lab design – mudança de estratégia na definição de foco

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Lab Design – Mudança de Estratégia na Definição de Foco MACEDO, Mayara Atherino, UDESC [email protected] ROSA, Silvana Bernardes. Doutora. UDESC [email protected] Resumo O objetivo deste trabalho é expor o desenvolvimento do Laboratório de Design da UDESC, através de um breve relato histórico dos seus sete anos de existência, analise da situação atual, exposição do novo posicionamento, e discussão de mudança de estratégia. Palavras-chaves: design, gestão e estratégia.

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O objetivo deste trabalho é expor o desenvolvimento do Laboratório de Design da UDESC, através de um breve relato histórico dos seus sete anos de existência, analise da situação atual, exposição do novo posicionamento, e discussão de mudança de estratégia.

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Page 1: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

Lab Design – Mudança de Estratégia na Definição de Foco

MACEDO, Mayara Atherino, [email protected]

ROSA, Silvana Bernardes. Doutora. [email protected]

Resumo

O objetivo deste trabalho é expor o desenvolvimento do Laboratório de Design da UDESC,

através de um breve relato histórico dos seus sete anos de existência, analise da situação

atual, exposição do novo posicionamento, e discussão de mudança de estratégia.

Palavras-chaves: design, gestão e estratégia.

Page 2: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

INTRODUÇÃO

O Laboratório de design da UDESC – Lab Design consiste em um projeto de

Extensão que já se faz presente na Universidade do Estado de Santa Catarina há sete anos,

tendo começado suas atividades em 01/05/2000, a partir da iniciativa dos professores e

Alexandre Amorim dos Reis junto com a Professora Silvana Rosa.

Objetiva gerar demanda para os egressos, melhor preparar os alunos do curso de

Design, estreitando relações entre o mercado produtivo e a atividade acadêmica. Visa

também, a ser um importante instrumento na formação de uma imagem de qualidade do

Design catarinense, trazendo reconhecimento ao curso de Design da UDESC, seus alunos,

ex-alunos e corpo docente por seus níveis de excelência.

O presente artigo faz ligeira uma abordagem histórica dos seus 7 anos de atuação,

dando enfoque para mudança de estratégia na definição de foco, a mudança de estratégia

considerando esta revisão de objetivo, e os novos desafios para os próximos anos.

METODOLOGIA

A presente pesquisa, no tocante à sua natureza, apresenta a forma de pesquisa

aplicada. Isto implica em que não se está interessado unicamente em explicações, mas na

possibilidade da solução de problemas concretos.

Em relação à forma de abordagem da pesquisa, esta se trata de uma abordagem

qualitativa. Neste sentido busca-se um esclarecimento conceitual, na forma de explicações

e hipóteses, muito mais do que meramente grandezas e índices numéricos. Embora isso

não afaste a possibilidade de se recorrer a procedimentos de quantificação, na medida em

que isso tender aos interesses gerais do projeto.

Com base nos objetivos deste trabalho, a metodologia empregada é do tipo

exploratória, a partir da delimitação de um objeto de estudo – o Lab Design, por meio da

analise histórica, e as estratégias atuais.

Sendo assim, quanto aos procedimentos, a pesquisa será bibliográfica, para

esclarecimento de conceitos; e estudo de caso, coletando dados por meio de entrevistas,

observação de casos semelhantes já existentes, e aplicação do conhecimento adquirido em

um caso real – Lab Design.

Page 3: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

HISTÓRICO DO LAB DESIGN

O Lab Design iniciou seu funcionamento em 01/05/2000; dividindo seu espaço

com o Projeto Geometrando1 por um ano. Neste seu primeiro ano possuiu na sua maior

parte projetos internos, que o ajudaram na sua atuação posterior.

01/05/2000 até 01/06/2001Recursos - Humanos Projetos Parcerias Estrutura física

Prof. Alexandre -Orientador

Identidade Visual Labdesign

UDESCCNPq

Herdada do projeto Geometrando.

Prof.ª Silvana - Administrativo

Ana – Bolsista de extensão

Kely - Bolsista de extensão

Total – 2 alunos 1 projeto 2 parceiros -

No seu segundo ano de existência o Labdesign apresentou poucas mudanças. No

período de 01/06/2001 até 01/06/2002 dividia ainda espaço com o projeto Geometrando, e

estava buscando uma melhor estruturação.

01/06/2001 a 01/06/2002Recursos - Humanos Projetos Parcerias Estrutura física

Prof. Omar –Orientador

Mobiliário Museu Folder Abca

UDESCHerdada do projeto

Geometrando.

Prof.ª Silvana - AdministrativoAna – Bolsista de extensãoAlexandre – Bolsista de extensão

Total – 2 alunos 2 projetos 1 parceiro -

No terceiro ano de atuação do laboratório (2002 a metade do ano de 2003), este

conquistou seu espaço físico próprio (não dividia mais espaço com o Projeto

Geometrando). Com objetivo dar continuidade ao projeto de extensão, iniciou-se uma

nova forma de desempenho, partindo da necessidade de planejar a sua futura atuação.

