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1 Edição nº 012 - Sexta-feira, 08 de Janeiro de 2016 O que a escola não nos ensina página 22 Relevância, preste atenção nesta palavra página 08 produtividade e engajamento, uma questão de flexibilidade página 10 página 36 LIDERANÇA FEMININA SOB A ÓTICA DA RAZÃO

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Edição nº 012 - Sexta-feira, 08 de Janeiro de 2016

O que a escolanão nos ensinapágina 22

Relevância, preste atenção nesta palavrapágina 08

produtividade e engajamento, uma questão de flexibilidadepágina 10

página 36

LIDERANÇAFEMININASOB A ÓTICADA RAZÃO

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Ao iniciar a redação deste editorial, borbulhavam nas redes sociais memes sobre a ‘penosa’ carta de nosso ínclito vice-presidente, que em um momento Frank Underwood, sem o charme de Kevin Spacey e, talvez sem a astúcia do personagem de House of Cards, ‘teclou’, assim como eu, um texto ‘despretensioso’ - tiroso -.

Pensei em levar o editorial por esta linha, porém em um momento maluco beleza, a rádio que ouço o dia todo inspirou-me e tangir para fora deste cunho político e partir à arte; a poesia musicada na voz de Marcelo Nova e Raul Seixas.

Ambos, trocam uma ideia sensacional na canção ‘Muita estrela, pouca constelação’, que embora tenha com letra voltada aos ‘mimos’ bradados por famosos, ao chegarem em festas e quermeces de bairro,

pode ser encaixada no quebra-cabeça corporativo com maestria.

“Eu sei até que parece sério, mas é tudo armação”. O verso, que merecia estar exposto na entrada de alguns escritórios, passa por vários textos já publicados em edições anteriores; e que o sociólogo Domenico De Masi traduziria no bom italiano para: ‘commedia’.

Para ele, eu, tu, nós, vós e eles, passamos o dia interpretando uma grande peça de comédia, onde fingimos que trabalhamos, nossos chefes, líderes (ou como se autointitulam) também o fazem, porém com um semblante um pouco mais sério. Contudo, a questão é: que não se discute o por que só parecer sério. Ou seja, por que estar 8 horas diárias em um escritório. É realmente necessário?

Para quem ainda não se perguntou isso, aconselho ouvir Raul e ler a entrevista com Otávio Cavalcanti, que traz dados interessantes sobre como o homeoffice e o trabalho flexível estão melhorando a produtividade e gerando economia a colaboradores e empresas.

Outros pontos similares à canção podem ser lidas no material: ‘Teoriz X e a Teoria Y’, ‘O que a escola não nos ensina’ e até mesmo no texto sobre as diferenças entre Comunicação interna e Endomarketing. Afinal “tem uma banda que eles já vão contratar, que não cria nada, mas é boa em copiar. A crítica gostou, vai ser um sucesso, ela não erra. Afinal lembra o que se faz na inglaterra”.

Bom anoIvanir FrançaEditor Chefe

Editorial

Marketing/DivulgaçãoVanessa Eufrásio

Editor/RedaçãoIvanir França

Arte/DiagramaçãoEduardo Castro

CulturaColaborativa

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O trabalhO é desagradável

Ou O trabalhO é tãO natural

cOmO O lazer?

PrOdutividade e engajamentO,

uma questãO de flexibilidade

cincO dicas Para vOcê

nãO rasgar dinheirO cOm

caPacitações inúteis

liderança transfOrmadOra

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relevância, Preste

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cOnheça as diferenças

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Liderança Feminina sob a ótica da razão

o que a escoLa não nos ensina

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por Ivanir França

o trabaLho é desagradáveL ou o trabaLho é tão naturaL como o Lazer?

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O Psicólogo americano Douglas McGregor criou por meio de análises e estudo a teoria da motivação X e Y. Por sua análise há dois perfis de profissionais no mercado: de um lado estão os X (mecanicistas), que encaram o trabalho como uma maldita obrigação. Pelas palavras do teórico: “o trabalho é em si mesmo desagradável para a maioria das pessoas”. De outro está a teoria Y (empreendedores), isto é: são as pessoas que encaram o trabalho como algo tão bom quanto o happy hour das sextas-feiras. Pelas palavras do autor de o ‘Lado humano das organizações’: “o trabalho é tão natural como o lazer, se as condições forem favoráveis”.

Perfeito, então temos de um lado bons funcionários e de outro os maus. Fácil e simples de resolver né? Na verdade não, é muito mais complexo que parece. De acordo com o administrador Wagner Siqueira, McGregor não pretende com sua teoria estipular um positivo e um negativo, mas apenas identificar que existem dois grupos de pessoas nas organizações, que pensam de maneira diferente.

Siqueria descreve que estes pensamentos orientadores fazem com que as pessoas tentem influenciar os outros, porém raramente este ‘processo’ é “testado ou mesmo reconhecido por aqueles que os praticam.

Constituem-se, assim, no conjunto de concepções e de percepções não-conscientizadas ou mesmo explicitas que condicionam o comportamento humano no cotidiano das organizações”. aponta.

A teoria é, segundo Siqueira, uma das grandes contribuições para a administração auxiliando nos demais estudos sobre liderança e comportamento em uma empresa. ▶

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Teoria X - Conformista:

Chamada por McGregor como a “Hipótese da mediocridade das massas”, a teoria parte da ideia de que os trabalhadores têm completa aversão à responsabilidades e à tarefas relacionadas ao trabalho, sendo necessário a presença de um superior para que haja produtividade.

Estes profissionais são movidos por recompensas ou punições. Para McGregor as necessidades de ordem inferior da pirâmide de Maslow eram dominantes nestas pessoas, sendo necessário as organizações enfatizar na gestão os elementos dispostos na teoria dos Dois Fatores de Herzberg.

Teoria Y - Empreendedor

Por esta lógica os trabalhadores são encarados como pessoas altamente competentes, criativas e responsáveis que encontram no trabalho uma ação tão interessante quanto seu lazer. A estas pessoas as empresas precisam buscar fórmulas de aguçar estes sentimentos natos. Para McGregor estas pessoas são dominadas por necessidades de ordem superior. ■

Um indivíduo comum, em situações comuns, evitará sempre que possível o trabalho;

Alguns indivíduos só trabalham sob forte pressão. Eles precisam ser forçados, controlados e, às vezes, ameaçados com punições severas para que se esforcem em cumprir os objetivos estabelecidos pela organização;

O ser humano ordinário é preguiçoso e prefere ser dirigido, evita as responsabilidades, tem ambições e, acima de tudo, deseja sua própria segurança.

O esforço físico e mental empregado no trabalho é tão natural quanto o empregado em momentos de lazer;

O atingimento dos objetivos da organização está ligado às recompensas associadas e não ao controle rígido e às punições;

O indivíduo comum não só aceita a responsabilidade do trabalho, como também as procura.

