licenciatura em biologia - botânica

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BOTÂNICA GERAL ECOMPARADA 1

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CARACTERIZAÇÃO DOS GRUPOSVEGETAIS E ORGANOGRAFIA

BRIÓFITAS, PLANTAS VASCULARES SEM SEMENTESE PLANTAS COM SEMENTES

Estudo das Briófitas

Plantas Vasculares sem Sementes - Pteridófilas

Plantas Vasculares com Sementes - Gminospermas

Plantas Vasculares com Sementes - Angiospermas

Organografia da Raiz das Angiospermas

Organografia do Caule das Angiospermas

Organografia das Folhas das Angiospermas

SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO

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ORGANOGRAFIA DA RAIZ, CAULE, FOLHA, FLOR,FRUTO E SEMENTE DAS ANGIOSPERMAS

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19○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

13○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 24

ANATOMIA E SISTEMÁTICA ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 34

Formação do Embrião, Celuas e Tecido 34○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

34○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ANATOMIA DAS ANGIOSPERMAS

Organografia da Flor, do Fruto e da Sementedas Angiospermas

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Anatomia da raiz

Anatomia do Caule

Anatomia da Folha

43○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

45○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Classificação dos Seres Vivos

Sistema Binomial

Métodos de Classificação

Principais Grupos de Seres Vivos

Atividade Orientada

Glossário

Referências Bibliográficas

51○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

50○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○SISTEMÁTICAS DAS PLANTAS

53○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

55○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

58○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

63○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

65○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

68○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

48○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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Caro aluno procuraremos sempre, nesse nosso estudoapresentar os conteúdos usando uma linguagem simples e objetivae destacando ao final de cada tema e dos blocos temáticos,através do emprego de figuras, esquemas ou gráficos, asinformações que, fundamentalmente precisam ser adquiridas.Visando ainda mais, contribuir para ampliar e sedimentar o seuaprendizado, enfatizaremos também, assim que um tema e umbloco temático forem concluídos, questões reflexivas einvestigativas, estimulando com isso, o crescimento do seu espíritocientífico e crítico.

O reino das plantas é um importante ramo da biologia queengloba os mais extraordinários seres vivos da Terra. Os vegetais,além de provocarem deslumbramento pela beleza de suas florese frutos, de amenizar a temperatura do ar, de proteger os solos eos corpos d’água, incorporam e transformam, através dafotossíntese, substâncias inorgânicas e luz em carboidratos. Essasfantásticas moléculas representam a possibilidade da vida, semas quais o nosso planeta seria estéril.

Em nosso estudo destacaremos e caracterizaremos osprincipais grupos de plantas e sua organização morfológicaexterna e interna, assim como, os métodos e os critérios usadospara classificá-los. Em função da importância econômica e porapresentarem o maior número de espécies, hábitats e um corpovegetativo completo, o filo das angiospermas será prioritariamenteenfatizado.

Sinceramente, querido aluno, desejamos que esse materialdidático possa contribuir para o seu sucesso acadêmico e,sobretudo, que a educação possa fomentar em você, acristalização de bons valores morais.

Prof. José Eustáquio G. Queiroz

Apresentação da Disciplina

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CARACTERIZAÇÃO DOS GRUPOSVEGETAIS E ORGANOGRAFIA

Reino PlantaeOs componentes do reino das plantas, possivelmente, evoluíram das algas verdes,

são todos multicelulares eucariontes, predominantemente terrestres e fotossintetizantes.Atualmente, o grupo dos vegetais está formado por doze filos, distribuídos da seguintemaneira: três filos de briófitas e nove filos de plantas vasculares, todos reunidos no sub-reino Embryophyta.

BRIÓFITAS, PLANTAS VASCULARES SEM SEMENTES EPLANTAS COM SEMENTES

Começaremos nossos estudos e descobertas pelo reino das plantas fazendo umapequena abordagem sobre a história evolutiva e, prioritariamente, descrevendo as principaiscaracterísticas dos atuais grupos vegetais. Nossa explanação inicial será sobre as briófitas,plantas estruturalmente simples, mas que têm uma importância ecológica muito grande.

Estudo das Briófitas

Possivelmente, as briófitas são as plantas mais antigas e que marcam a passagemevolutiva dos vegetais do ambiente aquático para o terrestre. Compondo este grupo devegetais estão as hepáticas, osantóceros e os musgos.

Curiosidades sobre Briófitas

As briófitas, juntamente com oslíquenes, são os primeiros organismosa iniciar uma sucessão ecológicaprimária.

Estas plantas são tambémindicadoras de poluição atmosférica,além de serem extremamenteimportantes na ciclagem do gáscarbônico.

Aproximadamente 1% dasuperfície da terra é ocupada pelomusgo Sphagnum.

As briófitas são plantaspequenas, apresentando indivíduos comaltura variando entre 2,0 e 20,0 centímetros. A maioria das briófitas é terrestre, encontradaspreferencialmente em ambientes úmidos, mas existem espécies aquáticas. Estas plantasestão amplamente distribuídas, podendo ser encontradas nos mais variados ecossistemas,

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desde florestas tropicais e temperadas a significativas populações nos pólosnorte e sul e, até, em desertos.

Nas briófitas, as raízes, caules e folhas, devido à ausência de vasos condutores, nãosão consideradas estruturas verdadeiras, sendo, por isso, denominadas, respectivamente,de rizóides, caulóides e filóides. Os rizóides, que podem ser unicelular ou multicelular, namaioria das briófitas têm apenas a função de fixar a planta ao substrato. A transferência denutrientes, que nos vegetais vasculares é atribuição das raízes, neste grupo, é feita pelosgametófitos, através de tricomas localizados nos caulóides e filóides.

A Reprodução de um Musgo

Os caulóides e filóides, juntos, formam a estrutura aérea da planta denominadagametófito, responsável pela produção de anterídios (órgãos sexuais masculinos) earquegônios (órgãos sexuais femininos). Dos anterídios saem anterozóides que, levadospela água alcançam o arquegônio, e um deles, fertiliza a oosfera. Com a fusão dos gametas(anterozóide e a oosfera) é formada uma célula diplóide, denominada zigoto. Ainda no interiordo arquegônio o zigoto transforma-se numembrião (esporófito) pluricelular, queamadurece, sofre várias divisões meióticas eproduz células haplóides denominadasesporos.

Ao saírem das cápsulas onde ficamarmazenados, os esporos são transportadospelo ar ou pela água. Em ambientes úmidosgerminam, formando estruturas filamentosase ramificadas denominadas protonemas.Com o crescimento desses protonemassurgem gametófitos haplóides (novas plantas),masculinos ou femininos, que darãocontinuidade ao ciclo reprodutivo dos musgos e de algumas hepáticas.

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Os antóceros produzem esporos no interior de esporângios, de onde são liberadose, em condições favoráveis, germinam formando um novogametófito, que pode ser unissexuado ou bissexuado. Entre osantóceros não é formado o protonema.

Em algumas briófitas, pequenos fragmentos ou gemasgarantem a propagação vegetativa da planta, permitindo, também,a realização de reprodução assexuada entre as plantas deste grupo.

RAVEN, P. H., EVERT, R. F. and CURTS H. (1996) – Biologia vegetal.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Sugestão de Leitura...

www.ficharionline.com/biologia/pagina_exibe.php?pagina=011195

Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]As Primeiras Plantas

As briófitas não têm raízes, caules e folhas, mas possuem estruturas análogas aesses órgãos, que podem desempenhar funções similares. Descreva que estruturas sãoessas e quais as suas funções.

Concluímos nosso estudo sobre as briófitas e aprendemos que estas plantas nãotêm vasos, crescem em locais úmidos e são de pequeno porte. Agora iremos conhecer asprimeiras plantas vascularizadas, entre elas, as bonitas e populares samambaias.

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Plantas Vasculares sem Sementes - Pteridófitas

As plantas vasculares sem sementes, atualmente, estão agrupadas emquatro filos (psilotófitas, licófitas, esfenófitas e pterófitas), tendo assamambaias, as avencas e as cavalinhas como os representantes maisconhecidos.

Estas plantas habitam quase sempre locais úmidos e sombreados, amaioria é terrestre, embora existam espécies epífitas e aquáticas. O caule pode sersubterrâneo, chamado rizoma, como o observado na samambaia (Polypodium vulgare)ou aéreo como o da samambaiaçu (Dicksonia selowiana).

Este grupo de plantas apresentam um sistema radicular que absorve água e saisminerais do solo e um sistema caulinar formado pelo caule e pelas folhas, com vasos parao transporte de substâncias e órgãos fotossintetizantes. A lignificação das paredes dascélulas de sustentação e de condução possibilitou o surgimento de plantas altas.

Filo Pterophyta

Em nosso estudo sobre as plantas vasculares sem sementes estaremos destacandosomente o filo pterófita ou samambaias. A maioria destas plantas cresce em regiõestropicais, podem ser pequenas ou apresentarem uma estrutura arbórea com até 30 metrosde altura.

A Reprodução das Pteridófitas

A reprodução é feita por esporos formados no interior de esporângios, organizadosem estruturas localizadas geralmente na face inferior das folhas, denominadas soros.

Espalhado pelo vento, o esporo cai em locais úmidos, germina formando um prótalo(gametófito jovem), masculino (anterídio) ou feminino (arquegônio). Do interior do anterídiosai um anterozóide, que com ajuda da água, chega ao arquegônio e fecunda a oosfera,formando uma nova célula, denominada zigoto. Com o desenvolvimento do zigoto e suadiferenciação, surge um embrião jovem que amadurece formando uma nova samambaia(ou esporófito) e, com ela, a possibilidade de um novo ciclo.

Entre as pteridófitas, comumente, a reprodução é feita por esporos, embora possaocorrer a propagação vegetativa, como é o caso da Asplenium viviparum, planta em cujasfolhas formam-se brotos que originam novas plântulas.

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Plantas vaculares sem sementes

As plantas vasculares têm raiz, caule e folhas, além de um sistema de vasos para otransporte de substâncias inorgânicas e orgânicas. Para conhecer melhor este grupo deplantas, descubra na sua região alguns espécimes, observe-os e descreva seus habitats esuas principais características externas.

FERRI, Mário Guimarães, Botânica: MorfologiaExterna das Plantas (Organografia). 15 ed. – 6a reimpressão(1990) – São Paulo: Nobel, 1983.

Sugestão de Leitura...

www.ficharionline.com/biologia/pagina_exibe.php?pagina=011196

Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]

À medida que a evolução avança, novas estruturas vão sendo adicionadas ao corpoda planta. Além da raiz, do caule, das folhas e dos vasos, como vimos até aqui, surgem asflores e as sementes. O grupo de plantas que apresentam estas estruturas, as plantasvasculares com sementes - são, a partir de agora, o nosso objeto de estudo.

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Plantas Vasculares com Sementes

As plantas que compõem este grupo formam cinco filos (Cycadophyta,Ginkgophyta, Coniferophyta, Gnetophyta e Anthophyta) e apresentam umaestrutura vegetativa completa, formada por raiz, caule, folha, flor e semente.Pela primeira vez na história evolutiva das plantas o embrião é protegido poruma semente, que garante a sua dispersão em substituição ao esporo e cede

nutrientes para os primeiros estágios da germinação.Os quatro primeiros filos citados acima podem ser genericamente denominados de

gimnospermas, o quinto e último representa as plantas conhecidas com angiospermas.Esses dois grupos englobam plantas consideradas superiores e que têm uma grandeimportância econômica para a humanidade, especialmente as angiospermas.

Plantas Vasculares com Sementes - Gimnospermas

As gimnospermas podem ser encontradas em váriaspartes do mundo, especialmente no hemisfério norte. Entreas plantas deste grupo destacam-se os abetos, ciprestes,pinheiros e as enormes sequóias. Este grupo de plantas,apesar de terem raízes, caule, folhas e de produzem flores esementes, não apresentam frutos.

No Brasil, devido às características climáticas seremessencialmente tropicais, este grupo de vegetais nãoapresenta expressiva diversidade. O pinheiro-do-paraná é omais significativo representante brasileiro.

A Reprodução das Gimnospermas

Na maioria das gimnospermas, os gametas são produzidosno interior de estróbilos ou pinhas. O estróbilo masculino forma osgrãos de pólen e o feminino forma os óvulos.

As sementes das gimnospermas são produzidas quando umgametófito masculino (haplóide) imaturo, protegido pelo grão de pólené transportado pelo vento e atinge o gametófito feminino, um óvulo.

Lentamente, o gametófito masculino inicia seuamadurecimento, formando o tubo polínico e realizando uma divisão que dá origem a umacélula estéril e uma célula gametogênica. Em seguida, a célula gametogênica divide-se,produzindo dois gametas masculinos.

Especialmente entre os Pinus, 15 meses após o gametófito masculino ter penetradono óvulo, o tubo polínico contendo os dois gametas, alcança a oosfera e um deles funde-sea ela, promovendo sua fertilização. Após esse evento, o outro gameta masculino édegenerado.

Com a fecundação, o óvulo amadurece e transforma-se em uma semente ou pinhão.As sementes da maioria das gimnospermas apresentam além do embrião, substânciasnutritivas e tegumento.

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Plantas sem frutos

Qual a importância do pinheiro-do-paraná para os povos do sul do Brasil e qual asituação atual deste ecossistema?

Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]

O grupo de plantas que estudaremos agora é formado por plantas consideradascompletas e apresenta uma grande diversidade de espécies. Este grupo, asangiospermas, produz a maior parte do alimento consumido pelos seres humanos e pelosanimais, além de fornecer vários insumos para a indústria.

Plantas Vasculares com Sementes - Angiospermas

As angiospermas formam um filo megadiverso, cujosrepresentantes podem ser encontrados em todo o mundo epotencialmente dominam as zonas intertropicais. Na FlorestaAmazônica e na Mata Atlântica, a exuberância e a potencialidadeindustrial dessas plantas justificam o interesse multinacional.

O grupo das angiospermas é o mais evoluído, apresentandotodas as estruturas observadas entre a gimnospermas (raízes, caule,folhas, flores e sementes), e uma exclusiva, o fruto.

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As angiospermas formam o filo Anthophyta, que está dividido em duasgrandes classes, as monocotiledôneas e as eudicotiledôneas. Estasdenominações ocorrem em função da presença, na semente, do cotilédone,folha embrionária geralmente portadora de reservas nutricionais, quepossibilitam o desenvolvimento inicial do embrião, até a formação dasprimeiras folhas e a realização da fotossíntese.

Monocotiledôneas

Nas monocotiledôneas, as sementes apresentam apenas um cotilédone. Nesta classeexiste um grande número de plantas, como, por exemplo, o arroz, o milho, o trigo, a cana-de-açúcar, a orquídea, a palmeira, a bananeira, entre outras.

Eudicotiledôneas

As eudicotiledôneas têm sementes com dois cotilédones. Quase todas as plantasde porte arbóreo, exceto as coníferas, compõem esta classe.

Além dos cotilédones, outras características importantes permitem diferenciar umamonocotiledônea de uma eudicotiledônea. Veja algumas destas diferenças na tabela abaixo.

Caro aluno, acabamos agora nosso estudo sobre os principais grupos de vegetais.Você conheceu as briófitas - os musgos -, vegetais de pequeno porte, sem vasos condutores,que crescem em locais úmidos e sombreados e que têm o corpo da planta estruturado em

Leia com atenção...

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rizóides, caulóides e filóides. Estudamos, também, as plantas vasculares sem sementes,- as samambaias - e aprendemos que neste grupo de vegetais a raiz, o caule e as folhasestão presentes e interligados por um sistema de vasos. Por fim, conhecemos as plantascom sementes, grupo que apresenta uma estrutura vegetativa completa, formada por raiz,caule, folha, flor e semente. Os dois principais filos são as gimnospermas - o pinheiro-do-paraná -, plantas que têm sementes, mas não possuem frutos, e as angiospermas - oabacateiro -, o grupo mais evoluído e que devido ao desenvolvimento do ovário, forma umfruto.

Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]Compreender e diferenciar os grupos de vegetais.

Descreva as principais diferenças observadas entre briófitas, pteridófitas,gimnospermas e angiospermas. Você pode, por exemplo, montar um quadro e neledescrever: o tamanho da planta (pequeno e/ou grande); a existência de vasos condutores,flor, semente e fruto (presentes ou ausentes).

1.....

2.....As briófitas e as pteridófitas dependem da água para que os gametas masculinos(anterozóides) possam nadar até os gametas femininos (oosferas) e promover a fecundação.Entre as gimnospermas e angiospermas, uma importante adaptação à vida terrestresubstituiu o nadar dos anterezóides, permitindo a fecundação sem a necessidade de água.Comente e faça um esquema sobre este importante passo evolutivo das plantas comsementes.

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ORGANOGRAFIA DA RAIZ, CAULE, FOLHA,FLOR, FRUTO E SEMENTE DAS ANGIOSPERMAS

Estudaremos, agora, a morfologia externa ou organografia dasangiospermas. Esse importante ramo da botânica se preocupa com os estudos

relacionados com a forma externa dos órgãos vegetativos e reprodutivos. Analisaremos aorganização da raiz, do caule, da folha, da flor e do fruto. Estas estruturas podem ser facilmenteencontradas, permitindo que você possa observá-las e estudá-las sem dificuldade.

Iniciaremos nosso estudo organológico pela raiz, órgão das plantas que tem a funçãode absorção, sustentação, além de outras atribuições importantes, como veremos agora.

Organografia da Raiz das Angiospermas

A raiz começa seu desenvolvimento a partir do crescimento e diferenciação doembrião. Assim que a semente inicia o processo de germinação, a radícula começa aabsorver e transferir do solo para a nova plântula água e sais minerais.

Nas plantas terrestres, a raiz tem ainda a função de fixar o vegetal ao solo. Nasepífitas, este órgão modificado fixa a planta ao caule do vegetal que está sendo usado commorada.

São ainda funções de algumas raízes, o armazenamento de carboidratos, como araiz tuberosa da cenoura (Daucus carota L.) e do rabanete (Raphanus sativus L.), e asíntese de substâncias como a nicotina e alguns hormônios como citocininas e giberelinas.

A Raiz das Monocotiledôneas

Nas monocotiledôneas, a primeira raiz que éformada com a germinação da semente é temporária,dando lugar a outras raízes, denominadas adventícias. Estasraízes posicionadas radialmente no caule, onde uma nãoé significativamente maior que a outra, forma o sistemaradicular fasciculado. As raízes das monocotiledôneastêm uma penetração menor no solo em comparação àsraízes das eudicotiledôneas.

A Raiz das Eudicotiledôneas

Com a diferenciaçãodo embrião, surge a raizprimária, denominada raiz pivotante ou axial. Com ocrescimento dessa raiz, surgem ramificações que irão formaras raízes laterais. A raiz pivotante e as raízes laterais formamo sistema radicular pivotante, característico daseudicotiledôneas.

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Partes de uma Raiz

A partir da extremidade, as principais partes de uma raiz são: o ápice, a região lisa,a região pilífera e a região suberosa.

O ápice é a parte terminal da raiz, formado por tecidos meristemáticos responsáveispelo crescimento. Estes tecidos muito jovens e frágeis são protegidos por um capuz,conhecido como coifa. Este órgão, à medida que a raiz cresce, é empurrado contra o solo,provocando a descamação de suas células periféricas que, então, secretam um líquido(substância denominada mucilagem) lubrificante, que facilita a penetração da raiz. A coifaapresenta sensores de gravidade, uma coluna central de células, com bastante amiloplastos.Possivelmente, esses carboidratos são os responsáveis pelo crescimento da raiz sempreem direção ao solo, fenômeno denominado gravitropismo ou geotropismo positivo.

Próximo ao ápice, numa área pequena, de poucos milímetros, denominada regiãolisa ou de crescimento, as células estão em intensa atividade mitótica, promovendo ocrescimento longitudinal da raiz. Nas outras regiões da raiz só ocorre crescimento diametral.

Acima da zona lisa começa a região pilífera ou de absorção, onde as células estãoem fase de amadurecimento e diferenciação dos seus primeiros tecidos. Nessa região,crescem os pêlos radiculares, responsáveis pela absorção de substâncias inorgânicas dosolo. Esses pêlos duram poucos dias, mas, à medida que a raiz cresce, outros surgem,assumindo suas funções.

Com a queda dos pêlos radiculares e a suberização do tecido periférico, forma-se aregião suberosa ou de ramificação, responsável pelo crescimento endógeno das raízeslaterais, também conhecidas como radicelas ou secundárias.

Classificação das Raízes

A maioria das raízes cresce a partir da radícula, outras, noentanto, nascem nos caules, nos ramos ou folhas e são denominadasadventícias. Estas raízes, também denominadas aéreas, podem, porexemplo: escorar a planta, como ocorre no milho, – raízes escoras -; oupromover a respiração em ambiente com pouco oxigênio – raízes deaeração ou pneumatóforos –, encontradas nas plantas de mangue.Outras raízes aéreas podem ser: estranguladoras, como nos cipós, matapau; ou sugadoras, aderentes e tabulares, encontradas em plantascomo erva-de-passarinho (Struthanthus sp), hera (Hedera helix) e laurel-da-índia (Ficus microcarpa L.), respectivamente.

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VIDAL, Waldomiro Nunes, Botânica – Organografia; quadros sinóticosilustrados de fanerógamas – 4 ed. Ver. Ampli. – Viçosa: VFV, 2003. 124 p. :il.

Sugestão de Leitura...

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Analise e Responda

Finalizando nosso estudo sobre a raiz, é importante que você, caro aluno, faça umadescrição das principais funções desse órgão e estabeleça as diferenças que existem entreos sistemas pivotante e fasciculado.

Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]

A partir de agora estudaremos o caule e suas estruturas externas. Este órgão sustentao corpo da planta e possibilita a circulação de substâncias importantes, como veremos aseguir.

Organografia do Caule das Angiospermas

O caule e suas folhas formam o sistema caulinar que, na maioria da plantas, cresceacima da superfície do solo, a partir da diferenciação do embrião. Este órgão, geralmenteaclorofilado, tem gemas laterais, nós e entrenós e sustenta os ramos, as flores e os frutos.No seu ápice encontra-se a gema apical, responsável pelo crescimento longitudinal e, nasua base, a raiz com função de sustentação e absorção. Entre a base do caule e a raizexiste uma área de transição denominada colo ou coleto.

Através de um sistema de vasos, o caule leva, do solo até asfolhas, substâncias inorgânicas e, de lá, recebe e distribui para todasas partes da planta os produtos da fotossíntese. O caule pode, ainda,armazenar alimentos e água ou garantir a perpetuação da espécieatravés de sua propagação vegetativa.

Partes do Caule

O caule é formado por: nós, entrenós e gemas. Nós - locaisonde se inserem as folhas, as estípulas, as brácteas, as escamase as gavinhas. Entrenós - espaço entre dois nós consecutivos. Gemas- botões que podem originar um ramo com folhas ou modificar-seem flores.

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Tipos de Caules

Entre as plantas podem ser observados vários tipos de caules. Oscaules aéreos das árvores e arbustos são lenhosos e resistentes, conhecidoscomo tronco; entre as ervas, como o feijão, o caule é herbáceo muito frágilformando uma haste; plantas como as gramíneas têm um caule denominadocolmo; as palmeiras têm um caule muito resistente, sem ramificações, chamado

de estipe. Outros caules aéreos podem ser volúveis e apoiam-se em uma planta ou outrosuporte para se fixar e subir, é o caso das plantas trepadeiras como a uva e o chuchu; ourastejantes, crescendo paralelo ao solo, como, por exemplo, o caule da abóbora e domorangueiro.

Alguns caules crescem abaixo da superfície do solo. O rizoma é o caule característicodas bananeiras e samambaias; o tubérculo pode ser observado na batata inglesa; e o bulbono alho e na cebola. Em algumas plantas, o rizoma ou o bulbo pode formar um caule nãoramificado e com flores na extremidade, denominada escapo, como o que aparece na falsa-tiririca.

Caules Modificados

Em algumas plantas, podem ocorrer mecanismos de adaptações ao meio, comoentre as cactáceas (Opuntia sp), cujos caules compridos e chatos, conhecidos comocladódio, assumiram o papel das folhas, além de armazenar carboidratos e água. Outroscaules formam ramos curtos de crescimento limitado semelhante a uma folha, denominadofilocládio, como o do aspargo (Aspargus officinalis). Os espinhos podem ser formados deramos, como ocorre na laranja (Citrus aurantium L.) ou de folhas modificadas, como apareceno figo-da-índia. Na uva, no maracujá, e entre outras plantas, ramos, folhas e, até mesmoraízes, modificam-se formando um acessório denominado gavinha, que prende a planta aum suporte. Confundido às vezes com um espinho, o acúleo, encontrado nos ramos daroseira e do pau brasil, tem origem epidérmica, não possui vasos condutores e pode serfacilmente destacado da planta.

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Tipos de Ramificações dos Caules

São três os tipos de ramificações observadas nos caules: monopodial, simpodial edicásio. Na ramificação monopodial o ramo principal é dominante em relação aos ramoslaterais, que vão surgindo, como pode ser verificado no pinheiro-do-paraná. Quando cadanovo broto formado assume a função de promover o crescimento da planta, como no ficussp, a ramificação é denominada simpodial. Ramificação em dicásio, comum em plantasinferiores, ocorre quando dois brotos laterais do caule principal assumem o papel dealongamento do vegetal.

RAVEN, P. H., EVERT, R. F. and CURTS H. (1996) – Biologia vegetal. Rio deJaneiro: Guanabara Koogan.

Sugestão de Leitura...

VVVVVAMOS PESQUISAR?AMOS PESQUISAR?AMOS PESQUISAR?AMOS PESQUISAR?AMOS PESQUISAR?

Alguns caules, dependendo das condições ambientais, modificam-se, podendodesempenhar outras funções importantes. Para compreender melhor estes fenômenos, façauma pesquisa sobre estes caules e descubra que atribuições são estas.

Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]

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As folhas compõem o sistema caulinar e desempenham funçõesimportantes, que garantem o funcionamento de toda a planta. Nosso estudo,a partir de agora, abordará os principais tipos de folhas, suas formas e ascuriosas modificações desse órgão.

Organografia das Folhas das Angiospermas

A folha tem sua origem de uma expansão laminar do caule, geralmente é plana, suasuperfície pode ser lisa, coberta de pêlos ou cerosa e forma a cobertura aérea de um vegetal.As folhas captam a luz do sol e são os principais sítios de fotossíntese da planta.

