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Alfredo Gioventù & Khaled Ben Slimane MÃE TERRA MAR Alfredo Gioventù & Khaled Ben Slimane Mãe Terra Mar 70 Ass. Cult. Sete Sóis Sete Luas Mairie de Frontignan Comune di PONTEDERA KHALED BEN SLIMANE Khaled Ben Slimane é um ceramista, escultor e pintor cuja prática artística é uma busca de espiritualidade. Jogando com os grasmos, Slimane coreografa letras, palavras e versos do Alcorão numa dança íntima e rítmica. Neste movimento pela superfície do suporte artístico, a materialidade dos gestos de Slimane aparentemente deixa traços que conduzem ao innito. Inspirado por temas andaluzes e tradições berberes, o artista acredita na força da herança e vê os seus artefactos como uma reinvenção contemporânea das cerâmicas antigas. Khaled Ben Slimane adorna as suas cerâmicas com rabiscos, símbolos e frases, aludindo à sua interpretação das tradicionais cerâmicas paquistanesas, espanholas e japonesas, bem como em homenagem a Alá por meio da literatura Su. Slimane formou-se no Instituto Tecnológico de Arte em Túnis, em 1977, antes de continuar a sua formação em Espanha, na Escola Massana de Barcelona. Em 1990, Ben Slimane foi o primeiro árabe a ser convidado a participar da “Académie Internationale de la Céramique”, com sede em Genebra. As suas peças estão expostas em coleções e museus de destaque no/pelo mundo todo, incluindo o Museu Smithsonian, em Washington DC e o Museu Britânico de Arte. Khaled Ben Slimane vive e trabalha em Tunis. ALFREDO GIOVENTÙ Nascido em 1952 em Sestri Levante, na província de Gênova, em 1952, com um diploma em Literatura Moderna pela Universidade de Génova, apaixonou-se ainda muito novo, pela arte da cerâmica frequentando o estúdio do pintor e ceramista Lino Bersani, onde experimentou os métodos de cozedura a alta temperatura. A partir dos anos ‘80 está presente nas resenhas nacionais de cerâmicas mais importantes, criando inúmeras obras monumentais por comissão pública e privada. O interesse na relação entre cultura e território tem levado o artista a formular um novo tipo de grés que imita perfeitamente os seixos das praias da Ligúria: esses objetos, arcaicos e contemporâneos ao mesmo tempo – reforçados pelo uso de elementos em madeira e terracota suavizada pelo mar – transformaram-se ao longo do tempo em poesia material, capaz de tornar invisíveis as fronteiras entre artesanato, design e arte. É nesta atividade que se especializa Alfredo Gioventù, criando o “Opicio Ceramico Alfredo Gioventù” ao qual deu o seu nome, onde o artista está envolvido na reprodução lírica da natureza e na preservação do artesanato artístico KHALED BEN SLIMANE Khaled Ben Slimane è un ceramista, scultore e pittore la cui pratica artistica si risolve nella ricerca della spiritualità. Giocando con i grasmi, Slimane coreografa testi, parole e versi del Corano in una danza intima e ritmica. In questo movimento lungo la supercie dei suoi supporti artistici, la materialità dei gesti di Slimane lascia tracce che conducono all’innito. Ispirato da temi andalusi e tradizioni berbere, l’artista crede nella forza della tradizione e vede i suoi manufatti come una reinvenzione contemporanea di ceramiche antiche. Khaled Ben Slimane adorna le sue opere con segni, simboli e frasi, alludendo alla sua interpretazione delle tradizionali ceramiche pachistane, spagnole e giapponesi, ma anche come omaggio ad Allah, attraverso la letteratura Su. Slimane si è diplomato presso l’Istituto Tecnologico d’Arte a Tunisi, nel 1977, prima di continuare la propria formazione in Spagna, alla Scuola Massana di Barcellona. Nel 1990 è il primo artista a essere invitato a partecipare alla “Académie Internationale de la Céramique”, situata a Ginevra. Le sue opere sono esposte in collezioni e musei di rilievo in tutto il mondo, inclusi il Museo Smithsonian di Washington e il Museo Britannico di Arte. Khaled Ben Slimane vive e lavora a Tunisi. ALFREDO GIOVENTÙ Nato nel 1952 a Sestri Levante, in provincia di Genova, con una laurea in Lettere Moderne conseguita all’Università di Genova, si avvicina, ancora ragazzo, all’arte della ceramica frequentando lo studio del pittore e ceramista Lino Bersani dove sperimenta le cotture ad alta temperatura. A partire dagli anni Ottanta è presente alle più importanti rassegne nazionali di ceramica e realizza numerose opere monumentali su commissione pubblica e privata. L’interesse per il rapporto tra cultura e territorio lo ha portato negli ultimi anni a formulare un inedito tipo di grès che imita perfettamente i ciottoli delle spiagge liguri: questi oggetti, arcaici e contemporanei al tempo stesso, impreziositi dall’utilizzo di reperti – legno e ceramiche consumati dal mare – si sono col tempo trasformati in cifra poetica, capace di rendere invisibili i conni tra artigianato, design ed arte. È in questa attività che Gioventù si specializza creando l’Opicio Ceramico Afredo Gioventù, in cui l’artista è impegnato nella riproduzione lirica della natura, e nella salvaguardia dell’artigianato artistico.

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Alfredo Gioventù & Khaled Ben Slimane

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70

Ass. Cult.

