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Boletim Regional Julho 2018 Volume 12 \ Número 3

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BoletimRegional

Julho 2018Volume 12 \ Número 3

Julho 2018Volume 12 \ Número 3

ISSN 2175-9278CNPJ 00.038.166/0001-05

Boletim Regional Brasília v. 12 nº 3 jul. 2018 p. 1-80

Informações sobre o BoletimTelefone: (61) 3414-1061Fax: (61) 3414-2036

É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte: Boletim Regional do Banco Central do Brasil, v. 12, n. 3.

Convenções estatísticas

... dados desconhecidos. - dados nulos ou indicação de que a rubrica assinalada é inexistente. 0 ou 0,0 menor que a metade do último algarismo, à direita, assinalado. * dados preliminares.

O hífen (-) entre anos (2004-2006) indica o total de anos, incluindo o primeiro e o último.A barra (/) utilizada entre anos (2004/2006) indica a média anual dos anos assinalados, incluindo o primeiro e o último, ou, se especificado no texto, ano-safra ou ano-convênio.

Eventuais divergências entre dados e totais ou variações percentuais são provenientes de arredondamentos.

Não são citadas as fontes dos quadros e gráficos de autoria exclusiva do Banco Central do Brasil.

Atendimento ao Cidadão

Banco Central do BrasilSBS – Quadra 3 – Bloco B – Edifício-Sede – 2º subsolo70074-900 Brasília – DFTelefone: 145 (custo de ligação local)Internet: <http://www.bcb.gov.br/?ATENDIMENTO>

Boletim RegionalPublicação trimestral do Banco Central do Brasil/Departamento Econômico.

Os textos, as tabelas e os gráficos são de responsabilidade dos seguintes componentes do Departamento Econômico (Depec) (e-mail: [email protected]):

Região Norte – Núcleo da Coordenação Regional do Norte e Nordeste no Pará (e-mail: [email protected]);

Região Nordeste – Coordenação Regional do Norte e Nordeste (e-mail: [email protected]), Núcleo da Coordenação Regional do Norte e Nordeste em Pernambuco (e-mail: [email protected]), Núcleo da Coordenação Regional do Norte e Nordeste na Bahia (e-mail: [email protected]);

Região Centro-Oeste – Núcleo da Coordenação Regional do Sudeste em Minas Gerais (e-mail: [email protected]),

Região Sudeste – Coordenação Regional do Sudeste (e-mail: [email protected]), Núcleo da Coordenação Regional do Sudeste em Minas Gerais (e-mail: [email protected]), Núcleo da Coordenação Regional do Sudeste no Rio de Janeiro (e-mail: [email protected]);

Região Sul – Coordenação Regional do Sul (e-mail: [email protected]); Núcleo da Coordenação Regional do Sul no Paraná (e-mail: [email protected]).

Sumário

Apresentação 5

Sumário executivo 7

Região Norte 9

Região Nordeste 17 Bahia ___________________________________________________________________________ 21

Ceará ___________________________________________________________________________ 26

Pernambuco ____________________________________________________________________ 29

Região Centro-Oeste 33

Região Sudeste 37 Minas Gerais ____________________________________________________________________ 41

Rio de Janeiro ___________________________________________________________________ 45

São Paulo _______________________________________________________________________ 48

Região Sul 53 Paraná __________________________________________________________________________ 57

Rio Grande do Sul ________________________________________________________________ 60

Inferências nacionais a partir dos indicadores regionais 63

Boxes Economia paranaense ____________________________________________________________ 69

Apêndice 75

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 5

Apresentação

O “Boletim Regional do Banco Central do Brasil” é uma publicação trimestral do Banco Central do Brasil que apresenta as condições da economia por regiões e por alguns estados do país. Sob o enfoque regional, enfatiza-se a evolução de indicadores que repercutem as decisões de política monetária – produção, vendas, emprego, preços, comércio exterior, entre outros. Nesse contexto, a publicação contribui para a avaliação do impacto das políticas da Autoridade Monetária sobre os diferentes entes da Federação, à luz das características econômicas locais e das gestões políticas regionais.

As análises e informações do “Boletim Regional” buscam oferecer à sociedade – em particular, a gestores de política econômica nas esferas subnacionais, pesquisadores e integrantes do meio acadêmico, empresários, investidores, e profissionais de imprensa – elementos que contribuam para identificar a forma e, especialmente, a magnitude de repercussão, no âmbito regional, das políticas implementadas. Ao mesmo tempo, a publicação contribui para dar à sociedade conhecimento dos critérios analíticos da Instituição.

O “Boletim Regional” analisa as economias das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul e dos estados da Bahia, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. A disponibilidade de estatísticas econômicas, bem como a distribuição geográfica das representações do Banco Central, influenciou a escolha dos estados. Assim, para as regiões que possuem apenas uma representação institucional – Norte e Centro-Oeste –, optou-se pela análise agregada regionalmente. Para as regiões em que existem mais de uma representação, são apresentadas, além da análise regional, as análises para os estados nos quais se encontram as representações.

Homogeneidade, abrangência e regularidade foram os principais critérios de escolha das estatísticas e das fontes. Dessa forma, em sua maior parte, os dados têm como origem os órgãos e os institutos

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de âmbito nacional, destacadamente o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os entes da administração direta. Em alguns casos, foram utilizadas, complementarmente, informações de entidades regionais. Dados sem tratamento das fontes foram dessazonalizados pelo Departamento Econômico do Banco Central do Brasil (Depec).

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Sumário executivo

A evolução do conjunto de indicadores econômicos evidencia recuperação em ritmo mais gradual do que o previsto no início deste ano. O processo de retomada, que vinha sendo esboçado até abril, teve sua dinâmica afetada pela paralisação do setor de transporte de cargas em maio, dificultando a leitura da evolução recente da atividade econômica. Dessa forma, os resultados na margem refletem os efeitos desse evento, mas há evidências de reação em horizonte mais longo, sinalizando a continuidade do processo de recuperação da economia brasileira. Regionalmente, houve impacto generalizado da referida paralisação, mas com intensidades distintas, refletindo particularidades da estrutura das economias locais.

No Norte, o crescimento da atividade nos últimos cinco trimestres foi interrompido pelo impacto negativo da paralisação do setor de tranporte de cargas. Observou-se crescimento das vendas do comércio, em parte, pela antecipação de compras em razão do temor de desabastecimento, e comportamento benigno no mercado de trabalho, com geração de mais postos de trabalho formais em comparação aos anos anteriores. Nesse sentido, apesar da paralisação ter impactado negativamente a economia local, mantêm-se as perspectivas de continuidade da retomada econômica na região. No trimestre finalizado em maio, o Índice de Atividade Econômica Regional da Região Norte (IBCR-N) recuou 1,6%, em relação ao trimestre encerrado em fevereiro, quando crescera 1,9%, de acordo com dados dessazonalizados.

A economia do Nordeste tem apresentado recuperação mais moderada, com oscilações nos principais indicadores, evidenciando menor consistência do crescimento comparativamente ao observado em âmbito nacional. A paralisação do transporte de carga refletiu negativamente, porém com efeitos transitórios, na indústria local e em outros segmentos importantes. Nesse ambiente, o IBCR-NE recuou 2,3% considerados dados dessazonalizados. A elevação da confiança dos

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consumidores e o crescimento da produção agrícola regional contribuem para a retomada da atividade nos próximos trimestres.

A atividade econômica no Centro-Oeste, após o impulso gerado pela safra recorde de 2017, registrou ritmo de expansão mais moderado, contrastando com o comportamento observado no país. Em maio, a paralisação no setor de transporte rodoviário de carga impactou principalmente as indústrias de alimentos, produtos químicos e de veículos, além dos serviços de transporte. No agregado, entretanto, os efeitos da paralisação na região foram menores que os estimados na atividade nacional. Nesse contexto, o IBCR-CO contraiu 0,7% no trimestre encerrado em maio (com ajuste sazonal), em comparação ao trimestre anterior, quando recuara 0,6%.

No Sudeste, o aumento do comércio, acima da média nacional, e as reduções na produção da indústria e na atividade do setor de serviços em magnitudes menores do que as assinaladas para o país implicaram retração menos intensa da atividade, no período analisado. O IBCR-SE recuou 0,6% no trimestre encerrado em maio, após variar 0,1% no trimestre anterior, segundo dados dessazonalizados. O consumo das famílias segue liderando o processo de retomada, em parte impactado pelo incremento nas operações de crédito às pessoas físicas e pelo crescimento da massa salarial.

A paralisação no setor de transporte de cargas afetou negativamente, mas de forma transitória, a atividade na Região Sul. O IBCR-S variou -2,6% em maio, após crescimento de 1,7% em abril. O movimento na margem interrompe tendência de recuperação da economia regional delineada, sobretudo, no setor industrial. Nesse contexto, o IBCR-S variou -1,5% no trimestre finalizado em maio, ante 0,1% no trimestre encerrado em fevereiro, dados dessazonalizados. O cenário prospectivo para a economia do Sul contempla a absorção dos efeitos da paralisação dos transportes de cargas, com reversão da alta na inflação observada no período, recomposição da oferta em junho e continuidade da retomada gradual da atividade nos meses seguintes.

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Região Norte

Os resultados dos principais indicadores econômicos no Norte, no trimestre encerrado em maio, foram impactados negativamente pela paralisação do setor de transporte de cargas ocorrida ao final de maio, o que prejudica a análise do ritmo de recuperação econômica na região. Entretanto, apesar da paralisação, as perspectivas de continuidade da retomada permanecem na região, mesmo com os resultados negativos na margem. Nesse sentido, o IBCR-N recuou 1,6% no trimestre finalizado em maio, em relação ao trimestre encerrado em fevereiro, quando crescera 1,9%, de acordo com dados dessazonalizados. Considerados intervalos de doze meses, o indicador cresceu 2,9% em maio (3,1% em fevereiro), com destaque para os segmentos de comércio, construção civil e indústria extrativa, em especial no Pará.

Em relação aos indicadores de demanda, ressalte-se a continuidade do crescimento das vendas no comércio ampliado, em ambiente de melhora das condições no mercado de trabalho e de crédito, favorecidas, em parte, pelo ciclo da taxa básica de juros e pelo comportamento benigno da inflação. No trimestre finalizado em maio, as vendas do comércio ampliado cresceram 1,9% em relação ao terminado em fevereiro, quando aumentaram 1,5%, segundo dados dessazonalizados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).

Dados mais recentes para as vendas de automóveis e o comportamento das expectativas de consumidores e empresários mostram sinais consistentes com a trajetória de curto prazo das vendas do comércio. Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves aumentaram 7,0% no segundo trimestre do ano no Norte, segundo dados dessazonalizados da Fenabrave. Em linha, o índice de Intenção de Consumo das Famílias da região, divulgado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), aumentou 4,9 pontos, alcançando 93,7 pontos no segundo trimestre, enquanto o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), calculado pela CNC, atingiu média de 118,4 pontos1 no período, mantendo-se na área de otimismo desde setembro de 2016.

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1/ 100 pontos indicam neutralidade.

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Mai2015

Set Jan2016

Mai Set Jan2017

Mai Set Jan2018

Mai

IBC-Br IBCR-N

Gráfico 1.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região NorteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2014 = 100

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Mai2015

Set Jan2016

Mai Set Jan2017

Mai Set Jan2018

Mai

Comércio ampliado Serviços Indústria

Gráfico 1.2 – Comércio, serviços e indústria – NorteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2014 = 100

Fonte: IBGE

Exibição ano

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Mar2016

Jun Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

Índice de Confiança do Empresariado Industrial

Índice de Confiança do Empresariado do Comércio (eixo da dir.)

Índice de Intenção de Consumo das Famílias (eixo da dir.)Fontes: CNI e CNC

Linha de confiança

Gráfico 1.3 – Confiança dos agentes – NorteEm pontos

10 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

Os dados acumulados em doze meses da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE indicaram trajetória de queda menos intensa, saindo de -9,6% em agosto de 2017 para -4,5% em maio de 2018. Na margem, o volume de serviços não financeiros declinou 0,8% no trimestre finalizado em maio, ante -1,6% naquele encerrado em fevereiro, sinalizando certa acomodação. Observando-se pela ótica do mercado de trabalho formal, o setor demonstra sinais de retomada, sendo o maior gerador de postos formais nos últimos meses, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged/MTb), com a criação de 12,7 mil postos de trabalho no período de doze meses encerrados em maio (-12,3 mil em maio de 2017).

Dados para o emprego formal total, menos influenciados pela paralisação do transporte de cargas, sugerem continuidade do crescimento da economia. O nível de emprego formal do Norte aumentou 0,2% no trimestre encerrado em maio, após crescer 0,7% no trimestre encerrado em fevereiro, considerados dados dessazonalizados do Caged/MTb. A taxa de desocupação recuou na série com ajuste sazonal, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE2, alcançando 11,7% no primeiro trimestre de 2018, ante 12,4% no último trimestre de 2017. O recuo no desemprego refletiu as reduções de 0,7% na população ocupada e de 1,4% na força de trabalho.

O mercado de crédito cresceu de forma mais consistente, com elevações de 2,4% no saldo da carteira de pessoas físicas e de 2,3% no de pessoas jurídicas no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro. No acumulado em doze meses, destaque para a elevação da carteira de pessoas jurídicas, que voltou a registrar crescimento (0,2%), o que não ocorria desde outubro de 2015. A inadimplência das operações recuou no trimestre, atingindo 3,9% em maio (3,8% para pessoas jurídicas e 4,0% para pessoas físicas). O indicador Serasa Experian de Demanda do Consumidor por Crédito (IDC Consumidor), que mede a procura de crédito por parte dos consumidores, aponta crescimento desde junho de 2017, com elevação de 10,5% em doze meses até junho (9,6% até março), resultado compatível com o ciclo recente de redução das taxas de juros. No caso das empresas, o indicador Demanda das Empresas por Crédito (IDC Empresas) ainda apresenta retração, -1,1%, no período de doze meses encerrados em maio.

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1T2012

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2T 3T 4T 1T2017

2T 3T 4T 1T2018

TD PO

Fonte: IBGE (PNAD Contínua)1/ Dados com ajuste sazonal.

Gráfico 1.4 – Taxa de desocupação e população ocupada – Norte1

% Índice (2012 = 100)

-15

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-5

0

5

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Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

PF PJ Total

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Gráfico 1.5 – Evolução do saldo das operações de crédito – Norte1/

Variação em 12 meses – %

Tabela 1.1 – Produção agrícola – Norte

Itens selecionadosEm mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2017 2018 2018/2017

Grãos3/ 40,3 8 904 8 541 -4,1

Soja 26,6 5 122 5 101 -0,4

Milho 7,3 2 623 2 361 -10,0

Arroz (em casca) 5,0 1040 957 -8,0

Outras lavouras

Mandioca 22,7 7 435 7 359 -1,0

Banana 7,1 1 003 1 031 2,9

Cacau 5,1 123 122 -0,9

Arroz 5,0 1040 957 -8,0

Café 2,8 154 154 -0,2

Cana-de-açúcar 2,3 4 443 4 379 -1,4

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2016.

2/ Estimativa segundo o LSPA de junho de 2018.

3/ Produtos: algodão herbáceo, amendoim, arroz, feijão, milho, soja e sorgo.

2/ A PNAD Contínua, em nível regional, apresenta dados apenas para os “trimestres fechados”, eventualmente implicando defasagens em relação a outras estatísticas regionais.

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Estatísticas relacionadas à oferta, especialmente no setor industrial, confirmam quadro de retomada gradual da economia da região, apesar de movimento negativo na margem.

A safra de grãos, após ano anterior de safra recorde, deverá recuar 4,1% em 2018, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de junho, do IBGE, impactada, em especial, por recuos nas produções de milho e arroz. Em termos de variações reais3, no valor bruto de produção (VBP) há previsão de retração de 8,3% no faturamento bruto para a safra de milho e aumento de 7,0% para o de soja, segundo estimativa de junho do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A produção industrial recuou 1,4% no trimestre finalizado em maio, após alta de 5,3% no período encerrado em fevereiro, considerados dados dessazonalizados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) do IBGE. A produção da indústria de transformação retraiu 6,3% no período, com destaque para as atividades de metalurgia e produtos de madeira, sobretudo no Pará, e de produção de produtos eletrônicos e de bebidas, no Polo Industrial de Manaus. A atividade na indústria extrativa, com impacto reduzido da paralisação do transporte rodoviário de cargas, expandiu 2,9% no período, impulsionada pelo desempenho da produção de minério de ferro, concentrada no Pará. Considerados dados acumulados em doze meses até maio, a indústria de transformação da região atingiu alta de 8,2% em relação a igual período anterior. Ressalte-se que a recuperação observada no consumo das famílias tende a favorecer o desempenho da indústria de transformação no Norte, em especial no Polo Industrial de Manaus, voltado para a produção de bens de consumo para o mercado interno.

A evolução recente do Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) do Norte, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), atingiu 52,2 pontos em junho, ante 59,1 pontos em março, mantendo-se acima da linha de confiança4, apesar dos impactos causados pela interrupção dos serviços de transporte de cargas no período. Assinale-se que a elevada ociosidade registrada no Polo Industrial de Manaus – o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) atingiu 75,6% em maio, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) – evidencia a inexistência de

Tabela 1.2 – Produção industrial – Norte

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2018

Fev2/ Mai2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 5,3 -1,4 9,8

Indústrias extrativas 38,3 -0,4 2,9 11,2

Indústrias de transformação 61,7 11,9 -6,3 8,2

Informát., eletrôn. e ópticos 12,9 28,5 -3,7 27,1

Bebidas 10,4 18,7 -20,8 13,1

Outros equip. transporte 8,4 25,7 -2,9 10,5

Produtos de metal 2,1 4,6 6,0 2,8

Metalurgia 3,4 -1,2 -35,9 -8,2

Produtos alimentícios 2,6 10,1 -2,5 1,0

Prod. miner. não-metálicos 2,1 -9,9 -3,5 -26,4

Produtos de madeira 1,2 8,6 -13,0 3,1

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

Tabela 1.3 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-junho

US$ milhões

Discriminação Norte

2017 2018 Var. %

Total 8 519 9 023 5,9

Básicos 6 814 7 233 6,2

Industrializados 1 705 1 790 5,0

Semimanufaturados 589 694 17,8

Manufaturados1/ 1 116 1 096 -1,8

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 1.4 – Importação por grandes categorias

econômicas – FOBJaneiro-junho

US$ milhões

Discriminação Norte

2017 2018 Var. %

Total 4 893 6 437 31,6

Bens de capital 296 511 72,6

Bens intermediários 4 101 5 171 26,1

Bens de consumo 234 291 24,5

Combustíveis e lubrificantes 262 463 76,8

Fonte: MDIC/Secex

3/ Considerando o IGP-DI como deflator.4/ Valores acima de 50 pontos na área de otimismo.

12 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

restrições de oferta para a continuidade da retomada da atividade local.

O superavit comercial do Norte alcançou US$2,6 bilhões no primeiro semestre de 2018, comparativamente a US$3,6 bilhões no mesmo período de 2017. A evolução repercutiu o avanço de 31,6% nas importações, com ênfase nos aumentos nas aquisições de combustíveis e lubrificantes e de bens de capital no Amazonas. As exportações expandiram 5,9% no período, destacando-se o aumento nas vendas de produtos básicos, em especial de minérios de ferro e a soja.

No âmbito fiscal, as contas consolidadas dos entes públicos do Norte apresentaram, até maio de 2018, resultado primário favorável e redução da dívida líquida. O superavit primário atingiu R$318 milhões em doze meses, ante R$202 milhões registrado até dezembro de 2017. A dívida líquida totalizou R$14 bilhões em maio (R$15,1 bilhões em dezembro de 2017).

A arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) atingiu, até maio de 2018, R$11,7 bilhões, representando expansão real5 de 8,8% em relação a igual período de 2017, segundo a Comissão Técnica Permanente do ICMS (Cotepe). No mesmo período, as transferências da União, excluindo os valores destinados ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), totalizaram R$14,3 bilhões, de acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), registrando variação real de 7,0%, na comparação com igual intervalo do ano anterior.

Em relação ao comportamento dos preços, a evolução da inflação regional, considerada a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana de Belém (RMB), demonstra nível moderado de pressões inflacionárias na margem. A inflação no segundo trimestre (1,33%) esteve associada, em especial, a aumentos nos preços monitorados, com destaques para energia elétrica residencial e gasolina. O índice de difusão mudou de patamar em relação aos dois trimestres anteriores, atingindo 53,3% no segundo trimestre de 2018 (43,5% no anterior).

A paralisação do setor de transporte de cargas prejudicou, em parte, a consolidação do processo

Tabela 1.5 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Norte1/

R$ milhões

UF Dezembro de 2017 Maio de 2018

Dívida Fluxos 12 meses Dívida2/ Fluxos 12 meses

Primário Nominal3/ Primário Nominal3/

AC 3 380 35 209 3 367 -34 137

AM 4 754 -516 -248 4 738 -459 -219

AP 1110 103 186 769 -194 -113

PA 841 17 144 454 490 606

RO 2 580 -177 -90 2 439 -133 -19

RR -53 -368 -354 -212 -303 -287

TO 2 440 703 832 2 466 315 449

Total (A) 15 052 - 202 679 14 021 -318 554

Brasil4/ (B) 800 969 -11 707 38 679 826 687 -4 481 43 902

(A/B) (%) 1,9 1,7 1,8 1,7 7,1 1,3

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados

preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Tabela 1.6 – IPCA – Belém

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2017 2018

Ano I Tri II Tri Ano

IPCA 100,0 1,14 0,68 1,33 2,01

Livres 76,8 -0,66 0,70 0,47 1,18

Alimentação no domicílio 25,4 -6,43 0,40 1,21 1,61

Serviços 26,9 5,51 1,19 -0,13 1,06

Serviços subjacente 16,2 4,69 1,01 -0,06 0,94

Bens Industrializados 24,4 -0,59 0,48 0,36 0,84

Monitorados 23,2 7,69 0,61 4,22 4,86

Principais grupos

Alimentação 33,5 -4,28 0,65 0,75 1,40

Habitação 13,4 6,34 -1,07 4,57 3,46

Artigos de residência 4,8 -1,35 0,23 0,38 0,61

Vestuário 8,2 0,86 1,12 0,42 1,54

Transportes 12,8 5,47 1,57 1,59 3,19

Saúde 10,9 4,61 0,36 1,25 1,62

Despesas pessoais 8,4 3,56 0,40 0,80 1,21

Educação 4,9 6,32 4,96 -0,22 4,73 Comunicação 3,1 4,11 -0,10 0,71 0,62

Fonte: IBGE

1/ Referentes a junho de 2018.

5/ Considerado o IGP-DI como deflator.

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de desinflação que vinha ocorrendo na região, mas espera-se dissipação desse efeito. Na variação em doze meses, o IPCA da RMB acelerou de 0,95% em março para 2,43% em junho, após as divulgações dos resultados de maio e junho do indicador (período impactado pela paralisação). O desempenho foi, em maior parte, afetado pelo aumento dos preços monitorados, especialmente nos grupos habitação e transportes, com destaque para a tarifa de energia elétrica residencial, gasolina e gás de botijão. Assinale-se que, apesar de o comportamento recente dos indicadores associados ao consumo das famílias indicar retomada gradual do consumo, a alta ociosidade dos fatores de produção contribui para a evolução favorável dos preços na região.

Em síntese, a atividade econômica no Norte segue em cenário de recuperação gradual. Observou-se crescimento das vendas do comércio e comportamento benigno no mercado de trabalho, com geração de mais postos de trabalho formais em comparação aos anos anteriores (sobretudo no setor terciário). Prospectivamente, o ambiente de inflação em patamares baixos e com taxas de juros menores seguirá contribuindo para o crescimento da demanda doméstica, favorecendo a trajetória de retomada da atividade econômica na região.

Exibição ano

-10-7-4-1258

11141720

Jun2015

Set Dez Mar2016

Jun Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

Alimentação no domicílio ServiçosBens industrializados Serviços subjacente

Fontes: IBGE e BCB

Gráfico 1.6 – Evolução dos preços livresVariação em 12 meses – %

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 17

Tabela 2.2 – Evolução do emprego formal – Nordeste

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2017 2018

Mai Ago Nov Fev Mai

Total -30,2 31,6 71,2 -66,3 1,5

Indústria de transformação -15,8 10,8 37,8 -32,9 -18,0

Serviços industriais de util. pública 1,6 0,3 -0,2 0,2 1,1

Construção civil -7,3 2,6 -2,2 -8,2 1,5

Comércio -11,8 -1,4 23,2 -10,8 -2,1

Serviços -2,5 5,6 7,0 4,0 17,1

Agropecuária 4,9 13,2 6,9 -18,6 0,4

Outros2/ 0,7 0,5 -1,3 0,0 1,5

Fonte: MTb

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

Região Nordeste

Os principais indicadores da atividade econômica sinalizam redução do ritmo de recuperação nos últimos meses, com recuo da produção industrial, decorrente, em parte, da paralisação no setor de transporte rodoviário de cargas. Nesse sentido, o IBCR-NE, na margem, registrou decréscimo de 2,3% no trimestre encerrado em maio, considerados dados dessazonalizados.

Pelo lado da demanda, os indicadores utilizados como proxy do consumo das famílias continuam com resultados mais favoráveis. Neste cenário, as vendas do comércio ampliado cresceram 1,6% no trimestre encerrado em maio relativamente ao trimestre anterior, conforme dados dessazonalizados da PMC. Na mesma base de comparação, o volume de prestação de serviços não financeiros recuou 2,6%, segundo informações da PMS.

Dados mais recentes, em decorrência do impacto da mencionada paralisação no final de maio, dificultam a leitura sobre a continuidade da recuperação do comércio. Os emplacamentos de veículos – antecedente das vendas de automóveis – decresceram 1,5% no trimestre encerrado em junho de 2018, em relação ao trimestre anterior, segundo dados dessazonalizados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). As expectativas dos empresários mostram deterioração do Icec, que atingiu 103,8 pontos em julho, menor patamar em quase um ano. Por outro lado, assinala-se a melhora da confiança dos consumidores, com o índice Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgado pela CNC, atingindo 86,7 pontos no segundo trimestre de 2018 (85,2 pontos no anterior), compatível com o aumento da massa salarial real em contexto de inflação baixa, além do efeito da Copa do Mundo sobre a propensão ao consumo.

Em relação ao mercado de trabalho no Nordeste, houve criação de 1,5 mil postos de trabalho formais no trimestre finalizado em maio, ante redução de 30,2 mil vagas em igual período de 2017, de acordo com dados do Caged/MTb, destacando-se as admissões

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Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Brasil Nordeste

Gráfico 2.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região NordesteDados dessazonalizados – média móvel trimestral2014 = 100

Tabela 2.1 – Comércio varejista – Nordeste

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2018

Fev1/ Mai1/ 12 meses

Comércio varejista 0,6 0,7 3,0

Combustíveis e lubrificantes -0,5 -3,4 -7,2

Hiper e supermercados 0,0 1,2 -2,6

Tecidos, vestuário e calçados -3,3 1,4 0,8

Móveis e eletrodomésticos -0,8 -0,1 16,0

Comércio ampliado -0,2 1,6 4,6

Automóveis e motocicletas 1,2 3,6 11,6

Material de construção -0,7 -1,6 2,0

Fonte: IBGE1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

18 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

na construção civil e no setor de serviços. A análise na margem indica expansão de 0,3% no nível de emprego formal no trimestre encerrado em maio, considerados dados dessazonalizados.

Muito embora a taxa de desemprego da região (15,9%) tenha registrado aumento no primeiro trimestre de 2018 relativamente ao último de 2017, houve queda comparativamente à taxa (16,3%) do mesmo período de 2017, de acordo com a PNAD Contínua do IBGE. Na comparação com o trimestre anterior, dados dessazonalizados pelo Banco Central, houve aumento de 0,6 p.p. na taxa de desemprego, com retrações de 0,9% na população ocupada e de 0,2% na força de trabalho. O rendimento real médio habitual cresceu 1,4% e a massa salarial 2,6%, ante igual trimestre de 2017.

A carteira de crédito continua com recuperação nas modalidades voltadas para pessoas físicas e recuo nos segmentos destinados a pessoas jurídicas. O saldo total das operações superiores a R$1 mil realizadas na região totalizou R$407 bilhões em maio, com expansão de 1,4% no trimestre e de 2,7% em doze meses. A carteira de pessoas jurídicas, concentrada nas modalidades créditos à construção e ao comércio, atingiu R$142 bilhões, com estabilidade no trimestre e queda de 5,4% em doze meses. A carteira de pessoas físicas somou R$265 bilhões, com aumentos, na ordem, de 2,2% e 7,6% nas mesmas bases de comparação, destacando-se, no trimestre, as modalidades crédito consignado e financiamento de veículos.

A produção industrial nordestina decresceu 2,6% no trimestre finalizado em maio, em relação ao encerrado em fevereiro, considerados dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. Destacaram-se as quedas de 11% na fabricação produtos têxteis e de 5,9% na fabricação de celulose, papel e produtos de papel. Em doze meses, a produção industrial recuou 0,6%, registrando-se retração na indústria extrativa, 4,9%, e de 0,2% na transformação.

O Icei do Nordeste, divulgado pela CNI, impactado pela paralisação do setor de transporte de cargas ocorrida em maio caiu para 50 pontos em junho (59 pontos em março e 52,5 pontos em junho de 2017).

De acordo com o LSPA de junho, divulgado pelo IBGE, a produção de grãos da região Nordeste, beneficiada por estação chuvosa propícia, deverá atingir 20,6 milhões de toneladas na atual safra, representando

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-5

0

5

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Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

PF PJ Total

Gráfico 2.3 – Evolução do saldo das operações de crédito – Nordeste1/

Variação % em 12 meses

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 2.3 – Produção industrial – NordesteGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2018

Fev2/ Mai2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -0,6 -2,6 -0,6

Indústrias extrativas 9,0 -3,2 -3,0 -4,9

Indústrias de transformação 91,0 -0,3 -2,3 -0,2

Produtos alimentícios 16,2 -0,7 -0,8 -1,1

Deriv. petróleo e biocombustíveis 15,8 0,4 -1,5 -9,0

Outros produtos químicos 9,9 1,8 -6,1 -3,7

Artefatos couro e calçados 6,9 1,6 -4,1 3,6

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

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15

17

I Tri II Tri III Tri IV Tri

Fonte: IBGE (PNAD Contínua)2016 2017 2018

Gráfico 2.2 – Taxa de desocupação – Nordeste%

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 19

expansão anual de 15,3%, com estimativas de crescimentos de 28,3%, 14,3% e 12,5% nas colheitas de feijão, soja e milho, na ordem.

No âmbito fiscal, os governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Nordeste apresentaram deficit de R$1,5 bilhão no acumulado de doze meses até maio de 2018, ante superavit de R$980 milhões em 2017. A dívida líquida dos principais municípios do Nordeste totalizou R$64,4 bilhões em maio (7,8% da dívida dessas entidades no país), alta de 4,2% em relação à registrada em dezembro de 2017.

A balança comercial da região Nordeste foi deficitária em US$1,6 bilhão no primeiro semestre deste ano, com relativa estabilidade na comparação com igual período de 2017. Houve aumento de 5% nas exportações, com elevação de 16,3% nos preços e queda de 9,8% no quantum. Merece destaque a elevação dos embarques de bens semimanufaturados, principalmente, celulose pela Bahia e pelo Maranhão e de produtos semimanufaturados de ferro ou aços pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) no Ceará. Na mesma base de comparação, as importações expandiram 3,8% (aumento de 11,3% nos preços), favorecidas pelos crescimentos nas aquisições de combustíveis e lubrificantes e de bens de capital (equipamentos de transporte industrial).

Em relação à inflação, o IPCA na região6 variou 2,30% no segundo trimestre de 2018 ante 0,42% no anterior. A aceleração decorreu, principalmente, de efeitos da paralisação do setor de transporte rodoviário de cargas sobre os preços da alimentação no domicílio (3,14% ante -0,57%) e nos combustíveis (8,32% ante 4,82%). Adicionalmente, ocorreu o aumento das tarifas de energia elétrica (19,18% ante -5,27%) decorrente da aplicação, em junho, da bandeira tarifária vermelha (patamar 2) – ante amarela em maio. Nesse contexto, os preços monitorados variaram 5,29% ante 0,70% no primeiro trimestre e os preços livres, 1,37%, ante 0,34%, esses influenciados, principalmente, pelo aumento na variação dos preços dos bens comercializáveis, de -0,73% para 1,35%; os preços dos bens não comercializáveis mantiveram o ritmo de elevação (1,39%).

Em doze meses, a variação do IPCA da região atingiu 3,63% (3,92% no mesmo período do ano anterior), com desaceleração dos preços livres, de 3,13%

6/ Calculado com base nas variações e pesos das regiões metropolitanas de Fortaleza, Recife e Salvador. A partir de maio de 2018, foram incluídas as variações dos municípios de Aracaju e São Luís.

Tabela 2.4 – Produção agrícola – Nordeste

Itens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/

(%) 2017 2018 2018/2017

Produção de grãos 17 869 20 603 15,3

Soja 17,8 9 491 10 849 14,3

Caroço de algodão (herbáceo) 4,4 574 763 32,9

Milho 7,5 6 432 7 237 12,5

Feijão 3,9 630 809 28,3

Outras lavouras selecionadas

Cana-de-açúcar 15,0 48 367 49 022 1,4

Mandioca 6,6 5 172 5 247 1,4

Banana 8,8 2 381 2 155 -9,5

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2016.

2/ Estimativa segundo o LSPA de junho de 2018.

Tabela 2.5 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Nordeste1/

R$ milhões

UF Dezembro de 2017 Maio de 2018

Dívida Fluxos 12 meses Dívida2/ Fluxos 12 meses

PrimárioNominal3/ Primário Nominal3/

AL 7 581 -288 319 7 451 -484 13

BA 17 493 1 327 1 971 19 676 602 1 311

CE 7 096 -1203 -783 8 450 575 1015

MA 5 953 122 429 6 087 748 1048

PB 3 112 -128 -10 2 542 4 109

PE 11 683 -830 -279 11 413 - 471 103

PI 3 019 259 413 3 301 292 470

RN 1109 195 245 917 157 209

SE 4 774 -432 -255 4 604 45 203

Total (A) 61 820 -980 2 050 64 440 1 467 4482

Brasil4/ (B) 800 969 -11 707 38 679 826 687 -4 481 43 902

(A/B) (%) 7,7 8,4 5,3 7,8 -32,7 10,2

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados

preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

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-1

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24

Fev2016

Jun Out Fev2017

Jun Out Fev2018

Jun

Saldo Exportação Importação

Fonte: MDIC/Secex

Gráfico 2.4 – Balança comercial – NordesteAcumulado em 12 meses – em US$ bilhões

20 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

para 1,41% e aceleração dos preços monitorados, de 6,76% para 11,27%. A variação dos preços livres esteve influenciada, especialmente, pela redução dos preços da alimentação.

Em resumo, os desempenhos observados em setores mais correlacionados ao ciclo econômico evidenciam continuidade da recuperação da atividade, porém em ritmo mais gradual. Adicionalmente, a paralisação no setor de transporte de cargas, em maio, trouxe impactos negativos, porém transitórios, que, de certa forma, dificultaram a análise. Registre-se a melhora do mercado de trabalho e retomada das operações de crédito no segmento de pessoas físicas em ambiente de melhora nas expectativas dos consumidores e recuperação dos salários e da massa salarial.

Jan 2014

Fev 2014

Mar

Abr

Mai

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Jul

Ago

Set

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Nov

Dez

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Fev2016

Abr Jun Ago Out Dez Fev2017

Abr Jun Ago Out Dez Fev2018

Abr Jun

Fonte: IBGE e BCB

Alimentação no domicílio Bens industrializados

Serviços Serviços subjacentes

Gráfico 2.5 – Inflação dos preços livres – NordesteVariação em 12 meses

Tabela 2.6 – IPCA – Nordeste

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2017 2018

Ano I Tri II Tri 12 meses

IPCA 100,0 2,56 0,42 2,30 3,63

Livres 75,8 0,65 0,34 1,37 1,41

Alimentação no domicílio 19,8 -5,12 -0,57 3,14 -1,75

Bens industrializados 24,1 0,52 0,12 0,87 1,30

Serviços 31,9 4,65 1,04 0,67 3,55

Monitorados 24,2 9,36 0,70 5,29 11,27

Principais itens

Alimentação 28,2 -2,60 -0,20 2,58 0,00

Habitação 14,7 6,97 -0,96 5,19 7,48

Artigos de residência 4,2 -3,28 -0,01 0,80 -1,08

Vestuário 6,7 3,31 -1,04 0,65 2,27

Transportes 17,1 5,30 1,68 2,65 7,89

Saúde 11,6 5,62 1,35 1,89 5,45

Despesas pessoais 9,2 3,87 0,08 0,74 3,04

Educação 4,9 7,96 5,14 0,12 5,86

Comunicação 3,4 1,66 -0,02 -0,09 -0,68

Fonte: IBGE

1/ Pesos relativos ao trimestre encerrado no período t-3.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 21

2.1 Bahia

O Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia variou 0,6% no primeiro trimestre de 2018, em relação a igual período de 2017, de acordo com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Esse resultado refletiu a expansão do setor de serviços, 1,4%, e retrações na indústria, -2,9%, e na agropecuária, -0,3%. Considerados dados dessazonalizados, o PIB do estado aumentou 0,2% em relação ao quarto trimestre de 2017.

Indicadores divulgados mais recentemente apontam recuo da atividade econômica no trimestre terminado em maio, resultado fortemente influenciado pela paralisação do segmento de transportes de carga, ocorrida no mês de maio, afetando, pontualmente, o processo de recuperação, anteriormente delineado. Nesse contexto, o IBCR-BA decresceu 1,3% no trimestre finalizado em maio, na comparação com o encerrado em fevereiro, quando aumentara 0,4%, conforme dados dessazonalizados. Em doze meses, o IBCR-BA apresentou estabilidade em maio.

No âmbito da demanda, evidencia-se a continuidade de crescimento sustentado pelo consumo das famílias, em ambiente de melhora do crédito e de estabilidade do mercado de trabalho, com crescimento da massa salarial real. Nesse contexto, as vendas do comércio ampliado no estado ficaram estáveis no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, quando haviam avançado 0,1%, na mesma base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Consistente com a expansão do crédito no segmento pessoa física, as vendas de veículos, motos, partes e peças avançaram 1,3%. Por outro lado, as vendas de combustíveis e lubrificantes recuaram 6,1%. Considerados períodos de doze meses, as vendas do comércio ampliado avançaram 3,7% em maio (3,0% em fevereiro), destacando-se as elevações nos segmentos móveis e eletrodomésticos, 20,7%, e veículos, motos, partes e peças, 10,2%. O avanço de 3,6% nos emplacamentos de automóveis e comerciais leves na Bahia, no segundo trimestre de 2018, em relação ao trimestre anterior, de acordo com dados dessazonalizados da Fenabrave, corrobora a contribuição do dinamismo do segmento automotivo para o desempenho do comércio do estado.

O volume dos serviços não financeiros prestados na Bahia recuou 5,5% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, que já

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Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

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Brasil Bahia

Gráfico 2.1.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e BahiaDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2014 = 100

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Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Fonte: IBGEComércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 2.1.2 – Comércio varejista – BahiaDados dessazonalizados2014 = 100

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Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Brasil BahiaFonte: IBGE

Gráfico 2.1.3 – Volume de serviços – BahiaDados observados – Média móvel trimestral2014 = 100

22 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

reduzira 2,7%, neste tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMS divulgada pelo IBGE. A intensificação do recuo no volume dos serviços repercutiu, em grande parte, a retração dos segmentos transportes (5,1%) e atividades turísticas (8,2%). Ressalte-se que, no trimestre encerrado em maio, atividades turísticas no Brasil avançaram 2,0%. Considerando-se os últimos doze meses, o indicador do volume dos serviços recuou 4,8% em maio.

O mercado de trabalho no estado apresenta melhora comparativamente ao ano anterior, conforme dados de emprego formal do Caged/MTb. No trimestre encerrado em maio, foram criados 12,1 mil postos de trabalhos, ante 7,2 mil no mesmo período de 2017, com melhores desempenhos nos segmentos de serviços e agricultura. A taxa de desocupação, conforme a PNAD Contínua, do IBGE, aumentou de 16,2% no último trimestre de 2017 para 16,7% no primeiro trimestre de 2018, dados dessazonalizados. O número de ocupados retraiu 0,4% em relação a igual período do ano anterior, quando havia diminuído 4,9%. Ressalte-se que os setores construção civil e informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas foram os que mais demitiram no trimestre finalizado em março. A massa de rendimento real cresceu 4,1%, refletindo o aumento de 4,5% no rendimento médio real habitual.

O mercado de crédito segue o ritmo de recuperação gradual da atividade econômica, favorecido pela flexibilização da política monetária. O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil realizadas na Bahia avançou 3,1% no trimestre e 0,8% em doze meses. A carteira de pessoas físicas totalizou R$69,6 bilhões, aumentando 2,2% no trimestre e 6,6% em doze meses, destacando-se as modalidades financiamento rural, financiamento de veículo e crédito consignado, que cresceram 4,4%, 3,0% e 2,8%, respectivamente. No segmento de pessoas jurídicas, o crédito aumentou 4,7% no trimestre, destacando-se a expansão dos financiamentos às exportações e às importações, respectivamente, 61,8% e 28,0%, contrastando com os recuos nos empréstimos para capital de giro, e nos financiamentos com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e financiamentos rurais.

A inadimplência reverteu a tendência declinante observada desde meados de 2017, avançando 0,46 p.p. no trimestre finalizado em maio, atingindo 4,4%, reflexo do aumento de 1,55 p.p. no segmento de

Tabela 2.1.1 – Evolução do emprego formal – Bahia

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2017 2018

Mai Ago Nov Fev Mai

Total 7,2 2,0 1,1 -6,9 12,1

Indústria de transformação 1,8 1,2 -1,4 -2,3 1,4

Comércio -3,3 -1,7 4,8 -1,3 -2,0

Serviços 1,6 1,6 2,4 0,7 3,6

Construção civil -1,7 2,7 -1,6 -2,0 -0,1

Agropecuária 7,2 -2,0 -1,5 -2,6 7,3

SIUP 0,9 -0,2 -0,4 0,3 0,6

Outros2/ 0,8 0,5 -1,3 0,2 1,3

Fonte: MTb

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

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Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

PF PJ Total

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Gráfico 2.1.4 – Evolução do saldo das operações de crédito – Bahia1/

Variação % em 12 meses

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 23

pessoas jurídicas, registrando 4,94% no trimestre finalizado em maio. A taxa de inadimplência das operações de crédito na carteira de pessoas físicas recuou 0,12 p.p., no trimestre, alcançando 4,11%.

Do lado da oferta, a estimativa de aumento da safra agrícola do estado sugere que a agricultura deve impulsionar a atividade econômica, enquanto a reação da atividade industrial, que vinha se esboçando, apresenta-se comprometida em decorrência dos impactos da paralisação do setor de cargas. Nesse sentido, conforme o LSPA de junho, divulgado pelo IBGE, a safra de grãos da Bahia deve atingir 9,1 milhões de toneladas em 2018, representando aumento de 8,5% em comparação com a estimativa de março, destacando-se os aumentos nas lavouras de milho, 26,3%, e soja, 9,5%.

A atividade industrial da Bahia, no trimestre finalizado em maio, refletiu os efeitos negativos da paralisação no setor de transporte de cargas. Nesse contexto, a produção industrial recuou 2,9% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, quando variou -1,7%, na mesma base de comparação, de acordo com os dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE, desempenho decorrente dos recuos nas indústrias extrativa e de transformação, respectivamente, -4,6% e -4,0%. Ressalte-se o recuo de 33,7% da produção de veículos automotores, durante o mês de maio, influenciando negativamente o resultado trimestral da indústria de transformação.

Considerados intervalos de doze meses, a produção industrial do estado avançou 0,2% em maio, em relação a igual período de 2017 (0,6% em fevereiro), com expansão na indústria extrativa, 7,0%, e retração na indústria de transformação, -0,1%. Ressalte-se que, de acordo com a “Sondagem Greve dos Caminhoneiros e Tabelamento do Frete” realizado pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), 60,9% das indústrias continuaram com redução no nível de produção, mesmo após o período da paralisação.

A paralisação no setor de transporte de cargas contribuiu para a piora das expectativas dos empresários. O Indicador de Confiança do Empresariado Baiano (Iceb), divulgado pela SEI, alcançou -118 pontos em junho (-26 pontos em março e -172 pontos em junho de 2017), situando-se na área de pessimismo moderado, com a indústria apresentando, na evolução trimestral, o maior recuo

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Mai

Brasil BahiaFonte: IBGE

Gráfico 2.1.5 – Produção industrial – BahiaDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2012 = 100

Tabela 2.1.2 – Produção industrial – BahiaGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2018 Acumulado

Fev2/ Mai2/ em 12 meses

Indústria geral 100,0 -1,7 -2,9 0,2

Indústrias extrativas 5,9 -3,6 -4,6 7,0

Indústrias de transformação 94,1 0,1 -4,0 -0,1

Deriv. petróleo e biocomb. 28,5 5,0 1,4 -6,8

Outros produtos químicos 16,1 1,1 -7,1 -2,3

Veículos, reb. e carrocerias 10,7 -6,4 -7,7 22,9

Metalurgia 8,2 -1,7 -16,7 -9,3

Produtos alimentícios 8,1 0,1 -3,9 5,4

Celulose e prod. papel 7,4 8,9 -6,6 -2,4

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

24 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

entre as quatro atividades pesquisadas, enquanto a atividade serviços mantém-se pelo nono mês seguido como a mais pessimista (-142 pontos), e os empresários do comércio reverteram as expectativas do campo otimista, no qual encontravam-se desde dezembro de 2017, para o campo do pessimismo moderado.

A balança comercial da Bahia foi superavitária em US$745,6 milhões no primeiro semestre do ano, superando em 237,5% o saldo obtido no mesmo período de 2017, refletindo aumento de 2,2% nas exportações e queda de 12,9% nas importações, que somaram US$3,7 bilhões e US$3,0 bilhões, respectivamente. O desempenho das vendas externas repercutiu aumento de 15,1% nos preços e recuo de 11,2% no quantum, destacando-se o avanço das vendas de produtos semimanufaturados, 18,8%, impulsionadas, principalmente, pelo crescimento dos embarques de celulose, 23,5%, produto que representou 59,8% da pauta do segmento; e o aumento das exportações de produtos básicos, 5,2%, sobressaindo as vendas de soja e de algodão.

O recuo das importações resultou de aumento de 13,4% nos preços e queda de 23,2% no quantum, destaque para os aumentos das compras de bens de capital, 30,1%; e de bens de consumo, 14,9%. Vale ressaltar o recuo de 17,9% nas aquisições de bens intermediários, devido principalmente às quedas de 49,7% nas aquisições de naftas para petroquímica, e de 28,0% nas de minérios de cobre.

As estatísticas fiscais evidenciam o ambiente de recuperação lenta da atividade econômica do estado. As transferências da União recuaram 1,3%, em termos reais, no período de doze meses terminado em maio, enquanto a arrecadação do ICMS aumentou 8,6% na mesma base comparação, segundo dados do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) do Ministério da Fazenda.

A inflação na Região Metropolitana de Salvador (RMS), medida pelo IPCA, variou 2,33% no trimestre finalizado em junho, ante 0,63% no trimestre anterior, repercutindo a elevação da tarifa de energia elétrica, além dos impactos da paralisação do setor de transporte de cargas sobre os alimentos. Os preços livres desaceleraram de 0,35% no primeiro trimestre para 0,33% no segundo, influenciados pela deflação em bebidas e em educação. Os preços dos monitorados evoluíram de 1,52% para 1,91%, repercutindo o aumento de energia elétrica

0

1

2

5

6

7

8

9

Fev2016

Abr Jun Ago Out Dez Fev2017

Abr Jun Ago Out Dez Fev2018

Abr Jun

Gráfico 2.1.6 – Balança comercial – BahiaAcumulado em 12 meses – em US$ bilhões

Saldo Exportação Importação

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 2.1.3 – IPCA – Salvador

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2017 2018

Ano I Tri II Tri 12 meses

IPCA 100,00 2,14 0,63 2,33 3,83

Livres 75,88 0,68 0,35 0,23 0,39

Alimentação no domicílio 18,98 -4,69 -0,79 -1,94 -5,65

Bens industrializados 24,50 0,16 0,22 0,43 0,67

Serviços 32,40 4,57 1,14 1,37 4,06

Monitorados 24,12 7,21 1,52 1,91 7,83

Principais itens

Alimentação 27,88 -2,15 -0,18 2,82 0,38

Habitação 14,95 5,92 -1,00 6,44 7,08

Artigos de residência 4,17 -3,81 -0,40 1,87 -0,69

Vestuário 6,44 3,14 -1,62 0,50 1,39

Transportes 18,72 3,08 3,22 1,32 8,41

Saúde 10,95 4,93 1,20 1,76 5,08

Despesas pessoais 8,45 4,29 0,01 0,64 3,11

Educação 4,84 8,62 4,73 0,09 5,72

Comunicação 3,59 1,63 0,13 -0,18 0,81

Fonte: IBGE

1/ Referentes a junho de 2018.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 25

residencial e do gás de botijão. Considerados períodos de doze meses, o IPCA na RMS acumulou 3,83% em junho (2,14% em 2017) com arrefecimento dos preços livres, refletindo a desinflação dos alimentos e a desaceleração dos serviços, e avanço dos preços monitorados.

