lei 12a/2008, de 27 fevereiro

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  • 8/7/2019 Lei 12A/2008, de 27 Fevereiro

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    DI RIODA REPBL

    I SRIE

    Quarta-feira, 27 de Fevereiro de 2008 Nmero 41

    NDICE

    SUPLEMENTO

    Assembleia da RepblicaLei n. 12-A/2008:

    Estabelece os regimes de vinculao, de carreiras e de remuneraes dos trabalhadoresque exercem funes pblicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1326-(2)

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    1326-(2) Dirio da Repblica, 1. srie N. 41 27 de Fevereiro de 2008

    ASSEMBLEIA DA REPBLICA

    Lei n. 12-A/2008

    de 27 de Fevereiro

    Estabelece os regimes de vinculao, de carreirase de remuneraes

    dos trabalhadores que exercem funes pblicas

    A Assembleia da Repblica decreta, nos termos daalneac) do artigo 161. da Constituio, o seguinte:

    TTULO IObjecto e mbito de aplicao

    Artigo 1.Objecto

    1 A presente lei define e regula os regimes de vin-culao, de carreiras e de remuneraes dos trabalhadoresque exercem funes pblicas.

    2 Complementarmente, a presente lei define o regimejurdico-funcional aplicvel a cada modalidade de consti-tuio da relao jurdica de emprego pblico.

    Artigo 2.mbito de aplicao subjectivo

    1 A presente lei aplicvel a todos os trabalhado-res que exercem funes pblicas, independentemente damodalidade de vinculao e de constituio da relaojurdica de emprego pblico ao abrigo da qual exercemas respectivas funes.

    2 A presente lei tambm aplicvel, com as necess-rias adaptaes, aos actuais trabalhadores com a qualidadede funcionrio ou agente de pessoas colectivas que seencontrem excludas do seu mbito de aplicao objectivo.

    3 Sem prejuzo do disposto na alneaa) do n. 1 doartigo 10., a presente lei no aplicvel aos militares dasForas Armadas e da Guarda Nacional Republicana, cujosregimes de vinculao, de carreiras e de remuneraesconstam de leis especiais.

    4 As leis especiais de reviso dos regimes de vin-culao, de carreiras e de remuneraes referidas no n-mero anterior obedecem aos princpios subjacentes aosartigos 4. a 8., n.os1 a 3 do artigo 9., artigos 25. a 31.,40. e 41., n.os1 a 4 do artigo 42., n.os1 e 2 do artigo 43.,n. 1 do artigo 45., artigos 46., 47. e 50., n.os1 e 3 doartigo 66., artigo 67., n.os 1 e 2 do artigo 68., n. 1 doartigo 69., artigos 70., 72., 73., 76. a 79., 83. e 84.,n. 1 do artigo 88., artigos 101. a 103., n.os1 a 3 do ar-tigo 104., artigo 109., n. 1 do artigo 112., artigos 113. e114., n.os1 a 3 e 6 a 10 do artigo 117. e artigo 118., com asadaptaes impostas pela organizao das Foras Armadasou da Guarda Nacional Republicana e pelas competnciasdos correspondentes rgos e servios.

    Artigo 3.mbito de aplicao objectivo

    1 A presente lei aplicvel aos servios da adminis-trao directa e indirecta do Estado.

    2 A presente lei tambm aplicvel, com as necess-rias adaptaes, designadamente no que respeita s com-petncias em matria administrativa dos correspondentesrgos de governo prprio, aos servios das administraesregionais e autrquicas.

    3 A presente lei ainda aplicvel, com as adaptaesimpostas pela observncia das correspondentes compe-tncias, aos rgos e servios de apoio do Presidente daRepblica, da Assembleia da Repblica, dos tribunais edo Ministrio Pblico e respectivos rgos de gesto e deoutros rgos independentes.

    4 A aplicabilidade da presente lei aos servios pe-rifricos externos do Estado, quer relativamente aos tra-balhadores recrutados localmente quer aos que, de outraforma recrutados, neles exeram funes, no prejudicaa vigncia:

    a) Das normas e princpios de direito internacional quedisponham em contrrio;

    b) Dos regimes legais que sejam localmente aplicveis; ec) Dos instrumentos e normativos especiais de mobi-lidade interna.

    5 Sem prejuzo do disposto no n. 2 do artigo ante-rior, a presente lei no aplicvel s entidades pblicasempresariais nem aos gabinetes de apoio quer dos mem-bros do Governo quer dos titulares dos rgos referidosnos n.os2 e 3.

    TTULO IIGesto dos recursos humanos

    Artigo 4.Planificao da actividade e dos recursos

    1 Tendo em considerao a misso, as atribuies,a estratgia, os objectivos superiormente fixados, as com-petncias das unidades orgnicas e os recursos financeirosdisponveis, os rgos e servios planeiam, aquando dapreparao da proposta de oramento, as actividades, denatureza permanente ou temporria, a desenvolver du-rante a sua execuo, as eventuais alteraes a introduzir nas unidades orgnicas flexveis, bem como o respectivomapa de pessoal.

    2 Os elementos referidos no nmero anterior acom-panham a respectiva proposta de oramento.

    Artigo 5.Mapas de pessoal

    1 Os mapas de pessoal contm a indicao do nmerode postos de trabalho de que o rgo ou servio carece parao desenvolvimento das respectivas actividades, caracteri-zados em funo:

    a) Da atribuio, competncia ou actividade que o seuocupante se destina a cumprir ou a executar;

    b) Do cargo ou da carreira e categoria que lhes corres-pondam;

    c) Dentro de cada carreira e, ou, categoria, quando im-prescindvel, da rea de formao acadmica ou profissio-nal de que o seu ocupante deva ser titular.

    2 Nos rgos e servios desconcentrados, os mapasde pessoal so desdobrados em tantos mapas quantas asunidades orgnicas desconcentradas.

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    3 Os mapas de pessoal so aprovados, mantidos oualterados pela entidade competente para a aprovao daproposta de oramento e tornados pblicos por afixao norgo ou servio e insero em pgina electrnica, assimdevendo permanecer.

    4 A alterao dos mapas de pessoal que implique

    reduo de postos de trabalho fundamenta -se em reor-ganizao do rgo ou servio nos termos legalmenteprevistos.

    Artigo 6.Gesto dos recursos humanos em funo dos mapas de pessoal

    1 Face aos mapas de pessoal, o rgo ou servioverifica se se encontram em funes trabalhadores emnmero suficiente, insuficiente ou excessivo.

    2 Sendo insuficiente o nmero de trabalhadores emfunes, o rgo ou servio, sem prejuzo do disposto naalneab) do n. 1 e nos n.os3 e 4 do artigo seguinte, podepromover o recrutamento dos necessrios ocupao dos

    postos de trabalho em causa.3 O recrutamento referido no nmero anterior, paraocupao dos postos de trabalho necessrios execuodas actividades, opera -se com recurso constituio derelaes jurdicas de emprego pblico por tempo indeter-minado, excepto quando tais actividades sejam de naturezatemporria, caso em que o recrutamento efectuado comrecurso constituio de relaes jurdicas de empregopblico por tempo determinado ou determinvel.

    4 O recrutamento para constituio de relaes jurdi-cas de emprego pblico por tempo indeterminado nas mo-dalidades previstas no n. 1 do artigo 9. inicia-se semprede entre trabalhadores com relao jurdica de emprego p-blico por tempo indeterminado previamente estabelecida.

    5 O recrutamento para constituio de relaes ju-rdicas de emprego pblico por tempo determinado oudeterminvel nas modalidades previstas no n. 1 do ar-tigo 9. inicia-se sempre de entre trabalhadores que:

    a) No pretendam conservar a qualidade de sujeitos derelaes jurdicas de emprego pblico constitudas por tempo indeterminado; ou

    b) Se encontrem colocados em situao de mobilidadeespecial.

    6 Em caso de impossibilidade de ocupao de to-dos ou de alguns postos de trabalho por aplicao dodisposto nos nmeros anteriores, o rgo ou servio,precedendo parecer favorvel dos membros do Go-verno responsveis pelas finanas e pela Administra-o Pblica, pode proceder ao recrutamento de traba-lhadores com relao jurdica de emprego pblico por tempo determinado ou determinvel ou sem relaojurdica de emprego pblico previamente estabelecida.

    7 O sentido e a data do parecer referido no nmeroanterior expressamente mencionado no procedimento derecrutamento ali em causa.

    8 Nas condies previstas no n. 4 do artigo anterior,sendo excessivo o nmero de trabalhadores em funes,o rgo ou servio comea por promover as dilignciaslegais necessrias cessao das relaes jurdicas deemprego pblico constitudas por tempo determinado oudeterminvel de que no carea e, quando ainda neces-srio, aplica s restantes o regime legalmente previsto,incluindo o de colocao de pessoal em situao de mo-bilidade especial.

    9 O recrutamento previsto no n. 5 pode ainda ocor-rer, quando especialmente admitido na lei, mediante se-leco prpria estabelecida em razo de aptido cientfica,tcnica ou artstica, devidamente fundamentada.

    Artigo 7.

    Oramentao e gesto das despesas com pessoal1 As verbas oramentais dos rgos ou servios

    afectas a despesas com pessoal destinam-se a suportar osseguintes tipos de encargos:

    a) Com as remuneraes dos trabalhadores que se devammanter em exerccio de funes no rgo ou servio;

    b) Com o recrutamento de trabalhadores necessrios ocupao de postos de trabalho previstos, e no ocupados,nos mapas de pessoal aprovados e, ou, com alteraes doposicionamento remuneratrio na categoria dos trabalha-dores que se mantenham em exerccio de funes;

    c) Com a atribuio de prmios de desempenho dostrabalhadores do rgo ou servio.

    2 Sem prejuzo do disposto no n. 6 do artigo 47., aoramentao dos tipos de encargos referidos nas alneasb)e c) do nmero anterior efectuada de forma equitativaentre os rgos ou servios e tem por base a ponderao:

    a) Dos objectivos e actividades do rgo ou servio eda motivao dos respectivos trabalhadores, quanto aoreferido na alneab) do nmero anterior;

    b) Do nvel do desempenho atingido pelo rgo ouservio no ano anterior ao da preparao da proposta deoramento, quanto ao referido na alneac).

    3 Compete ao dirigente mximo do rgo ou servio,

    ponderados os factores referidos na alneaa) do nmeroanterior, decidir sobre o montante mximo de cada umdos tipos de encargos referidos na alneab) do n. 1 que seprope suportar, podendo optar, sem prejuzo do dispostono n. 6 do artigo 47., pela afectao integral das verbasoramentais correspondentes a apenas um dos tipos.

    4 A deciso referida no nmero anterior tomada noprazo de 15 dias aps o incio de execuo do oramento.

    5 Quando no seja utilizada a totalidade das verbasoramentais destinadas a suportar o tipo de encargos re-ferido na alneab) do n. 1, a parte remanescente acresces destinadas a suportar o tipo de encargos referido naalneac) do mesmo nmero.

    TTULO IIIRegimes de vinculao

    CAPTULO IConstituio da relao jurdica de emprego pblico

    SECO IRequisitos relativos ao trabalhador

    Artigo 8.Requisitos

    A constituio da relao jurdica de emprego pblicodepende da reunio, pelo trabalhador, alm de outros quea lei preveja, dos seguintes requisitos:

    a) Nacionalidade portuguesa, quando no dispensadapela Constituio, conveno internacional ou lei especial;

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    b) 18 anos de idade completos;c) No inibio do exerccio de funes pblicas ou

    no interdio para o exerccio daquelas que se propedesempenhar;

    d ) Robustez fsica e perfil psquico indispensveis aoexerccio das funes;

    e) Cumprimento das leis de vacinao obrigatria.

    SECO II

    Modalidades da relao jurdica de emprego pblico

    Artigo 9.Modalidades

    1 A relao jurdica de emprego pblico constitui--se por nomeao ou por contrato de trabalho em funespblicas, doravante designado por contrato.

    2 A nomeao o acto unilateral da entidade em-

    pregadora pblica cuja eficcia depende da aceitao donomeado.3 O contrato o acto bilateral celebrado entre uma

    entidade empregadora pblica, com ou sem personalidadejurdica, agindo em nome e em representao do Estado, eum particular, nos termos do qual se constitui uma relaode trabalho subordinado de natureza administrativa.

    4 A relao jurdica de emprego pblico constitui-seainda por comisso de servio quando se trate:

    a) Do exerccio de cargos no inseridos em carreiras,designadamente dos dirigentes;

    b) Da frequncia de curso de formao especfico ou daaquisio de certo grau acadmico ou de certo ttulo pro-fissional antes do perodo experimental com que se iniciaa nomeao ou o contrato, para o exerccio de funes in-tegrado em carreira, em ambos os casos por parte de quemseja sujeito de uma relao jurdica de emprego pblicopor tempo indeterminado constituda previamente.

    SECO III

    Nomeao

    Artigo 10.mbito da nomeao

    So nomeados os trabalhadores a quem compete, emfuno da sua integrao nas carreiras adequadas parao efeito, o cumprimento ou a execuo de atribuies,competncias e actividades relativas a:

    a) Misses genricas e especficas das Foras Armadasem quadros permanentes;

    b) Representao externa do Estado;c) Informaes de segurana;d ) Investigao criminal;e) Segurana pblica, quer em meio livre quer em meio

    institucional;f ) Inspeco.

    Artigo 11.Modalidades da nomeao

    1 A nomeao reveste as modalidades de nomeaodefinitiva e de nomeao transitria.

    2 A nomeao definitiva efectuada por tempo inde-terminado, sem prejuzo do perodo experimental previstoe regulado no artigo seguinte.

    3 A nomeao transitria efectuada por tempo de-terminado ou determinvel.

    Artigo 12.Perodo experimental da nomeao definitiva

    1 A nomeao definitiva de um trabalhador paraqualquer carreira e categoria inicia-se com o decurso deum perodo experimental destinado a comprovar se o tra-balhador possui as competncias exigidas pelo posto detrabalho que vai ocupar.

    2 Na falta de lei especial em contrrio, o perodoexperimental tem a durao de um ano.

    3 Durante o perodo experimental, o trabalhador acompanhado por um jri especialmente constitudo parao efeito, ao qual compete a sua avaliao final.

    4 A avaliao final toma em considerao os elemen-tos que o jri tenha recolhido, o relatrio que o trabalhador deve apresentar e os resultados das aces de formaofrequentadas.

    5 A avaliao final traduz -se numa escala de 0 a20 valores, considerando-se concludo com sucesso o pe-rodo experimental quando o trabalhador tenha obtido umaavaliao no inferior a 14 ou a 12 valores, consoante setrate ou no, respectivamente, de carreira ou categoria degrau 3 de complexidade funcional.

    6 Concludo com sucesso o perodo experimental,o seu termo formalmente assinalado por acto escrito daentidade competente para a nomeao.

    7 O tempo de servio decorrido no perodo experi-mental que se tenha concludo com sucesso contado, paratodos os efeitos legais, na carreira e categoria em causa.

    8 Concludo sem sucesso o perodo experimental, anomeao feita cessar e o trabalhador regressa situaojurdico -funcional de que era titular antes dela, quandoconstituda e consolidada por tempo indeterminado, oucessa a relao jurdica de emprego pblico, no caso con-trrio, em qualquer caso sem direito a indemnizao.

    9 Por acto especialmente fundamentado da entidadecompetente, ouvido o jri, o perodo experimental e a no-meao podem ser feitos cessar antecipadamente quandoo trabalhador manifestamente revele no possuir as com-petncias exigidas pelo posto de trabalho que ocupa.

    10 O tempo de servio decorrido no perodo expe-rimental que se tenha concludo sem sucesso contado,sendo o caso, na carreira e categoria s quais o trabalhador regressa.

    11 As regras previstas na lei geral sobre procedimentoconcursal para efeitos de recrutamento de trabalhadores soaplicveis, com as necessrias adaptaes, constituio,composio, funcionamento e competncia do jri, bemcomo homologao e impugnao administrativa dosresultados da avaliao final.

    Artigo 13.

    Regime da nomeao transitria1 Aos pressupostos do recurso nomeao transit-

    ria, ao perodo experimental e sua durao e renovaoso aplicveis, com as necessrias adaptaes, as dispo-sies adequadas do Regime do Contrato de Trabalho em

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    Funes Pblicas (RCTFP) relativas ao contrato a termoresolutivo.

    2 A rea de recrutamento da nomeao transitria constituda pelos trabalhadores que no tenham ou nopretendam conservar a qualidade de sujeitos de relaesjurdicas de emprego pblico constitudas por tempo inde-terminado, bem como pelos que se encontrem em situaode mobilidade especial.

    Artigo 14.Forma da nomeao

    1 A nomeao reveste a forma de despacho e podeconsistir em mera declarao de concordncia com pro-posta ou informao anterior que, nesse caso, faz parteintegrante do acto.

    2 Do despacho de nomeao consta a referncia aosdispositivos legais habilitantes e existncia de adequado

    cabimento oramental.Artigo 15.

    Aceitao da nomeao

    1 A aceitao o acto pblico e pessoal pelo qual onomeado declara aceitar a nomeao.

    2 A aceitao titulada pelo respectivo termo, demodelo aprovado por portaria do membro do Governoresponsvel pela rea da Administrao Pblica.

    3 No acto de aceitao o trabalhador presta o seguintecompromisso de honra:

    Afirmo solenemente que cumprirei as funes queme so confiadas, com respeito pelos deveres que de-correm da Constituio e da lei.

    Artigo 16.Competncia

    1 A entidade competente para a nomeao -o tam-bm para a assinatura do termo de aceitao.

    2 A competncia prevista no nmero anterior pode,a solicitao do rgo ou servio, ainda que por iniciativado trabalhador, ser exercida pelo governador civil ou, noestrangeiro, pela autoridade diplomtica ou consular.

    Artigo 17.Prazo para aceitao

    1 Sem prejuzo do disposto em leis especiais, o prazopara aceitao de 20 dias contado, continuamente, dadata da publicitao do acto de nomeao.

    2 Em casos devidamente justificados, designada-mente de doena e frias, o prazo previsto no nmeroanterior pode ser prorrogado, por perodos determinados,pela entidade competente para a assinatura do respectivotermo.

    3 Em caso de ausncia por maternidade, paternidadeou adopo, de faltas por acidente em servio ou doenaprofissional e de prestao de servio militar, o prazoprevisto no n. 1 automaticamente prorrogado para otermo de tais situaes.

    Artigo 18.Efeitos da aceitao

    1 A aceitao determina o incio de funes paratodos os efeitos legais, designadamente os de percepode remunerao e de contagem do tempo de servio.

    2 Nos casos de ausncia por maternidade, paterni-dade ou adopo e de faltas por acidente em servio ou do-ena profissional, a percepo de remunerao decorrentede nomeao definitiva retroage data da publicitao dorespectivo acto.

    3 Nos casos previstos no n. 3 do artigo anterior, acontagem do tempo de servio decorrente de nomeaodefinitiva retroage data da publicitao do respectivoacto.

    Artigo 19.Falta de aceitao

    1 A entidade competente para a assinatura do termode aceitao no pode, sob pena de responsabilidade civil,financeira e disciplinar, recusar -se a faz-lo.

    2 Sem prejuzo do disposto em leis especiais, a faltade aceitao do nomeado importa a revogao automticado acto de nomeao sem que possa ser repetido no pro-cedimento em que foi praticado.

    SECO IV

    Contrato

    Artigo 20.mbito do contrato

    So contratados os trabalhadores que no devam ser nomeados e cuja relao jurdica de emprego pblico nodeva ser constituda por comisso de servio.

    Artigo 21.Modalidades do contrato

    1 O contrato reveste as modalidades de contrato por tempo indeterminado e de contrato a termo resolutivo,certo ou incerto.

    2 O tempo de servio decorrido no perodo expe-rimental que se tenha concludo sem sucesso contado,sendo o caso, na carreira e categoria s quais o trabalhador regressa.

    Artigo 22.Pressupostos e rea de recrutamento do contrato

    a termo resolutivo

    1 Os pressupostos do recurso ao contrato a termoresolutivo so os previstos no RCTFP.

    2 A rea de recrutamento do contrato a termo reso-

    lutivo constituda pelos trabalhadores que no tenhamou no pretendam conservar a qualidade de sujeitos derelaes jurdicas de emprego pblico constitudas por tempo indeterminado, bem como pelos que se encontremem situao de mobilidade especial.

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    SECO V

    Comisso de servio

    Artigo 23.Durao e renovao

    1 Na falta de lei especial em contrrio, a comissode servio tem a durao de trs anos, sucessivamenterenovvel por iguais perodos.

    2 O tempo de servio decorrido em comisso deservio contado, sendo o caso, na carreira e categoria squais o trabalhador regressa.

    Artigo 24.Posse

    1 Sem prejuzo do disposto em leis especiais, aaceitao do exerccio de cargos em comisso de servioreveste a forma de posse.

    2 A posse um acto pblico, pessoal e solene peloqual o trabalhador manifesta a vontade de aceitar o exer-ccio do cargo.

    3 aplicvel comisso de servio e posse, comas necessrias adaptaes, o disposto no artigo 14., nos n.os2 e 3 do artigo 15., nos artigos 16. e 17., no n. 1 doartigo 18. e no artigo 19.

    CAPTULO IIGarantias de imparcialidade

    Artigo 25.

    Incompatibilidades e impedimentos1 A existncia de incompatibilidades e de impedi-

    mentos contribui para garantir a imparcialidade no exer-ccio de funes pblicas.

    2 Sem prejuzo do disposto na Constituio, nosartigos 44. a 51. do Cdigo do Procedimento Adminis-trativo e em leis especiais, as incompatibilidades e os im-pedimentos a que se encontram sujeitos os trabalhadores,independentemente da modalidade de constituio da rela-o jurdica de emprego pblico ao abrigo da qual exercemfunes, so os previstos no presente captulo.

    Artigo 26.Incompatibilidade com outras funes

    As funes pblicas so, em regra, exercidas em regimede exclusividade.

