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Aula 10 Legislação de Trânsito p/ DETRAN-CE (Agente de Trânsito e Fiscal de Transportes) Com videoaulas Professores: Alexandre Herculano, Marcos Girão

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Aula 10

Legislação de Trânsito p/ DETRAN-CE (Agente de Trânsito e Fiscal de Transportes)Com videoaulas

Professores: Alexandre Herculano, Marcos Girão

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO P/ DETRAN-CE (TODOS CARGOS) 2017 Teoria e Questões

Aula 10 – Profs. Marcos Girão e Alexandre Herculano

AULA 10

Crimes de Trânsito

Sumário APRESENTAÇÃO ..................................................................................... 3

I – OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE GERAL ........................................ 4

1. Conceitos Iniciais ............................................................................ 4

2. Elementos Subjetivos da Conduta ................................................... 4

2.1. Crimes DOLOSOS......................................................................5

2.2. Crimes CULPOSOS.....................................................................5

3. Infração X Crime De Trânsito ......................................................... 6

4. Suspensões previstas no CTB .......................................................... 6

4.1. A Suspensão ADMINISTRATIVA................................................6

4.2. A Suspensão PENAL..................................................................7

4.3. Condições para o SUSPENSO voltar a dirigir............................10

5. As Multas previstas no CTB ........................................................... 13

5.1. A Multa ADMINISTRATIVA......................................................13

5.2. A Multa REPARATÓRIA............................................................13

5.3. A Multa PENAL........................................................................14

6. Crimes de Dano e de Perigo no CTB .............................................. 15

7. Circunstâncias Agravantes e Aumentativas de Pena ..................... 16

II – OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE ESPECÍFICA ............................ 23

1. Os Crimes de Trânsito ................................................................... 23

1.1. Homicídio Culposo...................................................................25

1.2. Lesão Corporal Culposa............................................................28

1.3. Crime de Omissão de Socorro..................................................36

1.4. Crime de Afastar-se do Local...................................................37

1.5. Crime de Embriaguez ao Volante.............................................38

1.6. Crime de Violação à Suspensão...............................................50

1.7. Crime de Racha........................................................................51

1.8. Crime de Dirigir sem Habilitação..............................................54

1.9. Permitir, Confiar, Entregar.......................................................54

1.10. Crime de Trafegar com Velocidade Incompatível...................56

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1.11. Crime de Inovar com Vítima..................................................59

QUESTÕES DE SUA AULA ...................................................................... 91

GABARITO ......................................................................................... 101

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APRESENTAÇÃO

Olá, caro aluno!

Nesta aula, estudaremos um assunto bastante importante e sempre muito badalado nos últimos anos: os Crimes de Trânsito.

É um assunto que volta e meia tem ocupado grande espaço na mídia, mas que, em se tratando provas de concursos, ainda não tem sido um alvo muito grande de questões. O Cespe é a banca que mais tem questões sobre o assunto e ainda assim não são tantas! Apesar disso, temos cerca de 50 questões, mais do que suficientes para a consolidação do seu aprendizado!

Pois bem, mais do que descrever os todos os crimes de trânsito trazidos pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), vamos dar qualidade ao tema, aprofundando-o no limite necessário.

Abordarei primeiramente a Parte Geral do Capítulo XIX (arts. 291 a 301) e, em seguida, com a base dada pela parte geral, falarei sobre cada um dos Crimes em Espécie (arts. 302 a 312), destacando as importantes mudanças promovidas pela Lei nº 11.705/08, a famosa Lei Seca, e pelas recentíssimas Lei nº 12.760/12, apelidada de “Lei da Tolerância Zero”, e Lei nº 12.971/2014.

Beleza?

Então, aperte o cinto e vamos em frente!

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I – OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE GERAL

1. Conceitos Iniciais

O Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/97) – CTB - estabelece que aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, nele previstos, aplicam-se subsidiariamente as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.

Daí você já percebe que as consequências sofridas por quem comete crimes no trânsito não se esgotam apenas nas disposições do referido Código. A depender da gravidade e dos agravantes, o infrator pode também ser submetido às imposições do Código Penal e do Código Processual Penal, assim como da Lei nº 9.099/95 (Leis dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais).

Antes de mais nada, vamos trabalhar alguns conceitos que entendemos serem importantes para a compreensão geral do assunto.

Tendo como referência o que diz o Código Penal, em se tratando de crime de trânsito, o envolvido por ele responderá se o tiver cometido tanto em via pública quanto em via particular, a não ser que no tipo penal venha de maneira expressa o termo "via pública”.

Sendo assim, a primeira informação importante: aquele que pratica homicídio culposo ou lesão corporal culposa na direção de veículo automotor responde pelo CTB, ainda que esses crimes tenham ocorrido em vias particulares, uma vez que o CTB, em seus artigos 302 e 303, nada menciona. Chegaremos já neles, guenta aí!

2. Elementos Subjetivos da Conduta

Para configuração do crime, é preciso que seja analisado se o agente incorreu em dolo, em culpa, ou se esses elementos estavam ausentes, a fim de que seja feita a correta tipificação do delito.

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2.1. Crimes DOLOSOS

O Código Penal Brasileiro define, em seu art.18, que um crime é doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Assim:

A punição por conduta dolosa nos crimes de trânsito é a regra; os crimes de trânsito tipificados no CTB são, em sua maioria, punidos apenas na modalidade DOLOSA, mais especificamente os dos arts. 304 ao 312 do CTB.

2.2. Crimes CULPOSOS

No mesmo artigo 18, o Código Penal Brasileiro diz que um crime culposo é aquele em que o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.

Pois bem, a punição por conduta culposa, nos delitos em geral, constitui regra de exceção. Assim, ao analisar um delito de trânsito qualquer, a conduta será culposa se nele houver expressa previsão.

No CTB temos apenas dois delitos de trânsito, cometidos na direção de veículo automotor com previsão de punição das condutas culposas que são:

HOMICÍDIO CULPOSO Art. 302

LESÃO CORPORAL CULPOSA Art. 303

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3. Infração X Crime De Trânsito

É importante perceber que na infração de trânsito, não há que se falar na valoração, pelo agente de trânsito, dos elementos subjetivos da conduta, dolo e culpa, como requisito para tipificação, ou seja, esses elementos não são levados em consideração pelo agente de trânsito nas autuações. O que ele de fato analisa é somente se o condutor está ou não em uma situação proibida.

Já no crime de trânsito, o magistrado (autoridade judiciária) sempre valora os elementos subjetivos da conduta, a fim de fazer a correta tipificação do delito, e, por conseguinte, aplicar a pena correspondente à conduta lesiva.

4. Suspensões previstas no CTB

Uma das penalidades impostas pela autoridade de trânsito aos condutores que cometem infrações é a suspensão do direito de dirigir (art. 256, III, CTB). Trata-se de uma suspensão administrativa, já que é aplicada pela autoridade de trânsito do órgão com circunscrição pela via.

Acontece que não temos apenas essa modalidade de suspensão prevista no CTB. Há também um tipo de suspensão aplicada pela autoridade judiciária em decorrência de crimes de trânsito. Esta pena é aplicável tanto ao inabilitado quanto ao detentor da habilitação.

Vamos analisá-las e conhecer suas diferenças!

4.1. A Suspensão ADMINISTRATIVA

A penalidade de suspensão do direito de dirigir (art. 256, III c/c art. 261) será aplicada nos casos previstos no CTB, da seguinte forma:

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06 meses a 01 ano e de 08 meses a 02 anos (se reincidentes) - quando atingir 20 pontos na CNH;

02 a 08 meses e de 08 a 18 meses (se reincidente) - nas infrações que preveem a suspensão sem prazo fixo;

4.2. A Suspensão PENAL

Já a suspensão penal, prevista no art. 293 do CTB (esta interessa para a sua prova!), proporciona ao magistrado uma possibilidade maior de sua aplicação, se comparada com a suspensão administrativa aplicada pela autoridade de trânsito.

Pela imposição dessa pena, poderá ficar suspenso tanto quem tem o direito de dirigir quanto o inabilitado, pelo prazo variável de 02 meses a 05 anos.

Quando aplicada essa suspensão, o habilitado tem seu direito de dirigir veículo automotor suspenso. O inabilitado (aquele que ainda não tem ou nunca teve CNH) tem proibido o direito de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Essa suspensão somente pode ser aplicada por um Juiz de Direito, tem natureza jurídica de pena restritiva de direito, apenas sendo possível aplicá-la, em regra, após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

O CTB estabelece que a suspensão penal pode ser aplicada isolada (apenas ela) ou cumulativamente (com a pena privativa de liberdade ou com a multa), e com prazo a ser estipulado pela autoridade judiciária, sem nenhuma correlação com os prazos da pena privativa de liberdade, devendo, entretanto, o juiz observar um mínimo de 2 meses e um máximo de 5 anos.

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Lei nº 12.971/14

Com o advento dessa norma, a suspensão ou a proibição de se

obter a habilitação ou a permissão para dirigir não mais pode ser aplicada como pena principal (art. 292, CTB)! Fique ligado com essa mudança, ok?

Como assim, professor?!

Bom, essa penalidade só aparece expressamente descrita em quatro dos doze crimes tipificados no CTB: no de homicídio culposo (art. 302); no de lesão corporal culposa (art. 303); no de embriaguez ao volante (art. 306); e no de promoção de competição esportiva (art. 308). Nesses crimes, ela aparece de forma cumulativa com as respectivas penas restritivas de liberdade (detenção ou reclusão).

Nenhum dos demais crimes do CTB sequer a prevê como penalidade! E aí, a pergunta: como então ela pode ser aplicada de forma isolada professor, já que só aparece junto com outra pena nos quatro crimes acima e não é prevista em nenhum dos demais delitos?

É aí que vem pulo do gato! A restrição será aplicada isoladamente para alguns delitos do CTB caracterizados como de menor potencial ofensivo, ou seja, cujas penas restritivas de liberdade não tenham prazo máximo de 2 anos. Nesses casos, o juiz poderá oferecer a chamada transação penal (art. 76 da Lei nº 9.099/95), que, grosso modo, significa substituir a pena restritiva de liberdade por uma restritiva de direitos, como essa que estamos a estudar: suspensão ou a proibição de se obter a habilitação ou a permissão para dirigir.

Beleza? Ah, e mais: diferentemente da suspensão administrativa, o cumprimento da suspensão penal está condicionado à soltura do réu; sendo

assim, enquanto o condenado estiver recolhido em estabelecimento prisional, não há de ser deflagrada a contagem da suspensão penal, não havendo esse impedimento na aplicação de sanções administrativas.

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Por exemplo: você foi condenado por um crime de trânsito a 2 anos de reclusão que também previa, de forma cumulativa, a suspensão de sua habilitação. O magistrado decidiu que seria de 3 anos o prazo dessa suspensão. Transitada em julgado a sentença, você primeiro cumprirá a pena restritiva de liberdade e, somente após a sua soltura, é que começa a contar o prazo de cumprimento da suspensão da habilitação. Em tese, você ficará 5 anos (2 de reclusão + 3 de suspensão) sem poder conduzir veículos.

Existe, em caráter de exceção, a previsão no art. 294 do CTB, de que poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para garantir a ordem pública.

Nesse caso, o legislador deu ao judiciário a oportunidade de acalmar o clamor público, a sensação de impunidade, e também uma maneira de calar a imprensa, e outros meios de comunicação, em situações em que a manutenção do direito de dirigir atente contra a tranquilidade social.

E sobre essa penalidade, mais um destaque:

Se o réu for reincidente na prática de crime previsto no CTB Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis (art. 296).

E você sabia que o CTB prevê condições para que esse condutor suspenso volte a dirigir?

Vamos conhecê-las!

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4.3. Condições para o SUSPENSO voltar a dirigir

Segundo o art. 261, §2º, do CTB, aquele que for suspenso administrativamente pela autoridade de trânsito terá como condição para voltar a dirigir:

o cumprimento do prazo da suspensão; e

a participação em curso de reciclagem.

Pois bem, quanto ao suspenso penalmente, deve ser obedecida a regra geral do artigo 160 do CTB, regulamentado pela Resolução CONTRAN nº 300/08. Tal regra estabelece que todo condenado por delito de trânsito, após sentença definitiva, terá seu documento de habilitação apreendido, e só após o cumprimento da decisão judicial e de submissão a novos exames, com a devida aprovação neles, será emitido um novo documento de habilitação mantendo-se o mesmo registro, sendo necessária também a participação em curso de reciclagem.

Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu

será intimado a entregar à autoridade judiciária, em 48 horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.

Depois de cumprida a pena o condenado por delito de trânsito não precisa reiniciar todo o processo de habilitação, apenas refaz os exames exigidos para primeira habilitação, no DETRAN de registro da sua habilitação.

Para você não se esquecer das diferenças:

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Suspensão Administrativa:

imposta pela autoridade de trânsito;

06 meses a 01 ano e de 08 meses a 02 anos (se reincidentes) - quando atingir 20 pontos na CNH;

02 a 08 meses e de 08 a 18 meses (se reincidente) - nas infrações que preveem a suspensão sem prazo fixo;

cumprido o prazo da suspensão, faz curso de reciclagem e volta a conduzir.

Suspensão Penal:

imposta pelo magistrado

02 meses a 05 anos

começa a cumprir depois de transitada em julgado a sentença

cumprida a pena de suspensão, faz todos os exames da primeira habilitação mantendo-se o primeiro registro + curso de reciclagem.

Veja como essas primeiras informações foram cobradas:

01. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN. OLINDA/PE – 2011] Qual a duração do prazo estabelecido pela legislação de trânsito, quando da suspensão ou da proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor?

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(A) De dois meses a cinco anos.

(B) De dois meses a quatro anos.

(C) De três meses a cinco anos.

(D) De seis meses a quatro anos.

(E) De seis meses a cinco anos.

Comentário:

Questão bem simples, mas que lhe exige o conhecimento sobre a suspensão para quem comete crimes de trânsito. A suspensão penal, prevista no art. 293 do CTB, proporciona ao magistrado uma possibilidade maior de sua aplicação, se comparada com a suspensão administrativa, aplicada pela autoridade de trânsito.

Quando aplicada essa suspensão, o habilitado tem seu direito de dirigir veículo automotor suspenso. O inabilitado (aquele que ainda não é habilitado) tem proibido o direito de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Pela imposição dessa pena, poderá ficar suspenso tanto quem tem o direito de dirigir quanto o inabilitado, pelo prazo variável de 02 meses a 05 anos.

Gabarito: Letra “A”

02. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN. OLINDA/PE – 2011] Se o réu for reincidente na prática de crimes previstos na legislação, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículos automotores, sem prejuízos das demais sanções penais cabíveis.

Comentário:

Exato! Vimos que, se o réu for reincidente na prática de crime previsto no CTB, o juiz necessariamente terá que aplicar a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis.

Gabarito: Certo

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5. As Multas previstas no CTB

O termo multa torna-se relevante em virtude da confusão feita por muitos candidatos, uma vez que no CTB existe a previsão de três tipos de multas de naturezas diferentes:

a de natureza CIVIL;

a de natureza PENAL e;

a de natureza ADMINISTRATIVA.

Vamos aprender a diferenciá-las!

5.1. A Multa ADMINISTRATIVA

A multa administrativa é uma sanção a ser imposta pela autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via onde tenha ocorrido uma infração de trânsito (art. 256, II, CTB).

Poderíamos defini-la também como uma receita de natureza não tributária de arrecadação vinculada, uma vez que tem destino certo, pois o CTB determina que a receita arrecadada com a cobrança das multas de transito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego de campo, policiamento, fiscalização e educação de transito.

Cabe ressaltar que 5% do total da receita de multa arrecadada pelo país são destinados ao FUNSET (Fundo Nacional de Segurança e Educação para o Trânsito), que é administrado pelo DENATRAN.

5.2. A Multa REPARATÓRIA

Essa é uma multa de natureza civil, indenizatória, e exigida no juízo penal. É, na verdade, uma antecipação de um ressarcimento imposta pelo juiz da esfera penal, após reclamação da vítima ou seus sucessores.

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Para que a multa reparatória se torne exigível, é necessária a ocorrência de um crime de transito, já que é aplicada no juízo penal, e também um dano material - apenas este é indenizável a título de multa reparatória.

O destino da multa reparatória é, portanto, diferente do destino da multa administrativa, pois esta vai para o Estado e aquela é paga à vítima ou aos seus sucessores.

Convém ressaltar que o valor da multa reparatória terá como limite o do prejuízo demonstrado no processo; porém, se posteriormente a vítima se achar insatisfeita com o valor pago, poderá ainda reclamar o mesmo objeto, a mesma indenização, na esfera cível, recebendo evidentemente apenas a diferença.

A forma de pagamento dessa multa está prevista no Código Penal, entre seus arts. 49 e 52, devendo ser paga em dia-multa, a ser fixado pelo juiz. A multa deve ser paga dentro de 10 dias depois de transitada em julgada a sentença.

A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais, inclusive mediante desconto no vencimento ou salário, sendo que o desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e da sua família.

5.3. A Multa PENAL

A pena de multa, também conhecida como pena pecuniária, é uma sanção penal que consiste na imposição ao condenado da obrigação de pagar ao Fundo Penitenciário determinada quantia em dinheiro, calculada na forma de dias-multa, atingindo o patrimônio do condenado.

O CTB prevê que a pena de multa pode ser cominada e aplicada cumulativamente com a pena privativa de liberdade ou ainda de forma alternativa com a pena de prisão (art. 292).

