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LEITURA E ESCRITA DE CRÔNICAS

Marli Amália Garcia Bittencourt 1

Prof.ª Doutora Valéria Sanches Fonseca ²

Resumo: O presente artigo com o título: “Leitura e Escrita de Crônicas” apresenta os resultados do trabalho que desenvolvemos, na forma de Unidade Didática, no 2º ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Professor Darcy José Costa de Campo Mourão - PR. O trabalho com a Unidade Didática objetivou o ensino de leitura e escrita nas aulas de Língua Portuguesa de forma mais produtiva. Elegemos o gênero discursivo crônica, para desenvolver a Unidade Didática, propondo atividades de leitura e de escrita que permitissem ao estudante compreender o funcionamento do referido gênero como um enunciado produzido pelo campo jornalístico e também literário e que, por conseguinte, reflete as particularidades desses campos ao longo da história e práticas sociais. A proposta objetivou aprofundar conhecimento teórico e metodológico que pudessem apontar procedimentos e estratégias para a leitura e a escrita não só do gênero crônica, mas, a partir deste, encaminhar os alunos à leitura de outros gêneros com os quais eles mantêm contato diário, fazendo-os adentrar em conteúdos, estilos e estruturas composicionais de outros gêneros discursivos abordados por outros campos da nossa vida social. As Diretrizes Curriculares para Língua Portuguesa do Estado do Paraná também serviram de norte para o trabalho e adotou-se como subsídios teóricos e metodológicos a perspectiva bakhtiniana sobre os gêneros do discurso e teóricos da linguagem que focam seus estudos no texto e no discurso.

Palavras chave: Ensino. Leitura e escrita. Gêneros do Discurso. Crônica.

1 Introdução

Não é recente o discurso que defende a importância de se valorizar o trabalho

com a leitura e a escrita na sala de aula, pois os alunos precisam ler e escrever mais

na escola, para que se minimize o que vem acontecendo com os que saem do

1 Professora da Rede Estadual de Ensino, integrante da turma do Programa de Desenvolvimento

Educacional do Estado do Paraná – PDE: 2011/2012.

² Professora da UNESPAR/FECILCAM, líder do grupo de Pesquisa “Prádis: práxis discursiva na

escola”, e orientadora no Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná – PDE

desde 2009.

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Ensino Médio, chegando à universidade sem leitura e compreensão da diversidade

de gêneros textuais/discursivos que circulam no âmbito acadêmico e fora dele, sem

condições de produzir textos escritos coerentes e significativos para o dia a dia das

práticas sociais.

Contudo, é preciso lembrar que a escola precisa ter claro o trabalho a ser

desenvolvido com a leitura e a escrita. A escola precisa compreender a leitura e a

escrita como uso da língua, ou seja, o estudante precisa perceber o funcionamento

da língua no real da vida e não para responder às expectativas exclusivas da própria

escola e do professor, o que significa, por exemplo, redigir redações para o

professor, colocando em jogo somente a relação dual entre estudante (eu) e o

professor (tu).

O estudante precisa produzir textos escritos, qual seja escrever tendo em vista

interlocutores reais. É o que frisam estudiosos da linguagem (GERALDI, POSSENTI,

BRITO, In: GERALDI: 2004).

Frente a isso, desenvolvemos com o 2º ano do Ensino Médio do Colégio

Estadual Professor Darcy José Costa de Campo Mourão – PR, um trabalho de leitura

e escrita, organizado por meio de uma Unidade Didática, com base na perspectiva

dos gêneros do discurso (BAKHTIN, 2003), optando pelo gênero crônica. Pela

prática que temos como professora percebemos que o gênero textual/discursivo

crônica seria ideal no processo de introdução da prática da leitura e da escrita, pois

apresenta várias possibilidades: esse gênero traz uma linguagem moderadamente

elaborada, mais tendente à informalidade, com forma breve, estilo próximo ao da

conversação, ora do lirismo, ora do humor, refletindo sobre fatos do cotidiano.

