cld.pt · web viewapenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas....

24
APONTAMENTOS DE TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO POLICIAL DECRETO DE LEI 457/99 DE 5 DE NOVEMBRO Esta lei trata do geral. Apenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente necessário (princípio da necessidade); Na medida exigida para o cumprimento do dever (princípio da proporcionalidade); Principalmente quando está em causa a utilização de Arma de Fogo. Condições de utilização de armas de fogo tendo em conta os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos; Salvaguarda da vida humana, restringindo ao máximo o recurso a armas de fogo contra pessoas; Quadro claro de procedimentos para adoção, em cada momento crítico, do comportamento adequado; Uniformização de critérios de utilização independentemente da proveniência do agente policial; Aumento da eficácia policial com o consequente aumento do reforço da relação de confiança polícia/cidadão. 1

Upload: others

Post on 05-Sep-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

APONTAMENTOS DE TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO POLICIAL

DECRETO DE LEI 457/99 DE 5 DE NOVEMBRO

Esta lei trata do geral.

Apenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas.

Agentes da função pública só podem empregar a força quando for:

Estritamente necessário (princípio da necessidade); Na medida exigida para o cumprimento do dever (princípio da

proporcionalidade);

Principalmente quando está em causa a utilização de Arma de Fogo.

Condições de utilização de armas de fogo tendo em conta os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos;

Salvaguarda da vida humana, restringindo ao máximo o recurso a armas de fogo contra pessoas;

Quadro claro de procedimentos para adoção, em cada momento crítico, do comportamento adequado;

Uniformização de critérios de utilização independentemente da proveniência do agente policial;

Aumento da eficácia policial com o consequente aumento do reforço da relação de confiança polícia/cidadão.

TIPOS DE RECURSOS A ARMAS DE FOGO1

Page 2: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

► RECURSO PASSIVO: Sacando a arma do coldre e empunhando-a, apontando-a francamente para cima, com o objectivo de Persuadir ou Dissuadir um suspeito relativamente a um determinado comportamento, sem que seja efectuado qualquer disparo.

► RECURSO EFECTIVO: A execução de um disparo contra Animais * ou como medida de Alarme * ou Advertência *:

▪ Animais *: Feridos Sem a Possibilidade de Socorro ou que façam perigar as pessoas.

▪ Alarme *: Quando todos os outros meios de Alarme não sejam possíveis

▪ Advertência *: Simples Tiro para o Ar sem Acertar em Ninguém

► RECURSO EFECTIVO CONTRA PESSOAS: Com o objectivo de Atingir um ou mais suspeitos em conformidade com os preceitos estabelecidos *, devendo se privilegiar a acção Menos Letal possível, tentando produzir as lesões mínimas no suspeito ou agressor

RECURSO A ARMAS DE FOGO *

2

Page 3: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

É PERMITIDO O RECURSO A ARMAS DE FOGO QUANDO SEJA:

● Para Repelir uma Agressão Atual e Ilícita contra o Próprio ou Terceiros

● Para Efetuar Captura ou Impedir fuga de Pessoas Suspeitas de ter cometido crime com pena de prisão superior a três anos, ou que faça uso ou disponha de armas de fogo, Brancas ou engenhos explosivos, radioativos ou próprios para a fabricação de gases tóxicos e asfixiantes

● Para Efetuar a Prisão de pessoa evadida ou objecto de mandato de detenção ou para impedir a fuga de pessoas regularmente presas ou detidas

● Para Libertar Reféns ou Pessoas raptadas ou sequestradas

● Para suster ou impedir grave atentado contra instalações do estado ou de utilidade pública ou social ou contra navio aeronave comboio transporte público ou transporte de bens perigosos

● Para Vencer a Resistência violenta á execução de um serviço no exercício das suas funções e manter a autoridade depois de ter feito aos resistentes a intimidação inequívoca de obediência e após esgotados todos os outros meios

● Para Abate de animais que façam perigar pessoas, ou que gravemente feridos não possam com êxito ser imediatamente assistidos

● Como meio de Alarme, Socorro, em uma situação de Emergência, quando os outros meios não possam ser utilizados com a mesma finalidade

● Quando a Manutenção da ordem pública, assim o exija ou os superiores hierárquicos do agente com a mesma finalidade assim o determinem.