Quando a multa é punição única (comum na lei de contravenções penais), ou nos casos em que ela se encontra cumulada com a pena de prisão, ao magistrado, no caso de condenação, será obrigatória a sua aplicação, sob pena de ferir o princípio da legalidade ou da inderrogabilidade da pena.

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Nos casos em que a pena de multa estiver prevista de forma alternativa com a pena privativa de liberdade, o juiz terá uma discricionariedade para escolher entre uma ou outra, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.

6. Crimes de Dano e de Perigo no CTB

Para entendermos melhor a dinâmica dos crimes de trânsito, é preciso entender os conceitos de crimes de dano e de crimes de perigo (abstrato e concreto).

Crime de dano é aquele que não se consuma apenas com o perigo, pois é necessário que ocorra uma efetiva destruição a um bem jurídico penalmente protegido. Na legislação de trânsito, mais especificamente no capítulo dos crimes de trânsito, encontramos como crimes de dano apenas os culposos, previstos nos artigos 302 e 303. São eles os crimes de homicídio culposo e lesão corporal culposa.

Crime de perigo é aquele que se consuma com o simples perigo criado para o bem jurídico. Divide-se em crime de perigo em concreto ou em abstrato.

O crime de perigo concreto é aquele que precisa ser comprovado, isto é, deve ser demonstrada a situação de risco corrida pelo bem juridicamente protegido. Exemplos desse crime são o “crime de excesso de velocidade” e o de “trânsito com veículos sobre calçadas”. Nos crimes de perigo em abstrato, a situação de perigo não precisa ser provada, pois a lei contenta-se com a simples prática da ação que pressupõe perigosa.

Os crimes de perigo estão previstos nos artigos 304 ao 312, ora de perigo em concreto, ora de perigo em abstrato, em ambos os casos sempre dolosos. Você entenderá melhor essas diferenças quando tratarmos individualmente cada um dos crimes previstos.

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7. Circunstâncias Agravantes e Aumentativas de Pena

O CTB traz algumas condutas que, caso praticadas por alguém na condução de veículo, agravam as penas impostas aos crimes de trânsito. Algumas dessas circunstâncias, além de agravarem a pena, também aumentam o tempo máximo estabelecido para determinados crimes no CTB.

Quando eu digo que alguma circunstância agrava a pena de um crime, eu quero dizer que o magistrado (o juiz), ao aplicar a sentença condenatória por determinado crime de trânsito e observar que uma dessas circunstâncias estava presente no ato do crime, ele tenderá a não aplicar a pena mínima e, sim, a depender do caso, aplicará a pena máxima ou a mais próxima dela.

Quando eu digo que alguma circunstância é aumentativa de pena de um crime, eu quero dizer que a pena restritiva de liberdade prevista para

aqueles tipos penais será aumentada de um terço à metade.

Se, por exemplo, um crime de trânsito prevê a pena máxima de 04 anos, em havendo circunstância aumentativa de pena no cometimento desse crime, o juiz poderá decidir em sua sentença por aplicar uma pena de até 06 anos!

As circunstâncias AUMENTATIVAS de pena aplicam-se apenas aos crimes de homicídio culposo (art. 302) e de lesão corporal culposa (art. 303).

As circunstâncias AGRAVANTES aplicam-se a TODOS os delitos.

Aí você me pergunta: e quais são então as circunstâncias agravantes de pena estabelecidas pelo CTB?

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A resposta você encontra no art. 298 do nosso querido Código, que assim estabelece:

com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros;

utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;

sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo;

quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de carga;

utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante;

sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.

E as aumentativas de pena, professor?

De todas as circunstâncias acima citadas, apenas três delas são aumentativas de pena. Não é necessário que você tente decorá-las, pois se você der uma lida cuidadosa em cada uma, perceberá que há algumas que, pela sua gravidade, destacam-se frente às outras. São situações aumentativas de pena, ter o condutor cometido crime (art. 302, parágrafo único):

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sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

(fácil de imaginar o quão sério é alguém cometer um crime de trânsito sem sequer possuir habilitação, não é mesmo?)

no exercício de sua profissão ou atividade estiver conduzindo veículos de transporte DE PASSAGEIROS;

(Como agravante de pena, tanto faz ser condutor que exerce atividade remunerada de veículo de carga e de passageiros. Agora, essa agravante não será aplicada para motoristas de veículos de transporte de PASSAGEIROS nos casos de lesão corporal ou homicídio culposo, pois ela é uma situação aumentativa de pena.)

sobre faixa de pedestres ou na calçada;

(cometer crime de trânsito em faixa de pedestre você há de concordar comigo que é, sem dúvida nenhuma, boa razão para se aumentar a pena!!)

deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente.

(Bom, você deve ter estranhado esse item aparecer apenas como aumentativo de pena e não ser sequer um agravante. É isso mesmo! Esse é o único dos itens que só é aumentativo de pena. As razões são bastante óbvias!!)

As agravantes deverão ser consideradas na 2ª fase da fixação da pena (art. 68 do Código Penal) em relação às penas privativas de liberdade, multa e de suspenso ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor.

Saiba ainda que as circunstâncias agravantes não serão consideradas quando constituírem elementar, qualificadora ou causa de aumento de pena do delito em espécie. Caso contrário, haveria bis in idem.

E antes de tratarmos dos crimes, mais uma informação importante:

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Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela (art. 301).

Veja como foi cobrado:

03. [IUAPE – MOTORISTA - PREF. MUN. SURUBIM/PE – 2009] O condutor de um veículo cometeu um crime de trânsito sobre a faixa de trânsito temporária destinada a pedestres. Nesta circunstância, a pena será

(A) atenuada.

(B) agravada.

(C) aumentada em dobro.

(D) agravada apenas com multa.

(E) atenuada em um terço da pena.

Comentário:

O enunciado da questão nos diz que o condutor de um veículo cometeu um crime sobre a faixa de trânsito temporária destinada a pedestres. Ele não cita que crime foi esse. Poderá ter sido um dos dois únicos crimes culposos previstos no CTB (homicídio culposo ou lesão corporal culposa), cuja situação

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ensejaria um aumentativo de pena de um terço à metade ou poderá ter sido um crime de trânsito doloso (todos os demais crimes) que ensejaria em agravantes de pena.

Como não está tão claro no enunciado, vamos buscar o item que melhor se encaixa para uma possível resposta correta:

Item A - O CTB não prevê circunstâncias atenuantes de pena para crimes de trânsito, e sim circunstâncias aumentativas ou agravantes. (Errado)

Item B - Opa! A situação descrita na questão pode nos levar sim a uma pena agravada. A priori, o item está correto. Vamos checar os demais! (Certo)

Item C - Pode ser também uma circunstância aumentativa de pena, mas não há previsão no CTB para que penas sejam aumentadas em dobro!! (Errado)

Item D - Não há agravantes de pena de multa, e sim de penas restritivas de liberdade. (Errado)

Item E - Já vimos que não há circunstâncias atenuantes de pena previstas no Código. (Errado)

Bom, diante do enunciado da questão e das opções que nos foram apresentadas, o item “B” é a melhor resposta.

Gabarito: Letra “B”

04. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2008] De acordo com o CTB, assinale a opção correta acerca das ações penais por crimes cometidos na direção de veículos automotores.

(A) Em nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de trânsito de disposições previstas na lei que dispõe sobre os juizados especiais criminais.

(B) A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta como penalidade principal, mas sempre de forma isolada, sendo vedada a aplicação cumulativa com outras penalidades.

(C) A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor tem a duração de dois anos.

(D) Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em 24 horas, a permissão para dirigir ou a CNH.

(E) Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se ele prestar pronto e integral socorro àquela.

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Comentário:

Item A - Essa é uma das primeiras e mais importantes informações que você deve ter ao estudar os crimes de trânsito:

O CTB, em seu primeiro artigo da Parte Geral dos Crimes de Trânsito, o art. 291, estabelece que aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, nele previstos, aplicam-se subsidiariamente as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, bem como a Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Criminais), no que couber.

Daí você já percebe que as consequências sofridas por quem comete crimes no trânsito não se esgotam apenas nas disposições do referido Código.

A depender da gravidade e dos agravantes, o infrator pode também ser submetido às imposições do Código Penal e do Código Processual Penal, assim como da Lei nº 9.099/95 (Leis dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais). O item em estudo afirma exatamente o contrário do que nos ensina o Código. (Errado)

Item B - Vimos que, pela imposição dessa pena, poderá ficar suspenso tanto quem tem o direito de dirigir quanto o inabilitado, pelo prazo variável de 02 meses a 05 anos.

O habilitado tem seu direito de dirigir veículo automotor SUSPENSO.

O inabilitado (aquele que ainda não é habilitado) tem PROIBIDO o direito de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Com as mudanças promovidas no art. 292 do CTB pela Lei nº 12.971/14, a suspensão penal pode ser aplicada ISOLADA (apenas ela) ou CUMULATIVAMENTE (com a pena privativa de liberdade ou com a multa) e com prazo a ser estipulado pela autoridade judiciária, sem nenhuma correlação com os prazos da pena privativa de liberdade.

O item erra, portanto, duas vezes: ao afirmar que a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta como penalidade principal; e ao asseverar que tal pena terá que ser imposta sempre de forma isolada, sendo vedada a aplicação cumulativa com outras penalidades. Acabamos de ver que ela pode sim ser aplicada de forma cumulativa! (Errado)

Item C – Errado! Para a aplicação da penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor, o juiz deve observar um prazo variável de no mínimo 2 meses a um máximo de 5 anos. Não é um prazo fixo de 2 anos! (Errado)

Item D – Cuidado com esses prazos! Transitada em julgado a sentença condenatória e tendo sido aplicada pena de suspensão da habilitação para

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dirigir veículo automotor, o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em 48 horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. O item fala em um prazo de 24 horas. As bancas gostam muito de trocar esse prazo! (Errado)

Item E - Exatamente! Se você for envolvido em algum acidente e dele resultar alguma vítima, caso preste pronto e integral socorro a ela, estará livre de ser preso em flagrante ou de pagar fiança. Essa é a disposição estabelecida pelo art. 301 do CTB. (Certo)

Gabarito: Letra “E”

Pronto. Estudada a parte geral sobre os crimes de trânsito, chegou a hora de conhecermos os crimes em espécie, analisando-os à luz do que regula o CTB e, sempre que possível, as posições doutrinárias e jurisprudenciais pertinentes.

Atenção a essa importantíssima parte do seu estudo, ok?!

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II – OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE ESPECÍFICA

1. Os Crimes de Trânsito

Neste tópico, vamos estudar quais são os crimes de trânsito tipificados no CTB e quais são suas principais peculiaridades para fins de provas de concursos.

Estudaremos artigo por artigo, crime por crime, mas antes, precisamos fazer algumas considerações doutrinárias, dando especial destaque às importantes mudanças trazidas pela Lei 11.705/08 (A Lei Seca) para este tema.

Para começar, vamos voltar ao disposto no primeiro artigo da PARTE GERAL do capítulo XIX do CTB (crimes de trânsito).

Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal; se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9,099 de 26 de setembro de 1995, no que couber.

A Lei nº 9.099/95 acima citada trata dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais (JEC). Logo em breve você entenderá o porquê de sua relevância para o tema.

Bom, a persecução penal, ou seja, os caminhos processuais a serem seguido pelos crimes de trânsito são dois:

ou lavra-se um termo circunstanciado e encaminha-se o réu para o JEC (Juizado Especial Criminal),

ou é instaurado um inquérito policial e o réu é encaminhado para a Vara Criminal.

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Importante você saber que os crimes de trânsito são, em sua maioria, crimes de menor potencial ofensivo, que pedem procedimento sumário, no mais das vezes, dispensando, inclusive, o procedimento preparatório do inquérito policial. Como eu já ventilei anteriormente, a Lei nº 9.0999/95 assim define:

Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 02 anos, cumulada ou não com multa.

Pois bem, fica fácil você entender que os crimes de menor potencial, por agredirem menos a sociedade, não necessitam de um procedimento preparatório do processo mais detalhado, como no inquérito policial. No termo circunstanciado a materialidade é reduzida a termo, e uma vez assinada pelo indiciado, tem-se a consignação de materialidade e autoria do delito, sendo, portanto, dispensável o inquérito policial.

Em crimes de menor potencial, portanto, o processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.

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TODOS os crimes de trânsito são crimes de menor potencial ofensivo, exceto:

o HOMICÍDIO CULPOSO na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB);

o crime de EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (art.306 do CTB) e;

o crime de RACHA (art. 308 do CTB) e;

em alguns casos (estudaremos esses casos em detalhes), a LESÃO CORPORAL CULPOSA.

Vamos então aos crimes propriamente ditos e aos seus desdobramentos:

1.1. Homicídio Culposo

Art. 302. Praticar HOMICÍDIO CULPOSO na direção de veículo automotor.

Penas - detenção, de 02 a 04 anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente:

I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;

III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;

IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.

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A primeira informação que considero relevante sobre esse crime é que ele

é o único no CTB que trata de homicídio. Para o crime se configurar, deve ser praticado na direção de veículo e o veículo tem que ser automotor. Grave bem essa informação!

Além disso, já te adianto que você não há tipificação no CTB de crime de homicídio doloso. Já citamos, inclusive, que esse é um dos dois únicos crimes na modalidade culposa tipificados no Código.

Mas professor, e nos casos em que a pessoa atropela alguém propositadamente?? Não responderá por homicídio doloso??

Responderá sim, mas não por crime tipificado como tal no CTB e, sim, no Código Penal Brasileiro (art. 121).

Outro detalhe importante é que esse é o único dos crimes do CTB que

tem pena restritiva de liberdade com duração máxima de até 04 anos. Anota aí! Perceba também que não temos a pena de multa prevista para esse crime.

E não se esqueça, vou reforçar, de que nesse crime a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente se enquadrar em uma daquelas situações aumentativas por nós já estudadas!

Veja como o homicídio foi cobrado:

05. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN. OLINDA/PE – 2011] A pena de detenção de dois a quatro anos será imputada ao condutor que praticar homicídio culposo na direção dos veículos automotores.

Comentário:

Exatamente! Lembre-se que esse é o único dos crimes do CTB que tem pena restritiva de liberdade com duração máxima de até 04 anos. Interessante perceber também que não está prevista a pena de MULTA para

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esse crime. Como a questão não foi restritiva, trazendo o tipo genérico desse crime, ela está certinha.

Gabarito: Certo

[CESPE – CABO SELEÇÃO INTERNA – PM/DF - 2003] José e Geraldo, maiores de idade que não possuem habilitação para dirigir, resolveram participar de um racha com os automóveis de seus pais, sem o conhecimento deles. Durante o racha, realizado na avenida principal da cidade em que residem, o veículo conduzido por Geraldo, que não utilizava cinto de segurança, desgovernou-se e atropelou Maria, que ficou gravemente ferida. Desesperados com o ocorrido, os dois jovens fugiram sem prestar socorro à vítima, que faleceu no hospital algumas horas após identificar as placas dos veículos conduzidos por José e Geraldo. Com relação à situação hipotética apresentada acima, julgue o item a seguir, à luz do CTB.

06. Se, após o devido processo legal, Geraldo for condenado por homicídio culposo pela morte de Maria, a pena será aumentada de, no mínimo, dois terços.

Comentário:

Na situação hipotética da questão, teríamos um caso de homicídio culposo em via pública, típico crime de trânsito, com a aumentativa de pena por ter deixado de prestar socorro à vítima do acidente, quando aparentemente era possível fazê-lo sem risco pessoal. (art. 302, caput c/c §1º, inciso IV).

Tal circunstância, acabamos de estudar, aumentaria a pena restritiva de liberdade de um terço à metade. A questão, portanto, já estaria errada ao afirmar que a pena de Geraldo seria aumentada de, no mínimo, dois terços.

Bom, mas para os dias atuais, após as mudanças no CTB promovidas pela Lei nº 12.971/14, essa questão está desatualizada, pois por ter atropelado Maria quando da prática de um racha, Geraldo cometeu o crime do art. 308 (crime de racha), qualificado com o resultado morte (§2º do mesmo artigo), o que agravaria por demasiado sua situação. Essa qualificadora do crime de racha, a estudaremos logo mais na frente, assim dispõe:

§ 2o Se da prática do crime previsto no caput (crime de racha) resultar MORTE, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo.

Como a questão deixa a entender que Geraldo não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, sua conduta poderá perfeitamente ser enquadrada nessa qualificadora aí, o que, de qualquer modo, não alteraria o gabarito da questão, que continuaria errada. Beleza?

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Gabarito: Errado

07. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2002] Ao passar em frente a uma parada de ônibus, conduzindo o seu veículo em avançada hora da madrugada, Tício avistou um desafeto. Assim, retornou na avenida, de modo a passar novamente em frente ao inimigo. Quando se aproximava, então, da parada, acelerou o veículo, arremessando-o contra o pedestre, causando-lhe morte instantânea. Para essa situação, há, no CTB, tipo específico que descreve a conduta de Tício, no qual se prevê, ainda, o atropelamento ocorrido em calçada como causa de aumento de pena do homicídio.

Comentário:

Ao atropelar intencionalmente o seu desafeto, Tício agiu com dolo, pois quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Acontece que, até os dias atuais, o CTB não tipificou no rol de seus crimes, o de homicídio doloso. Apenas o de homicídio CULPOSO, no art. 302.