Os indivíduos são criativos e inventivos, buscam sempre a solução para os problemas da empresa;

Os trabalhadores têm a capacidade de se auto-gerirem nas tarefas que visam atingir objetivos pessoais e estratégicos da organização. Sem a necessidade de ameaças ou punições;

O trabalhador normalmente não faz aquilo que não acredita.

Teoria X*

Faça nosso teste online da Teoria X/Y

Teoria Y

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reLevância, preste atenção nesta paLavraPor Ivanir França

Muitas vezes ouço ou percebo entre conversas a palavra relevância, analisei esta questão ao ler um texto de Érico Borgo do Omelete, no artigo ele fala sobre como a palavra está influenciando (outra palavra importante) o mercado, porém, segundo ele, ela não está sendo bem utilizada.

De acordo com o argumento de Borgo, há uma exacerbada atenção sobre os views recebidos nos canais do youtube, por exemplo; porém tomo a liberdade de acrescentar aos views, likes, compartilhamentos, comentários e, claro, acessos.

É muito comum, nos incluímos nisso, darmos aquele sorriso de canto ao perceber que um post recebeu um número X de acessos e compartilhamentos. Externamente é um número robusto, atrativo visualmente e que todos podem saborear, afinal são Y mil acessos em um único post. Isso, com certeza é um sinal de sucesso e de que a receita, ao menos nesse caso, foi assertiva, certo?

Na verdade não!

Não querendo parecer pedante e dono de uma verdade, pois já acreditei em métricas ilusórias, ter compartilhamentos, acessos e comentários não significa nada, por que a questão que deve ser feita é: eles são qualificados, ou apenas encimam números?

No caso da história do Omelete, foi possível aumentar em alguns dias a audiência com apenas um programa, porém o que se tinha era um métrica ilusória; “dezenas de milhares de pessoas viam 5 segundos de vídeo e saíam, fazendo com que o algoritmo do serviço nos entendesse como um canal totalmente irrelevante“, escreve Borgo.

Isso ocorre com todos, por exemplo, há algum tempo a SocialBase fez uma campanha para tentar alcançar um público maior com seu conteúdo, a resposta, assim como no caso do Omelete, foi imediata; vários likes, porém de baixa qualidade.

Ao analisar com calma, notou-se que o público alcançado estava longe do perfil esperado pela empresa e, claro, muita energia e tempo foram desperdiçados neste processo de aquisição de leads não qualificados. Com estes dados em mãos, foi traçada um nova estratégia de comunicação para buscar leads de alto potencial e influenciadores de canais que trouxeram em sua ‘bagagem’ a relevância necessária para ter-se um público fiel e interessado no que a empresa se propõe a entregar. Em outras palavras, o que importa às empresas é a retenção, ou seja, a capacidade que o conteúdo da empresa possui de manter um público ativo e engajado ao conteúdo. ■

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produtividade e engajamento, uma questão de flexibilidadePor Ivanir França

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A massificação da geração millennial no mercado e os primeiros movimentos de entrada da chamada Z às fileiras das empresas está promovendo mudanças na forma como o trabalho é feito e em consequência disso a flexibilidade deixou de ser uma tendência; é uma realidade, que deve estar na pauta das organização.

Otávio Cavalcanti, diretor da Regus Brasil, aponta que este novo profissional não está interessado em trabalhar de segunda à sexta em um escritório das 9h às 18h. Segundo pesquisa realizada pela organização, este comportamento se deve a características intrínsecas das gerações e também em grande parte as más condições de mobilidade das grandes cidades.

A mobilidade é apontada, de acordo com a pesquisa, como uma das principais vilãs quando o assunto é a renda do trabalhador. Em países como Brasil e França o deslocamento até a empresa suprime 6% dos ganhos. A análise aponta que em cidades como Belo Horizonte e Recife este montante pode chegar a até 8% do salário.

Estes fatores, além do estresse provocado no deslocamento e a crescente demanda por parte dos trabalhadores, têm fomentado o trabalho remoto. Cavalcanti detalha em entrevista como as empresas podem unir o ‘útil ao agradável’, isto é: oferecer um ambiente de trabalho mais flexível aliado aos interesses desta nova geração que irá gerar economia ao trabalhador e à empresa maior produtividade e engajamento.

6% da receita do trabalhador é gasta no deslocamento ao trabalho, o que isso implica na produtividade e engajamento dos colaboradores, como as empresas podem minimizar isso?

As empresas podem oferecer aos colaboradores a possibilidade de montar um homeoffice ou realmente um sistema de trabalho flexível como uma filial ou em um coworking, ou seja um local que possibilite a este funcionário se locomover em um espaço menor. Isso acaba reduzindo o custo do colaborador. À empresa, claro, para que este formato funcione precisa investir em novas tecnologias e em estrutura de acesso. A questão em si não é apenas sobre homeoffice, mas sim haver um ambiente de flexibilidade para que o funcionário possa trabalhar de casa ou de um ambiente independente de onde ele esteja. Isto é: ele pode começar o dia em casa e durante o dia visitar clientes e acessar o ambiente da empresa, indiferente do local que se encontre e só no final do dia, se houver necessidade, passar na empresa. ▶

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A questão em si não é apenas

sobre homeoffice, mas sim haver

um ambiente de flexibilidade para

que o funcionário possa trabalhar

de casa ou de um ambiente que

independa de onde ele esteja

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Como as empresas devem agir sobre questões de homeoffice, de quem é a responsabilidade por estrutura?

O fato do funcionário trabalhar em casa não isenta a empresa. Ou seja, a estrutura básica: internet, equipamento, linha telefônica e até mesmo questões físicas como uma cadeira ou uma mesa é de responsabilidade da organização. Logo, a empresa tem a vantagem de não ter o funcionário local, o que reduz custos, no entanto se o colaborador está no horário de trabalho é responsabilidade da organização manter este local e averiguar se ele está apto para o trabalho. Isto é importante por que se o funcionário montar um homeoffice por conta própria e vir a ter algum problema de saúde a empresa ainda é responsável. Então, as organizações precisam tomar muito cuidado com estes detalhes.

Segundo a Regus, o custo médio de um homeoffice é de mil reais mensais, por esta lógica o ideal seria incentivar o uso de coworkings?

É o que tem acontecido. Por exemplo, os nossos clientes são originários de homeoffice e a empresa oferece a eles a oportunidade de acessar a nossa estrutura (Regus). Este formato tem algumas vantagens, por exemplo, em geral, uma estrutura de coworking está dentro das normas de segurança para trabalho. Isto é: questões como ar-condicionado, cadeira, espaço para reunião, banheiro e café, estão acessíveis aos colaboradores em espaços de trabalho flexível. Ou seja, a empresa permite ao colaborador ao invés de atuar em homeoffice uma estrutura pronta e mais próxima de sua residência. Isto é bom à empresa que reduz os custos de investimento (mobiliário, banda larga, telefonia, etc) e é bom para o colaborador que, além de estar próximo a sua casa, tem acesso a um ambiente onde é possível também a interação. Percebo que as empresas têm encontrado em locais de coworking a opção de oferecer este espaço já configurado e com acesso a vários locais da cidade.

