karl engisch - introdução ao pensamento jurídico

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INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO JURÍDICO Karl Engisch Nascido em 1899. Doutor em Direito pela Univ. de Giessen (1924). Prof. extraordinário da mesma Univ. em 1929. Prof. catedrático da Univ. de Hei- delberga em 1934 e de Munique em 1953. Tem regido as cadeiras de Direito Penal, Processo Penal e Filosofia do Direito. Obras publicadas: Untersuchung über Vorsatz und Fahrlãssigkeit im Strafrecht, 1930. Die Kausaliti.it als Merkmal der stra.frechtlíchen Tatbestand, 193 I. Fie Einheit der Rechlsordnung, 1935. 1..Dgische Studien zun Geset- zesanwendung, !943 (2.ª ed., 1960). Euthanasie und Vemichtung lebenswerten Lebens in srrafrech- tlicher Beleuchrung, 1948. Vom We/tbild der Juristen, 1950. Die ldee der Konkretisiemng in Recht 1md Reclusoilsserischaft unsercr Zeir, 1953. Die rechrliche Bedeutung der firrzrlichen Opera- rion. 1958. João Baptista Machado Nascido em 1927. Doutorado pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1971), onde foi professor auxiliar. Desde 1973, professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. onde exerce as funções de professor catedrático desde 1979. Regeu as disciplinas de Filosofia do direito e do estado, DireitO internacional privado, Introdução ao Direito, Direito das obrigações e Instituições de direito público. Alguns trabalhos publicados: Sobre a aplicação no tempo do 1101'0 Código Civil, 1968. Âmbito de eficácia e âmbito das competên- cias das leis. 1970. ú"ções de direito intemadonal prh•ado, 1974. Panicipação e descentralização, democrari:,açiio _e neutralidade na Constituição de 76, 1982. Jmroduçãc ao direito e ao discurso legi- rimador, 1983, 'l 1 1 1 1 1 .J José Antônio F. Garrido BIBLIOTECA

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Karl Engisch - Introdução Ao Pensamento JurídicoEditora CALOUSTE GlJLBENKIAN Lisboa, 2001198x2 = 396 páginas

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INTRODUO AOPENSAMENTOJURDICO KarlEngisch Nascido em1899.Doutor em Direito pela Univ. de Giessen(1924).Prof. extraordinrio da mesma Univ.em1929.Prof. catedrtico da Univ.de Hei-delbergaem1934 edeMunique em1953.Tem regidoascadeirasdeDireitoPenal,Processo PenaleFilosofiadoDireito. Obraspublicadas: Untersuchung ber Vorsatz und Fahrlssigkeit im Strafrecht,1930.Die Kausaliti.it als Merkmal der stra.frechtlchen Tatbestand,193 I. FieEinheit der Rechlsordnung,1935. 1..Dgische Studien zunGeset-zesanwendung,!943(2. ed.,1960).Euthanasie und Vemichtunglebenswerten Lebens insrrafrech-tlicherBeleuchrung,1948.VomWe/tbildder Juristen,1950.DieldeederKonkretisiemngin Recht 1md Reclusoilsserischaft unsercr Zeir,1953. Die rechrlicheBedeutung derfirrzrlichenOpera-rion.1958. JooBaptistaMachado Nascido em1927.Doutorado pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1971),onde foiprofessor auxiliar.Desde1973, professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. ondeexerceasfunesde professor catedrtico desde1979.Regeuasdisciplinas deFilosofia do direito e do estado, DireitO internacional privado, IntroduoaoDireito,Direitodasobrigaese Instituiesdedireitopblico. Algunstrabalhospublicados: Sobre a aplicao no tempo do 1101'0CdigoCivil, 1968.mbito de eficcia e mbito dascompetn-cias das leis.1970."es de direito intemadonal prhado,1974.Panicipao e descentralizao, democrari:,aiio _e neutralidade na Constituio de 76,1982.Jmroducao direito e ao discurso legi-rimador,1983, 'l 1 1 1 1 1 .J Jos Antnio F.Garrido BIBLIOTECA Traduo dooriginalalemointitulado: EINFHRUNG INDASJURISTISCHE KarlEngisch 8.,neubearb.Auflage,1983 VERLAGW.KOHLHAMMER GmbH. Stuttgart todus direitos de harmonia com a lei E:.,comooso,v.gr.,asrelaes entrecompradorevendedorouentrecnjuges.Pelo ladodoseucontedo, asrelaes jurdicasapresentam--seasmaisdasvezes como poderes(direitos), aosquais secontrapemoscorrespondentesdeveres;mastam-bmexistem relaes jurdicas- como, por exemplo, o parentesco, odornicio- queapenasso consideradas comorelevantesenquantopossveisfontesdedireitos e deveresfuturos,isto,dedireitosedeveresque somentesurgemquandooutrospressupostosseverifi-cam. Se agora analisarmos estas consideraes sobre a relaojurdicaenquantocontedodaconsequncia jurdica, facilmentenosdaremoscontadeque,final, arelao jurdicanofunciona justrunentecomo conse-qunciajurdica,mas,antes,comohipteselegardes-_ tinadaaproduzirconsequnciasjurdicas,eque,ao inves,namedidaemquearelaojurdica,ouaSua constituio,extinooumodificao,sejaefectiva-menteencaradacomoconsequnciajurdica,estafor-mulaoporsuaveznadamaisexprimesenoquese tratadedireitosededeveres,dasuaconstituio,etc. i : 34 E,assim.tambmporestemodosomosconduzidos. pois,aosdireitosedeverescomo contedodas. Vamosportantoprolongar,-masdeumnovongulo, certasconsideraesqueacimainicimossobrea relao entre odireito e o dever.Exemplos clssicos de atribuiesdedireitosaosindivduosso-noasgaran-tiasfundaffientaisdeDireitoconstitucional,taiscomo aquelasquensactualmenteencontramosnaprineira partedaConstituio(LeiFundamental) deBona, mas so-noaindaasdeterminaesdoDireitoCivilsobrea propriedade, o seucontelido easuaproteco( 903 ess.,985ess.,doCdigoCivil).Alinguagem juridica correntedistingueentreDireitoobjectiVoedireitosub-jectivo.ODireitoobjectivoaordemJurdica:o conjuntodasno1masouregrasjurdicasquensh poucoconcebemoscornoimperativos.Odireitosub-jectivoopoderoulegitimaoconferidapeloDireito (Berechtigung ).Massepartirmosdopontodevistade queosdireitossubjectivossefundamentamemnormas juridi_casatributivas(normasqueatribuemessesdirei-tos),estasconcessesouatribuiesdedireitosper-tencemaoDireitoobjectivo,poisquesoregrasjur-dicas.Oraemquerelaoseencontramestasnonnas comasregrasjurdicasdecarcterimperativo?Para respcnderaestaquestotemosdeanalisarmaisde pertoanatureza do direitosubjectivo.Antesdetudo, os direitossubjectivos somais do quesimplespermisses. Umapermisso, co1nopor exemplo, a decausar danos 1'

1 i : 1 : : : ' 42 aoagressornahiptesedelegitimadefesa,podeser consideradaco1nomeraexceposvriasproibies delesaroudanificaroutreme,nestamedida,apenas terumsignificadonegativo. Aconcesso deum direito subjectivocomoodapropriedadesignifica,aocontr-rio,algo positivo. Neste caso, reconhece-se .3: