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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 1

Aula 6: Justiça Penal x Justiça Penal Tradicional ........................................................... 2

Introdução ............................................................................................................................. 2

Conteúdo ................................................................................................................................ 3

Contextualizando ............................................................................................................... 3

Acesso à justiça .................................................................................................................. 3

As três ondas de acesso à justiça ................................................................................... 4

Conciliação, mediação e arbitragem ............................................................................. 5

Um pouco mais sobre o tema: acesso à justiça .......................................................... 6

A terceira onda de acesso à justiça ................................................................................ 7

Justiça para pequenas causas ......................................................................................... 7

Ope legis .............................................................................................................................. 8

Incentivo aos meios alternativos de solução de conflitos ......................................... 9

Conflitos puros ................................................................................................................... 9

Conflitos híbridos ............................................................................................................. 10

Nova postura do Estado-Juiz ........................................................................................ 11

Atividade proposta .......................................................................................................... 12

Aprenda Mais ....................................................................................................................... 13

Referências........................................................................................................................... 13

Exercícios de fixação ......................................................................................................... 14

Chaves de resposta ................................................................................................................ 21

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 2

Introdução

Nesta aula será estudado o denominado “Modelo Consensual de Justiça

Criminal” tendo por premissas metodológicas que explicam o atual estágio da

Justiça Penal Consensual, o acesso à justiça e a adoção de uma nova postura

do Estado-Juiz.

Iniciaremos o estudo pela descrição das ondas da justiça na visão Mauro

Cappelletti, e, especificamente, a terceira onda, na qual daremos especial

atenção à justiça de pequenas causas e ao incentivo aos

meios alternativos de solução de conflitos, classificando-os em puros e híbridos

conforme a necessidade de intervenção do Poder Judiciário para efetividade de

suas decisões.

Objetivo:

1. Listar o acesso à justiça e a adoção de uma nova postura do Estado-Juiz

como premissas metodológicas que explicam o atual estágio da Justiça Penal

Consensual;

2. Definir a coexistência entre a Justiça Penal Tradicional, Consensual e

Restaurativa.

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 3

Conteúdo

Contextualizando

A nossa ideia nesta aula é versar sobre os princípios básicos da Justiça Penal

Consensual e sobre a sistematização e distinção entre Justiça Penal

Consensual e Justiça Penal Tradicional levando-se em consideração o que

consta tanto na Lei nº 9.099/95, quanto no projeto de lei do novo Código de

Processo Penal (CPP), o qual prevê que a sistemática do Juizado Especial

Criminal será contemplada dentro do CPP.

Para tanto, partiremos das premissas metodológicas que explicam o atual

estágio da Justiça Penal Consensual: acesso à justiça e a adoção de uma

nova postura do Estado-Juiz.

Acesso à justiça

Quando se estuda as formas alternativas de composição de conflitos, a primeira

questão que surge é a noção do que vem a ser Justiça, ou melhor, questiona-se

se a única forma de se alcançar a justiça dá-se por meio do exercício da

jurisdição.

Sob o prisma filosófico a justiça pode ser entendida como atributo do que é

justo, verdadeiro.

Partindo-se do fato de que o sistema processual brasileiro data do século XIX e

que, portanto, encontra-se hoje em dissonância com a realidade social, emerge

a necessidade de se buscar novas técnicas de pacificação social, embora esta

seja a finalidade última do Judiciário.

Face aos efeitos sociais resultantes das decisões proferidas pelo Estado-Juiz na

composição de um conflito de interesses, o que denota seu caráter político

dentro do cenário atual de crise social pela qual passa a sociedade em

consequência do descrédito da população em relação à política e ao próprio

Judiciário, cabe citar a assertiva do Des. Marcus Faver em palestra proferida na

Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, segundo o qual a referida

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 4

crise social possui três níveis: a crise de direito, crise de justiça e crise da

justiça (FAVER, 2001. p. 12).