    Artigo 27.Acumulao com outras funes pblicas

    1 O exerccio de funes pode ser acumulado com ode outras funes pblicas quando estas no sejam remu-neradas e haja na acumulao manifesto interesse pblico.

    2 Sendo remuneradas e havendo manifesto interessepblico na acumulao, o exerccio de funes apenas

    pode ser acumulado com o de outras funes pblicas nosseguintes casos:a) Inerncias;b) Actividades de representao de rgos ou servios

    ou de ministrios;

    c) Participao em comisses ou grupos de trabalho;d ) Participao em conselhos consultivos e em comis-

    ses de fiscalizao ou outros rgos colegiais, neste casopara fiscalizao ou controlo de dinheiros pblicos;

    e) Actividades de carcter ocasional e temporrio quepossam ser consideradas complemento da funo;

    f ) Actividades docentes ou de investigao de dura-o no superior fixada em despacho dos membros doGoverno responsveis pelas finanas, Administrao P-blica e educao ou ensino superior e que, sem prejuzodo cumprimento da durao semanal do trabalho, no sesobreponha em mais de um tero ao horrio inerente funo principal;

    g ) Realizao de conferncias, palestras, aces de for-mao de curta durao e outras actividades de idnticanatureza.

    Artigo 28.Acumulao com funes privadas

    1 Sem prejuzo do disposto nos nmeros seguintes, oexerccio de funes pode ser acumulado com o de funesou actividades privadas.

    2 A ttulo remunerado ou no, em regime de traba-lho autnomo ou subordinado, no podem ser acumula-das, pelo trabalhador ou por interposta pessoa, funesou actividades privadas concorrentes ou similares com asfunes pblicas desempenhadas e que com estas sejamconflituantes.

    3 Esto, designadamente, abrangidas pelo dispostono nmero anterior as funes ou actividades que, tendocontedo idntico ao das funes pblicas desempenhadas,sejam desenvolvidas de forma permanente ou habitual ese dirijam ao mesmo crculo de destinatrios.4 A ttulo remunerado ou no, em regime de trabalhoautnomo ou subordinado, no podem ainda ser acumu-ladas, pelo trabalhador ou por interposta pessoa, funesou actividades privadas que:

    a) Sejam legalmente consideradas incompatveis comas funes pblicas;

    b) Sejam desenvolvidas em horrio sobreposto, aindaque parcialmente, ao das funes pblicas;

    c) Comprometam a iseno e a imparcialidade exigidaspelo desempenho das funes pblicas;

    d ) Provoquem algum prejuzo para o interesse pblicoou para os direitos e interesses legalmente protegidos doscidados.

    Artigo 29.Autorizao para acumulao de funes

    1 A acumulao de funes nos termos previstosnos artigos 27. e 28. depende de autorizao da entidadecompetente.

    2 Do requerimento a apresentar para o efeito deveconstar a indicao:

    a) Do local do exerccio da funo ou actividade a acu-mular;

    b) Do horrio em que ela se deve exercer;c) Da remunerao a auferir, quando seja o caso;d ) Da natureza autnoma ou subordinada do trabalho a

    desenvolver e do respectivo contedo;e) Das razes por que o requerente entende que a acumu-

    lao, conforme os casos, de manifesto interesse pblico

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    ou no incorre no previsto nas alneasa) e d ) do n. 4 doartigo anterior;

    f ) Das razes por que o requerente entende no existir conflito com as funes desempenhadas, designadamentepor a funo a acumular no revestir as caractersticasreferidas nos n.os2 e 3 e na alneac) do n. 4 do artigo an-terior;g ) Do compromisso de cessao imediata da funo ouactividade acumulada no caso de ocorrncia supervenientede conflito.

    3 Compete aos titulares de cargos dirigentes, sobpena de cessao da comisso de servio, nos termos dorespectivo estatuto, verificar da existncia de situaesde acumulao de funes no autorizadas, bem comofiscalizar, em geral, a estrita observncia das garantias deimparcialidade no desempenho de funes pblicas.

    Artigo 30.Interesse no procedimento

    1 Os trabalhadores no podem prestar a terceiros,por si ou por interposta pessoa, em regime de trabalhoautnomo ou subordinado, servios no mbito do estudo,preparao ou financiamento de projectos, candidaturas ourequerimentos que devam ser submetidos sua apreciaoou deciso ou de rgos ou unidades orgnicas colocadossob sua directa influncia.

    2 Os trabalhadores no podem beneficiar, pessoal eindevidamente, de actos ou tomar parte em contratos emcujo processo de formao intervenham rgos ou unidadesorgnicas colocados sob sua directa influncia.

    3 Para efeitos do disposto nos nmeros anteriores,consideram-se colocados sob directa influncia do traba-lhador os rgos ou unidades orgnicas que:

    a) Estejam sujeitos ao seu poder de direco, superin-tendncia ou tutela;

    b) Exeram poderes por ele delegados ou subdelega-dos;

    c) Tenham sido por ele institudos, ou relativamente acujo titular tenha intervindo como entidade empregadorapblica, para o fim especfico de intervir nos procedimen-tos em causa;

    d ) Sejam integrados, no todo ou em parte, por traba-lhadores por ele designados por tempo determinado ou

    determinvel;e) Cujo titular ou trabalhadores neles integrados te-nham, h menos de um ano, sido beneficiados por qual-quer vantagem remuneratria, ou obtido meno relativa avaliao do seu desempenho, em cujo procedimentoele tenha intervindo;

    f ) Com ele colaborem, em situao de paridade hierr-quica, no mbito do mesmo rgo ou servio ou unidadeorgnica.

    4 equiparado ao interesse do trabalhador, definidonos termos dos n.os1 e 2, o interesse:

    a) Do seu cnjuge, no separado de pessoas e bens, dosseus ascendentes e descendentes em qualquer grau, doscolaterais at ao 2. grau e daquele que com ele viva nascondies do artigo 2020. do Cdigo Civil;

    b) Da sociedade em cujo capital detenha, directa ouindirectamente, por si mesmo ou conjuntamente com as

    pessoas referidas na alnea anterior, uma participao noinferior a 10 %.

    5 A violao dos deveres referidos nos n.os1 e 2 pro-duz as consequncias disciplinares previstas no respectivoestatuto.

    6 Para efeitos do disposto no Cdigo do Procedi-

    mento Administrativo, os trabalhadores devem comunicar ao respectivo superior hierrquico, antes de tomadas asdecises, praticados os actos ou celebrados os contratosreferidos nos n.os1 e 2, a existncia das situaes referidasno n. 4.

    7 aplicvel, com as necessrias adaptaes, o dis-posto no artigo 51. do Cdigo do Procedimento Admi-nistrativo.

    CAPTULO IIICessao da relao jurdica de emprego pblico

    Artigo 31.Disposies gerais1 Quando previsto em lei especial, e nos termos nela

    estabelecidos, a no reunio superveniente de qualquer dosrequisitos referidos no artigo 8. faz cessar ou modificar arelao jurdica de emprego pblico.

    2 Em qualquer caso, na falta de lei especial em con-trrio, a relao jurdica de emprego pblico cessa quandoo trabalhador complete 70 anos de idade.

    Artigo 32.Cessao da nomeao

    1 A nomeao definitiva cessa por:a) Concluso sem sucesso do perodo experimental, nos

    termos dos n.os8, 9 e 10 do artigo 12.;b) Exonerao a pedido do trabalhador;c) Mtuo acordo entre a entidade empregadora pblica

    e o trabalhador, mediante justa compensao;d ) Aplicao de pena disciplinar expulsiva;e) Morte do trabalhador;f ) Desligao do servio para efeitos de aposentao.

    2 A exonerao referida na alnea b) do nmeroanterior produz efeitos no 30. dia a contar da data daapresentao do respectivo pedido, excepto quando a en-tidade empregadora pblica e o trabalhador acordaremdiferentemente.

    3 A causa de cessao referida na alneac) do n. 1 regulamentada por portaria dos membros do Governoresponsveis pelas finanas e pela Administrao Pblicacom observncia das seguintes regras:

    a) A compensao a atribuir ao trabalhador toma comoreferncia a sua remunerao base mensal, sendo o res-pectivo montante aferido em funo do nmero de anoscompletos, e com a respectiva proporo no caso de fracode ano, de exerccio de funes pblicas;

    b) Tal causa gera a incapacidade do trabalhador paraconstituir uma relao de vinculao, a ttulo de empregopblico ou outro, com os rgos e servios aos quais apresente lei aplicvel, durante o nmero de meses igualao dobro do nmero resultante da diviso do montanteda compensao atribuda pelo da sua remunerao basemensal, calculado com aproximao por excesso.

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    4 cessao da nomeao transitria so aplicveis,com as necessrias adaptaes, as disposies adequadasdo RCTFP relativas ao contrato a termo resolutivo, bemcomo a da alnead ) do n. 1.

    Artigo 33.Cessao do contrato

    1 Concludo sem sucesso o perodo experimental, ocontrato feito cessar e o trabalhador regressa situaojurdico -funcional de que era titular antes dele, quandoconstituda e consolidada por tempo indeterminado, oucessa a relao jurdica de emprego pblico, no caso con-trrio.

    2 O contrato pode cessar pelas causas previstas noRCTFP.

    3 Quando o contrato por tempo indeterminado devacessar por despedimento colectivo ou por despedimentopor extino do posto de trabalho, a identificao dostrabalhadores relativamente aos quais tal cessao devaproduzir efeitos opera-se por aplicao dos procedimentosprevistos na lei em caso de reorganizao de servios.

    4 Identificados os trabalhadores cujo contrato devacessar aplicam -se os restantes procedimentos previstosno RCTFP.

    5 Confirmando-se a necessidade de cessao do con-trato, o trabalhador notificado para, em 10 dias teis,informar se deseja ser colocado em situao de mobilidadeespecial pelo prazo de um ano.

    6 No o desejando, e no tendo havido acordo derevogao nos termos do RCTFP, praticado o acto decessao do contrato.

    7 Sendo colocado em situao de mobilidade especial

    e reiniciando funes por tempo indeterminado em qual-quer rgo ou servio a que a presente lei aplicvel, osprocedimentos para cessao do contrato so arquivadossem que seja praticado o correspondente acto.

    8 No tendo lugar o reincio de funes, nos termosdo nmero anterior, durante o prazo de colocao do tra-balhador em situao de mobilidade especial, praticadoo acto de cessao do contrato.

    9 O disposto nos n.os 5 a 8 aplicvel, com as ne-cessrias adaptaes, cessao do contrato por tempoindeterminado por:

    a) Caducidade por impossibilidade superveniente, abso-luta e definitiva de a entidade empregadora pblica receber

    o trabalho; oub) Despedimento por inadaptao.

    10 Para os efeitos previstos no RCTFP, a inexistnciade alternativas cessao do contrato ou de outros postosde trabalho compatveis com a categoria ou com a quali-ficao profissional do trabalhador justificada atravs dedeclarao emitida pela entidade gestora da mobilidade.

    Artigo 34.Cessao da comisso de servio

    1 Na falta de lei especial em contrrio, a comissode servio cessa, a todo o tempo, por iniciativa da entidadeempregadora pblica ou do trabalhador, com aviso prviode 30 dias.