Partes da Folha

Uma folha completa apresenta as seguintes partes: limbo, pecíolo,bainha e estípulas. O limbo é a parte da folha em forma de lâmina, muitodelgada e de coloração predominantemente verde, sustentado e ligadoao caule por um eixo denominado pecíolo, cuja parte inferior, chamadabainha, une a folha ao caule. Na base dos pecíolos de algumas plantas,aparecem, geralmente, dois apêndices foliares, denominadosestípulas.

Nas folhas incompletas, uma ou mais estruturas podem estarausentes. As gramíneas, por exemplo, apresentam folhas sésseis,ou seja, sem pecíolo.

Formas do Limbo

Os limbos das folhas podem ser: simples ou compostos. As folhassimples apresentam um limbo sem divisões e com uma ampladiversidade morfológica, como pode ser observado na figura abaixo.

Quando o limbo é divido, as folhas são denominadas compostas. As pequenas folhassão chamadas de folíolos e os seus pequenos pecíolos de peciólulos.

As folhas compostas são denominadas pinadas (ou penadas) quando os peciólulosestão localizados em ambos os lados da raque (extensão do pecíolo). Caso o folíolo sejasubdividido em folíolos menores, a folha é denominada de bipinada (ou bipenada) ourecomposta. Um outro tipo muito comum de folha composta, denominada palmada oudigitada, apresenta os folíolos divergindo do ápice do pecíolo.

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Heterofilia

Algumas plantas apresentam polimorfismo foliar (heterofilia). Tal fenômeno promoveo crescimento de folhas com configurações diferentes ao longo do caule ou dos ramos,com pode ser observado na mamona.

Metamorfose Foliar

Alterações morfológicas e estruturais produzem modificações nas folhas de algumasplantas. A metamorfose foliar pode ser observada, por exemplo, em folhas flutuantes, emescamas que protegem as gemas, em folhas que se transformam em raízes ou tornaram-seadaptadas para capturar insetos. Outras modificações foliares são: as brácteas, as gavinhas,as sépalas, as pétalas, os estames e os carpelos.

Filotaxia

A filotaxia estuda a disposição das folhas sobre os caules. Quando apenas umafolha é observada por nó, a inserção é denominada alternas. Denomina-se inserção opostasquando duas folhas estão ocupando, em lados opostos, um mesmo nó. Quando os paresde folhas de diferentes nós cruzam-se em ângulo reto, as folhas são chamadas de opostascruzadas. Na inserção verticiladas, três ou mais folhas podem estar inseridas no mesmo nóou num mesmo nível.

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Nervação

A nervação, ou disposição das nervuras ao longo do limbo da folha oudos folíolos, pode ser de dois tipos: paralela, como é característico da maioriadas monocotiledôneas, como por exemplo arroz, o milho e a cana-de-açúcar;ou em forma de rede, como pode ser verificado entre quase todas aseudicotiledôneas, como, por exemplo, o feijoeiro, a jaboticabeira e o

umbuzeiro.

VIDAL, Waldomiro Nunes, Botânica – Organografia; quadros sinóticosilustrados de fanerógamas – 4 ed. Ver. Ampli. – Viçosa: VFV, 2003. 124 p.: il.

Sugestão de Leitura...

Folhas - Saiba mais sobre elas

Colete algumas folhas de monocotiledôneas e de eudicotiledôneas, identifique suasprincipais partes, os tipos de nervuras, e separe-as em simples ou compostas.

Estudamos até aqui a morfologia externa da raiz, do caule e da folha. Nossa próximadescoberta será a flor, com sua beleza e importância para a perpetuação dos vegetais.Com a fecundação, você poderá acompanhar os fenômenos que culminam com a formaçãodo fruto e posteriormente sua dispersão.

Organografia da Flor, do Fruto e da Semente das Angiospermas

FLOR – Estruturas Externas

A flor ou o conjunto delas, a inflorescência, é órgão especializado responsável pelareprodução da planta. Este órgão origina-se de modificações estruturais e fisiológicas dosramos. A flor é formada por um pedúnculo (ou eixo floral) e pelos elementos florais (ou verticilosflorais).

O pedúnculo é a haste de uma flor, preso ao caule, que sustenta em seu ápice,denominado receptáculo, os elementos florais.

Os elementos florais, também conhecidos como verticilos ou órgãos florais, sãofolhas modificadas inseridas no receptáculo. Uma flor é considerada completa, com todosos elementos florais, quando apresenta cálice, corola, androceu e gineceu. O cálice e acorola são estruturas de proteção e formam um conjunto denominado perianto, enquanto

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o androceu e o gineceu constituem os órgãos sexuais. Caso falte algum desses elementos,a flor é tida como incompleta.

O cálice é formado por folhas modificadas, geralmente verdes, denominadas sépalas.A corola, quase sempre a parte mais bonita e colorida da flor, é constituída por pétalas.

Inflorescência

Em algumas espécies, as flores estão agrupadas sobre o ramo, formando umainflorescência. Este conjunto de flores sobre um mesmo ramo pode está organizado devárias maneiras: na forma de um cacho, espiga, umbela, panícula, racemo, capítulo, amentilhoe corimbo.

Androceu

É o órgão masculino da flor, que abriga os estames ou folhas estaminais. O estameé formado por um filamento delgado - o filete -, que suporta no seu ápice uma antera bilobadacontendo os sacos polínicos (microesporângios) com os grãos de pólen.

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Microsporogênese: formação do pólen

O processo de formação do grão de pólen, queocorre dentro da antera, é denominado microsporogênese.A antera, porção dilatada no ápice do filete, abriga quatrosacos polínicos. No interior do saco polínico existem célulasdiplóides – células-mãe - que realizam meioses,

produzindo cada uma, quatro células haplóides, denominadasmicrósporos. Em seguida, essas células sofrem mitoses e formam ogrão de pólen. A nova célula formada, o grão de pólen, é envolvida poruma membrana externa resistente, a exina; e uma interna, a intina, queprotegem dois núcleos haplóides: um denominado vegetativo ou nutritivo (macronúcleo) eo outro conhecido como reprodutivo (micronúcleo).

Posição do Estame em Relação ao Gineceu

Nas flores do cacaueiro e da laranjeira, por exemplo, os estames estão inseridosabaixo do ovário e, por isso, são classificados como hipóginos. Quando os estames estãoacima do ovário, como pode ser observado, por exemplo, nas flores do cafeeiro, da goiabeirae do eucalipto, são denominados epíginos. Estames períginos estão inseridos na regiãobasal ou mediana do ovário, e podem ser encontrados nas flores do cajueiro e da roseira,entre outras.

Gineceu

O gineceu é o órgão feminino da flor, formado pelo conjuntode carpelos fundidos. A diferenciação do carpelo forma: oovário, o estilete e o estigma. O ovário, que pode ter um,dois ou mais lóculos e abrigar, no seu interior, um ou maisóvulos. O estilete é um finoprolongamento do ovário, poronde crescem os tubos polínicos.O estigma localizado na parte de cimado estilete é uma estrutura queapresenta uma substânciamucilaginosa (pegajosa), com funçãode capturar o grão de pólen e permitirsua germinação.

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Macrosporogênese: formação do óvulo

O processo que conduz à formação do saco embrionário do óvulo é denominadomacrosporogênese. Este corpúsculo, o óvulo, é formado pelo nucelo ou nucela, maciçocelular protegido por um ou dois tegumentos ou integumentos, unidos pela calaza, a primina(externa) e a secundina (interna), com uma abertura numa extremidade, a micrópila.

O óvulo (megasporângio) em desenvolvimento abriga uma única célula diplóide –célula-mãe - que sofre meiose e forma quatro células haplóides (macrósporas). Três dessascélulas degeneram e, apenas uma – megásporo funcional -, a mais distante da micrópila,sobrevive, desenvolve e realiza três mitoses seguidas. Apósa terceira mitose são formados oitos núcleos haplóidesque irão formar sete células, sendo uma delas com doisnúcleos.

No interior do óvulo (ou nucelo) osaco embrionário abriga sete células e oito núcleos,distribuídas e classificadas da seguinte maneira:oosfera, sinérgidas, antípodas e os núcleospolares.

Próximo à micrópila encontra-seuma célula denominada oosfera que é ladeada porduas outras, de ciclo vital curto, denominadassinérgidas; na extremidade oposta à micrópila ficamtrês células conhecidas como antípodas; e naregião mediana é encontrada uma célula com doisnúcleos - núcleos polares - que se fundemformando o albúmen ou endosperma.

O óvulo é o órgão que forma e abriga o gameta feminino (oosfera) e transforma-seem semente após a fecundação.

Placentação

A placenta é um tecido do ovário que dá origem e prende os óvulos no interior desseórgão. A maneira como os óvulos estão presos à parede do ovário é denominadaplacentação. Os vários tipos de placentação, comumente observados entre as plantas,podem ser observados no quadro abaixo.

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O óvulo é ligado à placenta por um pedúnculo chamado funículo. Olocal da inserção do funículo ao óvulo é denominado hilo.

Posição do Ovário em Relação aos Verticilos Florais

Quando o ovário está situado num nível mais elevado que os verticilos florais, comopode ser observado nas flores hipóginas da laranjeira e do algodoeiro, é denominadosúpero. Nas flores cujos verticilos florais estão presos perto do ápice dos ovários, essessão chamados de ínferos, como por exemplo, os ovários das flores epíginas do cafeeiro eda goiabeira. O ovário pode ser descrito como médio ou semi-ínfero, quando estáposicionado entre os verticilos florais, como é o caso das flores períginas da beldroega eda paineira.

Planta Monóica e Planta Dióica

Quando uma flor apresenta estames e carpelos, sendo capazes de produzir o grãode pólen e o óvulo, esta flor é considerada perfeita e a planta, como por exemplo, o milho, édenominada monóica. Na falta do estame ou do carpelo, a flor é considerada imperfeita eo vegetal conhecido como dióico, como o salgueiro, a maconha, o pinheiro-do-paraná,entre outros.

Polinização

A transferência do pólen da antera para o estigma da flor, entre as angiospermas,pode ser por animais – zoofilia -, preferencialmente em flores coloridas ou pelo vento –anemofilia -, nas flores sem odores e com pouco colorido.

No estigma, o grão de pólen germina crescendo dentro do estilete em direção amicrópila do óvulo. Esse crescimento do grão de pólen forma um prolongamento denominadotubo polínico. No interior desse tubo existem dois núcleos: um denominado vegetativo eo outro reprodutivo. Após direcionar o crescimento do tubo polínico, o núcleo vegetativodegenera-se e o núcleo reprodutivo divide-se, formando dois núcleos espermáticoshaplóides, que irão atuar na fecundação. O tubo polínico, então, penetra no saco embrionário,pela micrópila e um dos núcleos espermáticos fertiliza a oosfera formando o zigoto diplóide.

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O outro núcleo espermático une-se com os núcleos da célula binucleada, formandoum tecido triplóide, rico em substâncias de reservas, chamado endosperma ou albúmen.Essas reservas podem ser absorvidas pelo embrião para formar os cotilédones, como ocorrecom as eudicotiledôneas, ou permanecer na semente madura como acontece no milho, noarroz e no coco, exemplo de monocotiledôneas.

A diferenciação do zigoto origina o embrião que ficaráprotegido pela semente após modificações do óvulo. A semente,então, ficará guardada dentro de um fruto, formado com ocrescimento e desenvolvimento do ovário.

Tipos de Polinização

Polinização Cruzada

A polinização cruzada, geneticamente vantajosa, ocorre quando a fecundação daoosfera se dá com o grão de pólen de uma flor diferente, que pode ser do mesmo espécime(geitonogamia) ou de espécime diferente (xenogamia).

Autopolinização

A autopolinização ocorre quando em uma mesma flor pode ser encontrado o gametamasculino e feminino em estágios semelhantes de desenvolvimento; nesse caso, o grão depólen pode fecundar a oosfera. A autopolinização reduz a amplitude genética das espéciese, para evitá-la, com veremos a seguir, alguns mecanismos naturais foram desenvolvidos.

Mecanismos para Evitar a Autopolinização

Dicogamia

A dicogamia ocorre quando os gametas, pólen (androceu) e oosfera (gineceu), deuma mesma flor, ficam maduros em épocas diferentes, protandria e protoginia,respectivamente.

Auto-incompatibilidade Genética

Em algumas espécies existe um fenômeno denominado auto-incompatibilidadegenética, isto é, o pólen degenera-se e não consegue fecundar a oosfera da mesma flor.

Hercogamia

A autopolinização também pode ser evitada quando existe uma barreira física,hercogamia, dificultando ou impedindo o contato dos gametas masculinos e femininos deuma mesma flor.

Heterostilia

A heterostilia ocorre quando uma espécie apresenta espécimes com flores deestames e pistilos de tamanhos desiguais. Quando a flor tem o estilete longo e os filetessão curtos, o fenômeno é conhecido como longestilia. Denomina-se brevestilia quando oestilete da flor é curto e os filetes são longos.

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Fruto e Semente

Partes do Fruto

O fruto, formado a partir dodesenvolvimento do ovário, é oenvoltório protetor e garante,

também, através de suas cores, aromas esabores a dispersão da semente, permitindodessa forma, a perpetuação do indivíduo.

