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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: LUCRO PRESUMIDO X LUCRO REAL Ellen Cruz Vicente Rodrigues Orientador Prof. Luciana Madeira Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: LUCRO PRESUMIDO X LUCRO REAL

Ellen Cruz Vicente Rodrigues

Orientador

Prof. Luciana Madeira

Rio de Janeiro

2015

DOCUM

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: LUCRO PRESUMIDO X LUCRO

REAL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão e Planejamento

Tributário.

Por: Luciana Madeira

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METODOLOGIA

O trabalho far-se-á uma pesquisa bibliográfica para uma fundamentação

teórica e, posteriormente, uma triagem e leitura do que mais interessar ao

tema. As fontes de informações serão:

Constituição Federal, Código Tributário Nacional, Leis Ordinárias, Decretos-

Leis ou Medidas Provisórias, e Decretos.

Finalmente, haverá o enquadramento de uma determinada empresa, que tem

como objetivo social à prestação de serviço, na forma de um estudo

bibliográfico, sobre a tributação pelo Lucro Real x Lucro Presumido. A

legislação em vigor será citada sempre que houver necessidade ao longo da

análise.

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AGRADECIMENTOS

A Deus e a Meishu-Sama por ter iluminado meu caminho até aqui

dando força para que pudesse concluir mais uma etapa da minha

vida.

A minha mãe Ainda e minha irmã Erika pelo apoio durante todo o tempo e meu pai Beruelis (in memoriam).

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RESUMO �

O objetivo do trabalho é desenvolver uma breve explicação sobre as vantagens

da tributação com base no Lucro Real e no Lucro Presumido. O primeiro

capítulo terá uma explicação e conceitos sobre os impostos IRPJ (Imposto de

Renda sobre Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido), que são dois importantes impostos pagos pelas empresas. O segundo

e o terceiro capítulo estarão explicando sobre o Lucro Presumido e Lucro Real

respectivamente, sua forma de tributação, empresas que podem e/ou são

obrigadas a optar por cada regime e ao final desses dois capítulos será

apresentado um exemplo prático de apuração de IRPJ e CSLL, onde na

conclusão teremos a melhor opção para a tributação de uma empresa

prestadora de serviços.

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SUMÁRIO �

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INTRODUÇÃO

O presente tema abordado tem como foco a base para regras gerais de

despesas dedutíveis e não dedutíveis. Também é de suma importância

ressaltar as exclusões ao lucro líquido, apresentações dos cálculos de IRPJ e

CSLL com Lucros Reais e Presumidos, das empresas que são prestadoras de

serviço. Ao final do trabalho terá sido respondida a seguinte pergunta: qual

seria a melhor opção para empresa?

A não apuração do IRPJ e CSLL de forma correta podem gerar drásticas

complicações a uma empresa podendo chegar até a sua falência. Para não ter

problemas com o Governo, no caso em tela com a Receita Federal é suma

importância o conhecimento e o estudo desses tributos.

Com estudos externos e experiências de mercado este trabalho tem a

finalidade de elucidar as apurações dos cálculos tributários do IRPJ e CSLL,

tornando assim a eficiência das empresas prestadoras de serviço.

As empresas que contenham lucro presumido este trabalho tem como

finalidade analisá-los com suas regras de cálculos. Também analisaremos a

dedutibilidade, despesas e exclusões ao lucro líquido das empresas que sejam

enquadradas ao lucro real.

O know-how sobre cálculos dos tributos e a utilização de todos os seus

recursos para assim serem mais bem apurados, é a justificativa para o estudo

do IRPJ e CSLL das empresas que são prestadoras de serviços tanto por lucro

real quanto por lucro presumido.

O trabalho a ser apresentado estará divido em três capítulos: o primeiro

uma visão geral sobre IRPJ e CSLL; o segundo e o terceiro capítulo serão

sobre as duas formas de tributação: Lucro Presumido e Lucro Real

respectivamente e ao final de ambos terão um exemplo prático, para que possa

visualizar o mais vantajoso.�

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CAPÍTULO I

IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA (IRPJ) E

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO

(CSLL)

IRPJ

Conceito

Dispõe o art. 153 da CF que a instituição do IR é de competência da

União. Observe:

Art. 153. Compete à União instituir imposto sobre: (...)

III – renda e proventos de qualquer natureza.

