lc 821 2013 plano diretor
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LEI COMPLEMENTAR N 821
DE 27 DE DEZEMBRO DE 2013
INSTITUI O PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO E
EXPANSO URBANA DO MUNICPIO DE SANTOS, E D
OUTRAS PROVIDNCIAS.
PAULO ALEXANDRE BARBOSA, Prefeito Municipal de Santos, fao saber que a Cmara
Municipal aprovou em sesso realizada em 18 de dezembro de 2013 e eu sanciono e promulgo
a seguinte:
TTULO I
PRINCPIOS, OBJETIVOS E DIRETRIZES
CAPTULO I
PRINCPIOS BSICOS
Art. 1 Fica institudo o Plano Diretor de Desenvolvimento e Expanso Urbana do Municpio de
Santos, instrumento bsico da poltica de desenvolvimento e expanso urbana, em
conformidade com o disposto na Constituio Federal, na Lei Orgnica do Municpio e na Lei
Federal n 10.257, de 10 de julho de 2001 Estatuto da Cidade.
Pargrafo nico. Constituem princpios norteadores desta lei complementar, a melhoria da
qualidade de vida da populao por meio da promoo do desenvolvimento econmico
sustentvel e da funo social da cidade e da propriedade urbana do Municpio.
Art. 2 A poltica de desenvolvimento e planejamento do Municpio, nos termos do inciso III do
artigo 4 da Lei Federal n 10.257, de 10 de julho de 2001 Estatuto da Cidade, ser formulada
e executada por meio do Sistema de Planejamento, que definir as aes do Poder Pblico,
com a participao dos setores pblico, privado e da sociedade em geral, constituda por este
Plano Diretor e os seguintes instrumentos:
I controle do parcelamento, uso e ocupao do solo;
II zoneamento ambiental;
III plano plurianual, diretrizes oramentrias e oramento anual;
IV gesto oramentria participativa;
V planos, programas e projetos setoriais;
VI planos e programas de desenvolvimento sustentvel.
Pargrafo nico. Sero definidos por meio de leis especficas, complementares a este Plano
Diretor, os instrumentos do Estatuto da Cidade, visando assegurar a funo social da cidade e
da propriedade urbana, bem como os instrumentos relativos aos instrumentos relacionados
neste artigo.
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CAPTULO II
OBJETIVOS GERAIS E ESPECFICOS
Art. 3 O Plano Diretor de Desenvolvimento e Expanso Urbana do Municpio de Santos tem
por objetivos gerais promover o desenvolvimento econmico sustentvel, a funo social da
cidade e da propriedade urbana, a equidade e incluso social e territorial, a gesto
democrtica e o direito cidade.
1 Entende-se por desenvolvimento econmico sustentvel a compatibilizao do
desenvolvimento econmico e social, de natureza inclusiva, com a preservao ambiental,
garantindo a qualidade de vida e o uso racional e equnime dos recursos ambientais naturais
ou construdos, inclusive quanto ao direito moradia digna, acessibilidade, mobilidade e
comunicao para toda a comunidade.
2 A funo social da cidade e da propriedade urbana do Municpio ocorre mediante a
observncia do disposto na Constituio Federal e no atendimento s diretrizes da poltica
urbana estabelecidas no Estatuto da Cidade, considerando:
I o atendimento das necessidades dos cidados quanto qualidade de vida, justia social,
ao acesso universal aos direitos sociais e ao desenvolvimento socioeconmico e ambiental;
II a compatibilidade do uso da propriedade com:
a) servios, equipamentos e infraestruturas urbanas disponveis;
b) preservao e recuperao da qualidade do ambiente urbano e natural;
c) a segurana, o bem-estar e a sade de seus usurios e vizinhos.
Art. 4 So objetivos especficos do Plano Diretor:
I assegurar o desenvolvimento econmico sustentvel do Municpio, observando os planos
nacionais, regionais, estaduais e metropolitanos, e a universalizao do uso dos espaos
urbanos, visando acessibilidade, mobilidade e comunicao para toda a comunidade,
melhoria da qualidade de vida e ao bem estar da coletividade, especialmente nas reas com
baixos ndices de desenvolvimento econmico e social;
II fortalecer a posio do Municpio como polo da Regio Metropolitana da Baixada Santista
RMBS e na rede urbana nacional;
III adequar e promover a compatibilizao do processo de planejamento ambiental e
normatizao do territrio do Municpio aos planos e projetos regionais, estaduais e nacionais;
IV promover a cooperao e a articulao com a Agncia Metropolitana da Baixada Santista
AGEM e os demais municpios da Regio Metropolitana da Baixada Santista, fortalecendo a
gesto integrada;
V instituir e diversificar as formas de parcerias entre o Poder Pblico Federal, Estadual,
Municipal, iniciativa privada e entidades civis na elaborao e execuo dos projetos de
interesse pblico que dinamizem o setor produtivo;
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VI promover a integrao entre os sistemas municipais de circulao e transporte local e
regional;
VII estabelecer as normas gerais de proteo, recuperao e uso do solo no territrio do
Municpio, visando reduo dos impactos negativos ambientais e sociais;
VIII instituir os incentivos fiscais e urbansticos que estimulem o ordenamento do uso e
ocupao do solo, promovendo de forma integrada o equilbrio econmico, social e ambiental;
IX orientar as dinmicas de produo imobiliria, com adensamento e diversificao de usos
ao longo dos eixos de transporte coletivo pblico e nas reas de centralidades com
concentrao de atividades no residenciais;
X fortalecer os mecanismos de compensao ambiental para as atividades que importem em
desmatamento ou alterao dos ecossistemas originais;
XI priorizar a participao e a incluso social de toda a populao nos processos de
desenvolvimento da cidade, em todos os setores.
Art. 5 O planejamento e o desenho urbanos do Municpio devero reconhecer seus papis
estratgicos na abordagem das questes ambientais, sociais, econmicas, culturais e da sade,
para benefcio de todos, visando:
I reutilizar e regenerar reas abandonadas ou socialmente degradadas;
II evitar a expanso urbana dispersa no territrio, dando prioridade ao adensamento e
desenvolvimento urbano no interior dos espaos construdos, com a recuperao dos
ambientes urbanos degradados, assegurando densidades urbanas sustentveis;
III assegurar a compatibilidade de usos do solo nas reas urbanas, oferecendo adequado
equilbrio entre empregos, transportes, habitao e equipamentos socioculturais e esportivos,
dando prioridade ao adensamento residencial na Macrorea Centro do Municpio de Santos;
IV assegurar a adequada conservao, renovao e utilizao do patrimnio cultural;
V adotar critrios de desenho urbano e de construo sustentveis, respeitando e
considerando os recursos e fenmenos naturais no planejamento.
CAPTULO III
DESENVOLVIMENTO ECONMICO
Art. 6 A poltica municipal de desenvolvimento econmico baseada na sustentabilidade
ambiental e no desenvolvimento social, com vistas a assegurar o compromisso com a
qualidade de vida da populao, com o bem-estar geral da sociedade, com a incluso social e
com a acelerao do desenvolvimento da Regio Metropolitana da Baixada Santista - RMBS.
Art. 7 So objetivos das polticas pblicas de Desenvolvimento Econmico:
I consolidar a posio do Municpio como polo de desenvolvimento tecnolgico;
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II desenvolver potencialidades e promover a dinamizao das vocaes locais: tecnologia,
turismo, pesca, construo civil, comrcio e servios, explorao do petrleo e gs e atividades
porturias e logsticas, favorecendo a oferta de emprego e gerao de renda e buscando a
participao da iniciativa privada nos investimentos necessrios;
III estimular o surgimento de novos negcios, especialmente daqueles que se enquadrem
nas vocaes do Municpio;
IV potencializar as oportunidades decorrentes da explorao do petrleo e gs;
V aumentar a competitividade regional;
VI fortalecer a cultura empreendedora;
VII estimular o desenvolvimento econmico em reas com vulnerabilidade social;
VIII compatibilizar o desenvolvimento econmico do Municpio e a sua polaridade como
centro comercial e de servios com o desenvolvimento social e cultural, a proteo ao meio
ambiente, a configurao do espao urbano pautado pelo interesse pblico e a busca da
reduo das desigualdades sociais locais e regionais.
Seo I
Desenvolvimento das Atividades Porturias e Logsticas
Art. 8 O desenvolvimento das atividades porturias e logsticas tem como objetivos:
I fortalecer a relao Cidade-Porto nas aes de planejamento estratgico e monitoramentos
dos investimentos em infraestrutura;
II estimular o investimento e a melhoria da infraestrutura para implantao de atividades
porturias, retroporturias e de apoio logstico, locais e regionais;
III fortalecer a participao do Municpio em questes estratgicas porturias,
retroporturias e de logstica;
IV fortalecer operaes porturias de cruzeiros martimos;
V identificar e potencializar reas para implantao de atividades de apoio offshore e de
estaleiros para construo e/ou manuteno de embarcaes e estruturas martimas em geral;
VI identificar novas reas de interesse porturio, retroporturio e de apoio logstico, inclusive
com a instalao de estacionamentos para caminhes com a devida estrutura, adotando as
medidas necessrias ao desenvolvimento desse potencial;
VII promover o planejamento e a ampliao do sistema logstico, fortalecendo o Municpio e
o Porto de Santos, contribuindo para o processo de desenvolvimento local, regional e nacional;
VIII promover o desenvolvimento de atividades econmicas caractersticas do Municpio,
buscando a participao da iniciativa privada nos investimentos necessrios, incluindo
capacitao da mo de obra local e sua insero no mercado de trabalho;
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IX estudar formas de garantir a integrao entre os municpios porturios e as esferas de
governo estadual e federal;
X criar incentivos ao investimento e integrao do sistema porturio com o Municpio;
XI apoiar a Fundao Centro de Excelncia Porturia de Santos CENEP-SANTOS em aes
de pesquisa e desenvolvimento tecnolgico nas reas porturia e martima;
XII promover programas de pesquisa cientfica, transferncia de tecnologia e intercmbio de
conhecimentos, voltados ao desenvolvimento do setor;
XIII estimular iniciativas de empresas ou atividades desenvolvidas por meio de micro e
pequenos empreendimentos;
XIV empreender aes de coordenao e consolidao do Projeto de Revitalizao
Porturia Porto Valongo Santos;
XV incentivar aes de valorizao da cultura de cidade porturia;
XVI desenvolver as atividades econmicas caractersticas do Municpio, buscando a
participao da iniciativa privada nos investimentos necessrios;
XVII fomentar as iniciativas de especializao e qualificao das atividades voltadas ao setor
porturio, bem como a formao de mo de obra local;
XVIII incentivar a empregabilidade de mo de obra local;
XIX estimular os programas de estgio voltados para atividades porturias, retroporturias e
de apoio logstico, preferencialmente para estudantes da rede pblica;
XX fomentar aes de proteo da populao contra os impactos ambientais causados por
atividades porturias poluentes, especialmente o transporte, armazenamento e manuseio de
granis slidos, lquidos, perigosos ou no, que podem trazer grande desconforto, riscos
ambientais e sade pblica.
Art. 9 So diretrizes de desenvolvimento das atividades porturias e logsticas:
I promover o planejamento e ampliao do sistema logstico, por meio de:
a) aes de implantao de projetos de mobilidade urbana;
b) aes de incentivo ao transporte ferrovirio e hidrovirio;
c) aes de incentivo gesto consorciada do fluxo ferrovirio de todas as operadoras desse
modal de transporte;
d) aes de integrao Cidade-Porto;
e) aes de integrao entre o Municpio e as universidades;
f) atuaes, na esfera de suas competncias, nas atividades de operaes porturias de cargas
e de cruzeiros martimos;
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g) aes de incentivo e desenvolvimento das atividades de apoio offshore e de estaleiros de
qualquer natureza;
h) aes de incentivo ao sistema pblico de emprego, trabalho e renda;
II identificar reas potenciais para a implantao de empreendimentos ligados ao Porto,
Retroporto e de Apoio Logstico, por meio de:
a) aes de desenvolvimento do potencial ecolgico e econmico da Macrozona Continental
do Municpio;
b) aes de apoio gesto conjunta com os governos federal e estadual para aprovao de
novos empreendimentos;
c) aes de incentivo implantao de indstrias ligadas ao setor porturio, de offshore e
estaleiros em geral;
d) aes de incentivo a cruzeiros martimos;
e) aes de incentivo a atividades nuticas;
f) instrumentos de incentivo e parcerias com a iniciativa privada, visando implantao de
programas de preservao, revitalizao e ocupao do espao urbano;
g) criao de incentivos que estimulem o investimento e integrao do sistema porturio com
o Municpio;
h) estabelecimento de normas e mecanismos de controle para empreendimentos porturios,
retroporturios e de apoio logstico, de forma a minimizar seus eventuais impactos ao
ambiente natural e construdo.
i) aes de consolidao do Projeto de Revitalizao Porturia - Porto Valongo Santos;
j) aes para remoo das atividades porturias de transporte, armazenamento e manuseio de
granis slidos, lindeiras s regies urbanas da Macrozona Insular para a Macrozona
Continental do Municpio, por meio de transferncia para zonas onde so permitidas as
atividades porturias e retroporturias, distantes das reas de ocupao urbana, de forma a
minimizar os impactos negativos populao e garantir a qualidade de vida.
Seo II
Desenvolvimento das Atividades de Energia
Art. 10. O desenvolvimento das atividades de energia tem como objetivos:
I estimular o investimento e aprimorar a infraestrutura para a implantao de atividades
ligadas ao setor energtico, no mbito local e regional;
II incentivar a criao de ambientes de gerao de conhecimento para fomento das
empresas ligadas ao setor de energia;
III estimular o uso de energias alternativas com fontes limpas;
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IV garantir a preservao ambiental nos processos de implantao de atividades ligadas
produo e distribuio de energia;
V garantir que as atividades ligadas ao setor de energia tenham seus impactos sociais
negativos, nas reas de educao, sade, segurana, habitao e transporte, evitados e/ou
mitigados;
VI planejar e implantar medidas para garantir sustentabilidade e incluso social;
VII estimular iniciativas de cooperativas, de empresas ou de atividades desenvolvidas por
meio de micro e pequenos empreendedores;
VIII estimular iniciativas de arranjos produtivos locais, constitudos de redes de empresas
com a finalidade de troca de experincias e aperfeioamento na gesto empresarial,
desenvolvimento de bens, servios e mtodos;
IX garantir a incluso e a qualificao social nos programas e aes de desenvolvimento
energtico;
X fomentar as iniciativas de especializao e qualificao das atividades voltadas ao setor de
energia, bem como a formao de mo de obra local.
Art. 11. So diretrizes de desenvolvimento das atividades de Energia:
I - adequar as redes de infraestrutura e de servios para atender s demandas decorrentes do
setor energtico, por meio de:
a) aes de incentivo implantao de redes integradas de distribuio de energia;
b) aes de incentivo adequada explorao e produo de petrleo e gs na Bacia de Santos;
c) aes de requalificao dos espaos pblicos.
II fomentar a preservao e proteo ambiental, por meio de:
a) aes de apoio a avaliaes ambientais estratgicas visando investimentos no setor de
energia considerando a capacidade de suporte e preservao ambientais;
b) aes de incentivo ampliao da eficincia energtica da cidade, com estmulo
construo ou adaptao de edifcios inteligentes e/ou edifcios verdes;
c) aes de desenvolvimento do potencial ecolgico e econmico das Macrozonas Continental
e do Esturio e canais fluviais do Municpio;
d) aes de apoio implantao de banco de reas de compensao ambiental.
III gerar conhecimento, por meio de:
a) aes de incentivo ao Plano de Marketing Institucional para difundir a imagem de Santos
como Cidade da Cincia e da Tecnologia;
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b) aes de incentivo formalizao de programa municipal de pesquisa e desenvolvimento
cientfico e tecnolgico;
c) aes de educao e pesquisa nas Macrozonas Continental e do Esturio e canais fluviais do
Municpio;
d) aes de desenvolvimento estratgico do Municpio;
e) aes de incentivo ao sistema pblico de emprego, trabalho e renda;
f) aes de apoio a cooperativas e empreendedorismo.
IV estimular o desenvolvimento tecnolgico do setor de energia, por meio de:
a) aes de incentivo formalizao de programa municipal de pesquisa e desenvolvimento
cientfico e tecnolgico;
b) aes de incentivo Fundao Parque Tecnolgico de Santos FPTS;
c) aes de incentivo Incubadora de Empresas, arranjo produtivo local, Rede BS de Petrleo e
Gs e outros projetos de organizao coletiva para o desenvolvimento sustentvel.
Seo III
Desenvolvimento das Atividades Tursticas
Art. 12. O desenvolvimento das atividades tursticas tem como objetivos:
I consolidar o municpio como destino turstico de qualidade, incentivando a permanncia de
turistas, destacando seus atrativos naturais, esportivos e culturais;
II aumentar a presena do turismo no desenvolvimento econmico do Municpio,
fortalecendo-o e incorporando novos negcios e atores;
III promover o desenvolvimento do turismo como agente de transformao, fonte de riqueza
econmica e de desenvolvimento social;
IV implantar polticas de desenvolvimento integrado com os municpios da Regio
Metropolitana da Baixada Santista - RMBS;
V estabelecer polticas que aperfeioem o uso adequado dos ecossistemas naturais e
promovam a proteo do patrimnio histrico e cultural e a melhoria do padro de vida da
populao.
Art. 13. So diretrizes de desenvolvimento das atividades tursticas:
I a participao da Secretaria de Turismo nas decises relativas aos projetos de infraestrutura
e mobilidade urbana e nas aes de modernizao e ampliao dos servios e equipamentos
tursticos do Municpio;
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II o fortalecimento do Municpio como destino turstico, por meio de promoo da oferta
qualificada de servios, equipamentos e informaes tursticas no mercado nacional e
internacional;
III a consolidao da estrutura municipal de turismo, promovendo o seu planejamento em
consonncia com esta lei complementar e cooperao com os governos estadual, federal e
iniciativa privada;
IV a elaborao dos Planos de Desenvolvimento Turstico e de Marketing e de Promoo do
Destino do Municpio;
V o aumento da cooperao regional, promovendo e estimulando o planejamento e a
promoo turstica integrada e sinrgica;
VI a incorporao das instncias de governana regional nas discusses para a elaborao de
polticas de promoo integradas;
VII a incorporao das reas de preservao histrica e cultural e de ambientes naturais s
polticas de turismo do Municpio.
Seo IV
Desenvolvimento das Atividades de Pesquisa
Art. 14. O desenvolvimento das atividades de pesquisa tem como objetivos:
I incentivar um ambiente urbano atrativo s empresas de alta tecnologia;
II estabelecer planejamento, monitoramento, fiscalizao, fomento, execuo, anlise e
reavaliao de instrumentos de insero de mobilidade e comunicao universais, de forma
integrada com as demais diretrizes da poltica de desenvolvimento;
III adotar medidas que viabilizem a consolidao do Municpio e regio como referncia
tecnolgica nacional e internacional na rea porturia, martima, logstica, de mobilidade
urbana e de energias limpas;
IV apoiar os trabalhos das universidades relacionados produo de bens e servios voltados
ao desenvolvimento tecnolgico;
V apoiar programas de pesquisas voltadas ao desenvolvimento do setor e ao
desenvolvimento urbano local e regional;
VI estimular iniciativas de produo cooperativa, inclusive as sociais, empresas ou atividades
desenvolvidas por meio de micro e pequenos empreendimentos.
Art. 15. So diretrizes de desenvolvimento das atividades de pesquisa a implantao do
Parque Tecnolgico de Santos, por meio de:
I aes de incentivo Fundao Parque Tecnolgico de Santos - FPTS;
II aes de incentivo ao Centro Tcnico da Baixada Santista - CTBS;
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III aes de incentivo ao desenvolvimento estratgico do Municpio;
IV aes de incentivo ao Plano de Marketing Institucional para difundir a imagem de
Santos como Cidade da Cincia e da Tecnologia;
V aes de incentivo s cooperativas e empreendedorismo;
VI aes de incentivo formalizao de programa municipal de pesquisa e desenvolvimento
cientfico e tecnolgico;
VII aes de incentivo Fundao Centro de Excelncia Porturia de Santos CENEP-
SANTOS.
Captulo IV
DESENVOLVIMENTO DA QUALIFICAO AMBIENTAL
Art. 16. Para garantir o desenvolvimento da qualidade ambiental do Municpio, o uso e a
ocupao de seu territrio devem ser planejados e geridos, por meio da valorizao e
ampliao do patrimnio ambiental, promovendo suas potencialidades, garantindo sua
perpetuao, e a superao dos conflitos referentes poluio, saneamento e desperdcio
energtico, visando construo de uma cidade mais compacta, justa e sustentvel, bem
como a proteo, preservao e o acesso equilibrado aos bens naturais comuns.
Art. 17. O desenvolvimento das atividades de qualificao ambiental tem como objetivos:
I garantir a preservao, a proteo e a recuperao do ambiente natural e construdo,
mediante controle da poluio visual, sonora, da gua, do ar e do solo;
II promover a proteo e bem-estar animal;
III fomentar a criao de normas, critrios e padres de emisso de efluentes e de qualidade
ambiental, bem como normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais naturais ou
no, em conjunto com os rgos estadual e federal, adequando-os permanentemente em face
da legislao e de inovaes tecnolgicas;
IV promover aes de monitoramento e fiscalizao das fontes poluidoras;
V oferecer diretrizes ambientais na elaborao de projetos de parcelamento do solo, bem
como para a instalao de atividades e empreendimentos no mbito da coleta e disposio
dos resduos;
VI estimular aes de controle e fiscalizao da produo, armazenamento, transporte,
comercializao, utilizao e destino final de substncias perigosas, nestas includas as efetivas
ou potencialmente txicas, explosivas ou radioativas;
VII atualizar e implantar anualmente o Plano Municipal de Reduo de Riscos PMRR, antes
do incio da operao do Plano Preventivo de Defesa Civil, garantindo a participao popular e
incentivando a organizao da sociedade civil, com educao, treinamento e mobilizao para
situaes de risco e de socorro;
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VIII reforar a legislao vigente quanto aos parmetros de permeabilidade adotados nos
projetos de canalizao de cursos dgua, bem como observar faixas non edificandi ao longo
dos cursos dgua;
IX classificar os empreendimentos segundo sua natureza, porte e localizao, de modo a
exigir medidas mitigadoras de impactos ambientais negativos;
X incentivar a criao de reas multiuso, ampliando a oferta de habitao e servios nos
bairros com grande concentrao de empregos, visando diminuio dos deslocamentos em
veculos particulares motorizados, intensificando o fluxo de pedestres e priorizando o uso de
meios de transporte coletivo;
XI proteger, regenerar e aumentar a biodiversidade, ampliar as reas naturais protegidas e
os espaos verdes urbanos;
XII melhorar substancialmente a qualidade do ar, monitorar as emisses de gases de efeito
estufa e as concentraes de poluentes e materiais particulados visando no ultrapassar os
padres da Organizao Mundial da Sade;
XIII garantir e promover a proteo flora e fauna, coibindo as prticas que coloquem em
risco suas funes ecolgicas e ameacem ou provoquem o desaparecimento de espcies ou
submetam animais crueldade;
XIV empreender aes de desenvolvimento do potencial ecolgico e econmico da
Macrozona Continental dentro de padres de sustentabilidade do local;
XV programar a estratgia de qualificao ambiental, por meio de:
a) conceituao, identificao e classificao dos espaos representativos do patrimnio
ambiental, os quais devero ter sua ocupao e utilizao disciplinadas;
b) valorizao do patrimnio ambiental como espaos diversificados na ocupao do territrio,
constituindo elementos de fortalecimento das identidades cultural e natural;
c) elaborao de planos estratgicos, estabelecendo diretrizes e metas, visando elaborao
de um Programa Integrado de Sustentabilidade Ambiental;
d) promoo da atualizao e monitoramento constante do cumprimento dos planos setoriais
de gesto de resduos, de eficincia energtica, de saneamento, de arborizao, climtico
territorial, de conservao da Mata Atlntica, de reduo de riscos e de drenagem;
e) promoo de aes de saneamento e de otimizao do consumo energtico;
f) estabelecimento de metas para a reduo do consumo de gua, reduo das perdas,
incentivo dos processos de captao e reuso de gua de chuva nas edificaes pblicas e
privadas;
g) aplicao de instrumentos urbansticos e tributrios com vistas ao estmulo proteo do
patrimnio natural;
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h) utilizao dos conceitos de construes sustentveis em todas as obras pblicas, e incentivo
iniciativa privada para seguir esses padres;
i) promover a gesto local para sustentabilidade, monitorando o consumo dos recursos
naturais em todo seu territrio, passando a utilizar estes dados nos processos decisrios,
visando o engajamento comunitrio e a promoo de infraestrutura e economia de baixo
carbono;
j) elaborar legislao especfica para incentivo da utilizao de prticas sustentveis de gesto
empresarial, criar um selo municipal para reconhecimento e disseminao desses conceitos
junto cadeia produtiva da economia local;
k) promover e incentivar aes integradas entre os municpios da Regio Metropolitana da
Baixada Santista - RMBS, Estado e Federao, destinadas proteo, preservao,
conservao, melhoria, recuperao, controle e fiscalizao dos seus ecossistemas;
l) promover aes de incentivo e ampliao da educao ambiental em toda a rede pblica de
ensino;
m) promover a criao de uma unidade municipal responsvel pelos indicadores de
sustentabilidade do Municpio, com a finalidade de estudar o tema, promover e disseminar a
implementao de aes e projetos sustentveis em todos os setores da administrao
pblica, e tambm para a iniciativa privada;
n) promover aes de preservao de recursos e reservas naturais que devem ser
acompanhadas e executadas conjuntamente como o gerenciamento costeiro, o
gerenciamento dos recursos hdricos comuns e a coleta e disposio final dos resduos slidos;
o) promover o ordenamento territorial mediante o controle do parcelamento, do uso e da
ocupao do solo, protegendo os sistemas ambientais relacionados ao clima, solo, relevo,
recursos hdricos, remanescentes florestais de encosta, de restinga e manguezais;
p) respeitar as fragilidades geo e fitotcnicas das reas naturais, notadamente em reas de
relevo com declividade acentuada e de vegetao de Mata Atlntica nos seus diversos
sistemas, as praias e o mar, protegendo a paisagem natural;
q) conservar e recuperar os corredores ecolgicos que interliguem fragmentos florestais de
forma a facilitar o livre trnsito da fauna, em segurana;
r) incentivar a criao de Reservas Particulares de Patrimnio Natural RPPN;
s) aprimorar a coleta seletiva de materiais reciclveis, estendendo-a a todos os domiclios;
t) institucionalizar unidades de conservao e adotar as respectivas medidas de manejo.
Captulo V
INCLUSO SOCIAL
Art. 18. O Poder Pblico Municipal priorizar a reduo das desigualdades sociais, adotando
polticas pblicas que promovam e ampliem a melhoria da qualidade de vida dos seus
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muncipes, atendendo s suas necessidades bsicas, garantindo a fruio de bens e servios
socioculturais e urbanos que o Municpio oferece e buscando a participao e incluso de
todos os segmentos sociais, sem qualquer tipo de discriminao.
Art. 19. As polticas sociais so de interesse pblico e tm carter universal, compreendidas
como direito do cidado e dever do Estado, com participao da sociedade civil nas fases de
deciso, execuo e fiscalizao dos resultados.
Art. 20. As aes do Poder Pblico devero garantir a transversalidade das polticas de gnero
e raa, e as destinadas s crianas e adolescentes, aos jovens, idosos e pessoas portadoras de
necessidades especiais, permeando o conjunto das polticas sociais e buscando reduzir a
desigualdade e a discriminao nas diversas reas.
Art. 21. Para garantir a incluso social plena no Municpio, o Poder Pblico deve estimular a
participao da populao na definio, execuo e controle das polticas pblicas e a
preservao e melhoria da qualidade de vida, bem como a superao dos obstculos ao acesso
aos benefcios da urbanizao.
Art. 22. pressuposto das polticas sociais do Municpio a integrao de programas e projetos
especficos como forma de potencializar seus efeitos positivos, particularmente no que tange
incluso social e diminuio das desigualdades.
Art. 23. A distribuio de equipamentos e servios sociais deve respeitar as necessidades
regionais e as prioridades definidas a partir da demanda, privilegiando as reas de urbanizao
precria, com ateno para as Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS e demais reas com
populao em situao de vulnerabilidade social.
Art. 24. A poltica urbana do Municpio dever garantir a equidade e justia social e promover
a cultura de paz, nos termos do Programa Cidades Sustentveis, visando constituio de
comunidades inclusivas e solidrias, com a finalidade de:
I desenvolver e implantar programas para prevenir e superar a condio de pobreza;
II assegurar acesso equitativo aos servios pblicos, educao, sade, s oportunidades
de emprego, formao profissional, s atividades culturais e esportivas, informao e
incluso digital com acesso rede mundial de computadores;
III promover a incluso social e a igualdade entre os gneros, raas e etnias e o respeito
diversidade sexual;
IV aumentar a segurana da comunidade e promover a cultura de paz;
V garantir o direito habitao em condies socioambientais de boa qualidade;
VI ampliar o processo de governana participativa, colaborativa e gesto democrtica,
incentivando a participao da populao por meio de entidades representativas dos vrios
segmentos da comunidade e empresas de forma associada s esferas de governo na
formulao, execuo e acompanhamento de planos, programas e projetos de
desenvolvimento sustentvel;
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VII promover qualificao, realinhamento profissional, ensino profissionalizante e educao
de trabalhadores;
VIII fomentar e instituir programas de ao nas reas de conhecimento e tecnologia,
modernizao administrativa e de gesto municipal, de desenvolvimento do potencial
ecolgico, de apoio a cooperativas e empreendedorismo, de forma a atingir os objetivos
preconizados por esta lei complementar.
Captulo VI
INSERO REGIONAL
Art. 25. As polticas pblicas do Municpio devero reforar seu papel polarizador na Regio
Metropolitana da Baixada Santista RMBS e ampliar sua insero na rede nacional de cidades,
fortalecendo os planejamentos e as gestes metropolitana e regional, a partir de articulaes
entre diferentes entes da Federao.
Art. 26. O planejamento e a gesto das polticas pblicas do Municpio devero considerar as
diferenas e especificidades regionais, buscando a reduo das desigualdades sociais, a
melhoria das condies ambientais e o desenvolvimento econmico equnime.
Art. 27. O Municpio poder contratar consrcios pblicos para a realizao de objetivos de
interesse comum, nos termos do disposto na Lei Federal n 11.107, de 6 de abril de 2005.
TTULO II
ORDENAO TERRITORIAL
Captulo I
DISPOSIES GERAIS
Art. 28. Para ordenao do planejamento e gesto de seu territrio, o Municpio de Santos
ser dividido em:
I macrozonas;
II macroreas;
III zonas de uso e de ocupao do solo;
IV zonas especiais de uso e de ocupao do solo;
Pargrafo nico. Para atingir o objetivo estabelecido no caput deste artigo, podero ser
utilizados instrumentos de poltica urbana conforme o disposto neste Ttulo.
