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GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO DA LÍNGUA PORTUGUESA

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GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO DA LÍNGUA PORTUGUESA

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL

LÍNGUA PORTUGUESA

LOJA DO CONCURSEIRO - 2

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PROGRAMA: Gramática e interpretação de texto da língua portuguesa: Ortografia oficial. Acentuação gráfica. Flexão nominal e verbal. Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. Advérbios. Conjunções coordenativas e subordinativas. Emprego de tempos e modos verbais. Vozes do verbo. Concordância nominal e verbal. Regência nominal e verbal. Sintaxe. Ocorrência de crase. Pontuação. Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas). Intelecção de texto.

INTELECÇÃO DO TEXTO

É muito comum, entre os candidatos a um cargo público, a preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito dessa tarefa constante em provas relacionadas a concursos públicos.

Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder às questões relacionadas a textos.

TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR).

CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.

INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.

Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:

1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).

2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto.

3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.

4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo.

5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras.

EXEMPLO

TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES

"O HOMEM UNIDO"

A INTEGRAÇÃO DO MUNDO

A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE

A UNIÃO DO HOMEM

HOMEM + HOMEM = MUNDO

A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA)

ORIENTAÇÃO:

Com a finalidade de auxiliar o raciocínio de quem deve responder a questões de compreensão de textos, observe o seguinte:

1) Atenha-se exclusivamente ao texto.

2) Proceda através de eliminação de hipóteses.

3) Compare o sentido das palavras; às vezes, uma palavra decide a melhor alternativa.

4) Tente encontrar o tópico frasal, ou seja, a frase que melhor sintetiza o texto

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CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR Fazem-se necessários: a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática; b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico; OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros. c) Capacidade de observação e de síntese e d) Capacidade de raciocínio.

INTERPRETAR x COMPREENDER

INTERPRETAR SIGNIFICA

COMPREENDER SIGNIFICA

-EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR, TIRAR CONCLUSÕES, DEDUZIR. -TIPOS DE ENUNCIADOS •Através do texto, INFERE-SE que... •É possível DEDUZIR que... •O autor permite CONCLUIR que... •Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar que...

-INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO, ATENÇÃO AO QUE REALMENTE ESTÁ ESCRITO. -TIPOS DE ENUNCIADOS: •O texto DIZ que... •É SUGERIDO pelo autor que... •De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRADA a afirmação... •O narrador AFIRMA...

ERROS DE INTERPRETAÇÃO

É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes são:

a) Extrapolação (viagem)

Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.

b) Redução

É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido.

c) Contradição

Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão.

OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada mais.

COESÃO- é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.

Para interpretar bem

1) Aumente o seu vocabulário: Os dicionários são amigos que precisamos consultar. Faça exercícios de sinônimos e antônimos.

2) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há textos que metem medo. Abra sua mente e seu coração para o que o texto lhe transmite, na qualidade de um amigo silencioso.

3) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou três vezes, atentamente, antes de tentar responder a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua mensagem, entendê-lo como um todo, e isso não pode ser alcançado com uma simples leitura. Dessa forma, leia-o algumas vezes. A cada leitura, novas ideias serão assimiladas. Tenha a paciência necessária para agir assim. Só depois tente resolver as questões propostas.

4) As questões de interpretação podem ser localizadas (por exemplo, voltadas só para um determinado trecho) ou referir-se ao conjunto, às ideias gerais do texto. No primeiro caso, leia não apenas o trecho (às vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo em que ele se situa. Lembre-se: quanto mais você ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma questão de costume, e você vai acostumar-se a agir dessa forma.

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5) Há questões que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele pode aludir a uma determinada personalidade da história ou da atualidade, e ser cobrado do aluno ou candidato o nome dessa pessoa ou algo que ela tenha feito. Por isso, é importante desenvolver o hábito da leitura, como já foi dito. Procure estar atualizado, lendo jornais e revistas especializadas.

Paráfrase: é a reescritura de um texto sem alteração de sentido. Questões de interpretação com frequência se baseiam nessa técnica. Vários recursos podem ser utilizados para parafrasear um texto.

1) Emprego de sinônimos

Ex.: Embora voltasse cedo, deixava os pais preocupados.

Conquanto retomasse cedo, deixava os genitores preocupados.

2) Emprego de antônimos, com palavra negativa.

Ex.: Ele era fraco. = Ele não era forte.

3) Utilização de termos anafóricos, isto é, que remetem a outros já citados no texto.

Ex.: Paulo e Antônio já saíram. Paulo foi ao colégio; Antônio, ao cinema.

Paulo e Antônio já saíram. Aquele foi ao colégio; este, ao cinema.

Aquele = Paulo este = Antônio

4) Troca de termo verbal por nominal, e vice-versa.

Ex.: É necessário que todos colaborem.

É necessária a colaboração de todos.

5) Omissão de termos facilmente subentendidos.

Ex.: Nós desejávamos uma missão mais delicada, mais importante.

Desejávamos missão mais delicada e importante.

6) Mudança de ordem dos termos no período.

Ex.: Lendo o jornal, cheguei à conclusão de que tudo aquilo seria esquecido após três ou quatro meses de investigação.

Cheguei à conclusão, lendo o jornal, de que tudo aquilo, após três ou quatro meses de pesquisa, seria esquecido.

7) Mudança de voz verbal

Ex.: A mulher plantou uma roseira em seu jardim. (voz ativa)

Uma roseira foi plantada pela mulher em seu jardim. (voz passiva)

Obs.: Se o sujeito for indeterminado (verbo na 3a pessoa do plural), haverá duas mudanças possíveis.

Ex.: Plantaram uma roseira. (voz ativa)

Uma roseira foi plantada. (voz passiva analítica)

Plantou-se uma roseira. (voz passiva sintética)

8) Troca de discurso

Ex.: Pedro disse: - Cortarei a grama sozinho. (discurso direto)

Pedro disse que cortaria a grama sozinho. (discurso indireto)

9) Troca de palavras por expressões perifrásticas e vice-versa

Ex.: Castro Alves visitou Paris naquele ano.

O poeta dos escravos visitou a cidade luz naquele ano.

10) Troca de locuções por palavras e vice-versa:

Ex.: O homem da cidade não conhece a linguagem do céu.

O homem urbano não conhece a linguagem celeste.

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OS TIPOS DE TEXTO

Basicamente existem três tipos de texto:

Texto narrativo;

Texto descritivo;

Texto dissertativo.

Cada um desses textos possui características próprias de construção.

DESCRIÇÃO

Descrever é explicar com palavras o que se viu e se observou. A descrição é estática, sem movimento, desprovida de ação. Na descrição o ser, o objeto ou ambiente são importantes, ocupando lugar de destaque na frase o substantivo e o adjetivo.

O emissor capta e transmite a realidade através de seus sentidos, fazendo uso de recursos linguísticos, tal que o receptor a identifique. A caracterização é indispensável, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto.

Há duas descrições:

Descrição denotativa

Descrição conotativa.

DESCRIÇÃO DENOTATIVA

Quando a linguagem representativa do objeto é objetiva, direta sem metáforas ou outras figuras literárias, chamamos de descrição denotativa. Na descrição denotativa as palavras são utilizadas no seu sentido real, único de acordo com a definição do dicionário.

Exemplo:

Saímos do campus universitário às 14 horas com destino ao agreste pernambucano. À esquerda fica a reitoria e alguns pontos comerciais. À direita o término da construção de um novo centro tecnológico. Seguiremos pela BR-232 onde encontraremos várias formas de relevo e vegetação.

No início da viagem observamos uma típica agricultura de subsistência bem à margem da BR-232. Isso provavelmente facilitará o transporte desse cultivo a um grande centro de distribuição de alimentos a CEAGEPE.

DESCRIÇÃO CONOTATIVA

Em tal descrição as palavras são tomadas em sentido figurado, ricas em polivalência.

Exemplo:

João estava tão gordo que as pernas da cadeira estavam bambas do peso que carregava. Era notório o sofrimento daquele pobre objeto.

Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava incansável, no céu alegre, leve e repleto de nuvens brancas. Os pássaros felizes cantarolavam pelo ar.

NARRAÇÃO

Narrar é falar sobre os fatos. É contar. Consiste na elaboração de um texto inserindo episódios, acontecimentos.

A narração difere da descrição. A primeira é totalmente dinâmica, enquanto a segunda é estática e sem movimento. Os verbos são predominantes num texto narrativo.

O indispensável da ficção é a narrativa, respondendo os seus elementos a uma série de perguntas:

Quem participa nos acontecimentos? (personagens);

O que acontece? (enredo);

Onde e como acontece? (ambiente e situação dos fatos).

Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos:

O quê? - Fato narrado;

Quem? – personagem principal e o anti-herói;

Como? – o modo que os fatos aconteceram;

Quando? – o tempo dos acontecimentos;

Onde? – local onde se desenrolou o acontecimento;

Por quê? – a razão, motivo do fato;

Por isso: - a consequência dos fatos.

No texto narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver as personagens.

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Deve haver um centro de conflito, um núcleo do enredo.

A seguir um exemplo de texto narrativo:

Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Camborá entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu de barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa dos trinta, montava num alazão, trazia bombachas claras, botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dólmã militar azul, com gola vermelha e botões de metal.

(Um certo capitão Rodrigo – Érico Veríssimo)

A relação verbal emissor – receptor efetiva-se por intermédio do que chamamos discurso. A narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto de vista ou foco narrativo.

Quando o narrador participa dos acontecimentos diz-se que é narrador-personagem. Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa.

Exemplo:

Parei para conversar com o meu compadre que há muito não falava. Eu notei uma tristeza no seu olhar e perguntei:

- Compadre por que tanta tristeza?

Ele me respondeu:

- Compadre minha senhora morreu há pouco tempo. Por isso, estou tão triste.

Há tanto tempo sem nos falarmos e justamente num momento tão triste nos encontramos. Terá sido o destino?

Já o narrador-observador é aquele que serve de intermediário entre o fato e o leitor. É o foco narrativo de 3ª pessoa.

Exemplo:

O jogo estava empatado e os torcedores pulavam e torciam sem parar. Os minutos finais eram decisivos, ambos precisavam da vitória, quando de repente o juiz apitou uma penalidade máxima.

O técnico chamou Neco para bater o pênalti, já que ele era considerado o melhor batedor do time.

Neco dirigiu-se até a marca do pênalti e bateu com grande perfeição. O goleiro não teve chance. O estádio quase veio abaixo de tanta alegria da torcida.

Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo o juiz finalmente apontou para o centro do campo e encerrou a partida.

Há ainda outros tipos de textos:

O Texto Injuntivo, também chamado prescritivo, não é só uma ordem. Pode ser também uma sugestão, conselho, alerta, pedido, convite, instrução, súplica, dependendo do contexto e do tom, mas sempre objetivará que o receptor/leitor/ouvinte, realize ou não o que o emissor/falante está "prescrevendo", indicando.

Veja alguns exemplos:

- Cuidado com o cão! Afaste-se!

- Se preferir, acrescente coco ralado à mistura.

- Dobre a primeira à direita e depois siga em frente até o final da rua.

- Venha para a minha festa de aniversário. Estou aguardando.

- Pode esfriar à noite. Leve mais este casaco.

- Certifique-se de que a peça foi colocada

O Texto expositivo apresenta informações sobre um objeto ou fato específico, sua descrição, a enumeração de suas características. Esse deve permitir que o leitor identifique, claramente, o tema central do texto.

Um fato importante é a apresentação de bastante informação, caso se trate de algo novo esse se faz imprescindível.

Quando se trata de temas polêmicos a apresentação de argumentos se faz necessário para que o autor informe aos leitores sobre as possibilidades de análise do assunto.

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O texto expositivo deve ser abrangente, deve permitir que seja compreendido por diferentes tipos de pessoas.

A fábula é uma narrativa figurada, na qual as personagens são geralmente animais que possuem características humanas. Pode ser escrita em prosa ou em verso e é sustentada sempre por uma lição de moral, constatada na conclusão da história.

A fábula está presente em nosso meio há muito tempo e, desde então, é utilizada com fins educacionais. Muitos provérbios populares vieram da moral contida nesta narrativa alegórica, como por exemplo: “A pressa é inimiga da perfeição” em “A lebre e a tartaruga” e “Um amigo na hora da necessidade é um amigo de verdade” em “A cigarra e as formigas”.

Portanto, sempre que redigir uma fábula lembre-se de ter um ensinamento em mente. Além disso, o diálogo deve estar presente, uma vez que trata-se de uma narrativa.

Por ser exposta também oralmente, a fábula apresenta diversas versões de uma mesma história e, por este motivo, dá-se ênfase em um princípio ou outro, dependendo da intenção do escritor ou interlocutor.

É um gênero textual muito versátil, pois permite diversas situações e maneiras de se explorar um assunto. É interessante, principalmente para as crianças, pois permite que elas sejam instruídas dentro de preceitos morais sem que percebam.

E outra motivação que o escritor pode ter ao escolher a fábula na aula, no vestibular ou em um concurso que tenha essa modalidade de escrita como opção é que é divertida de se escrever. Pode-se utilizar da ironia, da sátira, da emoção, etc. Lembrando-se sempre de escolher personagens inanimados e/ou animais e uma moral que norteará todo o enredo.

A Crônica é uma reflexão sobre o acontecido.

A crônica é um gênero que tem relação com a ideia de tempo e consiste no registro de fatos do cotidiano em linguagem literária, conotativa.

A origem da palavra crônica é grega, vem de chronos (tempo), é por isso que uma das características desse tipo de texto é o caráter contemporâneo.

A crônica difere da notícia, e da reportagem porque, embora utilizando o jornal ou a revista como meio de comunicação, não tem por finalidade principal informar o destinatário, mas refletir sobre o acontecido. Desta finalidade resulta que, neste tipo de texto, podemos ler a visão subjetiva do cronista sobre o universo narrado. Assim, o foco narrativo situa-se invariavelmente na 1ª pessoa.

Poeta do quotidiano, como alguém chamou ao cronista dos nossos dias, apresenta um discurso que se move entre a reportagem e a literatura, entre o oral e o literário, entre a narração impessoal dos acontecimentos e a força da imaginação. Diálogo e monólogo; diálogo com o leitor, monólogo com o sujeito da enunciação. A subjetividade percorre todo o discurso.

A crônica não morre depressa, como acontece com a notícia, mas morre, e aqui se afasta irremediavelmente do texto literário, embora se vista, por vezes, das suas roupagens, como a metáfora, a ambiguidade, a antítese, a conotação, etc.

A sua estrutura assemelha-se à de um conto, apresentando uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.

DISCURSO

Os personagens que participam da história evidentemente falam. É o que se conhece como discurso, que pode ser:

1) Direto

O narrador apresenta a fala do personagem, integra, palavra por palavra. Geralmente se usam dois pontos e travessão.

Ex.: o funcionário disse ao patrão:

- Espero voltar no final do expediente.

Rui perguntou ao amigo:

- Posso chegar mais tarde?

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2) Indireto

O narrador incorpora à sua fala a fala do personagem. O sentido é o mesmo do discurso direto, porém é utilizada uma conjunção integrante (que ou se) para fazer a ligação.

Ex.: O funcionário disse ao patrão que esperava voltar no final do expediente.

Rui perguntou ao amigo se poderia chegar mais tarde.

Obs.: O conhecimento desse assunto é muito importante para as questões que envolvem as paráfrases. Cuidado, pois, com o sentido. Procure ver se está sendo respeitada a correlação entre os tempos verbais e entre determinados pronomes. Abaixo, outro exemplo, bem elucidativo.

Minha colega me afirmou:

- Estarei aqui, se você precisar de mim.

Minha colega me afirmou que estaria lá se eu precisasse dela.

O sentido é, rigorosamente, o mesmo. Foi necessário fazer inúmeras adaptações.

3) Indireto livre

É praticamente uma fusão dos dois anteriores. Percebe-se a fala do personagem, porém sem os recursos do discurso direto (dois pontos e travessão) nem do discurso indireto (conjunções que ou se).

Ex.: Ele caminhava preocupado pela avenida deserta. Será que vai chover, logo hoje, com todos esses compromissos!?

ORTOGRAFIA OFICIAL

Ortografia é o sistema correto de representar na escrita os fonemas e as formas da língua. Ela trata da representação escrita dos sons que formam os vocábulos, por meio dos símbolos denominados letras.

Uso do S

1. Nas palavras derivadas de uma primitiva em que já existe S:

pesquisa pesquisador, pesquisado

casa casinha, casebre, casarão

camisa camisinha, camisola, camisolão

análise analisar, analista, analisando

2. Nos sufixos:

-ês, -esa (na indicação de título de nobreza, origem, nacionalidade)

marquês marquesa; burguês burguesa;

camponês camponesa; milanês milanesa

-ense (indicador de procedência, origem)

santanense, manuaense, paranaense

-isa (indicador feminino de profissão, ocupação)

diaconisa, sacerdotisa, papisa, profetisa

-oso, -osa (indicadores de adjetivos, formadores de estado pleno, abundância)

manhoso, carinhoso, horrorosa, suntuosa

3. Após ditongos:

Cleusa, causa, náusea, maisena

4. Na conjugação dos verbos pôr (e derivados) e querer:

repus, repusera, repusesse, pus, pusera, pusesse, quis, quisera, quisesse, quiséssemos

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Uso do Z

1. Nas palavras derivadas de uma primitiva em que já existe Z :

raiz enraizar

baliza abalizado, balizador, balizado

rapaz rapazola, rapazinho, rapazote

2. Nas terminações –ez, -eza, formadores de substantivos abstratos derivados de adjetivos:

real realeza

grande grandeza

cru crueza

certo certeza

3. Nas terminações –izar (formador de verbos) e –ização (formador de substantivos)

canal canalizar canalização

humano humanizar humanização

atual atualizar atualização

global globalizar globalização

Uso do X

1. Depois de ditongo:

ameixa, baixo, caixa, feixe, paixão

2. Depois da sílaba inicial en-:

enxaqueca, enxadrista, enxame, enxuto

Fazem exceção: encher e derivados; enchova; e palavras iniciadas com ch que ganharam prefixo em-, como enchouriçar (em + chouriço + ar).

3. Depois da sílaba inicial me -:

mexerica, mexicano, mexilhão, mexer

Exceção: mecha (substantivo) e derivados escrevem-se com ch.

4. Em palavras de origem africana e indígena:

abacaxi, capixaba, macaxeira, morubixaba, pixaim, xará, xinxim, xique-xique

5. Palavras aportuguesadas do inglês trocam o sh original por x:

xampu (de shampoo), xerife (de sheriff)

Escrevem-se com x:

almoxarife, bexiga, bruxa, capixaba, caxemira, caxumba, coaxar, coxo, elixir, enxada, engraxate, enxurrada, esdrúxulo, faxina, lagartixa, laxante, lixa, luxo, maxixe, mexer, mexerico, morubixaba, muxoxo, orixá, Oxalá, praxe, pixaim, puxar, relaxar, rixa, taxa (impostos, tributo), vexame, xale, xampu, xarope, xavante, xaxim, xereta, xerife, xícara, xingar.

Escrevem-se com ch :

apetrecho, archote, bochecha, boliche, crochê, cachaça, cachimbo, chá, chamariz, chamego, chafariz, cartucheira, charco, cheque, chimarrão, chimpanzé, chuchu, chucrute, chumaço, chutar, cacho, cochicho, cocho, colcha, colchão, comichão, coqueluche, fachada, ficha, flecha, galocha, inchar, macho, machado, machucar, mancha, nicho, pachorra, pichar, pechincha, piche, rachar, recheio, salsicha, sanduíche, tacha (prego), tacheiro, tacho, tocha.

Uso do E e do I

1. Todos os verbos terminados em –uir, -air, -oer escrevem-se com a letra i na segunda e terceira pessoas do singular do presente do indicativo.

contribuir contribuis, contribui

cair cais, cai

doer dói

influir influis, influi

sair sais, sai

roer róis, rói

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2. Todos os verbos terminados em –ir escrevem-se com a letra e na segunda e terceira pessoas do presente do indicativo.

acudir acodes, acode

fugir foges, foge

decidir decides, decide

3. Todos os verbos terminados em –uar ou em –oar escrevem-se com a letra e na primeira, segunda e terceira pessoas do presente do subjuntivo.

perdoar perdoe, perdoes, perdoe

atuar atue, atues, atue

caçoar caçoe, caçoes, caçoe

jejuar jejue, jejues, jejue

4. Prefixos ante- e anti-

ante – (prefixo) significa “antes” (indica posição anterior)

antecâmara, antemão, antepasto, anteontem, antebraço

antediluviano, antever

anti - (prefixo) significa “contra” (indica posição contrária)

antiacadêmico, antialcoólico, anticoncepcional, anticlerical

antídoto, antiaéreo, anticonjugal, antifascista

5. Prefixos em /en e im/in:

emporcalhar

engraxar

empossar

entorpecer

imputar

incomodar

impugnar

infalível

6. Prefixos des e dis:

desgarrar discernir

desinfetar dispensar

desmedido dislexia

Escrevem-se com e:

Abaeté, acareação, acreano, aldeola, alheado, antecipar, antedatar, anteprojeto, área (medida de uma superfície), barbárie, cadeado, candeeiro, caranguejo, cardeal, cereal, cumeada, cumeeira, decreto, deferido, deferir, descortino, descrição (exposição), descriminar (absolver de crime), despensa (lugar para guardar mantimentos), destilação, emergir, emigrar, eminência, eminente, empecilho, encabular, enteado, engolir, enxada, estropear, falsear, geada, grandessíssimo, himeneu, inquerição, lêndea, lenimento, meada, memoridade, mestiço, mexerica, murmúreo, níveo, óleo, parêntese, passeata, peão, petróleo, quase, quepe, recheado, reencanar, revalidar, róseo, senão, sequer, seringa, subentender, terráqueo, vadear, violáceo, vítreo.

Escrevem-se com i:

aborígine, adiantar, adiante, adivinho, amiúde, anticristo, ária (cantiga), azuis, camoniano, casimira, corrimão, crânio, crioulo, dentifrício, diante, diferido, discente (que aprende), discrição (que é discreto), disparate, dispêndio, dispensa (licença), imbuia, imigração, iminente, invés (contrário), miúdo, pardieiro, pátio, pião, privilegiado, privilegiar, recriação, (ato de recriar), réstia, siar, vadiar, vadiação

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Uso do O e do U

Às vezes se confundem usos do u e do o na grafia de algumas palavras. Compare as listas abaixo:

com O com U

Abolir acudir

Boteco bueiro

botequim burburinho

comprido cumprido (de cumprir)

comprimento (extensão) cumprimento (saudação)

Cortiça cúpula

Cobrir curtume

Engolir embutir

explodir entupir

Focinho escapulir

Goela jabuti

lombriga jabuticaba

mágoa lóbulo

mochila mucama

moleque pirulito

Névoa rebuliço

Nódoa suar (transpirar)

Poleiro supetão

Polenta tábua

sortir (abastecer) tabuleiro

Sotaque tabuleta

Zoeira trégua

Uso de C, Ç, S, SS, SC, XC

1. Nos vocábulos de origem árabe, tupi e africana, usam-se c e ç :

açaí, araçá, araçoia, caiçara, caçula, cacimba, canguçu, criciúma, Ceci.

Iguaçu, Juçara, miçanga, Moçoró, muçum, muçurana, paçoca, Paraguaçu, Turiaçu

2. Depois de ditongos, grafam-se c e ç :

beiço, caução, coice, feição, foice, louça, refeição, traição

3. Nos substantivos e adjetivos derivados de verbos terminados em –nder e –ndir usa-se s:

pretender pretensão

pender pensão, pênsil

tender tensão, tenso

ascender ascensão, ascensor

expandir expansão, expansivo

fundir fusão

difundir difusão

confundir confusão, confuso

suspender suspensão, suspensório

4. Nos substantivos derivados de verbos terminados em –der, -dir, -tir e –mir usa-se s (depois de n ou r) ou ss :

aceder acesso

regredir regressão, regresso

repercutir repercussão

descomprimir descompressão

ascender ascensão

interceder intercessão

agredir agressão

admitir admissão

reprimir repressão

compreender compreensão

5. Por razões etimológicas usa-se entre vogais sc e xc:

apascentar, ascender (subir), convalescer, crescer, descente (que desce), discernir, efervescente, enrubescer, fascínio, florescer, incandescer, intumescer, lascivo, miscelânea, nascer, néscio, obsceno, oscilar, piscina, prescindir, recrudescer, rescindir, suscitar, tumescer, vísceras, excelência, excêntrico, exceto, excesso, exceder

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LÍNGUA PORTUGUESA

LOJA DO CONCURSEIRO - 13

OBSERVE AS SEGUINTES GRAFIAS

Escrevem-se com s :

aliás, alisar, análise, após, asa, atrás, atraso, através, aviso, bisar, brasa, casulo, catalisar, cisão, colisão, cós, crase, crise, despesa, detrás, deusa, diálise, empresa, fase, fusão, gás, gasolina, gasômetro, groselha, hesitante, hidrólise, ileso, inclusive, infusão, invés, jus, lapiseira, lisonjeiro, lisura, mariposa, marselhês, mês, mosaico, nasal, obséquio, obus, paisagem, pêsames, rasura, revés, síntese, sinusite, surpresa, tosar, três, uso, usina, visar.

Escrevem-se com z :

abalizar, aduzir, ajuizar, alcaçuz, alcoolizar, algoz, amizade, anarquizar, apaziguar, aprazível, aprendiz, arborizar, arroz, assaz, atriz, atroz, audaz, azar, azia, baliza, bazar, bizarro, buzina, cafuzo, capaz, capuz, capuz, carbonizar, cartaz, chafariz, coriza, cruz, cuscuz, delicadeza, deslize, desprezo, eficaz, enfezado, esvaziar, falaz, feroz, fertilizar, fugaz, gaze, giz, gentileza, horizonte, impureza, jaez, jazigo, lambuzar, lazer, lhaneza, luz, magazine, meretriz, morbidez, nariz, nudez, obstetriz, ozônio, palidez, perspicaz, petiz, pobreza, prazer, prazo, profetizar, rapaz, rezar, rodízio, sagaz, sazonal, talvez, tenaz, tez, trapézio, trezentos, vazio, veloz, verniz, voraz, xadrez

Uso do G

1. Nas palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio.

adágio, colégio, litígio, relógio, refúgio

2. Nas palavras terminadas em –gem.

ferrugem, selvagem, massagem, mixagem

3. Nas palavras derivadas de outras, já grafadas com g.

tingir tingido tingimento

fingir fingido fingimento

Escrevem-se com g :

abordagem, algibeira, algemar, angélico, aterragem, auge, cingir, constrangir, doge, estrangeiro, falange, ferrugem, gengibre, gengiva, gergelim, geringonça, giba, gibi, gíria, herege, impingem, logístico, margear, megera, monge, mugido, ogiva, pungente, rabugento, regurgitar, tangerina, tigela, vagem, vertigem, viagem (subst.)

Uso do J

1. Nas palavras de origem tupi (indígena) e africana:

biju (variante de beiju), canjarana, canjica, jabuticaba, jacaré, jenipapo, jerimum, jiboia, jirau, pajé. (Exceção: Sergipe.)

2. Nos verbos terminados em –jar ou –jear:

arranjar, despejar, sujar, viajar, ultrajar, granjear, gorjear, lisonjear

3. Nas palavras derivadas de outras já grafadas com j:

granja granjeiro

lisonja lisonjeiro

laje lajeado

majestade majestoso

Escrevem-se com j :

ajeitar, alforje, berinjela, cafajeste, canjerê, canjica, cerejeira, desajeitar, enjeitar, gorjear, gorjeta, granjear, hoje, intrujice, jeca, jeito, jejum, jenipapo, jérsei, jiboia, jiló, jiu-jítsu, laje, laranjeira, lisonjeiro, majestade, majestoso, manjedoura, manjericão, ojeriza, pajé, pajem, pegajoso, sarjeta, sabujice, traje, trejeito, ultraje, varejo, varejista, viaje, viagem (do verbo viajar)

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LOJA DO CONCURSEIRO - 14

ALGUNS USOS ORTOGRÁFICOS ESPECIAIS

Por que / por quê / porque / porquê

POR QUE (separado e sem acento)

É usado:

em interrogações diretas, onde o que equivale a qual motivo.

Por que regressamos?

(Por qual motivo regressamos ?)

Por que não vieram os computadores ? (Por qual motivo não vieram ?)

em interrogações indiretas, onde o que equivale a qual razão ou qual motivo.

Perguntei-lhe por que faltara à aula.

(por qual motivo).

Não sabemos por que ele faleceu.

(por qual razão).

Como um equivalente a pelo qual / pela qual / pelos quais / pelas quais.

Ignoro o motivo por que ele se demitiu.

(pelo qual).

Eis as causas por que não venceremos.

(pelas quais).

Estranhei a forma por que o estudante reagiu.

(pela qual).

Como um equivalente a motivo pelo qual ou razão pela qual.

Não há por que chorar.

(motivo pelo qual).

Viajamos sem roteiro: eis por que nos atrasamos.

(a razão pela qual).

PORQUE

É usado introduzindo:

- Explicação.

Ex.: Não reclames, porque é pior.

- Causa.

Ex.: Faltou à aula porque estava doente.

POR QUÊ

É usado ao final da frase interrogativa ou quando estiver sozinho.

Ex.: Você fez isso, por quê?

Por quê?

PORQUÊ

É usado como substantivo; é sinônimo de motivo, razão.

Ex.: Não sei o porquê disso.

ONDE E AONDE

A tendência no português atual é considerar a seguinte distinção: aonde indica a ideia de movimento ou aproximação (com verbos que exigem a preposição “A”), opondo-se a donde que exprime afastamento (com verbos eu exigem a preposição “DE”). Costuma referir-se a verbos de movimento.

Aonde você vai?

Aonde querem chegar com essas atitudes?

Aonde devo dirigir-me para obter esclarecimentos?

Não sei aonde ir.

Donde você veio?

Onde indica o lugar em que se está ou em que se passa algum fato. Normalmente refere-se a verbos que exprimem estado ou permanência, ou seja, verbos que exigem a preposição “EM”.

Onde você está?

Onde você vai ficar nas próximas férias?

Não sei onde começar a procurar.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 15

MAIS e MAS

Mas é uma conjunção adversativa, equivalendo a porém, contudo, entretanto.

Não conseguiu, mas tentou.

Mais é pronome ou advérbio de intensidade, opondo-se normalmente a menos.

Ele foi quem mais tentou, ainda assim não conseguiu.

É um dos países mais miseráveis do planeta.

NA MEDIDA EM QUE E À MEDIDA QUE

Na medida em que exprime relação de causa e equivale a “porque”, “já que”, “uma vez que”.

Na medida em que os projetos foram abandonados, a população carente ficou entregue à própria sorte.

À medida que indica proporção, desenvolvimento simultâneo e gradual. Equivale a “à proporção que”.

A ansiedade aumentava à medida que o prazo ia chegando ao fim.

MAL E MAU

Mal pode ser advérbio ou substantivo. Como advérbio significa “irregularmente”, “erradamente”, “de forma inconveniente ou desagradável”. Opõe-se a bem.

Era previsível que ele se comportaria mal. Era evidente que ele estava mal-intencionado porque suas opiniões haviam repercutido mal na reunião anterior.

Como substantivo, mal pode significar “doença”, “moléstia”, em alguns casos significa “aquilo que é prejudicial ou nocivo”.

A febre amarela é um mal que atormenta as populações pobres.

O mal é que não se toma nenhuma atitude definitiva.

O substantivo mal também pode designar um conceito moral, ligado à ideia de maldade, nesse sentido a palavra também opõe-se a bem.

Há uma frase de que a visão da realidade nos faz muitas vezes duvidar: “O mal não compensa”

Mau é adjetivo. Significa “ruim”, “de má índole”, “de má qualidade”. Opõe-se a bom e apresenta a forma feminina má.

Não é mau sujeito.

Trata-se de um mau administrador.

Tem um coração mau.

A PAR e AO PAR

A par tem o sentido de “bem-informado”, “ciente”.

Mantenha-me a par de tudo o que acontecer.

É importante manter-se a par das decisões parlamentares.

Ao par é uma expressão usada para indicar relação de equivalência ou igualdade entre valores financeiros (geralmente em operações cambiais):

As moedas fortes mantém o câmbio praticamente ao par.

AO ENCONTRO DE E DE ENCONTRO A

Ao encontro de indica “ser favorável a”, aproximar-se de”.

Ainda bem que sua posição vai ao encontro da minha.

Quando a viu foi ao seu encontro e abraçou-a.

De encontro a indica oposição, choque, colisão. Veja.

Suas opiniões sempre vieram de encontro às minhas, pertencemos a mundos diferentes.

O caminhão foi de encontro ao muro, derrubando-o.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 16

A E HÁ NA EXPRESSÃO DE TEMPO

O verbo haver é usado em expressões que indicam tempo já transcorrido:

Tais fatos aconteceram há dez anos.

Nesse sentido, equivale ao verbo fazer:

Tudo aconteceu faz dez anos.

A preposição a surge em expressões em que a substituição pelo verbo fazer é impossível:

O lançamento do satélite ocorrerá daqui a duas semanas.

Eles partirão daqui a duas horas.

ACERCA DE E HÁ CERCA DE

Acerca de significa “sobre”, “a respeito de”:

Haverá uma palestra acerca das consequências das queimadas.

Há cerca de indica um período aproximado de tempo já transcorrido ou equivale ao verbo existir + aproximadamente:

Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos.

Há cerca de dez pessoas te procurando

AFIM E A FIM

Afim é um adjetivo que significa “igual”, “semelhante”. Relaciona-se com a ideia de afinidade:

Tiveram ideias afins durante o trabalho.

São espíritos afins.

A fim surge na locução a fim de, que significa “para” e indica ideia de finalidade:

Trouxe algumas flores a fim de nos agradar.

DEMAIS E DE MAIS

Demais pode ser advérbio de intensidade, com o sentido de “muito”, aparece intensificando verbos, adjetivos ou outros advérbios:

Aborreceram-nos demais: isso nos deixou indignados demais.

Estou até bem demais.

Demais também pode ser pronome indefinido, equivalendo a “outros”, “restantes”:

Não coma todo o pudim. Deixe um pouco para os demais.

De mais opõe-se a de menos. Refere-se sempre a um substantivo ou pronome:

Não vejo nada de mais em sua atitude.

O concurso foi suspenso porque surgiram candidatos de mais.

SENÃO E SE NÃO

Senão equivale a “caso contrário” ou “a não ser”:

É bom que colabore, senão não haverá como ajuda-lo.

Se não surge em orações condicionais. Equivale a “caso não”:

Se não houver aula, iremos ao cinema.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 17

TONICIDADE

Na Língua Portuguesa, todas as palavras possuem uma sílaba tônica - a que recebe a maior inflexão de voz. Nem todas, porém, são marcadas pelo acento gráfico. E em que palavras usar o acento agudo ou o acento circunflexo? Ainda existe o trema? Vamos às respostas.

A sílaba tônica é a mais forte da palavra. Só existe uma sílaba tônica em cada palavra.

Ex. Guaraná - A sílaba tônica é a última, é oxítona.

Táxi - A sílaba tônica é a penúltima, é paroxítona.

Própolis - A sílaba tônica é a antepenúltima, é proparoxítona.

A sílaba tônica sempre se encontra em uma destas três sílabas: última, penúltima e antepenúltima.

Quando a palavra possuir uma sílaba só, será denominada monossílaba.

Os monossílabos podem ser átonos e tônicos. Os tônicos são aqueles que têm força para serem usados sozinhos em uma sílaba; os átonos, não. Portanto serão monossílabos tônicos os substantivos, os adjetivos, os advérbios, os numerais e os verbos.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

1. Acentuam-se monossílabos tônicos terminados em:

A(S), E(S), O(S)

Pá, fé, só, três, trás, nós, vês...

2. Acentuam-se oxítonas terminadas em:

A(S), E(S), O(S), EM(ENS)

Vatapá, café, cipó, alguém, parabéns, cajás,

marajás, Bené, chulé, mantém, refém...

3. Acentuam-se paroxítonas terminadas em:

I(S), U(S),

R, X, N, L,

PS, UM(UNS), Ã(S),

DITONGO

Júri, lápis, ônus, vírus,

cadáver, tórax, hífen, móvel,

bíceps, álbum, álbuns, órfã(s),

história, móveis, órgão...

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: ôo perde o acento, fica oo

Antes ---------------------------------agora

Vôo Voo

Enjôo Enjoo

Obs.: paroxítonas com a mesma terminação das oxítonas (a, e, o, em, ens) não são acentuadas.

Mala, vara, pente, mestre, item, homem, hifens, homens, nuvens, jovens...

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LOJA DO CONCURSEIRO - 18

4. Acentuam-se todas as proparoxítonas

Mágico, fósforo, paralelepípedo, antítese...

REGRAS ESPECIAIS

5. Acentuam-se I e U na 2ª vogal do hiato, quando

sozinhas (ou + S) na sílaba;

não seguidas de NH.

Graúdo, saída, açaí, Itaú, saúde, constituído, Janaína, juízes, Luíza...

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: I e U perdem o acento se paroxítonas, depois de ditongo:

Antes ---------------------------------agora

Baiúca baiuca

Bocaiúva bocaiuva

boiúna boiuna

feiúra feiura

6. Acentuam-se ditongos abertos ÉI, ÉU e ÓI se vierem no final da palavra (seguido ou não de S):

Coronéis, chapéu, corrói, dói, anéis, fiéis, troféu, herói (o ditongo vem no final, mantêm o acento)

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: éi, éu, ói perdem o acento se forem paroxítonas:

Todos os eia(s) e oia(s) perderam o acento

Antes ---------------------------------agora

Idéia ideia

Estréia estreia

assembléia assembleia

jibóia jiboia

Tróia Troia

Jóia Joia

7. Grupos QUE, QUI, GUE, GUI, O U recebia:

Trema se fosse pronunciado de forma átona: freqüentes.

Acento agudo se pronunciado de forma tônica: apazigúe.

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: Hoje o U pronunciado desses grupos perdeu o trema e o acento agudo, mas a pronúncia continua a mesma:

Antes ---------------------------------agora

freqüentes frequentes

cinqüenta cinquenta

tranqüilo tranquilo

averigúe averigue

apazigúe apazigue

8. Acento diferencial: era usado para diferenciar a classe das palavras:

PÁRA (v.) ≠ PARA (prep.)

PÔR (v.) ≠ POR (prep.)

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: hoje caíram os acentos diferenciais, só permaneceram os acentos de pôr(verbo) e de pôde (passado).

Antes ---------------------------------agora

Pára (verbo) para (verbo)

Pêra (subst.) pera (subst.)

Pelo (subst.) pelo (subst.)

Pólo (subst.) polo (subst.)

9. Os verbos crer, dar, ler, ver (e verbos derivados) dobram o “E” no plural:

Na 3ª pessoa do sing. Na 3ª pessoa do plural

Ê EE

Ele lê/vê – eles leem/veem

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LOJA DO CONCURSEIRO - 19

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: êem perde o acento, fica eem:

Antes ---------------------------------agora

lêem leem

vêem veem

dêem deem

crêem creem

10. Acentuam-se os verbos ter e vir ( e todos os verbos derivados) na 3ª pessoa do plural.

Na 3ª pessoa do sing. Na 3ª pessoa do plural

E Ê

Ele vem/tem – eles vêm/têm

Ele retém – eles retêm

Muitos verbos produzem formas oxítonas ou monossilábicas que devem ser acentuadas. Observe:

Cortar + a = cortá-la Pôs + os = pô-los

Fazer + o = fazê-lo Fez + o = fê-lo

Sinais diacríticos: sinais gráficos com os quais se distingue a modulação das vogais ou a pronúncia de certas palavras, para evitar confusões com outras.

transito – trânsito

ate – até

veiculo – veículo

secretaria – secretária

sabia – sábia – sabiá...

SEMÂNTICA

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

DENOTAÇÃO: o sentido literal, real das palavras.

CONOTAÇÃO: sentido figurado das palavras.

Fenômenos Semânticos

1. POLISSEMIA

(Polys, do grego, significa “muito”) é a capacidade que uma palavra tem de assumir diferentes significações ou sentido.

a) O sol é uma estrela de quinta grandeza.

b) Clarissa é a estrela de sua turma.

c) Fernanda Montenegro é uma estrela nacional.

d) Não desanime, meu filho, confie em sua estrela.

2. SINÔNIMOS

São palavras que apresentam, entre si, o mesmo significado.

triste = melancólico.

resgatar = recuperar

maciço = compacto

ratificar = confirmar

retificar = corrigir

aguentar = aturar

afastado = distante

alegre = divertido

3. ANTÔNIMOS

São palavras que apresentam, entre si, sentidos contrários.

bom x mau

bem x mal

condenar x absolver

feio x bonito

subir x descer

amigo x inimigo

vida x morte

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LOJA DO CONCURSEIRO - 20

4. HOMÔNIMOS

São palavras iguais na forma e diferentes na significação. Há três tipos de homônimos:

4.1. HOMÔNIMOS HOMÓFONOS

Têm o mesmo som e grafias diferentes.

sessão (reunião),

seção (repartição)

e cessão (ato de ceder);

cela (cubículo) e

sela (arreio)

concerto (harmonia)

e conserto (remendo).

4.2. HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOS

Têm a mesma grafia e sons diferentes.

almoço (refeição) e

almoço (verbo almoçar);

sede (vontade de beber) e

sede (residência).

