leitor imersivo
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Navegar no ciberespaçoO perfil cognitivo do leitor imersivo
Lucia SantaellaSão Paulo: Paulus, 2004
Pesquisadora e professora titular da PUC-SP, doutora emTeoria Literária na PUC-SP (1973) e livre-docente emCiências da Comunicação na ECA-USP (1993). Possui 40livros publicados, entre eles O que é Semiótica? eCultura das Mídias.
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Pesquisa ´Fundamentos biocognitivos dacomunicação. Aplicações nos processos de
navegaçãoµ (CNPq, 1999-2001) Questão: recepção/leitura na internet aciona
processos cognitivos diferentes dos usados na
leitura de texto impresso e de imagens. Pressupostos teóricos: Chartier e Flusser (leitura), W. Benjamin (imagem), Peirce (raciocínio), Nora(ciberespaço), Gibson (percepção).
Método classificatório e comparativo; observação;resolução de problema; entrevistas com usuários:novatos [nenhuma familiaridade]
leigos [sabem acessar a internet]
expertos [total familiaridade]
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A construção do leitor Leitura
expandiu-se da
decodificaçãopara adecifração dasrelações designificaçãoentre palavras eimagens.
Três tipos de leitores[leituras] coexistem:
Contemplativo - palavraescrita e imagem fixa;
Movente - imagens emmovimento e sons;
Imersivo - registrossonoros, visuais eescritos.
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Apocalipse,pergaminho
manuscrito,
séc. III,
Inglaterra
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Leitor contemplativo:Renascimento ao séc. XIX
Os livros eram escritos em mosteiros atéséc. XII e a leitura era em voz alta.
Mudanças causadas por: descoberta datipografia e do papel e conseqüente
reprodução de textos; crescimento daburguesia trouxe novos leitores leigos.
Leitura silenciosa de texto e imagens fixas:feita com o olho e não mais com a voz ±
cria relação íntima com o texto, desligadado mundo.
Leitor pode pegar, levar o livro, ir parafrente e trás, parar e continuar, tempo paraler.
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Leitor movente: séc. XIX,
Revolução Industrial Cidades, multidão, trem, industrialização,
telégrafo, telefone, eletricidade.
Moda,
consumo,
excesso de objetos eestímulos. Mundo em movimento, de deslocamentos
rápidos, migrações, densidade de corpos noespaço.
Perda dos valores históricos e da memória, imediatismo, valorização do novo, transitoriedade.
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Leitor movente: séc. XIX,
Revolução IndustrialMeios que atingem muitos leitores, mas nãosão interativos:
jornais e revistas/organização visual dotexto; fotografia/reprodução de imagens; cinema/imagens em movimento.
Leitor ágil, que decifra fragmentos emovimentos, misturas de signos, tempercepção e atenção aceleradas.
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Leitor imersivo: fim do séc. XX Espaços virtuais/ciberespaço, digitalização de
informações, compressão de dados. Hibridização de linguagens [convergência de
mídias]: escrita, visual e sonora > exigereceptividade global do leitor, uso de todos ossentidos.
Hipertexto: organização da informação de modo
não-linear, multidimensional, que leva a novostextos através de links. Sistema de nexos/nósassociativos conectados de acordo com umdesenho lógico.
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Leitor imersivo: fim do séc. XX Experiência de imersão: concentração e atenção
para a compreensão da informação Leitor determina o que quer ler, em que seqüência
e por quanto tempo, mas nem sempre temmobilidade Leitor precisa saber acessar as informações:
hipertexto, mecanismos de busca, palavras-chave, download, formatação de arquivos
Mídia interativa e dialógica ² leitor ativo, querecebe, através de buscas, descobertas e escolhas, e produz informação [co-autor]
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Pensamento e linguagemTeoria da abdução de Peirce sobre osprocessos de descoberta, estudada
pelos cientistas da cognição e dalinguagem.Quem é Peirce? Doutor em Química,
filósofo e matemático norte-americano(1839-1914), conhecido pelos estudosde Lógica e Filosofia da Linguagem.
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Todo pensamento é indissociado da percepção e da ação.
Raciocínio e navegação
R acioc¶nio no processo de descoberta:
percep½opensamento
l²gicoa½o
R acioc¶nio na internet:
percep½o dofluxo de signos
racioc¶nio einferncia
decis¾es e
a¾es
interativas
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Teoria peirciana da percepção
a percepção é a porta de entrada dopensamento lógico e a ação é a saída
percepto percipuum ju¶zo
perceptivo
objeto da
percep½o
maneira como
o percepto
apreendido
pelos nossos
²rg½os
sens²rios
interpreta½o
da percep½o;
uma
inferncia
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Percurso do raciocínio
est¶mulosperceptivos
generaliza¾esou premissas
conclus¾es
[proposi¾es queexpressam
percep¾es]
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Tipologia do leitor da internetQual é o papel desempenhado por cada tipo deraciocínio no processo da navegação?
perfil do
leitor
raciocínio tipo de
navegação
NOVATO abdução ERRANTE
LEIGO indução DETETIVE
EXPERTO dedução PREVIDENTE
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Novato: navegador errante
raciocínio abdutivoAbdução: corresponde ao ato criativo delevantar hipóteses para explicar um fato.