Sete Sóis Sete Luas

Mairie de FrontignanComune di

PONTEDERA

KHALED BEN SLIMANE

Khaled Ben Slimane é um ceramista, escultor e pintor cuja prática artística é uma busca de espiritualidade. Jogando com os grafismos, Slimane coreografa letras, palavras e versos do Alcorão numa dança íntima e rítmica. Neste movimento pela superfície do suporte artístico, a materialidade dos gestos de Slimane aparentemente deixa traços que conduzem ao infinito. Inspirado por temas andaluzes e tradições berberes, o artista acredita na força da herança e vê os seus artefactos como uma reinvenção contemporânea das cerâmicas antigas. Khaled Ben Slimane adorna as suas cerâmicas com rabiscos, símbolos e frases, aludindo à sua interpretação das tradicionais cerâmicas paquistanesas, espanholas e japonesas, bem como em homenagem a Alá por meio da literatura Sufi. Slimane formou-se no Instituto Tecnológico de Arte em Túnis, em 1977, antes de continuar a sua formação em Espanha, na Escola Massana de Barcelona. Em 1990, Ben Slimane foi o primeiro árabe a ser convidado a participar da “Académie Internationale de la Céramique”, com sede em Genebra. As suas peças estão expostas em coleções e museus de destaque no/pelo mundo todo, incluindo o Museu Smithsonian, em Washington DC e o Museu Britânico de Arte. Khaled Ben Slimane vive e trabalha em Tunis.

ALFREDO GIOVENTÙ

Nascido em 1952 em Sestri Levante, na província de Gênova, em 1952, com um diploma em Literatura Moderna pela Universidade de Génova, apaixonou-se ainda muito novo, pela arte da cerâmica frequentando o estúdio do pintor e ceramista Lino Bersani, onde experimentou os métodos de cozedura a alta temperatura. A partir dos anos ‘80 está presente nas resenhas nacionais de cerâmicas mais importantes, criando inúmeras obras monumentais por comissão pública e privada. O interesse na relação entre cultura e território tem levado o artista a formular um novo tipo de grés que imita perfeitamente os seixos das praias da Ligúria: esses objetos, arcaicos e contemporâneos ao mesmo tempo – reforçados pelo uso de elementos em madeira e terracota suavizada pelo mar – transformaram-se ao longo do tempo em poesia material, capaz de tornar invisíveis as fronteiras entre artesanato, design e arte. É nesta atividade que se especializa Alfredo Gioventù, criando o “Opificio Ceramico Alfredo Gioventù” ao qual deu o seu nome, onde o artista está envolvido na reprodução lírica da natureza e na preservação do artesanato artístico

KHALED BEN SLIMANE

Khaled Ben Slimane è un ceramista, scultore e pittore la cui pratica artistica si risolve nella ricerca della spiritualità. Giocando con i grafismi, Slimane coreografa testi, parole e versi del Corano in una danza intima e ritmica. In questo movimento lungo la superficie dei suoi supporti artistici, la materialità dei gesti di Slimane lascia tracce che conducono all’infinito. Ispirato da temi andalusi e tradizioni berbere, l’artista crede nella forza della tradizione e vede i suoi manufatti come una reinvenzione contemporanea di ceramiche antiche. Khaled Ben Slimane adorna le sue opere con segni, simboli e frasi, alludendo alla sua interpretazione delle tradizionali ceramiche pachistane, spagnole e giapponesi, ma anche come omaggio ad Allah, attraverso la letteratura Sufi. Slimane si è diplomato presso l’Istituto Tecnologico d’Arte a Tunisi, nel 1977, prima di continuare la propria formazione in Spagna, alla Scuola Massana di Barcellona. Nel 1990 è il primo artista a essere invitato a partecipare alla “Académie Internationale de la Céramique”, situata a Ginevra. Le sue opere sono esposte in collezioni e musei di rilievo in tutto il mondo, inclusi il Museo Smithsonian di Washington e il Museo Britannico di Arte. Khaled Ben Slimane vive e lavora a Tunisi.

ALFREDO GIOVENTÙ

Nato nel 1952 a Sestri Levante, in provincia di Genova, con una laurea in Lettere Moderne conseguita all’Università di Genova, si avvicina, ancora ragazzo, all’arte della ceramica frequentando lo studio del pittore e ceramista Lino Bersani dove sperimenta le cotture ad alta temperatura.A partire dagli anni Ottanta è presente alle più importanti rassegne nazionali di ceramica e realizza numerose opere monumentali su commissione pubblica e privata. L’interesse per il rapporto tra cultura e territorio lo ha portato negli ultimi anni a formulare un inedito tipo di grès che imita perfettamente i ciottoli delle spiagge liguri: questi oggetti, arcaici e contemporanei al tempo stesso, impreziositi dall’utilizzo di reperti – legno e ceramiche consumati dal mare – si sono col tempo trasformati in cifra poetica, capace di rendere invisibili i confini tra artigianato, design ed arte. È in questa attività che Gioventù si specializza creando l’Opificio Ceramico Afredo Gioventù, in cui l’artista è impegnato nella riproduzione lirica della natura, e nella salvaguardia dell’artigianato artistico.