    2 Cessada a comisso de servio, o trabalhador regressa situao jurdico -funcional de que era titular antes dela, quando constituda e consolidada por tempo

    indeterminado, ou cessa a relao jurdica de empregopblico, no caso contrrio, em qualquer caso com direitoa indemnizao quando prevista em lei especial.

    CAPTULO IV

    Contratos de prestao de serviosArtigo 35.

    mbito dos contratos de prestao de servios

    1 Os rgos e servios a que a presente lei apli-cvel podem celebrar contratos de prestao de servios,nas modalidades de contratos de tarefa e de avena, nostermos previstos no presente captulo.

    2 A celebrao de contratos de tarefa e de avenaapenas pode ter lugar quando, cumulativamente:

    a) Se trate da execuo de trabalho no subordinado,para a qual se revele inconveniente o recurso a qualquer modalidade da relao jurdica de emprego pblico;

    b) O trabalho seja realizado, em regra, por uma pessoacolectiva;

    c) Seja observado o regime legal da aquisio de ser-vios;

    d ) O contratado comprove ter regularizadas as suasobrigaes fiscais e com a segurana social.

    3 Considera -se trabalho no subordinado o que,sendo prestado com autonomia, no se encontra sujeito disciplina e direco do rgo ou servio contratantenem impe o cumprimento de horrio de trabalho.

    4 Excepcionalmente, quando se comprove ser im-possvel ou inconveniente, no caso, observar o disposto naalneab) do n. 2, o membro do Governo responsvel pelarea das finanas pode autorizar a celebrao de contratosde tarefa e de avena com pessoas singulares.

    5 O contrato de tarefa tem como objecto a execuode trabalhos especficos, de natureza excepcional, nopodendo exceder o termo do prazo contratual inicialmenteestabelecido.

    6 O contrato de avena tem como objecto prestaessucessivas no exerccio de profisso liberal, com retribui-o certa mensal, podendo ser feito cessar a todo o tempo,por qualquer das partes, mesmo quando celebrado comclusula de prorrogao tcita, com aviso prvio de 60dias e sem obrigao de indemnizar.

    Artigo 36.Incumprimento do mbito da celebrao

    1 Sem prejuzo da produo plena dos seus efeitosdurante o tempo em que tenham estado em execuo, oscontratos de prestao de servios celebrados com violaodos requisitos previstos nos n. os 2 e 4 do artigo anterior so nulos.

    2 A violao referida no nmero anterior faz incorrer o seu responsvel em responsabilidade civil, financeira edisciplinar.

    3 Para efeitos da efectivao da responsabilidadefinanceira dos dirigentes autores da violao referida non. 1 pelo Tribunal de Contas, consideram -se os paga-mentos despendidos em sua consequncia como sendopagamentos indevidos.

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    CAPTULO VPublicitao das modalidades de vinculao

    Artigo 37.Publicao

    1 So publicados na 2. srie doDirio da Repblica, por extracto:

    a) Os actos de nomeao definitiva, bem como os quedeterminam, relativamente aos trabalhadores nomeados,mudanas definitivas de rgo ou servio e, ou, de cate-goria;

    b) Os contratos por tempo indeterminado, bem comoos actos que determinam, relativamente aos trabalhadorescontratados, mudanas definitivas de rgo ou servio e,ou, de categoria;

    c) As comisses de servio;d ) Os actos de cessao das modalidades da relao ju-

    rdica de emprego pblico referidas nas alneas anteriores.

    2 Dos extractos dos actos e contratos consta a indi-cao da carreira, categoria e posio remuneratria donomeado ou contratado.

    Artigo 38.Outras formas de publicitao

    1 So afixados no rgo ou servio e inseridos empgina electrnica, por extracto:

    a ) Os actos de nomeao transitria e as respectivasrenovaes;

    b) Os contratos a termo resolutivo, certo ou incerto, eas respectivas renovaes;

    c) Os contratos de prestao de servios e as respectivasrenovaes;

    d ) As cessaes das modalidades de vinculao referidasnas alneas anteriores.

    2 Dos extractos dos actos e contratos consta a in-dicao da carreira, categoria e posio remuneratriado nomeado ou contratado, ou, sendo o caso, da funoa desempenhar e respectiva retribuio, bem como dorespectivo prazo.

    3 Dos extractos dos contratos de prestao de ser-vios consta ainda a referncia concesso do visto ou emisso da declarao de conformidade ou, sendo o caso, sua dispensabilidade.

    TTULO IVRegime de carreiras

    CAPTULO Imbito de aplicao do regime de carreiras

    Artigo 39.

    mbito de aplicao1 Sem prejuzo do disposto no nmero seguinte e

    no artigo 58., o presente ttulo aplicvel s relaesjurdicas de emprego pblico constitudas por tempo in-determinado.

    2 s nomeaes transitrias e aos contratos a termoresolutivo, certo ou incerto, so aplicveis, com as neces-srias adaptaes, os artigos 50. e 51., os n.os2, 3 e 4 doartigo 53., os artigos 54. e 55. e o n. 1 do artigo 57.

    CAPTULO IICarreiras

    SECO I

    Organizao das carreiras

    Artigo 40.Integrao em carreiras

    Os trabalhadores nomeados definitivamente e contra-tados por tempo indeterminado exercem as suas funesintegrados em carreiras.

    Artigo 41.Carreiras gerais e especiais

    1 So gerais as carreiras cujos contedos funcionaiscaracterizam postos de trabalho de que a generalidade dosrgos ou servios carece para o desenvolvimento dasrespectivas actividades.

    2 So especiais as carreiras cujos contedos funcio-nais caracterizam postos de trabalho de que apenas um oualguns rgos ou servios carecem para o desenvolvimentodas respectivas actividades.

    3 Apenas podem ser criadas carreiras especiaisquando, cumulativamente:

    a ) Os respectivos contedos funcionais no possamser absorvidos pelos contedos funcionais das carreirasgerais;

    b) Os respectivos trabalhadores se devam encontrar su-jeitos a deveres funcionais mais exigentes que os previstospara os das carreiras gerais;

    c) Para integrao em tais carreiras, e em qualquer dascategorias em que se desdobrem, seja exigida, em regra,a aprovao em curso de formao especfico de duraono inferior a seis meses ou a aquisio de certo grauacadmico ou de certo ttulo profissional.

    4 A aprovao e a aquisio referidas na alneac) do

    nmero anterior podem ter lugar durante o perodo experi-mental com que se inicia a nomeao ou o contrato.

    Artigo 42.Carreiras unicategoriais e pluricategoriais

    1 Independentemente da sua qualificao como ge-rais ou especiais, as carreiras so unicategoriais ou plu-ricategoriais.

    2 So unicategoriais as carreiras a que correspondeuma nica categoria.

    3 So pluricategoriais as carreiras que se desdobramem mais do que uma categoria.

    4 Apenas podem ser criadas carreiras pluricategoriaisquando a cada uma das categorias da carreira correspondeum contedo funcional distinto do das restantes.

    5 O contedo funcional das categorias superioresintegra o das que lhe sejam inferiores.

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    Artigo 43.Contedo funcional

    1 A cada carreira, ou a cada categoria em que sedesdobre, corresponde um contedo funcional legalmentedescrito.

    2 O contedo funcional de cada carreira ou categoriadeve ser descrito de forma abrangente, dispensando por-menorizaes relativas s tarefas nele abrangidas.

    3 A descrio do contedo funcional no pode, emcaso algum, e sem prejuzo do disposto no n. 3 do ar-tigo 271. da Constituio, constituir fundamento para ono cumprimento do dever de obedincia e no prejudicaa atribuio ao trabalhador de funes, no expressamentemencionadas, que lhe sejam afins ou funcionalmente li-gadas, para as quais o trabalhador detenha a qualificaoprofissional adequada e que no impliquem desvalorizaoprofissional.

    Artigo 44.Graus de complexidade funcional1 Em funo da titularidade do nvel habilitacional

    em regra exigida para integrao em cada carreira, estasclassificam-se em trs graus de complexidade funcional,nos seguintes termos:

    a) De grau 1, quando se exija a titularidade da escola-ridade obrigatria, ainda que acrescida de formao pro-fissional adequada;

    b) De grau 2, quando se exija a titularidade do 12. anode escolaridade ou de curso que lhe seja equiparado;

    c) De grau 3, quando se exija a titularidade de licencia-

    tura ou de grau acadmico superior a esta.2 O diploma que crie a carreira faz referncia ao

    respectivo grau de complexidade funcional.3 As carreiras pluricategoriais podem apresentar mais

    do que um grau de complexidade funcional, cada um delesreferenciado a categorias, quando a integrao nestas de-penda, em regra, da titularidade de nveis habilitacionaisdiferentes.

    Artigo 45.Posies remuneratrias

    1 A cada categoria das carreiras corresponde umnmero varivel de posies remuneratrias.

    2 categoria da carreira unicategorial correspondeum nmero mnimo de oito posies remuneratrias.

    3 Nas carreiras pluricategoriais, o nmero de posi-es remuneratrias de cada categoria obedece s seguintesregras:

    a) categoria inferior corresponde um nmero mnimode oito posies remuneratrias;

    b) A cada uma das categorias sucessivamente superiorescorresponde um nmero proporcionalmente decrescentede posies remuneratrias por forma que:

    i) Estando a carreira desdobrada em duas categorias, sejade quatro o nmero mnimo das posies remuneratriasda categoria superior;

    ii) Estando a carreira desdobrada em trs categorias, sejade cinco e de duas o nmero mnimo das posies remu-neratrias das categorias sucessivamente superiores;

    iii) Estando a carreira desdobrada em quatro catego-rias, seja de seis, quatro e duas o nmero mnimo dasposies remuneratrias das categorias sucessivamentesuperiores.

    Artigo 46.Alterao do posicionamento remuneratrio: Opo gestionria

    1 Tendo em considerao as verbas oramentais des-tinadas a suportar o tipo de encargos previstos na alneab)do n. 1 do artigo 7., o dirigente mximo do rgo ouservio decide, nos termos dos n.os3 e 4 do mesmo artigo,se, e em que medida, este se prope suportar encargos de-correntes de alteraes do posicionamento remuneratriona categoria dos trabalhadores do rgo ou servio.

    2 A deciso referida no nmero anterior fixa, funda-mentadamente, o montante mximo, com as desagregaesnecessrias, dos encargos que o rgo ou servio se propesuportar, bem como o universo das carreiras e categorias

    onde as alteraes do posicionamento remuneratrio nacategoria podem ter lugar.3 O universo referido no nmero anterior pode ainda

    ser desagregado, quando assim o entenda o dirigente m-ximo, em funo:

    a) Da atribuio, competncia ou actividade que os tra-balhadores integrados em determinada carreira ou titularesde determinada categoria devam cumprir ou executar;

    b) Da rea de formao acadmica ou profissional dostrabalhadores integrados em determinada carreira ou titu-lares de determinada categoria, quando tal rea de forma-o tenha sido utilizada na caracterizao dos postos detrabalho contidos nos mapas de pessoal.

    4 Para os efeitos do disposto nos nmeros anteriores,as alteraes podem no ter lugar em todas as carreiras, ouem todas as categorias de uma mesma carreira ou aindarelativamente a todos os trabalhadores integrados em de-terminada carreira ou titulares de determinada categoria.

