juris sentenca pernambucana condenando google por publicar foto nua de menor no streetview

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE PERNAMBUCO JUÍZO DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL POR DISTRIBUIÇÃO DA CAPITAL. SENTENÇA Processo nº 0182192-30.2012.8.17.0001 Autor: M. J. A. L Representantes: E. F. L. e S. R. O. L Réu: GOOGLE BRASIL INTERNET LTDA. Natureza da Ação: Condenatória em Indenização por Danos Morais. Vistos, etc... M. J. A. L, menor impúbere, representada por E. F. L e S. R. O. L, devidamente qualificados nos autos, requereu AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS contra GOOGLE BRASIL INTERNET LTDA, já qualificada. Aduz a autora, na petição inicial, que foi fotografada em sua residência pelo sistema "Mapas de Rua" ou Google Maps, mantido pela demandada. Afirma que a fotografia invadiu sua privacidade, captando imagem da autora enquanto trocava de roupa, veiculando tal imagem no referido sistema. Ressalta que aludida imagem tornou-se de conhecimento público, causando danos à moral da demandante, que vem sofrendo chacotas de colegas na escola em que estuda desde o momento da veiculação. Alega, assim, que este fato abalou a sua integridade psíquica e moral, violando o seu desenvolvimento sadio como pessoa, nos termos do art. 17 do ECA. Diante do exposto, requereu a antecipação dos efeitos da tutela para que a demandada seja compelida a retirar imediatamente as fotos do sistema Google Street View, sob pena de multa diária por descumprimento da decisão. Requereu, finalmente, a condenação da requerida em indenização por danos morais, em quantum a ser fixado por este Juízo. Juntou procuração e documentos, dentre os quais o encaminhamento da ocorrência do Conselho Tutelar de Cavaleiro à GPCA; cópia das imagens veiculadas no sistema; e o Boletim de Ocorrência perante a GPCA de Jaboatão. Liminar concedida às fls. 19/20, determinando a retirada imediata da imagem do sistema Mapas de Rua, sob pena de incidência de multa diária fixada em R$10.000,00 (dez mil reais). Devidamente citada, a demandada contestou tempestivamente. Aduziu inicialmente cumpriu a decisão liminar, além de explicar em linhas gerais a Política de Privacidade do Sistema Google Street View, alegando que as imagens capturadas são somente aquelas de acesso público, ou seja, imagens semelhantes a que são vistas ao caminhar ou andar de carro pelas ruas. Ainda neste tópico, informa que o usuário pode solicitar o efeito de borra em rostos e placas de veículos, sendo facultado também a remoção de fotos que mostrem o usuário, membros de família, seus carros e

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE PERNAMBUCO JUÍZO DE DIREITO DA 2ª VARACÍVEL POR DISTRIBUIÇÃO DA CAPITAL. SENTENÇA

Processo nº 0182192-30.2012.8.17.0001Autor: M. J. A. LRepresentantes: E. F. L. e S. R. O. LRéu: GOOGLE BRASIL INTERNET LTDA.Natureza da Ação: Condenatória em Indenização por Danos Morais.

Vistos, etc... M. J. A. L, menor impúbere, representada por E. F. L e S. R. O. L, devidamentequalificados nos autos, requereu AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS contraGOOGLE BRASIL INTERNET LTDA, já qualificada. Aduz a autora, na petição inicial, que foi fotografada em sua residência pelo sistema"Mapas de Rua" ou Google Maps, mantido pela demandada. Afirma que a fotografia invadiu suaprivacidade, captando imagem da autora enquanto trocava de roupa, veiculando tal imagem noreferido sistema. Ressalta que aludida imagem tornou-se de conhecimento público, causando danos àmoral da demandante, que vem sofrendo chacotas de colegas na escola em que estuda desde omomento da veiculação. Alega, assim, que este fato abalou a sua integridade psíquica e moral,violando o seu desenvolvimento sadio como pessoa, nos termos do art. 17 do ECA. Diante do exposto, requereu a antecipação dos efeitos da tutela para que a demandadaseja compelida a retirar imediatamente as fotos do sistema Google Street View, sob pena de multadiária por descumprimento da decisão. Requereu, finalmente, a condenação da requerida em indenização por danos morais, emquantum a ser fixado por este Juízo. Juntou procuração e documentos, dentre os quais o encaminhamento da ocorrência doConselho Tutelar de Cavaleiro à GPCA; cópia das imagens veiculadas no sistema; e o Boletim deOcorrência perante a GPCA de Jaboatão. Liminar concedida às fls. 19/20, determinando a retirada imediata da imagem dosistema Mapas de Rua, sob pena de incidência de multa diária fixada em R$10.000,00 (dez milreais).

