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LEVANTAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO ENTORNO DA REPRESA DE NOVA
PONTE – MG,
UTILIZANDO O SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIGs), PARA FUTURA
DELIMITAÇÃO DE PARQUES AQÜÍCOLAS.
Resumo
O trabalho teve como objetivo a criação de um mapa, através do levantamento do deplecionamento e
do uso e ocupação do entorno da represa de Nova Ponte MG para ser utilizado futuramente para a
delimitação de parques aquicolas. Esta encontra-se situada na região do Triângulo Mineiro,com uma
intensa atividade agrícola e ocupação por sitiantes em seu entorno. A represa apresenta uma grande
variação na cota (tendo registros de ate 45m) o que ocasiona uma variação considerável na área de
depleção. O espelho d`água tende a variar mais nas regiões de cabeceira dos tributários e em menor
escala no eixo central do reservatório onde se encontra circundado por vales mais encaixados. Apesar
dos pontos restritivos identificados (uso e ocupação no entorno da represa e as áreas deplecionaveis)
esta ainda apresenta grande potencial para a implantação de parques aqüícolas.
Palavras chaves: Uso e ocupação, deplecionamento, parque aquicola.
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LEVANTAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO ENTORNO DA REPRESA DE NOVA
PONTE – MG,
UTILIZANDO O SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIGs), PARA FUTURA
DELIMITAÇÃO DE PARQUES AQÜÍCOLAS.
Abstract
The work had as objective the creation of a map, through the rising of the deplecionamento and of the
use and occupation of the I spill of Nova Ponte MG dam to be used hereafter for the delimitation of
water park.. This is located in the area of the triangulo mineiro, with an intense agricultural activity
and occupation for farmers in yours spill. The dam presents a great variation in the quota (tends
registrations of it ties 45m) that causes a considerable variation in the depletion area. The mirror of
water tends to vary more in the areas of headboard of the tributaries and in smaller scale in the central
axis of the reservoir where one find surrounded by valleys more fit. In spite of the identified (use and
occupation and the depletion area) restrictive points this still presents great potential for the
implantation of parks aqüícolas.
Key words: use and occupation, depletion area, water park.
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LEVANTAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO ENTORNO DA REPRESA DE
NOVA PONTE – MG,
UTILIZANDO O SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIGs), PARA
FUTURA DELIMITAÇÃO DE PARQUES AQÜÍCOLAS.
Roberto Martins Ferreira Junior(¹), Eliane Maria Vieira(²),Ivair Gomes(3), Marley Lamounier
Machado(3), Maria Lélia Simão(3), Elizabeth Lomelino Cardoso(3)
(¹) Bolsista PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, [email protected],
(2)Pesquisadora EPAMIG- Belo Horizonte MG, [email protected] (3)Pesquisador EPAMIG- Belo Horizonte MG,
1- Introdução
Há hoje no mundo uma grande preocupação com a forma como exploramos os recursos
naturais. Buscamos atualmente um modelo de exploração racional e que não acarrete danos a
nossos recursos, já que devido ao crescimento populacional, a urbanização e à intensificação
das atividades agrícolas e industriais que ocorreram nas ultimas décadas podemos observar
como nossos recursos foram mal utilizados e quantos danos sofreram. Segundo Souza (2005),
o gerenciamento adequado destes recursos torna-se cada vez mais importante, proporcionando
bem-estar a presente população e paralelamente conservando-os para as futuras gerações. A
autora ainda afirma que a busca por sistemas sustentáveis e produtivos pode ocorrer por meio
do manejo apropriado dos recursos disponíveis, ao mesmo tempo em que satisfaz as
necessidades humanas, mantém ou melhora a qualidade ambiental e conserva os recursos
naturais.
Entre estes recursos um dos mais impactados pela ação do homem são os recursos hídricos.
Segundo Sperling (1996), constituinte inorgânico mais abundante na matéria viva, a água é de
fundamental importância para o desenvolvimento cultural, social e econômico das populações
através dos seus múltiplos usos. Da disponibilidade de água de boa qualidade e do uso
racional dos seus recursos hídricos dependem o bem-estar e o desenvolvimento de todas as
nações.
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O governo brasileiro, tanto em nível federal quanto estadual, vem ao longo dos últimos anos
incentivando o crescimento da aqüicultura, principalmente quando esta envolve pequenos
pescadores.
A utilização de represas para a criação de pescado em tanque redes vem se mostrando como
uma alternativa promissora, principalmente no estado de Minas Gerais devido à elevada
concentração de represas, distribuídas ao longo de todo o estado, a alta rentabilidade e baixo
tempo de retorno do empreendimento. Considerando-se a área total dos grandes reservatórios
de Minas Gerais, cerca de 5.000 Km2, além de incontáveis açudes e lagoas localizadas em
propriedades rurais, pode-se estimar um potencial de produção superior a um milhão de
toneladas métricas anuais de pescado em sistema de tanques-rede. Esse valor foi calculado a
partir da utilização de 0,1% da área total dos reservatórios em tanques-rede e de produtividade
média de 200 Kg/ m2 anuais. É oportuno mencionar que produtividades dessa magnitude,
correspondentes a 2.000Kg/ha.ano, causam impacto ambiental insignificante no meio
aquático (knösche et al., 2.000).
Para a implantação dos parques aqüícolas em reservatórios, vários aspectos ambientais,
sociais e econômicos devem ser analisados conjuntamente de forma a não deteriorar as águas
interiores e permitir o desenvolvimento social e econômico da região.
Segundo Cardoso, E. L. et al (2005), na criação de peixes confinados deve-se considerar a
qualidade da água, a profundidade, a velocidade do vento, entre outros fatores.
A piscicultura tem a água como sua principal fonte de oxigênio, por isso o estudo detalhado
da qualidade da água é de fundamental importância para que a instalação dos parques
aquicolas obtenha sucesso. Muitos são os fatores capazes de alterar a qualidade da água, seja
eles externos (entorno da represa), climatológico, etc... a verdade é que um conjunto de
fatores atuam para determinar a qualidade desta água. Os meios aquáticos onde se pretende
implantar sistemas de produção em tanques-rede devem ter água de boa qualidade. Locais em
que haja concentrações significativas de metais pesados, de resíduos de agrotóxicos ou de
nutrientes indicativos de ambientes hipertróficos, como nitrogênio e fósforo, não são
recomendados para a piscicultura. Assim, devem ser evitados corpos d’água que recebam
efluentes de indústrias, de esgotos domésticos ou de áreas intensamente cultivadas em que
haja uso intensivo de defensivos agrícolas. Os projetos de piscicultura em tanques-rede podem
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ser implantados em grandes reservatórios de domínio público ou em lagoas e açudes
localizados em propriedades rurais.
Para que a implantação seja bem sucedida, é indispensável então que se faça uma escolha
criteriosa de locais para a implantação dos parques aqüicolas, com base em um levantamento
sistemático de uma vasta gama de diferentes aspectos técnico-científicos e institucionais.
Devido ao grande volume de informações que devem fazer parte da análise para a escolha dos
locais apropriados à implantação de parques aqüicolas e ao fato destes estarem espacialmente
distribuídos ao longo da represa e seu entorno o emprego de técnicas de Geoprocessamento é
de grande importância para a execução do trabalho. Uma das principais e mais eficientes
formas de gerenciamento de dados utilizados na atualidade é o emprego de Sistemas de
Informações Geográficas ou simplesmente, SIGs, é um sistema computacional que permite o
gerenciamento de dados espaciais. A palavra “geográfica” significa que os dados
armazenados no sistema encontram-se referenciados a um sistema de coordenadas geográficas
(latitude e longitude). A palavra sistema implica em que um dado SIG comporta um conjunto
de componentes que permite não apenas armazenar dados, mas sobretudo, manipular
espacialmente tais dados de modo a produzir informações relevantes (Bonham-Carter, 1994).