    5 A deciso tornada pblica por afixao no rgoou servio e insero em pgina electrnica.

    Artigo 47.Alterao do posicionamento remuneratrio: Regra

    1 Preenchem os universos definidos nos termos do

    artigo anterior os trabalhadores do rgo ou servio, ondequer que se encontrem em exerccio de funes, que, nafalta de lei especial em contrrio, tenham obtido, nas l-timas avaliaes do seu desempenho referido s funesexercidas durante o posicionamento remuneratrio emque se encontram:

    a) Duas menes mximas, consecutivas;b) Trs menes imediatamente inferiores s mximas,

    consecutivas; ouc) Cinco menes imediatamente inferiores s referidas

    na alnea anterior, desde que consubstanciem desempenhopositivo, consecutivas.

    2 Determinados os trabalhadores que preenchemcada um dos universos definidos, so ordenados, dentrode cada universo, por ordem decrescente da classificaoquantitativa obtida na ltima avaliao do seu desempe-nho.

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    3 Em face da ordenao referida no nmero anterior o montante mximo dos encargos fixado por cada universo,nos termos dos n.os2 e 3 do artigo anterior, distribudo,pela ordem mencionada, por forma que cada trabalhador altere o seu posicionamento na categoria para a posioremuneratria imediatamente seguinte quela em que se

    encontra.4 No h lugar a alterao do posicionamento re-muneratrio quando, no obstante reunidos os requisitosprevistos no n. 1, o montante mximo dos encargos fixadopara o universo em causa se tenha previsivelmente esgo-tado, no quadro da execuo oramental em curso, com aalterao relativa a trabalhador ordenado superiormente.

    5 Para efeitos do disposto nas alneasb) ec) do n. 1so tambm consideradas as menes obtidas que sejamsuperiores s nelas referidas.

    6 H lugar a alterao obrigatria para a posio re-muneratria imediatamente seguinte quela em que o traba-lhador se encontra, quando a haja, independentemente dosuniversos definidos nos termos do artigo anterior, quandoaquele, na falta de lei especial em contrrio, tenha acumu-lado 10 pontos nas avaliaes do seu desempenho referidos funes exercidas durante o posicionamento remunera-trio em que se encontra, contados nos seguintes termos:

    a) Trs pontos por cada meno mxima;b) Dois pontos por cada meno imediatamente inferior

    mxima;c) Um ponto por cada meno imediatamente inferior

    referida na alnea anterior, desde que consubstancie de-sempenho positivo;

    d ) Um ponto negativo por cada meno correspondenteao mais baixo nvel de avaliao.

    7 Na falta de lei especial em contrrio, a alteraodo posicionamento remuneratrio reporta-se a 1 de Janeirodo ano em que tem lugar.

    Artigo 48.Alterao do posicionamento remuneratrio: Excepo

    1 Ainda que no se encontrem reunidos os requisitosprevistos no n. 1 do artigo anterior, o dirigente mximodo rgo ou servio, ouvido o Conselho Coordenador da Avaliao, ou o rgo com competncia equiparada,e nos limites fixados pela deciso referida nos n.os 2 e 3do artigo 46., pode alterar, para a posio remuneratria

    imediatamente seguinte quela em que se encontra, o po-sicionamento remuneratrio de trabalhador em cuja ltimaavaliao do desempenho tenha obtido a meno mximaou a imediatamente inferior.

    2 Da mesma forma, nos limites fixados pela decisoreferida nos n.os2 e 3 do artigo 46., o dirigente mximodo rgo ou servio, ouvido o Conselho Coordenador daAvaliao, ou o rgo com competncia equiparada, podedeterminar que a alterao do posicionamento na categoriade trabalhador referido no n. 3 do artigo anterior se operepara qualquer outra posio remuneratria seguinte quelaem que se encontra.

    3 O disposto no nmero anterior tem como limite aposio remuneratria mxima para a qual tenham alteradoo seu posicionamento os trabalhadores que, no mbitodo mesmo universo, se encontrem ordenados superior-mente.

    4 As alteraes do posicionamento remuneratrioprevistas no presente artigo so particularmente fundamen-

    tadas e tornadas pblicas, com o teor integral da respectivafundamentao e do parecer do Conselho Coordenador daAvaliao, ou o rgo com competncia equiparada, por publicao em espao prprio da 2. srie do Dirio daRepblica, por afixao no rgo ou servio e por inseroem pgina electrnica.

    5 aplicvel o disposto no n. 7 do artigo anterior.

    SECO II

    Carreiras gerais

    Artigo 49.Enumerao e caracterizao

    1 So gerais as carreiras de:a) Tcnico superior;b) Assistente tcnico;c) Assistente operacional.

    2 A caracterizao das carreiras gerais em funo donmero e designao das categorias em que se desdobram,dos contedos funcionais, dos graus de complexidade fun-cional e do nmero de posies remuneratrias de cadacategoria consta do anexo presente lei, de que parteintegrante.

    3 A previso, nos mapas de pessoal, de postos detrabalho que devam ser ocupados por coordenadores tcni-cos da carreira de assistente tcnico depende da existnciade unidades orgnicas flexveis com o nvel de seco ouda necessidade de coordenar, pelo menos, 10 assistentestcnicos do respectivo sector de actividade.

    4 A previso, nos mapas de pessoal, de postos detrabalho que devam ser ocupados por encarregados geraisoperacionais da carreira de assistente operacional dependeda necessidade de coordenar, pelo menos, trs encarregadosoperacionais do respectivo sector de actividade.

    5 A previso, nos mapas de pessoal, de postos detrabalho que devam ser ocupados por encarregados ope-racionais da carreira de assistente operacional dependeda necessidade de coordenar, pelo menos, 10 assistentesoperacionais do respectivo sector de actividade.

    CAPTULO IIIRecrutamento

    Artigo 50.Procedimento concursal

    1 Decidido pelo dirigente mximo da entidade em-pregadora pblica, nos termos do n. 2 do artigo 6. e daalneab) do n. 1 e dos n.os3 e 4 do artigo 7., promover o recrutamento de trabalhadores necessrios ocupaode todos ou de alguns postos de trabalho previstos, e noocupados, nos mapas de pessoal aprovados, publicitadoo respectivo procedimento concursal, designadamenteatravs de publicao na 2. srie doDirio da Repblica .

    2 O procedimento concursal referido no nmeroanterior observa as injunes decorrentes do disposto nos n.os3 a 7 do artigo 6.

    3 Da publicitao do procedimento concursal consta,com clareza, a referncia ao nmero de postos de trabalhoa ocupar e a sua caracterizao em funo da atribuio,

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    competncia ou actividade a cumprir ou a executar, car-reira, categoria, e, quando imprescindvel, rea de forma-o acadmica ou profissional que lhes correspondam.

    4 Para os efeitos do disposto no nmero anterior, apublicitao do procedimento faz referncia:

    a) rea de formao acadmica quando, nos casos daalneac) do n. 1 do artigo 44., exista mais do que umano mesmo nvel habilitacional;

    b) rea de formao profissional quando, nos casosdas alneasa) e b) do n. 1 do artigo 44., a integrao nacarreira no dependa, ou no dependa exclusivamente, dehabilitaes literrias.

    Artigo 51.Exigncia de nvel habilitacional

    1 Em regra, pode apenas ser candidato ao procedi-mento quem seja titular do nvel habilitacional e, quandoseja o caso, da rea de formao, correspondentes ao graude complexidade funcional da carreira e categoria carac-terizadoras dos postos de trabalho para cuja ocupao oprocedimento publicitado.

    2 A publicitao do procedimento pode, porm, pre-ver a possibilidade de candidatura de quem, no sendotitular da habilitao exigida, considere dispor da formaoe, ou, experincia profissionais necessrias e suficientespara a substituio daquela habilitao.

    3 A substituio da habilitao nos termos referidosno nmero anterior no admissvel quando, para o exer-ccio de determinada profisso ou funo, implicadas nacaracterizao dos postos de trabalho em causa, lei especialexija ttulo ou o preenchimento de certas condies.

    4 O jri, preliminarmente, analisa a formao e, ou,a experincia profissionais e delibera sobre a admisso docandidato ao procedimento concursal.

    5 Em caso de admisso, a deliberao, acompanhadado teor integral da sua fundamentao, notificada aosrestantes candidatos.

    Artigo 52.Outros requisitos de recrutamento

    1 Quando se trate de carreiras unicategoriais ou dacategoria inferior de carreiras pluricategoriais, podemcandidatar -se ao procedimento:

    a) Trabalhadores integrados na mesma carreira, a cum-prir ou a executar diferente atribuio, competncia ouactividade, do rgo ou servio em causa;

    b) Trabalhadores integrados na mesma carreira, a cum-prir ou a executar qualquer atribuio, competncia ouactividade, de outro rgo ou servio ou que se encontremem situao de mobilidade especial;

    c) Trabalhadores integrados em outras carreiras;d ) Sendo o caso, trabalhadores que exeram os respec-

    tivos cargos em comisso de servio ou que sejam sujeitosde outras relaes jurdicas de emprego pblico por tempodeterminado ou determinvel e indivduos sem relaojurdica de emprego pblico previamente estabelecida.

    2 Na falta de lei especial em contrrio, quando setrate de categorias superiores de carreiras pluricategoriais,podem candidatar -se ao procedimento, para alm dos re-feridos no nmero anterior, trabalhadores integrados namesma carreira, em diferente categoria, do rgo ou ser-

    vio em causa, que se encontrem a cumprir ou a executar idntica atribuio, competncia ou actividade.

    Artigo 53.Mtodos de seleco

    1 Sem prejuzo do disposto nos nmeros seguintes,os mtodos de seleco a utilizar obrigatoriamente norecrutamento so os seguintes:

    a) Provas de conhecimentos, destinadas a avaliar se, eem que medida, os candidatos dispem das competnciastcnicas necessrias ao exerccio da funo; e

    b) Avaliao psicolgica destinada a avaliar se, e em quemedida, os candidatos dispem das restantes competnciasexigveis ao exerccio da funo.

    2 Excepto quando afastados, por escrito, pelos can-didatos que, cumulativamente, sejam titulares da categoriae se encontrem ou, tratando-se de candidatos colocados

    em situao de mobilidade especial, se tenham por ltimoencontrado, a cumprir ou a executar a atribuio, compe-tncia ou actividade caracterizadoras dos postos de trabalhopara cuja ocupao o procedimento foi publicitado, osmtodos de seleco a utilizar no seu recrutamento soos seguintes:

    a ) Avaliao curricular incidente especialmente so-bre as funes que tm desempenhado na categoria e nocumprimento ou execuo da atribuio, competncia ouactividade em causa e o nvel de desempenho nelas al-canado;

    b) Entrevista de avaliao das competncias exigveisao exerccio da funo.

    3 Podem ainda ser adoptados, facultativamente, ou-tros mtodos de seleco legalmente previstos.

    4 Em casos excepcionais, devidamente fundamen-tados, designadamente quando o nmero de candidatosseja de tal modo elevado que a utilizao dos mtodosde seleco referidos nos nmeros anteriores se torne im-praticvel, a entidade empregadora pblica pode limitar--se a utilizar, em qualquer recrutamento, os referidos nasalneasa) dos n.os1 ou 2.