Além de prestar serviços a empresas, o Labdesign começou a abrigar projetos de pesquisa

e bolsistas de trabalho que prestavam serviços à própria Universidade.

1 Desenvolvimento de um ambiente hipermídia para aprendizagem voltado para a construção dos conhecimentos geométricos tendo como metáfora a História da Arte.

Page 4: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

01/06/2002 até 01/06/2003Recursos - Humanos Projetos Parcerias Estrutura física

Prof.ª Gabriela -Orientador

TODOS

UDESCSEBRAE

Herdada do projeto

Geometrando.

Prof.ª Silvana - Administrativo

TODOS

Karina – Bolsista de extensão Diana – Bolsista de extensão

Elaboração das placas de sinalização do Laboratório de Metal-mecânica.

Criação de etiquetas e mural do Labdesign.

Criação de marcas e aplicações do III Fórum Brasil Esporte

Desenvolvimento identidade visual Nova Esperança

Identidade Visual Biomecânica Aquática.

Suzana - aluno projeto temporárioJorge - aluno projeto temporárioLeandro - aluno projeto temporário

HZ - Escritório Virtual

Maria Claudia - Caroline

Didática do Design – Projeto de Pesquisa

Ézio Prestação de serviços ao

PROCOM-Pró Reitoria Comunitária.

Mauricio Voluntário Guilherme Voluntário

Aldriwn Identidade Visual: SEBRAE -

Usina do leite Total – 11 alunos 10 projetos 2 parceiros

Entrando no quarto de funcionamento, sentiu-se um aumento na procura por

serviços de design gráfico. Para atender a demanda do mercado, o Lab Design, além de

possuir os bolsistas de extensão, passou a abrigar bolsistas temporários, contratados

apenas pelo período do projeto. Desta forma o Labdesign pôde oferecer mais oportunidade

aos alunos e atender a mais projetos. O extremo da demanda de design gráfico fez com

que os bolsistas fixos do laboratório (bolsistas de extensão) fossem unicamente da

habilitação demandante. Desta forma estava-se rendendo às demandas naturais e

confirmando as dificuldades de prospecção de projetos de design industrial. Diante desta

constatação se fez a opção de prospectar.

01/06/2003 a 01/06/2004

Recursos - HumanosProjetos Parcerias Estrutura

físicaProf.ª Gabriela -Orientador

TODOS UDESCSEBRAE

Projeto Via design +

Page 5: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

CERTI

1 servidor,6

computadores1 Notebook1 impressora

Prof.ª Silvana - Administrativo

TODOS

Julio – Bolsista de extensãoJean – Bolsista de extensão

Reformulação da Identidade Gráfica – Cimject.

Criação da Identidade Visual – Credence.

Identidade corporativa – Nepegem. Layout do site – Labdesign Identidade Visual Clinica Biguaçu.

AlineNatachaRaquel

Identidade Visual da BU - Biblioteca Universitária.

RenatoWillian

Site para a Secretária da Educação - PMF

PauloGeraldo

Projeto Home Page do CEART

Suzana – Designer JuniorDeleo – informáticaCaroline –Bolsista

Inicio projeto Via design em 04/11/2003 Desenvolvimento de produto Arte de

Sobra – Artesãs de Capivari de Baixo Desenvolvimento de produto –

Sabonetes Armazém

RaquelPauloGeraldo

Criação Home Page do CEART

AlineNatacha

Identidade Visual BU-Biblioteca universitária da UDESC

RenatoWillian

Site da PMF – Secretária da educação

Total – 19 alunos 14 projetos 3 parceiros

De 2003 para 2004, houve um explicito salto quantitativo em termos de projetos e

de recursos humanos do Lab Design. Foram percebidas as limitações de espaço e de

equipamentos nas dependências do Laboratório. A gestão passou a ser dificultada visto

que o crescimento não estava planejado e os dados e as condições de cada projeto, assim

como as equipes e os processos se tornam mutantes e efêmeros. Percebeu-se que o excesso

de pessoas dificultava o trabalho das equipes, que os prazos de entrega não

necessariamente estavam sendo cumpridos em sua totalidade e muito da vida acadêmica

interferia na ação de projeto.

01/06/2004 a 01/06/2005

Recursos - HumanosProjetos Parcerias Estrutura

físicaProf.ª Gabriela -Orientador

TODOS

UDESCSEBRAE

MEC-SESUCERTI

Projeto Via design +

1 servidor,6

computadores1 Notebook1 impressora

Prof.ª Silvana - Administrativo

TODOS

Rafaela – Bolsista de extensãoWillian – Bolsista de extensão

Semana Inclusiva – Folder, Identidade Visual - Dialog Calendário acadêmico CEART

Page 6: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

Rafael Continuação -Identidade Visual da BU -

Biblioteca Universitária.

SuzanaDeleoNatachaCarolineMarcoAdelitaMichelle

Continuação Desenvolvimento de produto Arte de Sobra – Artesãs de Capivari de Baixo

Desenvolvimento de produtos Artezém – Artesãs de Armazém

Desenvolvimento de produtos Toca Tapetes – Artesãos de Ararângua.

Desenvolvimento Pré para Projeto.AlbertRicardo

Pesquisa – Física para design e Marketing para design.