Segundo reportagem da Infomoney, as empresas americanas economizariam até $500 bilhões anuais se aplicassem homeoffice em apenas meio período, essa economia poderia se refletir nas empresas aqui?

Eu sou um dos maiores defensores do conceito do trabalho flexível, seja ele puramente homeoffice ou combinado com espaço de coworking; a questão é o que sempre se fala: a redução de custo. Ou seja, ter menos pessoas na empresa significa ter um espaço menor, ter custos menores em aluguel, IPTU, conta de luz, etc. Ao mesmo tempo, tem-se um investimento menor e consegue-se adaptar de acordo com a demanda. É deste conjunto de fatores que vêm a economia; pois ao passo que há a cultura de flexibilidade é possível atuar até mesmo em contratações flexíveis, por exemplo: por projeto. Outro vantagem de atuar em um espaço de coworking é a flexibilidade de contrato, pois ao contrário de um espaço convencional é possível locar a estrutura por um dia, uma semana, um mês, ou seja, pelo período que for necessário. ▶

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As empresas estão preparadas para gerir colaboradores de maneira remota?

Pelo que percebo sim, não só estão preparadas como já estão utilizando. Entendo haver por parte delas uma preocupação em oferecer esta facilidade aos colaboradores. Se pegarmos o exemplo de algumas multinacionais que estão chegando no Brasil é possível visualizar esta busca por facilidade e flexibilidade. Isto é, pela lógica do coworking é mais fácil as empresas migrarem de uma região para a outra sem que isso infira em altos custos. Então, hoje homeoffice e coworking não são mais uma tendência, é algo que está acontecendo e as empresas que estão trabalhando desta maneira estão economizando e estão conseguindo ser mais competitivas.

90% dos trabalhadores confirmam usar pelo menos uma ferramenta de mensagens instantâneas para se comunicar dentro da empresa, muitos apontam utilizar o whatsapp para este fim. Qual é a importância disso? Há a necessidade de se ter este processo regulamentado?

Utilizar o whatsapp não tem problema, desde que ele seja bem utilizado. Por exemplo, se a empresa oferece ao colaborador o telefone corporativo com a função, ele deve ser usado apenas para fins profissionais. Na minha opinião, a comunicação instântanea funciona bem, é mais rápida que email, porém é preciso que ela seja trabalhada com normas e regras claras, para que não seja misturada a utilização pessoal à profissional.

Como iniciar um projeto de homeoffice ou projeto flexível?

Isso é muito simples, porque a ideia do trabalho flexível é que ele tenha está configuração desde o início. Por exemplo, em geral as empresas de coworking, como falei acima, facilitam questões contratuais, ou seja, não há a necessidade de fechar um contrato de locação de um ano para um espaço físico. Além disso, há toda a estrutura empresarial acessível em serviços deste modelo.

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Em relação a sistemas, como a empresa deve estar preparada?

O primeiro ponto de preocupação da empresa é com questões de internet. Por exemplo, se um funcionário está atuando em homeoffice, a organização deve estar atenta a isso. Outro ponto é avaliar se o colaborador ou o setor da empresa irão de fato funcionar sob esta nova política. Estas questões devem ser muito bem avaliadas para que a vantagem não se torne desvantagem.

O que implica a regulação do trabalho remoto?

Há muita dúvida neste sentido, mas hoje o trabalho remoto está ligado à legislação trabalhista vigente. Percebo que muitas empresas não têm optado pelo trabalho flexível motivado por esta questão. No entando, pela forma como a prática está crescendo, acredito que será necessário rever estas leis e adequá-las a esta nova realidade.

Então, hoje o que impede o trabalho remoto é a falta de clareza da legislação?

Exato, são as questões que trabalhamos aqui: o que se aplica?, o que não se aplica? e de quem é a responsabilidade?, que é da empresa, e embora muitas achem que não, por que o funcionário está trabalhando em casa; a empresa é sim responsável tanto pelo investimento quanto pela manutenção. ■

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conheça as diFerenças entre endomarketing e comunicação internaPor Ivanir França

Como já falamos diversas vezes aqui na revista, a comunicação estratégica é um dos aliados mais importantes das empresas quando o objetivo é favorecer o engajamento entre os funcionários, melhorar o clima organizacional e, consequentemente, reduzir o turnover. Mas a comunicação corporativa comporta diferentes áreas – comunicação interna, comunicação externa e endomarketing – e é importante ter claro de que forma cada uma delas pode beneficiar sua organização. Você sabe, por exemplo, quais são as principais diferenças entre comunicação interna e endomarketing?Aparentemente, pode-se pensar que são a mesma

coisa, pois o público alvo é o mesmo: o interno. Contudo, seus objetivos e suas práticas são distintas – ainda que sejam processos complementares – e identificar essas peculiaridades é fundamental quando se pretende alcançar uma comunicação interna eficiente. De modo mais objetivo, é possível afirmar que a comunicação interna envolve processos de informação, enquanto o endomarketing trabalha o incentivo e a interação entre colaboradores e empresa, mas vamos abordar as diferenças entre comunicação interna e endomarketing mais amplamente a seguir.

Endomarketing – marketing como valor presente em toda a organização

No endomarketing, as ações desenvolvidas são de relacionamento com o funcionário – como se eles fossem clientes internos -, com o objetivo de criar fidelidade, de modo que trabalhem sempre em prol da organização e que atendam melhor seus clientes finais. O marketing interno também visa maior integração e alinhamento entre a empresa e seu colaborador, repassando a informação com técnicas e estratégias de marketing. Entre as ações mais comuns de endomarketing, é possível destacar: peças gráficas (banner, display de mesa▶

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etc.), festas ou happy hours, e-mail marketing, vídeos institucionais, manuais técnicos e educativos, palestras e etc. A aplicação de endomarketing, segundo o doutor em Marketing Christian Grönroos, pode dar-se em dois momentos. O primeiro no gerenciamento de atitude e o segundo e mais importante no gerenciamento da comunicação. Nesse caso, o processo estabelece um sistema informativo que proporciona aos colaboradores subsídios para que possam efetuar suas tarefas com eficácia. Destaca-se, nesse contexto o endomarketing como base motivacional para comprometimento dos colaboradores e empresa. Nesse sentido, a informação deve estar sempre em primeiro lugar.O endomarketing estabelece uma relação de troca entre empresa e colaborador.

Nesse sentido, a imagem da empresa “vendida” aos colaboradores, tão logo seja assimilada, gerará resultados no âmbito geral. Já a comunicação interna é uma ferramenta de comunicação que somente transmite informações da instituição ou áreas afins por meio de canais/veículos internos e das lideranças para seus funcionários, como novas ações, estratégias, objetivos e metas de trabalho. As mensagens podem ser transmitidas por vários meios de comunicação, como e-mail, newsletter, rede social corporativa, entre outros.No caso da comunicação interna, o engajamento se dá por autoconvencimento: a equipe consome uma informação transmitida pelos canais oficiais e toma atitudes mais engajadas com a organização. Já o endomarketing usa a persuasão e o convencimento do colaborador: usa-se uma campanha para mostrar a ele como é importante agir de certa forma ou adotar uma prática específica.

Comunicação interna – diálogo ao público essencial

A comunicação interna tem como preceito básico informar aos colaboradores as ações da empresa, como ela funciona, sua missão, visão e valores, além de, é claro, integrar equipes e indivíduos produzindo fluxo colaborativo dentro da organização. Segundo Margarida Maria Krohling Kunsch, professora e diretora da ECA-USP, a comunicação interna “oferece estímulo ao diálogo e à troca de informações entre a gestão executiva e a base operacional, na busca pela qualidade”.Qualidade essa que influi diretamente na produtividade de cada colaborador. Ou seja, com uma comunicação interna clara e direcionada ao diálogo – emitir mensagem e ouvir o feedback – os colaboradores sentem-se

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parte da vida orgânica da empresa. Esse canal de conversação formal evita a comunicação informal (boato) e gera, segundo a especialista em comunicação empresarial Maria Alzira Pimenta, a “integração ao verdadeiro espírito de trabalho em equipe. Qualquer objetivo só será alcançado quando se torna possível, aos trabalhadores, expressarem seus valores, desejos e conflitos”.Nesse contexto, entende-se que a comunicação interna estabelece os vínculos necessários dentro da organização que irão gerar produtividade e, em consequência, lucro à empresa.Comunicação interna – informar e ser informadoPara obter sucesso na aplicação de canais internos alguns cuidados devem ser tomados. Gestores

devem verificar que tipos de veículos atenderão a sua realidade, o formato de linguagem e, claro, ter um profissional especializado em comunicação para dar vida ao projeto.Além de seguir estes “passos”, ao implantar os canais de comunicação é preciso que a empresa esteja preparada para dialogar com o colaborador, pois se os veículos escolhidos apenas permitirem o fluxo vertical descendente (hierárquico) e não facilitarem o direito à resposta, haverá desmotivação e má recepção da iniciativa.Este viés é fator motivador primordial de satisfação ao colaborador que mais integrado à empresa e ao processo, fica à vontade para sugerir novas ideias e melhorias ao trabalho.

Ponto Comum

Embora com focos diferenciados na relação empresa/colaborador e com ligações à áreas distintas (comunicação e administração), a comunicação interna e o endomarketing possuem um forte ponto em comum. Ambas visam a lucratividade da organização – a primeira de forma mais acentuada a longo prazo e a segunda de forma imediata. Para Sabrina Simões Pires, toda ação direcionada ao público interno objetiva obter lucros e expandir o mercado. Para tanto, entende-se que a principal ferramenta para alcance desse objetivo são as pessoas. ■

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o que a escoLa não nos ensina

Por Herbert Lopes

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O nosso entrevistado de hoje é um apaixonado por aprender, compartilhar e construir novos negócios de impacto. Autor do livro “O que a escola não nos ensina”. Seja bem-vindo ao nosso time: João Cristofolini.

Você pode conhecer mais sobre o João acessando o site dele: http://joaocristofolini.com.br/E você também pode conhecer mais sobre seu livro: http://escolanaoensina.com.br/

João, você é apaixonado por empreendedorismo, aprender e compartilhar. O que você pensa sobre criar negócios e inovar?

Não só mais uma oportunidade, como cada vez mais uma necessidade, já que estabilidade não existe mais. Criar negócios e inovar anda diretamente relacionado em minha vida. Todo negócio que desenvolvo traz algum tipo de inovação, do contrário, não faria sentido sua criação.Inovação essa que pode ser no produto/serviço, no modelo de negócio, em um novo mercado, ou nova forma de comunicar e distribuir. Mas precisa inovar em alguma área se quiser sobreviver nos dias de hoje.

Como é a sua vida profissional e quais os desafios que você enfrenta em sua carreira?

Hoje tenho duas missões, desenvolver negócios de impacto e compartilhar com maior número possível de pessoas conhecimento e inspiração para desenvolverem o comportamento empreendedor e serem protagonistas de sua própria história. Na primeira delas, tenho negócios na área de educação, tecnologia, saúde, social e sempre em busca de novas oportunidades. O trabalho de empreender é conectar pessoas, é isso que faço. Encontro problemas e conecto as pessoas certas que podem resolvê-los de forma inovadora.No que se refere a segunda missão, tive a oportunidade de lançar um livro no início deste ano pela Editora AltaBooks, com o título “O que a escola não nos ensina”, que vem ganhando uma grande repercussão na mídia e me levando inclusive a me envolver cada vez mais com palestras e outros canais de compartilhamento.Os desafios são os mesmos de qualquer empreendedor, resolver problemas todos os dias. Empreender é resolver problemas, o grande desafio e o que faço questão de disseminar é a importância de desenvolver sua inteligência emocional, seu comportamento e mentalidade para lidar com isso.

Seu livro “O Que a Escola Não Nos Ensina” é prático e instigante. Como surgiu a ideia em escrevê-lo? Conte mais sobre a proposta do livro.

O livro foi lançado esse ano e foi fruto dos mais de 10 anos que passei empreendendo, em contato e estudando os maiores empreendedores e gurus da área de negócios e desenvolvimento pessoal.Aos 21 anos de idade abandonei a faculdade para me dedicar aos meus negócios, não via mais sentido em seguir o caminho tradicional para a minha missão escolhida. O que não quer dizer que parei de estudar, muito pelo contrário, busquei caminhos alternativos de educação.E essa é justamente a proposta do livro, mostrar caminhos alternativos de educação e 7 habilidades indispensáveis que precisamos desenvolver e que não aprendemos na escola. Junto a isso, mais de 30 renomados empreendedores e autores que tive a oportunidade de conhecer, aprender e desenvolver negócios, participam compartilhando um pouco de sua experiência em cada uma das habilidades. ▶

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O autodidatismo, quebra paradigmas. Fale para nós sobre esse tema.

O modelo de educação tradicional foi criado há mais de um século e até hoje não passou por reformas consideráveis. Um sistema criado na revolução industrial não pode se encaixar no mundo e momento que vivemos nos dias de hoje. O modelo de trabalho mudou, o modelo de fazer negócios mudou, a informação muda a cada dia com a tecnologia e o sistema continua o mesmo.Por isso, cada vez mais pessoas estão entendendo que existem outros caminhos de educação, este não é o único, aprendemos a todo o momento e em todo lugar, seja sozinho, conversando, trabalhando, viajando, brincando ou jogando. Muitos destes caminhos são, não apenas mais eficientes, rápidos, práticos, como muito mais acessíveis financeiramente.O mais importante a entender é, existem diferentes caminhos. Antes de escolher o caminho, simplesmente por que todo mundo sempre fez, reflita sobre a sua missão de vida, o que você quer fazer. Depois disso, você poderá avaliar qual caminho é necessário para cumprir a sua missão. Pode ser que a educação tradicional seja ainda indispensável, pode ser que não. No meu caso, não foi.

Além de empreendedor e escritor, você também é palestrante. Quais são os temas que você aborda em suas palestras?

Para falar a verdade, não gosto do termo palestrante, apesar de precisar utilizá-lo muitas vezes. O que eu faço é compartilhar parte do que aprendi e vivi, além de inspirar outras pessoas. Sempre gostei de fazer isso, neste ano com o lançamento do livro esse trabalho se intensificou de forma exponencial, com convites para falar nas principais mídias do país, empresas, convenções, e por incrível que pareça, nas próprias faculdades. Os principais temas são, do próprio livro “O que a escola não nos ensina”, Empreendedorismo e Inovação. Na prática não consigo separar esses temas, gosto mesmo é de quebrar paradigmas, fazer as pessoas refletirem e se questionarem, não importa em que área seja, afinal a vida é uma só, e na essência tudo se resume a pessoas e comportamentos.

Estão surgindo cada vez mais startups inovadoras como Uber, Airbnb, e de alguma maneira elas estão mudando o comportamento das pessoas. Porque devemos estar preparados para essas mudanças?

Como você comentou, elas já estão surgindo, não vão surgir no futuro apenas. Isso já é uma realidade em muitos segmentos, e será cada vez mais. Um modelo de negócios inovador como um Uber ou Airbnb, questiona totalmente antigos modelos tradicionais de negócios e empregos. Se isso ainda não afetou o mercado que você está atuando hoje, afetará muito em breve. Grandes organizações, estruturas engessadas, níveis de hierarquia, processos antigos, tudo isso não faz mais sentido em um mudo de estrutura enxuta e muito veloz. Quem não entender isso, vai ver muitos empregos e negócios tradicionais desaparecendo nos próximos anos.Ou poderá estar promovendo a mudança, a escolha é de cada um. ▶

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Atualmente você tem projetos em diversas áreas como: educação, educação empreendedora, saúde e social. Conte sobre seus projetos e como a vida das pessoas são impactadas através deles?

Todos os negócios têm alguma base tecnológica, que me permitem ter escala e atender a maior quantidade possível de pessoas. Todos surgiram de problemas, se transformaram durante o tempo (continuam se transformando todos os dias), trazem algum tipo de inovação em seu mercado e tem um objetivo maior do que unicamente o lucro, deixar um legado para o mercado que atua. Tudo que eu falo é pratica, não tem teoria ou tese acadêmica.

Esta é uma pergunta que sempre faço aqui em nossa série de entrevistas: Marketing como despesa x Marketing como investimento. Como você enxerga isso, diante da “crise” vivida no mercado?Como toda despesa ou dívida, existe despesa/dívida boa e ruim. A ruim é toda aquela que tira dinheiro do seu bolso e não agrega valor nenhum ao seu negócio, geralmente despesas operacionais, burocráticas, estrutura física desnecessária, estoque parado e etc. Despesa boa é aquela que traz dinheiro e vantagem para o seu negócio, o marketing (bem feito e com métrica) traz valor para o negócio. Então, despesa ruim tem que ser cortada sempre, não só na crise e despesa boa tem quer ser aumentada sempre, ainda mais na crise.

Qual a sua expectativa para o ecossistema empreendedor para os próximos anos?

O ecossistema como um todo está mudando muito desde os últimos anos, nunca se falou tanto em empreendedorismo como agora. E isso é bom. As pessoas, e principalmente os jovens, querem fazer a diferença no mundo. Quando isso acontece, nós percebemos que as pessoas voltam a acreditar, voltam a sonhar, a se tornarem protagonistas e a fazer acontecer.No Brasil ainda temos muito a evoluir, o que é natural e o tempo tende a mostrar isso. Principalmente no que se refere ao empreendedor, a qualificação e preparo dessa pessoa para empreender, não apenas com conhecimento técnico, mas principalmente com preparação mental e emocional para entender e estar preparado ao que é empreender de verdade.Quando isso acontecer, poderemos ver nosso ecossistema interno não apenas copiando o que vem de fora, mas sendo protagonista no seu próprio mercado.

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O que faz um projeto sair do papel e se tornar um sucesso na prática?

A própria prática, fazer, errar, corrigir, errar, corrigir, até uma hora acertar. Não existe fórmula mágica.

Hoje, cada vez mais vemos muitos jovens empreendendo. Porém, muitos também desistem no meio do caminho. O que você pode falar para esses jovens que estão inciando a sua jornada empreendedora?

Estudem histórias de empreendedores e líderes de sucesso, há mais de 2 mil anos a história é a mesma, só muda o lugar e o protagonista, não vai ser agora que mudará. Não acredite na capa de revista ou notícias que vendem a ideia de jovens empreendedores que do dia para a noite construíram startups e

venderam por bilhões. Atrás de toda história sucesso, tem muita, mas muita mesmo, dificuldade, fracasso, problema, e volta por cima. Quando você entende que esse processo é natural, que você precisa em média de 10 anos de prática, erros e fracassos, para começar a entender de fato o que está fazendo e o que não deve mais fazer, você encara o fracasso como uma parte natural do processo. O sucesso inspira, mas só o fracasso de fato ensina. ■

Hebert LopesÉ fundador do Superstorm. Também escreve ao portal Startse/Infomoney. Apaixonado por empreendedorismo, inovação, séries e livros. Desde de 2009 atua com marketing digital, participando ativamente de eventos do setor. Também produz conteúdo para diversos blogs e portais de marketing.

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anáLise de negócios… Você sAbe o que é?

Por Annelise Gripp

Há muitos anos atrás fui Analista de Negócios. Eu já tinha estudado sobre o assunto na faculdade, quando ainda era universitária. Mas realmente só fui conhecer e exercitar, quando assumi a função. Percebi o quanto é importante esse trabalho, pois nessa fase levantamos as necessidades a serem atendidas num projeto ou numa solicitação de melhoria, independente da metodologia de projetos que irá usar (Leia sobre a diferença entre metodologias aqui!).

A Análise de Negócios é conjunto de técnicas e atividades que possibilitam mudança num contexto organizacional, através do levantamento das necessidades e definição das soluções propostas, que agregam valor as partes interessadas. A análise pode ser aplicada para compreender o estado atual de uma organização ou para servir como base para identificação das necessidades de negócio. Logo, a função de um Analista de Negócio é extrair, analisar e sintetizar informações fornecidas por grande número de pessoas que interage com negócios, clientes, colaboradores e profissionais de TI.