A crônica, comumente, parece agradar facilmente aos leitores. Além de ser um

gênero híbrido que informa e diverte, (no momento adequado) pode encaminhar os

alunos ao trabalho com outros gêneros textuais/discursivos que, na maioria das

vezes, são introduzidos na sala de aula de forma não adequada à série, ao

amadurecimento do estudante, aos interesses de sua faixa etária e ao seu hábito de

leitura, provocando de certa forma o desinteresse dos alunos pela leitura.

A leitura de crônicas pode levar o leitor a conhecer particularidades de várias

culturas, manifestações de um povo, de uma época, numa miscigenação entre o

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jornalístico e o literário, além da abordagem de temas mais próximos dos leitores,

especialmente daqueles que não têm a leitura como uma prática.

Consideramos que com a crônica, o ato de ler pode ser estimulado e

intensificado. Então, por que não aproveitar um gênero acessível a todos e com um

leque de possibilidades a ser trabalhado? Se as aulas forem bem desenvolvidas, os

resultados poderão ser satisfatórios.

Entendemos que uma metodologia voltada à leitura e à escrita, a partir do

gênero textual/discursivo crônica, pode despertar nos alunos o interesse pela leitura

de outros gêneros com os quais eles mantêm contato diário, bem como, dependendo

do assunto tratado, fazê-los adentrar em conteúdos abordados, estudar outros estilos,

compreender o funcionamento de outras estruturas composicionais, ou seja, tomar

ciência de outros gêneros produzidos por outras esferas do conhecimento.

Com base em estudiosos (BRONCKART, 2006; ROJO, 2006; SIGNORINI,

2008), para que essas ideias se concretizem de verdade, faz-se necessário que os

professores se empenhem na condução do processo de leitura e escrita, buscando

aprofundamento teórico e alternativas metodologias diversificadas.

Acreditamos que o aprofundamento do conhecimento teórico é fundamental

para isso. Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa do Paraná

apontam para vários estudiosos que tratam dos gêneros textuais e discursivos.

Mikhail Bakhtin (2003), filósofo da linguagem, é uma leitura imprescindível para o

professor que deseja trilhar esse caminho.

As contribuições de estudiosos da linguagem que tratam de leitura e escrita

também são de suma importância para sustentar reflexões sobre o trabalho com a

língua.

2 A implementação do projeto de leitura e escrita de crônicas no Ensino Médio

do Colégio Darcy José Costa de Campo Mourão - PR

Em julho de 2011, durante a semana pedagógica, fizemos uma reunião com a

Direção, equipe pedagógica, professores, para a apresentação e discussão do projeto

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de leitura e escrita de crônicas a ser trabalhado na turma do 2º ano do Ensino Médio

do Colégio Estadual Darcy José Costa de Campo Mourão – PR, na forma de Unidade

Didática.

A implementação foi feita ao longo de cinco meses, e os resultados desse

trabalho é o que apresentamos nos próximos tópicos.

2.1 Reflexões sobre os resultados do trabalho com a leitura de crônicas

De início foi feita uma breve introdução do gênero crônica, comentando ideias

de autores que tratam a respeito do gênero, tais como:

Arriguci Junior (1987 p, 52) que destaca ser a crônica um relato de

comentários de fatos corriqueiros do dia a dia, dos fatos da atualidade que

alimentam o noticiário dos jornais desde que esses se tornaram instrumentos

de informação de grande tiragem do século passado.

Neves (1995, p. l7) que afirma ser a crônica um texto que “tematiza o tempo

e simultaneamente o mimetiza”. Ao mesmo tempo é literatura e notícia de

jornal, já que comumente encontramos no jornal uma página dedicada à

crônica.

Bender e Laurito (1993, p.11), “o termo crônica mudou de sentido em sua

evolução, mas nunca perdeu os vínculos com o sentido etimológico que lhe é

inerente e que está em sua formação”. Esse dizer comprova a evolução da

crônica, conforme épocas e culturas ao longo do tempo.