Para explicar melhor sobre o Imposto de Renda, Hugo de Brito

(2010, p.331) conceitua:

Justifica-se que seja esse imposto da competência federal porque só

assim pode ser utilizado como instrumento de redistribuição de renda,

buscando manter o equilíbrio o desenvolvimento econômico das diversas

regiões. Alias, o interprete das normas do sistema tributário brasileiro está

vinculado por esse valor, hoje expressamente incorporado ao texto

constitucional, inclusive no § 7º do art. 165, segundo o qual o orçamento fiscal

e o orçamento de investimentos “terão entre suas funções a de reduzir

desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional”.

No mesmo momento Eduardo Sabbag (2013, p. 1052) explica que:

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O imposto de renda é de competência da União, devendo ser utilizado como meio hábil a promover a adequada redistribuição de renda. É a principal fonte de receita tributária da União, quanto aos impostos, possuindo nítida função fiscal.

Paulo Henrique Pêgas (2012, p.349 e 353) informa sobre critérios

básicos e alíquotas aplicadas sobre o lucro apurado.

O imposto de renda deve atender três critérios básicos, definidos

pela Constituição Federal: Critério da Generalidade, da universalidade e da

progressividade.

a) Generalidade – toda e qualquer forma de renda ou provento

deverá ser tributada nos limites e condições da Lei.

b) Universalidade – o tributo deverá ser cobrado de todos que

auferirem renda, nos termos fixados na Lei, sem distinção de

sexo, cor, nacionalidade, profissão, etc.

c) Progressividade – o imposto deve ser graduado por faixas, as

alíquotas mais elevadas serão aplicadas sobre as faixas

maiores de renda.

A alíquota do imposto de renda oscila entre 15% e 25% dependendo

do lucro apurado pela empresa:

a) 15% sobre o lucro apurado pelo Real, Presumido ou

Arbitrado;

b) 10 % sobre a parcela que exceder a R$ 240.000 por ano e R$

20.000 por mês em períodos menores.

O Código Tributário Nacional – CTN define que o cálculo do imposto

será feito com base no lucro (real, arbitrado ou presumido). A tributação pelo

Simples Nacional embora englobe também o Imposto de Renda e a CSLL, não

é considerada legalmente base de calculo destes tributos.

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CSLL

Conceito

A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) foi criada

através da Lei nº 7.689, de 15/12/1988 com o objetivo de financiar a

seguridade social.

Pêgas (2013, p.542) informa sobre a destinação da CSLL.

Como aproximadamente metade da arrecadação do imposto de renda seria repassada automaticamente para os estados e municípios, a criação de uma contribuição cobrada sobre uma base similar ao imposto de renda, poderia representar para a união a recuperação de parte dos recursos perdidos.

Fato gerador e base de cálculo

O Artigo 195 da Constituição de 1988 define que o fato gerador da

CSLL é o lucro. A base de cálculo será o resultado ajustado, onde o imposto

poderá ser apurado por mês, trimestre ou ano.

A alíquota da CSLL foi alterada diversas vezes conforme Pêgas

(2013, p.543).

Até o ano de 1998, existiam alíquotas diferenciadas, cobradas em

função da atividade exercida pela empresa. Algumas empresas, como os

bancos e as seguradoras, pagavam alíquota de 18%, enquanto as demais

empresas tinham alíquota de 8%.

A partir de 1999, houve a unificação da alíquota, que passou a ser

de 8%, sendo elevada logo a seguir, em abril do mesmo ano para 12%,

percentual aplicado até o mês de janeiro de 2000. Em fevereiro, a alíquota

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passou para os atuais 9%, sendo que a lei dividia em duas alíquotas: 8% mais

1% referente a um adicional que deixaria de existir em dezembro de 2002.

A Lei nº 10.637/2002 manteve a alíquota de 9%, criando o Bônus de

adimplência fiscal de 1%, para empresas que cumpram determinados

requisitos.

Nos capítulos seguintes serão abordados os assuntos sobre regimes

de tributação: Lucro Presumido e Lucro Real.

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CAPITULO II

LUCRO PRESUMIDO

Conceito

O Lucro Presumido é uma forma de tributação que utiliza apenas as

receitas para apuração da base cálculo, diferente da complexidade do lucro

real onde temos adições e exclusões.

Empresas que podem optar pelo Lucro Presumido

Existem alguns requisitos para que a empresa possa optar pelo

regime de tributação. Conforme art. 516 do Decreto nº 3000/99 (Regulamento

do Imposto de Renda - RIR) e alterações posteriores, informações sobre as

empresas que estão autorizadas a optar pelo Lucro Presumido.