Com relação à crise do Direito, surge da dissonância entre as leis promulgadas

pelo Estado – e aqui cabe frisar que, a princípio, deveriam refletir os anseios da

sociedade face à democracia representativa e à realidade social, pois estas não

alcançam o fim almejado de responder aos anseios da sociedade, o que gera

insatisfação e até mesmo revolta.

É neste ponto que surge a crise de Justiça na medida em que a população se

sente injustiçada, desmerecida e abandonada pelo Estado.

Com relação à crise de Justiça, esta corresponde às dificuldades pelas quais

passa o Judiciário enquanto pacificador de conflitos sociais no alcance da

efetiva Justiça (FAVER, op.cit., p. 19).

As três ondas de acesso à justiça

Preocupado com os obstáculos existentes no que tange ao acesso à Justiça, à

eficaz composição de conflitos de interesses e, portanto ao acesso à uma

ordem jurídica justa que venha a mitigar a crise social, Mauro Cappelletti

realizou um estudo acerca do que se denomina “as três ondas de acesso à

justiça” (CAPPELLETTI apud CÂMARA, 2001, p. 205).

A primeira concerne à assistência judiciária e visa possibilitar aos

economicamente hipossuficientes o acesso à prestação jurisdicional.

O Brasil, a respeito desse problema, manifesta-se desde 1950, quando foi

promulgada a lei que regulamenta a “justiça gratuita”.

Superado o obstáculo econômico, surge a segunda onda renovatória, aquela

que vem a tratar dos interesses “metaindividuais”, o que, face ao sistema

romano-germânico individualista, configura-se como

um grande avanço.

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 5

Para esse sistema não há como se defender em juízo tais direitos, pois não se

encontram na esfera jurídica individual de ninguém (CÂMARA, op.

cit. p. 206).

Aqui, novamente o Brasil se destaca na medida em que dispõe de rico material

normativo acerca do tema, tal como o mandado de segurança coletivo, a ação

civil pública e a ação popular.

A terceira onda visa à qualidade, não da prestação jurisdicional, mas da

Justiça conferida ao cidadão.

Para que se efetive essa “qualidade” três são as soluções propostas (ibidem):

a reforma do Judiciário, a desformalização dos procedimentos e a valorização

dos meios paraestatais de composição de conflitos.

Conciliação, mediação e arbitragem

As formas paraestatais de composição de conflitos de interesses ganham

visibilidade por meio da conciliação, mediação e arbitragem.

Esses métodos possibilitam soluções mais compatíveis com os anseios da

sociedade na medida em que podem vir a agradar todos os envolvidos na lide,

bem como pode tornar mais célere todo o “processo” de composição.

Não se pode afirmar que o fato de tornar possível a redução da demanda

apresentada ao Judiciário seja a real vantagem, pois se corre o risco de se

atribuir aos referidos institutos qualidades ou vantagens quantitativas, quando,

na verdade, o que se busca são qualidades qualitativas.

Com relação à arbitragem, positivada pela Lei nº 9.307/96, uma de suas

principais vantagens, além da celeridade, é a possibilidade da escolha pelas

partes dentre especialistas de um julgador para o conflito em exame,

diferentemente do que ocorre no processo judicial, onde o Estado-Juiz lhes é

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 6

imposto, tornando-se a referida decisão, quando condenatória, título executivo

judicial independentemente de homologação.

No que tange à mediação, como afirmado, carente de concretização, tem-se a

resolução do conflito pela figura do mediador, que não resolve o conflito, mas

apenas conduz os interessados ao alcance da melhor solução.

De qualquer forma, diante da aplicação desses institutos paraestatais de

resolução de conflitos como forma de se alcançar a efetiva justiça, não se pode

olvidar que a sua efetiva utilização necessita essencialmente de aceitação

cultural e não jurídica.

