legislação sobre arma de fogo

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POLÍCIA CIVIL DO ESTADO POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DO RIO DE JANEIRO PCERJ - ACADEPOL

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Page 1: Legislação sobre arma de fogo

POLÍCIA CIVIL DO ESTADO POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRODO RIO DE JANEIRO

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Page 2: Legislação sobre arma de fogo

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SISTEMA DE CADASTRO DAS ARMAS DE FOGO

1 - SINARM – Sistema informatizado gerido pelo Departamento de Polícia Federal onde são catalogadas e disponibilizadas informações cadastrais sobre armas de fogo, expedição de porte e registro de armas. 2 - SIGMA – Sistema de Gerenciamento Militar de Armas gerido pelo Comando do Exército.

2.1 – SIGMA-Institucional – Cadastro de armas institucionais das Forças Armadas, Ministério da Defesa, Polícias e Bombeiros Militares, ABIN, GSI – Gabinete de Segurança Institucional

2.2 - SIGMA-Exército – Cadastro de armas particulares dos militares, ABIN e GSI, CACs, armas importadas (teste, estudos e análise), exportadas, representações diplomáticas, obsoletas (art. 2º, par. 1º x art.14 Decreto 5.123/04?) e clubes de tiro.

Obs.: SINARM e SIGMA são interligados e compartilhados – art. 9º Decreto 5123/04

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ARMAS CADASTRÁVEIS NO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS – SINARM

1 – Polícia Federal 2 – Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal 3 – Polícias Civis 4 – Órgãos policiais de segurança da Câmara dos Deputados e Senado 5 – Agentes e Guardas prisionais 6 – Guardas Portuárias (não foi previsto para agentes da INFRAERO) 7 – Armas apreendidas que não sejam cadastradas e figurem em procedimentos policiais e/ou judiciais 8 – Armas de fogo institucionais dos órgão do art. 144 CF (Polícias) 9 – Armas de fogo de uso restrito, salvo as armas cadastradas no SIGMA 10 – Armas adquiridas pelo cidadão comum 11 – Armas particulares adquiridas pelos agentes elencados no art. 144 CF 12 – Armas de fogo das empresas de segurança privada 13 – Magistrados e Ministério Público 14 – Caçadores de subsistência 15 – Armeiros 16 – Fiscais e Auditores da Receita Federal e do Ministério do Trabalho 17 – Armas institucionais das Guardas Prisionais, IBAMA, Instituto Chico Mendes

Obs.: Atribuição do SINARM é sempre residual

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ATRIBUIÇÕES DO SINARM

1 – Identificar características e propriedades – Port. 07 D Log de 28/04/06

1.1 – Fabricante 1.2 – País de fabricação 1.3 – Calibre 1.4 – Série 1.5 – Ano de fabricação

2 – Cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas (Port. 620/MD 04.05.06) e vendidas no país

2.1 – Importação

a) Obter o Certificado Internacional de Importação – CII (DFPC) b) Registrar a Licença de Importação, contando o número do CII e demais exigências da RFB c) Autorização do SINARM, caso seja cidadão comum d) Após chegada do produto, realização de vistoria pela RFB e Exército 2.2 – Exportação - Cadastro SIGMA (art. 2º, par. 1º, III do Decreto 5123/04)

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ATRIBUIÇÕES DO SINARM

3 – Cadastrar autorizações de porte de arma e renovações

Características jurídicas do porte:

a) Índole precária b) Faculdade discricionária (Autorização X Licença) c) Renovação periódica, mas sem direito subjetivo à fruição da totalidade do período d) Expedição centralizada e) Caráter nacional

4 – Cadastrar todas as ocorrências suscetíveis de alterar dados da arma

Características de um cadastro:

a) Objetividade b) Uniformidade c) Recuperação de dados e) Atualidade (transferência sujeita à autorização do DPF – art. 13 Dec. 5.123/04) f) Sequela

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ATRIBUIÇÕES DO SINARM

5 – Identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de fogo.

6 – Integrar no cadastro os acervos policiais já existentes.

Convênio – DPF e SESEGs (art. 47 do Dec. 5.123/04) – Rede Infoseg

7 – Cadastrar apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais.

a) Doação controlada – Art. 25 da lei 10826/03 (redação desatualizada do art. 65 Dec.) b) Não se aplica às armas de instituições militares (cadastradas no SIGMA) 8 – Cadastrar armeiros e conceder “licença” (sic) para suas atividade.