Ele deverá responder por homicídio doloso, mas não com base no CTB, e sim no Código Penal Brasileiro (art. 121).

Gabarito: Errado

1.2. Lesão Corporal Culposa

Art. 303. Praticar LESÃO CORPORAL CULPOSA na direção de veículo automotor.

Penas - detenção, de 06 meses a 02 anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veiculo automotor.

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302.

Estamos diante de mais um dos dois únicos crimes de natureza culposa tipificados no CTB. Assim como o crime anterior, ele só será configurado se for praticado na direção de um veículo e de um veículo automotor.

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Quero chamar sua especial atenção para disposições específicas do CTB e da Lei nº 11.705/08 sobre esse crime o qual, com a referida Lei, tomou desdobramentos mais complexos, interessantes e, diga-se de passagem, bons de prova!

Vamos analisar os desdobramentos para as diversas variações do crime de lesão corporal culposa tipificado no CTB:

Lesão corporal culposa SEM os benefícios da Lei 9.099/95

Começamos pela análise do disposto no § 1º, do art. 291, do CTB:

Art. 291. (...)

§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:

I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;

II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente;

III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora).

§ 29 Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal.

Vamos entender!

Preste bastante atenção no parágrafo primeiro do artigo acima transcrito! Ele cita os arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099/95. Por que esses artigos especificamente?

Vamos responder a essa pergunta mostrando as correlações deles com o

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crime de lesão corporal culposa praticado na direção de veículo automotor.

Veja:

Lei nº 9.099/95:

Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.

Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.

A composição civil de danos trata-se da possibilidade de acordo homologado por juiz entre a vítima e o réu, tendo esse acordo eficácia de título a ser executado e também acarretando, portanto, a renúncia ao direito de queixa ou representação.

Para crimes de menor potencial ofensivo, o réu, de acordo com esse artigo, pode ser beneficiado com essa possibilidade de fazer um acordo com a vítima, esse acordo ser homologado pelo juiz e ter então a queixa ou representação retirada.

Lei nº 9.099/95:

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.

§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.

§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;

II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;

III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.

§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do juiz.

§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que

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não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.

§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.

§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.

O que essas regras querem nos dizer?

Que nos crimes considerados de menor potencial ofensivo, pode o Ministério Público negociar com o acusado sua pena. Ou seja, é um “bem bolado” entre a acusação e a defesa, para evitar que o processo corra, poupando o réu (e o Estado também) de todas as cargas consequentes (sociais, psicológicas, financeiras etc.).

É a famosa transação penal, que deve ser proposta antes do oferecimento da denúncia. A aceitação da proposta não pode ser considerada reconhecimento de culpa ou de responsabilidade civil sobre o fato, não pode ser utilizada para fins de reincidência e não consta de fichas de antecedente criminal. O fato só é registrado para impedir que o réu se beneficie novamente do instituto antes do prazo de 05 anos definidos na lei.

As propostas podem abranger só duas espécies de pena: multa e restritiva de direitos. A primeira é obviamente pecuniária, a segunda pode ser prestação de serviços à comunidade, impedimento de comparecer a certos lugares, proibição de gozo do fim de semana etc., depende da criatividade dos promotores (que atualmente só conhecem o pagamento de cesta básica).

Lei nº 9.099/95:

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.

Há quatro tipos de ação no Processo Penal brasileiro: a ação penal pública incondicionada, a ação penal pública condicionada à representação, a ação penal de iniciativa privada e a ação penal privada subsidiária da pública.

O art. 88, da Lei nº 9.099/95, nos traz a ação penal pública condicionada à representação da vítima. Segundo deixa bem claro esse dispositivo, os crimes de lesões corporais leves e de lesão corporal culposa (esse que estamos a tratar!), dependerão da representação da vítima para instauração do inquérito policial ou para o oferecimento da denúncia, caso o inquérito seja desnecessário por já haver provas suficientes.

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Olhando agora para esses três dispositivos e fazendo um resumo bem prático, temos que a Lei nº 9.099/95 nos traz os seguintes benefícios para aqueles que cometem crimes de menor potencial ofensivo:

composição civil de danos

transação penal

ação penal pública condicionada à representação

Em termos práticos, o que isso significa então professor?

Significa que quem comete o crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, via de regra, tem grande possibilidade de ter o direito a tais benefícios. Digo "via de regra", porque esse indivíduo pode perder essas prerrogativas caso cometa o crime, tendo sido o delito praticado em determinadas situações. E que situações são essas? Aquelas previstas no §1º do art. 291, abaixo transcritas:

Ter cometido o crime:

sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;

participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição auto-mobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor não autorizada pela autoridade competente;

transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50km/h.

Antes de qualquer coisa, não confunda: tais situações em nada têm a ver com aquelas agravantes e aumentativas de pena que aqui estudamos!

As do quadro acima são aquelas situações que, cometidas conjuntamente com o crime de lesão corporal culposa na direção de

veículo automotor, fazem com que o réu perca os direitos à composição civil, à transação penal e a ação penal condicionada a representação. Não

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esqueça!

Importante ressaltar que o crime continua sendo de menor potencial ofensivo, ainda que combinado com as circunstâncias acima. O processo ainda ocorrerá no JEC (Juizado Especial Criminal), porém não será lavrado termo circunstanciado e passará NECESSARIAMENTE por inquérito policial.

Duas questões interessantes:

08. [CESPE – ANALISTA DE TRANSITO – DETRAN/DF – 2009] Considere que Gustavo conduza o seu veículo à velocidade de 110 km/h, quando a sinalização do local aponta como limite máximo a velocidade de 50 km/h e, de forma culposa, tenha atropelado Maria, que teve lesão corporal leve. Nesse caso, Gustavo deverá responder por crime de lesão corporal culposa, desde que haja representação da vítima.

Comentário:

Gustavo conduz o seu veículo à velocidade de 110 km/h, quando a sinalização do local aponta como limite máximo a velocidade de 50 km/h. Veja que ele está transitando com velocidade de 60 km/h a mais do que a permitida pela via. Ao atropelar Maria de forma culposa, ele de fato cometeu o crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, tipificado no art. 303 do CTB.

E o pior: por atropelar alguém transitando em velocidade superior à máxima permitida da via em 50 km/h, Gustavo perde, conforme vimos, os direitos à composição civil e à transação penal além do que a ação penal passará a ser incondicional à representação. A assertiva erra, portanto, ao afirmar que, nesse caso haveria a necessidade de representação da vítima.

Gabarito: Errado

09. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2008 - Adapt.] Em nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de trânsito de disposições previstas na lei que dispõe sobre os juizados especiais criminais.

Comentário:

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Você acabou de estudar que a Lei nº 9.099/95 é sim aplicável aos crimes de trânsito, principalmente no que diz respeito ao crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor (art. 291 c/c art. 303).

Gabarito: Errado

Lesão corporal culposa COM AUMENTATIVO de pena

Vamos pensar agora em duas situações:

Situação 1:

Imaginemos que alguém cometera o crime de lesão corporal culposa na direção de determinado veículo automotor. Ao cometer o crime, não estava sob influência de álcool, nem disputando corrida com outro veículo, muito menos transitando com velocidade superior à máxima para a via em 50 km/h.

Acontece que esse motorista praticou o crime em faixa de pedestres, e o pior: deixou de prestar socorro à vítima. O que temos nessa situação? Duas situações aumentativas de pena. Sendo situações aumentativas de pena, a pena máxima prevista para esse crime (que é de 02 anos) ficará, segundo o que dispõe o parágrafo único do art. 303, aumentada de um terço à metade e, por consequência, o crime deixa de ser de menor potencial ofensivo e passa a ser de maior potencial ofensivo.

Nesses casos, não há que se falar em procedimento sumário, deendo necessariamente ocorrer o inquérito policial e o respectivo processo em vara criminal. Mesmo assim, por força do que acabamos de estudar sobre as regras do § 1º do art. 291, esse réu terá ainda o direito de gozar das prerrogativas estabelecidas pelos artigos 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099/95. Ou seja, mesmo tendo cometido o crime sob uma das circunstâncias aumentativas de pena, terão direito à composição civil, à transação penal e que a ação penal seja condicioada a representação, obedecidos os demais requisitos estabelecidos na Lei nº. 9.099/95, obviamente.

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Situação 2:

Vamos supor que o mesmo motorista da situação 1 tenha cometido o crime de lesão corporal culposa em faixa de pedestre (situação aumentativa de pena), estando ele ainda sob a influência de álcool.

Aí, meu amigo, o rapaz estará bem enroladão, porque vai responder a processo criminal, perderá o direito à composição civil de danos, à transação penal e a ação penal pública será incondicionada à representação.

Sigamos em frente!

Lesão corporal com aplicação da Lei nº 9.099/95 na ÍNTEGRA

Esse é o caso mais simples!

Sempre que o agente praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor em situações diferentes das especificadas acima, a lesão corporal culposa será considerada um crime de menor potencial ofensivo, com a aplicação da Lei nº 9.099/95 na íntegra (bastará termo circunstanciado; terá direito à transação penal, à composição civil de danos; a ação será condicionada à representação; e etc.).

Tranquilo?

Bom, antes de continuar a estudar os outros crimes, sugiro que você, caro aluno, dê mais uma revisada no que acabamos de mostrar, pois é muito importante para sua prova que tenha consolidado esse conhecimento sobre as nuances do crime de LESÃO CORPORAL CULPOSA na direção de veículo automotor, art. 303 do CTB.

E agora vamos ver como esse delito foi cobrado:

10. [FUNRIO – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2009 – Adapt.] No dia 15 de junho de 2007, por volta das 09h, pela Avenida Canal, proximidades do "Atacadão Rio do Peixe”, José Antônio, guiando o veículo ônibus, ano 1998, de cor branca, provocou atropelamento contra Marinalva, que pedalava uma

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bicicleta próximo à guia da calçada, sofrendo traumatismos generalizados. O socorro foi prestado por solicitação de populares do SAMU ao Hospital Regional de Urgência e Emergência de Campina Grande, e o infrator se evadiu. No que se refere à conduta praticada, uma vez que o infrator se evadiu sem prestar socorro à vítima, é correto afirmar que o condutor não merece aplicação do aumento de pena daí decorrente, uma vez que a vítima não era pedestre, conforme estipulado pela Lei nº 9503/97.

Comentário:

Ao ser atropelada, Marinalva não veio a falecer, mas sofreu traumatismos generalizados. Com isso, podemos concluir que João Antônio cometeu o crime de lesão corporal culposa na condução de seu veículo. Esse crime, como vimos, é tipificado no art. 303 do CTB e é um de dois crimes culposos previstos no Código. Para esses crimes culposos não se fala em situações agravantes de pena, e sim em circunstâncias aumentativas de pena.

Pois bem, o enunciado nos fala ainda que o infrator evadiu-se sem prestar socorro à vítima, ou seja, omitiu socorro. A omissão de socorro é uma das situações aumentativas de pena para o crime de trânsito ora em análise. Assim, ao contrário do que afirma a assertiva, o condutor merece a aplicação, em tese, do aumento de pena daí decorrente, conforme estipulado pela Lei nº 9.503/97 (art. 302, §1º, III).

Gabarito: Errado

1.3. Crime de Omissão de Socorro

Art. 304. DEIXAR O CONDUTOR DO VEÍCULO, na ocasião do acidente, de PRESTAR IMEDIATO SOCORRO À VITIMA, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, DEIXAR DE SOLICITAR AUXILIO DA AUTORIDADE PÚBLICA:

Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano OU multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave.

Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves.

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Quanto ao crime de omissão de socorro, não há muito o que se falar, com exceção de dois detalhes importantes:

1) mesmo que a vítima tenha morrido instantaneamente ao acidente ou tenha apenas tido ferimentos leves, o motorista ainda assim responderá pelo crime. Tais situações, por não ensejarem necessidade de socorro, não tornam atípica a conduta do motorista, ok?

2) a pena pode ser a de detenção OU a de multa, certo? A multa, nesse caso, não será cumulativa. Não esqueça!

1.4. Crime de Afastar-se do Local

Art. 305. AFASTAR-SE o condutor do veículo DO LOCAL DO ACIDENTE, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:

Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.

Não se pode confundir o delito acima exposto com o de omissão de socorro do artigo anterior, uma vez que aqui o bem jurídico tutelado é a administração da justiça (querer burlar a apuração do delito ou coisa parecida). Na omissão de socorro, por sua vez, o bem jurídico tutelado é a vida, a saúde ou a integridade física.

Dessa forma, existe a possibilidade de se cometer o crime de afastar-se do local, em acidente com vítima, sem, contudo, cometer a omissão de socor-ro. Basta que, por exemplo, o condutor envolvido leve a vítima até um hospital e lá a deixe sem se identificar para fugir da responsabilidade penal.

Ainda que, em um primeiro momento, não tenha ocorrido crime, como no caso de acidentes envolvendo apenas danos materiais, é possível que o condutor que fuja do local do acidente seja responsabilizado com fulcro no artigo acima, se o seu objetivo é fugir da responsabilidade pela batida, ou

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melhor, de impedir que a justiça ocorra.

Beleza?

Agora vamos para um dos mais importantes crimes tipificados no CTB: o de embriaguez ao volante, art. 306. Muita atenção a ele!

1.5. Crime de Embriaguez ao Volante (ou de Alteração da Capacidade Psicomotora ao Volante)

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada EM RAZÃO DA INFLUÊNCIA de álcool ou DE OUTRA SUBSTÂNCIA PSICOATIVA QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA:

Penas: detenção de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Como eu disse, estamos diante de um dos principais, senão o principal, crime de trânsito para as organizadoras de prova, justamente por toda a polêmica em torno dele. Vamos tentar entendê-lo direitinho!

Graças ao nosso bom Deus, este artigo vem sofrendo alterações significativas nos últimos anos, sempre no intuito de diminuir o espantoso número de acidentes e mortes no trânsito de nosso país, provocados pela embriaguez ao volante.

Comecemos nossa análise por aquelas alterações promovidas pela Lei Federal nº 11.705/08, a tão famosa e conhecida Lei Seca. Com o advento dessa norma, o crime de embriaguez deixou de ser um crime de perigo em concreto para ser um crime de perigo em abstrato.

Como assim, professor?

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Antes, para consumação do delito, era necessário que o condutor estivesse ziguezagueando, transitando sobre calçadas, roletando cruzamentos, ou seja, atentando objetivamente contra incolumidade pública. O perigo de sua conduta tinha que ser concretamente demonstrado para que o condutor fosse enquadrado!

Com as novas alterações, ainda que um condutor esteja conduzindo adequadamente, se tiver acima dos índices permitidos de teor alcoólico, será enquadrado no crime acima tipificado. Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já assentou entendimento de que dirigir com concentração de álcool acima do limite legal CONFIGURA CRIME, independentemente de a conduta do motorista oferecer risco efetivo para os demais usuários da via pública (STJ, 2016, REsp 1.582.413, Relator Ministro Schietti Cruz)

Para você ter uma ideia, o voto acima citado tem base em outros vários julgados do próprio STJ de que o crime do art. 306 é de perigo em abstrato. Quer ver só alguns dos mais importantes desses julgados?

STJ DIREÇÃO. EMBRIAGUEZ. PERIGO ABSTRATO.

A Turma reiterou que o crime do art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro é de perigo abstrato, pois o tipo penal em questão apenas descreve a conduta de dirigir veículo sob a influência de álcool acima do limite permitido legalmente, sendo desnecessária a demonstração da efetiva potencialidade lesiva do condutor. Assim, a denúncia traz indícios concretos de que o paciente foi flagrado conduzindo veículo automotor e apresentando concentração de álcool no sangue superior ao limite legal, fato que sequer é impugnado pelo impetrante, não restando caracterizada a ausência de justa causa para a persecução penal do crime de embriaguez ao volante. Logo, a Turma denegou a ordem. Precedentes citados: HC 140.074-DF, DJe 22/2/2010, e RHC 26.432-MT, DJe 14/12/2009. HC 175.385-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 17/3/2011

STJ - HC 231566 RJ 2012/0013418-9

PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. REMÉDIO CONSTITUCIONAL SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. IMPOSSIBILIDADE. NÃO CONHECIMENTO. CRIME DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. DELITO DE PERIGO ABSTRATO. DESNECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE POTENCIALIDADE LESIVA NA CONDUTA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. (...)

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3. Conforme reiterada jurisprudência desta Corte, o crime do art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro é de perito abstrato e dispensa a demonstração de potencialidade lesiva na conduta, configurando-se pela simples condução de veiculo automotor em estado de embriaguez.

4. No caso, a paciente foi submetida a teste em aparelho de ar alveolar pulmonar (etilômetro) e ficou constatado que dirigia veículo automotor com concentração alcoólica igual a 0,37 mg/l de ar expelido pelos pulmões, valor este que supera o limite legal. Assim, o fato é típico e não há que se falar em trancamento da ação penal. 5. Habeas corpus não conhecido.

STJ - RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 1. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. 2. CRIME DE PERIGO ABSTRATO. 3. TESTE DO BAFÔMETRO. OCORRÊNCIA. 4. RECURSO IMPROVIDO. 14/10/2013

1. É prescindível à consumação do delito de embriaguez ao volante a prova da produção de perigo concreto à segurança pública, bastando a prova da embriaguez, por se tratar de delito de perigo abstrato. Precedentes. 2. A Terceira Seção deste Tribunal Superior assentou entendimento, quando do julgamento do REsp n.º 1.111.566/DF, realizado no dia 28 de março de 2012, no sentido de que "apenas o teste do bafômetro ou o exame de sangue podem atestar o grau de embriaguez do motorista para desencadear uma ação penal". Hipótese ocorrente na espécie. 3. Recurso a que se nega provimento.

