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Guia de Estudo – LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais 0 CAPA TÍTULO: Libras para Professores das Séries Iniciais Curso: Pedagogia Período: 4º

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Guia de Estudo – LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais

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CAPA

TÍTULO: Libras para Professores das Séries Iniciais

Curso: Pedagogia

Período: 4º

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Guia de Estudo – LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais

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SABE – Sistema Aberto de Educação

Av. Cel. José Alves, 256 - Vila Pinto Varginha - MG - 37010-540

Tele: (35) 3219-5204 - Fax - (35) 3219-5223

Instituição Credenciada pelo MEC – Portaria 4.385/05

Centro Universitário do Sul de Minas - UNIS/MG Unidade de Gestão da Educação a Distância – GEaD

Mantida pela

Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas - FEPESMIG

Varginha/MG

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Todos os direitos desta edição reservados ao Sistema Aberto de Educação – SABE.

É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou parte do mesmo, sob qualquer meio, sem autorização expressa do SABE.

371.912 P896L

PRADO,Sílvia de Cássia Serenini. Guia de Estudo – Libras: Língua Brasileira

de Sinais - Sílvia de Cássia Serenini Prado. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2008.

41p. 1. Surdez 1. 2. Cultura Surda 1. 3. Libras 1.

I. Título.

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REITOR Prof. Ms. Stefano Barra Gazzola

GESTOR Prof. Ms. Tomás Dias Sant’ Ana

Supervisor Técnico Prof. Ms. Wanderson Gomes de Souza

Coord. do Núcleo de Recursos Tecnológicos Profª. Simone de Paula Teodoro Moreira

Coord. do Núcleo de Desenvolvimento Pedagógico Profª. Vera Lúcia Oliveira Pereira

Revisão ortográfica / gramatical Profª. Ms. Silvana Prado

Design/diagramação

Prof. César dos Santos Pereira

Equipe de Tecnologia Educacional Profª. Débora Cristina Francisco Barbosa

Jacqueline Aparecida da Silva Prof. Lázaro Eduardo da Silva

Autora

SÍLVIA DE CÁSSIA SERENINI PRADO – silviaserenini@unis .edu.br Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Varginha, no ano de 1983 e habilitada em Supervisão Escolar em 1993, pela mesma instituição. Pós Graduada em Pré-escolar, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Nossa Senhora do Sion de Campanha no ano de 1990. Professora concursada na rede Estadual de Ensino de Minas Gerais desde 1983. Professora de Libras do UNIS/Varginha, após concurso em 2007, dando aula no curso de Pedagogia e Educação Física em Varginha e em outras unidades.

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TABELA DE ÍCONES

REALIZE. Determina a existência de atividade a ser realizada. Este ícone indica que há um exercício, uma tarefa ou uma prática para ser realizada. Fique atento a ele.

PESQUISE. Indica a exigência de pesquisa a ser realizada na busca por mais informação.

PENSE. Indica que você deve refletir sobre o assunto abordado para responder a um questionamento.

CONCLUSÃO. Todas as conclusões, sejam de idéias, partes ou unidades do curso virão precedidas desse ícone.

IMPORTANTE. Aponta uma observação significativa. Pode ser encarado como um sinal de alerta que o orienta para prestar atenção à informação indicada.

HIPERLINK. Indica um link (ligação), seja ele para outra página do módulo impresso ou endereço de Internet.

EXEMPLO. Esse ícone será usado sempre que houver necessidade de exemplificar um caso, uma situação ou conceito que está sendo descrito ou estudado.

SUGESTÃO DE LEITURA. Indica textos de referência utilizados no curso e também faz sugestões para leitura complementar.

APLICAÇÃO PROFISSIONAL. Indica uma aplicação prática de uso profissional ligada ao que está sendo estudado.

CHECKLIST ou PROCEDIMENTO. Indica um conjunto de ações para fins de verificação de uma rotina ou um procedimento (passo a passo) para a realização de uma tarefa.

SAIBA MAIS. Apresenta informações adicionais sobre o tema abordado de forma a possibilitar a obtenção de novas informações ao que já foi referenciado.

REVENDO. Indica a necessidade de rever conceitos estudados anteriormente.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...................................................................................................... 6

INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 7

Ementa.................................................................................................................... 7 Desenvolvimento das Unidades.............................................................................. 8 Objetivos Específicos.............................................................................................. 8

UNIDADE I ................................................................................................................. 9

O QUE É SURDEZ?................................................................................................ 9 CAUSAS DA SURDEZ............................................................................................ 9 Pré-natais................................................................................................................ 9 PÓS- natais........................................................................................................... 10 PREVENÇÃO DA SURDEZ .................................................................................. 11 Classificação das Perdas Auditivas para crianças em Decibéis ........................... 11 Nomenclatura: DA, Surdo-Mudo, Surdo................................................................ 11 LIBRAS -O que é?................................................................................................. 12 LIBRAS – 1ª língua para o surdo ......................................................................... 12 O papel do Intérprete ............................................................................................ 12 Os 5 Parâmetros na Libras ................................................................................... 14 1° Parâmetro - Configuração de mão.................................................................... 14 2º Parâmetro – Ponto de articulação..................................................................... 16 3° Parâmetro - Movimento .................................................................................... 16 4° Parâmetro – Orientação/direcionalidade........................................................... 16 5° Parâmetro - Expressão facial e/ou corporal.................................................... 16 Sistema de transcrição na Libras .......................................................................... 17

UNIDADADE II - Alfabeto e Números na Libras ................................................... 19

Alfabeto Manual .................................................................................................... 20 Cultura e comunidades Surdas ............................................................................. 21 Vocabulário de Apoio – Boas Maneiras .................................................................. 0 Atividades com sinais relativos à Material Escolar................................................ 23 Atividades relativas ao ambiente escolar .............................................................. 24 Verbos mais usados na sala de aula..................................................................... 25 Negativa verbal ..................................................................................................... 26 Pronto ( terminar), acabar ..................................................................................... 26

UNIDADE III ............................................................................................................. 27

Tipos de frases na Libras ...................................................................................... 27 Categoria de Sinais – Animais .............................................................................. 28 Categoria de sinais – Família................................................................................ 29 Os Surdos enquanto minoria lingüística................................................................ 36 Uma Breve retrospectiva da Educação de Surdos no Brasil................................. 37 Diálogos ................................................................................................................ 39

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 41

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APRESENTAÇÃO Aluno(a):

Gostaria inicialmente de parabeniza-lo (a) por ter optado pela Educação a Distância e fazer dela um ideal de vida! Esta não é uma opção fácil! Demanda dedicação, disciplina e responsabilidade!