CATÁLOGO N. 70

1) El puerto de las Maravillas – Los navios antiguos de Pisa, 2001. T. Stefano Bruni e Mario Iozzo. Ed. PT, ES2) Maya Kokocinsky, Translusion II, 2002. T. Pinto Teixeira. Introduction de Oliviero Toscani. Ed. PT, ES.3) Oliviero Toscani, Hardware+Software=Burros, 2002. Ed. IT, PT.4) As personagens de José Saramago nas artes, 2002. Introduction de José Saramago. Ed. PT.5) Stefano Tonelli, Nelle pagine del tempo è dolce naufragare (2002). Ed. IT, PT.6) Luca Alinari, Côr que pensa, 2003. Ed. PT, ES.7) Riccardo Benvenuti, Fado, Rostos e Paisagens, 2003. Ed. IT, PT.8) Antonio Possenti, Homo Ludens, 2003. T. John Russel Taylor et Massimo Bertozzi. Introduction de José Saramago. Ed. IT, PT.9) Metropolismo – Communication painting, 2004. T. Achille Bonito Oliva. Ed. IT, PT. 10) Massimo Bertolini, Através de portas intrasponíves, 2004. T. R. Bossaglia, R. Ferrucci. Ed. IT, PT.11) Juan Mar, Viaje a ninguna parte, 2004. Introduction de José Saramago. Ed. IT, PT.12) Paolo Grimaldi, De-cuor-azioni, 2005. T. de Luciana Buseghin. Ed. IT, PT. 13) Roberto Barni, Passos e Paisagens, 2005. T. Luís Serpa. Ed. IT, PT.14) Simposio SSSL: Bonilla, Chafer, Ghirelli, J.Grau, P.Grau, Grigò, Morais, Pulidori, Riotto, Rufino, Steardo, Tonelli, 2005. Ed.: ES, IT, PT.15) Fabrizio Pizzanelli, Mediterrânes Quotidianas Paisagens, 2006. Ed. IT, PT.16) La Vespa: un mito verso il futuro, 2006. T. Tommaso Fanfani. Ed. ES, VAL.17) Gianni Amelio, O cinema de Gianni Amelio: a atenção e a paixão, 2006. T. Lorenzo Cuccu. Ed. PT.18) Dario Fo e Franca Rame, Muñecos con rabia y sentimento – La vida y el arte de Dario Fo y Franca Rame (2007). Ed. ES.19) Giuliano Ghelli, La fantasia rivelata, 2008. T. Riccardo Ferrucci. Ed. ES, PT.20) Giampaolo Talani, Ritorno a Finisterre, 2009. T. Vittorio Sgarbi et Riccardo Ferrucci. Ed. ES, PT.21) Cacau Brasil, SÓS, 2009. Ed. PT.22) César Molina, La Spirale dei Sensi, Cicli e Ricicli, 2010. Ed. IT, PT.23) Dario Fo e Franca Rame, Pupazzi con rabbia e sentimento. La vita e l’arte di Dario Fo e Franca Rame, 2010. Ed. IT.24) Francesco Nesi, Amami ancora!, 2010. T. Riccardo Ferrucci. Ed. PT, ES.25) Giorgio Dal Canto, Pinocchi, 2010. T. Riccardo Ferrucci e Ilario Luperini. Ed. PT. 26) Roberto Barni, Passos e Paisagens, 2010. T. Giovanni Biagioni e Luís Serpa. Ed. PT.27) Zezito - As Pequenas Memórias. Homenagem a José Saramago, 2010. T. Riccardo Ferrucci. Ed. PT.28) Tchalê Figueira, Universo da Ilha, 2010. T. João Laurentino Neves et Roger P. Turine. Ed. IT, PT.29) Luis Morera, Arte Naturaleza, 2010. T. Silvia Orozco. Ed. IT, PT.30) Paolo Grigò, Il Volo... Viaggiatore, 2010. T. Pina Melai. Ed. IT, PT.31) Salvatore Ligios, Mitologia Contemporanea, 2011. T. Sonia Borsato. Ed. IT, PT.32) Raymond Attanasio, Silence des Yeux, 2011. T. Jean-Paul Gavard-Perret. Ed. IT, PT.33) Simon Benetton, Ferro e Vetro - oltre l’orizzonte, 2011. T. Giorgio Bonomi. Ed. IT, PT.34) Noé Sendas, Parallel, 2011. T. Paulo Cunha e Silva & Noé Sendas. Ed. IT, PT, ENG.35) Abdelkrim Ouazzani, Le Cercle de la Vie, 2011. T. Gilbert Lascault. Ed. IT, PT.36) Eugenio Riotto, Chant d’Automne, 2011. T. Maurizio Vanni. Ed. IT, PT.37) Bento Oliveira, Do Reinado da Lua, 2011. T. Tchalê Figueira e João Branco. Ed. IT, PT.38) Vando Figueiredo, AAAldeota, 2011. T. Ritelza Cabral, Carlos Macedo e Dimas Macedo. Ed. IT, PT.39) Diego Segura, Pulsos, 2011. T. Abdelhadi Guenoun e José Manuel Hita Ruiz. Ed. IT, PT.40) Ciro Palumbo, Al di là della realtà del nostro tempo, 2011. T. A. D’Atanasio e R. Ferrucci. Ed. PT, FR.41) Yael Balaban / Ashraf Fawakhry, Signature, 2011. T. Yeala Hazut. Ed. PT, IT, FR.42) Juan Mar, “Caín”, duelo en el paraíso, 2012. T. José Saramago e Paco Cano. Ed. PT, IT43) Carlos Macêdo / Dornelles / Zediolavo, Caleidoscópio, 2012. T. Paulo Klein e C. Macêdo. Ed. PT, IT.44) Mohamed Bouzoubaâ, “L’Homme” dans tous ses états, 2012. T. Rachid Amahjou e A. M’Rabet. Ed. PT, IT, FR.45) Moss, Retour aux Origines, 2012. T. Christine Calligaro e Christophe Corp. Ed. PT, IT.46) José Maria Barreto, Triunfo da Independência Nacional, 2012. T. Daniel Spínola. Ed. PT, IT.47) Giuliano Ghelli, La festa della pittura, 2012. T. Riccardo Ferrucci. Ed. PT, FR.48) Francesco Cubeddu e Marco Pili, Terre di Vernaccia, 2012. T. Tonino Cau. Ed. PT, FR.49) Rui Macedo, De Pictura, 2012. T. Maria João Gamito. Ed. IT, FR. 50) Angiolo Volpe, Passaggi pedonali per l’ infinito, 2012. T. Riccardo Ferrucci. Ed. PT, IT.51) Djosa, Criôlo, 2012. T. Jesus Pães Loureiro e Sebastião Ramalho. Ed. PT, IT, FR.52) Marjorie Sonnenschein, Trajetória, 2013. T. Marcelo Savignano. Ed. PT, IT.