9 – Cadastrar os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores de armas de fogo, acessórios e munições.

Título de Registro – TR (Exército)

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ATRIBUIÇÕES DO SINARM

10 – Cadastrar a identificação do cano da arma e características de raiamento

Grave polêmica sobre a aplicação deste dispositivo:

a) Domínio restrito da tecnologia – Integrated Ballistics Identification System – IBIS (monopólio) b) Peritos experientes e com treinamento prévio c) Processo oneroso d) Processo moroso e) Dificuldade técnica em se cadastrar imagens tridimensionais f) Alteração do raiamento com o desgaste natural

11 – Informar às SESEGs sobre registros e autorizações de porte de arma concedidos nos seus respectivos territórios.

Observação: as atribuições enumeradas não se aplicam às armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares e instituições que possuam registro próprio

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R E G I S T R O D E A R M A D E F O G O

Conceito – Ato administrativo de documentação de caráter composto, oficial e obrigatório. Documento público oficial, permanente, que confere o “termo de nascimento” legal à arma.

Fato gerador – O cadastro procede ao registro.

Registro X Cadastro – Registro enseja a idéia de documento com status jurídico. Cadastro enseja a idéia de banco de dados.

Erro técnico da lei – “registrar arma no SINARM” (cadastrar) e “cadastrar arma no Exército” (registrar)

Cadastro – SINARM e SIGMA

Registro – Depende do interessado – DPF, Comando do Exército, Marinha (DSAM), Aeronáutica (DIRMAB), Polícia Militar (27 microssistemas), Corpo de Bombeiros Militar (19 microssitemas), GSI (Departamento de Segurança e ABIN), Polícias legislativas da Câmara dos Deputados e Senado Federal, Prefeituras Municipais (Guardas Municipais), SESEGs (armas institucionais), PRF (armas institucionais), órgãos públicos com autorização legal (art. 1º, par. 1º, I, “g” Dec. 5123/04)

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R E G I S T R O D E A R M A D E F O G O

Armas de fogo de uso restrito – Registradas no Comando do Exército (art. 3º, par. único lei 10.826/03)

° Nominalidade dos calalibres° Quantidade de energia cinética produzida na saída do cano° Dispositivos ou acessórios que modificam o tiro

Outras categorias de armas que são registradas no Comando do Exército

° Armas dos CACs° Armas institucionais dos Clubes ou Federações de Tiro° Armas particulares dos militares do Exército° Armas institucionais do Exército° Armas institucionais das Polícias, Bombeiros Militares e Agências Prisionais° Armas de uso restrito pertencentes aos integrantes das Polícias° Armas importadas ou adquiridas pelas fábricas para fins de teste, estudos e análise de mercadoº Armas das representações diplomáticas° Armas de categorias profissionais autorizadas a adquirir diretamente na indústria

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AQUISIÇÃO DE ARMA DE FOGO

1 – Comprovação de idoneidade (termo circunstanciado?)

2 – Comprovação de ocupação lícita (Qual o documento do trabalhador autônomo?)

3 - Comprovação de residência

4 – Comprovação de capacidade técnica e aptidão psicológica para o manuseio

Obs 1: Categorias civis especiais (Magistrados, MP e Receita Federal – AO nº 1.429 MC/DF) Obs 2: Não viola os Princípios Constitucionais da Ordem Econômica e Livre Iniciativa

Aquisição de Munição

1 – Apresentação do CRAF 2 - Calibre correspondente ao da arma 3 – Quantitativo de até 50 (cinquenta) munições anualmente – Portaria normativa nº 1811/MD

Aquisição de dispositivos não letais - Portaria 001/D. Log – 05/01/09 – Uso nas atividades de segurança privada. Particulares (balins de borracha ou plástico) com autorização do DPF (comércio) ou Exército (fábrica)

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CATEGORIAS COM PORTE DE ARMA DE FOGO

1 – Integrantes das Forças Armadas – Art. 34 Dec. 5123/04 (norma específica de cada Força)

1.1 – Soldados e Cabos das Forças Armadas não tem direito ao porte

1.2 – Praças da PM/CBM – Art. 33, par. 1º dec. 5123/04 (norma específica de cada Comando)