Devidamente citada, a demandada contestou tempestivamente. Aduziu inicialmentecumpriu a decisão liminar, além de explicar em linhas gerais a Política de Privacidade do SistemaGoogle Street View, alegando que as imagens capturadas são somente aquelas de acesso público, ouseja, imagens semelhantes a que são vistas ao caminhar ou andar de carro pelas ruas. Ainda nestetópico, informa que o usuário pode solicitar o efeito de borra em rostos e placas de veículos, sendofacultado também a remoção de fotos que mostrem o usuário, membros de família, seus carros e

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casas, alegando que a autora nunca se utilizou da ferramenta "informar problemas". Em sede preliminar, alegou (i) a ilegitimidade ativa material, porquanto osrepresentantes da menor em vários momentos da peça inicial se referiram a si mesmos como autorese não como meros representantes dos interesses da menor; (ii) a ausência de intimação de membrodo Parquet, já que há interesse de incapaz envolvido, gerando a nulidade do feito; (iii)incompetência absoluta do juízo, pois tratando-se de ação civil fundada em interesse individualafeto à criança, observar-se-ia o disposto no art. 148, IV do ECA, devendo os autos serem remetidosà Vara da Infância e Juventude. No mérito, afirma que não houve qualquer conduta danosa por parte da demandada,pois a autora não provou qualquer alegação de danos sofridos perante sua comunidade. Alega aindaque há excludente de responsabilidade sua, pois ela fotografou o que qualquer pessoa viria sepassasse pela rua naquele momento. Requereu, assim, o acolhimento das preliminares e não sendo o entendimento desteJuízo, a improcedência total dos pedidos.

Réplica às fls. 88/90, com a juntada de declaração da Escola em que a menor estuda,afirmando que nas 1ª e 2ª unidades do ano letivo, a autora teve boas notas, as quais decaíram nas 3ªe 4ª unidades. Audiência de Conciliação às fls. 102, na qual os litigantes não transigiram, requerendoprazo para juntada de razões finais. Alegações finais da demandada (fls. 106/123), na qual reiterou os argumentos tecidosem sede de contestação, acrescentando que haverá cerceamento de defesa se prolatada sentença semque haja dilação probatória, porém não faz qualquer pedido específico de produção de provas. Parecer do membro do Ministério Público às fls. 126/145, no qual refuta aspreliminares levantadas pelo demandado e, no mérito, opina que houve dano à imagem, àintimidade e à privacidade da menor autora, devendo este Juízo arbitrar a indenização cabível,levando em consideração que a menor teve ditos elementos de sua moral expostos para todo oplaneta. Petição às fls. 147/149, na qual a autora requereu a execução provisória de astreintes,alegando que o demandante não teria cumprido tempestivamente a obrigação imposta pela decisãoliminar deste Juízo. Autos conclusos.

É o Relatório. DECIDO. O feito comporta julgamento antecipado da lide, visto que se trata de matéria de direitoe de fato, mas que não demanda produção de provas em audiência, nos termos do art. 330, I doCPC. Ora, o que se discute no presente feito é se as imagens veiculas pelo sistema da empresademandada (fato incontroverso) ocasionaram ou não danos morais à autora. Não houvecerceamento de defesa, pois a demandada não impugnou o fato de ter veiculado a imagem dainfante autora, nem requereu a produção de provas em sua contestação. Trata-se de ação de natureza condenatória, em que se requer a condenação da requeridaem danos morais, por violação à imagem da autora, o que teria lhe causado diversos danos de

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ordem moras. Ainda, tem natureza mandamental, na medida em que se requer que seja a demandadacompelida a retirar a imagem da autora do seu sistema, que é público. Passo a analisar as preliminares levantadas pelo réu. (i) Ilegitimidade ativa material --> Não há qualquer sentido nesta preliminar, uma vez que naqualificação das partes, em sede de petição inicial, os representantes expressamente afirmam queestão atuando na qualidade representantes da menor, que é a verdadeira autora.(ii) Ausência de intimação do Parquet --> Diferentemente do que alega a demandada, o MinistérioPúblico participou de todas as fases do feito, requerendo inicialmente a designação de Audiência deConciliação e posteriormente ofereceu parecer, pugnando pela procedência do pedido.(iii) Incompetência absoluta do Juízo --> Não há como prosperar tal preliminar, haja vista que nãotrata o presente feito de questões atinentes aos direitos inerentes à condição de criança ouadolescente, mas de natureza obrigacional, concernente na obrigação de reparar pela prática de atoilícito. Assim, a hipótese não se insere no art. 148, IV do ECA. Observe os julgados, que foramproferidos no mesmo sentido:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DEMANDA DE REPARAÇÃO DE DANO DECORRENTE DEUSO INDEVIDO DE IMAGEM. DEMANDANTE MENOR DE IDADE, ABSOLUTAMENTEINCAPAZ. COMPETÊNCIA QUE NÃO SE FIXA PELAS REGRAS DO ESTATUTO DACRIANÇA E DO ADOLESCENTE, APLICÁVEIS APENAS NOS CASOS EM QUE SEDISCUTEM QUESTÕES ATINENTES AOS DIREITOS INERENTES À CONDIÇÃO DECRIANÇA OU ADOLESCENTE. INAPLICABILIDADE DO VERBETE 383 DA SÚMULA DOSTJ, CUJOS PRECEDENTES DEMONSTRAM QUE TAL ENUNCIADO SÓ SE APLICA AOSCASOS REGIDOS PELO ART. 147, I, DO ECA. DISTINGUISHING ENTRE AQUELESPRECEDENTES E O CASO ORA EM EXAME. COMPETÊNCIA REGIDA PELO CPC.AGRAVO PROVIDO PARA AFIRMAR-SE A COMPETÊNCIA DO FORO DO DOMICÍLIODOS RÉUS.(TJRJ, AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0060289 - 74.2012.8.19.0000, Rel. Des. ALEXANDREFREITAS CÂMARA, j. 29.11.2012 - grifo nosso).

CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORALPRATICADO CONTRA MENOR NO INTERIOR DE ESCOLA MUNICIPAL. A questão emdebate não diz respeito a um direito do menor garantido pelo ECA. Ao contrário, a pretensão temnatureza preponderantemente obrigacional, fundada na obrigação de reparação de dano pela práticade ato ilícito. No caso, suposta agressão efetuada por diretor de escola municipal no interior daescola. Caso em que contexto fático não se refere a uma das hipóteses previstas no artigo 148 doECA, não sendo caso de atração da competência do juízo especializado da infância e juventude.JULGARAM PROCEDENTE. (TJRS, Conflito de Competência Nº 70035090901, Oitava Câmara Cível, Relator: Rui Portanova,Julgado em 08/04/2010 - grifo nosso). Ultrapassadas as preliminares, passo a analisar o mérito da demanda. Inicialmente, é importante deixar claro que a internet é um espaço que ainda não possuiuma regulamentação bem definida em nosso direito, ficando a cargo dos Tribunais a incumbênciade aplicar os princípios gerais de direito e as normas atinentes a situações semelhantes. O SuperiorTribunal de Justiça já possui alguns parâmetros para a condenação das empresas que controlam osite Google. Entende-se, por exemplo, que quando se trata de questões relativas a sites derelacionamento mantidos pela referida empresa, em que se verifica que terceiros criam falsas

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páginas, não havendo participação direta da mesma na produção do dano, não há que haver acondenação, se ela retirar o conteúdo do site em 24 (vinte e quatro) horas, contadas da data dareclamação feita pelo usuário do serviço. Situação totalmente diferente se dá quando não há terceiros envolvidos, sendo o danodecorrente de ação/omissão (falha na Política de Privacidade, por exemplo) da própria empresacontroladora do site. Nesse caso, a falha na prestação do serviço é risco da própria atividade,devendo aplicar-se a condenação em indenização pelos danos causados. Perceba-se a diferença: no primeiro caso, quem pratica a ação é um terceiro, nãohavendo como o Google controlar o lançamento dos dados na rede; no segundo, quem pratica aação é a própria empresa controladora do site, pois ela mesma lançou os dados na rede. O presente caso subsume-se inexoravelmente à segunda hipótese. Observe-se que aimagem da menor foi veiculada pela própria demandada, através do sistema Google Street View, enão por terceiros. Assim, se houve a produção de danos, estes devem ser reparados pela demandada. Trata-se de responsabilidade objetiva, uma vez que fundada no sistema de proteção doconsumidor, não havendo portanto que ser comprovado o dolo ou a culpa. A conduta estácomprovada, qual seja, o lançamento público, para todo o planeta (como frisou o Parquet), daimagem da autora no sistema Google Street View, sem que haja qualquer justificativa para tanto. Osdanos, por sua vez, não precisam ser comprovados, pois a conduta do agente é tão grave que faz ojulgador presumir a ocorrência dos mesmos. Trata-se do dano moral in re ipsa ou presumido, ouseja, os próprios fatos já apontam um prejuízo moral à autora. Porém, ainda que não se presumissem os danos, ficou comprovado, através dodocumento de fls. 91, que o rendimento da infante em sua escola caiu consideravelmente após aocorrência do fato, o que demonstra a efetiva produção dos danos mencionados à exordial, quaissejam, os constrangimentos gerados perante seus colegas, o que teria abalado sua integridadepsíquica e mental. É importante ressaltar que houve violação clara e direta a três direitos da menordemandante. À imagem, porquanto teve uma fotografia sua veiculada para todo o planeta. Àintimidade, pois tal veiculação ocorreu em um momento no qual trocava de roupa. À privacidade,pois a fotografia expôs a autora e sua família para todo o mundo. Ainda, atingiu tanto a moral interna, como a externa da criança. A externa, pois causouconstrangimentos à mesma perante sua comunidade, notadamente na escola em que estuda. Ainterna, pois feriu a autoestima da menor, causando-lhe dor moral. Assim, houve a prática de ato ilícito, pois a demandada violou direitos, em sede deresponsabilidade objetiva, causando danos à menor autora, havendo nítido nexo causal entre aconduta e os danos suportados. Aqui, vale ressaltar que a autora não necessitaria ter requerido administrativamente aretirada do conteúdo do site, como afirma a demanda, pelo fato de que a conduta por si só jáproduziu danos, não podendo o Judiciário negar proteção a direito lesionado ou ameaçado. É importante refutar também o argumento da empresa demandada segundo o qualqualquer pessoa que passasse pela rua naquele momento poderia ter observado a menor naquelasituação. Primeiro porque ainda que fosse verdade, isso não lhe daria o direito de veicular para todoo planeta dita imagem, pois se trata de intimidade de menor, a qual deve ser protegida de forma

