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1 JULHO/AGOSTO DE 2012- EDIÇÃO 50 - ANO VI - EDITORA ALESSI

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JULHO/AGOSTO DE 2012- EDIÇÃO 50 - ANO VI - EDITORA ALESSI

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SaúdeSaúdeSaúdeSaúdeSaúde

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Em 26 de julho, os médicos Danilo Vieiradas Neves, Daniel Espósito, Manoel AlbertoFigueiroa e a gestora administrativa ValériaGracio recepcionaram cerca de 130 convida-dos no coquetel de inauguração da sede pró-pria da Jandaia Serviços Médicos.

Jandaia Serviços Médicos agora contacom a sede própria em Santo André

Daniel Espósito, Danilo Vieira das Neves, Valéria Gracio das Neves e Manoel Alberto Figueiroa

Antonio de Giovanni Neto, Secretário da Saúde de SantoAndré, com Valéria Gracio

Augusto Romão, responsável pelo Cedib, Valéria Gracio, Danilo Vieira das Neves, ManoelAlberto Figueiroa, Erik Sementilli, gestor médico, e Daniel Espósito

ABCD REAL É UMA PUBLICAÇÃO DA EDITORA ALESSI COMUNICAÇÃO - EMPRESA COM RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

PUBLISHER E DIRETOR DE REDAÇÃO: JOAQUIM ALESSIDIRETORA ADMINISTRATIVA: ROSANA FRANCO DE OLIVEIRA ALESSI

EDITOR DE ARTE: FERNANDO VALINI - TIRAGEM: 10.000 EXEMPLARESTIRAGEM AUDITADA PELA GUEDES CONSULTORIA

Sede própria: Avenida Pereira Barreto, 1.395, sala 11 Torre NorteTelefone: 4319-1116 - www.abcdreal.com.br - E-mail: [email protected]

Deonette Sigolo com sua filha, Valéria GracioSilvia Romão com suas filhas Juliana e Tatiana

Localizado em Santo André, o novo es-paço exigiu investimentos da ordem de R$ 2milhões e conta com infraestrutura para pres-tação de atendimento ambulatorial nas es-pecialidades de Clínica Médica, Cardiologia,Nefrologia e Nutrição, além de pronto aten-

dimento e exames cardiológicos.Em razão da parceria com o Cedib (Cen-

tro de Diagnósticos por Imagem Bartira), to-dos os consultórios possuem estações de tra-balho dotadas de telas de alta definição, ondeos médicos podem acessar e analisar examesde RX e tomografia, dispensando os filmesradiológicos.

O Jandaia Serviços Médicos fica na AvenidaAlfredo Maluf, 394 – Jardim Santo Antonio, aolado do Hospital e Maternidade Bartira.

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Dr. Rubens Sampaio Júnior, Ronaldo Borges, Marcos Vinício Artentchonque e Janine Nascimento

Valéria Gracio com sua equipe de colaboradoras do Jandaia Serviços Médicos

José Dias, Deonette Sigolo, Danilo, Valéria Gracio, Maria Rosa e Jamir Vieira das Neves

Pça. Pres. Kennedy, 61 - Vila Bastos - Santo André - Tel.: (11) 4994-6383 - Telefax: (11) 4990-7231

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Demências reversíveis e irreversíveisPor Rudá Alessi

Na última edição, discutimos as bases bi-ológicas da memória, e como a queixa de faltade memória, tão prevalente nos consultóriosmédicos, nem sempre é indicativo de uma realou efetiva perda de memória. Nesta ediçãofalaremos de quando a perda de memória éreal, e resultado de alguma doença.

De acordo com a Associação Americana dePsiquiatria, podemos dizer que determinado pa-ciente tem demência quando apresenta declí-nio da memória associado à perda de outra fun-ção cognitiva (ou seja, funções cerebrais superi-ores, como linguagem, capacidade de planeja-mento, capacidade de compreensão e identifi-cação) com intensidade suficiente para interferirno desempenho social ou profissional. Ou seja,para se caracterizar uma demência, não bastahaver perda de memória e de funções cerebrais,mas essa perda deve ser importante o suficientepara interferir na vida diária do paciente.

Demências potencialmentereversíveisApesar de não serem as mais comuns,

são muito importantes, pela possibilidadede tratamento curativo. Devem ser devida-mente descartadas através de exame médicoe exames subsidiários antes de se assumir apresença de alguma doença evolutiva, ou,mais grave, de que se trata apenas da evolu-ção natural do envelhecimento.

São várias as causas de alterações cogni-tivas em pacientes, principalmente idosos,porém as mais comuns são:

- Déficit de vitamina B 12 – Causa relacio-nada principalmente a pacientes com históri-co de etilismo, doenças gástricas ou pós-cirur-gia bariátrica. Diagnóstico só possível com do-sagem do nível de vitamina B 12 no sangue.

- Hipotiroidismo – Condição particular-mente comum em idosos, tem impacto im-portante sobre as funções cognitivas. Diag-nóstico dependente de exames laboratoriaispara a dosagem dos hormônios tireoideanos.

- Hidrocefalia de Pressão Normal – Carac-terizada pela tríade de demência, ataxia (alte-ração da marcha e do equilíbrio) e inconti-nência urinária. Seu diagnóstico depende deexame de neuroimagem (tomografia ou res-sonância) e de uma resposta positiva do cha-mado tap test (coletas liquóricas através depunção lombar, com melhora do quadro).

Alguns pacientes dependem de cirurgiapara uma melhora significativa.

- Medicações – Pacientes idosos fazemuso de múltiplas medicações, e são mais sen-síveis a efeitos colaterais e à interação des-ses fármacos. Podem ter efeitos na memóriamedicações com indutores do sono, analgé-sicos, sedativos, ansiolíticos e esteróides.

-Neurossífilis – Apesar de incomum nosdias de hoje, tal diagnóstico deve ser sempreinvestigado, devido à possibilidade de trata-mento relativamente simples.

Demências irreversíveisDoenças degenerativas (ou seja, progres-

sivas), que constituem a maior parte dos ca-sos de demências. Apesar de não apresen-tarem tratamento curativo, devem ser trata-das com abordagem multidisciplinar, poisvárias podem ter sua evolução lentificada, epode haver controle de vários sintomas,como insônia, alucinações, quadro psicóti-cos, agressividade, apatia, etc. É importante,reiterar novamente, que esses quadros nãodevem ser nunca considerados como partedo envelhecimento normal, e tais pacientesmerecem um tratamento cuidadoso, quepode melhorar em muito a qualidade de vidados mesmos e dos familiares à sua volta.

- Doença de Alzheimer – Síndrome demen-cial mais prevalente, perfazendo 60 a 80% dassíndromes demenciais. Embora tipicamente aco-meta idosos, pode acontecer em pessoas abaixodos 60 anos. Seu diagnóstico é eminentementeclínico, ou seja, depende do exame médico e deuma avaliação neuropsicológica (onde, atravésde vários testes, são avaliadas as funções cere-brais superiores do paciente). Os exames ajudam

MedicinaMedicinaMedicinaMedicinaMedicina

principalmente na exclusão das demências re-versíveis. O quadro tradicionalmente começa coma perda de memória para fatos recentes, e dificul-dade de adquirir novos conhecimentos, porémcom a evolução começa a haver dificuldades decálculo, raciocínio, linguagem, e pode até mesmohaver quadros de alucinação, com o paciente ven-do e ouvindo coisas que não existem.

- Demência Vascular – Doença causadapor acidentes vasculares cerebrais (AVCs),seja pela ocorrência de múltiplos eventos,nem sempre percebíveis pelo paciente, comopelos chamados infartos estratégicos, em queum único AVC, atingindo uma região espe-cífica cerebral, leva a uma síndrome demen-cial. Classicamente é uma demência de pa-drões distintos da Doença de Alzheimer, po-rém tal distinção nem sempre é tão simples.De interesse é o fato de que o controle dehipertensão, diabetes, e colesterol ajudam adiminuir a possibilidade de sua ocorrência.

- Demência Mista – Devido à dificuldadede se distinguir entre Doença de Alzheimer eDemência Vascular, assim como pela alta pre-valência de doenças vasculares entre idosos,em alguns casos aceita-se a possibilidade deuma “junção” entre as duas síndromes de-menciais irreversíveis citadas.

Existem outras síndromes demenciais irre-versíveis mais raras, como a Demência Fronto-Temporal, a Demência por Corpos de Lewy, aDegeneração Cortiço-Basal etc. Tais doençassó podem ser diagnosticadas através de umainvestigação realizada por um grupo multidis-ciplinar com conhecimento nas mesmas.

Mais importante do que conhecer as váriassíndromes demenciais existentes, é importanteque saibamos que nenhum quadro cognitivocom impacto na vida de uma pessoa deve serconsiderado como resultado do envelhecimen-to normal, e que todo quadro deve ser investi-gado e tratado da melhor maneira possível.

Rudá AlessiCRM – 127.118Médico NeurologistaE-mail: [email protected] Afiliado da Disciplina de

Neurologia da FMABCResponsável pelo Ambulatório de

Epilepsia da FMABCMédico pesquisador colaborador

do Laboratório de Neurofisiologia Clí-nica do HC FMUSP.

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Palestra do Dr. Fábio Jatene abre maiorcongresso médico-universitário do País

Alunos da Faculdade de Medicina da Fun-dação do ABC promoveram de 13 a 18 deagosto a 37ª edição do Comuabc - Congres-so Médico Universitário do ABC, considera-do o maior do gênero no País. A solenidadede abertura reuniu autoridades regionais emcoquetel no Anfiteatro David Uip, no cam-pus universitário. A ocasião também foi mar-cada por palestra do ex-aluno da turma de1978 da FMABC e um dos expoentes damedicina contemporânea, Dr. Fábio Jatene,hoje professor Titular da disciplina de Cirur-gia Cardiovascular e Regente de Cirurgia To-rácica da Faculdade de Medicina da Universi-dade de São Paulo.

O “Professor Homenageado” deste anofoi o Dr. José Jorge Namura, da disciplina deClínica Médica, enquanto a “Presidente deHonra” foi a Dra. Sandra Boratto, da cadeirade Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo.

O evento teve como objetivo comple-mentar a formação acadêmica e desenvolvera pesquisa científica na graduação. Nesses37 anos, recebeu mais de 20 mil participan-tes e profissionais da saúde como palestran-tes ou membros de comissões julgadoras.

O encerramento do 37º Congresso Mé-dico Universitário do ABC foi com festa noEsporte Clube Sírio, com a premiação dosmelhores trabalhos.

Alunos e autoridades na abertura do 37º Comuabc

Presidente da Fundação do ABC, Mauricio Mindrisz,com o Secretário de Saúde de Santo André,Dr. Antonio Di Giovanni Neto

Diretor de Planejamento da FUABC, Dr. Wagner Boratto,com a mulher e “Presidente de Honra” do congresso,Dra. Sandra Boratto

Presidente do Comuabc 2012, Mariana SilvestriO homenageado Dr. Jorge Namura, o diretor da FMABC,Dr. Adilson Casemiro Pires, e o docente Dr. Mário Faro

Na abertura das atividades científicas, palestra com o Dr.Fábio Jatene

EducaçãoEducaçãoEducaçãoEducaçãoEducação

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OAB Santo AndréOAB Santo AndréOAB Santo AndréOAB Santo AndréOAB Santo André

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OAB Santo André festeja aumentoda representatividade dos advogados

Joaquim Alessi“Advogados andreenses em festa” foi a

manchete do jornal Bom Dia ABCD de 11de agosto, Dia do Advogado. E não é paramenos. Não somente pela extensa progra-mação comemorativa agendada pela direto-ria da Subseção da Ordem no município, mastambém, e principalmente, pelo avanço dacategoria nos últimos anos, como se poderáconstatar mais adiante, na entrevista conce-dida pelo presidente da OAB-Santo André,Dr. Fábio Picarelli, ao jornal, à revista ABCDReal e ao Programa Joaquim Alessi, le-vado ao ar pela NET ABCDM e NET CidadeSP durante uma semana inteira.

Nessas manifestações públicas de eleva-da importância não apenas à categoria, o Dr.Fábio Picarelli faz mais que um balanço dasatividades da diretoria sob o seu comando,que em dezembro completará três anos detrabalho. Ele promove uma reflexão sobre opapel da categoria perante a sociedade. Falasobre as prerrogativas do advogado, funda-mentais para a manutenção do estado de-mocrático de direito, e seu papel de agentesocial, instrumento indispensável para a sal-vaguarda dos direitos inalienáveis, sem osquais torna-se inimaginável pensar em me-lhores condições de vida a todos.

