jovens de opinião (e.e.josé monteiro boanova)

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JOVENS DE OPINIÃO (memorial pedagógico) Mieli Rivero Montaño Profº de redação E. E. José Monteiro Boanova São Paulo Dezembro de 2014

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Page 1: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

JOVENS DE OPINIÃO

(memorial pedagógico)

Mieli Rivero Montaño

Profº de redação

E. E. José Monteiro Boanova

São Paulo

Dezembro de 2014

Page 2: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

“Nosso papel não é falar ao povo sobre a nossa

visão de mundo, ou tentar impô-la a ele, mas

dialogar com ele sobre a sua e a nossa.”

Paulo Freire – A pedagogia do oprimido.

Page 3: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

Dedicado à Vanessa Montaño,

minha borboleta.

Page 4: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

Agradecimentos:

Tânia Fabichak

Renata Rochiti

Nilse Silvestrine

Raiane P. Cruz

Page 5: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

ÍNDICE

Introdução...............................................................................................................................04

I – Reflexão, debate e produção textual:

o ato de pensar, escrever e corrigir..................................................................................05

II – O conteúdo programático...............................................................................................07

III – Jovens de opinião...........................................................................................................10

A Importância da Tecnologia no Ensino - Erick Fernando Marques da Silva 2ºD

Preconceito ou pré-conceito? - Larissa Martins 2ºD

Sociedade LGB - Aline Santos Rosa – 2ºB

Uma nova geração - Camila Lopes 2ªC

Preconceito contra vegetarianos - Sabrina S. Macêdo - 2ºC

Lados positivos e negativos da tecnologia dentro das escolas - Raiane P.Cruz –2ªB

Tecnologia na escola é mesmo necessário? - Vitória Ramos – 2ºC

A tecnologia no aprendizado – Laura Guidugli Godo - 2ºA

Preconceito linguístico, até quando? - Renan Gouveia -2ºC

A consequência do capitalismo selvagem que reduziu o trabalho a mero fator de produção -

Ana Carolina Ferreira da costa Pereira – 3ºB

O peru que matou meu pai, Rafael Ribeiro de Souza – 1ªC

A série de protestos nas cidades brasileiros, Thainá Augusto Dutra – 1ªC

O que faz de você pensar que é melhor do que o outo?, Beatriz Ranahli – 2ºD

Preconceito. Por que tão comum? - Egno H. Silva – 2ºC.

O feminismo na prática. – Lahis Prata – 2°C.

Opto pelo bom senso – Tamires Bianca Warken – 2ºC.

IV - Conclusão........................................................................................................................26

Bibliografia.............................................................................................................................27

Page 6: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

INTRODUÇÃO

JOVENS DE OPINIÃO (memorial pedagógico) é um relato de experiência fruto do meu

projeto pedagógico1 que visa cumprir duas funções: a primeira é apresentar alguns textos

produzidos pelos alunos durante o ano letivo que termina. A segunda é registrar e documentar as

atividades desenvolvidas a fim de proporcionar uma reflexão sobre minha atuação enquanto

PROFESSOR DE REDAÇÃO na E.E.JOSÉ MONTEIRO BOANOVA, parte do PROGRAMA

PROFESSOR AUXILIAR – Ensino Médio e do PROGRAMA PROFESSOR DE APOIO –

Ensino fundamental e médio, do período matutino, ambos de 2014.

A ideia deste trabalho surgiu da crença que a escola deve proporcionar ao educando a

capacidade de desenvolver o pensamento crítico em busca da autonomia. Desse ponto de vista,

saber expor uma opinião de maneira clara, objetiva e organizada é fundamental, principalmente

na modalidade escrita, “pois é uma forma de estar no mundo de modo mais inteiro, menos

passivo, menos alienado”.2

As aulas tiveram como tema-guia o “Estudo dos gêneros textuais e a produção escrita”, com

o objetivo de desenvolver nos educandos a habilidade de produzir textos, especialmente o artigo

de opinião e o texto dissertativo-argumentativo.

A partir da leitura e reflexão de textos narrativos, opinativos, entrevistas publicadas em

diversas mídias (jornal, internet, talking show, entre outros) sobre assuntos polêmicos em voga

na sociedade, o aluno foi convidado a um debate acerca do tema proposto para em seguida

produzir seu próprio texto, no caso, de caráter opinativo, sempre observando a exposição de

ideias no que diz respeito à estrutura do texto; gênero; argumentação; inferência; ortografia;

coesão e coerência. Estes foram, inclusive, os parâmetros para a correção das redações.

A busca pela construção da autonomia do educando é o maior objetivo do projeto, desta

forma a “palavra adquire a autonomia que a torna disponível para ser recriada na expressão

escrita”3

1 documento entregue à direção da escola.

2 Secretaria do Estado de São Paulo. EMR – Ensino Médio em rede. Programa de Formação Contínua

para professores do ensino médio. 2000. 3 Paulo Freire – a pedagogia do oprimido.

Page 7: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

I

REFLEXÃO, DEBATE E PRODUÇÃO TEXTUAL:

O ATO DE PENSAR, ESCREVER E CORRIGIR.

Qual é a melhor forma para aprender a andar de bicicleta? Andar de bicicleta. Não é possível

aprender andar de bicicleta olhando-a, parada, contemplando-a, É preciso observar outras

pessoas andando de bicicleta, compreender o mecanismo, manter a calma, criar coragem, se

concentrar e fazer: sentar no veículo, se equilibrar e sair pedalando. No entanto a dica mais

importante (antes de tudo isso) é não se esquecer de aprender como funciona o freio!

