junho, 2009 · existe uma diferença sutil e embaçada entre denúncia e fofoca. ... que não houve...

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Página Aberta: uma publicação de alunos, pais e professores do Colégio Viver Cotia, 26 de junho, 2009 editorial::2 michael phelps...::3 oficina de cadernos::4 viverzinho::6 paul mc cartney::7 pra começo de conversa::8 brisa campos::10 observação celeste::11 era pra ser engraçada?::12 gran torino::13 fases::14 humor::16

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Page 1: junho, 2009 · Existe uma diferença sutil e embaçada entre denúncia e fofoca. ... que não houve uma reportagem sobre essa celebridade anônima da ... A manchete poderia ser “Muy

Página Aberta: uma publicação de alunos, pais e professores do Colégio Viver

Cotia, 26 de junho, 2009

editorial::2michael phelps...::3oficina de cadernos::4viverzinho::6paul mc cartney::7pra começo de conversa::8brisa campos::10observação celeste::11era pra ser engraçada?::12gran torino::13fases::14humor::16

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Depois de derrubada a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, enfim nossa divertida atividade no Página Aberta torna-se mais consis-tente. Agora, me aproprio do título para criticar os colegas (nós, os jornalistas) e a opinião pública (nós, todos). E, ao

Afinal, se nós fazemos porque vende, então há um público que certamente compra.

Para ilustrar o ponto que quero chegar voltemos a uma foto infeliz publicada em vários jornais do mundo em janeiro desse ano. Na foto, o nadador norte americano Michael Phelps, 24, maior re-cordista olímpico de ouros numa olimpíada é flagrado numa atitude ilícita e nada esportiva. Um retrato do meu (e de muitos) “Super-

Herói” vivo, de carne e osso, fazendo o que não deve! Ai que horror! Como pode? Uma imagem

Michael PhelPs e seu Muy aMigo

fazer isso, admito percorrer terreno delicado: piso em ovos, mas essa cena sempre me pareceu interessante.

O caráter investigativo, crítico e de denúncia é uma das principais razões de se fazer jornalismo. Contudo, infelizmente, não é só isso que faz jornal vender. Jornal também faz muita fofoca. E isso, sabemos, vende bastante.

Existe uma diferença sutil e embaçada entre denúncia e fofoca. Acredito que a denúncia venha envolvida em um compro-metimento ético e um questionamento de valores que suscitem debates saudáveis à nossa sociedade. O jornal informa, nos faz pensar e, muitas vezes, mudar de idéia. Já a fofoca (que não é exclusividade de tablóide) é melada. Fofoca é coisa viscosa e grudenta, cheia de falsa moral, de julgamento hipócri-ta que caça um bode expiatório. “Expiató-rio”, no sentido de expiar (a culpa).

Agora, vamos pensar pelo outro lado: ao invés de “por que jornalista publica fofoca?”, lhe pergunto, “por que você (ou melhor: nós) compra(mos) fofoca?”

terrível! Capaz de manchar sua capa, seu S, suas medalhas, seus patrocí-

nios e que lhe suspendeu de vários campeonatos.

Mas... espere um pouco! Esse sujeito, quando estava cometendo tal

ato, não estava só. Há outros ali com ele! E de quem era esse celular cuja foto rendeu ao

dono alguns dólares? Será que fotógrafo, que acompanhava a tudo não participou de nada?

Por que ninguém se pergunta essas coisas? Por que não houve uma reportagem sobre essa celebridade anônima da investigação jornalistico-desportiva? A manchete poderia ser “Muy amigo: fotografou mas não tragou”.

Para acabar por aqui, sem que essa discussão caia no julgamento do réu, mais perguntas: será que incentivamos nossos alunos ou filhos a delatarem outros? Como saber o que aconteceu e (mais impor-tante) o que fazer depois que sabemos? Contamos a outros?

Meus alunos já sabem como reajo àquele tom de fofoca ardilosa: Não gosto e não quero saber o que fulano fez enquanto eu estava de costas.