A ampliação de seis para 60 comissõessetoriais, colocando em evidência o trabalhodos profissionais representados pela OAB, ea presença cada vez maior de advogados nocomando de entidades representativas, comoAcisa, presidência do Tênis Clube, e a presen-ça em praticamente todos os conselhos mu-nicipais, mostram, no entendimento do dr.Fábio Picarelli, um aumento positivo da re-presentatividade da categoria na sociedade.

PrerrogativasO “affair”entre a advogada Ana Lúcia

Fábio Picarelli,presidente da OAB Santo André

A comemoração pelo Mês do Ad-vogado faz de agosto uma dataimportante para reflexões sobrea categoria e apresentação de umbalanço de atividades por partedo presidente da OAB-Santo An-dré, Dr. Fábio Picarelli

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Assad e a juíza Milena Dias no julgamentodo Lindemberg Alves, no famoso caso Eloá,provocou a intervenção da OAB Santo An-dré e sua Comissão de Prerrogativas, assimcomo um processo entre o advogado e ex-presidente da subseção andreense Luiz An-tônio Lépori.

Foi comentando as ações da instituiçãonesses casos que Pi-carelli iniciou o ba-lanço de sua gestãona Ordem, gestãoessa que tem man-dato previsto paraencerrar-se dezem-bro deste ano.

A advogada,que fazia a defesade Lindemberg, fa-lou para a magistra-da "voltar a estudar".Assad questionavaum ponto técnicono inquérito duran-te o depoimento de uma testemunha - aperita Dairse Aparecida Pereira Lopes. Aadvogada do réu mencionou o "princípio daverdade real", que a juíza Milena Dias dissedesconhecer. Assad respondeu: "Então a se-nhora devia ler mais. Voltar a estudar". Nes-se momento, a promotora Daniela Hashi-moto alertou a advogada de defesa. "O quea senhora disse é desacato, a senhora poderesponder por isso", afirmou Hashimoto. Emseguida, o julgamento de Lindemberg en-trou em intervalo.

Picarelli destacou que “a questão dasprerrogativas é uma questão da manuten-ção do estado democrático de direito, de ci-dadania”, e pouca gente entende isso. Mas opresidente explicou: “Quando nós falamosdas prerrogativas dos advogados, elas nadamais são do que um elo do cidadão comumcom o tão complicado poder judiciário bra-sileiro. Claro que nós temos uma grandemaioria de integrantes do Judiciário de pes-soas muito sérias, honestas, mas é um Judi-ciário ainda aquém da expectativa do cida-dão brasileiro, por conta, principalmente, doatraso nas decisões, a lentidão, insuperávele histórica. As prerrogativas defendem o di-

reito do cidadão de ter acesso à Justiça, por-tanto o advogado tem de ter o direito à pala-vra nas audiências, acesso aos processos, emvirtude da defesa do cidadão, não somentedo profissional”.

O dr. Fábio Picarelli ressalvou: “No casoEloá, havia um clamor público no sentidode se fazer a justiça de condenar o Linbem-

berg, mas qual a di-ferença que se dá emum estado de direitodemocrático e umaditadura? No primei-ro, se dá o amplo di-reito de defesa. En-tão, nós não poderí-amos naquela opor-tunidade censurar otrabalho da advoga-da. Pode até ser umaestratégia antipática,como foi de fato an-tipática a uma par-cela da sociedade, à

imprensa, à Polícia Militar, mas sem aqueladefesa nós voltaríamos ao estado de exce-ção, aos julgamentos sumários, é isso quea advocacia e a Ordem dos Advogados doBrasil não querem”.

Picarelli falou es-pecificamente docaso: “Naquele dia,eu acompanhei tudoo que aconteceu. Aadvogada Ana LúciaAssad foi hostilizadapor populares quan-do saía do Fórumpara o almoço. Pre-cisou de reforço po-licial, numa situaçãomuito constrange-dora para a advoca-cia, porque ali mis-turou-se a figura de quem estava sendo jul-gada com a pessoa da advogada. Essa hosti-lidade foi o início de um processo que culmi-nou naquela ‘troca de elogios’, vamos dizerassim, entre as partes. Eu digo troca porquetambém houve uma provocação do outrolado. E, a partir do momento em que nós

vimos a advogada passando por dificuldadesna saída do Fórum, a OAB, através da suaComissão de Prerrogativas, teve de intervir.Comissão que recebeu uma láurea de reco-nhecimento da Seccional São Paulo, toda acomissão foi condecorada com o mais altotítulo da advocacia paulista”.

O presidente da OAB Santo André disseainda: “Isso foi uma pequena demonstraçãodo que viria depois. Essa animosidade cul-minou num ambiente tenso. A advogada fezuma pergunta, e normalmente o juiz defereou indefere, não emite opinião. Nós tínha-mos cinco ou seus assistentes de acusação,a promotoria, e juíza, todos com microfone,e a advogada, do outro lado, com toda a pres-são popular, toda a hostilidade que tinha acausa, ela ficou sem microfone.Nós tivemosque solicitar um microfone e só então ela oteve, e mesmo assim era provocada com fra-ses como ‘fala, pode falar agora doutora, ago-ra a senhora tem um microfone só para asenhora’. Começou isso por parte da pro-motoria e até da ilustre magistrada. Aí elacitou o princípio da verdade real e a juízadisse que isso não existia e daí a troca defrases mais ásperas. Mas é preciso deixar cla-ro que eu tenho o maior respeito pela ma-

gistrada, e a gentetem toda deferênciatambém pelo PoderJudiciário, porque aurbanidade devenortear a relação en-tre advogados, pro-motores e o Judiciá-rio. Houve pedido deapuração contra aadvogada, e nós en-tendemos que nãoera o caso de se apu-rar a conduta dela,que seria um exage-ro. No caso da Assad

houve despacho, uma liminar, mandandotrancar o inquérito policial por entender quenão houve nenhum tipo de crime na condu-ta da advogada”. Uma vitória da OAB.

Caso Lépori“No caso do advogado e ex-presidente

A A A A A presença cada vezpresença cada vezpresença cada vezpresença cada vezpresença cada vezmaior de advogados nomaior de advogados nomaior de advogados nomaior de advogados nomaior de advogados nocomando de entidadescomando de entidadescomando de entidadescomando de entidadescomando de entidadesrepresentativas, comorepresentativas, comorepresentativas, comorepresentativas, comorepresentativas, comoAcisa, Acisa, Acisa, Acisa, Acisa, e a e a e a e a e a presidênciapresidênciapresidênciapresidênciapresidência

do Tênis Clube, do Tênis Clube, do Tênis Clube, do Tênis Clube, do Tênis Clube, além dealém dealém dealém dealém depraticamente todos ospraticamente todos ospraticamente todos ospraticamente todos ospraticamente todos osconselhos municipais,conselhos municipais,conselhos municipais,conselhos municipais,conselhos municipais,

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profissionais do Direitoprofissionais do Direitoprofissionais do Direitoprofissionais do Direitoprofissionais do Direitorende uma láurearende uma láurearende uma láurearende uma láurearende uma láurea

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PPPPPrrrrrerrerrerrerrerrogativas daogativas daogativas daogativas daogativas daOAB Santo AndréOAB Santo AndréOAB Santo AndréOAB Santo AndréOAB Santo André

Dr. Marcos da Costa, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional São Paulo, discursa na abertura do Congresso, tendo à direita o dr. Fábio Picarelli, da OAB de Santo André

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Luiz Antônio Lépori, houve também um de-sentendimento entre ele e um magistrado deSanto André, que culminou em um processocriminal, processo civil, buscando indeniza-ção, e o que nos causou muito espanto foique mesmo o Ministério Público, que é odono da ação, pedindo a absolvição do ad-vogado, ele foi condenado por três juízes fe-derais, entendendo que houve excesso naconduta do profissional”, diz Picarelli.

Mas o presidente argumenta: “Ao con-trário, nós da OAB, entendemos que ali tam-bém não houve nenhuma conduta crimino-sa. Fizemos um ato político em 1º de agosto,não foi um ato jurídico, não é um processocontra o juiz, mas uma manifestação a favorda advocacia. Nossas prerrogatovas são algosagrado e nós temos de ser respeitados emqualquer instância, em qualquer tribunal,porque é isso o que diz a lei”.

SocialQuestionado sobre as questões sociais

da OAB Santo André, Picarelli resumiu: “Nos-sa proposta era OAB Viva, e queremos defato uma OAB atuante. Tivemos grandesavanços, com parcerias. Firmamos um con-

vênio através do qual o advogado poderá uti-lizar as dependências do Tênis Clube de San-to André, sem aquisição de título. Com R$35,00 por mês o profissional pode frequen-tar um clube. Para ele e a família, R$ 150,00.Tivemos a festa junina e muitos eventos”.

Picarelli lembrou que o número de co-missões da OAB Santo André saltou de seispara 60: “Hoje, temos 60 comissões, e algu-mas dedicam-se a atividades sociais. Temos aOAB Itinerante. Nos dirigimos aos finais desemana e distribuímos a informação ao cida-dão mais vulnerável. Queremos com isso fo-mentar o Direito na nossa cidade, pois assimhaverá mais procura por nossa profissão”.

Câmara de ConciliaçãoEm parceria com a Acisa (Associação

Comercial e Industrial de Santo André), aOAB instalou a Câmara de Conciliação e Ar-bitragem, que hoje é um avanço para a re-gião. “Ela já existia, estava adormecida, e ago-ra foi retomada, através do presidente Even-son Dotto, que inclusive é outro advogadoinscrito na Subseção de Santo André, ou seja,nós temos advogados espalhados no coman-do de outras instituições, como Tênis Clube,

Acisa, e gostaríamos que estivesse em ou-tros lugares, como Ouvidoria, por exemplo”,disse o dr. Fábio Picarelli.

E o presidente prosseguiu: “A Câmara jáexistia e nós tínhamos a nossa comissão dearbitragem querendo fazer esse papel na Casado Advogado, comissão essa presidida peladra. Carmem Jane. Então, juntamos a nossacomissão com a câmara. A conversa entre ospresidentes reforçou a importância do diálo-go entre as entidades, e surgiu a ideia de usara estrutura da Acisa com o material humanoda Casa do Advogado”.

Picarelli esclareceu ainda: “Juntamos anossa comissão com a câmara da Acisa a fimde oferecer esse meio eficaz, rápido, seguro esigiloso para as pessoas e para as empresas.Ele oferece muitas vantagens. A Conciliação,ao contrário do que alguns pensam, não tirao trabalho do advogado. Ela fomenta a advo-cacia e traz a tão sonhada paz social”.

E a Assistência Judiciária Gratuita? Não vaiatrapalhar? “Não vai porque a assistência éusada pelo cidadão que não tem condições dearcar com as despesas de um processo. Entãoele procura hoje a defensoria pública, que faza triagem, que conta com quatro ou cincodefensores, e como ela não suporta o volume,ela terceiriza esse serviços para os advogadosda assistência. Na Câmara o processo é pago.E não tira, pois a maioria das causas tratadasna assistência judiciária, como pensão alimen-tícia, guarda de menor, essas questões nãopodem ser abarcadas pela Câmara”.

A Câmara de Conciliação, explica o dr.Fábio Picarelli, “cuida dos direitos disponí-veis, não os indisponíveis; o direito do traba-lho ainda não entra lá, embora eu seja parti-dário de que entre, pois sou advogado traba-lhista e presenciei com a criação daquelascomissões prévias de conciliação, que fazemparte da CLT atual, um avanço tremendo”. EPicarelli acrescenta: “Pena que em algumassituações elas tenham sido mal utilizadas eaí o Ministério Público barrou o funciona-mento das Câmaras de Conciliação Préviasna Justiça do Trabalho, mas isso funciona deuma maneira maravilhosa, pois 70% das cau-sas na Justiça do trabalho terminam em acor-do. Na maioria das vezes o empregador e oempregado querem um acordo e, se ele é

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Câmara de Conciliação em parceriacom a Acisa é “um grande avanço”

Picarelli, Marcos da Costa, presidente da OAB SP, e o reitor Oduvaldo Cacalano, da Fundação S.André

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feito fora da Justiça, não tem validade”.Para Picarelli, a instalação da Câmara

ampliou o mercado para a categoria: Os ad-vogados estão lá, cadastrados como media-dores, árbitros e conciliadores, o que nós cri-amos foi na verdade uma nova fonte de tra-balho para o advogado andreense”.