Sei que a Educação é também para você um motivo para crer que a vida vale a pena! Mas, trabalhar nela não é uma missão fácil, saiba disto!

Ser educador é poder contribuir com a transformação das pessoas! É fazer com que sonhos se tornem realidades concretas! É luta, conquista, ás vezes derrota, mas na maioria das vezes vitória!

E é com este ideal de luta pela educação que apresento à você este guia de estudos de Libras!

Posso lhe adiantar que este não é um desafio fácil! É uma nova língua com a qual você estará tendo um contato! Minha proposta é que, você conheça um pouquinho do que é ser Surdo, sua cultura e especialmente tenha uma noção básica da Língua usada pela comunidade Surda no Brasil!

Convido, carinhosamente a cada um a entrar neste sonho comigo! De conhecer esta maravilhosa história de um povo que tem suas características, cultura, vida e língua! Prometo a você uma viagem prazerosa. Teremos de nos esforçar, pois nada na vida vem de graça, precisaremos pesquisar, elabora idéias, fazer a diferença!

Espero que este trabalho possa transformar-nos em pessoas melhores, com práticas pedagógicas significativas e realizadoras de sonhos!

Bom trabalho, a nós todos!

Um abraço!

Profª Sílvia

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INTRODUÇÃO

Muitas pessoas acreditam que as línguas de sinais são somente um conjunto de gestos que interpretam as línguas orais. Pesquisas sobre as línguas de sinais vêm mostrando que estas línguas são comparáveis em complexidade e expressividade a quaisquer línguas orais. Estas línguas expressam idéias sutis, complexas e abstratas. Os seus usuários podem discutir filosofia, literatura ou política, além de esportes, trabalho, moda e utiliza-las com funções estéticas para fazer poesia, contar estórias, criar peças de teatro e humor.

Entre as pessoas que acreditam que a Libras é realmente uma língua, há alguns que pensam que ela é limitada e expressa apenas informações concretas, e que não é capaz de transmitir idéias abstratas.

Esses mitos precisam ser desfeitos porque a Libras, como toda língua de sinais, é uma língua de modalidade gestual-visual, que utiliza como canal ou meio de comunicação, movimentos gestuais e expressões faciais que são percebidos pela visão; portanto, diferencia da Língua Portuguesa, uma língua de modalidade oral-auditiva, que utiliza como canal ou meio de comunicação, sons articulados que são percebidos pelos ouvidos. Mas as diferenças não estão somente na utilização de canais diferentes, estão também nas estruturas gramaticais de cada língua.

Assim, o estudo da Libras deixará de ser meramente mais um conhecimento que se acumula e passará a ser uma paixão por ser capaz de fazer um Surdo entender o que o ouvinte diz e também fazer com que o ouvinte saiba o que o Surdo almeja expressar.

Nesse sentido, este conhecimento tem um papel importantíssimo na vida profissional de cada um de vocês e também contribuirá para que sejam seres humanos melhores, porque trata de conhecer um sujeito diferente e não deficiente, capaz de viver, estudar e trabalhar como todos nós, contando apenas com o nosso apoio profissional como ponte na comunicação.

Ementa

O ensino e o uso da Libras nos anos iniciais do ensino fundamental – aspectos teóricos e práticos:

• Conhecimento acerca da singularidade lingüística manifestada pelos alunos Surdos;

• O ensino e o uso da Libras nos anos iniciais do ensino fundamental para a pessoa Surda que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais.

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Desenvolvimento das Unidades

UNIDADE I

1 – Fundamentação teórica do que é a Surdez, o sujeito Surdo, a Libras e sua estrutura.

UNIDADE II

1 – Categorias de sinais básicos para as primeiras comunicações com o Surdo;

1.1 - Textos que falam sobre a cultura e comunidades Surdas.

UNIDADE III

1 – Categorias de sinais utilizados na prática do dia a dia em sala de aula;

1.1 – Frases e pequenos diálogos;

1.2 – A educação do Surdo no Brasil – Sua história.

Objetivos Específicos

• Reconhecer o sujeito Surdo, sua história, cultura e Língua;

• Fomentar as discussões e as situações problema para a conscientização do papel do professor em ambiente escolar com Surdos e áreas afins;

• Apresentar a Libras como uma Língua independente e estruturalmente organizada;

• Demonstrar a particularidade lingüística do Surdo e a influência que a Língua de sinais exerce no processo educacional.

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UNIDADE I

Vamos começar, falando sobre o que é Surdez, suas causas e conseqüências. Você em sua vida já deve ter perguntado:

• O que significa ser Surdo?

• O que causa a Surdez?

• Como prevenir?

• A Surdez traz conseqüências para a vida? Quais?

Bem, estas e outras perguntas você irá responder no decorrer desta nossa caminhada. Espero que muitas outras surjam. Saiba que descobriremos juntos as respostas. A Surdez, a cultura Surda e a Libras são aspectos que possuem mistérios que desvendaremos passo a passo!

O QUE É SURDEZ?

