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  • Aos estudantes,

    Se analisarmos friamente uma tribo africana, provavelmente iremos identificar o ritual em que seus jovens passam a ser considerados adultos. J nesse mundo globalizado em que vivemos, no qual as informaes chegam numa velocidade jamais vista, essa caracterstica parece ter desaparecido. Ser?

    evidente que no vemos nenhum ritual de passagem por a, mas ser que no conseguimos encontrar um momento em que nossos jovens ficam diante de sua primeira grande e difcil deciso, no qual so os nicos responsveis? Vocs j devem ter percebido que estamos falando do vestibular, o primeiro desafio de muitos jovens. E, nesse momento, embora muitas vezes contem com a ajuda de parentes, esses estudantes sabem que as consequncias de uma escolha errada, de um sucesso, ou de um fracasso, so nica e exclusivamente suas.

    E para engrossar um pouco mais esse caldo, nosso ritual de passagem vem sofrendo drsticas mudanas.

    H alguns anos, os vestibulandos eram obrigados a passar por uma verdadeira maratona de provas ao final do ensino mdio. Como vocs j devem saber, uma nova tendncia ao acesso ao ensino superior brasileiro est alterando todo esse cenrio.

    O Exame Nacional do Ensino Mdio (Enem), por meio de diversas medidas do governo federal, tornou-se o principal vestibular do pas, facilitando (e muito) a vida dos candidatos. Nesse novo modelo, a participao no Enem permite concorrer s vagas e bolsas de estudo em inmeras instituies de ensino superior, alm de possibilitar a certificao do Ensino Mdio para aqueles que no concluram seus estudos.

    Mas no vamos nos deixar confundir. O Enem facilitou a questo do deslocamento e dos gastos que os candidatos tinham, mas no a questo da concorrncia. Alis, essa s aumenta ano aps ano.

    Resumindo: para ingressar no ensino superior, os candidatos precisam estudar e se preparar especificamente para o Enem, j que este se tornou a nica porta de acesso para as principais universidades do pas.

    Ns, do infoEnem, notamos ausncia de um material que, de fato, prepare esses estudantes para o exame. Da necessidade veio a ideia. Da ideia, passamos para o trabalho.

    E o resultado esse material que vocs tm em mos. Apostilas diretas, simples e eficientes, que visam treinar e preparar os candidatos para o exame mais importante do Brasil, resolvendo e comentando questes de edies anteriores do prprio Enem.

    E para isso no poupamos esforos. Procuramos profissionais que realmente pudessem fazer a diferena. Afinal, no almejamos entrar na memria dos momentos felizes desses estudantes. Almejamos ser lembrados como um elemento importante para o sucesso de cada um deles, nesse momento to decisivo, contribuindo para que estes possam ir em busca de seus sonhos.

    Fernando Buglia e Matheus Andrietta

    Cofundadores do site infoEnem

  • Orientao aos estudantes

    Neste momento, antes que voc inicie seus estudos atravs deste material, sugerimos uma metodologia com estratgias para aproveit-lo da melhor maneira possvel.

    Reforamos que o estudante deve se preparar basicamente de duas maneiras para uma prova com as caractersticas do Enem.

    A primeira delas adquirindo e/ou revisando os contedos abordados no ensino mdio. A segunda se d atravs da preparao especfica para o modelo da prova.

    E justamente nesta ltima etapa que nosso material entra em ao. Portanto, o foco desta apostila no o contedo exigido, e sim a prova do Enem. Afinal, resolver 180 questes e uma redao, em 10 horas, divididas em dois dias de prova, exige muito mais do que competncias e habilidades.

    Desta forma, o candidato que comprou esta apostila e apenas leu as questes, as resolues e os comentrios, passou longe de otimizar o potencial deste material e consequentemente a sua preparao para o exame.

    A nossa proposta que voc resolva todas as questes de cada edio da prova, para depois observar a resoluo e comentrios feitos por nossos professores. Se possvel, simule todas as condies que encontrar no dia do exame. Em outras palavras, sente-se numa pequena mesa sozinho, resolva, em mdia, 45 questes a cada 2 horas, sem se comunicar com ningum e sem consultar livro algum.

    Fazendo isso, voc sai da sua zona de conforto e entende de fato o que prestar o Enem. Uma prova que, ao mesmo tempo em que se mostra coerente e interdisciplinar, consiste numa verdadeira enxurrada de questes, que exige boa leitura, ateno, interpretao, concentrao, calma, pacincia, resistncia e treino, muito treino.

    No pregamos frmulas mgicas. Partimos do pressuposto que para conseguir a recompensa, seja ela o acesso ao ensino superior ou a Certificao do Ensino Mdio, necessrio muito empenho. Temos absoluta certeza que, utilizando este material da maneira que recomendamos, voc potencializar todas as capacidades citadas no pargrafo anterior e aumentar significativamente seu desempenho na prxima edio do Enem.

    Bons estudos.

  • Apresentao dos professores Cdigos, Linguagens e suas Tecnologias

    De acordo com a diviso feita pela nossa equipe, a apostila de Cdigos e Linguagens composta por questes referentes s disciplinas de Portugus, Ingls e Espanhol.

    Portugus:

    Margarida dos Santos Marques Moraes possui graduao em Letras pela Universidade de So Paulo (USP - 1995), especializao em Ps-Graduao em Educao pelo Centro Universitrio Nove de Julho (2000) e mestrado em Letras (Letras Clssicas) pela USP, no ano de 2001.

    Atualmente Docente em faculdades e na rede particular do interior paulista. Possui experincia na rea de Letras, com nfase em Lngua Portuguesa, atuando principalmente no tema Filologia Romnica. Margarida foi responsvel pela resoluo e comentrios das seguintes questes: Enem 2009 (Caderno azul) 91 a 135. Enem 2010 (caderno rosa) 96 a 135. Enem 2011 (caderno amarelo) 96 a 135. Enem 2012 (caderno amarelo) 96 a 135.

    Ingls:

    Vitor Muller Junior graduado em Letras pela Universidade Paulista e em Administrao pela Universidade de Sorocaba. Possui vasta experincia como professor de ingls de ensino mdio e cursinhos pr-vestibulares.

    Foi avaliador e orientador do Projeto Oscar Cinema, desenvolvido pelo professor Giovanni Huggler, que premiava os melhores curtas-metragens feitos em ingls por alunos do ensino mdio. Atuou como tutor de intercmbio em Oslo, Noruega, no ano de 1997. Trabalhou tambm como professor e tradutor (2001-2006) na empresa HEMASI Jandira SP. Foi professor voluntrio e responsvel pelo setor de relaes internacionais da ONG americana Stoneflower Foundation no Brasil, onde alm de ministrar aulas para crianas carentes de uma comunidade na cidade de So Roque tambm era responsvel por toda a comunicao com os mantenedores e associados americanos.

    Atualmente, alm de continuar lecionando em diversas escolas e empresas, proprietrio, coordenador e professor da escola de idiomas NORTHWAY INSTITUTE LTDA.

    Vitor respondeu e comentou as seguintes questes: Enem 2010 (caderno rosa) 91 a 95 Lngua estrangeira opo ingls. Enem 2011 (caderno amarelo) 91 a 95 Lngua estrangeira opo ingls. Enem 2012 (caderno amarelo) 91 a 95 Lngua estrangeira opo ingls.

    Espanhol:

    Veronica Guadamuz Mora nascida na Costa Rica e tem 28 anos de idade. Graduou-se em Comercio Exterior na Universidade Braulio Carrillo (Costa Rica) e em Letras pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Possui larga experincia como professora e tradutora, tanto de Espanhol quanto de Portugus. Atualmente trabalha como professora de Portugus na Wizard Costa Rica e como freelancer para Terralingua.

    Veronica respondeu e comentou as seguintes questes: Enem 2010 (caderno rosa) 91 a 95 Lngua estrangeira opo espanhol. Enem 2011 (caderno amarelo) 91 a 95 Lngua estrangeira opo espanhol. Enem 2012 (caderno amarelo) 91 a 95 Lngua estrangeira opo espanhol.

  • NDICE

    Enem 2009 - questes ............................................................................................................... 01

    Enem 2009 - resolues e comentrios .................................................................................... 17

    Enem 2010 - questes ............................................................................................................... 22

    Enem 2010 - resolues e comentrios ................................................................................... 39

    Enem 2011 - questes ............................................................................................................... 46

    Enem 2011 - resolues e comentrios .................................................................................... 63

    Enem 2012 - questes ............................................................................................................... 69

    Enem 2012 - resolues e comentrios .................................................................................... 87

  • infoEnem Enem 2009 1

    Enem 2009 - LINGUAGENS, CDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

    Questo 91

    Os melhores crticos da cultura brasileira trataram-na sempre no plural, isto , enfatizando a coexistncia no Brasil de diversas culturas. Arthur Ramos distingue as culturas no europeias (indgenas, negras) das europeias (portuguesa, italiana, alem etc.), e Darcy Ribeiro fala de diversos Brasis: crioulo, caboclo, sertanejo, caipira e de Brasis sulinos, a cada um deles correspondendo uma cultura especfica.

    MORAIS, F. O Brasil na viso do artista: o pas e sua cultura. So Paulo: Sudameris, 2003.

    Considerando a hiptese de Darcy Ribeiro de que h vrios Brasis, a opo em que a obra mostrada representa a arte brasileira de origem negro-africana :

    A)

    B)

    C)

    D)

    E)

    Questo 92.

    Gerente Boa tarde. Em que eu posso ajud-lo?

    Cliente Estou interessado em financiamento para compra de veculo.

    Gerente Ns dispomos de vrias modalidades de crdito. O senhor nosso cliente?

    Cliente Sou Jlio Csar Fontoura, tambm sou funcionrio do banco.

    Gerente Julinho, voc, cara? Aqui a Helena! C t em Braslia? Pensei que voc inda tivesse na agncia de Uberlndia! Passa aqui pra gente conversar com calma.

    BORTONI-RICARDO, S. M. Educao em lngua materna. So Paulo: Parbola, 2004 (adaptado).

    Na representao escrita da conversa telefnica entre a gerente do banco e o cliente, observa-se que a maneira de falar da gerente foi alterada de repente devido

    A) adequao de sua fala conversa com um amigo, caracterizada pela informalidade.

    B) iniciativa do cliente em se apresentar como funcionrio do banco.

    C) ao fato de ambos terem nascido em Uberlndia (Minas Gerais).

    D) intimidade forada pelo cliente ao fornecer seu nome completo.

    E) ao seu interesse profissional em financiar o veculo de Jlio.

  • infoEnem Enem 2009 2

    Questo 93.

    Analise as seguintes avaliaes de possveis resultados de um teste na Internet.

    Veja. 8 jul. 2009. p.102 (adaptado).