    Artigo 54.Tramitao do procedimento concursal

    1 O procedimento concursal simplificado e urgente,obedecendo aos seguintes princpios:a) O jri do procedimento composto por trabalhado-

    res da entidade empregadora pblica, de outro rgo ouservio e, quando a rea de formao exigida revele a suaconvenincia, de entidades privadas;

    b) Inexistncia de actos ou de listas preparatrias daordenao final dos candidatos;

    c) A ordenao final dos candidatos unitria, aindaque lhes tenham sido aplicados mtodos de seleco di-ferentes;

    d ) O recrutamento efectua-se pela ordem decrescenteda ordenao final dos candidatos colocados em situaode mobilidade especial e, esgotados estes, dos restantescandidatos.

    2 A tramitao do procedimento concursal, incluindoa do destinado a constituir reservas de recrutamento em

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    cada rgo ou servio ou em entidade centralizada, regu-lamentada por portaria do membro do Governo responsvelpela rea da Administrao Pblica ou, tratando -se decarreira especial relativamente qual aquela tramitao serevele desadequada, por portaria deste membro do Governoe daquele cujo mbito de competncia abranja rgo ouservio em cujo mapa de pessoal se contenha a previsoda carreira.

    Artigo 55.Determinao do posicionamento remuneratrio

    1 Quando esteja em causa posto de trabalho relativa-mente ao qual a modalidade da relao jurdica de empregopblico seja o contrato, o posicionamento do trabalhador recrutado numa das posies remuneratrias da categoria objecto de negociao com a entidade empregadora p-blica e tem lugar:

    a) Imediatamente aps o termo do procedimento con-cursal; oub) Aquando da aprovao em curso de formao es-pecfico ou da aquisio de certo grau acadmico ou decerto ttulo profissional, nos termos da alneac) do n. 3 doartigo 41., que decorram antes da celebrao do contrato.

    2 Para os efeitos do disposto na alnead ) do n. 1 doartigo anterior, a negociao com os candidatos colocadosem situao de mobilidade especial antecede a que tenhalugar com os restantes candidatos.

    3 Sem prejuzo de contactos informais que possame devam ter lugar, a negociao entre a entidade emprega-dora pblica e cada um dos candidatos, pela ordem em que

    figurem na ordenao final, efectua-se por escrito.4 Em casos excepcionais, devidamente fundamen-tados, designadamente quando o nmero de candidatosseja de tal modo elevado que a negociao se torne im-praticvel, a entidade empregadora pblica pode tomar ainiciativa de a consubstanciar numa proposta de adeso aum determinado posicionamento remuneratrio enviadaa todos os candidatos.

    5 O eventual acordo obtido ou a proposta de adesoso objecto de fundamentao escrita pela entidade em-pregadora pblica.

    6 Em cada um dos universos de candidatos refe-ridos na alnea d ) do n. 1 do artigo anterior, bem comorelativamente ordenao de todos os candidatos, a faltade acordo com determinado candidato determina a nego-ciao com o que se lhe siga na ordenao, ao qual, emcaso algum, pode ser proposto posicionamento remune-ratrio superior ao mximo que tenha sido proposto a, eno aceite por, qualquer dos candidatos que o antecedamnaquela ordenao.

    7 Aps o seu encerramento, a documentao relativaaos processos negociais em causa pblica e de livreacesso.

    8 Quando esteja em causa posto de trabalho relati-vamente ao qual a modalidade da relao jurdica de em-prego pblico seja a nomeao, lei especial pode tornar -lheaplicvel o disposto nos nmeros anteriores.

    9 No usando da faculdade prevista no nmero ante-rior, o posicionamento do trabalhador recrutado tem lugar na ou numa das posies remuneratrias da categoria quetenham sido publicitadas conjuntamente com os elementosreferidos no n. 3 do artigo 50.

    Artigo 56.Curso de Estudos Avanados em Gesto Pblica

    1 Observados os condicionalismos referidos non. 1 do artigo 50. relativamente a actividades de natu-reza permanente, o dirigente mximo da entidade empre-

    gadora pblica pode optar, em alternativa publicitaode procedimento concursal nele previsto, pelo recurso adiplomados pelo Curso de Estudos Avanados em GestoPblica (CEAGP).

    2 Para efeitos do disposto no nmero anterior, a en-tidade empregadora pblica remete ao Instituto Nacionalde Administrao (INA) lista do nmero de postos detrabalho a ocupar, bem como a respectiva caracterizaonos termos dos n.os3 e 4 do artigo 50.

    3 A caracterizao dos postos de trabalho cujo n-mero consta da lista toma em considerao que os diplo-mados com o CEAGP apenas podem ser integrados nacarreira geral de tcnico superior e para cumprimento ouexecuo das atribuies, competncias ou actividades quea respectiva regulamentao identifique.

    4 A remessa da lista ao INA compromete a entidadeempregadora pblica a, findo o CEAGP, integrar o cor-respondente nmero de diplomados.

    5 O recrutamento para frequncia do CEAGP observaas injunes decorrentes do disposto nos n.os4 a 7 do artigo 6.

    6 A integrao na carreira geral de tcnico superior efectua-se na primeira posio remuneratria ou naquelacujo nvel remuneratrio seja idntico ou, na sua falta, ime-diatamente superior ao nvel remuneratrio correspondenteao posicionamento do candidato na categoria de origem,quando dela seja titular no mbito de uma relao jurdicade emprego pblico constituda por tempo indeterminado.

    7 O CEAGP pode igualmente decorrer em outras ins-tituies de ensino superior nos termos fixados em portariados membros do Governo responsveis pela AdministraoPblica e ensino superior, sendo, neste caso, a Direco--Geral da Administrao e do Emprego Pblico a entidadecompetente para a gesto de todo o procedimento.

    8 O CEAGP regulamentado por portaria do mem-bro do Governo responsvel pela rea da AdministraoPblica.

    Artigo 57.Formao profissional

    1 No se tratando de carreira especial para cujaintegrao tenha sido exigida a aprovao em curso deformao especfico, o incio de funes do trabalhador recrutado tem lugar com um perodo de formao em sala eem exerccio, cuja durao e contedo dependem da prviasituao jurdico-funcional do trabalhador.

    2 Os trabalhadores tm o direito e o dever de frequen-tar, todos os anos, aces de formao e aperfeioamentoprofissional na actividade em que exercem funes.

    CAPTULO IVMobilidade geral

    Artigo 58.Cedncia de interesse pblico

    1 H lugar celebrao de acordo de cedncia deinteresse pblico quando um trabalhador de entidade

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    excluda do mbito de aplicao objectivo da presente leideva exercer funes, ainda que a tempo parcial, em rgoou servio a que a presente lei aplicvel e, inversamente,quando um trabalhador de rgo ou servio deva exercer funes, ainda que no mesmo regime, em entidade excludadaquele mbito de aplicao.

    2 O acordo pressupe a concordncia escrita do r-go ou servio, do membro do Governo respectivo, daentidade e do trabalhador e implica, na falta de disposioem contrrio, a suspenso do estatuto de origem deste.

    3 A cedncia de interesse pblico sujeita o traba-lhador s ordens e instrues do rgo ou servio ou daentidade onde vai prestar funes, sendo remunerado por estes com respeito pelas disposies normativas aplicveisao exerccio daquelas funes.

    4 O exerccio do poder disciplinar compete enti-dade cessionria, excepto quando esteja em causa a apli-cao de penas disciplinares expulsivas.

    5 Os comportamentos do trabalhador cedido tm

    relevncia no mbito da relao jurdica de emprego deorigem, devendo o procedimento disciplinar que apureas infraces disciplinares respeitar o estatuto disciplinar de origem.

    6 O trabalhador cedido tem direito:a) contagem, na categoria de origem, do tempo de

    servio prestado em regime de cedncia;b) A optar pela manuteno do regime de proteco so-

    cial de origem, incidindo os descontos sobre o montante daremunerao que lhe competiria na categoria de origem;

    c) A ocupar, nos termos legais, diferente posto de traba-lho no rgo ou servio ou na entidade de origem ou emoutro rgo ou servio.

    7 No caso previsto na alneac) do nmero anterior,o acordo de cedncia de interesse pblico caduca com aocupao do novo posto de trabalho.

    8 O acordo pode ser feito cessar, a todo o tempo,por iniciativa de qualquer das partes que nele tenham in-tervindo, com aviso prvio de 30 dias.

    9 No pode haver lugar, durante o prazo de um ano,a cedncia de interesse pblico para o mesmo rgo ouservio ou para a mesma entidade de trabalhador que setenha encontrado cedido e tenha regressado situaojurdico-funcional de origem.

    10 No caso previsto na primeira parte do n. 1, oexerccio de funes no rgo ou servio titulado atravsda modalidade adequada de constituio da relao jurdicade emprego pblico.

    11 As funes a exercer em rgo ou servio corres-pondem a um cargo ou a uma carreira, categoria, actividadee, quando imprescindvel, rea de formao acadmica ouprofissional.

    12 Quando as funes correspondam a um cargodirigente, o acordo de cedncia de interesse pblico precedido da observncia dos requisitos e procedimentoslegais de recrutamento.

    13 O acordo de cedncia de interesse pblico para oexerccio de funes em rgo ou servio a que a presentelei aplicvel tem a durao mxima de um ano, exceptoquando tenha sido celebrado para o exerccio de um cargoou esteja em causa rgo ou servio, designadamente tem-porrio, que no possa constituir relaes jurdicas deemprego pblico por tempo indeterminado, casos em quea sua durao indeterminada.

    14 No caso previsto na alneab) do n. 6, o rgo ouservio ou a entidade comparticipam:

    a ) No financiamento do regime de proteco socialaplicvel em concreto com a importncia que se encontrelegalmente estabelecida para a contribuio das entidadesempregadoras;

    b) Sendo o caso, nas despesas de administrao de sub-sistemas de sade da funo pblica, nos termos legaisaplicveis.

    15 Quando um trabalhador de rgo ou servio devaexercer funes em central sindical ou confederao pa-tronal, ou em entidade privada com representatividadeequiparada nos sectores econmico e social, o acordopode prever que continue a ser remunerado, bem comoas correspondentes comparticipaes asseguradas, pelorgo ou servio.

    16 No caso previsto no nmero anterior, o nmeromximo de trabalhadores cedidos de quatro por cada

    central sindical e de dois por cada uma das restantes en-tidades.

    Artigo 59.Mobilidade interna a rgos ou servios

    1 Quando haja convenincia para o interesse pblico,designadamente quando a economia, a eficcia e a eficin-cia dos rgos ou servios o imponham, os trabalhadorespodem ser sujeitos a mobilidade interna.

    2 A mobilidade referida no nmero anterior sempredevidamente fundamentada e pode operar -se:

    a) Dentro da mesma modalidade de constituio da rela-o jurdica de emprego pblico por tempo indeterminadoou entre ambas as modalidades;

    b) Dentro do mesmo rgo ou servio ou entre doisrgos ou servios;

    c) Abrangendo indistintamente trabalhadores em ac-tividade ou que se encontrem colocados em situao demobilidade especial;

    d ) A tempo inteiro ou a tempo parcial, conforme o acor-dado entre os sujeitos que devam dar o seu acordo.