Mas, ao encararmos de frente os fatos que consideramos “graves” aqui no Viver, conversamos com os envolvidos (com quem fez, com quem participou, com quem viu, com quem contou) e com seus pais. Quando é necessário, adotamos punições (que, também recaem sobre dedo-duros). Mas sempre mantemos o diálogo e desconver-samos com quem não viu, para enterrar o assunto. Fofoca adora uma “ressussitação”, pra ir ficando grande até virar monstro. E, de monstros e super-heróis, sempre desconfio.

texto: Danielle

desenho: Ricardo

Véspera de férias no Viver, como sempre, me faz lembrar tudo o que já acontenceu desde o primeiro dia de aula, provas, lições de casa, brigas, relatórios, mas quando a gente menos espera sempre vem uma notícia bom-bástica. Esse semestre não foi diferente. Era uma quarta feira à tarde, não lembro o dia exatamente só sei que faz pouco tempo. A aula de desenho havia acabado, então desci as escadas rumo ao pátio. O frio fazia com que nós, humanos passassemos a imitar os pinguins e andar em grupos apertados, muitos andavam até com cobertores. Ao chegar no pátio estavam a professora “Marisa” (Marina) e a Andressa. Fui junto à elas. Começamos a conversar sobre “beat-niks” e piramos em assuntos impossivéis de serem descobertos, assim como a misteriosa civilização azteca. Foi no meio dessa discussão baseada em hipóteses tão pouco sustentavéis que fiquei sabendo que a “Marisa” iria nos deixar. Na verdade deixar não, isso carrega um peso muito forte. Ela iria partir numa aventura! Sim, rodar as Américas por meses! A Andressa quase morreu quando soube que ficaria boa parte sozinha em lugares desconhecidos. Minha mãe chegou 10 minutos depois, entrei no carro e começei a pensar, conheço a “Marisa” há muuito tempo. Lem-bro que SEMPRE tentava enrola- la nos projetos mas na última hora ela me fazia terminar. Depois ela foi me dar aula de oficina de escrita, garanto, sofri bastante pois odiei escrever. E quem diria que EU, estaria escrevendo uma “carta” em nome de todos para a nossa professora “Marisa”. Ela sempre foi muito calma, deixando todos à vontade para se expressar e defende seu ponto de vista de tal forma que sempre nos motivava a contra-argumentar. Com certeza, Marina, você vai fazer falta, não importa se por uma semana, um mês, seis meses, um ano, ou uma vida inteira, você fará falta, sempre.

Vitor, em nome de toda a equipe “Página Aberta”

editorial: Marina você faça tudo mas faça o favor ...

Integrantes:VitorDaniRicardoMarinaMarjóriLarissaRichardRaphael

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Ligia, professora de ciências do FII, nos ensinou, na oficina, várias técnicas de fazer cadernos, desde uma simples dobradura de uma única folha, passando por alguns tipos de costura das folhas e capa, até o conhecido caderno espiral. Mostrou-nos vários tipos de cadernos, com uma ou mais lombadas. Todos os participantes levaram materiais: vários tipos de papéis, para o miolo e as ca-pas, tecidos e outros materiais, para decorar as capas, fitas, barbantes e fibras naturais para a costura. E a escola disponibilizou vá-rios tipos de papéis - brancos, coloridos, re-ciclados, cartões, cartolinas - EVA, e outros diversos materiais, além das ferramentas mais pesadas como o furador para espiral e a guilhotina. Eu achei que houve um pouco de

desperdício de materiais, muitos pegavam os materiais novos e não se importando em tentar racionalizar sua utilização, iam cortando cartolinas novas, sendo que pode-riam usar uma que já estivesse cortada; ou preferiram usar somente folhas novas de sulfite branco, desvirtuando o princípio de reciclagem.