26 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

2.2 Ceará

De acordo com o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), o PIB do Ceará cresceu 1,6% no primeiro trimestre de 2018, comparativamente ao trimestre anterior, reflexo das expansões na agropecuária (23,8%) e nos serviços (0,9%) e retração de 1,2% na indústria. Dados do IBCR-CE do trimestre encerrado em maio de 2018 mostram decréscimo de 0,5%, considerados dados dessazonalizados, e alta de 1,1% nos últimos doze meses.

Pelo lado da demanda, as vendas do comércio ampliado cresceram 1,1% no trimestre encerrado em maio em relação ao trimestre anterior, de acordo com dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. No mesmo período, o volume dos serviços não financeiros prestados no estado apresentou recuo de 5,4%, segundo a PMS do IBGE.

No mercado de trabalho cearense, houve criação de 5,4 mil postos de trabalho formais no trimestre encerrado em maio, ante corte de 8,3 mil vagas em igual período do ano anterior, de acordo com estatísticas do Caged/MTb. A taxa de desemprego no Ceará atingiu 12,8% no primeiro trimestre de 2018, ante 14,3% em igual trimestre de 2017, segundo a PNAD Contínua do IBGE. Considerando dados dessazonalizados pelo Banco Central, observou-se alta de 0,2 p.p. na taxa de desemprego ante o trimestre imediatamente anterior, com queda de 0,4% na população ocupada e de 0,2% na força de trabalho. Comparativamente ao mesmo trimestre do ano anterior, o rendimento médio real habitualmente recebido pelos ocupados cresceu 3,4% e a massa salarial 9%.

A carteira de crédito mostra sinais de recuperação. Nesse sentido, a carteira de pessoas físicas atingiu R$37,7 bilhões, crescendo 2,3% no trimestre e 7,3% em doze meses, com destaque, no trimestre, para as modalidades de financiamentos de veículos e de crédito consignado. A carteira de pessoas jurídicas somou R$32,2 bilhões, registrando variações de -2,0% no trimestre e 1,6% em doze meses, ressaltando-se, no trimestre, as contratações da indústria de transformação e do setor de serviços industriais de utilidade pública.

No âmbito da oferta, a produção industrial do Ceará decresceu 4,8% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, de acordo

Jan 2012

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

91

92

93

94

95

Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Brasil Ceará

Gráfico 2.2.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Ceará

Dados dessazonalizados – média móvel trimestral2014 = 100

Tabela 2.2.1 – Comércio varejista – Ceará

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2018

Fev1/ Mai1/ 12 meses

Comércio varejista 0,2 1,2 1,9

Combustíveis e lubrificantes 2,6 -1,3 -17,0

Hiper e supermercados -0,6 2,9 2,8

Tecidos, vestuário e calçados 0,8 -0,1 -2,8

Móveis e eletrodomésticos -0,5 -0,6 -2,0

Comércio ampliado -0,2 1,1 5,2

Automóveis e motocicletas 2,4 3,1 13,6

Material de construção -6,2 -6,5 8,7

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

9

11

13

15

I Tri II Tri III Tri IV Tri

Fonte: IBGE (PNAD Contínua)2016 2017 2018

Gráfico 2.2.2 – Taxa de desocupação – Ceará%

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 27

com dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. Destacaram-se as quedas verificadas nos segmentos fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, 22%, e na fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, 14,6%, contrastando com a alta de 5,7% na metalurgia.

A análise em doze meses revela que a produção industrial do estado expandiu 3% até maio de 2018, ressaltando-se as altas assinaladas nos segmentos de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, 37,5%, e de metalurgia, 16,1%. Em contraposição, houve retração na fabricação de produtos de minerais não-metálicos, 8,1%.

O faturamento real da indústria de transformação cearense decresceu 0,8% no período de doze meses encerrado em maio deste ano, em relação a igual intervalo do ano anterior, ante queda de 0,7% em fevereiro, de acordo com o Núcleo de Economia e Estratégia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Na mesma base de comparação, a remuneração real permaneceu estável, as horas trabalhadas decresceram 7,8% e o pessoal empregado cresceu 1,0%. A utilização da capacidade instalada média atingiu 81,4% no período de doze meses finalizado em maio de 2018 (82,3% no terminado em fevereiro de 2018 e 81,4% no encerrado em maio de 2017).

A arrecadação do estado repercutiu o desempenho favorável da atividade econômica. Até maio, a receita com ICMS cresceu 8,8% em termos reais, em relação ao mesmo período de 2017 de acordo com os dados do Ministério da Fazenda. As transferências da União para estado e municípios, até maio, cresceram 6,1% em termos reais, na mesma base de comparação.

Apesar da melhora na atividade econômica estadual, os governos do estado, da capital e dos principais municípios do Ceará registraram reversão do superavit primário, com deficit de R$575 milhões em doze meses encerrados em maio, ante superavit de R$1,2 bilhão ao final de 2017. A dívida líquida do estado aumentou 19,1% em relação a dezembro de 2017, atingindo R$8,4 bilhões no final de maio.

No que se refere ao setor externo, a CSP, cujas operações se iniciaram em 2016, segue impactando a balança comercial do estado. As exportações, no primeiro semestre do ano, expandiram 6,3% (aumento de 18,5% nos preços), favorecidas principalmente pelo crescimento das exportações

Tabela 2.2.2 – Produção industrial – Ceará

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2018

Fev1/ Mai1/ 12 meses

Indústria geral 100,0 1,2 -4,8 3,0

Artefatos de couro e calçados 26,7 -0,2 0,5 0,2

Produtos alimentícios 16,9 -4,6 -0,3 -0,2

Artigos de vestuário e acessórios 11,8 -2,4 -3,9 4,4

Bebidas 11,0 4,7 -9,7 6,2

Produtos têxteis 7,6 0,5 -4,9 3,8

Metalurgia 4,0 3,1 5,7 16,1

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

Fev2016

Jun Out Fev2017

Jun Out Fev2018

Jun

Saldo Exportação Importação

Fonte: MDIC/Secex

Gráfico 2.2.3 – Balança comercial – CearáAcumulado em 12 meses – em US$ bilhões

28 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

de produtos de semimanufaturados de ferro ou aços pela CSP, que representaram 55% do total exportado pelo estado, notadamente para os EUA, Polônia e Turquia. Destaque-se ainda a expansão das vendas de produtos básicos, sobressaindo-se a elevação dos embarques de melões frescos para a Holanda, Reino Unido e Espanha, que encabeçaram a pauta da categoria no período analisado, refletindo os efeitos da sazonalidade. O aumento de 17,6% nas importações cearenses resultou das elevações de 9,9% no quantum de 7% nos preços. Esse desempenho esteve associado, notadamente, ao crescimento das compras de combustíveis e lubrificantes, gás natural e hulha betuminosa, não aglomerada, essa última utilizada na produção de placas de aço pela CSP e na Usina Termelétrica instalada no Complexo Industrial do Porto do Pecém.

A inflação na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) acelerou no segundo trimestre do ano, 1,78%, ante o trimestre anterior, 0,57%, repercutindo altas dos preços livres, 1,01%, ante 0,35%, e dos monitorados, 4,44% ante 1,28%. A evolução dos preços livres esteve associada, em especial, aos efeitos da paralisação do setor de transportes sobre os preços de alimentos (2,02% ante -0,29%) ocorridos no período. Dentre os monitorados, os aumentos da tarifa de energia elétrica (14,66% ante -6,42%), decorrente da aplicação, em junho, da bandeira tarifária vermelha (patamar 2) – ante amarela em maio, e do preço dos combustíveis (11,52% ante 1,76%), foram as maiores contribuições para o resultado.

A variação do IPCA da RMF atingiu 3,15% em doze meses ante 4,33% no mesmo período do ano anterior. Os preços livres recuaram de 4,00% para 1,03% e os preços monitorados, de 10,93% para 5,52%. A inflação de serviços e a subjacente do setor também desaceleraram.

Tabela 2.2.3 – IPCA – Fortaleza

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2017 2018

Ano I Tri II Tri 12 meses

IPCA 100,0 2,27 0,57 1,78 3,15

Livres 77,0 0,46 0,36 1,01 1,03

Alimentação no domicílio 22,9 -5,22 -0,62 2,44 -1,84

Bens industrializados 23,8 1,75 0,05 0,38 1,44

Serviços 30,3 4,17 1,38 0,42 3,00

Monitorados 23,0 9,25 1,28 4,44 10,93

Principais itens

Alimentação 31,3 -3,34 -0,29 2,02 -0,73

Habitação 14,7 6,58 0,13 3,24 8,63

Artigos de residência 3,9 -1,28 -0,07 -0,87 -1,75

Vestuário 6,4 3,62 -0,99 -0,84 2,00

Transportes 16,5 7,47 1,52 3,55 7,34

Saúde 10,3 6,23 1,61 1,51 5,57

Despesas pessoais 9,4 2,04 0,38 0,38 1,88

Educação 4,7 7,60 6,06 0,05 6,64

Comunicação 2,8 0,64 -0,07 -0,09 -2,61

Fonte: IBGE

1/ Pesos relativos ao trimestre encerrado no período t-3.

-8

-4

0

4

8

12

16

20

Fev2016

Abr Jun Ago Out Dez Fev2017

Abr Jun Ago Out Dez Fev2018

Abr Jun

Alimentação no domicílio Bens industrializados

Serviços Serviços subjacentes

Gráfico 2.2.4 – Inflação dos preços livres – FortalezaVariação em 12 meses

Fontes: IBGE e BCB

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 29

2.3 Pernambuco

Os principais indicadores da atividade econômica pernambucana sinalizavam relativa estabilidade para o trimestre encerrado em maio em relação ao anterior – de acordo com dados dessazonalizados do IBCR-PE – mas foram impactados negativamente pelos efeitos da paralisação do transporte de cargas. Nesse cenário, houve retração de 0,7% do IBCR-PE no trimestre. Adicionalmente, os impactos da paralisação em indicadores de confiança do empresariado, tanto da indústria como do comércio, podem sugerir ritmo mais moderado nos próximos meses. Considerados intervalos de doze meses, o IBCR-PE cresceu 0,8% em maio (-2,1% no mesmo período de 2017).

No comércio varejista, tanto no conceito restrito como ampliado, observa-se expansão no trimestre findo em maio, 2,3% e 3,2% (PMC/IBGE), respectivamente. Assinale-se a base de comparação deprimida após retração de ambos no trimestre anterior (vide edição de abril deste Boletim Regional). Em doze meses, o comércio restrito expandiu 3,3% e o ampliado 3,7%. Contribuem, principalmente, as vendas de móveis e eletrodomésticos e veículos e motocicletas.

A paralisação do transporte rodoviário de cargas em maio teve reflexos nas expectativas do comércio (gráfico 2.3.3). Conforme assinalado por pesquisa da Fecomércio/PE, o Icec situou-se na zona de pessimismo (abaixo dos 100 pontos), o que não ocorria desde setembro de 2017. Por outro lado, o ICF subiu, embora o patamar do indicador ainda sinalize pessimismo. A melhora da avaliação acerca do acesso ao crédito contribuiu para o resultado.

Nos serviços, os impactos da paralisação foram mais evidentes, com redução de 2,4% no trimestre terminado em maio, na série com ajuste sazonal (PMS/IBGE), após início de reação no princípio do ano. Dentre as atividades, os serviços de transporte e correio foram os mais afetados, com retração de 3% no período.

No mercado de trabalho, observa-se recuperação gradual do total de ocupados, sobretudo dos trabalhadores sem carteira (gráfico 2.3.4). Na margem, com dados dessazonalizados, a desocupação atingiu 17,0% no primeiro trimestre de 2018, ante 17,3% no quarto trimestre de 2017, segundo a PNAD Contínua do IBGE. A população ocupada cresceu 1,4% – impulsionada por serviços às famílias – e a força de trabalho 1,1%. Considerado o mercado de trabalho

Tabela 2.3.1 – Comércio – Pernambuco

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Setores 2017 2018

Ano Fev1/ Mai1/ 12 meses

Comércio varejista restrito 4,7 -3,9 2,3 3,3

Combustíveis e lubrificantes 38,4 1,6 -2,6 -1,5

Hiper e supermercados -9,6 -0,8 1,4 -3,2

Tecidos, vestuário e calçados 13,8 -8,0 2,6 2,5

Móveis e eletrodomésticos 20,2 -2,6 -0,5 19,5

Comércio ampliado 3,4 -2,3 3,2 3,7

Automóveis e motocicletas 6,4 -2,4 8,4 11,7

Material de construção -17,5 -0,1 1,2 -14,5

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

85

90

95

100

Mai2015

Set Jan2016

Mai Set Jan2017

Mai Set Jan2018

Mai

IBC-Br IBCR-PE

Gráfico 2.3.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e PernambucoDados dessazonalizados2014 = 100

70

80

90

100

Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Comércio ampliado Serviços IndústriaFonte: IBGE

Gráfico 2.3.2 – Comércio, serviços e indústria – PEDados dessazonalizados Média móvel trimestral (2014 = 100)

Exibição ano

60

80

100

120

140

30

40

50

60

70

Mar2016

Jun Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

Índice de Confiança do Empresariado Industrial (eixo da esq.)

Índice de Confiança do Empresariado do Comércio (eixo da dir.)

Índice de Intenção de Consumo das Famílias (eixo da dir.)Fontes: Fiepe e Fecomércio-PE

Linha de confiança

Gráfico 2.3.3 – Confiança dos agentes – PernambucoEm pontos

30 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

formal (Caged/MTb), o nível de emprego avançou 0,2% no trimestre encerrado em maio, em relação ao anterior, quando expandira 0,6%.

O mercado de crédito mantém crescimento, sustentado pela evolução do segmento de pessoas físicas. Nesse sentido, o crédito no estado apresentou crescimento trimestral de 0,9% em maio, sendo 2,5% para as pessoas físicas, com ênfase em financiamentos imobiliários (8,9%) e crédito consignado (9,0%). As operações com pessoas jurídicas diminuíram 5,0% no trimestre, refletindo a redução dos empréstimos com recursos direcionados, especialmente, os concedidos pelo BNDES (-9,0%). Quanto à inadimplência, houve redução no comparativo trimestral para 4,13% na carteira de crédito total do estado.

No âmbito da oferta, a atividade industrial tem sido impulsionada pela fabricação de automóveis7, em parte destinada à exportação. A produção industrial do estado cresceu 1,8% no trimestre finalizado em maio em relação ao anterior, quando recuara 0,9%, de acordo com dados da PIM-PF do IBGE dessazonalizados e ajustados8. Também expandiram a indústria alimentícia e outros equipamentos de transporte (indústria naval e motocicletas). Ressalte-se, contudo, recuo acentuada em metalurgia, outros produtos químicos e minerais não metálicos, em ambiente de retração da construção civil. Em doze meses, a expansão de 2,9% foi estimulada por produtos de metal (latas de alumínio) e veículos.

A confiança do empresário industrial, que recuara em abril e maio, aprofundou as perdas em junho, após a paralisação, tendo o Icei atingido 48,9 pontos – o menor patamar desde julho de 2016 – conforme dados da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe).

Na agricultura, as estimativas do LSPA/IBGE para a produção em 2018 são de queda das duas principais culturas do estado: cana-de-açúcar (6,1%) e uva (39,7%). No caso da cana, o prognóstico associa-se à renovação dos canaviais; e para a uva, a retração na safra prevista decorre da menor área plantada. Por outro lado, devem se expandir culturas temporárias importantes da agricultura familiar, especialmente

7/ Ao final de março a montadora passou a operar com terceiro turno de produção.8/ A PIM-PF do estado foi ajustada para incorporar os segmentos refino de petróleo e fabricação de automóveis, que ainda não fazem

parte da pesquisa do IBGE em Pernambuco, que se baseia na estrutura produtiva de 2010, quando tais atividades ainda não existiam. Considerando que, atualmente, as atividades mencionadas são pesquisadas na PIM-PF do Nordeste e concentram-se em grande parte na Bahia, o procedimento utilizado foi atribuir a Pernambuco o diferencial entre a produção nordestina desses segmentos e a produção daquele estado, com base nos pesos do Valor da Transformação Industrial (VTI) relativos a 2015, extraídos da Pesquisa Industrial Anual (PIA) do IBGE.

Tabela 2.3.2 – Produção industrial – PernambucoGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2018

Fev2/ Mai2/ Acum.

12 meses

Indústria geral1/ 100,0 -0,9 1,8 2,9

Produtos alimentícios 27,7 -2,7 7,5 -7,6

Outros produtos químicos 11,0 -2,8 -8,4 -9,9

Produtos minerais não-metálicos 10,3 2,2 -8,4 -4,5

Bebidas 9,6 -0,1 -4,6 0,2

Produtos de metal 7,0 6,0 -1,6 45,0

Metalurgia 6,9 -0,1 -10,3 -0,5

Veículos 4,2 -7,2 4,0 30,1

Fonte: IBGE

1/ Inclusive veículos e refino de petróleo, ponderados pelo VTI da PIA 2015 (IBGE).

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

75

80

85

90

95

100

105

110

Mar2015

Mar2016

Mar2017

Mar2018

Ocupação Emprego no setor privado sem carteira Emprego no setor privado com carteiraConta-própria

Fontes: IBGE e BCB

Gráfico 2.3.4 – População ocupadaDez 2014 = 100

-12

-6

0

6

12

Jun2017

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan2018

Fev Mar Abr Mai

PF PJ Total

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Gráfico 2.3.5 – Evolução do saldo das operações de crédito – Pernambuco1/

Variação em 12 meses – %

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 31

milho, mandioca e feijão, devido a melhores condições climáticas.

No âmbito fiscal, conforme dados do Ministério da Fazenda, a arrecadação do ICMS, em doze meses até maio, totalizou R$15,0 bilhões, com crescimento real de 6,3% (deflacionado pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna – IGP-DI/FGV). Setorialmente, destacou-se o setor secundário, alinhando-se ao crescimento da matriz industrial do estado. Por outro lado, as transferências da União recuaram 2,8% em termos reais (deflacionado pelo IGP-DI/FGV) no mesmo período.

No comércio exterior, observa-se manutenção do crescimento das exportações e importações. No primeiro semestre, o deficit da balança comercial pernambucana aumentou 40,7% em relação ao mesmo período de 2017, alcançando US$2,4 bilhões. As importações cresceram 30,2%, refletindo, especialmente, a elevação de 16,5% do quantum, e as exportações 11,4% (quantum de -0,6%). Destaque-se, nas importações, o avanço de 43,8% dos combustíveis. Na pauta exportadora consolida-se a prevalência de produtos industrializados, com ênfase nos derivados de petróleo e veículos (gráfico 2.3.6). Os embarques para a Argentina, principal destino das exportações, cresceram 30,5% no mesmo tipo de comparação, com desempenho positivo também na margem. Em seguida, na ordem, situam-se os Estados Unidos, França e Holanda.

No segundo trimestre de 2018, o IPCA da Região Metropolitana do Recife (RMR) cresceu 2,57% (-0,01% no trimestre anterior) repercutindo, em especial, os efeitos da paralisação do transporte terrestre e a introdução da bandeira tarifária vermelha (patamar 2) para a energia elétrica. Neste cenário, os preços monitorados variaram 6,23%, com destaque para as altas no preço da gasolina (16,51%), gás de botijão (11,59%) e energia elétrica residencial (15,19%). A alimentação no domicílio evoluiu 3,38%, sobressaindo-se os itens raízes e legumes (20,35%) e frutas (8,50%).

Em doze meses, o IPCA da RMR alcançou 3,61%, comparativamente a variação de 4,74% em junho de 2017. Os monitorados avançaram 11,44%, enquanto o grupo alimentação no domicílio recuou 1,32%.

-10

-5

0

5

10

15

20

Jun2015

Set Dez Mar2016

Jun Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

Alimentação no domicílio Bens industrializadosServiços Monitorados

Fontes: IBGE e BCB

Gráfico 2.3.7 – IPCA – SegmentosVariação % em 12 meses

0

200

400

600

800

Out2015

Fev2016

Jun Out Fev2017

Jun Out Fev2018

Jun

Frutas PetroquímicosAçúcar Veículos

Fontes: MDIC/Secex

Gráfico 2.3.6 – Principais produtos exportadosAcumulado em 12 meses – em US$ milhões

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 33

Região Centro-Oeste

Após o impulso gerado pela safra recorde de 2017, a atividade econômica na região Centro-Oeste passou a registrar nível mais moderado, contrastando com o comportamento observado em âmbito nacional. Embora os dados do comércio mostrassem reação a partir de março, os setores da indústria e de serviços apresentaram contração moderada nos primeiros meses do ano. Em maio, a paralisação no setor de transporte rodoviário de carga impactou mais intensamente esses dois setores, principalmente as indústrias de alimentos, produtos químicos e de veículos, e os serviços de transporte. No agregado, entretanto, os efeitos da paralisação na região foram menores que os estimados na atividade nacional. Nesse contexto, o IBCR-CO contraiu 0,7% no trimestre encerrado em maio (com ajuste sazonal), na comparação com o trimestre anterior, quando recuara 0,6%.

Os indicadores de demanda relacionados ao comércio e ao setor de serviços mostraram resultados dissonantes. O volume de vendas do comércio ampliado aumentou 2,6% no trimestre encerrado em maio, conforme dados dessazonalizados da PMC, do IBGE, alavancado pelas vendas de veículos. O setor de serviços, por sua vez, retraiu 0,9% no trimestre, segundo dados dessazonalizados da PMS, do IBGE, com destaque para o recuo de 7,1% no Mato Grosso, estado em que o segmento de transporte terrestre de carga tem participação mais relevante.

O desempenho do comércio está correlacionado à evolução da massa salarial, que cresceu na região impulsionada pela ampliação na quantidade de pessoas trabalhando e pela elevação do rendimento médio. A população ocupada cresceu 3,9% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com igual período de 2017, conforme dados da PNAD Contínua, do IBGE, com expansão em ritmo superior ao da média nacional, destacando-se os estados com maior participação da agropecuária: Goiás, 5,2%; Mato Grosso, 4,6%; e Mato Grosso do Sul, 3,8%. Houve aumento no número de trabalhadores por conta própria, associado a atividades de serviços pessoais

31234567

90

92

94

96

98

100

102

Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

IBC-Br IBCR-CO

Gráfico 3.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Centro-OesteDados desazonalizados – Média móvel trimestral2014 = 100

Área linkada

Data41456414874151841548415794160941640416714169941730

75

80

85

90

95

100

Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Comércio Serviços

Gráfico 3.2 – Comércio e serviços – Centro-OesteDados desazonalizados – Média móvel trimestral2014 = 100

Fontes: IBGE e BCB

34 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

e de transporte terrestre; de empregados no setor privado com carteira, com destaque para a cadeia produtiva do açúcar e do álcool; e de trabalhadores sem carteira no setor privado, vinculados ao comércio e ao setor de serviços pessoais. Dessa forma, a taxa de desocupação apurada na região recuou 1,5 p.p. no primeiro trimestre de 2018, na comparação com igual período de 2017, situando-se em 10,5%. Adicionalmente, observou-se aumento de 2,7% do rendimento médio real, resultando em expansão de 6,4% na massa de rendimento real.

Os dados do Caged/MTb indicam geração de 22 mil novos empregos formais no trimestre finalizado em maio (16,5 mil no mesmo período de 2017), com destaque para a expansão no setor de serviços, especialmente nas áreas de saúde, educação e transporte rodoviário de passageiros. A indústria de transformação e a construção civil também contrataram no período, porém, em quantidade ligeiramente inferior à do mesmo período de 2017.

O crédito no Centro-Oeste acelerou o ritmo de expansão nos últimos meses, com evolução mais favorável no segmento de pessoas jurídicas, que registrou o primeiro resultado positivo após oito trimestres de retração. O crescimento interanual dos financiamentos na região acelerou de 3,5%, em fevereiro, para 4,7% em maio. A expansão da carteira de pessoas físicas evoluiu de 7,4% para 7,6%, com destaque para os financiamentos imobiliários e o crédito rural enquanto a variação no saldo dos empréstimos para pessoas jurídicas passou de -2,4% para 0,2% no período, destacando-se a expansão nas linhas de financiamentos a exportações. A inadimplência nas operações de crédito na região manteve-se relativamente estável nos últimos três meses, situando-se em 2,6% no segmento de pessoas jurídicas e 2,9% no de pessoas físicas.

No primeiro semestre, o superavit do comércio exterior do Centro-Oeste aumentou 18,3% na comparação com igual período de 2017, impulsionado pelo setor agrícola. As exportações cresceram 11,9%, com expansão nos embarques de soja, celulose e milho, e queda nos de açúcar e de carnes, essas afetadas pela imposição de barreiras por países da União Europeia, Rússia, Arábia Saudita e Japão. As importações diminuíram 3,4%, com quedas mais acentuadas nas compras de bens de consumo (medicamentos humanos e veterinários) e de produtos intermediários (adubos e fertilizantes).