4.3. HOMÔNIMOS PERFEITOS

Têm a mesma grafia e o mesmo som.

cedo (advérbio) e

cedo (verbo ceder);

meio (numeral),

meio (adjetivo) e

meio (substantivo).

5. PARÔNIMOS

São palavras de significação diferente, mas de forma parecida.

retificar e ratificar;

emergir e imergir.

comprimento e cumprimento

cavaleiro e cavalheiro

6. AMBIGUIDADE

Ocorre a ambiguidade quando o leitor vacila diante de mais de uma possibilidade de entendimento do que foi expresso.

Uma série de causas estruturais pode causar ambiguidade.

a) Pedro e Paulo vão desquitar-se. (Mau uso da coordenação)

b) O aluno enjoado saiu da sala. (Má colocação de palavra)

c) João encontrou Maria e lhe disse que sua prima estava doente. (Mau uso de possessivos)

Eis uma lista com alguns homônimos e parônimos:

acender = atear fogo

ascender = subir

amoral = indiferente à moral

imoral = contra a moral, libertino, devasso

apreçar = marcar o preço

apressar = acelerar

arrear = pôr arreios

arriar = abaixar

bucho = estômago de ruminantes

buxo = arbusto ornamental

caçar = abater a caça

cassar = anular

cela = aposento

sela = arreio

censo = recenseamento

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LOJA DO CONCURSEIRO - 21

senso = juízo

cessão = ato de doar

seção ou secção = corte, divisão

sessão = reunião

chá = bebida

xá = título de soberano no Oriente

chalé = casa campestre

xale = cobertura para os ombros

cheque = ordem de pagamento

xeque = lance do jogo de xadrez, contratempo

comprimento = extensão

cumprimento = saudação

concertar = harmonizar, combinar

consertar = remendar, reparar

conjetura = suposição, hipótese

conjuntura = situação, circunstância

coser = costurar

cozer = cozinhar

deferir = conceder

diferir = adiar

descrição = representação

discrição = ato de ser discreto

descriminar = inocentar

discriminar = diferençar, distinguir

despensa = compartimento

dispensa = desobrigação

despercebido = sem atenção, desatento

desapercebido = desprevenido

discente = relativo a alunos

docente = relativo a professores

emergir = vir à tona

imergir = mergulhar

eminente = nobre, alto, excelente

iminente = prestes a acontecer

esperto = ativo, inteligente, vivo

experto = perito, entendido

espiar = olhar sorrateiramente

expiar = sofrer pena ou castigo

estada = permanência de pessoa

estadia = permanência de veículo

flagrante = evidente

fragrante = aromático

fuzil = carabina

fusível = resistência de fusibilidade calibrada

incerto = duvidoso

inserto = inserido, incluso

incipiente = iniciante

insipiente = ignorante

indefesso = incansável

indefeso = sem defesa

infligir = aplicar pena ou castigo

infringir = transgredir, violar, desrespeitar

intemerato = puro, íntegro, incorrupto

intimorato = destemido, valente, corajoso

intercessão = súplica, rogo

interse(c)ção= ponto de encontro de duas linhas

laço = laçada

lasso = cansado, frouxo

ratificar = confirmar

retificar = corrigir

soar = produzir som

suar = transpirar

sortir = abastecer

surtir = originar

sustar = suspender

suster = sustentar

tacha = brocha, pequeno prego

taxa = tributo

tachar = censurar, notar defeito em

taxar = estabelecer o preço

vultoso = volumoso

vultuoso = atacado de vultuosidade (congestão na face)

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LOJA DO CONCURSEIRO - 22

CLASSES DE PALAVRAS

VERBO

É a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno, situando-se no tempo.

Ex.: O garoto corre muito.

Sou poeta.

O ouro virou terra.

Chove muito aqui.

FLEXÃO DO VERBO

1 - NÚMERO E PESSOA

1ª pessoa do singular

2ª pessoa do singular

3ª pessoa do singular

1ª pessoa do plural

2ª pessoa do plural

3ª pessoa do plural

2 - MODO

Indicativo: certeza diante do fato.

Ex.: Ela corria na frente.

Subjuntivo: dúvida diante do fato.

Ex.: Talvez ela corra na frente.

Imperativo: ordem, conselho, pedido.

Ex.: Corra na frente.

3 - TEMPO

Presente: a ação ocorre no momento em que se fala.

Ex.: Fecho os olhos, agito a cabeça.

Pretérito: a ação transcorreu num momento anterior àquele em que se fala.

Ex.: Fechei os olhos, agitei a cabeça.

Futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala.

Ex.: Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.

4 - CONJUGAÇÃO

Três são as conjugações em português:

1ª conjugação: ar

Ex.: andar, lavar, cortar.

2ª conjugação: er

Ex.: vender, saber, ler.

3ª conjugação: ir

Ex.: dormir, reunir, sair.

5 - FORMAS NOMINAIS

Existem três formas verbais que não apresentam flexão de tempo e modo, perdendo, desta forma, as características exclusivas do verbo. Como desempenham funções próprias dos nomes (substantivo, adjetivo e advérbio), são denominadas formas nominais. São elas: infinitivo, particípio e gerúndio.

a. infinitivo: indica o processo propriamente dito, sem situá-lo no tempo; desempenha, assim, função semelhante à do substantivo:

É preciso recuperar os valores éticos.

O infinitivo pode apresentar flexão de pessoa, originando duas formas: o infinitivo impessoal (não se flexiona) e o infinitivo pessoal (flexionado).

b. particípio: indica uma ação já acabada, desempenhando função semelhante á do adjetivo. O particípio flexiona-se em gênero e número, concordando com o substantivo a que se refere:

Preservada a natureza, sobreviveremos.

Preservado o meio ambiente, sobreviveremos.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 23

c. gerúndio: indica um processo verbal em curso, desempenhando função semelhante à do adjetivo e á do advérbio. O gerúndio não apresenta flexão.

“Caminhando e cantando e seguindo a canção,

Somos todos iguais, braços dados ou não”

(Geraldo Vandré)

6 - LOCUÇÃO VERBAL

É formada de um verbo auxiliar seguido de um verbo principal.

Ex.: Vamos sair hoje cedo.

Fiquei a observar tudo,

Podemos ter sido aprovados.

7 - VOZ

Ativa: sujeito pratica a ação.

Ex.: O carroceiro disse um palavrão.

Passiva: sujeito sofre a ação.

Ex.: Um palavrão foi dito pelo carroceiro. (analítica)

Vende-se uma casa. (sintética)

Reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação.

Ex.: O carroceiro machucou-se.

Os noivos se olharam.

CLASSIFICAÇÃO DO VERBO

1. Quanto à flexão

Quanto à flexão, os verbos classificam-se regulares; irregulares; defectivos; abundantes.

a) regulares – são aqueles que seguem o paradigma, isto é, o modelo da conjugação. Quando um verbo é regular, o radical se

mantém em todas as formas e as terminações são as mesmas.

Em alguns casos, podemos encontrar alterações radicais de verbos regulares; é necessário observar essa alteração é apenas um caso de acomodação gráfica para manter a identidade fonética. É o que ocorre, por exemplo, com os verbos ficar (fico, fiquei), fingir (finjo, finges) e vencer (venço, vences)

b) irregulares – são aqueles que se afastam modelo da conjugação, apresentando alteração ou no radical ou nas desinências.

eu peço tu pedes

eu estou tu estás

c) defectivos – são verbos de conjugação incompleta, ou seja, não apresentam algumas formas. São exemplos os verbos falir e abolir no presente do indicativo.

falir abolir

eu

tu aboles

ele abole

nós falimos abolimos

vós falis abolis

eles abolem

Consideram-se defectivos os chamados verbos unipessoais:

verbos que exprimem fenômenos da natureza

(chover, ventar, anoitecer, etc.) só se empregam na terceira pessoa do singular.

Nevou na serra gaúcha.

Neste momento, chove em Belém.

verbos que exprimem vozes de animais (latir, miar,

urrar, coaxar, etc.) só se empregam na terceira pessoa do singular e na terceira pessoa do plural.

Capeto latiu a noite toda.

Os cães latiram a noite toda.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 24

d) abundantes – são aqueles que possuem duas ou mais formas de idênticos valor. A abundância ocorre com maior frequência no particípio de alguns verbos, que, além da forma regular (desinência –do), apresentam outra forma, denominada irregular ou abundante.

infinitivo particípio regular

particípio irregular

Aceitar aceitado aceito

Acender acendido aceso

Benzer benzido bento

exprimir exprimido expresso

expulsar expulsado expulso

enxugar enxugado enxuto

prender prendido preso

Quando o verbo apresenta duplo particípio, deve-se usar a forma regular com os auxiliares ter e haver e a forma irregular com os auxiliares ser e estar.

Tinham aceitado o pedido.

Haviam aceitado o pedido.

O pedido foi aceito.

O pedido estava aceito.

Alguns verbos apresentam tão-somente o particípio irregular.

Infinitivo particípio irregular

dizer dito

fazer feito

escrever escrito

abrir aberto

Na linguagem atual, os verbos pagar, gastar e ganhar são usados apenas no particípio irregular, com qualquer auxiliar.

Ele havia pago a conta.

Tinham gasto muitos presentes no aniversário.

3 - QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO:

Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou explícito. Quase todos os verbos são pessoais.

Ex.: O rapaz apareceu na porta.

Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implícito ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa.

Ex.: Há alunos na sala.

Faz frio aqui.

Em Belém chove muito.

EMPREGO DOS MODOS E TEMPOS VERBAIS

Modo indicativo

1. presente – exprime um fato que ocorre no momento em que se fala:

Vejo um pássaro na janela.

O presente do indicativo também é usado para:

a) exprimir uma verdade científica, um axioma:

A Terra é redonda.

Por um ponto passam infinitas retas.

b) exprimir uma ação habitual:

Aos domingos não saio de casa.

c) dar atualidade a fatos ocorridos no passado:

Cabral chega ao Brasil em 1500.

d) indicar fato futuro bastante próximo, quando se tem certeza de que ele ocorrerá:

Amanhã faço os exercícios.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 25

2. pretérito perfeito – exprime um fato já concluído anteriormente ao momento em que se fala.

Ontem eu reguei as plantas do jardim.

3. pretérito imperfeito – exprime um fato anterior ao momento em que se fala, mas não o toma como concluído, acabado. Revela, pois, o fato em seu curso, em sua duração.

Ele falava muito durante as aulas.

4. pretérito mais-que-perfeito – indica um fato passado que já foi concluído, em relação a outro fato também passado.

Quando você resolveu o problema, eu já o resolvera.

Na linguagem atual tem-se usado com mais frequência o pretérito mais-que-perfeito composto.

Quando você resolveu o problema, eu já o tinha resolvido.

O mais-que-perfeito é, em alguns casos, usado no lugar do futuro do pretérito ou do imperfeito do subjuntivo.

“...Mais servira, se não fora

Para tão logo amor tão curta a vida!”

(Camões)

(servira = serviria; fora = fosse)

5. futuro do presente – exprime um fato posterior ao momento em que se fala, tido como certo.

Amanhã chegarão os meus pais.

As aulas começarão segunda-feira.

O futuro do presente pode ser empregado para exprimir ideia de incerteza, de dúvida.

Serei eu o único culpado?

6. futuro do pretérito – exprime um fato futuro tomado em relação a um fato passado.

Ontem você me disse que viria à escola.

O futuro do pretérito também pode ser usado para indicar incerteza, dúvida.

Seriam mais ou menos dez horas quando ele chegou.

Usa-se ainda o futuro do pretérito, em vez do presente do indicativo ou do imperativo, como forma de cortesia, de boa educação.

Você me faria um favor?

MODO SUBJUNTIVO

O subjuntivo apresenta o fato de modo incerto, impreciso, duvidoso. Normalmente é empregado em orações que dependem de outras (subordinadas).

Viajaríamos se fizesse calor.

1. Presente – é empregado nas orações subordinadas para expressar fatos presentes ou futuros.

É justo que eles fiquem. (presente)

Desejo que todos compareçam. (futuro)

Em orações independentes, é utilizado para exprimir desejo.

Deus me proteja.

Que a terra lhes seja leve!

2. pretérito imperfeito – indica uma ação passada, presente ou futura em relação ao verbo da oração principal.

Se neste momento eu tivesse coragem, contaria a verdade. (presente)

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LOJA DO CONCURSEIRO - 26

Mesmo que saísse antes, não teria chegado a tempo. (passado)

Ficaria feliz se ele fosse à minha casa. (futuro)

3. futuro – é empregado em orações subordinadas para indicar eventualidade no futuro.

Farei o trabalho se tiver tempo.

MODO IMPERATIVO

O imperativo exprime uma atitude de ordem, solicitação, convite ou conselho. É empregado em orações absolutas, principais ou coordenadas.

Como o imperativo pode exprimir várias atitudes do falante, a entoação da frase será fundamental para veicular a ideia pretendida.

No imperativo, o falante sempre se dirige a um interlocutor; por isso, esse modo verbal só possui as formas que admitem um interlocutor (segundas e terceiras pessoas; primeira pessoa do plural).

Prestem atenção! (ordem)

Empreste-me o livro, por favor. (solicitação)

Venha à festa do meu aniversário. Será lá em casa. (convite)

Não guarde rancor, pode lhe dar uma gastrite. (conselho)

Emprego do infinitivo

Além do infinitivo impessoal, nossa língua apresenta também o infinitivo pessoal (ou flexionado). Não há propriamente regras que determinem o emprego do infinitivo; o que se observa são tendências e usos consagrados por competentes usuários do português.

Infinitivo impessoal

Emprega-se o infinitivo impessoal:

- quando ele não estiver se referindo a sujeito algum.

É preciso sair.

- na função de complemento nominal (virá regido de preposição):

Esses exercícios eram fáceis de resolver.

- quando ele faz parte de uma locução verbal:

Eles deviam ir ao cinema.

- quando, dependente dos verbos deixar, fazer, ouvir, sentir, mandar, ver, tiver por sujeito um pronome oblíquo:

Mandei-os sair Deixei-as falar.

- quando ele tem valor de imperativo:

Fazer silêncio, por favor.

Infinitivo pessoal

Emprega-se o infinitivo pessoal quando ele tiver sujeito próprio (expresso ou implícito), diferente do sujeito da oração principal.

O remédio era ficarmos em casa.

O costume é os jovens falarem e os velhos ouvirem.

No primeiro exemplo, o sujeito do infinitivo ficarmos é nós (implícito), diferente do sujeito da oração principal, que é o remédio. No segundo, os infinitivos falarem e ouvirem apresentam como sujeito, os jovens e os velhos (expressos), diferentes do sujeito da oração principal, que é o costume.

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PRONOME

É a palavra que substitui ou determina o nome.

De acordo com essas funções, o pronome pode ser classificado em pronome substantivo ou pronome adjetivo.

PRONOME SUBSTANTIVO - É aquele que substitui o substantivo.

Ex.: A casa é tua?

Ele foi embora.

PRONOME ADJETIVO - É aquele que acompanha o substantivo, determinando-o.

Ex.: Meu irmão viajou e levou minha mochila.

Os pronomes classificam-se em:

PESSOAIS, POSSESSIVOS, DEMONSTRATIVOS, INDEFINIDOS, INTERROGATIVOS E RELATIVOS.

1. PRONOMES PESSOAIS

Substituem as três pessoas gramaticais

RETOS OBLÍQUOS

eu

tu

ele, ela

nós

vós

eles, elas

me, mim, comigo

te, ti, contigo

se, lhe, o, a, si, consigo, ele, ela

nos, conosco

vos, convosco

se, lhes, os, as, si, consigo, eles, elas

OS PRONOMES OBLÍQUOS PODEM SER: ÁTONOS E TÔNICOS

PRONOME OBLÍQUO REFLEXIVO - É o pronome oblíquo da mesma pessoa do pronome reto, significando a mim mesmo, a ti mesmo, etc.

Ex.: Eu me vesti rapidamente.

PRONOME OBLÍQUO RECÍPROCO - É representado pelos pronomes nos, vos, se, quando traduzem a ideia de um ou outro, reciprocamente.

Ex.: Nós nos cumprimentamos.

Eles se abraçaram.

EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS

Os pronomes oblíquos o, a, os, as, podem assumir as seguintes formas:

a) lo, los, la, las, depois de verbos terminados em r, s, z

Ex.: Os habitantes resolveram matá-lo

Fizemo-lo sair.

Meu filho brincava. Fi-lo estudar.

b) no, nos, na, nas, depois de verbos terminados em ditongo nasal (am, em, ão, õe)

Ex.: Ouçam-na.

Peguem-no.

Eles não vendem o produto. Dão-no aos pobres.

Eles não têm certeza dessas resoluções. Supõe-nas.

c) As formas tônicas dos pronomes oblíquos sempre vêm precedidas de preposição.

Ex.: Não houve nada entre mim e ti.

Obs.: Se houver um verbo acompanhando o pronome, este será pessoal do caso reto.

Ex.: Empreste o livro para eu ler.

Disseram que é para tu viajares.

d) As formas conosco e convosco serão substituídas por com nós e com vós se vierem seguidas de numeral ou de palavra como: todos, outros, mesmos, próprios, ambos.

Ex.: Deixaram o recado com nós mesmos.

Falei também com vós todos.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 28

e) A forma consigo só se utiliza quando o sujeito da frase for uma 3ª pessoa e o pronome referir-se a esse mesmo sujeito.

Ex.: Ela trazia a prova consigo.

f) Se a palavra até tiver o valor de mesmo, também, inclusive, usa-se a forma reta do pronome. Ex.: Até eu tive problemas com essa empresa.

g) Os pronomes oblíquos podem ser usados como possessivos.

Ex.: Não lhe entendo a intenção. (lhe = sua)

h) Os pronomes o(s), a(s) são usados como objeto direto e o pronome lhe(s) como objeto indireto.

Ex.: Isto o compromete.

Isto lhe convém.

i) Os pronomes pessoais do caso reto de 3ª pessoa podem contrair-se com as preposições de ou em.

Ex.: Ninguém cuida de melhorar a sorte dele.

j) Quando esses pronomes exercem a função de sujeitos, essa contração não deve haver.

Ex.: É capaz de ele não poder chegar.

k) Na linguagem coloquial, o pronome nós é frequentemente substituído por a gente. O verbo deverá ficar na 3ª pessoa do singular.

Ex.: É verdade que a gente está só.

PRONOMES DE TRATAMENTO

Você v. tratamento familiar

Vossa Alteza V.A príncipes , duques

Vossa Eminência V.Em.ª cardeais

Vossa Excelência V.Ex.ª altas autoridades

Vossa Magnificência V.Mag.ª reitores

Vossa Majestade V.M. reis, imperadores

Vossa Meritíssima juizes de direito

Vossa Onipotência Deus

Vossa Reverendíssima

V.Rev.ª sacerdotes

Vossa Senhoria V.S.ª altas autoridades

Vossa Santidade V.S. papa

Emprega-se vossa quando 2ª pessoa, isto é, em relação a quem falamos.

Emprega-se sua quando 3ª pessoa, isto é, em relação à de quem falamos.

2. PRONOMES POSSESSIVOS

Indicam aquilo que pertence a cada uma das pessoas gramaticais.

1ª: meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s)

2ª: teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s)

3ª: seu(s), sua(s)

Esses pronomes nem sempre indicam posse. Podem indicar afetividade, cortesia, cálculo aproximado, valor indefinido.

Ex.: Meu caro amigo.

Não se incomode, meu filho.

Ana, com seus três anos, não era nenhum anjo.

Ela tem lá suas manias.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 29

Os pronomes seu(s), sua(s) podem referir-se à 2ª e à 3ª pessoas. Por isso, seu emprego pode gerar ambiguidade.

Ex.: Ele saiu com sua namorada.

A forma seu não é um possessivo quando resultar da alteração fonética da palavra senhor:

Ex.: Muito obrigado, seu Eduardo.

3. PRONOMES DEMONSTRATIVOS

São pronomes que situam o ser no espaço e no tempo, tomando como ponto de referência as três pessoas gramaticais.

Variáveis Invariáveis

este(s), esta(s)

esse(s), essa(s)

aquele(s), aquela(s)

isto

isso

aquilo

As palavras o, a, os, as, mesmo, próprio, semelhante e tal podem ser pronomes demonstrativos.

Ex.: Hoje o que vejo é muita violência. (o = aquilo)

Eles viram tal grandeza.

Nunca ouvi semelhante besteira.

Este, esta, isto, indicam o tempo presente em relação ao falante.

Ex.: Esta noite está bonita.

Esse, essa, isso indicam o tempo passado ou o futuro pouco distante.

Ex.: Procurei Frederico essa noite.

Aquele, aquela, aquilo indicam tempo muito distante em relação ao falante.

Ex.: Naquele tempo não havia noite.

Para situar o que já foi anteriormente expresso: esse, essa, isso.

Ex.: Encontramos várias soluções. Essas soluções são boas.