    Depreende-se, a partir desse conjunto de informaes, que o teste que deu origem a esses resultados, alm de estabelecer um perfil para o usurio de sites de relacionamento, apresenta preocupao com hbitos e prope mudanas de comportamento direcionadas

    A) ao adolescente que acessa sites de entretenimento.

    B) ao profissional interessado em aperfeioamento tecnolgico.

    C) pessoa que usa os sites de relacionamento para complementar seu crculo de amizades.

    D) ao usurio que reserva mais tempo aos sites de relacionamento do que ao convvio pessoal com os amigos.

    E) ao leitor que se interessa em aprender sobre o funcionamento de diversos tipos de sites de relacionamento.

    Questo 94.

    A msica pode ser definida como a combinao de sons ao longo do tempo. Cada produto final oriundo da infinidade de combinaes possveis ser diferente, dependendo da escolha das notas, de suas duraes, dos instrumentos utilizados, do estilo de msica, da nacionalidade do compositor e do perodo em que as obras foram compostas.

    Figura 1 - http://images.quebarato.com.br/photos/big/2/D/ 15A12D_2.jpg.

    Figura 2 - http://ourinhos.prefeituramunicipal.net/dados/ fotos/2009/07/07/normal.

    Figura 3 - http://www.edmontonculturalcapital.com/gallery/ edjazzfestival/JazzQuartet.jpg.

    Figura 4 - http://www.filmica.com/jacintaescudos/archivos /Led-Zeppelin.jpg.

    Das figuras que apresentam grupos musicais em ao, pode-se concluir que o(os) grupo(s) mostrado(s) na(s) figura(s)

    A) 1 executa um gnero caracterstico da msica brasileira, conhecido como chorinho.

    B) 2 executa um gnero caracterstico da msica clssica, cujo compositor mais conhecido Tom Jobim.

    C) 3 executa um gnero caracterstico da msica europeia, que tem como representantes eethoven e Mozart.

    D) 4 executa um tipo de msica caracterizada pelos instrumentos acsticos, cuja intensidade e nvel de rudo permanecem na faixa dos 30 aos 40 decibis.

    E) 1 a 4 apresentam um produto final bastante semelhante, uma vez que as possibilidades de combinaes sonoras ao longo do tempo so limitadas.

    Questo 95.

    No programa do bal Parade, apresentado em 18 de maio de 1917, foi empregada publicamente, pela primeira vez, a palavra sur-realisme. Pablo Picasso desenhou o cenrio e a indumentria, cujo efeito foi to surpreendente que se sobreps coreografia. A msica de Erik Satie era uma mistura de jazz, msica popular e sons reais tais como tiros de pistola, combinados com as imagens do bal de Charlie Chaplin, caubis e viles, mgica chinesa e Ragtime. Os tempos no eram propcios para receber a nova mensagem cnica demasiado provocativa devido ao repicar da mquina de escrever, aos zumbidos de sirene e dnamo e aos rumores de aeroplano previstos por Cocteau para a partitura de Satie. J a ao coreogrfica confirmava a tendncia marcadamente teatral da gestualidade cnica, dada pela justaposio, colagem de aes isoladas seguindo um estmulo musical.

    SILVA, S. M. O surrealismo e a dana. GUINSBURG, J.; LEIRNER (Org.). O surrealismo. So Paulo: Perspectiva, 2008 (adaptado).

    As manifestaes corporais na histria das artes da cena muitas vezes demonstram as condies cotidianas de um determinado grupo social, como se pode observar na descrio acima do bal Parade, o qual reflete

  • infoEnem Enem 2009 3

    A) a falta de diversidade cultural na sua proposta esttica.

    B) a alienao dos artistas em relao s tenses da Segunda Guerra Mundial.

    C) uma disputa cnica entre as linguagens das artes visuais, do figurino e da msica.

    D) as inovaes tecnolgicas nas partes cnicas, musicais, coreogrficas e de figurino.

    E) uma narrativa com encadeamentos claramente lgicos e lineares.

    Texto para as questes 96 e 97.

    BRASIL. Ministrio da Sade, 2009 (adaptado).

    Questo 96.

    Os principais recursos utilizados para envolvimento e adeso do leitor campanha institucional incluem

    A) o emprego de enumerao de itens e apresentao de ttulos expressivos.

    B) o uso de oraes subordinadas condicionais e temporais.

    C) o emprego de pronomes como voc e sua e o uso do imperativo.

    D) a construo de figuras metafricas e o uso de repetio.

    E) o fornecimento de nmero de telefone gratuito para contato.

    Questo 97.

    O texto tem o objetivo de solucionar um problema social,

    A) descrevendo a situao do pas em relao gripe suna.

    B) alertando a populao para o risco de morte pela Influenza A.

    C) informando a populao sobre a iminncia de uma pandemia de Influenza A.

    D) orientando a populao sobre os sintomas da gripe suna e procedimentos para evitar a contaminao.

    E) convocando toda a populao para se submeter a exames de deteco da gripe suna.

    Questo 98.

    LOBO. Disponvel em: http://vagalume.uol.com.br. Acesso em: 14 ago. 2009 (adaptado).

    Na letra da cano apresentada, o compositor Lobo explora vrios recursos da lngua portuguesa, a fim de conseguir efeitos estticos ou de sentido. Nessa letra, o autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos coloquiais na seguinte passagem:

    A) Quando um doce bardo brada a toda brida (v. 2)

    B) Em velas pandas, suas esquisitas rimas? (v. 3)

    C) Que devora a voz do morto (v. 9)

    D) lobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo? (v. 11-12)

    E) Tease me, tease me outra vez (v. 14)

    Questo 99.

    Ccere das almas

    Ah! Toda a alma num crcere anda presa,

    Soluando nas trevas, entre as grades

  • infoEnem Enem 2009 4

    Do calabouo olhando imensidades,

    Mares, estrelas, tardes, natureza.

    Tudo se veste de uma igual grandeza

    Quando a alma entre grilhes as liberdades

    Sonha e, sonhando, as imortalidades

    Rasga no etreo o Espao da Pureza.

    almas presas, mudas e fechadas

    Nas prises colossais e abandonadas,

    Da Dor no calabouo, atroz, funreo!

    Nesses silncios solitrios, graves,

    que chaveiro do Cu possui as chaves

    para abrir-vos as portas do Mistrio?!

    CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianpolis: Fundao Catarinense de Cultura/ Fundao Banco do Brasil, 1993.

    Os elementos formais e temticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema Crcere das almas, de Cruz e Sousa, so

    A) a opo pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosficos.

    B) a prevalncia do lirismo amoroso e intimista em relao temtica nacionalista.

    C) o refinamento esttico da forma potica e o tratamento metafsico de temas universais.

    D) a evidente preocupao do eu lrico com a realidade social expressa em imagens poticas inovadoras.

    E) a liberdade formal da estrutura potica que dispensa a rima e a mtrica tradicionais em favor de temas do cotidiano.

    Texto para as questes 100 e 101

    XAVIER, C. Quadrinho quadrado. Disponvel em: http://www.releituras.com. Acesso em: 5 jul. 2009.

    Questo 100.

    Tendo em vista a segunda fala do personagem entrevistado, constata-se que

    A) o entrevistado deseja convencer o jornalista a no publicar um livro.

    B) o principal objetivo do entrevistado explicar o significado da palavra motivao.

    C) so utilizados diversos recursos da linguagem literria, tais como a metfora e a metonmia.

    D) o entrevistado deseja informar de modo objetivo o jornalista sobre as etapas de produo de um livro.

    E) o principal objetivo do entrevistado evidenciar seu sentimento com relao ao processo de produo de um livro.

    Questo 101.

    Quanto s variantes lingusticas presentes no texto, a norma padro da lngua portuguesa rigorosamente obedecida por meio

    A) do emprego do pronome demonstrativo esse em Por que o senhor publicou esse livro?.

    B) do emprego do pronome pessoal oblquo em Meu filho, um escritor publica um livro para parar de escrev-lo!.

    C) do emprego do pronome possessivo sua em Qual foi sua maior motivao?.

    D) do emprego do vocativo Meu filho, que confere fala distanciamento do interlocutor.

    E) da necessria repetio do conectivo no ltimo quadrinho.

  • infoEnem Enem 2009 5

    Questo 102.

    Gnero dramtico aquele em que o artista usa como intermediria entre si e o pblico a representao. A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ao. A pea teatral , pois, uma composio literria destinada apresentao por atores em um palco, atuando e dialogando entre si. O texto dramtico complementado pela atuao dos atores no espetculo teatral e possui uma estrutura especfica, caracterizada: 1) pela presena de personagens que devem estar ligados com lgica uns aos outros e ao; 2) pela ao dramtica (trama, enredo), que o conjunto de atos dramticos, maneiras de ser e de agir das personagens encadeadas unidade do efeito e segundo uma ordem composta de exposio, conflito, complicao, clmax e desfecho; 3) pela situao ou ambiente, que o conjunto de circunstncias fsicas, sociais, espirituais em que se situa a ao; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua interpretao real por meio da representao.

    COUTINHO, A. Notas de teoria literria. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1973 (adaptado).

    Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um espetculo teatral, conclui-se que

    A) a criao do espetculo teatral apresenta-se como um fenmeno de ordem individual, pois no possvel sua concepo de forma coletiva.

    B) o cenrio onde se desenrola a ao cnica concebido e construdo pelo cengrafo de modo autnomo e independente do tema da pea e do trabalho interpretativo dos atores.

    C) o texto cnico pode originar-se dos mais variados gneros textuais, como contos, lendas, romances, poesias, crnicas, notcias, imagens e fragmentos textuais, entre outros.

    D) o corpo do ator na cena tem pouca importncia na comunicao teatral, visto que o mais importante a expresso verbal, base da comunicao cnica em toda a trajetria do teatro at os dias atuais.

    E) a iluminao e o som de um espetculo cnico independem do processo de produo/recepo do espetculo teatral, j que se trata de linguagens artsticas diferentes, agregadas posteriormente cena teatral.

    Questo 103.

    Sade, no modelo atual de qualidade de vida, o resultado das condies de alimentao, habitao, educao, renda, trabalho, transporte, lazer, servios mdicos e acesso atividade fsica regular. Quanto ao acesso atividade fsica, um dos elementos essenciais a aptido fsica, entendida como a capacidade de a pessoa utilizar seu corpo incluindo msculos, esqueleto, corao, enfim, todas as partes , de forma eficiente em suas atividades cotidianas; logo, quando se avalia a sade de uma pessoa, a aptido fsica deve ser levada em conta.

    A partir desse contexto, considera-se que uma pessoa tem boa aptido fsica quando

    A) apresenta uma postura regular.

    B) pode se exercitar por perodos curtos de tempo.