Luana Gestão da marca da UDESC

NatachaMariana

Inicio Projeto MEC/SESU – Casa Familiar Rural – Armazém SC

Total – 15 alunos 11 projetos 4 parceiros

Em meados de 2005, tem inicio o projeto Via Design, cuja inserção no Laboratório

injetou novos equipamentos no Laboratório, e 6 novas estações de trabalho foram

adquiridas, garantindo a mobilidade pela aquisição de um notebook e novos servidores de

rede, assim como um cabeamento estruturado para telefone e dados. Os projetos entrantes

nesta unidade de design passaram a demandar mais recursos humanos e melhor

distribuição de tarefas. A falta de gerenciamento tornava onerosa a busca de dados,

quando necessários.

01/06/2005 a 30/11/2005

Recursos - HumanosProjetos Parcerias Estrutura

físicaProf.ª Gabriela -Orientador

TODOS

UDESCSEBRAE

MPEMEC-SESU

CERTI

Projeto Via design +

1 servidor,6

computadores1 Notebook1 impressora

Prof.ª Silvana - administrativo

TODOS

Adelita – Bolsista de extensãoAmanda – Bolsista de extensão

Identidade Visual – Mestrado de Engenharia de Materiais

Identidade visual – Lingerie Diagnóstico Coepad – Cooperativa

especial de Pais, Amigos e Portadores de Deficiência.

Rafael Continuação -Identidade Visual da BU -

Biblioteca Universitária.

Page 7: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

SuzanaNatachaAdelitaMichelle

Continuação - Desenvolvimento de produtos Toca Tapetes – Artesãos de Ararângua.

Desenvolvimento Pré para Projeto. Diagnóstico Escola de Oleiros - São

JoséMayara Pesquisa – Ensino de Gestão do Design

Soraya Gestão da marca da UDESC

Mariana Continuação Projeto MEC/SESU – Casa

Familiar Rural – Armazém SC

Total – 10 alunos 10 projetos 5 parceiros

Findo 2005 e principio de 2006 ocorre o processo inverso ao ocorrido em 2003, a

redução de projetos, visando o aumento da qualidade dos projetos. O número de pessoas

foi reduzido pelo processo de renovação de bolsas. Esta estratégia de amadurecimento

começa a ser notada, os projetos se tornam mais responsáveis. Entretanto começa surgir a

necessidade de aquisição de conhecimento em gestão por parte da liderança do laboratório.

O processo de capacitação da liderança iniciou com a adesão ao Ciclo 2004/2005 do

Programa de Excelência na Gestão de Unidades de Design, estendendo-se na realização de

cursos como Empretec, capacitações em design estratégico e consultoria.

30/11/2005 a 01/06/2006

Recursos - HumanosProjetos Parcerias Estrutura

físicaProf.ª Gabriela -Orientador

TODOS

UDESCSEBRAE

Projeto Via design +

1 servidor,6

computadores1 Notebook1 impressora

Prof.ª Silvana - administrativo

TODOS

Amanda – Bolsista de extensãoDaniel – Bolsista de ExtensãoElisa – Bolsista de ExtensãoÂngela – Bolsista de Extensão

Projeto de Design de Louças para Olaria São José

Mayara Pesquisa – Ensino de Gestão do Design

Soraya Gestão da marca da UDESC

Total – 6 alunos 3 projetos 2 parceiros

Page 8: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

Em dezembro de 2005 ocorreu avaliação do Programa Nacional da Qualidade ,

onde o Lab Design obteve 80 pontos. A partir deste resultado, o laboratório inicia uma

nova fase, uma reestruturação. Avaliando os diferentes níveis de clientes, o foco mudou, o

principal cliente passa a ser o aluno, onde este é instigado a prospectar seu próprio

mercado através do Lab Design – Hotel de Projetos. Em agosto de 2006, o projeto de

extensão abriga os 2 primeiros empreendimentos de acadêmicos: a Luminato e a Inquatro

Design. E ainda permanece com 2 bolsistas, finalizando projeto iniciado anteriormente.

01/06/2006 a 03/12/2006

Recursos - HumanosProjetos Parcerias Estrutura

físicaProf.ª Gabriela -Orientador

TODOS

UDESCSEBRAE

Projeto Via design +

1 servidor,6

computadores1 Notebook1 impressora

Prof.ª Silvana - administrativo

TODOS

Daniel – Bolsista de ExtensãoElisa – Bolsista de Extensão

Projeto de Design de Louças Olaria São José

Márcia Pesquisa – Ensino de Gestão do

Design

Inquatro Design – Amanda, Mayara, Soraya, Fernanda. Hotel de ProjetosLuminado – Adelita e Michele.

Total – 9 alunos 3 projetos 2 parceiros

Entrando em seu sétimo ano de existência, o Lab design, dando continuidade ao

novo plano estratégico (que ainda encontra-se em estruturação), dá continuidade e finaliza

os projetos da Olaria São José e de pesquisa.

No Hotel de Projetos, a equipe da Inquatro Design conclui a graduação e se lança

no mercado, dando lugar à Gyros Design no laboratório. Durante este período a Luminato

se desfez e as bolsas de extensão não são renovadas para o segundo semestre de 2007.

Buscando as melhores estratégicas de gerenciamento, um sistema de

gerenciamento de projetos Odyssea é adquirido, e se firma uma parceria com a empresa

que o produz a Sensys Consultoria e Sistemas.

Page 9: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

03/12/2006 a 01/06/2007Recursos - Humanos Projetos Parcerias Estrutura física

Prof.ª Silvana - administrativo TODOS

UDESCSensys

Consultoria e Sistemas.

Projeto Via design + 1 servidor,

6 computadores1 Notebook1 impressoraSistema de

Gerenciamento de Projetos Odyssea

Daniel – Bolsista de ExtensãoMayara – Bolsista de Extensão (assumiu o posto do Daniel em maio)Anelise – Bolsista de Extensão

Louças Olaria São José

Márcia Pesquisa – Ensino

de Gestão do Design

Gyros Design – Márcia e Anelise.

Hotel de Projetos

Total – 3 alunos 3 projetos 2 parceiros

DEFINIÇÃO DO FOCO

Conforme o PMBOK® “a equipe de gerência do projeto deve identificar as partes

envolvidas, conhecer suas necessidades e expectativas e, então, gerenciar e influenciar

estas expectativas de forma a garantir o sucesso do projeto”. Sendo assim, tornou-se

primordial as partes interessadas no projeto de extensão Lab Design, pois este possui

stakeholders diversos. Para poder entender quem são os stakeholders do laboratório foi

preciso primeiro delimitar primeiro os tipos de envolvidos:

Gerente do projeto - indivíduo responsável pela gerência do projeto.

Clientes - estes podem ser classificados conforme o ciclo de vida do produto:

o Clientes internos : setores produtivos, desde o planejamento do produto até o

projeto, do planejamento do processo até a sua produção.

o Clientes intermediários : setores de mercado, aqueles que vendem o produto

(marketing) e aqueles compram para revender ao usuário.

Clientes externos : usuários, manutenção, desativação/reciclagem e descarte do produto.

Organização executora - organização que está conduzindo, através de seus

colaboradores, a execução do projeto;

Equipe do Projeto: Grupo de pessoas no projeto que está executando seus trabalhos;

Equipe de Gerenciamento de Projetos: Grupo de pessoas diretamente ligados às

atividades de gerenciamento de projetos;

Page 10: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

Patrocinador - proprietários e acionistas - fornece os recursos financeiros para o

projeto, podendo ser a organização promotora do projeto;

Fornecedores - organizações fornecedoras de produtos e serviços às organizações

responsáveis pelo projeto;

Fundações, tais como instituições financeiras;

Influenciadores - Pessoas ou grupos que podem influenciar positiva ou negativamente

o projeto, apesar de não estarem relacionados à aquisição ou uso do produto do projeto,

devido à sua posição na organização cliente ou na organização executora, tais como

agências do governo e a sociedade em geral.

Na mudança de estratégia na definição do foco, percebeu-se que o principal cliente

do laboratório é o cliente interno, ou seja, aluno do curso de design da UDESC, visto que

um dos seus objetivos é melhor preparar os estudantes do curso, estreitando relações entre

o mercado produtivo e a atividade acadêmica. Ou seja, o cliente interno consiste em

acadêmicos, professores, colaboradores, laboratórios e projetos; e o cliente externo é a

comunidade, empresas incubadas, empreendimentos do terceiro setor, micro-empresas,

grupos de artesãos.

Para deixar mais claro a mudança, temos abaixo a quadro com alguns dos

stakeholders do projeto de extensão Lab Design, cujo produto consiste no lançamento (ou

iniciação) do acadêmico no mercado, ou seja, um processo de venda completo do serviço

de design.

Etapa do Ciclo de Vida do Produto

Papel Stakeholder Influencia

Projeto

Organização executora Lab Design – UDESC colaborador

Patrocinador

Reitor da UDESCDiretor do Centro de ArtesEmpresas que investem no Lab Design

Influenciador

Gerente de projeto Coordenador do Lab Design colaborador

Produção

Equipe de desenvolvimento do projeto detalhado

Acadêmicos do curso de design da UDESC

Influenciadores

Fornecedor de materiais de escritório Setores da UDESC: Serviços

Gerais, Financeiro (compras/licitações),

Colaborador

Fornecedores de equipamentos, hardware e software.

Colaborador

Fornecedor de conhecimento

Departamento de Design, Professores, Orientadores.

Colaborador

Lançamento no mercado

Comprador (cliente externo)Empresas que compram os serviços de design.

Influenciado

Emissão de notas fiscaisFundartec (emite notas ficais para o Lab Design)

Colaborador

Uso UsuárioClientes das empresas que compram serviços de design.

Influenciados

Page 11: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

MUDANÇA DE ESTRATÉGIA

Em sua nova fase, institucionalmente o Lab Design deixa ser projeto de extensão

para se tornar um Programa de Extensão chamado DesignAção, ou seja, ele será composto

por um grupo de projetos relacionados ao design, que gerenciados de modo coordenado

para obtenção melhor controle e sucesso.