53) Ilias Selfati, Arrest, 2013. T. Marie Deparis-Yafil. Ed. PT, IT, FR.54) Pierre Duba, Un portrait de moitié Claire, 2013. T. Daniel Jeanneteau. Ed. PT, IT. 55) Weaver, WEAVER DISCOS pop descarado, 2013. T. Ritelza Cabral. Ed. PT, IT. 56) Giuliana Collu & Roberto Ziranu, Terra è Ferru, 2013. T. Tonino Cau. Ed. PT, FR. 57) 7sóis.CriArt, Os Laboratórios de Criatividade do Centrum Sete Sóis Sete Luas (2010-2012), 2013. Ed. PT, IT, FR.58) Laka, El Viajero, 2013. T. Marilena Lombardi, Roberto Brunetti. Ed. PT, IT.59) Ugo Nespolo, Il Mondo a Colori, 2013. T. Riccardo Ferrucci. Ed. PT, FR.60) Hassan Echair, Horizon plombé, 2013 T. Nicole de Pontchara, Jean L. Froment, Faïssal Sultan, Pierre Hamelin. Ed. PT, IT.61) Cristina Maria Ferreira, Esculturas do meu Fado, 2013 T. Sérgio Barroso, António Manuel de Moraes. Ed. IT, FR.62) Nela Barbosa, Olga Kulkchenko, Leomar e Tutú Sousa, Arte de Cabo Verde no Feminino, 2013 T. Daniel Spínola. Ed. PT, IT. 63) Marcello Scarselli, Il Lavoro Dipinto, 2014 T. Riccardo Ferrucci. Ed. PT, FR.64) Saimir Strati, Seven Stars, 2014 T. Ronald Galleta, Alida Cenaj. Ed. PT, IT.65) Ali Hassoun, Aqueles que vão - Quelli che vanno, 2014 T. Riccardo Ferrucci. Ed. PT, IT. 66) Charley Fazio, Con l’isola dentro, 2014 T. Antonio Lubrano. Ed. PT, IT.67) Fulvia Zudič, Istria, 2014 T. Enzo Santese. Ed. PT, IT.68) Ahmed Al Barrak, Geste et Lumière, 2014 T. Rachid Amahjour, Hafida Aouchar. Ed. PT, IT.69) Georges D’Acunto, Au Delà-du Regard, 2014 T. Odile Bochard, Simone Tant. Ed. PT, IT.70) Alfredo Gioventù & Khaled Ben Slimane, Mãe Terra Mar, 2014 T. Alfredo Gioventù, Alice Pistolesi. Ed. PT, IT.

Mãe Terra Mar

Dal “Cantiere d’arte contemporanea LO 2.0 2012” alla mostra “Mãe Terra Mar”

“I pennelli carichi di colore correvano veloci sulla superficie dei grandi piatti. Gli allievi, giovani artisti provenienti dalle Accademie di Belle Arti di Firenze e Carrara, lavoravano ciascuno alla propria opera, guardando spesso i bozzetti lasciati sul tavolo come per farsi ispirare prima di tradurre l’idea in azione. Vicino a loro, il maestro Khaled Ben Slimane, artista ceramista tunisino, lavorava alla pittura di un grande piatto. In mano, un grande pennello con cui tracciava lunghe e ampie pennellate nere. Intorno, il silenzio, e un’aria carica di energia creativa. Nella stanza accanto della scuola di ceramica un altro maestro, Alfredo Gioventù, artista-ceramista ligure, stava mostrando agli allievi come stendere l’argilla e modellarla, come inciderla e plasmarla, insomma come questa materia viva si trasformi, sotto le proprie mani, in idea, forma, arte. Il maestro della scuola della ceramica stava tornendo, su indicazione di alcuni allievi, sculture a forma di ghianda, trasformando con gesti sicuri l’informe argilla in forma concreta. Infine, nello stabile accanto, due giovani ottantenni, ceramisti terracottai, stavano creando con l’antica tecnica del colombino una enorme ghianda di terracotta, seguendo il bozzetto realizzato da Gioventù. Con gesti decisi e ripetuti giravano intorno all’oggetto, schiacciando e modellando l’uno sull’altro bachi di creta. La scultura cresceva ad ogni giro sotto gli occhi degli allievi, desiderosi di apprendere l’antico sapere.”

Con questo breve racconto ho voluto evocare, il particolare clima in si è svolto il Cantiere d’Arte Contemporanea L0 2.0, una contemporanea bottega rinascimentale nel cuore di una città della ceramica, Montelupo Fiorentino. Artisti-ceramisti , maestri tornianti e pittori della Scuola di ceramica di Montelupo Fiorentino , terracottai dell’Associazione delle Fornaci della Terracotta di Samminiatello e allievi delle Accademie d’Arte di Firenze e Carrara hanno lavorato fianco a fianco, stabilendo un costante dialogo, uno scambio tra reciproche e diverse conoscenze e competenze. Da questo contesto è nata l’installazione“ Preghiera alla terra muta”, esposta nell’ambito della Festa della Ceramica di Montelupo Fiorentino del 2012. Da una parte la Natura, una enorme ghianda di terracotta che si innalzava imponente a raffigurare l’eterno mito, dall’altra la Cultura, due grandi orci decorati dal maestro Ben Slimane con gli stilemi tipici della sua arte, colori primari ed ampi segni calligrafici. Al centro il Mediterraneo , un grande cretto di argilla cruda su cui posavano adagiate le sculture dei nove allievi, piccole ghiande su cui ciascuno

aveva espresso la propria preghiera alla Terra. Intorno, grandi piatti di ceramica celebravano l’incontro tra natura e cultura, tra oriente ed occidente. Il piatto, scelto da Khaled Ben Slimane quale simbolo di convivialità, diventava il supporto su cui rendere omaggio alla natura attraverso i suoi quattro elementi . “Le rouge, le Feu”, “Le Vert, L’Eau”, “Le Bleu, La Terre”, “Le Jaune, Le Vent: sul sfondo il colore primario scelto a simbolo dell’elemento naturale mentre il segno della parola araba invadeva l’intera superficie diventando decorazione, pittura. Seguivano i piatti degli allievi, su cui ciascuno aveva condotto la propria ricerca artistica pur seguendo la cifra stilistica del maestro Ben Slimane.

Il cantiere d’arte contemporanea L0 2.0 faceva parte di un ampio progetto culturale promosso dal Comune di Montelupo Fiorentino, inteso ad indagare i rapporti di scambio culturale nel bacino del mediterraneo, in ambito ceramico e non solo: “ Il mare tra le genti”. In tale contesto è nato il rapporto tra l’amministrazione e il Festival Sete Sóis Sete Luas, chiamato a svelare, attraverso la musica, i legami che uniscono i popoli del mediterraneo.