Um pouco mais sobre o tema: acesso à justiça

Voltando à expressão “acesso à justiça”, podemos afirmar que esta surgiu

com a finalidade de significar um efetivo acesso a uma ordem jurídica justa,

sendo, em razão da amplitude de anseios da sociedade que abarca, de difícil

conceituação, mas que apresenta duas vertentes facilmente perceptíveis:

A primeira, que possibilita o acesso do indivíduo ao sistema jurídico para a

composição de seus conflitos.

A segunda, mais profunda, que vai além, visando o acesso não somente ao

sistema jurídico estatal, mas à denominada ordem jurídica justa.

O acesso à justiça visto hoje em muito diverge da noção de que se tinha nos

séculos XVIII e XIX, em face de um Estado liberal, eminentemente burguês,

onde a justiça somente poderia ser alcançada por aqueles que ostentavam

maior sucesso, ou seja, por aqueles que conseguissem agregar um maior

número de riquezas; ou seja, seu sucesso e portanto seu direito ao acesso à

justiça dependia de seu maior ou menor sucesso patrimonial.

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 7

A terceira onda de acesso à justiça

Mais um ponto a ser abordado nesta aula refere-se a um tema específico que

faz parte da terceira onda de acesso à justiça: a desformalização dos

procedimentos através do fim do formalismo (e não por meio da sua formação).

Sendo assim, esse assunto será abordado a partir de dois aspectos:

• Justiça para pequenas causas;

• Incentivo aos meios alternativos de solução de conflitos.

Justiça para pequenas causas

A Lei nº 7.244/84 foi a primeira a versar sobre juizados de pequenas causas,

todavia versava somente sobre matéria cível.

Partindo da premissa de que o Artigo 98, I, da CRFB/88 fez menção expressa

aos juizados especiais criminais, com o advento da Lei nº 9.099/95, tivemos a

regulamentação de juizados especiais no âmbito civil e penal, sendo este último

consoante redação original aplicável somente às infrações penais de menor

potencial, sendo que no caso dos crimes as penas abstratas máximas não

poderiam exceder a um ano.

Com a edição da Lei nº 1.0259/2001 e respectiva dos Juizados Especiais

Federais, onde em seu Artigo 2º a abrangência de crimes de menor potencial

ofensivo alcançava as penas abstratas máximas não superiores a dois anos,

gerando, desta forma, uma dicotomia entre juizados estaduais e federais o que,

embora fosse solucionado pela jurisprudência, somente foi definitivamente

alterado pela Lei nº 11.313/2006, que equiparou a pena máxima para ambos os

juizados, ao alterar a redação do Artigo 61 da Lei nº 9.099/95.

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 8

Outra questão relevante é a incidência da Lei nº 9.099/95 às infrações penais

de menor potencial ofensivo submetidas a procedimento especial, tais como os

crimes previstos nas Leis nºs 8.078/90 e 9.605/98.

Atualmente prevalece o entendimento de que não importa a lei na qual esteja

tipificado, seu procedimento ou consequências, mas tão somente o quantum da

pena máxima fixada em abstrato.

Entretanto, com os delitos perpetrados no âmbito da violência doméstica contra

a mulher, são inaplicáveis os institutos despenalizadores da Lei nº 9.099/95 e a

criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher com

competência cível e criminal, para o processo, o julgamento e a execução das

causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a

mulher.

Ope legis

Quanto ao Artigo 61 da Lei nº 9.099/95, cabe salientar que não há qualquer

espaço para discricionariedade por parte do Estado-Juiz, na medida em que o

legislador adotou o critério taxativo – ope legis.

Esse critério tem sido duramente criticado pela doutrina, dentre eles o professor

Lênio Luiz Streck, no texto: Os Juizados Especiais Criminais à luz da jurisdição

constitucional: a filtragem hermenêutica a partir da aplicação da técnica da

nulidade parcial sem redução de texto (vide Biblioteca Virtual da disciplina),

onde chama atenção, por exemplo, ao delito de maus tratos, previsto no Artigo

136, do Código Penal, cuja pena abstrata comporta a competência dos Juizados

Especiais, mas que, todavia, sob o prisma do juízo da reprovabilidade da

conduta não poderia ser considerado infração penal de menor potencial

ofensivo.