#

Denomina-se Surdez a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons, sendo considerado Surdo o indivíduo cuja audição não é funcional na vida comum. Pelo menos 1 em cada mil crianças nasce profundamente Surda. Muitas pessoas desenvolvem problemas auditivos ao longo de sua vida, por causa de acidentes ou doenças.

Existem 2 tipos de problemas auditivos: O primeiro afeta o ouvido externo ou médio e provoca dificuldades auditivas normalmente tratáveis e curáveis.

O outro tipo envolve o ouvido interno ou o nervo auditivo. Chama-se Surdez neurossensorial.

CAUSAS DA SURDEZ

Pré-natais

• Desordens genéticas ou hereditárias;

• Relativas à consangüinidade;

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• Relativas ao fator RH;

• Relativas a doenças infecto-contagiosas, como a rubéola;

• Sífilis, citomegalovírus, toxicoplasmose, herpes;

• Remédios ototóxicos, drogas, alcoolismo materno;

• Desnutrição / subnutrição / carências alimentares;

• Pressão alta, diabetes;

• Exposição à radiação;

Peri-natais

• Pré-maturidade;

• Infecções hospitalar; outras.

Cuidado com os remédios que se pinga no ouvido! Tanto na mãe grávida como no bebê eles podem trazer conseqüências desagradáveis!

PÓS- natais

• Meningite;

• Remédios ototóxicos, em excesso, ou sem orientação médica;

• Sífilis adquirida;

• Sarampo, caxumba;

• Exposição contínua a ruídos ou sons muito altos;

• Traumatismo craniano, outros.

Certamente você percebeu que, em algum momento já tinha ouvido falar destas coisas. Só não sabia da seriedade do fato, não é verdade? Fique atento, pois Surdez é coisa que pode acontecer com qualquer pessoa; às vezes por um simples descuido! Vamos ficar alertas e ser cuidadosos com a saúde. Veja! Dor de ouvido é coisa séria!

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PREVENÇÃO DA SURDEZ

• Campanha de vacinação de jovens contra a rubéola;

• Exames pré-nupciais;

• Acompanhamento às gestantes;

• Campanhas de vacinação infantil contra: sarampo, meningite, caxumba, etc;

• Palestras às mães.

Classificação das Perdas Auditivas para crianças em Decibéis

• Normal

• Leve

• Moderada

• Moderada Severa

• Severa

• Profunda

• O a 15

• 16 a 40

• 41 a 55

• 56 a 70

• 71 a 90

• + de 90

Nomenclatura: DA, Surdo-Mudo, Surdo

Nunca se diz Surdo-Mudo. O Surdo não é Mudo. Não fala porque não ouve. Ou melhor, fala com as mãos. O termo correto usado pela comunidade Surda e sociedade em geral é SURDO.

Não se usa estes dados para rotular pessoas, mas para se conhecer o nível de perda e usar os mecanismos corretos!

Alunos! Vejam sua responsabilidade! Agora cabe a cada um disseminar as informações da nomenclatura corretamente! Se você vir alguém falando Surdo-mudo, mudinho ou outros, com calma e educação mostre seu conhecimento! Explique! Pois só pelo conhecimento diminui-se o preconceito!

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LIBRAS - O que é?

Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. É uma Língua comparável em complexidade e expressividade a quaisquer línguas orais. Expressa idéias sutis, complexas e abstraías.

A Língua de Sinais não é universal. Cada uma tem sua própria estrutura gramatical. Como em cada país as pessoas ouvintes falam diferentes línguas, também as pessoas Surdas por toda parte do mundo, que são inseridos em “culturas Surdas", possuem suas próprias línguas, existindo assim Língua de Sinais Francesa, Língua de Sinais Alemã, etc.

Entretanto, Surdos de países com línguas de sinais diferentes comunicam-se mais rapidamente uns com os outros, fato que não ocorre com falantes de línguas orais.

A LIBRAS é a língua usada pelos Surdos que vivem em cidades do Brasil onde existem comunidades Surdas, mas há além dela, registros de uma outra língua de sinais que é utilizada pelos índios Urubu-Kaapor na floresta amazônica.

LIBRAS – 1ª língua para o surdo

LIBRAS é a língua materna dos Surdos porque, tendo os Surdos bloqueios para a aquisição de qualquer língua natural oral, só eles vão ter acesso a uma língua materna que não seja veiculada através de um canal oral-auditivo.

O papel do Intérprete

Quem é este profissional? O que ele faz? Qual sua importância no mundo do Surdo?

O Intérprete é uma pessoa que ocupa a função primordial de estabelecer a intermediação comunicativa entre os usuários de Língua de Sinais – Libras - e os de Língua Oral – Língua Portuguesa - traduzindo/interpretando, com o objetivo de assegurar o acesso dos Surdos á vida.

Veja bem! É uma LÍNGUA, com estrutura semântica, morfológica e sintática e não uma linguagem que pode ser mímica, gestos, pantomimas!

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O exercício da função de Intérprete exige prévia capacitação e formação específica.

• Reconhecer que em sala de aula, o professor é a autoridade absoluta, responsável por organizá-la e administrá-la;

• Ser consciente de que não é o professor, limitando-se, assim, às suas funções específicas, não podendo, sob nenhum pretexto, substituí-lo, compensa-lo e/ou representa-lo diante dos alunos, pais professores ou quaisquer outras pessoas;

• Não emitir considerações ou juízos acerca das atitudes do professor. Caso necessário deve, em momento oportuno, discutir o assunto diretamente com o professor;

• Redirecionar ao professor os questionamentos, dúvidas, sugestões e observações dos alunos, a respeito das aulas, pois ele é a referência no processo de ensino – aprendizagem;

• Esclarecer aos alunos somente as questões pertinentes à língua e ao processo interpretativo, salvo em casos extraordinários em que a instituições o incumbir de algum aviso específico aos Surdos.

• Nas avaliações o Intérprete deve esclarecer e apoiar os professores no que diz respeito à escrita dos Surdos, acompanhando o professor na correção da avaliação e na leitura de textos do aluno;

• Traduzir todas as questões da avaliação, sem acréscimo de esclarecimentos;

Finalizando, em Dezembro de 2005 foi homologado o Decreto 5626 que prevê, dentre outras coisas, a inclusão da LIBRAS nas grades dos cursos de formação de professores para o exercício do magistério médio e superior e nos cursos de Fonoaudióloga de todas as instituições de ensino públicas e privadas.

O Intérprete é aquele que, em sala de aula ou em qualquer situação em que o Surdo precisa fazer-se entender ou entender o ouvinte, traduz uma língua para a outra. Quanto a ética deste profissional é preciso que não se permita deixar que este conhecimento “suba à cabeça”, pois é muito sério conhecer uma língua que poucas pessoas conhecem. É preciso responsabilidade, pois o intérprete é capaz de manipular uma conversa ou discussão, conduzindo-a da forma que quiser, se o intérprete não for fiel ao que o Surdo sinaliza ou ao que o ouvinte diz para o Surdo!

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Reveja todas as informações apresentadas e se necessário, entre em contato comigo!

Os 5 Parâmetros na Libras

Agora, vamos conversar um pouco sobre uma coisa muito importante na

Língua de Sinais! Ao se atribuir às Línguas de Sinais o status de Língua é porque elas, embora

sendo de modalidade diferente, possuem as mesmas características em relação às estruturas, das línguas orais auditivas.

O que é denominado de palavra ou item lexical nas línguas orais-auditivas são denominados sinais nas línguas de sinais.

Os sinais são formados a partir da combinação do movimento das mãos com um determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo – campo neutro. Estas articulações das mãos, que podem ser comparadas aos fonemas e às vezes aos morfemas, são u809i-oi chamados de parâmetros. Na língua oral, se mudar um acento ou letra, muda-se a palavra. Na Libras também, se mudarmos um parâmetro, muda-se o sinal.

Por exemplo: Em Português, Pará: estado Brasileiro; para: preposição. Na Libras , se você trocar um dos parâmetros, muda também o sinal.

Portanto, nas línguas de sinais podem ser encontrados os seguintes

parâmetros:

1° Parâmetro - Configuração de mão

É a forma da mão presente no sinal. O sinal é feito pela mão dominante. Não há mão certa para se fazer um sinal.

Os sinais APRENDER, LARANJA e DESODORANTE-SPRAY têm a mesma configuração de mãos e são realizados na testa, na boca e na axila, respectivamente.

Vá até a midiateca e baixe o vídeo com a sinalização das palavras escritas em letras bastão maiúsculas sempre que as encontrá-las neste guia!

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2º Parâmetro – Ponto de articulação

É o lugar onde se incide a mão configurada, podendo esta tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro vertical e horizontal.

É o lugar onde se incide a mão configurada, podendo esta tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro vertical e horizontal.

Os sinais TRABALHAR, BRINCAR, PAQUERAR, são feitos no espaço neutro e os sinais ESQUECER, e DECORAR são realizados na testa.

3° Parâmetro - Movimento

Os sinais podem ter um movimento ou não. Os sinais citados acima têm movimento como também os sinais CHORAR e CONHECER, não têm movimento.

4° Parâmetro – Orientação/direcionalidade

Os sinais têm uma direcionalidade com relação aos parâmetros. Assim, os verbos IR e VIR se opõem em relação à direcionalidade, como os verbos SUBIR e DESCER, APAGAR e ACENDER, e ABRIR PORTA e FECHAR PORTA.

5° Parâmetro - Expressão facial e/ou corporal

Muitos sinais, além dos 4 Parâmetros mencionados, em sua configuração têm como laço diferenciador também expressão facial e/ou corporal, como nos sinais ALEGRE e TRISTE.

Há sinais feitos somente com a bochecha como LADRÃO, ATO-SEXUAL; sinais feitos com a expressão facial, como BALA, e há ainda sinais em que os sons e expressões faciais complementam os traços manuais como MOTO e HELICÓPTERO.

Na combinação dos 5 parâmetros tem-se o sinal. Falar com as mãos é, portanto, combinar estes elementos para formarem as palavras e estas formarem as frases em um contexto.

Para conversar, em qualquer língua, não basta conhecer as palavras e articula-las adequadamente. É preciso aprender as regras gramaticais de combinação destas palavras em frases e serão estas regras gramaticais que iremos ver aos poucos.

Alunos! A Expressão é o parâmetro mais importante da Libras! É através dela que damos o relativo ao tom de voz da língua oral! É pela expressão que sabemos o tipo de frase que se está sinalizando!!

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Sistema de transcrição na Libras

Agora veremos uma combinação que foi feita por uma autora do material usado pelo MEC como Curso Básico de Libras em Contexto, lingüista Tanya Amara Felipe.

As línguas de sinais têm características próprias e por isso vem sendo utilizado mais o vídeo para a sua reprodução à distância. Existem sistemas de convenções para escrevê-las, mas como geralmente eles exigem um período de estudo para serem aprendidos, neste guia, utilizaremos um sistema de notação em palavras, igual ao do Libras em Contexto.

Este sistema, que vem sendo adotado por pesquisadores de línguas de sinais em outros países e aqui no Brasil, tem este nome porque as palavras de uma língua oral-auditiva são utilizadas para representar aproximadamente os sinais.

Assim, a Libras será representada a partir das seguintes convenções:

l - Os sinais da Libras serão representados por letra maiúscula:

Ex: CASA, ESTUDAR, CRIANÇA.

2 - Um sinal que tem duas ou mais palavras, será representado por palavras correspondentes separadas por hífen:

Ex:CORTAR-COM-FACA

Cortar

QUERER-NÃO.