Para situar o que vai ser expresso, utiliza-se este, esta, isto.

Ex.: O fato é este: estamos sem dinheiro.

O pronome este retoma o elemento anterior mais próximo e aquele retoma o mais distante.

Ex.: Jogarão hoje Alemanha e Brasil, este com um futebol mais criativo e aquele com um mais calculado.

4. PRONOMES INDEFINIDOS

Referem-se à 3ª pessoa gramatical de modo vago, indeterminado.

Variáveis Invariáveis

algum(a), alguns, algumas

nenhum(a), nenhuns, nenhumas

bastante, bastantes

todo(s), toda(s)

outro(s), outra(s)

muito(s), muita(s)

pouco(s), pouca(s)

certo(s), certa(s)

vário(s), vária(s)

tanto(s), tanta(s)

quanto(s), quanta(s)

qualquer, quaisquer

alguém

ninguém

tudo

outrem

nada

cada

algo

quem

menos

mais

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LOJA DO CONCURSEIRO - 30

5. PRONOMES INTERROGATIVOS

São aqueles empregados na formulação de perguntas.

Ex..: Quem chegou?

Os pronomes interrogativos são que, quem, quanto, como, onde e qual.

6. PRONOMES RELATIVOS

Referem-se a termos já expressos e, ao mesmo tempo, introduzem uma oração dependente.

Ex.: Esta é a pessoa que eu amo.

Variáveis Invariáveis

o qual, a qual, os quais, as quais

cujo(s), cuja(s)

quanto(s), quanta(s)

que

quem

onde

CONJUNÇÃO

Conjunções são palavras invariáveis que unem termos de uma oração ou unem orações. As conjunções podem relacionar termos de mesmo valor sintático ou orações sintaticamente equivalentes - as chamadas orações coordenadas - ou podem relacionar uma oração com outra que nela desempenha função sintática - respectivamente, uma oração principal e uma oração subordinada.

Ex.: Nossa realidade social é precária e nefasta.

A situação social do país é precária, mas ainda existem aqueles que só buscam privilégios pessoais.

Não se pode deixar de perceber que a situação social do país é precária.

São chamados locuções conjuntivas os conjuntos de palavras que atuam como conjunções. Essas locuções geralmente terminam em que: visto

que, desde que, ainda que, por mais que, à medida que, à proporção que, etc.

Os mesmos critérios de classificação aplicados às conjunções simples são aplicados às locuções conjuntivas.

CLASSIFICAÇÃO

As conjunções são primeiramente classificadas em coordenativas e subordinativas, de acordo com o tipo de relação que estabelecem. As conjunções coordenativas ligam termos ou orações sintaticamente equivalentes. As conjunções subordinativas ligam uma oração a outra que nela desempenha função sintática; em outras palavras, ligam uma oração principal a uma oração que lhe é subordinada.

De acordo com o sentido das relações que estabelecem, as conjunções coordenativas são classificadas em:

a) Aditivas (exprimem adição, soma): e, nem, não só... mas também, etc.;

b) Adversativas (exprimem oposição, contraste): mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante, etc.;

c) Alternativas (exprimem alternância ou exclusão): ou, ou... ou..., ora..., ora, já... já, etc;

d) Conclusivas (exprimem conclusão): logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), etc.;

e) Explicativas (exprimem explicação): pois (anteposto ao verbo), que, porque, porquanto.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 31

Já as conjunções subordinativas são classificadas em:

a) Integrantes (introduzem orações subordinadas substantivas): que, se, como;

b) Causais (exprimem causa): porque, como, uma vez que, visto que, já que, etc.;

c) Concessivas (exprimem concessão): embora, ainda que, mesmo que, conquanto, apesar de quê, etc.;

d) Condicionais (exprimem condição ou hipótese): se, caso, desde que, contanto que, etc.;

e) Conformativas (exprimem conformidade): conforme, consoante, segundo, como, etc.;

f) Comparativas (estabelecem comparação): como, mais... (do) que, menos... (do) que, etc.;

g) Consecutivas (exprimem consequência): que, de sorte que, de forma que, etc.;

h) Finais (exprimem finalidade): para que, a fim de que, que, porque, etc.;

i) Proporcionais (estabelecem proporção): à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais..., menos..., etc.;

j) Temporais (indicam tempo): quando, enquanto, antes que, depois que, desde que, logo que, assim que, etc.

INTERJEIÇÃO

Interjeições são palavras invariáveis que exprimem emoções, sensações, estados de espírito, ou que procuram agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar determinados comportamentos sem que se faça uso de estruturas linguísticas mais elaboradas.

Observe:

Ah! pode exprimir prazer, deslumbramento, decepção;

Psiu! pode indicar que se está querendo atrair a atenção do interlocutor ou que se quer que ele faça silêncio.

Em alguns casos, há um conjunto de palavras que atua como uma interjeição: são as locuções interjectivas, como Valha-me Deus! ou Macacos me mordam!

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LOJA DO CONCURSEIRO - 32

VOZES DO VERBO

VOZ ATIVA: sujeito pratica a ação do verbo.

Maria pintou o quarto.

VOZ PASSIVA: sujeito sofre a ação do verbo. Só V.T.D.

Maria foi agredida pelo noivo.

Comeu-se o bolo

VOZ REFLEXIVA: sujeito pratica e sofre a ação do verbo.

Maria se pintou.

Os noivos se beijaram.

A VOZ PASSIVA PODE SER:

1. Analítica (Verbal): com locução verbal

v. SER + v. principal no particípio (-ADO/-IDO).

Sujeito sofre a ação; o agente da passiva pratica.

O texto será corrigido por um professor.

OU

2. Sintética (Pronominal): com pronome apassivador

V.T.D.+ SE (pron. apassivador).

Perdeu-se a oportunidade. (= A oportunidade foi perdida)

TRANSFORMAÇÃO DE VOZ VERBAL

Como passar da voz ativa para a passiva

Lembre-se: só passa para a voz passiva VTD.

1º. Transforme o Objeto Direto em sujeito da passiva;

2º. Transforme o verbo da oração em locução verbal, acrescentando verbo auxiliar SER antes do principal (no particípio: –ADO/-IDO), sempre respeitando o mesmo tempo utilizado na ativa;

3º. Transforme o sujeito em agente da passiva, introduzido por preposição (POR/DE).

Fixação

Transformação para a passiva das frases abaixo.

A menina colheu a flor. (voz ativa)

=

A flor foi colhida pela menina. (voz passiva)

A menina havia colhido a flor. (voz ativa)

=

A flor havia sido colhida pela menina. (voz passiva)

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LOJA DO CONCURSEIRO - 33

VA

RIÁ

VEI

S IN

VA

RIÁ

VEI

S

Como passar da voz passiva para a ativa

1º. Transforme o agente da passiva em sujeito;

2º. Transforme a locução verbal em VTD, retirando o verbo auxiliar SER, sempre respeitando o mesmo tempo utilizado na passiva.

3º. Transforme o sujeito em OD da ativa.

Obs.: se não houver agente da passiva, o verbo (na passagem para a ativa) ficará na 3ª pessoa do plural, indicando indeterminação do sujeito.

Fixação

Transformação para a ativa das frases abaixo.

O cão fora atropelado pelo guarda. (voz passiva)

=

O guarda atropelara o cão. (voz ativa)

A carta tinha sido entregue. (voz passiva)

=

Tinham entregado a carta. (voz ativa)

Exemplos da transformação de vozes verbais

Colheram as flores. (voz ativa)

O.D.

=

Colheram-se as flores. (voz passiva sintética)

SUJEITO

=

As flores foram colhidas. (voz passiva analítica)

SUJEITO

MORFOSSINTAXE

1. Substantivo: palavra nuclear

2. Artigo

3. Numeral

PALAVRAS ADJETIVAS

4. Adjetivo referem-se a substantivo

e concordam com ele

5. Pronome

Refere-se ao sujeito|=|

6. Verbo

Se incompleto,

pede complemento |OD, OI, AP|

verbo

7. Advérbio refere-se a adjetivo

(modificando) advérbio.

não concorda

8. Preposição: liga termos, introduz orações reduzidas.

a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.

9. Conjunção: liga orações. As coordenativas (e, nem, ou...) também ligam termos

10. Interjeição: exprime sentimento repentino, indica saudação, apelo. Ai! Oh! Oi. Bom dia! Pelo amor da vaca preta!

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LOJA DO CONCURSEIRO - 34

VA

RIÁ

VE

IS

N

ÃO

-EX

PR

ESSO

SINTAXE

TERMOS DA ORAÇÃO

SUJEITO É o termo ao qual o verbo se refere e com que deve concordar.

TIPOS DE SUJEITO

1. INEXISTENTE: com verbos impessoais.

2. SIMPLES: um único núcleo.

Núcleo: palavra fundamental

Uma grande mesa de mármore sumiu.

3. COMPOSTO: mais de um núcleo.

O pai da noiva e o noivo choravam.

4. OCULTO/ELÍPTICO/DESINENCIAL

Fomos à feira. (nós)

Desce daí. (tu)

5. INDETERMINADO:

Verbo na 3ª pessoa do plural, sem sujeito expresso ou subentendido. (Tocaram a campainha)

Verbo na 3ª pessoa do singular (menos o VTD/VTDI) com o índice de indeterminação do sujeito SE. (Vive-se pouco. Aqui se trabalha.)

PREDICAÇÃO DO VERBO

OS VERBOS PODEM SER:

NÃO-NOCIONAIS

Verbo auxiliar (só tem função sintática)

Verbo de ligação

NOCIONAIS (DE AÇÃO)

Verbo intransitivo

Verbo transitivo direto

Verbo transitivo indireto

Verbo transitivo direto e indireto

DE LIGAÇÃO: liga sujeito a predicativo (característica do sujeito).

Ser, estar, ficar e sinônimos.

Predicativo: exprime estado ou qualidade.

Eu fiquei triste. Mauro anda cansado.

Ela continua séria.

INTRANSITIVO: não pede complemento substantivo (mas pode pedir complemento adverbial).

A menina cresceu. A cidade dormia. Moro em Belém.

TRANSITIVO: pede complemento substantivo.

Conhecia Paris. O livro pertence a mim.

DIRETO: não exige preposição. Complemento: O.D.

Carlos encontrou um troféu.

Descobri a fórmula.

INDIRETO: exige preposição. Complemento: O.I.

Preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre e trás.

Acredita em nós. A vitória dependia de sorte.

DIRETO e INDIRETO: complementos: O.D. e O.I.

Devo favores a papai. Ofereci comida ao mendigo.

EXP

RES

SO

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TER

MO

S Q

UE

SE

REF

EREM

A N

OM

E

TER

MO

S Q

UE

SE

REF

EREM

A V

ERB

O

SINTAXE DA ORAÇÃO

1. SUJEITO(substantivo) termo essencial

2. OBJETO DIRETO (substantivo) completa

sentido de VTD sem preposição, não ocorre na voz passiva. (O.D. se transforma em sujeito na VOZ PASSIVA)

3. OBJETO INDIRETO (substantivo) completa VTI c/ preposição.

4. AGENTE DA PASSIVA (substantivo) completa locução verbal, pratica a ação na voz passiva, é introduzido por preposição por ou de.

5. ADJUNTO ADVERBIAL (advérbio – sem preposição - ou locução adverbial – com preposição) indica circunstância de tempo, modo, lugar, instrumento...

6. ADJUNTO ADNOMINAL artigo, numeral, pronome, adjetivo ou locução adjetiva, juntos do nome. Indicam característica própria. (=É)

7. PREDICATIVO (adjetivo)

DO SUJEITO é separado do nome por verbo ou vírgula, indica uma característica não-própria. (=ESTAVA)

DO OBJETO fica junto do nome, mas fica implícita a expressão “como sendo” e indica característica atribuída ao objeto pelo sujeito.

8. APOSTO substantivo esclarece um termo anteriormente citado, geralmente com pontuação.

9. COMPLEMENTO NOMINAL (substantivo)

completa o sentido de um nome incompleto que exige esse complemento preposicionado (regência nominal).

10. VOCATIVO (substantivo) chamamento, indica com quem se fala, vem separado por vírgula.

TERMOS QUE SE REFEREM A VERBO

1. OBJETO DIRETO: complemento verbal sem preposição.

Poucas pessoas já leram esse livro.

VTD OD

O objeto direto caracteriza-se pelo seguinte:

Frase com OD pode ser transposta para a voz passiva.

Eu aplaudi o cantor. (voz ativa)

VTD OD

=

O cantor foi aplaudido por mim. (v. passiva)

SUJEITO

O OD da voz ativa torna-se o sujeito da voz passiva.

Objeto direto preposicionado: a preposição, no entanto, não é exigida pelo verbo e pode até ser eliminada.

A notícia surpreendeu a todos.

SUJEITO VTD OD PREP.

2. OBJETO INDIRETO: é o complemento verbal que,

obrigatoriamente, vem iniciado por uma preposição.

Muitos já desconfiavam de você. V.T.I. OBJ. IND.

3. AGENTE DA PASSIVA: pratica a ação verbal na voz passiva, corresponde ao sujeito da ativa e sempre se

inicia pela preposição POR/PELO e DE.

Muitas árvores foram destruídas pelo vento.

suj paciente ag. da passiva

4. ADJUNTO ADVERBIAL: termo que se relaciona ao verbo para acrescentar uma circunstância qualquer (tempo, modo, negação, causa, lugar, dúvida etc.).

Talvez ele não vá à cidade hoje.

adj. adv. adj. adv. adj. adv. adj. adv.

de dúvida de negação de lugar de tempo

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LOJA DO CONCURSEIRO - 36

TERMOS QUE SE REFEREM A NOME

1. ADJUNTO ADNOMINAL: se relaciona a um nome (substantivo) para detalhar melhor esse nome. Pode ser artigo, numeral, pronome ou adjetivo.

Pequenos flocos de espuma boiavam.

adj. adn. nome adj, adn.

2. PREDICATIVO: (adjetivo) termo que expressa

uma característica, um estado, um modo de ser do nome. O predicativo relaciona-se ao nome sempre através de um verbo de ligação (expresso ou subtendido).

O predicativo pode ser:

Predicativo do sujeito: quando a característica é atribuída ao sujeito da oração.

Os jogadores estavam nervosos.

suj. v. lig. predicat. do suj.

Predicativo do objeto: quando a característica é atribuída ao objeto da oração.

Ninguém considerou certa sua atitude.

suj. v.t.d. predicat. do obj. obj. dir.

Observe que o verbo de ligação está subtendido: Ninguém considerou (como sendo) certa sua atitude.

3. COMPLEMENTO NOMINAL: relaciona-se a nomes de sentido incompleto a fim de completá-los. Assemelha-se ao objeto indireto, mas o objeto indireto inicia-se por uma preposição e completa o sentido de verbos, enquanto o complemento nominal completa o sentido de nomes.

A população ficou revoltada com as mudanças.

nome incomp. (adjetivo) compl. nom.

4. APOSTO: explica melhor um termo anteriormente citado, esclarecendo-lhe o sentido.

Explicativo:

O veículo, um caminhão velho e torto, desapareceu.

Denominativo

A professora Genoveva chegou.

VOCATIVO

O vocativo é um termo usado para chamar a atenção da pessoa com quem se fala. O vocativo não pertence nem ao sujeito, nem ao predicado da oração.

A vida, meu pai, está triste agora.

suj. vocativo predicado

CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO

A classificação do predicado depende do tipo de verbo que ele contém.

1. VERBAL: sem predicativo.

Núcleo: verbo (de ação)

O homem partiu cedo.

2. NOMINAL: com verbo de ligação.

Núcleo: predicativo do sujeito.

O homem estava furioso.

3. VERBO-NOMINAL: com verbo intransitivo ou transitivo + predicativo.

Núcleos: verbo e predicativo.

O homem partiu furioso.

Achei minha cidade diferente

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DICAS

PRONOMES OBLÍQUOS COMO OBJETOS

O, A, OS, AS sempre OD.

Todos O criticaram.

OD VTD

LHE, LHESsempre OI.

Sempre LHE obedeço.

OI VTI

ME, TE, SE, NOS, VOS a classificação depende do verbo.

Eu TE conheço. OD VTD

Eu TE obedeço.

OI VTI

Os pronomes átonos me, te, nos, vos e lhe que assumem valor possessivo (=meu, teu, nosso, vosso, seu), classificam-se, em tais situações, como adjuntos adnominais.

Corte-me o cabelo (=meu)

Analisei-lhe a questão (=sua)

Termo preposicionado referindo-se a nome

pode ser:

ADJUNTO ADNOMINAL ou COMPLEMENTO NOMINAL

Para distinguir um do outro:

Analise o nome ao qual o termo preposicionado se refere:

Se o nome for substantivo concreto, o termo preposicionado é Adjunto Adnominal.

Ruas de terra

Se o nome for adjetivo ou advérbio, o termo preposicionado é Complemento Nominal.

Ele é rico de coceira

Moro perto da igreja

Se o nome for um substantivo abstrato que indicar uma ação, se o termo preposicionado PRATICAR a ação expressa pelo nome, é Adjunto Adnominal; se RECEBER a ação, é Complemento Nominal

A conquista do atleta

Adjunto adnominal – pratica a ação do nome “conquista”

A conquista da medalha

Complemento nominal – recebe a ação do nome “conquista”

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LOJA DO CONCURSEIRO - 38

COESÃO E COERÊNCIA. CONECTORES

Coesão e coerência

O texto é um conjunto harmônico de elementos, associados entre si por processos de coordenação ou subordinação. Os fonemas (sons da fala), representados graficamente pelas letras, se unem constituindo as palavras. Estas, por sua vez, ligam-se para formar as orações, que passam a se agrupar constituindo os períodos. A reunião de períodos dá origem aos parágrafos. Estes também se unem, e temos então o conjunto final, que é o texto.

No meio de tudo isso, há certos elementos que permitem que o texto seja inteligível, com suas partes devidamente relacionadas. Se a ligação entre as partes do texto não for bem feita, o sentido lógico será prejudicado. Observe atentamente o trecho seguinte.

Levantamos muito cedo. Fazia frio e a água havia congelado nas torneiras.

Até os animais, acostumados com baixas temperaturas, permaneciam, preguiçosamente, em suas tocas. Apesar disso, deixamos de fazer nossa caminhada matinal com as crianças.

O trecho é composto por vários períodos, agrupados em dois segmentos distintos. No primeiro, fala-se do frio intenso e suas consequências; no segundo, a decisão de não fazer a caminhada matinal. O que aparece para fazer a ligação entre esses dois segmentos? A locução apesar disso. Ora, esse termo tem valor concessivo, liga duas coisas contraditórias, opostas; mas o que segue a ele é uma consequência do frio que fazia naquela manhã. Dessa forma, no lugar de apesar disso, deveríamos usar por isso, por causa disso, em virtude disso etc.

Conclui-se o seguinte: as partes do texto não estavam devidamente ligadas. Diz-se então que faltou coesão textual.

Consequentemente, o trecho ficou sem coerência, isto é, sem sentido lógico.

Resumindo, podemos dizer que a coesão é a ligação, a união entre partes de um texto; coerência é o sentido lógico, o nexo.

Elementos conectores

Qualquer vínculo estabelecido entre as palavras, as orações, os períodos ou os parágrafos podemos chamar de coesão. Toda palavra ou expressão que se refere a coisas passadas no texto, ou mesmo às que ainda virão, são elementos conectores. Os termos a que eles se referem podem ser chamados de referentes. Eis os conectores mais importantes:

1) Pronomes pessoais, retos ou oblíquos

Ex.: Meu filho está na escola. Ele tem uma prova hoje.

Ele = meu filho (referente)

Carlos trouxe o memorando e o entregou ao chefe.

o = memorando (referente)

2) Pronomes possessivos

Ex.: Pedro, chegou a sua maior oportunidade.

Sua = Pedro (de Pedro)

3) Pronomes demonstrativos

Os demonstrativos estão entre os mais importantes conectores da língua portuguesa. Frequentemente se criam questões de interpretação ou compreensão com base em seu emprego. Veja os casos seguintes.

a) O filho está demorando, e isso preocupa a mãe.

Isso = O filho está demorando.

b) Isto preocupa a mãe: o filho está demorando.

Isto = o filho está demorando.

Isso (esse, esses, essa, essas) é usado para fazer referência a coisas ou fatos já citados no texto. Isto (este, estes, esta, estas) refere-se a coisas ou fatos que ainda serão citados no texto.

c) O homem e a mulher estavam sorrindo. Aquele porque foi promovido; esta por ter recebido um presente.

Aquele = homem esta = mulher

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LOJA DO CONCURSEIRO - 39

Temos aqui uma situação especial de coesão: evitar a repetição de termos por meio do emprego de este (estes, esta, estas) e aquele (aqueles, aquela, aquelas). Não se usa, aqui, o pronome esse (esses, essa, essas). Com relação ao exemplo, a palavra aquele refere-se ao termo mais afastado (homem), enquanto esta, ao mais próximo (mulher).