1.3 – Oficiais da reserva quando na inatividade não têm direito ao porte

1.4 – Militares reformados devem observar período de três anos para aferição técnica e psicológica

1.5 – Porte será suspenso por incapacidade física ou mental não definitivas – Art. 113 Lei 6880/80

2 – Guardas Municipais

2.1 – Capitais dos Estados e Municípios com mais de quinhentos mil habitantes na forma do

regulamento – Art. 40 a 44 do Dec. 5123/04 (treinamento, testes de capacidade, corregedoria própria)

2.2 – Municípios com menos de quinhentos mil habitantes, quando em serviço

2.3 – Municípios que integram regiões metropolitanas, quando em serviço – 6º, par. 7º Lei 10826/03

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CATEGORIAS COM PORTE DE ARMA DE FOGO

3 – Agentes Operacionais da ABIN e Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República

3.1 – ABIN – Atividades de inteligência, proteção de conhecimentos sensíveis e avaliação de ameaças internas e externas à ordem constitucional

3.2 – Departamento de Segurança do GSI

3.2.1 – Funcionários civis – Aplicam-se todas as exigências legais inerentes ao porte 3.2.2 – Funcionários militares – Critérios estabelecidos pelos respectivos Comandos

4 – Polícias da Câmara dos Deputados e Senado (não cabe porte para parlamentares)

4.1 – Segurança do Presidente da casa em qualquer local e dos congressistas e servidores nas dependências das casas. 4.2 – Segurança dos congressistas e servidores em qualquer localidade quando determinado pelo Presidente 4.3 – Policiamento das dependências internas 4.4 – Apoio à Corregedoria da casa legislativa 4.5 – Revista, busca e apreensão no interior destes órgãos 4.6 – Registro, administração de atos de polícia, investigação e formação de inquérito

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CATEGORIAS COM PORTE DE ARMA DE FOGO

5 – Agentes e Guardas prisionais

6 – Guardas portuárias

Obs.: Lei omitiu os seguranças da Infraero – (Aplicação por analogia?)

7 – Empresas de Segurança Privada

8 – Integrantes de atividades de desporto – Guia de tráfego por intermédio do SFPC

9 – Integrantes das Carreiras da Auditoria da Receita Federal e Auditoria Fiscal do Trabalho nos cargos de auditor e analista tributário

10 – Caçador de subsistência – Área rural, depender do emprego de arma de fogo para caça de subsistência, arma de uso permitido, tiro simples com um ou dois canos, alma lisa e calibre inferior a 16.

11 – Agentes do IBAMA quando em serviço – 26 da lei 5197/67 c/c 24 da lei 4771/66

12 – Magistrados, Ministério Público e Defensores Públicos

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Particularidades no porte do Policial Civil

1 – Fora da unidade da federação deve ser autorizado expressamente pela instituição

2 – Autorização deve ser por prazo determinado.

3 – Deve haver regramento por parte da corporação

4 – Questão do porte em locais públicos (eventos, shows, boates, etc) – 34, par. 3º Dec.

5 – Porte de arma particular – Permitido na forma do art. 35 e 35-A da lei 5123/04

Porte do cidadão comum

1 – Deferido pelo DPF 2 – Pessoal, intransferível e revogável a qualquer tempo 3 – Valido com relação à arma especificada 4 – Válido com apresentação do documento de identidade do seu portador

Suspensão do porte do cidadão comum – Não comunicar mudança de domicílio, roubo ou extravio, condução ostensiva em locais públicos, estado de embriaguez, efeito de drogas, medicamentos que provoquem alteração do desempenho intelectual ou motor.

Revogação do porte e posse do cidadão comum – Incurso em crime doloso. A partir do indiciamento do investigado ou recebimento de denúncia ou queixa.

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TRANSFERÊNCIA DE ARMA DE FOGO EM CASO DE FALECIMENTO OU INTERDIÇÃO

Art. 1784 CC – Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.

Art. 1791 CC – A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros. Parágrafo único – Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.

Art. 1797 CC – Nomeação de administrador até o compromisso do inventariante

I – Cônjuge ou companheiro supérstite II – Herdeiro que já estiver na posse ou administração do bem. Se múltiplos, defere-se ao mais velho. III – Testamenteiro IV – Na falta dos indicados acima ou se forem afastados, em pessoa de confiança do juiz.