Não querer

3 - O sinal soletrado, ou seja, uma palavra do Português que, por empréstimo, passou a pertencer a Libras por ser expressa pelo alfabeto manual, com uma incorporação de movimento, está representado por parte da soletração:

Ex: N-U-N = nunca

M-Ç-O= março

Veja! Na Libras, a negativa vem no final!

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4- Na Libras não há desinência para gênero e número. O sinal que possui estas marcas terminará com o símbolo @ para reforçar a idéia de ausência e não haver confusão.

Ex: AMIG@ = amiga(s) ou amigo(s)

FRI@ = fria(s) ou frio(s)

5 - Os traços não manuais; expressões faciais ou corporais; que são feitas simultaneamente com um sinal, estão representadas acima do sinal.

Ex: NOME interrogativa

6 - Os verbos que possuem concordância de lugar ou número-pessoal, através de movimento direcionado, estão representados pela palavra subscrita que indicará: a) pessoa gramatical: Ex: 1SDAR2S, 2SPERGUNTAR1S

7- A datilologia (alfabeto manual), que é usada para expressar nomes próprios ou palavras que não têm sinal, está representada pela palavra separada, letra por letra por hífen: Ex: J-O-S-E, V-A-G-A

8 - Às vezes há uma marca de plural pela repetição ou alongamento do sinal. Esta marca será representada por uma cruz no lado direito acima do sinal que será repetido.

Ex: ÁRVORE+ GOSTAR

+

9 - Quando um sinal é feito com as duas mãos, ou dois sinais estão sendo feitos pelas duas mãos simultaneamente, serão representados um abaixo do outro com indicação das mãos. Ex: muitas pessoas ANDAR (md)

muitas pessoas ANDAR (me)

Estas convenções foram feitas para representar, linearmente uma língua gestual-visual, que é tridimensional.

Tudo o que você viu até aqui em termos de sinais encontrará nos vídeos! Vá até a midiateca sempre e treine!

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UNIDADADE II - Alfabeto e Números na Libras

Você já deve ter visto e ouvido pessoas dizerem:

-Ah! É fácil esta Língua de Sinais! É só saber o alfabeto!

Doce ilusão!

A Libras possui um alfabeto manual que é usado para se escrever nomes próprios e palavras que não tem sinal.

Como o Surdo não possui o sentido da audição, sua visão é aguçada. Por isto, usa uma língua de caráter visual-espacial!

Tudo o que se vê chama a atenção do Surdo. Ele adora fotografia, porque registra o que ele não pode contar falando para os outros; usa as mãos com objetivo, pois esta é sua arma de comunicação, etc.

Para nós, ouvintes, o nome é uma coisa importantíssima, que nos caracteriza e identifica a cada um: Sílvia, João, Paula, Olavo! O som do nome bate em nosso ouvido, que encaminha para o cérebro e pronto: o nome significa aquela pessoa!

E para o Surdo?

Como ele não ouve, Sílvia, João, Paula, Olavo, não significa nada!

O Surdo olha para a pessoa e observando visualmente, dá para ela um sinal, que pode ser uma marca física como uma pinta na boca, olhos amendoados, azuis, ou também o sinal da profissão, o número na chamada, etc. Quando um Surdo se apresenta, faz a datilologia – escrita com o alfabeto manual – do nome e imediatamente faz seu sinal!

Eu, como tenho a perna esquerda toda vermelha por um hemangioma, característica de uma síndrome que possuo, tenho por sinal VERMELHO e mão na cocha da PERNA ESQUERDA. Quando um Surdo me procura, não procura pela Sílvia, e sim pelo sinal VERMELHO-PERNA ESQUERDA.

É somente o Surdo que dá o sinal para o ouvinte. Depois divulga para seus amigos Surdos!

Deve-se também usar o alfabeto manual para algumas palavras que não têm sinal como, por exemplo; V-A-G-A, V-A-I, etc

Pode-se também fazer uso do alfabeto manual, quando, por exemplo, você não sabe o sinal para uma palavra. Você a escreve para o Surdo e ele faz o sinal. Como por exemplo:

Você escreve para o Surdo:U-R-S-O, e ele sinaliza:

Vou apresentar para vocês o alfabeto manual e os números!

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Treinem, baseando-se no vídeo!

Alfabeto Manual

Vá até a página www.ok.pro.br e conheça coisas relativas á Libras!

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Leia este texto com atenção, porque iremos discuti-lo no ambiente.

Cultura e comunidades Surdas

A palavra "cultura" possui vários significados. Relacionando esta palavra ao contexto de pessoas surdas, ela representa identidade porque se pode afirmar que estas possuem uma cultura uma vez que têm uma forma peculiar de apreender o mundo que os identificam como tal.

STOKOE, um lingüista americano, e seu grupo de pesquisa, em 1965, na célebre obra A Dictionary of American Sign Language on linguístic principies, foram os primeiros estudiosos a falar sobre as características sociais e culturais dos Surdos.

A lingüista surda Carol Padden estabeleceu uma diferença entre cultura-e comunidade. Para ela, "uma cultura é um conjunto de comportamentos aprendidos de um grupo de pessoas que possui sua própria língua, valores, regras de comportamento e tradições". Ao passo que "uma comunidade é um sistema social geral, no qual pessoas vivem juntas, compartilham metas comuns e partilham certas responsabilidades umas com as outras". PADDEN (1989:5).

Para esta pesquisadora, "uma Comunidade Surda é um grupo de pessoas que mora em uma localização particular, compartilha as metas comuns de seus membros e, de vários modos, trabalha para alcançar estas metas." Portanto, nessa Comunidade pode ter também ouvintes e surdos que não são culturalmente Surdos. Já "a Cultura Surda é mais fechada do que a Comunidade Surda. Membros de uma Cultura Surda se comportam como as pessoas Surdas, usam a língua das pessoas de sua comunidade e compartilham das crenças das pessoas Surdas entre si e com outras pessoas que não são Surdas.”.