4) Pronomes indefinidos

Ex.: Naquela época, os homens, as mulheres, as crianças, todos acreditavam na vitória.

todos = homens, mulheres, crianças

5) Pronomes relativos

Ex.: Havia ali pessoas que me ajudavam.

(que= as quais)

que = pessoas

No caso do pronome relativo, o seu referente costuma ser chamado de antecedente.

6) Pronomes interrogativos

Ex.: Quem será responsabilizado? O rapaz do almoxarifado, por não ter conferido os materiais. Quem = rapaz do almoxarifado

7) Substantivos

Ex.: José e Helena chegaram de férias. Crianças ainda, não entendem o que aconteceu com o professor.

Crianças = José e Helena

8) Advérbios

Ex.: A faculdade ensinou-o a viver. Lá se tornou um homem.

Lá = faculdade

9) Preposições: ligam palavras dentro de uma mesma oração. Em casos excepcionais, ligam duas orações. Elas não possuem referentes no texto, simplesmente estabelecem vínculos.

Ex.: Preciso de ajuda.

Morreu de frio.

Nas duas frases, a preposição liga um verbo a um substantivo. Na primeira, em que introduz um objeto indireto (complemento verbal com preposição exigida pelo verbo), ela é destituída de significado. Diz-se que tem apenas valor relacional. Na segunda, em que introduz adjunto adverbial, ela possui valor semântico ou nocional, uma vez que a expressão que ela inicia tem um valor de causa. Veja, a seguir, os principais valores semânticos das preposições.

• De causa :Perdemos tudo com a seca.

• De matéria: Trouxe copos de papel.

• De assunto: Falavam de política.

• De fim ou finalidade: Vivia para o estudo.

• De meio: Falaram por telefone.

• De instrumento: Feriu-se com a tesoura.

• De condição: Ele não vive sem feijão.

• De posse: Achei o livro de André.

• De modo: Agiu com tranquilidade.

• De tempo: Retomaram de manhã.

• De companhia: Passeou com a irmã.

• De afirmação: Irei com certeza.

• De lugar : Ele veio de casa

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LOJA DO CONCURSEIRO - 40

SINTAXE DO PERÍODO

CONCEITO

a) FRASE: enunciado de sentido completo:

Fogo! Fogo! Fogo!

b) ORAÇÃO: enunciado construído em torno de um verbo ou locução verbal:

A noite estava linda. Maria estava dormindo.

c) PERÍODO: enunciado de sentido completo construído em torno de uma ou mais orações:

Maria disse que viria.

d) PERÍODO SIMPLES: contém uma só oração:

A rua estava iluminada.

e) PERÍODO COMPOSTO: frase com mais de uma oração .

"Matamos o tempo: o tempo nos enterra." (M. A.)

1ª ORAÇÃO 2ª ORAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

Podem ser substituídas pela palavra ISSO.

Disse que viria . (=Disse isso)

Têm as funções próprias do substantivo e são introduzidas pelas conjunções integrantes que e se.

1) SUBJETIVA - funciona como sujeito. Ex.: É necessário que você fale a verdade.

Sabe-se que o jornal mentiu.

2) OBJETIVA DIRETA - funciona como objeto direto.

Ex.: Espero que ele volte.

Não sabemos se ele veio.

3) OBJETIVA INDIRETA - funciona como objeto indireto.

Ex.: Ele necessitava de que você o ajudasse.

4) COMPLETIVA NOMINAL - funciona como complemento nominal.

Ex.: Tínhamos dúvida de que daria certo.

5) PREDICATIVA - funciona como predicativo do sujeito. Aparece verbo de ligação na oração principal.

Ex.: Nossa esperança é que os povos vivam em paz.

6) APOSITIVA - funciona como aposto.

Ex.: Queremos somente isto: que a distribuição de renda seja mais justa.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Têm o valor e a função próprios do adjetivo. São introduzidas por pronomes relativos: que, o qual (e variações), quem, onde, cujo (e variações).

Ex.: Há situações que não desejamos nunca.

CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS:

1) restritivas - são aquelas que restringem o sentido do termo a que se referem.

Ex.: Os homens que são honestos merecem nosso diálogo.

2) explicativas - são aquelas que tomam o termo a que se referem no seu sentido amplo, destacando sua característica principal ou esclarecendo melhor sua significação.

Ex.: Os homens, que são seres racionais, merecem nosso diálogo.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 41

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS Funcionam como adjuntos adverbiais da oração principal. Aparecem introduzidas por conjunções subordinativas, com exceção das integrantes.

1) temporais - exprimem ideia de tempo: quando, logo que, até que, sempre que, enquanto, assim que...

Ex.: Quando os gatos saem, os ratos fazem a festa.

2) causais - exprimem ideia de causa: porque, já que, visto que, como, uma vez que...

Ex.: Como era doente, poucos queriam o seu trabalho.

3) condicionais - exprimem ideia de condição: se, caso, desde que, contanto que... Ex.: Caso ele venha cedo, iremos ao cinema.

4) proporcionais - exprimem ideia de proporção: à medida que, à proporção que, quanto mais, quanto menos...

Ex.: À medida que chovia, a população ia deixando suas casas.

5) finais - exprimem ideia de finalidade: para que, a fim de que...

Ex.: Fiz uma festa bonita, a fim de que todos gostassem.

6) consecutivas - exprimem ideia de consequência: que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho)...

Ex.: Chorou tanto que a família se surpreendeu.

7) conformativas - exprimem ideia de conformidade: como, segundo, conforme...

Ex.: O livro foi publicado como nós pedimos.

8) concessivas - exprimem ideia contrária ao fato expresso na oração principal: embora, ainda que, se bem que...

Ex.: Embora chovesse, fomos à praia.

9) comparativas - exprimem ideia de comparação: como, mais...que, menos...que...

Ex.: O ciclista era tão rápido quanto o pensamento.

ORAÇÃO REDUZIDA: Oração subordinada com verbo em forma nominal. Sem conectivo.

1) De infinitivo - substantiva, adjetiva ou adverbial.

Eu era o único homem a sorrir. (adjetiva restritiva)

2) De gerúndio - adjetiva ou adverbial.

Chegando à cidade, receberás a carta. (adverbial temporal)

3) De particípio – adjetiva e adverbial.

Concedido o aumento, voltaremos. (adverbial condicional)

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

São as que iniciam as orações subordinadas. Podem ser:

1) INTEGRANTES: são as únicas desprovidas de valor semântico; iniciam orações que completam o sentido da outra; tais orações são chamadas de subordinadas substantivas (= ISSO).

São apenas duas: que e se

Ex.: É bom que o problema seja logo resolvido.

Veja se ele já chegou.

Obs.: As palavras que e se, nos exemplos acima, iniciam orações que funcionam, respectivamente, como sujeito e objeto direto da oração principal.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 42

2) CAUSAIS: iniciam orações que indicam a causa do que está expresso na oração principal.

Principais conjunções: porque, pois, que, porquanto, já que, uma vez que, como, visto que, visto como.

Ex.: O gato miou porque pisei seu rabo.

Estava feliz pois encontrou a bola.

Já que me pediram, vou continuar.

Visto que vai chover, sairemos agora mesmo.

Como fazia frio, pegou o agasalho.

3) CONDICIONAIS: introduzem orações que estabelecem uma condição para que ocorra o que está expresso na oração principal.

Principais conjunções: se, caso, desde que, a menos que, salvo se, sem que, contanto que, dado que, uma vez que.

Ex.: Explicarei a situação, se isso for importante para todos.

Caso me solicitem, escreverei uma nova carta.

Você será aprovado, desde que se esforce mais.

Contanto que todos participem da reunião, os projetos serão apresentados.

Uma vez que ele tente, poderá alcançar o objetivo.

4) CONCESSIVAS: começam orações com valor de concessão, isto é, ideia contrária à da oração principal.

Principais conjunções: embora, ainda que, mesmo que, conquanto, posto que, se bem que, por mais que, suposto que, apesar de que, sem que, que, nem que.

Ex.: Embora gritasse, não foi atendido.

Perderia a condução mesmo que acordasse cedo.

Conquanto estivesse com dores, esperou pacientemente.

Posto que me tenham convidado bastante, não quis participar.

Por mais que tentem explicar, o caso continua confuso.

Sem que tenha grandes virtudes, é adorado por todos.

Doente que estivesse, participaria da maratona.

Fale, nem que seja por um minuto apenas.

5) COMPARATIVAS: introduzem orações com valor de comparação.

Principais conjunções: como, (do) que, qual, quanto, feito, que nem.

Ex.: Ele sempre foi ágil como o pai.

Maria estuda mais que a irmã. (ou do que)

Estava parado feito uma estátua.

Ele agiu tal qual eu lhe pedira.

Observações

a) Geralmente o verbo da oração comparativa é o mesmo da principal e fica subentendido. É o que ocorre nos cinco primeiros exemplos.

b) As conjunções feito e que nem são de emprego coloquial.

6) CONFORMATIVAS: principiam orações com valor de acordo em relação à principal.

Principais conjunções: conforme, segundo, consoante, como.

Ex.: Fiz tudo conforme me solicitaram.

Segundo nos contaram, o jogo foi anulado.

Pedro tomou uma decisão consoante determinava a sua consciência.

Carlos é inteligente como os pais sempre afirmaram.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 43

7) CONSECUTIVAS: iniciam orações com valor de consequência.

Principais conjunções: que (depois de tão, tal, tanto, tamanho, claros ou ocultos), de sorte que, de maneira que, de modo que, de forma que.

Ex.: Falou tão alto que acordou o vizinho.

Gritava que era uma barbaridade. (Gritava tanto ... )

Eu lhe expliquei tudo, de modo que não há motivos para discussão.

8) PROPORCIONAIS: começam orações que estabelecem uma proporção.

Principais conjunções: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto (em correlações do tipo quanto mais ... mais, quanto menos ... menos, quanto mais ... menos, quanto menos ... mais, quanto maior...maior, quanto menor...menor).

Ex.: Seremos todos felizes à proporção que amarmos.

À medida que o tempo passava, crescia a nossa expectativa.

O ar se tornava rarefeito ao passo que subíamos a montanha.

Quanto mais nos preocuparmos, mais ficaremos nervosos.

Quanto menos estudamos, menos progredimos.

Quanto maior for o preparo, maior será a oportunidade.

9) FINAIS: introduzem orações com valor de finalidade.

Principais conjunções: para que, a fim de que, que, porque.

Ex. : Fechou a porta para que os animais não entrassem.

Trarei minhas anotações a fim de que você me ajude.

Faço votos que sejas feliz. (= para que)

Esforcei-me porque tudo desse certo. (= para que)

10) TEMPORAIS: introduzem orações com valor de tempo.

Principais conjunções: quando, assim que, logo que, antes que, depois que, mal, apenas, que, desde que, enquanto.

Ex.: Cheguei quando eles estavam saindo.

Assim que anoiteceu, fomos para casa.

Mal a casa foi reformada, a família se mudou.

Estávamos lá desde que ele começou a lecionar.

Enquanto o filho estudava, a mãe fazia comida.

Observações finais

a) Apesar de e em que pese a são locuções prepositivas com valor de concessão. Ligam palavras dentro de uma mesma oração ou introduzem orações reduzidas de infinitivo.

Ex.: Apesar do aviso de perigo, ele resolveu escalar a montanha.

Apesar de ventar muito, fomos para a pracinha.

Em que pese a vários pedidos do chefe, o caixa não fez serão.

Em que pese a ter treinado bem, foi colocado na reserva.

b) Algumas conjunções coordenativas às vezes ligam palavras dentro de uma mesma oração.

Ex. Carlos e Rodrigo são irmãos.

Não encontrei Sérgio nem Regina.

Comprarei uma casa ou um apartamento.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 44

ORAÇÕES COORDENADAS

São independentes, não exercem função sintática umas em relação às outras. Podem ser:

1) ASSINDÉTICAS - são as orações não ligadas por conectivo, conjunção. Ex.: Chegou, gostou, ficou para sempre.

2) SINDÉTICAS - são as orações ligadas por conectivos, conjunções. Ex.: Olho e sinto falta de alguma coisa nesta sala.

CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS

1) ADITIVAS - ideia de soma: e, nem, mas também, como também.

Ex.: Não veio nem telefonou.

2) ADVERSATIVAS - ideia de contraste: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto.

Ex.: A população quis falar ao prefeito, mas não foi atendida.

3) ALTERNATIVAS - ideia de alternância: ou; ou...ou; ora...ora; já...já; quer...quer.

Ex.: Ora chama pela mãe, ora procura o pai.

4) EXPLICATIVAS - expressam motivo: porque, que, pois (antes do verbo)

Ex.: Cubatão é uma vergonha nacional, pois é a cidade mais poluída do país.

5) CONCLUSIVAS - ideia de conclusão: logo, portanto, por conseguinte, pois (depois do verbo).

Ex.: Falta carne no mercado; conheça, pois, a comida vegetariana.

CONJUNÇÕES E LOCUÇÕES CONJUNTIVAS

Conjunções coordenativas

São as que iniciam orações coordenadas.

Podem ser:

1) ADITIVAS: estabelecem uma adição, somam coisas ou orações de mesmo valor.

Principais conjunções: e, nem, (não só) mas também, (não só) como também, senão também, como, bem como, quanto, tampouco.

Ex. : Fechou a porta e foi tomar café.

Não trabalha nem estuda.

Tanto lê como escreve.

Não só pintava, mas também fazia versos.

2) ADVERSATIVAS: estabelecem ideias opostas, contrastantes.

Principais conjunções: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante, senão, que.

Ex.: Correu muito, mas não se cansou.

As árvores cresceram, porém não estão bonitas.

Falou alto, todavia ninguém escutou.

Peça isso a outra pessoa, que não a mim.

Obs.: Às vezes, a palavra e, normalmente aditiva, assume valor adversativo.

Ex.: Fiz muito esforço e nada consegui, (mas nada consegui)

3) CONCLUSIVAS: estabelecem conclusões a partir do que foi dito inicialmente.

Principais conjunções: logo, portanto, por conseguinte, pois (colocada depois do verbo), por isso, então, assim, em vista disso.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 45

Ex.: Chegou muito cedo, logo não perdeu o início do espetáculo.

É bastante cuidadoso; consegue, pois, bons resultados.

Estava desanimado, por conseguinte deixou a empresa.

4) ALTERNATIVAS: ligam ideias que se alternam ou mesmo se excluem.

Principais conjunções: ou, ou ... ou, ora ... ora, já .. .já, quer...quer, seja... seja.

Ex.: Faça sua parte, ou procure outro emprego.

Ora narrava, ora comentava.

"Já atravessa as florestas, já chega aos campos do Ipu. " (J.A.)

5) EXPLICATIVAS: justificam o que se diz na 1ª oração.

Principais conjunções: porque, pois, que, porquanto.

Ex.: Chorou muito, porque os olhos estão inchados.

Choveu durante a madrugada, pois o chão está alagado.

Volte logo, que vai chover.

Era uma criança estudiosa, porquanto tirava boas notas.

Obs.: Depois de imperativo, elas só podem ser coordenativas explicativas, como no terceiro exemplo.

CONJUNÇÕES COM MAIS DE UM VALOR

Mas pode ser:

a) Coordenativa adversativa (=porém)

b) Coordenativa aditiva (seguida de também; equivale a como)

E pode ser:

a) Coordenativa aditiva

b) Coordenativa adversativa (= mas)

c) Coordenativa conclusiva. (=portanto)

Pois pode ser:

a) Coordenativa explicativa/causal (=porque)

b) Coordenativa conclusiva (=portanto)

Porque pode ser:

a) Coordenativa explicativa/causal

b) Subordinativa final (= para que)

Uma Vez Que pode ser:

a) Subordinativa causal (= porque)

b) Subordinativa condicional (=se = caso)

Como pode ser:

a) Coordenativa aditiva (= e)

b) Subordinativa causal (= Porque)

c) Subordinativa comparativa (=tal qual)

d) Subordinativa conformativa (=conforme)

Se pode ser:

a) Subordinativa condicional (= caso)

b) Subordinativa integrante (oração = ISSO)

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LOJA DO CONCURSEIRO - 46

Desde Que pode ser:

a) Subordinada condicional (=se = caso)

b) Subordinativa temporal (=momento)

Sem Que pode ser:

a) Subordinativa condicional (=se = caso)

b) Subordinativa concessiva (=embora)

Quanto pode ser:

a) Coordenativa aditiva

b) Subordinativa comparativa

c) Subordinativa proporcional

Porquanto é sempre igual a Porque

Conquanto é sempre igual a Embora

FUNÇÕES DA PALAVRA SE

1. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONDICIONAL

(= CASO)

Se não chover, partiremos à tarde.

2. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE (ORAÇÃO=ISSO)

Ninguém sabe se ele venceu a partida

3. PRONOME REFLEXIVO

(=A SI MESMO)

Sujeito pratica e sofre a ação

O lenhador machucou-se com a foice.

(=machucou a si mesmo)

4. PRONOME REFLEXIVO RECÍPROCO

(= UM AO OUTRO)

Ação mútua

Pai e filho abraçaram-se emocionados.

(=abraçaram um ao outro)

5. PARTE INTEGRANTE DO VERBO

Com verbos pronominais. Arrepender-se, apaixonar-se, referir-se, suicidar-se.

Os atletas queixaram-se do tratamento recebido.

6. PARTÍCULA EXPLETIVA (OU DE REALCE)

Usada para enfatizar a ação verbal. com V.I.: ir-se.

Lá se vai mais um caminhão de verduras.

7. PRONOME APASSIVADOR

(VTD + SE)

Usado para indicar que o sujeito recebe a ação verbal. A frase pode passar para a voz passiva analítica .

Reformam-se móveis.

=

(Móveis são reformados)

8. ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO

Indetermina o sujeito da oração. Esse tipo de oração não admite a passagem para a voz passiva analítica e o verbo estará sempre na 3ª pessoa do singular.

Vive-se bem naquele país.

Precisava-se de mais funcionários.

FUNÇÕES DO “QUÊ”

1. SUBSTANTIVO: antecedido por artigo, pronome adjetivo ou numeral, é sempre acentuada (quê).

Ex. A decisão do tribunal teve um quê de corrupção.

2. PRONOME ADJETIVO: aparece antes de substantivos, apenas modificando-o .

Ex. Que mulher linda!!

3. ADVÉRBIO: intensifica adjetivos e advérbios. Pode ser substituído por quão ou muito; é usado em frases exclamativas.

Ex. Que linda essa garota!

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LOJA DO CONCURSEIRO - 47

4. PREPOSIÇÃO: equivale à preposição de em locuções verbais que tenham, como auxiliares, ter ou haver.

Ex. Temos que estudar bastante.

Tive que trazer tudo.

5. INTERJEIÇÃO: exprime emoção, estado de espírito; é sempre exclamativa e acentuada (quê).

Ex. Quê?! Você não viajou??

6. PARTÍCULA EXPLETIVA OU DE REALCE: empregado para realce ou ênfase; sua retirada não altera o sentido da frase. Pode ser usado com o verbo ser, na locução é que.

Ex. Nós é que precisamos de ajuda.

Eles que o procuraram.

7. PRONOME INTERROGATIVO: empregado em frases interrogativas.

Ex. Vocês farão o quê?

8. PRONOME INDEFINIDO: aparece antes de substantivos em frases geralmente exclamativas. Pode ser substituído por quanto(s), quanta(s).

Ex. Que sujeira!!

9. PRONOME RELATIVO: aparece após substantivos, podendo ser substituído por o(a) qual, os(as) quais.

Ex. É belíssima a garota que (= a qual) me apresentaste.

10. CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADITIVA: inicia oração coordenada sindética aditiva; (=e).

Ex. Estudava que estudava, mas não assimilava a matéria.

11. CONJUNÇÃO COORDENATIVA EXPLICATIVA: inicia oração coordenada sindética explicativa. (=pois ou porque)

Ex. Venha até aqui, que precisamos conversar.

12. CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADVERSATIVA: inicia oração coordenada sindética adversativa. Indica oposição, ressalva, apresentando valor equivalente a mas.

Ex. Outra pessoa, que não eu, deveria cumprir essa tarefa.

13. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE: inicia oração subordinada substantiva (=ISSO).

Ex. Julgo que sua ascensão foi rápida.

Julgo ISSO

14. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONSECUTIVA: inicia oração subordinada adverbial consecutiva; aparece, em geral, nas expressões tão... que, tanto... que, tamanho... que e tal... que.

Ex. Esforçou-se tanto, que desmaiou.

15. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA COMPARATIVA: inicia oração subordinada adverbial comparativa; aparece nas expressões mais... que, menos... que. Ex. Ele é mais chato que o tio.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 48

PONTUAÇÃO

1. PONTO ( . )

É usado para finalizar uma frase declarativa ou imperativa.