CongressoAconteceu em 29, 30 e 31 de agosto o II

Congresso Regional de Direito, para atenderaos cerca de 15 mil advogados da região, dosquais cinco mil são de Santo André, cinco milde São Bernardo e outros cinco mil divididosentre São Caetano, Diadema, Mauá, Ribei-rão Pires e Rio Grande da Serra.

Para o dr. Fábio Picarelli, trata-se de “umaatividade importante, que marca a advocaciada região, e principalmente a de Santo An-dré, que tem sido polo dessa agitação todaque marca a categoria”.

O avanço da subseção é explicado por Pica-relli também com outro exemplo: “Para se teruma ideia, o nosso presidente seccional, que é odr. Marcos da Costa, só neste mês do advogadomarcou a presença quatro vezes na cidade. Por-que Santo André tem sido palco de vários even-tos importantes. Tivemos o baile regional aqui,um encontro regional recentemente, e agoraneste fim de agosto a segunda versão desse con-gresso, com 42 palestras gratuitas em três dias,tudo na Fundação Santo André, que tem sidoimportantíssima parceira nossa nesse projeto”.

VitrinesAinda sobre o aumento das comissões

setoriais, que passaram de seis para 60, o

presidente Fábio Picarelli explica que “elasfuncioinam como uma espécie de vitrine aosadvogados”. E ressalta: “Temos as voltadasao direito, como comissão de direitos tribu-tários, civil, trabalhista etc; comissões itine-rantes voltadas à sociedade, como meio am-biente, do deficiente, e temos com o traba-lho das comissões espalhado a representati-vidade do advogado em nossas cidades. Esta-mos em praticamente todos os conselhosmuncipais, como a Fundação Santo André, oConselho Municipal de Defesa do Patrimô-nio Histórico, e o que se pretende é fomentara profissão e divulgar nossa atividade”.

Picarelli destaca que as comissões têmfuncionado muito bem. “Temos, só para ci-tar um exemplo, a comissão de proteção aosdireitos dos animais, cuja presidência acaboude ser ronavada, e entrou o dr. Paulo Rober-to de Francisco, do Colégio Singular (secretá-rio de Educação de Santo André no govern-mo Lincoln Grillo, de 1977 a 1983), pessoajá conhecida e todos sabem do trabalho queele faz na cidade”.

Outra comissão importante, hoje, segun-do o presidente, “é a que trata da diversidadesexual, e que tem gerado um novo campo detrabalho importante para os profissionais deDireito, como as mudanças na lei sobre aunião estável entre pessoas do mesmo sexo.

AmbulânciaAinda fazendo um balanço sobre sua

gestão, o presidente Fábio Picarelli destaca:“Nós buscamos nesses quase três anos demandato melhorar e facilitar a vida dos ad-vogados. Tínhamos filas imensas no Fórum

Dr. Fábio Picarelli pilota a ambulância conquistada pela OAB Santo André junto à Seccional de São Paulo, para atender não só os advogados, mas a todos os que frequentam o Paço Municipal

e nós conseguimos trazer quatro caixas doBanco do Brasil dentro da Sala do Advogadono Fórum de Santro André, reformar a Salado Advogado, trazendo equipamentos no-vos, tornando-o mais agradável, mais are-jado, para ele tomar seu café, tirar uma có-pia, duplicamos o número de computado-res, e instalamos a rede wireless, através daqual, com seu próprio computador o advo-gado pode acessar a internet”.

E o presidente Fábio Picarelli faz questãode ressaltar a entrega da ambulância não sópara os colegas, mas para toda a sociedade,“A entrega da ambulância é algo muito im-portante porque vai dar segurança. Tivemosum diretor, secretário-geral da seccional SãoPaulo, que faleceu durante uma audiência,tivemos dois casos de advogados em SantoAndré que vieram a falecer no Fórum pelaimpossibilidade de um socorro rápido”.

Picarelli revela ainda: “Por incrível quepareça, no Paço Municipal, com o PoderExecutivo, o Legislativo, o Judiciário, e ogrande número de pessoas que circula porlá, e nós não tínhamos ali presente umaambulância, um atendimento médico ade-quado. Durante a campanha eu estava láno Fórum e um conhecido e antigo advo-gado de Santo André passou mal e tive-mos de improvisar um carro de um vera-dor para levá-lo ao hospital. Ali está todomundo estressado, litigando, e deveria terno Fórum uma enfermaria, com desfibri-lador, mas isso não é oferecido pelo Esta-do, então buscamos junto à OAB São Pau-lo uma ambulância para ficar ali à dispo-sição de todos e conseguimos”.

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Jantar Dançante no Tênis Clube de Sa

OAB Santo AndréOAB Santo AndréOAB Santo AndréOAB Santo AndréOAB Santo André

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anto André marca o Mês do Advogado

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OAB Santo AndréOAB Santo AndréOAB Santo AndréOAB Santo AndréOAB Santo André

Livia Rodrigues S. Fernandes, Jucival dos ReisFernandes (ganhador da moto sorteada), FabioPicarelli, Marcos da Costa e Roberto Gonçalves

Rodrigo Paes Leme, Livia de Oliveira Mota, FabioPicarelli, Vanice de Oliveira Picarelli, Aisla Frias, Isis deOliveira Mota, Nelson Escopa Casa Junior, MellindaPessoa de Oliveira e Neide Roberti de Camargo

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Marcos da Costa eFábio Picarelli

Dr. Fábio Picarelli fala na Abertura do II CongressoRegional de Direito do ABCDMR

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Festejamos 86 anos de Tony BennettRonaldo Benvenga

Nascido a 3 de agosto de1926, no bairro de Astoria, emNova York, e batizado com o nomede Anthony Dominick Benedetto,o consagrado cantor românticoTony Bennett foi descoberto pelaatriz e cantora negra Pearl Bailey,quando se apresentava em clu-bes noturnos do bairro de Greenwich Village,em Manhattan, no ano de 1949.