    C) pode desenvolver as atividades fsicas do dia-a-dia, independentemente de sua idade.

    D) pode executar suas atividades do dia a dia com vigor, ateno e uma fadiga de moderada a intensa.

    E) pode exercer atividades fsicas no final do dia, mas suas reservas de energia so insuficientes para atividades intelectuais.

    Questo 104.

    Diferentemente do texto escrito, que em geral compele os leitores a lerem numa onda linear da esquerda para a direita e de cima para baixo, na pgina impressa hipertextos encorajam os leitores a moverem-se de um bloco de texto a outro, rapidamente e no sequencialmente. Considerando que o hipertexto oferece uma multiplicidade de caminhos a seguir, podendo ainda o leitor incorporar seus caminhos e suas decises como novos caminhos, inserindo informaes novas, o leitor-navegador passa a ter um papel mais ativo e uma oportunidade diferente da de um leitor de texto impresso. Dificilmente dois leitores de hipertextos faro os mesmos caminhos e tomaro as mesmas decises.

    MARCUSCHI, L. A. Cognio, linguagem e prticas interacionais. Rio: Lucerna, 2007.

    No que diz respeito relao entre o hipertexto e o conhecimento por ele produzido, o texto apresentado deixa claro que o hipertexto muda a noo tradicional de autoria, porque

    A) o leitor que constri a verso final do texto.

    B) o autor detm o controle absoluto do que escreve.

    C) aclara os limites entre o leitor e o autor.

    D) propicia um evento textual-interativo em que apenas o autor ativo.

    E) s o autor conhece o que eletronicamente se dispe para o leitor.

  • infoEnem Enem 2009 6

    Questo 105.

    ITURRUSGARAI, A. La Vie en Rose. Folha de S.Paulo, 11 ago. 2007.

    Os quadrinhos exemplificam que as Histrias em Quadrinhos constituem um gnero textual

    A) em que a imagem pouco contribui para facilitar a interpretao da mensagem contida no texto, como pode ser constatado no primeiro quadrinho.

    B) cuja linguagem se caracteriza por ser rpida e clara, que facilita a compreenso, como se percebe na fala do segundo quadrinho: < BR> .

    C) em que o uso de letras com espessuras diversas est ligado a sentimentos expressos pelos personagens, como pode ser percebido no ltimo quadrinho.

    D) que possui em seu texto escrito caractersticas prximas a uma conversao face a face, como pode ser percebido no segundo quadrinho.

    E) que a localizao casual dos bales nos quadrinhos expressa com clareza a sucesso cronolgica da histria, como pode ser percebido no segundo quadrinho.

    Questo 106.

    A partir da metade do sculo XX, ocorreu um conjunto de transformaes econmicas e sociais cuja dimenso difcil de ser mensurada: a chamada exploso da informao. Embora essa expresso tenha surgido no contexto da informao cientfica e tecnolgica, seu significado, hoje, em um contexto mais geral, atinge propores gigantescas. Por estabelecerem novas formas de pensamento e mesmo de lgica, a informtica e a Internet vm gerando impactos sociais e culturais importantes. A disseminao do microcomputador e a expanso da Internet vm acelerando o processo de globalizao tanto no sentido do mercado quanto no sentido das trocas simblicas possveis entre

    sociedades e culturas diferentes, o que tem provocado e acelerado o fenmeno de hibridizao amplamente caracterizado como prprio da ps-modernidade.

    FERNANDES, M. F.; PAR, T. A contribuio das novas tecnologias da informao na gerao de conhecimento. Disponvel

    em: http://www.coep.ufrj.br. Acesso em: 11 ago. 2009 (adaptado).

    Considerando-se o novo contexto social e econmico aludido no texto apresentado, as novas tecnologias de informao e comunicao

    A) desempenham importante papel, porque sem elas no seria possvel registrar os acontecimentos histricos.

    B) facilitam os processos educacionais para ensino de tecnologia, mas no exercem influncia nas cincias humanas.

    C) limitam-se a dar suporte aos meios de comunicao, facilitando sobretudo os trabalhos jornalsticos.

    D) contribuem para o desenvolvimento social, pois permitem o registro e a disseminao do conhecimento de forma mais democrtica e interativa.

    E) esto em estgio experimental, particularmente na educao, rea em que ainda no demonstraram potencial produtivo.

    Textos para as questes 107 e 108

    Texto I

    praticamente impossvel imaginarmos nossas vidas sem o plstico. Ele est presente em embalagens de alimentos, bebidas e remdios, alm de eletrodomsticos, automveis etc. Esse uso ocorre devido sua atoxicidade e inrcia, isto : quando em contato com outras substncias, o plstico no as contamina; ao contrrio, protege o produto embalado. Outras duas grandes vantagens garantem o uso dos plsticos em larga escala: so leves, quase no alteram o peso do material embalado, e so 100% reciclveis, fato que, infelizmente, no aproveitado, visto que, em todo o mundo, a percentagem de plstico reciclado, quando comparado ao total produzido, ainda irrelevante.

    Revista Me Terra. Minuano, ano I, n. 6 (adaptado).

    Texto II

    Sacolas plsticas so leves e voam ao vento. Por isso, elas entopem esgotos e bueiros, causando enchentes. So encontradas at no estmago de tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos, mortos por sufocamento.

    Sacolas plsticas descartveis so gratuitas para os consumidores, mas tm um custo incalculvel para o meio ambiente.

    Veja, 8 jul. 2009. Fragmentos de texto publicitrio do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.

    Questo 107.

    Em contraste com o texto I, no texto II so empregadas, predominantemente, estratgias argumentativas que

  • infoEnem Enem 2009 7

    A) atraem o leitor por meio de previses para o futuro.

    B) apelam emoo do leitor, mencionando a morte de animais.

    C) orientam o leitor a respeito dos modos de usar conscientemente as sacolas plsticas.

    D) intimidam o leitor com as nocivas consequncias do uso indiscriminado de sacolas plsticas.

    E) recorrem informao, por meio de constataes, para convencer o leitor a evitar o uso de sacolas plsticas.

    Questo 108.

    Na comparao dos textos, observa-se que

    A) o texto I apresenta um alerta a respeito do efeito da reciclagem de materiais plsticos; o texto II justifica o uso desse material reciclado.

    B) o texto I tem como objetivo precpuo apresentar a versatilidade e as vantagens do uso do plstico na contemporaneidade; o texto II objetiva alertar os consumidores sobre os problemas ambientais decorrentes de embalagens plsticas no recicladas.

    C) o texto I expe vantagens, sem qualquer ressalva, do uso do plstico; o texto II busca convencer o leitor a evitar o uso de embalagens plsticas.

    D) o texto I ilustra o posicionamento de fabricantes de embalagens plsticas, mostrando por que elas devem ser usadas; o texto II ilustra o posicionamento de consumidores comuns, que buscam praticidade e conforto.

    E) o texto I apresenta um alerta a respeito da possibilidade de contaminao de produtos orgnicos e industrializados decorrente do uso de plstico em suas embalagens; o texto II apresenta vantagens do consumo de sacolas plsticas: leves, descartveis e gratuitas.

    Questo 109.

    BROWNE, C. Hagar, o horrvel. Jornal O GLOBO, Segundo Caderno. 20 fev. 2009.

    A linguagem da tirinha revela

    A) o uso de expresses lingusticas e vocabulrios prprios de pocas antigas.

    B) o uso de expresses lingusticas inseridas no registro mais formal da lngua.

    C) o carter coloquial expresso pelo uso do tempo verbal no segundo quadrinho.

    D) o uso de um vocabulrio especfico para situaes comunicativas de emergncia.

    E) a inteno comunicativa dos personagens: a de estabelecer a hierarquia entre eles.

    Questo 110.

    O "Portal Domnio Pblico", lanado em novembro de 2004, prope o compartilhamento de conhecimentos de forma equnime e gratuita, colocando disposio de todos os usurios da Internet, uma biblioteca virtual que dever constituir referncia para professores, alunos, pesquisadores e para a populao em geral. Esse portal constitui um ambiente virtual que permite a coleta, a integrao, a preservao e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu principal objetivo o de promover o amplo acesso s obras literrias, artsticas e cientficas (na forma de textos, sons, imagens e vdeos), j em domnio pblico ou que tenham a sua divulgao devidamente autorizada.

    BRASIL. Ministrio da Educao. Disponvel em: http://www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2009 (adaptado).

    Considerando a funo social das informaes geradas nos sistemas de comunicao e informao, o ambiente virtual descrito no texto exemplifica

    A) a dependncia das escolas pblicas quanto ao uso de sistemas de informao.

    B) a ampliao do grau de interao entre as pessoas, a partir de tecnologia convencional.

    C) a democratizao da informao, por meio da disponibilizao de contedo cultural e cientfico sociedade.

    D) a comercializao do acesso a diversas produes culturais nacionais e estrangeiras via tecnologia da informao e da comunicao.

    E) a produo de repertrio cultural direcionado a acadmicos e educadores.

    Questo 111.

    Cuitelinho

    Cheguei na bera do porto

    Onde as onda se espaia.

    As gara d meia volta,

    Senta na bera da praia.

    E o cuitelinho no gosta

    Que o boto da rosa caia.

    Quando eu vim da minha terra,

    Despedi da parentaia.

    Eu entrei em Mato Grosso,

  • infoEnem Enem 2009 8

    Dei em terras paraguaia.

    L tinha revoluo,

    Enfrentei fortes bataia.

    A tua saudade corta

    Como o ao de navaia.

    O corao fica aflito,

    Bate uma e outra faia.

    E os oio se enche dgua

    Que at a vista se atrapaia.

    Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antnio Xand. BORTONI-RICARDO, S. M. Educao em lngua materna.

    So Paulo: Parbola, 2004.

    Transmitida por geraes, a cano Cuitelinho manifesta aspectos culturais de um povo, nos quais se inclui sua forma de falar, alm de registrar um momento histrico.

    Depreende-se disso que a importncia em preservar a produo cultural de uma nao consiste no fato de que produes como a cano Cuitelinho evidenciam a

    A) recriao da realidade brasileira de forma ficcional.

    B) criao neolgica na lngua portuguesa.

    C) formao da identidade nacional por meio da tradio oral.

    D) incorreo da lngua portuguesa que falada por pessoas do interior do Brasil.

    E) padronizao de palavras que variam regionalmente, mas possuem mesmo significado.

    Questo 112.

    ECKHOUT, A. ndio Tapuia (1610-1666). Disponvel em: http://www.diaadia.pr.gov.br. Acesso em: 9 jul. 2009.

    A feio deles serem pardos, maneira davermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos.

    Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E esto acerca disso com tanta inocncia como tm em mostrar o rosto.

    CAMINHA, P. V. A carta. Disponvel em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 12 ago. 2009.

    Ao se estabelecer uma relao entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de Caminha, conclui-se que

    A) ambos se identificam pelas caractersticas estticas marcantes, como tristeza e melancolia, do movimento romntico das artes plsticas.

    B) o artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto, representando-o de maneira realista, ao passo que o texto apenas fantasioso.

    C) a pintura e o texto tm uma caracterstica em comum, que representar o habitante das terras que sofreriam processo colonizador.

    D) o texto e a pintura so baseados no contraste entre a cultura europeia e a cultura indgena.

    E) h forte direcionamento religioso no texto e na pintura, uma vez que o ndio representado objeto da catequizao jesutica.

    Questo 113.

    As tecnologias de informao e comunicao (TIC) vieram aprimorar ou substituir meios tradicionais de comunicao e armazenamento de informaes, tais como o rdio e a TV analgicos, os livros, os telgrafos, o fax etc. As novas bases tecnolgicas so mais poderosas e versteis, introduziram fortemente a possibilidade de comunicao interativa e esto presentes em todos os meios produtivos da atualidade. As novas TIC vieram acompanhadas da chamada Digital Divide, Digital Gap ou Digital Exclusion, traduzidas para o portugus como Diviso Digital ou Excluso Digital, sendo, s vezes, tambm usados os termos Brecha Digital ou Abismo Digital. Nesse contexto, a expresso Diviso Digital refere-se a

    A) uma classificao que caracteriza cada uma das reas nas quais as novas TIC podem ser aplicadas, relacionando os padres de utilizao e exemplificando o uso dessas TIC no mundo moderno.

    B) uma relao das reas ou subreas de conhecimento que ainda no foram contempladas com o uso das novas tecnologias digitais, o que caracteriza uma brecha tecnolgica que precisa ser minimizada.

    C) uma enorme diferena de desempenho entre os empreendimentos que utilizam as tecnologias digitais e aqueles que permaneceram usando mtodos e tcnicas analgicas.

    D) um aprofundamento das diferenas sociais j existentes, uma vez que se torna difcil a aquisio de conhecimentos e habilidades fundamentais pelas populaes menos favorecidas nos novos meios produtivos.

  • infoEnem Enem 2009 9

    E) uma proposta de educao para o uso de novas pedagogias com a finalidade de acompanhar a evoluo das mdias e orientar a produo de material pedaggico com apoio de computadores e outras tcnicas digitais.

    Questo 114.

    Voc sabia que as metrpoles so as grandes consumidoras dos produtos feitos com recursos naturais da Amaznia? Voc pode diminuir os impactos floresta adquirindo produtos com selos de certificao. Eles so encontrados em itens que vo desde lpis e embalagens de papelo at mveis, cosmticos e materiais de construo. Para receber os selos esses produtos devem ser fabricados sob 10 princpios ticos, entre eles o respeito legislao ambiental e aos direitos de povos indgenas e populaes que vivem em nossas matas nativas.

    Vida simples. Ed. 74, dez. 2008.

    O texto e a imagem tm por finalidade induzir o leitor a uma mudana de comportamento a partir do(a)

    A) consumo de produtos naturais provindos da Amaznia.

    B) cuidado na hora de comprar produtos alimentcios.

    C) verificao da existncia do selo de padronizao de produtos industriais.

    D) certificao de que o produto foi fabricado de acordo com os princpios ticos.

    E) verificao da garantia de tratamento dos recursos naturais utilizados em cada produto.

    Questo 115.

    A dana importante para o ndio preparar o corpo e a garganta e significa energia para o corpo, que fica robusto. Na aldeia, para preparo fsico, danamos desde cinco horas da manh at seis horas da tarde, passa-se o dia inteiro danando quando os padrinhos planejam a dana dos adolescentes. O padrinho como um professor, um preparador fsico dos adolescentes. Por exemplo, o padrinho sonha com um determinado canto e planeja para todos entoarem. Todos os tipos de dana vm dos primeiros xavantes: Wamardzadadzeiwaw, Butswaw, Tseretomodzatsewaw, que foram descobrindo atravs da sabedoria como iria ser a cultura Xavante. At hoje existe essa cultura, essa celebrao. Quando o adolescente fura a orelha obrigatrio ele danar toda a noite, tem de acordar

    meia-noite para danar e cantar, obrigatrio, eles vo chamando um ao outro com um grito especial.

    WR' TSI'RB, E. A dana e o canto-celebrao da existncia xavante. VIS-Revista do Programa de Ps-Graduao em Arte da UnB.

    V. 5, n. 2, dez. 2006.

    A partir das informaes sobre a dana Xavante, conclui-se que o valor da diversidade artstica e da tradio cultural apresentados originam-se da

    A) iniciativa individual do indgena para a prtica da dana e do canto.

    B) excelente forma fsica apresentada pelo povo Xavante.

    C) multiculturalidade presente na sua manifestao cnica.

    D) inexistncia de um planejamento da esttica da dana, caracterizada pelo ineditismo.

    E) preservao de uma identidade entre a gestualidade ancestral e a novidade dos cantos a serem entoados.

    Texto para as questes 116 e 117

    BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Jos Aguilar, 1967.

    Questo 116.

    Predomina no texto a funo da linguagem

    A) ftica, porque o autor procura testar o canal de comunicao.

    B) metalingustica, porque h explicao do significado das expresses.

    C) conativa, uma vez que o leitor provocado a participar de uma ao.

  • infoEnem Enem 2009 10

    D) referencial, j que so apresentadas informaes sobre acontecimentos e fatos reais.

    E) potica, pois chama-se a ateno para a elaborao especial e artstica da estrutura do texto.

    Questo 117.

    Na estruturao do texto, destaca-se

    A) a construo de oposies semnticas.

    B) a apresentao de ideias de forma objetiva.

    C) o emprego recorrente de figuras de linguagem, como o eufemismo.

    D) a repetio de sons e de construes sintticas semelhantes.

    E) a inverso da ordem sinttica das palavras.

    Questo 118.

    Teatro do Oprimido um mtodo teatral que sistematiza exerccios, jogos e tcnicas teatrais elaboradas pelo teatrlogo brasileiro Augusto Boal, recentemente falecido, que visa desmecanizao fsica e intelectual de seus praticantes. Partindo do princpio de que a linguagem teatral no deve ser diferenciada da que usada cotidianamente pelo cidado comum (oprimido), ele prope condies prticas para que o oprimido se aproprie dos meios do fazer teatral e, assim, amplie suas possibilidades de expresso. Nesse sentido, todos podem desenvolver essa linguagem e, consequentemente, fazer teatro. Trata-se de um teatro em que o espectador convidado a substituir o protagonista e mudar a conduo ou mesmo o fim da histria, conforme o olhar interpretativo e contextualizado do receptor.

    Companhia Teatro do Oprimido. Disponvel em: www.ctorio.org.br. Acesso em: 1 jul. 2009 (adaptado).

    Considerando-se as caractersticas do Teatro do Oprimido apresentadas, conclui-se que

    A) esse modelo teatral um mtodo tradicional de fazer teatro que usa, nas suas aes cnicas, a linguagem rebuscada e hermtica falada normalmente pelo cidado comum.

    B) a forma de recepo desse modelo teatral se destaca pela separao entre atores e pblico, na qual os atores representam seus personagens e a plateia assiste passivamente ao espetculo.

    C) sua linguagem teatral pode ser democratizada e apropriada pelo cidado comum, no sentido de proporcionar-lhe autonomia crtica para compreenso e interpretao do mundo em que vive.

    D) o convite ao espectador para substituir o protagonista e mudar o fim da histria evidencia que a proposta de Boal se aproxima das regras do teatro tradicional para a preparao de atores.

    E) a metodologia teatral do Teatro do Oprimido segue a concepo do teatro clssico aristotlico, que visa desautomao fsica e intelectual de seus praticantes.

    Questo 119.

    Texto I

    O professor deve ser um guia seguro, muito senhor de sua lngua; se outra for a orientao, vamos cair na lngua brasileira, refgio nefasto e confisso nojenta de ignorncia do idioma ptrio, recurso vergonhoso de homens de cultura falsa e de falso patriotismo. Como havemos de querer que respeitem a nossa nacionalidade se somos os primeiros a descuidar daquilo que exprime e representa o idioma ptrio?

    ALMEIDA, N. M. Gramtica metdica da lngua portuguesa. Prefcio. So Paulo: Saraiva, 1999 (adaptado).

    Texto II

    Alguns leitores podero achar que a linguagem desta Gramtica se afasta do padro estrito usual neste tipo de livro. Assim, o autor escreve tenho que reformular, e no tenho de reformular; pode-se colocar dois constituintes, e no podem-se colocar dois constituintes; e assim por diante. Isso foi feito de caso pensado, com a preocupao de aproximar a linguagem da gramtica do padro atual brasileiro presente nos textos tcnicos e jornalsticos de nossa poca.

    REIS, N. Nota do editor. PERINI, M. A. Gramtica descritiva do portugus. So Paulo: tica, 1996.

    Confrontando-se as opinies defendidas nos dois textos, conclui-se que

    A) ambos os textos tratam da questo do uso da lngua com o objetivo de criticar a linguagem do brasileiro.

    B) os dois textos defendem a ideia de que o estudo da gramtica deve ter o objetivo de ensinar as regras prescritivas da lngua.

    C) a questo do portugus falado no Brasil abordada nos dois textos, que procuram justificar como correto e aceitvel o uso coloquial do idioma.

    D) o primeiro texto enaltece o padro estrito da lngua, ao passo que o segundo defende que a linguagem jornalstica deve criar suas prprias regras gramaticais.

    E) o primeiro texto prega a rigidez gramatical no uso da lngua, enquanto o segundo defende uma adequao da lngua escrita ao padro atual brasileiro.

    Questo 120.

    No decnio de 1870, Franklin Tvora defendeu a tese de que no Brasil havia duas literaturas independentes dentro da mesma lngua: uma do Norte e outra do Sul, regies segundo ele muito diferentes por formao histrica, composio tnica, costumes, modismos lingusticos etc. Por isso, deu aos romances regionais que publicou o ttulo geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um escritor gacho, Viana Moog, procurou mostrar com bastante engenho que no Brasil h, em verdade, literaturas setoriais diversas, refletindo as caractersticas locais.

    CANDIDO, A. A nova narrativa. A educao pela noite e outros ensaios. So Paulo: tica, 2003.

  • infoEnem Enem 2009 11

    Com relao valorizao, no romance regionalista brasileiro, do homem e da paisagem de determinadas regies nacionais, sabe-se que

    A) o romance do Sul do Brasil se caracteriza pela temtica essencialmente urbana, colocando em relevo a formao do homem por meio da mescla de caractersticas locais e dos aspectos culturais trazidos de fora pela imigrao europeia.