Tabela 3.1 – Evolução do emprego formal – Centro-Oeste

Novos postos de trabalho (em mil)

Discriminação 2017 2018

Trim2/ Ano3/ Trim2/ Ano3/

Total 16,5 45,0 22,0 56,8

Ind. de transformação 8,4 12,6 6,7 10,9

Comércio -2,6 -4,2 -0,5 -1,9

Serviços 5,4 17,1 11,1 25,3

Construção civil 3,9 3,2 3,6 6,8

Agropecuária 1,3 15,7 1,2 15,9

Outros1/ 0,1 0,7 0,0 0,0

Fonte: Ministério do Trabalho

1/ Inclui extrativa mineral, administração pública e SIUP, entre outros.

2/ Trimestre encerrado em maio

3/ Acumulado no ano até maio

Tabela 3.2 – Balança comercial – Centro-Oeste

Janeiro-junhoUS$ milhões

Discriminação Centro-Oeste Brasil

2017 2018 Var. % Var. %

Exportações 13 976 15 634 11,9 5,5

Básicos 12 002 13 246 10,4 4,6

Industrializados 1 974 2 387 21,0 6,3

Importações 4 159 4 020 -3,4 17,3

Bens de capital 208 297 42,6 55,0

Bens Intermediários 2 064 1 839 -10,9 11,4

Bens de consumo 1 320 1 147 -13,1 15,2

Combustíveis e lubrificantes 566 736 30,0 12,6

Saldo comercial 9 817 11 614 18,3 -17,6

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

-9

-6

-3

0

3

6

9

Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

PF PJ Total

Gráfico 3.3 – Evolução do saldo das operações de crédito – Centro-Oeste1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 35

Sobre as contas públicas, observou-se em maio crescimento de 2,1% na dívida pública dos entes subnacionais do Centro-Oeste, na comparação com dezembro de 2017. O superavit primário acumulado em doze meses evoluiu de R$372 milhões, em dezembro de 2017, para R$681 milhões, com destaque para o desempenho de Goiás, enquanto o deficit nominal recuou de R$1,9 bilhão para R$1,6 bilhão no período. Em que pese a desaceleração econômica em 2018, a arrecadação do ICMS cresceu 6,6% em termos reais no período de doze meses encerrado em maio, impactada, principalmente, pela recuperação da atividade industrial. Por outro lado, as transferências da União recuaram 2,4% no período.

A atividade industrial desacelerou em relação ao segundo semestre de 2017, com arrefecimento nos principais segmentos, principalmente a indústria de alimentos e de produtos químicos. A imposição de barreiras às exportações de carne brasileiras teve impacto sobre os frigoríficos da região, que tiveram que redirecionar parte da produção para o mercado interno e reduzir a produção. Adicionalmente, com a paralisação do setor de transportes em maio, houve retração acentuada na produção industrial da região, principalmente nos setores de produtos alimentícios, veículos e produtos químicos. Dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE, mostram retração de 6,3% no trimestre encerrado em maio, na comparação com o trimestre encerrado em fevereiro, considerando os estados de Goiás e Mato Grosso. Como reflexo do desempenho negativo no último trimestre, a confiança dos empresários industriais na região diminuiu, tendo o Icei do Centro-Oeste, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), recuado de 61,4 pontos em março para 50,5 pontos em junho, com retração maior no componente de condições atuais, que registrou 40,8 em junho.

A produção agrícola no Centro-Oeste no segundo trimestre foi influenciada pelo baixo volume de chuva, prejudicando principalmente a produção do milho. Neste contexto, a estimativa da safra de grãos da região em 2018 deve totalizar 101,1 milhões de toneladas, de acordo com o LSPA de junho, do IBGE, com retração anual de 4,6%. A colheita da soja, que se concentrou no primeiro trimestre, deve registrar expansão de 3,6%, enquanto as safras de milho e feijão devem recuar 14,1% e 8,8%. Em relação à produção de cana-de-açúcar, cuja colheita inicia-se no terceiro trimestre, espera-se crescimento de 2,1%.

Tabela 3.3 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Centro-Oeste1/

R$ milhões

UF Dezembro de 2017 Maio de 2018

Dívida Fluxos 12 meses Dívida2/ Fluxos 12 meses

Primário Nominal3/ Primário Nominal3/

DF 6 435 744 934 6 583 557 731

GO 18 208 -348 1 065 18 732 - 892 487

MS 7 216 -290 114 7 119 -283 175

MT 3 462 -478 -217 3 623 -63 224

Total (A) 35 321 -372 1 896 36 058 - 681 1 617

Brasil4/ (B) 800 969 -11 707 38 679 826 687 -4 481 43 902

(A/B) (%) 4,4 3,2 4,9 4,4 15,2 3,7

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados

preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Tabela 3.4 – Produção agrícola – Centro-Oeste

Itens selecionadosEm mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2017 2018 2018/2017

Grãos 83,2 105 931 101 097 -4,6

Soja 54,9 51 157 53 011 3,6

Milho 17,8 50 119 43 071 -14,1

Algodão (caroço) 6,5 1 715 2 044 19,2

Feijão 2,9 801 730 -8,8

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 13,0 142 927 145 944 2,1

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2016.

2/ Estimativa segundo o LSPA de junho de 2018.

Jan 2013Fev�2013MarAbr Mai JunJulAgo SetOutNovDez

80

84

88

92

96

100

104

108

112

116

Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Brasil Centro-Oeste

Gráfico 3.4 – Produção industrial – Centro-OesteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2012 = 100

Fontes: IBGE e BCB.

36 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

A pecuária de corte vem apresentando resultados díspares no ano, com expansão nos abates de bovinos e redução nos de aves e suínos, impactados pela imposição de barreiras às exportações de carne brasileiras. O volume das vendas de aves e suínos ao exterior decresceu respectivamente 5,9% e 55,7% nos primeiros cinco meses do ano, enquanto as exportações de carne bovina cresceram 9,2%. Em linha com esses dados, houve aumento de 4,7% nos abates de bovinos, e quedas de 10,8% e 23,9% nos de aves e suínos, no mesmo período, segundo o Sistema de Inspeção Federal (SIF), do Mapa.

O IPCA da região Centro-Oeste – agregação dos índices de Brasília, Goiânia e Campo Grande – variou 1,86% no segundo trimestre, ressentindo-se dos efeitos da paralisação no setor de transporte de cargas, concentrados em maio e junho, e de ajustes na tarifa de energia elétrica. Assim, os preços monitorados variaram 4,56% (energia elétrica, 10,52%; gasolina, 8,77%; gás de botijão, 8,21%) e os de alimentação no domicílio, 3,14% (tubérculos, raízes e legumes, 14,96%; leite e derivados, 11,91%). Menos sensíveis aos problemas de abastecimento, os preços de bens industriais variaram 0,46% e os de serviços, 0,40%. O índice de difusão atingiu 54,4% neste segundo trimestre, ante 51,3% no trimestre anterior.

Considerando-se períodos de doze meses, observou-se variação de 4,65% no IPCA da região, ante 3,05% em março. Destaca-se o aumento nos preços monitorados, 13,19%, e a retração em alimentação no domicílio, -0,16%. Seguindo em linha com o histórico recente, a variação do preços de bens industriais situou-se em 1,83% e a de serviços, 3,28%.

A atividade econômica na região apresentava evolução moderada antes das paralisações em maio, frustrando as expectativas de crescimento mais vigoroso em 2018. Em que pese o aumento da atividade após a retomada das linhas de abastecimento e produção, espera-se desempenho discreto até o final do ano, tendo em vista o aumento das incertezas relacionadas ao ambiente externo mais volátil e às expectativas quanto à continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira.

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

10

Bovinos Aves Suínos

Abates (quantidade) Exportações (peso)

Gráfico 3.5 – Pecuária de corte – Centro-OesteVariação % acumulada no ano até maio

Fontes: MAPA e MDIC/Secex

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai JunFaixa sazonal (3,0% - 6,0%)2016/20172017/2018

Gráfico 3.6 – IPCA Centro-Oeste – Padrão sazonalVariação % mensal

Fontes: IBGE e BCB

-10

-5

0

5

10

15

20

Jun2015

Set Dez Mar2016

Jun Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

IPCA Alimentação no domicílioServiços Monitorados

Gráfico 3.7 – IPCA Centro-OesteVariação % acumulada em 12 meses

Fontes: IBGE e BCB

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 37

Região Sudeste

A atividade econômica no Sudeste recuou no trimestre encerrado em maio, afetada significativamente pela paralisação no setor de transporte de cargas. O IBCR-SE decresceu 0,6% no período em relação ao trimestre encerrado em fevereiro, quando registrou relativa estabilidade, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados.

O consumo das famílias tem mantido trajetória de recuperação gradual, em linha com o ritmo do aumento da massa salarial real e em consonância com a expansão do crédito às famílias. As vendas do comércio ampliado cresceram 1,5% no trimestre encerrado em maio, em relação ao terminado em fevereiro, quando aumentaram 1,3%, de acordo com dados dessazonalizados da PMC/IBGE. Houve elevação das vendas em sete dos dez segmentos pesquisados, destacando-se o comércio de veículos, peças e motocicletas (5,8%), que apresenta tendência de expansão acima dos demais segmentos desde meados de 2017.

O desempenho do setor de serviços, diferente da atividade no comércio, tem mostrado oscilações nos últimos trimestres. No período de março a maio, o indicador da PMS do IBGE recuou 0,6%, em relação ao trimestre anterior, quando crescera 0,7%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. O resultado na margem refletiu, exclusivamente, a queda no volume de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, reflexo direto da paralisação no setor.

Os indicadores de confiança relacionados ao consumo, que vinham mantendo estabilidade nos dois primeiros meses do trimestre, apresentaram recuo em junho, também repercutindo a paralisação do setor de transporte. O ICF recuou de 86,2 em março para 82,1 em junho e o Icec, de 111,6 para 107,5.

O mercado de trabalho continuou em recuperação nos primeiros meses deste ano. A taxa de desocupação medida pela PNAD Contínua, do IBGE, recuou de

491

93

95

97

99

Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

IBC-Br IBCR-SE

Gráfico 4.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região SudesteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2014 = 100

80

85

90

95

100

105

110

115

Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Comércio ampliado Serviços Indústria

Fonte: IBGE

Gráfico 4.2 – Comércio, serviços e indústria - SudesteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2012 = 100

60

80

100

120

140

25,0

37,5

50,0

62,5

75,0

Jun2016

Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

Índice de Confiança do Empresário Industrial

Índice de Confiança do Empresário do Comércio (eixo da dir.)

Intenção de Consumo das Famílias (eixo da dir.)

Fontes: CNC e CNI

Linha de confiança

Gráfico 4.3 – Confiança dos agentes – SudesteEm pontos – Média móvel trimestral

38 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

14,2%, no primeiro trimestre de 2017, para 13,8%, no primeiro trimestre de 2018 (12,6%, no quarto trimestre de 2017), com expansão de 2,2% da população ocupada e de 1,7% da força de trabalho. O rendimento médio real recuou 1,4% (estável, em relação a dezembro). Na margem, segundo dados dessazonalizados pelo Banco Central, a taxa de desocupação diminuiu 0,3 p.p. entre o último trimestre de 2017 e o primeiro trimestre de 2018, com crescimento de 0,3% da população ocupada e manutenção da força de trabalho. O emprego formal da região, apurado pelo Caged/MTb, registrou criação de 155,5 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em maio, em especial nos setores de serviços, agropecuário e indústria, resultado melhor que o observado no mesmo trimestre de 2017, quando foram abertos 56,4 mil novos postos.

O crescimento do crédito para pessoas físicas, um dos fatores de sustentação da retomada gradual do consumo, atingiu 2,1% no trimestre encerrado em maio e 6,1% em doze meses. Ganharam relevância os empréstimos nas modalidades crédito pessoal, financiamento imobiliário e financiamento de veículos, resultante da situação financeira crescentemente favorável das famílias – elevação do emprego e da renda real e menor grau de endividamento. Por sua vez, a carteira de pessoas jurídicas apresentou expansão de 0,3% no trimestre, condicionada principalmente pela apropriação da variação cambial aos financiamentos à exportação. Em doze meses, contudo, os empréstimos às empresas mostraram ainda contração de 5,9%. Como resultado das dinâmicas de crédito nos segmentos de pessoas físicas e jurídicas, o saldo total das operações registrou, em maio, variações de 1,1% no trimestre e -0,6% em doze meses.

No contexto fiscal, a evolução das receitas segue tendência favorável, repercutindo o melhor desempenho da atividade econômica em 2018 relativamente ao ano anterior. A arrecadação com o ICMS e as transferências da União cresceram, em termos reais, 6,9% e 7,7% (deflacionados pelo IGP-DI), respectivamente, no acumulado do ano até maio, em comparação com o mesmo período de 2017. Contudo, o superavit primário consolidado para região nos doze meses encerrados maio recuou para R$7,8 bilhões – de R$11,4 bilhões em dezembro de 2017 -, repercutindo especialmente o desempenho dos estados de Minas Gerais e de São Paulo, que reduziram os superavit de R$2,1 bilhões para R$887 milhões e de R$12,3 bilhões para R$10,1 bilhões, na ordem.

7

8

9

10

11

12

13

14

15

I Tri II Tri III Tri IV Tri

2015 2016 2017 2018

Fonte: IBGE (PNAD Contínua)

Gráfico 4.4 – Taxa de desocupação – Sudeste%

-12

-8

-4

0

4

8

12

Mai2016

Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

PF PJ Total

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Gráfico 4.5 – Evolução do saldo das operações de crédito1/ – SudesteVariação em 12 meses – %

Tabela 4.1 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Sudeste1/

R$ milhões

UF Dezembro de 2017 Maio de 2018

Dívida Fluxos 12 meses Dívida2/ Fluxos 12 meses

Primário Nominal3/ Primário Nominal3/

ES 1 451 -369 -176 1 252 -303 -94

MG 110 170 -2 142 6 099 116 777 -887 5 802

RJ 153 480 3 345 12 921 164 402 3 439 15 804

SP 316 138 -12 260 8 512 316 043 -10 099 6 935

Total (A) 581 240 -11 426 27 356 598 474 -7 849 28 448

Brasil4/ (B) 800 969 -11 707 38 679 826 687 -4 481 43 902

(A/B) (%) 72,6 97,6 70,7 72,4 175,2 64,8

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados

preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 39

O deficit nominal acumulado em doze meses aumentou de R$27,4 bilhões, em dezembro de 2017, para R$28,4 bilhões, em maio deste ano, com destaque para o Rio de Janeiro, cujo deficit cresceu de R$12,9 bilhões para R$15,8 bilhões.

Do lado da oferta, a produção agrícola da região deverá recuar em 2018. O LSPA do IBGE de junho aponta redução de 4,7% na colheita de grãos em relação a 2017, quando o clima favorável proporcionou safra recorde. Por outro lado, a produção de café neste ano deverá aumentar 28,2%.

No setor industrial, a atividade recuou 1,7% no trimestre encerrado em maio, ante elevação de 0,2% no terminado em fevereiro, segundo estatísticas dessazonalizadas da PIM-PF do IBGE. Ressalte-se que após o crescimento mensal observado em abril (2,3%), a produção industrial registrou retração mensal de 7,4% em maio, refletindo os efeitos da paralisação do setor de transporte de carga. No trimestre, houve retração em dezesseis dos vinte e dois setores pesquisados, com destaque para a fabricação de fumo, minerais não-metálicos e produtos de metal.

O Icei atingiu 52,0 pontos, na média do trimestre finalizado em junho (57,0 pontos, em março), também influenciado pela paralisação do setor de transporte. Considerando os dados mensais, houve queda acentuada na comparação de março com junho, quando o índice passou de 56,8 para 48,1, devido à pior percepção em relação às condições atuais.

O superavit da balança comercial do Sudeste recuou de US$15,7 bilhões, no primeiro semestre de 2017, para US$7,8 bilhões, em igual período de 2018. O desempenho foi condicionado, sobretudo, pela elevação de 21,4% das importações – aumento do quantum em 15,0% – com ênfase nas compras de bens intermediários e de capital, que repercutiram o nível de atividade fabril relativamente mais alto. A estabilidade das exportações, resultante de variações de 4,2% nos preços e -4,0% no quantum, refletiu o crescimento nas vendas de produtos manufaturados, destacando-se máquinas e aparelhos para terraplanagem, compensado pela queda nos embarques de produtos semimanufaturados e básicos.

A evolução do IPCA no Sudeste acelerou de 0,87%, no primeiro trimestre de 2018, para 1,68%, no segundo. Esse comportamento refletiu, em grande

Tabela 4.2 – Produção industrial – Sudeste

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2017 2018

Fev2/ Mai2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 0,2 -1,7 3,9

Indústrias extrativas 13,6 -1,6 3,8 -2,4

Indústrias de transformação 86,4 1,1 -2,5 5,0

Veículos, reb. e carrocerias 12,8 5,0 -4,4 19,0

Produtos alimentícios 12,7 -1,3 -1,6 6,0

Deriv. petróleo e biocombustíveis 12,0 -6,8 1,8 1,8

Metalurgia 7,1 3,6 -2,2 6,2

Outros produtos químicos 5,8 0,9 -4,9 1,4

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

70

80

90

100

110

120

130

140

Jun2015

Set Dez Mar2016

Jun Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

Exportação Importação

Fonte: MDIC/Secex

Gráfico 4.6 – Balança comercial – SudesteAcumulado em 12 mesesUS$ bilhões

40 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

parte, o avanço na variação de preços monitorados, de 1,46% para 4,11%, favorecido pela elevação nos custos de energia elétrica (11,57%), devido à entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha (patamar 2) desde junho, e da majoração dos preços da gasolina (8,38%). Em relação aos preços livres, observou-se aceleração de 0,66% para 0,80%, no período analisado, influenciada pelo maior ritmo de elevação dos preços de alimentação no domicílio, impactados pela paralisação do setor de transporte de cargas. Considerados intervalos de doze meses, o IPCA da região variou 4,60%, em junho de 2018, ante a alta de 2,93%, em igual período do ano anterior, resultado decorrente do aumento da variação dos preços monitorados, de 2,52% para 11,50%.

Em suma, a economia da região segue em tendência de recuperação gradual, a despeito de oscilações recentes nos desempenhos de setores que repercutiram a paralisação no segmento de transporte de cargas. A expansão do crédito, influenciada pelos efeitos da política monetária, e o crescimento gradual do consumo, em ambiente de inflação baixa, tende a seguir favorecendo a melhora dos indicadores econômicos nos próximos meses.

Tabela 4.3 – IPCA – Sudeste

Variação % no período

Discriminação Pesos1/ 2017 2018

Ano I Tri II Tri 12 meses

IPCA 100,0 3,16 0,87 1,68 4,60

Livres 73,5 1,86 0,66 0,80 2,27

Alimentação no domicílio 13,7 -4,34 0,39 4,23 0,83

Bens industrializados 22,0 1,46 0,13 0,05 1,79

Serviços 37,8 4,56 1,08 0,02 3,12

Monitorados 26,5 7,04 1,46 4,11 11,50

Principais itens

Alimentação 22,8 -1,30 0,62 2,36 1,39

Habitação 15,9 6,03 -0,19 2,87 7,20

Artigos de residência 3,7 -0,83 0,17 0,20 0,05

Vestuário 5,4 3,48 -1,19 1,36 1,85

Transportes 18,8 3,05 2,08 1,60 8,74

Saúde 12,7 7,09 1,37 1,91 6,22

Despesas pessoais 11,7 4,66 0,46 0,43 3,49

Educação 5,3 7,01 4,18 0,20 4,71

Comunicação 3,7 1,36 -0,19 0,08 0,42

Fonte: IBGE

1/ Referentes a junho de 2018.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 41

4.1 Minas Gerais

O desempenho da economia mineira no primeiro trimestre de 2018 permaneceu em terreno positivo, segundo dados dessazonalizados da Fundação João Pinheiro (FJP). O PIB, impulsionado pela agropecuária e, em menor intensidade, pela indústria de transformação, cresceu 0,3% no período frente ao trimestre encerrado em dezembro, quando havia expandido 0,8%.

Dados de indicadores econômicos com frequência m e n s a l m o s t r a m , co n t u d o , te n d ê n c i a d e arrefecimento da atividade ao longo dos cinco primeiros meses deste ano, que se acentuou com os efeitos da paralisação do setor de transporte terrestre de carga, em maio, afetando cadeias produtivas e acarretando problemas de desabastecimento. Nesse contexto, o IBCR-MG recuou 2,1% no trimestre encerrado em maio, em comparação ao trimestre anterior, quando havia crescido 0,8%.

Indicadores de demanda que vinham mostrando desempenho mais favorável do comércio desde meados de 2017 evidenciaram desaceleração nos primeiros meses deste ano, enquanto o setor de serviços ainda apresenta relativa fragilidade.

O volume de vendas do comércio ampliado diminuiu 1,2% no trimestre finalizado em maio relativamente ao trimestre anterior, conforme dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. A paralisação dos transportadores impactou de forma negativa as vendas de veículos, combustíveis e materiais de construção no mês, e positivamente as de supermercados, refletindo possível antecipação de compras para formar estoques, com receio de desabastecimento. O volume de serviços retraiu 2,1% no trimestre, segundo dados dessazonalizados da PMS, do IBGE, com quedas mais acentuadas nos segmentos de serviços às famílias e serviços profissionais, administrativos e complementares.

O crescimento econômico em ritmo inferior ao das expectativas do início do ano e os problemas de desabastecimento provocados pela paralisação do setor de transportes impactaram a confiança do consumidor mineiro, interrompendo a trajetória de recuperação iniciada no segundo semestre de 2017. O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte, divulgado pelo Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis

1234567

90

91

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93

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95

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97

98

Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

IBC-Br IBCR-MG

Gráfico 4.1.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Minas GeraisDados desazonalizados – Média móvel trimestral2014 = 100

Área linkada

Datajul-13

ago-13set-13out-13nov-13dez-13jan-14fev-14

mar-14abr-14

86

88

90

92

94

96

98

100

Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Comércio Serviços

Gráfico 4.1.2 – Comércio e serviços – Minas GeraisDados desazonalizados – Média móvel trimestral2014 = 100

Fonte: IBGE

42 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

de Minas Gerais (Ipead) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), diminuiu 1,5 p.p. no segundo trimestre, principalmente pela deterioração nas expectativas sobre pretensão de compra, inflação e situação econômica do país.

O mercado de trabalho no estado manteve a tendência de expansão da população ocupada e do rendimento real do trabalho no primeiro trimestre, segundo dados da PNAD Contínua, do IBGE. O número de trabalhadores ocupados cresceu 3% relativamente ao mesmo período do ano anterior, impulsionado pelo aumento dos trabalhadores nas áreas de serviços pessoais, transporte terrestre, alimentação e comércio. A taxa de desocupação diminuiu 1,1 p.p. na comparação com o primeiro trimestre de 2017, situando-se em 12,6%. Com o aumento na população ocupada e a expansão de 4,5% no rendimento médio real, observou-se elevação de 7,5% na massa de rendimento real do trabalho, mantida a base de comparação.

Dados do Caged/MTb até maio mostram que o emprego formal evoluiu positivamente nos principais setores, à exceção da agropecuária, que registrou crescimento inferior ao do mesmo período no ano passado, evidenciando a postergação na contratação de trabalhadores para a colheita do café. A perspectiva para a agropecuária é que as contratações da lavoura de café sejam mais intensas que as do ano anterior nos meses seguintes, tendo em vista o crescimento significativo da safra. No trimestre finalizado em maio foram gerados 57,5 mil novos empregos no estado, 19,8 mil mais do que no mesmo período em 2017, com destaque para a criação de empregos na construção civil e na indústria de transformação.

O mercado de crédito em Minas manteve-se relativamente estável no trimestre encerrado em maio, registrando melhora no segmento de pessoas físicas e leve deterioração no de pessoas jurídicas. A taxa de crescimento da carteira de empréstimos a pessoas físicas passou de 5,7% em fevereiro para 6,0% em maio, com destaque para expansão mais intensa nas linhas de financiamentos de veículos e crédito pessoal não consignado. No segmento de pessoas jurídicas, a contração da carteira de crédito passou de 6,5% para 7,5%, destacando-se o recuo nas operações com recursos do BNDES para o setor automobilístico. Na mesma base de comparação, a variação do saldo total de empréstimos passou de 0,3%, em fevereiro, para 0,2% em maio.

-9

-6

-3

0

3

6

9

Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

PF PJ Total

Gráfico 4.1.3 – Evolução do saldo das operações de crédito – Minas Gerais1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 4.1.1 – Evolução do emprego formal – Minas Gerais

Novos postos de trabalho (em mil)

Discriminação 2017 2018

Tri2/ Ano3/ Tri2/ Ano3/

Total 37,7 46,6 57,5 73,2

Ind. de transformação 1,9 9,8 7,2 16,8

Comércio -1,9 -11,1 0,0 -8,5

Serviços 6,4 11,6 16,9 26,0

Construção civil 2,1 1,9 10,3 13,8

Agropecuária 29,0 31,0 22,4 23,4

Outros1/ 0,2 3,4 0,8 1,6

Fonte: Ministério do Trabalho

1/ Inclui extrativa mineral, administração pública, SIUP, entre outras.