Escrever é a mesma coisa: só se aprende escrever, escrevendo. Para tanto é preciso:

Observar outras pessoas (ler).

Compreender o mecanismo (regras de ortografia e de escrita).

Manter a calma (refletir sobre o que quer falar).

Sentar, se equilibrar e sair pedalando (se entregar ao processo de escrita).

Não esquecer o freio (tomar cuidado coma redundância, com os exageros).

Quem lê muito, diversos tipos de textos e tamanhos, se tornará um ótimo leitor, vai

desenvolver somente uma habilidade, o da leitura. É preciso ler e escrever.

Alunos que não gostam de escrever apresentam vários motivos, no entanto o mais comum é o

medo de errar. Esse temor é compreensível até pela cultura que o brasileiro tem em não admitir o

erro do outro. Essa intolerância impede que algumas pessoas sintam-se a vontade na hora de

escrever. Quem já não recebeu na escola sua redação corrigida com caneta vermelha, aquela

“hemorragia” na folha branca, sem saber o porquê de tais intervenções, e no final levou uma nota

D? Isso motiva alguém? Claro que não.

Durante nossas aulas, o educando foi motivado a aprender com os erros, levado a produzir

seus textos a partir de um processo de reflexão, pesquisa, produção e, principalmente, a correção.

Fazer e refazer é imprescindível para uma boa produção textual. Os alunos são instigados a

refletir sobre isso.

Não há como produzir uma redação razoável sem REFLEXÃO, PESQUISA e

consequentemente o TRABALHO COM A LINGUAGEM. A “reflexão” é mais valiosa

acompanhada de um “debate”, para isso os alunos tiveram como textos motivadores autores

diversos, desde o filósofo Mário Sergio Cortella (E tem gente que se acha) a Gabriel, o pensador

(Lavagem Cerebral).

Page 8: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

A “pesquisa” é fator primordial para sustentar um ponto de vista, nesse sentido o aluno foi

instruído a buscar “fontes” para seus textos, usar argumentos de autoridade para dar base às

opiniões defendidas. Aqui as formas de citação direta e indireta foram estudadas.

Mas é no TRABALHO COM A LINGUAGEM o maior desafio das produções: barrar vícios

de linguagem como o famoso “hoje em dia”, desfazer a confusão entre “mas” e “mais”,

redirecionar os problemas de “coesão e coerência”, foram tabus enfrentados em todos os níveis

de escrita apresentados pelos alunos.

NINGUÉM ESCREVE DE PRIMEIRA. Os alunos compraram bem a ideia de ESCREVER-

CORRIGIR-REFAZER, todas as redações passaram por esse processo de produção textual,

como no exemplo a seguir:

[

1ª versão

devolvida ao

aluno com

observações 2º versão produção

final do aluno

Page 9: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

II

O CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Período: 1º semestre: estudo dos gêneros.

Conteúdo.

Língua e linguagem.

Texto literário e não literário.

Música e poesia: Meu Reino – Biquíni Cavadão.

Metáfora e antítese: atividade de compreensão.

Debate e reflexão: O que é trabalho?

Texto filosófico: E tem gente que se acha – Mário Sérgio Cortella.

Música e poesia: Novos Horizontes – Engenheiros do Hawaii.

O conto: o trabalho com a ficção:

Passeio Noturno I e II, Ruben Fonseca.

Elementos da narrativa.

A crônica: A última crônica, Fernando Sabino.

Ambiguidades: SARESP 2010.

O artigo de opinião: tese, antítese e síntese.

Texto: emoções e razões, Antonio Suarez Abreu.

A arte de argumentar: Convencer e persuadir.

Texto: Uma surpresa para Daphine, Luiz Fernando Veríssimo.

Produção textual: Título, Tema e Tese.

Texto: Racismo não pode. Ok. Mas, e o machismo?, Moema Fiuza.

http://moemafiuza.jusbrasil.com.br/artigos/119304479/racismo-nao-pode-ok-mas-e-o-machismo

Debate e Reflexão: O preconceito contra mulher no futebol

A construção do argumento. Texto: Lavagem Cerebral – Gabriel, o pensador.

Produção textual: Artigo de Opinião. Tema: Racismo e preconceito.

O argumento de autoridade e a citação.

Debate e Reflexão: Opinião x Juízo de valor.

Texto: “Somos todos racistas. E a banana do Daniel Alves não muda isso”.

http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2014/04/29/somos-todos-racistas-e-a-banana-do-daniel-alves-nao-

muda-isso/

Page 10: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

Período: 2º semestre: produção textual.

Conteúdo.

Debate e reflexão: em busca dos significados.

Texto O que é explicação, Mário Sérgio Cortella.

Debate e reflexão: A tecnologia na educação.

Tese, antítese e síntese.

Argumento de autoridade.

O pronome oblíquo.

Texto: Fora de Si, Arnaldo Antunes.

Produção textual: tema: o uso da tecnologia na educação.

Intertextualidade: Monte Castelo, Legião Urbana x Amor é fogo, L. Camões x Corintos

13, Bíblia Sagrada.

Leitura e análise: Dom Casmurro, Machado de Assis, I e II cap.

Opinião e Ponto de vista.

Texto: Hip Hop em legítima defesa, Preto Ghóez.

Organizadores textuais: mas, pois, além disso, em suma, portanto, entretanto...

Texto: O endurecimento das penas seguramente é um instrumento de inibição à

criminalidade, Ari Friedenbach.

Argumento, contra-argumento e inferência.

Produção textual: a violência contra a mulher.

