lei de introdução às normas do direito brasileiro · pdf filepara que...
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TERMINOLOGIA
Decreto-Lei nº 4.657, de 04 de setembro de 1942
Nasceu: Lei de Introdução ao Código Civil
Virou: Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro pela Lei nº 12.376, de
30 de setembro de 2010.
Para que serve?
Trata-se de uma norma que trata do processo de criação, aplicação e interpretação das
normas!
Trata-se, portanto, de um conjunto de normas sobrenormas, visto que disciplina as próprias normasjurídicas, determinando seu modo de aplicação eentendimento no tempo e no espaço.
É um manual de como devem ser elaboradas asleis, assim como, fixa os parâmetros quanto àelaboração, vigência e eficácia das leis.
Finalidade
Tem a função evitar o subjetivismo, bem como: a) determinar o início da obrigatoriedade das leis (1º);
b) regular a vigência e eficácia das normas jurídicas (1º e 2º);
c) obrigatoriedade da lei (3º);
d) integração da norma legal (4º);
e) interpretação da lei (5º);
f) direito intertemporal (6º);
g) direito internacional (7º a 17).
Fontes do direito
Vem de fons-tis,significandonascente deágua, aquilo quese origina ouproduz.
Para o direito,trata-se de ondeeste deriva.
Fontes materiais
Tratam-se, não só dos fatores sociais, queabrangem os históricos, os religiosos, osnaturais, os demográficos, os higiênicos, ospolíticos, os econômicos e os morais, assimcomo, os valores de cada época – ordem,segurança, paz social e justiça – dos quais fluemas normas jurídico-positivas.
Tratam-se dos elementos que emergem daprópria realidade social e dos valores queinspiram o ordenamento jurídico
Fontes materiais
Lei nº 9.278, de 10 de maio de 1996, fixa:
Art. 1º É reconhecida como entidade familiar a convivênciaduradoura, pública e contínua, de um homem e umamulher, estabelecida com objetivo de constituição defamília.
(...)
Art. 5° Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou porambos os conviventes, na constância da união estável e atítulo oneroso, são considerados fruto do trabalho e dacolaboração comum, passando a pertencer a ambos, emcondomínio e em partes iguais, salvo estipulação contráriaem contrato escrito.
Fontes materiais
Lei nº 11.804, de 05 de novembro de 2008, dita:
Art. 1o Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a
forma como será exercido.
(...)
Art. 2o Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores
suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e
que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as
referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica,
exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais
prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do
médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.
Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à
parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai,
considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela
mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos.
Fontes formais, diretas ou imediatas
Fontes materiais, tratam
do fundamento.
E as fontes formais, do
que tratam?
Fontes formais, diretas ou imediatas
É o veículo pelo qual tais
vontades sociais se
expressam, isto é, os
modos de formação e de
revelação das normas
jurídicas.
Fontes formais, diretas ou imediatas
São constituídas:
pela lei
pela analogia
pelos costumes
pelos princípios gerais de direito
Fontes formais, diretas ou imediatas
É criada pelo Estado e a todos é imposta,
sob pena de determinada sanção, isto é,
assume forma imperativa!
Basta ver o art. 5º, inc. II da CF/88:
Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
Fontes não formais, indiretas ou mediatas
Trata-se da doutrina e da jurisprudência,
que não geram por si só regra jurídica,
mas acabam contribuindo para a sua
elaboração.
Tratam-se de fontes do direito na medida
em que, traduzem a todos que a utilizam
a convicção jurídica.
Fontes não formais, indiretas ou mediatas
A título de exemplo, pode-se mencionar aprova emprestada. A qual de tão utilizada,não se percebe que não possui previsão legal.
Do ponto de vista formal é uma prova atípica,porque o juiz do processo adquire umconhecimento que não lhe chegou pelas vias,por assim dizer, habituais. Isto é, chegou-lhede segunda mão, pois ele o obtémaproveitando algo que acontecera noutroprocesso.
Vigência da lei no tempo
Ciclo de vida da Lei:
Nasce
Aplica-se
Permanece em vigor até ser revogada
Código Civil de 2002, Lei nº 10.406, de 10 dejaneiro de 2002, em seu art. 2.045 firmou que:
Art. 2.045. Revogam-se a Lei no 3.071, de 1o dejaneiro de 1916 - Código Civil e a Parte Primeira doCódigo Comercial, Lei no 556, de 25 de junho de1850.
Vigência da lei no tempo
Processo de criação da lei
1ª Fase: Elaboração ou de iniciativa
CF/88, art. 61: A iniciativa das leiscomplementares e ordinárias cabe a qualquermembro ou Comissão da Câmara dosDeputados, do Senado Federal ou do CongressoNacional, ao Presidente da República, aoSupremo Tribunal Federal, aos TribunaisSuperiores, ao Procurador-Geral da República eaos cidadãos, na forma e nos casos previstosnesta Constituição.
Vigência da lei no tempo
Processo de criação da lei
2ª Fase: Discussão e aprovação
CF/88, art. 65: O projeto de lei aprovado por uma
Casa será revisto pela outra, em um só turno de
discussão e votação, e enviado à sanção ou
promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou
arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado,
voltará à Casa iniciadora.
Vigência da lei no tempo
Processo de criação da lei
3ª Fase: Promulgação
A promulgação é a declaração oficial
de que a lei existe, é autentica e está
pronta para ser executada.
Vigência da lei no tempo
Processo de criação da lei
4ª Fase: Sanção
Que é chancela (assinatura) do
Presidente da República de que concorda
com a Lei.
Em caso de não concordar com os termos
da Lei, poderá vetar.
Vigência da lei no tempo
Processo de criação da lei
5ª Fase: Publicação
A publicação constitui o meio em face do
qual se transmite a lei promulgada aos
seus destinatários. É o ato de
comunicação oficial. É condição para a lei
entrar em vigor e tornar-se eficaz
Vigência da lei no tempo
LINDB, art. 1º:
Salvo disposição contrária, a
lei começa a vigorar em todo
o país quarenta e cinco dias
depois de oficialmente
publicada.
Vigência da lei no tempo
A LINDB trata de prazo residual. Em
regra a própria lei deve assinalar o
prazo de sua vacatio legis.
De se ver o Código Civil de 2002, em
seu art. 2.044 que fixou:
Este Código entrará em vigor 1 (um)
ano após a sua publicação.
Vigência da lei no tempo
O prazo da vacatio legis atualmente é
regulada pelo art. 8º da Lei Complementar nº
95, de 26.02.1998, que trata da vigência das
leis e, fixa que a vigência da lei será indicada
de forma expressa e de modo a contemplar
prazo razoável para que dela se tenha
amplo conhecimento, reservada a cláusula
‘entra em vigor na data de sua publicação’
para as leis de pequena repercussão.
Vigência da lei no tempo
No que concerne à contagem do prazo, assinalao § 1º de dito artigo que, a contagem do prazopara entrada em vigor das leis que estabeleçamperíodo de vacância far-se-á com a inclusão dadata da publicação e do último dia do prazo,entrando em vigor no dia subseqüente àconsumação integral.
O § 2º: as leis que estabeleçam período devacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entraem vigor após decorridos (o número de) dias desua publicação oficial.
Vigência da lei no tempo
Assinala o § 3º do art. 1º que se antes de
entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação
de seu texto, destinada a correção, o prazo
deste artigo e dos parágrafos anteriores
começará a correr da nova publicação.
Por sua vez, o § 4º do mesmo artigo, fixa que
as correções a texto de lei já em vigor
consideram-se lei nova.
Revogação
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária,a lei terá vigor até que outra a modifique ourevogue.
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quandoexpressamente o declare, quando seja comela incompatível ou quando reguleinteiramente a matéria de que tratava a leianterior.