Mas ser uma pessoa surda não equivale a dizer que esta faça parte de uma Cultura e de uma Comunidade Surda, porque sendo a maioria dos surdos, 95%, filhos de pais ouvintes, muitos destes não aprendem a LIBRAS e não conhecem as Associações de Surdos, que são as Comunidades Surdas, podendo tornarem-se somente pessoas portadoras de deficiência auditiva.

As pessoas Surdas, que estão politicamente atuando para terem seus direitos de cidadania e lingüísticos respeitados, fazem uma distinção entre "ser Surdo" e ser "deficiente auditivo". A palavra "deficiente", que não foi escolhida por elas para se denominarem, estigmatiza a pessoa porque a mostra sempre pelo que ela não tem, em relação às outras e, não, o que ela pode ter de diferente e, por isso, acrescentar às outras pessoas.

Ser Surdo é saber que pode falar com mãos e aprender uma língua oral-auditiva através dessa, é conviver com pessoas que, em um universo de barulhos, deparam-se com pessoas que estão percebendo o mundo, principalmente, pela visão, e isso faz com que eles sejam diferentes e não necessariamente deficientes.

A diferença está no modo de apreender o mundo, que gera valores, comportamento comum compartilhado e tradições sócio-ínterativas, a este modus vivendi está sendo denominado de "Cultura Surda".

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Agora, veremos como fazer ao encontrarmos com um Surdo, numa situação informal, como por exemplo, na rua, numa festa, etc

Procure lembrar-se sempre destes sinais das boas maneiras!

Vocabulário de Apoio – Boas Maneiras

Porque

Boa tarde

Boa Noite Por favor Desculpar

Com licença Obrigada

Por que?

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Vamos conhecer uma outra categoria de sinais importante para o seu dia a dia na sala de aula? São os materiais escolares! Lembre-se! Tudo está sinalizado no vídeo por sua professora!

Agora faça a atividade relativa aos materiais escolares!

Atividades com sinais relativos à Material Escolar

Agora, assista ao vídeo treine! Procure os Lugares da Escola!

Os pronomes você aprenderá no vídeo! Vá até a midiateca!

_____________ ________________ ___________________

____________________

______________ ________________ ______________ _______________

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Agora faça a atividade relativa ambiente escolar!

Atividades relativas ao ambiente escolar

Marque o certo: 1 – Lugar onde se assiste e participa das aulas: ( ) ( ) 2 – Devo ir sempre durante o recreio: ( ) ( ) 3 – Agora, faça 5 frases na estrutura da Libras usando o vocabulário de apoio. Depois sinalize. Na Libras, os verbos são sempre no infinitivo! O tempo verbal é marcado pelos sinais PASSADO, HOJE, FUTURO. Assista ao vídeo com estes sinais. A estrutura das frases na Libras é tópica. Sabe por quê? Como esta é uma língua de caráter visual, põe-se no início da frase o mais importante, o tópico principal com isto, você localiza para o Surdo do que se está falando. Depois, verbo no infinitivo e objeto.

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LP: Eu gosto muito de comer arroz e feijão ! LS: ARROZ TAMBÉM FEIJÃO EU GOSTAR+ COMER!

OBS: LP = Língua Portuguesa LS = Língua de Sinais

Volte a parte do sistema de transcrição da Libras e veja o que significa este + acima da palavra!

Verbos mais usados na sala de aula

Ensinar Me ensinar Fazer Estudar Escrever

Ler Copiar Trabalhar Perguntar Ter

Precisar Escolher Sentar Esperar Entender

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Negativa verbal

Na Libras a negativa vem depois do verbo, como por exemplo: COMPRAR NÃO COMER NÃO FAZER NÃO Mas alguns verbos, chamamos de ancorados, por, o sinal, por si só, já ser negativo, como por exemplo: QUERER NÃO SABER NÃO GOSTAR NÃO TER NÃO AINDA NÃO PODER NÃO Eu não faço o sinal afirmativo negando com a cabeça! O sinal já é negativo! Assista ao vídeo com estas sinalizações da negativa verbal da Libras!

pronto (terminar), acabar

Na Libras, é diferente o sinal de terminar e o de acabar. Usa-se TERMINAR para quando houver continuidade logo após. EX: AULA HOJE TERMINAR HORA 5 TARDE Usa-se ACABAR para o definitivo. Ex: CURSO PEDAGOGIA ACABAR ANO 2009. Assista ao Vídeo!

Saber Esquecer

Vá até a midiateca e

assista ao vídeo!

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UNIDADE III

Treine, baseando-se no vídeo, as ordens mais comuns dadas na sala de aula onde haja um aluno Surdo. Remeta-se ao vocabulário de verbos usados na sala de aula! Vai ajudá-lo (a)!

Tipos de frases na Libras

Como eu já lhes informei, lá no 5º parâmetro, a expressão facial e corporal é que vai diferenciar se a frase é afirmativa, interrogativa, exclamativa ou imperativa! No vídeo, vou sinalizar para você os tipos de frase da Libras! Observe e treine!

Pronomes e Expressões interrogativas –

Quando? Passado, futuro

Que horas?

Quantas horas?

Na Libras, o sinal QUANDO vem acrescido do sinal de FUTURO, se quero saber se algo vai acontecer ainda. Ex: LS: CASAR VOCÊ QUANDO (FUTURO) LP: Quando você vai se casar? Se a coisa já aconteceu, o sinal QUANDO vem acrescido do sinal PASSADO. Ex:: LS: ALMOÇAR VOCÊ QUANDO (PASSADO)? LP: Você almoçou quando? ASSISTA AO VÍDEO! FAÇA VOCÊ PARA TREINAR! QUALQUER DÚVIDA ENTRE EM CONTATO! Para fazer a diferença entre os sinais QUE HORAS e QUANTAS HORAS você deve acompanhar o vídeo. QUANTAS HORAS significa tempo percorrido!