Filho de pais oriundos da região da Calá-bria-Itália, estudou música e pintura na EscolaIndustrial de Artes de Nova York.Como pintor,outra faceta de seu talento, expõe suas telas, emgalerias de Nova York, Londres e Paris, assinan-do seu verdadeiro nome.

Ele começou a carreira como garçom-cantor,a exemplo do imortal compositor Irving Berlin.Quando foi incorporado às forças armadas, du-rante a segunda guerra mundial (1939-1945),serviu engajado em uma unidade de entreteni-mento, cantando para as tropas estacionadas naEuropa. Ao dar baixa, recomeçou trabalhandoem clubes noturnos até ser contratado pelo Gre-enwich Village Inn, como cantor e mestre de ceri-mônias da revista musical estrelada por Pearl Bai-ley, usando então o nome artístico de Joe Bari. Emum desses espetáculos, estava presente o co-nhecido comediante inglês Bob Hope, que, aoouvir o jovem vocalista, gostou de sua interpre-tação personalíssima, convidando-o a participarde seu show no Paramount Theater, na Broa-dway. A partir daí, por sugestão de Hope,mudouo nome artístico para Tony Bennett.

No ano de 1950,começou sua fase no dis-co, ao ser contratado pela gravadora ColumbiaRecords. The Boulevard Of Broken Dreams, Be-cause Of You e Cold,Cold Heart foram seus pri-meiros sucessos discográficos. Seguem-se ou-tros 50 “hits” respaldado pela orquestra de Per-cy Faith, com temas como Rags To Riches, Just InTime e Stranger In Paradise.

Daí em diante, gravaria sem parar, uma dis-cografia de qualidade,incluindo o long-playingde 1958,com a Black Band de Count Basie-“Ba-sie Swings-Bennett Sings”. Em 1962,o definiti-vo empurrão para a fama, ao gravar o que viriaa ser sua marca registrada, I Left My Heart In SanFrancisco, tema obrigatório em suas apresenta-ções públicas futuras. É desse período a associ-ação com o pianista Ralph Sharon e seu trio,com o cornet Bobby Hackett figurando, com fre-

quencia em seus shows.Da metade dos anos 1960 em

diante, lança álbuns como I Wan-na Be Around, The Many MoodsOf Tony e The Movie Songs Al-bum. No início de 1972, deixa aetiqueta Columbia, não concor-dando com seu diretor musicalMitch Miller, que impôs a grava-ção de temas de rock and roll. Pas-

sa a gravar na MGM Records e na Legacy, atéformar sua própria gravadora – a Improv Recor-ds, entre 1975 e 1977 que, infelizmente, nãoteve o sucesso comercial esperado, embora ar-tísticamente tenha gravado uma série de temasde elevado padrão musical. Após aproximada-mente 15 anos, retorna em 1986,ao selo Co-lumbia, hoje Sony Music com total liberdadepara gravar o que bem entender e onde perma-nece até nossos dias.

A década de 1990 começa com Tony Ben-nett ganhando o cobiçado prêmio Grammy dodisco,como o melhor cantor norte-americanode música popular tradicional, com o CD pro-duzido em 1992 – Perfectly Frank,em homena-gem a seu grande amigo Frank Sinatra e inter-pretando seus antigos sucessos. Surge em 1995o CD Here’s To The Ladys, sendo novamentepremiado.

Em 1994 ele havia ganho o MTV-VideoAward com o CD Umpluged, um reconheci-mento merecido da crítica a esse cantor quechega aos 86 anos de idade,em plena atividadee excelente condição vocal. Intérprete de can-ções populares e estreito convívio comexpoentes do jazz, como Count Basie, DukeEllington,Woody Herman, Bill Evans e DizzyGillespie, entre outros. Para nossa alegria, Tony

JAZZJAZZJAZZJAZZJAZZ, BIG BANDS & CIA, BIG BANDS & CIA, BIG BANDS & CIA, BIG BANDS & CIA, BIG BANDS & CIA.....

Bennett gravou temas de compositores brasi-leiros. Travessia,de Milton Nascimento, Insen-satez ,Samba do Avião e Wave, de AntonioCarlos Jobim e Minha, de Francis Hime.

Tony Bennett, atualmente, faz aproximada-mente 100 apresentações a cada ano, nos Esta-dos Unidos e pelo mundo. Ele casou-se trêsvezes e tem quatro filhos. Dois homens e duasmulheres. Nestes últimos 30 anos, esteve di-versas vezes se apresentando, em São Paulo ,Rio de Janeiro e outras cidades. Ao completar86 anos de idade e gozando de boa saúde, nos-sos parabéns e que a vida sempre lhe sorria.

Ouça o programa de Jazz e Big Ban-ds “Quinta Avenida”; “Quinta Aveni-da”- Sábados às 19h; “Quinta AvenidaEspecial” – Domingos às 9h. Produçãoe apresentação: Ronaldo Benvenga.Rádio Trianon AM – 740 khz – São Pau-lo; Rádio Universal AM-810 khz – San-tos; Ouça pela internet no site –www.trianonam.com.brblica.

Anthony Dominick Benedetto, o grande Tony Bennett

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A pausa faz parte da músicaTunico Vieira*

Queridos amigos, queridasamigas,

Poucas são as pessoas apai-xonadas pelo que fazem emsuas vidas profissionais. Pois eume considero um apaixonado.

Comecei na política aos 18anos, na Faculdade de Direito. Naépoca, tinha vergonha de meapresentar como político. Fica-va indignado com os problemas que afetavamos alunos, o coletivo, mas a imagem do políticonão era simpática aos olhos da sociedade.

Para poder argumentar com pessoas queachavam política importante, fui estudar. Nes-ses 20 anos, aprimorei meus conhecimentostécnicos e práticos para servir à coletividade.

Minha primeira eleição foi em 1992, com-pletando no presente um ciclo de 2 décadas.

Jamais deixei a profissão de advogado. De-pois, por meio de meu interesse pelos estu-dos, acabei ganhando a oportunidade de serprofessor universitário. Mas a política é, defato, minha paixão.

Acredito que a única maneira de mudar omundo seja participando da política e da vidapública, pois todos vivemos em sociedade.