Mantendo a premissa de oferecer serviços de design de forma a fomentar o

mercado para o egresso do curso e permitir ao acadêmico exercício profissional assistido o

programa de extensão DesignAção pretende sistematizar estas ações. Para o público

interno à UDESC pretende-se oferecer possibilidades de atuação profissional real, para o

público externo colocar a disposição os conhecimentos de design de forma a contribuir na

geração de emprego e renda contribuindo para o desenvolvimento econômico do estado.

A possibilidade de praticar e adquirir experiência profissional tem demonstrado ser

o grande diferencial oferecido pelos projetos trazendo para a formação a contribuição da

extensão. Da mesma forma o Programa esta vinculado ao ensino, visto que abriga projetos

de pesquisa que tem o ensino como objeto (Teoria do design – Profª Gabriela Mager e

Aprendendo a ser designer – Profª Silvana Rosa).

O público atendido pelo programa envolve: instituições sem fins lucrativos (ONGs

como a do projeto Nova Esperança) grupos de artesão (Toca Tapetes, Artezem, Casa

Familiar Rural entre outros) e Prefeituras Municipais. Para os acadêmicos se abre a

possibilidade de ampliação do seu leque de atuação profissional e aumenta o campo de sua

contribuição social como profissional cidadão.

As parcerias do projeto envolvem o departamento de Design e o Departamento de

Moda do Centro de Artes. Em termos de Centros existe uma vinculação com a ESAG

devido à proximidade necessária com a Administração e o Marketing. Considerando

outras instituições pode-se listar: SEBRAE (parceria no projeto de Núcleo de Inovação em

Artesanato), Fundação CERTI (parceria na Instituição de um Centro de Design

Estratégico), MEC- SESU (financiamento de projeto de extensão de oficina de papel

artesanal).

O DesignAção é composto pelos seguintes projetos: Sinalização Externa do

Campus Itacorubi, Capacitação de Artesão para Produção e Comercialização - PPP (que se

encontra em processo desenvolvimento), Laboratório de Design da UDESC – LabDesign,

Hotel de Projetos de design – Pré-incubação; Núcleo De Inovação Em Design - Artesanato

Page 12: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

OS PROJETOS DO DESIGN AÇÃO

1. Laboratório de Design

Criado em 1996, atendendo à solicitação da Federação das Indústrias do Estado de

Santa Catarina – FIESC, o curso de Design da UDESC foi o primeiro curso desta natureza

a se estabelecer neste Estado.

Sem tradição de utilização do Design em suas atividades econômicas, o estado de

Santa Catarina carece de iniciativas que possam trazer à luz os benefícios que a atividade

do Design propicia, tanto a produtores quanto a consumidores. Infelizmente, a criação e

manutenção dos cursos não se mostra como suficiente para o fomento da atividade, senão

para a formação e capacitação de recursos humanos. Deste modo mantendo uma cultura de

produção fragilizada e distanciada dos mais bem sucedidos pólos produtivos mundiais.

Nesta perspectiva, podem-se entender os produtos industriais projetados segundo os

princípios do design industrial como produção cultural de uma nação, podendo citar as

características que distinguem o design italiano, do alemão, do francês, dentre outros.

Firmando tal pensamento, cita-se o pronunciamento da então ministra da indústria,

comércio e do turismo Dorothéa Werneck, quando do lançamento do Programa Brasileiro

de Design, em 1995, afirmando que o produto brasileiro era desvalorizado em pelo menos

50% em relação aos concorrentes internacionais, apenas pelo não reconhecimento da

cultura do design brasileiro.

Segundo BAXTER (1998): “A atividade de desenvolvimento de um novo produto

não é simples e nem direta. Ela requer pesquisa, planejamento cuidadoso, controle

meticuloso e, mais importante, o uso de métodos sistemáticos. Os métodos sistemáticos de

projetos exigem uma abordagem interdisciplinar, abrangendo métodos de marketing,

engenharia de métodos e a aplicação de conhecimentos sobre estética e estilo. Esse

casamento entre ciências sociais, tecnologia e arte aplicada nunca é uma tarefa fácil, mas a

necessidade de inovação exige que ela seja tentada. O mais importante é ter conhecimentos

básicos e metodológicos para o desenvolvimento de novos produtos, para coordenar as

atividades de projeto.”

Dessa maneira, o projeto necessita de uma reflexão mais ampla a respeito dos seus

métodos organizacionais, e segundo IIDA (1998): “O uso de metodologias inadequadas

pode levar a considerações errôneas sobre os fatores do projeto, sem uma atenção devida

aos aspectos realmente importantes. O moderno mundo dos negócios exige um tratamento

Page 13: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

mais meticuloso e específico das necessidades do consumidor e análise dos concorrentes,

para aumentar as chances de sucesso do novo produto. Isso pode representar a diferença

entre o sucesso e o fracasso de novos lançamentos e, a longo prazo, entre a sobrevivência e

o desaparecimento da empresa.”

