos
sedimentares são bem
evidentes.
Sª da Arrábida
42
As formações geológicas que constituem esta serra tiveram
origem entre o Mesozóico e o Cenozóico.
Os sedimentos que as
compõem depositaram-se na
designada Bacia
Lusitaniana, sobre o soco do
Maciço Antigo, quando
ocorreu um
primeiro impulso tectónico de
abertura do Atlântico Norte.
Sucedeu, então, um
alongamento da crusta, uma
fragmentação da Pangea, e
a constituição da bacia
sedimentar na margem
ocidental ibérica que serviu
de recetáculo à deposição
dos sedimentos entre o início
e o fim do Mesozóico.
43
Estuário do Rio Sado
Em primeiro plano, a forte
sedimentação no contacto
das águas do rio com as do
oceano. Em segundo plano, a península de
Tróia e, ao fundo, a cidade
de Setúbal, cujo porto é um
dos principais portos do país.
Alimentada pela água doce de
ribeiras que nela desaguam e pela água salgada do
mar, quando o cordão dunar é
aberto oficialmente na primavera, a
lagoa de Albufeira é constítuida por três
lagoas: a Grande, a Pequena e a da
Estacada. Localizada em
Sesimbra, é considerada a
lagoa mais funda das existentes no
país, cerca de 15 m de profundidade.44
Lagoa de Albufeira
LAGOA DE ALBUFEIRA É HOJE REABERTA AO MAR
A reabertura da ligação ao mar da Lagoa de Albufeira … para garantir a qualidade da água … "deverá ter lugar hoje à tarde cerca das 16h00“ ...Este ano é já a terceira vez que a autarquia procede à reabertura da ligação ao mar devido ao assoreamento cada vez maior …No passado dia 23 de Junho, o delegado de saúde proibiu a prática balnear no local, mas a interdição foi levantada quatro dias depois, após a realização de novas análises que revelaram já não haver qualquer perigo para a saúde pública.A Câmara ... defende a necessidade de uma grande obra de desassoreamento da lagoa para garantir uma abertura prolongada às águas do mar, de forma a evitar novas interdições …
45
http://www.publico.pt/local/noticia/lagoa-de-albufeira-e-hoje-reaberta-ao-
mar-1662353
10/07/2014
46
Lagoa de Melides, Grândola, costa alentejana As lagunas surgem em
costas baixas de forte
acumulação de
sedimentos. Têm forma
alongada, concordantes
com o litoral e são
isoladas do mar por
cordões litorais ou por
restingas.
A comunicação com o mar
pode exigir, como sucede
com a laguna de Aveiro, a
construção de uma saída
definitiva. Noutros casos,
aproveitam-se as datas
equinociais e a ocorrência
das marés vivas e abre-se
a saída para o mar.
O litoral português é muito … resultado de diversos fatores, naturais e antrópicos, e inclui arribas e plataformas de abrasão, praias, tômbolos, restingas e ilhas-barreira, formações dunares, estuários e lagunas … Os sistemas lagunares ocorrem em Portugal nas fachadas ocidental e sul, nos troços correspondentes às bacias meso-cenozóicas. As lagunas … possuem uma barreira, construída por ação das ondas e das correntes de deriva litoral que as isola do oceano … Lagoa de Óbidos, S. Martinho do Porto (com barreira rochosa), lagoas de Albufeira, de Melides e de Sto. André. Algumas delas funcionam como lagunas fechadas, sem contacto com o mar durante uma boa parte do tempo. À exceção de S. Martinho do Porto, tiveram origem em estuários formados durante a última transgressão … http://omelhoralentejodomundo.blogspot.pt/search/label/Melides
47
A maior lagoa do litoral alentejano,
tem uma relevante importância
biológicaA área envolvente à
lagoa encontra-se sujeita a múltiplos
fatores de pressão sobre o meio
natural, sob a forma da emissão de
efluentes, caça, pesca, turismo e construção, que
impõem medidas de conservação
adequadas
48
Lagoa de Stº André, costa alentejana, a norte de Sines
Sendo historicamente referenciada desde tempos
remotos, primeiro como porto natural … e
posteriormente como lagoa, após a formação do
cordão dunar que a separa do Oceano Atlântico, a
lagoa de Santo André é alimentada por seis ribeiras
…, a ligação com o mar é temporária e permite a
limpeza dos sedimentos, renovação da sua de massa
de água e a entrada de espécies piscícolas oriundas
do Oceano … As enguias da Lagoa de Santo André
são ainda hoje consideradas das melhores do país …
A Lagoa de Santo André constitui um ponto
estratégico para a estadia, passagem e nidificação de
muitas espécies de aves migratórias tendo sido
declarada pela Comunidade Europeia como Zona de
Proteção Especial para a avifauna e sítio RAMSAR
sobre zonas húmidas de importância internacional,
integrando também a Rede Natura 2000.