A título de apresentar aos alunos exemplo do gênero crônica, selecionamos a

crônica “A Pipoca”, de Rubem Alves, de 708 Crônicas Maravilhosas: disponível em:

<http:// sitenotadez.net/crônicas>. Juntos, nós e os estudantes procuramos realizar a

leitura, intentando alcançar o estágio da compreensão. Tomamos aqui o conceito de

compreensão estabelecido pela Análise do Discurso. Orlandi (1996: 101) trata a

leitura na perspectiva discursiva. E, sendo assim, considera que a leitura tem

objetivos externos e internos. Do ponto de vista interno, “ler é apreender, no domínio

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do discurso, o funcionamento da „compreensão‟: o que é, quais são seus

mecanismos, o que representa em termos de discurso, etc.” A linguista observa que

compreensão exige examinar os processos de significação.

Diante disso, procuramos estabelecer um método de leitura que oportunizasse

a exploração do texto tanto do ponto de vista linguístico, quanto da sua dimensão

discursiva.

Organizamos questões que pudessem levar os estudantes a explorarem vários

aspectos relativos ao texto e ao campo em que se insere, enquanto gênero do

discurso. Inclusive, procuramos saber sobre as condições de produção dessa crônica:

a esfera que a produziu, em que momento, para circular em que mídia, qual o autor,

para que leitor. Os alunos também foram incentivados a fazerem uma pesquisa na

Internet para se inteirarem de diversas informações.

Para ler a crônica “A Pipoca”, foram elaboradas questões relativas ao conteúdo

temático, ao estilo e à estrutura composicional.

Leitura

O que você sabe sobre o gênero crônica?

O que tematiza essa crônica?

Que sujeitos são mobilizados nesta crônica, ou seja, quem é o autor, e a quem

se dirige?

O texto mobiliza vários domínios: o literário, o filosófico, o científico, o culinário.

Que diferenças podem estabelecer sobre esses domínios?

Do ponto de vista textual, podemos verificar a utilização da comparação e da

metáfora. Que recursos são esses? Como funcionam no texto?

Ao citar o filme “A Festa de Babete”, recorre-se a outro texto. Trata-se de uma

intertextualidade. Que importância tem para o texto o recurso à

intertextualidade?

Como você compreende o fogo no texto?

Enfrentar a dor, o sofrimento, leva a quê, de acordo com o que é discutido na

crônica?

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Como você compreende o uso de elementos concretos, conhecidos, para tratar

de outra coisa como, por exemplo: “É a lagarta rastejante, feia que surge do

casulo como borboleta voante”.

De início, a crônica foi considerada complexa e poucos notaram que a

“Pipoca” assemelhava-se com a vida humana. Verificamos também que muitas

expressões não eram do conhecimento dos alunos, o que exigiu mediações de

conhecimento entre professor/aluno.

Como no texto “A Pipoca” há referência ao filme “A Festa de Babete”,

propusemos que os estudantes assistissem a esse gênero. Com isso, objetivamos

ampliar o conhecimento dos estudantes acerca dos gêneros e das esferas que os

produzem. Infelizmente houve problema técnico em relação à TV multimídia e esta

atividade não foi desenvolvida.

De qualquer forma o resultado foi positivo, pois percebemos que os alunos

gostaram de trabalhar com esta crônica. Entraram em contato com um texto que

possibilitou a eles refletirem sobre a estrutura composicional do gênero, examinarem

o estilo, enriquecerem a linguagem, bem como desenvolverem sua criatividade.

Quanto às respostas às questões, acharam difícil por não estarem

acostumados com este tipo de trabalho. Pediram para fazê-lo em grupo, de modo a

poderem trocar ideias, contudo, mesmo assim, tiveram dificuldades e solicitaram que

fizéssemos juntos. Mediamos a discussão e houve uma participação significativa dos

alunos. Aproveitamos para inserir conceitos, discutir sobre o funcionamento da língua

no texto e sobre as características do gênero presentes na textualidade.