2/ Trimestre encerrado em maio.

3/ Acumulado no ano até maio.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 43

O comércio exterior do estado mostrou redução de 24,3% no saldo da balança comercial no primeiro semestre de 2018, em relação a igual período do ano anterior, influenciado pela queda de 12,4% nas exportações, decorrente principalmente da contração nos embarques de minério de ferro (34,1%) e de café (18,6%). As importações cresceram 19,1%, ressaltando-se o aumento na categoria de bens de consumo, especialmente automóveis de passageiros.

No âmbito fiscal, a receita com ICMS cresceu 12,7% em termos reais no período de doze meses encerrado em maio, em relação a igual intervalo de 2017, enquanto a receita com as transferências da União apresentou retração real de 2,1%. O aumento na arrecadação de ICMS refletiu a elevação nas alíquotas sobre combustíveis (a alíquota sobre a gasolina passou de 29% para 31%, e sobre o etanol, de 14% para 16%) e o programa de recuperação de créditos fiscais, que permitiu a regularização de parte dos débitos por meio da negociação de descontos e prazos de pagamento. A dívida líquida do setor público no estado cresceu 6,0% entre dezembro de 2017 e maio, alcançando R$117 bilhões. No período de doze meses encerrado em maio, o resultado primário do setor público mineiro foi superavitário em R$887 milhões.

Em relação aos indicadores de oferta, observou-se desaceleração na produção industrial do estado após a recuperação registrada em 2017, influenciada, no primeiro momento, pela contração na indústria extrativa, e posteriormente, pela redução na indústria de transformação que repercutiu, em parte, os efeitos da paralisação nos transportes em maio. No trimestre encerrado em maio, a indústria mineira recuou 1,0% na comparação com o trimestre anterior, segundo dados com ajuste sazonal da PIM-PF, do IBGE. A indústria extrativa voltou a registrar crescimento, após reduzir a produção no trimestre anterior em decorrência das chuvas no início do ano, enquanto a indústria de transformação, que vinha com resultados positivos ao longo do ano até abril, mostrou queda acentuada em maio, refletindo a desarticulação da cadeia de suprimentos, principalmente nos segmentos de fabricação de veículos, metalurgia e produtos alimentícios. A paralisação dos transportadores impactou, adicionalmente, a confiança dos empresários da indústria mineira. O Icei/MG, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), recuou nove pontos em junho, em relação ao nível de março, retornando para a zona de pessimismo ao atingir 47,5 pontos.

Tabela 4.1.2 – Comércio exterior – Minas Gerais

Janeiro-junhoUS$ milhões

Discriminação Minas Gerais Brasil

2017 2018 Var. % Var. %

Exportações 13 157 11 522 -12,4 5,5

Básicos 8 015 6 244 -22,1 4,6

Industrializados 5 142 5 278 2,7 6,3

Importações 3 590 4 277 19,1 17,3

Bens de capital 631 558 -11,5 55,0

Bens Intermediários 2 138 2 566 20,0 11,4

Bens de consumo 423 753 78,0 15,2

Combustíveis e lubrificantes 398 399 0,2 12,6

Saldo comercial 9 567 7 245 -24,3 -0,3

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 4.1.3 – Produção industrial – Minas Gerais

Geral e setores selecionados

Variação % trimestral

Setores Pesos1/ 2018

Fev2/ Mai2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 0,0 -1,0 -0,4

Indústrias extrativas 24,6 -2,5 3,1 -6,6

Indústrias de transformação 75,4 1,5 -3,5 1,8

Metalurgia 14,1 5,8 -4,4 2,6

Veículos, reb. e carrocerias 11,8 5,1 -13,7 4,6

Deriv. petróleo e biocomb. 5,8 0,8 8,6 -4,3

Metais, ex maq. e eq. 3,9 0,9 0,7 -7,9

Prod. miner. não-metálicos 3,7 2,0 -2,0 1,3

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

44 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

A produção agrícola mineira destaca-se, no segundo trimestre, pelo início das colheitas de café, cana-de-açúcar e milho segunda safra. Neste ano, a projeção da produção de café indica aumento de 22,3%, de acordo com o LSPA de junho, do IBGE, refletindo o período de produtividade elevada no ciclo bienal dessa lavoura. Por outro lado, espera-se queda de 1,7% na safra de cana-de-açúcar. No que se refere à produção de grãos, a safra deve totalizar 13,3 milhões de toneladas, com recuo de 6,2% em relação ao ano anterior, refletindo, em parte, as condições climáticas não tão favoráveis quanto as observadas no ano passado. O levantamento indica queda de 3,0% na safra de soja e de 8,5% na de milho.

A inflação na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), no segundo trimestre deste ano, ressentiu-se também dos impactos ocorridos em âmbito nacional com a greve no setor de transporte, bem como do aumento na energia elétrica, decorrente da revisão tarifária periódica e da mudança na bandeira, que passou de verde para vermelha (patamar 2). Assim, a variação do IPCA atingiu 2,27%, sendo 1,86% no mês de junho. Os preços de alimentação no domicílio elevaram-se 4,15% (leite e derivados, 23,49%; tubérculos, raízes e legumes, 13,20%) e os de itens monitorados, 5,72% (gasolina, 10,36%; energia elétrica residencial, 20,00%). Por outro lado, bens industriais e serviços se mostraram menos sensíveis aos problemas de logística e apresentaram variações de 0,39% e 0,41%, respectivamente. O índice de difusão atingiu 55,7% no período, ante 52,5% no trimestre anterior.

Em doze meses, a inflação da RMBH alcançou 4,71% em junho, ante 2,03% em março. A retração nos preços de alimentação em domicílio diminuiu de -5,76% para -0,51% enquanto o aumento nos preços monitorados passou de 5,85% para 14,45%. Os preços de bens industriais e de serviços passaram, respectivamente de 1,44% para 1,54% e de 3,15% para 2,65% nas mesmas bases de comparação.

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Faixa sazonal (3,00%-6,00%)

2016/2017

2017/2018

Gráfico 4.1.4 – IPCA RMBH – Padrão sazonalVariação % mensal

Fontes: IBGE e BCB

-10

-5

0

5

10

15

20

Jun2015

Set Dez Mar2016

Jun Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

IPCA Alimentação no domicílio

Serviços Monitorados

Gráfico 4.1.5 – IPCA RMBH Variação % acumulada em 12 meses

Fontes: IBGE e BCB

Tabela 4.1.4 – Produção agrícola – Minas Gerais

Itens selecionadosEm mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2017 2018 2018/2017

Grãos 32,1 14 152 13 275 -6,2

Feijão 5,7 554 572 3,2

Milho 11,0 7 524 6 884 -8,5

Soja 14,0 5 048 4 897 -3,0

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 12,4 70 965 69 771 -1,7

Café 36,8 1 506 1 842 22,3

Fonte: IBGE1/ Por valor da produção – PAM 2016.2/ Estimativa segundo o LSPA de junho de 2018.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 45

4.2 Rio de Janeiro

A atividade econômica fluminense permaneceu praticamente estável no trimestre finalizado em maio, apesar da paralisação do setor de transportes ocorrida nesse período. Ao contrário da indústria, segmento mais impactado negativamente pelos efeitos da paralisação, o comércio apresentou desempenho positivo no período, favorecido, em parte, pela melhora do crédito a pessoas físicas. A manutenção da fragilidade do mercado de trabalho e o recente recuo da confiança dos empresários têm dificultado a retomada da trajetória de recuperação da atividade fluminense. Nesse contexto, o IBCR-RJ variou -0,1% no trimestre finalizado em maio ante o trimestre findo em fevereiro, quando recuara 0,8%.

No âmbito da demanda, as vendas do comércio varejista ampliado avançaram 1,4% no trimestre encerrado em maio (0,5% no trimestre finalizado em fevereiro), segundo dados dessazonalizados da PMC/IBGE, evolução favorecida pela expansão do crédito a pessoas físicas. Houve aumento de vendas em sete dos dez segmentos pesquisados, com destaque para a expansão de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 3,5%, que repercutiu, em parte, o movimento de precaução das famílias nos primeiros dias da greve dos caminhoneiros ocorrida em maio.

Quanto ao setor de serviços, os indicadores disponíveis evidenciam reação modesta do segmento nos últimos trimestres. De acordo com dados dessazonalizados da PMS/IBGE, o volume de serviços no estado registrou estabilidade no trimestre finalizado em maio, após aumento de 0,6% no trimestre anterior, destacando-se a expansão dos serviços de informação e comunicação, 2,3%, e o recuo em transportes, armazenagem e correios, -2,4%.

Os indicadores do mercado de trabalho seguem evidenciando elevado nível de ociosidade. No primeiro trimestre de 2018, a taxa de desemprego no estado (15,0%), segundo a PNAD Contínua do IBGE, se manteve estável em relação ao último trimestre do ano anterior (15,1%), mas com elevação em relação à taxa registrada no mesmo trimestre de 2017 (14,5%), desempenho oposto ao movimento observado no indicador nacional. Considerando-se dados dessazonalizados, a taxa de desemprego diminuiu 0,2 p.p. no primeiro trimestre relativamente ao último trimestre de 2017, reflexo de reduções de 0,5% na força de trabalho e de 0,3% na população

90

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100

Fev2015

Mai Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

IBC-Br IBCR-RJ

Gráfico 4.2.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Rio de JaneiroDados dessazonalizados2014 = 100

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Fev2015

Mai Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Indústria Comércio Serviços

Gráfico 4.2.2 – Comércio, serviços e indústria – Rio de JaneiroDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2012 = 100

Fonte: IBGE

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I Tri II Tri III Tri IV Tri

2015 2016 2017 2018

Gráfico 4.2.3 – Taxa de desocupação – Rio de Janeiro%

Fonte: IBGE (PNAD Contínua)

46 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

ocupada. Dados do Caged/MTE, contudo, mostram melhora no segmento formal para meses posteriores ao dado do IBGE. No trimestre encerrado em maio foram gerados 4,4 mil postos formais (-26,0 mil em igual período de 2017), concentrados no segmento de serviços. Ressalte-se que desde o último trimestre de 2014 não havia geração líquida de postos de trabalho formais no estado. Considerando-se os últimos doze meses, foram eliminados 73,8 mil empregos formais. Em relação aos níveis de remuneração, o rendimento médio habitual real e a massa salarial real variaram, na ordem, -2,0% e 0,5% no primeiro trimestre de 2018, em relação ao mesmo período de 2017, segundo a PNAD Contínua.

O mercado de crédito apresentou evolução positiva na margem, influenciado pelo aumento dos empréstimos destinados a pessoas físicas. O estoque das operações de crédito superiores a R$1 mil cresceu 0,8% no trimestre finalizado em maio, mas ainda mostra recuo de 4,9% considerado os últimos doze meses. A carteira de pessoas físicas expandiu 2,0% no trimestre, após retração de 0,3% no trimestre anterior, com destaque para os aumentos dos empréstimos relativos às modalidades crédito consignado e cartão de crédito à vista. A carteira de pessoas jurídicas registrou estabilidade no período, após recuo de 5,1% no trimestre encerrado em fevereiro, refletindo, em especial, as expansões nos financiamentos concedidos às empresas de transporte aquaviário e do comércio atacadista.

Sob a ótica da oferta, a atividade industrial no estado apresentou novo recuo no trimestre finalizado em maio, -1,2% (-2,1% no trimestre findo em fevereiro). O resultado do período refletiu a retração da transformação, principalmente da produção de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, penalizada pelo incremento das importações de combustíveis, e da fabricação de veículos automotores, segmento impactado significativamente pela paralisação no setor de transportes. Em sentido oposto, o segmento extrativo, beneficiado com a entrada em operação de novas plataformas, cresceu 4,5% no trimestre, amenizando a queda da produção industrial fluminense.

De acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o desempenho negativo da indústria no último trimestre ocorreu em cenário de queda do Nuci, que decresceu 0,9 p.p. no período, atingindo 74,0% (contra média histórica de 79,9%), e de recuo da confiança dos empresários

Tabela 4.2.1 – Produção industrial – Rio de Janeiro

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2018

Fev2/ Mai2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 -2,1 -1,2 3,8

Indústrias extrativas 28,1 -2,7 4,5 0,3

Indústrias de transformação 71,9 -3,0 -3,0 5,6

Deriv. petróleo e biocomb. 25,9 -5,2 -8,1 3,9

Metalurgia 10,4 3,8 1,2 7,4

Veículos, reb. e carrocerias 5,8 -0,5 -9,6 43,3

Bebidas 3,9 -10,1 -4,4 3,4,

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 4.2.2 – Evolução do emprego formal –

Rio de Janeiro

Novos postos

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2017 2018

Mai Ago Nov Fev Mai

Total -26,0 -18,4 -5,6 -28,2 4,4

Indústria de transformação -3,3 -0,6 -2,0 -3,7 -0,6

Comércio -4,6 -1,3 12,8 -11,1 0,5

Serviços -16,9 -8,6 -8,7 -8,4 6,0

Construção civil -2,7 -7,1 -3,1 -6,1 -1,4

Agropecuária 2,0 0,3 -3,1 -0,1 0,1

Serviços ind. utilidade pública -0,2 -0,3 -0,7 0,2 0,1

Outros2/ -0,5 -0,9 -0,8 1,0 -0,2

Fonte: Ministério do Trabalho

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 47

fluminenses. O Icei alcançou 52,3 pontos na média do trimestre finalizado em maio (52,8 pontos no terminado em fevereiro). Convém ressaltar que o resultado desse último indicador está apoiado nos componentes (condição atual e expectativas) relativos à economia nacional, visto que a média dos componentes associados à economia do estado avançou no período, apesar de ainda se encontrar em patamar de pessimismo (abaixo de 50 pontos).

O superavit da balança comercial fluminense no primeiro semestre de 2018 recuou para US$3,3 bilhões (US$5,5 bilhões em igual período de 2017), de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A retração refletiu o incremento mais acentuado das importações, +51,5% (exportações, +6,8%), com destaque para as compras de bens de capital, em especial de uma plataforma de extração de petróleo.

O IPCA da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), divulgado pelo IBGE, acelerou de 1,26% para 1,79% na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2018, situando-se acima da mediana histórica relativa ao período de 2012 a 2017 (1,45%) e da variação observada no segundo trimestre do ano anterior (0,51%). Esse comportamento refletiu, sobretudo, a aceleração dos preços monitorados, de 2,51% para 4,33%, ressaltando-se os aumentos em energia elétrica residencial, gasolina e plano de saúde, e os maiores aumentos dos preços de alimentação no domicílio, de 0,27% para 3,84%, com destaque para as altas nos itens carnes, leites e derivados, e tubérculos, raízes e legumes, impactados, em grande parte, pelos efeitos da paralização no segmento de transportes com efeitos no abastecimento. Em contrapartida, os preços de serviços desaceleraram de 1,33% para -0,12% nos trimestres mencionados. O índice de difusão médio atingiu 52,2% no período, ante 47,1% no trimestre anterior.

Considerados intervalos de doze meses, o IPCA da RMRJ variou 4,13% em junho, ante 3,80% em junho de 2017, repercutindo o impacto da aceleração dos preços monitorados, 9,54%, ante 4,36% em junho do ano anterior, e a alta dos preços de alimentação no domicílio, de -0,13% para 0,68%.

Tabela 4.2.3 – IPCA – Rio de Janeiro

Variação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2017 2018

III Tri IV Tri I Tri II Tri

IPCA 100,0 0,12 0,90 1,26 1,79

Livres 70,3 -0,31 0,78 0,76 0,73

Alimentação no domicílio 13,3 -3,60 0,32 0,27 3,84

Bens industrializados 17,1 -0,25 0,37 -0,19 0,30

Serviços 39,8 0,83 1,11 1,33 -0,12

Monitorados 29,7 1,20 1,21 2,51 4,33

Fonte: IBGE

1/ Referente a junho de 2018.

-10

-5

0

5

10

15

20

Set2015

Dez Mar2016

Jun Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

Alimentação no domicílio Bens industrializados

Serviços

Gráfico 4.2.4 – Evolução dos preços livres – Rio de JaneiroVariação % em 12 meses

-0,4

0,0

0,4

0,8

1,2

1,6

2,0

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Faixa sazonal (3,00%-6,00%)

2016/2017

2017/2018

Gráfico 4.2.5 – IPCA RMRJ – Padrão sazonalVariação % mensal

Fontes: IBGE e BCB

48 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

4.3 São Paulo

A economia do estado de São Paulo recuou 0,5% no primeiro trimestre de 2018, relativamente ao último trimestre de 2017, com base em dados dessazonalizados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). O resultado negativo na margem foi determinado, principalmente, pelo recuo da indústria, em especial dos segmentos de construção civil e transformação. No acumulado em doze meses, o PIB paulista continua evidenciando processo de recuperação, com crescimento de 2,3% no período encerrado em março de 2018, ante 1,7% no ano de 2017.

Indicadores mais recentes confirmam relativa acomodação da atividade econômica, principalmente devido ao efeito da paralisação do setor de transporte de cargas em maio. Assim, o IBCR-SP decresceu 0,2% no trimestre finalizado em maio (recuo de 0,1% em fevereiro), segundo dados ajustados sazonalmente. O recuo repercutiu, principalmente, os desempenhos negativos da indústria e do setor de serviços.

Do lado da demanda, o comércio segue processo de recuperação consistente, enquanto o segmento de serviços ainda persiste no processo de acomodação. Nesse sentido, as vendas do comércio ampliado, influenciadas pelo segmento automotivo, cresceram 2,3% no trimestre encerrado em maio deste ano, em relação ao trimestre findo em fevereiro, quando avançaram 1,2%, no mesmo tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC/IBGE.

O setor de serviços registrou queda de 0,7% no trimestre em análise, segundo a PMS do IBGE. Ressalte-se que o recuo do volume de serviços prestados no trimestre encerrado em maio foi explicado principalmente pelo segmento de transporte, reflexo direto da paralisação no setor.

Os impactos associados à paralisação do setor de transporte de cargas influenciaram os indicadores de confiança relacionados ao consumo, com recuo nos componentes que refletem a situação atual, mas com manutenção dos componentes de expectativas em níveis mais elevados, sugerindo perspectivas ainda favoráveis para as vendas do comércio e de serviços em contexto de recuperação gradual do emprego e do crédito. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou de 115,6 em março de 2018 para 104 pontos em junho, com o componente de condições atuais diminuindo de 92,1 para 77,9 e o de expectativas, de

90

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Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

IBC-Br IBCR-SP

Gráfico 4.3.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e São PauloDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2014 = 100

60

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63

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Jun2016

Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

Índice de Confiança do Empresário Industrial

Icec (eixo da dir.)

ICC (eixo da dir.)

Fontes: Fecomercio-SP e CNI

Linha de confiança

Gráfico 4.3.2 – Confiança dos agentes – São PauloEm pontos – Média móvel trimestral

75

80

85

90

95

100

105

110

Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Comércio ampliado Serviços IndústriaFonte: IBGE

Gráfico 4.3.3 – Comércio, serviços e indústria – São PauloDados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2012 = 100

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 49

131,3 para 121,4. Na mesma direção, o Icec e o ICF também recuaram para, respectivamente, 109,3 e 89,7 pontos em junho (115,5 e 95,1 pontos em março).

O mercado de trabalho mantém recuperação moderada, em linha com o ritmo de retomada da atividade econômica. A taxa de desocupação, medida pela PNAD Contínua, do IBGE, recuou de 14,2% no primeiro trimestre 2017 para 14,0% no primeiro trimestre de 2018, resultado do crescimento de 1,7% da população ocupada e de 1,3% da força de trabalho. O rendimento real caiu 2,8%, depois de recuar 0,4% no último trimestre de 2017. Na série com ajuste sazonal, a taxa de desocupação manteve-se praticamente estável na comparação entre o primeiro trimestre de 2018 e o anterior, resultado da estabilidade da força de trabalho e do pequeno crescimento da população ocupada. O emprego formal em 2018 continua evoluindo favoravelmente quando comparado a iguais períodos do ano anterior. Segundo dados do Caged/MTb, foram criados 84,0 mil postos formais no trimestre encerrado em maio, em comparação à criação de 37,8 mil postos no mesmo período do ano anterior. Destacaram-se a maior geração de empregos no setor de serviços e na indústria.

O mercado de crédito em São Paulo mostra recuperação tanto no segmento de pessoas físicas como no de pessoas jurídicas, contribuindo para a manutenção da retomada da atividade econômica. A carteira de empréstimos superiores a R$1 mil contratados por pessoas físicas aumentou 2,2% no trimestre encerrado em maio e 6,9% no acumulado de doze meses, enfatizando o crédito pessoal, o financiamento imobiliário e o financiamento de veículos. Por sua vez, o segmento de operações com pessoas jurídicas apresentou avanço de 1,3% no trimestre, predominantemente em função dos financiamentos à exportação, mas ainda apresentando recuo (-4,2%) na análise em doze meses. Em consequência, o saldo total de crédito se expandiu nas avaliações trimestral (1,7%) e em doze meses (0,9%).

No âmbito fiscal, a arrecadação tributária segue tendência favorável, repercutindo a evolução recente da atividade econômica. A arrecadação do ICMS e as transferências da União cresceram, respectivamente, 6,6% e 7,0% (deflacionadas pelo IGP-DI) no acumulado do ano até maio em comparação com o mesmo período de 2017, de acordo com a Secretaria da Fazenda de São Paulo.

7

8

9

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I Tri II Tri III Tri IV Tri

2015 2016 2017 2018

Gráfico 4.3.4 – Taxa de desocupação – São Paulo%

Fonte: IBGE (PNAD Contínua)

Tabela 4.3.1 – Evolução do emprego formal – São Paulo

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2017 2018

Mai Ago Nov Fev Mai

Total 37,8 40,1 -6,5 -66,1 84,0

Indústria de transformação 10,1 -3,9 -8,6 -6,2 20,1

Comércio -8,7 17,5 25,9 -23,2 -2,2

Serviços 13,5 15,5 3,4 -3,4 58,3

Construção civil -9,9 -6,8 -10,8 -4,8 2,9

Agropecuária 29,4 18,3 -14,3 -22,9 1,9

Serv. industr. de utilidade pública -0,5 -0,8 -0,6 0,1 1,0

Outros2/ 3,8 0,3 -1,4 -5,6 2,1

Fonte: Ministério do Trabalho

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

Mai2016

Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

PF PJ Total1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Gráfico 4.3.5 – Evolução do saldo das operações de crédito1/ – São PauloVariação em 12 meses – %

50 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

Considerando a ótica da oferta, a indústria do estado, segundo a PIM-PF Regional do IBGE, recuou 2,4% no trimestre encerrado em maio, em comparação à elevação de 1,0% no trimestre encerrado em fevereiro, com doze dos dezoito setores apresentando queda, em especial os segmentos de minerais não-metálicos e produtos de metal. A queda no trimestre reflete o efeito da paralisação do setor de transporte de carga na produção industrial de maio, quando houve retração de 11,4% no índice da indústria geral e recuo em todos os segmentos, à exceção da fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis.

O total de horas trabalhadas na produção recuou 0,8% no trimestre encerrado em maio, em comparação à alta de 3,1% no trimestre finalizado em fevereiro, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Esse desempenho mostrou-se consistente com a deterioração da confiança do empresário industrial no trimestre, cujo índice (Icei) decresceu de 58,50, em março, para 47,80 em junho (menor valor desde dezembro de 2016 e abaixo da linha de 50 pontos que indica neutralidade), segundo dados da CNI. O recuo na confiança empresarial foi influenciado, principalmente, pela paralisação dos serviços de transportes.

O deficit da balança comercial do estado aumentou de US$1,2 bilhão, no primeiro semestre de 2017, para US$4,2 bilhões, em igual intervalo de 2018. O comportamento refletiu o crescimento de 15,2% das importações, resultante de variações de 6,0% nos preços e 8,6% no quantum, com destaque para as aquisições de bens intermediários. As exportações, sensibilizadas pelo aumento de 3,2% no quantum, cresceram 3,9%, estimuladas principalmente pela expansão das vendas de óleos brutos de petróleo, além de máquinas e aparelhos para terraplanagem e perfuração.