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especial. Finalmente porque não é verdade o que afirma o demandado. Conforme se observa nafotografia de fls. 14, havia um portão, com uma altura razoável, entre o carro fotógrafo e a menor, oque demonstra que ele estava a uma altura acima do razoável.

Em decisão que julgou caso correlato ao dos presentes autos, o Tribunal de Justiça deSão Paulo adotou o mesmo posicionamento. Observe: PROCESSO CIVIL - Cerceamento de defesa - Exordial que não menciona no que teria consistido odano material alegado - Pedido genérico - Produção de prova prejudicada - Prova pericial -Desnecessidade - Matéria preliminar que se confunde com o mérito - Inocorrência - Preliminarrejeitada.RESPONSABILIDADE CIVIL - Dano moral - Google Maps - Serviço da ré que disponibilizou na'internet' imagem da residência do autor vinculada a seus dados pessoais - Alegação deimpossibilidade técnica para impedir a ocorrência de fatos como esse que não convence -Ademais,irrelevante prova dessa impossibilidade ante a teoria do risco da atividade - Ofensa aos direitos àprivacidade e segurança do autor - Devida indenização por dano moral - Redução do valor arbitradona origem em observância aos princípios da proporcionalidade, razoabilidade e modicidade -Desprovido apelo do autor e provido em parte apelo da ré, apenas para baixar valor da indenização.(TJSP, APELAÇÃO N° 0195078-74.2010.8.26.0100, 6ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des.ROBERTO SOLIMENE, j. 20.10.2011- grifo nosso).

Com base no art. 5º, X da CF, condeno a demandada a pagar uma indenização à autorapor lhe ocasionar danos morais, consistentes em veicular sua imagem, em momento de intimidade,no sistema Google Street View, causando-lhe abalos psíquicos, morais (internos e externos) eangústia. Quanto à fixação do quantum indenizatório, este deve levar em conta as peculiaridadesdo caso concreto, tais como o grau de culpa do agente, sua condição econômica e a extensão dodano suportado pelo ofendido. Ainda, tem um duplo caráter: de um lado compensatório em relaçãoao constrangimento sofrido e, de outro, pedagógico, a fim de desestimular o ofensor a reiterar talprática. O caso ainda é mais grave pois se trata de uma criança, que deve ser tutelada de formaespecial, conforme disposição da Lei nº. 12.764/2012, do Estatuto da Criança e do Adolescente e daprópria Constituição Federal. Ora, não se pode permitir práticas de violação à intimidade da pessoa,notadamente uma criança. Por todo o exposto, JULGO PROCEDENTES os pedidos para consolidar a liminarconcedida e condenar a Google Brasil Internet Ltda. no ressarcimento à menor demandante no valorde R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais), a título de danos morais.

Sobre o valor da condenação incidirão atualização monetária pela tabela do ENCOGE,contados do arbitramento, e juros moratórios no valor de 1% (um por cento) ao mês, contados apartir da ocorrência do evento danoso.

Condeno o réu em custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 15%(quinze por cento) sobre o valor da condenação, com as correções de direito. Indefiro o pedido de fls. 147/148 (execução de astreintes), pois a demandada foiintimada da decisão em 17/01/2013 (fls. 85) e não em 10/11/2012, como quer a demandante. Poroutro lado, o momento oportuno para se requerer a execução da multa cominatória é após o trânsitoem julgado da sentença, a não ser que haja reiterado descumprimento pelo demandado, o que nãofoi o caso.

Decorrido o trânsito em julgado, aguarde-se o prazo do § 5º do art. 475-J do CPC. Se

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decorrido sem manifestação, arquive-se. P.R.I. Recife, 20 de janeiro de 2014.

Rogério Lins e SilvaJuiz de Direito