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 9

Atenção

Pode-se citar a conduta de furto simples na forma tentada –

Artigo 155, caput , n.f. Artigo 14, II, ambos do Código Penal

será julgado na Vara Criminal e não no Juizado Criminal.

No mesmo sentido, a proporcionalidade entre os delitos

previstos nos Artigos 171 e 176 do Código Penal.

Incentivo aos meios alternativos de solução de conflitos

Desde o Projeto Florença busca-se uma teoria para esses meios alternativos de

solução de conflitos.

Podemos classificar os meios alternativos de solução de conflitos em puros e

híbridos:

Puros: Toda a solução se dá fora do Poder Judiciário que nunca saberá do

conflito, pois surge, é tratado e cumprido sem que o Poder Judiciário saiba de

sua ocorrência.

Híbridos: Demandam a interferência do Poder Judiciário para fins de validade

e eficácia – homologação do meio alternativo de solução de conflitos pelo

Estado-Juiz.

Conflitos puros

As características dos conflitos puros são as seguintes:

Negociação: existe um contato direto entre as partes envolvidas

Mediação: por circunstancias alheias à vontade das partes, haverá a

intervenção de terceiro que, todavia, não tenha poder decisório, mas tão

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 10

somente sugestivo; muito comum, por exemplo, em situações em que haja

conflitos familiares, pois as partes estão emocionalmente envolvidas.

Possui duas escolas clássicas: a mediação ativa e passiva; na primeira o

mediador se envolve diretamente na solução do conflito, inclusive sugerindo

soluções para o conflito, pois passa a interagir com as partes e, no Direito

brasileiro, recebeu o nome de conciliação e encontramos com muita frequência

nos Juizados Especiais Cíveis e Criminais.

O terceiro na mediação passiva, por sua vez, recebe o nome de facilitador, pois

tem uma restrição quanto ao objeto do conflito, pois resume o seu trabalho a

retirar os obstáculos que impedem a solução do conflito; equipara-se muito à

figura do terapeuta, logo, é um trabalho mais moroso.

Arbitragem: regulada pela Lei nº 9.307/96, também há intervenção de um

terceiro, todavia este detém o poder decisório, mas não possui poder coercitivo,

autoexecutório, o que o diferencia do juiz togado.

Conflitos híbridos

As características dos conflitos híbridos são as seguintes:

1 Conciliação – Artigo 331 do Código de Processo Civil (CPC).

2 Remissão – Artigo 180 da Lei nº 8.069/90.

3 Termo de Ajustamento de Conduta – Artigo 5º, § 6º, Lei nº 7.347/85.

4 Transação Penal – Artigo 76 da Lei nº 9.099/95.

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 11

Nova postura do Estado-Juiz

A Justiça Penal Consensual teve como marco a Lei nº 9.099/95 e trabalhou com

as noções de infração penal de maior e menor potencial ofensivo. Com seu

advento, começou-se a discutir acerca da efetividade da justiça penal, por meio

da análise de alguns temas, tais como:

1- Extensão do princípio da obrigatoriedade da propositura da ação penal de

iniciativa pública e sua possível flexibilização.

2- Surge uma preocupação com o papel da vítima.

3- Utilização de uma proporcionalidade dos meios punitivos – respeito ao

binômio necessidade/utilidade das sanções penais.

4- Respeito aos princípios da intervenção mínima, subsidiariedade e

fragmentariedade do Direito Penal.

Importante vislumbrarmos a figura do conflito, pois este é inerente à vida em

sociedade e, consequentemente devemos nos preocupar com as formas de seu

gerenciamento.

Muitas vezes a solução dos conflitos alcançada pelo Judiciário é conciliatória,

sob ponto de vista processual, jurídico, mas não, necessariamente,

pacificadora.