Ed è proprio la volontà di contribuire a quella che Alfredo Gioventù definisce la nascita di un nuovo umanesimo Mediterraneo ciò che unisce l’esperienza del cantiere L0 2.0 e dell’installazione “Preghiera alla terra muta” con l’esperienza del Festival Sete Sóis Sete Luas. Una sinergia d’intenti resa adesso palese nella mostra a Ponte de Sor. “Preghiera alla terra muta” si trasforma quindi in una nuova installazione nella mostra “ Mãe, Terra, Mar”. Il cretto del Mediterraneo lascia il posto agli antichi miti che Gioventù racconta con il linguaggio della Natura. Foglie e rami, concrezioni marine e soprattutto sassi, leggeri e svuotati dalla propria materia, galleggianti, sono le parole con cui Gioventù compone il proprio linguaggio poetico. E poi il mare, evocato come memoria del proprio scorrere, ma anche luogo del viaggio e dell’incontro, dello scambio e del mito. Un rapporto, quello dell’uomo con la natura, a cui Gioventù guarda da sempre come luogo prediletto della propria ricerca artistica, che non vuol essere effimera imitazione ma omaggio, così come l’allievo fa col maestro.

Alice Pistolesi

curatrice del Cantiere d’Arte Contemporanea L0 2.0

Alfredo Gioventù & Khaled Ben Slimane

Mãe Terra Mar

“MÃE TERRA MAR”Alfredo Gioventù (Itália) e Khaled Ben Slimane (Tunísia)

Recebemos Alfredo Gioventù e Khaled Ben Slimane em Ponte de Sor, na rede do Festival Sete Sóis Sete Luas com enorme carinho, sabendo que o enriquecimento das nossas comunidades neste projecto ímpar a nível europeu será profundamente importante e motivador.

Ponte de Sor sente-se feliz em receber no Centrum Sete Sóis Sete Luas / Centro de Artes e Cultura tão importante manifestação, fazendo votos que tal seja do agrado de todos, pois esta multiplicidade cultural permite augurar um futuro cada vez mais promissor.

Engº. Hugo Luís Pereira HilárioPresidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor

Ponte de Sor (Alentejo, Portugal) - 27.09.2014 - 14.11.2014, Centrum Sete Sóis Sete Luas

Promoted Ass. Cult. Sete Sóis Sete LuasCâmara Municipal de Ponte de SorComune di Montelupo Fiorentino

Coordination Marco Abbondanza (Ass. Cult. Sete Sóis Sete Luas)Câmara Municipal de Ponte de SorPedro Gonçalves (Centro de Artes e Cultura de Ponte de Sor)Massimiliano Cubattoli (Comune di Montelupo F.no)

Production CoordinationMaria Rolli (Ass. Cult. Sete Sóis Sete Luas) Installation assistantJoão Paulo Pita (Centro de Artes e Cultura de Ponte de Sor)Alexandre Sousa (Ass. Cult. Sete Sóis Sete Luas)

Cantiere d’Arte Contemporanea “LO 2.0 Vol. 1: Nuovi apprendisti per una bottega rinascimentale”Direzione Artistica: Alfredo Gioventù, Khaled Ben SlimaneTutor didattico: Alice PistolesiResponsabile del progetto: Benedetta FalteriUfficio stampa: Silvia Lami

AdministrationSandra Cardeira (Ass. Cult. Sete Sóis Sete Luas)

Staff Sete Sóis Sete LuasCelia Gomes, Barbara Salvadori, Luca Fredianelli, Paulo Gomes

Graphic DesignSérgio Mousinho (Ass. Cult. Sete Sóis Sete Luas)

Press OfficeElisa Tarzia (Ass. Cult. Sete Sóis Sete Luas)

TranslatorRui Aleixo

Printed Bandecchi & Vivaldi, Pontedera

[email protected]

Mãe Terra Mar

Notas para uma viagem em busca de contaminações culturais

Mãe Terra Mar, mesmo antes de ser um “título” que confere às palavras a qualidade de resumo, é percecionado como um som. Uma musicalidade verbal que, saindo do universo das figuras de estilo, encontra em si mesma a procura de ritmos capazes de construir uma forma musical encadeada, que tanto pode evocar o balanço do barco sobre as ondas como o canto das pedras sulcadas na rebentação; sons que, de alguma forma, sejam alusivos ao movimento e à viagem.

E depois a palavra “Terra”, um termo que se pode referir a um “lugar” ou a uma “matéria”: a argila; desafio e companhia diária de nós, os ceramistas, definida por Nanni Valentini, numa síntese apropriada, “... terra, a matéria lugar de todas as transformações, de todas as semelhanças”. E aí, onde mar e terra se misturam, um porto de partida para embarcar na “bela viagem [dom de] Ítaca” (Cf. Konstandinos Kavafis).

Uma viagem traçada pela urgência de partir, que nos foi legada pelas imagens de Beuys na obra “A revolução somos nós”, e que tem levado muitos artistas – tanto no século passado como no início do novo milénio – a explorar esse “território intermédio”, sujeito à prensa da racionalidade e da corporalidade, do corpo e da mente (postos em ininterrupta oposição dialética por uma visão antropocêntrica do mundo), com o intento de restituir à arte a sua função pública, utilizando a criatividade para dar forma a uma nova ética e para construir momentos de partilha social, capazes de projetar o futuro.

Partindo destas premissas utilizo os meus “seixos cerâmicos” para experimentar processos de “fazer arte”, numa zona de fronteira entre artifício e natureza, como uma ferramenta para aprimorar as capacidades de perceção da realidade por meio de novas sensibilidades. Esta atenção à beleza da matéria natural por si, pode tornar-se a base para uma relação renovada entre o homem e a natureza, tornando possível esse pacto, essencial para nosso futuro, invocado por Beuys. A nossa civilização desenvolvida no Mediterrâneo, depois de um promissor e fértil começo percetível nas linhas e nas intenções das teorias dos filósofos pré-socráticos, acabou por encalhar nos baixios de um estéril materialismo económico mais vocacionado para a destruição do que para a construção do futuro.