Ex.: A noite está bonita.

Estude bastante.

2. DOIS PONTOS ( : )

São usados:

a) para indicar a fala das personagens.

Ex.: E o vizinho disse:

Preciso conversar com ele.

b) antes de uma citação.

Ex.: O trabalhador gritou: "Avante, Brasil!"

c) nas enumerações

Ex.: Isto é tudo o que eu quero da vida: o saber e o amor.

d) para anunciar uma explicação.

Ex.: Duas coisas são vitais para um mundo melhor: honestidade e paz.

3. TRAVESSÃO ( )

É usado:

a) para indicar a fala da personagem num diálogo.

Ex.: Quantos quilos você trouxe?

Dois quilos. E você?

b) para destacar ou intercalar palavras, expressões, frases, equivalendo aos parênteses:

Ex.: Fica na moita disse baixinho o

camarada e não espalha.

c) para ligar palavras em cadeia de um itinerário.

Ex.: Fiz uma viagem CuritibaFoz do Iguaçu.

4. PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )

Usado nas frases interrogativas diretas.

Ex.: Quem disse isso?

5. PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )

Empregado nas frases exclamativas e imperativas.

Ex.: Que dia maravilhoso!

Não diga nada!

6. PONTO E VÍRGULA ( ; )

É usado :

a) para indicar pausa maior que a da vírgula.

Ex.: A prece do pobre é um pedido; a do rico, um recibo

b) separar partes de períodos que já apresentam divisões assinaladas por vírgulas.

Ex.: A terra é redonda; meu pai, quadrado.

c) separar os itens de enunciados enumerativos.

Ex.: Compramos três filhotes: o primeiro, macho, de capa preta; o segundo, também macho, predominantemente marrom; o terceiro, uma fêmea, brincalhona e de olhinhos carentes.

d) separar orações coordenadas extensas.

Ex.: Cheguei a supor que fosse uma cilada; mas adverti logo que havia outros meios de capturar-me

7. ASPAS (" ")

São usadas:

a) nas citações ou transcrições

Ex.: Como disse Fernando Pessoa: "O poeta é um fingidor."

b) na referência a títulos de livros.

Ex.: Machado de Assis escreveu "Dom Casmurro."

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LOJA DO CONCURSEIRO - 49

c) para destacar palavras que representam estrangeirismo, vulgarismo, ironia, gíria.

Ex.: Este salão está um "show".

"Lindo"! Você estragou a surpresa.

d) quando a palavra é escrita, de propósito, de forma incorreta.

Ex.: Onde está meu "fiu", "muié"?

8. RETICÊNCIAS (...)

São usadas para indicar:

a) interrupção do pensamento.

Ex.: Mas assim, nada feito...

b) hesitação

Ex.: Bem... não sei bem por quê ...

c) prolongamento de uma ideia.

Ex.: Poxa! Como é bom sonhar, sonhar...

9. VÍRGULA ( , )

Observação: Não se admite, no interior de orações, o uso da vírgula para separar o sujeito do predicado verbal, o verbo do seu complemento, o núcleo substantivo de um adjunto adnominal ou de um complemento nominal.

USA-SE A VÍRGULA NO INTERIOR DE ORAÇÕES PARA:

1. separar termos coordenados, que compõem uma enumeração, termos com mesma função sintática.

Tivera pai, mãe, marido, dois filhos. Todos tinham morrido.

Nota: Não se deve usar vírgula, no entanto, se constituintes sintáticos idênticos vêm relacionados pelas conjunções "e", "nem" e "ou" (a menos que essas conjunções estejam repetidas).

2. isolar o aposto.

Vitória, capital do Espírito Santo, é uma ilha.

3. isolar o vocativo.

Saci, Seu Pedrinho, é uma coisa que eu juro que existe.

4. indicar adjunto adverbial deslocado.

No Brasil, os corruptos ficam soltos.

5. indicar que complementos nominais ou verbais foram deslocados para o início da oração.

De sua terra natal, ele sente saudades.

6. Indicar predicativo do sujeito deslocado (antes do verbo) Cansado, o homem seguia sua jornada.

7. indicar conjunções intercaladas:

A ferida foi tratada. É preciso, porém, cuidar dela.

8. isolar nomes de lugares, quando se transcrevem datas. Campinas, 18 de dezembro de 1997.

9. intercalar expressões explicativas, como "em suma", "isto é", "ou seja", "vale dizer", "a propósito".

Viajarei amanhã, ou seja, domingo.

10. indicar que uma palavra foi suprimida (elipse/zeugma).

A terra é redonda; meu pai, quadrado. (A vírgula está indicando a supressão do verbo "é".)

USA-SE A VÍRGULA ENTRE ORAÇÕES PARA:

1. separar oração subordinada substantiva (=ISSO) apositiva da oração principal.

Maria só quer uma coisa: que você volte logo.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 50

2. separar a oração subordinada adverbial deslocada (antes ou no meio da principal);

Caso a subordinada adverbial venha depois da principal, a virgula será facultativa.

Logo que o filho nasceu, o pai correu para a maternidade.

O pai correu para a maternidade(,) logo que o filho nasceu.

3. separar a oração subordinada adjetiva explicativa da oração principal.

As frutas, que estavam maduras, caíram no chão.

4. separar orações coordenadas assindéticas.

Cheguei, peguei o livro, voltei correndo para o colégio.

5. separar orações coordenadas sindéticas.

Há os que se esforçam muito, porém nunca são premiados.

Observação: Não se usa a vírgula para separar orações coordenadas sindéticas ligadas pela conjunção e, exceto quando os sujeitos forem diferentes ou quando essa conjunção aparecer repetida:

Elas sairão de férias, e eu tomarei conta da casa.

"Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua." Olavo Bilac

6. para separar orações intercaladas.

E o ladrão, perguntei eu, foi condenado ou não?

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Colocação dos termos na oração

1. ordem direta (sujeito + verbo + complemento+ circunstância)

O festival de música popular brasileira reunirá grandes artistas, hoje, no Rio de janeiro.

2. ordem indireta

Reunirá hoje, no Rio de Janeiro, o festival de música popular brasileira, grandes artistas.

COLOCAÇÃO DOS PRONOMES PESSOAIS OBLÍQUOS ÁTONOS

EMPREGO DA PRÓCLISE

1. com partícula negativa:

Não se queixe de mim.

2. com pronome indefinido:

Nada me surpreende mais.

3. com advérbio:

já o havia visto.

Como nos achou?

4. com gerúndio regido pela preposição em:

Em se exaltando, olhou-me fixo.

5. com pronome interrogativo:

Qual é a sua opinião?

6. com conjunção subordinativa ou pronome relativo:

Julgo que a amavas.

Os livros que me pediram estão aqui.

7. nas orações optativas:

Que Deus te faça feliz.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 51

EMPREGO DA ÊNCLISE:

1. em frase iniciada por verbo:

Portou-se bem comigo.

3. com o imperativo afirmativo:

Erga-te daí!

4. como gerúndio sem a proposição em:

Deitou-se, fingindo-se de morta.

5. com infinitivo impessoal:

Podes passar-me o adoçante

EMPREGO DA MESÓCLISE

1. com o futuro do presente. quando não for obrigatória a próclise:

Ver-me-ás um dia, talvez.

3. com futuro do pretérito, quando não for caso obrigatório de próclise:

Contar-te-ia a verdade depois.

COLOCAÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS EM LOCUÇÕES VERBAIS

1. verbo auxiliar+ gerúndio:

Vai-se aproximando o final do ano.

Vai aproximando-se o final do ano.

2. verbo auxiliar + infinitivo:

Pôs-se a rir da anedota.

Pôs a rir-se da anedota.

4. verbo auxiliar + particípio:

O soldado tinha-se apresentado ao comandante.

O soldado se tinha apresentado ao comandante.

CONCORDÂNCIA NOMINAL

1. Com apenas um substantivo

O adjetivo concordará com o substantivo a que se refere.

Bonita música.

2. Com mais de um substantivo a) antepostos ao adjetivo

O adjetivo concordará com o substantivo mais próximo ou com todos os substantivos

Tinha o braço e a perna desengonçada.

Trouxe da feira pera e maçã estragadas.

OBS: Quando os substantivos forem antônimos o adjetivo irá para o plural e quando forem sinônimos concordará com o mais próximo.

Dia e noite frios.

Fé e esperança plena.

b) Pospostos ao adjetivo Concordará apenas com o substantivo mais próximo. Comprei maduro abacate e pera.

OBS: Se o adjetivo referir-se a nome próprio, grau de parentesco ou a títulos, ele concordará com os substantivos.

Conhecemos ilustres barão e baronesa.

3. Dois ou mais adjetivos referindo-se a um só substantivo

Há duas concordâncias possíveis:

- Os jogadores brasileiros derrotaram a seleção italiana e a alemã.

- Os jogadores brasileiros derrotaram as seleções italiana e alemã.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 52

4. Casos particulares

a) Anexo/obrigado/mesmo/incluso/quite/ leso

Essas palavras são adjetivos. Devem, portanto, concordar com o nome a que se referem.

Arquive os documentos anexos.

Muito obrigadas, disseram elas.

Os documentos em anexo devem ser arquivados.

As fotos estão inclusas no envelope.

Cometeu um crime de lesa-pátria.

b) Alerta/menos

São palavras invariáveis.

Fiquem alerta. Há menos vagas aqui.

c) Só/sós/a sós

A palavra só como adjetivo concordará em número com o termo a que se refere. Como advérbio, significa apenas, somente e é invariável. A expressão a sós é invariável.

Fiquei só.

Ficamos a sós.

Só eles ficaram.

d) Bastante/caro/barato/meio/longe

Quando funcionam como advérbios, essas palavras são invariáveis. Quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos ou numerais, concordam com o nome a que se referem.

Trata-se de questões bastante difíceis.

Havia bastantes questões.

Essas casas custam caro.

As casas estão baratas.

Juliana parece meio esquisita.

Comprei meia fruta.

Nosso colégio fica longe daqui.

Já andamos por longes terras.

e) É proibido/é necessário/é bom/é preciso etc.

Se, nessas expressões, o sujeito não vier antecipado de artigo, tanto o verbo como o adjetivo ficam invariáveis.

É proibido entrada.

Pimenta é bom.

É preciso cautela.

É necessário prudência.

f) O mais... possível/ os mais possíveis

Nas expressões do tipo o mais...possível, o menos...possível, a palavra possível concorda com o artigo que indica a expressão.

Encontrou argumentos os mais fáceis possíveis.

5. Silepse ou concordância ideológica

a) Silepse de gênero

Senhor prefeito, V.Ex.ª está equivocado.

b) Silepse de número

A molecada corria pelas ruas e atiravam pedras nas vidraças.

c) Silepse de pessoa

Os brasileiros gostamos de futebol.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 53

CONCORDÂNCIA VERBAL

1. Sujeito simples

O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.

Ex.: Desapareceram no meio da mata os fugitivos.

2. Sujeito composto anteposto ao verbo

a) O verbo vai para o plural:

Ex.: A secretária e o diretor chegaram.

b) Admite-se também o verbo no singular:

- Se os núcleos forem sinônimos.

Ex.: A sinceridade e a franqueza é uma virtude rara.

- Se os núcleos aparecerem em sequência gradativa.

Ex.: A solidão, a angústia levou meu amigo à loucura.

c) O verbo ficará no singular:

- Se os núcleos aparecerem resumidos por tudo, nada, ninguém.

Ex.: Papel, lápis, caneta, tudo era instrumento de trabalho.

3. Sujeito composto posposto ao verbo

a) O verbo vai para o plural.

Ex.: Cambaleavam na rua Romeu e Maria das Dores.

b) Admite-se também a concordância do verbo com o núcleo mais próximo.

Ex.: Em um ano ocorreu a condenação do irmão e a perda da esposa.

4. Sujeito composto de pessoas diferentes

- a 1ª pessoa prevalece sobre a 2ª e a 3ª. Ex.: Eu, tu e ele faremos a proposta.

- 2ª + 3ª = 2ª pessoa ou 3ª pessoa.

Ex.: Tu e ele fareis o trabalho.

Tu e Maria receberão a indenização.

5. Sujeito representado por um coletivo.

a) Quando o sujeito é formado de um coletivo, o verbo concorda com ele.

Ex.: O cardume escapou da rede.

b) Quando o sujeito é formado de um coletivo singular seguido de adjunto adnominal plural, admitem-se duas concordâncias:

Ex.: O bando de andorinhas contrastava (contrastavam) com o céu azul.

6. Sujeito constituído de pronome de tratamento.

O verbo vai para a 3ª pessoa.

Ex.: Vossa Excelência entrou em casa.

7. Sujeito constituído de nomes próprios que só têm plural.

- Se o nome não for precedido de artigo, o verbo fica no singular.

Ex.: Minas Gerais não possui mar.

- Se o nome for precedido de artigo o verbo para o plural.

Ex.: As Minas Gerais produzem excelentes escritores.

OBS.: Quando se trata de títulos de obras, admite-se o plural ou o singular.

Ex.: Os Lusíadas são (é) um grande poema de Camões.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 54

8. Sujeito constituído pelos pronomes relativos que e quem.

a) Se o sujeito for constituído pelo pronome relativo que, o verbo concordará em número e pessoa com o antecedente desse pronome.

Ex.: Fui eu que paguei a conta.

b) Se o sujeito for constituído pelo pronome relativo quem o verbo irá para a 3ª pessoa do singular ou concordará com o antecedente.

Ex.: Fui eu quem pagou (paguei) a conta.

9. Verbo com o pronome SE (apassivador).

Quando o verbo for transitivo direto ou transitivo direto e indireto aparece apassivado pelo pronome SE, concorda com o sujeito.

Ex.: Analisou-se o plano de reforma agrária.

Entregou-se uma flor à mulher.

10. Verbo com o pronome SE (índice de indeterminação do sujeito).

O verbo fica na 3ª pessoa do singular quando a indeterminação do sujeito é marcada pelo pronome SE com verbo transitivo indireto, verbo intransitivo e verbo de ligação.

Ex.: Precisa-se de homens corajosos.

Descansa-se muito aqui.

11. Sujeito formado por expressões. a) Um ou outro - o verbo fica no singular. Ex.: Um ou outro merece atenção.

b) Um e outro, nem um nem outro, nem... nem... - o verbo vai, de preferência, para o plural

Ex.: Um e outro esculpiam a madeira.

c) Um dos que , uma das que - verbo singular ou plural.

Ex.: Era uma das que mais brincava.

d) Mais de, menos de - o verbo concorda com o numeral que segue a expressão.

Ex.: Mais de um tenista representou o Brasil.

e) A maior parte de (uma porção de, grande número de, a maioria de) verbo fica no singular ou plural.

Ex.: A maioria dos casos ocorre aqui.

f) Quais de vós, quantos de nós, alguns de nós - admitem as seguintes concordâncias:

- O verbo concorda com o pronome indefinido ou interrogativo, ficando na 3ª pessoa do plural.

Ex.: Quais de vós são humildes?

- O verbo concorda com o pronome pessoal.

Ex.: Quais de vós sois humildes?

12. Verbo ser

a) com o sujeito e predicativo sendo nome de coisas, o verbo ser concorda com o sujeito, se este for plural e com o predicativo, se este for plural.

Ex.: Estas vaidades são o teu segredo.

Tua vida são ilusões.

b) com o sujeito ou predicativo sendo nome de pessoas, o verbo ser concorda com o nome que se refere a pessoas.

Ex.: Você é a alegria de sua mãe.

Suas preocupações era a filha.

c) na indicação de hora, data, distância, o verbo ser concorda com o predicativo.

Ex.: É uma hora. São três horas.

É 15 de agosto.

São 15 de agosto.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 55

13. Verbos impessoais

Ficam sempre na 3ª pessoa do singular.

Principais verbos impessoais:

a) haver no sentido de existir e indicando tempo.

Ex.: Havia alunos na escola.

Deve haver alunos na escola.

Há três dias ele viajou.

Obs.: O verbo existir concorda com o sujeito.

Ex.: Existem alunos na escola.

Devem existir alunos na escola.

b) fazer indicando tempo e temperatura.

Ex.: Faz três dias hoje.

Deve fazer três dias hoje.

Faz 30º em Belém.

c) verbos que indicam fenômenos da natureza: chover, trovejar, anoitecer, amanhecer, etc.

Ex.: Choveu ontem.

14. Haja vista

A palavra vista é invariável.

Ex.: Haja vista os problemas.

Hajam vista os problemas.

15. Verbos dar, soar e bater

Concordam com o número de horas.

Ex.: Soou uma hora.

Bateram cinco horas no relógio.

Obs.: Os verbos dar, soar e bater concordarão com o sujeito (relógio, sino, despertador...)

Ex.: O relógio bateu cinco horas.

REGÊNCIA VERBAL

Regência Verbal é a relação de dependência que se estabelece entre o verbo e o termo por ele regido.

Leia os exemplos:

O professor ensina a matéria para o aluno.

verbo transitivo objeto direto objeto indireto

O professor ensina a matéria.

verbo transitivo direto objeto direto

O professor ensina para o aluno.

verbo transitivo indireto objeto indireto

O professor ensina bem.

verbo intransitivo adjunto adverbial de modo

Em cada uma das frases acima, o verbo ensinar apresenta uma regência diferente ligando-o aos seus complementos. Na última frase ele não pede complemento, porque é intransitivo.

Dependendo da regência, os verbos podem modificar o seu significado. Confira:

1. agradar

transitivo direto — contentar, mimar, acariciar:

Agradou a namorada com um presente. / A mãe agradava o filho no berço.

transitivo indireto — satisfazer:

O grupo Legião Urbana agrada aos jovens.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 56

2. aspirar

transitivo direto — sorver, inalar, absorver:

Aspirou o perfume da rosa.

transitivo indireto — desejar, almejar, ambicionar:

Ele aspirava ao cargo político.

* Com essa transitividade e significado, esse verbo não aceita o pronome lhe(s), mas apenas as formas retas ele(s), ela(s), regidas de preposição: A glória, muitos aspiram a ela.

3. assistir

transitivo direto - socorrer, ajudar, prestar assistência.

A enfermeira assistiu a criança.

transitivo indireto - ver presenciar:

Os anjos assistiam ao jogo.

* Com essa transitividade e significado, esse verbo não aceita o pronome lhe(s), mas apenas as formas retas ele(s), ela(s), regidas por preposição: O filme é ótimo. Todos querem assistir a ele.

transitivo indireto - caber, competir:

Não lhe assiste este dever.

intransitivo - morar, residir:

O presidente assiste em Brasília.

4. atender

transitivo direto — colher com atenção, acatar:

A recepcionista atendeu o cliente.

transitivo indireto — considerar, dar atenção:

Ela atendeu ao meu pedido.

5. chamar

transitivo direto — convocar:

O juiz chamou o réu à sua presença.

transitivo direto ou transitivo indireto — denominar, apelidar (admite mais de uma construção, podendo vir ou não preposicionado):

Chamou-o covarde (transitivo direto).

Chamou-lhe covarde (transitivo indireto).

Chamou-o de covarde (transitivo direto).

Chamou-lhe de covarde (transitivo indireto).

transitivo indireto — invocar (seguido da preposição por):

Chamou por Deus naquele momento difícil.

6. chegar

intransitivo — atingir data ou local:

Chegou ao aeroporto atrasada.

intransitivo — hesitar, ser suficiente:

Chegou há poucos minutos.

transitivo direto e intransitivo — aproximar:

Cheguei-me a ele.

7. custar

transitivo direto — valer:

O carro custou quarenta mil reais.

transitivo indireto — ser difícil. É conjugado como verbo reflexivo, na terceira pessoa do singular, e o seu sujeito é uma oração reduzida de infinitivo:

Custou-me aceitar suas desculpas. (Neste caso, constituiria erro dizer: Custei a aceitar suas desculpas.)

8. ensinar

intransitivo — doutrinar, pregar:

Júlio ensina na faculdade.

transitivo direto — educar:

Nem todos ensinam as crianças.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 57

transitivo direto e indireto — fazer conhecer, dar instrução sobre:

Ensinou os exercícios ao colega.

9. esquecer

Pode ter duas regências, no sentido de “não ter lembrança ou memória”:

transitivo direto — (não é pronominal):

Ele esqueceu o dinheiro.

transitivo indireto — (como verbo pronominal):

Ele esqueceu-se do dinheiro.

Atenção: O pronome pessoal átono se, conjugado com o verbo, não tem função de objeto.

10. implicar

transitivo direto — embaraçar:

O vizinho implicou-o no caso.

transitivo direto — causar, envolver:

Sua participação não implica nenhuma consequência.

transitivo indireto — antipatizar:

O cliente implicou com o vendedor.

11. informar

transitivo direto e indireto — dar esclarecimentos:

Informei-o sobre o curso. Ou

Informei-lhe o curso.