Art. 516. A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário

anterior, tenha sido igual ou inferior a quarenta e oito milhões de reais, ou a

seis milhões e quinhentos mil de reais multiplicados pelo número de meses de

atividade no ano-calendário anterior, quando inferior a doze meses, poderá

optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido (Lei nº 9.718, de

1998, art. 13). (Redação dada pela Lei nº 12.814, de 2013)

§ 1º A opção pela tributação com base no lucro presumido será

definitiva em relação a todo o ano-calendário (Lei nº 9.718, de 1998, art. 13,

§ 1º).

§ 2º Relativamente aos limites estabelecidos neste artigo, a receita

bruta auferida no ano anterior será considerada segundo o regime de

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competência ou caixa, observado o critério adotado pela pessoa jurídica, caso

tenha, naquele ano, optado pela tributação com base no lucro presumido (Lei

nº 9.718, de 1998, art. 13, § 2º).

§ 3º A pessoa jurídica que não esteja obrigada à tributação pelo

lucro real (art. 246), poderá optar pela tributação com base no lucro presumido.

§ 4º A opção de que trata este artigo será manifestada com o

pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao

primeiro período de apuração de cada ano-calendário (Lei nº 9.430, de 1996,

art. 26, § 1º).

§ 5º O imposto com base no lucro presumido será determinado por

períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de

junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário, observado o

disposto neste Subtítulo (Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 25).

Base de cálculo e alíquota

Para chegarmos à base de cálculo para calcular o imposto

precisamos aplicar alíquotas sobre os serviços. A base de cálculo do imposto

de renda será obtida pela aplicação de um percentual específico sobre cada

receita obtida pela empresa. Este percentual depende da atividade exercida. A

tabela a seguir apresenta os percentuais utilizados para IR.

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1,60% Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;

8%

Venda de mercadoria e produtos; Prestação de serviços de transporte de cargas; Prestação de serviços hospitalares; Venda de imóveis das empresas com esse objeto social (art. 3 § 7º, da IN nº 93/97); Indústrias gráficas; Construção civil por empreitada com emprego de materiais

16%

Prestação de serviços de transportes, exceto de cargas; Prestação de serviços em geral pelas pessoas jurídicas com receita bruta anual de até 120.000, exceto de serviços hospitalares, transportes e profissões regulamentadas (art. 40 da lei nº 9.250/950);

32% Na prestação de demais serviços não incluídos nos incisos anteriores.

Dados: Adaptado pelo autor a partir de Higuchi (2014, p. 62).

Segundo Higuchi (2014, p.63):

Os rendimentos de aplicações financeiras e as receitas e os ganhos de capital, não decorrentes da atividade operacional da pessoa jurídica, são incluídos na base de cálculo do IRPJ, sem aplicação dos percentuais de presunção de lucro, isto é, o valor já é a base de calculo do imposto.

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Percentuais sobre a receita para CSLL:

12% Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;

12%

Venda de mercadoria e produtos; Prestação de serviços de transporte de cargas; Prestação de serviços hospitalares; Venda de imóveis das empresas com esse objeto social (art. 3 § 7º, da IN nº 93/97); Indústrias gráficas; Construção civil por empreitada com emprego de materiais

12%

Prestação de serviços de transportes, exceto de cargas; Prestação de serviços em geral pelas pessoas jurídicas com receita bruta anual de até 120.000, exceto de serviços hospitalares, transportes e profissões regulamentadas (art. 40 da lei nº 9.250/950);

32% Na prestação de demais serviços não incluídos nos incisos anteriores.

Dados: Adaptado pelo autor a partir de Higuchi (2014, p. 76).

Pêgas complementa (2013, p.506) “Após aplicar os percentuais

definidos em lei sobre cada receita obtida no trimestre, a empresa deverá

utilizar as alíquotas normais de IR e CSLL.”.

Adições a base de cálculo

Após o percentual aplicado sobre o lucro, algumas contas são

adicionadas ao cálculo do imposto, conforme Higuchi (2014, p.74).

As variações monetárias ativas decorrentes de atualização dos

direitos de créditos em função da taxa de cambio ou de índices ou coeficientes

aplicáveis por disposição legal ou contratual serão consideradas, para efeitos

da legislação do imposto de renda, como receitas financeiras (art. 9º da lei

9.718/98). São variações monetárias ativas as atualizações decorrentes de

créditos de mutuo, tributos a serem restituídos, créditos em moeda estrangeira.