O IPCA da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) variou 1,40% no segundo trimestre de 2018 frente a alta de 0,72% no primeiro trimestre. O resultado decorreu, principalmente, da aceleração dos preços monitorados, de 0,97% no trimestre encerrado em março para 3,43% no finalizado em junho, refletindo em especial as altas da energia elétrica (7,92%), em razão da entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha (patamar 2) em junho, e da gasolina (7,51%). No segmento de preços livres, destacou-se a aceleração dos preços de alimentação no domicílio, de 0,40% para 4,36% no período analisado,

35

55

75

95

Jun2015

Set Dez Mar2016

Jun Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

Exportação ImportaçãoFonte: MDIC/Secex

Gráfico 4.3.6 – Balança comercial – São PauloAcumulado em 12 mesesUS$ bilhões

Tabela 4.3.2 – IPCA – São Paulo

Discriminação Pesos1/ 2017 2018

Ano I Tri II Tri 12 meses

IPCA 100,0 3,64 0,72 1,40 4,78

Livres 74,2 2,33 0,63 0,71 2,63

Alimentação no domicílio 13,6 -3,53 0,40 4,36 1,35

Bens industrializados 22,8 1,92 0,24 -0,17 2,43

Serviços 37,9 4,84 0,96 -0,05 3,24

Monitorados 25,8 7,70 0,97 3,43 11,42

Principais itens

Alimentação 23,1 -0,49 0,45 2,23 1,54

Habitação 15,1 6,46 -0,53 1,97 6,89

Artigos de residência 3,4 -0,61 0,11 -0,45 -0,49

Vestuário 5,4 4,31 -1,18 1,31 2,33

Transportes 19,6 3,20 1,58 1,28 9,52

Saúde 13,0 7,67 1,53 1,84 6,37

Despesas pessoais 11,5 5,69 0,42 0,43 3,83

Educação 5,3 6,66 4,08 0,12 4,48

Comunicação 3,5 0,71 -0,13 -0,06 -0,31

Fonte: IBGE

1/ Referente a junho de 2018.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 51

impactados pela paralisação do setor de transporte de cargas em maio. No acumulado em doze meses, o IPCA da RMSP acelerou de 2,83% em junho de 2017 para 4,78% em igual período de 2018. O movimento repercutiu, principalmente, a dinâmica dos preços dos grupos transportes e habitação, com variações respectivas de 9,52% e 6,89% em junho deste ano, ante 0,29% e 0,87% em junho de 2017.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 53

Região Sul

O nível de atividade econômica na região, segundo o IBCR-S, recuou 1,5% no trimestre encerrado em maio, ante relativa estabilidade no trimestre anterior, considerando a série com ajuste sazonal. A evolução recente refletiu o impacto da paralisação no setor de transporte de cargas – o IBCR-S variou -2,6% em maio, após crescimento de 1,7% em abril. O movimento na margem interrompe tendência de recuperação da economia regional delineada, sobretudo, no setor industrial. Em doze meses até maio, o IBCR-S mantém crescimento de 1,5% sobre igual período finalizado no ano anterior.

No âmbito da demanda, as vendas do comércio registraram acréscimo de 1,4% no trimestre até maio, segundo dados dessazonalizados da PMC do IBGE, com destaque para as vendas de veículos. Dados mais recentes da Fenabrave para o licenciamento de automóveis e comerciais leves, indicador de comercialização de veículos novos, confirmam essa trajetória, evidenciando recuperação do segmento no ano, com aumento de 16,0% nas vendas regionais no primeiro semestre, em relação a igual intervalo de 2017.

A confiança dos empresários do comércio foi impactada pela paralisação no setor de transporte de cargas, com piora na avaliação das perspectivas para o setor. O Icec da CNC atingiu 98,0 pontos9 em julho e recuou 12,3 pontos nos dois meses posteriores à greve. A confiança dos consumidores evoluiu no mesmo sentido, implicando recuo do indicador – o ICF da CNC passou de 92,2 pontos em maio para 90,8 pontos em julho.

O setor de serviços reproduziu sobremaneira o efeito direto da referida paralisação. O volume de serviços diminuiu 3,1% no trimestre encerrado em maio, segundo a PMS do IBGE, em comparação ao trimestre findo em fevereiro, na série com ajuste sazonal. Observe-se, no resultado, a queda de 4,5% no volume de serviços da atividade de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio.

5

9/ 100 pontos indicam neutralidade.

90

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Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

IBC-Br IBCR-S

Gráfico 5.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região Sul Dados dessazonalizadosMédia móvel trimestral (2014 = 100)

80

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100

110

Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Comércio ampliado Serviços IndústriaFonte: IBGE

Gráfico 5.2 – Comércio, serviços e indústria – Sul Dados dessazonalizados Média móvel trimestral (2012 = 100)

70

80

90

100

110

120

130

Abr2016

Jul Out Jan Abr2017

Jul Out Jan Abr2018

Jul

Índice de Confiança do Empresário IndustrialÍndice de Confiança do Empresário do ComércioIntenção de Consumo das Famílias

Fontes: CNI e CNC

Gráfico 5.3 – Confiança dos agentes – SulEm pontos

Linha de confiança

54 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

O mercado de trabalho formal manteve trajetória de recuperação gradual, com resultados positivos nos três estados, especialmente no Paraná. Na região, foram gerados 21 mil empregos no trimestre encerrado em maio, ante eliminação de 3,3 mil no mesmo período de 2017, de acordo com o Caged/MTb. O setor de serviços respondeu pela maior parte das novas vagas (administração de imóveis, ensino, transporte e comunicação, e serviços médicos, odontológicos e veterinários), seguido da indústria de transformação (borracha, fumo e couro). Por outro lado, a agropecuária registrou elevado número de demissões, associado ao término da colheita de lavouras permanentes.

A taxa de desocupação na região atingiu 8,4% no primeiro trimestre, 0,9 p.p. inferior a de igual período de 2017, de acordo com dados da PNAD Contínua do IBGE, e resultou da combinação do decréscimo na força de trabalho com ampliação na ocupação, em especial, de trabalhadores por conta própria. Nessa base de comparação, o rendimento médio caiu 0,2% e a massa salarial – influenciada pelo aumento na ocupação – aumentou 0,9%. Na série com ajuste sazonal, a desocupação atingiu 7,7% no primeiro trimestre, ante 8,3% no anterior, refletindo o recuo mais intenso na força de trabalho (1,2%), relativamente ao da população ocupada (0,5%), que assinalou quedas em todas as categorias, com exceção de empregados no setor público.

O mercado de crédito evoluiu favoravelmente, com crescimento nas operações para pessoas físicas e jurídicas. O saldo de crédito totalizou R$572,3 bilhões em maio, expandindo 1,6% no trimestre e 4,0% em doze meses. As operações para pessoas físicas cresceram 1,1% na margem, sobressaindo empréstimos consignados e financiamentos imobiliários. O crédito à pessoa jurídica avançou 2,5%, destacando as operações para indústria de alimentos e bebidas, exceto açúcar em bruto, e para serviços prestados às empresas. A inadimplência total atingiu 2,7% da carteira, 0,2 p.p. abaixo da assinalada em fevereiro.

No âmbito dos indicadores de oferta, as estimativas para a safra de 2018 confirmam redução na produção de grãos da região, após colheita recorde em 2017. Conforme o LSPA de junho, divulgado pelo IBGE, projeta-se que a safra anual do Sul atinja 74,8 milhões de toneladas, redução de 10,9% em relação a de 2017. As projeções contemplam desempenho negativo das culturas de soja, arroz e milho, e recuperação da safra de trigo, ainda a ser confirmada. Nas demais culturas,

3

4

5

6

7

8

9

10

I Tri II Tri III Tri IV Tri

2015 2016 2017 2018

Fonte: IBGE (PNAD Contínua)

Gráfico 5.4 – Taxa de desocupação – Sul%

-6

-3

0

3

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12

Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

PF PJ Total

Gráfico 5.5 – Evolução do saldo das operações de crédito – Sul1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$ 1 mil.

Tabela 5.1 – Produção agrícola – Sul

Itens selecionadosEm mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2018 2018/2017

Grãos 74,3 74 835 -10,9

Soja 45,3 39 038 -4,8

Milho 13,7 19 409 -29,4

Arroz (em casca) 7,9 9 336 -6,9

Trigo 4,0 5 050 39,2

Feijão 2,7 818 -13,9

Outras lavouras

Fumo 6,4 799 -6,6

Cana-de-açúcar 3,4 46 410 -0,4

Mandioca 3,0 4 693 3,0

Uva 1,0 953 -11,7

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2016.

2/ Estimativa segundo o LSPA de junho de 2018.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 55

há também estimativas de redução na colheita, principalmente de fumo e uva.

No segmento industrial, a atividade recuou 3,4% no trimestre finalizado em maio, anulando a expansão assinalada no trimestre anterior, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. As principais contribuições para o desempenho negativo do indicador ocorreram em produtos alimentícios e outros produtos químicos, cujas retrações foram mitigadas pela alta na produção de derivados de petróleo e biocombustíveis observada no Paraná.

A atividade industrial foi prejudicada pela parada dos transportadores de cargas em maio, com interrupção do fluxo de insumos e mercadorias e acúmulo de estoques indesejados, sobretudo no Sul, segundo a Sondagem Industrial da CNI. Em decorrência desse evento, a confiança dos empresários declinou significativamente – o Icei passou de 55,7 pontos10 em maio para 49,6 pontos em julho.

O comércio externo da região apresentou superavit de US$5,4 bilhões no primeiro semestre de 2018, segundo o MDIC, ante US$5,8 bilhões no mesmo período de 2017. As exportações totais aumentaram 9,8%, destacando-se os embarques de soja, celulose e fumo. Nesse período, as importações, repercutindo o nível de atividade relativamente mais alto, cresceram 16,1%, com ênfase nas aquisições de bens de capital e bens de consumo duráveis, em especial de automóveis.

O setor público consolidado – os governos estaduais, das capitais e dos principais municípios – apresentou piora no resultado primário acumulado em doze meses até maio, em relação a 2017, com incremento de 128% no deficit da região. O resultado nominal deficitário, que inclui os fluxos primários e os juros nominais, ampliou-se, provocado, em especial, pelo agravamento da situação do Rio Grande do Sul, que respondeu por 73,2% do deficit consolidado regional. A dívida líquida cresceu 5,7%, para R$117,7 bilhões, aumentando a participação do Sul no endividamento nacional. De outra parte, a arrecadação real de ICMS, decorrente do maior dinamismo econômico, ampliou 4,7% em doze meses até maio, na comparação com igual período anterior.

O IPCA na região11 acelerou na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2018, refletindo, em especial, a alta em monitorados e os efeitos da

10/ 50 pontos indicam neutralidade.11/ Calculada com base nos pesos e variações dos subitens que compõem o IPCA das regiões metropolitanas de Porto Alegre e de

Curitiba, ponderados pelos pesos destas regiões na composição do IPCA nacional.

Tabela 5.2 – Produção industrial – Sul

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Discriminação Pesos1/ 2018

Fev2/ Mai2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 2,8 -3,4 1,8

Produtos alimentícios 19,7 2,9 -8,5 -1,8

Veículos, reboques e carrocerias 13,6 4,1 -1,0 9,3

Máquinas e equipamentos 8,8 -1,8 1,1 -2,4

Deriv. petróleo e biocombustíveis 8,3 -5,5 10,5 1,7

Outros produtos químicos 5,7 0,2 -6,3 -2,4

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

Tabela 5.3 – Comércio exterior – Sul

Janeiro-junho

US$ milhões

Discriminação 2017 2018 Var. %

Exportações 21 536 23 640 9,8

Básicos 10 594 11 064 4,4

Industrializados 10 942 12 576 14,9

Semimanufaturados 2 011 2 209 9,8

Manufaturados 8 931 10 367 16,1

Importações 15 747 18 281 16,1

Bens de capital 1 846 2 328 26,1

Bens intermediários 9 863 10 904 10,6

Bens de consumo 2 639 3 333 26,3

Combustíveis 1 400 1 715 22,5

Saldo comercial 5 789 5 359 -7,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 5.4 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Sul1/

R$ milhões

UF Dezembro de 2017 Maio de 2018

Dívida Fluxos 12 meses Dívida2/ Fluxos 12 meses

Primário Nominal3/ Primário Nominal3/

PR 13 655 -277 800 13 298 -824 232

RS 80 373 403 3 747 85 957 2 550 6 441

SC 13 507 1 145 2 150 14 439 1 174 2 128

Total (A) 107 536 1 272 6 697 113 694 2 900 8 801

Brasil4/ (B) 800 969 -11 707 38 679 826 687 -4 481 43 902

(A/B) (%) 13,4 -10,9 17,3 13,8 -64,7 20,0

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados

preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

56 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

paralisação dos caminhoneiros sobre os preços dos combustíveis e dos alimentos em maio e junho. A inflação incorporou reajustes mais intensos em monitorados, destacando os preços da gasolina e da energia elétrica residencial, essa em razão do acionamento da bandeira tarifária vermelha (patamar 2). O aumento nos preços livres decorreu, principalmente, dos maiores custos de alimentação no domicílio (altas nos preços de tubérculos e leites e derivados), enquanto a variação de serviços desacelerou, beneficiada pelo grupo educação, cujos reajustes concentram-se no início do ano. O índice de difusão atingiu 56,8% no trimestre encerrado em junho, ante 51,7% no anterior e 48,9% no mesmo período de 2017. Em doze meses até junho, o IPCA variou 4,87%, ante 2,80% em março, com elevação significativa nos preços monitorados e de alimentação no domicílio.

O cenário prospectivo para a economia do Sul contempla a absorção dos efeitos da paralisação dos transportes de cargas, com reversão da alta na inflação observada no período, recomposição da oferta em junho e continuidade da retomada gradual da atividade nos meses seguintes.

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-5

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25

Dez2015

Mar2016

Jun Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

Alimentação no domicílio Bens industrializados

Serviços Monitorados

Gráfico 5.6 – IPCA – SulVariação % em 12 meses

Fontes: IBGE e BCB

Tabela 5.5 – IPCA – Sul

Variação % no período

Discriminação Pesos1/ 2017 2018

III Tri IV Tri I Tri II Tri

IPCA 100,0 0,62 1,14 0,67 2,35

Livres 74,9 -0,47 0,76 0,71 1,36

Alimentação no domicílio 16,1 -3,38 0,11 1,44 4,34

Bens industrializados 25,1 -0,19 1,03 0,22 0,72

Serviços 33,7 0,75 0,86 0,73 0,43

Monitorados 25,1 4,12 2,33 0,56 5,37

Principais itens

Alimentação 24,8 -2,16 0,33 0,90 3,32

Habitação 15,6 2,46 1,52 0,07 3,92

Artigos de residência 4,2 -0,40 -0,39 0,27 1,14

Vestuário 6,4 -0,69 1,59 -1,16 0,86

Transportes 19,0 3,53 2,55 0,67 2,59

Saúde 12,0 0,80 0,77 1,21 2,08

Despesas pessoais 10,4 1,02 1,07 0,59 0,66

Educação 4,3 0,26 0,55 4,26 0,18

Comunicação 3,4 0,03 0,90 -0,25 0,21

Fonte: IBGE

1/ Referentes a junho de 2018.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 57

5.1 Paraná

O PIB paranaense decresceu 0,3% no primeiro trimestre de 2018, em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo diminuição no valor adicionado da agropecuária e da indústria, e aumento no de serviços, de acordo com o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes)12. A oscilação no ritmo de recuperação da atividade econômica no início do ano e os impactos decorrentes da paralisação dos caminhoneiros resultaram em retração de 1,6% no IBCR-PR no trimestre finalizado em maio, comparativamente ao encerrado em fevereiro, quando decrescera 0,4%. Contudo, a variação acumulada em doze meses do indicador revela expansão de 1,4% sobre igual período do ano anterior.

Os indicadores de demanda seguem alternando sinais na margem. O volume de vendas do comércio ampliado, apesar da retração no mês de maio, cresceu 0,6% na média do trimestre, ante recuo de 0,8% no finalizado em fevereiro, segundo dados dessazonalizados da PMC do IBGE. O resultado repercutiu, sobretudo, aumento na comercialização de hipermercados e supermercados. A variação em doze meses continua corroborando a retomada gradual. Dados mais recentes indicam continuidade da recuperação do segmento automotivo, com expansões de 17,8% no número de licenciamentos de automóveis e veículos comerciais leves e de 31,2% no de motocicletas no segundo trimestre de 2018, comparativamente a igual período de 2017, de acordo com a Fenabrave.

Obser vou-se interrupção na trajetória de recuperação da confiança dos empresários do comércio, decorrente de instabilidades nos cenários econômico e político, agravadas pela paralisação do setor de transportes, que ocasionou aumentos no preço do frete e de outras mercadorias. No mesmo sentido, a intenção de consumo das famílias curitibanas recuou 0,4% em julho, em relação a maio, influenciada pela queda na disposição a consumir das classes de menor renda. O volume de serviços retraiu 4,2% no trimestre encerrado em maio, após aumento de 0,9% no trimestre anterior. Todas as atividades abrangidas pela PMS do IBGE mostram recuo, exceto outros serviços, conforme dados dessazonalizados.

12/ O Ipardes não divulga a variação do PIB estadual ante o trimestre imediatamente anterior. Nos quatro trimestres encerrados em março, o PIB do PR expandiu 1,5%.

85

90

95

100

105

Fev2015

Mai Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

IBC-Br IBCR-PR

Gráfico 5.1.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e ParanáDados dessazonalizadosMédia móvel trimestral (2014 = 100)

75

85

95

105

115

Fev2015

Mai Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Comércio ampliado Serviços Indústria

Fonte: IBGE

Gráfico 5.1.2 – Comércio, serviços e indústria – PR Dados dessazonalizadosMédia móvel trimestral (2012 = 100)

Tabela 5.1.1 – Comércio varejista e ampliado – Paraná

Variação % no período

Setores 2017 2018

Ano Fev1/ Mai1/ 12 meses

Comércio varejista 4,0 -1,7 1,5 4,6

Combustíveis e lubrificantes 17,5 -4,6 -1,6 7,5

Hiper e supermercados 3,3 -1,8 2,8 4,8

Tec., vest. e calçados -4,5 -1,9 -9,7 -6,9

Móveis e eletrodomésticos -0,3 1,4 0,6 5,3

Comércio ampliado 4,7 -0,8 0,6 6,5

Automóveis e motocicletas -4,2 1,8 0,1 3,8

Material de construção 19,7 -3,2 -0,8 18,2

Fonte: IBGE1/ Variação relativa aos trimestres. encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

58 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

O mercado de trabalho formal manteve a trajetória de recuperação, com a geração de 17,5 mil vagas no trimestre encerrado em maio, comparativamente aos 10,2 mil postos abertos em igual período de 2017, conforme dados do Caged/MTb. O setor de serviços respondeu por aproximadamente 65% das novas vagas, seguido pela indústria de transformação.

A taxa de desocupação do primeiro trimestre, por sua vez, recuou 0,7 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando 9,6% de acordo com a PNAD Contínua do IBGE. Concomitantemente à redução no desemprego houve crescimento de 1,3% da massa salarial e de 0,4% do rendimento médio habitual real, na mesma base de comparação. Na margem, também houve queda na desocupação, que atingiu 8,6% no primeiro trimestre de 2018 ante 9,1% no último de 2017, na série com ajuste sazonal.

O mercado de crédito evoluiu de forma positiva no trimestre, registrando expansão tanto no segmento de pessoa física quanto no de pessoa jurídica. O saldo das operações superiores a R$1 mil aumentou 0,5% na carteira referente às pessoas físicas e 2,7% para as pessoas jurídicas, comparativamente ao trimestre anterior. A inadimplência total alcançou 2,8% da carteira, apresentando redução relativamente ao trimestre encerrado em fevereiro.

Em termos dos componentes da oferta, o LSPA de junho do IBGE estima recuo de 13,1% na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2018, destacando-se as menores colheitas previstas para soja, milho e feijão. Segundo dados da Seab, a primeira safra de grãos totalizou 22,4 milhões de toneladas, 62% do total esperado para o ano e 11,3% inferior à de 2017, especialmente pelas diminuições na área colhida e na produtividade do milho (36% e 9%, respectivamente). Para a segunda safra, estimam-se quedas na área e na produção de milho e feijão, influenciadas por situação climática desfavorável. Contudo, para os cereais de inverno projeta-se crescimento na área plantada, na produção e no rendimento médio, especialmente para o trigo13.

A paralisação do transporte de cargas afetou negativamente a maioria dos segmentos industriais e a confiança empresarial. De acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF Regional do IBGE, a atividade fabril recuou 3,6% no trimestre encerrado em maio, ante queda de 0,4% no finalizado em fevereiro. O Índice de Confiança da Indústria de

13/ Ver boxe “Economia paranaense”, neste Boletim.

-9

-7

-5

-3

-1

1

3

5

7

IV2014

I2015

II III IV I2016

II III IV I2017

II III IV I2018

Ocupação Rendimento real habitualMassa real de rendimentos

%

Gráfico 5.1.3 – Ocupação, rendimento e massa no Paraná – Variação interanual no trimestre

Fonte: IBGE (PNAD Contínua)

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

PF PJ Total

Gráfico 5.1.4 – Evolução do saldo das operações de crédito – Paraná1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

Abr2015

Jul Out Jan2016

Abr Jul Out Jan2017

Abr Jul Out Jan2018

Abr Jul

Índice de Confiança do Empresário da Ind. de TransformaçãoÍndice de Confiança do Empresário da Construção

Fonte: Fiep

Linha de confiança

Gráfico 5.1.5 – Confiança do empresariado – ParanáEm pontos

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 59

Transformação (ICIT), elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), registrou a quarta queda consecutiva em 2018 e atingiu 47,7 pontos no mês de julho (54,6 pontos em maio), situando-se abaixo do nível de indiferença (50 pontos). A mesma tendência pode ser observada no Índice de Confiança da Indústria da Construção (ICIC), também elaborado pela Fiep, que passou para 45,4 pontos em julho (54,3 pontos em maio).

As exportações recuaram 1,3% no primeiro semestre, comparativamente a igual período do ano anterior. Observou-se aumento de 2,3% nas vendas de produtos básicos e diminuição de 5,1% nas de industrializados, com destaque para as reduções de 32,8% nas vendas de automóveis de passageiros e de 11,8% no valor total exportado para a Argentina. As importações, com ênfase nos embarques de equipamentos de transporte industrial, cresceram 3,7% no período, implicando retração de 9,3% do superavit da balança comercial.

A inflação na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) acelerou no segundo trimestre, decorrente de elevações nos preços livres e monitorados. O comportamento dos preços refletiu, em grande parte, os efeitos da paralisação do transporte de cargas, com impactos mais acentuados sobre os custos de alimentação e combustíveis. O índice de difusão alcançou 53,4% no período em referência, ante 49,9% no trimestre encerrado em março.

Em doze meses até junho, o IPCA da RMC variou 4,74% (3,42% em 2017), com recrudescimento na variação dos preços monitorados (ênfase para gasolina, óleo diesel e gás de botijão) e, em menor intensidade, dos preços livres.

-10

-5

0

5

10

15

20

25

Mar2015

Jun Set Dez Mar2016

Jun Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

Alimentação no domicílio Bens industrializados

Serviços Monitorados

Gráfico 5.1.6 – Evolução dos preços livres – RMCVariação % em 12 meses

Fontes: IBGE e BCB

Tabela 5.1.2 – Produção industrial – Paraná

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2018

Fev2/ Mai2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -0,4 -3,6 2,1

Produtos alimentícios 22,7 1,5 -7,0 -3,9

Deriv. petróleo e biocomb. 19,1 -3,8 13,5 3,6

Veículos, reb. e carrocerias 18,4 -3,0 -0,9 10,7

Máquinas e equipamentos 6,7 -12,5 6,5 -1,0

Celulose e prod. papel 5,5 0,5 -5,8 5,5

Outros produtos químicos 4,7 -1,3 -9,7 -4,7

Fonte: IBGE1/ Ponderação de atividades no VTI conforme a PIA 2010/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres. encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 5.1.3 – Comércio exterior – Paraná

Janeiro-junho

US$ milhões

Discriminação 2017 2018 Var. %

Exportações 9 061 8 943 -1,3

Importações 5 559 5 767 3,7

Saldo comercial 3 502 3 176 -9,3

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 5.1.4 – IPCA – RMC

Variação % no período

Discriminação Pesos1/ 2017 2018

III Tri IV Tri I Tri II Tri

IPCA 100,0 0,98 1,13 0,46 2,09

Livres 75,5 -0,33 0,89 0,91 1,12

Alimentação no domicílio 14,6 -3,32 0,33 0,36 5,68

Bens industriais 26,3 0,11 1,03 0,72 0,03

Serviços 34,5 0,63 1,02 1,29 0,07

Monitorados 24,5 5,30 1,88 -0,94 5,10

Fonte: IBGE1/ Referentes a junho de 2018.

60 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

5.2 Rio Grande do Sul

O PIB do estado, após crescer 1,0% em 2017, contraiu 0,8% no primeiro trimestre de 2018, em relação a igual período do ano anterior, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), repercutindo retrações na agropecuária e no setor de serviços. Dados mais recentes apontam recuo de 1,6% do IBCR-RS no trimestre encerrado em maio, ante trimestre anterior, quando crescera 0,5%, considerada a série isenta de influências sazonais. A despeito do efeito positivo decorrente da maior apropriação das safras de verão, a atividade econômica no trimestre foi afetada pela paralisação do setor de transportes de carga.

No âmbito dos indicadores da demanda, a paralisação impactou o desempenho de curto prazo do comércio. A taxa de crescimento do volume de vendas passou de 2,4% no trimestre encerrado em fevereiro para 0,2% no finalizado em maio, de acordo com dados da PMC do IBGE, ajustada sazonalmente. Dentre as atividades, destacaram-se os recuos nas vendas de combustíveis e de tecidos, vestuário e calçados. Apesar da desaceleração na margem, o desempenho em doze meses até maio reflete forte recuperação do comércio, com crescimento de 13,4% no volume de vendas. Corroborando a reação do consumo em horizonte mais longo, o licenciamento de veículos e comerciais leves acumulou alta de 14,8% no primeiro semestre, em comparação a igual período de 2017, segundo a Fenabrave.