● O recurso efetivo contra pessoas só é permitido quando CUMULATIVAMENTE a respectiva finalidade não possa ser alcançada através do recurso a arma de Fogo Passivo e se verifique umas das seguintes circunstâncias:

▪ Para Repelir agressão atual e ilícita contra o próprio ou terceiros, se houver perigo de morte eminente ou ofensa grave á integridade física

▪ Para prevenir a prática de Crime particularmente grave ou que ameace vida humana

3

Page 4: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

▪ Para proceder á detenção de pessoas que representem essa ameaça ou resista á autoridade e impedir a sua fuga

● Sempre que não seja permitido o recurso á arma de fogo ninguém pode ser objecto de intimidação através de tiro de arma de fogo

● Só é permitido o recurso se for manifestamente improvável que além do visado ou visados alguma pessoa venha a ser atingida

● Proibido utilizar a arma de fogo como arma de impacto desferindo coronhadas

● É proibido utilizar a arma de fogo e ao mesmo tempo empunhar outra arma não letal, em situações corpo a corpo durante a execução de técnicas de algemagem.

ADVERTÊNCIA

Claramente audível e Perceptível POLÍCIA VOU DISPARAR

Sempre que a Natureza do serviço o permita e que seja de supor que ninguém vem a

ser atingido e a advertência verbal (POLÍCIA VOU DISPARAR) não seja perceptível a

advertência pode consistir em tiro para o ar, já contra um ajuntamento de pessoas a

advertência deve ser REPETIDA

O RECURSO A ARMA É EFECTUADO DE ACORDO

● Comandante da força

● Salvo se o agente se encontrar isolado

● Em circunstâncias totalmente impeditivas de aguardar por essa mesma ordem

OBRIGAÇÃO DE SOCORRO

● O agente que efetue o recurso efetivo da arma de fogo contra pessoas é a obrigado a socorrer ou tomar todas as medidas de socorro necessárias para salvaguardar a vida dos feridos

4

Page 5: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

DEVER DE RELATO

● Deve ser imediatamente comunicado por escrito aos superiores

● Se houver danos pessoais e patrimoniais o superior tem que informar o MP que decidirá se haverá medidas a tomar

● O agente deve preservar a área onde foram efectuados disparos e os bens atingidos de maneira a evitar que os seus vestígios se paguem ou alterem bem como de imediato proceder ao exame dos vestígios dos disparos efectuados no caso de se temer o seu desaparecimento

● No caso de recurso ser ilegal e constituir crime, aplicam-se aos agentes as mesmas normas e regras do CPP respeitantes aos meios de obtenção de prova e medidas cautelares de polícia

ACÇÃO POLICIAL

▪ Tudo o que for desenvolvido pelos OPC e Agentes Policiais no exercício das suas funções que legalmente lhes estiverem atribuídas

NECESSIDADE E PROPORCIONALIDADE

▪ O recurso a Arma de Fogo só deve ser feito em caso de absoluta necessidade, como medida extrema, quando os outros meios menos perigosos se mostrarem ineficazes.

▪ Devendo-nos esforçar por reduzir ao mínimo as lesões e danos e sempre respeitando a vida humana.

NEP nº. OPSEG/DEOP/01/05, DE 2004JUN01

USO DE MEIOS COERCIVOS

▪ O recurso à Simples força Física ou;

▪ Utilização de Materiais Equipamentos, armas e ou técnicas Para anular qualquer ameaça atual e ilícita

USO DE MEIOS COERCIVOS DE BAIXA POTENCIALIDADE LETAL

5

Page 6: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

▪ O emprego de equipamentos ou técnicas que utilizados dentro das normas são insusceptíveis de causar a morte, empregando os mesmos de maneira indevida podem ser provocadas lesões graves ou até a morte

USO DE MEIOS COERCIVOS DE ALTA POTENCIALIDADE LETAL

▪ São todos os demais meios que sejam utilizados por forma ou sobre áreas corporais que possam provocar a morte ou lesões físicas graves ou de carácter permanente

PRINCÍPIOS

LEGALIDADE

▪ O pessoal da PSP está obrigado a respeitar os princípios e as disposições da CRP das leis gerais e dos diplomas estatutários.