O projeto Lab Design consiste de um laboratório de design que esteja,

constantemente, atento aos mais novos incrementos científicos à atividade de design, como

componente de uma entidade universitária, e que possa experimentá-los e aplicá-los em

atividades produtivas, públicas ou privadas, disseminando avanços tecnológicos e, em

contra partida, reconhecendo os verdadeiros potenciais e dificuldades da produção

estadual, estabelecendo, assim, um elo de ligação entre a academia e a prática produtiva,

ligação esta reconhecidamente frágil e alvo de críticas as mais diversas.

Com base no que foi exposto, é possível notar a necessidade desta iniciativa que,

isenta de interesses lucrativos comuns a qualquer iniciativa privada, tem por prioritário

interesse o fomento do design no Estado, capacitando os alunos, auxiliando no

desenvolvimento econômico e criando demanda aos nossos egressos.

Se gerar uma cultura de design brasileiro é inalcançável a este laboratório, gerar

uma cultura de design catarinense é a meta, trazendo reconhecimento ao curso de Design

da UDESC, seus alunos, ex-alunos e corpo docente por seus níveis de excelência.

O objetivo do Lab design é contribuir para o fomento da atividade de Design no

cenário catarinense, nas categorias de Design Industrial e Design Gráfico, criando, com

bases acadêmicas, mercado aos nossos egressos e reconhecimento pela capacitação de

nossos alunos, além de difundir os benefícios do planejamento e desenvolvimento em

Design às empresas distanciadas de aportes tecnológicos ou do próprio Design.

É natural que se possa concluir, em primeiro momento, que o LAB-DESIGN,

lastreado por uma estrutura pública, possa fazer concorrência aos próprios egressos do

curso de Design da UDESC, entretanto, há critérios e procedimentos de atuação que

impedem o beneficiamento de empresas capacitadas para a contratação de serviços de

design privados. São eles:

a. Atendimento a empreendimentos de interesse comunitário sem fins lucrativos, como

campanhas beneficentes, ONG´s, instituições carentes, etc.

b. Atendimento a micro-empresas amparadas por programas de financiamento

subsidiado para o desenvolvimento industrial e geração de empregos.

Page 14: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

c. Atendimento a micro-empresas, em investimentos com recursos próprios, a

pequenas e médias empresas, desde que nunca tenham produzido projetos de design,

em no máximo dois projetos, o suficiente para que absorvam os conceitos e

benefícios para a otimização de sua produtividade.

d. Atendimento a pequenas, médias e grandes empresas em atividades de pesquisa

tecnológica ou em consultorias destinadas à criação de uma política administrativa

em design.

2. Hotel De Projetos De Design

O Projeto tem por finalidade ampliar, com padrões de qualidade superior e

pertinência, as oportunidades de qualificação profissional dos acadêmicos. Objetiva

estabelecer uma relação dinâmica e positiva de reciprocidade entre a comunidade e a

Universidade, buscando qualificação de pessoal do acadêmico através do estimulo do

empreendedorismo no meio acadêmico, preparando-os para o ingresso na incubadora e seu

lançamento no mercado. Consiste em uma articulação das atividades de extensão com o

ensino e a pesquisa e com as necessidades e demandas do entorno social, por meio do

apoio a criação e desenvolvimento de empreendimentos inovadores por partes dos alunos.

Seu cliente externo é a comunidade, as micro-empresas, projetos sociais, arranjos

produtivos, empresas incubadas

O desenvolvimento do empreendedorismo em ambientes acadêmicos é importante,

pois, oportuniza ao egresso uma nova perspectiva de inserção no mercado de trabalho e

permita a realização profissional na sua área de interesse. O projeto Hotel de Projetos –

Hotel de Projetos surge da necessidade de preparar o aluno para sua vida profissional,

equivalendo como formação complementar, de forma a contribuir para a formação integral

do acadêmico, por meio do estimulo da capacidade empreendedora, tornando-os agendes

de mudanças em qualquer lugar onde possam vir a desempenhar sua atividade

profissional. Assim, o Lab Design – Hotel de Projetos poderá contribuir para aumentar a

tava de sobrevivência das pequenas empresas, geração de produtos inovadores,

fortalecimento do espírito associativo e maior interação entre empresas e entidades do

conhecimento.

Pretende-se consolidar o projeto através do estimular o empreendedorismo no meio

acadêmico; preparar os alunos para o ingresso na incubadora; apoiar, acompanhar e

analisar propostas que tenham potencial de mercado, sob aspectos técnico e econômico; e

Page 15: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

lançar no mercado empreendimentos inovadores. A seleção de empreendimentos será feita

através de edital público e conterá os requisitos mínimos para a constituição de uma ação

empreendedora. O processo de seleção dos empreendimentos se dará de forma a enfatizar

o aprendizado, onde as evitando o sistema de classificação eliminatório. Os acadêmicos

são capacitados antes de apresentarem suas propostas, após a entrega destas, ainda

possuem a chance de corrigir possíveis falhas, verificadas pela banca avaliadora, para em

seguida reapresentar seus projetos. As propostas são avaliadas por uma banca composta

por professores da UDESC e um consultor ad hoc, que analisam os aspectos comerciais,

financeiro, técnicos, administrativos e forma de apresentação.

3. Sinalização Externa do Campus Itacorubi

O Projeto tem por finalidade o desenvolvimento de um sistema de sinalização

externa para a Universidade Estadual de Santa Catarina – UDESC, (campus Itacorubi).