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposiçõesgerais ou especiais a par das já existentes, nãorevoga nem modifica a lei anterior.
Revogação
A revogação nada mais é senão a
cessação da vigência de uma norma
legal, através do advento de uma nova lei.
A revogação é gênero, sendo espécies:
ab-rogação, que trata da supressão total da
norma legal anterior por lei nova;
derrogação que ocorre quando a nova lei
torna sem efeito apenas parte do texto legal
anterior.
Revogação
Expressa: quando a lei nova expressamentemencionar que a anterior está revogada Art. 2.045 do CC/02: revogam-se a Lei 3.071, de 1º
de janeiro de 1916 – Código Civil e a Primeira Partedo Código Comercial, Lei 556, de 25 de junho de1850.
Tácita: Nova norma for incompatível com aanterior, não havendo previsão quanto a suarevogação. O CC/02 não revogou leis especiais, atualmente
incompatíveis com sua sistemática, como é o caso daLei de Condomínio e Incorporação (Lei nº 4.591/67).
Revogação
Normas só podem ser revogadas por normaequivalente à revogada.
Lei ordinária jamais poderá ab-rogar ou mesmoderrogar o contido na norma constitucional.
Aliás, a este respeito, importante fixar osprincípios gerais:
Lex posteriore derrogat lex anteriore
Lex superior derogat legi inferiori
Lex specialis derrogat lex generale
Espécie de revogação
Quanto à sua extensão
Total ou ab-rogação
Parcial ou derrogação
Quanto à forma de sua
execução
Expressa
Tácita
Incompatibilidade das disposições novas com as já existentes:
critério cronológico
(lex posterior derogat legi priori)
Incompatibilidade com a mudança havida na CF: critério
hierárquico
(lex superior derogat legi inferiori)
Prevalência da lei especial sobre a geral: critério da especialidade
(lex specialis derogat legigenerali)
Repristinação das leis
Se a Lei „A‟ é revogada pela
Lei „B‟ e, em seguida, vem
a Lei „C‟ e revoga a Lei „B‟,
se restauram os efeitos da
Lei „A‟?
Repristinação das leis
O § 3º do art. 2º afirma que
salvo disposição em
contrário, a lei revogada
não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a
vigência.
Vigência da lei no espaço
Via de princípio as normas possuem
seu campo de aplicação limitado no
espaço pelas fronteiras do Estado
que a promulgou.
Trata-se do princípio da
territorialidade da lei, segundo o
qual no Brasil somente se pode
aplicar a norma jurídica nacional.
Vigência da lei no espaço
Em vista da soberania estatal, a norma temaplicação dentro do território delimitado pelasfronteiras do Estado. Esse princípio daterritorialidade, entretanto, não é absoluto. A cadadia é mais acentuado o intercâmbio entreindivíduos pertencentes a Estados diferentes.
Para tanto, o Brasil adota o sistema daterritorialidade moderada, cuja aplicação serámelhor explicado abaixo, quando da eficácia dasleis no espaço.
4. Obrigatoriedade das normas
Art. 3o: Ninguém se
escusa de cumprir a
lei, alegando que
não a conhece.
4. Obrigatoriedade das normas
Art 1º Constitui crime: (...) b)
Produzir açúcar em fábrica
clandestina, na forma
estabelecida nos arts. 20, 22 e
30 do Decreto-lei nº 1.831, de
4.12.1939;
4. Obrigatoriedade das normas
CONSIDERANDO que a produção clandestina de açúcar e de álcool, seu
transporte e sua comercialização envolvem aspectos que dizem respeito à
segurança Nacional; ocasiona a desmoralização do comércio legítimo
provocando o aviltamento do mercado, gerando sérios problemas de
natureza social, inclusive em relação aos trabalhadores agrícolas e aos
produtores de cana;
CONSIDERANDO que é de relevante e inadiável importância a
recuperação da economia da agro-indústria açucareira, o que sòmente se
conseguirá mediante a normalização do comércio açucareiro;
CONSIDERANDO que as diversas medidas para corrigir as irregularidades
havidas nesse setor da economia não têm proporcionado resultados
eficazes que a conjuntura atual exige;
CONSIDERANDO que é imperioso qualificar a produção clandestina de
açúcar e de álcool, seu transporte e sua comercialização dentro do ilícito
penal, resolve baixar o seguinte decreto-lei:
5. Eficácia das leis
5.1 Eficácia das leis no tempo
A lei tem seu período de vida, nascendo,
vigendo e morrendo.
A questão é: quando uma lei é revogada,
qual será o tratamento jurídico a ser
dispensado aos fenômenos fáticos que se
formaram no tempo de sua vigência e que
continuarão se desenvolvendo mesmo
depois do advento da nova lei?
5. Eficácia das leis
5.1 Eficácia das leis no tempo
Art. 6º: A Lei em vigor terá
efeito imediato e geral,
respeitados o ato jurídico
perfeito, o direito
adquirido e a coisa
julgada.
5. Eficácia das leis
5.1 Eficácia das leis no tempo
O que é?
Ato jurídico perfeito
Direito adquirido
Coisa julgada
Ato jurídico perfeito
1º Reputa-se ato jurídico
perfeito o já
consumado segundo a
lei vigente ao tempo
em que se efetuou.
Direito adquirido
§ 2º Consideram-se adquiridos assim
os direitos que o seu titular, ou
alguém por êle, possa exercer, como
aquêles cujo comêço do exercício
tenha têrmo pré-fixo, ou condição
pré-estabelecida inalterável, a arbítrio
de outrem.
Coisa julgada
§ 3º Chama-se coisa
julgada ou caso julgado
a decisão judicial de
que já não caiba
recurso.
5. Eficácia das leis
5.1 Eficácia das leis no tempo
Cumpre advertir que a CF/88, em
seu art. 5º, inc. XXXVI, repetindo
o preceito da LINDB fez constar
que a lei não prejudicará o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e
a coisa julgada.
5. Eficácia das leis
5.1 Eficácia das leis no tempo
Admitir-se-á a aplicação da lei nova aos casos
passados (a retroatividade) quando:
i) houver expressa previsão na lei,
determinando sua aplicação a casos
pretéritos (ou seja, no silêncio da lei,
prevalece a irretroatividade);
ii) desde que essa retroatividade não
ofenda o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.
Retroatividade benigna
Neste sentido assinala o art. 5º,
inc. XL da CF/88 que a lei penal
não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu.
No direito tributário, é o art. 106
do Código Tributário Nacional
que trata do assunto.
5. Eficácia das leis
5.2 Eficácia das leis no espaço
As normas brasileiras
valem no exterior?
E o contrário, aplica-se?
5. Eficácia das leis
5.2 Eficácia das leis no espaço
Regras da territorialidade:
LINDB, arts. 8º e 9º
Regras da extraterritorialidade
LINDB, arts. 7º, 10, 12 e 17
5. Eficácia das leis
5.2 Eficácia das leis no espaço
Pela territorialidade, a norma jurídica
aplica-se ao território do Estado,
estendendo-se às embaixadas,
consulados, navios de guerra, onde quer
se encontrem, navios mercantes em
águas territoriais ou em alto-mar, navios
estrangeiros (menos os de guerra em
águas territoriais) e aeronaves no espaço
aéreo do Estado
5. Eficácia das leis
5.2 Eficácia das leis no espaço
Pela extraterritorialidade, a norma é aplicadaem território de outro Estado, segundo osprincípios e convenções internacionais.
É um privilégio pelo qual certas pessoasescapam à jurisdição do Estado em cujoterritório se achem, submetendo-se apenas àjurisdição do seu país. A norma estrangeirapassa a integrar momentaneamente o direitonacional, para solucionar determinado casosubmetido à apreciação.