O fruto é formado por duas partesdistintas: o pericarpo e a semente. Opericarpo é originado da parede do ovário epode ser dividido em: epicarpo, mesocarpo eendocarpo. Epicarpo – a parte externa edelgada. Mesocarpo – a parte mediana,comestível, que pode formar uma polpavolumosa. Endocarpo – a parte interna quefica em contato com a semente.

Fruto Partenocárpico – o fruto sem “pai”!

Quando não ocorre fertilização é formado um fruto que não tem sementes,denominado partenocárpico.

Os frutos da laranja-da-bahia, da banana, do abacaxi e da pêra são alguns exemplosde frutos partenocárpico.

Em alguns frutos partenocárpico os embriões são abortados, como podem serobservados na uva, no corinto e na sutanina.

Tipos de Frutos Simples Carnosos Indeiscentes

Os principais frutos simples carnosos e indeiscentes são: as bagas, as drupas, oshesperídeos e os peponídeos.

As bagas, a exemplo do tomate, da uva e do mamão, são frutos formados por um ouvários carpelos, geralmente com muitas sementes, com epicarpo delgado, mesocarpo eendocarpo carnudos. Podendo ter um ou vários carpelos, mas, cada um, com apenas umasemente. As drupas, pêssegos, cerejas, ameixas e cocos têm a camada interna do frutodura e aderida à semente. O hesperídeo, laranja, lima e limão é originário de ováriogamocarpelar, epicarpo com glândulas oleíferas e mesocarpo, correspondente ao númerode carpelos, com células papiliformes, cheias de suco, envolvendo as sementes. A abóbora,o melão e a melancia, têm o fruto denominado peponídeo, que apresenta uma grandecavidade central, com muitas sementes, mesocarpo volumoso e endocarpo poucoconsistente e às vezes liqüefeito.

Frutos Secos Deiscentes e Indeiscentes

As paredes do fruto deiscente maduro desidratam-se e, em seguida, abrem-seliberando as sementes que estavam guardadas no seu interior. O fruto Indeiscente maduro,mesmo separado da planta ainda conserva as sementes no seu interior.

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Tipos de Frutos Secos Deiscentes

Os principais frutos secos deiscentes são: o folículo, o legume, a síliqua, a cápsula, oopercarpo e o pixídio.

O folículo é um fruto derivado de um único carpelo com muitas sementes eapresentando deiscência longitudinal, como exemplo, grevílea, esporinha e chichá. Legumeé um fruto seco, como a ervilha e o feijoeiro que apresenta deiscência longitudinal em ambosos lados. O fruto formado por dois carpelos fundidos e que tem várias sementes é chamadosíliqua, como mostarda, couve e repolho. A deiscência nesse tipo de fruto ocorre por quatrofendas que se abrem de baixo para cima. A cápsula é o tipo de fruto seco deiscente maisamplamente distribuído, como cravinha, lírio e tabaco. Na cápsula, a deiscência pode seratravés de abertura lateral da cápsula ou por poros. O fruto da papoula, chamado deopercarpo, apresenta uma cápsula com poros, por onde ocorre a deiscência. Pixídio é adenominação dada ao fruto da sapucaia. Este fruto, quase sempre polispérmico, apresentauma urna e uma abertura na linha lateral, o opérculo, para a saída das sementes.

Tipos de Frutos Simples Secos Indeiscentes

Os tipos mais comuns de frutos simples secos indeiscentes são: aquênio, sâmara,cariopse, cipsela, nozes e esquizocarpo.

Aquênio é um fruto com apenas uma semente ligada ao pericarpo pelo funículo, comoa castanha do caju. A parte suculenta é o pedúnculo desenvolvido, portanto, um pseudofruto.Sâmara é um aquênio alado (expansão do pericarpo), que pode ser facilmente levado pelovento. A sâmara é um fruto seco com apenas uma semente observado no araribá e natipuana. Cariopse ou grãos é o fruto típico das gramíneas, como por exemplo, o arroz, otrigo e o sorgo. Este tipo de fruto tem a semente completamente ligada ao pericarpo. Cipselaé um fruto derivado de um ovário ínfero com mais de um carpelo, parecido e também chamadode aquênio. O cálice modificado, coberto por escamas, cerdas e pêlos, estruturas em formade pluma que podem ser facilmente levadas pelo vento. A cipsela é o fruto característico dodente de leão e outras compostas, como serralha e alcachofra-de-são-joão. Nozes sãofrutos semelhantes aos aquênios, com pericarpo (fruto) lenhoso, muito duro, característicoda amêndoa (corylus avellana). Esquizocarpo é um fruto que, quando maduro, abre-se emduas ou mais parte. Em cada compartimento existe apenas uma semente que pode serdisseminada pelo vento. Este tipo de fruto é produzido pela erva-doce e pelo gerânio.

Partes da Semente

A semente, com reservas nutritivas abriga, o embrião e é formada pela transformaçãodo óvulo que amadurece e diferencia em: tegumento ou casca e a amêndoa. O tegumentoé um tecido de proteção e apresenta uma camada externa resistente, a testa e uma internachamada de tégmen ou tegna.

O embrião, envolvido pela amêndoa, apresenta uma radícula, um caulículo, umagêmula ou plúmula e um ou mais cotilédones.

As reservas nutritivas da semente são denominadas: albúmen ou endosperma eperisperma. As sementes que têm albúmen, tecido reserva envolvendo os embriões sãoalbuminados, como pode ser observado na semente da mamona. Aquelas sem estasreservas são exalbuminadas, com as sementes da orquídea e do feijoeiro. Nesses casos, areserva está no próprio embrião, nos cotilédones. O perisperma é também um tecido dereserva, derivado do nucelo, que pode ser encontrado em algumas angiospermas.

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Comparada 1

As sementes estão ligadas aofruto pelo funículo. Após oamadurecimento do fruto a semente sesepara e no local de inserção do funículofica uma cicatriz denominada hilo.Localizadas próximo ao hilo, assementes têm ainda a micrópila,

correspondente à do óvulo, e a rafe, na forma de umacicatriz deixada pela impressão do funículo contra oóvulo.

Algumas sementes apresentam tegumentosuplementar que reveste e fornece proteção, como,por exemplo: o arilo, revestimento que se forma nofunículo e pode cobrir toda a semente; o arilóide tecidoque cobre a semente, semelhante ao arilo, mas comorigem próxima à micrópila; e a carúncula,excrescência carnosa que se forma junto à micrópila.Estes tegumentos podem ser observados nassementes do maracujá, da noz-moscada e damamona, respectivamente.

Tipos de Dispersão das Sementes

Em algumas espécies, a disseminação é autocoria, isto é, o fruto desidrata-se e assementes, em alguns casos, são lançadas à distância. Outros frutos têm dispersão zoocoria,ganchos ou espinhos, como ocorre com carrapichos e picões, prendem-se ao corpo, aospêlos, às penas dos animais e são espalhadas por vários ambientes. A dispersão zoocoriaocorre também, quando as sementes são ingeridas por aves, macacos, e disseminadas,como a erva-de-passarinho, junto com as fezes. Alguns são leves e plumosas, como osfrutos do ipê e do dente-de-leão e facilmente são transportados pelo vento, esse tipo dedispersão é conhecida com anemocoria. Na disseminação hidrocoria, feita pela água, frutosque retêm ar ou uma cutícula impermeável, flutuam e são transportados para os mais variadosambientes. A dispersão voluntária ou involuntária, feita pelo homem é conhecida comoantropocoria.

Germinação da Semente

Algumas sementes, durante a germinação, têm seus cotilédones posicionados acimada superfície do solo. Germinação desse tipo é denominada epígea, e pode ser observadano feijão e na mamona, por exemplo. Quando, como pode ser verificado no milho e emoutras plantas, o (s) cotilédone (s) permanece (m) dentro do solo, a germinação é classificadacomo hipógea.

O processo de germinação da semente se inicia com o aumento da umidade, datemperatura, da presença de oxigênio, da luz, além de uma complexa interação enzimáticae hormonal. Sob estes estímulos o embrião se desenvolve transformando-se numa pequenaplanta – plântula – que cresce e sai do interior da semente.

Com o aumento da umidade e do volume da semente o tegumento é rompido,permitindo que a radícula e o caulículo, no caso de germinação epígea, ou a coleóptila, emse tratando de germinação hipógea, alcance o meio externo.

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À medida que a germinaçãoavança, como pode ser observadodurante à germinação do feijoeiro,entre a raiz e os cotilédones daplântula surge uma regiãodenominada hipocótilo. Logo acimados cotilédones em direção a gêmulaé formado o epicótilo, que representao primeiro entrenó ou o caule comsuas folhas.

Nas plantas que realizam germinação hipógea, como o milho, o cotilédone permanecesoterrado e o epicótilo alonga-se permitido que coleóptila cresça em direção à luz e a plântula,em função desse crescimento, produza novas folhas.

Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]Da Raiz ao Fruto

Descreva as principais partes de uma raiz.1.....

Esquematize e diferencie os principais tipos de caules aéreos.2.....

Estabeleça as diferenças entre um fruto, um pseudofruto e uma infrutescência.3.....

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BotânicaGeral e

Comparada 1Neste bloco, estudaremos duas importantes áreas da botânica, a anatomia e a

sistemática. A primeira se preocupa com o estudo das estruturas internas e a segunda, emclassificar, agrupar e nomear os seres vivos.

ANATOMIA E SISTEMÁTICA

ANATOMIA DAS ANGIOSPERMAS

Anatomia ou morfologia interna é um ramo da botânica que estuda a organizaçãointerna do corpo da planta, suas células, tecidos e órgãos.

Formação do Embrião, Células e Tecido

Iniciaremos nossos estudos e descobertas pelo embrião em desenvolvimento. Emseguida destacaremos a morfologia da raiz, do caule e das folhas.

Formação do Embrião

A embriogênese estuda, a formação, diferenciação e especialização das células,tecidos e órgãos do embrião. O embrião é formado após a fusão de um dos núcleosreprodutivas do grão de pólen com a oosfera. Com a fertilização, o embrião ainda imaturo,é denominado zigoto. A primeira divisão do zigoto é assimétrica e transversal ao maior eixode comprimento deste, formando as duas primeiras células. A célula do pólo superior (calazal)formará a maior parte do embrião, e a outra célula, mais próxima à micrópila, pólo inferior,produzirá uma estrutura alongada, o suspensor, que ancora o embrião à micrópila. Comesta primeira divisão, a polaridade do embrião é estabelecida. Forma-se, então, o pólocaulinar e o pólo radicular.

Organização Inicial dos Tecidos

No início da embriogênese, o embrião é formado por uma massa de células, semcompleta diferenciação. Com o crescimento e desenvolvimento do embrião, divisõesparalelas à superfície (periclinais), formam a protoderme. Divisões perpendiculares àsuperfície (anticlinais), nas células internas do embrião, resultam na formação do procâmbioe do meristema fundamental.

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Com o avanço da diferenciação doembrião, a protoderme, o procâmbio e omeristema fundamental, juntos, formarãoos chamados meristemas primários.Esses tecidos meristemáticos estendem-se para outras regiões do embrião eformam os meristemas apicais do caulee da raiz, que serão responsáveis pelocrescimento longitudinal da planta.

Atividades dos Maristemas

O embrião maduro das angiospermas apresenta um eixo contendo um ou doiscotilédones, dependendo se for monocotiledônea ou eudicotiledônea, respectivamente. Nasextremidades desse eixo estão os meristemas apicais do caule e da raiz. Após agerminação da semente o meristema apical do caule forma as folhas, os nós e os entrenóse todas as outras partes do caule, e o meristema apical da raiz dá origem à raiz primária ea todos os outros órgãos da raiz.

Os meristemas apicais apresentam células em constante divisão, o que contribuipara aumentar o corpo da planta. A cada divisão celular, são formadas duas novas células,uma chamada de inicial e a outra derivada. A célula inicial terá a função de produzir umanova célula meristemática e a derivada, irá formar o corpo da planta.

Iniciais e derivadas constituem os meristemas apicais, do caule e da raiz, responsáveispela extensão do corpo da planta e pela formação dos tecidos primários. Esse crescimentoé denominado primário e os tecidos que compõem, formam o corpo primário da planta.Nos vegetais, diferentemente dos animais, a atuação dos meristemas, que adiciona célulasao corpo da planta é prolongado e ilimitado – indeterminado –. O crescimento indeterminadopossibilita a exploração constante de novos ambientes pelas raízes, em busca de água enutrientes, e os movimentos do caule em direção à luz, analogicamente comparado aodeslocamento dos animais em busca de alimentos e água.

Crescimento, Morfogênese e Diferenciação

Todos os eventos que progressivamente formam o corpo da planta, o crescimento, amorfogênese e a diferenciação, determinam o seu desenvolvimento. O crescimento é o

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Comparada 1

aumento do tamanho, combinado pela formação de novas células e suaexpansão. Cada órgão adquire uma forma característica, única, que édeterminada pela morfogênese de suas células e tecidos. O processo dediferenciação ocorre quando células geneticamente iguais especializam-seem determinadas atividades, isto é, tornam-se diferentes umas das outras etambém das que lhes deram origem.

Organização Interna do Corpo da Planta

As células como unidades morfológicas dos seres vivos, agrupam-se formando ostecidos. Os tecidos são agrupados em unidades maiores conhecidas como sistema detecidos.

Na planta existem três sistemas de tecidos: o sistema dérmico, o sistemafundamental e o sistema vascular, todos derivados dos meristemas primários -protoderme, meristema fundamental e procâmbio, respectivamente.