NECESSIDADE

▪ A utilização de meios Coercivos susceptíveis de afectar a vida ou a integridade dos cidadãos constitui a ultima RATIO da atuação dos agentes da autoridade , só deve ser utilizada a força quando não seja possível de outra forma o cumprimento das obrigações legalmente impostas aos policiais nomeadamente para:

▫ Efetuar detenções

▫ Ultrapassar resistência á execução de ordem ou serviço policial e legítimos

▫ Evitar fugas de indivíduos presos ou detidos

▫ Garantir a execução dos atos administrativos emanados por autoridades competentes

▫ Garantir a manutenção da ordem, segurança e tranquilidade públicas

ADEQUAÇÃO

▪ A Medida a Tomar deve ser idónea, apta para atingir um fim legalmente permitido

PROIBIÇÃO DE EXCESSO

▪ Deve ser sempre escolhida a medida idónea menos gravosa e lesiva para alcançar o fim

PROPORCIONALIDADE

▪ Tem que existir uma relação de Razoabilidade e justa medida entre as vantagens decorrentes do uso dos meios coercivos pela polícia, na prossecução do interesse

6

Page 7: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

público e os inerentes sacrifícios dos interesses privados, a medida tem que ser aceitável e tolerável

FACTORES A CONSIDERAR NO USO DOS MEIOS COERCIVOS

▪ Gravidade da Infracção: Seriedade e Grau de Perigosidade da Situação

▪ Intervenientes não policiais envolvidos: Número de Indivíduos envolvidos: Grau de Cooperação/Resistência, Utilização de Armas ou não, Idades, Influência de Álcool ou Drogas, antecedentes

▪ Elementos Policiais Envolvidos: no local, tipo de materiais imediatamente disponíveis no local, envergadura e força física, domínio das técnicas de defesa policial ou arte marcial.

GRAUS DE AMEAÇA E NÍVEIS DE FORÇA

7

Page 8: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

8

Page 9: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

NEP nº. OPSEG/DEOP/01/05, DE 2004JUN01

MEIOS COERCIVOS DE BAIXA POTENCIALIDADE LETAL

A Escalada nos níveis de Força, com recurso a armas e meio de Baixa potencialidade Letal corresponde á Seguinte Ordem:

1. Técnicas de Mãos Vazias de Restrição ou Impacto (Sem qualquer Arma ou Objecto)

2. Algemas Metálicas ou outros Dispositivos de Algemagem (Restringir a Liberdade de Movimentos através da manietação, visando salvaguardar a integridade física do elementos policiais, e ao mesmo tempo proteger os infractores porque após a Algemagem é proibido o uso da força contra os mesmos)

3. Gases Neutralizantes CS ou OC (Projetados através de Sprays, destinados a incapacitar momentaneamente o visado)

4. Armas ou Dispositivos eléctricos imobilizantes ou atordoantes (Incapacitando instantânea e temporária do visado)

5. Bastão Policial (Técnica de Impacto, ou meio de controlo, restrição e condução de pessoas)

6. Munições menos Letais (Controlo dos visados através de impactos destinados a infligir dor, cuidado que se mau aplicados podem provocar danos permanentes ou morte)

Sendo Igualmente considerados armas e meios de baixa potencialidade letal:

Dispositivos Flash Bang (Som, estrondo, e clarão de elevada intensidade de luz) Canhões de Água Canídeos (Patrulhamento, investigação Criminal, manutenção e reposição

ordem publica) Sistemas de Imobilização de Veículos em Fuga (Sistema de Interferência

Eléctrica Barreiras de Rede, (Meios Prioritários) Lagartas, Barreira de Automóveis)

SEMPRE QUE HAJA PRODUÇÃO DE LESÕES:

Os visados têm que ser diretamente conduzidos ao hospital mais próximo para serem assistidos

Caso se recusem a ser tratados, a recusa tem que ficar registrada por escrito Se as lesões forem graves e em áreas amarelas ou vermelhas é obrigatória a

condução ao hospital

9

Page 10: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

Logo que possível deve ser informado o superior hierárquico

MEIOS COERCIVOS DE ALTA POTENCIALIDADE LETAL

► ARMA DE FOGO:

Regras de Transporte e Manuseamento:

A Arma está Municiada quando: ▪ Tenha introduzida no seu depósito pelo menos uma munição ▪ Tenha introduzido o Carregador com pelo menos uma munição ▪ Tenha introduzida pelo menos uma munição na câmara de explosãoA Arma está Carregada quando: ▪ Tenha uma munição introduzida na Câmara ▪ Normalmente no caso das pistola a arma deve ser transportada carregada ▪ Sempre que seja empunhada uma arma CARREGADA e que tenham sido desativados os mecanismos de segurança, deve a mesma manter-se apontada francamente para cima devendo o dedo usado para pressionar o gatilho ser colocado fora e ao longo do guarda-mato ▪ A arma apenas pode ser apontada noutra direção se estiver iminente a sua utilização efetiva e o dedo introduzido dentro do guarda-mato ou encostado ao gatilho quando o elemento policial inequivocamente se tiver decidido por esse recurso efetivo ou efetivo contra pessoas.

ABORDAGEM A SUSPEITOS

● Quando da Abordagem a indivíduos suspeitos de práticas de crimes, existindo suspeita que os mesmo estão armados, é permitido o Recurso Passivo, sendo permitido a Evolução para outro tipo de recurso se a intervenção policial assim o exigir.

● Se forem situações de Ofensas Verbais ou Ameaças é PROIBIDO qualquer tipo de recurso ou exibição da arma

● Casos em que o Agente seja Vitima de Agressões sem qualquer arma ou objecto é também proibido o recurso a arma de fogo, excepto se o agressor possuir habilidades físicas manifestamente superiores às do elemento policial, ou se forem mais que um indivíduos e após esgotados todos os outros meios é permitido o recurso passivo ou efectivo como meio dissuasor, se mesmo assim a agressão não terminar é permitido o recurso efectivo contra pessoas com a menor gravidade possível

● Casos em que o Agente seja Vitima de Agressões com objecto ou arma não de fogo e o objecto utilizado for adequado a produzir ofensas graves á integridade física ou

10

Page 11: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

vida do elemento é permitido o recurso passivo como meio dissuasor. Se o agressor continuar e estiver a distância do agente que possibilite a agressão é permitido o recurso efectivo, se mesmo assim não terminar é permitido o recurso efectivo contra pessoas com a menor perigosidade possível.

● Casos em que o Agente seja Vitima de Agressões com Arma de Fogo é justificado o recurso efectivo contra pessoas, não bastando que o suspeito apenas a exiba ou a tenha em sua posse é necessário a empunhar contra o agente ou terceiros, já tiver efectuado um disparo, não obedeça ás ordens do agente e mesmo assim a empunhe na direcção do mesmo.

● Casos em que o Agente seja Vitima de Agressões com Granada ou Engenho Explosivo é considerada uma ameaça de Grau Elevado, devendo tentar o agente avaliar a capacidade letal da Granada ou engenho, e se tendo este capacidade letal e se nas proximidades se encontrarem terceiros é permitido o recurso efectivo contra pessoas se isto não for susceptível de causar a iniciação ou activação do engenho em questão, em casos de dúvida o agente deve se proteger e providenciar a evacuação do local

Porte de Arma de Fogo fora dos Períodos Normais de Serviço

● Os Agentes da PSP não são obrigados a transportá-las fora dos períodos de Serviço, sem prejuízo do carácter permanente e obrigatório do serviço policial

● Sem arma não são obrigados a intervir em ocorrências com indivíduos armados, mas tendo que providenciar a contenção e accionamento dos recursos policiais

● O depósito da arma e condições de segurança da mesma são da exclusiva responsabilidade do mesmo

● É proibido o porte da arma quando seja previsível o consumo de bebidas alcoólicas que possam ultrapassar os limites de taxa de alcoolémia no sangue permitidos pela PSP (0,30g/l)

● Também é proibido o porte da arma quando seja previsível a participação em eventos em que seja necessária a separação física ou perda da arma, com exceção do depósito em locais ou organismo públicos em que a arma seja depositada e posta á guarda de um funcionário mediante guia de depósito

11

Page 12: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

● Fora de serviço os Agentes estão sujeitos ao regime geral portadores de armas de fogo.