Nessa crônica foram encontradas várias referências interessantes entre elas:

“Ressurreição de Cristo, Candomblé, UNICAMP, Goethe e Piruá”. Discutimos sobre

essas referências, objetivando aprofundar os conhecimentos dos alunos sobre outros

universos discursivos. Os alunos conseguiram identificar o tema do texto “Pipoca”

como sendo o da representação da nossa vida. Conseguiram refletir sobre a

necessidade de precisarmos de algo que nos motive, nos incentive a viver: fogo

(incentivo para crescermos). Portanto, houve um processo de leitura compreensiva do

texto. Consideramos isso um grande avanço.

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A crônica trabalhada na segunda etapa do processo foi a da “A velha

contrabandista”, uma crônica humorística do escritor, jornalista, radialista e

apresentador de TV, Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo de Sergio Porto, cronista

brasileiro por excelência. Após a leitura silenciosa do texto, iniciamos as questões de

compreensão, da mesma forma como fizemos com o texto anterior.

O trabalho foi produtivo. Em debates, os alunos conseguiram associar o texto

da “Velha Contrabandista” com o procedimento do povo brasileiro que tem o hábito de

se indignar com o escândalo menor e deixar o maior acontecer, ou seja, o uso do

dinheiro público para lucros privados e proveito político. Avaliamos isso como um

progresso em termos de compreensão, ou seja, da leitura que vai além do que está

na superfície textual.

Na terceira etapa, trabalhamos com a crônica “Preconceito", postada por Taís

Luso de Carvalho. Na leitura dessa crônica, os estudantes ponderaram sobre o

preconceito no Brasil, argumentando que um país que tem tanta diferença étnica,

religiosa e cultural, deveria lidar com as diferenças de forma mais positiva, mas

infelizmente se constata que vivemos em um país muito preconceituoso e, por conta

disso, muitas injustiças são cometidas: agressões físicas, exclusão social,

intolerâncias. Destacaram que entre os maiores preconceitos se encontram os que

concernem à raça, ou seja, o racismo e a religião. Ainda concluíram que os

preconceitos são características dos indivíduos de pouco conhecimento incapazes de

uma análise serena da realidade. Essa leitura, nesse grau de criticidade, exigiu de

nós um bom tempo de discussão, de questões que pudessem orientar suas reflexões.

Consideramos esse processo importante, para que os próprios alunos possam

aprender a questionar sobre o que leem.

Com a reflexão sobre a crônica e a aplicação à vida, este trabalho foi

proveitoso, contribuindo para a formação pessoal dos alunos, para descobrirem o

valor dos outros, aceitando as diferenças.

Como quarta etapa do trabalho com crônica, ainda outras atividades foram

desenvolvidas, agora utilizando a crônica “Drogas e Violência”, postada por Pedro J.

Bondaczuk, jornalista, radicado em Campinas, mas nascido em Horizontina, Rio

Grande do Sul.

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A compreensão foi desenvolvida por meio das seguintes questões, buscando

orientar a reflexão e a discussão do assunto que consideramos polêmico. Seguem as

questões, objetivando uma leitura menos superficial do texto – a compreensão

discursiva.

Leitura

O que o texto tematiza?

Como lidar com as drogas e a violência?

Que relação tem as drogas com o capitalismo?

Pesquise sobre o narcotráfico na América Latina.

Que medidas poderiam ser tomadas para combater o narcotráfico?

Você considera o narcotráfico como um dos responsáveis pela violência

urbana em nosso país?

Explique essa frase “Não existe o traficante bonzinho”.