Análise de propaganda: O poder de persuasão da mulher. Sabão em pó.

Texto: Mulheres que amam demais?, Mieli Rivero Montaño.

Debate e reflexão: ENEN GUIA DE REDAÇÃO.

Texto: A questão do aborto, DráuzioVarella.

Page 11: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

III

JOVENS DE OPINIÃO

Nesta parte do trabalho estão apresentadas redações produzidas por alguns alunos durante

o ano letivo, passando sempre pelo crivo anteriormente explicado. A disposição dos textos foi

ordenada de forma aleatória, ou seja, não foi separado por tema, nem por ordem alfabética,

tampouco por “melhores redações”.

É evidente que as redações convidadas a fazer parte desta coletânea se destacaram sobre

as demais por algum motivo, não estão aqui de graça, mas a razão comum a todas foi o interesse,

a dedicação e a motivação dos alunos para fazer parte do projeto.

A Importância da Tecnologia no Ensino.

Erick Fernando Marques da Silva.

No Brasil a educação é muito limitada. Em um país que se diz estar em fase de crescimento e

se desenvolvendo rapidamente deveria possuir recursos que ajudassem a prender a atenção dos

jovens nas redes de ensino.

Com o avanço da tecnologia os jovens vêm perdendo o gosto de ir para escola aprender, pois

acham que as aulas estão se tornando “maçantes” e com isso estão perdendo o interesse. O Brasil

já possui escolas que adaptaram sua rotina de ensino com a tecnologia e com isso estão notando

um interesse maior dos alunos em estar ali aprendendo e também observando que os professores

estão satisfeitos com o crescimento dos alunos e com isso despertando o interesse deles a se

atualizarem mais e a pesquisarem, para trazer cada dia mais coisas novas e interessantes que

cativem os alunos a estar ali naquele ambiente.

Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, doutora em Educação e coordenadora do programa

de Gestão Escolar e Tecnologias, desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de

São Paulo, afirma que as escolas não exploram todo o potencial que a tecnologia oferece.

Portanto o governo brasileiro deveria rever seus conceitos do que eles dizem ser uma “boa

educação”.

Para isso um dia ser concretizado professores deveriam receber incentivo do governo a se

especializarem em novos conceitos tecnológicos e de como isso pode ser incorporado dentro de

cada disciplina escolar. Se isso tudo vier um dia a ser concretizado temos certeza de que teremos

professores satisfeitos, alunos brilhantes tornando o mundo cheio de pessoas inteligentes e

responsáveis, que sabem tomar ótimas decisões tornando um mundo cada vez melhor.

Page 12: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

Preconceito ou pré-conceito?

Larissa Martins.

A sociedade atual é marcada pela luta contra o preconceito, no entanto existe uma diferença

quando se trata de “preconceito” e “pré-conceito”, porque são duas palavras diferentes, porém

muito fáceis de serem confundidas.

Pré-conceito é apenas um impacto que a pessoa tem ao se chocar com uma realidade

diferente da sua, mas que pode ser modificada com o passar do tempo, com aproximação e

descoberta. Preconceito é algo que não é superado com tempo e que na verdade, de acordo com a

filosofia é algo que realmente impede essa relação e contato. Conforme *Allport (1954), sendo

“uma atitude negativa em relação a uma pessoa baseada na crença de que ela tem as

características negativas atribuídas a um grupo, essa atitude seria constituída por dois

componentes: um cognitivo, a generalização categorial; e um disposicional, a hostilidade, que

influenciaria comportamentos discriminatórios”.

Sendo assim pode-se fazer a seguinte pergunta: a grande maioria das pessoas tem algum

tipo de preconceito? Todos querendo ou não, já passaram por situações, ou conheceram algo ou

pessoas, tão diferente da sua realidade a ponto de querer se afastar. Sabemos que infelizmente

isso acontece no meio da sociedade, mesmo todos sabendo que nunca se deve desprezar ou

menosprezar alguém ou algo diferente daquilo que está acostumado a conviver.

Portanto, o pré-conceito é algo quase que inevitável, mas possível de ser superado; já o

preconceito é algo que não é superado com o tempo e que impede a relação e contato entre as

pessoas.

*fonte: http://www.scielo.br/

Page 13: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

Sociedade LGBT.

Aline Santos Rosa.

Vivemos numa sociedade onde o preconceito e a descriminação contra Lésbicas, gays,

bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) é constante em todos os lugares do mundo. Vivemos e

crescemos num mundo duro e difícil de lidar e a sociedade LGBT vem tentando mudar isso,

mostrando que somos todos iguais, com os mesmos direitos e deveres e que já esta na hora delas

serem aceitas perante a sociedade.

As pessoas tem que entender que homofobia é crime e que isso de “homem e mulher

devem ficar juntos, pois é o certo” não existe mais! A igreja muitas vezes aborda esse assunto,

repreendem e dizem que casal do mesmo sexo é pecado. Por isso as pessoas que estão ali

presentes naquela igreja ficam com aquele pensamento, que casais do mesmo sexo não devem

ficar juntos e que aquelas palavras ditas ali são as certas.

Quando surgiu a lei que homossexual podia se casar, em vários lugares, casais

homoafetivos foram para o cartório oficializar a união. Um exemplo foi o casamento de

Alessandra Lustosa que diz “Éramos único casal do mesmo sexo naquele dia, e ela era a noiva

mais linda”.

Isso mostra o bom avanço que tivemos, mas não é suficiente para fazer com que eles

tenham mais respeito e não sejam maltratados na rua, pois mesmo que uma parte da sociedade

aceita e apoia, a outra continuará reprimindo-a.