Sempre que seja efectuado um Disparo

● Deve ser elaborado um relatório

● Se dai resultarem ferido deve-se elaborar um relatório por cada atingido

Fugas Perseguições e Imobilização Forçada de Veículos Motorizados

● Fuga Sem Suspeita de Prática de Crime (Contra Ordenações), não justifica qualquer tipo de recurso de arma de fogo.

● Fuga Com Suspeita de Prática de Crime (Por Crime punido com pena até 3 anos de prisão) também é proibido qualquer tipo de recurso a arma de fogo.

● Fuga Com Suspeita de Prática de Crime (Por Crime punido com pena Superior a 3 anos de prisão) é permitido o recurso passivo ou Efectivo como meio dissuasor (Pessoas Evadidas, que façam uso ou disponham de arma de fogo, armas brancas ou engenhos ou substâncias explosivas) mas não efectivo contra pessoas,

Caso os pressupostos das alíneas anteriores se verifiquem, e os suspeitos atentarem com armas de fogo ou puserem a vida ou integridade física dos agentes ou terceiros em risco é permitido o recurso efectivo contra pessoas quando seja para:

▪ Para Repelir agressão actual e ilícita contra o próprio ou terceiros, se houver perigo de morte eminente ou ofensa grave á integridade física

▪ Para prevenir a prática de Crime particularmente grave ou que ameace vida humana

▪ Para proceder á detenção de pessoas que representem essa ameaça ou resista á autoridade e impedir a sua fuga

Fugas Perseguições com Recurso a Veículos Motorizados

● Perseguição de suspeito que se faça transportar em veículos motorizados

12

Page 13: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

● Durante a perseguição é obrigatório:

▪ Acionar Sirenes e Rotativos Luminosos

▪ Informar a Central Rádio (que passa a Coordenar a ação de perseguição), comunicando o motivo da perseguição, tipo de veículo, matricula, tipo de condução e velocidade praticada pelo suspeito em fuga e número de ocupantes, devendo este contacto ser permanente durante a perseguição, em casos da perseguição não ter fundamento o operador da central termina de imediato com a mesma.

● Durante a perseguição o agente policial deve esforçar-se por garantir que das suas ações não resulta perigo para a integridade física de terceiros

E são proibidas perseguições que manifestamente ponham em perigo a integridade física de terceiros e dos elementos policiais envolvidos, dos perseguidos ou terceiros.

Imobilização Forçada de Veículos Motorizados em Fuga

● Durante a perseguição motorizada relacionada com a prática de crime é permitida a imobilização forçado do Veículo, excepto se essa imobilização puser manifestamente em perigo a integridade física do agente ou de terceiros.

● Essa Imobilização pode ser efectuada com recurso a sistemas de Imobilização de Veículos como 1º Sistemas de Interferência Eléctrica á distância, 2º Barreiras Flexíveis (Barreiras de Rede), e 3º “Lagartas” (atingindo apenas o veiculo visado o agente deve-se proteger contra eventuais atropelamentos, sendo proibida a utilização em pontes, túneis, viadutos, vias com acentuada inclinação e locais com grande aglomeração pedonal), e 4º Barreiras com viaturas automóveis (deve ser devidamente sinalizada e posicionada em local perfeitamente visível para o condutor de veiculo em fuga, os agentes não se devem colocar atrás barreira mas assim atrás de uma estrutura sólida que garanta proteção relativamente a eventuais tentativas de atropelamentos ou embates.)

● Estes meios devem ser Utilizados pela ordem acima descrita

MOVIMENTO TÁCTICO

▪ A Movimentação Táctica ou a deslocação assenta sobre a deslocação com prudência de dia, de noite ou na penumbra num ambiente hostil, podendo ser em Ambiente Aberto ou

13

Page 14: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

Fechado, é uma técnica individual e simultaneamente colectiva porque nos preocupamos quer com a nossa segurança quer com a dos nossos colegas.

▪ Temos que nos aperceber dos erros dos adversários para evitar cometê-los nós próprios e aproveitar para nos aproximarmos.

▪ O principal objectivo é a aproximação com a segurança possível a um ponto sensível

▪ Três Princípios básicos Observar Escutar e Proteger-se

▪ Deve-se Observar metodicamente o local e dividir-se em zonas de observação ficando cada agente responsável por uma zona, sobre medo ou stress o agente têm tendência a reduzir o campo de visão a esse efeito dá-se o nome de Efeito de Túnel, de noite se o agente vier de uma zona iluminada tem que dar tempo aos seus olhos para se habituarem á escuridão. A audição é o sentido mais solicitado numa operação noturna pois substitui em grande parte a falta de visão, a proteção é saber utilizar em seu proveito a Mobília Urbana, tendo os agentes que avançar de zona de proteção em zona de proteção para reduzir ao máximo o tempo de exposição.

► Tipos de Protecções

▪ Máscaras: Escondem das vistas mas não escondem dos projécteis (portas, vedações de madeira)

▪ Abrigos: Escondem das vistas do adversário e param os projécteis (árvores grossas, muros de pedra betão), aqui se for um vidro blindado é um abrigo também apesar de não tapar das vistas para os projéteis

Sendo Importante considerar o poder de fogo do adversário pois dependentemente disso um abrigo poderá passar a ser somente uma máscara

PROTEGER-SE:

CAMUFLAGEM (Dissimular, esconder e/ou disfarçar)

•Conceito: Conjunto de regras e medidas necessárias para não sermos detetados ou ouvidos. Tipos de Camuflagem:

•Visual: Forma (confundir corpo humano), brilho (lanternas, viseiras, relógios), movimento (lento ou rápido), contraste (fundos recortando a silhueta), sombras e cores.

•Sonora: Ruídos da progressão, barulhos do material, tossir, espirrar, falar, etc.

•Olfativa: Evitar cheiros incaracterísticos (perfumes, tabaco)

► Técnicas Individuais de Progressão

▪ Lentas e Silenciosas: ▪ Marcha normal ▪ Marcha Flectida ▪ Gatinhar ▪ Rastejar ▪ Reptar

▪ Rápidas: ▪ Corrida

14

Page 15: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

► Técnicas de Progressão em Grupo

▪ Método de Imitação ao 1º Elemento: Todos Imitam a progressão realizada pelo 1º elemento, ocupando sempre a mesma posição, sendo o elemento que vai á frente sempre o mesmo nunca sempre ultrapassado.

▪ Método de Substituição ou Ocupação: Após progressão e posicionamento do 1º elemento este é ultrapassado por outro(s) elemento(s), que fazem novas progressões e ocupa(m) nova posição e assim sucessivamente.

► MOVIMENTAÇÃO TÁCTICA EM AMBIENTE ABERTO

▪ Usar o calcanhar/dedos dos pés ▪ Progredir encostado aos edifícios ▪ Passar por baixo das janelas ▪ Passar rapidamente em frente a estrutura transparentes ▪ Verificação de Esquinas ▪ Espreitar pelos lados dos objetos em vez de por cima

▪ Para uma boa progressão deve-se: ▪ Conhecer previamente o itinerário ▪ Utilizar o eixo de aproximação mais protegido da visão e fogo suspeitos ▪ Identificar Zonas Perigosas ▪ Identificar e utilizar abrigos e máscaras existentes ▪ Progredir em lances curtos selecionando antes a posição seguinte (4 perguntas: para onde vou?, por onde vou?, como vou?, quando vou?)

▪ Em equipa: ▪ Manter posição em 360º ▪ Manter silencia utilizando código Gestual ▪ Disciplina de comunicações ▪ Dispersão táctica (nunca em Fila) ▪ O agente que se desloca só o fará em função das informações fornecidas pelo agente que protege a zona ▪ Evitar interposição entre os elementos de cobertura e a posição do suspeito ▪ De noite não utilizar fontes luminosas

▪ Na abordagem ás portas: ▪ Nunca se expor à frente das mesmas, devendo ter sempre em conta os aspectos de segurança em todas as situações.

► MOVIMENTAÇÃO TÁCTICA EM AMBIENTE FECHADO

▪ Área Segura – Área Ocupada e Controlada, dentro da qual não há possibilidade de surgir perigo.

15

Page 16: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

▪ Área Perigosa – Área não ocupada, controlada ou não, da qual existe possibilidade de surgir perigo. Aqui a deslocação é feita sempre com proteção e com o mínimo de agente em deslocação.