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Os custos e as despesas recuperados pelas pessoas jurídicas

tributadas pelo lucro real entram na apuração do IRPJ e CSLL, mas isso não

significa que aqueles valores estão sendo tributados. A inclusão na base de

calculo é somente para anular a diminuição de lucro contábil em período

anterior quando os custos e as despesas foram contabilizados.

Alíquota

Identificado a base de cálculo serão adicionadas alíquotas (básica

e/ou adicional) para encontrar o valor do imposto apurado e devidamente

recolhido para os dois tributos – IRPJ e CSLL.

Sobre a alíquota do imposto de renda Higuchi (2014, p.75 e 76)

informa:

A alíquota do imposto de renda das pessoas jurídicas tributadas pelo

lucro real, presumido ou arbitrado, é de 15% que será aplicada sobre a base de

cálculo. O §1º do art. 3º da Lei 9.249/95, com nova redação dada pelo art. 4º

da Lei nº 9.430/96, dispõe que a parcela do lucro real, presumido ou arbitrado,

que exceder o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número

de meses do respectivo período de apuração, sujeita-se à incidência de

adicional do imposto de renda a alíquota de 10%. Com isso, a partir de 01-01-

98, as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido terão que

apurar o adicional em cada período trimestral e efetuar o recolhimento. O

adicional incidirá sobre a parcela do lucro que exceder ao valor de R$

60.000,00 no trimestre.

Referente à CSLL Higuchi (2014, p.75 e 76) informa sobre a alíquota

básica e a adicional:

A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro das empresas

tributadas pelo lucro presumido foi alterada pelo art. 29 da Lei nº 9.430/96. A

base de calculo correspondente a 12% da receita bruta do trimestre cujo

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resultado será acrescido de ganhos de capital, de rendimentos de aplicações

financeiras e de demais receitas e resultados positivos auferidos no trimestre.

Os percentuais de presunção de lucro, tanto para incidência do

imposto de renda como da CSLL deveriam ser iguais. Não tem sentido os

percentuais de presunção do lucro serem diferentes. Na gestão do anterior

Secretário da Receita Federal foi abandonado completamente o critério técnico

ou de justiça fiscal nas alterações da legislação tributária federal, prevalecendo

o critério arrecadatório. A atual administração continua usando o mesmo

critério.

Sobre a alíquota que atualmente vigora, Higuchi explica (2014, p.

77):

Relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 01-01-03, a alíquota da CSLL, instituída pela Lei nº 7.689/88, será de 9%. A vigência do adicional de 1% era até 31-12-2002. Com isso, o ônus tributário continua o mesmo.

Deduções do Imposto de renda devido.

Assim como devemos adicionar determinadas contas para o cálculo,

podemos também ser deduzir alguns valores, fazendo com que o valor do

imposto a recolher sendo menor. Higuchi (2014, p.79) explica:

A pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido poderá

deduzir, do imposto de renda apurado no trimestre, o imposto de renda pago

ou retido na fonte sobre as receitas que integram a base de cálculo

correspondente. A partir de 01-01-97, o imposto na fonte sobre os rendimentos

de aplicações financeiras e sobre os juros de capital próprio passou a ser retido

a título de antecipação.

Se o imposto de renda pago ou retido na fonte, for maior que o

imposto devido no trimestre, o saldo credor poderá ser utilizado para

compensar com o imposto devido nos trimestres seguintes, mediante

apresentação de PER/DCOMP.

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A partir de 01-01-98, as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro

presumido não poderão efetuar qualquer dedução a título de incentivo fiscal do

imposto de renda devido (art. 10 da Lei nº 9.532/97).

Algumas contas não serão adicionadas para base a fim de

tributação, conforme Pêgas (2013, p.506 e 507):

Não devem integras a base do lucro presumido os seguintes valores:

- Receitas de participações em empresas controladas e coligadas

avaliadas pelo método de equivalência patrimonial;

- Receitas de dividendos de investimentos avaliados ao custo de

aquisição;

- Reversões de provisões operacionais, quando não representarem

ingresso de novos recursos;

- IPI, quando registrado como receita de vendas; e

- ICMS Substituição tributária, quando registrado como receita de

vendas.

Os descontos incondicionais concedidos são deduzidos da receita

correspondente, antes da aplicação do percentual de presunção. As vendas

canceladas, devolvidas ou anuladas têm o mesmo tratamento.

Será apresentado a seguir um exemplo prático referente ao calculo

tendo como opção o Lucro Presumido.

Exemplo de Cálculo de IRPJ e CSLL de Empresas Prestadora

de Serviços

Empresa de grande porte prestadora de serviço de consultoria,

tendo uma receita bruta anual de R$ 800.000,00 no ano, para fins didáticos

será apresentada somente uma apuração (primeiro trimestre) e nos outros

meses a receita será mantida.