Mas como o Analista de Negócios trabalha? Conforme falamos anteriormente, o analista possui técnicas para levantar as necessidades de negócio. As técnicas mais utilizadas são: entrevistas (formular perguntas que levem ao objetivo), brainstorming (Leia aqui!), prototipação (desenho dos serviços, telas e fluxos), critérios de aceite (requisitos que devem ser entregues), regras de negócio (parametrizações aplicadas nas funcionalidades), observação (Leia aqui! ) e cenários de testes . Essas técnicas são aplicadas nos primeiros e demais contatos com o solicitante, até conseguir encerrar o

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que deverá ser entregue. O analista só documentará as informações que coletou, depois de ter finalizado os cenários e ter pegado o aceite do solicitante. Vale lembrar que “documentar” pode ser uma ação diferente para cada processo de trabalho. Pode ser um desenho, um documento word, cartões, qualquer forma que deixe salvo a real necessidade de ter criado ou melhorado um produto/serviço.Um fator importante que eu gostaria de ressaltar é que um bom Analista de Negócios tem um perfil relacional. Tem que ter um bom network, gostar de interagir com outras pessoas, ouvi-las, entendê-las e

principalmente ajudá-las. Assim poderá atender as pessoas da melhor forma possível. Uma boa dica é usar técnicas de Rapport (Leia aqui!) para ativar a confiança entre você e a pessoa que esta requisitando o serviço.

Outra dica pra você é ler o Babok. O Babok é a “biblía” do Analista de Negócios. Você encontra tudo o que precisa para se tornar um bom profissional nessa área. Acesse aqui!

E ainda tem um excelente webnário que você pode assistir e aprender mais sobre Análise de Negócios! Confira aqui o webnario sobre Análise de Negócios que realizamos com a Globalcode!Espero ter ajudado!

Ate mais! ■

Annelise GrippÉ Consultora em Gestão de Projetos/Coach/Instrutora, há 19 anos trabalha com Engenharia de Desenvolvimento de Software.

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cinco dicas para você não rasgar dinheiro com capacitações inúteisPor Jocelito Salvador

Estamos iniciando um novo ano, o qual promete ser desafiador para as áreas que estão ligadas, direta ou indiretamente, à gestão de pessoas, à gestão do desenvolvimento e dos resultados alcançados por estas pessoas. Isto está diretamente ligado a cortes no orçamento das empresas, ou se preferir do seu buget. Aliás, como pude ouvir de um palestrante, o Rafael Rez Oliveira, se você é pobre a sua área tem verba, se você é chique a sua área tem buget.

Pois bem, brincadeiras à parte, em especial nestes tempos bicudos, nada mais natural do que não rasgarmos dinheiro com processos de capacitação e desenvolvimento de pessoas que são totalmente inúteis tanto para a pessoa como para a empresa, como ainda ocorre muito na nossa realidade. Certamente você já vivenciou ou quem sabe conhece alguém que passou por isso. Imagina você dedicar dois dias inteiros da sua vida para participar de um “super congresso”

com mais de 50 palestras e workshops possíveis, num local distante da sua casa, mas que apresenta 01 ou 02 eventos que realmente lhe parecem agregar algum valor pessoal e/ou profissional. Será que tal situação, caso você e a sua empresa tenham bastante dinheiro para investir, mesmo que você seja daquelas pessoas que concordam com o poeta Fernando Pessoas que “tudo vale a pena se a alma não é pequena”, isso efetivamente agregará valor real a você e a sua empresa, num ano de desafios reais a serem enfrentados? ▶

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Para tentar lhe ajudar neste sentido, vale a pena refletirmos juntos sobre alguns aspectos que são verdadeiros para o processo de educação como um todo, mas aqui com ênfase especial para a educação corporativa: 1. Não planeje ou não participe de capacitações sem objetivos claros e atingíveis.

Parece óbvio isso, não? De qualquer forma, quantas vezes ainda presenciamos situações em que as pessoas não sabem bem porque estão participando de tal treinamento? Por que mesmo foram convocadas a participar de tal feira de negócios ou mesmo daquela reunião?

2. Gere suas capacitações com base num plano educacional.

Lembre que processos de desenvolvimento de pessoas feitos de forma empírica apenas geram frustrações. Esta é outra daquelas situações, que por mais incrível que pareçam acontecem muito nas nossas organizações, independentemente do seu porte ou segmento de atuação. Facilmente podemos resolver isso utilizando uma metodologia que irá nos orientar quanto aos passos básicos que devem ser dados para que possamos ter um início, meio e fim planejados e com resultados. Aqui mesmo na Cultura Colaborativa, já tratamos da metodologia do design educacional e sua aplicação. (Fazer link com artigos que tratam do assunto: Out.15 O Que As Técnicas Da Segunda Guerra Tem A Ver Com A Evolução Da Sua Empresa e Nov.15 Para produzir mais, melhore o desempenho de sua equipe).

3. Não contrate gurus da consultoria empresarial. Gurus ou consultores da moda não resolvem os seus problemas.

Mais um erro que infelizmente vemos se repetir em nossas organizações, qual seja, contratar tal tipo de profissional, que nunca entrou em contato com a sua empresa para compreender as suas reais necessidades. Naturalmente, por mais mágica que seja a solução que ele possa trazer para você, não vai gerar resultados efetivos. Além do que, por mais barato que seja, ou mesmo “de graça”, não contrate nada de qualquer entidade ou empresa que lhe prometa mundos e fundos sem fazer o mínimo diagnóstico com as pessoas que realmente estejam enfrentando algum problema a ser resolvido na sua organização.

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4. Não tente copiar soluções que deram certo para outros.

Soluções que deram certo para outras pessoas ou empresas podem não funcionar para você. Esta é mais uma daquelas questões que você já sabe que se tivesse feito um planejamento básico que contivesse questões simples tais como: o que queremos, porque vamos adquirir tal solução, para quem vamos direcionar tal projeto, quanto vamos investir de fato, como vamos medir os resultados, quando vamos colocar isso no ar, não cairíamos no erro de contratar algo que nunca vai trazer resultado algum para você e a sua organização.

5. Não invista em e-learning se você não precisa.

A tecnologia educacional pode atuar em seu favor, ou não. A tecnologia que atua na área de educação, em especial a tecnologia da informação e comunicação (TIC), vem num crescente no Brasil. Estamos falando aqui especialmente da modalidade e-learning para o processo de capacitação de pessoas. Tal modalidade pode agregar muito valor para você e a sua organização na medida que otimiza custos, encurta distâncias e melhora a gestão do conhecimento. Contudo, mais uma vez, não é porque deu certo para muitas empresas que vai dar certo para você.

O que lhe parece? Isso faz sentido para você? Caso faça algum sentido, por gentileza, não permita que o ano de 2016 seja igual a tudo o que ocorreu até aqui. Isso mesmo que você tenha tido muito sucesso até aqui, não caia na tentação de seguir o caminho mais fácil e sem planejamento. Vamos seguir em frente e ter um ano de realizações, mesmo com todos os desafios e percalços que se apresentarem. Abraços e ótimo ano para você. ■

Jocelito A. SalvadorCEO da Conducere Desenvolvimento Corporativo, especialista em educação corporativa, projetos e-learning e gestão de pessoas por competências.