No corpo da planta, a distribuição dos três sistemas apresenta variações quedependem, do grupo taxonômico, da parte da planta ou de ambos.

Sistema Dérmico

O sistema dérmico ou sistema de revestimento apresenta um tecido complexo,formado por dois ou mais tipos de células. Este sistema é formado por tecidos que revestemexternamente o corpo primário da planta – a epiderme -, e mais tarde pela periderme, emlocais onde ocorre crescimento secundário, que promove o aumento do diâmetro.

Epiderme

A epiderme é o tecido mais externo que tem o papel de proteger a planta contrachoques mecânicos, microrganismos e desidratação. Isto ocorre porque a maioria das célulasepidérmicas é justaposta e recoberta por cera e cutina. Este tecido pode apresentar ainda,estômatos e tricomas.

Estômatos

Entre as células epidérmicas (sem cloroplastos) e as subsidiárias, são encontradas,células clorofiladas, conhecidas como células-guardas. Estas células controlam o fluxo deentrada e saída de gases e a saída de vapor d’água, por pequenos poros chamadosestômatos. Comumente o termo estômato é empregado para designar o conjunto das duascélulas-guardas e o poro.

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Os estômatos estão amplamente distribuídosnas partes aéreas das plantas, sendo maisabundantes nas folhas.

Quase sempre o estômato está envolvido porcélulas epidérmicas, que diferem das demais,

chamadas células subsidiárias.

Tricomas

Os tricomas apresentam umagrande variedade de formas, podem serunicelulares ou multicelulares, ter um únicoeixo ou ser ramificado e desempenharvárias funções. Os tricomas radiculares,conhecidos como pêlos radiculares,absorvem água e sais minerais. Os

glandulares podem excretar óleos, néctar, sais, resinas,mucilagem, sucos digestivos (em plantas carnívoras) e água.Já os foliares, como os das bromélias epífitas, absorvem

água e substâncias inorgânicas. Os tricomas podem ainda, formar fibras como o algodãoou aumentar a reflectância da luz, e com isso, diminuir a temperatura da folha e a perda deágua. Nas plantas de ambientes halóficos, como os manguezais, os tricomas excretamsais para evitar o acúmulo na planta. Alguns tricomas protegem as plantas contra insetos,outros secretam substâncias urticantes promovendo uma defesa química da planta.

Periderme

A periderme promove proteção secundária e substitui a epiderme nos caules e nasraízes, que apresentam crescimento secundário. Esse tecido se desenvolve nas superfíciesde abcisão de folhas e ramos, e em tecidos danificados ou mortos (por ferimento mecânicoou por parasitas). Em algumas regiões, da raiz e do caule, as células da peridermeapresentam-se frouxamente organizadas, formando estruturas de denominadas lenticelas.As lenticelas aparecem na periderme das plantas vasculares, como pequenas aberturasque facilitam as trocas gasosas entre os tecidos internos da planta e o ambiente.

A periderme está estruturalmentedividida em: súber, felogênio e feloderme.

O felogênio (ou câmbio da casca oufeloderme) é um tecido meristemático queforma o súber para o exterior e a felodermepara o interior.

O súber (cortiça ou felema) é umtecido morto e com células de paredessuberizadas. A espessa camada formadapela cortiça, em alguns caules, funcionacomo um eficiente isolante térmico.

A feloderme apresenta célulasativas, alinhadas com as células dofelogênio, semelhantes às observadas no

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parênquima cortical. Entre as células da feloderme, algumas têm capacidadefotossintética, outras secretoras (produzem compostos fenólicos) e há aindaum grupo que podem formar esclereídes.

Sistema Fundamental

O sistema fundamental é formado por um tecido simples, compostopor um único tipo de célula. Este sistema é formado por tecidos conhecidos comofundamentais e está assim dividido: parênquima, colênquima e esclerênquima.

Parênquima

O parênquima é um tecido fundamental que está presente em todas os órgãos daplanta. As células parenquimáticas formam um tecido contínuo no córtex e medula doscaules e raízes, no tecido fundamental dos pecíolos e mesofilo foliar, na porção carnosa dosfrutos e até nos tecidos vasculares, formando cordões verticais (nos tecidos vascularesprimários) e horizontais (nos tecidos vasculares secundários) dando origem a raios. Ascélulas parenquimáticas permanecem vivas quando maduras, retendo sua capacidademeristemática e realizando diversas atividades metabólicas. Dentre estas atividades, citam-se: regeneração, cicatrização, formação de raízes adventícias, fotossíntese, armazenamento,secreção, movimento de água e o transporte de substâncias nas plantas. A movimentaçãode água e soluto é facilitada pelas células de transferência. Estas células apresentaminvaginações na sua parede que ampliam a superfície da membrana plasmática.

Forma das Células

As células que formam o parênquima podem ter formas poliédricas, estreladas oulobadas. Algumas células, especialmente as poliédricas podem ter até quatorze faces.

Parede Celular

As paredes celulares das células parenquimáticas são finas, constituídas decarboidratos, como celulose, hemicelulose e substâncias pécticas.

Colênquima

Assim como o parênquima, o colênquima também apresenta células vivas. A diferençamarcante é que as células do colênquima têm paredes mais espessas, são mais compridase brilhantes. Células colenquimáticas estão presentes nas regiões periféricas do caule, dafolha e envolvendo o feixe vascular (floema e xilema). O colênquima é o tecido de sustentaçãoda planta jovem, que ainda apresenta parede primária mole e flexível. Este tecido quandomaduro, torna-se forte com paredes secundárias lignificadas e transforma-se emesclerênquima.

Esclerênquima

O esclerênquima é um tecido cujas células têm paredes espessas, lignificadas esem protoplastos na maturidade. A principal função do esclerênquima é promover asustentação das plantas que pararam o crescimento, portanto, aquelas completamentedesenvolvidas. O tecido esclerenquimático pode ser encontrado em qualquer parte da planta,no corpo primário e/ou secundário, formando massas contínuas ou pequenos grupos, alémde ser encontrado no espaço intercelular.

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Sistema Vascular

O sistema vascular é formado por tecidos complexos, com dois ou mais tipos decélulas. Este sistema, formado pela diferenciação do procâmbio, tipo de meristema primário,apresenta vasos que absorvem e transportam substâncias inorgânicas e orgânicas, o xilemae o floema, respectivamente.

Xilema

O xilema é o principal tecido condutor de água e saisminerais das plantas vasculares, podendo ser encontrado emtodas as partes da planta, da raiz ao caule. Este sistema devasos, ainda promove armazenamento de substâncias etambém tem função de sustentação da planta.

Durante o crescimento secundário os novos tecidosdo xilema são formados pelo câmbio vascular em substituiçãoao procâmbio, responsável pelo crescimento primário (oucorpo primário da planta).

Tipos de Células do Xilema

O xilema realiza o transporte de substâncias, água esais minerais, por células alongadas, sem protoplasto,quando maduras (mortas), com pontoações nas paredes,

conhecidas como elementostraqueais. As células que formamos elementos traqueais sãodenominadas: elementos de vasoe traqueídes.

Elementos de Vaso

Os elementos de vaso, além deapresentar estruturas comuns com astraqueídes, têm ainda orifícios na parededa célula, denominadas perfurações.Essas perfurações formam regiõesconhecidas como placa de perfuração,que facilitam o transporte de água de umelemento de vaso a outro.

A união dos elementos de vasoforma tubos contínuos ou colunas,especializados na condução de água,conhecidos como vasos. Os elementos de vaso, devido às perfurações na parede dascélulas, são mais eficientes no transporte de água, que as traqueídes.

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As Traqueídes

As traqueídes, apesar de serem menos eficientes no transporte deágua que os elementos de vaso, como anteriormente comentado, são maisseguras. Como, por exemplo, devido à presença de membranas, um par depontoações entre uma traqueíde e outra, bolhas de ar são impedidas de circularlivremente, ficando restritas a uma única traqueíde. No elemento de vaso, isto

não ocorreria, e o transporte de água em todaa extensão do vaso seria bloqueado. Asparedes secundárias dos elementos traqueaisdo xilema primário podem ter vários tipos deespessamentos. A deposição para a formaçãodas paredes secundárias pode ser feita sobforma de anéis ou espirais. Estesespessamentos permitem que os elementostraqueais possam ser esticados.

O xilema apresenta também, além dastraqueídes e dos elementos de vaso, célulasparenquimáticas. Essas células, dispostasem fileiras verticais, têm a função de armazenaramido, óleos, compostos taníferos, cristais etambém realizam a translocação de água esolutos a curta distância.

Floema

O floema é o tecido condutor de substâncias orgânicas das plantas vasculares,podendo ser encontrado em todos os órgãos da planta, da raiz à folha. Nos vasos do floema,na solução floemática, podem ser encontrados carboidratos, água, aminoácidos, lipídios,hormônios, vitaminas e também íons.

Tipos de Células do Floema

As células do floema formam um tecido complexo, especializado em transporte,armazenamento e sustentação e são conhecidas, conjuntamente, como elementoscrivados. Os elementos crivados são formados: pelas células crivadas e pelos elementosde tubo crivado.

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Células Crivadas

As células crivadas são alongadas com áreas crivadas em todas as paredes sem,no entanto, apresentar as placas crivadas, características dos elementos de tubo crivado.Estas células, com menor especialização que os elementos de tubo crivado, ocorrem,predominantemente, entre as gimnospermas e as plantas vasculares sem sementes e suafunção principal é conduzir substâncias orgânicas.

Células Albuminosas

Entre as gimnospermas, as células crivadas estão associadas com célulasparenquimáticas, conhecidas com células albuminosas. A origem e as funções destascélulas, como veremos a seguir, em nosso estudo sobre os elementos de tubo crivado, émuito semelhante ao que ocorre com as células companheiras das angiospermas.

Elementos de Tubo Crivado

Os elementos de tubo crivado, característicos das angiospermas, apresentamcélulas mais curtas que as células crivadas, e são unidas pelas extremidades, formando oschamados tubos crivados. Os elementos de tubo crivado apresentam vários poros nasparedes de suas células. Esses poros, conhecidos como áreas crivadas, permitem a uniãodos protoplastos de elementos crivados contínuos. As áreas crivadas podem ser formadaspor poros menores ou maiores. Os maiores formam áreas denominadas placas crivadas.

Calose

Geralmente, os elementos de tubo crivado apresentam a calose, formada por umpolissacarídeo, que reveste os poros da placa crivada. A deposição da calose pode ser porferimento (calose de cicatrização) ou ocorrer naturalmente em elementos crivadossenescentes (calose definitiva).

Na maioria das angiospermas, os protoplastos dos elementos de tubo crivado,apresentam uma substância de natureza protéica, conhecida como proteína-P (o P refere-se a floema; da inicial da palavra inglesa “phloem”). Alguns estudiosos acreditam que aproteína-P, associada à calose de cicatrização, serve para obstruir os poros da placa crivada,evitando, com isso, a perda do conteúdo dos tubos crivados, em caso de injúria.

Células Companheiras

Os elementos de tubo crivado mantêm umaassociação com células parenquimáticas especializadas,conhecidas com companheiras. Essas células apresentamtodos os orgânulos celulares de uma célula viva e mantêm-se assim durante todo o tempo de atividade do elemento detubo crivado. As células companheiras e o elemento de tubocrivado derivam de uma mesma célula-mãe e permanecemunidas por numerosas conexões citoplasmáticas, através deplasmodesmos e poros. Estas pontes, que unem as duascélulas, permitem que as células companheiras transfiramsubstâncias, como por exemplo, proteínas e ATP, garantidoo funcionamento do elemento do tubo crivado.

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Nos floemas primários e secundários, outras células parenquimáticasnão-especializadas, são comumente encontradas. Estas células, fibras eesclereídes, são responsáveis pela sustentação da planta e peloarmazenamento de substâncias.

Os elementos crivados - células crivadas e elementosde tubo crivado - são formados por células com protoplastosvivos na maturidade. Com a diferenciação, o núcleo e o tonoplasto(membrana do vacúolo) do elemento crivado se degeneram. Amistura do material do vacúolo com o citoplasma, forma umlíquido contínuo de uma célula a outra através da placa crivada,denominado mitoplasma. À medida que a diferenciação avança,ocorre também perda de ribossomos, complexo golgiense e docitoesqueleto. Completada a diferenciação, resta somente amembrana plasmática, o retículo endoplasmático liso, asmitocôndrias e alguns plastídios.

Saiba mais...

GLÓRIA, B. A. da, GUERREIRO, S. M. C. – Anatomia Vegetal. Viçosa:UFV, 2003. 438 p.: il.

http://atlasveg.ib.usp.br/focarahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Anatomia

Sugestão de Leitura...

Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]Plantas vaculares

O surgimento de vasos condutores representa um avanço significativo para osvegetais. Quais são estes vasos e os produtos por eles translocados?

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A partir de agora você conhecerá as estruturas internas da raiz, os tecidosprimários e secundários e os sistemas por eles formados.

Anatomia da Raiz

Estrutura Primária da Raiz

Com o crescimento primário, o meristema apical da raiz, origina os meristemasprimários: protoderme, procâmbio e meristema fundamental.

Após a diferenciação desses meristemas a raiz primária apresenta três sistemas detecidos: o dérmico, o fundamental e o vascular.

Sistema Dérmico

O sistema dérmico - a epiderme da raiz geralmente é formada por uma única camadade células, o que facilita a absorção de água e de sais minerais.

Sistema Fundamental

O sistema fundamental - o córtex é formado por várias camadas de célulasparenquimáticas e representa o tecido mais volumoso da raiz primária, da maioria dasplantas. Nos espaços intercelulares das células corticais, freqüentemente, podem serobservados depósitos de amido e ar.

A camada mais interna do córtex, denominada endoderme, é formada por célulasmuito unidas entre si, e por isso, sem espaços intercelulares. A endoderme apresenta célulascom paredes suberizadas e, em alguns casos, lignificadas. A suberização e a lignificaçãodessas paredes originam uma faixa impermeável à água e a íons, conhecida como estriasde Caspary.

Sistema Vascular

O sistema vascular - o cilindro vascular da raiz é formado por tecidos vascularesprimários e por uma ou mais camadas de células não-vasculares, o periciclo. Encontradoentre os tecidos vasculares e a endoderme, o periciclo, forma as raízes laterais das plantascom sementes, contribui para a formação do câmbio vascular, do felogênio (câmbio dacasca) e produz novas células do periciclo.

Estrutura Secundária da Raiz

O crescimento secundário das raízes resulta da atividade do câmbio vascular e daperiderme. Esse tipo de crescimento quase sempre é observado entre as gimnospermase as eudicotiledôneas. As raízes das monocotiledôneas, geralmente, só apresentamcrescimento primário.

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Câmbio Vascular

As estruturas secundárias da raiz resultam das atividades das célulasmeristemáticas do procâmbio, localizada entre o floema e o xilema primário.Essas células dividem-se, dando início a formação do câmbio vascular. Quasesimultaneamente, células do periciclo também realizam mitoses. As novascélulas formadas com essas divisões conectam-se a aquelas anteriormente

formadas pelo procâmbio, contribuindo para formar o câmbio vascular. Posteriormente, ocâmbio vascular cobre completamente o xilema. O câmbio vascular em atividade, produzxilema secundário para o lado de dentro e o floema secundário para o lado de fora. Oxilema e o floema secundários ficam cada vez mais largos, comprimem ou obliteram ofloema primário.

RAVEN, P. H., EVERT, R. F. and CURTS H. (1996) – Biologia vegetal. Riode Janeiro: Guanabara Koogan.

Sugestão de Leitura...

Periderme

A periderme é um tecido protetor, de origem secundária, formado a partir daproliferação do periciclo e que serve de substituição à epiderme. Na parte externa do pericicloproliferado, surge um cilindro completo de câmbioda casca, que produz súber para o lado externo efeloderme para o lado interno. Em algumas áreasda periderme, células frouxamente arranjadas,permitem a passagem de ar, facilitando a respiraçãoda raiz. Estas áreas são denominadas lenticelas. Osurgimento da periderme em uma raiz provoca oisolamento, morte e descamação do córtex e daepiderme.

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Raiz Primária

Os meristemas primários da raiz originam os sistemas dérmico, fundamental evascular. Descreva, sucintamente, as principais funções desses tecidos.

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TRABALHAR[[[[[ ]]]]]

A partir de agora, o caule com suas células meristemáticas que crescem rapidamentepromovendo o alongamento da planta, é o nosso novo tema de estudo.

Anatomia do Caúle

Origem e Crescimento dos Tecidos Primários do Caule

O meristema apical do sistema caulinar é responsável pelo crescimento do corpoprimário da planta, através da adição de novas células, que irão formar folhas e ramos. Aproteção do meristema apical do sistema caulinar é feita por folhas jovens, que se dobram,mantendo-o bem guardado.

No caule em crescimento ativo o meristema apical origina primórdios foliares tãorapidamente que, inicialmente, os nós e entrenós não são claramente identificados.Posteriormente, o alongamento dos entrenós promove o crescimento longitudinal do caule.O aumento diametral do caule, durante o crescimento primário, envolve divisões longitudinais(periclinais) e o aumento do volume celular.

A intensa atividade do meristema apical caulinar produz também, os cordõesprocambiais, numa área denominada capa meristemática. De maneira semelhante à raiz,o meristema apical do sistema caulinar, também origina os meristemas primários:protoderme, procâmbio e meristema fundamental.

Estes meristemas primários, quando maduros, formarão o corpo primário da planta,a epiderme, os tecidos vasculares primários e o tecido fundamental.

Estrutura Primária do Caule

A organização da estrutura primária dos caules, das plantas com sementes, é bastantediversa, no entanto, três tipos fundamentais de organização são prioritariamente estudados.No primeiro tipo, o sistema vascular forma um cilindro oco quase contínuo, com a medulano seu interior e o córtex do lado de fora. O segundo tipo de organização apresenta tecidosvasculares arranjados na forma de feixes isolados, formando um anel ao redor da medula.

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No terceiro tipo, os feixes vasculares, estão dispersos no tecido fundamentale não existe uma clara identificação do córtex e da medula.

O amadurecimento dos meristemas primários permite a formação da epiderme, dotecido fundamental e dos tecidos vasculares primários.

Epiderme

Originada da protoderme, a epiderme da maioria dos caules é formada por umaúnica camada de células revestidas pela cutícula. Apesar de numericamente menor, que osobservados na epiderme das folhas, a epiderme dos caules também apresenta estômatose tricomas.

Tecido Fundamental

O córtex, localizado abaixo da epiderme, é formado a partir do meristema fundamentale apresenta dois tipos de células: células de colênquima e células de parênquima. As célulasde colênquima (ou às vezes esclerênquima) formam um cilindro contínuo com função desustentação. As células de parênquima têm cloroplastos quando maduras, e ocupa amaior parte do córtex.

Células corticais especiais, observadas em algumas espécies, podem secretar látex,mucilagem, resina ou ainda conter cristais de oxalato de cálcio e sílica.

Tecidos Vasculares Primários

Em quase todos os caules, as células mais externas do procâmbio formam o floemaprimário e as mais internas originam o xilema primário. Algumas células procambiaispermanecem meristemáticas, dando origem ao câmbio vascular.

Estrutura Secundária do Caule

O crescimento secundário promove o aumento em espessura do caule, em regiõesonde não ocorre mais alongamento. Este tipo de crescimento é observado com maiorfreqüência entre as eudicotiledôneas arbóreas, gimnospermas, magnoliidas, e algumaspoucas monocotiledôneas. O crescimento diametral - crescimento secundário - resulta daatividade de dois meristemas laterais: o câmbio vascular e o câmbio de casca.

Câmbio Vascular

O câmbio vascular é formado por células altamente vacuolizadas denominadas:iniciais fusiformes e iniciais radiais. As iniciais fusiformes são longas e orientadas

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verticalmente, e as iniciais radiais, ligeiramentealongadas ou quadradas e orientadas

horizontalmente.Divisões periclinais, ou seja,

paralelas à superfície do caule, destasiniciais e suas derivadas formam o xilemae floema secundários. A derivada de umainicial cambial pode ser direcionada tantopara o lado externo como para o ladointerno do caule (ou da raiz), originandocélulas do floema e xilema,respectivamente.

Câmbio de Casca

Logo após a formação do floema e xilema secundários, na maioria dos cauleslenhosos (e também das raízes lenhosas) é formada a periderme.

A periderme, que substitui a epiderme, é uma camada protetora, composta de trêspartes: câmbio de casca, súber e feloderme. O câmbio da casca ou felogênio é um tecidomeristemático que produz a periderme. O súber ou felema, com função de proteção, é umtecido formado pelo felogênio, em direção ao lado externo do caule. A feloderme é umtecido parenquimático vivo, formada pelo meristema, que cresce em direção ao centro docaule.

Os caules que apresentam crescimento secundário, após o primeiro ano, têm osseguintes tecidos: restos da epiderme, periderme (câmbio da casca, súber e feloderme),córtex, floema primário, floema secundário, câmbio vascular, xilema secundário, xilemaprimário e medular.

ROCHA, ZÉLIA M. da e Silva, CARLINDA, P. – Manual de Anatomia eOrganografia de Vegetais Superiores. Salvador: UFBA, 1997.

Sugestão de Leitura...

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Como o Caúle cresce e Engrossa

Descreva os processos que promovem o crescimento longitudinal e diametral docaule.

Após estudarmos a anatomia da raiz e do caule, começaremos agora a nossa últimaetapa sobre a morfologia interna das plantas, aprendendo um pouco mais sobre a anatomiada folha.

Anatomia da Folha

O caule e as suas folhas mantêm uma íntima associação física e de desenvolvimento.Com o crescimento dos primórdios foliares os cordões procambiais do caule se diferenciamem direção a eles, formando feixes “vasculares” contínuos. Essas extensões, do sistemavascular do caule até as folha, são denominados traços foliares.

A folha, assim como a raiz e o caule, é formada por três sistemas de tecidos: osistema dérmico, o sistema fundamental e o sistema vascular.

Sistema Dérmico

A epiderme da folha é formada por células muito unidas entre si e revestidas por umacutícula cerosa que reduz a perda de água e evita a entrada de microrganismos causadoresde doenças.

Na epiderme da folha normalmente são encontrados vários estômatos. Essasestruturas, promotoras de trocas gasosas, podem ser encontradas em um ou em ambos oslados das folhas, dependendo da espécie e do hábitat. Nas espécies hidrófitas, que flutuamna superfície da água, os estômatos aparecem na epiderme superior. Os estômatos podemestar organizados em fileiras paralelas, como pode ser observado nas folhas da maioriadas monocotiledôneas ou mostrar-se espalhados assimetricamente sobre a superfície dafolha, como é comum entre as magnoliidas e eudicotiledôneas.

Sistema Fundamental

Mesofilo

O mesofilo da folha é formado por todos os tecidos situados entre a epiderme e osistema vascular. Este tecido fundamental da folha, o mesofilo, apresenta vários cloroplastos,

Agora é hora de

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orgânulos especializados nafotossíntese. Os clorosplastos têmmuitos espaços ou lacunas entresuas células e estão conectados aomeio externo através dos estômatos.

O mesofilo da maioria dasfolhas está quase semprediferenciado em parênquimapaliçádico e parênquimalacunoso. As células doparênquima paliçádico sãocolunares e estão orientadasperpendicularmente com aepiderme, enquanto as células doparênquima lacunoso ou esponjoso possuem formas irregulares.

Nas células do parênquima paliçádico o número de cloroplastos é muito maior doque nas células do parênquima lacunoso. Geralmente, o parênquima paliçádico estálocalizado na superfície superior da folha (ventral ou adaxial), e o parênquima lacunoso nasuperfície inferior (dorsal ou abaxial). Em algumas plantas como, por exemplo, muitasxerófitas, o parênquima paliçádico pode ser encontrado em ambos os lados da folha.

Existem plantas, como é o caso do milho e outras gramíneas, que não mostram umaclara distinção entre os tipos de células do mesofilo, o parênquima paliçádico e o lacunososão muitos parecidos.

Sistema Vascular

O sistema vascular das folhas é uma continuação do sistema vascular do caule. Nomesofilo foliar esse sistema de vasos, espalha-se e formam os feixes vasculares ou asnervuras.

Disposição das Nervuras

As nervuras quase sempre são de origem primária, e têm xilema no lado superior efloema no lado inferior. O xilema e o floema são circundados por uma bainha - a bainha dofeixe - de natureza parenquimática. Essa bainha tem a função de controlar o movimento deentrada e saída de substâncias no xilema e no floema.

Os carboidratos produzidos pela fotossíntese são capturados pelas nervuras demenor porte, imersas no tecido do mesofilo, e destas, transferidos para as nervuras demaior porte, muito comum no lado inferior da folha. As nervuras de maior porte têm a funçãode transportar os fotoassimilados, produzidos, principalmente, nas folhas, para as outraspartes da planta.

Abaixo da epiderme, promovendo o suporte à folha, podem ser encontradoscolênquima e esclerênquima, além de fibras, dispostas ao longo dos bordos.

Folha de Sol e Sombra

A luz, desde o primórdio de gema, tem um papel fundamental e irreversível nodesenvolvimento da folha. Quando a incidência de luz é muito intensa, as folhas – folhas desol - são menores e mais espessas que as folhas - folhas de sombra -, que recebem umamenor quantidade de luz. Em uma mesma planta podem ser encontradas folhas de luz efolhas de sombra.

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Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]

Descreva as principais características, localização e funções do esclerênquima.3.....

Descreva as principais características, localização e funções do colênquima.2.....

Tecidos Fundamentais

Descreva as principais características, localização e funções do parênquima.1.....

SISTEMÁTICAS DAS PLANTAS

Para melhor compreender e estudar este importante grupo de seres vivos, desde aantigüidade os cientistas vêm criando métodos e regras de classificação. O sistema declassificação atualmente aceito, com modificações, foi proposto por Linnaeus, naturalistasueco, em 1753. Este sistema natural de classificação e suas alterações serão a partirde agora melhor detalhado em nosso estudo sobre a sistemática das plantas.