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Segue abaixo o cálculo referente ao IRPJ e CSLL:

Receita total 200.000,00 Percentual 32% 64.000,00 Alíquota 15% 9.600,00 Adicional 60.000,00 4.000,00 Alíq. adicional 10% 400,00 IRPJ Total 10.000,00 Fonte: Elaborado pelo autor.

Receita total 200.000,00 Percentual 32% 64.000,00 Alíquota 9% 5.760,00 Adicional 60.000,00 4.000,00 Alíq. adicional 10% 400,00 CSLL Total 6.160,00 Fonte: Elaborado pelo autor.

Com a receita bruta total dos três primeiros meses, foi aplicada a

alíquota de 32% - demais serviços por se tratar de serviço de consultoria -,

após essa operação chegamos à base de cálculo onde será aplicada a alíquota

de IRPJ (15%) e CSLL (9%). Como tivemos uma receita superior a R$

20.000,00 por mês, que totaliza 60.000,00 no trimestre, iremos reduzir esse

valor do valor total receita, que resultará em nossa “segunda” base de cálculo,

onde vamos aplicar a alíquota adicional iguais para ambos IRPJ e CSLL (10%).

Após isso somamos os valores encontrados após a alíquota normal e alíquota

adicional.

Considerando que o total dos impostos – IRPJ e CSLL - no 1º

trimestre foi de R$ 10.000,00 e R$ 6.160,00 respectivamente, e que a receita

foi mantida para todo o ano, a empresa optando pelo Lucro Presumido no final

do ano terá apurado um IRPJ total de R$ 40.000,00 e CSLL R$ 24.640,00.

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CAPITULO III

LUCRO REAL

Conceito

O Lucro Real é o lucro apurado com base na contabilidade,

resultado da receita bruta menos as despesas operacionais mediante critérios.

A legislação vigente define Lucro Real: Art. 247. Lucro real é o lucro líquido do

período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações

prescritas ou autorizadas por este Decreto (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art.

6º).

O lucro líquido é determinado mediante escrituração contábil de

todos os fatos: todas as receitas, todos os custos e despesas, observando

sempre a legislação vigente ao Imposto de Renda. Visto que a legislação é

bastante extensa, é de extrema importância o conhecimento dessa legislação

por parte do profissional de contabilidade. Art. 248. O lucro líquido do período

de apuração é a soma algébrica do lucro operacional (Capítulo V), dos

resultados não operacionais (Capítulo VII), e das participações, e deverá ser

determinado com observância dos preceitos da lei comercial (Decreto-Lei nº

1.598, de 1977, art. 6º, § 1º, Lei nº 7.450, de 1985, art. 18, e Lei nº 9.249, de

1995, art. 4º).

A empresa mesmo que tendo pouco lucro ou prejuízo pode optar

pela tributação do Real, visando economia tributária.

Pegas (2013, P. 386) cita que o Lucro Real é a única forma de

tributação em que o Fisco exige a apuração do resultado das empresas

(receitas menos despesas).

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Pessoas Obrigadas à apuração do Lucro Real

Para optar o regime de apuração, existem algumas

obrigatoriedades para o Lucro real, caso a empresa não se enquadre em

nenhum dos itens, ela poderá optar por outra forma de tributação:

Art. 246. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas

jurídicas (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14):

I – cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite

de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao

número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; (Redação

dada pela Lei nº 12.814, de 2013)(Vigência).

II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de

investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de

crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário,

sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de

títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil,

cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e

entidades de previdência privada aberta;

III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos

do exterior;

IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de

benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;

V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento

mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei n° 9.430, de 1996;

VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua

de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção

e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos

creditórios resultante de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços

(factoring);

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VII - que explorem as atividades de securitização de créditos

imobiliários, financeiros e do agronegócio. (Incluído pela Lei nº 12.249, de

2010)

Parágrafo único. As pessoas jurídicas não enquadradas nos incisos

deste artigo poderão apurar seus resultados tributáveis com base nas

disposições deste Subtítulo.

Em relação ao lucro real, as pessoas jurídicas têm duas opções de

enquadramento:

Lucro Real Trimestral; ou

Lucro Real Anual com antecipações mensais.

A opção deve ser feita no primeiro recolhimento do ano, não sendo

possível trocar de enquadramento, visto que a Receita Federal não aceita o

REDARF (Retificação de DARF) para alterar o código.