Queremos viver numa sociedade onde todos são aceitos e que nossas diferenças nos faça

acreditar que tudo é possível e que devemos lutar pelo que acreditamos, independente das ações

e opiniões das pessoas ao nosso redor.

Page 14: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

Uma nova geração.

Camila Lopes.

O uso da tecnologia nas escolas tomou maiores proporções nesse novo cenário do século

XXI, no entanto, este é um assunto que vem sendo discutido há tempos. O mundo em que

vivemos é conectado virtualmente de diversas formas. Integrar a tecnologia à educação seria o

início de uma nova maneira de pensar.

A internet é um meio tecnológico, além de ser uma rede de comunicação e informação. Com

ela, acessar essas informações se tornaram práticas. A introdução de tais meios no ensino escolar

seria eficaz, sendo que economizaria tempo e, consequentemente, mais conteúdo seria

transmitido. Ferramentas virtuais ajudam tanto os alunos quanto os professores. De uma forma

geral, se a tecnologia fosse introduzida no ensino, deveria haver uma supervisão, tanto no

desenvolvimento do aluno quanto nas informações obtidas por ele. O professor possivelmente

perderia o controle. Este seria responsável por propor aos alunos uma situação-problema, ao

invés de uma simples apresentação.

Um exemplo da tecnologia no ensino são as salas virtuais, onde os alunos assistem aulas

online e interagem com outros estudantes, como em uma sala comum. A partir desse ponto de

vista, percebe-se que a sociedade está evoluindo, principalmente para resolver questões como

tempo e distância. Segundo José Manuel Moran, um dos maiores especialistas brasileiros no uso

da Internet em sala de aula: “Na sociedade da informação, todos estamos aprendendo a conhecer,

a comunicar-nos, a ensinar, a integrar o ser humano e o tecnológico, a integrar o audiovisual, o

grupal e o social’. Como resultado, obteríamos uma geração mais preparada.

Muitas escolas já adotaram métodos como estes para melhorar aprendizagem e a tendência é

de que outras escolas façam o mesmo. Deve-se compreender que a internet é uma fonte de

pesquisas e uma ferramenta que traz inúmeros benefícios, se usada com responsabilidade. O

espaço virtual deve auxiliar no processo de aprendizado, não necessariamente substituí-lo.

Atualmente, a nova geração está sendo preparada em uma cultura completamente digital.

Page 15: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

Preconceito contra vegetarianos.

Sabrina S. Macêdo.

A maioria das pessoas que e adepta à dieta vegetariana, em certo momento da vida sofre

algum tipo de preconceito, podendo vir de desconhecidos, de amigos ou até dos próprios

familiares que não aceitam a decisão.

Para o senso comum vegetarianismo e viver de salada e por isso e sinônimo de morte. O Dr.

George Guimarães, nutricionista especializado em dietas vegetarianas explica em sua publicação

"Sobre nutricionista e a resistência ao vegetarianismo" que esse comportamento e uma reação

típica quando pessoas são pouco confrontadas com ideias que são pouco aceitas pela sociedade

na qual estão inseridas.

Costumam dizer que não vai fazer diferença uma ou duas pessoas pararem de comer carne,

porém segundo o IBOPE 9% da população brasileira é vegetariana, ou seja 17,5 milhões de

pessoas não consomem carne e por isso incontáveis animais são poupados na morte. Insatisfeitos

os preconceituosos tentam convencer do quanto é boa e saudável tal alimento, porém o estudo

sobre saúde desenvolvido pela faculdade de Saúde Pública da Universidade de Loma Linda na

Califórnia, EUA, aponta que vegetarianos vivem mais tempo do que os que seguem uma dieta

carnívora.

Por fim, o preconceito sobre os vegetarianos deve parar de ser praticado e o governo deveria

pensar em soluções como eventos de conscientização e incentivo em educação, ensinando

princípios alimentares.

Page 16: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

Lados positivos e negativos da tecnologia dentro das escolas.

Raiane Pereira da Cruz.

A tecnologia nas escolas é um projeto interessante de se avaliar, pois assim como apresenta

seu lado positivo, também apresenta seu lado negativo.

Muitas escolas são classificadas como melhores ou piores pelos recursos e avanços que ela

apresenta e o acesso que ela disponibiliza à tecnologia. A diferença está em como essas escolas

utilizam os recursos da tecnologia e como é explorado dentro das escolas. A tecnologia é uma

forma inovadora e mais ampla de se adquirir conhecimento dentro da sala de aula, é possível

aprofundar e explorar muitos assuntos diferentes em tempo real e extrair diversas informações

em rápido tempo. Pode ser também uma forma de atrair mais o aluno para os estudos. Porém, a

tecnologia pode servir de distração para o aluno se não for aplicada com um objetivo e com um

professor auxiliando.

A questão é a tecnologia pode e deve ser implantada dentro nas escolas, porém não deve

tomar o lugar dos livros, dos professores, nem substituir os outros métodos de ensino que já vem

sendo aplicado há muitos anos. Deve haver um certo controle do uso da tecnologia dentro da

sala, o professor deve auxiliar os alunos, preparar uma aula, expor e transmitir seus

conhecimentos, não necessariamente o professor deve entender tudo sobre a tecnologia, mas

deve saber o básico para usá-la ao seu favor , como diz Eugenio Severin '' Ninguém espera que

os professores sejam experts em tecnologia , eles têm que ser especialista em educação , pensar

em experiência de aprendizagem enriquecedoras usando a tecnologia ''.