Visa solucionar o problema de sinalização no campus, melhor adequar as orientações dos

centros já existentes, e sinalizar de forma apropriada e harmoniosa as novas instalações que

estão em processo de finalização e inauguração. Objetivando assim informar, orientar e

direcionar à comunidade acadêmica, os visitantes, e ao público em geral que procura a

universidade. Ele será desenvolvido por três bolsistas sob a orientação de um professor.

O projeto de sinalização do campus da UDESC tem a necessidade de informar à

própria comunidade universitária, e principalmente ao visitante, a localização das unidades

e setores da instituição.

4. Núcleo De Inovação Em Design - Artesanato

Tem como objetivo apoiar ações de design na área de Artesanato Catarinense de

modo a Estabelecer um plano de desenvolvimento do artesanato catarinense, tomando o

Design como ferramenta de melhoria e diferenciação no mercado, proporcionando aos

pólos de produção melhores condições de trabalho, emprego e renda. A abrangência do

projeto é todo o estado de Santa Catarina e os núcleos produtivos ou associações

constituídas envolvendo atividades artesanais. O Núcleo de Inovação em Design –

Artesanato irá apoiar as diferentes oficinas em estudos de mercado, prospecção de

produtos, desenvolvimento de produtos, protótipos e estudo de formas de distribuição e

comercialização. Seu cliente externo é a comunidade, empreendimentos do terceiro setor,

grupos de artesãos

Page 16: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

O artesanato é uma manifestação popular onde a criação de objetos utilitários é

manual, feitos um a um, se o auxilio de máquinas ou equipamentos motorizados. As

formas de artesanato se repetem, pois a técnica é passada de pai para filho, de geração em

geração. Estas formas pouco a pouco são absorvidas pelo povo, se espalhando por todas as

partes do país, principalmente nas áreas pobres e abundantes em matéria-prima. O

artesanato brasileiro é muito mais do que tudo isso. O artesanato brasileiro traduz em sua

arte, às vezes com uma espontaneidade ingênua, mas rica e vibrante, suas crenças e

tradições expressando de forma marcante a criatividade e ousadia da arte popular

brasileira. (Artemanhas, 2003).

A condição do artesanato no Brasil requer um olhar mais atento. Toda história do

artesanato vem sendo contada de pai para filho, através das habilidosas mãos do artesão

que transmite sua técnica, sua profissão, seu legado. A atividade artesanal, por conceito,

enquadra-se no contexto sócio-econômico além de ser relevante como expressão cultural e

de preservação de tradições populares. No entanto, o que se observa aos poucos é o

rompimento desta corrente gerando a subutilização dos seus produtos e a vulnerabilidade

da atividade. (BACK & CABRAL, 2003)

A indústria surge como principal fator de decadência da produção da renda de

bilro. Sua produção é infinitamente maior e conseqüentemente mais barata. O que não se

pode comparar aqui é o valor simbólico que cada um destes produtos tem: a renda de bilro

é um produto cultural e carrega significados.

Por outro lado a produção industrial se beneficia das dificuldades da produção

artesanal. Obviamente a produção é pequena. Não existe uma padronização dos processos

e muito menos a organização das atividades. Este artesanato é entendido como atividade

complementar da receita da família e, portanto, não constrói uma estrutura de produção.

Porém, existe a possibilidade de potencializar as qualidades deste produto,

identificando oportunidades de bons negócios, transformando assim este artesanato em

uma receita real para os artesãos, deixando de ser apenas uma atividade alternativa.

Verifica-se então, a necessidade de um resgate desta arte, abrindo caminhos para uma

maior valorização do artesanato e do artesão.

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Oportunidade de bons negócios

Segundo Pannunzio (1982:17), apesar de fornecer suporte financeiro a muitos

artesãos, servindo igualmente para outros como complemento da receita familiar, a

atividade artesanal no Brasil tem sido conduzida empiricamente pela falta de adequadas

estruturas de produção e comercialização, adaptadas à realidade nacional.

Uma ferramenta que vem favorecer o desenvolvimento da atividade artesanal é o

design. Redig (1077:32) define design como “o equacionamento simultâneo de fatores

ergonômicos, perceptivos, antropológicos, tecnológicos, econômicos e ecológicos, no

projeto dos elementos e estruturas físicas necessárias à vida, ao bem estar, e/ou à cultura

do homem.” Mas, o design pontual, aquele que está inserido apenas em partes do

processo, não resolve os problemas encontrados na atividade. Não basta um produto

artesanal que tenha design ou uma identidade visual. Para que o design torne a atividade

artesanal competitiva no mercado e assim, torne-se bem sucedida é preciso que este esteja

inserido como um todo na atividade através de uma cultura de Gestão do Design. Enfim, é

preciso que o design esteja atuando em todo o processo e não apenas em partes deste, já

que ao atuar pontualmente o design não solucionará os problemas da atividade artesanal. É

preciso que uma gestão do design seja desenvolvida na atividade artesanal para que esta

seja estruturada de forma a competir no mercado trazendo para os artesãos a garantia do

sustento de sua família e não apenas um complemento no orçamento familiar.