A arte, no entanto, ainda está em condições de reacender um diálogo entre a naturalidade e a espiritualidade, evitando que se furte, à lógica do poder, o “testemunho” do esforço coral da humanidade para construir uma vida digna nesta terra. Os meus “seixos”, por serem artefatos (feitos-com-arte), sem perderem nada da autonomia estética natural, procuram assim aproximar as linguagens e as histórias do ser humano às manifestações de uma única realidade universal. Libertos da corporalidade da massa, graças às técnicas de produção da porcelana, tendem a provar que a estética da natureza pode participar nessa esfera ética retida pela linguagem que está, falsamente, reservada à humanidade.Através dos mitos do Mediterrâneo, reinterpretados pelos meus materiais, procuro combinar relações entre o mundo orgânico e o inorgânico, entre a “vida do carbono” e a “vida da sílica”. Desta forma, a “deusa mãe mediterrânea” torna-se de madeira e de pedra

Montelupo Fiorentino é uma pequena cidade toscana situada às portas de Florença; a sua história caracteriza-se por uma antiga tradição cerâmica: aqui eram produzidos pratos e taças que decoravam a mesa de Lourenço, o Magnífico.Desde 2012 que Montelupo Florentino é uma das cerca de 30 cidades de 13 países diferentes que dinamizam o Festival Sete Sóis Sete Luas.

A adesão ao Festival nasceu de um percurso de investigação cultural, desenvolvido pelo município, que tem por objetivo pesquisar as relações de influências e trocas culturais na bacia do Mediterrâneo, tanto no domínio da cerâmica como noutros.Ao longo dos séculos, a produção cerâmica de Montelupo Fiorentino foi grandemente influenciada pelos motivos ornamentais árabes e espanhóis, e foi comercializada em muitíssimas cidades do Mediterrâneo, e não só.

Com o passar do tempo as trocas comerciais levaram à criação de laços, antes de mais culturais. É neste sentido que o município de Montelupo Fiorentino atribui ao Festival Sete Sóis Sete Luas um valor fundamental, pela sua vocação de revelar, através da música, os laços que unem os povos do Mediterrâneo.

Partindo deste princípio, em 2012 realizou-se a residência de arte contemporânea “LO 2.0 – novos aprendizes para uma oficina renascentista”: à maneira de uma antiga oficina renascentista, ceramistas, mestres oleiros e pintores trabalham em conjunto, vindos da Escola de Cerâmica de Montelupo Fiorentino, ceramistas da Associação das Olarias de Terracota de Samminiatello e alunos da Academia de Arte de Florença e Carrara, coordenados pela sabedoria do mestre ceramista Alfredo Gioventù. Da residência nasceu e bela instalação “Prece à terra muda” exposta no âmbito da Festa da Cerâmica de Montelupo Fiorentino, dentro de uma antiga olaria restaurada.

Dá-nos uma grande satisfação que muitas das obras executadas no âmbito desse importante trabalho, conduzido pelos mestres Alfredo Gioventù e Khaled Ben Slimane, apareçam hoje de novo numa nova instalação no centrum de Ponte de Sor. A satisfação é a dobrar, primeiro por ver uma continuidade dada ao trabalho desenvolvido em Montelupo Fiorentino, e em segundo lugar por constatar, em primeira mão, como a rede do Festival Sete Sóis Sete Luas chega a tornar possíveis laços tanto culturais como de amizade.

Paolo MasettiPresidente da Câmara Municipal de Montelupo Fiorentino

Mãe Terra Mar

das Olarias de Terracota de Samminiatello e alunos das Academias de Arte de Florença e Carrara trabalharam lado a lado, estabelecendo um diálogo permanente, um intercâmbio entre diversos e semelhantes conhecimentos e competências. Neste contexto surgiu a instalação “Prece à terra muda”, exposta no âmbito da Festa da Cerâmica de Montelupo Fiorentino do ano 2012. Num dos lados a Natureza, uma enorme bolota de barro que se erguia de forma imponente para representar o mito eterno, no outro a Cultura, duas grandes talhas decoradas pelo mestre Ben Slimane com os motivos típicos da sua arte, cores primárias e grandes signos caligráficos.. Ao centro o Mediterrâneo, uma grande fenda de barro cru na qual foram dispostas as esculturas dos nove alunos, pequenas bolotas nas quais cada um tinha expressado a sua prece à Terra. À volta, grandes pratos de cerâmica celebravam o encontro entre a natureza e a cultura, entre o Oriente e o Ocidente. O prato, escolhido por Khaled Ben Slimane como símbolo da convivência, acabou por ser o suporte sobre o qual se prestou homenagem à natureza, através dos seus quatro elementos. “Le rouge, le Feu”, “Le Vert, L’eau”, “Le Bleu, La Terre”, “Le Jaune, Le Vent”: a cor primária escolhida para simbolizar cada elemento natural ocupou o fundo, enquanto o “desenho” da palavra árabe invadiu toda a superfície, transformando-se em decoração, pintura. Seguiam-se os pratos dos alunos, onde cada um desenvolveu a sua própria investigação artística, guiando-se simplesmente pelo código estilístico do mestre Ben Slimane. A Residência de Arte Contemporânea L0 2.0 fez parte de um grande projeto cultural promovido pelo município de Montelupo Fiorentino, que visa a investigação das relações de intercâmbios culturais na bacia do Mediterrâneo, no âmbito da cerâmica e não só: “O mar entre as pessoas”. Neste contexto surgiu a cooperação entre a administração e o Festival Sete Sóis Sete Luas, chamado a revelar, através da música, os laços que unem os povos do Mediterrâneo. E é precisamente o desejo de cooperar que Alfredo Gioventù define como o nascimento de um novo humanismo mediterrânico, isto é, que une a experiência da Residência L0 2.0 e da instalação “Prece à terra muda” à experiência do Festival Sete Sóis Sete Luas. Uma sinergia de intenções tornada agora momento pública na exposição em Ponte de Sor. “Prece à terra muda” transforma-se assim numa nova instalação para a exposição “Mãe, Terra, Mar”. A fenda do Mediterrâneo dá lugar aos mitos antigos que Gioventù conta com a linguagem da Natureza. Folhas e ramos, concreções marinhas, objetos flutuantes e, acima de tudo, seixos aligeirados e esvaziados da própria matéria, são as palavras com que Gioventù compõe a sua própria linguagem poética. E por fim o mar, evocado como memória do seu próprio fluxo, mas também como o lugar da viagem e do encontro, do intercâmbio e do mito. Uma relação – a do homem com a natureza – que Gioventù vê sempre como o campo predileto para a sua própria investigação artística, que não procura ser uma imitação efémera, mas sim um tributo, tal como o aluno faz com o mestre.