    B) Jos de Alencar, representante, sobretudo, do romance urbano, retrata a temtica da urbanizao das cidades brasileiras e das relaes conflituosas entre as raas.

    C) o romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentuado realismo no uso do vocabulrio, pelo temrio local, expressando a vida do homem em face da natureza agreste, e assume frequentemente o ponto de vista dos menos favorecidos.

    D) a literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes Machado de Assis, pe em relevo a formao do homem brasileiro, o sincretismo religioso, as razes africanas e indgenas que caracterizam o nosso povo.

    E) rico Verssimo, Rachel de Queiroz, Simes Lopes Neto e Jorge Amado so romancistas das dcadas de 30 e 40 do sculo XX, cuja obra retrata a problemtica do homem urbano em confronto com a modernizao do pas promovida pelo Estado Novo.

    Texto para as questes 121 e 122

    Quando eu falo com vocs, procuro usar o cdigo de vocs. A figura do ndio no Brasil de hoje no pode ser aquela de 500 anos atrs, do passado, que representa aquele primeiro contato. Da mesma forma que o Brasil de hoje no o Brasil de ontem, tem 160 milhes de pessoas com diferentes sobrenomes. Vieram para c asiticos, europeus, africanos, e todo mundo quer ser brasileiro. A importante pergunta que ns fazemos : qual o pedao de ndio que vocs tm? O seu cabelo? So seus olhos? Ou o nome da sua rua? O nome da sua praa? Enfim, vocs devem ter um pedao de ndio dentro de vocs. Para ns, o importante que vocs olhem para a gente como seres humanos, como pessoas que nem precisam de paternalismos, nem precisam ser tratadas com privilgios. Ns no queremos tomar o Brasil de vocs, ns queremos compartilhar esse Brasil com vocs.

    TERENA, M. Debate. MORIN, E. Saberes globais e saberes locais. Rio de Janeiro: Garamond, 2000 (adaptado).

    Questo 121.

    Os procedimentos argumentativos utilizados no texto permitem inferir que o ouvinte/leitor, no qual o emissor foca o seu discurso, pertence

    A) ao mesmo grupo social do falante/autor.

    B) a um grupo de brasileiros considerados como no ndios.

    C) a um grupo tnico que representa a maioria europeia que vive no pas.

    D) a um grupo formado por estrangeiros que falam portugus.

    E) a um grupo sociocultural formado por brasileiros naturalizados e imigrantes.

    Questo 122.

    Na situao de comunicao da qual o texto foi retirado, a norma padro da lngua portuguesa empregada com a finalidade de

    A) demonstrar a clareza e a complexidade da nossa lngua materna.

    B) situar os dois lados da interlocuo em posies simtricas.

    C) comprovar a importncia da correo gramatical nos dilogos cotidianos.

    D) mostrar como as lnguas indgenas foram incorporadas lngua portuguesa.

    E) ressaltar a importncia do cdigo lingustico que adotamos como lngua nacional.

    Questo 123.

    Se os tubares fossem homens

    Se os tubares fossem homens, eles seriam mais gentis com os peixes pequenos?

    Certamente, se os tubares fossem homens, fariam construir resistentes gaiolas no mar para os peixes equenos, com todo o tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre gua fresca e adotariam todas as providncias sanitrias.

    Naturalmente haveria tambm escolas nas gaiolas. Nas aulas, os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubares. Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia para localizar os grandes tubares deitados preguiosamente por a. A aula principal seria, naturalmente, a formao moral dos peixinhos. A eles seria ensinado que o ato mais grandioso e mais sublime o sacrifcio alegre de um peixinho e que todos deveriam acreditar nos tubares, sobretudo quando estes dissessem que cuidavam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro s estaria garantido se aprendessem a obedincia.

    Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos seria condecorado com uma pequena Ordem das Algas e receberia o ttulo de heri.

    BRECHT, B. Histrias do Sr. Keuner. So Paulo: Ed. 34, 2006 (adaptado).

    Como produo humana, a literatura veicula valores que nem sempre esto representados diretamente no texto, mas so transfigurados pela linguagem literria e podem at entrar em contradio com as convenes sociais e revelar o quanto a sociedade perverteu os valores humanos que ela prpria criou. o que ocorre na narrativa do dramaturgo alemo Bertolt Brecht mostrada. Por meio da hiptese apresentada, o autor

    A) demonstra o quanto a literatura pode ser alienadora ao retratar, de modo positivo, as relaes de opresso existentes na sociedade.

  • infoEnem Enem 2009 12

    B) revela a ao predatria do homem no mar, questionando a utilizao dos recursos naturais pelo homem ocidental.

    C) defende que a fora colonizadora e civilizatria do homem ocidental valorizou a organizao das sociedades africanas e asiticas, elevando-as ao modo de organizao cultural e social da sociedade moderna.

    D) questiona o modo de organizao das sociedades ocidentais capitalistas, que se desenvolveram fundamentadas nas relaes de opresso em que os mais fortes exploram os mais fracos.

    E) evidencia a dinmica social do trabalho coletivo em que os mais fortes colaboram com os mais fracos, de modo a gui-los na realizao de tarefas.

    Questo 124.

    Oximoro, ou paradoxismo, uma figura de retrica em que se combinam palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto, reforam a expresso.

    Dicionrio Eletrnico Houaiss da Lngua Portuguesa.

    Considerando a definio apresentada, o fragmento potico da obra Cantares, de Hilda Hilst, publicada em 2004, em que pode ser encontrada a referida figura de retrica :

    A) Dos dois contemplo

    rigor e fixidez.

    Passado e sentimento

    me contemplam (p. 91).

    B) De sol e lua

    De fogo e vento

    Te enlao (p. 101).

    C) Areia, vou sorvendo

    A gua do teu rio (p. 93).

    D) Ritualiza a matana

    de quem s te deu vida.

    E me deixa viver

    nessa que morre (p. 62).

    E) O bisturi e o verso.

    Dois instrumentos

    entre as minhas mos (p. 95).

    Questo 125.

    Veja, 7 maio 1997.

    Na parte superior do anncio, h um comentrio escrito mo que aborda a questo das atividades lingusticas e sua relao com as modalidades oral e escrita da lngua.

    Esse comentrio deixa evidente uma posio crtica quanto a usos que se fazem da linguagem, enfatizando ser necessrio

    A) implementar a fala, tendo em vista maior desenvoltura, naturalidade e segurana no uso da lngua.

    B) conhecer gneros mais formais da modalidade oral para a obteno de clareza na comunicao oral e escrita.

    C) dominar as diferentes variedades do registro oral da lngua portuguesa para escrever com adequao, eficincia e correo.

    D) empregar vocabulrio adequado e usar regras da norma padro da lngua em se tratando da modalidade escrita.

    E) utilizar recursos mais expressivos e menos desgastados da variedade padro da lngua para se expressar com alguma segurana e sucesso.

  • infoEnem Enem 2009 13

    Texto para as questes 126 e 127

    BRASIL. Ministrio da Sade. Revista Nordeste, Joo Pessoa, ano 3, n. 35, maio/jun. 2009.

    Questo 126.

    O texto exemplifica um gnero textual hbrido entre carta e publicidade oficial. Em seu contedo, possvel perceber aspectos relacionados a gneros digitais. Considerando-se a funo social das informaes geradas nos sistemas de comunicao e informao presentes no texto, infere-se que

    A) a utilizao do termo download indica restrio de leitura de informaes a respeito de formas de combate dengue.

    B) a diversidade dos sistemas de comunicao empregados e mencionados reduz a possibilidade de acesso s informaes a respeito do combate dengue.

    C) a utilizao do material disponibilizado para download no site www.combatadengue.com.br restringe-se ao receptor da publicidade.

    D) a necessidade de atingir pblicos distintos se revela por meio da estratgia de disponibilizao de informaes empregada pelo emissor.

    E) a utilizao desse gnero textual compreende, no prprio texto, o detalhamento de informaes a respeito de formas de combate dengue.

    Questo 127.

    Diante dos recursos argumentativos utilizados, depreende-se que o texto apresentado

    A) se dirige aos lderes comunitrios para tomarem a iniciativa de combater a dengue.

    B) conclama toda a populao a participar das estratgias de combate ao mosquito da dengue.

    C) se dirige aos prefeitos, conclamando-os a organizarem iniciativas de combate dengue.

    D) tem como objetivo ensinar os procedimentos tcnicos necessrios para o combate ao mosquito da dengue.

    E) apela ao governo federal, para que d apoio aos governos estaduais e municipais no combate ao mosquito da dengue.

    Questo 128.

    LINS, O. A partida. Melhores contos. Seleo e prefcio de Sandra Nitrini. So Paulo: Global, 2003.

    No texto, o personagem narrador, na iminncia da partida, descreve a sua hesitao em separar-se da av. Esse sentimento contraditrio fica claramente expresso no trecho:

    A) A princpio com tranquilidade, e logo com obstinao, quis novamente dormir (. 1-3).

    B) Restava-me, portanto, menos de duas horas, pois o trem chegaria s cinco (. 4-6).

    C) Calcei os sapatos, sentei-me um instante beira da cama (. 12-13).

    D) Partir, sem dizer nada, deixar quanto antes minhas cadeias de disciplina e amor (. 7-9).

    E) Deveria fugir ou falar com ela? Ora, algumas palavras... (. 14-15).

    Questo 129.

    Serafim da Silva Neto defendia a tese da unidade da lngua portuguesa no Brasil, entrevendo que no Brasil as delimitaes dialetais espaciais no eram to marcadas como as isoglossas1 da Romnia Antiga. Mas Paul Teyssier, na sua Histria da Lngua Portuguesa, reconhece que na diversidade socioletal essa pretensa unidade se desfaz. Diz Teyssier:

    A realidade, porm, que as divises dialetais no Brasil so menos geogrficas que socioculturais. As diferenas na maneira de falar so maiores, num determinado lugar, entre um homem culto e o vizinho

  • infoEnem Enem 2009 14

    analfabeto que entre dois brasileiros do mesmo nvel cultural originrios de duas regies distantes uma da outra.

    SILVA, R. V. M. O portugus brasileiro e o portugus europeu contemporneo: alguns aspectos da diferena. Disponvel em:

    www.uniroma.it. Acesso em: 23 jun. 2008.

    1 isoglossa linha imaginria que, em um mapa, une os pontos de ocorrncia de traos e fenmenos lingusticos idnticos.

    FERREIRA, A. B. H. Novo dicionrio Aurlio da lngua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

    De acordo com as informaes presentes no texto, os pontos de vista de Serafim da Silva Neto e de Paul Teyssier convergem em relao

    A) influncia dos aspectos socioculturais nas diferenas dos falares entre indivduos, pois ambos consideram que pessoas de mesmo nvel sociocultural falam de forma semelhante.