A partir da identificação da visão pacificadora da solução dos conflitos pelo juiz

por meio da adoção de uma nova postura pelo Estado-Juiz surge a denominada

Justiça Restaurativa que, muitas vezes, pode versar sobre relações continuadas

como, por exemplo, relações continuadas familiares, sociais etc., é necessário

que haja a reaproximação entre as partes.

Partindo dessa premissa podemos compreender que a justiça restaurativa não

pretende afastar a incidência da solução judicial dos conflitos, mas, sim, muitas

vezes, torná-las pacificadoras e, portanto, complementá-las na medida em que

oferece respostas adequadas a esses tipos de conflitos e relacionamentos.

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 12

Atividade proposta

Dionísio, foi condenado à pena de 1 (um) ano e 4 (quatro) meses de reclusão

(pena-base de 1 ano e 4 meses), em regime aberto, e de 40 (quarenta) dias-

multa à razão de 1/30 do salário mínimo pela prática da conduta prevista no

Artigo 155, caput, do Código Penal, por haver subtraído para si um automóvel

Ford/Corcel, ano 1974, de cor marrom, placa XXX0000, avaliado em R$

1.000,00 (mil reais – auto de avaliação direta da fl. YY).

Inconformado com a decisão proferida, interpôs recurso de apelação com vistas

à absolvição, e sucessivamente, a redução da pena pelo reconhecimento da

atenuante da confissão sob o argumento de que não pretendia furtar o veículo,

haja vista o fato de tê-lo “devolvido” logo em seguida em quarteirão próximo ao

da residência da vítima.

Seu pedido foi parcialmente deferido, pois, efetivamente, autoria e

materialidade do delito restaram devidamente comprovadas consoante conjunto

probatório.

Desta forma, os Desembargadores da Câmara Criminal, à unanimidade, deram

provimento parcial à apelação para reduzir as penas impostas a Dionísio a 1

(um) ano de reclusão e a 10 dias-multa, mantidos o valor unitário (1/30 do

salário mínimo), o regime (aberto) e a substituição da privativa de liberdade,

mas por uma restritiva de direitos, consistente em prestação de serviços à

comunidade ou prestação pecuniária no valor de 2 (dois) salários mínimos a

serem pagos à vítima.

Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre as transformações na

Justiça Criminal brasileira, é correto afirmar que foram aplicados os princípios

norteadores da Justiça Consensual?

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 13

Chave de resposta: No caso em exame é correto afirmar que a decisão

proferida em sede de apelação criminal foi norteada pelo princípio da

desnecessidade da pena de prisão.

Decisão interessante foi proferida recentemente pela Sexta Câmara Criminal do

Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, o qual segue ementa:

“FURTO SIMPLES. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. JUÍZO

CONDENATÓRIO MANTIDO PELOS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS DA SENTENÇA.

REDUÇÃO DE PENA. SUBSTITUIÇÃO ORIENTADA POR PRINCÍPIO DE JUSTIÇA

RESTAURATIVA. Apelação parcialmente provida. Preliminares rejeitadas” (TJRS,

Apelação Crime nº 70020320768, Sexta Câmara Criminal, rel.: Marco Antônio

Bandeira Scapini, julgado em 08.11.2007).

Aprenda Mais

Material complementar

Para saber mais sobre Justiça Penal Consensual versus Justiça Penal

Tradicional leia o artigo Acesso à Justiça, disponível em nossa

biblioteca virtual.

Referências

BATISTA, Lindberg Leitão. Acesso à justiça face à Lei 9099/95. Eis o

grande desafio. Disponível em: http:// www.trt.gov.br/revista Acesso em: 19

jun. 2003.

BINENBOJM, Gustavo. Direitos humanos e justiça social. In:______.

Legitimação dos direitos humanos. TORRES, Ricardo Lobo (Org.). Rio de

Janeiro: Renovar, 2002.

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 14

CÂMARA, Alexandre de Freitas. Escritos de direito processual. Rio de

Janeiro: Lumen Juris, 2001.