Em caso específico de arma de fogo, além do Código Civil, temos regime especial:

1 – O Administrador deve solicitar transferência ao Juiz mediante alvará 2 – Se herdeiros maiores e capazes caberá autorização conjunta 3 – Comunicar à DPF ou Comando do Exército se for o caso, a morte ou interdição do titular 4 – Deve o próprio administrador custodiar a arma em local seguro até a ultimação da partilha e expedição do CRAF 5 – O herdeiro deve possuir os requisitos da lei pertinentes à exigência de compra – art. 12 Decreto 5123/04

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PUBLICIDADE DE ARMAMENTO

Código Brasileiro de Auto Regulamentação Publicitária – Anexo “S”

A publicidade de arma de fogo de uso civil atenderá, além dos princípios estabelecidos no Código, às seguintes recomendações especiais:

1. O anúncio deverá deixar claro que a aquisição do produto dependerá de registro concedido por autoridade competente:

a. essa exigência não deve ser apresentada como mera formalidade;b. o anúncio não deverá divulgar facilidades de registro.

2. O anúncio não deverá ser emocional. Assim sendo:a. não exibirá situações dramáticas e nem se valerá de notícias que induzam o consumidor à convicção de que

o produto é a única defesa ao seu alcance; b. não deverá provocar o temor popular;

c. não apresentará o possuidor de arma de fogo em situação de superioridade em relação a perigos ou pessoas;

d. não exibirá crianças ou menores de idade; e. não se valerá de testemunhal, a não ser de educadores, técnicos, autoridades especializadas, esportistas e

caçadores, formulado no sentido de alertar e educar o Consumidor; f. não oferecerá facilidades ou brindes para aquisição do produto.

3. O anúncio deverá ainda: a. cingir-se à apresentação do modelo, suas características e preço;

b. evidenciar que a utilização do produto exige treinamento e equilíbrio emocional;c. colocar em relevo o risco, para a comunidade, da guarda do produto em lugar inseguro.

4. O anúncio não será veiculado em publicação dirigida ao público infanto-juvenil. 5. O anúncio só poderá ser veiculado pela Televisão no período das 23 horas às 6 horas.

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DOS CRIMES

Posse irregular de arma de fogo:

Posse – Manter arma guardada no interior de residência ou dependência dela, ou no estabelecimento comercial do respectivo proprietário

Porte – Sempre fora do âmbito residencial ou do estabelecimento do titular

Prazo de regulamentação discriminante só se aplica à posse e não ao porte (arts. 30 ao 32 da lei 10826/03).

Abolitio criminis – Segundo o STF e o STJ, não se aplica retroativamente a regra da lei 11.922/09, que deu nova redação ao art. 30 da lei 10.826/03, estabelecendo prazo de registro até dia 31 de dezembro de 2008. Não é abolitio, mas sim norma temporária. Tem aplicação durante o período a qual foi edital, logo o agente responde por porte ilegal de arma de fogo. O prazo de “anistia” é irretroativo.

Manter arma de fogo de sua propriedade na residência de terceiro – Segundo o STJ, incide em porte

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OMISSÃO DE CAUTELA

Característica do Crime – Modalidade culposa

Sujeito passivo – Não é o menor de 18 anos ou deficiente mental. É a coletividade.

Tentativa – Inadmissível por se tratar de crime culposo

Hipótese do menor se apoderar da arma e provocar lesão ou morte de alguém – O agente descuidado poderá responder pelos respectivos crimes, pois se tornou autor mediato, pois deixou de tomar as cautelas necessárias para a guarda da arma.

Entrega doloso da arma ao menor – Crime do art. 16, parágrafo único, V da lei.

Obs.: Pelo art. 13, parágrafo único da lei incorre nas mesmas penas o responsável que deixar de comunicar ocorrência de perda, furto, roubo ou outras formas de alijamento da arma à Polícia Federal nas primeiras vinte e quatro horas, incluindo acessório e munição.