Lucro Real Trimestral

O Lucro Real Trimestral representa a tributação sobre o lucro

apurado a cada trimestre, o período é “encerrado” sendo devido IRPJ e CSLL

ao final de cada período, não tendo a necessidade de acompanhar, pois a

exigência é trimestral.

A empresa poderá também parcelar os valores de IRPJ e CSLL em

até três cotas iguais e sucessivas.

Referente ao prejuízo no Lucro Real Trimestral Higuchi (2014, P.34

e 35) diferencia com o Lucro Real Anual.

No lucro real trimestral, o lucro do trimestre anterior não pode ser

compensado com o prejuízo fiscal de trimestres seguintes, ainda que dentro do

mesmo ano-calendário. O prejuízo fiscal de um trimestre só poderá reduzir até

o limite de 30% do lucro real dos trimestres seguintes.

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No lucro real anual, a empresa poderá compensar integralmente os

prejuízos com lucros apurados dentro do mesmo ano-calendário. Assim o lucro

de janeiro poderá ser compensado com o prejuízo de fevereiro ou dezembro e

o lucro de março poderá ser compensado com o prejuízo de qualquer mês.

A partir de 01-01-98, as empresas que optarem pelo lucro real

trimestral estão dispensadas do pagamento estimado do imposto de renda e da

contribuição social sobre o lucro referentes às operações de janeiro e fevereiro.

O art. 8º da Lei nº 9.430/96 é disposição transitória aplicável só para o ano

calendário de 1997.

O adicional do imposto de renda passou a incidir sobre a parcela do

lucro real, presumido ou arbitrado, que exceder o valor resultante da

multiplicação de R$ 20.000 pelo número de meses que compõem o período de

apuração do resultado. No lucro real trimestral, o limite de isenção será de R$

240.000. Com a alteração, o adicional poderá ser maior na apuração trimestral

porque se a empresa tiver, por exemplo, R$ 50.000 de lucro no 1º trimestre e

R$ 80.000 no segundo trimestre, o adicional à alíquota de 10 % incidirá sobre

R$ 20.000, não podendo deduzir a insuficiência de R$ 10.000 no 1º trimestre.

Lucro Real Anual

Na opção de Lucro Real Anual existe a obrigatoriedade de

recolhimento mensal em bases estimadas, consideradas antecipações, visto

que a apuração definitiva é de fato apurada no final do ano.

Higuchi (2014, p.35) informa sobre o Lucro Real Anual.

A alíquota do imposto de renda continua 15% e a adicional em 10%,

mas o pagamento do adicional terá que ser feito mensalmente sobre a parcela

do lucro estimado que exceda a R$ 20.000.

A base de cálculo do imposto de renda a ser pago mensalmente é o

resultado do somatório de um percentual aplicado sobre a receita bruta do

mês, acrescido de ganhos de capital, demais receitas e resultados positivos,

excetuados os rendimentos ou ganhos tributados como de aplicações

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financeiras. Os percentuais aplicáveis sobre a receita bruta variam de acordo

com a atividade da pessoa jurídica e constam do art. 15 da Lei nº 9.249/95.

Alíquota

Higuchi (2014, p.35) explica sobre as alíquotas.

Os percentuais aplicáveis sobre a receita bruta, na determinação da

base de cálculo do imposto de renda, são iguais tanto para o pagamento do

imposto estimado mensal das pessoas jurídicas, tributadas com base no lucro

real anual como para a tributação do lucro presumido.

No caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual

correspondente a cada atividade. Assim, se a pessoa jurídica teve receita de

venda de mercadorias e comissão de intermediação, sobre a primeira será

aplicado o percentual de 8% enquanto para a receita de comissão será

aplicado o percentual de 32%.

Despesas dedutíveis e não dedutíveis

Existem duas formas de serem consideradas despesas, na

contabilidade e para o Fisco (apuração dos impostos). Para a contabilidade

valorizando a operação, e para o Fisco todas as despesas necessárias a

atividade principal da empresa podem ser consideradas dedutíveis, caso

contrário, serão adicionadas ao cálculo.

Pêgas (2013, p. 400) dá uma explicação mais transparente.

O artigo 299 do Regulamento do Imposto de Renda – RIR /99

considera como despesas operacionais aquelas necessárias à atividade e à

manutenção da respectiva fonte produtora.

São necessárias as despesas pagas ou incorridas para realização

das transações ou operações exigidas pela atividade da empresa. Todas as

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demais receitas despesas que não preencherem as condições previstas no Art.