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Classificação dos Seres Vivos

Sistemática

A grande diversidade de organismos vivos existentes na terra, têm, desde aantigüidade, estimulado os estudiosos a criar métodos e regras para melhor entendê-los, ecom isso, agrupá-los nas suas semelhanças. Atualmente, as várias formas de vida, suasprincipais características e sua trajetória evolutiva são analisadas pelo importante ramo dabiologia chamado sistemática. Um dos mais significativos pesquisadores deste tema foi oprofessor, médico e naturalista sueco Carl Von Linnaeus (1707-1778). Lineu, como éconhecido, pretendia nomear e descrever todos as espécies de plantas, animais e minerais.Estes seres formavam três reinos: o vegetal, o animal e o mineral. Outros cientistascontemporâneos de Lineu também reconheciam esta forma de classificação.

Os Reinos Atuais

Atualmente, os seres vivos estão agrupados em cinco reinos. Segundo RobertWhittaker, 1969, com modificações de Lynn Margulis e Karlene Schwartz, na década de1980, estes cinco reinos estão assim organizados: Monera, Protista, Fungi, Plantae eAnimalia. Cada reino é constituído por seres vivos com características comuns, portanto,engloba uma grande quantidade de organismos filogeneticamente próximos.

Organização Hierárquica dos Seres Vivos

Os trabalhos de Lineu e de importantes antecessores e sucessores, possibilitaram osurgimento de regras que propuseram a criação de níveis hierárquicos entre os diferentesgrupos de seres vivos. Estes níveis - categorias – foram criados, tendo com base assemelhanças anatômicas e estruturais dos organismos. As principais categorias, atualmenteaceitas, estão organizadas, como pode ser observado abaixo, partindo do nível mais simplespara o mais diversificado.

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Taxonomia

A taxonomia é um importante ramo da sistemática que se ocupa emdescrever, nomear e, por fim, classificar os seres vivos. Cada categoriahierárquica, desde reino até espécie, está representada por um táxon. Arepresentação dos nomes dos diferentes táxons obedece a regras que ostornam distintos. Os nomes de famílias de plantas terminam em – aceae (com

poucas exceções) e os nomes de ordens de plantas terminam em – ales. Cada táxon deveser escrito em latim com letra inicial maiúscula. O quadro a seguir, usando como exemplo omilho, mostra as principais categorias e os seus respectivos táxons.

Sistemática

Qual o papel da sistemática e quais as categorias propostas por Lineu e por outroscientistas?

RAVEN, P. H., EVERT, R. F. and CURTS H. (1996) – Biologia vegetal. Riode Janeiro: Guanabara Koogan.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistem%C3%A1tica

Sugestão de Leitura...

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Em 1753, Lineu publicou um trabalho com o título species plantarum (“as espéciesvegetais”). Nesse trabalho, descreveu cada espécie em latim, usando uma frase com dozepalavras – polinômios -. Analisando o que havia anteriormente idealizado Caspar Bauhin(1560-1624), Lineu criou o sistema binominal de nomenclatura, simplificando, dessa forma,a maneira de identificar e descrever as espécies e, com isso, abandonando a regra dospolinômios.

A eficiência e a simplicidade do sistema binomial foi amplamente aceita e adotadaem todo o mundo. Veremos, a partir de agora, as principais regras desse sistema.

Sistema Binomial

O nome científico qualquer ser vivo, deve ser criado tendo como base as regras dosistema binominal. Este nome terá que ser sempre grafado em latim, ser único e universal ecomposto por dois termos, que devem ser grifados quando manuscrito ou em tipo itálicoquando digitado. O primeiro dos dois termos, indica o gênero e o segundo o epítetoespecífico.

O Gênero

O gênero, geralmente, é um substantivo que deve ser escrito com letra inicialmaiúscula. Como exemplo, a planta conhecida popularmente como pau brasil pertence aogênero Caesalpinia.

Quando for necessário a referência de um gênero com epíteto específico nãoconhecido, pode-se acrescentar após o gênero, em minúsculo, as letras sp., que indicam aabreviatura do termo inglês “species”, que significa espécie. Pode-se escrever, por exemplo,Rosa sp., quando se pretende referir apenas ao gênero deste grupo deplantas.

Caso uma espécie foi incluída num gênero errado, esta deveconservar o epíteto específico no novogênero para o qual foi transferida. Sejá existir uma espécie neste novogênero, com o mesmo epítetoespecífico, deve-se criar um outronome.

O Epíteto Específico

O segundo termo, que quase sempre é um adjetivo, é o epítetoespecífico e deve ser grafado com letras minúsculas. A criação deum epíteto específico, além descrever uma característica do ser vivo,que está sendo descrito, pode fazeralusões a locais ou a pessoas. O paubrasil, que teve o gênero citadoanteriormente, tem o epítetoespecífico definido como echinata.

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O Nome Científico

O nome do gênero seguido do epíteto específico forma o nomecientífico. Seguindo esse critério, o nome científico do pau brasil, que teve ogênero e o epíteto específico citados anteriormente é: Caesalpinia echinata.

Recomenda-se acrescentar, após o nome científico, o nome abreviado do cientistaque identificou a espécie. Como é o caso do pau brasil, Caesalpinia echinata L. e docacaueiro, Theobroma cacao L., descritas por Lineu.

No nome científico, pode ter, além dos dois termos, nomes adicionais que contribuempara melhor identificar um organismo, como por exemplo: subespécie e subgênero.

Subespécie

Para identificar uma subespécie, variedade ou raça deve-se acrescentar um terceironome, após o epíteto específico. Este termo deve ser grafado em tipo itálico e com letrasminúsculas, mesmo quando é feito referência a uma pessoa. Por exemplo, a cobra conhecidacomo cascavel que pertence à subespécie terrificus, tem seu nome científico escrito daseguinte forma: Crotalus durissus terrificus.

Outra maneira de indicar uma subespécie ou variedade é acrescentar em minúsculo,após o epíteto específico a palavra variedade abreviada “var.”. Como está descrito opessegueiro (Prunus persica var. persica) e a nectarina (Prunus persica var. nectarina).

Subgênero

Quando houver necessidade de identificação de um subgênero, este deve ser escritoapós o gênero e antes do epíteto específico, em tipo itálico, com inicial maiúscula e entreparêntese. O mosquito transmissor da dengue e da febre amarela, pertence ao subgêneroStegomya, e seu nome científico completo é: Aedes (Stegomya) aegypti.

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Sistema binomial

Quais são as regras utilizadas para escrever o nome científico de um ser vivo?

WETTSTEIN, R. et. Alli. Tratado de Botânica Sistemática. Trad. Font. Quer.Buenos Aires: Labor 1944. 1039 p.

Sugestão de Leitura...

Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]

A seguir estudaremos os métodos usados para classificar os seres vivos. Iniciaremosanalisando os métodos tradicionais e em seguida conheceremos as novas possibilidadesde classificação com os recursos da biologia molecular.

Métodos de Classificação

Classificação e Filogenia

As idéias fixistas de Lineu e da grande maioria dos cientistas da época, começarama perder espaço com a publicação, em 1859, do livro Origem das Espécies do naturalistainglês Charles Robert Darwin, (1809-1882). Nesta obra, diferentemente do pensamento daimutabilidade estabelecido com o criacionismo, Darwin apresentava evidências queindicavam a ocorrência de mutações e uma possível origem comum ou filogenia.

As diferenças e as semelhanças entre os seres vivos possibilitaram a criação dediagramas conhecidos como árvores filogenéticas. Nestas árvores são analisados osaspectos evolutivos observados entre os organismos. Quando os representantes de um

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táxon têm um único ancestral, independente do nível hierárquico (categoria),dizemos que o táxon é monofilético. A ciência ainda não dispõe de recursospara o estabelecimento, com segurança, de táxons monofiléticos,conceitualmente chamados de táxons naturais. Alguns táxons, chamadospolifiléticos, são formados por descendentes fílogeneticamente distantes.Existem também os táxons parafiléticos que excluem um ou maisdescendentes de um ancestral comum. Táxons polifiléticos e parafiléticos são

conhecidos como táxons artificiais, visto que, as relações de filogenia não são completamentecompreendidas.

Métodos de Classificação

Quando uma nova espécie de planta é descoberta,o pesquisador precisa coletar e enviar para um museu ouherbário, um exemplar da planta inteira ou um ramo,contendo além das folhas, flores e, se possível frutos. Ovegetal a ser herborizado precisa ser prensado, seco,montado e identificado. Ao material vegetal assim preparadodá-se o nome de exsicata. O espécime herborizado é entãoguardado, servindo como referência para os estudos deidentificação, comparação ou confirmação de classificaçãoanteriormente estabelecida.

Método Tradicional

A observação das características externas étradicionalmente a forma mais usada para classificar umorganismo recém-descoberto. Os métodos tradicionais constróem árvores filogenéticas,baseando-se muitas vezes, em informações intuitivas que refletem a opinião do pesquisador,por isso, pode ocorrer classificação diferente para um único organismo, o que torna o método,de certa forma, questionável.

Método Cladístico

O método cladístico é atualmente o mais usado para a classificação dos seres vivos.A cladística surgiu a partir de 1966, após a publicação dos trabalhos de Willi Hennig, cientistaalemão, estudioso de insetos. Este método organiza uma classificação tendo comoreferência a origem e a linha evolutiva, ou seja, é estabelecido após a análise filogenéticada espécie, usando fósseis, seres atuais e material genético.

A cladística procura identificar grupos monofíléticos, ou clados analisando para cadacaracterística o que ocorre em um ancestral - condição primitiva – e o que surge em funçãodele - condição derivada.

Neste método, as análises das relações de parentesco entre um grupo de seresvivos são feitas através de diagramas conhecidos como cladogramas. Os cladogramasprecisam ser elaborados de maneira simples e deve ser eficiente, - principio da parcimônia-. Além da concisão de dados, os cladogramas que apresentam um número maior decaracterísticas homólogas em comparação com as análogas, são preferencialmente aceitos.

A base de um cladograma, como pode ser observado no diagrama que se segue, échamada raiz. Da raiz partem ramos que têm nos seus ápices os táxons ou terminais. Oslocais de onde partem os ramos são denominados nós ou nodos.

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Grupos que compartilham um mesmo nó, teoricamente, têm um ancestral comum.Os terminais dos cladogramas podem representar espécies, gêneros, famílias ou outrosníveis hierárquicos, e as posições nos cladogramas indicam, de modo relativo, o tempo dedivergência.

Sistemática Molecular

A sistemática molecular é, atualmente, uma importante ferramenta que está sendousada parta auxiliar os pesquisadores na classificação das espécies. Diferentemente dastécnicas anteriormente usadas, que se baseavam na morfologia e anatomia comparadas,esta técnica permite uma análise a nível molecular, ou seja, determinando as seqüências deaminoácidos ou nucleotídeos de proteínas e ácidos nucléicos, respectivamente. A análisemolecular possibilita de maneira segura, através da interpretação de uma grande quantidadede dados, a classificação de novas espécies e a correção de erros do passado.

Como, por exemplo, a análise molecular de seqüências de RNA ribossômico,possibilitou, a descoberta de que o mundo vivo é composto por três grandes grupos oudomínios – bacteria,archaea, e eukarya.

Todos os trêsdomínios têm um únicoancestral, sendo que osgrupos archaea eeukarya compartilhamuma via evolutivacomum, independentedo domínio bacteria.

Embora a moderna biologia molecular forneça dados importantes e esclarecedores,para os estudos filogenéticos, as outras áreas do conhecimento, como por exemplo, apaleontologia, a organografia, e a anatomia, ainda continuam contribuindo de maneirasignificativa para a classificação dos seres vivos.

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Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]Métodos de Classificação

Descreva os principais métodos de classificação dos seres vivos.

RAVEN, P. H., EVERT, R. F. and CURTS H. (1996) –Biologia vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Sugestão de Leitura...

Finalizando nossos estudos, descreveremos agora, os atuais cinco reinos, suasprincipais características e os mais populares representantes.

Principais Grupos de Seres Vivos

Como comentado anteriormente, Lineu e outros, reconheciam e acreditavam naexistência de três reinos - animal, planta e mineral -. Mais recentemente, os seres foramclassificados como animais e plantas. Nesta classificação todos os seres que se moviam eque tinham crescimento limitado eram denominados animais e todos os outros eram então,incluídos no reino das plantas.

Graças aos avanços tecnológicos surgidos no século XX, novas metodologias foramincluídas, e com elas, novos conceitos começaram a auxiliar na compreensão e classificaçãodos seres vivos. Estas informações possibilitaram a identificação de organismos procariotos,que foram agrupados no reino monera e eucariotos, incluídos nos reinos protista, fungi,plantae e animaliae.

Como visto anteriormente, estudos taxonômicos atuais e amplamente aceitosapontam para a existência dos domínios bacteria, archaea, e eukarya, que resumidamenteabordaremos a seguir.

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Domínio Bacteria

Neste domínio todos os organismos são procariotos e considerados como bactériasverdadeiras.

Domínio Archaea

Os organismos deste domínio, também procariotos, vivem em ambientes de altasalinidade ou com temperaturas elevadas e alguns são metanogênicos.

Os domínios Bacteria e Archaea formam o reino Monera, e diferentemente do domínioEukarya, têm divisões bem definidas e relações mais simples.

Domínio Eukarya

Entre os organismos desse domínio, estão todos os eucariotos, incluindo os protistas,as plantas, os fungos e os animais.

Origem dos Eucariotos

As células procarióticas foram as primeiras células que surgiram, marcando o inícioda vida na terra. Estas células, estruturalmente simples, não têm um envelope, denominadocarioteca, que retém o material genético, formando um núcleo, como pode ser observadonas células eucarióticas.