Eu já conhecia a técnica de costura tradi-cional de livros, e adorei a técnica de costura japonesa, na qual você fura capa e miolo com pregos e depois os costura com qualquer fio, fita ou cordão. É extremamente simples, rápida, não necessita de muitas ferramentas, só pregos e martelo, podendo-se até cortar as fo-lhas mesmo com uma tesoura, sem necessidade de uma guilhotina. O resultado é lindo.

oficina de cadernos, 14/02Muitos pais e alunos vieram e todos

saíram contentes com seus cadernos novos e exclusivos. Eu fui junto com minhas filhas Joana e Júlia. A Jô fez um caderno no estilo japonês para presentear uma amiga e a Jú, com uma amiga, reciclaram folhas e capa de cadernos velhos num novo com espiral. O Rodrigo não foi - eu não ia dar conta, mas muitos pequenos do 1º ano vieram e produziram junto com seus pais, ou melhor, mães. No site do colégio, aqueles que não foram podem ver as fotos dos cadernos feitos na oficina.

Esses momentos de produção conjunta me lembram muito dos almoços de domingo na casa de minha mãe, onde depois de comer, íamos à cozinha, continuar o papo

ao som da água da pia. Acho que todos, além de produzir, poderiam também ajudar na arrumação da bagunça final, não apenas ir embora como se não fossem responsáveis por ela. Vocês já pensaram para quem fica a arrumação? Enfim, foi uma experiência gostosa, é muito bom aprender a fazer algo com as próprias mãos, coisa tão prazerosa e difícil neste mundo de consumo “fas-tfood”, reciclar folhas não usadas e capas de cadernos velhos, e sempre mais uma oportunidade de rever amigos e conhecer novos pais, estar junto com os professores e nossos filhos. Parabéns!

texto:

Cláudia Barreto, mãe de alunos

do Viver

desenhos:

Ligia

Bartolomucci,

professora de ciências do F2

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The fireMan - elecTric arguMenTs (2008)::Discoteca Básica::

texto: Cassiano

Há muito tempo existe uma briga para decidir qual é a melhor banda de todos os tempos: os Beatles ou os Rolling Stones. Entre os fãs dos Beatles há uma divisão entre aqueles que preferem o John Lennon, os que preferem o Paul McCartney, o George Harrison (meu caso) e até o Ringo Starr. Eu sempre nutri certa antipatia por Sir Mc-Cartney. O considerava o “Sr. Certinho”, o Beatle careta, aquele que não fala de política e faz música para tocar no rádio. Isso tudo até ouvir o último disco do velhinho de 66 anos em parceria com Youth, o baixista de uma importante banda do pós-punk inglês, o Killing Joke.

Desde que inventou a Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, Paul McCartney descobriu a importância de usar nomes falsos para ter mais liberdade criativa, ele se registrava em hotéis com o nome Paul Ramone para não ser reconhecido e é daí que a primeira banda punk tirou seu nome: os Ramones.

The Fireman é o nome desta banda de dois homens só, que lançou o disco Electric Arguments em 2008 que, para quem tinha preconceito com o Macca, foi o maior “cala-boca” da história. Mas como dois baixistas formam uma banda? Simples: eles fazem música eletrônica. Paul McCartney fazendo música eletrônica?! Pois é, desde os Beatles ele faz experimentos com seqüenciadores e o que mais tarde ia se chamar samples. Já em 1980 ele lançou McCartney II, um disco que dá para tocar em pistas de dança até hoje.

Electric Arguments é um disco experi-mental, que não liga a mínima para a MTV ou para as paradas de sucesso. Abre com um blues pesadão e barulhento com o Paul gritando com sua voz “Lady Madonna”; passa por uma balada beatlesca até no nome, chamada “Two Magpies”; tem uma que até lembra aquele Paul que eu não curto muito, e é a única candidata a rádio, chamada “Sun Is Shining”; tem a emocionada “Dance ‘Til We’re High” e a musica de pista “Lovers in a Dream”. São 13 faixas muito diferentes umas das outras, mas por isso mesmo um belíssimo disco que, como quase todos no mundo, não adianta descrever, tem que escutar... alto.

Paul McCartney já passou dos 64, idade em que ele tinha medo que não gostassem mais dele. Eu gosto, Macca, mais do que nunca.

A riqueza da experiência...