Este ano encerro um ciclo da minha vidapolítica. O meu partido PMDB e suas lideran-

ças nacionais e estaduais traba-lharam e articularam para que eufosse candidato a vice-prefeito emSão Bernardo do Campo, por en-tender que estava maduro, pre-parado, e que as condições polí-ticas e partidárias se mostravamfavoráveis a este projeto.

Mas, infelizmente, num pro-cesso de escolha muito difícil,confuso e traumático, a decisãofinal fez com que tal projeto não

fosse concluído.Como já havia assumido compromissos

com meus colegas pré-candidatos, e dado mi-nha palavra de que se caso eu não fosse can-didato a vice, também não o seria a vereador,essa será a primeira eleição, após 20 anos,que não irei disputar.

Isto, para mim, seria triste se representasse ofim. Porém, não poderia tomar outra atitude,pois em política, como em qualquer outra ativi-dade, palavra dada é palavra cumprida.

Meus amigos, usarei essa pausa eleitoral paradesfrutar de momentos agradáveis com vocês ecom minha família, para dedicar-me ainda maisao aprimoramento de meus estudos, de minhaprofissão, e a buscar novos líderes jovens, pois apolítica precisa de renovação.

Não apenas em idade, mas jovens de idei-as arejadas, pois o sistema precisa mudar, e

isso se faz através da renovação.Tenho certeza de que hoje começa uma

nova fase, e que em breve estaremos maisprontos ainda, fortalecidos para retomar a prá-tica da boa política.

Com certeza, logo teremos novos desafi-os eleitorais, alicerçados em ideais de servir e,com certeza, pautados por regras democráti-cas e iguais para todos.

Durante esse processo eleitoral, mesmonão colocando meu nome à disposição nasurnas, estarei nas ruas indicando pessoas quemerecem o nosso voto.

Acredito realmente que, periodicamente,é importante parar para refletir e ouvir o sen-timento das pessoas em relação aos agentespolíticos. Praticar o desapego ao cargo e aopoder é fundamental para entender o que ocidadão espera de nós.

A pausa também faz parte da música. Àsvezes, precisamos analisar de fora para com-preendermos melhor como podemos servirnovamente. E é isso que vou fazer agora.

Continuamos juntos, com certeza, nospreparando para novos e maiores desafios navida pública.

Meu muito obrigado pelo carinho, pelasolidariedade e pelo companheirismo nestesmeus primeiros 20 anos de caminhada.

Até sempre!Tunico Vieira | PMDB - SBC

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O bando na dançaInfância no SertãoGuttemberg Guarabyra

Serapião, sozinho, era um espetáculocompleto. Com mais de setenta anos, o ve-lho saltava bancos de areia, escondia-seatrás de muros, usando sua inseparávelbengala para imitar rifles. E cuspia fogo, orana direção dos cangaceiros, ora na dos ma-cacos da volante. Mais de vinte crianças,sentadas no chão, aplaudiam, gritavam en-tusiasmadas. Torciam invariavelmente pe-los cangaceiros, pois o contador de históri-as sempre arranjava um jeito de enaltecer obando liderado por Lampião.

Meu bandido predileto era Volta Seca, omúsico da quadrilha. Aquele que punha to-dos para dançar ao som da sanfona, sempreque podiam descansar, após ludibriar os per-seguidores. Meu pai, da janela do velho ca-sarão no sertão baiano de Xique-Xique,acompanhava as estripulias do velho e sedivertia pagando o espetáculo. Isso mesmo.Serapião recebia por partes. E elas eram duas.Dois atos. Pela primeira, que ia até a reuniãodo grupo naquele que seria seu último acam-pamento, em Angicos, cobrava uma moedade um cruzeiro. Dali para diante, até a morte

de Lampião e Maria Bonita, dois cruzeiros,que naquela época, no sertão, ainda cha-mávamos de “mil-réis”.

Lembraria disso muitos anos mais tarde,quando, estando nas Alagoas, visitei Pene-do. Esta cidade, às margens do São Francis-co, possui arquitetura colonial, destacando-se por seus casarões e igrejas, num cenárioque estamos acostumados a relacionar àpaisagem montanhosa e verdejante do es-tado de Minas e não à aridez do agreste nor-destino. Da janela do hotel, no alto de umacolina, divisava barcos à vela singrando orio. Aboletei-me em um deles e fui visitar aoutra margem, já no estado de Sergipe, ondehavia uma olaria que produzia belas peçasde cerâmica. O barqueiro foi me contandoque em seu frágil barco, transportava, anti-gamente, enorme quantidade daqueles ar-tefatos rio acima, até a divisa da Bahia, pró-ximo à cachoeira de Paulo Afonso, numaviagem que costumava durar de quatro acinco dias. Perguntei se ainda tinha coragemde topar uma empreitada daquelas. Disse-me que, apesar de seus setenta e três anos,ainda tinha disposição para enfrentá-la. In-daguei o quanto cobraria. Fitou-me de olhosesbugalhados, fechamos negócio.

Instruído por ele, tratei de reunir as pro-visões: arroz, farinha e carne-seca. Acres-centei água mineral. Partimos no dia seguin-te, às seis horas de uma magnífica manhã desol. Velas abertas, a embarcação, de dozemetros, embicou para os lados da Bahia, ocasco batendo, rasgando forte a correntezacontrária.

Foram cinco dias inesquecíveis, rachan-do a pele sob o sol e o vento nordestinos.Tardes quietíssimas, conversas, lembranças,como é bom navegar sem motor! Eu, quetinha nascido a montante do rio, via surgir àminha frente as cidades que eram apenasnomes da minha infância: Propriá, Pão deAçúcar, Piranhas. Jamais esquecerei o mo-mento em que passamos sob a grande pon-te de Propriá. Retive para sempre na memó-ria a visão de sua balaustrada, o vigamentoinferior, os pilares resistindo ao rio.

Certa manhã, seu José Francisco, o bar-queiro, calou-se subitamente e fixou osolhos num ponto distante da paisagem. Eraapenas uma pequena casa branca, perdidana sertania. Chorou emocionado. O moti-vo: um dia, na juventude, navegava por alicom uma carga de cerâmica, quando amea-çou desabar um temporal. Por via das dúvi-das, ancorou. Terminou dormindo. A tem-pestade acabou não acontecendo. Quandoacordou, estava ali, à espera que desper-tasse, nada menos que parte do bando deLampião. Estremeceu, porém disseram-lheque nada temesse e o obrigaram a trazê-los até aquela casa branca. Deixaram-noancorado, com ordem de que aguardasse.Logo chegou outro veleiro, igualmente re-tido à força, com mais cangaceiros. Os doisbarqueiros sequestrados, mortos de medo,assistiram do porto quando despacharamdiversos cavaleiros, que retornariam, maistarde, cada um com uma mulher na garupa.À noite acenderam grande fogueira e VoltaSeca, meu ídolo, animou um tremendo ar-rasta-pé até o amanhecer.