    B) delimitao dialetal no Brasil assemelhar-se ao que ocorria na Romnia Antiga, pois ambos consideram a variao lingustica no Brasil como decorrente de aspectos geogrficos.

    C) variao sociocultural entre brasileiros de diferentes regies, pois ambos consideram o fator sociocultural de bastante peso na constituio das variedades lingusticas no Brasil.

    D) diversidade da lngua portuguesa na Romnia Antiga, que at hoje continua a existir, manifestando-se nas variantes lingusticas do portugus atual no Brasil.

    E) existncia de delimitaes dialetais geogrficas pouco marcadas no Brasil, embora cada um enfatize aspectos diferentes da questo.

    Questo 130.

    Nestes ltimos anos, a situao mudou bastante e o Brasil, normalizado, j no nos parece to mtico, no bem e no mal. Houve um mtuo reconhecimento entre os dois pases de expresso portuguesa de um lado e do outro do Atlntico: o Brasil descobriu Portugal e Portugal, em um retorno das caravelas, voltou a descobrir o Brasil e a ser, por seu lado, colonizado por expresses lingusticas, as telenovelas, os romances, a poesia, a comida e as formas de tratamento brasileiros. O mesmo, embora em nvel superficial, dele excludo o plano da lngua, aconteceu com a Europa, que, depois da dispora dos anos 70, depois da insero na cultura da bossa-nova e da msica popular brasileira, da problemtica ecolgica centrada na Amaznia, ou da problemtica social emergente do fenmeno dos meninos de rua, e at do libi ocultista dos romances de Paulo Coelho, continua todos os dias a descobrir, no bem e no mal, o novo Brasil. Se, no fim do sculo XIX, Slvio Romero definia a literatura brasileira como manifestao de um pas mestio, ser fcil para ns defini-la como expresso de um pas polifnico: em que j no determinante o eixo Rio-So Paulo, mas que, em cada regio, desenvolve originalmente a sua unitria e particular tradio cultural. esse, para ns,

    no incio do sculo XXI, o novo estilo brasileiro.

    STEGAGNO-PICCHIO, L. Histria da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004 (adaptado).

    No texto, a autora mostra como o Brasil, ao longo de sua histria, foi, aos poucos, construindo uma identidade cultural e literria relativamente autnoma frente identidade europeia, em geral, e portuguesa em particular. Sua anlise pressupe, de modo especial, o papel do patrimnio literrio e lingustico, que favoreceu o surgimento daquilo que ela chama de estilo brasileiro.

    Diante desse pressuposto, e levando em considerao o texto e as diferentes etapas de consolidao da cultura brasileira, constata-se que

    A) o Brasil redescobriu a cultura portuguesa no sculo XIX, o que o fez assimilar novos gneros artsticos e culturais, assim como usos originais do idioma, conforme ilustra o caso do escritor Machado de Assis.

    B) a Europa reconheceu a importncia da lngua portuguesa no mundo, a partir da projeo que poetas brasileiros ganharam naqueles pases, a partir do sculo XX.

    C) ocorre, no incio do sculo XXI, promovido pela solidificao da cultura nacional, maior reconhecimento do Brasil por ele mesmo, tanto nos aspectos positivos quanto nos negativos.

    D) o Brasil continua sendo, como no sculo XIX, uma nao culturalmente mestia, embora a expresso dominante seja aquela produzida no eixo Rio-So Paulo, em especial aquela ligada s telenovelas.

    E) o novo estilo cultural brasileiro se caracteriza por uma unio bastante significativa entre as diversas matrizes culturais advindas das vrias regies do pas, como se pode comprovar na obra de Paulo Coelho.

    Questo 131.

    Compare os textos I e II a seguir, que tratam de aspectos ligados a variedades da lngua portuguesa no mundo e no Brasil.

    Texto I

    Acompanhando os navegadores, colonizadores e comerciantes portugueses em todas as suas incrveis viagens, a partir do sculo XV, o portugus se transformou na lngua de um imprio. Nesse processo, entrou em contato forado, o mais das vezes; amigvel, em alguns casos com as mais diversas lnguas, passando por processos de variao e de mudana lingustica. Assim, contar a histria do portugus do Brasil mergulhar na sua histria colonial e de pas independente, j que as lnguas no so mecanismos desgarrados dos povos que as utilizam. Nesse cenrio, so muitos os aspectos da estrutura lingustica que no s expressam a diferena entre Portugal e Brasil como tambm definem, no Brasil, diferenas regionais e sociais.

    PAGOTTO, E. P. Lnguas do Brasil. Disponvel em: http://cienciaecultura.bvs.br. Acesso em: 5 jul. 2009 (adaptado).

  • infoEnem Enem 2009 15

    Texto II

    Barbarismo vcio que se comete na escritura de cada uma das partes da construo ou na pronunciao. E em nenhuma parte da Terra se comete mais essa figura da pronunciao que nestes reinos, por causa das muitas naes que trouxemos ao jugo do nosso servio. Porque bem como os Gregos e Romanos haviam por brbaras todas as outras naes estranhas a eles, por no poderem formar sua linguagem, assim ns podemos dizer que as naes de frica, Guin, sia, Brasil barbarizam quando querem imitar a nossa.

    BARROS, J. Gramtica da lngua portuguesa. Porto: Porto Editora, 1957 (adaptado).

    Os textos abordam o contato da lngua portuguesa com outras lnguas e processos de variao e de mudana decorridos desse contato. Da comparao entre os textos, conclui-se que a posio de Joo de Barros (Texto II), em relao aos usos sociais da linguagem, revela

    A) atitude crtica do autor quanto gramtica que as naes a servio de Portugal possuam e, ao mesmo tempo, de benevolncia quanto ao conhecimento que os povos tinham de suas lnguas.

    B) atitude preconceituosa relativa a vcios culturais das naes sob domnio portugus, dado o interesse dos falantes dessa lnguas em copiar a lngua do imprio, o que implicou a falncia do idioma falado em Portugal.

    C) o desejo de conservar, em Portugal, as estruturas da variante padro da lngua grega em oposio s consideradas brbaras , em vista da necessidade de preservao do padro de correo dessa lngua poca.

    D) adeso concepo de lngua como entidade homognea e invarivel, e negao da ideia de que a lngua portuguesa pertence a outros povos.

    E) atitude crtica, que se estende prpria lngua portuguesa, por se tratar de sistema que no disporia de elementos necessrios para a plena insero sociocultural de falantes no nativos do portugus.

    Textos para as questes 132 e 133

    Texto I

    [...] j foi o tempo em que via a convivncia como vivel, s exigindo deste bem comum, piedosamente, o meu quinho, j foi o tempo em que consentia num contrato, deixando muitas coisas de fora sem ceder contudo no que me era vital, j foi o tempo em que reconhecia a existncia escandalosa de imaginados valores, coluna vertebral de toda ordem; mas no tive sequer o sopro necessrio, e, negado o respiro, me foi imposto o sufoco; esta conscincia que me libera, ela hoje que me empurra, so outras agora minhas preocupaes, hoje outro o meu universo de problemas; num mundo estapafrdio definitivamente fora de foco cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e voc que vive paparicando as cincias humanas, nem suspeita que paparica uma piada: impossvel ordenar o mundo dos valores, ningum arruma a casa do capeta; me recuso pois a pensar naquilo em que no mais acredito, seja o amor, a amizade, a famlia, a igreja, a humanidade; me

    lixo com tudo isso! me apavora ainda a existncia, mas no tenho medo de ficar sozinho, foi conscientemente que escolhi o exlio, me bastando hoje o cinismo dos grandes indiferentes [...].

    NASSAR, R. Um copo de clera. So Paulo: Comp anhia das Letras, 1992.

    Texto II

    Raduan Nassar lanou a novela Um Copo de Clera em 1978, fervilhante narrativa de um confronto verbal entre amantes, em que a fria das palavras cortantes se estilhaava no ar. O embate conjugal ecoava o autoritrio discurso do poder e da submisso de um Brasil que vivia sob o jugo da ditadura militar.

    COMODO, R. Um silncio inquietante. Isto. Disponvel em: http://www.terra.com.br. Acesso em: 15 jul. 2009.

    Questo 132.

    Na novela Um Copo de Clera, o autor lana mo de recursos estilsticos e expressivos tpicos da literatura produzida na dcada de 70 do sculo passado no Brasil, que, nas palavras do crtico Antonio Candido, aliam vanguarda esttica e amargura poltica. Com relao temtica abordada e concepo narrativa da novela, o texto I

    A) escrito em terceira pessoa, com narrador onisciente, apresentando a disputa entre um homem e uma mulher em linguagem sbria, condizente com a seriedade da temtica poltico-social do perodo da ditadura militar.

    B) articula o discurso dos interlocutores em torno de uma luta verbal, veiculada por meio de linguagem simples e objetiva, que busca traduzir a situao de excluso social do narrador.

    C) representa a literatura dos anos 70 do sculo XX e aborda, por meio de expresso clara e objetiva e de ponto de vista distanciado, os problemas da urbanizao das grandes metrpoles brasileiras.

    D) evidencia uma crtica sociedade em que vivem os personagens, por meio de fluxo verbal contnuo de tom agressivo.

    E) traduz, em linguagem subjetiva e intimista, a partir do ponto de vista interno, os dramas psicolgicos da mulher moderna, s voltas com a questo da priorizao do trabalho em detrimento da vida familiar e amorosa.

    Questo 133.

    Considerando-se os textos apresentados e o contexto poltico e social no qual foi produzida a obra Um Copo de Clera, verifica-se que o narrador, ao dirigir-se sua parceira, nessa novela, tece um discurso

    A) conformista, que procura defender as instituies nas quais repousava a autoridade do regime militar no Brasil, a saber: a Igreja, a famlia e o Estado.

    B) pacifista, que procura defender os ideais libertrios representativos da intelectualidade brasileira opositora ditadura militar na dcada de 70 do sculo passado.

  • infoEnem Enem 2009 16

    C) desmistificador, escrito em um discurso gil e contundente, que critica os grandes princpios humanitrios supostamente defendidos por sua interlocutora.

    D) politizado, pois apela para o engajamento nas causas sociais e para a defesa dos direitos humanos como uma nica forma de salvamento para a humanidade.

    E) contraditrio, ao acusar a sua interlocutora de compactuar com o regime repressor da ditadura militar, por meio da defesa de instituies como a famlia e a Igreja.

    Questo 134.

    Nunca se falou e se preocupou tanto com o corpo como nos dias atuais. comum ouvirmos anncios de uma nova academia de ginstica, de uma nova forma de dieta, de uma nova tcnica de autoconhecimento e outras prticas de sade alternativa, em sntese, vivemos nos ltimos anos a redescoberta do prazer, voltando nossas atenes ao nosso prprio corpo. Essa valorizao do prazer individualizante se estrutura em um verdadeiro culto ao corpo, em analogia a uma religio, assistimos hoje ao surgimento de novo universo: a corpolatria.