(Pode ser transitivo direto para pessoa e transitivo Indireto para coisa, ou vice-versa.)

transitivo indireto (como verbo pronominal) — inteirar-se, pôr-se a par:

Informou-se das mudanças logo cedo.

12. investir

transitivo indireto — atacar, arremeter:

O touro investiu contra (ou para) o toureiro.

transitivo direto e indireto — empossar:

Investiram-no na função de gerente.

13. lembrar

No sentido de "ter lembrança ou memória”, apresenta duas regências:

transitivo direto (não pronominal):

Lembrou o seu nome.

transitivo indireto (pronominal):

Lembrou-se do seu nome.

transitivo direto e indireto — fazer recordar, advertir:

Lembrei a ela a data do exame.

transitivo direto ou transitivo indireto — carecer, precisar:

Necessitava o seu apoio. / Necessitava de seu apoio.

14. necessitar

transitivo direto ou transitivo indireto — carecer, precisar:

Necessitava o seu apoio. / Necessitava de seu apoio.

15. obedecer/desobedecer

transitivo indireto - submeter-se, cumprir ordens:

Obedecia a seus instintos. / Não desobedeça às leis de trânsito.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 58

16. pagar

transitivo direto — saldar compromisso (referindo-se em geral a coisas):

Pagou as promissórias corretamente.

transitivo indireto — remunerar (referindo-se, normalmente, a pessoas):

O lojista pagou ao funcionário.

17. perdoar

transitivo direto — desculpar (referindo-se a pessoas):

Perdoei a ofensa.

transitivo indireto — conceder perdão (referindo-se a pessoas):

Perdoei ao garoto.

transitivo direto e indireto — desculpar falta a alguém:

A mãe perdoou a mentira ao filho.

18. precisar

transitivo direto — indicar com certeza:

Ele precisou o lugar do encontro.

transitivo indireto — ter necessidade:

Os presos precisam de melhores condições de tratamento.

19. preferir

transitivo direto — ter preferência (sem sugerir a escolha):

O menino preferia chocolate.

transitivo direto e Indireto — ter preferência (sugerindo a escolha):

O menino prefere chocolate a doce de leite.

O verbo preferir não admite este tipo de construção: Preferia mais vinho do que cerveja. O correto é: Preferia vinho a cerveja.

20. querer

transitivo direto — desejar:

Quero o livro de Carlos Drummond.

transitivo indireto — gostar, ter afeto:

O filho queria bem ao pai.

21. responder

transitivo direto ou transitivo Indireto — dar resposta:

O aluno já respondeu a questão. / A balconista respondeu à cliente.

22. visar

transitivo direto — apontar ou pôr o visto:

O homem visou o pássaro. /A professora visa os cadernos.

transitivo indireto — desejar, pretender:

Todos visam ao reconhecimento de seus esforços.

* Com essa transitividade e significado o verbo visar:

a) não aceita o pronome lhe (s), mas apenas a formas retas ele (s), ela(s), regidas de preposição: O mais importante era a aprovação. Todos visavam a ela.

b) quando seguido de verbo no infinitivo, pode ser empregado sem preposição:

O trabalho visava divulgar os cursos oferecidos pela empresa.

ATENÇÃO

Não se devem misturar verbos cujas regências são diferentes:

Ela procurou e pediu ao vendedor a nota fiscal.

O verbo procurar é transitivo direto, portanto a frase correta é:

Ela procurou o vendedor e pediu-lhe a nota fiscal.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 59

REGÊNCIA NOMINAL

Muitos nomes (substantivos e adjetivos) admitem mais de uma regência e, assim como ocorre com certos verbos, o sentido de uma frase pode ser modificado com a simples troca da preposição que acompanha o termo regente.

Para orientá-lo, apresentamos a seguir uma breve relação de substantivos e adjetivos com suas regências mais usuais.

01. acostumado (a, com) 39. fecundo (de, em)

02. afável (a, com, para com)

40. fértil (de, em)

03. aflito (com, por) 41. fiel (a, em, para com)

04. alheio (a, de) 42. gosto (a, de, em, para, por)

05. amor (a, para com, por)

43. habituado (a, com)

06. ansioso (de, para, por)

44. horror (a, de, por)

07. antipatia (a, com, contra, por)

45. hostil (a, contra, para com)

08. apegado (a) 46. idêntico (a, em)

09. apto (a, para) 47. imune (a, de)

10. assíduo (a, em) 48. inclinação (a, por, para)

11. atenção (a, com, para, para com, sobre)

49. ingrato (a, com, para, para com)

12. atencioso (a, com, para com)

50. insensível (a)

13. atento (a, em) 51. intransigente (com, em)

14. aversão (a, para, por)

52. inveja (a, de)

15. avesso (a) 53. medo (a, de)

16. bom (a, com, de, em, para, para com)

54. nocivo (a)

17. capacidade (de, para)

55. obediência, obediente (a)

18. capaz (de) 56. ódio (a, contra, entre, para com)

19. cego (a, para, por) 57. ojeriza (a, com, contra, por)

20. compaixão (de, para, para com, por)

58. orgulhoso (com, de, em, por)

21. comum (a, entre) 59. peculiar (a, de)

22. confiança (com, em) 60. predileção (para com, por)

23. conforme (a, com) 61. preferência (por, sobre)

24. consideração (a, acerca de, a respeito de, de, sobre, com, por)

62. preferível (a)

25. contente (com, em, de, por)

63. pronto (a, em, para)

26. contrário (a) 64. próprio (a, de, para)

27. cruel (com, para, para com)

65. próximo (a, de)

28. curioso (de, por) 66. relacionado (com)

29. desejoso (de) 67. respeito (a, de, para com, por)

30. desprezo (a, de, para, para com, por)

68. satisfeito (com, de, em, por)

31. devoto (a, de) 69. simpatia (com, para com, por)

32. digno (de) 70. surdo (a)

33. empenho (de, em, por)

71. suspeito (a, de)

34. equivalente (a, de) 72. último (a, de, em)

35. estima (a, de, por) 73. união (a, com, de, entre)

36. fácil (a, de, em, para) 74. único (a, entre)

37. fanático (de, por) 75. vazio (de)

38. farto (de, em) 76. vizinho (a, com, de)

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LOJA DO CONCURSEIRO - 60

CRASE

É a fusão de dois sons idênticos.

O acento indicador da crase é o acento grave (`)

O ACENTO GRAVE DEVE SER USADO:

a) Diante de palavras femininas definidas.

Ex.: Ele foi à aula.

b) Em locuções femininas.

Ex.: Saímos às escondidas.

c) Quando vierem subentendidas as expressões moda, moda de, maneira de.

Ex.: Eles comeram tutu à mineira.

d) Diante de nomes de cidades que aceitem o artigo feminino.

Ex.: Vamos à Itália.

e) Nas indicações de número de horas.

Ex.: Saímos às 10 horas.

f) Diante das palavras casa, terra e distância quando estiverem determinada.

Ex.: Vamos à casa de Fábio.

Ex.: Voltarei à terra de nossos antepassados.

Ex.: Fiquei à distância de dois metros.

g) Diante dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo.

Ex.: Ele dirigiu-se àquele lugar.

NÃO PODEMOS USAR ACENTO GRAVE:

a) Diante de palavras masculinas.

Ex.: Vende-se a prazo.

Caminhamos a pé.

b) Diante de verbo.

Ex.: Começou a chover.

Chegaram a falar.

c) Diante de pronomes pessoais.

Ex.: Obedeceu a mim.

Disse a ele.

d) Diante de pronomes de tratamento.

Ex.: Faço a V.S.ª este pedido.

Exceções: Senhora, Senhorita e Dona

e) Diante de palavras de sentido indefinido.

Ex.: Matéria referente a pesquisas.

f) Com expressões formadas por palavras repetidas.

Ex.: Ele ficou face a face diante do medo.

g) Diante de artigo indefinido, pronome indefinido e pronomes demonstrativos esta e essa.

Ex.: Dirigiu-se a uma pessoa.

CASOS FACULTATIVOS:

a) Diante de pronomes possessivos femininos.

Ex.: Ele fez referência a (à) sua irmã.

b) Depois da preposição até.

Ex.: Ele foi até a (à) janela.

c) Diante de nomes próprios femininos de pessoa.

Ex.: Escrevi a (à) Cristina.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 61

EXERCÍCIOS

INTELECÇÃO DO TEXTO

Leia o texto abaixo e responda às questões 01 e 02.

Vaidade do humanismo

A vaidade, desde sua etimologia latina vanitas, aponta para o vazio, para o sentimento que habita o vão. Mas é possível tratar dela com mais condescendência do que os moralistas rigorosos que costumam condená-la inapelavelmente. Pode-se compreendê-la como uma contingência humana que talvez seja preciso antes reconhecer com naturalidade do que descartar como um vício abominável. Como se sabe, a vaidade está em todos nós em graus e com naturezas diferentes, e há uma vaidade que devemos aceitar: aquela que corresponde não a um mérito abstrato da pessoa, a um dom da natureza que nos tornasse filhos prediletos do céu, mas a algum trabalho que efetivamente tenhamos realizado, a uma razão objetiva que enraíza a vaidade no mesmo chão que foi marcado pelo nosso melhor esforço, pelo nosso trabalho de humanistas.

Na condição de humanistas, temos interesse pelo estudo das formações sociais, dos direitos constituídos e do papel dos indivíduos, pela liberdade do pensamento filosófico que se pensa a si mesmo para pensar o mundo, pela arte literária que projeta e dá forma em linguagem simbólica aos desejos mais íntimos; por todas as formas, enfim, de conhecimento que ainda tomam o homem como medida das coisas. Talvez nosso principal desafio, neste tempo de vertiginoso avanço tecnológico, esteja em fazer da tecnologia uma aliada preciosa em nossa busca do conhecimento real, da beleza consistente e de um mundo mais justo - todas estas dimensões de maior peso do que qualquer virtualidade.

O grande professor e intelectual palestino Edward Said, num livro cujo título já é inspiração para uma plataforma de trabalho - Humanismo e crítica democrática - afirma a certa altura: “como humanistas, é da linguagem que partimos”; “o ato de ler é o ato de colocar-se na posição do autor,

para quem escrever é uma série de decisões e escolhas expressas em palavras”.

Nesse sentido, toda leitura é o compartilhamento do sujeito leitor com o sujeito escritor - compartilhamento justificado não necessariamente por adesão a um ponto de vista, mas pelo interesse no reconhecimento e na avaliação do ponto de vista do outro. Que seja este um nosso compromisso fundamental. Que seja esta a nossa vaidade de humanistas.

(Derval Mendes Sapucaia, inédito)

01. (FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário) Ao se definir a condição de humanistas, no segundo parágrafo do texto, contempla-se a atividade específica de um ............................ quando se fala em .................. .

Preenchem, adequada e respectivamente, as lacunas da frase acima:

a) jurista - papel dos indivíduos

b) filósofo - pensamento que se pensa a si mesmo para pensar o mundo

c) tecnocrata - estudo das formações sociais

d) antropólogo - arte literária que projeta e dá forma em linguagem simbólica aos desejos mais íntimos

e) historiador - direitos constituídos

02. (FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária) O sentimento da vaidade, ao longo do primeiro parágrafo do texto, é considerado e qualificado com alguma condescendência:

a) quando sua razão de ser se deve à generosidade mesma com que a natureza recompensa os indivíduos por seus méritos pessoais.

b) pelo fato de constituir um vício tolerável, já que a vaidade decorre de alguma razão objetiva pela qual o sujeito deve se orgulhar.

c) pelo fato de ser um defeito natural, de que as pessoas não conseguem livrar-se e contra o qual é inútil lutar.

d) quando sua razão de ser deriva de alguma efetiva conquista que alcançamos em virtude do nosso trabalho.

e) pelo fato de que os moralistas, sendo inapelavelmente rigorosos, não conseguem divisar os méritos espirituais de quem os detém.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 62

03. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista Judiciário)

[Do espírito das leis]

Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o mundo físico, pois ainda que o mundo inteligente possua também leis que por sua natureza são invariáveis, não as segue constantemente como o mundo físico segue as suas. A razão disso reside no fato de estarem os seres particulares inteligentes limitados por sua natureza e, consequentemente, sujeitos a erro; e, por outro lado, é próprio de sua natureza agirem por si mesmos. (...) O homem, como ser físico, tal como os outros corpos da natureza, é governado por leis invariáveis. Como ser inteligente, viola incessantemente as leis que Deus estabeleceu e modifica as que ele próprio estabeleceu. Tal ser poderia, a todo instante, esquecer seu criador - Deus, pelas leis da religião, chamou-o a si; um tal ser poderia, a todo instante, esquecer-se de si mesmo − os filósofos advertiram-no pelas leis da moral.

(Montesquieu − Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 33 e 34)

As leis humanas são falíveis, os homens desrespeitam as leis humanas e destituem as leis humanas do sentido de uma profunda equidade que deveria reger as leis humanas.

Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:

a) desrespeitam a elas - destituem-nas - deveria reger-lhes

b) desrespeitam-lhes - as destituem - deveria regê- las

c) desrespeitam-nas - lhes destituem - lhes deveria reger

d) lhes desrespeitam - destituem-lhes - deveria regê-las

e) desrespeitam-nas - destituem-nas - as deveria reger

04. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista Judiciário)

Da utilidade dos prefácios

Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já que em 100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso exclusivo de falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom elogioso, o prefácio ainda aponta características evidentes do texto que virá, que o leitor poderia ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais graves, o prefácio adianta elementos da história a ser narrada (quando se trata de ficção), ou antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os argumentos de base a serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o prefácio seria um estraga-prazeres.

Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda - o que não justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio - fosse pelo estilo do prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistência das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as expostas no texto principal. Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário.

E ninguém controla a possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final vou glosar uma observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser bem mais curto.

Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, dos maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora era também linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moça que o prefácio acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação de um grande gênio poético.

(Aderbal Siqueira Justo, inédito)

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O primeiro e o segundo parágrafos estabelecem entre si uma relação de:

a) causa e efeito, uma vez que das convicções expressas no primeiro resultam, como consequência natural, as expostas no segundo.

b) de complementaridade, pois o que se afirma no segundo ajuda a compreender a mesma tese defendida e desenvolvida no primeiro.

c) inteira independência, pois o tema do primeiro não se espelha no segundo, já que o autor do texto quer apenas enumerar diferentes estilos.

d) contraposição, pois a perspectiva de valor adotada no primeiro é confrontada com outra que a relativiza e nega no segundo.

e) similitude, pois são ligeiras as variações do argumento central que ambos sustentam em relação à utilidade e à necessidade dos prefácios.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

05. (FCC - 2013 - PGE-BA - Assistente de Procuradoria) Todas as palavras estão acentuadas de acordo com as normas oficiais em:

a) Aquí também se observam as preferencias musicais dos jovens que usam o transporte público.

b) As raizes da falta de educação dos jóvens se devem também à falta de educação dos pais.

c) Os ônibus contem uma verdadeira platéia ouvindo musicas altas nem sempre de carater muito agradável.

d) Os passageiros não têm como evitar o terrível som do ruído das falas, ao celular, dentro dos ônibus.

e) Alguem falando alto ao telefone, numa forma pouco rápida, revela um comportamento publico repreensível.

06. (FCC - 2012 - TST - Analista Judiciário) Segundo os preceitos da gramática normativa do português do Brasil, a única palavra dentre as citadas abaixo que NÃO deve ser pronunciada com o acento tônico recaindo em posição idêntica àquela em que recai na palavra avaro é:

a) mister.

b) filantropo.

c) gratuito.

d) maquinaria.

e) ibero.

07. (FCC - 2011 - TRE-AP - Técnico Judiciário) Entre as frases que seguem, a única correta é:

a) Ele se esqueceu de que?

b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui-lo entre os presentes.

c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas.

d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos funcionários.

e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.

08. (FCC - 2010 - TRE-RS - Técnico Judiciário) A frase totalmente correta do ponto de vista da grafia e/ou da acentuação é:

a) É o caso de se por em discussão se ele realmente crê na veracidade dos dados.

b) Referiu-se àquilo que todos esperavam - sua ascensão na empresa -, com um misto de humildade e prepotência.

c) Enquanto construimos esta ala, eles constroem a reservada aos aparelhos de rejuvenecimento.

d) Ele é sempre muito cortês, mas não pode evitar que sua ogeriza à ela transpareça.

e) Assinou o cheque, mas ninguém advinha o valor registrado, porisso foi devolvido pelo banco.

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ORTOGRAFIA OFICIAL

09. (FCC - 2013 - PGE-BA - Assistente de Procuradoria)

Considere:

No Brasil, a falta de educação entre as pessoas vem aumentando. Por uma ......, ainda que superficial, podemos ...... com ...... a falta de um ...... de discrição dos ...... de pais despreparados para educá-los.

As palavras que preenchem, respectivamente, as lacunas do texto acima estão corretamente grafadas em:

a) análise - enxergar - clareza - gesto - discípulos

b) análise - enchergar - claresa - gesto - dicipulos

c) análise - enchegar - clareza - jesto - disípulos

d) análize - enxergar - clareza - jesto - discípulos

e) análize - enxergar - claresa - gesto – dissípulos

10. (FCC - 2012 - TRE-SP – Técnico)

Para cada uma dessas questões, assinale a alternativa que preenche corretamente, na ordem, as lacunas da frase apresentada.

Os ...... para a conclusão da pesquisa estavam próximos e exigiam ...... na ...... dos dados já obtidos.

a) prazos - rapidês - análize

b) prazos - rapidez - análise

c) prazos - rapidez - análize

d) prasos - rapidez - análise

e) prasos - rapidês - análise

11. (FCC - 2012 - TJ-RJ - Analista Judiciário)

Entre a palavra e o ouvido

Nossos ouvidos nos traem, muitas vezes, sobretudo

quando decifram (ou acham que decifram) palavras ou

expressões pela pura sonoridade. Menino pequeno,

gostava de ouvir uma canção dedicada a uma mulher

misteriosa, dona Ondirá. Um dia pedi que alguém a

cantasse, disse não saber, dei a deixa: “Tão longe, de

mim distante, Ondirá, Ondirá, teu pensamento?”

Ganhei uma gargalhada em resposta. Um dileto amigo

achava esquisito o grande Nat King Cole cantar seu

amor por uma misteriosa espanhola, uma tal de dona

Quiçás... O ator Ney Latorraca afirma já ter sido tratado

por seu Neila. Neila Torraca, é claro. Agora me diga,

leitor amigo: você nunca foi apresentado a um velhinho

chamado Fulano Detal?

(Armando Fuad. Inédito)

É preciso corrigir, por falhas diversas, a seguinte frase:

a) Quem ouve mal não tem necessariamente mau ouvido; pode ter sido afetado pelo desconhecimento de um contexto determinado.

b) Quem não destorce o que ouviu de modo torto acaba por permanecer longe do caminho reto da compreensão.

c) Pelos sons exóticos das palavras, nos impregnamos da melodia poética a cujo encanto se rendem, imantados, os nossos ouvidos.

d) Há sons indiscrimináveis, como os que se apanha do rádio mau sintonizado ou de uma conversa aliatória, entre terceiros.

e) É possível elaborar-se uma longa lista de palavras e expressões em cuja recepção sonora verificam-se os mais curiosos equívocos.

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12. (FCC - 2012 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal do Município)

A frase em que a ortografia está adequada ao padrão culto escrito é:

a) À mínima contrariedade, exarcebava-se de tal maneira que seus excessos verbais eram já conhecidos de todos.

b) A expontaneidade com que se referiu ao local como "impesteado" fez que todo o auditório explodisse em risos.

c) Quanto à infraestrutura, será necessário reconstrui-la em prazo curto, mas sem que haja qualquer tipo de displiscência.

d) O docente não viu como retaliação a rasura no cartaz que afixara, mas sua intenção era advertir quanto ao desleixo com a coisa pública.

e) A obra faraônica será uma excressência naquela paisagem bucólica, mas ninguém teve hêsito em convencer os responsáveis da necessidade de revisão do projeto.

PONTUAÇÃO

13. (FCC - 2014 - AL-PE - Analista Legislativo)

A frase em que as ideias estão expressas de modo claro e correto é:

a) Toda pessoa que paga imposto tem o direito de externar sua opinião sobre o modo como o governo trata os munícipes, mas se a pessoa está vinculada ao trabalho no setor da vida pública quando critica corrompe com a ética profissional.

b) No que se refere aos meios de comunicação, o brasileiro vive um período complexo: na medida que a mídia cai em descrédito com o grande público - o tratamento é abusivo das notícias ou grave peso ideológico - os novos veículos da informática ganham cada vez mais credibilidade.

c) A liberdade de expressão do cidadão que é funcionário do Estado em certa função encontra alguns condicionamentos em face de seu vínculo institucional, mas tal excessiva limitação não pode se interpretar a ponto de comprometer aquele direito.

d) Numa democracia, até mesmo, ou principalmente, a imprensa é meio que não se pode prescindir para a liberdade de expressão, e por isso da evolução democrática, motivo pelo qual há o sigilo da fonte, garantido pela lei vigente quando ocorre uma denúncia.

e) Ainda que seja legítimo o conceito de que é direito da pessoa expressar-se livremente - sobre qualquer assunto que lhe diga respeito ou lhe aprouver - e de que o sistema jurídico do país tem o dever de garantir esse bem da democracia, é leviano dissociá-lo da responsabilidade inerente ao gesto cidadão de manifestar-se.