Professor, E como o STF entende esse crime?

Do mesmo jeito! Veja só famosos entendimentos da Suprema Corte:

STF - RHC 110.258, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 24.5.12 e HC 109.269, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 11.10.2011:

“RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (ART. 306 DA LEI Nº 9.503/97). ALEGADA INCONSTITUCIONALIDADE DO TIPO POR SER REFERIR A CRIME DE PERIGO ABSTRATO. NÃO OCORRÊNCIA. PERIGO CONCRETO. DESNECESSIDADE. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência é pacífica no sentido de reconhecer a aplicabilidade do art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro – delito de embriaguez ao volante –, não prosperando a alegação de que o mencionado dispositivo, por se referir a crime de perigo abstrato, não é aceito pelo ordenamento jurídico brasileiro.

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2. Esta Suprema Corte entende que, com o advento da Lei nº 11.705/08, inseriu-se a quantidade mínima exigível de álcool no sangue para se configurar o crime de embriaguez ao volante e se excluiu a necessidade de exposição de dano potencial, sendo certo que a comprovação da mencionada quantidade de álcool no sangue pode ser feita pela utilização do teste do bafômetro ou pelo exame de sangue, o que ocorreu na hipótese dos autos. 3. Recurso não provido”.

“HABEAS CORPUS. PENAL. DELITO DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. ART. 306 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO REFERIDO TIPO PENAL POR TRATAR-SE DE CRIME DE PERIGO ABSTRATO. IMPROCEDÊNCIA. ORDEM DENEGADA. I - A objetividade jurídica do delito tipificado na mencionada norma transcende a mera proteção da incolumidade pessoal, para alcançar também a tutela da proteção de todo corpo social, asseguradas ambas pelo incremento dos níveis de segurança nas vias públicas. II - Mostra-se irrelevante, nesse contexto, indagar se o comportamento do agente atingiu, ou não, concretamente, o bem jurídico tutelado pela norma, porque a hipótese é de crime de perigo abstrato, para o qual não importa o resultado. Precedente. III No tipo penal sob análise, basta que se comprove que o acusado conduzia veículo automotor, na via pública, apresentando concentração de álcool no sangue igual ou superior a 6 decigramas por litro para que esteja caracterizado o perigo ao bem jurídico tutelado e, portanto, configurado o crime. IV Por opção legislativa, não se faz necessária a prova do risco potencial de dano causado pela conduta do agente que dirige embriagado, inexistindo qualquer inconstitucionalidade em tal previsão legal . V Ordem denegada”.

E mais: antes da Lei nº 11.705/08, a diferença entre a infração de trânsito da embriaguez e o crime de embriaguez era a situação de perigo, ou seja, para ocorrência do crime, era necessária a ocorrência da infração mais uma situação de perigo em concreto. Com as novas disposições, a diferença entre a infração de trânsito e o crime de trânsito passou a ser a concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar.

E as boas notícias não param por aí!

Com a entrada em vigor da Lei nº 12.760/12, atualmente o crime já estará configurado se também for provada que a capacidade psicomotora do motorista foi alterada em razão da influência de ÁLCOOL ou de outra SUBSTÂNCIA PSICOATIVA que determine dependência. Ou seja, pode-se dizer que juridicamente o crime não é mais o de “embriaguez ao volante”, e sim o de “alteração da capacidade psicomotora ao volante”!

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Ok, professor, mas como diferenciar a infração de embriaguez, do art. 165, desse crime tipificado no art. 306?!

Deixa eu te explicar!

Para que você entenda bem como se dá a diferença entre infração e crime, precisamos entender como se configura uma infração de trânsito relativa à embriaguez. Para isso, vamos ao importante e polêmico artigo 165 do CTB, transcrito a seguir:

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (10 vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses.

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4o do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro.

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses.

De posse das informações acima, vamos agora para o que estabelece o art. 276 do CTB:

Esse artigo nos diz o seguinte:

Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165.

Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerância quando a infração for apurada por meio de aparelho de medição, observada a legislação metrológica.

Ok, professor, mas como se prova que alguém está sob a influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência? Como identificar se há alguma concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar?

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Bom, o artigo acima, em seu parágrafo único, estabelece que o CONTRAN disciplinará as margens de tolerância quando a infração for apurada por meio de aparelho de medição, não é verdade?

Pois bem, o CONTRAN já vinha regulamentando no passado, mas em 2013, por conta da Lei nº 12.760/2012, editou a Resolução nº 432/13. Nela, ele regulamenta não só tais margens de tolerância como também os meios para a caracterização da infração de trânsito do art. 165.

Segundo esta Resolução, a confirmação da alteração da capacidade psicomotora em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência dar-se-á por meio de, pelo menos, um dos seguintes procedimentos a serem realizados no condutor de veículo automotor:

exame de sangue;

exames realizados por laboratórios especializados, indicados pelo órgão ou entidade de trânsito competente ou pela Polícia Judiciária, em caso de consumo de outras substâncias psicoativas que determinem dependência;

teste em aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar alveolar (etilômetro);

verificação dos sinais que indiquem a alteração da capacidade psicomotora do condutor.

Além dos meios dispostos acima, também poderão ser utilizados prova testemunhal, imagem, vídeo ou qualquer outro meio de prova em direito admitido.

Perceba, caro aluno, como agora ficou muito mais difícil alguém negar que está alcoolizado! Se ficou mais difícil para o condutor, ficou mais fácil para o agente de trânsito autuar alguém suspeito de estar embriagado. Segundo ainda o que dispõe a Resolução nº 432/13, a infração prevista no art. 165 do CTB será caracterizada por:

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exame de sangue que apresente qualquer concentração de álcool por litro de sangue;

teste de etilômetro (bafômetro) com medição realizada igual ou superior a 0,05 miligrama de álcool por litro de ar alveolar expirado (0,05 mg/L), descontado o erro máximo admissível.

sinais de alteração da capacidade psicomotora.

E se o condutor não quiser submeter-se a nenhum desses exames? Se a negativa for em relação aos exames de sangue e de etilômetro (os que comprovam cientificamente a alteração da capacidade psicomotora):

SERÃO APLICADAS AS PENALIDADES E MEDIDAS ADMINISTRATIVAS PREVISTAS NO NOVÍSSIMO ART. 165-A DO CTB ao condutor que recusar a se submeter a qualquer um dos procedimentos previstos acima, sem prejuízo da incidência do crime previsto no art. 306 do CTB caso o condutor apresente os sinais de alteração da capacidade psicomotora.

E o que regula esse novíssimo art. 165-A? A seguinte infração:

Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (10x) e suspensão do direito de dirigir por 12 meses;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art. 270.

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Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses

Resumo disso tudo:

Não há margem de tolerância no exame de sangue para que seja configurada a infração de trânsito. No entanto, se o teste realizado for o do bafômetro, basta que a medição desse aparelho seja igual ou superior à 0,05mg/L para que a infração já esteja caracterizada.

Se houver recusa do condutor a se submeter a qualquer dos testes que comprovem cientificamente a embriaguez (sangue, etilômetro), será também autuado com base no art. 165-A.

Tal recusa, a depender da constatação dos sinais de alteração da capacidade psicomotora, poderá o condutor responder pela infração do art. 165, como ainda pelo crime do art. 306!!!

Beleza?

Bom, a pergunta agora é: e quando é que o uso do álcool (ou a alteração da capacidade psicomotora) deixa de ser apenas uma infração e passa a também ser considerados crimes de trânsito?

Os parágrafos 1º a 3º do art. 306 do CTB assim nos respondem:

Art. 306 (...)

§ 1o As condutas previstas no caput serão CONSTATADAS por:

I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou

II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora.

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§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova.

§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo.

E é também a Resolução nº 432/13 que regulamenta essa equivalência entre os distintos testes de alcoolemia para efeito de caracterização do crime de embriaguez no trânsito. Para falar bem a verdade, em seu art. 7º, ela só detalha um pouco mais as disposições do quadro acima, estabelecendo que o crime previsto no art. 306 do CTB será caracterizado por qualquer um dos procedimentos abaixo:

exame de sangue que apresente resultado igual ou superior a 6 (seis) decigramas de álcool por litro de sangue (6 dg/L);

teste de etilômetro com medição realizada igual ou superior a 0,34 miligrama de álcool por litro de ar alveolar expirado (0,34 mg/L), descontado o erro máximo admissível;

exames realizados por laboratórios especializados, indicados pelo órgão ou entidade de trânsito competente ou pela Polícia Judiciária, em caso de consumo de outras substâncias psicoativas que determinem dependência;

sinais de alteração da capacidade psicomotora obtido conforme já estudamos.

Isso significa que os valores de 06 dg/l (exame de sangue) e de 0,34 mg/l (bafômetro) representam aqueles que, se detectados, incriminam o condutor, ou seja, são suficientes para que ele, além de ser enquadrado na infração de trânsito do art. 165 (dirigir embriagado), responda também pelo crime de trânsito (embriaguez ao volante) tipificado no art. 306 do CTB.

Para facilitar o seu entendimento, extraímos o seguinte quadro-resumo a respeito das dosagens de álcool detectadas em condutores por meio de exame clínico ou do etilômetro (bafômetro):

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A precisão das medidas acima, respeita, é claro, o percentual tolerável de erro do equipamento.

É, caro aluno, perceba que a coisa agora ficou difícil para quem bebe e em seguida conduz um veículo...

Sobre a embriaguez ao volante era o que tínhamos a dizer. É mais do que suficiente para a sua prova!

Veja agora como isso foi cobrado:

[CESPE – ASSIST. TÉCNICO DE TRÂNSITO – DETRAN/ES – 2010] Com relação às infrações de trânsito, julgue os itens subsecutivos.

11. Comprovada a embriaguez, o condutor terá seu veículo apreendido e sua CNH cancelada pelo período de um ano e, caso queira voltar a conduzir veículo automotor, terá de realizar, após este período, todos os exames para a obtenção de nova habilitação.

12. A chamada Lei Seca diz respeito à fiscalização de condutores sob efeito de álcool e também de qualquer outra substância psicoativa que cause dependência. Portanto, o condutor que apresentar sintomas de torpor ou euforia, mesmo que não se evidencie a existência de álcool em seu organismo pelo bafômetro, pode ser submetido a outros exames pelas autoridades de

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trânsito e sofrer as mesmas penalidades.

Comentário 11:

Agora o cerco apertou, mas também não chega a ser assim! Comprovada a embriaguez, o art. 165 do CTB prevê que condutor será autuado, incorrerá nas penalidades de multa no valor de R$ 1.915,00 (10 vezes o da infração gravíssima) e de suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses. Mas tudo, é claro, deverá respeitar o devido processo legal não havendo, portanto, o cancelamento automático da CNH pelo período de um ano.

Gabarito: Errado

Comentário 12:

Exatamente! Foi o que acabamos de estudar!

Com as mudanças promovidas pela Lei 12.760/12, mesmo que o condutor se negue a realizar o exame clínico ou o teste de bafômetro, outros exames poderão ser realizados para comprovar os sinais de alteração de sua capacidade psicomotora. E não esqueça: a simples negativa do condutor já é suficiente para que ele seja enquadrado na infração de trânsito do art. 165 do CTB, sem prejuízo de também ser enquadrado no crime de embriaguez caso apresente sinais de diminuição da capacidade psicomotora.

Gabarito: Certo

13. [CESPE - AGENTE DE TRANSITO – DETRAN/DF – 2003] O condutor que, ao receber ordem de um agente de trânsito, se nega a realizar teste em aparelho de ar alveolar para avaliar a concentração de álcool em seu organismo, não apenas pratica infração administrativa, mas também comete crime de desacato.

Comentário:

Vamos analisar essa questão à luz dos regramentos atuais:

O agente de trânsito, ao desconfiar que o condutor apresenta sintomas de embriaguez, pode pedir que ele realize o teste de bafômetro. O art. 277 do CTB dá essa prerrogativa ao agente, assim como também a Resolução CONTRAN nº 432/13. Acabamos de ver que a recusa do condutor em realizar qualquer dos testes já é suficiente para enquadrá-lo na infração administrativa prevista no art. 165 do Código. Agora, o fato de recusar a fazer os testes não significa necessariamente que cometa o crime de desacato. Não há na assertiva outros elementos que possam garantir isso!

Gabarito: Errado

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14. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2004 – Adapt.] A conduta de dirigir veículo automotor sob a influência de álcool, em nível superior ao permitido, não configura, necessariamente, crime perante a lei brasileira, sendo punida administrativamente como infração gravíssima, com penalidade de multa e suspensão do direito de dirigir. Para ser enquadrada na categoria de crime, a embriaguez do condutor deve expor a dano potencial a incolumidade de outrem.

Comentário:

Perceba que essa questão foi elaborada no ano de 2004. Nesta época, ainda não estavam em vigor todos os desdobramentos do crime de embriaguez trazidos pelas Leis nº 11.705/08 e 12.760/12.

O principal desses desdobramentos é exatamente o fato de que hoje a embriaguez no trânsito é um crime de perigo abstrato, ou seja, não é necessário que haja um dano para que um condutor embriagado seja enquadrado nesse crime. Basta que esteja ao volante e a embriaguez seja constatada pelos testes regulamentados ou por outros meios permitidos em lei. Para os dias de hoje, portanto, a questão está errada.

Gabarito: Errado

15. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2004 - Adapt.] A embriaguez pode ser constatada por provas técnicas e periciais, como exame de sangue e teste em bafômetro, mas nunca, por prova testemunhal.

Comentário:

Claro que a prova testemunhal é válida sim e esta validade é um dos maiores ganhos trazidos pela recentíssima Lei nº 12.760/12, que acrescentou o § 2º, no art. 306 do CTB, assim determinando:

Art. 306. (...)

§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)

A assertiva erra ao afirmar o contrário.

Gabarito: Errado

Vamos continuar a análise dos demais crimes:

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1.6. Crime de Violação à Suspensão

Art. 307. VIOLAR A SUSPENSÃO OU A PROIBIÇÃO DE SE OBTER A PERMISSÃO OU A HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO AUTOMOTOR imposta com fundamento neste Código:

Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.

Parágrafo único - Nas mesmas penas incorre o CONDENADO que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293 (em 48 horas), a permissão para dirigir ou a Carteira de Habilitação.

O que está sendo punido, verdadeiramente, é a desobediência à ordem judicial, de forma específica. Num primeiro momento, viola-se a ordem, ou seja, a suspensão imposta, se o condutor dirige após a aplicação dessa pela autoridade judiciária; em outro momento, quando o condutor deixa de entregar a CNH, em 48 horas, após imposição da pena pelo magistrado, também viola o disposto no referido artigo.

Para que os agentes de trânsito tenham maior controle da imposição da pena imposta pelo juiz, temos as seguintes previsões, no artigo 295 do CTB e no artigo 41 da Resolução n° 168/04 do CONTRAN:

- CTB -

Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação será sempre comunicada pela autoridade judiciária no Conselho Nacional de Transito - CONTRAN, ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente.

- Resolução nº 168/04 -

Art. 41. A Base Índice Nacional de Condutores - BINCO conterá um arquivo de dados onde será registrada toda e qualquer restrição no direito de dirigir de obtenção do ACC e da CNH, que será atualizado pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado e do Distrito Federal.

§3º A suspensão do direito de dirigir ou a proibição de se obter a habilitação, imputada pelo Poder Judiciário, será registrada na BINCO.

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1.7. Crime de Racha

Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de CORRIDA, DISPUTA ou COMPETIÇÃO AUTOMOBILÍSTICA NÃO AUTORIZADA pela autoridade competente, GERANDO SITUAÇÃO DE RISCO à incolumidade pública ou privada:

Penas - detenção, de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

O crime do artigo 308, por participação em corrida, disputa ou competição não autorizada, teve uma ligeira alteração redacional, ao substituir a expressão “desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou privada” por “gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada”, dando a entender que bastará a presença do risco abstrato à coletividade (e não uma condição específica).

A redação anterior do crime citado, antes das mudanças promovidas pela Lei nº 12.971/14, contentava-se com o perigo potencial de dano, ou seja, cuidava de infração penal de perigo abstrato, onde a simples prática do comportamento, independentemente de comprovação de perigo, já configurava o tipo em estudo.

No entanto, à luz das modificações trazidas pela Lei nº 12.971/2014 para configuração desse tipo penal, alguns requisitos devem estar presentes para o enquadramento no delito, como:

veículo automotor,

via pública e;

a prova de situação de risco à incolumidade pública e privada.

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Ou seja, há a necessidade de ser comprovado que o comportamento narrado pelo tipo penal, praticado pelo condutor do veículo automotor, gerou, efetivamente, uma situação de risco à incolumidade pública ou privada.

É um dos 02 únicos crimes tipificados no CTB que trazem a famosa TRINCA DE PENAS (detenção + multa + suspensão ou proibição de se obter...). O outro crime que também traz a tal trinca é o de embriaguez ao volante (art. 306).

A pena para este crime, hoje máxima de dois anos, passará a ser de seis meses a três anos; o que fará com que esteja fora da alçada dos Juizados Especiais Criminais, de acordo com o artigo 61 da Lei n. 9.099/95, não sendo, portanto, registrado mediante Termo Circunstanciado, e acarretando a prisão em flagrante do autor, quando presentes os indícios de autoria e materialidade, nos termos do artigo 302 do Código de Processo Penal.