No começo do ano um aluno de cinco anos foi fazer uma viagem de duas semanas com seus pais pela Europa. À princípio pensei que talvez ele fosse muito pequeno para aproveitar uma viagem dessas, ainda por cima no inverno. Mas como sub-estimamos as crianças... Qual foi a minha surpresa quando ele voltou e logo começou a compartilhar suas andanças por lá: estávamos brincando de fazer barquinhos de papel para colocar nas poças de água, e ele dizia que estava navegando o Rio Sena. Depois os barquin-hos começaram a afundar e as crianças foram pen-durando todos os “barcos morridos” em um varal, como se fosse um “museu de barcos naufragados”, comentei. Foi então que ele começou a contar sobre o Museu Naval que havia visitado, onde tinha visto muitas pinturas de barcos, canhões e navios de guerra.

A partir desta conversa surgiram idéias para muitas brincadeiras, histórias e atividades. A escola ganhou até uma jangada. E foram muito gostosas as idas até o laguinho para soltar dife-rentes tipos de barquin-hos...

Até hoje es-cutamos relatos de sua viagem, em diferentes momentos, desde o lanche, onde conta sobre algumas comidas que ex-perimentou, até na oficina de artes, onde disse que sua pintura parecia com a do Picasso ( e de fato parecia! ).

Estes são apenas trechos que ilustram como as crianças são capazes de se interessar por coisas que às vezes podem parecer distantes de seu mundo infantil, mas que, se são vividas em um contexto especial, passam a ter sentido para elas.

texto: MaityDesenho: Vitor

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Nessa edição do jornal, me despeço de Princesa Fiona e sua coluna, que morre por falta de perguntas. A julgar pela recepti-vidade das meninas às conversas sobre a adolescência e suas questões, dentro e fora e fora da optativa assim denominada, não é por falta de dúvidas ou por desinteresse. Acho que escrever uma questão e receber sua resposta através do jornal é muito impessoal para questões tão pessoais. A

conversa, em grupo ou individual, funciona muito melhor.

Então resolvi dirigir minha “coluna” aos pais e mães, e assim tratar de algumas reflexões que me vem à cabeça a partir do meu contato diário com os adolescentes.

Acho que este é um momento particularmente confuso para ser adolescente e pais de adolescente. Por um lado, estão eles sujeitos a uma enorme quantidade de informações das mais diversas sobre temas polêmicos e adultos, sem que de fato consigam muitas vezes processá-los de forma eficaz na sua cabeça. Por outro lado, às vezes me assusto com o grau de desinformação deles sobre coisas mais próximas ao seu universo e idade – por exemplo, as meninas sabem pouco sobre ciclos menstruais, conhecem muito pouco sobre o desenvolvimento da puberdade nos meninos, e, mais que tudo, não parecem dispostas a mostrar para o mundo esse desconhecimento, perguntando a alguém que lhes possa informar. Mas acima do conhecimento informativo puro e simples, é realmen-te incrível como eles precisam conver-sar com alguém mais velho para poder ir construindo uma espécie de ética em relação a certos assuntos: relação a dois, sexualidade, amizade. E o que eu tenho sentido é que faltam situações na vida deles em que a conversa sobre assuntos aconteça naturalmente, não

como um interrogatório ou entrevista, mas a partir de algum acontecimento, de algum filme ou livro, e que na análise do outro eles possam aos poucos ir se colocando nas suas angústias, sem se sentir pressionados.

E como não se sentir pressionado se a premissa de muitos de nós, adultos, é de que as coisas estão descontroladas, que eles estão indo rápido demais, que nós precisamos freá-los?

Não acredito que qualquer “freio” externo possa funcionar perfeitamente. Não estamos o dia todo com eles (ainda bem para ambos). Mas é possível sim fazê-los parar e pensar, repensar uma atitude, e agir diferentemente na próxi-ma vez. Adolescentes e adultos erram, e aprendem através do erro, muitas vezes com alguma dose de sofrimento sim – um preço razoável a pagar pelo aperfei-çoamento de caráter. Ao meu ver, meu papel como mãe é estar atenta a riscos realmente grandes (sem paranóia ma-terna), estar ali do lado quando alguma coisa der errado, tanto para dar colo, como para analisar com eles o que acon-teceu, evitando é claro a famosa frase “eu disse que isso ia acontecer”, “eu não falei” e similares, por mais que ela seja cabível. E é um pouco isso que nós aqui na escola temos feito também com os seus filhos, usando todas as oportunida-des de erros para conversar, crescermos todos, e aprendermos com elas.