14. (FCC - 2014 - METRÔ-SP - Analista Desenvolvimento Gestão Júnior)

Viagens

Viagens de avião e de metrô podem guardar certa semelhança. Entre nuvens carregadas, ou tendo o azul como horizonte infinito, o passageiro não sente que está em percurso; no interior dos túneis, diante das velozes e uniformes paredes de concreto, o passageiro tampouco sabe da viagem. Em ambos os casos, vai de um ponto a outro como se alguém o levantasse de um lugar para pô-lo em outro, mais adiante.

Nesses casos, praticamente se impõe uma viagem interior. As nuvens, o azul ou o concreto escuro hipnotizam-nos, deixam-nos a sós com nossas imagens e nossos pensamentos, que também sabem mover-se com rapidez. Confesso que gosto desses momentos que, sendo velozes, são, paradoxalmente, de letargia: os olhos abertos veem para dentro, nosso cinema interior se abre para uma profusão de cenas vividas ou de expectativas abertas. Em tais viagens, estamos surpreendentemente sós - uma experiência rara em nossos dias, concordam?

Que ninguém se socorra do celular ou de qualquer engenhoca eletrônica, por favor: que enfrente o vital desafio de um colóquio consigo mesmo, de uma viagem em que somos ao mesmo tempo passageiros e condutores, roteiristas do nosso trajeto, produtores do nosso sentido. Não é pouco: nesses minutos de íntima peregrinação, o único compromisso é o de não resistir à súbita liberdade que nossa imaginação ganhou. Chegando à nossa estação ou ao nosso aeroporto, retomaremos a rotina e nos curvaremos à fatalidade de que as obrigações mundanas rejam o nosso destino. Navegar é preciso, viver não é preciso, diziam os antigos marinheiros. É verdade: há viagens em que o menos importante é chegar.

(Ulisses Rebonato, inédito)

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LOJA DO CONCURSEIRO - 66

Atente para as seguintes frases:

I. Numa viagem de metrô, sentimos que o próprio tempo parece acelerar.

II. Ele prefere evitar o metrô, por conta de sua tendência claustrofóbica.

III. Ele optou pelo horário do metrô, que lhe parece mais conveniente.

A supressão da(s) vírgula(s) altera o sentido do que está APENAS em :

a) I e II.

b) II e III.

c) I e III.

d) II.

e) III.

15. (FCC - 2014 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista Judiciário)

Sobre a publicação de livros

Muito se tem discutido, recentemente, sobre direitos e restrições na publicação de livros. Veja-se o que dizia o filósofo Voltaire, em 1777:

“Não vos parece, senhores, que em se tratando de livros, só se deve recorrer aos tribunais e soberanos do Estado quando o Estado estiver sendo comprometido nesses livros? Quem quiser falar com todos os seus compatriotas só poderá fazê-lo por meio de livros: que os imprima, então, mas que responda por sua obra. Se ela for ruim, será desprezada; se for provocadora, terá sua réplica; se for criminosa, o autor será punido; se for boa, será aproveitada, mais cedo ou mais tarde.”

(Voltaire, O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 56)

Quanto à colocação das vírgulas, a frase inteiramente correta é:

a) Num de seus textos, a que deu o título de “Do justo e do injusto”, Voltaire aborda, com a propriedade de sempre, a questão da natureza mesma do sentimento da justiça, que, segundo ele, foi-nos concedido por Deus, que também nos deu um cérebro para contrabalançar os impulsos do coração.

b) Num de seus textos, a que deu o título de “Do justo e do injusto” Voltaire aborda, com a propriedade de sempre a questão da natureza mesma do sentimento da justiça, que segundo ele foi-nos concedido por Deus que, também, nos deu um cérebro para contrabalançar os impulsos do coração.

c) Num de seus textos a que deu o título de “Do justo e do injusto”, Voltaire aborda com a propriedade de sempre, a questão da natureza mesma do sentimento da justiça, que segundo ele foi-nos concedido por Deus, que também nos deu um cérebro, para contrabalançar, os impulsos do coração.

d) Num de seus textos, a que deu o título de “Do justo e do injusto”, Voltaire aborda, com a propriedade de sempre, a questão da natureza mesma, do sentimento da justiça, que segundo ele foi-nos concedido por Deus que, também nos deu um cérebro, para contrabalançar os impulsos do coração.

e) Num de seus textos a que deu o título de “Do justo e do injusto”, Voltaire aborda com a propriedade de sempre, a questão da natureza mesma do sentimento da justiça que, segundo ele, foi-nos concedido por Deus que também nos deu um cérebro para contrabalançar os impulsos do coração.

CONJUNÇÃO

16. (FCC - 2014 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário)

A dor, juntamente com a morte, é sem dúvida a experiência humana mais bem repartida: nenhum privilegiado reivindica ignorância em relação a ela ou se vangloria de conhecê-la melhor que qualquer outro. Violência nascida no próprio âmago do indivíduo, ela dilacera sua presença e o esgota, dissolve-o no abismo que nele se abriu, esmaga-o no sentimento de um imediato sem nenhuma perspectiva. Rompe-se a evidência da relação do indivíduo consigo e com o mundo.

A dor quebra a unidade vivida do homem, transparente para si mesmo enquanto goza de boa saúde, confiante em seus recursos, esquecido do enraizamento físico de sua existência, desde que nenhum obstáculo se interponha entre seus projetos e o mundo. De fato, na vida cotidiana o corpo se faz invisível, flexível; sua espessura é apagada pelas ritualidades sociais e pela repetição incansável de

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LOJA DO CONCURSEIRO - 67

situações próximas umas das outras. Aliás, esse ocultar o corpo da atenção do indivíduo leva René Leriche a definir a saúde como “a vida no silêncio dos órgãos”. Georges Canguilhem acrescenta que ela é um estado de “inconsciência em que o sujeito é de seu corpo”.

(Adaptado de: BRETON, David Le. Antropologia da Dor, São Paulo, Editora Fap-Unifesp, 2013, p. 25-6)

... esse ocultar o corpo da atenção do indivíduo... ... definir a saúde como “a vida no silêncio dos órgãos”. (final do texto)

Os segmentos acima expressam, respectivamente,

a) consequência e finalidade.

b) condição e necessidade.

c) consequência e condição.

d) causa e finalidade.

e) causa e decorrência.

17. (FCC - 2014 - TRT - 19ª Região (AL) - Analista Judiciário)

O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro começa a avançar pelos vastos e desertos prados do Cazaquistão, deixando para trás a fronteira com a China.

O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendária Rota da Seda, antigo caminho que ligava a China à Europa e era usado para o transporte de especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, até cair em desuso, seis séculos atrás.

Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente preciosa: laptops e acessórios de informática fabricados na China e enviados por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma.

A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas sim uma teia de caminhos trilhados por caravanas de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando Xi'an - cidade do centro-oeste chinês, mais conhecida por seus guerreiros de terracota - era a capital da China.

As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China, viajavam por cordilheiras que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio e além.

Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. Mas, à medida que a navegação marítima se expandiu e que o centro político da China se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou na direção da costa.

Hoje, a geografia econômica está mudando outra vez. Os custos trabalhistas nas cidades do leste da China dispararam na última década. Por isso as indústrias estão transferindo sua produção para o interior do país.

O envio de produtos por caminhão das fábricas do interior para os portos de Shenzhen ou Xangai - e de lá por navios que contornam a Índia e cruzam o canal de Suez - é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota da Seda reduz esse tempo para três semanas. A rota marítima ainda é mais barata do que o trem, mas o custo do tempo agregado por mar é considerável.

Inicialmente, a experiência foi realizada nos meses de verão, mas agora algumas empresas planejam usar o frete ferroviário no próximo inverno boreal. Para isso adotam complexas providências para proteger a carga das temperaturas que podem atingir 40 °C negativos.

(Adaptado de: www1.folhauol.com.br /FSP / newyorktimes/ 122473)

Há relação de causa e consequência, respectivamente, entre:

a) o aumento dos custos trabalhistas no leste da China e a atual transferência da produção industrial para o interior do país.

b) a redução de tempo no atual transporte por trem na Rota da Seda e a aceleração da venda de produtos de informática.

c) o uso de caminhões para o transporte de carga e a atual mudança da geografia econômica da China.

d) a retomada do transporte de mercadorias pela Rota da Seda e o aumento nos custos do transporte marítimo.

e) a suspensão do uso da Rota da Seda no fim da Idade Média e a diminuição na demanda do Ocidente por especiarias e seda.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 68

18. (FCC - 2013 - TRT - 15ª Região - Analista Judiciário)

Todos os dias, acompanhamos na televisão, nos jornais e revistas as catástrofes climáticas e as mudanças que estão ocorrendo, rapidamente, no clima mundial. Nunca se viram mudanças tão rápidas e com efeitos devastadores como têm ocorrido nos últimos anos.

Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento global está ocorrendo em função do aumento da emissão de gases poluentes, principalmente derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel etc.) na atmosfera. Esses gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes de difícil dispersão, causando o famoso efeito estufa. Esse fenômeno ocorre, porque esses gases absorvem grande parte da radiação infravermelha emitida pela Terra, dificultando a dispersão do calor.

O desmatamento e a queimada de florestas e matas também colaboram para esse processo. Os raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na atmosfera. Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o resultado é o aumento da temperatura global. Embora este fenômeno ocorra de forma mais evidente nas grandes cidades, já se verificam suas consequências no aquecimento global.

Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o resultado é o aumento da temperatura global.

Na frase acima, o conectivo como tem o valor de ................., podendo ser substituído sem prejuízo do sentido e da correção por ............... .

As lacunas são completadas corretamente em:

a) comparação – tanto que

b) causa – porque

c) conformidade – por que

d) comparação – porque

e) causa – tanto que

PRONOMES

19. (FCC - 2014 - METRÔ-SP - Técnico Sistemas)

Nascido no bairro do Pari, em uma São Paulo em construção após o levante constitucionalista de 1932, Germano Mathias compõe a santíssima trindade do samba paulistano, ...... Adoniran Barbosa e Geraldo Filme.

(Adaptado de: DINIZ, André, op. cit.)

Preencha corretamente a lacuna da frase acima:

a) em face à

b) lado a lado

c) ao lado de

d) lado à lado com

e) junto à

20. (FCC - 2014 - SABESP - Técnico em Gestão)

As filmagens de Vidas Secas foram no sertão, em Palmeira dos Índios (AL), cidade ..................... o escritor morou e .................. foi prefeito.

Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:

a) a qual - que

b) em que - da qual

c) no qual - onde

d) onde - cuja

e) que - a que

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LOJA DO CONCURSEIRO - 69

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

21. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista Judiciário)

[Do espírito das leis]

Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o mundo físico, pois ainda que o mundo inteligente possua também leis que por sua natureza são invariáveis, não as segue constantemente como o mundo físico segue as suas. A razão disso reside no fato de estarem os seres particulares inteligentes limitados por sua natureza e, consequentemente, sujeitos a erro; e, por outro lado, é próprio de sua natureza agirem por si mesmos. (...)

O homem, como ser físico, tal como os outros corpos da natureza, é governado por leis invariáveis. Como ser inteligente, viola incessantemente as leis que Deus estabeleceu e modifica as que ele próprio estabeleceu. Tal ser poderia, a todo instante, esquecer seu criador - Deus, pelas leis da religião, chamou-o a si; um tal ser poderia, a todo instante, esquecer-se de si mesmo - os filósofos advertiram-no pelas leis da moral.

(Montesquieu - Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 33 e 34)

O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para preencher corretamente a lacuna da seguinte frase:

a) ...... (ganhar) proeminência, entre as convicções de Montesquieu, a de que Deus nunca se afasta em definitivo de suas criaturas, ainda quando estas o esqueçam.

b) Às leis imutáveis do mundo físico não se ...... (ater) a legislação dos homens, caracterizada muitas vezes pela inconstância e pela dificuldade de cumprimento.

c) Dado que não ...... (competir) aos homens governar o mundo natural, deveriam eles buscar governar a si mesmos do modo mais justo e mais eficiente possível.

d) Montesquieu lembra que ...... (dever) caber aos filósofos alertar os homens para não se esquecerem das leis morais que devem ser cumpridas.

e) ...... (atuar) claramente nesse texto, onde tão bem se representa o pensamento de Montesquieu, os conceitos fundamentais de mundo físico e mundo inteligente.

22. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista Judiciário)

Da utilidade dos prefácios

Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já que em 100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso exclusivo de falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom elogioso, o prefácio ainda aponta características evidentes do texto que virá, que o leitor poderia ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais graves, o prefácio adianta elementos da história a ser narrada (quando se trata de ficção), ou antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os argumentos de base a serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o prefácio seria um estraga-prazeres.

Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda - o que não justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio - fosse pelo estilo do prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistência das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as expostas no texto principal. Há casos célebres de bibliografias que in- dicam apenas o prefácio de uma obra, ficando claro que o res- tante é desnecessário. E ninguém controla a possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e in- teligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final vou glosar uma observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser bem mais curto.

Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, dos maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora era também linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moça que o prefácio acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação de um grande gênio poético.

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LÍNGUA PORTUGUESA

LOJA DO CONCURSEIRO - 70

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

a) Garantido o tom elogioso (1º parágrafo) = assumido o teor argumentativo

b) generalização devastadora (2º parágrafo) = interação improdutiva

c) glosar uma observação (2º parágrafo) = variar uma consideração

d) ninguém controla a possibilidade (2º parágrafo) = não se pode esboçar a hipótese

e) consistência das ideias defendidas (2º parágrafo) = subserviência às teses propaladas

23. (FCC - 2014 - METRÔ-SP - Analista Desenvolvimento Gestão Júnior)

Delicadezas colhidas com mão leve

Era sábado e estávamos os dois na redação vazia da revista. Esparramado na cadeira, Guilherme roía o que lhe restava das unhas, levantava-se, andava de um lado para outro, folheava um jornal velho, suspirava. Aí me veio com esta:

- Meu texto é melhor que eu.

A frase me fez rir, devolveu a alegria a meu amigo e poderia render uma discussão sobre quem era melhor, Guilherme Cunha Pinto ou o texto do Guilherme Cunha Pinto. Os que foram apenas leitores desse jornalista tão especial, morto já faz tempo, não teriam problema em escolher as matérias que ele assinava, que me enchiam de uma inveja benigna.

Inveja, por exemplo, da mão leve com que ele ia buscar e punha em palavras as coisas mais incorpóreas e delicadas. Não era com ele, definitivamente, a simplificação grosseira que o jornalismo tantas vezes se concede, com a desculpa dos espaços e horários curtos, e que acaba fazendo do mundo algo chapado, previsível, sem graça. Guilherme não aceitava ser um mero recolhedor de aspas, nas entrevistas, nem sair à rua para ajustar os fatos a uma pauta. Tinha a capacidade infelizmente rara de se deixar tocar pelas coisas e pessoas sobre as quais ia escrever, sem ideias prontas nem pé atrás. Pois gostava de coisas e de pessoas, e permitia que elas o surpreendessem. Olhava-as com

amorosa curiosidade - donde os detalhes que faziam o singular encanto de suas matérias. O personagem mais batido se desdobrava em ângulos inéditos quando o repórter era ele. Com suavidade descia ao fundo da alma de seus entrevistados, sem jamais pendurá-los no pau de arara do jornalismo inquisitorial. Deu forma a textos memoráveis e produziu um título desde então citado e recitado nas redações paulistanas: “Picasso morreu, se é que Picasso morre”.

(Adaptado de: WERNECK Humberto. Esse inferno vai acabar. Porto Alegre: Arquipélago, 2001. p.45 e 46)

As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:

a) Os textos memoráveis que, com a arte desse jornalista, apresentava sempre uma perspectiva especial, encantavam a todos os seus fiéis leitores.

b) Com a maioria dos jornalistas acontecem, frequentemente, que se submetam às fáceis acomodações dessa desafiadora profissão.

c) Aos leitores dos grandes jornalistas cabem não apenas ler com prazer suas matérias, mas encantar- se com o ângulo criativo pelo qual trata suas matérias.

d) Quem, entre os muitos jornalistas de hoje, habilita-se a desafiar os rígidos paradigmas que lhes impinge a direção de um jornal?

e) Ainda haveriam, numa época de tanta pressa e tanta precipitação, jornalistas capazes de surpreender o leitor com uma linguagem de fato criativa?

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LOJA DO CONCURSEIRO - 71

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

24. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Técnico Judiciário)

O elemento em destaque está empregado corretamente em:

a) Mais que o luxo do produto, é a aparência de luxo de que conta para os consumidores.

b) Os produtos e as marcas permitem com que as pessoas adquiram a visibilidade desejada.

c) A visibilidade é uma das características pelas quais se estrutura a sociedade de consumo.

d) Quanto mais se tem a impressão em que se é visto com os novos produtos, mais se quer adotá-los.

e) Nas sociedades por cuja ordem social é abalada com guerras, a ostentação é particularmente visível.

25. (FCC - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Técnico Judiciário)

A ocupação da região da Chapada Diamantina, inicialmente habitada pelos índios Maracás, remonta aos anos áureos da exploração de jazidas e minérios, por volta de 1700, quando foi encontrado ouro próximo ao Rio de Contas Pequeno, marcando o início da chegada dos bandeirantes e exploradores. Em 1844, a colonização é impulsionada pela descoberta de diamantes valiosos nos arredores do Rio Mucugê, e os comerciantes, colonos, jesuítas e estrangeiros se espalham pelas vilas, controladas e reguladas pela força da riqueza. A atividade agropecuária tomba diante da opulência do garimpo.

Reduto de belezas naturais, a Chapada abarca uma diversidade grande de fauna e flora. São mais de 50 tipos de orquídeas, bromélias e trepadeiras, além de espécies animais raras, como o tamanduá-bandeira. O Parque Nacional da Chapada Diamantina, criado na década de 80 do séc. XX, atua como órgão protetor de toda essa exuberância.

(Adaptado de: www.bahia.com.br)

... remonta aos anos áureos da exploração de jazidas e minérios...

Considerando-se a regência do verbo remontar, no contexto, o segmento sublinhado pode ser corretamente substituído por:

a) nos dias áureos.

b) as fases áureas.

c) o período áureo.

d) os momentos áureos.

e) à época áurea.

CRASE

26. (FUNCAB - 2014 - PRODAM-AM - Auxiliar de Motorista)

A outra noite

Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.

Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim:

- O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?

Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda.

-Mas que coisa...

Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.

-Ora, sim senhor...

E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um“ muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.

(BRAGA, Rubem. Para gostar de ler, vol. 2, crônicas. São Paulo, Ática.) Para gostar de ler.

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LOJA DO CONCURSEIRO - 72

Apenas uma das frases abaixo está correta quanto à colocação do acento indicativo de crase. Assinale-a.

a) O rapaz foi levado à presença do diretor.

b) Ele preferiu voltar para casa à pé.

c) Os dois motoristas infratores ficaram frente à frente.

d) Chegamos à um cruzamento e paramos o veículo.

e) Ele começou à perceber que não tinha razão.

27. (VUNESP - 2014 - SAAE-SP – Biólogo)

Leia o texto para responder à questão.

O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, ligado______Presidência da República, aprovou resolução que, na prática, proíbe propaganda voltada___________menores de idade no Brasil. O texto, que o órgão considera ter força de lei, torna abusivo o direcionamento de publicidade___________esse público, com________intenção de persuadi-­lo “para o consumo de qualquer produto ou serviço”.

(http://www1.folha.uol.com.br. Acesso em 24.03.2014. Adaptado)

Considerando-­se o uso do acento indicativo de crase, de acordo com a norma-­padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:

a) a ... à ... à ... à

b) à ... a ... a ... a

c) a ... à ... a ... à

d) à ... a ... à ... a

e) à ... a ... à ... à

28. (FCC - 2014 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário)

Em nossa cultura, ...... experiências ...... passamos soma-se ...... dor, considerada como um elemento formador do caráter, contexto ...... pathos pode converter-se em éthos.

Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:

a) às - por que - a - no qual

b) as - por que - a - do qual

c) às - porque - a - em que

d) às - pelas quais - à - de que

e) as - que - à - com que

GABARITO

01. B 11. D 21. E

02. D 12. D 22. C

03. E 13. E 23. D

04. D 14. E 24. C

05. D 15. A 25. E

06. A 16. E 26. A

07. E 17. A 27. B

08. B 18. B 28. A

09. A 19. C

10. B 20. B