Os livros também continuam sendo muito úteis mesmo com esse avanço todo da tecnologia,

não se deve abandonar os livros, é preciso adquirir mais formas enriquecedoras de aprendizado e

não abandonar os outros modos que adquirimos a anos como diz Mario Sérgio Cortella '' O livro

exige maior atenção e não produz algo que é muito ruim para o estudo a distração. Não é que as

plataformas digitais não tenham seu lugar, mas elas não são substitutas dos modelos

anteriores.'' Desta forma, o segredo está em como aplicar a tecnologia nas escolas, tornando algo

bom para os alunos .

Page 17: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

Tecnologia na escola é mesmo necessária?

Vitória Ramos.

A tecnologia na escola é algo ainda muito discutido, principalmente quando se trata da

tecnologia para aprimorar nossos estudos, e não para mexer em celulares, tabletes, etc, na sala de

aula. É possível afirmar que a tecnologia nas escolas seria muito bom, como por exemplo: lousas

digitais, tablets para os alunos(uso pedagógico), enfim com certeza as aulas seriam mais

produtivas, facilitando o aprendizado, como diz o filósofo Mario Sérgio Cortella, em uma

entrevista para revista Kalunga: "Tecnologia é uma das maneiras de facilitar a existência, a

comunicação, o acesso à vida [...] Portanto, não é a tecnologia em si, mas o modo de usa-lá".

Quando usado com sabedoria é perfeitamente aproveitada.

O papel da escola é passar conhecimento e não tantas informações, afirma Mario Cortella

em uma entrevista para revista Direcional Escolas (edição 16-Maio/2006) "A escola trabalha

com informação. Conhecimento quem constrói é o próprio individuo". Portanto as escola pensam

que atolar os alunos de informações vão conseguir os melhores resultados? Ilusão, porque não

conseguem, pois quem constrói o conhecimento é o aluno, o individuo independente do tamanho

de informações que lhe foi oferecida.

Tecnologia na escola, se bem aproveitada, com certeza seria algo útil e ótimo para

educação. Tanto que em algumas escolas particulares, alunos usam tablets (pedagógico), são

poucas escolas e a minoria ainda, mas quem sabe em um futuro próximo, não exista mais lousas

de giz e sim as digitais e tablets para os alunos, quem sabe!

Page 18: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

A tecnologia no aprendizado.

Laura Guidugli Godoy.

É sabido que a tecnologia se desenvolve diariamente, com a criação de novos equipamentos

e a melhoria dos já existentes, facilitando diversas – senão todas – as atividades seja em casa, no

trabalho ou na escola. No entanto, com a facilidade de se obter informações sobre qualquer

assunto, enfrentamos um dilema: até que ponto a tecnologia pode ser benéfica para o aluno e

para o professor quando em ambiente de estudo?

A internet pode ser um grande auxilio no ambiente escolar. Matérias bem explicadas,

exercícios extras, vídeo-aulas e respostas que nem sempre o professor possui podem ser

encontradas com facilidade. Porém, com uma fonte tão rica de informação em mãos, nem todos

os alunos sabem quando usá-la de maneira adequada e acabam por trocar os estudos por

distrações a parte. Cópias de trabalhos prontos também são um problema muito comum.

O filósofo Mário Sérgio Cortella, em uma palestra no II encontro de Educação SER da

Abril de 2014, expõe sua opinião sobre o instigante tema “tecnologia e educação”: “Seria tolo

não usar a tecnologia a nossa disposição para fazermos melhor o que fazemos, mas, cautela (!),

para não se colocar a temática da digitalização como sendo a única alternativa que nos ofereça

sucesso”. Mostrando um simples, porém esclarecedor pensamento sobre o assunto, Cortella nos

diz como as ferramentas tecnológicas podem – e devem – ser usadas nas escolas, mas não com

exclusividade.

Além dos aparelhos já adotados em muitas escolas, como televisões e computadores, cabe

ao aluno compreender quando e como fazer uso de ferramentas móveis pessoais, tais como

celulares e tablets, e, ao professor, auxiliá-los para que o mau uso feito por uma parte não impeça

o aproveitamento dos benefícios que a tecnologia pode trazer no aprendizado e na formação

acadêmica dos estudantes.

Page 19: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

Preconceito linguístico, até quando? Renan Gouveia.

Nesses novos tempos, o preconceito linguístico existe, devido a baixa escolaridade dos mais

velhos, que hoje em dia tomam conta das suas famílias e não conseguem se envolver com a

educação novamente, são raros os casos em que voltam para a escola e terminam os estudos.

Segundo Marcos Bagno, autor do livro Preconceito linguístico – o que é, como se faz.“Esse

tipo de preconceito nasce da ideia de que há uma única língua portuguesa correta, que é a

ensinada nas escolas, está presente nos livros e dicionários e baseia-se na gramática normativa.

Apesar de ser muito importante a existência de uma norma que regulamente a escrita, a torne

homogênea e defina suas regras, a mesma acaba servindo como instrumento de exclusão social,

já que ao não reconhecer a língua como uma unidade viva e mutável, ela passa a ser utilizada

como meio de distinção social daqueles que têm acesso a educação, e consequentemente, mais

poder aquisitivo, e daqueles que não têm. Além disso, acaba gerando também o preconceito com

determinadas construções linguísticas que variam de acordo com as regiões do país.”

Como Bagno reforça, a língua “corretamente” falada é a daquelas pessoas que por terem

acesso à escola, condição e por terem absorvido o conhecimento (sem tirar o mérito), hoje é

considerado o português culto, e isto também se aplica ao caso da pessoa ter um curso superior,

pois hoje em dia é mais questão de status.