CAPPELLETTI, Mauro. Acesso à Justiça. Tradução NORTHFLEET, Ellen Gracie.

Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor, 1988.

FAVER, Marcus Faver. O Judiciário e a credibilidade da Justiça. In:__. Revista

da EMERJ,v. 4, n. 13. Rio de Janeiro, 2001.

MUSETTI, Rodrigo Andreotti. A hermenêutica jurídica de Gadamer e o

pensamento de Santo Tomás de Aquino. Jus Navigandi, Teresina, a. 3, n.

27, dez. 1998. Disponível em: http:// www1.jus.com.br/doutrina" http://

www1.jus.com.br/doutrina. Acesso em: 20 jun. 2003.

QUEIROZ, Raphael Augusto Sofiate de. Acesso à justiça. Rio de Janeiro:

Lumen Juris, 2002.

ZEFIRO, Gabriel de Oliveira. O direito à razoável duração da demanda.

In:______. A constitucionalização do direito. ANDRADE, André (Org.). Rio de

Janeiro: Lumen Juris, 2003.

Exercícios de fixação

Questão 1

Não obstante a falha do sistema penal, o mesmo continua a ser considerado

um “mal necessário” à sociedade moderna na medida em que visa, diante da

complexidade das situações fáticas delituosas que lhe são apresentadas,

reclamar soluções coletivas e não individuais, o que denota a denominada

“função simbólica da pena privativa de liberdade”. Neste contexto, diante do

Estado Democrático de Direito, fulcrado na dignidade da pessoa humana,

assinale a alternativa correta:

a) O Direito Penal possui como características ser essencialmente

preventivo e repressivo, buscando sempre que possível, a aplicação de

penas privativas de liberdade como forma de controle penal.

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 15

b) O Direito Penal possui como missão a efetivação dos direitos e garantias

fundamentais, sendo, portanto, utilizado como primeira forma de

controle social com vistas à máxima repressão das condutas delitivas.

c) O Direito Penal possui como características ser essencialmente

preventivo, retributivo e ressocializador, buscando sempre que possível,

a aplicação de medidas alternativas às penas privativas de liberdade

como forma de controle penal.

d) O controle social, penal, exercido pelo Estado deve atender aos reclames

da sociedade e o respeito à dignidade da pessoa humana, entretanto,

algumas condutas delitivas ensejam a inaplicabilidade dos princípios de

Direito Penal e Processual Penal ao autor da conduta delitiva sendo este

considerado “inimigo do Estado” e que, portanto, não faz jus à dignidade

da pessoa humana.

e) O controle social penal exercido pelo Estado deve buscar, sempre que

possível, a aplicação de medidas alternativas às penas privativas de

liberdade como forma de controle penal, todavia, jamais poderá permitir

a flexibilização do princípio da obrigatoriedade da propositura da ação

penal.

Questão 2

São considerados princípios norteadores da Justiça Consensual:

a) Obrigatoriedade, autonomia da vontade e desnecessidade da pena de

prisão.

b) Oportunidade regrada, autonomia da vontade e desnecessidade da pena

de prisão.

c) Oportunidade regrada, autonomia da vontade e necessidade da pena de

prisão.

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 16

d) Obrigatoriedade, autonomia da vontade e necessidade da pena de

prisão.

e) Obrigatoriedade, adequação e necessidade da pena de prisão.

Questão 3

Relativamente aos juizados especiais criminais, analise as afirmativas a seguir:

I. São princípios que orientam os juizados especiais a oralidade, simplicidade,

informalidade, economia processual, celeridade e a busca pela conciliação.

II. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local,

preferentemente entre bacharéis em Direito que exerçam funções na

administração da Justiça Criminal.

III. Os atos processuais serão públicos, sendo vedada sua realização em horário

noturno.

IV. É possível a aplicação dos institutos da conciliação e da transação no

tribunal do júri nas infrações de menor potencial ofensivo conexas com crimes

dolosos contra a vida.