Abdução é ´um instinto racionalµ: capacidadede adivinhar as leis da natureza e de reagiradequadamente às condições do ambiente.
Hábitos de inferência: a passagem dapremissa/generalização à conclusão é guiadapor um hábito.
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Navegador errante
raciocínio abdutivoDiante de um fato chega-se a uma hipóteseexplicativa:
Fato: Há fósseis de peixes no interior de umpaís.
Hipótese: Haveria mar sobre essas terras.
Navegador novato:Fato: Ao mexer o mouse, observa que umponto se ilumina.Hipótese: Infere que deve clicar lá, pois a
diferença de cor deve indicar algo.
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Perfil do navegador errante modo errante = ensaio e erro = adivinhação
das ações.
errante porque anda sem rumo, adesorientação faz parte do jogo. navegação ao acaso por meio de hipóteses,
as adivinhações bem-sucedidas o encorajam.
a navegação é uma aventura, umaexploração. o caminho vale mais do que a chegada.
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Navegador errante: problemasAmbientes virtuais se dizem amigáveis, no entanto as interfaces não são
semelhantes às experiências anterioresde leitura/escrita de textos e imagens.Além da leitura das informações,
precisamos ler o modo de operação docomputador.
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Navegador errante: problemas
alto grau de frustração causado pelo falta deêxito na navegação.
erros e desorientação produzem abalo àautoconfiança, levando à frustração e àdesistência, e até a uma atitude de desprezocomo uma forma de defesa.
se não desiste, torna-se um navegadorerrante: desconhece os procedimentos, masusa a adivinhação, movido pela formulaçãode hipóteses e pelo prazer das descobertas.
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Leigo: navegador detetive
raciocínio indutivo Indução: a partir da observação de alguns
fatos, se infere a existência de fatos
semelhantes aos observados e uma regrageral. Processo de raciocínio que traz a
contribuição da experiência para a conclusão.
Já se tem alguma problematização e parte-se para a observação dos fatos para obteruma confirmação da hipótese.
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Navegador detetive
raciocínio indutivo Fato: Esses feijões são desse saco. Conclusão: Os feijões são brancos.
Generalização: Todos os feijões desse sacosão brancos.
Navegador leigo:
Mecanismos de busca indicam a opção debusca refinada. Ao realizar essa ação, onavegador leigo aprenderá a fazer essecaminho.
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Perfil do navegador detetive
Navegar como um detetive é aprender com aexperiência, que vai transformando adificuldade em estratégia de aprendizado.
O navegador detetive experimenta tendo emvista um objetivo, fundamentado porinferências indutivas > uma ação leva aresultado positivo que é convertido em regraa ser aplicada em situações semelhantes.
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Navegador detetive: problemas
A ordenação associativa se estabelecedurante a navegação: conectividade
autodirigida (Castells, 2003). Tendência à dispersão é característica na
internet: a cada interrupção na busca, voltaa ser navegador errante, através de
associações descontínuas, vai de ´de salsichaa Platãoµ (Eco, 1998).
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Experto: navegador previdente
raciocínio dedutivo
Dedução: parte-se de uma regra gerale de um fato observado e deduz-se
uma propriedade desse fato. O raciocínio é conduzido por um hábito
ou uma associação.
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Navegador previdente
raciocínio dedutivo Generalização: Todos os feijões desse saco
são brancos.
Fato: Esses feijões são desse saco. Conclusão: Esses feijões são brancos.
Navegador experto:
O navegador sabe que, para fazer downloads, é preciso conhecer as regras e então aplicá-las.
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Perfil do navegador previdente
Internalizou as regras da navegação: pormeio de associações e hábitos inferiu que asregras levam a ações.
Pode antecipar as conseqüências das açõesporque conhece as regras.
Reconhece imediatamente a situação eexecuta o procedimento associado a essasituação.
Navegação é uma seqüência de açõesrotineiras, segue um percurso previsível.
Situações desconhecidas o tornam detetiveou errante.