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Não gosto de movimentos sexistas, não acredito em igualdade (segundo o senso comum de igualdade) e não gosto de leis ou atos que favoreçam gêneros no mercado de trabalho. Não me sinto confortável em comemorar o dia das mulheres, porque penso que sou injusta com os homens por não retribuir a gentileza. Acho que vivemos um processo dinâmico onde cada um ocupa seu próprio lugar; e no mundo há lugar para todos.

Pensemos em três variáveis evolutivas sobre essa questão:

Primeira variável

Um dos motivos para que o homem ainda se destaque no mercado de trabalho é que, historicamente, as mulheres entraram no cenário há pouco tempo. Na medida em que o tempo passa, creio que a importância de

distinção de gêneros tende a diminuir. Façamos a conta: Há quanto tempo os homens saíram de seus lares e foram ao “mercado” buscar a “provisão”? Desde quando foram treinados para isso? - Desde os primórdios quando saíam à caça para trazer o alimento. E as mulheres? Elas cuidavam da colheita e do espaço familiar e doméstico. Resultado: Há milhares de anos os homens são culturalmente programados para o mercado de trabalho e historicamente este é um advento novo para a mulher.

Embora pontualmente as mulheres sempre tenham contribuído para o sustento familiar (vide Revolução industrial quando saíam com as crianças para o trabalho e em culturas onde a tradição designa funções específicas para ela), efetivamente e de maneira global esse é um advento muito recente. Falando de Brasil, não temos

nem 100 anos de preparação feminina para o mercado. Portanto, com o passar dos anos essa presença, inclusive em cargos de Liderança, tende a atingir estatísticas mais igualitárias.

Segunda variável

A mudança cultural está acontecendo tanto no papel Feminino quanto no Masculino. O homem não é mais apenas o provedor material assim como a mulher não é apenas provedora de afeto e presença na vida dos filhos e da família. Assim como as mulheres, os homens privilegiam novos valores. É cada dia mais comum homens levarem seus filhos ao médico enquanto suas mulheres estão em reuniões de trabalho. Nesta nova dinâmica, os papéis domésticos e de provisão material são divididos e reinventados o tempo▶

Liderança Feminina sob a ótica da razão

Por Mônica Hauck

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inteiro. Essa geração entende que tanto o Pai quanto a Mãe devem comparecer às reuniões escolares, ao pediatra ou o que for necessário. De certa forma, essa mudança cultural alivia a dupla jornada da mulher e proporciona uma maior dedicação ao trabalho, o que consequentemente aumenta suas chances de ascensão profissional.

A concepção masculina de paternidade também mudou. As meninas são criadas tendo a liberdade de jogar futebol, bem como os meninos de brincar de casinha. Os homens cada vez mais querem estar com seus filhos e isto auxilia as mulheres com suas carreiras. Finalmente a sociedade está introjetando alguns fatos óbvios: Homem também

tem uma vida familiar, filhos precisam da presença masculina em suas vidas e Reunião de Pais termina com s no plural (e vejam bem, esse evento não se chama reunião de mães), o que

elimina a falsa sensação de que apenas a mulher pode ter como ponto limitador da carreira o fato de ter família e filhos; simplesmente porque os homens também os têm!

Terceira variável

Ainda que as mulheres gastem mais tempo com sua “Carreira doméstica e Familiar” (inclusive no papel biológico da concepção), e que 80% das empresas avaliem este item na hora de contratar, a tecnologia ajuda a suprir a necessidades da mulher de conciliar sua carreira profissional com suas aspirações familiares. É inegável que a maioria das mulheres engravidam, tem filhos e constituem família. Mas com a tecnologia disponível hoje, cada vez mais se torna possível que a mulher exerça a Liderança mesmo estando fisicamente distante da empresa. Aliás, o bom Líder é aquele que cria uma equipe que consegue produzir sem a sua presença. Além disso, Notebooks, Smartphones e outras

tecnologias criam uma nova dinâmica em que as pessoas levam o trabalho para seus lares e quando necessário, inserem sua vida pessoal no horário comercial sem causar prejuízos para a empresa e para a carreira.

Sou executiva, mãe, esposa, irmã, filha, esportista, vizinha, amiga e assim como você (seja homem ou mulher) assumo vários papéis. Sei que não é uma jornada fácil, mas essa foi a escolha que fiz. Toda liderança requer renúncia, assim como toda escolha. Eu sabia que teria obstáculos, mas me preparo a cada dia para eliminá-los (prefiro eliminar à transpor, caso eu tenha que percorrer o caminho de volta). E acredito num futuro onde o mérito e os Perfis de Liderança sejam discutidos com maior relevância, sem ignorar que homens e mulheres são realidades do mundo corporativo seja em qual posição for e com seus neurônios, emoções, testosteronas ou estrogênios têm muito a contribuir para o futuro da Gestão no mundo. ■

Mônica HauckDiretora Executiva da Solides, empresa de Soluções em TI para Gestão Empresarial. Apaixonada pelo Desenvolvimento Humano, graduada e pós-graduada pela UFMG. É também colunista do RH Portal, maior portal de RH do país.

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saiba como priorizar as capacitações certas

Por Valeska Fontana Salvador

Quando o assunto é investimento em capacitações, nem sempre é fácil conseguir recursos para este fim. Então, como saber priorizar e convencer os decisores no que tange a desenvolver pessoas? Apesar do cenário não estar muito favorável, é de conhecimento geral que uma empresa só cresce se investir em pessoas e conhecimento. Isto porque os únicos atores que podem criar e modificar qualquer contexto são as pessoas. Neste sentido, é quase incompreensível a dificuldade que muitos têm em conseguir verbas para capacitar as suas equipes. Recomendo a leitura do artigo 10 razões para investir em pessoas e conhecimento em tempos de crise, de

Jocelito André Salvador, da edição de Novembro/15. De qualquer forma, seguem algumas dicas para evidenciar a importância da realização ou não das suas capacitações: 1 - Conheça os objetivos estratégicos definidos no planejamento organizacional:

tudo o que for em prol do desenvolvimento da organização é prioritário. Capacitações da “moda” e aquelas que não possibilitem uma mudança imediata em processos, devem ser deixadas para um segundo momento.

2 - Reconheça e demonstre os gaps de competência:

um gap é uma falta de desempenho. Desenvolver esta lacuna é gerar mais produtividade para a empresa, o que aumentará receitas e/ou diminuirá os seus custos. 3 - Planeje suas capacitações:

faça uma matriz, planilha ou mesmo uma tabela de tudo o que necessita ser trabalhado e dilua ao longo do ano, levando em consideração todos os períodos críticos da empresa. ▶

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4 - Diversifique nas modalidades de ensino:

veja o que é possível fazer online, presencial e através de benchmark. Faça de sua empresa um ambiente colaborativo e não individualista. 5 - Construa sempre um plano educacional:

analise, planeje, evidencie os pormenores da importância e da necessidade da capacitação. Utilize o design instrucional/educacional como norteador de suas ações. 6 - Comprove ROI (Retorno sobre o Investimento)

e demais índices exigidos no sistema de gestão de resultados da sua organização. 7 - Acompanhe o público que será submetido às capacitações antes, durante e depois da realização das mesmas.