Um exemplo disso é o ex presidente Luís Inácio Lula da Silva, que não tinha o português

culto e muito menos curso superior, e estava a frente de um dos maiores cargos do país, sem

julgar os mandatos. E isso era causa de enormes preconceitos, porque: “Ah, o cara não sabe nem

falar e é o presidente da república!?”, “Opa, o Brasil “tá” bem, nosso presidente nem diploma

escolar tem, vamos ver...”

Como bem diz a professora, Ana Maria Dalsasso: “A antiga segurança de que o diploma

universitário garantia um bom emprego não existe mais. Só o diploma não é suficiente. Para ser

bem sucedido num mundo de mudanças rápidas e valores sociais em alta, o profissional do

futuro terá de mostrar habilidades e competências que não se aprende na escola. A escola pode

até ajudar, mas a família é determinante na preparação do futuro profissional.”

Desta forma, é possível afirmar que diploma não garante a colheita de bons frutos,

conhecimento sim, que é ótimo, mas é claro, não se faz melhor e nem pior que alguém que não o

tenha. A baixa escolaridade é o ponto chave do preconceito que desencadeia vários outros, por

isso não podemos julgar uma pessoa se ela não teve a oportunidade de estudar ou por algum

motivo largou a escola, se ao invés de caçoar, nós ajudássemos essas pessoa, o mundo seria

outro, ou melhor, o Brasil seria outro.

Page 20: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

A consequência do capitalismo selvagem que reduziu o trabalho a mero fator de produção.

Ana Carolina Ferreira da costa Pereira.

A lei áurea (lei que proíbe o uso legal da mão de obra escrava no Brasil) assinada há 125

anos, não garantiu que o uso da mão de obra escrava fosse extinto do país, muito pelo contrário,

ela possibilitou que essa pratica não se limitasse somente aos negros, mas também a todos

aqueles que foram marginalizados pelo sistema.

O trabalhador escravo na lógica capitalista é apenas mais um fator de produção, isto é, os

trabalhadores são como objeto, e por isso são explorados a fim de se conferir maior

produtividade, eficiência e lucratividade ao empreendimento econômico, sem que se dê real

importância ao elemento humano. Assim, após o aliciamento (que geralmente é feito por “gato”

que ilude o indivíduo com propostas de bons salários e boa qualidade de vida) trabalhador é

obrigado a comprar o material de trabalho, alimentação e dormitório e tem toda a “despesa”

descontado do seu salário, que no final das contas, o empregado contrai uma dívida bem maior

do que pode pagar e isso acaba se transformando em um ciclo vicioso.

Os setores onde há o maior predomínio desse tipo de serviços são no setor rural (na criação

de bovino, produção de carvão, soja, café, algodão, frutas, pasto, corte e retirada de madeira), na

área urbana (construção civil, exploração sexual e indústrias do setor têxtil). Segundo o relatório

IDEG (Índice de Escravidão Global 2014), da Fundação Walk Free, divulgado nesta segunda-

feira (17), cerca de 155,3 mil pessoas em situação análoga à escravidão.

Embora o projeto de fiscalização, criado pelo então presidente Luís Inácio Lula da silva em

2006, tenha consigo aumentar a fiscalização e reduzir o número de trabalhadores nessas

condições, é necessário que haja maior repressão nas empresas que praticam tal ato que e não

acomodar-se apenas com edição de novas leis pois não basta ter leis se não houver aplicações

eficientes para punir. Além disso, é importante que se crie medidas de inserção como a criação

de cooperativas nas regiões mais pobres proporcionando a geração de renda aos trabalhadores e

seus familiares para que eles não precisem se submeter a essas condições.

Page 21: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

O peru que matou meu pai.

Rafael Ribeiro de Souza.

Essa resenha refere-se ao conto “O peru de natal” de Mário de Andrade, que conta sobre o

natal de uma família onde o pai era avarento e não gostava de gastar mais que o suficiente. Mas o

primeiro natal após sua morte, a família resolve comprar um peru para comerem sozinhos, mas

isso acaba transformando-se em uma confusão.

Um trecho bastante interessante desse livro é “e eu, que gostava apenas regularmente de meu

pai, mais por instinto de filho do que por espontaneidade de amor”. O filho só gostava do pai por

ele seu pai, não possuía nenhuma afeição por ele. Me identifico, pois também não possuo afeição

pelo meu pai.

“Empanturrados de castanhas e monotonias, a gente se abraçava e ia pra cama”. Pode-se

perceber que o natal deles não era nem tão luxuoso como o da maioria das pessoas, eles comiam

castanhas e iam dormir.

Depois de ler esse conto, pude perceber que a vida deve continuar, não se afundar no

passado, por mais que ele tenha sido ótimo. Devemos viver o presente e o futuro sem que o

passado nos atrapalhe. Recomendo esse livro porque retrata bem isso.

Page 22: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

A série de protestos nas cidades brasileiras.

Thainá Augusto Dutra.

Uma série de protestos que foram motivados pelo aumento do preço da passagem de ônibus

se espalhou pelas principais metrópoles brasileiras e adquiriu repercussão internacional. O

movimento sem dúvidas foi o maior das últimas décadas e levou as autoridades estaduais e

municipais a tomarem decisões precipitadas.

Após duas semanas de tumultos, os governos de São Paulo e de outros estados brasileiros

recuaram e anunciaram a redução do valor das tarifas. Mas o porta-voz dos manifestantes disse

que continuariam nas ruas, lutando pela melhor qualidade no transporte público.