Art. 29. A ordenao do territrio consiste no processo de organizao do espao fsico, de
forma a possibilitar as ocupaes, a utilizao e a transformao do ambiente de acordo com
as suas potencialidades, aproveitando as infraestruturas existentes e assegurando a
preservao de recursos limitados.
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Seo I
Dos Objetivos e Diretrizes da Ordenao Territorial
Art. 30. So objetivos de ordenao territorial:
I garantir a justa distribuio dos benefcios e nus do processo de urbanizao;
II dotar as reas do territrio do Municpio de infra e superestrutura necessrias ao seu
desenvolvimento e compatveis com as diretrizes e objetivos de sustentabilidade, e promover
melhorias nas reas onde estas estruturas j so existentes, garantindo a universalizao das
polticas urbanas;
III promover a distribuio de usos e intensificao do aproveitamento do solo, de forma
equilibrada com relao infraestrutura, aos sistemas de transportes e ao meio ambiente,
evitando a ociosidade ou a sobrecarga, a fim de potencializar os investimentos coletivos e
pblicos;
IV propor e admitir novas formas de urbanizao adequadas s necessidades decorrentes de
novas tecnologias e do desenvolvimento social, possibilitando a eliminao de passivos
urbanos e a recuperao de reas degradadas e/ou ocupadas irregularmente;
V promover a regularizao fundiria e urbanstica, garantindo a implantao dos planos
urbansticos e de infraestrutura urbana nas reas regularizadas pelo Municpio;
VI instituir, na rea Urbana, mecanismos e regramentos urbansticos destinados a estimular
o adensamento sustentvel de reas com infraestrutura ociosa;
VII implantar mecanismos de incentivo recuperao e conservao do patrimnio cultural,
natural e construdo;
VIII investir na Macrorea Centro, da Macrozona Insular do Municpio, visando
prioritariamente fixao da populao de baixa e mdia rendas, o adensamento sustentvel
e garantindo o direito moradia, o acesso infraestrutura e aos servios pblicos;
IX garantir o direito a uma cidade sustentvel, compreendendo o direito ao acesso terra
urbanizada, moradia digna, ao saneamento ambiental, infraestrutura urbana, aos sistemas
de transportes, aos servios pblicos, ao trabalho, cultura e ao lazer, para a presente e as
futuras geraes;
X definir a adoo de padres de produo, de consumo de bens e servios e de expanso
urbana compatveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econmica do
Municpio;
XI disciplinar o uso e a ocupao do solo nas reas delimitadas como rea de Proteo e
Conservao Ambiental APCA, incentivando a implantao de atividades compatveis e a
execuo de planos de manejo, de forma a garantir sua sustentabilidade, no mbito do
procedimento de regularizao fundiria e urbanstica;
-
XII garantir o direito higidez da populao, atravs de medidas proativas nas reas de
drenagem e saneamento;
XIII estabelecer exigncias e sanes para controle do impacto da implantao de
empreendimentos que possam representar sobrecarga na capacidade de infraestrutura,
inclusive viria ou danos ao ambiente natural e construdo em suas reas de influncia;
XIV fortalecer diretrizes e procedimentos que possibilitem a mitigao do impacto da
implantao de empreendimentos polos atrativos de trnsito e transporte, quanto ao sistema
de circulao e de estacionamento, harmonizando-os com o entorno, bem como para a
adaptao de polos existentes, mitigando seus impactos negativos;
XV garantir que as medidas mitigatrias e compensatrias dos impactos promovidos pelos
empreendimentos estruturantes a serem implantados na Macrozona Continental ou que
abranjam sua rea de influncia sejam implementadas na prpria Macrozona.
XVI reforar aes para coibir as ocupaes em reas de risco ambiental, reas de
preservao permanente e outras reas no edificveis, a partir de ao integrada dos setores
municipais responsveis pelo planejamento, controle urbano, defesa civil, obras e manuteno
e as redes de agentes comunitrios, ambientais e de sade;
XVII adotar medidas para garantir a transferncia de atividades consideradas desconformes
e incompatveis com a zona em que se encontram, priorizando o atendimento s demandas de
Habitao de Interesse Social HIS;
XVIII desenvolver, por meio de instrumentos de incentivo, parcerias com a iniciativa privada,
visando implantao de programas de preservao, revitalizao e urbanizao do territrio
municipal;
XIX regularizar a situao jurdica e fundiria dos empreendimentos habitacionais
implantados pelo Municpio e dos assentamentos implantados irregularmente, nos termos da
Lei Federal n 11.977, de 07 de julho de 2009, da Lei Complementar municipal n 778, de 31 de
agosto de 2012, e da legislao pertinente;
XX estimular iniciativas de produo cooperativa, empresas ou atividades desenvolvidas por
meio de micro e pequenos empreendimentos, em especial nas reas mais vulnerveis em
termos sociais.
Seo II
Da Diviso do Territrio para Fins Tributrios e de Parcelamento do Solo
Art. 31. Para a compatibilizao do planejamento e gesto do uso e da ocupao do solo, de
acordo com os objetivos e diretrizes de sustentabilidade institudos nesta lei complementar,
fica o Municpio dividido em trs reas de acordo com o nvel de urbanizao:
I rea Urbana AU;
II rea de Expanso Urbana AEU;
-
III rea de Proteo e Conservao Ambiental APCA.
Art. 32. Nos termos do disposto no inciso III do artigo 20 e no inciso V do artigo 139 da Lei
Orgnica do Municpio, ser delimitado em lei especfica o permetro da rea Urbana formada
por reas contguas com melhoramentos e servios pblicos, especialmente unidades de
educao, de sade e de assistncia social, pavimentao, drenagem, transporte coletivo, rede
de abastecimento de gua, coleta e tratamento de esgotos, rede de iluminao pblica e
coleta de lixo, nos termos da Lei Federal n 5.172, de 25 de outubro de 1966, que dispe sobre
o Sistema Tributrio Nacional.
Art. 33. Nos termos do disposto no inciso V do artigo 139 da Lei Orgnica do Municpio, ser
delimitado em lei especfica o permetro da rea de Expanso Urbana formada por reas
passveis de urbanizao, observados os critrios de mitigao dos impactos ambientais e a
implantao de infraestrutura urbana e de equipamentos pblicos adequados, bem como do
controle da ocupao de reas contguas, conforme objetivos gerais desta lei complementar.
Art. 34. Sero delimitadas em lei especfica como rea de Proteo e Conservao Ambiental
as reas com caractersticas originais dos ecossistemas e as reas consideradas estratgicas
para a garantia de preservao e conservao dos recursos e reservas naturais.
Captulo II
DAS MACROZONAS
Art. 35. Para o planejamento e gesto do uso e da ocupao do territrio, o Municpio de
Santos fica dividido em trs Macrozonas, de acordo com suas caractersticas ambientais e
geolgicas, em relao sua aptido para a urbanizao, a saber:
I Macrozona Insular, formada por plancies costeiras e morrotes insulares que inclui
remanescentes de ecossistemas naturais, contida na Ilha de So Vicente;
II Macrozona Continental, formada por plancies costeiras, morros e morrotes isolados e
montanhas e serras com escarpas, onde predominam os usos relacionados conservao de
ecossistemas naturais e inclui usos urbanos, de suporte urbano, porturios e retroporturios;
III Macrozona do Esturio e canais fluviais, que inclui usos porturios, pesqueiros, de
transporte e navegao e relacionados conservao de ecossistemas naturais, sendo
formada por ambiente aqutico de transio entre canais, rios e o oceano e influenciado
pela variao das mars.
Pargrafo nico. As Macrozonas definidas neste artigo esto delimitadas em planta, na escala
1:50.000, objeto do Anexo I desta lei complementar.
Captulo III
DAS MACROREAS
Art. 36. Para o planejamento e gesto do uso e da ocupao do territrio, o Municpio fica
dividido em seis Macroreas, de acordo com suas caractersticas urbanas, ambientais, sociais e
-
econmicas similares, em relao poltica de desenvolvimento urbano, assim definidas como:
I Macrorea Leste, que a rea urbanizada, com caractersticas diferenciadas, onde se
pretende, atravs da regulamentao dos usos e ndices, o incentivo a novos modelos de
ocupao e, nas reas limtrofes ao Porto e nas retroporturias, caracterizadas pela instalao
de ptios e atividades porturias impactantes, minimizar os conflitos existentes com a malha
urbana;
II Macrorea Centro, que a rea urbanizada, que agrega grande nmero de
estabelecimentos comerciais e de prestadores de servios, bem como o acervo de bens de
interesse cultural, objeto de programa de revitalizao urbana, onde se pretende incentivar a
proteo do patrimnio cultural, a transferncia dos usos no conformes, o incentivo ou a
instalao do uso residencial e, nas reas limtrofes ao Porto e nas retroporturias,
caracterizadas pela existncia de ptios e atividades porturias impactantes, minimizar os
conflitos existentes com a malha urbana;
III Macrorea Noroeste, que a rea com diferentes graus de urbanizao, apresentando
zonas residenciais de baixa densidade e com assentamentos precrios, onde se pretende
incentivar a verticalizao e a ocupao dos vazios urbanos com Empreendimentos
Habitacionais de Interesse Social - EHIS, regularizao fundiria e melhoria das condies
urbanas e ambientais nos assentamentos, incremento dos usos comerciais e de servios no
conflitantes com os residenciais e, nas reas limtrofes ao Porto e nas retroporturias,
caracterizadas pela existncia de ptios e atividades porturias impactantes, minimizar os
conflitos existentes com a malha urbana;
IV Macrorea Morros, que a rea com diferentes graus de urbanizao e diferenas
marcantes quanto oferta de servios, equipamentos e infraestrutura, apresentando zonas
residenciais de baixa densidade e assentamentos precrios, onde se pretende promover a
preservao, conservao, proteo, reduo dos riscos e recuperao das caractersticas
naturais, respeitar as fragilidades geolgico-geotcnicas e de relevo existentes nas reas
propensas ocupao, incentivar a renovao urbana com a oficializao de vias e
disciplinamento dos usos, bem como empreendimentos de interesse social;
V Macrorea Continental, que a rea com sistemas ambientais preservados, parcial ou
totalmente, e zonas residenciais esparsas e de baixa densidade, bem como zonas porturias e
retroporturias, onde se pretende promover a preservao, conservao e recuperao das
caractersticas naturais, respeitar as fragilidades geolgico-geotcnicas e de relevo existentes
nas reas propensas ocupao atravs de usos compatveis com o desenvolvimento
sustentvel;
VI Macrorea Esturio e canais fluviais, que a rea que apresenta sistemas ambientais
preservados, parcial ou totalmente e usos porturios, tursticos e pesqueiros, dentre outros,
sofrendo particularmente os efeitos da poluio das atividades porturias, industriais e
residenciais urbanas desenvolvidas em seu entorno, onde se pretende o desenvolvimento
sustentvel das atividades econmicas, de desenvolvimento de programas de controle
ambiental e saneamento, assim como de remediao e recuperao das reas identificadas
como contaminadas.