    CODO, W.; SENNE, W. O que corpo(latria). Coleo Primeiros Passos. Brasiliense, 1985 (adaptado).

    Sobre esse fenmeno do homem contemporneo presente nas classes sociais brasileiras, principalmente, na classe mdia, a corpolatria

    A) uma religio pelo avesso, por isso outra religio; inverteram-se os sinais, a busca da felicidade eterna antes carregava em si a destruio do prazer, hoje implica o seu culto.

    B) criou outro pio do povo, levando as pessoas a buscarem cada vez mais grupos igualitrios de integrao social.

    C) uma traduo dos valores das sociedades subdesenvolvidas, mas em pases considerados do primeiro mundo ela no consegue se manifestar porque a populao tem melhor educao e senso crtico.

    D) tem como um de seus dogmas o narcisismo, significando o amar o prximo como se ama a si mesmo.

    E) existe desde a Idade Mdia, entretanto esse acontecimento se intensificou a partir da Revoluo Industrial no sculo XIX e se estendeu at os nossos dias.

    Questo 135.

    Confidncia do Itabirano

    Alguns anos vivi em Itabira.

    Principalmente nasci em Itabira.

    Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.

    Noventa por cento de ferro nas caladas.

    Oitenta por cento de ferro nas almas.

    E esse alheamento do que na vida porosidade e [comunicao.

    A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,

    vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e

    [sem horizontes.

    E o hbito de sofrer, que tanto me diverte,

    doce herana itabirana.

    De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereo:

    esta pedra de ferro, futuro ao do Brasil,

    este So Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;

    este couro de anta, estendido no sof da sala de visitas;

    este orgulho, esta cabea baixa...

    Tive ouro, tive gado, tive fazendas.

    Hoje sou funcionrio pblico.

    Itabira apenas uma fotografia na parede.

    Mas como di!

    ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003.

    Carlos Drummond de Andrade um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poesia feita de uma relao tensa entre o universal e o particular, como se percebe claramente na construo do poema Confidncia do Itabirano. Tendo em vista os procedimentos de construo do texto literrio e as concepes artsticas modernistas, conclui-se que o poema acima

    A) representa a fase heroica do modernismo, devido ao tom contestatrio e utilizao de expresses e usos lingusticos tpicos da oralidade.

    B) apresenta uma caracterstica importante do gnero lrico, que a apresentao objetiva de fatos e dados histricos.

    C) evidencia uma tenso histrica entre o eu e a sua comunidade, por intermdio de imagens que representam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituio do indivduo.

    D) critica, por meio de um discurso irnico, a posio de inutilidade do poeta e da poesia em comparao com as prendas resgatadas de Itabira.

    E) apresenta influncias romnticas, uma vez que trata da individualidade, da saudade da infncia e do amor pela terra natal, por meio de recursos retricos pomposos.

  • infoEnem Enem 2009 17

    RESOLUES E COMENTRIOS - Enem 2009

    QUESTO 91

    Alternativa A

    De acordo com os Parmetros Curriculares, necessrio conhecer caractersticas fundamentais do Brasil nas dimenses sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noo de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinncia ao Pas, alm de conhecer e valorizar a pluralidade do patrimnio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e naes, posicionando-se contra qualquer discriminao baseada em diferenas culturais, de classe social, de crenas, de sexo, de etnia ou outras caractersticas individuais e sociais. Desta forma, espera-se que o aluno tenha conhecimentos de Histria da Arte, no que tange os Movimentos e Escolas artsticos, alm de conhecimentos de Cultura Afro-Brasileira.

    Somente a obra apresentada na alternativa A apresenta elementos da cultura africana (smbolos religiosos ligados ao Candombl). As demais obras apresentam elementos clssicos ou abstratos.

    QUESTO 92

    Alternativa A

    O idioma no uniforme. Ele apresenta diferentes registros que podem ser alterados por vrios fatores como a idade do falante, a regio em que vive, a poca, o grau de instruo ou ainda o grau de formalidade da situao de comunicao. No caso do dilogo transcrito, h uma evidente passagem do registro formal para o informal, a partir do momento que os interlocutores se reconhecem. Essa passagem se verifica, entre outros exemplos, na troca do pronome de tratamento senhor (formal) para voc (informal).

    QUESTO 93

    Alternativa D

    A preocupao com os hbitos e a proposta de mudana de comportamento aparecem no resultado que classifica o respondente do questionrio como Fantico e dirigem-se ao pblico descrito na alternativa D (usurio que reserva mais tempo aos sites de relacionamento do que ao convvio pessoal com os amigos).

    QUESTO 94

    Alternativa A

    Os trajes e os instrumentos so caractersticos dos grupos de choro, considerado um dos primeiros gneros musicais urbanos do Brasil. O grupo 2 apresenta formao e instrumentos tpicos da msica dita clssica ou erudita, porm Tom Jobim no representante tpico desse gnero, embora tenha tido influncia de compositores eruditos. O grupo 3 uma formao de jazz, o que poderia ser inferido pelos crditos da imagem, assim como o grupo 4, cujos crditos revelam tambm o nome da banda.

    QUESTO 95

    Alternativa D

    A obra descrita apresenta inovaes para a poca nas combinaes entre jazz e msica popular e entre a dana dos filmes de Chaplin com sonoridades prprias de elementos tecnolgicos, como barulho da mquina de escrever e de avies. No h falta de diversidade cultural uma vez que h a mistura de gneros musicais, por exemplo, nem alienao em relao ao contexto de guerra, pois os sons de tiros e avies remetem ao conflito blico. Tambm no se verifica uma disputa cnica entre as linguagens, pelo contrrio: as diferentes linguagens se combinam na construo do espetculo e a narrativa marcada pela justaposio, colagem de aes isoladas, nem sempre lineares.

    QUESTO 96

    Alternativa C

    Os textos que tm a inteno de envolver ou persuadir o interlocutor so aqueles que apresentam a chamada funo conativa ou apelativa. As caractersticas de textos assim so o emprego de elementos que se dirijam ao leitor ou ouvinte de modo direto, como os pronomes voc e sua e o emprego de verbos no modo imperativo, como entre, cubra, utilize e lave.

    QUESTO 97

    Alternativa D

    Nos textos publicitrios ou de campanhas informativas costuma prevalecer a funo referencial da linguagem, que caracterizada por colocar o foco na informao, no assunto a ser transmitido ao receptor/leitor. O objetivo do cartaz fornecer orientaes para reconhecer os sintomas da doena e informar os procedimentos para evitar o contgio.

    QUESTO 98

    Alternativa D

    Embora a alternativa A apresente um jogo de sonoridades, no h emprego de termos coloquiais. J a alternativa D apresenta tanto o jogo sonoro (lobo / bolo / tolo) quanto expresses coloquiais (tipo e pra).

    QUESTO 99

    Alternativa C

    O Simbolismo uma esttica (nem sempre considerado como escola literria) que se opunha ao Realismo e ao Naturalismo, cujas caractersticas so, entre outras, a musicalidade, a sonoridade do texto (empregando-se figuras como assonncia e aliterao), o misticismo e a preocupao com temas metafsicos e transcendentais. Apresentava tambm um rigor formal nas produes poticas.

  • infoEnem Enem 2009 18

    QUESTO 100

    Alternativa E

    O entrevistado, o escritor argentino Jorge Lus Borges retratado numa caricatura, apresenta, j na expresso facial, o desagrado com o processo de produo do livro. No com a inspirao em si, mas com a obsesso pela perfeio, que torna infinita a tarefa de revisar o texto. Existe, na tira, uma combinao de texto verbal e texto no-verbal: a imagem complementa a ideia expressa nos quadrinhos. Embora no fosse necessrio conhecer o escritor argentino para a resoluo da questo, sempre necessrio ressaltar que o conhecimento de mundo til para a compreenso em profundidade dos textos propostos.

    QUESTO 101

    Alternativa C ANULADA

    Na alternativa A, o adequado seria este. Embora a alternativa B tenha sido considerada incorreta do ponto de vista da gramtica normativa (que indica a prclise como a posio adequada nesse tipo de construo verbal, parar de o escrever), uma construo corrente no Portugus do Brasil, empregada por muitos escritores. Na alternativa D, o vocativo meu filho implica exatamente o oposto: uma aproximao do interlocutor e no um distanciamento. E em E, o polissndeto no necessrio.

    Como a construo de B tambm possvel, isso causou a anulao da questo.

    QUESTO 102

    Alternativa C

    O cenrio, o figurino, a expresso corporal, a iluminao e a sonorizao so todos componentes que, integrados, do vida ao texto do autor, ou autores, pois a criao pode ser coletiva. Assim, a nica alternativa que no contraria o texto a C.

    QUESTO 103

    Alternativa C

    O texto afirma que se entende aptido fsica como a capacidade de a pessoa utilizar seu corpo (...) de forma eficiente em suas atividades cotidianas. Essa ideia aparece na alternativa C.

    QUESTO 104

    Alternativa A

    O hipertexto forma que um texto se apresenta no monitor do computador, como as pginas de internet, por exemplo permitem que o leitor determine seu percurso de leitura: ele pode ler a pagina toda na sequncia ou pode escolher clicar num hiperlink, que o levar a outra pgina que tambm pode apresentar outros hiperlinks e o leitor tem a opo de voltar para continuar a leitura do texto anterior ou continuar avanando de janela em janela, portanto ele quem constri a verso final do texto.

    QUESTO 105

    Alternativa D

    Para a resoluo de questes envolvendo tiras, cartuns ou quadrinhos, sempre necessrio ter em mente que h combinao do texto verbal e do no-verbal, para a composio da narrativa. Outra caracterstica das HQs a aproximao com a variante no-formal da linguagem. As histrias em quadrinho geralmente reproduzem situaes informais de conversao, empregando o registro coloquial da lngua (Fala, Como vo as coisas).

    QUESTO 106

    Alternativa D

    A presente questo no envolve competncias e habilidades muito complexas: exige somente ateno na seleo das ideias-chaves presentes no trecho apresentado, ou seja: leitura atenta! O texto sugere que as novas tecnologias aceleram a globalizao, no s no que diz respeito economia, mas tambm em relao a elementos sociais e culturais, permitindo o registro e a disseminao do conhecimento de forma mais democrtica e interativa como afirma a alternativa D.

    QUESTO 107

    Alternativa E

    Estratgias argumentativas so os recursos empregados pelo autor/emissor do texto, com o intuito de convencer os receptores/leitores. Embora em ambos os textos predomine a funo referencial da linguagem (que destaca a informao), a apresentao das informaes empregada como argumentao para convencer o leitor a evitar o uso das sacolas plsticas.