Assinale a alternativa correta:

a) Afirmativas I e II estão corretas.

b) Afirmativas I e III estão corretas.

c) Afirmativas I e IV estão corretas.

d) Afirmativas II e III estão corretas.

e) Se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas.

Questão 4

A terceira onda de acesso à justiça visa à qualidade da Justiça conferida ao

cidadão. Para que se efetive esta “qualidade”, três são as soluções propostas: a

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 17

reforma do Judiciário, a desformalização dos procedimentos e a valorização dos

meios paraestatais de composição de conflitos.

a) Verdadeiro

b) Falso

Questão 5

Pendente

a) Pendente

b) Pendente (CORRETA)

c) Pendente

d) Pendente

e) Pendente

Questão 6

Acerca das características da Justiça Consensual e da Justiça Tradicional

assinale a alternativa correta:

a) Os instrumentos da Justiça Tradicional voltam-se à interdisciplinaridade

psicossocial, o que não ocorre na Justiça Consensual.

b) O modelo de Justiça Tradicional é pautado na solução de conflitos

mediante a ampliação do espaço de consenso e, consequentemente,

respostas punitivas.

c) O modelo de Justiça Consensual é pautado na solução de conflitos

mediante a ampliação do espaço de consenso e, consequentemente,

voltado à restauração da relação social quebrada.

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 18

d) No modelo de Justiça Consensual o autor da conduta delitiva deverá

suportar sua punição, enquanto no modelo de Justiça Tradicional, o

autor da conduta delitiva deverá restaurar a relação social quebrada.

e) O modelo de Justiça Consensual, da mesma forma que o modelo de

Justiça Tradicional, é pautado na solução de conflitos, todavia, os

referidos sistemas são excludentes.

Questão 7

(TJ – CE – Juiz – 2014) No que se refere ao juizado especial criminal:

a) É admissível a suspensão condicional do processo por crime continuado,

se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento

mínimo de 1/6 (um sexto) for inferior a um ano.

b) É cabível a transação penal apenas nos crimes de ação penal pública

incondicionada.

c) São consideradas infrações penais de menor potencial ofensivo as

contravenções penais e os crimes a que lei comine pena máxima não

superior a 2 (dois) anos, desde que não cumulada com multa.

d) É incabível o acordo civil nos crimes de ação penal pública condicionada.

e) Não se admite a transação penal se comprovado que o autor da infração

já foi condenado, pela prática de contravenção penal, à pena privativa de

liberdade, por sentença definitiva.

Questão 8

(TJ – MA – Juiz – 2013) Alberto foi abordado em barreira policial quando

conduzia regularmente seu veículo automotor em via pública urbana de grande

circulação. Maurílio, policial rodoviário, solicitou a Alberto que lhe apresentasse

o licenciamento anual do veículo, tendo este lhe informado ter esquecido o

documento em sua residência. O policial esclareceu que o veículo seria

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JUSTIÇA PENAL CONSENSUAL, RESTAURATIVA E MEDIAÇÃO 19

recolhido ao depósito do DETRAN caso nenhum familiar ou conhecido de

Alberto levasse, de imediato, ao local a referida documentação. Alberto,

atrasado para um compromisso de trabalho ao qual não poderia faltar, ficou

nervoso com a situação e, alterando a voz, disse a Maurílio, em tom ríspido,

que consultasse o sistema de informação do referido departamento de trânsito,

no qual o nome de Alberto com certeza constaria como proprietário do veículo,

e ainda chamou Maurílio de imbecil. Nessa situação hipotética:

a) Ficando comprovado que Alberto ostenta condenação anterior transitada

em julgado por crime de ameaça, na qual tenha sido aplicada pena de

multa, não poderá ser admitida proposta de transação penal oferecida

pelo MP.

b) O MP poderá propor a Alberto pena restritiva de direitos ou multa, que,

embora não produza efeito de reincidência, constará do registro de

antecedentes criminais para impedimento do mesmo benefício no prazo

de cinco anos.

c) Alberto responderá criminalmente em juízo por crime de desacato,

podendo ser obtida composição civil entre as partes, reduzida a termo

por escrito e homologada pelo juiz mediante sentença irrecorrível, que

terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.

d) Caso seja oferecida pelo MP proposta de pena restritiva de direitos

consistente em prestação pecuniária em favor de Maurílio e Alberto a

aceite, será homologado acordo pelo juiz, que o reduzirá a termo por

escrito, produzindo-se efeitos no juízo cível competente.