Ademais, este crime passará a ter duas formas qualificadas:

§ 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo.

§ 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar MORTE, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo.

Caro aluno, muita atenção! É importante não confundir esse crime com a seguinte infração de trânsito:

Art. 174. Promover, na via, competição, eventos organizados, exibição e demonstração de perícia em manobra de veículo, ou deles participar, como condutor, sem permissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo;

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Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo.

Parágrafo único. As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condutores participantes.

§ 1o As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condutores participantes.

§ 2o Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de 12 (doze) meses da infração anterior.

Neste delito, diferentemente da infração de trânsito, punem-se apenas os condutores e não os promotores do evento, uma vez que não têm uma ingerência direta no resultado lesivo. Para configuração desse tipo penal devem estar presentes alguns requisitos, como:

veículo automotor;

via pública; e

a prova de situação de risco à incolumidade pública e privada.

O sujeito passivo desse delito é a coletividade e, de forma secundária, a pessoa exposta a risco em virtude da disputa. Como os eventos "corrida", "disputa" ou "competição” explicitados no caput do artigo 308 do CTB, pressupõem a participação de pelo menos 02 (dois) veículos, devemos entendê-lo como um crime de concurso necessário.

E atenção, em recente julgado do STF, o Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do processo, considerou que, segundo as novas figuras do crime de racha do CTB, o agente que, ao tomar parte na prática e causar lesão corporal de natureza grave ou morte, responde pelo crime em modalidade qualificada, desde que o resultado tenha sido causado apenas culposamente.

De acordo com o relator:

"(...) a lei deixa claro que as figuras qualificadas são aplicáveis apenas se as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo (parágrafos 1º e 2º). Logo, se o agente assumiu o risco de causar o resultado (lesão corporal grave ou morte), por eles responde na forma dos tipos penais autônomos do Código Penal”.

Beleza? Guarda com carinho essa informação, ok?

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1.8. Crime de Dirigir sem Permissão ou Habilitação

Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, SEM A DEVIDA PERMISSÃO PARA DIRIGIR OU HABILITAÇÃO ou, ainda, SE CASSADO O DIREITO DE DIRIGIR, gerando perigo de dano:

Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.

Para a ocorrência do delito acima, alguns elementos são essenciais:

deve haver condução de veículo automotor;

é crime de via pública;

é crime de perigo em concreto, e, por fim, o condutor deve ser inabilitado ou estar cassado.

O delito de condução inabilitada de veículo automotor (art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro) é de perigo concreto indeterminado, pois o perigo não precisa ser dirigido, bastando prova de que a condução do veículo rebaixou o nível de segurança viário, gerando risco para a coletividade. Assim, se o motorista inabilitado for surpreendido conduzindo de forma anormal seu automóvel, temos crime; se apesar de inabilitado o conduzir dentro das regras de segurança, caracteriza mera infração administrativa.

1.9. Crime de "Permitir", "Confiar" ou "Entregar"

Art. 310. PERMITIR, CONFIAR OU ENTREGAR A DIREÇÃO DE VEICULO AUTOMOTOR à pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:

Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.

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O crime de “permitir", "entregar" ou "confiar" é um crime de perigo em abstrato, punível apenas na modalidade dolosa, sendo, portanto, necessário que o magistrado avalie sempre os elementos subjetivos da conduta.

Já sei que você vai me perguntar: professor, as condutas acima não são as mesmas que estudei lá no capítulo sobre infrações de trânsito? São infrações ou crimes?

É verdade! Nos artigos 163, 164 e 166 do CTB, temos a descrição das mesmas condutas previstas acima, passíveis de ser punidas administrativamente. Entretanto, precisamos apontar algumas diferenças a fim de diferenciarmos a infração de trânsito da infração penal.

A primeira diferença a ser apontada está nas autuações por cometimento de infrações de trânsito, em que os critérios adotados pelo agente autuadores devem ser puramente objetivos, ou seja, não são valorados os elementos subjetivos dolo e culpa. Na tipificação do artigo acima citado, por sua vez, pune-se a conduta praticada apenas na modalidade dolosa.

A segunda diferença é quanto à avaliação das responsabilidades. Administrativamente, apenas serão punidos os proprietários dos veículos que, por força do art. 257 do CTB, são os responsáveis pela habilitação legal de seus condutores; porém, penalmente, o tratamento é outro, pois será punido quem efetivamente entregou a direção a pessoa inabilitada, ou seja, aquele que teve a vontade de praticar o delito, como um vendedor de uma agência de automóveis, por exemplo, que sabia que o provável comprador era inabilitado, e ainda assim entregou-lhe as chaves do veículo pertencente à pessoa jurídica "agência de automóveis".

Observe que o crime acima é crime de perigo em abstrato!

Isto quer dizer que:

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Ou seja, não se exige que o condutor inabilitado, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, necessariamente dirija indevidamente para que o crime seja tipificado.

Se dirigir indevidamente, ele poderá responder ao crime do art. 309, e não ao do art. 310!

1.10. Crime de Trafegar com Velocidade Incompatível

Art. 311. Trafegar em VELOCIDADE INCOMPATÍVEL COM A SEGURANÇA NAS PROXIMIDADES de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano:

Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.

O crime da velocidade incompatível é um crime de perigo em concreto, de via pública e doloso.

Perigo em concreto? Como assim, professor?

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É o seguinte:

Para que o condutor responda pelo delito não é necessário que ele esteja com excesso de velocidade, BASTA QUE ESSA VELOCIDADE SEJA INCOMPATÍVEL COM A SEGURANÇA, podendo causar um dano superveniente.

Com isso, NÃO É EXIGIDO que a prova seja feita por meio de radares ou equivalentes, podendo ser suprida por provas testemunhais.

E atenção! Neste delito, após sofrer uma avaliação subjetiva de provável dano superveniente, ainda que constatado o perigo de dano, é necessário que a ocorrência se dê nos locais considerados perigosos pelo legislador,

como nas proximidades de escolas; hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas.

Veja como foi cobrado:

16. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – SEAD/TO – 2008] Os crimes de lesão corporal culposa, embriaguez ao volante e participação em competição não autorizada, elencados no Código de Trânsito Brasileiro, são apurados por meio de termo circunstanciado de ocorrência, sendo vedada, em qualquer hipótese, a prisão em flagrante em tais condutas, nos termos dispostos na Lei dos Juizados Especiais Criminais.

Comentário:

Só os crimes de menor potencial ofensivo podem ser alcançados pelas vantagens trazidas na Lei de Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95).

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Dentre os crimes elencados no CTB, o de “lesão corporal culposa”, por ser de menor potencial ofensivo, pode ser apurado por meio de termo circunstanciado de ocorrência.

O erro da questão foi incluir o crime de embriaguez ao volante (art. 306) e participação em competição não autorizada (art. 308) dentre o rol dos beneficiados pela Lei 9.099/95. De jeito nenhum, pois esses são crimes de maior potencial ofensivo (ambos têm penas restritivas de liberdade com prazos máximos maiores que 2 anos). E no de lesão corporal culposa, vimos que, a depender de outras condutas do condutor, ele pode perder o direito à composição civil, à transação penal e a ação penal passará a ser incondicional à representação.

Gabarito: Errado

17. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2002] A prova da velocidade incompatível pode ser feita por testemunhas, não se exigindo a prova de radares ou equivalentes.

Comentário:

Fácil demais! É só reler o que diz o quadro-destaque acima e você constatará que a assertiva está corretinha!

Gabarito: Certo

[CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2004] O CTB, em seu art. 311, censura a conduta de trafegar em velocidade incompatível com a segurança nos locais considerados pelo legislador como perigosos, elegendo essa conduta como criminosa e impondo-lhe a pena de detenção de 6 meses a 1 ano ou multa. Acerca desse assunto, julgue os itens que se seguem.

18. Ter domínio do veículo significa que o condutor tem o controle do mesmo, podendo, assim, detê-lo quantas vezes for necessário, diante de obstáculos previsíveis.

19. Para a consumação do delito tipificado no referido artigo, não é estritamente necessário que ocorra dano, ou seja, as pessoas sejam lesionadas ou mortas em virtude da velocidade incompatível.

Comentário 18:

Você tem alguma dúvida disso, caro aluno? Claro que não! Essa assertiva foi um presentinho dado pela banca aos candidatos! De fato, ter domínio do veículo significa que o condutor tem o controle do mesmo, podendo, assim, detê-lo quantas vezes for necessário, diante de obstáculos previsíveis.

Gabarito: Certo

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Comentário 19:

Exato! Vamos repetir: para que o condutor responda pelo delito do art. 311 do CTB, não é necessário que ele esteja com excesso de velocidade, basta que essa velocidade seja incompatível com a segurança, podendo causar um dano superveniente.

Gabarito: Certo

E por fim, o último delito tipificado no CTB:

1.11. Crime de Inovar com Vítima

Art. 312 - INOVAR ARTIFICIOSAMENTE em caso de acidente automobilístico com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, O ESTADO DE LUGAR, DE COISA ou DE PESSOA, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:

Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere-

Para este crime, a intenção do legislador foi punir aquele que, em acidente com vítima, mexe no local do acidente para prejudicar, ou melhor, atrapalhar a administração da justiça. A intenção do agente é sempre prejudicar a apuração da verdade dos fatos; dessa forma, ainda que a regra seja pre-servar o local, e este não é preservado, mas justificadamente, no intuito de prestar socorro à vítima, por exemplo, aí não há que se falar em cometimento deste delito. Tranquilo?

Vamos rever a infração correspondente a esse crime, analisando o art. 176 do CTB:

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Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com vítima:

I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo;

II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evitar perigo para o trânsito no local;

III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da polícia e da perícia;

IV - de adotar providências para remover o veículo do local, quando determinadas por policial ou agente da autoridade de trânsito;

V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações necessárias à confecção do boletim de ocorrência:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação.

Com relação a essa infração e ao crime em questão, analisemos as seguintes situações:

1º - O condutor que deixa de preservar o local, em acidente com vítima, com a intenção de ajudar:

Ainda assim pode responder com base na infração de trânsito do art. 176, uma vez que nas infrações de trânsito o agente de trânsito não valora os elementos subjetivos (dolo e culpa). Nesse caso, ele nunca responderá pelo crime do art. 312;

2º - Responsabilidades pela conduta:

No que se refere às responsabilidades, perceba que o art. 176 abrange apenas os condutores envolvidos em acidente com vitima, e no art. 312, qualquer pessoa que teve a intenção de prejudicar a administração da justiça;

3º - O condutor que deixou de preservar o local, para evitar perigo, para prestar socorro, ou por determinação de algum policial:

Esse não responde nem pela infração do art. 176 nem pelo crime do art. 312!

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As situações mais comuns em que temos a incidência do artigo 312 são:

apagar a marca de derrapagem;

retirar placas de sinalização;

alterar o local dos carros;

limpar estilhaços do chão;

alterar o local do corpo da vítima;

antes de apresentar seu veículo para perícia, alterar o local onde ocorreu o abalroamento, sempre com a intenção de prejudicar.

Prontooooo!

Para fecharmos o estudo dos crimes de trânsito, vamos à recente novidade do CTB, promovida pela Lei nº 13.281/2016 (art. 312-A):

Lei nº 13.281/16

Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 do CTB (ou seja, TODOS) deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por pena

restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes atividades:

trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito;

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trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados;

trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de acidentados de trânsito;

outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas de acidentes de trânsito.

Caro aluno, você lembra quando o nosso Direito Penal prevê a possibilidade de substituição de pena restritiva de liberdade em restritiva de direito?

Se sim, vamos revisar, se não, saiba que é o Código Penal Brasileiro quem nos responde a essa pergunta em seus art.s 43 e 44, abaixo transcritos:

Código Penal Brasileiro:

Art. 43. As penas restritivas de direitos são:

I - prestação pecuniária;

II - perda de bens e valores;

III - limitação de fim de semana.

IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;

V - interdição temporária de direitos;

VI - limitação de fim de semana.

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo II – o réu não for reincidente em crime doloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.

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§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.

Pois bem, a novíssima regra do CTB, trazida no quadro da página anterior, representa uma importante e valorosa inovação no Direito do Trânsito Brasileiro, pois tende a auxiliar na produção de resultados positivos no que tange ao controle da violência no trânsito, que assola a sociedade brasileira.

A regra determina que a todos os crimes de trânsito previstos no CTB e aqui estudados (arts. 302 a 312), sempre que o juiz aplicar a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta DEVERÁ ser de prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas. Ou seja: o magistrado tem que aplicar obrigatoriamente a pena do art. 43, inciso IV, do Código Penal!

É certo que o condenado, alvo da substituição da pena, ao prestar serviços à comunidade, nos locais e termos determinados pela lei, vendo as consequências das irresponsabilidades no trânsito, com os danos físicos, morais, psicológicos e todo o sofrimento à vítima e a seus familiares, vai refletir e em grande maioria, na mudança de seu comportamento no trânsito. Bom, pelo menos esse é o sentido da lei e o que devemos fazer é torcer para que os resultados sejam os mais positivos possíveis.

Então, é isso! Concluímos enfim a análise dos crimes de trânsito previstos no CTB!

Para revisarmos ainda mais sobre os crimes, “pesquei” da relevante obra do professor Leandro Macedo, “Legislação de Trânsito Descomplicada”, a tabela-resumo a seguir:

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TABELA - RESUMO DOS CRIMES EM ESPÉCIES

ART. RESUMO ELEMENTO SUBJETIVO

AÇÃO PENAL DETENÇÃO

SUSPEN-

SÃO/

PROIBIÇÃO

MULTA INFRAÇÃO

ADMINISTRATIVA

302 homicídio culposo pub.incond 2 a 4 anos E

303 lesão corporal culposo

pub. cond

(em geral) 6m a 2 anos E

304 omissão socorro

doloso pub.incond 6m a 1 ano OU Art. 176,1

305 afastar-se doloso pub.incond 6m a 1 ano OU 176, V

306 álcool doloso pub.incond 6m a 3 anos E E 165

307 violar suspensão

doloso pub.incond 6m a 1 ano

Nova imposição

da suspensão

E -

308 participar de

corrida doloso pub.incond 6m a 3 anos E E 173,174

309 Suspensa ou

cassada doloso Pub.incond 6m a 1 ano OU 162,1 e II

310 permitir, confiar, entregar

doloso pub.incond 6m a 1 ano OU 163,164

e 166

311 velocidade

incompatível doloso pub.incond 6m a 1 ano OU

218,220

XIV

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312 Inovar ac.

c/ vítima doloso pub.incond 6m a 1 ano OU 176,III

E antes de terminarmos, mais umas superdicas para você:

CRIMES CULPOSOS homicídio e lesão corporal (arts. 302 e 303).

Pena de detenção de 02 a 04 anos só o de homicídio (art. 302).

Pena de detenção de 06 meses a 03 anos embriaguez (art.306) e de disputa de racha (art. 308).

Pena de detenção de 06 meses a 02 anos o de lesão corporal (art. 303).

Pena de detenção de 06 meses a 01 ano todos os demais.

DETENÇÃO+MULTA+SUSPENSÃO CNH o de embriaguez, o de violar suspensão e o de disputar racha (arts. 306, 307 e 308).

Para finalizarmos de vez, uma bateria de questõezinhas de revisão:

20. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN. OLINDA/PE – 2006] Leia atentamente as seguintes sentenças:

1. crime: cometer homicídio culposo na direção de veículo automotor – pena: detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

2. crime: afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída – pena:detenção, de

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seis meses a um ano, ou multa.

3. crime: conduzir veículo automotor, na via pública, sob a influência de álcool ou substância de efeitos análogos, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem – pena: detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

4. crime: participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou privada – pena: detenção, de seis meses a dois anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Diante do exposto, assinale a alternativa que enumera as sentenças corretas quanto à correspondência entre as espécies de crime de trânsito e as suas respectivas penas, de acordo com o disposto no Código Brasileiro de Trânsito.

(A) 1, 2, 3 e 4.

(B) 1, 2 e 3.

(C) 2, 3 e 4.

(D) 1, 2 e 4.

(E) 1, 3 e 4.

Comentário:

Essa questão é uma revisão literal de alguns crimes previstos no CTB e esquematizados na tabelinha cima. Abaixo de cada item vou reproduzir o crime, tal qual disposto no CTB e checar sua conformidade.

Vamos lá!

Item 1. crime: cometer homicídio culposo na direção de veículo automotor – pena: detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Art. 302. Praticar HOMICÍDIO CULPOSO na direção de veículo automotor.

Penas - detenção, de 02 a 04 anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veiculo automotor.

Os termos “cometer” e “praticar” são sinônimos! Item correto!

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Item 2. crime: afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída – pena: detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:

Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.

Item correto também!

Lembrando que não se pode confundir o delito acima exposto com a omissão de socorro do art. 304 do CTB, uma vez que aqui o bem jurídico tutelado é a administração da justiça, e na omissão de socorro, o bem jurídico tutelado é a vida, a saúde ou a integridade física.

Dessa forma, existe a possibilidade de se cometer o crime de afastar-se do local, em acidente com vítima, sem, contudo, cometer a omissão de socorro. Basta que, por exemplo, o condutor envolvido leve a vítima até um hospital e lá a deixe sem se identificar para fugir da responsabilidade penal.