No dia seguinte teve de levá-los de voltaao mesmo ponto da véspera, onde havia per-manecido uma pessoa do bando cuidandodos cavalos. Pagaram-lhe regiamente pelotransporte e partiram. Logo me veio à cabe-ça Serapião e suas histórias. Meu Deus docéu, que saudades da infância no sertão! Fi-camos observando, olhos rasos d’água, a ca-sinha branca desaparecendo na amplidão.

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GastronomiaGastronomiaGastronomiaGastronomiaGastronomia

SuperBanca apresenta máquina decafé que é uma verdadeira Ferrari

Joaquim Alessi

Tirar o café no ponto exato, com cremo-sidade, textura, temperatura e apresentaçãona medida certa é uma arte. Uma arte quevem sendo desenvolvida e facilitada peloavanço tecnológico e desenvolvimento quepermitem aos baristas contar com equipa-mentos modernos e cada vez mais eficientes,além de práticos e bonitos.

Atento a tudo isso, o casal João e DeyseMartinelli, que comanda a SuperBanca, deSanto André, detectou uma novidade e in-vestiu pesado: adquiriu o mais novo lança-mento da La Spaziale, a S40, que tem comolema “O Instrumento perfeito para um Es-presso perfeito”.

E é isso mesmo. Espresso com “s”, comose diz na Itália. Muito mais que uma bebidaescura estimulante, uma arte, uma questãode orgulho nacional para os italianos, e queagora começa a ser igualmente uma questãode orgulho para os clientes da SuperBanca.

Atrás do balcão, cada segundo é precio-so, xícara após xícara. E a máquina de café éo instrumento que dita o ritmo. Deve ter tec-nologia avançada, ser confiável e ergonômi-ca. Deve ser bonita, combinar com os mó-veis, com as cores, com as luzes. E assim otrabalho transcorre bem. Pode-se, então, ter

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mais tempo para pensar, para expressar aprópria criatividade, interpretando da melhorforma possível o trabalho do barista.

No projeto da nova S40, top de linha daLa Spaziale, os técnicos buscaram esse obje-tivo. A máquina tem um coração tecnológi-co, cujos componentes interagem com ex-trema precisão, guiados por uma eletrônicade vanguarda.

Amplos visores Lcd gráficos garantem ainteração total com o barista e com o técnicoencarregado da manutenção. Ciclos de con-

trole rigorosamente programados permitema redução do tempo de manutenção e con-servam a máquina em estado de máxima efi-cência. Tudo isso dá ao colaborador respon-sável por tirar o café condições satisfatóriasde realizar o melhor trabalho, sem preocu-pação com a quantidade de pó, temperaturada água e sem desperdício, pois a S40 faztudo isso automaticamente.

Para acompanhar o delicioso café, a Su-perBanca tem também um novo e sofistica-do balcão de salgados e doces. Vale conferir.

SuperBancaAvenida Lino Jardim, 1168, Telefone: 4994-0443

Site: www.superbanca.com.br

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Hora de os empresários fazerem sua parte*Cícero Firmino da Silva,Martinha

O governo da presidenta Dilma Rousseffabrirá mão, neste ano de 2012 e no próxi-mo ano de 2013, de R$ 35,9 bilhões emdesoneração fiscal a favor dos empresáriosde vários setores da economia.

Dentre essas desonerações, ou seja,quando o governo abre mão do recolhimen-to de impostos, o Brail deixará de recolhernos dois anos R$ 10,9 bilhões dos tributoscobrados em investimentos. Mais R$ 7,2 bi-lhões que incidiriam nas folhas de paga-mento, por ano.

Além de se estudar a manutenção da isen-ção do Imposto sobre Produtos Industriali-zados (IPI) para produtos da linha branca,como geladeiras e fogões, móveis e auto-móveis.

Ou seja, o governo Dilma Rousseff estáfazendo sua parte. E os trabalhadores, queapoiam essas iniciativas, estão atentos emobilizados para que os empresários res-peitem as contrapartidas embutidas nos acor-dos, principalmente as que tratam da manu-tenção dos empregos.

Por isso, repudiamos, com veemência,

as 250 demissões realizadas pela Tupy que,além de se beneficiar dos subsídios governa-mentais, é financiada em quase 72% com di-nheiro público da BNDESPar e da Previ, fun-do dos funcionários do Banco do Brasil.

Demissão covardeA Tupy demitiu desrespeitosamente, sem

levar em consideração anos de dedicação deseus trabalhadores e muito menos as tratati-vas, ainda em andamento, com o Sindicato.

Pior, demitiu enquanto negociava ou fin-

SindicalismoSindicalismoSindicalismoSindicalismoSindicalismo

gia negociar com o Sindicato. E teve a cara depau de declarar para a imprensa que tinhafeito um acordo com o Sindicato, o que émentira deslavada.

Estávamos negociando e buscamos, in-clusive, o apoio do governo federal, atravésda Secretaria Geral da Presidência da Repú-blica. Mas, infelizmente, ainda não temosuma lei que iniba as demissões em massa.

Por isso, reivindicamos que se aprove aConvenção 158 da Organização Internacio-nal do Trabalho, para acabar com atitudesdesrespeitosas como a adotada pela Tupy.

A Convenção 158 vai garantir ao Sin-dicato maneiras de pressionar os maus pa-trões e empresários que diante da nossacampanha salarial em andamento, já co-meçam a ensaiar o chororô padrão paratentar a política do só venha a nós, ouseja, aos bolsos deles, tudo. Principalmen-te, a grana que economizam com a renún-cia fiscal do governo federal. E para nós,trabalhadores, horas extras, desempregoe humilhações.

*Cícero Firmino da Silva, Martinha,é presidente do Sindicato dos Meta-lúrgicos de Santo André e Mauá

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