O levantamento do mapa de depleção é de fundamental importância para futura demarcação
dos parques aqüícolas já que permite a eliminação previa das áreas possíveis à deplecionar
durante o cliclo de cultivo do peixe, o que acarretaria em grandes transtornos ao produtor,
sendo necessário a realocação dos tanques para outras áreas que, poderiam ser inviáveis
devido a outros fatores restritivos.
O levantamento do uso e ocupação do solo é imprescindível para futura demarcação dos
parques aqüícolas também, porque permite uma seleção previa das áreas possíveis à
implantação destes, por meio da análise do uso e ocupação do entorno da represa, resultando
na exclusão das áreas inabilitadas devido as influencias negativas do seu entorno seja devido á
contaminação da água por dejetos urbanos ou industriais, presença de mineradoras, área de
preservação,locais com erosão, contaminação da água com fertilizantes e agrotóxicos devido à
agricultura, dificuldade de acesso, pontos de captação de água ou de passagem de barcos,
pontos turísticos ou de beleza cênica entre outros fatores.
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Este trabalho teve como objetivos o levantamento dos dados e a criação de um mapa
georeferenciado com os indicativos de uso e ocupação do solo e da área de depleção da
represa de Nova Ponte para futura utilização na delimitação de parques aquicolas.
2-Material e Métodos
A represa de Nova Ponte está situada na região do triangulo mineiro. É formada pelos rios
Araguari e Quebra Anzol, e seus tributários, abrangendo os municípios de Iraí de Minas,
Nova Ponte, Patrocínio, Pedrinópolis, Perdizes, Sacramento, Santa Juliana e Serra do Salitre.
Trata-se de um reservatório de cabeceira, com características predominantemente
oligotróficas e um pequeno tempo de retenção.
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Para o levantamento dos dados de uso e ocupação do solo no entorno da represa foram
realizadas 2 expedições, com duração de 4 dias cada. Foram empregados, uma imagem do
satélite LandSat 5 TM do mês de setembro de 2007, composição RGB, bandas 3,4 e 5 e um
barco para percorrer o entorno o uso e ocupação do solo foram identificados e registrados
utilizando GPS de navegação e maquina fotográfica digital. Exemplo:
FOTOS:
Plantação de eucalipto e abaixo de milho
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Macrófitas e a equipe de trabalho
Os pontos coletados de uso e ocupação foram geoespacializados sobre a imagem e
posteriormente elaborado o mapa de indicação do uso e ocupação do entorno da represa.
Na montagem do mapa foi utilizado o Sistema de Informações Geográficas (SIG) ArcGis 9.3,
trabalhando com a mesma composição.
Para a criação do mapa de depleção da represa obedeceram-se os seguintes
procedimentos: foi identificado, através do histórico de cotas da represa, cedido pela CEMIG,
qual o nível mais baixo registrado, e para esta data, foi solicitada ao INPE a imagem da
represa com o período mais próximo existente. Para a obtenção do nível mais alto da represa,
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o mesmo processo foi realizado. Na montagem do mapa foi utilizado o Sistema de
Informações Geográficas (SIG) ArcGis 9.3, trabalhando com a composição RGB-345. Foram
digitalizados os polígonos com o limite do espelho d`água referente às cotas por meio da
digitalização em tela, elaborando assim os limites do espelho d’água da represa. A posterior
sobreposição destes limites no SIG propiciou a geração do mapa de depleção do reservatório.
Após a construção dos mapas em questão, foi elaborado através da união dos mesmos o mapa
contendo ás áreas deplecionaveis e os pontos indicativos do uso e ocupação do entorno da
represa de Nova Ponte.
3- Resultado e discussão
Após análise da serie histórica de cotas da represa, cedidos pela CEMIG e a identificação dos
níveis mais baixo e do nível mais elevado da represa, foram obtidas as imagens do INPE com
as datas mais próximas possíveis. As imagens obtidas foram Landsat 5 TM órbita- ponto 220-
073 de 20/09/00 para o nível mais baixo e Landsat 5 TM órbita- ponto 220/073 de 08/09/07
para o nível mais alto, bandas 345- RGB. Foi gerado o mapa de depleção por meio da
digitalização em tela do espelho d’água nestas imagens onde ás regiões em vermelho indicam
as áreas que deplecionam e as em azul as que não se deplecionam.
A represa apresenta uma grande variação na cota (tendo registros de ate 45m) o que ocasiona
uma variação considerável na área de depleção. O espelho d`água tende a variar mais nas
regiões de cabeceira dos tributários e em menor escala no eixo central do reservatório onde se
encontra circundado por vales mais encaixados, como pode ser observado no mapa 01.
Foram obtidos o volume do reservatório e a área do espelho d’água da represa, por meio dos
dados de monitoramento do reservatório disponibilizados pela CEMIG, conforme apresentado
na tabela 01.
Tabela 01. Cota, volume e área do espelho d’água do reaservatório de Nova Ponte nas
datas de estudo.
Data da imagem Cota(m) Volume(hm3) Área(km2)
20/09/00 791,38 2.768,48 224,61
08/09/07 812,15 9.210,78 409,81
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Pode-se perceber que a variação da área (cerca de 1,8 vezes da área na data de 2000) foi bem
menor, comparando-se com a variação do volume (cerca de 3,3 vezes do volume na data de
2000) o que justifica a pequena faixa de depleção encontrada com a sobreposição dos dois
limites digitalizados nas imagens.
Também foi elaborado o mapa contendo as indicações de uso e ocupação do solo do entorno
da represa de Nova Ponte, através da geoespacialização dos pontos coletados nos GPS sobre a
imagem da represa. Através da união dos mapas contendo as indicações de uso e ocupação do
solo e de depleção foi construído o mapa 01.
Mapa 01 – Área de depleção e pontos de indicação do uso do entorno da represa.
O entorno da represa caracteriza-se por uma intensa atividade agrosilvopastoril e uma
ocupação por sitiantes, bem distribuída ao longo das margens da represa.
Com a análise do mapa 1, será possível excluir todas as áreas inaptas ao cultivo de peixe em
tanques-rede, restando os braços que seriam pré-selecionados e demarcados na imagem de
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2007 por meio de pontos indicativos, neste braços deve ser realizado um levantamento mais
detalhado sobre a qualidade da água e a batimetria destes, para posterior indicação e
delimitação dos possivieis parques aquicolas.
A demarcação de pontos indicando os braços aptos a um aprofundamento nos estudos para
instalação dos parques aqüícolas, propicia assim uma diminuição significativa na área de
estudo minimizando recursos (humanos e financeiros) e a construção do banco de dados com
os indicativos de uso e ocupação do solo também possibilita um aprofundamento no
conhecimento das interações do entorno com a represa o que é fundamental para a
preservação e utilização desta de forma sustentável.
4- Conclusões
A metodologia empregada se mostra eficiente e rápida (comparada a elaboração do mapa de
uso e ocupação) visto que esta se destina a otimização de recursos (temporal, laboral e
financeiro). A delimitação dos locais de depleção do reservatório também contribuiu para a
redução de gastos humanos e financeiros que, no detalhamento dos estudos poderão ser
voltados para as áreas não deplecionáveis.
Apesar dos pontos restritivos identificados (uso e ocupação conflitante com o cultivo no
entorno da represa e as áreas deplecionaveis) esta ainda apresenta grande potencial para a
implantação de parques aqüícolas.
5- Referencia
CEMIG. Disponível em: < http://www.cemig.com.br/>. Acesso em: 22 jan. 2008.
Cardoso, L. E., Ferreira, R. M. A. Cultivo de peixes em tanques-rede: desafios e
oportunidades para um desenvolvimento sustentável. Empresa de Pesquisa Agropecuária
de Minas Gerais – EPAMIG. Belo Horizonte – MG. 2005, 104p.
INPE. Disponível em: <http://www.inpe.br/>. Acesso em: 18 mar. 2008.
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VON SPERLING, M.. Introdução à qualidade das águas e o tratamento de esgotos. 2ª ed.
Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de
Minas Gerais, 1996.
BONHAM-CARTER, G.F., 1994-Geographic Information Systems for Geoscientists:
Modelling with GIS. Ottawa, Pergamon, 398p.