Tenha métricas e certezas da evolução ou não de sua ação educacional.

8 - Não desista nos primeiros NÃOS!

Lembre-se que você está apostando no desenvolvimento, na educação e na aprendizagem das pessoas! Todo o esforço e dedicação valerão a pena. 9 - Não se iluda com resultados imediatos!

Novamente, aprendizado é verificado com acompanhamento e no médio e longo prazo. Caso as mudanças ocorram no dia seguinte, não serão permanentes. 10 - Tenha um sistema de gestão do conhecimento eficaz:

não adianta apenas preparar pessoas para o mercado, todo o investimento deve retornar para a empresa, seja este em novos processos ou na evolução de atitudes errôneas. Mesmo que as pessoas saiam de sua empresa, os efeitos benéficos das capacitações devem perdurar.

11 - Aprenda com os erros do passado: cometa novos, mas faça diferente!

Lembre-se, insanidade é fazer sempre as mesmas coisas e desejar resultados diferentes. 12 - Acredite nas pessoas!

Afinal você está buscando facilitar o desenvolvimento delas! A mudança, por mais que seja estressante, ocorre. Basta criar um ambiente agradável e seguro para todos. 13 - Capacite-se!

Sempre há algo novo ou melhorado na sua área que pode facilitar o seu cotidiano. Busque informações confiáveis para validar sua atuação. ▶

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14 - Seja criativo(a)!

Pesquisas demonstram que o povo brasileiro é um dos mais criativos. A neurocientista Suzana Herculano-Houzel nos conta em uma entrevista que os pesquisadores estrangeiros adoram aprender com os brasileiros. Isso porque eles não conseguem entender como com tão poucos recursos os brasileiros conseguem inventar tantas coisas. Acredito que todos aprendemos desde cedo a ser um pouco MacGyver em nossas ações. 15- Consiga apoiadores!

Traga para perto as pessoas influentes na organização que apoiem suas ideias. Aprenda com elas, compartilhem seus conhecimentos!

16- Não escolha fazer tudo!

Busque colegas que direta ou indiretamente complementem suas atividades. Preze pela multidisciplinaridade! Perceba os talentos disponíveis e os utilize. Poderia deixar vários outros conselhos, mas o maior de todos é que neste ano, que está nascendo, podemos fazer tudo diferente ou melhor. Deixar velhos hábitos de lado e esforçar-se em prol daquilo que decidirmos fazer. A grande alegria da vida é que não estamos sozinhos e nem este é o ponto final. Nesta nossa passagem precisamos uns dos outros para que nossos planos, sonhos e desejo sejam realizados.

Estamos em crise, isso é um fato que se estampa em todos os cantos. Os economistas nos dizem para esperar por um ano pior! Todavia, não aceite isso como desculpa para não investir em você e nas pessoas que dependem de suas ações e decisões todos os dias. Grande abraço e um esplêndido 2016! ■

Valeska Schwanke Fontana SalvadorÉ Diretora de Projetos da Conducere Desenvolvimento Corporativo. Contadora, Psicanalista em formação. Especialista em Design Educacional, Design Instrucional e Tutoria.

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Liderança transFormadora e motivação de equipes: desaFios nas organizaçõesPor Isabela Pimentel

No ambiente contemporâneo de negócios, marcado pelo alto nível de competitividade entre as empresas, a gestão de pessoas torna-se cada vez mais estratégica, tanto para promover a retenção quanto o desenvolvimento de talentos em indivíduos e equipes. Se nas décadas anteriores o Market share da empresa e os benefícios oferecidos eram fatores que agregavam valor às marcas empregadoras, o cenário hoje é outro.

Além de satisfação e realização pessoal, as gerações atuais buscam o alinhamento entre sua missão e visão de vida aos valores organizacionais. Não basta uma empresa oferecer bons salários: ela também precisa investir no capital humano e social, que vem das pessoas.

A relação entre lideranças e liderados deixou de ser um contrato psicológico baseado em benefícios, englobando também o atendimento de expectativas de ambas as partes, em prol do cumprimento de metas. Trabalho em equipe, colaboração, acolhimento e flexibilidade figuram no novo jargão corporativo, tornando a liderança uma relação de troca e aprendizado contínuo, nos planos social, cultural e simbólico. ▶

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Além da liderança clássica, que emergia de alguém que tinha aptidões especiais para tanto (Teoria dos Traços), hoje se fala da liderança situacional, na qual é valorizado aquele que tem capacidade de se adequar aos momentos, conduzindo as situações de maneira que seus colaboradores reajam positivamente e deem seu melhor para atingir bons resultados.Para Cohen e Kennedy (2010), para ser bem sucedido, um líder precisa saber desenvolver uma ideia, planejar sua execução atingir resultados superiores continuamente. A especialista Betania Tanure estabelece uma distinção entre gestor (o que apenas ocupa o cargo formalmente, e é responsável por outras pessoas), líder (tem foco na dimensão emocional da gestão e mobiliza para a transformação) e dirigente (gestor que reúne também características de líder).

O dirigente, ou líder transformador, seria aquele que “reconhece o fluxo natural e o altera, com coragem e garra, como exige o mundo empresarial de hoje. Tem um propósito claro, uma visão de futuro, que ilumina suas decisões e ações. E assume os riscos”.

Alinhar prática e discurso faz a diferença na forma como o líder é visto pela equipe e se é ou não capaz de motivá-la e inspirá-la a trabalhar pela melhoria contínua. Peter Drucker afirma que devido à sua visibilidade, os líderes são vistos como exemplos a serem seguidos.

Tanure aponta que “o sucesso (...) depende intrinsecamente da capacidade do líder de construir e sustentar sonhos que façam brilhar os olhos das pessoas (...) para que estas produzam resultados extraordinários. Afinal, os líderes não podem forçar o compromisso dos indivíduos, apenas inspirá-los”.

Neste contexto, a gestão estratégica de pessoas dentro das organizações tem o duplo desafio de mapear e valorizar competências nos indivíduos e criar um ambiente favorável para o desenvolvimento de lideranças que motivem e engajem os funcionários diariamente.

Afinal, como aponta Mintzberg (2010:22), “é muito desanimador ser gerenciado por alguém que não lidera”. Este é o momento propício para que, mesmo aqueles que não exerçam cargos formais de gerenciamento de equipes, tornem-se lideres que inspiram pessoas a realizar seus sonhos dentro e fora das organizações. ■

Isabela PimentelEspecialista em Comunicação Integrada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), tem oito anos de experiência em Comunicação Corporativa.