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PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO

Contravenção do art. 19 LCP ainda subsiste para arma branca

Não se admite modalidade culposa

Arma quebrada, danificada ou obsoleta – Não caracteriza crime por impropriedade absoluta do objeto

Arma desmontada:

STJ – Somente será crime se a operação de montagem puder ser feita com certa facilidade. STF – É irrelevante a impossibilidade imediata de disparo (arma desmontada e transportada no interior de carroceria)

Arma desmuniciada:

Primeira Turma do STJ – É crime. A tutela jurídica é evitar o rebaixamento do nível de segurança coletiva que a lei propicia (container carregado de fuzis desmuniciados?)

Segunda Turma do STJ – Não é crime. Falta de potencialidade lesiva.

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PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO

Porte de mais de uma arma de fogo de uso permitido – Apenas um único crime

Porte de arma de fogo de uso permitido e proibido – Aplica-se o crime mais grave se dentro do mesmo contexto fático.

Porte de arma sem registro por pessoa com autorização de porte – Realiza crime

Inafiançabilidade – Declarada inconstitucional

Porte e homicídio/roubo – Absorção. Caso haja desígnios autônomos haverá concurso material. Ex.: Agente costumeiramente anda armado e se depara com seu desafeto, decidindo matá-lo

Porte e Quadrilha armada – STJ já entendeu que é concurso material. Porte afeta a incolumidade pública e a quadrilha armada afeta a paz pública.

Porte de munição – STF entende que é constitucional a criminalização, pois é crime de perigo abstrato. É juízo hipotético do legislador. Há notícias que o agente foi absolvido pelo porte de uma única munição apenas, em função dos Princípios da Lesividade e Insignificância.

Acessório não se confunde com pertença (coldre)

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DISPARO DE ARMA DE FOGO

Conduta – Em via pública, direção a ela, local habitado ou suas adjacências. Não é crime atirar em local desabitado.

Natureza do crime – Subsidiário

Concurso com outro crime menos grave:

Primeira Corrente - Mesmo que a prática do outro crime seja apenada de forma menos grave, haverá este segundo crime em função da subsidiariedade, afastando-se o disparo.

Segunda Corrente – Concurso formal de crime de disparo e lesão corporal. Se comemoro a vitória de meu time de futebol com disparo sou apenado com pena de 2 a 4 anos. Se quero lesionar alguém do time adversário com um disparo no pé, causando-lhe lesão leve, a pena diminui de três meses a um ano.

Terceira Corrente – Responde somente pelo disparo se realizou crime menor grave.

Não se admite modalidade culposa. Admite-se tentativa.

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POSSE OU PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO

Mesma observação dos crimes anteriores

SITUAÇÕES EQUIPARADAS (falta de técnica legislativa)

1 – Suprimir ou alterar numeral ou sinal de identificação de arma de fogo ou artefato.

2 – Modificar características de arma de fogo para transformá-la em arma de uso proibido.

3 – Modificar características de arma de fogo para induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz.

4 – Possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário (Mina terrestre – Lei 10300/01)

5 – Porte ou posse de arma com numeração, marca ou sinal suprimido, raspado ou adulterado – Irrelevância da arma estar ou não municiada.

6 – Vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo para criança ou adolescente – Sujeito passivo é a coletividade e não a criança e o adolescente. Art. 242 ECA não está revogado, pois se aplica à arma branca.

7 – Produzir, recarregar, reciclar ou adulterar, sem autorização legal, munição ou explosivo

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COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO

Sujeito Ativo – É sempre o comerciante ou o industrial que realiza a atividade do art. 17 da lei. É crime habitual, pois exige reiteração de condutas. Não precisa ser comerciante formal, podendo ser o clandestino, mas desde que seja em atividade comercial ou industrial referente, estritamente, à arma de fogo.

Objeto material do crime – Tanto armas de fogo de uso permitido como proibido.

Tentativa – Apesar de ser crime de mera conduta, admite-se tentativa.

TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO

Objeto – Arma de fogo, munição e acessório. Se explosivo é art. 334 CP (contrabando0

Simulacro de arma de fogo – Realmente pelo art. 26 da lei 10826/03 a comercialização de brinquedos e Simulacros de arma de fogo são proibidos. Entretanto, brinquedo não é arma, logo incide o art. 334 CP

Funcionário público que facilita a entrada de arma – Art. 18 da lei 10826/03 e não art. 318 CP. Se for simulacro responde pelo art. 318 CP.

Competência – Justiça Federal.