texto: Maria Amélia

desenho: Cassiano

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QueM é Brisa? UMa noite de

Pagina aberta: Qual é o seu nome completo?Brisa: Brisa Bejarano CamposPa: De onde vem esse nome? Por que?B: Essa é uma historia da minha vida: Meu avô Roberto Bejarano nasceu em uma tribo tupi-guarani no interior do Mato Grosso do Sul, e logo quando criança foi adotado por uma família de portugueses que o batiza-ram como Roberto. Quando se casou e teve filhos, decidiu nomear um dos seus filhos com nome de natureza para presentear sua origem.Assim, chamou minha mãe de Selva. Minha mãe quando casou com meu pai (Mario) teve filhos e quis continuar essa geração. Minha irmã chama-se Bartira, sig-nifica ramalhete de flores, eu Brisa (Vento suave) e meu irmão mais novo que é filho do meu pai com a Mônica chama-se Tiê, tiê é um pássaro de barriga vermelha que habita os arredores da mata atlântica, da Paraíba à Santa Catarina. Ele também é conhecido como tiê-fogo, tiê-vermelho, tiê – piranga, Tapiranga e Sangue–de-Boi.Pa: Brisa você (brisa) muito?B: Muito boa esta pergunta!!! Gente quan-do vocês me perguntam se eu “briso” muito, entendo que querem saber se eu viajo na facilidade que o vento voa. Digo que sou uma pessoa bastante atenta com a vida, minha vida com o que esta em volta. Acho que poder voar com o vento é bom e se desligar da rotina também. Eu sempre pratiquei Jazz como dança, sempre foi um espaço impor-tante para voar.

Pa: Quantos anos você tem?B: Tenho vinte e quatro anos. Faço vinte e cinco no dia nove de setembro.Pa: Quanto você calça?B: Eu calço uma numeração bem pequena... Mas sou fisicamente pequena também. Meu número é 33/34.Pa: Você tem marido ou namora?B: Eu namoro faz algum tempo com um homem que se chama Plínio. Ele é psicólogo como eu ele mora perto do Colégio Viver.PA: Você tem animais de estimação? B: Tenho uma gata chamada “Minuit”, que significa meia noite em francês porque ela é pretinha, sempre falamos em casa de gatos pretos dão sorte!!! Ela atualmente mora na casa do meu pai, quando mudei de casa não pude trazê-la comigo. Mas a vejo toda semana. Ela já é uma jovem senhora gata com onze anos de idade.Pa: Quais são suas expectativas no Colégio Viver?B: Tenho certeza que as melhores possíveis!!! Já me sinto parte desta escola e pintando com todas as cores que ela tem!!!Pa: Qual parte do trabalho você acha mais interessante?B: A parte mais interessante é a possibilidade de ver concretamente os projetos pedagógicos dando certo. Acho que quando trabalhamos em uma escola isto é o mais gratificante.Pa: Qual parte do trabalho você mais gosta de realizarB: Meu trabalho, como vocês já puderam perceber é mais voltado para os adultos do que para as crianças. Mas percebo que a parte que mais gosto são as conversas que tenho com cada um que me procura.

perguntas:

Nani e Richard

desenho:

Danielle

observação celeste

Na terça-feira, dia 9 de junho de 2009, nós viemos à esco-la para fazer uma observação celeste.

O sexto e sétimo ano combinaram de trazer: telescópio, binóculo, luneta, lanterna com um plástico vermelho para não ofuscar as estrelas, relógio, carta celeste, bússola, papel e lápis.

Todos do FII começaram a chegar e foram indo para bi-blioteca. Primeiramente a Ligia e Luísa falaram um pouco sobre a observação celeste.

O sétimo ano começou a apresentação explicando so-bre os tipos e telescópio, a Laura e a July falaram so-bre a luneta que o sexto e sétimo anos construíram.

Às 18h30, a Ligia e a Luísa apresen-taram pelo computador como ia ficar o céu à noite.

As pizzas chegaram e cada um tinha direito a dois pedaços de pi-zza e refrigerante.

Depois de comermos, a Luísa e o Mauricio montaram os telescópios re-fratores e observamos a lua, crateras da lua, cruzeiro do sul e escorpião.

Observando a lua pelo binóculo deu para ver a sua tridimensionalidade. O ruim é que depois apareceram muitas nuvens cobrindo as estrelas.

saiba mais no site do Viver:www.colegioviver.com.br/observacao-celeste

desenhos de Galileu Galilei para ilustrar as fases da lua

texto: 6º ano

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::filme::

gran Torino

Alguns filmes imperdíveis de Clint eAstwood: A Conquista da Honra e Cartas de Iwo Jima (2006)Menina de Ouro (2004)Sobre Meninos e Lobos (2003)As Pontes de Madison (1995)Os Imperdoáveis (1992)Bird (1988)

texto: Maria Amélia

desenho: Vitor

tirados de um velho manual de escoteiros. Será??? Tudo depende de onde parte seu olhar.

Afinal, os laços familiares na América do Norte parecem estar precisando mesmo serem retomados, visto que os recentes episódios de jovens assassinos nos deixam a pensar como uma mãe não é capaz de perce-ber o nível de loucura de seu filho e a presença de um arsenal na sua própria casa ?!?!?!

As vezes um diretor constrói todo um fil-me de forma competente e estraga no final. Não é esse o caso. O final, ao mesmo tempo triste e grandioso, é a única solução possível daquela estória. Vá ver, vale o ingresso.

Já tinha escrito a crítica para esse número do jornal, sobre o filme “O Leitor” (veja no blog), quando estreou mais um filme de Clint Eastwood, Grand Torino. Não é o melhor dele – na minha opi-nião “Sobre meninos e lobos” vai mais fundo na crítica à hipocrisia. Mas é sem dúvida muito bom.

Para mim, é sempre uma surpresa o quanto seus filmes me estimulam. Apesar de crítico, ninguém é mais americano do que Clint Eastwood em temas e personagens: o lutador de boxe , o ex-combatente, o cowboy, o jazzista. E exatamente por isso, é capaz de instigar, de fazer pensar sobre a sociedade americana a partir de dentro e não como um olhar estrangeiro.

O diretor conduz nossas emoções habilmente: nos primeiros minu-tos já suscita antipatias contra o personagem central, Walt Kowalski, ex combatente da Coréia, velho amargo e preconceituoso, brilhantemente interpretado por ele mesmo. Seus filhos, netos e nora são retratados de uma forma tão estereotipada que só pode ser intencional. O que ele quer com isso, criticar a mediocridade da classe média americana? Se não for isso, até que a carapuça serve.

Em contraste com essa caracterização estereotipada, os vizinhos orientais de Walt Kowalski, vão saindo do clichê através da incrível personagem da jovem Sue Lor, que ao mesmo tempo respeita as tra-dições do seu povo, os hmong, e encontra um espaço para cultivar sua natural tendência a independência e autonomia. O velho ran-zinza e cáustico e a jovem desaforada logo se reconhecem e travam entre si um jogo de aproximação cheio de tensão e respeito, que envolve uma lenta reavaliação dos preconceitos do ex-soldado ame-ricano (afinal, como sempre dissemos aqui na escola, a única forma real de se quebrar preconceitos é estabelecer relações pessoais com o grupo em questão). E mais, Sue o força a assumir um papel de tutor de seu irmão, um jovem tímido e inadaptado à agressiva sociedade americana, o que gera uma das cenas que irá certamente agradar nossos alunos adolescentes (e alguns pais): Walt leva XXXX ao seu barbeiro italiano para ensiná-lo “como falar como homem”, ou seja, como manter uma amigável conversação cheia de insultos e barbaridades. De fato, muito instrutiva.