▪ Em Escadas: De vão Aberto: Um agente coloca-se no inicio das escadas e dá proteção, visualizando o vão de escadas e os níveis superiores e inferiores, o outro agente desloca-se para o patamar inferior ou superior ao longo da parede EXTERIOR visualizando a zona de observação no sentido da sua progressão, após tomada de um patamar invertem-se as funções, a dificuldade desta progressão consiste na possibilidade dos agentes poderem ser detectados pelos patamares superiores ou inferiores.

▪ Em Escadas: De vão Fechado: Os dois agentes deslocam-se juntos ao longo da parede INTERIOR do vão da escada mantendo contacto físico permanente, o agente que vai á frente vai com a silhueta reduzida, o outro agente está numa posição mais vertical, ligeiramente desenquadrado do primeiro e garantindo a segurança.

Entrada nos compartimentos – Na abertura da porta:

O primeiro elemento aciona o manípulo da porta, abrindo-a por completo; Antes de entrar, efetua uma verificação rápida olhando para o interior do

compartimento. Após a verificação rápida, e não havendo perigo imediato, os dois (ou mais

elementos ) vão entrar no compartimento; O 1.º (A) no sentido da corrida e o que o segue (B), no sentido oposto.

► Detecção e Detenção de Suspeitos

▪ Ordens e Indicações Transmitidas pelos agentes policiais aos suspeitos devem ser Claras Precisas e Concisas

16

Page 17: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

▪ Apenas um dos agentes deve proferir essas ordens

▪ Um dos agentes procede á algemagem/revista do suspeito

▪ O outro concede proteção ao trabalho do colega, não descurando a vigilância sobre as áreas perigosas

▪ No caso de uma detenção surpresa um Imobiliza o suspeito e outro garante a segurança

▪ Agente que efetua a segurança deve estar atento:

- Á ação desenvolvida pelo colega

-Não descurando porem a vigilância das zonas de perigo no interior dos compartimentos

CERCO IMEDIATO

Generalidades:

17

Page 18: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

MOVIMENTAÇÃO TÁTICA - CERCO IMEDIATO Em OPERAÇÕES, planeadas ou inopinadas, cuja resolução envolva:

• Manifestos perigos para o agente/terceiros; OU

• Perigo de fuga de suspeitos/meios de prova É essencial a instalação de um CERCO IMEDIATO à zona ou local do incidente.

Instalação:

MOVIMENTAÇÃO TÁTICA - CERCO IMEDIATO Deve ser instalado:

•O mais próximo possível do local do incidente;

•Se possível permitir a observação direta do mesmo;

•Mantendo as distâncias de segurança adequadas;

•Consoante as características do local do incidente e o propósito da nossa ação:

Operação no interior de construção vertical (zona de habitação, escritório ou hotel) – é fundamental manter o controlo aos pontos com ligação ao local do incidente: entradas/saídas, elevadores, escadas, acessos e garagens, terraços/telhados, janelas e zonas de serviços.

Existindo hipótese do suspeito:

- poder fugir pelos escritórios, apartamentos ou quartos vizinhos, por acessos pelas janelas/varandas;

ou

- fazer reféns nesses locais;

Deverão ali ser colocados agentes, evacuando os seus moradores ou funcionários, se necessário.

Destina-se a:

•Evitar a fuga ou a liberdade de movimentos dos suspeitos, controlando todos os pontos de fuga. Nas situações inopinadas, logo que possível os agentes devem recorrer a pessoas que conheçam, residam ou trabalhem no local e possam prestar informações sobre o mesmo;

•Proteção dos agentes de possíveis disparos ou outras ações dos suspeitos, usando para tal os abrigos existentes no local;

•Impedir interferências vindas do exterior do local do incidente.

18

Page 19: cld.pt · Web viewApenas fala do recurso à arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas. Agentes da função pública só podem empregar a força quando for: Estritamente

Considerações:

Em nenhuma circunstância devem os agentes: Correr riscos desnecessários; Tentar resolver ou precipitar a resolução de uma situação relativamente

estabilizada; ou Forçar os suspeitos a agir. Apenas são permitidas medidas ativas ou ações

interventivas se: Indubitavelmente estiverem iminentes ou em curso agressões que façam

perigar a vida de terceiros; ou Se os suspeitos tentarem fugir do local.

19