-
Pargrafo nico. As Macroreas definidas neste artigo esto delimitadas em planta, na escala
1:50.000, objeto do Anexo II desta lei complementar.
Captulo IV
Das Zonas de Uso e Ocupao do Solo
Art. 37. As zonas de uso e ocupao do solo do Municpio de Santos so pores do territrio
definidas para efeitos de parcelamento, ocupao, aproveitamento e uso do solo, e
encontram-se delimitadas e normatizadas em leis especficas de ordenamento do uso e da
ocupao do solo das Macrozonas Insular e Continental, complementares a este Plano Diretor.
Pargrafo nico. O uso e ocupao nas zonas mencionadas no caput atendero a critrios de
licenciamento de obras e de atividades consoante observncia dos respectivos ndices
urbansticos a serem definidos nas leis especficas de ordenamento do uso e da ocupao do
solo.
Art. 38. A delimitao das zonas de uso e ocupao do solo deve garantir a criao de reas
especficas em que ser estimulado o adensamento sustentvel, junto aos eixos dos sistemas
de transportes de mdia capacidade de carregamento, com incentivos para a produo de
Habitao de Interesse Social HIS e de Habitao de Mercado Popular HMP, por meio de
tipologias plurihabitacionais verticais.
Art. 39. A implementao e a gesto do zoneamento de uso e ocupao do solo deve garantir
a segregao de atividades incompatveis, em funo de porte e natureza das mesmas.
Art. 40. Na ocupao dos lotes deve ser garantida a manuteno de padres de conforto
ambiental e eficincia energtica, a serem fixados em lei especfica, na rea de influncia
direta dos empreendimentos, no que respeita a ventilao e iluminao naturais.
Captulo V
DAS ZONAS ESPECIAIS DE USO E OCUPAO DO SOLO
Art. 41. Para o planejamento e gesto do uso e da ocupao do solo, ficam criadas na
Macrozona Insular as seguintes zonas especiais:
I Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS;
II reas de Proteo Cultural APC;
III Ncleos de Interveno e Diretrizes Estratgicas NIDES;
IV Faixa de Amortecimento FA;
V reas de Adensamento Sustentvel AAS.
Art. 42. As Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS so determinadas pores de territrio
com destinao especfica e que atendem s normas prprias de uso e ocupao do solo,
destinadas regularizao fundiria e urbanstica, produo e manuteno de Habitao de
-
Interesse Social HIS e de Habitao de Mercado Popular HMP, obedecendo seguinte
classificao:
I Zonas Especiais de Interesse Social 1 ZEIS-1, que so reas pblicas ou privadas ocupadas
espontaneamente, parcelamentos ou loteamentos irregulares e/ou clandestinos, incluindo
casos de aluguel de cho, habitados por populao de baixa renda familiar, destinados
exclusivamente regularizao jurdica da posse, legalizao do parcelamento do solo e sua
integrao estrutura urbana e legalizao das edificaes salubres por meio de projeto que
preveja obrigatoriamente o atendimento da populao registrada no cadastro fsico e social da
respectiva ZEIS existente no rgo de planejamento ou de habitao do Municpio;
II Zonas Especiais de Interesse Social 2 ZEIS-2, que so constitudas por glebas ou terrenos
no edificados, subutilizados ou no utilizados, que, por sua localizao e caractersticas, sejam
destinados implantao de programas de Habitao de Interesse Social HIS e de Habitao
de Mercado Popular HMP;
III Zonas Especiais de Interesse Social 3 ZEIS-3, que so reas com concentrao de
edificaes de uso residencial plurihabitacional precrio, nas quais sero desenvolvidos
programas e projetos habitacionais destinados, prioritariamente, ao atendimento da
populao de baixa renda familiar moradora na respectiva ZEIS, conforme cadastro existente
no rgo de planejamento ou de habitao do Municpio.
1 As disposies citadas no inciso I deste artigo podero ocorrer nos casos de regularizao
urbanstica de reas ocupadas por populao de baixa renda, sempre que possvel com o
aproveitamento das edificaes existentes, de novas edificaes em reas parceladas de fato
ou de novas edificaes implantadas atravs de Plano Urbanstico, com parcelamento do solo,
para a fixao da populao de baixa renda, com remanejamento para novas unidades
habitacionais preferencialmente na mesma ZEIS-1.
2 As disposies citadas no inciso II deste artigo podero ocorrer nos casos de edificaes
habitacionais de interesse social, implantadas em sistema virio e loteamentos existentes ou
de edificaes habitacionais de interesse social, cuja implantao seja condicionada
aprovao de Plano Urbanstico, com parcelamento do solo.
3 As disposies citadas no inciso III deste artigo podero ocorrer nos casos de melhoria de
condies de habitabilidade em edificaes de uso residencial plurihabitacional precrio e de
remanejamento de moradores cadastrados para novas unidades habitacionais,
preferencialmente na mesma ZEIS-3.
4 Os projetos de Habitao de Interesse Social HIS de iniciativa estatal devem atender
prioritariamente populao registrada no cadastro fsico e social do Municpio.
Art. 43. As ZEIS-1, ZEIS-2 e ZEIS-3 esto delimitadas em mapa do Municpio que compe o
Anexo I da Lei Complementar n 53, de 15 de maio de 1992.
Art. 44. Para efeito da disciplina de parcelamento, uso e ocupao do solo, as disposies
relativas s Zonas Especiais de Interesse Social, previstas nos Anexos II, III, IV e V da Lei
-
Complementar n 53, de 15 de maio de 1992, prevalecem sobre aquelas referentes a qualquer
outra zona de uso incidente sobre o lote ou gleba.
Art. 45. As reas de Proteo Cultural APC correspondem s reas de interesse cultural,
contendo os Corredores de Proteo Cultural CPC com acervo de bens imveis que se
pretende proteger, ampliando os incentivos recuperao e preservao do conjunto
existente, atravs do instrumento de Transferncia do Direito de Construir TDC previsto
nesta lei complementar e disciplinado por lei especfica.
Art. 46. Os Ncleos de Interveno e Diretrizes Estratgicas NIDES compreendem as pores
do territrio com destinao especfica, incentivos fiscais e normas prprias de uso e ocupao
do solo, visando a uma interveno urbanstica renovadora, capaz de criar condies para o
desenvolvimento social, econmico e ambiental, priorizando as atividades de lazer, cultura,
esporte e turismo.
Art. 47. As Faixas de Amortecimento FA compreendem as reas onde se pretende minimizar
os impactos causados por atividades porturias e retroporturias, de forma a permitir
atividades comerciais e prestadoras de servios compatveis com as reas residenciais.
Art. 48. Lei especfica delimitar reas de Adensamento Sustentvel AAS ao longo dos
sistemas de transporte coletivo de mdia capacidade de carregamento existentes e previstos
na Macrozona Insular.
Art. 49. Nas reas de Adensamento Sustentvel objetiva-se:
I promover maior aproveitamento do solo urbano nas proximidades dos sistemas de
transporte coletivo pblico, com aumento na densidade construtiva, demogrfica, habitacional
e de atividades urbanas articuladas com oferta de servios, equipamentos e infraestruturas
urbanas, adequada ao adensamento previsto;
II incrementar a oferta de comrcios, servios e espaos produtivos nos bairros mais
distantes da regio central, aumentando as oportunidades de trabalho, emprego e gerao de
renda.
III ampliar a oferta de Habitaes de Interesse Social HIS e de Habitao de Mercado
Popular HMP para a populao de baixa e mdia rendas, em reas em que h oferta de
emprego e de atividades econmicas e servios pblicos em nveis adequados ao
adensamento previsto;
IV qualificar as centralidades existentes e estimular a criao de novas centralidades com a
instalao de atividades no residenciais em reas com baixa oferta de oportunidades de
emprego;
V melhorar as condies urbansticas dos bairros existentes com oferta de servios,
equipamentos e infraestruturas urbanas em nveis adequados ao adensamento previsto;
VI melhorar as articulaes entre os sistemas de transportes coletivos e diferentes padres
de uso e ocupao do solo;
-
VII incrementar a oferta de diferentes sistemas de transporte coletivo promovendo
melhorias na qualidade urbana e ambiental do entorno;
VIII promover melhorias na articulao entre os modos motorizados e no motorizados de
transporte, especialmente de pedestres e ciclistas;
IX orientar a produo imobiliria da iniciativa privada de modo a gerar:
a) diversificao nas formas de implantao das edificaes nos lotes;
b) valorizao dos espaos pblicos, reas verdes, espaos livres e paisagem urbana;
c) convivncia adequada entre os espaos pblicos e privados e entre usos residenciais e no
residenciais;
X desestimular o uso do transporte individual.
Captulo VI
DO PARCELAMENTO DO SOLO URBANO
Art. 50. O parcelamento do solo urbano poder ser feito mediante loteamento ou
desmembramento, nos termos da Lei Federal n 6.766, de 19 de dezembro de 1979,
observadas as disposies desta lei complementar e as das legislaes municipal, estadual e
federal pertinentes.
1 Considera-se loteamento a subdiviso de gleba em lotes destinados a edificao, com
abertura de novas vias de circulao, de logradouros pblicos ou prolongamento, modificao
ou ampliao das vias existentes.
2 Considera-se desmembramento a subdiviso de gleba em lotes destinados a edificao,
com aproveitamento do sistema virio existente, desde que no implique na abertura de
novas vias e logradouros pblicos, nem no prolongamento, modificao ou ampliao dos j
existentes.
3 Considera-se lote o terreno servido de infraestrutura bsica cujas dimenses atendam aos
ndices urbansticos definidos em leis especficas de ordenamento do uso e da ocupao do
solo das Macrozonas Insular e Continental para a zona em que se situe.