As células eucarióticas, mais complexas e com um volume bem maior, evoluíram apartir das procarióticas. Nestas células existem vários orgânulos, como por exemplo,mitocôndrias, envoltório nuclear, citoesqueleto interno e um exclusivo das plantas e algas,os cloroplastos.

Origem da Mitocôndria e do Cloroplasto

Possivelmente, as mitocôndrias e os cloroplastos são descendentes das bactériasque foram englobadas por uma antiga célula hospedeira – teoria endossimbiótica emsérie -, e passaram a viver simbioticamente, juntos.

Grande parte do DNA dos precursores das mitocôndrias e dos cloroplastos, assimcomo, muitas de suas funções, foram transferidas para o núcleo do hospedeiro. Apesardestas perdas, esses orgânulos têm DNA com capacidade de autoduplicação e aindaconservam características dos procariotos primitivos.

Endossimbiose Moderna

A endossimbiose é comum entre os microrganismos.Atualmente, vários deles estão vivendo juntos, como, porexemplo, o protista heterotrófico Vorticella que mantém umarelação de endossimbiose com a alga verde Chorella. Nessarelação, ambos ganham, o protozoário fornece proteção esais minerais e a alga, em troca, cede carboidratos.

Para refletir...

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Formação do Núcleo

Especialistas acreditam que invaginações na membrana plasmáticada célula procariótica tenha sido decisivo para a formação de compartimentosinternos, que futuramente iriam abrigar os ácidos nucléicos, formando umaestrutura denominada núcleo.

Reinos Eucarióticos

Resumidamente, a partir de agora, estudaremos o complexo domínio Eukarya e osseus quatro reinos. O primeiro reino, denominado Protista, apresenta predominantementeorganismos unicelulares. Os outros três reinos, Plantae, Fungi e Animalia, são formadosbasicamente, por organismos multicelulares derivados dos protistas.

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Reino Protista

O reino Protista é formado por organismos eucariotos, unicelulares ou multicelulares,comumente conhecidos como protozoários heterótrofos, e por algas autotróficas. Algunsprotistas são sésseis e outros são móveis. Os protozoários movimentam-se através dobatimento de flagelos ou cílios ou ainda por movimentos amebóides. A reprodução entre osprotistas pode ocorrer de maneira assexuada, por divisão celular ou sexuada com aparticipação de gameta.

Outros organismos heterótrofos, tradicionalmente descritos como fungos, como porexemplo, Oomicetos e grupos relacionados (filo Domycota), os organismospseudoplasmodiais (filo Dictyosteliomycota) e os organismos plasmodiais (filo Myxomycota)também fazem parte do reino Protista.

Reino Plantae

Como discutido no início desse trabalho, as plantas incluem um grande grupo deorganismos, todos eucariotos, multicelulares, sendo a maioria autotrófica e terrestre. O Reinodas plantas é formado pelos musgos, samambaias, pinheiros, mangueiras, cafeeiros entreoutros. A reprodução é primariamente realizada através da fusão de gametas, mas entremuitas espécies a propagação vegetativa é a alternativa mais usual e viável.

Reino Fungi

Os componentes do reino Fungi, são eucariotos, unicelulares ou multicelulares,parasitas ou decompositores. Até recentemente, os fungos eram agrupados com plantas,mas investigações mais precisas mostram uma linha evolutiva independente, muito maispróxima dos animais que das plantas. Os fungos têm crescimento filamentoso e suas paredescelulares são formadas por quitina. A reprodução dos fungos pode ser de maneira assexuada,através de esporos, ou por processos sexuais.

Reino Animalia

O reino Animalia é formado por organismos eucariotos, multicelulares e heterotróficos.Os animais podem permanecer fixos, ou móveis como a grande maioria. A reproduçãoentre os animais é dominantemente sexuada.

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Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]Os Cinco Reinos

Atualmente, os seres vivos estãoagrupados em cinco reinos: monera, protista,fungi, plantae, animaliae e um grupo separado,os vírus. Analise cada grupo e de maneira sucintadescreva-os.

2.....

1.....

3.....

4.....

Descrição dos Vírus.6.....

Descrição do Reino Animaliae.5.....

Descrição do Reino Monera.

Descrição do Reino Protista.

Descrição do Reino Fungi.

Descrição do Reino Plantae.

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AtividadeOrientada

Prezado aluno,

Objetivando estimular a ampliação dos seus conhecimentos a partir de agorainiciaremos uma nova atividade avaliativa de caráter obrigatório. Esta tarefa serádesenvolvida em três etapas ao longo da nossa disciplina, na sua Unidade Pedagógica ecom o auxílio e supervisão do seu tutor.

Todas as questões propostas poderão ser facilmente realizadas com os recursosmateriais disponíveis na sua comunidade, combinados com os novos conhecimentoscientíficos adquiridos e com a sua experiência de vida.

Gostaríamos que em todas as etapas desta atividade, você querido aluno, pudesseexpressar, além dos seus conhecimentos técnicos, a importância da educação na formaçãode valores morais.

Baseado no texto abaixo, nos seus conhecimentos gerais e específicos eevidenciando sempre a ética e a cidadania, resolva as questões propostas, nas etapasseguintes.

Pau-Brasil

Seus lindos cabelos verdes, entre os raios do Sol, sua pele vermelha ao descamar,seus pés nus, na terra virgem a pisar. Ao primeiro olhar, oh! Dama maior, roubar teu coração,marinheiros, todos e capitães mores. Foi vendida, trocada, traída, foi na Europa morar.Fizeram-lhe uma homenagem. Como seu nome, cresceu um povo, sem nome, com fome,saúde e educação só ficção. Mataram suas terras, suas gemas foram roubadas e suaságuas foram contaminadas. De sua espécie assolada, pouco resta, em parques,assombrada, pele tatuada por turistas, eu te amo e “I love you”. (José Eustáquio G. Queiroz)

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 1 (INDIVIDUAL, VALOR = 3,0 Pontos)

Como apresentado no texto que você acabou de ler, a beleza do pau brasil e apossibilidade de sua exploração econômica, estimulou a aceleração do processo decolonização e degradação do meio ambiente em nosso país. Para conhecer melhor estafantástica planta responda aos questionamentos abaixo:

a) Qual o bioma e a região do Brasil onde o pau brasil é endêmico?b) Qual a situação atual desse ecossistema?

(INDIVIDUAL, VALOR = 3,0 Pontos)

Elabore um texto descritivo sobre o Pau-Brasil citando o maior número possível decaracterísticas morfológicas externas. Você pode, por exemplo, descrever: o sistema

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 2

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Comparada 1 Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 3

radicular; o tipo de caule; se as folhas são simples ou compostas; o tipo denervura das folhas; se existem espinhos ou acúleos; se a planta é monóica oudióica; qual o tipo de flor e de fruto; entre outras.

(EQUIPE, 4 ou 5 alunos, VALOR = 4,0 Pontos)

Elabore um estudo sobre o principal bioma da sua região: como era antes daocupação humana e depois da antropização. Feito isto, construa uma maquete mostrandoas duas situações. Indique também as ações que podem ser realizadas para minimizarimpactos nocivos, caso eles existam.

Não Esqueça – Para a montagem da maquete reutilize objetos e materiaisdomésticos; não use materiais novos, como por exemplo, isopor.

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Anatomia (do grego: anatomein, ação de cortar, dissecar e ana: para cima): Ramoda biologia que estuda a estrutura interna dos organismos.

Angiosperma (do grego: angeion, urna e sperma, semente): Grupo de plantas quetêm as suas sementes protegidas por um fruto.

Anthophyta: Filo das angiospermas ou plantas que produzem flores.

Bainha: Parte basal ou todo o pecíolo de uma folha, que se dilata envolvendo o nó ouo entrenó.

Cladogramas (do grego klado, ramo): Diagramas que usam linhas para indicar apossível origem e a relação de parentesco entre um grupo de seres vivos.

Coleóptilo: Bainha fechada, presente em gramíneas, que abriga o meristema apicale as primeiras folhas do embrião.

Coleorriza: Bainha fechada do embrião de gramíneas, dentro da qual se encontra aradícula em crescimento.

Cutina (do latim: cutis, pele): Substância muito resistente, de natureza lipídica,encontrada especialmente nas paredes externas das células epidérmicas, formando umacamada de proteção conhecida como cutícula.

Dióico (do grego: di, dois e oikos, casa) Denominação dada ao vegetal que apresentasomente um tipo de gameta. Estames e óvulos estão em indivíduos diferentes da mesmaespécie.

Domínio: Nível taxonômico mais alto que reino; Categoria taxonômica recente,formada pelos domínios bacteria, archaea, e eukarya.

Embryophytas: Referência comum à todas as plantas, desde briófitas atéangiospermas. As plantas produzem um embrião multicelular e matrotrófico, o que serviu defundamento para a criação do termo embriófitas.

Epicótilo: Parte superior do eixo do embrião, acima dos cotilédones que forma oprimeiro entrenó.

Epífitas: Designação comum à todas as plantas que vivem sobre o caule ou ramosde outros vegetais sem parasitá-los.

Esclerênquima (do grego: skeros, duro e do latim: enchyma, preenchimento): Tecidode sustentação, formado por células com paredes espessadas e lignificadas, as fibras eas esclereídes.

GlossárioGlossárioGlossárioGlossárioGlossário

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escutelo: Denominação dada ao único cotilédone do embrião dasgramíneas, que tem a função de absorver o endosperma.

espermatófitas (do grego: sperma, semente e phyton, planta): Termoque se refere à todas as plantas com sementes.

esporângios: Estruturas que produzem células haplóides denominadasesporos.

estômatos (do grego: estoma, boca): Aberturas encontradas na epiderme de folhase caules, que permite trocas gasosas entre a planta e o meio.

estróbilos: Denominação dada a inflorescência quase sempre compacta, encontradanas extremidades de alguns ramos de gimnospermas.

gametófitos: Plantas formadas com o crescimento e desenvolvimento dosprotonemas. Os gametófitos são observados entre os musgos e algumas hepáticas.

gimnosperma (do grego; gymnos, nu e sperma, semente): Planta como o pinheiro-do-paraná, que não produz frutos, as sementes são nuas.

herbário: Coleção de espécimes vegetais secos, montados e identificados, paraestudos de classificação, comparação ou como comprovantes de classificações anteriores.

hipocótilo: Região do embrião ou da plântula entre a raiz e as cotilédones

Infrutescência: Denominação dada ao fruto originário de inflorescência cujas flores,muito próximas, unem-se formando uma única unidade carpológica.

lóculo (do latim: loculus, câmara pequena): Compartimento do ovário que contémos óvulos.

magnoliidas: Plantas que representam 3% das angiospermas vivas comcaracterísticas mais primitivas. As magnoliidas são ancestrais tanto de monocotiledôneasquanto de eudicotiledôneas.

monóica (do grego: monos, único e oikos, casa): Planta que possui flores capazesde produzir o grão de pólen e o óvulo, num mesmo indivíduo.

placenta: denomina-se placenta a parte da parede do ovário à qual se prendem osóvulos ou sementes.

protandria: amadurecimento dos gametas masculinos antes dos femininos.

protoginia: amadurecimento dos gametas femininos antes dos masculinos.

protonemas (do grego: prõtos, primeiro e nema, filamento): Primeira fase dodesenvolvimento do gametófito de algumas briófitas.

pseudofruto: Quando o fruto não é originado do ovário ou é proveniente de váriosovários.

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pteridófita: Plantas vasculares, sem flores que geralmente crescem em locais úmidose sombreados. Algumas pteridófitas são epífitas, outras terrestres e umas poucas espéciessão aquáticas.

rizoma: Caule subterrâneo que cresce paralelo à superfície do solo e apresentaraízes de um lado e folhas de outro, como pode ser verificado na samambaia.

suspensor: Estrutura encontrada na base do embrião que fornece nutrientes,proteínas e reguladores de crescimento, permitindo o rápido desenvolvimento da plântula.O Suspensor morre no estágio de torpedo do embrião.

táxon: Termo escrito em latim usado para representar as categorias taxonômicas,de reino à espécie.

taxonomia (do grego: taxis, ordenamento e nomos, lei): É ramo das ciências quetrata das classificações dos seres vivos.

tricomas (do grego: trichos, pêlo): Projeções da epiderme, genericamente chamadasde pêlos.

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ReferênciasReferênciasReferênciasReferênciasReferênciasBibliográficasBibliográficasBibliográficasBibliográficasBibliográficas

BEZERRA, Prisco & FERNANDES, Afrânio. Fundamentos de Taxonomia Vegetal.Fortaleza: Univ. Federal do Ceará. 1984.

FERRI, Mário Guimarães, Botânica: Morfologia Externa das Plantas (Organografia). 15ed. – 6a reimpressão (1990) – São Paulo: Nobel, 1983.

GLORIA, B. A. da GUEREIRO, S. M. C. – ANATOMIA VEGETAL. Viçosa: UFV, 2003. 438p.: il.

LAWRENCE, G. H. M. – Taxonomia das Plantas Vasculares, I Volume., Lisboa: FundaçãoCalouste Gulbekian, 1973.

MODESTO, Zulmira, M. M. e SIQUEIRA, J. B. Botânica. São Paulo: PedagógicaUniversitária. 1981.

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FTC - EaDFaculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância

Democratizando a Educação.www.ftc.br/ead

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