Devido à sua excecional importância ornitológica,
faunística e florística foi declarada pelo estado
Português a Reserva Natural das Lagoas de Santo
André e da Sancha pelo Decreto Regulamentar
10/2000 de 22 de Agosto. http://litoral-alentejano.com/pt/patrimonio-natural/lagoa-de-santo-andre/lagoa-de-st-andre-ocupacao-humana/
https://youtu.be/PA-ag4srq84
http://mw2.google.com/mw-panoramio/photos/medium/11687729.jpg
Zambujeira do Mar - Azenha do mar (costa alentejana)
50
“Quem chega ao
Sw de Portugal
pelo mar, encontra
uma falésia
elevada, de rocha
muito antiga,
escura na costa
alentejana (xisto e
grauvaque) e clara
na costa algarvia
(calcário). Sobre
esta rocha do
planalto costeiro,
descansa uma fina
camada de
sedimentos,
repleta de habitats
e espécies
singulares …
Cabo S. Vicente, ponta SW
51
Do Cabo de S. Vicente para Norte, a costa é
talhada em rochas paleozoicas. Para Este
do cabo, a costa apresenta rochas meso-
cenozoicas e quaternárias atuais.
Exposta à abrasão , a costa a barlavento sofre
intensa erosão originando sedimentos
que se vão depositar na costa a sotavento
contribuindo para a formação do sistema de
ilhas-barreira.
Cabo S. Vicente
Destruição da base da arriba: são
notórias as entradas já cavadas no
contacto do mar com a rocha. A
ondulação é forte impulsionada pela
orientação dominante do
vento do quadrante oeste (NW, W e SW).
52
Ponta de Sagres
é notório o
resultado da
abrasão: destruição
da arriba, recuo e
formação de praia
entre parte da arriba
e o mar. Dada a
natureza geológica
das rochas
dominantes, as
arribas são muito
instáveis ruindo
com facilidade.
O avanço do mar
não se faz sentir
somente no litoral
entre a foz do Douro
e até à Marinha
Grande . A forte
erosão marca,
também, a costa sul
onde as falésias
predominam. as
rochas sedimentares
pouco resistentes à
abrasão conduz à
sua fácil destruição
Algarve - Barlavento
Praia do Lourenço. Foto de Ricardo Neves - http://miseenplace7.blogspot.pt/
A instabilidade das falésias tem obrigado a intervenções locais onde o seu
desmoronamento pode ocasionar perigo letal para os frequentadores das praias.
BP = before present, escala de tempo usada em geologia para datar o tempo em que determinado acontecimento teve lugar na escala geológica. O início desta escala é o dia 1 de janeiro de 1950, ano em que se passou a usar a datação por radiocarbono
Reconstituição da linha de costa de Portugal a partir
de 18.000 BP, o último máximo glaciar (adaptado de Dias et al.,
1997)
Extraído de
“Variações do Nível
Médio do Mar no
Algarve ao longo do
Quaternário Superior.
O Sector Praia da
Galé – Praia de S.
Rafael” de Luís José
de Sousa Albardeiro
55
56
Abundam os exemplos do
desrespeito pelo ambiente, fruto de uma ausência de políticas efetivas de ordenamento
do território durante décadas.
A ocupação desenfreada da
faixa litoral contribui para a destruição das arribas. Com o
avanço do mar, o problema é cada vez mais grave.
Costa algarvia
Albufeira
57
Localizada no
Barlavento, esta
região do litoral
meridional
apresenta uma
paisagem
rochosa de
falésias de
arenitos e
diversas
variedades de
calcário e praias
“escondidas” em
pequenas baías.
Albufeira
58
Uma imagem bem expressiva da
apetência humana pelo
litoral onde vive a maioria da população
mundial.O número de
habitantes nas freguesias do país que confinam com a costa
aumentou cerca de 68% entre 1970 e
2011 … Na prática, um em cada nove
portugueses vive na costa.
.
PORTUGUESES VIVEM CADA VEZ MAIS PERTO DO MAR …
Portugal tem cada vez mais pessoas e edifícios junto ao mar, apesar dos problemas atuais de erosão costeira e dos riscos futuros das alterações climáticas. O número de habitantes nas freguesias do país que confinam com a costa aumentou cerca 68% entre 1970 e 2011, de 738 mil para 1,2 milhões de habitantes. Na prática, um em cada nove portugueses vive na costa.
A presença de edifícios saltou de 254 mil unidades em 1970 para 855 mil em 2011. Mais da metade – 490 mil – está desocupada.