4 A infraestrutura bsica dos parcelamentos constituda pelos equipamentos urbanos de
escoamento das guas pluviais, iluminao pblica, esgotamento sanitrio, abastecimento de
gua potvel, energia eltrica pblica e domiciliar e vias de circulao.
Art. 51. Somente ser admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em Zona Urbana
ZU, Zona de Expanso Urbana ZEU ou de urbanizao especfica, assim definidas pelo Plano
Diretor ou aprovadas por lei municipal especfica.
Captulo VII
DA REGULARIZAO FUNDIRIA
-
Art. 52. A regularizao fundiria consiste no conjunto de medidas jurdicas, urbansticas,
ambientais e sociais que visam regularizao de assentamentos irregulares e titulao de
seus ocupantes, de modo a garantir o direito social moradia, o pleno desenvolvimento das
funes sociais da propriedade urbana e o direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, conforme disposto na Lei Federal n 11.977, de 07 de julho de 2009, na Lei
Complementar municipal n 778, de 31 de agosto de 2012, e legislao pertinente.
Art. 53. A regularizao fundiria ser implementada nos termos da Lei Complementar
municipal n 778, de 31 de agosto de 2012, e da legislao pertinente que disciplina os
procedimentos para regularizao de assentamentos urbanos consolidados no Municpio de
Santos, inseridos em zonas urbanas ou de expanso urbana.
Art. 54. A regularizao fundiria e urbanstica dos assentamentos urbanos deve atender s
polticas ambientais, de reduo de risco e de habitao, garantindo a funo social da
propriedade urbana.
Art. 55. Para cada assentamento urbano dever ser elaborado um projeto especfico de
regularizao fundiria, segundo procedimentos previstos na legislao municipal.
Art. 56. Os projetos de regularizao fundiria de Interesse Social e de Interesse Especfico
devero considerar as caractersticas da ocupao e da rea ocupada para definir parmetros
urbansticos e ambientais nos termos da Lei Federal n 11.977, de 07 de julho de 2009, da Lei
Federal n 12.651, de 25 de maio de 2012, da Lei Complementar municipal n 778, de 31 de
agosto de 2012, e da Lei Complementar n 53, de 15 de maio de 1992.
Art. 57. Os projetos de regularizao fundiria de Interesse Social devero ser articulados a
estratgias de controle da ocupao irregular.
Captulo VIII
DOS INSTRUMENTOS DE POLTICA URBANA
Art. 58. No planejamento e gesto da poltica urbana do Municpio de Santos, de acordo com o
estabelecido nos artigos 182 e 183 da Constituio Federal, regulamentados pela Lei Federal
n 10.257, de 10 de julho de 2001, sero aplicados os instrumentos nela previstos e os
disciplinados por esta lei complementar.
Art. 59. Os instrumentos de poltica urbana referidos no artigo anterior objetivam promover:
I oferta de equipamentos urbanos e comunitrios, transporte e servios pblicos adequados
aos interesses e necessidades da populao e s caractersticas locais;
II ordenao e controle do uso do solo e da expanso urbana;
III regularizao fundiria e urbanizao de reas ocupadas por populao de baixa renda,
mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanizao, uso e ocupao do solo e
edificao;
IV justa distribuio dos benefcios e nus decorrentes do processo de urbanizao;
-
V adequao dos instrumentos de poltica econmica, tributria e financeira e dos gastos
pblicos aos objetivos do desenvolvimento urbano;
VI recuperao dos investimentos do Poder Pblico de que tenha resultado a valorizao de
imveis urbanos;
VII proteo, preservao e recuperao do meio ambiente natural e construdo, do
patrimnio cultural, histrico, artstico, paisagstico e arqueolgico;
VIII audincia do Poder Pblico municipal e da populao interessada, nos processos de
implantao de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre
o meio ambiente natural ou construdo, o conforto ou a segurana da populao;
IX execuo de programas e Empreendimentos Habitacionais de Interesse Social;
X constituio de reserva fundiria;
XI criao de unidades de conservao ou proteo de outras reas de interesse ambiental;
XII pleno desenvolvimento das funes sociais do espao urbano de forma a garantir o bem-
estar de seus habitantes;
XIII garantia de que a propriedade urbana atenda s exigncias fundamentais de ordenao
da cidade expressas nesta lei complementar, para cumprir a funo social;
XIV garantia de que o proprietrio do solo urbano no edificado, subutilizado ou no
utilizado promova seu adequado aproveitamento para efetivo uso social da terra, utilizando,
se for o caso, a desapropriao do imvel para destinar habitao de baixa renda.
Art. 60. Para fins de aplicao desta lei complementar, sero utilizados entre outros
instrumentos:
I Plano Plurianual;
II Parcelamento do Uso e Ocupao do Solo;
III Zoneamento Ambiental;
IV Diretrizes Oramentrias e Oramento Anual;
V gesto oramentria participativa;
VI planos, programas e projetos setoriais;
VII planos de desenvolvimento econmico e social;
VIII institutos tributrios e financeiros:
a) Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana IPTU progressivo no tempo;
b) contribuio de melhoria;
-
c) incentivos e benefcios fiscais e financeiros.
IX institutos jurdicos e polticos:
a) desapropriao;
b) servido administrativa;
c) limitaes administrativas;
d) tombamento de imveis ou de mobilirio urbano;
e) instituio de unidades de conservao;
f) instituio de Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS;
g) Concesso de Direito Real de Uso CDRU;
h) Concesso de Uso Especial para fins de Moradia CUEM;
i) parcelamento, edificao ou utilizao compulsrios;
j) direito de preempo;
k) direito de superfcie;
l) outorga onerosa do direito de construir OODC e outorga onerosa de alterao de uso
OOAU;
m) transferncia do direito de construir TDC;
n) operaes urbanas consorciadas UOC;
o) regularizao fundiria;
p) referendo e plebiscito;
q) consrcio imobilirio;
r) arrecadao de imveis abandonados;
s) recuperao de reas degradadas.
X Estudo prvio de Impacto Ambiental EIA e Estudo prvio de Impacto de Vizinhana EIV.
1 Os instrumentos mencionados neste artigo regem-se segundo legislao prpria,
observadas as disposies desta lei complementar.
2 Os instrumentos previstos neste artigo, que demandem dispndio de recursos pelo Poder
Executivo municipal, devem ser objeto de controle social, garantida a participao de
comunidades, movimentos e entidades da sociedade civil, por meio dos conselhos e comisses
municipais.
-
Art. 61. Para os efeitos desta lei complementar, so considerados imveis no utilizados no
edificados os lotes e glebas com rea superior a 200,00m2 (duzentos metros quadrados), com
coeficiente de aproveitamento efetivamente utilizado igual a 0 (zero), e localizados nas
seguintes partes do territrio municipal:
I nas Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS;
II na rea de abrangncia do Programa Alegra Centro definida na Lei Complementar
municipal n 470, de 05 de fevereiro de 2003;
III nas reas de Adensamento Sustentvel AAS.
Pargrafo nico. A aplicao do disposto neste artigo aos imveis com rea inferior a
200,00m2 (duzentos metros quadrados) ser objeto de deliberao do Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano CMDU.
Art. 62. So considerados imveis subutilizados edificados os lotes e glebas com rea superior
a 200,00m2 (duzentos metros quadrados) com aproveitamento inferior ao coeficiente de
aproveitamento mnimo definido na lei de ordenamento do uso e da ocupao do solo, e
localizados nas seguintes partes do territrio municipal:
I nas Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS;
II na rea de abrangncia do Programa Alegra Centro definida na Lei Complementar
municipal n 470, de 05 de fevereiro de 2003;
III nas reas de Adensamento Sustentvel AAS.
1 No se enquadram na caracterizao estabelecida no caput e nos incisos anteriores
deste artigo os imveis:
I utilizados com atividades regulares que no necessitam de edificaes para exercer suas
finalidades;
II utilizados com postos de abastecimento de veculos;
III integrantes do Sistema Municipal de reas Verdes e de reas Livres.
2 A aplicao do disposto neste artigo aos lotes com rea igual ou inferior a 200,00m2
(duzentos metros quadrados) ser objeto de deliberao do Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano CMDU.
Art. 63. So considerados imveis no utilizados edificados, aqueles com aproveitamento igual
ou superior ao coeficiente de aproveitamento mnimo definido na Lei de Ordenamento do Uso
e da Ocupao do Solo e que estejam desocupados por mais de 1 (um) ano ininterrupto,
conforme constatado pela fiscalizao municipal competente, ressalvados os casos em que a
no ocupao decorra de impossibilidades jurdicas ou pendncias judiciais, localizados nas
seguintes partes do territrio:
I nas Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS;
-
II na rea de abrangncia do Programa Alegra Centro definida na Lei Complementar
municipal n 470, de 05 de fevereiro de 2003;
III nas reas de Adensamento Sustentvel AAS.
Art. 64. Os proprietrios dos imveis referidos nos artigos anteriores sero notificados pelo
rgo competente do Poder Executivo para cumprimento da obrigao de parcelar, edificar ou
utilizar, devendo a notificao ser averbada no cartrio de registro de imveis.
1 Os proprietrios notificados devero protocolizar pedido de aprovao de projeto de
parcelamento ou edificao, no prazo mximo de 1 (um) ano do recebimento da notificao.
2 O parcelamento ou edificao dever ser iniciado no prazo mximo de 2 (dois) anos a
contar da data da aprovao do projeto.
3 A transmisso do imvel, por ato inter vivos ou causa mortis, posterior data da
notificao, transfere as obrigaes de parcelamento, edificao ou utilizao previstas nesta
lei complementar, sem interrupo de quaisquer prazos.
4 O Poder Executivo municipal dever elaborar e dar publicidade do levantamento dos
imveis enquadrados nas situaes descritas nos artigos 60 a 63 no prazo de um ano a partir
da regulamentao desta lei complementar.
Art. 65. O imvel ou a edificao no utilizados devero estar ocupados no prazo mximo de 1
(um) ano, a partir da data do recebimento da notificao.
Art. 66. O descumprimento das condies e dos prazos previstos nos artigos anteriores
implicar a incidncia do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana IPTU
progressivo no tempo, mediante a aplicao das seguintes alquotas:
I imvel edificado:
a) 1,5% (um e meio por cento) no 1 (primeiro) ano;
b) 3,0% (trs por cento) no 2 (segundo) ano;
c) 6,0% (seis por cento) no 3 (terceiro) ano;
d) 12,0% (doze por cento) no 4 (quarto) ano;
e) 15,0 % (quinze por cento) no 5 (quinto) ano.