299 do RIR/99, são consideradas não-dedutíveis pelo Fisco, sendo

caracterizadas, principalmente, como não necessárias para a manutenção da

atividade empresarial.

O site guia tributário apresenta a relação das despesas indedutíveis

no Lucro Real.

São vedadas as deduções das seguintes despesas operacionais,

para efeito de apuração do lucro real:

a) de qualquer provisão, com exceção apenas daquelas

constituídas para: férias de empregados e 13º salário;

reservas técnicas das companhias de seguro e de

capitalização, das entidades de previdência privada e

das operadoras de planos de assistência à saúde, cuja

constituição é exigida pela legislação especial a elas

aplicável; e para perdas de estoques, de que tratam os

artigos 8º e 9º da Lei 10.753/2003, com a redação do

artigo 85 da Lei 10.833/2003;

b) das contraprestações de arrendamento mercantil e do

aluguel de bens móveis ou imóveis, exceto quando

relacionados intrinsecamente com a produção ou

comercialização dos bens e serviços;

c) de despesas de depreciação, amortização,

manutenção, reparo, conservação, impostos, taxas,

seguros e quaisquer outros gastos com bens móveis e

imóveis, exceto se relacionados intrinsecamente com a

produção ou comercialização dos bens e serviços

(sobre o conceito de bem intrinsecamente relacionado

com a produção ou comercialização dos bens e

serviços, vide a Instrução Normativa SRF 11/1996,

artigo 25);

d) das despesas com alimentação de sócios, acionistas e

administradores;

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e) das contribuições não compulsórias, exceto as

destinadas a custear seguros e planos de saúde e

benefícios complementares assemelhados aos da

Previdência Social, instituídos em favor de empregados

e dirigentes da pessoa jurídica;

f) de doações, exceto se efetuadas em favor: do Pronac

(Lei 8.313/1991); de instituições de ensino e pesquisa

cuja criação tenha sido autorizada por lei federal, sem

finalidade lucrativa (limitada a 1,5% do lucro

operacional, antes de computada a sua dedução e a

citada na sequência); e de entidades civis sem fins

lucrativos legalmente constituídas no Brasil que

prestem serviços em benefício de empregados da

pessoa jurídica doadora e respectivos dependentes, ou

em benefício da comunidade onde atuem (limitada a

dois por cento do lucro operacional, antes de

computada a sua dedução).

Incluem-se, também, como dedutíveis, as doações efetuadas às

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), qualificadas

segundo as normas estabelecidas na Lei 9.790/1999 (MP 2.158-35/2001, artigo

59), e às Organizações Sociais (OS), qualificadas consoante os dispositivos da

Lei 9.637/1998, até o limite de dois por cento do lucro operacional, antes de

computada a sua dedução (Lei 10.637/2002, artigo 34); e

g) das despesas com brindes.

A Lei 9.430/1996, artigos 9º e 14, revogou a possibilidade de

dedução do valor da provisão constituída para créditos de liquidação duvidosa,

passando a ser dedutíveis as efetivas perdas no recebimento dos créditos

decorrentes da atividade da pessoa jurídica, observadas as condições

previstas naqueles dispositivos;

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A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) não é

considerada como despesa dedutível, para fins da apuração do lucro real,

devendo o respectivo valor ser adicionado ao lucro líquido (Lei 9.316/1996,

artigo 1º);

Somente serão admitidas como dedutíveis as despesas com

alimentação quando esta for fornecida pela pessoa jurídica, indistintamente, a

todos os seus empregados.

As despesas computadas no lucro líquido e consideradas

indedutíveis pela lei fiscal deverão ser adicionadas para fins de apuração do

lucro real do respectivo período de apuração.

Em seguida apresentaremos um exemplo para cálculo no Lucro

Real.

Deduções do Imposto de Renda e CSLL Retidos

A empresa poderá deduzir do imposto de renda apurado no período, o

imposto retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo,

assim como o imposto retido sobre aplicações financeiras. O mesmo para o

imposto CSLL também pode ser deduzido na apuração do recolhimento.

Segundo Higuchi (2014, p.38 e 39):

O art. 229 do RIR/99 dispõe que para efeito de pagamento mensal, a

pessoa jurídica poderá deduzir do imposto apurado no mês, o imposto pago ou

retido na fonte sobre as receitas que integraram a base se cálculo.