Questão 9

A suspensão condicional do processo prevista no Artigo 89 da Lei nº 9.099/95:

a) É aplicável tão somente às infrações de menor potencial ofensivo.

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b) É cabível na desclassificação do crime e na procedência parcial da

pretensão punitiva, segundo entendimento sumulado do Superior

Tribunal de Justiça.

c) Exige necessariamente a reparação do dano.

d) É cabível no crime continuado, ainda que a soma da pena mínima da

infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto seja superior a

um ano, conforme súmula do Supremo Tribunal Federal.

e) Conduz à absolvição se expirado o prazo sem revogação.

Questão 10

As medidas alternativas impostas em razão de uma transação penal e aquelas

previstas no Artigo 28 da Lei nº 11.343/2006 (usuário de droga) não geram os

efeitos penais gerais próprios de uma sanção penal.

a) Verdadeiro

b) Falso

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Aula 6

Exercícios de fixação

Questão 1 - C

Justificativa: O Direito Penal deve ser utilizado como ultima ratio, ou seja,

quando nenhum outro ramo do direito for capaz de solucionar os conflitos.

Questão 2 - B

Justificativa: Tais princípios objetivam não o foco no conflito, mas no cidadão.

Questão 3 - C

Justificativa: I - A assertiva repete o disposto no Artigo 2º da mesma Lei que

trata de disposições gerais aplicáveis tanto ao Juizado Especial Cível quanto ao

Criminal.

IV - Trata-se de aplicação do disposto no artigo 60, parágrafo único, que dispõe

que “Na reunião de processos, perante o juízo comum ou do tribunal do júri,

decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão

os institutos da transação penal e da composição dos danos civis“.

Questão 4 - A

Justificativa: Segundo Mauro Capelleti, são três as ondas de acesso à justiça. A

primeira diz respeito à assistência judiciária, a segunda refere-se a interesses

metaindividuais e a terceira busca a qualidade de Justiça conferida ao cidadão.

Questão 5 - B

Justificativa: Pendente

Questão 6 - C

Justificativa: A partir da identificação da visão pacificadora da solução dos

conflitos pelo juiz através da adoção de uma nova postura pelo Estado-Juiz

surge a denominada Justiça Restaurativa que, muitas vezes, pode versar sobre

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relações continuadas como, por exemplo, relações continuadas familiares,

sociais etc., é necessário que haja a reaproximação entre as partes.

Questão 7 - A

Justificativa: Trata-se do que dispõe literalmente o Enunciado nº 723 - Súmula

do STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime

continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento

mínimo de um sexto for superior a um ano.

Questão 8 - B

Justificativa: Trata-se de possibilidade de propositura de transação penal, uma

vez que a infração praticada é de menor potencial ofensivo e, portanto, de

competência do Juizado Especial Criminal.

Questão 9 - B

Justificativa: A suspensão condicional do processo é direito subjetivo do

acusado pela prática de infrações cuja pena mínima seja igual ou inferior a 1

ano. Assim, uma vez preenchidos os requisitos previstos no Artigo 89 da Lei nº

9.099/95, é obrigatória a suspensão.

Questão 10 - B

Justificativa: As penas previstas no Artigo 28 da Lei nº 11.343/2006 geram

efeitos penais, uma vez que são a consequência de uma sentença penal

condenatória. Assim, geram os efeitos penais, tal como a reincidência.