Ressalta-se, então, a importância de toda e qualquer atividade basear suas

estruturas na gestão do design que tem a função de planejar e coordenar as estratégias

correspondentes aos objetivos e valores da empresa motivar empregados e controlar os

trabalhos, assegurando que cumpram com os objetivos, com os prazos e custos planejados.

A Gestão do Design pode ajudar as empresas a criar seus objetivos baseados em seus

conhecimentos, capacidades e meios de produção, relacionado ao seu grupo de

consumidores, assim como desenvolver uma estratégia própria para encontrar o seu nicho

e finalmente atingir seus objetivos com sucesso no mercado. (WOLF, 1998:18)

Sabe-se que a atividade artesanal difere, e muito, das empresas com certo nível de

desenvolvimento industrial. Enquanto os produtos industrializados são produzidos em

grande escala, os produtos artesanais são desenvolvidos um a um com suas

particularidades e trazendo para cada produto um valor simbólico agregado. Cabe ressaltar

Page 18: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

então, que o comportamento dos produtos industrializados é bastante diferente dos

artesanais.

O processo inicial de atuação se deu pelo oferecimento de oficinas de capacitação

para preparar o artesão para desenvolvimento de projeto. Contendo 9 conteúdos básicos

(empreendedorismo, público-alvo, metodologia, preço dos produtos, análise estratégica,

estratégias competitivas, ciclo de vida, identidade e embalagem) processo de formação

recebeu o nome de Pré-Para-Projeto.

DISCUSSÃO

A formação do aluno é o objetivo principal do Laboratório de Design, e assim

sendo volta-se para ele as ações em termos de formação profissionalizante. Em termos de

educação o objeto da ação é o acadêmico.

A mudança no processo de absorção de acadêmicos pelo Lab Design, visando com

que o objetivo de cada acadêmico possa ser perseguido, ao atendimento das necessidades

de design da UDESC pelos acadêmicos e a interação concreta com a comunidade e seus

segmentos, evidenciam os impactos das ações do projeto, no processo de qualificação

social dos estudantes e dos cursos envolvidos na execução.

Para o planejamento dos próximos passos do laboratório, o empenho dos

professores, acadêmicos, aquisição de ferramentas gerenciais, treinamento em diferentes

aspectos da gestão, é fundamental para traçar os novos rumos, focados na sua missão e

articulados com a macro-estrutura da Universidade.

Os produtos do Laboratório a contribuição na formação de profissionais de

excelência que ajudem a construir a cultura do design, que se refletem por meio dos

projetos por executados pelos acadêmicos e pela a comunidade externa atendida.

Quanto aos atores qualificados neste artigo percebe-se um efeito de aceleração na

profissionalização dos acadêmicos e de construção de sua própria história. Confrontados

com as situações reais e diante de condicionantes incontornáveis, o estímulo ao

desenvolvimento pessoal e à aprendizagem é bem mais eficaz. A atratividade que o

Laboratório representa pode ser observada e atestada no surgimentos de novos

empreendimentos.

Page 19: Lab design – mudança de estratégia na definição de foco

CONTINUIDADE

Em 2008 muitas mudanças ocorrerão, uma delas será a mudança do espaço físico,

que pode ser considerado o marco físico da nova fase do Lab Design, outra será a

institucionalização do laboratório, ou seja, ele deixa de ser um programa/projeto de

extensão para fazer parte do Departamento de Design, podendo até adquirir, futuramente,

um caráter interdisciplinar; interdepartamental; intercentros; interinstitucional.

A gestão baseada em fatos permitiu observar a evolução dos projetos, das pessoas,

das parcerias do Laboratório e permitem identificar onde ocorreram conflitos, dificuldades

e suas naturezas. Porém, mudanças organizacionais ainda precisarão ocorrer, como por

exemplo a criação de uma cultura organizacional de gerenciamento de projetos, apoiada

pelo sistema de gerenciamento de projetos já adquirido pelo laboratório.

Os indicativos das pessoas que trabalham no Labdesign apontam para o

engajamento dos recursos humanos como sendo vital para o funcionamento harmonioso da

equipe de trabalho. Iniciativa e autonomia sempre foram características desejáveis nos

acadêmicos do Laboratório. Porém, este deve ocorrer de uma maneira ordenada, baseada

em processos, procedimentos e métodos.

Como conclusão deste artigo percebe-se que, apesar de funcionando a mais de 7

anos, o laboratório esta em constante transformação, adaptando-se às necessidades de seu

pessoal, às limitações de espaço físico, de acesso à recursos, de infra-estrutura.

Os processos de questionamento constante de seu papel, de seu rumo, de suas

prioridades levam a um ciclo contínuo de aprendizagem e revisão que permite rever as

questões frágeis e apontar para estratégias de consolidação. A própria definição do cliente,

passo inicial de um processo de planejamento, sofreu transformações recentes. Cliente,

alunos, clientes parceiros, clientes empresas, são diferentes relações que podem determinar

atuações distintas. Atuações estas que serão sempre revistas, avaliadas e re-posicionadas

num processo de constante planejamento, execução, controle e avaliação.

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BIBLIOGRAFIA

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