Item 3. crime: conduzir veículo automotor, na via pública, sob a influência de álcool ou substância de efeitos análogos, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem – pena: detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Atenção, muita atenção para as novas disposições do crime citado nesse item!

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada EM RAZÃO DA INFLUÊNCIA de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:

Penas: detenção de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

À época que a questão foi elaborada, o item estava correto, mas para os dias de hoje, você já sabe, está erradíssimo!

Item 4. crime: participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou privada – pena: detenção, de seis meses a dois anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

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Depois das mudanças efetivadas no CTB pela Lei nº 12.971/2014, o item passa a estar errado. Vamos rever a nova redação do crime (as mudanças em vermelho):

Art. 308 - Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada:

Penas - detenção, de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Pois bem, o gabarito oficial dessa questão foi, à época, a letra “A”, mas, pelos motivos expostos quando da análise dos itens “3” e “4”, não há opções de respostas plausíveis, tonando-se nula a questão.

Gabarito: Nula (para os dias atuais)

[CESPE – SARGENTO CURSO FORMAÇÃO – PM/DF - 2003] Os membros de uma família reuniram-se para um churrasco em uma pequena chácara localizada na zona rural de um município brasileiro. Após beberem muita cerveja, José, filho do proprietário da chácara, e o chacareiro discutiram, causando uma grande confusão, que só terminou com a intervenção do proprietário, que deu razão ao seu empregado e repreendeu publicamente o filho embriagado.

Completamente descontrolado, José, que é maior de idade e tem habilitação para dirigir, conduziu seu próprio veículo pela estrada que dá acesso à chácara, totalmente sem sinalização de trânsito, a 60 km/h. Já em via urbana de entrada da cidade, igualmente sem sinalização e considerada de trânsito rápido, acelerou para 100 km/h. Nesse momento, sentindo-se tonto, enjoado, freou bruscamente o veículo e o parou com apenas as rodas direitas no acostamento, abriu a porta do veículo sem cautela alguma e correu para o matagal à direita da via. Em face dessa situação hipotética, julgue o item subsequente à luz do CTB.

21. José cometeu crime de trânsito para o qual está estipulada pena de detenção.

Comentário:

Aqui não há a mínima dúvida que o filho de José, conduzindo embriagado um veículo, comete sim crime de trânsito!

Dou um doce se você adivinhar!

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Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada EM RAZÃO DA INFLUÊNCIA de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:

Penas: detenção de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Lembrando que o crime de embriaguez deixou de ser um crime de perigo em concreto para ser um crime de perigo em abstrato. Antes, para consumação do delito, era necessário que o condutor estivesse ziguezagueando, transitando sobre calçadas, roletando cruzamentos, ou seja,

atentando objetivamente contra incolumidade pública (como está na redação do nosso item em estudo).

Com as novas alterações promovidas pela Lei Seca, ainda que um condutor esteja conduzindo adequadamente, se tiver acima dos índices permitidos para embriaguez, será enquadrado no crime acima tipificado.

Caro aluno, esse é o mais famoso, e porque não o mais importante, dos crimes previstos no CTB! Tenho absoluta certeza que ele lhe será cobrado em sua prova!

Gabarito: Certo

22. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2006] Os crimes definidos no CTB são, em sua maioria, de ação penal pública condicionada à representação do ofendido para que haja a instauração de processo contra o autor do delito.

Comentário:

Dessa informação você não pode se esquecer: quase todos os crimes previstos no CTB são de ação penal pública incondicionada.

Apenas um deles é, em geral, de ação penal pública condicionada à representação da vítima: o crime de trânsito de lesão corporal culposa no trânsito, art. 303 do CTB. Digo em geral, porque o art. 88 da Lei nº 9.099/95 estabelece que, além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.

Pois bem, o art. 291 do Código de Trânsito diz que aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099/95.

Esse crime só será de ação pública incondicionada se o agente estiver:

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sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;

participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente;

transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em

50 km/h (cinquenta quilômetros por hora).

Nas hipóteses acima, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal.

Logo, podemos concluir que erra a assertiva ao afirmar que oss crimes definidos no CTB são, em sua maioria, de ação penal pública condicionada à representação do ofendido para que haja a instauração de processo contra o autor do delito.

Gabarito: Errado

23. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – SEAD/TO – 2008] Os crimes de lesão corporal culposa, embriaguez ao volante e participação em competição não autorizada, elencados no Código de Trânsito Brasileiro, são apurados por meio de termo circunstanciado de ocorrência, sendo vedada, em qualquer hipótese, a prisão em flagrante em tais condutas, nos termos dispostos na Lei dos Juizados Especiais Criminais.

Comentário:

Só os crimes de menor potencial ofensivo podem ser alcançados pelas vantagens trazidas na Lei de Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95). quase todos os crimes do CTB são de menor potencial ofensivo. No entanto, dentre os crimes citados no enunciado da questão, só o de lesão corporal culposa é, na sua forma mais simples, de menor potencial ofensivo e, por isso, pode ser apurado por meio de termo circunstanciado de ocorrência.

Assim, quem comete os crimes de embriaguez ao volante (art. 306) e de disputa de corrida (art. 308), por não serem esses de menor potencial ofensivo, não pode ser beneficiado pela Lei 9.099/95. Lembre-se, no entanto, que, a depender de outras condutas do condutor quando do cometimento da lesão corporal culposa ao volante, pode ele perder o direito à composição civil, à transação penal e o de ser a ação penal condicionada à representação.

Gabarito: Errado

[CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2011] Em relação à legislação que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens subsequentes.

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24. É admissível a denominação de crime de trânsito para a conduta de dano cometida com dolo, a exemplo daquele que, intencionalmente, utiliza o seu veículo para a prática de um crime.

25. Os crimes de entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada e de falta de habilitação se aperfeiçoam com a simples conduta, sem que se exija prova da efetiva probabilidade de dano.

26. Considere a seguinte situação hipotética. Cláudia, penalmente responsável, ao dirigir veículo automotor sem habilitação, em via pública, atropelou e matou um pedestre. Nessa situação hipotética, Cláudia responderá por homicídio culposo em concurso material com o delito de falta de habilitação.

27. Considere a seguinte situação hipotética. Lúcio, penalmente responsável, ao dirigir veículo automotor sob a influência de álcool, deu ensejo ao capotamento do veículo e à morte de um dos passageiros. Logo após o acidente, Lúcio foi conduzido à delegacia de polícia, onde se recusou a submeter-se ao teste do bafômetro. Nessa situação hipotética, Lúcio será punido pela figura do homicídio culposo em sua forma simples, sem a figura cumulativa da embriaguez ao volante.

28. No caso de réu reincidente em crime de trânsito, é obrigatório que o magistrado, ao julgar a nova infração, fixe a pena prevista no tipo, associada à suspensão da permissão ou habilitação de dirigir veículo automotor.

Comentário 24:

O simples fato de se utilizar um veículo para a prática de um crime qualquer, seja doloso ou não, não significa necessariamente que esse seja um crime de trânsito. Para que seja configurando crime de trânsito, a conduta dolosa deve estar expressamente tipificada no Capítulo XIX do CTB.

Se eu uso um veículo para sequestrar uma pessoa e matá-la dentro dele, não significa que estarei praticando um crime doloso de trânsito. O crime de trânsito de homicídio culposo (art. 302), por exemplo, só se configurará como crime se for praticado na direção de veículo e o veículo tem que ser automotor. Além disso, você já sabe: não há tipificação de homicídio doloso no CTB!

Gabarito: Errado

Comentário 25:

O crime de “permitir", "entregar" ou "confiar" é um crime de perigo em abstrato, punível apenas na modalidade dolosa, sendo, portanto, necessário que o magistrado avalie sempre os elementos subjetivos da conduta. Isto quer dizer que não se exige que o condutor inabilitado, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, necessariamente dirija indevidamente para

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que o crime seja tipificado. A simples conduta já configura o crime.

Já o crime de dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida permissão para dirigir ou habilitação, gerando perigo de dano, é crime de perigo em concreto, ou seja, o agente tem que estar conduzindo veículo automotor, em via pública, sem a devida permissão para dirigir ou habilitação e, de forma anormal e irregular, ser inconsequente de modo a atingir o nível de segurança de trânsito, que é o objeto jurídico tutelado pelo dispositivo.

Perceba que só no segundo crime (e não nos dois citados) é que temos a exigência de prova da efetiva probabilidade de dano.

Gabarito: Errado

Comentário 26:

O concurso de crimes pode ser material ou real, formal ou ideal, e continuado. As hipóteses de concurso podem ocorrer entre crimes dolosos e culposos, consumados ou tentados, comissivos ou omissivos.

O concurso material ou real ocorre quando há duas ou mais condutas (comissivas ou omissivas), que resultam em dois ou mais crimes, idênticos ou não. As penas são somadas de acordo com o sistema da cumulatividade.

Já o concurso formal ou ideal ocorre quando há uma única conduta em uma pluralidade de crimes. Aplica-se uma única pena, aumentada de um sexto até a metade.

O enunciado da questão cita o possível cometimento de dois delitos de trânsito: os do art. 302 e 309, sugerindo concurso material de crimes.

No caso em tela, Cláudia teve uma só conduta comissiva em um único momento: assumiu o controle de um veículo. Ao atropelar um pedestre e matá-lo, comete, sem dúvida, o crime de homicidio culposo na direção de víuclo automotor (art. 302). Agora atenção: o fato de ela ter cometido o crime sem estar habilitada não necessariamente prova também a consumação do delito do art. 309 do CTB, já que não há elementos no comando da questão que comprovem qualquer perigo de dano de forma anormal e irregular, pelo fato de ela não estar habilitada e estar na direção do veículo. Não há, portanto, que se falar em concurso de crimes pelos elementos citados no caso hipotético da questão.

Assim, erra a questão ao afirmar que houve concurso de crimes no resultado das condutas de Cláudia.

Gabarito: Errado

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Comentário 27:

Primeira coisa: não nos consta que Lúcio tenha tido a intenção de matar um dos passageiros. Logo, o crime de homicídio não será doloso, e sim culposo.

Agora, ao recusar a fazer o teste de bafômetro, Lúcio, pelas regras atuais, pode mesmo ser incriminando com base no crime de embriaguez tipificado no art. 306 do CTB. À época, a questão estava correta, pois não havia ainda as disposições da Lei 12.760/12 e, nesse caso, ele poderia recusar o teste, livrando-se, com isso, de ser enquadrado no crime de embriaguez ao volante. Para os dias atuais, a assertiva está errada, pois o agente de trânsito pode usar de outras provas para enquadrar Lúcio no citado delito. Lembre-se:

CTB:

Art. 306. (...)

§2º. A verificação da influência de álcool ou de substância psicoativa que cause dependência poderá ser obtida também mediante perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova.

Dessa forma, a questão vai bem ao afirmar que Lúcio será punido pela figura do homicídio culposo em sua forma simples, mas erra ao asseverar que ele não poderá ser enquadrado no crime de embriaguez ao volante.

Gabarito: Errado (para os dias atuais)

Comentário 28:

Exatamente o que estabelece o art. 296 do CTB: se o réu for reincidente na prática de crime previsto no CTB, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis.

Gabarito: Certo

29. [FGV – EXAME DE ORDEM – OAB - 2009] Guiando o seu automóvel na contramão de direção, em outubro de 2010, Tício é perseguido por uma viatura da polícia militar. Após ser parado pelos agentes da lei, Tício realiza, espontaneamente, o exame do etilômetro e fornece aos militares sua habilitação e o documento do automóvel. No exame do etilômetro, fica constatado que Tício apresentava concentração de álcool muito superior ao patamar previsto na legislação de trânsito. Além disso, os policiais constatam que o motorista estava com a habilitação vencida desde maio de 2009.

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Com relação ao relatado acima, é correto afirmar que o promotor de justiça deverá denunciar Tício

(A) pela prática dos crimes de embriaguez ao volante e direção sem habilitação

(B) apenas pelo crime de embriaguez ao volante, uma vez que o fato de a habilitação estar vencida constitui mera infração administrativa.

(C) apenas pelo crime de direção sem habilitação, uma vez que o perigo gerado por tal conduta faz com que o delito de embriaguez ao volante seja absorvido, em razão da aplicação do Princípio da Consunção.

(D) apenas pelo crime de direção sem habilitação, pois o delito de embriaguez ao volante só se configura quando ocorre acidente de trânsito com vítima.

Comentário:

Pelo descrito na questão, não há dúvidas que Tício cometeu o crime de embriaguez ao volante, tipificado no art. 306 do CTB. Estava conduzindo veículo embriagado, cuja embriaguez foi devidamente testada por teste de bafômetro.

Tício também apresentou habilitação vencida há mais de 30 dias. O crime tipificado no art. 309, "dirigir sem habilitação gerando perigo de dano", não é bem o caso do exposto na questão. Para essa última conduta de Tício, não há crime algum tipificado no CTB. A bem da verdade, trata-se de uma infração administrativa prevista no art. 162, inciso IV, do referido Código.

Veja:

Art. 162. Dirigir veículo:

(..)

V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida há mais de trinta dias:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Logo, é correto afirmar que o promotor de justiça deverá denunciar Tício apenas pelo crime de embriaguez ao volante, uma vez que o fato de a habilitação estar vencida constitui mera infração administrativa.

Gabarito: Letra "B"

30. [FGV – INSPETOR DE POLÍCIA – PC/RJ - 2008] Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), não constitui crime o seguinte procedimento:

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(A) conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo Contran.

(B) afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída.

(C) deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública.

(D) praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.

(E) dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação, gerando perigo de dano.

Comentário:

Item A - Pergunto: dentre os crimes aqui estudados, há esse citado no item? De jeito nenhum! Na verdade, conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo Contran é uma infração administrativa prevista no art. 244, inciso I, do CTB. Essa já é a nossa resposta!

Item B - afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída -> Ok -> art. 305, CTB .

Item C - deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública. -> Ok -> art. 304, CTB .

Item D - praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. -> Ok -> art. 303, CTB .

Item E - dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação, gerando perigo de dano. -> Ok -> art. 305, CTB .

Gabarito: Letra "A"

[FUNIVERSA – SOLDADO MILITAR – PM/DF - 2013] Relativamente aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens a seguir.

31. Ao autor do homicídio culposo, ainda que tenha socorrido a vítima, caberá a prisão em flagrante.

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32. A Lei autoriza a aplicação indistinta da transação penal aos crimes de trânsito.

33. Participar de um “racha”, sem resultar dano potencial à incolumidade pública ou privada, caracteriza o crime previsto na Lei.

34. No crime de trânsito de lesão corporal culposa, sob a influência de álcool, é exigida a instauração de inquérito policial.

35. A multa reparatória em favor da vítima, ou de seus sucessores, poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.

Comentário 31:

Errado e você não deve se esquecer dessa tecla que tantas vezes já batemos aqui:

Gabarito: Errado

Comentário 32:

A Lei NÃO autoriza a aplicação indistinta da transação penal aos crimes de trânsito. A transação penal só é prevista nos crimes de menor potencial ofensivo e em determinadas situações no crime de lesão corporal culposa.

Gabarito: Errado

Comentário 33:

A redação anterior do crime citado, antes das mudanças promovidas pela Lei nº 12.971/14, contentava-se com o perigo potencial de dano, ou seja, cuidava de infração penal de perigo abstrato, onde a simlpes prática do comportamento, independentemente de comprovação de perigo, já configurava o tipo em estudo. A questão à época, portanto, estava errada.

No entanto, à luz das modificações trazidas pela Lei nº 12.971/2014 para configuração desse tipo penal, alguns requisitos devem estar presentes para o enquadramento no delito, como:

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veículo automotor,

via pública e;

a prova de situação de risco à incolumidade pública e privada.

Ou seja, há a necessidade de ser comprovado que o comportamento narrado pelo tipo penal, praticado pelo condutor do veículo automotor, gerou, efetivamente, uma situação de risco à incolumidade pública ou privada.

Para os dias de hoje, portanto, a questão ficaria com interpretação comprometida, pois mesmo sem resultar dano potencial, mas havendo a prova de situação de risco à incolumidade pública, o crime pode assim se configurar. Do jeito que está escrita, pode ou não haver o crime, pois falta a informação de que se ficou provada ou não a situação de risco, entende?

Gabarito: Nula (para os dias atuais)

Comentário 34:

Exatamente! Vimos exaustivamente aqui que, se o autor do crime de lesão corporal culposa tiver sob a influência de álcool, ele não terá direito às vantagens trazidas pela Lei nº 9.099/95 e, por isso, deverá haver inquérito policial para a sua apuração.

Gabarito: Certo

Comentário 35:

Erradíssima! Você já está cansado de saber que a multa reparatória em favor da vítima, ou de seus sucessores, NÃO poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.

Gabarito: Errado

[FUNIVERSA – DELEGADO DE POLICIA – PC/DF - 2015 - Adapt.] Em relação à Lei n.º 9.503/1997, que trata dos crimes de trânsito, julgue os itens subsecutivos.

36. De acordo com a referida lei, constitui crime de trânsito punido com detenção a conduta do agente que trafegue em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, gerando perigo de dano.

37. Não há, na lei, previsão de pena de reclusão, sendo os crimes previstos puníveis com detenção e (ou) multa.

38. Não é prevista, entre as penalidades constantes na lei, multa reparatória.

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39. Consoante essa norma, é circunstância que pode agravar a penalidade do crime de trânsito, conforme a apreciação subjetiva do juiz, ter o condutor do veículo cometido a infração sobre faixa de trânsito destinada a pedestre.

40. Uma das críticas que a doutrina faz ao legislador em relação aos crimes de trânsito se relaciona à ausência de previsão legal de benefício ao condutor do veículo que, após a prática da infração, preste pronto e integral socorro à vítima.

Comentário 36:

Certíssima e foi o que vimos aqui ao estudar o art. 311 do CTB:

Gabarito: Certo

Comentário 37:

Se você prestou atenção direitinho nas recentes mudanças promovidas pela Lei nº 12.971/2014, aqui estudadas, não caiu na bobagem dessa questão!

Como o advento dessa norma, o "crime de racha", tipificado no art. 308 do CTB, passou a prever, em seus §§¹º e 2º, a pena de reclusão nas duas qualificadoras ali tratadas: a de lesão corporal grave e a de morte, respectivamente.

Assim, erra a questão ao afirmar que não há no CTB previsão de pena de reclusão, sendo os crimes previstos puníveis com detenção e (ou) multa.

Gabarito: Errado

Comentário 38:

É prevista multa reparatória sim!

Trata-se de multa de natureza civil, indenizatória, e exigida no juízo penal. É, na verdade, uma antecipação de um ressarcimento imposta pelo juiz da esfera penal, após reclamação da vítima ou seus sucessores. Segundo o que nos ensina o art. 297 do CTB:

Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus

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sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resultante do crime.

§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.

§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código Penal.

§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado.

Gabarito: Errado

Comentário 39:

Consoante o CTB, é sim circunstância que pode agravar a penalidade do crime de trânsito o condutor do veículo cometido a infração sobre faixa de trânsito destinada a pedestre. Mas não conforme a apreciação subjetiva do juiz!! Ou seja, não é o juiz quem decide se a situação é ou não uma agravante!

Segundo o mandamento do art. 298 do CTB, são circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:

Gabarito: Errado

Comentário 40:

Muito pelo contrário!

Há sim previsão legal de benefício ao condutor do veículo que, após a

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prática da infração, preste pronto e integral socorro à vítima. Lembre-se do que aqui estudamos:

Gabarito: Errado

[VUNESP – ESCRIVÃO DE POLICIA – PC/CE - 2015 - Adapt.] Julgue os itens a seguir no tocante à Lei no 9.503/97 (CTB).

41. Mesmo sem resultar dano potencial à incolumidade pública ou privada, é crime (art. 308) participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente (“racha”).

42. É crime (art. 311) trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, gerando perigo de dano.

43. O condenado por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor (art. 303), além da pena privativa de liberdade sujeitar-se-á, obrigatoriamente, à pena criminal de suspensão ou proibição de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

44. A única possibilidade de configuração do crime de embriaguez ao volante (art. 306) é por meio da constatação de concentração igual ou superior a 6decigramas de álcool por litro de sangue, ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar.

45. A conduta de dirigir veículo automotor em via pública, sem a devida permissão para dirigir ou habilitação, configura crime (art. 309), gerando ou não perigo de dano.

Comentário 41:

Não, não! A questão agora não é se resulta ou não em dano potencial, mas sim de gera ou não situação de risco à incolumidade pública ou privada! A nova redação do art. 308, trazida pela Lei nº 12.971/2014, mudou a concepção do crime! Vamos relembrá-la:

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Como você pode ver, para configuração desse tipo penal, devem estar presentes alguns requisitos, como:

veículo automotor;

via pública; e

a prova de situação de risco à incolumidade pública e privada.

O crime deixou de ser de perigo abdtrato para ser de perigo concreto, ou seja, há a necessidade de ser comprovado que o comportamento narrado pelo tipo penal, praticado pelo condutor do veículo automotor, gerou, efetivamente, uma situação de risco à incolumidade pública ou privada.

Gabarito: Errado

Comentário 42:

Certíssima e foi o que acabamos de ver em comentário de questão anterior! Como nunca é demais memorizar:

Gabarito: Certo

Comentário 43:

Muito cuidado com essa afirmação, pois, se você bem está lembrado, a pena criminal de suspensão ou proibição de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não é imposta de forma obrigatória, mesmo sendo prevista no crime de lesão corporal culposa do art. 303 do CTB.

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O CTB estabelece em seu art. 291 que a suspensão penal pode ser aplicada isolada (apenas ela) ou cumulativamente (com a pena privativa de liberdade ou com a multa), e com prazo a ser estipulado pela autoridade judiciária, sem nenhuma correlação com os prazos da pena privativa de liberdade, devendo, entretanto, o juiz observar um mínimo de 2 meses e um máximo de 5 anos.

É bom relembrar que, com o advento da Lei nº 12.971/2014, a suspensão ou a proibição de se obter a habilitação ou a permissão para dirigir não mais pode ser aplicada como pena principal.

Gabarito: Errado

Comentário 44:

De jeito nenhum!

Segundo o que dispõe o art. 306 do CTB, em seu §2º, além do exame por bafômetro e exame clínico, também poderão ser utilizados prova testemunhal, imagem, vídeo ou qualquer outro meio de prova em direito admitido.

Gabarito: Errado

Comentário 45:

Errada e vou corrigir: a conduta de dirigir veículo automotor em via pública, sem a devida permissão para dirigir ou habilitação, configura crime (art. 309), desde que gere perigo de dano. Confira:

Gabarito: Errado

[VUNESP – INSPETOR DE POLICIA – PC/CE - 2015 - Adapt.] Sobre o Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens a seguir:

46. O crime do artigo 311 exige perigo de dano para a conduta de trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas.

47. A conduta de violar ordem de suspensão para dirigir veículo automotor é punida, administrativamente, com nova suspensão.

Comentário 46:

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Exatamente e já é a terceira vez, em provas diferentes, que é cobrado o crime do art. 311 do CTB! De fato, o crime citado exige perigo de dano para a conduta de trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas.

Gabarito: Certo

Comentário 47:

A punição não é administrativa para quem comete esse crime, e sim penal!

A conduta de violar ordem de suspensão para dirigir veículo automotor é punida, penalmente, com nova suspensão. Não esqueça:

Gabarito: Errado

48. [PRO-MUNICIPIO – AGENTE DE TRÂNSITO - PREF. JARDIM/CE – 2016] Sobre os crimes cometidos no trânsito, é CORRETO afirmar:

(A) Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor é punível com detenção, de um a dois anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor;

(B) No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/4 (um quarto) à metade, se o agente não possuir permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada, deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente, ou, no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros;

(C) Se o agente conduz veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência ou participa, em via, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, a pena é de reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor;

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(D) Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída, a pena é de detenção, de seis meses a um ano, ou multa;

(E) Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública, a pena é de 1 (um) a 2 (dois) anos de detenção, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave.

Comentário:

Item A - Não, não! Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor é punível com detenção, de 2 a 4 anos de um a dois anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor (art. 302). É o único delito do CTB que tem esse quantum de pena restritiva de liberdade, lembra? (Errado)

Item B - Errado! No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade de 1/4 (um quarto) à metade, se o agente não possuir permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada, deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente, ou, no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros (art. 302, §1º). (Errado)

Item C - Esse item de se referia a uma das mudanças promovidas no CTB pela Lei nº 12.971/2014, a que inseriu a regra do §2 no art. 302, quase toda nele copiada. Você já sabe que essa mudança durou pouco tempo e, pela celeuma que ela causou no mundo jurídico, já foi revogada pela recente Lei nº 13.281/16. Só por aí, já se vê que o item está errado. No entanto, cabe esclarecer que à época que a questão foi aplicada tal item já estava errado, por trazer um quantum de pena incompatível com o que previa a redação. Como houve a revogação do dispositivo citado no item, nem precisamos perder mais tanto tempo nele, não é mesmo? Errado, repito, por revogação completa da regra! (Errado)

Item D - Aaah, agora sim!! Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída, a pena é de detenção, de seis meses a um ano, ou multa (art. 305). (Certo)

Item E - Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano 1 (um) a 2 (dois) anos de detenção, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave. (Errado)

Gabarito: Letra "D"

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49. [PRO-MUNICIPIO – AGENTE DE TRÂNSITO - PREF. JARDIM/CE – 2016] Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano, é punido com pena de:

(A) Detenção, de seis meses a um ano;

(B) Detenção, de um a dois anos, ou multa;

(C) Multa;

(D) Detenção, de seis meses a um ano, ou multa;

(E) Detenção, de um a dois anos.

Comentário:

Questão saidinha do forno e bem simples. Vamos replicar o tipo do art. 311 do CTB:

Gabarito: Letra "D"

50. [FUNRIO – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2009] Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito do Código de Trânsito Brasileiro, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas. Com relação aos crimes relacionados no Código de Trânsito Brasileiro, é correto afirmar que

(A) ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, se imporá a prisão em flagrante e se exigirá fiança, independente dele prestar pronto e integral socorro àquela.

(B) é crime conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência, contudo, com relação aos testes de alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado, o Poder Executivo Federal não poderá estipular a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, devendo estes ser regulados pelo CONTRAN.

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(C) no homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; se deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; se o praticar no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.

(D) é considerado crime participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, mesmo que autorizada pela autoridade competente, já que sempre pode resultar dano potencial à incolumidade pública ou privada.

(E) a multa reparatória poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.

Comentário:

Item A - De jeito nenhum! Caso um condutor seja envolvido em algum acidente e deste resulte alguma vítima, estará livre de ser preso em flagrante ou de pagar fiança, se prestar pronto e integral socorro à vítima. (Errado)

Item B – Para responder ao item e fixar bem a nova redação do art. 306 do CTB (crime de embriaguez ao volante).

Vamos revisá-lo:

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:

Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Parágrafo único. O Poder Executivo federal estipulará a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo.

§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por:

I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou

II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora.

§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova.

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§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo.

Se antes da Lei 12.760/12, o item já estava errado, por contradizer o parágrafo único do artigo acima citado, imagine agora com a nova redação desse dispositivo promovida pela citada norma! Aí é que está errado mesmo!

Item C - Exatamente! E para reforçar, vamos rever as circunstâncias aumentativas de pena para os crimes de trânsito. São elas, praticar o crime:

sem possuir permissão para dirigir ou carteira de habilitação;

quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de carga;

sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres;

e omitir o socorro.

Lembre-se que esses aumentativos de pena serão aplicados para os crimes culposos previstos no CTB (homicídio culposo e lesão corporal culposa). (Certo)

Item D - Vimos que para ser considerado crime, a participação na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, deverá ter acontecido sem a autorização da autoridade competente, e a conduta necessariamente terá que gerar um dano potencial à incolumidade pública ou privada. (Errado)

Item E - A multa reparatória, prevista no art. 297 do CTB, é uma multa de natureza civil, indenizatória, e exigida no juízo penal; é, na verdade, uma antecipação de um ressarcimento imposta pelo juiz da esfera penal, após reclamação da vítima ou seus sucessores.

Para que a multa reparatória se torne exigível é necessária a ocorrência de um crime de transito, já que é aplicada no juízo penal, e também um dano material - apenas este é indenizável a título de multa reparatória.

Cabe destacar que o valor da multa reparatória terá como limite o do prejuízo demonstrado no processo; porém, se posteriormente a vítima se achar insatisfeita com o valor pago, poderá ainda reclamar o mesmo objeto, a mesma indenização, na esfera cível, recebendo evidentemente apenas a diferença. O erra ao afirmar que o valor da referida multa poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo. (Errado)

Gabarito: Letra “C”

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E a seguir, a mais recente questão Cespe sobre o tema, aplicada para cargo de alto nível:

51. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PR - 2017] Considerando a jurisprudência do STF e do STJ em relação aos crimes de trânsito, assinale a opção correta.

(A) Dirigir automóvel na via pública sem possuir permissão para dirigir ou habilitação é crime de perigo concreto, cuja tipificação exige a prova de geração do perigo de dano.

(B) O crime de omissão de socorro à vítima atropelada por imprudência do motorista não se verifica quando se constata que a morte ocorreu instantaneamente.

(C) A embriaguez ao volante é crime de perigo concreto, em que a ingestão de bebida alcoólica e a condução perigosa do automóvel geram perigo de dano.

(D) O fato de dirigir perigosamente automóvel sem ser habilitado, vindo a causar lesões corporais em transeunte, implica dois crimes praticados em concurso formal.

Comentário:

Item A – Certíssimo! Para a ocorrência do delito acima, alguns elementos são essenciais:

deve haver condução de veículo automotor;

é crime de via pública;

é crime de perigo em concreto, e, por fim, o condutor deve ser inabilitado ou estar cassado.

O delito de condução inabilitada de veículo automotor (art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro) é de perigo concreto indeterminado, pois o perigo não precisa ser dirigido, bastando prova de que a condução do veículo rebaixou o nível de segurança viário, gerando risco para a coletividade. Assim, se o motorista inabilitado for surpreendido conduzindo de forma anormal seu automóvel, temos crime; se apesar de inabilitado o conduzir dentro das regras de segurança, caracteriza mera infração administrativa. (Certo)

Item B – Oh, meu Deus! Ao estudarmos cobre o crime de omissão de socorro m vimos que mesmo que a vítima tenha morrido instantaneamente ao acidente ou tenha apenas tido ferimentos leves, o motorista ainda assim responderá pelo crime. Tais situações, por não ensejarem necessidade de socorro, não tornam atípica a conduta do motorista, ok? É esse o entendimento da Suprema Corte! Confira:

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO P/ DETRAN-CE (TODOS CARGOS) 2017 Teoria e Questões

Aula 10 – Profs. Marcos Girão e Alexandre Herculano

RECURSO ESPECIAL Nº 1.391.004 - GO (2013/0219024-8):

RECURSO ESPECIAL. CRIMINAL. HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. MAJORANTE RELATIVA À OMISSÃO DE SOCORRO. CARACTERIZAÇÃO. MORTE INSTANTÂNEA DA VÍTIMA. IRRELEVÂNCIA. 1. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de ser irrelevante, no crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, o fato de a vítima ter falecido imediatamente no acidente para a incidência da causa de aumento de pena relativa à omissão de socorro, uma vez que não compete ao condutor do veículo levantar suposições sobre as condições físicas da pessoa lesionada a fim de deixar de prestar o devido auxílio. 2. Recurso especial provido.

(Errado)

Item C – Essa daqui você deve ter julgado num piscar de olhos, não é mesmo? Para responder, basta relembrarmos o mais recente entendimento do STJ: dirigir com concentração de álcool acima do limite legal configura crime, independentemente de a conduta do motorista oferecer risco efetivo para os demais usuários da via pública (STJ, 2016, REsp 1.582.413, Relator Ministro Schietti Cruz). Ou seja: o crime citado é delito de perigo de dano em abstrato! (Errado)

Item D – Não, não! Vamos tentar explicar! Se um indivíduo, que não possui habilitação para dirigir (art. 309 do CTB), conduz seu veículo de forma imprudente, negligente ou imperita e causa lesão corporal em alguém, ele responderá pelo crime do art. 303, parágrafo único, do CTB (lesão corporal culposa), ficando o delito do art. 309 do CTB (dirigir sem habilitação, com perigo de dano) absorvido por força do princípio da consunção.

O princípio da consunção, conhecido também como Princípio da Absorção, é um princípio aplicável nos casos em que há uma sucessão de condutas com existência de um nexo de dependência. De acordo com tal princípio, o crime fim absorve o crime meio.

O delito de dirigir veículo sem habilitação (crime meio , no caso) é crime de ação penal pública incondicionada. Por outro lado, a lesão corporal culposa (art. 303 do CTB, crime fim) é crime de ação pública condicionada à representação. Imagine que a vítima não exerça seu direito de representação no prazo legal. Diante disso, o Ministério Público poderá denunciar o agente pelo delito do art. 309?

NÃO! O delito do art. 309 já foi absorvido pela conduta de praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, tipificada no art. 303 do CTB, crime de ação pública condicionada à representação. Como a representação não foi formalizada pela vítima, houve extinção da punibilidade, que abrange tanto a lesão corporal como a conduta de dirigir sem habilitação. Por quê?

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Porque o CTB estabelece que, se a lesão corporal culposa for praticada por um motorista que não tenha habilitação para dirigir, haverá uma causa de aumento de pena prevista no parágrafo único do art. 303 c/c o art. 302, § 1º, I.

Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:

Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1º do art. 302.

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:

Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente:

I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

(Errado)

Gabarito: Letra “A”

***

Finalizamos o estudo do CTB! Espero sinceramente que tenham gostado!

Na próxima aula, o nosso Super-Simuladão!

Até lá!

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QUESTÕES DE SUA AULA

01. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN. OLINDA/PE – 2011] Qual a duração do prazo estabelecido pela legislação de trânsito, quando da suspensão ou da proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor?

(A) De dois meses a cinco anos.

(B) De dois meses a quatro anos.

(C) De três meses a cinco anos.

(D) De seis meses a quatro anos.

(E) De seis meses a cinco anos.

02. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN. OLINDA/PE – 2011] Se o réu for reincidente na prática de crimes previstos na legislação, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículos automotores, sem prejuízos das demais sanções penais cabíveis.

03. [IUAPE – MOTORISTA - PREF. MUN. SURUBIM/PE – 2009] O condutor de um veículo cometeu um crime de trânsito sobre a faixa de trânsito temporária destinada a pedestres. Nesta circunstância, a pena será

(A) atenuada.

(B) agravada.

(C) aumentada em dobro.

(D) agravada apenas com multa.

(E) atenuada em um terço da pena.

04. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2008] De acordo com o CTB, assinale a opção correta acerca das ações penais por crimes cometidos na direção de veículos automotores.

(A) Em nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de trânsito de disposições previstas na lei que dispõe sobre os juizados especiais criminais.

(B) A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta como penalidade principal, mas sempre de forma isolada, sendo vedada a aplicação cumulativa com outras penalidades.

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(C) A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor tem a duração de dois anos.

(D) Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em 24 horas, a permissão para dirigir ou a CNH.

(E) Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se ele prestar pronto e integral socorro àquela.

05. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN. OLINDA/PE – 2011] A pena de detenção de dois a quatro anos será imputada ao condutor que praticar homicídio culposo na direção dos veículos automotores.

[CESPE – CABO SELEÇÃO INTERNA – PM/DF - 2003] José e Geraldo, maiores de idade que não possuem habilitação para dirigir, resolveram participar de um racha com os automóveis de seus pais, sem o conhecimento deles. Durante o racha, realizado na avenida principal da cidade em que residem, o veículo conduzido por Geraldo, que não utilizava cinto de segurança, desgovernou-se e atropelou Maria, que ficou gravemente ferida. Desesperados com o ocorrido, os dois jovens fugiram sem prestar socorro à vítima, que faleceu no hospital algumas horas após identificar as placas dos veículos conduzidos por José e Geraldo. Com relação à situação hipotética apresentada acima, julgue o item a seguir, à luz do CTB.

06. Se, após o devido processo legal, Geraldo for condenado por homicídio culposo pela morte de Maria, a pena será aumentada de, no mínimo, dois terços.

07. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2002] Ao passar em frente a uma parada de ônibus, conduzindo o seu veículo em avançada hora da madrugada, Tício avistou um desafeto. Assim, retornou na avenida, de modo a passar novamente em frente ao inimigo. Quando se aproximava, então, da parada, acelerou o veículo, arremessando-o contra o pedestre, causando-lhe morte instantânea. Para essa situação, há, no CTB, tipo específico que descreve a conduta de Tício, no qual se prevê, ainda, o atropelamento ocorrido em calçada como causa de aumento de pena do homicídio.

08. [CESPE – ANALISTA DE TRANSITO – DETRAN/DF – 2009] Considere que Gustavo conduza o seu veículo à velocidade de 110 km/h, quando a sinalização do local aponta como limite máximo a velocidade de 50 km/h e, de forma culposa, tenha atropelado Maria, que teve lesão corporal leve. Nesse

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caso, Gustavo deverá responder por crime de lesão corporal culposa, desde que haja representação da vítima.

09. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2008 - Adapt.] Em nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de trânsito de disposições previstas na lei que dispõe sobre os juizados especiais criminais.

10. [FUNRIO – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2009 – Adapt.] No dia 15 de junho de 2007, por volta das 09h, pela Avenida Canal, proximidades do "Atacadão Rio do Peixe”, José Antônio, guiando o veículo ônibus, ano 1998, de cor branca, provocou atropelamento contra Marinalva, que pedalava uma bicicleta próximo à guia da calçada, sofrendo traumatismos generalizados. O socorro foi prestado por solicitação de populares do SAMU ao Hospital Regional de Urgência e Emergência de Campina Grande, e o infrator se evadiu. No que se refere à conduta praticada, uma vez que o infrator se evadiu sem prestar socorro à vítima, é correto afirmar que o condutor não merece aplicação do aumento de pena daí decorrente, uma vez que a vítima não era pedestre, conforme estipulado pela Lei nº 9503/97.

[CESPE – ASSIST. TÉCNICO DE TRÂNSITO – DETRAN/ES – 2010] Com relação às infrações de trânsito, julgue os itens subsecutivos.

11. Comprovada a embriaguez, o condutor terá seu veículo apreendido e sua CNH cancelada pelo período de um ano e, caso queira voltar a conduzir veículo automotor, terá de realizar, após este período, todos os exames para a obtenção de nova habilitação.

12. A chamada Lei Seca diz respeito à fiscalização de condutores sob efeito de álcool e também de qualquer outra substância psicoativa que cause dependência. Portanto, o condutor que apresentar sintomas de torpor ou euforia, mesmo que não se evidencie a existência de álcool em seu organismo pelo bafômetro, pode ser submetido a outros exames pelas autoridades de trânsito e sofrer as mesmas penalidades.

13. [CESPE - AGENTE DE TRANSITO – DETRAN/DF – 2003] O condutor que, ao receber ordem de um agente de trânsito, se nega a realizar teste em aparelho de ar alveolar para avaliar a concentração de álcool em seu organismo, não apenas pratica infração administrativa, mas também comete crime de desacato.

14. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2004 – Adapt.] A conduta de dirigir veículo automotor sob a influência de álcool, em nível superior ao permitido, não configura, necessariamente, crime perante a lei brasileira, sendo punida administrativamente como infração gravíssima, com

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penalidade de multa e suspensão do direito de dirigir. Para ser enquadrada na categoria de crime, a embriaguez do condutor deve expor a dano potencial a incolumidade de outrem.

15. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2004 - ADAPT] A embriaguez pode ser constatada por provas técnicas e periciais, como exame de sangue e teste em bafômetro, mas nunca, por prova testemunhal.

16. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – SEAD/TO – 2008] Os crimes de lesão corporal culposa, embriaguez ao volante e participação em competição não autorizada, elencados no Código de Trânsito Brasileiro, são apurados por meio de termo circunstanciado de ocorrência, sendo vedada, em qualquer hipótese, a prisão em flagrante em tais condutas, nos termos dispostos na Lei dos Juizados Especiais Criminais.

17. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2002] A prova da velocidade incompatível pode ser feita por testemunhas, não se exigindo a prova de radares ou equivalentes.

[CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2004] O CTB, em seu art. 311, censura a conduta de trafegar em velocidade incompatível com a segurança nos locais considerados pelo legislador como perigosos, elegendo essa conduta como criminosa e impondo-lhe a pena de detenção de 6 meses a 1 ano ou multa. Acerca desse assunto, julgue os itens que se seguem.

18. Ter domínio do veículo significa que o condutor tem o controle do mesmo, podendo, assim, detê-lo quantas vezes for necessário, diante de obstáculos previsíveis.

19. Para a consumação do delito tipificado no referido artigo, não é estritamente necessário que ocorra dano, ou seja, as pessoas sejam lesionadas ou mortas em virtude da velocidade incompatível.

20. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN. OLINDA/PE – 2006] Leia atentamente as seguintes sentenças:

1. crime: cometer homicídio culposo na direção de veículo automotor – pena: detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

2. crime: afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída – pena:detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

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3. crime: conduzir veículo automotor, na via pública, sob a influência de álcool ou substância de efeitos análogos, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem – pena: detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

4. crime: participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou privada – pena: detenção, de seis meses a dois anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Diante do exposto, assinale a alternativa que enumera as sentenças corretas quanto à correspondência entre as espécies de crime de trânsito e as suas respectivas penas, de acordo com o disposto no Código Brasileiro de Trânsito.

(A) 1, 2, 3 e 4.

(B) 1, 2 e 3.

(C) 2, 3 e 4.

(D) 1, 2 e 4.

(E) 1, 3 e 4.

[CESPE – SARGENTO CURSO FORMAÇÃO – PM/DF - 2003] Os membros de uma família reuniram-se para um churrasco em uma pequena chácara localizada na zona rural de um município brasileiro. Após beberem muita cerveja, José, filho do proprietário da chácara, e o chacareiro discutiram, causando uma grande confusão, que só terminou com a intervenção do proprietário, que deu razão ao seu empregado e repreendeu publicamente o filho embriagado. Completamente descontrolado, José, que é maior de idade e tem habilitação para dirigir, conduziu seu próprio veículo pela estrada que dá acesso à chácara, totalmente sem sinalização de trânsito, a 60 km/h. Já em via urbana de entrada da cidade, igualmente sem sinalização e considerada de trânsito rápido, acelerou para 100 km/h. Nesse momento, sentindo-se tonto, enjoado, freou bruscamente o veículo e o parou com apenas as rodas direitas no acostamento, abriu a porta do veículo sem cautela alguma e correu para o matagal à direita da via. Em face dessa situação hipotética, julgue o item subsequente à luz do CTB.

21. José cometeu crime de trânsito para o qual está estipulada pena de detenção.

22. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2006] Os crimes definidos no CTB são, em sua maioria, de ação penal pública condicionada à representação do ofendido para que haja a instauração de processo contra o autor do delito.

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23. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – SEAD/TO – 2008] Os crimes de lesão corporal culposa, embriaguez ao volante e participação em competição não autorizada, elencados no Código de Trânsito Brasileiro, são apurados por meio de termo circunstanciado de ocorrência, sendo vedada, em qualquer hipótese, a prisão em flagrante em tais condutas, nos termos dispostos na Lei dos Juizados Especiais Criminais.

[CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2011] Em relação à legislação que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens subsequentes.

24. É admissível a denominação de crime de trânsito para a conduta de dano cometida com dolo, a exemplo daquele que, intencionalmente, utiliza o seu veículo para a prática de um crime.

25. Os crimes de entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada e de falta de habilitação se aperfeiçoam com a simples conduta, sem que se exija prova da efetiva probabilidade de dano.

26. Considere a seguinte situação hipotética. Cláudia, penalmente responsável, ao dirigir veículo automotor sem habilitação, em via pública, atropelou e matou um pedestre. Nessa situação hipotética, Cláudia responderá por homicídio culposo em concurso material com o delito de falta de habilitação.

27. Considere a seguinte situação hipotética. Lúcio, penalmente responsável, ao dirigir veículo automotor sob a influência de álcool, deu ensejo ao capotamento do veículo e à morte de um dos passageiros. Logo após o acidente, Lúcio foi conduzido à delegacia de polícia, onde se recusou a submeter-se ao teste do bafômetro. Nessa situação hipotética, Lúcio será punido pela figura do homicídio culposo em sua forma simples, sem a figura cumulativa da embriaguez ao volante.

28. No caso de réu reincidente em crime de trânsito, é obrigatório que o magistrado, ao julgar a nova infração, fixe a pena prevista no tipo, associada à suspensão da permissão ou habilitação de dirigir veículo automotor.

29. [FGV – EXAME DE ORDEM – OAB - 2009] Guiando o seu automóvel na contramão de direção, em outubro de 2010, Tício é perseguido por uma viatura da polícia militar. Após ser parado pelos agentes da lei, Tício realiza, espontaneamente, o exame do etilômetro e fornece aos militares sua habilitação e o documento do automóvel. No exame do etilômetro, fica constatado que Tício apresentava concentração de álcool muito superior ao patamar previsto na legislação de trânsito. Além disso, os policiais constatam que o motorista estava com a habilitação vencida desde maio de 2009.

Com relação ao relatado acima, é correto afirmar que o promotor de justiça deverá denunciar Tício

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(A) pela prática dos crimes de embriaguez ao volante e direção sem habilitação

(B) apenas pelo crime de embriaguez ao volante, uma vez que o fato de a habilitação estar vencida constitui mera infração administrativa.

(C) apenas pelo crime de direção sem habilitação, uma vez que o perigo gerado por tal conduta faz com que o delito de embriaguez ao volante seja absorvido, em razão da aplicação do Princípio da Consunção.

(D) apenas pelo crime de direção sem habilitação, pois o delito de embriaguez ao volante só se configura quando ocorre acidente de trânsito com vítima.

30. [FGV – INSPETOR DE POLÍCIA – PC/RJ - 2008] Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), não constitui crime o seguinte procedimento:

(A) conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo Contran.

(B) afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída.

(C) deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública.

(D) praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.

(E) dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação, gerando perigo de dano.

[FUNIVERSA – SOLDADO MILITAR – PM/DF - 2013] Relativamente aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens a seguir.

31. Ao autor do homicídio culposo, ainda que tenha socorrido a vítima, caberá a prisão em flagrante.

32. A Lei autoriza a aplicação indistinta da transação penal aos crimes de trânsito.

33. Participar de um “racha”, sem resultar dano potencial à incolumidade pública ou privada, caracteriza o crime previsto na Lei.

34. No crime de trânsito de lesão corporal culposa, sob a influência de álcool, é exigida a instauração de inquérito policial.

35. A multa reparatória em favor da vítima, ou de seus sucessores, poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.

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[FUNIVERSA – DELEGADO DE POLICIA – PC/DF - 2015 - Adapt.] Em relação à Lei n.º 9.503/1997, que trata dos crimes de trânsito, julgue os itens subsecutivos.

36. De acordo com a referida lei, constitui crime de trânsito punido com detenção a conduta do agente que trafegue em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, gerando perigo de dano.

37. Não há, na lei, previsão de pena de reclusão, sendo os crimes previstos puníveis com detenção e(ou) multa.

38. Não é prevista, entre as penalidades constantes na lei, multa reparatória.

39. Consoante essa norma, é circunstância que pode agravar a penalidade do crime de trânsito, conforme a apreciação subjetiva do juiz, ter o condutor do veículo cometido a infração sobre faixa de trânsito destinada a pedestre.

40. Uma das críticas que a doutrina faz ao legislador em relação aos crimes de trânsito se relaciona à ausência de previsão legal de benefício ao condutor do veículo que, após a prática da infração, preste pronto e integral socorro à vítima.

[VUNESP – ESCRIVÃO DE POLICIA – PC/CE - 2015 - Adapt.] Julgue os itens a seguir no tocante à Lei no 9.503/97 (CTB).

41. Mesmo sem resultar dano potencial à incolumidade pública ou privada, é crime (art. 308) participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente (“racha”).

42. É crime (art. 311) trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, gerando perigo de dano.

43. O condenado por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor (art. 303), além da pena privativa de liberdade sujeitar-se-á, obrigatoriamente, à pena criminal de suspensão ou proibição de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

44. A única possibilidade de configuração do crime de embriaguez ao volante (art. 306) é por meio da constatação de concentração igual ou superior a 6decigramas de álcool por litro de sangue, ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar.

45. A conduta de dirigir veículo automotor em via pública, sem a devida permissão para dirigir ou habilitação, configura crime (art. 309), gerando ou não perigo de dano.

[VUNESP – INSPETOR DE POLICIA – PC/CE - 2015 - Adapt.] Sobre o Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens a seguir:

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46. O crime do artigo 311 exige perigo de dano para a conduta de trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas.

47. A conduta de violar ordem de suspensão para dirigir veículo automotor é punida, administrativamente, com nova suspensão.

48. [PRO-MUNICIPIO – AGENTE DE TRÂNSITO - PREF. JARDIM/CE – 2016] Sobre os crimes cometidos no trânsito, é CORRETO afirmar:

(A) Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor é punível com detenção, de um a dois anos, e suspensão ou proibição de se obter a ermissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor;

(B) No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/4 (um quarto) à metade, se o agente não possuir permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada, deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente, ou, no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros;

(C) Se o agente conduz veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine ependência ou participa, em via, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, a pena é de reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor;

(D) Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída, a pena é de detenção, de seis meses a um ano, ou multa;

(E) Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública, a pena é de 1 (um) a 2 (dois) anos de detenção, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave.

49. [PRO-MUNICIPIO – AGENTE DE TRÂNSITO - PREF. JARDIM/CE – 2016] Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano, é punido com pena de:

(A) Detenção, de seis meses a um ano;

(B) Detenção, de um a dois anos, ou multa;

(C) Multa;

(D) Detenção, de seis meses a um ano, ou multa;

(E) Detenção, de um a dois anos.

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO P/ DETRAN-CE (TODOS CARGOS) 2017 Teoria e Questões

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50. [FUNRIO – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2009] Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito do Código de Trânsito Brasileiro, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas. Com relação aos crimes relacionados no Código de Trânsito Brasileiro, é correto afirmar que

(A) ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, se imporá a prisão em flagrante e se exigirá fiança, independente dele prestar pronto e integral socorro àquela.

(B) é crime conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência, contudo, com relação aos testes de alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado, o Poder Executivo Federal não poderá estipular a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, devendo estes ser regulados pelo CONTRAN.

(C) no homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; se deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; se o praticar no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.

(D) é considerado crime participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, mesmo que autorizada pela autoridade competente, já que sempre pode resultar dano potencial à incolumidade pública ou privada.

(E) a multa reparatória poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.

51. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PR - 2017] Considerando a jurisprudência do STF e do STJ em relação aos crimes de trânsito, assinale a opção correta.

(A) Dirigir automóvel na via pública sem possuir permissão para dirigir ou habilitação é crime de perigo concreto, cuja tipificação exige a prova de geração do perigo de dano.

(B) O crime de omissão de socorro à vítima atropelada por imprudência do motorista não se verifica quando se constata que a morte ocorreu instantaneamente.

(C) A embriaguez ao volante é crime de perigo concreto, em que a ingestão de bebida alcoólica e a condução perigosa do automóvel geram perigo de dano.

(D) O fato de dirigir perigosamente automóvel sem ser habilitado, vindo a causar lesões corporais em transeunte, implica dois crimes praticados em concurso formal.

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GABARITO

1 2 3 4 5 6 A C B E C E 7 8 9 10 11 12 E E E E E C

13 14 15 16 17 18 E E E E C C

19 20 21 22 23 24 C X C E E E

25 26 27 28 29 30 E E E C B A

31 32 33 34 35 36 E E X C E C

37 38 39 40 41 42 E E E E E C

43 44 45 46 47 48 E E E C E D

49 50 51 D C A

X = NULA

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