Os alunos participaram bastante, dando opinião a respeito da crônica e sobre

os usuários de drogas. Pesquisaram sobre os problemas de saúde provocados pelo

uso indevido das drogas e do próprio corpo. Também refletiram sobre o que subjaz ao

uso da droga – o mercado, o tráfico que a droga gera, o grande interesse pela

manutenção desse mercado que produz milhões e milhões de dólares.

2.2 Reflexões sobre o trabalho com a escrita de crônicas

O trabalho com a escrita foi desenvolvido paralelamente ao trabalho com a

leitura. Quando se trabalhou com a crônica “Pipoca”, os estudantes foram orientados

a produzirem uma crônica com base no mesmo tema, depois os textos foram

enviados aos colegas da sala.

Na segunda crônica - “A Velha Contrabandista” - pesquisaram a biografia de

Stanislaw Ponte Preta e buscaram em jornais notícias relacionadas aos vários tipos

de contrabando, organizando um mural com os recortes das noticias encontradas.

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Trabalhando a terceira crônica - “O Preconceito” - os alunos prepararam o

gênero entrevista e o aplicaram na escola, objetivando levantar dados relacionados

ao preconceito e às práticas de discriminação. A análise desses dados também gerou

produções escritas no gênero comentário crítico.

Os alunos produziram paródias (de músicas ou poesias) e as apresentaram

para os colegas. Nas produções das paródias, a ideia era denunciar e impedir

práticas associadas a preconceito e discriminação.

O resultado de todas as atividades de produção escrita foi muito produtivo em

termos de avanço na modalidade escrita. Além disso, a comunidade escolar elogiou

a iniciativa como uma das alternativas para minorar os problemas que ocorrem nas

instituições de ensino.

Quando trabalhamos com a crônica “Drogas e Violência”, fizemos a seguinte

proposta aos alunos:

Fazer leitura de matérias jornalísticas relacionadas ao tráfico e consumo de

drogas.

Produzir uma crônica, alertando sobre o perigo de ser usuário de drogas, e

socializá-la com os colegas.

Acreditamos que o resultado foi positivo, pois os alunos conseguiram produzir o

gênero crônica.

3 Considerações finais

Com a implementação do projeto e analisando os resultados da aplicação,

pudemos perceber que a crônica é realmente estratégia motivadora para se trabalhar

o ensino de leitura e escrita nas aulas de Língua Portuguesa, pois propicia a

promoção de debates da realidade social, com ampliação da visão de mundo e da

criticidade dos estudantes.

A partir do gênero crônica, pudemos trabalhar em sala de aula, organizando os

alunos em grupos. E isso estimulou os estudantes a partilharem os resultados de

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suas produções, a trocarem impressões sobre os textos produzidos, de modo que as

opiniões dos colegas pudessem colaborar no processo de reescrita dos textos.

Tanto no processo de leitura quanto no de escrita, o trabalho coletivo: as

discussões sobre os temas, a colaboração para a reescrita dos textos, auxiliou a

turma na superação do velho medo de não saber escrever e de ler mal. O medo do

crivo foi sendo substituído por uma disposição gradativamente crescente de participar

das discussões temáticas e de escrever em algum momento. As vantagens objetivas

de lermos e escrevermos em grupo é que as pessoas que se sentem motivadas para

a leitura e a escrita, pois em geral os alunos gostam de conversar sobre o assunto

lido. As ideias dos outros funcionam como contrapontos para as suas.

O trabalho com o gênero crônica ofereceu alternativas que tornou possível, a

partir dele, montar e desenvolver aulas direcionadas à produção de textos escritos.

As propostas de escrita despertaram nos alunos o interesse pela pesquisa,

objetivando ampliar o conhecimento deles sobre as temáticas propostas. Com isso, os

estudantes foram pesquisar na internet, em jornais, revistas, livros, fizeram

entrevistas.

Acreditamos que as orientações para a leitura e a produção de texto - mediada

pelo gênero crônica – podem contribuir de forma significativa para o bom resultado do

trabalho do professor na sala de aula.

Referências

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