Alice PistolesiCuradora da Residência de Arte Contemporânea LO 2.0

e, como herdeira da mais antiga divindade “mãe Terra”, recorda que a rocha é terra e vida concentrada tanto em matéria como em energia.Khaled e eu discutimos estes temas durante a bela experiência da residência – adega de Montelupo –, ocasião onde terei aprendido a apreciar as razões profundas que o levaram até ao Japão para descobrir o segredo de uma caligrafia universal, capaz de definir as novas fronteiras da espiritualidade contemporânea. Para além disso, entre os alunos das Academias de Arte, reconhecemos jovens artistas capazes de superar individualismos e a autorreferencialidades, e de trabalhar em conjunto em grandes projetos para o futuro.

Estas são razões mais que suficientes para nos continuarmos a lançar em “viagem”, quem sabe se sulcando ondas com espuma de pedra e com cristas transparentes de alabastro, que nos recordam quão longos trajetos se conseguem efetuar mesmo que, para tal, se desloque somente o ponto de observação.

Alfredo Gioventù

Da “Residência de Arte Contemporânea LO 2.0 2012” à exposição “Mãe Terra Mar”

“Os pincéis cheios de cor corriam rápidos sobre a superfície dos grandes pratos. Dos alunos, jovens artistas provenientes das Academias de Belas Artes de Florença e Carrara, cada qual fazia o seu trabalho, olhando muitas vezes para os esboços deixados sobre a mesa, como quem procura inspiração antes de traduzir a ideia numa ação. Perto deles, o mestre Khaled Ben Slimane, artista ceramista tunisino, trabalhava na pintura de um grande prato. Na mão, um grande pincel com o qual traçava longas e amplas pinceladas pretas. À volta, o silêncio, e um ar repleto de energia criativa. Na sala ao lado da escola de cerâmica, Alfredo Gioventù, um outro professor (artista ceramista lígure), estava a mostrar aos alunos como estender e moldar o barro, como cortá-lo e modelá-lo, isto é, como transformar esta matéria viva, através das próprias mãos, em ideia, forma e arte. O mestre da escola de cerâmica estava a aperfeiçoar, seguindo as coordenadas de alguns alunos, esculturas em forma de bolota, transformando com gestos firmes o barro sem forma numa forma concreta. Por fim, no edifício ao lado, dois jovens octogenários, ceramistas oleiros, estavam a construir uma enorme bolota em barro com a antiga técnica dos rolinhos, seguindo o desenho criado por Gioventù. Com gestos decididos e repetidos andavam em volta do objeto, achatando e moldando os rolos de argila uns sobre os outros. A escultura crescia a cada volta, sob o olhar dos alunos ansiosos por dominarem o saber antigo.” Com esta breve descrição quis evocar o ambiente tão peculiar onde a Residência de Arte Contemporânea LO 2.0 ocorreu, uma adega contemporânea renascentista no coração de uma das cidades da cerâmica: Montelupo Fiorentino. Artistas ceramistas, mestres oleiros e pintores da Escola de Cerâmica de Montelupo Fiorentino, oleiros da Associação

Mãe Terra Mar

Orci, Khaled Ben Slimane

Le Jaune, le Vent, Khaled Ben Slimane

Le Vert, l’Eau, Khaled Ben Slimane Le Bleu, la Terre, Khaled Ben Slimane

Le Rouge, le Feu, Khaled Ben Slimane

Sassi di Pirra e Deucalione, Alfredo Gioventù

SPD #Diversità1, Alfredo Gioventù

SPD #Diversità2, Alfredo Gioventù

SPD #Diversità3, Alfredo Gioventù SPD #Diversità4, Alfredo Gioventù

SPD #Diversità5, Alfredo Gioventù

Panteophonia (dettaglio), Alfredo Gioventù

Panteophonia (dettaglio), Alfredo Gioventù

Panteophonia, Alfredo Gioventù

Fabrizio Milani Barbara Pianca

Sonja Samardjieva

Preghiera alla terra muta (installazione), Montelupo Fiorentino.

Stephan Nostoroski Elena Rondini

Nicola Rossini Xiang Qinggang

Montelupo Fiorentino è una cittadina Toscana situata alle porte di Firenze; la sua storia si caratterizza per un’antica tradizione ceramica: qui venivano prodotti piatti e vasi che adornavano la mensa di Lorenzo il Magnifico. Dal 2012 Montelupo Fiorentino è una della circa 30 città di 13 nazioni diverse che sostengono il Festival Sete Sòis Sete Luas. L’adesione al Festival scaturisce da un percorso di ricerca culturale intrapreso dall’Amministrazione con lo scopo di indagare i rapporti di scambio culturale nel bacino del Mediterraneo, in ambito ceramico e non solo.

Nel tempo la produzione ceramica di Montelupo Fiorentino è stata influenzata considerevolmente dal decoro arabo e spagnolo, ed è stata commercializzata in moltissime città del Mediterraneo e oltre.