O movimento pedia por melhorias na prestação de serviços público, um direito do cidadão.

Milhares de pessoas participam das passeatas que, apesar dos atos de vandalismo, conquistaram

o apoio das populações. Os manifestantes usaram as redes sociais e aparelhos celulares para

coordenar os eventos.

Os protestos foram motivados pelo aumento da passagem de ônibus na capital paulista, que

passa de R$ 3,00 para R$ 3, 20. Nos primeiros protestos, a depredação de ônibus, bancos,

estações de metrô patrimônios despertaram a revolta da opinião pública. Esse cenário mudou

quando a polícia militar reprimiu as manifestações ferindo populares e jornalistas. Vamos fazer

manifestações que ajude a melhorar o país brasileiro, e não piorar o que não está bom.

Page 23: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

O que faz você pensar que é melhor do que o outro?

Beatriz Ranahli

Preconceito. Da junção do português e do latim, ''Pré' de ''Antes" e ''Conceptus" resumo,

conceito. Segundo o dicionário Online: ''S.M. Opinião ou pensamento acerca de algo ou alguém,

cujo teor é construído a partir de análises sem fundamentos, sendo preconcebidas sem

conhecimento e/ou reflexão, prejulgamento.''

A origem da palavra é simples, o modo de pensar e agir de quem tem preconceitos diversos

não.É difícil para muitos lembrar, ou sequer imaginar, que no nosso país tão "evoluído'' e de

pessoas de ''mente aberta'', um país branco, que ainda ontem havia escravidão, e que de certa

forma ela ainda existe. Nos dias de hoje existem homossexuais sendo espancados na rua,

nordestinos sendo ridicularizados, meninos e meninas com grandes problemas emocionais e até

casos de suicídio por sofrerem bullying.

O preconceito pode até estar mais escondido, no entanto ele ainda existe, sendo a causa de

milhares de problemas na nossa sociedade. A discriminação é inaceitável, seja contra negros,

brancos, gordos, magros, nordestinos ou paulistas, todos somos iguais. Não importa no entanto

se a pessoa acredita em Deus, em santos, em Orixás, ou não acredita em nada. Mesmo assim,

todos tem o direito de fazer, cultuar e acreditar no que quiser, e nada dá ao outro o direito de

julgar, criticar e discriminar suas ações.

Hoje o que uma pequena parte procura, é levar conhecimento e educação as crianças, para

que elas cresçam e passem isso aos seus filhos, que passarão aos seus netos e assim um isso terá

acabado. Para as pessoas adultas nos restam as leis, para punir certas ações. Como já disse

Nicollo Maquiavel ''Os preconceitos têm mais raízes do que os princípios. '' Precisamos cultivar

os princípios.

Page 24: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

Preconceito. Por que é tão comum?

Egno H. Silva

Preconceito. Por que é tão comum no mundo de hoje? Será por causa das ações que muitos

cometem à base do senso comum? Talvez já venha de berço em algum casos... mesmo assim não

tem um motivo para nós, seres humanos, achamos ou julgamos alguém diferente simplesmente

por causa da cor da pele, fala, idioma, cultura, costumes ou hábitos.

Tantos motivos para a preocupação neste sistema e por motivos na maioria das vezes

emocionais ou razão julgada, outro problema vem com mais assuntos a serem colocados em

debate. O sociólogo Carlos Ribeiro diz que o racismo que se enquadra na linha do preconceito, e

“pode ser causado pela desigualdade econômica”. Isso pode ter um lado de verdade e outro um

pouco duvidoso. Hoje vemos até pessoas de mesma classe social cometendo esse erro

simplesmente por motivos de ira. Então o preconceito não é exclusividade de uma classe social.

De qualquer modo esse tipo de atitude precisa ser deixado no passado. Em pleno séc. XX

ainda existem “escravos” de ideias preconceituosas que para algum já tinha se apagado no tempo

ou enterradas junto com muitos mortos que foram os verdadeiros escravos. Se isso tivesse se

apagado da sociedade, hoje não veríamos marca desse “senso comum”

“Quão bom será o dia em que brancos e negros estarão sentados juntos na mesa da

irmandade, vivendo em paz eterna.” (Axel Rose)

Page 25: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

O feminismo na prática.

Lahis Prata

O feminismo, de fato, é a luta das mulheres (e de alguns homens também) para a igualdade

de gêneros. Com a palavra “igualdade”, as pessoas têm interpretações distintas dessa ideologia,

muitas vezes errônea.

A real ideia de igualdade de gênero luta para que homens e mulheres tenham os mesmos

direitos como, por exemplo, os salários que em grande parte das vezes a mulher ganha menos do

que um homem que ocupa o mesmo cargo. O feminismo luta para quebrar ideias sexistas que

prejudicam as mulheres e, em certas situações, prejudicam o homem também.

Questões como por que o homem paga a conta? por que a mulher tem que cuidar da casa e

dos filhos? por que os homens estão em maior número em profissões de lógica ou de peso e as

mulheres sofrem com crimes domésticos e estupros? foram levantadas e combatidas pelas

feministas.

Como em toda ideologia, o feminismo tem seus seguidores radicais, que pregam a ideia de

abdicação de gêneros, etc. Essas pessoas passam uma visão errada, e para quem nãom sabe

direito o que é o feminismo, acabam entendendo que a luta é a favor das mulheres, e não de

ambos os sexos.

Há mais de 90 anos, feministas foram queimadas por protestar por seus direitos, muitas

mulheres foram violentadas, escravizadas pela sociedade machista. Até hoje ações como estas

acontecem e são ignoradas.