É o fenómeno da “costerização” (Luísa Schmidt)… Esta tendência vem do passado, acentuou-se a partir da década de 1970 e não dá sinais de abrandar. Entre os dois últimos censos – 2001 e 2011 – a população junto à costa aumentou 10%.
Para exemplificar o que é que este movimento significa, em termos de riscos, o estudo abordou três situações particulares: Vagueira, na região de Aveiro; Costa da Caparica, na Área Metropolitana de Lisboa; e Quarteira, no Algarve. Todas enfrentam fortes problemas de erosão. Na Vagueira, o mar avançou 26 metros entre 2002 e 2010. Ainda assim, a população cresceu 20% desde 1991 e o número de edifícios subiu 28%.
59Extraído e adaptado de “Portugueses vivem cada vez mais perto do mar”, de Ricardo Garcia, no jornal Público
Cabanas de Tavira
Sotavento, a parte mais a
leste da faixa meridional, onde
o trabalho da acumulação se
evidencia com a criação das
ilhas-barreira. Na imagem
identificam-se as três áreas da
região do Algarve – serra,
barrocal e planície60
Cacela Velha
Cordões dunares no
limite oriental do sistema de
ilhas-barreira da Ria Formosa.
É visível a reduzida largura
das ilhas e a fragilidade da
sua existência se se agravar o
processo de transgressão
marinha.
61
As areias que constituem as ilhas-
barreira são transportadas, ao longo
da costa, de Oeste para Leste de
acordo com o sentido imprimido pela
deriva litoral. As características do
sistema de ilhas-barreira são, por
força das migrações das areias,
incompatíveis com uma ocupação
intensa e permanente. Contudo,
desde a década de 60 do séc.XX,
tem-se assistido a uma ocupação
com tendência para se intensificar,
tornar-se permanente e localizar-se
nas zonas mais frágeis e de maior
risco. Tal situação fragiliza amplas
áreas e induz impactes negativos na
globalidade do sistema, podendo
mesmo pôr em causa a existência
das ilhas-barreira. 62
Adaptado de “O SISTEMA DE ILHAS – BARREIRA DA RIA FORMOSA”J. A. DIAS, Ó. FERREIRA e D. MOURA (2004)
O sistema de ilhas-barreira da Ria
Formosa é constituído por:
duas penínsulas (Ancão e Cacela)
que constituem, respecivamente, os
limites ocidental e oriental do
sistema
cinco ilhas-barreira (de Oeste para
Este: Barreta ou Deserta, Culatra,
Armona, Tavira e Cabanas), e por
um vasto corpo lagunar.
As ilhas e penínsulas são
separadas por 6 canais de maré,
também designados barras (Ancão,
Faro-Olhão, Armona, Fuzeta,
Tavira e Cacela), que viabilizam
trocas hídricas, sedimentares,
químicas e de nutrientes entre o
meio lagunar e o oceano. 63
Imagem de satélite da Ria Formosa. Penínsulas, ilhas-barreira e barras que a
constituem (adaptado de Google Earth 4.2, 2007)
Filipe Ceia - http://www.aprh.pt/rgci/pdf/rgci-159_Ceia.pdf
“Como a maioria dos sistemas deste tipo, a Ria Formosa
apresenta um carácter extremamente dinâmico, tanto na
evolução das ilhas como das barras. A ocorrência de
temporais e a elevação do nível médio do mar são os
principais fatores que conduzem a uma elevada
suscetibilidade a galgamentos oceânicos, neste sistema”.
Castro Marim – salinas, o resultado de uma simbiose perfeita entre o rio (Guadiana), o oceano e o homem
64
O Algarve é a principal
fonte de produção de
sal marinho, 95% do
total nacional segundo
as “Estatísticas das
Pescas 2013”. Uma
produção
essencialmente
artesanal para manter a
qualidade do produto.
65
http://cafecomfoto22.blogspot.pt/2013/09/salinas-de-castro-marim.html#.VWHu7U9Viko
S
a
l
i
n
a
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C
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s
t
r
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M
a
r
i
m
Estruturas geradas por fenómenos de ABRASÃO MARINHA
ArribaPlataforma de abrasão
Recuo da arriba por desgaste da base de sustentação: a abrasão é
acelerada pelo choque dos sedimentos transportados pelas ondas contra o
substrato rochoso fazendo aumentar o seu desgaste ao atuarem como lixas.
Pm – preia-mar
Bm – baixa-mar Ar – arriba;
Pam – plataforma de abrasão
B - blocos;
C - calhaus;
A - areias
Recuo da linha de costa
(1 →2 →3)
Aumento da plataforma
de abrasão(forma-se uma praia entre a arriba fóssil e
o mar)