Nei secoli gli scambi commerciali hanno condotto alla creazione di legami in primo luogo culturali. È in questo contesto che il comune di Montelupo Fiorentino riconosce al Festival Sete Sòis Sete Luas un valore fondamentale, chiamato com’è a svelare, attraverso la musica i legami che uniscono i popoli del Mediterraneo.

Con questi presupporsi nel 2012 è stato realizzato il cantiere di arte contemporanea “LO 2.0 - nuovi apprendisti per una bottega rinascimentale”: come in un’antica bottega rinascimentale hanno operato insieme artisti-ceramisti, maestri tornitori e pittori della Scuola di ceramica di Montelupo Fiorentino, terra-cottai dell’Associazione Unione delle fornaci della terracotta di Samminiatello e allievi delle Accademie d’Arte di Firenze e Carrara, con il coordinamento sapiente del maestro ceramista Alfredo Gioventù.

Dal Cantiere è nata la bella installazione “Preghiera alla terra muta” esposta nell’ambito della Festa della Ceramica di Montelupo Fiorentino, all’interno di una antica fornace restaurata. Ci fa particolarmente piacere che molte delle opere realizzate nell’ambito di quell’importante lavoro, condotto dai maestri Alfredo Gioventù e Khaled Ben Slimane, vengano oggi riproposte in una nuova istallazione nel Centrum di Ponte de Sor. Il piacere è duplice, in primo luogo nel vedere una continuità per il lavoro realizzato a Montelupo Fiorentino e poi nel constatare con mano come la rete del Festival Sete Sòis Sete Luas possa rendere possibili scambi culturali e di amicizia.

Paolo MasettiIl sindaco di Montelupo Fiorentino

Claudia Leporatti

Caterina Alessandra Angileri

Mãe Terra Mar

Appunti per un viaggio alla ricerca di contaminazioni culturali

Mãe Terra Mar, ancora prima d’essere “titolo”, conferendo alla parola la proprietà di sintesi, si percepisce come un suono. Una musicalità verbale che uscendo dai limiti della figura retorica trova in sé l’incalzare di ritmi capaci di costruire una forma musicale connotata, così da evocare il rollio della barca sulle onde ma anche il canto dei sassi dilavati sulla battigia, e comunque, suoni allusivi al movimento ed al viaggio.

E poi la parola “Terra”, termine che può indicare un “luogo” o una “materia”: l’argilla; sfida e compagna quotidiana di noi ceramisti, definita da Nanni Valentini , con appropriata sintesi, “... terra, la materia luogo di tutte le trasformazioni, di tutte le similitudini”. E là, dove mare e terra si confondono, un porto da cui intraprendere “il viaggio dono di Itaca che fu bello” (C. Kavafis).

Un viaggio incalzato dall’urgenza di partire, lasciataci in eredità dall’immagine di Beuys nell’opera “La rivoluzione siamo noi”, e che ha spinto molti artisti, a cavallo tra il vecchio ed il nuovo millennio, verso l’esplorazione di quella “terra di mezzo” stretta tra la morsa della razionalità e della fisicità, del corpo e della mente (posti in continua opposizione dialettica da una visione antropocentrica del mondo), nell’intento di riconsegnare all’arte la sua funzione pubblica, utilizzando la creatività per dar forma ad una nuova etica, e costruire, momenti di condivisione sociale capaci progettare il futuro.

Su queste premesse utilizzo i miei “sassi ceramici” per sperimentare processi del “fare ad arte”, in una zona di confine tra artificio e natura, come strumento per affinare le capacità di percezione della realtà attraverso nuove sensibilità. Questa attenzione alla bellezza della materia naturale in sé, può diventare la base per un rinnovato rapporto tra uomo e natura, rendendo possibile quel patto, essenziale al nostro futuro, invocato da Beuys. La nostra civiltà, sviluppatasi nel Mediterraneo, dopo un promettente e fertile inizio leggibile tra le righe e le intenzioni delle teorie dei filosofi presocratici, ha finito con l’incagliarsi tra le secche di uno sterile materialismo economico più adatto alla distruzione che alla costruzione del futuro.

L’arte, però, è ancora in grado di riaccendere un dialogo tra naturalità e spiritualità evitando di farsi sottrarre, dalle logiche del potere, il “testimone” del corale sforzo dell’umanità per costruire una vita degna su questa terra. I miei “sassi”, nel loro

essere arte-fatti, senza perdere nulla dell’autonomia estetica naturale, cercano così di avvicinare i linguaggi ed i racconti dell’uomo alle manifestazioni di un’unica realtà universale. Liberati dalle fisicità della massa, grazie alle tecniche di lavorazione della porcellana, tendono a dimostrare che l’estetica della natura può partecipare a quella sfera etica del linguaggio ritenuta, erroneamente, riservata all’uomo.

Attraverso i miti del Mediterraneo, reinterpretati dai miei materiali, cerco di coniugare rapporti tra mondo organico ed inorganico, tra “vita del carbonio” e “vita della silice”. In questo modo la “dea madre mediterranea” diventa di legno e di sasso, e come erede della più antica divinità “madre Terra” ricorda che la roccia è terra e vita concentrata sia nella materia che nell’energia.

Su questi temi, io e Khaled, ci siamo confrontati durante la bella esperienza del cantiere – bottega di Montelupo, frequentazione in cui ho imparato ad apprezzare le profonde ragioni che lo hanno spinto fino in Giappone per trovare il segreto di una calligrafia universale, capace di definire i nuovi confini di una spiritualità contemporanea. Tra gli allievi delle Accademie d’Arte abbiamo inoltre riconosciuto giovani artisti capaci di superare personalismi ed autoreferenzialità e di lavorare insieme a grandi progetti per il futuro.

Questi sono motivi importanti per continuare a rimettersi in “viaggio”, magari solcando onde dalla schiuma di pietra e dalle creste trasparenti di alabastro che ci ricordano quanto si possano realizzare lunghi percorsi anche solo spostando il punto di osservazione.

Alfredo Gioventù

Mãe Terra Mar

Festival Sete Sóis Sete Luas

CATÁLOGO N. 70