Então, agora é a hora de “por a boca no trombone” e gritar tudo o que foi silenciado até hoje.

Juntos, homens e mulheres poderão alcançar a igualdade dos gêneros e acabar com a injustiça

que está “debaixo do nosso nariz”.

Page 26: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

Opto pelo bom senso.

Tamires Bianca Warken

Nos últimos tempos as mulheres tiveram muitas conquistas. Romperam pelo menos com uma

grande parte das barreiras de sociedade que diziam que “mulheres e homens não deveriam ter

direitos iguais”. Esse é um assunto polêmico, pois envolve o “machismo” e o “feminismo”, além

do “femismo”.

Desde pequena ouço falar em machismo. Claro que no início não sabia exatamente o que era,

mas associando com a palavra “macho”, e com o passar do tempo através de noticiários,

compreendi o que significava. Já o feminismo, não tinha ideia do que poderia ser.

No final do ano passado e no início desse ano, por meio dos debates na escola com amigos e

professores de sociologia, fui entendendo realmente os significados e as relações entre o

machismo e o feminismo. De modo geral, e breve, o machismo é o conjunto de ideias que

defendem que o homem é, em todos os sentidos, superior à mulher. O feminismo defende que

mulheres e homens são iguais, que tem o mesmo nível de capacidade em todos os sentidos. As

duas opções são radicais. Hoje, a mulher, por exemplo, chegou à Presidência da República, ou

seja, em direitos, profissionalismo, capacidade intelectual, ambos podem chegar a mesma

posição, entretanto, as questões físicas, sem dúvida alguma, os homens têm mais força.

Um cidadão que defende ideias feministas e machistas, ao mesmo tempo, não significa que é

“bandeirinha” ou sem personalidade, muito pelo contrário, a meu ver, a pessoa que opta pelo

equilíbrio, pelo bom senso.

Page 27: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

CONCLUSÃO

Desenvolver no aluno o pensamento crítico por meio da escrita foi o maior desafio deste

projeto. Sendo a cultura representada também pela palavra escrita, esta, porém, não pode ser

construída de forma repetitiva, mas de maneira crítica para que seu usuário possa tomar

consciência e construir seu próprio destino:

Alfabetizar-se é aprender a ler essa palavra escrita em que a cultura se diz,

e dizendo-se criticamente, deixa de ser repetição intemporal do que passou,

para temporalizar-se, para conscientizar sua temporalidade constituinte, que é

anúncio e promessa do que há de vir. O destino, criticamente, recupera-se

como projeto.4

Não é nosso interesse aqui separar, enumerar ou conceituar os níveis de alfabetização dos

nossos alunos. Embora se espere encontrar nos ensinos fundamental e médio turmas

devidamente alfabetizadas, a realidade nos apresenta indivíduos com diversos níveis de escrita,

desde aquele acostumado a somente “copiar a lição” até aquele que domina a construção do texto

escrito, mas que ainda precisa de alguma orientação. No entanto todos os alunos foram

instigados a construir seu texto a partir de uma pesquisa e amplo debate. Trocar ideias com total

liberdade foi fundamental para que se sentissem à vontade para expor suas ideias de maneira

crítica.

Dentre os participantes deste trabalho (de caráter memorial e não científico) alguns textos se

apresentaram de maneira primorosa outros ainda precisavam de alguns ajustes, mas todos estão

aqui principalmente porque os alunos se interessaram e quiseram fazer parte do projeto, ficando,

inclusive, alguns de fora por motivos de espaço na edição.

Escrever esse memorial foi importante para que eu pudesse ter uma visão ampla do que foi

trabalhado em sala, um verdadeiro mapeamento permitindo maior reflexão do que foi o ano

letivo, observando o que deu certo, o que deu errado e abrindo um leque de novas ideias para o

próximo ano.

Os alunos se dedicaram a escrever por diversos fatores, mas o fundamental parece ter sido a

percepção de que suas redações foram lidas com devida atenção, além do feedback pessoal, cara

a cara, em que cada um pode se explicar e ouvir as orientações de maneira personalizada. Algo

difícil de realizar com um só professor em sala, devido ao grande conteúdo que o aluno precisa

ter acesso durante o ano. Nesse ponto de vista, a presença de um professor auxiliar pode ser

decisiva dentro da relação ensino-aprendizado.

4 Paulo Freire. Pedagogia do Oprimido, 17º edição. Pg.10. Ed. Paz e Terra. RJ. 1994.

Page 28: Jovens de Opinião (E.E.José Monteiro Boanova)

BIBLIOGRAFIA

ALBORNOZ, S. O que é trabalho – coleção primeiros passos. Editora Brasiliense.

ABREU, S.A. A arte de argumentar – gerenciando razão e emoção. 10º edição. Ateliê

Editorial. Cotia – SP. 2006.

CITELLI, A. Linguagem e Persuasão. 11º edição. Editora Ática. SP, 1997.

CORTELLA, M.S. Pensar bem, nos faz bem. Editora Voz. Petrópolis. RJ. 2013.

ERNANI, T. & NICOLA, J. Redação para o 2º grau – Pensando, lendo e escrevendo. Editora

Scipione. SP, 1996.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido, 17º edição.Editora Paz e Terra. RJ. 1994.

MAIA. Português. Série Novo Ensino Médio – volume único. Editora Afiliada. SP. 2005.

SECRETARIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. EMR – Ensino médio em rede. Programa de

formação Contínua para professores do ensino médio. 2000.