    QUESTO 108

    Alternativa B

    Novamente no h exigncia de competncias e habilidades muito complexas: somente ateno na seleo das ideias-chaves presentes no trecho apresentado, ou seja, a leitura atenta e a anlise das informaes apresentadas. O texto I apresenta o plstico como material til, cujo uso vantajoso na indstria e no mercado, razo pela qual se tornou quase indispensvel na vida moderna, embora seja reciclado numa proporo menor que a ideal. J o texto II enumera as desvantagens do uso de sacolas plsticas, que, se no tiverem destinao adequada, causam enormes prejuzos ambientais.

    QUESTO 109

    Alternativa C

    No segundo quadrinho temos a forma verbal tinha consertado (pretrito mais que perfeito composto do indicativo), que mais empregada, na linguagem coloquial, que o tempo simples (tivera), observando-se a relao com uma ao anterior no passado. H tambm outra interpretao: coloquialmente empregado o pretrito imperfeito do indicativo (tinha) em lugar do imperfeito do

  • infoEnem Enem 2009 19

    subjuntivo (tivesse) para expressar uma ao irreal no passado.

    QUESTO 110

    Alternativa C

    Ao afirmar que o principal objetivo do portal promover o amplo acesso s obras (...), colocando-as disposio de todos os usurios da Internet, fica claro seu carter democrtico.

    QUESTO 111

    Alternativa C

    Cuitelinho uma cano recolhida na tradio oral por Paulo Vanzolini. A tradio oral preserva formas do chamado dialeto caipira (representados aqui por formas como espaia, navaia, parentaiaem que aparece a reduo do dgrafo lh para i) que no apareceriam em registros na norma culta, mas que, ainda assim, devem ser valorizadas e respeitadas, pois seus falantes, geralmente de menor prestgio social, no podem ser marginalizados, uma vez que tambm contribuem para a identidade nacional.

    QUESTO 112

    Alternativa C

    Os dois textos, o verbal e o no-verbal (pintura) tm como objetivo caracterizar o indgena, a partir da viso europeia, como afirma a alternativa C. Como incorrees, pode-se apontar que no h tristeza ou melancolia presentes nos textos (alternativa A); texto e pintura so realistas (alternativa B); no h contraste (alternativa C) e no h direcionamento religioso (alternativa E).

    QUESTO 113

    Alternativa D

    Apesar do avano tecnolgico, as Tecnologias de Informao e Comunicao acabaram ampliando as desigualdades sociais j existentes, expandindo-as agora para o mundo digital, criando a chamada excluso digital, uma vez que nem todos tm habilidades ou poder aquisitivo para se apoderar dessas ferramentas, como afirma a alternativa D.

    QUESTO 114

    Alternativa D

    Ambos, texto e imagem, tm a inteno de conscientizar o leitor sobre a importncia do consumo de produtos feitos em consonncia com princpios ticos que garantem o respeito legislao ambiental e os direitos dos povos indgenas, diminuindo assim os impactos ambientais na Amaznia.

    QUESTO 115

    Alternativa E

    O texto apresenta a dana como um importante elemento de preservao das tradies e memria do povo Xavante, ao mesmo tempo que se introduz a novidade dos cantos,

    criados pelos padrinhos responsveis pela introduo dos mais jovens nos rituais da tribo.

    QUESTO 116

    Alternativa E

    Entre as inmeras funes da linguagem que podem estar presentes no texto est a funo potica, cujas caractersticas so a preocupao com a sonoridade, com a seleo vocabular (escolha das palavras), com a estrutura e combinao dos elementos e figuras de linguagem. A funo ftica destaca o canal de transmisso da mensagem, a metalingustica emprega o cdigo para referir-se a ele (cdigo) prprio, a conativa (ou apelativa) coloca em destaque o receptor/leitor da mensagem e a referencial coloca em foco o assunto, a informao do texto.

    QUESTO 117

    Alternativa D

    Como foi dito, caracterstica da funo potica o emprego de figuras de linguagem e no texto em questo pode-se reconhecer a aliterao, na repetio do fonema /v/, /f/ e /r/ e a anfora, na repetio da estrutura O vento varria. O movimento simbolista faz uso com frequncia desses artifcios, como em: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volpias dos violes, vozes veladas / Vagam nos velhos vrtices velozes / Dos ventos, vivas, vs, vulcanizadas." (Cruz e Souza).

    QUESTO 118

    Alternativa C

    Como o texto descreve, o espectador convidado a substituir o protagonista e mudar a conduo ou mesmo o fim da histria, o que atesta que a linguagem teatral pode ser democratizada e apropriada pelo cidado comum, como afirma a alternativa C.

    QUESTO 119

    Alternativa E

    No texto I, o autor defende veementemente o emprego da chamada norma culta e condena a coloquialidade do padro brasileiro, numa postura que, pode-se dizer, apresenta preconceito lingustico (O professor deve ser um guia seguro, muito senhor de sua lngua; se outra for a orientao, vamos cair na lngua brasileira, refgio nefasto e confisso nojenta de ignorncia do idioma ptrio). J no texto II, existe uma tendncia a defender a postura de aproximar a linguagem da gramtica do padro atual brasileiro, mostrando essa aproximao como positiva.

    QUESTO 120

    Alternativa C

    O romance do Nordeste reflete, no texto, o carter inspito da natureza e a rudeza do povo e apresenta denncia social, apontando a desigualdade social. o que verificamos em obras como Vidas Secas ou Grande serto: veredas, em que as personagens refletem o espao que habitam.

  • infoEnem Enem 2009 20

    QUESTO 121

    Alternativa B

    O autor, pertencente a um grupo indgena, faz referncia a um cdigo compreensvel pelos interlocutores que, portanto, se caracterizam como no ndios.

    QUESTO 122

    Alternativa B

    J na introduo, o emissor afirma que emprega o cdigo dos receptores (ou interlocutores), o que deixa clara a inteno de se colocar de igual para igual, estabelecendo uma simetria na situao de comunicao.

    QUESTO 123

    Alternativa D

    Transmitir conceitos abstratos por meio de fbulas (gnero textual em que as personagens so animais, que apresentam caractersticas ou comportamento tipicamente humanos) um procedimento frequentemente adotado pelos escritores. uma maneira de fazer crticas de modo no muito contundente ou de modo a fazer com que o leitor/espectador compreenda conceitos complexos. Bertold Brecht, dramaturgo alemo, por meio de uma metfora, critica os valores da sociedade capitalista, na qual os tubares (classe dominante) oprimem os peixinhos (proletariado).

    QUESTO 124

    Alternativa D

    Paradoxo a juno de conceitos contraditrios, criando uma incoerncia, que apenas aparente, pois a interpretao metafrica da imagem faz sentido no contexto da obra. o que Cames faz, nos versos do soneto: Amor fogo que arde sem se ver/ ferida que di e no se sente(...). Nos versos me deixa viver/ nessa que morre temos as ideias de morte e vida simultaneamente presentes, o que caracteriza o paradoxo ou oxmoro.

    QUESTO 125

    Alternativa D

    O comentrio manuscrito faz crtica ao emprego da norma no-padro, caracterstica de situaes muito informais de comunicao oral, incluindo emprego de grias, no texto escrito. Embora seja possvel compreender a mensagem, recomenda-se a adequao das diferentes variantes lingusticas ao grau de formalidade da situao de comunicao e a escrita, na maior parte das vezes, est presente em situaes mais formais que a fala.

    QUESTO 126

    Alternativa D

    Textos de divulgao de campanhas tm a inteno de atingir o maior nmero possvel de receptores e utilizam tcnicas de persuaso, o que no comum a textos oficiais. Neste material de divulgao encontramos uma mistura de estratgias, porm ao lanar mo da internet como meio de

    disponibilizao de informaes, supre a necessidade de atingir pblicos distintos.

    QUESTO 127

    Alternativa C

    O texto iniciado pelo vocativo Sr. Prefeito, o que j identifica o destinatrio. Alm disso, h a sugesto de aes que esto no mbito das atribuies dos prefeitos.

    QUESTO 128

    Alternativa E

    Em todo o texto percebe-se a angstia do narrador-personagem, porm a hesitao s aparece no trecho transcrito na alternativa E, pois as demais alternativas apresentam ideias afirmativamente, no apresentam hesitao.

    QUESTO 129

    Alternativa E

    Entre os diversos fatores que influenciam as lnguas, criando as variantes lingusticas, est a geografia: as diferentes regies geogrficas so responsveis por diferenas nos idiomas, mas as condies socioculturais dos falantes tambm exercem influncia. Ambos os autores concordam que h variaes geogrficas pouco marcadas, porm Teyssier destaca fatores sociolgicos da variao.

    QUESTO 130

    Alternativa C

    Ao afirmar que (...) ser fcil para ns defini-la (a literatura brasileira) como a expresso de um pas polifnico (...), a autora deixa claro que j ocorre um reconhecimento do Brasil por ele mesmo, em seus aspectos positivos e negativos (no bem e no mal), conforme se v na alternativa C.

    QUESTO 131

    Alternativa D

    O texto II apresenta uma viso de poca, imperialista e colonialista, preconceituosa aos olhos de hoje, que entende a lngua portuguesa como patrimnio dos portugueses, no admitindo qualquer tipo de deturpao por parte de outros falantes no nativos. Os estudos atuais entendem o idioma como um organismo vivo que vai mudando de perfil, de configurao, a partir das contribuies de seus usurios e do contato com outras culturas.

    QUESTO 132

    Alternativa D

    O texto redigido em 1 pessoa, caracterizando o chamado monlogo interior ou fluxo de conscincia e evidencia a decepo com o mundo ao seu redor e um estado de esprito amargurado no tom agressivo com que afirma, por exemplo, que se recusa (...) a pensar naquilo em que no mais acredito, seja o amor, a amizade, a famlia, a igreja, a

  • infoEnem Enem 2009 21

    humanidade, me lixo com tudo isso!. O fluxo verbal contnuo uma torrente de palavras, tentando acompanhar a velocidade dos pensamentos.

    QUESTO 133

    Alternativa C

    O autor constri um discurso desmistificador (que contraria ou desmascara as ideias pr-concebidas ou que so consideradas como senso comum) ao dizer que a companheira vive paparicando as cincias humanas e nem suspeita que paparica uma piada e a se recusar a pensar em valores e instituies em que no mais acredita, mas que eram as bases em que se apoiava a ditadura militar.

    QUESTO 134

    Alternativa A

    A maioria das religies prega o desprendimento de valores materiais e a valorizao da espiritualidade. O neologismo corpolatria seria, ento, o oposto dessa espiritualizao, portanto, uma religio pelo avesso, como define a alternativa A.

    QUESTO 135