A confiança dos empresários do comércio atingiu 94,7 pontos em julho, baixando 14,1 pontos na comparação com dois meses anteriores14, dados da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS). Movimento semelhante foi evidenciado pela intenção de consumo das famílias – o ICF declinou em julho (74,0 pontos), em relação a maio (77,1 pontos), sobretudo pela piora na avaliação das famílias com renda superior a dez salários mínimos.

Os resultados relativos ao setor de serviços também foram influenciados pela paralisação dos serviços de transportes, segmento que acumulou retração de 4,1% no trimestre até maio, em relação ao imediatamente anterior. No agregado, o volume de serviços prestados caiu 4% no trimestre encerrado em maio, ante alta de 1,4% no finalizado em fevereiro, segundo dados dessazonalizados da PMS do IBGE.

14/ 100 pontos indicam neutralidade.

Tabela 5.2.1 – Evolução do PIB e VAB – RS

%

Discriminação Peso 1/ 2017 / I Trim. 2018 /

2016 I Trim. 2017

PIB 100,0 1,0 -0,8

VAB 87,3 1,2 -0,8

Agropecuária 9,7 11,4 -8,5

Indústria 18,8 0,2 0,3

Construção civil 5,0 -9,0 6,4

Comércio 16,1 10,3 6,1

Serviços 50,4 -1,8 -1,9

Fonte: Fipe

1/ Pesos referentes ao primeiro trimestre de 2018.

85

90

95

100

Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

IBC-Br IBCR-RS

Gráfico 5.2.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Rio Grande do SulDados dessazonalizados Média móvel trimestral (2014 = 100)

70

75

80

85

90

95

100

105

Mai2015

Ago Nov Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

Comércio ampliado Serviços IndústriaFonte: IBGE

Gráfico 5.2.2 – Comércio, serviços e indústria – RS Dados dessazonalizadosMédia móvel trimestral (2012 = 100)

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 61

Em função da melhora gradual da economia, o mercado de trabalho formal registrou criação de 688 postos no trimestre encerrado em maio (-10,2 mil vagas em igual período de 2017), de acordo com dados do Caged/MTb. O resultado, que destacou o aumento do emprego na indústria de transformação e no setor de serviços, foi mitigado pela extinção de vagas na agropecuária (término da colheita em lavouras permanentes).

A taxa de desocupação atingiu 8,5% no primeiro trimestre de 2018, com recuo de 0,6 p.p. em relação a igual período do ano anterior, de acordo com a PNAD Contínua do IBGE. A despeito disso, houve reduções de 1,3% no rendimento médio e de 1,8% na massa salarial, em termos reais. Comparativamente ao último trimestre de 2017, descontados fatores sazonais, a desocupação diminuiu 0,4 p.p., para 8,0%, desempenho que decorreu da maior retração na força de trabalho (1,8%), relativamente à ocupação (1,4%).

O mercado de crédito no estado tem mostrado maior dinamismo, com expansão nos segmentos de pessoas jurídicas e pessoas físicas. O saldo total de operações de crédito totalizou R$209,2 bilhões em maio, variando 1,7% no trimestre e 6,1% em doze meses. No trimestre, o crédito para pessoas jurídicas expandiu 2,2%, sobressaindo as operações para a indústria de alimentos e bebidas. As operações para pessoas físicas cresceram 1,4% na margem, destacando os empréstimos consignados e os financiamentos imobiliários. A inadimplência total permaneceu em 3%, estável em relação ao trimestre finalizado em fevereiro de 2018.

Seguindo mesma tendência do Sul, o estado deverá apresentar queda na produção de grãos em 2018. A estimativa de redução de 8,5% na safra, em relação à de 2017 – ano de produção recorde (35,4 milhões de toneladas) –, é explicada principalmente pela base de comparação elevada, pelo atraso no plantio das lavouras de arroz e pela estiagem que atingiu o estado no início desse ano.

A produção industrial, reverberando os efeitos da parada dos transportadores de carga, assinalou expressiva retração no trimestre até maio, conforme dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE, que destacou as quedas na fabricação de alimentos e de outros produtos químicos. Ainda que impactado por esse evento, o índice de confiança se manteve em área que aponta para otimismo dos empresários do

4

5

6

7

8

9

10

I Tri II Tri III Tri IV Tri

2015 2016 2017 2018

Fonte: IBGE (PNAD Contínua)

Gráfico 5.2.3 – Taxa de desocupação – RS%

-10

-5

0

5

10

Fev2016

Mai Ago Nov Fev2017

Mai Ago Nov Fev2018

Mai

PF PJ Total

Gráfico 5.2.4 – Evolução do saldo das operações de crédito – Rio Grande do Sul1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 5.2.2 – Produção agrícola – Rio Grande do SulItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2018 2018/2017

Grãos 77,5 32 404 -8,5

Soja 49,0 17 387 -7,2

Arroz 15,7 8 131 -6,9

Milho 7,7 4 528 -25,3

Trigo 3,4 1 557 27,0

Feijão 0,6 96 -3,0

Outras lavouras

Fumo 7,4 368 -11,1

Mandioca 3,1 1 003 -6,0

Uva 1,7 839 -12,4

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2016.

2/ Estimativa segundo o LSPA de junho de 2018.

62 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

setor – o Icei da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) atingiu 50,7 pontos15 em julho, refletindo piora na percepção dos empresários, na comparação com a avaliação de maio (56,6 pontos).

O superavit da balança comercial do estado alcançou US$5,6 bilhões no primeiro semestre de 2018. As exportações cresceram 28,6% no período, impulsionadas pelo registro da venda de plataforma de petróleo (US$1,5 bilhão) e pelos incrementos nas vendas de soja, celulose e fumo. No mesmo sentido, as importações elevaram-se 14,8%, destacando-se as aquisições de combustíveis, automóveis e veículos de carga.

O IPCA da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) acelerou no segundo trimestre de 2018, em comparação com o primeiro, pelos aumentos na variação dos preços livres e, principalmente, dos preços monitorados (energia elétrica residencial, 15,15%, e gasolina, 9,69%). O comportamento dos preços livres foi impactado pela alta mais intensa nos seus três subgrupos, destacando a elevação em alimentação no domicílio, especialmente em tubérculos e leites e derivados. O índice de difusão situou-se em 53% no trimestre findo em junho, ante 50,8% no encerrado em março.

Em doze meses até junho, o IPCA da RMPA acumulou alta de 4,98% (2,54% em 2017), com acentuada aceleração dos preços monitorados (gasolina e energia elétrica residencial) e em menor intensidade dos preços livres.

15/ 50 pontos indicam neutralidade.

Tabela 5.2.3 – Produção industrial – Rio Grande do Sul

Geral e atividades selecionadas

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2018

Fev2/ Mai2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 5,1 -4,5 -0,2

Produtos alimentícios 16,4 4,3 -8,6 -3,2

Veículos, reboques e carrocerias 13,8 8,8 3,0 7,0

Máquinas e equipamentos 12,0 1,1 4,4 -6,7

Outros produtos químicos 10,3 0,5 -8,8 -1,5

Artef. couro e calçados 8,9 2,8 -5,3 -2,9

Produtos de metal 8,5 3,7 2,9 5,8

Produtos de borracha e plástico 5,0 -3,9 -3,3 2,9

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

-5

0

5

10

15

20

25

Dez2015

Mar2016

Jun Set Dez Mar2017

Jun Set Dez Mar2018

Jun

Alimentação no domicílio Bens industrializados

Serviços Monitorados

Gráfico 5.2.5 – IPCA – RMPAVariação % em 12 meses

Fontes: IBGE e BCB

Tabela 5.2.4 – Comércio exterior – RS

Janeiro-junho

US$ milhões

Discriminação 2017 2018 Var. %

Exportações 8 299 10 673 28,6

Importações 4 397 5 049 14,8

Saldo comercial 3 902 5 624 44,1

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 5.2.5 – IPCA – RMPA

Variação % no período

Discriminação Pesos1/ 2017 2018

III Tri IV Tri I Tri II Tri

IPCA 100,0 0,28 1,15 0,87 2,60

Livres 74,4 -0,60 0,63 0,52 1,58

Alimentação no domicílio 17,4 -3,43 -0,06 2,29 3,32

Bens industrializados 24,0 -0,49 1,04 -0,27 1,44

Serviços 32,9 0,86 0,70 0,19 0,78

Monitorados 25,6 3,07 2,75 1,92 5,60

Fonte: IBGE

1/ Referentes a junho de 2018.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 63

Inferências nacionais a partir dos indicadores regionais

A recuperação econômica segue em ritmo mais gradual do que o previsto no início do ano, conforme se depreende da avaliação de curto prazo dos principais indicadores econômicos. O processo de retomada, que vinha sendo esboçado até abril, teve sua dinâmica afetada pela paralisação do setor de transporte de cargas em maio, dificultando a leitura da evolução recente da atividade econômica. Dessa forma, os resultados na margem refletem os efeitos desse evento, mas há evidências de reação em horizonte mais longo, sinalizando a continuidade do processo de recuperação da economia brasileira. Regionalmente, houve impacto generalizado da referida paralisação, mas com intensidades distintas, refletindo particularidades da estrutura das economias locais.

Refletindo o impacto da paralisação sobre o setor produtivo, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br) recuou 1,5% em maio, em relação ao trimestre terminado em fevereiro, após cinco trimestres de elevação. Regionalmente, a retração foi disseminada, porém menos intensa no Sudeste e no Centro-Oeste. Na primeira região, observou-se aumento do comércio acima da média nacional e retrações na indústria e em serviços não financeiros, porém menores do que as assinaladas para o país. No Centro-Oeste, a despeito da queda da produção industrial, a trajetória resultou da combinação do bom resultado do comércio e do pequeno recuo no volume de serviços prestados. De outra parte, o Nordeste assinalou a maior retração, repercutindo menor dinamismo das vendas varejistas e da produção industrial.

O volume de vendas do comércio ampliado assinalou maior ritmo de expansão no trimestre encerrado em maio, comparativamente ao finalizado em fevereiro, tendo sido menos afetado pela suspensão dos transportes de cargas, quer pelos estoques disponíveis, quer pela antecipação de compras, em razão do temor de desabastecimento. Todas as regiões apresentaram aceleração das vendas do comércio ampliado, em especial no Centro-Oeste

6Tabela 6.1 – Índice de Atividade Banco Central – IBC

Brasil e regiões1/

%

Discriminação 2017 2018

Mai Ago Nov Fev Mai

Brasil 1,0 0,2 0,4 1,1 -1,5

Norte 2,4 0,2 0,7 1,9 -1,6

Nordeste 1,5 -0,1 0,2 -0,1 -2,3

Centro-Oeste 0,9 2,6 -1,2 -0,6 -0,7

Sudeste 0,1 0,8 0,7 0,1 -0,6

Sul 2,1 0,2 -0,1 0,1 -1,5

1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal.

O resultado nacional não representa necessariamente a média dos resultados

regionais.

Tabela 6.2 – Índice de volume de vendas

Brasil e regiões1/

Variação percentual

Discriminação 2017 2018

Mai Ago Nov Fev Mai

Comércio varejista

Brasil 0,8 1,7 0,1 0,3 1,6

Norte 2,9 2,4 1,9 0,4 2,3

Nordeste 0,6 0,6 0,5 0,6 0,7

Centro-Oeste -2,8 1,3 0,0 -1,7 1,5

Sudeste -0,1 2,5 0,1 -0,3 1,5

Sul 3,6 1,7 1,6 0,9 1,5

Comércio ampliado

Brasil 0,9 3,4 1,0 0,7 1,3

Norte 3,2 3,3 3,1 1,6 1,9

Nordeste 0,5 2,6 0,6 -0,2 1,6

Centro-Oeste 0,1 1,5 0,6 -0,5 2,6

Sudeste -0,4 3,8 0,9 1,3 1,5

Sul 4,1 4,1 1,5 1,0 1,4

Fontes: IBGE e BCB

1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal.

64 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

e no Norte. Apesar da deterioração na percepção do cenário econômico, em razão da suspensão mencionada, o Icec da CNC, indicador antecedente das vendas do comércio, seguiu em zona que aponta otimismo nas avaliações dos empresários do setor. Registre-se que essas boas perspectivas refletem, em particular, a forte recuperação do mercado automotivo, em linha com a evolução favorável do crédito para o setor.

A atividade no setor de serviços vem oscilando na margem, sendo que, no trimestre até maio, repercutiu os efeitos diretos da greve do setor de cargas. O volume de serviços caiu 1,4% no período, com recuo mais intenso na subdivisão de transporte terrestre. Apesar do impacto da paralisação ter sido disseminado, as retrações regionais mostraram disparidades significativas, tendo sido mais intensas no Sul e no Nordeste. Nessas regiões, dentre as demais atividades, houve decréscimo no volume de serviços prestados às empresas, na primeira, e de outros serviços, na segunda.

O mercado de trabalho formal, cuja reação arrefecera no trimestre anterior, demonstrou expansão mais consistente no trimestre encerrado em maio, gerando vagas em ritmo significativamente superior ao ocorrido no mesmo período de 2017. Ressalte-se a criação de postos no setor de serviços e, ainda que em menor número, na construção civil, após quatorze trimestres de desligamentos líquidos. Regionalmente, destacaram-se os novos postos de trabalho no Sudeste, especialmente no setor de serviços, seguido pela indústria de transformação.

A taxa de desocupação, divulgada pela PNAD Contínua do IBGE, após apresentar redução no último trimestre de 2017, voltou a subir no primeiro trimestre de 2018. O movimento refletiu a maior redução do pessoal ocupado, relativamente à redução da força de trabalho, variações consistentes com o padrão sazonal. Na avaliação interanual, a taxa de desocupação recuou, destacando a contribuição dos empregados sem carteira assinada. O menor desemprego relativo foi observado em todas as regiões, como resultado do aumento generalizado da ocupação acima do aumento da força de trabalho. No Sul, que apresenta historicamente a menor taxa de desocupação entre as regiões, o aumento da ocupação foi acompanhado pela redução da força de trabalho.

O mercado de crédito registrou evolução favorável na avaliação trimestral, evidenciada pela ampliação

Tabela 6.3 – Volume de serviços

Brasil e regiões1/

%

Discriminação 2017 2018

Mai Ago Nov Fev Mai

Brasil -1,6 1,1 -0,8 0,3 -1,4

Norte -0,5 0,6 -2,1 -1,6 -0,8

Nordeste -3,6 -1,0 -1,4 -0,8 -2,6

Centro-Oeste -0,1 1,2 0,2 -1,0 -0,9

Sudeste -1,6 1,1 -0,6 0,7 -0,6

Sul 0,3 2,1 -1,5 0,5 -3,1

Fontes: IBGE e BCB

1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal.

Tabela 6.4 – Geração de postos de trabalho1/

Mil

Discriminação 2017 2018

Mai Ago Nov Fev Mai

Brasil 30,5 81,2 98,7 -189,5 205,7

Norte -8,8 10,5 9,2 -16,9 5,6

Nordeste -30,2 31,6 71,2 -66,3 1,5

Centro-Oeste 16,5 25,2 -17,0 0,0 22,0

Sudeste 56,4 22,7 -11,9 -117,4 155,5

Sul -3,3 -8,7 47,2 11,1 21,0

Fonte: MTb

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês indicado.

Tabela 6.5 – Taxa de desocupação

%

Discriminação1/ 2017 2018

I Tri II Tri III Tri IV Tri I Tri

Brasil 13,7 13,0 12,4 11,8 13,1

Norte 14,2 12,5 12,2 11,3 12,7

Nordeste 16,3 15,8 14,8 13,8 15,9

Centro-Oeste 12,0 10,6 9,7 9,4 10,5

Sudeste 14,2 13,6 13,2 12,6 13,8

Sul 9,3 8,4 7,9 7,7 8,4

Fonte: IBGE

1/ Taxa trimestral.

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 65

dos empréstimos no segmento de pessoas físicas e de financiamento às empresas. Com exceção da estabilidade assinalada pelo crédito a pessoas jurídicas no Nordeste, o crescimento deu-se em ambos os segmentos em todas as regiões, mostrando evolução compatível com o ciclo da política monetária. O estoque das operações16 realizadas no país avançou 1,5% em maio, considerada a variação em doze meses, resultado da combinação do aumento no saldo de contratações com pessoas físicas e redução no de pessoas jurídicas. Nessa base de comparação, houve avanços em todas as regiões, com exceção do Sudeste, onde o financiamento empresarial responde pela maior parcela das operações de crédito. Ressalte-se que as operações com pessoas jurídicas reverteram as trajetórias no Norte, Centro-Oeste e Sul, que passaram a assinalar crescimentos na avaliação de doze meses, após longo período de retração. Diversamente, o crescimento das operações de crédito no Nordeste foi sustentado pelas contratações com pessoas físicas, haja vista o forte recuo no financiamento às empresas, concentrada em operações para a construção e para o comércio.

A recuperação da atividade econômica repercutiu sobre a arrecadação do ICMS, que cresceu em termos reais17, no acumulado de doze meses encerrados em fevereiro, em todas as regiões do país. Apesar da melhora da arrecadação, o resultado primário dos governos subnacionais, em conjunto, situou-se em patamar inferior ao observado no mesmo período de 2017. Essa trajetória decorreu, em grande parte, da reversão de superavit para deficit dos resultados fiscais no Sul e no Nordeste, atenuada pela forte elevação no superavit do Sudeste. A redução de 4,0% na apropriação de juros no período não foi suficiente para compensar a piora do resultado primário, levando a aumento do deficit nominal e da dívida líquida dos governos subnacionais, que totalizou R$826,7 bilhões em maio, ante R$801,0 bilhões ao final de 2017.

Sob a ótica da oferta, após a produção agrícola recorde de 2017, que dinamizou a economia em diversas regiões, estima-se recuo moderado da produção em 2018. A safra nacional de grãos deverá totalizar 227,9 milhões de toneladas, de acordo com o LSPA de junho do IBGE, 5,3% abaixo da observada no ano anterior. Regionalmente, estima-se crescimento apenas para a safra nordestina, beneficiada por estação chuvosa mais favorável, que deverá refletir, em especial, maiores colheitas de feijão, soja e milho.

16/ Consideraram-se as operações superiores a R$1 mil.17/ Corrigidas pelo IGP-DI.

Tabela 6.6 – Operações de crédito do SFN1/

Maio de 2018

R$ bilhões

Discriminação Saldo Variação percentual (%)

PJ PF Total Trimestre 12 meses

PJ PF Total PJ PF Total

Brasil 1 393 1 667 3 060 1,0 1,9 1,4 -4,1 6,6 1,5

Norte 40 81 121 2,3 2,4 2,4 0,2 7,7 5,1

Nordeste 142 265 407 0,0 2,2 1,4 -5,4 7,6 2,7

Centro-Oeste 132 216 349 3,1 1,7 2,2 0,2 7,6 4,7

Sudeste 845 766 1 611 0,3 2,1 1,1 -5,9 6,1 -0,6

Sul 234 338 572 2,5 1,1 1,6 0,9 6,3 4,0

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 6.7 – Necessidades de financiamento

de estados e municípios1/

R$ milhões

Região

Mai/2017 Mai/2018

Norte -1 891 -318

Nordeste -4 452 1 467

Centro-Oeste -183 -681

Sudeste -2 200 -7 849

Sul -1 465 2 900

Total -10 191 -4 481

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios.

(-) superavit (+) deficit

Resultado primário

(Fluxo 12 meses)

Tabela 6.8 – Estimativa da produção anual de grãos1/

Brasil e regiões

Em milhões de toneladas

Discriminação Peso2/ Variação %

2017 2018 2018/2017

Brasil 100,0 240,6 227,9 -5,3

Norte 3,8 8,9 8,5 -4,1

Nordeste 6,2 17,9 20,6 15,3

Centro-Oeste 40,1 105,9 101,1 -4,6

Sudeste 11,9 23,9 22,8 -4,7

Sul 38,0 84,0 74,8 -10,9

Fonte: IBGE

1/ Cereais, leguminosas e oleaginosas.

2/ Participação no valor da produção nacional de cereais, leguminosas e

oleaginosas – PAM 2016.

3/ Estimativa segundo o LSPA de junho de 2018.

Produção3/

66 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

No Centro-Oeste, principal região produtora de grãos, o recuo mais intenso será nas safras de milho e feijão, que foram mais afetadas pelo clima adverso. Por seu turno, a estimativa de queda mais intensa no Sul reflete reduções nas principais culturas – soja, arroz e, principalmente, milho.

A indústria nacional, após três trimestres de crescimento, assinalou recuo de 3,8% na produção do período finalizado em maio, em comparação ao imediatamente anterior. Esse resultado foi influenciado, em grande parte, pela paralisação do setor de transporte de cargas que levou ao decréscimo da produção, por insuficiência de matérias-primas e insumos (das 25 atividades, 22 tiveram a produção reduzida no trimestre). Regionalmente, as menores reduções da atividade industrial ocorreram no Norte e no Sudeste, refletindo a maior participação setorial e os bons resultados da indústria extrativa. De outra parte, a indústria do Centro-Oeste foi penalizada pela imposição de barreiras às exportações de carne brasileiras, com impacto sobre os frigoríficos da região, que tiveram que redirecionar produtos para o mercado interno e reduzir a atividade.

O nível de confiança dos empresários industriais, que já vinha sinalizando arrefecimento na trajetória de recuperação, foi afetado na margem pela suspensão dos serviços de transporte e pela incerteza gerada no processo de negociação do valor mínimo do frete. A despeito disso, a média nacional do Icei da CNI se manteve em zona de otimismo (53,9 pontos), resultado da combinação da deterioração das condições atuais e de perspectivas otimistas para os próximos seis meses. Esse comportamento de ambos os componentes do indicador foi observado em todas as regiões.

O comércio externo, favorecido pelo cenário de expansão global, registrou superavit comercial elevado no primeiro semestre de 2018. Apesar do bom desempenho, houve queda no saldo em relação ao mesmo período do ano anterior, em função do crescimento das importações acima das exportações, repercutindo a retomada da atividade. No comércio externo do Norte, Sudeste e Sul, destaque para as importações de bens de capital, além das compras de combustíveis, na primeira, e de bens de consumo, na última. No Nordeste, a evolução do comércio externo esteve associada, em especial, ao comportamento dos preços. No Centro-Oeste, sobressaíram as contribuições de soja, celulose e milho para a ampliação dos embarques, e as menores compras

Tabela 6.9 – Produção física da indústria

Brasil e regiões1/

%

Discriminação Peso2/ 2017 2018

Mai Ago Nov Fev Mai

Brasil 100,0 -0,6 1,8 0,6 2,1 -3,8

Norte 5,9 -0,1 5,2 0,9 5,3 -1,4

Nordeste 9,5 1,1 0,2 -0,4 -0,6 -2,6

Centro-Oeste 3,5 -0,6 3,1 2,0 -2,3 -6,3

Sudeste 62,7 0,0 3,5 1,0 0,2 -1,7

Sul 18,5 -1,2 1,2 -0,3 2,8 -3,4

Fontes: IBGE e BCB1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal.2/ Participação no Valor da Transformação Industrial (VTI), segundo a PIA 2010.

Tabela 6.10 – Balança comercial regional – FOB

Janeiro-Junho

US$ bilhões

Região

2017 2018 2017 2018 2017 2018

Total 107,7 113,8 71,5 83,8 36,3 30,0

Norte 8,5 9,0 4,9 6,4 3,6 2,6

Nordeste 8,0 8,4 9,6 10,0 -1,6 -1,6

Centro-Oeste 14,0 15,6 4,2 4,0 9,8 11,6

Sudeste 52,8 52,8 37,1 45,0 15,7 7,8

Sul 21,5 23,6 15,7 18,3 5,8 5,4

Outros1/ 2,9 4,3 0,0 0,1 2,9 4,2

Fonte: MDIC/Secex1/ Referem-se a operações não classificadas regionalmente.

Exportações Importações Saldo

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 67

de medicamentos e fertilizantes para a redução das importações.

A inflação, medida pela variação do IPCA, aumentou de forma expressiva na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2018, trajetória disseminada em todas as regiões. Essa aceleração no trimestre refletiu a maior variação dos preços livres e, sobretudo, dos monitorados, e teve como principais pressões altistas o acionamento da bandeira tarifária vermelha (patamar 2), os efeitos da paralisação do transporte rodoviário de cargas, o reajuste em combustíveis e o impacto da desvalorização cambial. Considerando a variação em doze meses, o IPCA passou de 2,68% em março para 4,39% em junho de 2018, repercutindo as maiores altas nos preços monitorados. Em termos regionais, a inflação foi maior no Sudeste e no Sul, regiões cujos itens monitorados detêm maior peso na composição do indicador.