Eastwood é sempre criticado por seu conservadorismo. Os va-lores que preza – família, honra, comunidade, coragem – parecem

ERA PARA SER UMA CASA MUITO ENGRACADA?pessoal do 7º ano atual, no ano passado; mas, também sabemos que não podem-os perder todas as aulas de ciências para finalizarmos este projeto, afinal existem outras coisas que devem ser trabalhadas, e é por isso, que pedimos a ajuda de vocês, pais, alunos, funcionários, para erguer nossa tão ilustre casa ecológica, venha participar:

Dias: 18 & 25 de agosto

(terças)

Horário: 14:00 às 17:00

Sim, foi isso que me perguntei ao inicio do ano, quando me deparei com a nossa tão engenhosa façanha inacaba-da, que me fez lembrar obras geniosas da prefeitura, que por motivos variados, foi interditada. Passei dias pensando se a nossa tão ilustre capa da edição pas-sada teria desmerecido-a e até mesmo a contra capa não lhe cabia mais. Por que penso, quem iria se orgulhar de um trabalho inacabado? Ninguém, foi minha resposta em imediato. Mas, algumas semanas atrás, eu me surpreendi: vi alunos, que guiados pela prof.ª Ligia, tornaram a erguer as tão avermelhadas paredes, me enchendo de esperança e de um orgulho maior ainda. Não é de hoje que a escola abre espaços para criarmos projetos como este da casinha, que foi sugerido pelo

texto: vitorDesenho: Vitor

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::Crônica::

fases- Eu quero ser pintora! Fazer desenho, arte, escultura... – Hum, caretas.Com um tempo comecei a analisar a cara das pessoas de interroga-ção. E eu perguntei pra minha mãe porque.- Filha, é que sabe, ser pintora, não dá muito dinheiro... É apenas um hobby para algumas pessoas... Você tem que ser muuuito boa.- eu pensava que eu era muito boa, minha mãe me colocou no curso de pintura para cultivar meu animo... –Na época eu pensava: “Eu gosto! Eu sou boa! Dane-se o dinheiro! Eu vou viver da arte”. Ok, talvez não tenha sido bem isso, mas foi quase.E com um tempo, ainda criança, eu descobri que gostava de escrever, houve várias tentativas de livros... Por isso, ser escritora parecia demais. A arte dominava agora a literatura...- Aninha! Que vestido lindo você está usando, você cresceu muito desde a ultima vez que eu te vi – eu abria um sorriso pra quem falasse que eu tinha crescido. -Então, o que você vai ser quando crescer?- eu já tinha a resposta na ponta da língua.- Eu quero ser pintora... E, além disso... Eu quero escrever... Eu vou ser a J.K. Rowling!- Esse é um belo plano.Claro que eu queria ser muita coisa, veterinária... Quem não gosta de cachorro? A Fátima Bernardes do JN, vulgo jornalista... (risos), atriz por causa das peças da escola... Sim, eu queria muita coisa. Menina ambiciosa.Na pré-adolescência, achamos que já crescemos o bastante, ser criança é uma droga, porém ainda merecemos o presente do dia 12 de outubro. Achamos também que descobrimos o mundo, sabemos o bastante para nos virar sozinhos. Mas depois, descobrimos no-vamente que era melhor ter ficado criança. (Eu não precisava lavar louça até meus 10 anos de pré-adolescência)Bem, agora chega a adolescência, algo que eu entendo (ou não)... Como eu disse, vem o ensino médio, as coisas mais loucas te acontecem, você se sente independente, real-mente acha que sabe de tudo, começa a bater o pé e questionar o que você acha que está errado, descobre que o mundo realmente é injusto, e não, nós não temos o controle (risos). Vêm de encontro

também as crises existenciais, quem sou eu? O que eu quero pra mim? Quem são meus amigos de verdade? Quem vai ser meu futuro novo namorado? (risos).Até um tempo atrás, eu continuava que-rendo ser a jornalista, agora, vulgo Fátima Bernardes, havia desistido de ser escritora. Com a descoberta da diagramação no Página Aberta, eu ia seguir a concorrida carreira de jornalista, independentemente dos adversários... Mas com um tempo, deci-di que português nãoera mais minha área, e eu fiquei sem carreira por algum tempo.- Ana, você quer seguir que carreira?- Ah, acho que tipo que eu não sei ainda, tipo que eu acho muito cedo. (repetição de palavras proposital)-Mas você está indo pra o ensino médio, como não sabe? A FUVEST já está che-gando... Três anos passam muito rápido – Agora, futuro na minha escola tem até nome. Fuvest. Unicamp. Unesp. Unifesp. Mais alguns ai...E há algum tempo, decidi que eu queria me-dicina, a concorridíssima medicina... Ser médica. Não salvar vidas, mas melhorá-las.