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Categorias da leitura - Flusser
Flusser (1987) fez uma categorização da leituraque independe do suporte [jornais, livros, filmes, placas, cartazes]:
² Sobrevoar apressado² Farejar desconfiado² Desdobrar cuidadoso
Santaella associou esses tipos aos que pesquisou:
Sobrevoar apressado - errante - abdutivoFarejar desconfiado - detetive - indutivoDesdobrar cuidadoso - previdente - dedutivo
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Caracterização da navegação
perfil do leitor racioc·nio tipo de navega¨¾o como navega
NOVATO abdu¨¾o ERRANTE guia-se pela adivinha¨¾o
LEIGO indu¨¾o DETETIVE aprende pela experincia
EXPERTO dedu¨¾o PREVIDENTE conhece conseqncias das a¨¿es
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Leitor imersivo: questões
Seria um leitor de fragmentos, voltado paraa ação de navegar no lugar da reflexão,
incapaz de ler um texto inteiro? A leitura na tela é uma atividade de umleitor sem corpo? Em que só a mente éativada?
Não podemos pensar o digital emcomparação com a escrita e a imagem.
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Prontidão perceptivapapel dos sentidos na navegação
Peirce: processos perceptivos são a entrada da cognição -o sistema cognitivo registra, transforma e age sobre osestímulos sensórios.
Gibson (1966): Teoria Ecológica da Percepção - apercepção vem de um conjunto de sensações; órgãos desentido se interrelacionam; mesma informação é captadapor combinação de sistemas perceptivos.
Os 5 sentidos [tato, olfato, visão, audição e paladar]
agem como sistemas integrados: órgãos sensores - olho, ouvido, nariz, boca, pele ², e também músculos, articulações e terminações nervosas.
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Sistema háptico [tato] Atividade: exploração. Modo de operação: tatear, apalpar. É usado para
sentir, para apreender significado, e também paraagir.
Receptores: mecânicos e térmicos. Órgãos: pele, ligamentos, músculos e tendões. Localização: em todo o corpo, na pele e sob a pele,
palmas das mãos e pés.
Fornece informações em 3 dimensões. Aprendizagem: através da prática, melhora a ação e
a percepção.
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Prontidão perceptivapapel dos sentidos na navegação
Necessidade de ação/exploração noambiente virtual: leitor deve saber ler os
signos do ambiente para agir e deve agirpara apreender os significados. Imersão vem da captação visual e da
sensibilidade tátil. Percepção e inferênciaaliam-se aos movimentos das mãos e olhos.
Interação da exploração sensório-motoracom a capacidade de decodificar signos doconteúdo informacional e conceitual.
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Interação e dialogismo no
ciberespaço Bakhtin e Peirce: a linguagem é umaatividade social vista no tempo e no espaço;toda ação de produção de sentido está
inserida numa rede que se estende aopassado e conecta os indivíduos no presente.
Diálogo: o que dá sentido à linguagem é ainteração entre as ´vozesµ. O sentido não
está armazenado nos indivíduos, mas narelação. Sentido é movimento. Ele subsisteao seu contexto, ao seu tempo.
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Interação e dialogismo no
ciberespaço No ciberespaço, assim como as
operações externalizam as operações
mentais, a interatividade externaliza aessência do dialogismo, potencializa oimpulso gregário de compartilhamento
e de religação comunitária. Memória compartilhada cresce com afreqüência de trocas.
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Leitor imersivo: um novo
modo de ler Leitura dinâmica, nômade, fragmentada, de textos que nuncachegam ao fim, acessados por umalógica associativa, de percursoscognitivos pessoais.
Mapa sem periferia nem centro,
potencialmente infinito, em que oleitor desconhece o lugar que ocupa.
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Traços do leitor imersivo Une o errante, o detetive e o previdente. A sensibilidade do leitor imersivo vem sendo
preparada pela experiência com a fragmentaçãodas imagens, sons e textos escritos da vida urbana.
A interatividade é sua grande marca; envio eresposta quase imediato. Interatividade: diálogo ao vivo - duas
subjetividades mediadas pela linguagem Peirce/Bakhtin: linguagem é um fluxo contínuo
criado e vivido na sociedade, que se aproxima e seafasta de nós temporalmente - nós estamos nalinguagem e não a linguagem está em nós. Osentido está na relação, é a linguagem emmovimento.
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Traços do leitor imersivo Computador há externalização das operações mentais -
reflexão, resolução de problemas, rememoração eassociação (Manovich)
No ciberespaço: há fluxo constante de signos, a
interatividade se assemelha à da linguagem(Peirce/Bakhtin) - compartilhamento, diálogo ampliado Ambiente de imagens em movimento Transformações sensórias, perceptivas e cognitivas: lê,
ouve e vê ao mesmo tempo; mudança de ritmo e
direção nas reações Simultaneidade de operações: observar, entender, reconhecer, buscar, escolher, elaborar e agir
Leitura veloz, com o olhar saltando de um ponto aoutro, fazendo combinações fugazes