II imvel no edificado:
a) 3,0% (trs por cento) no 1 (primeiro) ano;
b) 6,0% (seis por cento) no 2 (segundo) ano;
c) 9,0% (nove por cento) no 3 (terceiro) ano;
d) 12,0% (doze por cento) no 4 (quarto) ano;
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e) 15,0 % (quinze por cento) no 5 (quinto) ano.
1 Alcanada alquota mxima prevista na alnea e dos incisos I e II, sem que o proprietrio
tenha cumprido a obrigao de parcelamento, edificao ou utilizao, o Municpio manter a
cobrana pela alquota mxima, at que seja cumprida a referida obrigao, garantida a
prerrogativa prevista no pargrafo 3.
2 vedada a concesso de isenes ou de anistias relativas ao IPTU progressivo no tempo.
3 Decorridos 5 (cinco) anos de cobrana do IPTU progressivo no tempo sem que o
proprietrio tenha cumprido a obrigao de parcelamento, edificao ou utilizao, o
Municpio poder proceder desapropriao do imvel com pagamento em ttulos da dvida
ativa, na forma prevista na Seo VI do Captulo II da Lei Federal n 10.257, de 10 de julho de
2001 Estatuto da Cidade.
Art. 67. Considera-se consrcio imobilirio a forma de viabilizao de planos de urbanizao
ou edificao por meio da qual o proprietrio transfere ao Poder Executivo municipal seu
imvel e, aps a realizao das obras, recebe, como pagamento, unidades imobilirias
devidamente urbanizadas ou edificadas.
1 O Poder Executivo municipal poder facultar ao proprietrio de rea atingida pela
obrigao de parcelamento, edificao ou utilizao do solo urbano no edificado, subutilizado
ou no utilizado, a requerimento deste, o estabelecimento de consrcio imobilirio como
forma de viabilizao financeira do aproveitamento do imvel.
2 A instituio do consrcio imobilirio depender do juzo de convenincia e oportunidade
do Poder Executivo municipal e dever atender a uma das seguintes finalidades:
I promover Habitao de Interesse Social HIS e Habitao de Mercado Popular HMP;
II implantar equipamentos urbanos e comunitrios em terrenos vazios;
III melhorar a infraestrutura urbana local.
3 O valor das unidades imobilirias a serem entregues ao proprietrio ser correspondente
ao valor do imvel antes da execuo das obras, observado o disposto nos incisos I e II do
pargrafo 2 do artigo 8 da Lei Federal n 10.257, de 10 de julho de 2001 Estatuto da
Cidade.
Art. 68. Para os efeitos desta lei complementar, considera-se direito de preempo a
preferncia conferida ao Poder Pblico municipal para a aquisio de imvel urbano objeto de
alienao onerosa entre particulares, pelo prazo de 5 (cinco) anos, renovvel a partir de um
ano aps o decurso do prazo inicial de vigncia.
Pargrafo nico. A renovao prevista neste artigo ocorrer por ato do Chefe do Poder
Executivo.
Art. 69. O direito de preempo incidir nos imveis situados nas reas definidas como Zonas
Especiais de Interesse Social ZEIS, e em outras reas urbanas delimitadas em lei especfica, a
ser elaborada no prazo de 180 (cento e oitenta) dias aps a publicao desta lei
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complementar, para as finalidades previstas no artigo 26 da Lei Federal n 10.257, de 10 de
julho de 2001 Estatuto da Cidade.
Art. 70. O proprietrio dever notificar sua inteno de alienar o imvel, para que o Municpio
manifeste por escrito seu interesse em adquiri-lo no prazo mximo de 30 (trinta) dias,
conforme previsto no artigo 27, da Lei Federal n 10.257, de 10 de julho de 2001 Estatuto da
Cidade.
1 A notificao mencionada no caput ser anexada proposta de compra assinada por
terceiro interessado na aquisio do imvel, da qual constaro preo, condies de pagamento
e prazo de validade.
2 O Municpio far publicar, em rgo oficial e em pelo menos um jornal local ou regional
de grande circulao, edital de aviso de notificao recebida nos termos do caput e da
inteno de aquisio do imvel nas condies da proposta apresentada.
3 Transcorrido o prazo mencionado no caput, sem manifestao, fica o proprietrio
autorizado a realizar a alienao para terceiros, nas condies da proposta apresentada.
4 Concretizada a venda a terceiro, o proprietrio fica obrigado a apresentar ao Municpio,
no prazo de 30 (trinta) dias, cpia do instrumento pblico de alienao do imvel.
5 A alienao processada em condies diversas da proposta apresentada nula de pleno
direito.
6 Ocorrida a hiptese prevista no pargrafo anterior, o Municpio poder adquirir o imvel
pelo valor de base de clculo do IPTU ou pelo valor indicado na proposta apresentada, se este
for inferior quele.
Art. 71. Poder ser outorgada Concesso de Direito Real de Uso CDRU, nos termos da Lei
Federal n 10.257, de 10 de julho de 2001 Estatuto da Cidade, de terrenos pblicos para fins
de urbanizao, industrializao, edificao, cultivo de terra ou utilizao de interesse social.
Art. 72. Poder ser concedido o Direito Real de Uso aos ocupantes de imvel em rea urbana,
de propriedade do Municpio, de suas autarquias, fundaes, empresas pblicas e sociedades
de economia mista, definidas como prioritrias para este fim, no urbanizadas ou edificadas
anteriormente ocupao, que a tenham estabelecido moradia, que no sejam proprietrios
de outro imvel e que comprovem baixa renda, mediante o preenchimento, pelos mesmos,
das seguintes condies:
I utilizao da rea, desde o incio de sua posse, para residncia prpria ou de sua famlia,
por cinco anos at a data de publicao desta lei complementar, ininterruptamente e sem
oposio;
II utilizao do espao ocupado, por indivduo, ou unidade familiar, no superior a 200,00m2
(duzentos metros quadrados), respeitados os direitos adquiridos at a publicao desta lei
complementar;
III comprovao de renda e de no ser proprietrio de qualquer imvel urbano ou rural.
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1 Considera-se baixa renda, para os fins previstos no caput, a unidade residencial cuja
famlia tenha renda mensal no superior a 10 (dez) salrios mnimos nacionais.
2 A CDRU, de que trata esta lei complementar, ser precedida de desafetao, quando
necessria, outorgada de forma onerosa, mediante avaliao prvia e contrato, dispensada a
licitao por se tratar de matria de relevante interesse social.
3 Aps o devido cadastro socioeconmico dos ocupantes, o preo pela ocupao ser
definido em decreto, pelo Poder Executivo.
4 O contrato dever ser formalizado mediante escritura pblica e registrado no cartrio de
registro de imveis e sua extino, averbada.
5 A concesso ser conferida ao homem ou a mulher, ou a ambos, independentemente do
estado civil.
6 Esse direito no ser reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
Art. 73. A CDRU aplicar-se- somente classe de bens dominiais de propriedade plena ou de
direitos reais do Municpio, de suas autarquias, fundaes e sociedades de economia mista,
no sendo passveis de outorga:
I as reas localizadas no topo de morro, exceto as situadas em Zonas Especiais de Interesse
Social do tipo I, e reas de preservao permanente;
II as reas cujas caractersticas geolgicas e topogrficas as tornam inaptas ao uso
residencial;
III as reas cuja utilizao para moradia impeam o pleno uso de locais pblicos ou que j
tenham sido objeto de investimentos de recursos pblicos de infraestrutura, tais como vias,
praas, equipamentos sociais e edifcios pblicos com construes iniciadas;
IV as reas j comprometidas pelo Municpio, suas autarquias, empresas pblicas ou
sociedades de economia mista;
V as reas urbanizadas ou edificadas antes da ocupao.
Pargrafo nico. Para os efeitos desta lei complementar, consideram-se reas urbanizadas ou
edificadas, respectivamente:
I aquelas que tenham acesso via pblica com a sua diviso em lotes residenciais,
unifamiliares ou as reas privativas condominiais;
II aquelas em que existam edificaes cuja rea de projeo no solo corresponda a um
percentual da rea total igual ou maior do que 20% (vinte por cento) para taxa de ocupao
aplicvel no caso.
Art. 74. O direito real de uso poder ser conferido de forma individualizada ou coletiva, pelo
prazo de 30 (trinta) anos, prorrogvel sempre que necessrio.
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1 Na concesso do direito real de uso de forma coletiva, ser atribuda igual frao ideal de
terreno a cada possuidor, independentemente da dimenso do terreno que cada um ocupe,
salvo hiptese de acordo escrito entre os ocupantes, estabelecendo fraes ideais
diferenciadas.
2 A frao ideal atribuda a cada possuidor no poder ser superior a 200,00m2 (duzentos
metros quadrados).
Art. 75. A CDRU resolver-se-, antes de seu termo, em favor do Municpio, se o beneficirio
inadimplir o preo, emitir declarao inverdica, transferir, transmitir, ceder o imvel a
terceiros, a qualquer ttulo, der destinao diversa de moradia, utilizar ou construir em
desacordo com a legislao municipal ou tornar-se proprietrio de imvel, sem que ao
beneficirio assista direito indenizao por benfeitorias de qualquer espcie.
Pargrafo nico. Nas situaes previstas no caput, ou em caso de desuso, abandono e
renncia do beneficirio, ao Municpio fica reservado o direito de decidir sobre nova
concesso, nos termos desta lei complementar.
Art. 76. No caso de morte do titular do direito real de uso, ser respeitada a ordem de vocao
hereditria para fins de outorga de nova concesso aos sucessores, mediante apresentao de
alvar judicial.
Pargrafo nico. No havendo sucessores, o bem objeto da concesso retornar ao Municpio.
Art. 77. Os critrios para definio das reas prioritrias para CDRU respeitaro os seguintes
requisitos:
I grau de organizao da comunidade;
II nmero de pessoas beneficiadas;
III trabalhos de regularizao fundiria ou urbanstica em andamento no Municpio;
IV viabilidade tcnica, topogrfica e ambiental;
V grau de infraestrutura instalada;
VI existncia de processo administrativo solicitando a concesso do direito real de uso;
VII encaminhamento de requerimento coletivo por associaes de moradores.
Art. 78. Fica o Poder Executivo autorizado a elaborar planos de urbanizao especficos para as
reas objeto de CDRU.