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Categoria de Sinais – Animais

Coelho Macaco Elefante Urso Girafa

Leão Cobra Jacaré Cachorro Gato

Galinha Rato Porco Boi Zebra

Cavalo

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Categoria de sinais – Família

ou

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Farei para vocês, em vídeos, mais alguns grupos de sinais que considero importante que vocês conheçam! Busquem na midiateca!

• Família • Animais • Meses do ano • Dias da semana • Etc.

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Vocabulário de apoio – Meses do ano

OBS: Antes do sinal de cada mês, faz-se necessário fazer o sinal de mês.

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Vocabulário de Apoio

Dias da Semana

***

Domingo Quarta-feira Segunda - feira Terça - feira

Quinta - feira Sexta - feira Sábado

Dia da semana Dia inteiro Dia do mês

Dia todo

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****

Atividades – Família

1 – Numere de Acordo: ( ) 1 - Pai

2 – Sobrinh@

( )

3 – Casad@

4 – Filh@ Adotiv@

5 – Vov@

6 – Irm@ ( ) ( )

7 – Amante

8 – Bebê

9 – Menin@ ( )

( )

10 – Noiv@

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( )

( )

( ) ( )

***

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Vocabulário de Apoio – Material Escolar

Lápis Borracha Caneta Régua

Papel Caderno Giz

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Os Surdos enquanto minoria lingüística

Não se tem registro de quando os homens começaram a desenvolver comunicações que pudessem ser consideradas línguas. Hoje a raça humana está dividida nos espaços geográficos delimitados politicamente e cada nação tem sua língua ou línguas oficiais como, por exemplo, o Canadá que possui a língua inglesa e a francesa. Os países que possuem somente uma língua oficial são, politicamente, monolíngües, os que possuem duas são bilíngües e os que possuem mais de duas, polilíngües.

Mas, em todos os países, existem minorias lingüísticas que por motivo de etnia e/ou imigração, mantém suas línguas de origem, embora as línguas oficiais dos países, onde estas minorias coabitam, ou politicamente fazem parte, sejam outras. Este é o caso das tribos indígenas no Brasil e nos Estados Unidos e dos imigrantes que se organizam e continuam utilizando suas línguas de origem, como nos Estados Unidos e na França. Os indivíduos destas minorias geralmente são discriminados e precisam se tornar bilíngües para poderem participar das duas comunidades.

Por isso, pode se falar de bilingüismo social e individual, o primeiro é quando urna comunidade, por algum motivo precisa utilizar duas línguas, o segundo é a opção de um indivíduo para aprender outra língua além da sua materna. Geralmente os membros das minorias lingüísticas se tornam indivíduos bilíngües por estarem inseridos em comunidades lingüísticas que utilizam línguas distintas.

Em todos os países, os Surdos são minorias lingüísticas corno outras, mas não devido à imigração ou à etnia, já que a maioria nasce de famílias que falam a língua oficial da comunidade maior, a qual também pertencem por etnia; eles são minoria lingüística por se organizarem em associações onde o fator principal de integração é a utilização de urna língua gestual-visual por todos os associados. Sua integração está no fato de terem um espaço onde não há repressão de sua condição de Surdo, podendo expressarem-se da maneira que mais lhes satisfazem para man-terem entre si uma situação prazerosa no ato de comunicação.

Quando imigrantes vão para outros países, formando guetos, a língua que levam, geralmente, é a língua oficial de sua cultura, sendo respeitada, enquanto língua, no país onde imigram, mas as línguas dos Surdos, por serem de outra

Abaixo, você encontrará 2 textos que constam no índice! Leia-os com atenção para nossa atividade.

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modalidade - gestual-visual - e por serem utilizadas por pessoas consideradas "deficientes" - por não poderem, na maioria das vezes, expressarem-se como ouvintes - eram desprestigiadas e, até bem pouco tempo, proibidas de serem usadas nas escolas e em casa de criança surda com pais ouvintes.

Este desrespeito, fruto de um desconhecimento, gerou um preconceito e pensava-se que este tipo de comunicação dos surdos não poderia ser língua e se os surdos ficassem se comunicando por "mímica", eles não aprenderiam a língua oficial de seu país. Mas as pesquisas que foram desenvolvidas nos Estados Unidos e na Europa mostraram o contrário. Se uma criança surda puder aprender a língua de sinais da sua comunidade surda a qual será inserida, ela terá mais facilidade em aprender a língua oral-auditiva da comunidade ouvinte a qual também pertencerá porque nesse aprendizado que não pode ouvir os sons que emite, ela já trará internalizado o funcionamento e as estruturas lingüísticas de uma língua de sinais, a qual pôde receber em seu processo de aprendizagem um feed-back que serviu de reforço para adquirir uma língua por um processo natural e espontâneo.

Isso ocorre porque todas as línguas se edificam a partir de universais lingüísticos, variando apenas em termos de sua modalidade (oral-auditiva ou gestual-visual) e suas gramáticas particulares, transformando-se a cada geração a partir da cultura da comunidade lingüística que a utiliza. Daí é preconceito e ingenuidade dizer, hoje, que urna língua é superior a qualquer outra, já que elas enquanto sistemas lingüísticos, independem dos fatores econômicos ou tecnológicos, não podendo ser classificadas em desenvolvidas, subdesenvolvidas ou, ainda, primitivas.

As línguas se transformam a partir das comunidades lingüísticas que a utilizam. Uma criança surda precisará se integrar à Comunidade Surda de sua cidade para poder ficar com um bom desempenho na língua de sinais desta comunidade.

Como os surdos estão em duas comunidades precisam manter esse bilingüismo social, e uma língua ajuda na compreensão da outra.