Por crenças minhas, acredito que todos têm a sua hora,

e prolongá-la é apenas uma fuga do desti-

no. Escolhi por razões racionais

(redundância pro-posital) que medicina

vai ser minha carreira daqui a três anos... Se eu não mudar de idéia novamente. Ou, enquanto eu for bem em biologia (risos, é mentira)-ANA! HÁ QUANTO TEMPO EU NÃO TE VEJO! Você era desse tamanhinho quando eu ajudei sua mãe a trocar suas fraldas (sim, gente grande- risos- ainda tenta nos envergonhar)... Você está tão linda, cresceu tanto... - eles falam cresceu mesmo se você continua baixinha e cresceu, basicamente para os lados. – Então, já decidiu o que vai fazer da sua vida, de carreira? Tá namorando? Olha que o pai ta do lado...!- Medicina, eu vou ser dermatologista. E não, eu estou solteira.- Nossa, vai ter que estudar muito pra passar, sabe que a média é de três anos para as escolas publicas?- claro que eu sei, por favor, não me desanime! (risos) É, e porque medicina, você sempre preferiu as áreas de linguagem...Se fosse a minha amiga que também opta por medicina, ela respon-deria o que me respondeu semana passada: Eu dizendo que queria medicina porque gostaria de melhorar a vida das pessoas e ela me disse: “Sabe porque eu quero medicina? Porque eu quero cortar pessoas, adoro ver um cérebro pra fora.” Psicopata doente, claro, mas cada um com seus objetivos. Ela decidiu ser cardiologista, eu acho. Ela gostava de neurologia também. (risos)-Não sei porque medicina. Tem coisas da vida que a gente realmen-te não sabe os porquês... Mas sim, eu vou ser dermatologista.E a amiga da minha mãe já começa a fazer as contas pra daqui a quantos anos ela vai precisar do “botox” pras rugas e vai ganhar um desconto.Agora a vida adulta? Eu não sei. Quem vai saber...? Depois eu posso terminar a crônica anali-sando a vida adulta, talvez depois uma parte III, com a velhice. Ah, fases.

texto: Ana Clara

desenho: Ricardo

Há algumas semanas eu estive elaborando uma teoria de vida para nós humanos, baseadas nas minhas ultimas experiências... Temos várias fases em que passamos na vida, perguntando o porquê das coisas, mas nem tudo tem um porquê, por isso criei minha teoria.Quando nascemos, somos aquela coisa pequenininha, que dá até medo de pegar, porque não é a bonequinha que se cair no chão tudo bem... Nós nem ao menos nos expressamos, apenas através de berros, gritos, uma febrinha, um gratificante sorriso talvez. Por isso mamãe tem o pleno controle das escolhas... Com um tempo, começamos a engatinhar, o que todos acham liiindo! Ai que bebê cuti cuti, que gracinha... Eu tenho uma série de fotos de peito aberto engati-nhando. Emoção.Depois crescemos, e viramos crianças, a melhor fase da vida, essa é a verdade, pois não sabemos que o futuro ensino médio é uma selva (risos a parte, porque eu tirei essa frase de um filme barato de adolescentes americanos, mas cada dia eu sinto que é mais verdade). Pegamos em tudo, não pensamos muito nas conseqüências, apenas nos divertimos. Mas é nessa época que criamos algumas paixões. Acho que a minha primeira foi a pintura.- O que você quer ser quando crescer, Aninha?- alguém me perguntou um dia (alguém não, to-dos um dia perguntaram... Essa gente grande...)

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