Quando a pessoa jurídica paga a antecipação mensal com base no

balanço ou balancete, todas as receitas e ganhos de capital integram a base de

cálculo do imposto de renda e da base de calculo da CSLL. Com isso, o

imposto de renda e a CSLL retidos na fonte, qualquer que seja a modalidade

de incidência, podem ser deduzidos nos pagamentos mensais.

Na antecipação mensal com base na receita bruta, o § 1º do art. 225 do

RIR/99 dispõe que os rendimentos tributados pertinentes as aplicações

financeiras de renda fica e renda variável não são adicionadas à base de

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cálculo do imposto de renda mensal. Com isso os rendimentos de aplicações

financeiras tributados na fonte não entram na base de calculo do imposto de

renda mensal e consequentemente o imposto retido não poderá ser deduzido

no pagamento mensal.

Com a exceção do imposto retido sobre os rendimentos de aplicações

financeiras, qualquer outra incidência de imposto na fonte pode ser deduzido

na apuração do recolhimento mensal porque os rendimentos ou ganhos entram

na base de cálculo.

Na base de cálculo da antecipação mensal da CSLL entram todos os

rendimentos que sofreram retenção na fonte, não há exceção. Com isso todos

os valores retidos de CSLL podem ser deduzidos na apuração do recolhimento

mensal.

Exemplo de Cálculo de IRPJ e CSLL de Empresas Prestadora

de Serviços

Empresa de grande porte prestadora de serviço, sua receita é

somente de mercado externo, o que faz com que seja obrigatória a tributação

pelo Lucro Real.

Como a empresa possui apenas clientes no exterior, porque possui

pouco tempo no Brasil, para ganhar credibilidade e confiança de clientes

brasileiros, a empresa mensalmente possui despesas com brindes, seu grupo

de funcionários quando vão a reuniões para apresentar a empresa e trabalho

que executam e pretendem executar no país, deixam brindes (canetas, pen

drives, suporte para mesas) em possíveis clientes.

Para fins didáticos, a receita será mantida e a conta de brindes que

será acionada ao cálculo também:

Receita total 740.000,00 Percentual 32% 236.800,00

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Despesas Brindes Adição 40.000,00 Alíquota 15% 41.520,00 IRPJ Total 41.520,00 Fonte: Elaborado pelo autor.

Receita total 740.000,00 Percentual 32% 236.800,00 Despesas Brindes Adição 40.000,00 Alíquota 9% 24.912,00 CSLL Total 24.912,00 Fonte: Elaborado pelo autor.

O exemplo demonstrado foi considerado a receita líquida de

impostos e despesa anual para fins de cálculos dos impostos IRPJ e CSLL. De

acordo com o resultado a empresa no final do ano terá apurado um total de R$

41.520,00 de IRPJ e R$ 24.912,00 de CSLL.

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CONCLUSÃO

Esse estudo apresentou duas formas de tributação: Lucro Presumido e

Lucro Real de forma simplificada. Sabemos que na realidade as empresas

possuem muito mais operações, dependendo do ramo da empresa, acaba

gerando um grau maior de complexidade para efetuar apurações.

Nossa alta carga tributária, alterações constantes em nossa legislação

tributária também acaba “dificultando” para um planejamento com mais

segurança para tomada de decisões e escolha de regime para todo o ano.

De acordo com os exemplos apresentados o Lucro Presumido

apresentou uma melhor opção para a empresa, gerando uma economia de R$

1.152,00 no ano. Presumido pelo nome já informa, se calcula o valor devido

com base em percentuais presumidos de lucro, que na verdade são através da

receita bruta.

O Lucro Real não apresentou uma boa opção, visto que por mais que a

base de cálculo tenha sido menor, a receita líquida de vendas e já abatendo as

despesas operacionais, a empresa possui uma despesa alta de brindes, o que

acaba não compensando comparando a despesa anual. Apesar de pouco

utilizado o Lucro Real vem cada vez mais sendo usado, permite uma

escrituração mais exata e que o gestor tenha uma transparência maior em que

a empresa se encontra.

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BIBLIOGRAFIA

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3000.htm>. Acesso em

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Brasil. Lei Nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Disponível em <�

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm>. Acesso em 16.fev.2015.

Guia Tributário. Disponível em: <http://guiatributario.net/2013/05/18/irpj-

despesas-indedutiveis-no-lucro-real/6∀�Acesso em 24.mar.2015.

HIGUCHI, Hiromi. Imposto de Renda das Empresas. 39. ed. São Paulo: IR Publicações, 2014.

MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 31. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2010.

PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de contabilidade tributária. 5. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2013. SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 5. Ed. São Paulo: Saraiva, 2013.