Art. 79. A arrecadao de Bens Imveis Abandonados ser exercida pelo Municpio sobre o
imvel que atenda s condies de abandono estabelecidas na Lei Federal n 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 Cdigo Civil, em especial se o proprietrio no tiver interesse em conserv-
lo, o imvel no estiver ocupado e os impostos municipais de propriedade no estiverem
pagos.
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1 A arrecadao de Bens Imveis Abandonados ser regulamentada em lei especfica, a ser
elaborada no prazo de 180 (cento e oitenta) dias aps a publicao desta lei complementar.
2 O Poder Executivo municipal dever elaborar e dar publicidade do levantamento dos
imveis enquadrados nas situaes descritas no caput, no prazo de um ano a partir da
regulamentao desta lei complementar.
Art. 80. O Municpio poder coordenar a implantao de Operaes Urbanas Consorciadas
OUC para promover a reestruturao, recuperao e melhoria ambiental e de espaos urbanos
de setores da cidade com efeitos positivos na qualidade de vida, no atendimento s
necessidades sociais e na efetivao de direitos sociais.
Art. 81. As OUC atendero s disposies da Lei Federal n 10.257, de 10 de julho de 2001
Estatuto da Cidade, e sero criadas por leis especficas, tendo por finalidades, conforme o
caso:
I implantao de equipamentos estratgicos para o desenvolvimento urbano;
II otimizao de reas envolvidas em intervenes urbansticas de porte e reciclagem de
reas consideradas subutilizadas;
III implantao de programas de Habitao de Interesse Social HIS, de Habitao de
Mercado Popular HMP e Habitao de Mercado HM, cujos percentuais sero definidos nas
leis especficas das OUC;
IV ampliao e melhoria do sistema de transporte coletivo pblico;
V implantao de espaos pblicos;
VI valorizao e criao de patrimnio ambiental, histrico, arquitetnico, cultural e
paisagstico;
VII melhoria e ampliao da infraestrutura e do sistema virio;
VIII desenvolvimento econmico e dinamizao de reas visando gerao de empregos.
Art. 82. Lei municipal delimitar as reas de incidncia das OUC, nas Macroreas Centro e
Leste, no prazo de 6 (seis) meses aps a publicao desta lei complementar.
Art. 83. A regularizao de construes, reformas ou ampliaes executadas em desacordo
com a legislao regulamentadora do Plano Diretor de Desenvolvimento e Expanso Urbana
do Municpio de Santos somente ocorrer por meio de lei municipal especfica, delimitando
Operao Urbana Consorciada, nos termos dos pargrafos 1 e 2 do artigo 32 da Lei Federal
n 10.257, de 10 de julho de 2001.
Pargrafo nico. Exclui-se da exigncia de incluso em Operao Urbana Consorciada a
regularizao de construes em Zonas Especiais de Interesse Social.
TTULO III
ESTRUTURA URBANA E AMBIENTAL
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Art. 84. Conforme definies estabelecidas nesta lei complementar, integram a estrutura
urbana e ambiental do Municpio:
I Sistema de Mobilidade e Acessibilidade Urbanas;
II Sistemas Municipais de reas Verdes e de Espaos Livres;
III Sistema Municipal de Saneamento Ambiental;
IV Sistema Municipal de Equipamentos Urbanos e Sociais;
Captulo I
Sistema Municipal de Mobilidade e Acessibilidade Urbanas
Art. 85. O Sistema de Mobilidade e Acessibilidade Urbanas definido pelo conjunto de
servios, equipamentos, infraestruturas e instalaes operacionais necessrias ampla
mobilidade de pessoas, bens, mercadorias e cargas pelo territrio municipal.
Art. 86. So componentes do Sistema de Mobilidade e Acessibilidade Urbanas:
I sistemas virio e hidrovirio;
II sistema de transporte coletivo pblico;
III sistema ciclovirio.
Seo I
Da Estruturao dos Sistemas Virio e Hidrovirio Municipais
Art. 87. A estruturao dos Sistemas Virio e Hidrovirio Municipais definida pelo conjunto
de infraestruturas necessrias para a circulao de bens e pessoas, composto por vias
terrestres e hidrovias.
Art. 88. O Sistema Virio Municipal compe-se do conjunto de vias terrestres, que obedecer
hierarquia e s diretrizes a serem regulamentadas em leis especficas atendendo ao disposto
na Lei Federal n 9.503, de 23 de setembro de 1997 Cdigo de Trnsito Brasileiro, a saber:
I vias de trnsito rpido;
II vias arteriais;
III vias coletoras;
IV vias locais;
V ciclovias;
VI vias de circulao de pedestres.
-
Art. 89. As prioridades para melhoria e implantao de vias sero determinadas pelas
necessidades do transporte coletivo, pela complementao de ligaes entre bairros e pela
integrao entre os municpios da Regio Metropolitana da Baixada Santista RMBS.
Art. 90. O Municpio regulamentar o estacionamento de veculos privados e de transporte
fretado nas vias, o servio de txis e lotaes, a implantao de vias destinadas ao trnsito de
bicicletas, bem como a circulao de veculos transporte de cargas.
Art. 91. O passeio, como parte integrante da via pblica, e as vias de pedestre destinam-se
exclusivamente circulao dos pedestres com segurana e conforto, nelas sendo garantida a
acessibilidade universal.
Pargrafo nico. A forma utilizao dos passeios pblicos e das vias de pedestres, incluindo a
instalao de mobilirio urbano, dever ser objeto de lei especfica.
Art. 92. A realizao de atividades temporrias e a implantao e o funcionamento de Polos
Atrativos de Trnsito e Transporte, por transporte coletivo ou individual, de pessoas ou de
cargas, sero regulamentadas por lei.
Pargrafo nico. A realizao de eventos ou manifestaes e a implantao e o funcionamento
de Polos Atrativos de Trnsito e Transporte devero estar condicionados ao equacionamento
do servio de transporte coletivo e do sistema virio.
Art. 93. A circulao e presena de cargas perigosas, em locais pblicos ou privados, no
territrio do Municpio devero ser objeto de regulamento especfico.
Art. 94. A instalao ou a reforma com ampliao da capacidade de aerdromos e heliportos
ficaro condicionadas apresentao de Estudo e Relatrio de Impacto Ambiental EIA/RIMA.
Pargrafo nico. A instalao e operao de helipontos ficam condicionadas apresentao
do Estudo de Impacto de Vizinhana EIV, conforme regulamentado em lei especfica, e
autorizao do Comando Areo COMAR.
Art. 95. O Sistema Hidrovirio Municipal compe-se do conjunto de vias navegveis,
naturalmente ou aps a realizao de obras, compostas pelos canais fluviais e estuarinos, que
obedecer hierarquia e s diretrizes a serem regulamentadas em leis especficas, atendendo
s diretrizes da Poltica Nacional de Transporte Hidrovirio elaborada a partir das metas do
Plano Nacional de Logstica e Transportes e em alinhamento com o Plano Nacional sobre
Mudanas do Clima e do Plano Diretor de Desenvolvimento de Transportes do Estado de So
Paulo PDDT.
Art. 96. O Municpio regulamentar as diretrizes do Sistema Hidrovirio Municipal para o
fomento navegao interior, visando o transporte de passageiros e de cargas, em
consonncia com os preceitos de garantia dos usos mltiplos das guas, planejamento
integrado dos recursos hdricos e com as polticas metropolitanas para o setor.
Seo II
Da Estruturao do Sistema de Transporte Coletivo
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Art. 97. O Sistema de Transporte Coletivo composto pelo conjunto de modos e servios que
realizam o servio pblico de transporte de passageiros, acessvel a toda a populao
mediante pagamento individualizado, com itinerrios e preos fixados pelo Poder Pblico,
conforme as definies da legislao federal pertinente.
Art. 98. So componentes do Sistema de Transporte Coletivo:
I veculos que realizam o servio de transporte pblico coletivo;
II estaes, pontos de parada e terminais de integrao e transbordo;
III vias especficas e faixas de rolamento;
IV ptios de manuteno e estacionamento;
V instalaes e edificaes de apoio ao sistema.
Seo III
Da Estruturao do Sistema Ciclovirio
Art. 99. O Sistema Ciclovirio caracterizado pela circulao de veculos no motorizados e
movidos a trao humana, que devem ser articulados ao sistema de transporte coletivo
pblico e programas de incentivo ao uso de bicicletas como meio de transporte urbano.
Art. 100. O Sistema Ciclovirio compe-se de:
I ciclofaixas e ciclovias;
II equipamentos urbanos como bicicletrios e estaes de integrao com o sistema de
transporte pblico.
Captulo II
SISTEMA MUNICIPAL DE REAS VERDES E DE ESPAOS LIVRES
Art. 101. O Sistema Municipal de reas Verdes e de Espaos Livres definido pelo conjunto de
espaos vegetados ou no, destinados implantao de reas verdes e/ou de reas livres sem
vegetao, de propriedade pblica ou privada, delimitados em lei especfica, tendo como
objetivos proteo e preservao da qualidade ambiental e o desenvolvimento sustentvel do
Municpio.
Art. 102. Os Sistemas Municipais de reas Verdes e de Espaos Livres compem-se de:
I reas verdes e espaos livres de propriedade pblica:
a) Unidades de Conservao de Proteo Integral integrantes do Sistema Nacional de Unidades
de Conservao;
b) Parque Zoobotnico Orquidrio Municipal de Santos;
c) Jardim Botnico Chico Mendes;
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d) Parque Municipal Roberto Mrio Santini;
e) Aqurio Municipal;
f) jardins das praias, praas e parques;
g) reas verdes e livres do sistema virio;
h) reas verdes e livres de instituies e servios pblicos;
i) reas verdes originrias de parcelamento do solo;
II reas verdes e espaos livres de propriedade particular:
a) unidades de conservao de uso sustentvel;
b) reas verdes e espaos livres de instituies e servios privados;
c) reas verdes e espaos livres de imveis isolados;
d) reas verdes e espaos livres de imveis em condomnios;
e) clubes esportivos sociais.
Art. 103. Os parques, as reas verdes e os espaos livres a serem implantados integraro o
Sistema Municipal de reas Verdes e de Espaos Livres.
Art. 104. Nos espaos livres de arruamento e de reas verdes pblicas, existentes e futuras,
integrantes dos Sistemas Municipais de reas Verdes e Espaos Livres, podero ser
implantadas instalaes de lazer e recreao de uso coletivo, obedecendo-se os parmetros
urbans