    Artigo 60.Modalidades de mobilidade interna

    1 A mobilidade interna reveste as modalidades demobilidade na categoria e de mobilidade intercarreirasou categorias.

    2 A mobilidade na categoria opera-se para o exerc-cio de funes inerentes categoria de que o trabalhador titular, na mesma actividade ou em diferente actividadepara que detenha habilitao adequada.

    3 A mobilidade intercarreiras ou categorias opera-separa o exerccio de funes no inerentes categoria deque o trabalhador titular e inerentes:

    a) A categoria superior ou inferior da mesma carreira; oub) A carreira de grau de complexidade funcional igual,

    superior ou inferior ao da carreira em que se encontra

    integrado ou ao da categoria de que titular.4 A mobilidade intercarreiras ou categorias depende

    da titularidade de habilitao adequada do trabalhador eno pode modificar substancialmente a sua posio.

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    Artigo 61.Acordos

    1 Em regra, a mobilidade interna depende do acordodo trabalhador e dos rgos ou servios de origem e dedestino.

    2 Sem prejuzo do disposto nos nmeros seguin-tes, dispensado o acordo do trabalhador para efeitos demobilidade interna, em qualquer das suas modalidades,quando:

    a ) Se opere para rgo, servio ou unidade orgnicasituados no concelho do seu rgo, servio ou unidadeorgnica de origem ou no da sua residncia;

    b) O rgo, servio ou unidade orgnica de origemou a sua residncia se situe no concelho de Lisboa ou nodo Porto e a mobilidade se opere para rgo, servio ouunidade orgnica situados em concelho confinante comqualquer daqueles;

    c) Se opere para qualquer outro concelho, desde que

    se verifiquem cumulativamente as seguintes condies,aferidas em funo da utilizao de transportes pblicos:i) No implique despesas mensais para deslocaes entre

    a residncia e o local de trabalho, em ambos os sentidos,superiores a 8 % da remunerao lquida mensal ou, sendosuperiores, que no ultrapassem as despesas mensais paradeslocaes entre a residncia e o rgo, servio ou unidadeorgnica de origem;

    ii) O tempo gasto naquelas deslocaes no exceda 25 %do horrio de trabalho ou, excedendo-o, no ultrapasse otempo gasto nas deslocaes entre a residncia e o rgo,servio ou unidade orgnica de origem.

    3 O disposto na alneac) do nmero anterior no aplicvel quando o trabalhador invoque e comprove queda mobilidade interna lhe adviria prejuzo srio para a suavida pessoal.

    4 Quando a mobilidade interna se opere para cate-goria inferior da mesma carreira ou para carreira de graude complexidade funcional inferior ao da carreira em quese encontra integrado ou ao da categoria de que titular, oacordo do trabalhador nunca pode ser dispensado.

    5 Quando a mobilidade interna se opere para rgoou servio, designadamente temporrio, que no possaconstituir relaes jurdicas de emprego pblico por tempoindeterminado e se preveja que possa ter durao superior a um ano, o acordo do trabalhador que no se encontrecolocado em situao de mobilidade especial nunca podeser dispensado.

    6 No mbito dos servios referidos nos n.os1 e 2 doartigo 3., dispensado o acordo do servio de origempara efeitos de mobilidade interna, em qualquer das suasmodalidades, quando se opere:

    a) Para servio ou unidade orgnica situados fora dasreas metropolitanas de Lisboa e do Porto;

    b) Por iniciativa do trabalhador, desde que se verifiquefundado interesse do servio de destino, reconhecido por despacho do respectivo membro do Governo.

    Artigo 62.Remunerao

    1 O trabalhador em mobilidade na categoria, em r-go ou servio diferente ou cuja situao jurdico-funcionalde origem seja a de colocado em situao de mobilidade

    especial, pode ser remunerado pela posio remuneratriaimediatamente seguinte quela em que se encontre posi-cionado na categoria ou, em caso de inexistncia, pelonvel remuneratrio que suceda ao correspondente suaposio na tabela remuneratria nica.

    2 O trabalhador em mobilidade intercarreiras ou

    categorias em caso algum afectado na remunerao cor-respondente categoria de que titular.3 No caso referido no nmero anterior, a remune-

    rao do trabalhador acrescida para o nvel remunera-trio superior mais prximo daquele que corresponde aoseu posicionamento na categoria de que titular que seencontre previsto na categoria cujas funes vai exercer,desde que a primeira posio remuneratria desta categoriacorresponda a nvel remuneratrio superior ao nvel remu-neratrio da primeira posio daquela de que titular.

    4 No se verificando a hiptese prevista no nmeroanterior, pode o trabalhador ser remunerado nos termosdo n. 1.

    5 Excepto acordo diferente entre os rgos ou ser-vios, o trabalhador em mobilidade interna remuneradopelo rgo ou servio de destino.

    Artigo 63.Durao

    1 A mobilidade interna tem a durao mxima de umano, excepto quando esteja em causa rgo ou servio, de-signadamente temporrio, que no possa constituir relaesjurdicas de emprego pblico por tempo indeterminado,caso em que a sua durao indeterminada.

    2 No pode haver lugar, durante o prazo de um ano,a mobilidade interna para o mesmo rgo, servio ou uni-

    dade orgnica de trabalhador que se tenha encontrado emmobilidade interna e tenha regressado situao jurdico--funcional de origem.

    Artigo 64.Consolidao da mobilidade na categoria

    1 A mobilidade na categoria que se opere dentro domesmo rgo ou servio consolida-se definitivamente, por deciso do respectivo dirigente mximo:

    a) Independentemente de acordo do trabalhador, se notiver sido exigido para o seu incio, ou com o seu acordo,no caso contrrio, quando se tenha operado na mesma

    actividade;b) Com o acordo do trabalhador, quando se tenha ope-rado em diferente actividade.

    2 A consolidao referida no nmero anterior no precedida nem sucedida de qualquer perodo experi-mental.

    Artigo 65.Avaliao do desempenho e tempo de servio

    em mobilidade interna

    A meno obtida na avaliao do desempenho, bemcomo o tempo de exerccio de funes em carreira e ca-tegoria decorrentes de mobilidade interna do trabalha-dor reportam-se, em alternativa, sua situao jurdico--funcional de origem ou correspondente mobilidadeinterna em que se encontrou, conforme, entretanto, o tra-balhador no venha ou venha, respectivamente, a consti-

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    tuir uma relao jurdica de emprego pblico por tempoindeterminado, sem interrupo de funes, na ltimasituao jurdico-funcional.

    TTULO VRegime de remuneraes

    CAPTULO IRemuneraes

    SECO I

    Componentes da remunerao

    Artigo 66.Direito remunerao

    1 O direito remunerao devida por motivo deexerccio de funes em rgo ou servio a que a presentelei aplicvel constitui-se, em regra, com a aceitao danomeao, ou acto equiparado, ou, no devendo estes ter lugar, com o incio do exerccio efectivo de funes.

    2 O disposto no nmero anterior no prejudica re-gime diferente legalmente previsto, designadamente non. 2 do artigo 18.

    3 A remunerao, quando seja peridica, pagamensalmente.

    4 A lei prev as situaes e condies em que o di-reito remunerao total ou parcialmente suspenso.

    5 O direito remunerao cessa com a cessao dequalquer das modalidades de vinculao, designadamentedas relaes jurdicas de emprego pblico constitudas.

    Artigo 67.Componentes da remunerao

    A remunerao dos trabalhadores que exeram fun-es ao abrigo de relaes jurdicas de emprego pblico composta por:

    a) Remunerao base;b) Suplementos remuneratrios;c) Prmios de desempenho.

    SECO II

    Remunerao base

    Artigo 68.Tabela remuneratria nica

    1 A tabela remuneratria nica contm a totalidadedos nveis remuneratrios susceptveis de ser utilizadosna fixao da remunerao base dos trabalhadores queexeram funes ao abrigo de relaes jurdicas de em-prego pblico.

    2 O nmero de nveis remuneratrios e o montantepecunirio correspondente a cada um fixado em portariaconjunta do Primeiro-Ministro e do membro do Governoresponsvel pela rea das finanas.

    3 A alterao do nmero de nveis remuneratrios objecto de negociao colectiva, nos termos da lei.

    4 A alterao do montante pecunirio correspondentea cada nvel remuneratrio objecto de negociao colec-tiva anual, nos termos da lei, devendo, porm, manter -se aproporcionalidade relativa entre cada um dos nveis.

    Artigo 69.Fixao da remunerao base

    1 A identificao dos nveis remuneratrios corres-pondentes s posies remuneratrias das categorias, bemcomo aos cargos exercidos em comisso de servio, efectuada por decreto regulamentar.

    2 Na identificao dos nveis remuneratrios cor-respondentes s posies remuneratrias das categoriasobservam-se, tendencialmente, as seguintes regras:

    a) Tratando-se de carreiras pluricategoriais, os intervalosentre aqueles nveis so decrescentemente mais pequenos medida que as correspondentes posies se tornam su-periores;

    b) Nenhum nvel remuneratrio correspondente s po-sies das vrias categorias da carreira se encontra so-breposto, verificando-se um movimento nico crescentedesde o nvel correspondente primeira posio da cate-goria inferior at ao correspondente ltima posio dacategoria superior;

    c) Excepcionalmente, o nvel correspondente ltimaposio remuneratria de uma categoria pode ser idn-tico ao da primeira posio da categoria imediatamentesuperior;

    d ) Tratando-se de carreiras unicategoriais, os intervalosentre aqueles nveis so constantes.

    Artigo 70.Conceito de remunerao base

    1 A remunerao base mensal o montante pecu-nirio correspondente ao nvel remuneratrio, conformeos casos, da posio remuneratria onde o trabalhador seencontra na categoria de que titular ou do cargo exercidoem comisso de servio.

    2 A remunerao base est referenciada titulari-dade, respectivamente, de uma categoria e ao respectivoposicionamento remuneratrio do trabalhador ou de umcargo exercido em comisso de servio.

    3 A remunerao base anual paga em 14 mensali-dades, correspondendo uma delas ao subsdio de Natal e

    outra ao subsdio de frias, nos termos da lei.Artigo 71.

    Remunerao horria

    1 O valor da hora normal de trabalho calculado atra-vs da frmula Rb 12 , sendoRb a remunerao base men-52 N sal eN o nmero de horas da normal durao semanal dotrabalho.

    2 A frmula referida no nmero anterior serve debase ao clculo da remunerao correspondente a qualquer outra fraco do tempo de trabalho.

    Artigo 72.Opo de remunerao base

    Quando a relao jurdica de emprego pblico se cons-titua por comisso de servio, ou haja lugar a cedncia de

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    interesse pblico, o trabalhador tem o direito de optar, atodo o tempo, pela remunerao base devida na situaojurdico -funcional de origem que esteja constituda por tempo indeterminado.