A economia brasileira, que segue operando com elevado grau de ociosidade, repercute a retomada da atividade nas diversas regiões, observando-se, entretanto, arrefecimento no ritmo de recuperação na margem. No trimestre, a paralisação do setor de transporte rodoviário de cargas trouxe impactos negativos sobre o desempenho do setor produtivo e sobre os preços ao consumidor, e contaminou a avaliação desses indicadores. Adicionalmente, ressalve-se que o nível de incerteza relativo ao ritmo de implementação de reformas e de ajustes na economia segue como principal fator de risco para o processo sustentado de crescimento.

Tabela 6.11 – IPCA

Variação trimestral1/

%

Discriminação Peso 2017 2018

Jun Set Dez Mar Jun

IPCA

Brasil 100,0 0,22 0,59 1,14 0,70 1,89

Norte 4,2 -0,12 0,21 0,18 0,68 1,33

Nordeste 14,8 0,35 0,31 0,57 0,42 2,30

Centro-Oeste 7,1 0,30 0,57 2,09 0,07 1,86

Sudeste 57,6 0,17 0,70 1,27 0,87 1,68

Sul 16,3 0,33 0,62 1,14 0,67 2,35

Livres

Brasil 0,25 -0,27 0,68 0,60 0,99

Norte -0,05 -0,96 -0,10 0,70 0,47

Nordeste -0,03 -0,45 0,15 0,34 1,37

Centro-Oeste 0,47 -0,10 0,89 0,39 0,95

Sudeste 0,36 -0,09 0,88 0,66 0,80

Sul 0,15 -0,47 0,76 0,71 1,36

Monitorados

Brasil 0,11 3,28 2,53 0,98 4,52

Norte -0,37 4,45 1,15 0,61 4,22

Nordeste 1,67 2,93 1,96 0,70 5,29

Centro-Oeste -0,23 3,05 5,62 -0,55 4,56

Sudeste -0,40 3,09 2,39 1,46 4,11

Sul 0,92 4,12 2,33 0,56 5,37

Fontes: IBGE e BCB

1/ Refere-se ao trimestre indicado no mês indicado

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 69

O Paraná (PR) é a quinta maior economia do país, com o Produto Interno Bruto (PIB) de R$377,0 bilhões em 2015,1 correspondendo a 6,3% do nacional. O PIB per capita situou-se em R$33,8 mil, ocupando a sexta posição dentre as unidades da federação. Este boxe analisa a evolução da economia paranaense e suas perspectivas de curto prazo.

A composição do Valor Adicionado Bruto (VAB) do estado mostra maior representatividade em algumas atividades relativamente à nacional (Gráfico 1): agropecuária, indústria de transformação, serviços industriais de utilidade pública (que abrange a geração de energia elétrica), comércio e transportes, que correspondem conjuntamente a 49,2% do VAB paranaense. A agropecuária registra a maior diferença em relação à composição do VAB nacional, 4 p.p., com participação de 9% da atividade local.

Economia paranaense

Tabela 1 – Produto Interno Bruto a preços correntespor Mesorregiões Paranaenses Valores nominais

Mesorregiões 2014 2015 Var. %

R$ milhões % R$ milhões % 2015/2014

Metropolitana 148 056 42,5 157 978 41,9 6,7

Norte Central 61 898 17,8 66 737 17,7 7,8

Oeste 41 429 11,9 46 895 12,4 13,2

Centro Oriental 23 276 6,7 25 373 6,7 9,0

Noroeste 16 556 4,8 17 833 4,7 7,7

Sudoeste 14 601 4,2 15 783 4,2 8,1

Centro-Sul 12 736 3,7 14 145 3,8 11,1

Norte Pioneiro 10 907 3,1 12 456 3,3 14,2

Sudeste 9 452 2,7 10 055 2,7 6,4

Centro Ocidental 9 175 2,6 9 706 2,6 5,8

Paraná 348 084 100,0 376 960 100,0 8,3

Brasil 5 778 953 5 995 787 3,8

Fonte: IBGE

Espacialmente, o PIB2 do estado é concentrado na mesorregião Metropolitana de Curitiba (RMC) – participação de 41,9% em 2015 – localização do distrito industrial, refinaria da Petrobrás e parque automotivo. O Norte Central (região de Londrina e Maringá, segunda e terceira cidades mais populosas do PR) e o Oeste (Cascavel, quinta maior em população) também se destacam, com participações de 17,7% e 12,4%, respectivamente. As duas últimas registram forte atuação de cooperativas agropecuárias, que investiram significativamente na fabricação de alimentos (integração vertical), com agregação de valor aos produtos.

Observada a variação nominal do PIB nas 39 microrregiões (Figura 1) em 2015, destacaram-se os desempenhos de Foz do Iguaçu e de Telêmaco Borba (23,5%), essa pelo investimento significativo na expansão e modernização no segmento de fabricação de celulose e papel.

1/ As últimas informações disponíveis sobre o PIB estadual são de 2015, conforme IBGE, Contas Regionais.2/ Os dados de PIB municipal são divulgados pelo IBGE exclusivamente em termos nominais e assinalam crescimento médio de 8,3%

no estado, em 2015, ante o ano anterior.

5,0

2,1

12,2

5,7

2,4

13,3

4,43,4

7,1

9,7

17,2

8,0

4,15,3

9,0

0,2

15,5

5,4 4,4

15,3

5,12,7

4,6

9,2

13,4

6,9

3,8 4,5

02468

101214161820

Agr

opec

uária

Indú

stria

extr

ativ

a

Indú

stria

tran

sfor

maç

ão

Con

stru

ção

civi

l SIU

P

Com

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o

Tra

nspo

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Ser

viço

sin

form

ação

Inte

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Ativ

pro

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adm

Edu

caçã

o e

saúd

e pr

ivad

as

Out

ros

serv

iços

Brasil Paraná

Gráfico 1 – Valor Adicionado Bruto (VAB) – 2015

Fonte: IBGE

%

70 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

Dada a estrutura produtiva estadual – de demanda mais elástica à renda e mais dependente de crédito3, em relação à média nacional –, o processo de redução anual do PIB-PR teve início em 2014 (PIB, -1,5%), e se aprofundou no ano seguinte (PIB, -3,4%) (Gráfico 2). Da mesma forma, o movimento de recuperação iniciou em meados de 2016 (Gráfico 3), em ritmo superior ao observado nacionalmente, baseado na atividade fabril (máquinas e equipamentos) e favorecido pela demanda mundial (celulose e papel). Para 2016 e 2017, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) estima variações de -2,3% e 2,5% no PIB estadual, respectivamente.

Comparativamente aos demais estados do Sul, o comércio varejista paranaense, menos afetado no início do recente ciclo recessivo, reagiu de forma mais lenta ao longo de 2017, sustentado pelas vendas de material de construção – aparentemente impulsionadas pela liberação de recursos de contas inativas do FGTS –, e de hipermercados e supermercados, favorecidas pelo recuo na inflação (Gráfico 4). A oscilação recente na

Figura 1 – Variação no Produto Interno Bruto, por Microrregião – Paraná – 2015/2014

Fonte: IBGE

0,0 - 4,7

18,8 - 23,5

4,7 - 9,4

14,1 - 18,8

9,4 - 14,1

Variação % 2015/2014

3/ Sobre esse tema ver boxes “Efeitos da Crise Mundial Sobre a Economia Brasileira – Uma perspectiva regional”, e “A Crise Econômica Mundial e as Economias Regionais”, nas edições de janeiro e abril de 2009, respectivamente.

95

100

105

110

115

120

125

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018*

Brasil Sul PR

Fontes: BCB, IBGE e IpardesNota: Estimativas para 2016 e 2017 são do BCB (região; 2018* Boletim Focus) e do Ipardes (PR).

Gráfico 2 – PIB real – Série encadeada1/

Índice base 2008 = 100

-6

-4

-2

0

2

4

Mai2014

Set Jan2015

Mai Set Jan2016

Mai Set Jan2017

Mai Set Jan2018

Mai

IBC-Br IBCR-S IBCR-PR

Gráfico 3 – Índice de Atividade Econômica do Banco CentralVariação % acumulada em 12 meses

Fonte: BCB

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 71

intenção de consumo das famílias4 corrobora expectativa de evolução modesta para o volume comercializado (Gráfico 5).

Os efeitos da recente recessão sobre o mercado de trabalho estadual foram relativamente menos intensos do que os verificados em nível nacional. A taxa de desocupação no PR atingiu o maior percentual, 10,3%, no primeiro trimestre de 2017, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), patamar 3,4 p.p. inferior à do país. Todavia, a retração acumulada no rendimento médio real no biênio 2015-2016 foi maior no PR (4,5%) do que no Sul (4,0%) e no Brasil (2,1%), comprometendo recuperação mais expressiva da massa de rendimento real e, consequentemente, da demanda (Gráfico 6). O número de demissões líquidas no mercado formal no estado representou 4,6% e 5% do total de vagas eliminadas em nível nacional em 2016 e 2017, sugerindo menor precarização do mercado de trabalho paranaense (Gráfico 7).

O setor de serviços respondeu por 38,3% dos novos postos de emprego formal, na média de 2014-2017, seguido pelas contratações no comércio e na indústria, ambos com participação de 26%. Considerada a variação no estoque de trabalhadores, a recuperação da atividade econômica ocorreu em 26 das 39 microrregiões paranaenses, com destaque para a expansão de 1% na indústria e o recuo de 5,4% na construção. Sete segmentos da transformação responderam por 63% da variação no emprego na passagem de 2016 para 2017 (Figura 2).

Relativamente ao montante de crédito no triênio 2015-2017, a retração real de 14,8% no estoque do PR, para R$210,9 bilhões, foi superior à do Sul (13,3%), porém abaixo da observada para o país (15,4%) (Gráfico 8). Destaque para a contração mais acentuada nas operações com pessoas jurídicas (29,7%), com participação

4/ O indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), com intervalo de 0 a 200, avalia o grau de satisfação/insatisfação dos consumidores, relativamente às suas condições de emprego, renda e capacidade de consumo. O índice de 100 é a fronteira entre insatisfação e satisfação. Em julho alcançou 104,9, variações de 0,5% e 16,4% ante o mês anterior e igual mês de 2017, respectivamente.

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

2014 2015 2016 2017 2018*Comércio varejista Comércio ampliadoVeículos, motos, partes e peças Material de construçãoHiper., super., prod. alim., bebidas

Gráfico 4 – Volume de vendas no comércioVariação % acumulada em 12 meses

Fonte: IBGENota: * Até maio.

75

80

85

90

95

100

105

110

Jan2014

Mai Set Jan2015

Mai Set Jan2016

Mai Set Jan2017

Mai Set Jan2018

Mai

Brasil Sul Paraná

Gráfico 5 – Comércio varejista ampliadoDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2014 = 100

Fontes: IBGE e BCB

-30

-20

-10

0

10

20

30

-250

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

250

Jan2014

Mai Set Jan2015

Mai Set Jan2016

Mai Set Jan2017

Mai Set Jan2018

Mai

Brasil (esq.) Sul PR

Gráfico 7 – Criação de novos empregos formais Em 12 meses

MilMil

Fonte: MTb/Caged

-6

-4

-2

0

2

4

6

I Tri 2014

I Tri 2015

I Tri 2016

I Tri 2017

I Tri 2018

Brasil Sul PR

Fonte: PNAD Contínua (IBGE)

Gráfico 6 – Massa de rendimento realVariação % tri/tri-4

72 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

de 40% no total contratado, reflexo da diminuição nas contratações com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (37,6%), de capital de giro (37,2%) e financiamentos rurais (7,4%). Setorialmente, sobressaíram as reduções no crédito para a construção civil (47,5%), indústrias de transformação (37,8%) e comércio em geral (21,9%). Em contraste, o saldo das operações direcionadas à agropecuária observou aumento de 3,7% no mesmo triênio. O segmento de pessoas físicas, responsável por 60% do total do crédito concedido, recuou 1,1% no acumulado 2015-2017, especialmente no financiamento de veículos (31,3%) e financiamentos rurais (5,8%). O montante das operações de financiamentos imobiliários e de crédito consignado, com participação conjunta de 47,6% no total do crédito a pessoas físicas no estado, apresentou taxas de crescimento real positivas na mesma base de comparação (Gráfico 9). Os dados do Sistema de Informações de Créditos (SCR)5 indicam nível de inadimplência inferior à média do país para o estado e a região.

Figura 2 – Variação no emprego nos principais segmentos da Indústria de Transformação, por Microrregião – Paraná – 2017/2016 Produtos alimentícios

Veículos automotores, reboques e carrocerias

Máquinas, aparelhos e materirias elétricos

Celulose, papel e produtos de papel

Produtos Farmoquímicos e farmacêuticos

Confecção de artigos do vestuário e acessórios

Fabricação de móveis

Fabricação de máquinas e equipamentos

Menor que 5,0% Entre 5,1% e 9,9% Maior que 10%

Fontes: MTb, RAIS e Caged

5/ O Sistema de Informações de Créditos (SCR) do Banco Central do Brasil contempla, desde 2012, informações individualizadas sobre operações de crédito a partir de R$1 mil.

-16

-12

-8

-4

0

4

8

2015PF

2016 2017 2015PJ

2016 2017 2015Total

2016 2017

Brasil Sul PR

Gráfico 8 – Taxa de crescimento real do saldo das operações de crédito%

Fonte: BCB

-25

-15

-5

5

15

25

-25

-15

-5

5

15

25

2014PessoaFísica

2015 2016 2017 2014PessoaJurídica

2015 2016 2017

Fin. imobiliário Consignado Fin. rurais Fin. de veículos

BNDES Cap. de giro Fin. rurais Fin. à exportação

Gráfico 9 – Taxa de crescimento real do saldo das operações de crédito, por modalidade – Paraná

Fonte: BCB

% %

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 73

No que se refere às condições de oferta, o Paraná respondeu por 18,9% da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2016 (Produção Agrícola Municipal – PAM 2016) e 17,3% na safra recorde colhida em 2017 (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – LSPA), favorecida por condições climáticas excepcionais que contribuíram para a colheita de 41,6 milhões de toneladas de grãos, boa parte convertida ao longo da cadeia produtiva de alimentos (proteína animal) e destinada ao mercado interno, paralelamente às exportações.

O retorno aos patamares históricos de produtividade resulta em estimativa de produção de 36 milhões de toneladas em 2018, retração de 13,1%, comparativamente ao ciclo produtivo anterior, impactada pelo desempenho do milho. O cultivo do cereal na primeira safra foi prejudicado por estiagem durante o plantio e excesso de chuvas na época da colheita. Já na segunda safra ficou suscetível à falta de umidade e geada, que também afetaram a lavoura de feijão. Observou-se crescimento na área colhida de soja e feijão, na safra de verão, e de trigo, cevada e aveia, na de inverno, ainda em andamento.

Seis das treze atividades pesquisadas pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PR) respondem por 68% do Valor da Transformação da Indústria do estado (VTI, Pesquisa Industrial Anual – PIA 2015), com destaque para fabricação de produtos alimentícios; veículos automotores, reboques e carrocerias; e coque, refino de petróleo e produção de biocombustíveis.

Após três anos de queda, a produção da indústria paranaense iniciou retomada em meados de 2016, revertendo para crescimento de 4,4% no volume produzido em 2017 (Gráfico 10). Observou-se expansão em nove segmentos, com destaque para máquinas e equipamentos, veículos e celulose e papel, os dois últimos em cenário externo benigno, de diversificação de destinos e otimismo com possível melhoria no ambiente econômico na Argentina, segundo maior parceiro comercial do estado.

Contudo, a diminuição na confiança do setor empresarial doméstico, a instabilidade recente no cenário internacional, refletida na volatilidade da taxa de câmbio, e a reversão do ambiente econômico no país vizinho poderão influenciar o ritmo da recuperação (Gráfico 11).

Tabela 2 – Produção agrícola – Paraná

Itens selecionados

2017 2018

Grãos2/ -1,3 41 555 36 117 -13,1

Soja 5,3 19 818 19 267 -2,8

Milho -15,9 18 312 12 316 -32,7

1ª safra -35,7 4 932 2 888 -41,5

2ª safra -11,7 13 380 9 428 -29,5

Trigo 10,6 2 212 3 358 51,8

Feijão -10,9 715 587 -17,9

1ª safra 0,9 368 308 -16,4

2ª safra -19,8 342 275 -19,6

3ª safra -31,1 4 4 -18,6

Cevada 8,6 166 252 52,0

Arroz -7,4 165 131 -20,6

Aveia 9,5 132 169 27,6

Outras lavouras

Cana-de-açúcar -3,1 45 500 45 397 -0,2

Mandioca 1,2 3 047 3 270 7,3

Batata-inglesa -10,1 926 855 -7,6

Fumo 3,8 188 190 1,3

Tomate -38,2 261 174 -33,3

Café -18,7 72 60 -16,7

Fonte: IBGE

1/ Estimativa segundo o LSPA de junho de 2018.2/ Cereais, leguminosas e oleaginosas, por valor da produção – PAM2016.

Produção em mil

toneladas1/

Variação % na área colhida

2018/2017

Variação % na produção 2018/2017

Discriminação

-40

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

2014 2015 2016 2017 2018*

Ind. transformação Prod. alimentíciosVeículos automotores Coque, der. petról. e biocom.Máquinas e equipamentos Celulose e papel

Gráfico 10 – Indústria de transformação – ParanáVariação % acumulada em 12 meses

Fonte: IBGENota: * Até maio.

74 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

O setor externo também contribuiu para a retomada da atividade econômica estadual no último biênio. O crescimento no saldo da balança comercial refletiu a reversão, para crescimento, nas exportações, de 1,8% em 2016 e 19,2% em 2017, quando foram favorecidas pela safra recorde de grãos, haja vista a participação média de 49,1% de produtos básicos nas vendas externas do PR. As importações expandiram 3,8% nesse ano, coerente com a recuperação no setor fabril e concomitante à diminuição de estoques na indústria, dada a participação média de 60,9% dos bens intermediários no total das aquisições paranaenses.

As perspectivas para a atividade econômica estadual seguem positivas. O arrefecimento observado na margem para alguns setores não compromete a trajetória de recuperação verificada nos últimos trimestres, corroborando o movimento de superação do período recessivo e consolidação gradual da retomada econômica.

80

85

90

95

100

105

Jan2014

Mai Set Jan2015

Mai Set Jan2016

Mai Set Jan2017

Mai Set Jan2018

Mai

Brasil Sul Paraná

Gráfico 11 – Produção industrial – Indústria GeralDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2012 = 100

Fontes: IBGE e BCB

-150

150

450

750

0

300

600

900

1 200

1 500

1 800

Jan2014

Jul Jan2015

Jul Jan2016

Jul Jan2017

Jul Jan2018

Saldo (eixo dir.) Exportação Importação

Fonte: MDIC

Gráfico 12 – Balança comercial – ParanáMédia móvel 12 meses, em US$ milhões

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 75

Apêndice

Banco Central do Brasil

Representações Regionais do Departamento Econômico do Banco Central do Brasil

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 77

Banco Central do Brasil

Presidente Ilan Goldfajn

Diretor de Polí tica Econômica Carlos Viana de Carvalho

Chefe do Departamento Econômico Tulio José Lenti Maciel

Representações Regionais do Departamento Econômico

Coordenação Regional do Norte e Nordeste

Núcleo da Coordenação Regional do Norte e Nordeste na Bahia

Núcleo da Coordenação Regional do Norte e Nordeste no Pará

Núcleo da Coordenação Regional do Norte e Nordeste em Pernambuco

Coordenação Regional do Sudeste

Núcleo da Coordenação Regional do Sudeste em Minas Gerais

Núcleo da Coordenação Regional do Sudeste no Rio de Janeiro

Coordenação Regional do Sul

Núcleo da Coordenação Regional do Sul no Paraná

78 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

Representações Regionais do Departamento Econômico do Banco Central do Brasil

Coordenação Regional do Norte e Nordeste Av. Heráclito Graça, 273 – Centro Caixa Postal 891 60140-061 – Fortaleza (CE) E-mail: [email protected]

Núcleo da Coordenação Regional do Norte e Nordeste na Bahia Av. Anita Garibaldi, 1.211 – Ondina Caixa Postal 44 40210-901 – Salvador (BA) E-mail: [email protected]

Núcleo da Coordenação Regional do Norte e Nordeste no Pará Boulevard Castilhos França, 708 – Centro Caixa Postal 651 66010-020 – Belém (PA) E-mail: [email protected]

Núcleo da Coordenação Regional do Norte e Nordeste em Pernambuco Rua da Aurora, 1259 – Santo Amaro Caixa Postal 1.445 50040-090 – Recife (PE) E-mail: [email protected]

Coordenação Regional do Sudeste Av. Paulista, 1804 – Bela Vista Caixa Postal 8.984 01310-922 – São Paulo (SP) E-mail: [email protected]

Núcleo da Coordenação Regional do Sudeste em Minas Gerais Av. Álvares Cabral, 1.605 – Santo Agostinho Caixa Postal 887 30170-001 – Belo Horizonte (MG) E-mail: [email protected]

Núcleo da Coordenação Regional do Sudeste no Rio de Janeiro Av. Presidente Vargas, 730 – Centro Caixa Postal 495 20071-900 – Rio de Janeiro (RJ) E-mail: [email protected]

Coordenação Regional do Sul Rua 7 de setembro, 586 – Centro Caixa Postal 919 90010-190 – Porto Alegre (RS) E-mail: [email protected]

Núcleo da Coordenação Regional do Sul no Paraná Av. Cândido de Abreu, 344 – Centro Cívico Caixa Postal 1.408 80530-914 – Curitiba (PR) E-mail: [email protected]

Julho 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 79

Siglas

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e SocialCaged Cadastro Geral de Empregados e DesempregadosCNC Confederação Nacional do ComércioCNI Confederação Nacional da IndústriaConfaz Conselho Nacional de Política FazendáriaCotepe Comissão Técnica Permanente do ICMSCSP Companhia Siderúrgica do PecémDepec Departamento EconômicoFecomércio-PR Federação do Comércio do Estado do ParanáFecomércio-RS Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do SulFenabrave Federação Nacional da Distribuição de Veículos AutomotoresFGTS Fundo de Garantia do Tempo de ServiçoFGV Fundação Getulio VargasFieam Federação das Indústrias do Estado do AmazonasFieb Federação das Indústrias do Estado da BahiaFiec Federação das Indústrias do Estado do CearáFiemg Federação das Indústrias do Estado de Minas GeraisFiep Federação das Indústrias do Estado do ParanáFiepe Federação das Indústrias do Estado de PernambucoFiergs Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do SulFiesp Federação das Indústrias do Estado de São PauloFipe Fundação Instituto de Pesquisas EconômicasFirjan Federação das Indústrias do Estado do Rio de JaneiroFJP Fundação João PinheiroFundeb Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

Profissionais da EducaçãoIBC-Br Índice de Atividade Econômica do Banco Central – BrasilIBCR Índice de Atividade Econômica RegionalIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaICC Índice de Confiança do ConsumidorIceb Indicador de Confiança do Empresariado BaianoIcec Índice de Confiança do Empresário do ComércioIcei Índice de Confiança do Empresário IndustrialICF Intenção de Consumo das FamíliasICIC Índice de Confiança da Indústria da ConstruçãoICIT Índice de Confiança da Indústria de TransformaçãoICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e ServiçosIDC Consumidor Demanda do Consumidor por Crédito IDC Empresas Demanda das Empresas por Crédito IGP-DI Índice Geral de Preços – Disponibilidade InternaIpardes Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social

80 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Julho 2018

IPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor AmploIpead Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas

GeraisIpece Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do CearáLSPA Levantamento Sistemático da Produção AgrícolaMapa Ministério da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoMDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio ExteriorMTb Ministério do TrabalhoNuci Nível de Utilização da Capacidade Instaladap.p. pontos percentuaisPAM Produção Agrícola MunicipalPIA População em Idade AtivaPIA Pesquisa Industrial AnualPIB Produto Interno BrutoPIM-PF Pesquisa Industrial Mensal – Produção FísicaPMC Pesquisa Mensal do ComércioPMS Pesquisa Mensal de ServiçosPNAD Pesquisa Nacional por Amostra de DomicíliosPNAD Contínua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios ContínuaPR ParanáRMB Região Metropolitana de BelémRMBH Região Metropolitana de Belo HorizonteRMC Região Metropolitana de CuritibaRMF Região Metropolitana de FortalezaRMPA Região Metropolitana de Porto AlegreRMR Região Metropolitana do RecifeRMRJ Região Metropolitana do Rio de JaneiroRMS Região Metropolitana de SalvadorRMSP Região Metropolitana de São PauloSCR Sistema de Informações de CréditoSeade Fundação Sistema Estadual de Análise de DadosSEI Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da BahiaSIF Serviço de Inspeção FederalSTN Secretaria do Tesouro NacionalUFMG Universidade Federal de Minas GeraisVAB Valor Adicionado BrutoVBP Valor bruto da produçãoVTI Valor da Transformação Industrial