Uma Breve retrospectiva da Educação de Surdos no Brasil

O mais antigo registro que menciona sobre "Língua de Sinais" é de 368 a.C., escrito pelo filósofo grego Sócrates, quando perguntou ao seu discípulo:

“Suponha que nós, os seres humanos, quando não falávamos e queríamos indicar objetos, uns para os outros, nós o fadamos, corno fazem os surdos mudos, sinais corri as mãos, cabeça, e demais membros do corpo?"2

Nessa comunicação de idéias por outros sentidos, a comunicação se dá através dos olhos nos sinais feitos pelas mãos, expressão facial, corporal e, às

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vezes também, sons, tudo simultaneamente ou também seqüenciado e a pessoa precisa ficar atenta a todas essas expressões para entender o que está se dizendo. Este é o universo de uma pessoa que utiliza uma língua de modalidade gestual-visual.

A comunicação por sinais foi a solução encontrada também pêlos monges beneditinos da Itália, cerca de 530 d.C, para manter o voto do silêncio. Mas pouco foi registrado sobre esse sistema ou sobre os sistemas usados por surdos até a Renascença, mil anos depois.

Até o fim do século XV, não havia escolas especializadas para surdos na Europa porque, na época, os surdos eram considerados incapazes de serem ensinados. Por isso as pessoas surdas foram excluídas da sociedade e muitas tiveram sua sobrevivência prejudicada. Existiram leis que proibiam o surdo de possuir ou herdar propriedades, casar-se, votar como os demais cidadãos.

Muitos surdos foram excluídos somente porque não falavam, o que mostra que, para os ouvintes, o problema maior não era a surdez, propriamente dita, mas sim a falta de fala. Daquela época até hoje, ainda muitos ouvintes confundem a habilidade de falar com voz com a inteligência desta pessoa, talvez seja porque a palavra "fala" esteja etimologicamente ligada ao verbo/pensamento/açâo e não ao simples ato de emitir sons articulados.

Apesar desse preconceito generalizado, houve pessoas ouvintes que desenvolveram métodos para ensinar surdos a língua oral de seu pais, como, por exemplo, um italiano chamado Girotamo Cardano, que utilizava sinais e linguagem escrita, e um espanhol, monge beneditino, chamado Pedro Ponce de Leon, que utilizava, além de sinais, treinamento da voz e leitura de lábios.

Entre estas pessoas que começaram a educar 05 surdos, algumas acreditaram que a primeira etapa da educação deles devia ser um ensino da língua falada, adotando uma metodologia que ficou conhecida como "método oralista puro". Outras utilizaram a língua de sinais, já conhecida pelos alunos, como meio para o ensino da fala, foi o chamado "método combinado”.

1. texto produzido em co-autoria com Emeli Marques.

2. Cratyus de Platô, discípulo e cronista, 368 a.C.

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Diálogos

A – LAPIS, VOCE TER? B – EU GOSTAR-NÃO LAPIS, ESCOLHER CANETA. A – LER, ESCREVER, VOCE SABER? B – SABER, GOSTAR+ ! A – VOCE IR ESTUDAR CASA MINHA? B – PODER-NÃO, PRECISAR TRABALHAR! A – BANHEIRO, PODER IR? B – PODER, MAS, POR FAVOR, DEMORAR NÃO! A – AMANHÃ NOS-2 FAZER ATIVIDADE? B – NÃO, EU QUERER BRINCAR!

Atividade usando QUE-HOR@ e QUANT@ HOR@

Assista ao vídeo e numere os parênteses seguindo a seqüência sinalizada pela professora: ( ) IR CASA SU@ ATÉ ESCOLA, QUANT@ HOR@? ( ) EL@ ALMOÇAR QUE HOR@? ( ) VIAJAR VARGINHA ATÉ Rj ÔNIBUS, QUANT@ HOR@? ( ) VOCÊ IR TRABLHAR QUE HOR@? ( ) BRASIL ATÉ EUA AVIÃO QUANT@ HOR@? ( ) MAMÃE VOLTAR VIAJAR QUE HOR@? ( ) MAMÃE VOLTAR HORA 7 NOITE.

Atente-se à forma como são estruturadas as frases na Libras! Já falamos sobre isto! Por ser uma língua visual, coloca-se no início da frase o mais importante e depois os complementos. Os verbos vêm no infinitivo, não há artigos, preposições, verbos de ligação! Atente-se ao registro e depois aos vídeos!

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O professor vai escrever, em datilologia as 5 duplas de nomes. Vocês deverão numerar de acordo com a seqüência. Siga o Vídeo a) ( ) E-L-I-A-N-A / S-O-N-I-A b) ( ) S-O-N-I-A / S-U-Z-A-N-A c) ( ) E-L-I-A-N-A / P-A-T-R-I-C-I-A d) ( ) L-I-L-I-A-N / D-E-B-O-R-A e) ( ) D-E-B-O-R-A / D-O-N-I-Z-E-T-E

Responda com sim ou não:

a) As pessoas que ouvem podem fazer parte das Comunidades Surdas _____________

b) A criança pode adquirir a Surdez na gravidez da mãe, durante o nascimento e

após o nascimento? __________

c) A datilologia substitui os sinais? __________

d) A maioria dos Surdos é filho de pais Surdos? ________

e) A Libras possui 5 importantes parâmetros? ________

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REFERÊNCIAS

Felipe,Tanya A . - Libras em Contexto: Curso Básico, livro do Estudante/Cursista – MEC 2006

Capovilla, Fernando César; Raphael, Valkiria Duarte – Dicionário Enciclopédico Trilíngüe – Edusp 2001 Bernardino,Elidéa - ABSURDO OU LÓGICA? UMA REFLEXÃO SOBRE A ESCRITA DO SURDO – Vozes 2004

Santana, Ana Paula – Surdez e Linguagem – Ed. Plexus 2007 Quadros, Ronice Muller de – Língua de Sinais Brasileira – Ed. Artmed 2006 Quadros, Ronice Muller de; Shimiedt, Magali L. P – MEC _ Governo Federal 2006 Quadros, Ronice Muller de, - O tradutor e Intérprete de língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa - MEC 2004