    SECO III

    Suplementos remuneratrios

    Artigo 73.Condies de atribuio dos suplementos remuneratrios

    1 So suplementos remuneratrios os acrscimosremuneratrios devidos pelo exerccio de funes em pos-tos de trabalho que apresentam condies mais exigentesrelativamente a outros postos de trabalho caracterizadospor idntico cargo ou por idnticas carreira e categoria.

    2 Os suplementos remuneratrios esto referenciadosao exerccio de funes nos postos de trabalho referidos naprimeira parte do nmero anterior, sendo apenas devidosa quem os ocupe.3 So devidos suplementos remuneratrios quandotrabalhadores, em postos de trabalho determinados nostermos do n. 1, sofram, no exerccio das suas funes,condies de trabalho mais exigentes:

    a ) De forma anormal e transitria, designadamenteas decorrentes de prestao de trabalho extraordinrio,nocturno, em dias de descanso semanal, complementar eferiados e fora do local normal de trabalho; ou

    b) De forma permanente, designadamente as decorrentesde prestao de trabalho arriscado, penoso ou insalubre,por turnos, em zonas perifricas e de secretariado de di-reco.

    4 Os suplementos remuneratrios so apenas devidosenquanto perdurem as condies de trabalho que determi-naram a sua atribuio.

    5 Os suplementos remuneratrios so apenas devidosenquanto haja exerccio efectivo de funes.

    6 Em regra, os suplementos remuneratrios so fi-xados em montantes pecunirios, s excepcionalmentepodendo ser fixados em percentagem da remuneraobase mensal.

    7 Com observncia do disposto nos nmeros ante-riores, os suplementos remuneratrios so criados e re-gulamentados por lei e, ou, no caso das relaes jurdicas

    de emprego pblico constitudas por contrato, por acordocolectivo de trabalho.

    SECO IV

    Prmios de desempenho

    Artigo 74.Preparao da atribuio

    1 Tendo em considerao as verbas oramentais des-tinadas a suportar o tipo de encargos previstos na alneac)do n. 1 e no n. 5 do artigo 7., o dirigente mximo dorgo ou servio fixa, fundamentadamente, no prazo de15 dias aps o incio da execuo do oramento, o universodos cargos e o das carreiras e categorias onde a atribuiode prmios de desempenho pode ter lugar, com as desa-gregaes necessrias do montante disponvel em funode tais universos.

    2 aplicvel atribuio de prmios de desempe-nho, com as necessrias adaptaes, o disposto nos n.os3a 5 do artigo 46.

    Artigo 75.Condies da atribuio dos prmios de desempenho

    1 Preenchem os universos definidos nos termos doartigo anterior os trabalhadores que, cumulativamente,exeram funes no rgo ou servio e, na falta de leiespecial em contrrio, tenham obtido, na ltima avaliaodo seu desempenho, a meno mxima ou a imediatamenteinferior a ela.

    2 Determinados os trabalhadores que preenchemcada um dos universos definidos, so ordenados, dentrode cada universo, por ordem decrescente da classificaoquantitativa obtida naquela avaliao.

    3 Em face da ordenao referida no nmero anterior,e aps excluso dos trabalhadores que, nesse ano, tenhamalterado o seu posicionamento remuneratrio na categoriapor cujo nvel remuneratrio se encontrem a auferir a remu-nerao base, o montante mximo dos encargos fixado por cada universo nos termos do artigo anterior distribudo,pela ordem mencionada, por forma que cada trabalhador receba o equivalente sua remunerao base mensal.

    4 No h lugar a atribuio de prmio de desempe-nho quando, no obstante reunidos os requisitos previstosno n. 1, o montante mximo dos encargos fixado para ouniverso em causa se tenha esgotado com a atribuio deprmio a trabalhador ordenado superiormente.

    5 Os prmios de desempenho esto referenciadosao desempenho do trabalhador objectivamente reveladoe avaliado.

    Artigo 76.Outros sistemas de recompensa do desempenho

    1 Nos limites do previsto na alneac) do n. 1 e non. 5 do artigo 7., por lei e, ou, no caso das relaes jur-dicas de emprego pblico constitudas por contrato, por acordo colectivo de trabalho, podem ser criados e regu-lamentados outros sistemas de recompensa do desempe-nho, designadamente em funo de resultados obtidosem equipa ou do desempenho de trabalhadores que seencontrem posicionados na ltima posio remuneratriada respectiva categoria.

    2 Os sistemas referidos no nmero anterior podemafastar a aplicao do previsto na presente seco.

    CAPTULO IIDescontos

    Artigo 77.Enumerao

    1 Sobre as remuneraes devidas pelo exerccio defunes em rgo ou servio a que a presente lei apli-cvel incidem:

    a) Descontos obrigatrios;b) Descontos facultativos.

    2 So obrigatrios os descontos que resultam deimposio legal.

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    3 So facultativos os descontos que, sendo permiti-dos por lei, carecem de autorizao expressa do titular dodireito remunerao.

    4 Na falta de lei especial em contrrio, os descon-tos so efectuados directamente atravs de reteno nafonte.

    Artigo 78.Descontos obrigatrios

    Constituda a relao jurdica de emprego pblico, sodescontos obrigatrios os seguintes:

    a ) Imposto sobre o rendimento das pessoas singula-res;

    b) Quotizaes para o regime de proteco social apli-cvel.

    Artigo 79.

    Descontos facultativos1 Constituda a relao jurdica de emprego pblico,

    so descontos facultativos, designadamente, os seguin-tes:

    a) Prmios de seguros de doena ou de acidentes pes-soais, de seguros de vida e complementos de reforma eplanos de poupana-reforma;

    b) Quota sindical.

    2 Desde que solicitado pelos trabalhadores nome-ados ou em comisso de servio, as quotas sindicais soobrigatoriamente descontadas na fonte.

    3 So subsidiariamente aplicveis aos descontos re-feridos no nmero anterior, com as necessrias adaptaes,as disposies adequadas do RCTFP.

    TTULO VIRegime jurdico-funcional das modalidades

    de constituio da relaojurdica de emprego pblico

    Artigo 80.Fontes normativas da nomeao

    1 As fontes normativas do regime jurdico-funcionalaplicvel aos trabalhadores que, enquanto sujeitos de umarelao jurdica de emprego pblico diferente da comis-so de servio, se encontrem nas condies referidas noartigo 10. so, por esta ordem:

    a) A presente lei e a legislao que o regulamenta, naparte aplicvel;

    b) As leis gerais cujo mbito de aplicao subjectivoabranja todos os trabalhadores, independentemente damodalidade de constituio da relao jurdica de empregopblico ao abrigo da qual exercem as respectivas funes,na parte aplicvel;

    c) As leis especiais aplicveis s correspondentes car-reiras especiais, nas matrias que, face ao disposto na lei,possam regular;

    d ) Subsidiariamente, as leis gerais cujo mbito de apli-cao subjectivo se circunscreva aos ento designadosfuncionrios e agentes.

    2 So, designadamente, leis gerais previstas na al-neab) do nmero anterior as que definam:

    a) O regime da reorganizao de servios e da colocaode pessoal em situao de mobilidade especial;

    b) O estatuto do pessoal dirigente;c) Os sistemas de avaliao do desempenho dos servi-

    os, dos dirigentes e dos trabalhadores;d ) O estatuto disciplinar.

    3 So, designadamente, matrias reguladas pelas leisespeciais previstas na alneac) do n. 1 as que definam:

    a) A estruturao das carreiras especiais;b) Os requisitos de recrutamento e a subsequente deter-

    minao do posicionamento remuneratrio;c) Os nveis remuneratrios das posies das categorias

    das carreiras;d ) Os suplementos remuneratrios;e) Outros sistemas de recompensa do desempenho;f ) Sistemas adaptados e especficos de avaliao do

    desempenho;g ) Estatutos disciplinares especiais;h) O regime aplicvel em matrias no reguladas nas

    leis previstas nas alneasa) eb) do n. 1.

    Artigo 81.Fontes normativas do contrato

    1 As fontes normativas do regime jurdico-funcionalaplicvel aos trabalhadores que, enquanto sujeitos de umarelao jurdica de emprego pblico diferente da comis-so de servio, se encontrem em condies diferentes dasreferidas no artigo 10. so, por esta ordem:

    a) A presente lei e a legislao que o regulamenta, naparte aplicvel;

    b) As leis gerais cujo mbito de aplicao subjectivoabranja todos os trabalhadores, independentemente damodalidade de constituio da relao jurdica de empregopblico ao abrigo da qual exercem as respectivas funes,na parte aplicvel;

    c) As leis especiais aplicveis s correspondentes car-reiras especiais, nas matrias que, face ao disposto na lei,possam regular;

    d ) O RCTFP;e) Subsidiariamente, as leis gerais cujo mbito de apli-

    cao subjectivo se circunscreva aos ento designados

    funcionrios e agentes;f ) Subsidiariamente, as disposies do contrato.

    2 So ainda fonte normativa, nas matrias que, faceao disposto na lei, possam regular, os acordos colectivosde trabalho que integrem ou derroguem disposies ouregimes constantes das fontes referidas nas alneasa) ad )do nmero anterior, designadamente sobre:

    a) Suplementos remuneratrios;b) Outros sistemas de recompensa do desempenho;c) Sistemas adaptados e especficos de avaliao do

    desempenho;d ) O regime aplicvel em matrias no reguladas nas leis

    previstas nas alneasa) eb) do n. 1 quando expressamenteas possam regular.

    3 aplicvel, com as necessrias adaptaes, o dis-posto nos n.os2 e 3 do artigo anterior, excepto no que se

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    b) Para a modalidade de contrato por tempo indetermi-nado, em perodo experimental.

    2 No perodo experimental imputado o tempo de-corrido em comisso de servio extraordinria.

    3 Os actuais trabalhadores em comisso de servio,ainda que extraordinria, em servios em regime de insta-lao transitam para a modalidade adequada de mobilidadeinterna.

    4 Os actuais trabalhadores nomeados em comissode servio em outras situaes transitam para a modali-dade de comisso de servio com o contedo decorrenteda presente lei.

    Artigo 91.Converso dos contratos administrativos de provimento

    1 Sem prejuzo do disposto no artigo 108., os actuaistrabalhadores em contrato administrativo de provimento

    transitam, em conformidade com a natureza das funesexercidas e com a previsvel durao do contrato:a) Para a modalidade de nomeao definitiva, em pe-

    rodo experimental;b) Para a modalidade de nomeao transitria;c) Para a modalidade de contrato por tempo indetermi-

    nado, em perodo experimental;d ) Para a modalidade de contrato a termo resolutivo

    certo ou incerto.

    2 No perodo experimental imputado o tempo de-corrido em contrato administrativo de provimento.

    3 Aos trabalhadores que transitem nos termos da

    alneac) do n. 1 aplicvel aps o perodo experimen-tal, com as necessrias adaptaes, o disposto no n. 4 doartigo 88.

    4 Para efeitos da transio referida nas alneas b)e d ) do n. 1 considera -se termo inicial das respectivasrelaes jurdicas de emprego pblico a data da entradaem vigor do RCTFP.

    Artigo 92.Converso dos contratos a termo resolutivo

    1 Os actuais trabalhadores em contrato a termo reso-lutivo para o exerccio de funes nas condies referidasno artigo 10.