5.2.1 Estatuto pessoal e a lex domicilli
Para que a norma estrangeira seja
acolhida no território brasileiro é
necessário uma regra de conexão, isto é,
um elemento para definir as hipóteses em
que a legislação estrangeira poderá surtir
efeitos concretos no território nacional.
A LINDB adota como regra de conexão o
chamado estatuto pessoal.
5.2.1 Estatuto pessoal e a lex domicilli
Art. 7o A lei do país em que
domiciliada a pessoa
determina as regras sobre o
começo e o fim da
personalidade, o nome, a
capacidade e os direitos de
família.
5.2.1 Estatuto pessoal e a lex domicilli
Uma brasileira e um estrangeiro residente em seupaís pretenderem casar-se no Brasil, tendoambos vinte anos de idade, e a lei do país deorigem do noivo exigir o consentimento dos paispara o casamento de menores de vinte e doisanos, como acontece na Argentina, precisará eleexigir tal autorização, por aplicar-se no Brasil a leide seu domicílio.
No entanto, dispensável será tal autorização se onoivo estrangeiro aqui tiver domicílio. Aplicar-se-áa lei brasileira, porque o casamento realizar-se-áno Brasil e o estrangeiro encontra-se aquidomiciliado.
5.2.1 Estatuto pessoal e a lex domicilli
Art. 8o Para qualificar os
bens e regular as relações
a eles concernentes,
aplicar-se-á a lei do país
em que estiverem situados.
5.2.1 Estatuto pessoal e a lex domicilli
Art. 10 (...) § 2o A lei
do domicílio do
herdeiro ou legatário
regula a capacidade
para suceder.
5.2.1 Estatuto pessoal e a lex domicilli
Art. 11. As organizações
destinadas a fins de
interesse coletivo, como as
sociedades e as fundações,
obedecem à lei do Estado
em que se constituirem.
5.2.1 Estatuto pessoal e a lex domicilli
Art. 12. É competente a
autoridade judiciária
brasileira, quando for o réu
domiciliado no Brasil ou
aqui tiver de ser cumprida a
obrigação.
5.2.2 Casamento realizado no Brasil
Pelos termos do § 1º do art. 7º da LINDB
realizando-se o casamento no Brasil, será
aplicada a lei brasileira quanto aos
impedimentos dirimentes e às formalidades
da celebração.
Assim, mesmo que estrangeiros, a lei
brasileira será aplicável, inclusive no tocante
aos impedimentos dirimentes, absolutos e
relativos.
5.2.2 Casamento realizado no Brasil
Art. 1.521: Não podem casar: I - os ascendentes com os descendentes, seja o
parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e oadotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demaiscolaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado porhomicídio ou tentativa de homicídio contra o seuconsorte.
5.2.3 Casamento de estrangeiros
Assinala o § 2º do art. 7º da LINDB que
o casamento de estrangeiros poderá
celebrar-se perante autoridades
diplomáticas ou consulares do país de
ambos os nubentes.
Assim sendo, o casamento será
celebrado segundo a lei do país do
celebrante.
5.2.4 Regime de bens e divórcio
O regime de bens também será fixado pelo
domicílio.
É o que dita o § 4º do art. 7º: O regime de
bens, legal ou convencional, obedece à lei
do país em que tiverem os nubentes
domicílio, e, se este for diverso, a do
primeiro domicílio conjugal. Se os domicílios
forem diversos, aplica-se a regra do § 3º, isto
é, o do primeiro domicílio.
5.2.4 Regime de bens e divórcio
Art. 7º (...) § 6º O divórcio realizado no estrangeiro,se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, sóserá reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano dadata da sentença, salvo se houver sido antecedida deseparação judicial por igual prazo, caso em que ahomologação produzirá efeito imediato, obedecidasas condições estabelecidas para a eficácia dassentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunalde Justiça, na forma de seu regimento interno, poderáreexaminar, a requerimento do interessado, decisõesjá proferidas em pedidos de homologação desentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, afim de que passem a produzir todos os efeitos legais.
SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA.BIGAMIA. CASAMENTO CELEBRADO NO BRASIL EANULADO PELA JUSTIÇA JAPONESA.HOMOLOGAÇÃO NEGADA. 1. A bigamia constituicausa de nulidade do ato matrimonial, tanto pelalegislação japonesa, como pela brasileira, mas, umavez realizado o casamento no Brasil, não pode ele serdesfeito por Tribunal de outro país, consoante dispõeo § 1º do art. 7º da Lei de Introdução ao Código Civil.2. Precedente do STF - SEC 2085. 3. Pedido dehomologação negado. (SEC 1.303/JP, Rel. MinistroFERNANDO GONÇALVES, CORTE ESPECIAL,julgado em 05/12/2007, DJ 11/02/2008, p. 51)
5.2.5 Sucessão causa mortis
Também se rege pelo domicílio asucessão causa mortis, conformeassinala o art. 10 da LINDB.
Confira-se: A sucessão por morte oupor ausência obedece à lei do paísem que domiciliado o defunto ou odesaparecido, qualquer que seja anatureza e a situação dos bens.
5.2.6 Competência da autoridade judiciária
Art. 12. É competente a autoridade judiciáriabrasileira, quando for o réu domiciliado no Brasilou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira competeconhecer das ações relativas a imóveis situadosno Brasil.
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá,concedido o exequatur e segundo a formaestabelecida pele lei brasileira, as diligênciasdeprecadas por autoridade estrangeiracompetente, observando a lei desta, quanto aoobjeto das diligências.
Promessa de recompensa
PROCESSO CIVIL E INTERNACIONAL - RECURSO ORDINÁRIO
- COMPETÊNCIA DO STJ - ESTADO ESTRANGEIRO -
PROMESSA DE RECOMPENSA - CIDADÃO BRASILEIRO -
PARANORMALIDADE - AÇÃO ORDINÁRIA VISANDO AO
RECEBIMENTO DA GRATIFICAÇÃO - COMPETÊNCIA
CONCORRENTE DA JUSTIÇA BRASILEIRA - IMUNIDADES DE
JURISDIÇÃO E EXECUÇÃO - POSSIBILIDADE DE RENÚNCIA -
CITAÇÃO/NOTIFICAÇÃO DO ESTADO RÉU - NECESSIDADE -
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO -
AFASTAMENTO - RECURSO PROVIDO. (...) (RO . 39/MG, Rel.
Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, julgado em
06/10/2005, DJ 06/03/2006, p. 387)
5.2.7 Execução no Brasil de sentença
proferida no estrangeiro
Art. 15. Será executada no Brasil a sentençaproferida no estrangeiro, que reuna os seguintesrequisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-selegalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida dasformalidades necessárias para a execução no lugarem que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada STJ
Art. 12 (...) § 2o A autoridade
judiciária brasileira cumprirá,
concedido o exequatur e segundo a
forma estabelecida pele lei brasileira,
as diligências deprecadas por
autoridade estrangeira competente,
observando a lei desta, quanto ao
objeto das diligências.
Caso: Dívida de jogo
Art. 105. Compete ao Superior
Tribunal de Justiça: (...) i) a
homologação de sentenças
estrangeiras e a concessão de
exequatur às cartas
rogatórias;
Observação obrigatória:
Art. 17. As leis, atos e sentenças
de outro país, bem como
quaisquer declarações de
vontade, não terão eficácia no
Brasil, quando ofenderem a
soberania nacional, a ordem
pública e os bons costumes.
Fundamento
Art. 814. As dívidas de jogo ou
de aposta não obrigam a
pagamento; mas não se pode
recobrar a quantia, que
voluntariamente se pagou, salvo
se foi ganha por dolo, ou se o
perdente é menor ou interdito.
Questão
Eventual dívida de jogo,
contraída nos EUA poderia
receber do STJ o exequatur,
isto é, a chancela de que
pode-se cobrar o brasileiro
devedor no Brasil?